propagação in vitro de espécies ornamentais ... - Editora UFLA
propagação in vitro de espécies ornamentais ... - Editora UFLA
propagação in vitro de espécies ornamentais ... - Editora UFLA
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
PROPAGAÇÃO IN VITRO DE ESPÉCIES<br />
ORNAMENTAIS<br />
1 INTRODUÇÃO<br />
____________________________<br />
1 Eng ª . Agro ª ., Mestranda – Fitotecnia - <strong>UFLA</strong><br />
2 Estudante Agronomia 9º período- <strong>UFLA</strong><br />
3 Biólogo – DAG - <strong>UFLA</strong><br />
4 Eng ª . Agro ª ., Doutoranda – Fitotecnia -<strong>UFLA</strong><br />
5 Eng o . Agro o ., Dr., Prof. Dep. <strong>de</strong> Agricultura - <strong>UFLA</strong>.<br />
Chrystiane Borges Fráguas 1<br />
Alba Reg<strong>in</strong>a Pereira 2<br />
Vantuil Antônio Rodrigues 3<br />
Ester Alice Ferreira 4<br />
Moacir Pasqual 5<br />
A floricultura brasileira representa um setor altamente competitivo e<br />
exigente na utilização <strong>de</strong> tecnologias avançadas, pr<strong>in</strong>cipalmente quando se<br />
trata <strong>de</strong> exportação. Abrange <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o cultivo <strong>de</strong> plantas <strong>ornamentais</strong>, flores<br />
<strong>de</strong> corte, plantas envasadas, floríferas ou não, até a produção <strong>de</strong> sementes,<br />
bulbos e mudas <strong>de</strong> várias <strong>espécies</strong>, <strong>in</strong>clusive arbóreas.<br />
O Estado <strong>de</strong> São Paulo respon<strong>de</strong> por 70% da produção nacional,<br />
<strong>de</strong>stacando-se Holambra e Atibaia com o maior número <strong>de</strong> produtores.<br />
M<strong>in</strong>as Gerais é outro gran<strong>de</strong> Estado produtor, prevalecendo a floricultura <strong>de</strong><br />
corte. A maior produção concentra-se em Belo Horizonte, Juiz <strong>de</strong> fora, São<br />
João Del Rei, Barbacena e Diamant<strong>in</strong>a.<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> plantas matrizes sadias torna a cultura<br />
<strong>de</strong> tecidos um método <strong>de</strong> <strong>propagação</strong> importante, além <strong>de</strong> possibilitar a<br />
obtenção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> plantas em curto espaço <strong>de</strong> tempo, com alta<br />
qualida<strong>de</strong> genética, <strong>propagação</strong> <strong>de</strong> clones em qualquer época do ano e <strong>de</strong><br />
<strong>espécies</strong> que dificilmente seriam propagadas por métodos convencionais,<br />
supr<strong>in</strong>do, assim, a necessida<strong>de</strong> dos produtores <strong>de</strong> flores ou plantas<br />
<strong>ornamentais</strong> na aquisição <strong>de</strong> mudas com qualida<strong>de</strong> comprovada.
6<br />
A micro<strong>propagação</strong> <strong>de</strong> plantas <strong>ornamentais</strong> e sua utilização em<br />
âmbito comercial já são realida<strong>de</strong> em diversos países do mundo,<br />
<strong>de</strong>stacando-se Holanda, França, Espanha, Japão e, mais recentemente, o<br />
Brasil.<br />
O processo <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> tecidos vegetais compreen<strong>de</strong> um conjunto<br />
<strong>de</strong> técnicas nas quais um explante (célula, tecido ou um órgão) é isolado sob<br />
condições assépticas, em meio nutritivo artificial. Esse processo baseia-se<br />
na totipotencialida<strong>de</strong> das células, ou seja, qualquer célula do organismo<br />
vegetal apresenta todas as <strong>in</strong>formações genéticas necessárias à regeneração<br />
<strong>de</strong> uma planta completa.<br />
2 ORQUÍDEAS<br />
O cultivo comercial <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as vem apresentando significativo<br />
aumento nos últimos anos. Alguns gêneros com elevado valor econômico,<br />
como Cattleya e Laelia, são apreciados nos mercados brasileiro e<br />
<strong>in</strong>ternacional, evi<strong>de</strong>nciando a potencialida<strong>de</strong> do País no cultivo <strong>de</strong><br />
orquí<strong>de</strong>as. As orquí<strong>de</strong>as são plantas herbáceas perenes, bastante<br />
diversificadas quanto ao tamanho, forma e cor das flores, sendo<br />
comercialmente cultivadas tanto para produção <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> corte como <strong>de</strong><br />
vaso.<br />
A <strong>propagação</strong> <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>as po<strong>de</strong> ser tanto vegetativa quanto por<br />
