12.05.2013 Views

Ana Rita Santigo da Silva - texto.pdf - RI UFBA - Universidade ...

Ana Rita Santigo da Silva - texto.pdf - RI UFBA - Universidade ...

Ana Rita Santigo da Silva - texto.pdf - RI UFBA - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

o significado <strong>da</strong>quilo que as pessoas realizam e para as interpretações que fazem <strong>da</strong>s<br />

ações umas <strong>da</strong>s outras, e não apenas para o que elas executam.<br />

Assim, foi interesse do estudo a interpretação de significados que oito escritoras<br />

negras baianas dão a suas estratégias de escrita, produção, divulgação de suas obras e<br />

aos seus repertórios identitários. Neste sentido, a análise <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> textuali<strong>da</strong>de<br />

literária para elas foi um dos desafios do estudo, porque, como sugere Geertz, o<br />

pesquisador empenha-se em explicar as explicações, já que nos segmentos sociais já<br />

circulam suas próprias interpretações sobre o vivido. Tal entendimento efetivou-se<br />

através <strong>da</strong> interpretação de interpretações, ou seja, de explicações de construções que<br />

os sujeitos <strong>da</strong> pesquisa fazem acerca de si e dos seus <strong>texto</strong>s literários.<br />

Para tanto, foi ain<strong>da</strong> necessária a leitura crítica-biográfica, associa<strong>da</strong> àquela<br />

descritiva e interpretativa, para compreender a escrita dos sujeitos <strong>da</strong> pesquisa, uma vez<br />

que na literatura, por elas produzi<strong>da</strong>s, confluem histórias pessoais e coletivas e temas<br />

socais e transparecem desejos, sofrimentos, culturas, percalços, experiências, cotidianos,<br />

tradições, memórias e sonhos. A leitura crítica-biográfica, como explicou Enei<strong>da</strong> Maria<br />

de Souza, oportuniza ler os <strong>texto</strong>s considerando o eu autoral e o eu ficcional. Para ela,<br />

21<br />

Os limites provocados pela leitura de natureza textual, cujo foco se reduz à<br />

matéria literária e à sua especifici<strong>da</strong>de, são equacionados em favor do<br />

exercício de ficcionalização <strong>da</strong> crítica, no qual o próprio sujeito se inscreve<br />

como ator no discurso e personagem de uma narrativa em construção [...]<br />

(SOUZA, 2002, p. 105)<br />

Destarte, elaborar o estudo, sem dúvi<strong>da</strong>, se configurou como (re) construções de<br />

significados, trilhando por