meio <strong>de</strong> sementes. Essas, embora produzidas em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>, apenas<br />
germ<strong>in</strong>am na natureza se houver associação simbiótica com fungos<br />
micorrízicos, pois não possuem endosperma funcional.<br />
A cultura <strong>de</strong> tecidos proporciona taxa <strong>de</strong> germ<strong>in</strong>ação <strong>de</strong><br />
aproximadamente 100% das sementes, ao passo que a cultura <strong>de</strong> meristemas
é utilizada para propagar plantas idênticas à planta-mãe e isentas <strong>de</strong> viroses,<br />
especialmente plantas <strong>de</strong> alto valor econômico.<br />
2.1 Metodologia 1:<br />
Material Vegetal: Sementes <strong>de</strong> cápsulas maduras e fechadas.<br />
Esterilização: Mergulhar a cápsula fechada por 1 m<strong>in</strong>uto em álcool 70% e,<br />
em seguida, por 20 m<strong>in</strong>utos em hipoclorito <strong>de</strong> sódio (água sanitária a 2 -<br />
2,5%). Lavar 3 vezes em água <strong>de</strong>stilada e esterilizada.<br />
Inoculação: Utilizar a câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar para abrir as cápsulas.<br />
• Semeadura: <strong>in</strong>ocular as sementes em meio <strong>de</strong> cultura Knudson + 50<br />
ml/L <strong>de</strong> água <strong>de</strong> coco ver<strong>de</strong> + 40 g <strong>de</strong> polpa <strong>de</strong> banana ‘Nanica’ + 2<br />
g/L <strong>de</strong> carvão ativado. Utilizar 6 g/L <strong>de</strong> ágar e ajustar pH para 5,8.<br />
• Após 3 meses (po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> acordo com a espécie), repicar para<br />
meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da parte aérea e do sistema radicular:<br />
Knudson + 50 ml/L <strong>de</strong> água <strong>de</strong> coco ver<strong>de</strong> + 40 g <strong>de</strong> polpa <strong>de</strong><br />
banana ‘Nanica’ + 2 g/L <strong>de</strong> carvão ativado + 1,0 mg/L <strong>de</strong> tiam<strong>in</strong>a +<br />
0,25 mg/L <strong>de</strong> ácido nicotínico + 0,25 mg/L <strong>de</strong> piridox<strong>in</strong>a + 100<br />
mg/L <strong>de</strong> mio-<strong>in</strong>ositol + 2 mg/L <strong>de</strong> glic<strong>in</strong>a.<br />
• Após 2 ou 3 meses, repica-se novamente para o mesmo meio até a<br />
planta at<strong>in</strong>gir 3 a 4 cm, quando serão aclimatizadas.<br />
Tempo <strong>de</strong> maturação das cápsulas:<br />
Cattleya leopoldi = 5 a 6 meses<br />
Cattleya loddigesii = 8 a 9 meses<br />
Cattleya warneri = 5 a 6 meses<br />
7
8<br />
Cattleya walkeriana = 8 a 9 meses<br />
Cattleya nobilior = 8 a 9 meses<br />
Laelia purpurata = 6 a 7 meses<br />
Laelia harpophylla = 5 meses<br />
Laelia crispa = 8 a 9 meses<br />
Laelia flava = 8 a 9 meses<br />
2.2 Metodologia 2:<br />
Material vegetal: Meristema<br />
Esterilização: Retirar da planta adulta o broto com aproximadamente 2 cm<br />
<strong>de</strong> comprimento e <strong>de</strong>ixar por 1 m<strong>in</strong>uto em álcool 70% e, posteriormente, por<br />
20 m<strong>in</strong>utos em hipoclorito <strong>de</strong> sódio. Lavar 3 vezes em água <strong>de</strong>stilada e<br />
esterilizada.<br />
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
• Com auxílio <strong>de</strong> lupa, p<strong>in</strong>ça e bisturi, retirar todas as folhas até at<strong>in</strong>gir<br />
o meristema (0,1 – 0,2 mm), que será <strong>in</strong>oculado em meio Knudson +<br />
2 mg/L <strong>de</strong> GA3 + 0,5 mg/L <strong>de</strong> BAP + 0,01 mg/L <strong>de</strong> ANA + 100ml<br />
<strong>de</strong> água <strong>de</strong> coco ver<strong>de</strong> + 2 g/L <strong>de</strong> carvão ativado, <strong>de</strong>ixando no escuro<br />
por uma semana. Utilizar 6 g/L <strong>de</strong> ágar e ajustar pH para 5,8.<br />
• Após, aproximadamente, 30 dias, transferir para meio Knudson + 0,5<br />
mg/L <strong>de</strong> BAP + 2 g/L <strong>de</strong> carvão ativado + 1,0 mg/L <strong>de</strong> tiam<strong>in</strong>a +<br />
0,25 mg/L <strong>de</strong> ácido nicotínico + 0,25 mg/L <strong>de</strong> piridox<strong>in</strong>a + 100<br />
mg/L <strong>de</strong> mio-<strong>in</strong>ositol + 2 mg/L <strong>de</strong> glic<strong>in</strong>a. A cada 30 dias, repicar<br />
para esse meio novamente, até obter o número <strong>de</strong> plântulas <strong>de</strong>sejado.
• Individualizar as plântulas e transferi-las para meio Knudson sem<br />
reguladores <strong>de</strong> crescimento + 2 g/L <strong>de</strong> carvão ativado + 1,0 mg/L <strong>de</strong><br />
tiam<strong>in</strong>a + 0,25 mg/L <strong>de</strong> ácido nicotínico + 0,25 mg/L <strong>de</strong> piridox<strong>in</strong>a +<br />
100 mg/L <strong>de</strong> mio-<strong>in</strong>ositol + 2 mg/L <strong>de</strong> glic<strong>in</strong>a. As plântulas<br />
permanecerão nesse meio até enraizarem e at<strong>in</strong>girem 3 a 4 cm,<br />
quando serão aclimatizadas.<br />
Aclimatização:<br />
• Lavar as plântulas em água corrente para retirar o excesso <strong>de</strong> meio<br />
<strong>de</strong> cultura.<br />
• Utilizar como recipientes ban<strong>de</strong>jas ou copos plásticos e como<br />
substrato pó <strong>de</strong> xaxim ou esfagno. Adubar com a formulação NPK<br />
10-5-5, <strong>de</strong> acordo com recomendação do fabricante. A casa-<strong>de</strong>-<br />
vegetação <strong>de</strong>ve estar coberta com sombrite 70% durante os<br />
primeiros 6 meses e, após esse período, passar para sombrite 50%.<br />
3 BROMÉLIAS<br />
As bromélias têm recebido atenção <strong>de</strong> um número cada vez maior <strong>de</strong><br />
pesquisadores e colecionadores. A importância econômica das bromélias<br />
está na sua crescente utilização em projetos paisagísticos, por causa da<br />
beleza <strong>de</strong> suas flores, resistência e praticida<strong>de</strong> no manuseio, além <strong>de</strong> formar<br />
um micro habitat para diversos grupos <strong>de</strong> organismos.<br />
Durante o ciclo vital, <strong>de</strong> acordo com a espécie e/ou condições<br />
ambientais, a planta floresce e frutifica somente uma vez. Porém, uma vez<br />
coletadas as sementes, consegue-se em curto espaço <strong>de</strong> tempo, com a<br />
9
10<br />
germ<strong>in</strong>ação <strong>in</strong> <strong>vitro</strong>, gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudas, sendo a taxa <strong>de</strong><br />
multiplicação muito superior à obtida <strong>in</strong> vivo.<br />
3.1 Metodologia 1:<br />
Material Vegetal: Sementes maduras<br />
Esterilização: Embrulhar as sementes em um pedaço <strong>de</strong> tecido f<strong>in</strong>o e <strong>de</strong>ixar<br />
por um m<strong>in</strong>uto em álcool 70% e, em seguida, por 20 m<strong>in</strong>utos em hipoclorito<br />
<strong>de</strong> sódio (1,0 a 1,25%). Após esse procedimento, <strong>de</strong>ntro da câmara <strong>de</strong> fluxo<br />
lam<strong>in</strong>ar, realizar a tríplice lavagem em água <strong>de</strong>stilada e esterilizada e, em<br />
seguida, <strong>in</strong>ocular no meio <strong>de</strong> cultura.<br />
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
• Semeadura: <strong>in</strong>ocular as sementes em meio <strong>de</strong> cultura MS, acrescido<br />
<strong>de</strong> 2g/L <strong>de</strong> carvão ativado. Utilizar 6 g/L <strong>de</strong> ágar e ajustar pH para<br />
5,8. O tempo gasto para a germ<strong>in</strong>ação po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> 1 semana a 1<br />
mês, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da espécie, como por exemplo:<br />
Aechmea bromelifolia – 7 dias<br />
Aechmea fasciata – 7 a 10 dias<br />
Alcantarea imperialis – 7 a 10 dias<br />
Neoregelia carol<strong>in</strong>ae – 7 a 10 dias<br />
Nidularium fulgens – 7 a 10 dias<br />
• Após 1 mês, transferir as plântulas para meio <strong>de</strong> multiplicação.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo da espécie, o meio <strong>de</strong> cultura po<strong>de</strong> variar. Existem três<br />
meios alternativos que po<strong>de</strong>m ser utilizados: (1) MS + 2 mg/L <strong>de</strong><br />
AIA + 2 mg/L <strong>de</strong> c<strong>in</strong>et<strong>in</strong>a + 40 mg/L <strong>de</strong> a<strong>de</strong>n<strong>in</strong>a, (2) MS + 0,5 mg/L
<strong>de</strong> ANA + 1 mg/L <strong>de</strong> BAP + 40 mg/L <strong>de</strong> a<strong>de</strong>n<strong>in</strong>a e (3) MS + 1 mg/L<br />
<strong>de</strong> ANA + 1 mg/L <strong>de</strong> BAP + 40 mg/L <strong>de</strong> a<strong>de</strong>n<strong>in</strong>a.<br />
• Após 1 mês, repicar os brotos para meio <strong>de</strong> cultura <strong>de</strong> enraizamento:<br />
MS + 0,1 mg/L <strong>de</strong> ANA, on<strong>de</strong> permanecem por 30 dias e,<br />
posteriormente, as plântulas serão aclimatizadas.<br />
3.2 Metodologia 2:<br />
Material Vegetal: Plantas (caule) após a frutificação.<br />
Esterilização: Lavar a planta em água corrente para a retirada do solo.<br />
Retirar as folhas <strong>de</strong> forma que reste somente o caule. Deixar o caule<br />
mergulhado em solução <strong>de</strong> álcool 70% por 1 m<strong>in</strong>uto, transfer<strong>in</strong>do-o para<br />
solução <strong>de</strong> hipoclorito <strong>de</strong> sódio 1,5% por 20 m<strong>in</strong>utos, sob agitação. Realizar<br />
a tríplice lavagem na câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar em água <strong>de</strong>stilada e<br />
esterilizada.<br />
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
• Utilizando uma lupa, retirar o meristema e <strong>in</strong>ocular em meio <strong>de</strong><br />
cultura MS. Utilizar 6 g/L <strong>de</strong> ágar e ajustar o pH para 5,8.<br />
• Após 40 a 60 dias, transferir o explante para meio <strong>de</strong> cultura MS<br />
acrescido <strong>de</strong> 2,0 mg/L <strong>de</strong> ANA e 2,0 mg/L <strong>de</strong> BAP.<br />
• Após o <strong>de</strong>senvolvimento das plântulas, transferi-las para meio <strong>de</strong><br />
enraizamento: MS + 0,1 mg/L <strong>de</strong> ANA, on<strong>de</strong> permanecerão por 30<br />
dias, sendo, posteriormente, aclimatizadas.<br />
11
12<br />
Aclimatização:<br />
• Lavar as plântulas em água corrente para retirar o excesso <strong>de</strong> meio<br />
<strong>de</strong> cultura.<br />
• Utilizar ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> isopor ou plásticas com o substrato comercial<br />
Plantmax ® e adubar com a formulação NPK 10-5-5, <strong>de</strong> acordo com<br />
recomendação do fabricante.<br />
4 VIOLETA AFRICANA<br />
A violeta-africana (Sa<strong>in</strong>tpaulia ionantha H. Wendl.) é uma espécie<br />
orig<strong>in</strong>ária das montanhas <strong>de</strong> Usambra, no leste da África. É uma espécie<br />
florífera perene e é uma das mais populares plantas <strong>de</strong> <strong>in</strong>terior. É uma planta<br />
herbácea, com folhas ovais, <strong>de</strong> textura aveludada e cor ver<strong>de</strong>-escura, com<br />
flores simples ou dobradas <strong>de</strong> variadas cores.<br />
A violeta é propagada comercialmente por meio <strong>de</strong> estacas <strong>de</strong> folhas<br />
com ou sem pecíolo, ou também por divisão <strong>de</strong> touceiras. Para a <strong>propagação</strong><br />
<strong>in</strong> <strong>vitro</strong>, diversas estruturas da planta po<strong>de</strong>m ser utilizadas como explante,<br />
como limbo foliar, pecíolo, pétalas e anteras.<br />
4.1 Metodologia:<br />
Material Vegetal: Folhas<br />
Esterilização: Retirar as folhas sadias da planta e lavar com <strong>de</strong>tergente em<br />
água corrente. Deixar em álcool 70% por 1 m<strong>in</strong>uto, transfer<strong>in</strong>do-as para<br />
hipoclorito <strong>de</strong> sódio (1 a 1,25%) por 20 m<strong>in</strong>utos. Lavar 3 vezes em água<br />
<strong>de</strong>stilada e esterilizada, em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
• Cortar as bordas das folhas queimadas pela esterilização e as regiões<br />
necrosadas. Cortar as folhas em pedaços <strong>de</strong> 1 x 1cm e <strong>in</strong>ocular em<br />
meio <strong>de</strong> cultura MS acrescido <strong>de</strong> 10 mg/L <strong>de</strong> GA3, 1,0 mg/L <strong>de</strong> BAP<br />
e 0,1 mg/L <strong>de</strong> ANA. Utilizar 6 g/L <strong>de</strong> ágar e ajustar o pH para 5,8.<br />
Ocorrerá regeneração direta após 1 mês <strong>de</strong> cultivo.<br />
• Quando os brotos at<strong>in</strong>girem 1 a 1,5 cm <strong>de</strong> comprimento, <strong>de</strong>ve-se<br />
<strong>in</strong>dividualizá-los e transferi-los para meio MS acrescido <strong>de</strong> 0,5 mg/L<br />
<strong>de</strong> BAP. Repicar para esse meio até obter o número <strong>de</strong> plântulas<br />
<strong>de</strong>sejado.<br />
• Após 1 mês, transferi-los para meio <strong>de</strong> cultura MS 50% sem<br />
reguladores <strong>de</strong> crescimento, para que ocorra o enraizamento. Após<br />
30 dias, as plântulas po<strong>de</strong>m ser aclimatizadas.<br />
Aclimatização:<br />
• Lavar as plântulas em água corrente para retirar o excesso <strong>de</strong> meio<br />
<strong>de</strong> cultura.<br />
• Utilizar ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> isopor ou plásticas com o substrato comercial<br />
Plantmax ® e adubar com a formulação NPK 10-5-5, <strong>de</strong> acordo com<br />
recomendação do fabricante.<br />
5 GLOXÍNIA<br />
A gloxínia (S<strong>in</strong>n<strong>in</strong>gia speciosa) é uma planta ornamental, <strong>de</strong> vaso,<br />
cultivada pela beleza e exoticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas flores. A maioria das <strong>espécies</strong> é<br />
<strong>de</strong> origem brasileira, <strong>de</strong>senvolvendo-se naturalmente nos picos rochosos da<br />
serra do Mar, nos Estados do Paraná, São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro. É uma<br />
13
14<br />
planta herbácea, tuberosa, perene, acaule, <strong>de</strong> folhas carnosas e aveludadas,<br />
flores eretas, simples ou dobradas, em diversas cores ou pontilhadas.<br />
A <strong>propagação</strong> comercial é feita pelas sementes e, por esse método, as<br />
plantas produzem flores após 6 a 7 meses. Além <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong> <strong>propagação</strong>,<br />
o cultivo <strong>in</strong> <strong>vitro</strong> <strong>de</strong> segmentos nodais é utilizado quando se quer clonar uma<br />
planta-matriz ou quando surge um mutante <strong>de</strong> valor comercial.<br />
5.1 Metodologia 1:<br />
Material Vegetal: Sementes<br />
Esterilização: Coletar as sementes já maduras da planta e embrulhá-las em<br />
um pedaço <strong>de</strong> tecido f<strong>in</strong>o e <strong>de</strong>ixar por um m<strong>in</strong>uto em álcool 70% e, em<br />
seguida, por 20 m<strong>in</strong>utos em hipoclorito <strong>de</strong> sódio (1,0 a 1,25%).<br />
Prossegu<strong>in</strong>do, <strong>de</strong>ntro da câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar, realizar a tríplice lavagem<br />
em água <strong>de</strong>stilada e esterilizada e, em seguida, <strong>in</strong>ocular no meio <strong>de</strong> cultura.<br />
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
• Inocular as sementes em meio <strong>de</strong> cultura MS, utilizar 6 g/L <strong>de</strong> ágar e<br />
ajustar pH para 5,8.<br />
• Após at<strong>in</strong>gir 1 a 1,5 cm <strong>de</strong> comprimento, repicar para meio MS<br />
contendo 1,0 mg/L <strong>de</strong> BAP + 2,0 mg/L <strong>de</strong> GA3, permanecendo nesse<br />
meio por 60 dias.<br />
• Transferir as plântulas para meio MS 50% sem reguladores <strong>de</strong><br />
crescimento, para que ocorra o enraizamento. Após 30 dias, segue-se<br />
a etapa <strong>de</strong> aclimatização.
5.2 Metodologia 2:<br />
Material Vegetal: Folhas<br />
Esterilização: Retirar as folhas sadias da planta e lavar com <strong>de</strong>tergente em<br />
água corrente. Deixar em álcool 70% por 1 m<strong>in</strong>uto e transferir para<br />
hipoclorito <strong>de</strong> sódio (1 a 1,25%) por 20 m<strong>in</strong>utos. Lavar 3 vezes em água<br />
<strong>de</strong>stilada e esterilizada, em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
• Cortar as bordas das folhas queimadas pela esterilização e as regiões<br />
necrosadas.<br />
• Cortar as folhas em pedaços <strong>de</strong> 1 x 1 cm e <strong>in</strong>ocular em meio <strong>de</strong><br />
cultura MS acrescido <strong>de</strong> 0,5 mg/L <strong>de</strong> BAP + 2,0 mg/L <strong>de</strong> GA3,<br />
permanecendo nesse meio por 60 dias. Utilizar 6 g/L <strong>de</strong> ágar e<br />
ajustar pH para 5,8.<br />
• Quando os brotos at<strong>in</strong>girem aproximadamente 1,5 cm <strong>de</strong><br />
comprimento, <strong>in</strong>dividualizá-los e colocá-los novamente no meio <strong>de</strong><br />
multiplicação utilizado anteriormente. Os brotos permanecerão nesse<br />
meio por 60 dias. Repicar para esse meio até obter o número <strong>de</strong><br />
plântulas <strong>de</strong>sejado.<br />
• Transferir as plântulas para meio MS 50% sem reguladores <strong>de</strong><br />
crescimento para que ocorra o enraizamento. Após 30 dias, segue-se<br />
a etapa <strong>de</strong> aclimatização.<br />
Aclimatização:<br />
• Lavar as plântulas em água corrente para retirar o excesso <strong>de</strong> meio<br />
<strong>de</strong> cultura.<br />
15
16<br />
• Utilizar ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> isopor ou plásticas com o substrato comercial<br />
Plantmax ® e adubar com a formulação NPK 10-5-5, <strong>de</strong> acordo com<br />
recomendação do fabricante.<br />
6 CRISÂNTEMO<br />
O crisântemo (Dendranthema grandiflorum) é uma das pr<strong>in</strong>cipais<br />
flores no mercado em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas belas <strong>in</strong>florescências, com <strong>in</strong>f<strong>in</strong>ida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> formas e cores, o que faz com que seja uma das mais comercializadas.<br />
Caracteriza-se como planta herbácea ereta. A produção <strong>de</strong> mudas é<br />
uma etapa muito importante no cultivo do crisântemo. Essa ativida<strong>de</strong><br />
representa um dos fatores básicos para o sucesso <strong>de</strong> uma cultura, uma vez<br />
que a formação <strong>in</strong>icial da planta <strong>in</strong>fluencia toda a sua vida produtiva. A<br />
<strong>propagação</strong> <strong>in</strong> <strong>vitro</strong> comercial do crisântemo é realizada pelo cultivo <strong>de</strong><br />
meristemas, gemas ou segmentos nodais.<br />
6.1 Metodologia 1:<br />
Material Vegetal: Meristema ou gema<br />
Esterilização: Retirar da planta os brotos apicais ou os segmentos nodais<br />
que possuem as gemas e <strong>de</strong>ixar por 1 m<strong>in</strong>uto em álcool 70%, transfer<strong>in</strong>do-<br />
os para hipoclorito <strong>de</strong> sódio 1 a 1,25% por 20 m<strong>in</strong>utos. Lavar 3 vezes em<br />
água <strong>de</strong>stilada e esterilizada, em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.
• Utilizando uma lupa, retirar o meristema ou gema e <strong>in</strong>ocular em<br />
meio <strong>de</strong> cultura MS + 2 mg/L <strong>de</strong> GA3 + 0,5 mg/L <strong>de</strong> BAP + 5 mg/L<br />
<strong>de</strong> tiam<strong>in</strong>a + 0,5 mg/L <strong>de</strong> piridox<strong>in</strong>a + 0,5 mg/L <strong>de</strong> ácido nicotínico.<br />
Utilizar 6 g/L <strong>de</strong> ágar e ajustar pH para 5,8. Permanecer no escuro<br />
por 3 dias.<br />
• Após 30 dias, transferir para meio WPM 150% + 4 mg/L <strong>de</strong> BAP.<br />
• Quando os brotos at<strong>in</strong>girem 1 cm <strong>de</strong> comprimento, transferi-los para<br />
meio <strong>de</strong> cultura sem reguladores <strong>de</strong> crescimento, para<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e enraizamento das plântulas. Após essa etapa, as<br />
planta serão aclimatizadas.<br />
6.2 Metodologia 2:<br />
Material Vegetal: segmentos nodais<br />
Esterilização: Retirar da planta segmentos nodais que possuem as gemas e<br />
<strong>de</strong>ixar por 1 m<strong>in</strong>uto em álcool 70% e, em seguida, transferir para hipoclorito<br />
<strong>de</strong> sódio 1 a 1,25% por 20 m<strong>in</strong>utos. Lavar 3 vezes em água <strong>de</strong>stilada e<br />
esterilizada, em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
• Inocular em meio <strong>de</strong> cultura MS 50% acrescido <strong>de</strong> 1,0 mg/L <strong>de</strong><br />
BAP.<br />
• Após 30 dias, repicar as brotações para meio <strong>de</strong> cultura WPM 150%<br />
e 4 mg/L <strong>de</strong> BAP.<br />
• Quando os brotos at<strong>in</strong>girem 1cm <strong>de</strong> comprimento transferí-los para<br />
meio <strong>de</strong> cultura sem reguladores <strong>de</strong> crescimento para o<br />
17
18<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e enraizamento das plântulas. Após essa etapa, as<br />
plantas serão aclimatizadas.<br />
Aclimatização:<br />
• Lavar as plântulas em água corrente para retirar o excesso <strong>de</strong> meio<br />
<strong>de</strong> cultura.<br />
• Utilizar ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> isopor ou plásticas com o substrato comercial<br />
Plantmax ® e adubar com a formulação NPK 10-5-5, <strong>de</strong> acordo com<br />
recomendação do fabricante.<br />
7 ESTRELÍCIA/AVE-DO-PARAÍSO<br />
A estrelícia ( Strelitzia reg<strong>in</strong>ae Ait.) ou ave-do-paraíso é uma planta<br />
ornamental <strong>de</strong> expressivo valor comercial e sua produção <strong>de</strong>sperta especial<br />
<strong>in</strong>teresse no mercado externo.<br />
Essa planta, no entanto, é <strong>de</strong> lento <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong>mandando <strong>de</strong><br />
5 a 7 anos para <strong>in</strong>iciar a produção <strong>de</strong> flores.<br />
É uma planta herbácea rizomatosa, ereta, entouceirada, acaule, da<br />
África do Sul, com folhas firmes e coreáceas.<br />
A <strong>propagação</strong> é feita pela divisão <strong>de</strong> touceiras, resultando em<br />
pequeno número <strong>de</strong> mudas, ou por sementes, as quais apresentam<br />
dormência. Por meio da cultura <strong>de</strong> tecidos, consegue-se germ<strong>in</strong>ar os<br />
embriões retirados das sementes maduras em reduzido tempo; porém, para a<br />
multiplicação <strong>in</strong> <strong>vitro</strong>, a<strong>in</strong>da não houve sucesso.
7.1 Metodologia:<br />
Material Vegetal: Embriões <strong>de</strong> sementes maduras<br />
Esterilização: Após 6 a 7 meses da fecundação, as sementes já estão<br />
maduras e o embrião pronto para germ<strong>in</strong>ar. Retirar as sementes e <strong>de</strong>ixar por<br />
1 m<strong>in</strong>uto em álcool 70% e, posteriormente, em hipoclorito <strong>de</strong> sódio (2 a<br />
2,5%) por 20 m<strong>in</strong>utos. Lavar 3 vezes em água <strong>de</strong>stilada e esterilizada, em<br />
câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
• Retirar os embriões com auxílio <strong>de</strong> lupa e bisturi e <strong>in</strong>oculá-los em<br />
meio <strong>de</strong> cultura MS acrescido <strong>de</strong> 100 mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong> coco ver<strong>de</strong> por<br />
litro <strong>de</strong> solução. A germ<strong>in</strong>ação ocorre <strong>de</strong> 15 a 30 dias após a<br />
<strong>in</strong>oculação.<br />
• Após 60 dias, aclimatizar as plântulas.<br />
Aclimatização:<br />
• Lavar as plântulas em água corrente para retirar o excesso <strong>de</strong> meio<br />
<strong>de</strong> cultura.<br />
• Utilizar ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> isopor ou plásticas com o substrato comercial<br />
Plantmax ® e adubar com a formulação NPK 10-5-5, <strong>de</strong> acordo com<br />
recomendação do fabricante.<br />
8 JATROFA<br />
A jatrofa (Jatropha podagrica) ou batata-do-<strong>in</strong>ferno é uma planta<br />
rústica, resistente a solos áridos; porém, não é resistente a baixas<br />
temperaturas, sendo orig<strong>in</strong>ária da América Central e Antilhas.<br />
19
20<br />
É um arbusto suculento, leitoso, <strong>de</strong> tronco dilatado na base, <strong>de</strong> folhas<br />
recortadas, espessas, coreáceas, <strong>de</strong> cor ver<strong>de</strong>-escura em cima e prateada em<br />
baixo. As flores são pequenas e numerosas, dispostas em <strong>in</strong>florescências<br />
com haste longa e suculenta, <strong>de</strong> coloração vermelha.<br />
A <strong>propagação</strong> é realizada facilmente pelo processo <strong>de</strong> semeadura,<br />
com sementes produzidas a partir <strong>de</strong> frutos suculentos. O cultivo <strong>in</strong> <strong>vitro</strong><br />
proporciona rápida germ<strong>in</strong>ação dos embriões, possibilitando a organização<br />
<strong>de</strong> lotes pela seleção <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> mesmo tamanho.<br />
8.1 Metodologia:<br />
Material Vegetal: Embriões <strong>de</strong> sementes maduras<br />
Esterilização: Retirar as sementes e <strong>de</strong>ixar por 1 m<strong>in</strong>uto em álcool 70% e,<br />
posteriormente, em hipoclorito <strong>de</strong> sódio (2 a 2,5%) por 20 m<strong>in</strong>utos. Lavar 3<br />
vezes em água <strong>de</strong>stilada e esterilizada, em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
• Retirar os embriões com auxílio <strong>de</strong> lupa e bisturi e <strong>in</strong>oculá-los em<br />
meio <strong>de</strong> cultura MS. A germ<strong>in</strong>ação ocorre 5 dias após <strong>in</strong>oculação.<br />
• Após at<strong>in</strong>girem 3 cm <strong>de</strong> comprimento, aclimatizar as plântulas.<br />
Aclimatização:<br />
• Lavar as plântulas em água corrente para retirar o excesso <strong>de</strong> meio<br />
<strong>de</strong> cultura.<br />
• Utilizar ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> isopor ou plásticas com o substrato comercial<br />
Plantmax ® e adubar com a formulação NPK 10-5-5, <strong>de</strong> acordo com<br />
recomendação do fabricante.
9 CACTOS<br />
A família Cactaceae apresenta-se <strong>de</strong> forma diversa e contém muitas<br />
<strong>espécies</strong> <strong>ornamentais</strong>. Os cactos são nativos do norte e sul da América, do<br />
Canadá ao Chile, e o México têm a mais rica diversida<strong>de</strong> entre as regiões<br />
áridas <strong>de</strong>sses cont<strong>in</strong>entes.<br />
É propagado por sementes ou por <strong>in</strong>dividualização das brotações<br />
laterais. Porém, os métodos convencionais <strong>de</strong> <strong>propagação</strong> são, geralmente,<br />
<strong>in</strong>a<strong>de</strong>quados, a fim <strong>de</strong> at<strong>in</strong>gir a <strong>de</strong>manda comercial, uma vez que alguns<br />
cactos exibem baixa taxa <strong>de</strong> germ<strong>in</strong>ação e <strong>de</strong> crescimento ou baixa taxa <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> brotações laterais. A cultura <strong>de</strong> tecidos proporciona, em<br />
curto espaço <strong>de</strong> tempo, gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> novas plantas sadias e, além<br />
disso, é uma forma <strong>de</strong> propagar as <strong>espécies</strong> que estão em ext<strong>in</strong>ção e já<br />
at<strong>in</strong>gem 25% <strong>de</strong> todos os cactos existentes.<br />
9.1 Metodologia:<br />
Material Vegetal: Sementes maduras<br />
Esterilização: Embrulhar as sementes em um pedaço <strong>de</strong> tecido f<strong>in</strong>o e <strong>de</strong>ixar<br />
por um m<strong>in</strong>uto em álcool 70% e, posteriormente, por 20 m<strong>in</strong>utos em<br />
hipoclorito <strong>de</strong> sódio (1,0 a 1,25%). Prossegu<strong>in</strong>do, <strong>de</strong>ntro da câmara <strong>de</strong> fluxo<br />
lam<strong>in</strong>ar, realizar a tríplice lavagem em água <strong>de</strong>stilada e esterilizada e, em<br />
seguida, <strong>in</strong>ocular no meio <strong>de</strong> cultura.<br />
Inoculação: Em câmara <strong>de</strong> fluxo lam<strong>in</strong>ar.<br />
• Semeadura: <strong>in</strong>ocular as sementes em meio <strong>de</strong> cultura MS.<br />
21
22<br />
• Após germ<strong>in</strong>adas, transferir para meio <strong>de</strong> multiplicação, que varia<br />
conforme a espécie.<br />
AIA<br />
Epithelantha micromeris var. bokei: MS + 5mg/L <strong>de</strong> 2iP<br />
Escobaria m<strong>in</strong>ima: MS + 1mg/L <strong>de</strong> BAP + 0,05mg/L <strong>de</strong> ANA<br />
Mammillaria pect<strong>in</strong>ifera: MS + 5mg/L <strong>de</strong> 2iP<br />
Pediocactus parad<strong>in</strong>ei: MS + 10mg/l <strong>de</strong> 2iP + 1mg/L <strong>de</strong> AIB<br />
Opuntia arenaria Engelm.: MS + 4mg/L <strong>de</strong> c<strong>in</strong>et<strong>in</strong>a + 2mg/L <strong>de</strong><br />
• Após a multiplicação, transferir para meio <strong>de</strong> cultura sem<br />
reguladores <strong>de</strong> crescimento, para que ocorra o enraizamento.<br />
Aclimatização:<br />
• Lavar as plântulas em água corrente para retirar o excesso <strong>de</strong> meio<br />
<strong>de</strong> cultura.<br />
• Utilizar ban<strong>de</strong>jas <strong>de</strong> isopor ou plásticas contendo areia + solo +<br />
Plantmax ® na proporção 2:1:1. Adubar com a formulação NPK 10-<br />
5-5, <strong>de</strong> acordo com recomendação do fabricante.
Tabela 1: Composição básica dos meios <strong>de</strong> cultura MS, WPM e Knudson.<br />
Componentes<br />
MS<br />
(mg/L)<br />
WPM<br />
(mg/L)<br />
KNUDSON*<br />
(mg/L)<br />
Macronutrientes:<br />
CaCl2. 2H2O 440 96 -<br />
Ca(NO3)2. 4H2O - 556 1000<br />
KH2PO4 170 170 250<br />
KNO3 1900 - -<br />
K2SO4 - 990 -<br />
MgSO4. 7H2O 370 370 250<br />
NH4NO3 1650 400 -<br />
(NH4)2SO4 - - 500<br />
Micronutrientes:<br />
CoCl2. 6H2O 0,025 - -<br />
CuSO4. 5H2O 0,025 0,25 0,040<br />
H3BO3 6,2 6,2 0,056<br />
KI 0,83 - -<br />
MnSO4. 4H2O 22,3 22,3 7,5<br />
Na2MoO4. 2H2O 0,25 0,25 0,016<br />
ZnSO4. 7H2O 8,6 8,6 0,331<br />
FeEDTA:<br />
FeSO4. 7H2O 27,8 27,8 25<br />
Na2EDTA. 2H2O 37,2 37,2 -<br />
Orgânicos:<br />
Ácido nicotínico 0,5 0,5 -<br />
Glic<strong>in</strong>a 2,0 - -<br />
Mio-<strong>in</strong>ositol 100 100 -<br />
Piridox<strong>in</strong>a - HCl 0,5 0,5 -<br />
Tiam<strong>in</strong>a - HCl 0,5 1,0 -<br />
Sacarose (g/L) 30 20 20<br />
Fonte: Murashige e Skoog (1962), Lloyd e McCown (1980), Arditti e Ernst (1993).<br />
* Modificado por Arditti e Ernst, 1993.<br />
23
24<br />
10 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA<br />
ARDITTI, J.; ERNST, R. Micropropagation of orchids. New York: John<br />
Wiley, 1993. Cap. 3, p. 87-607.<br />
GRATTAPAGLIA, D.; MACHADO, M. A. Micro<strong>propagação</strong>. In:<br />
TORRES, A.; CALDAS, L. S.; BUSO, J. A. (Ed.). Cultura <strong>de</strong> tecidos e<br />
transformação genética <strong>de</strong> plantas. Brasília-DF: EMBRAPA, 1998. v. 1,<br />
p. 183-260.<br />
HUBSTENBERGER, J. F.; CLAYTON, P. W.; PHILLIPS, G. C.<br />
Micropropagation of cacti (Cactaceae). In: BAJAJ, Y. P. S. (Ed.). High-<br />
tech and micropropagation IV. Berl<strong>in</strong>: Spr<strong>in</strong>g Verlag, 1992. p. 49-68.<br />
(Biotechnology <strong>in</strong> agriculture and forestry, 20)<br />
LLOYD, G.; McCOWN, B. Use of microculture for production and<br />
improvement of Rhodo<strong>de</strong>ndron spp. HortScience, Alexandria, v. 15, p. 416,<br />
1980. (Abst., 321).<br />
MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and<br />
biossays with tabacco tissue culture. Physiologia plantarum, Copenhagen,<br />
v. 15, n. 3, p. 473-97, 1962.<br />
TOMBOLATO, A. F. C.; COSTA, A. M. M. Micro<strong>propagação</strong> <strong>de</strong> plantas<br />
<strong>ornamentais</strong>. Camp<strong>in</strong>as: IAC, 1998. 72 p. (IAC. Boletim Técnico, 174).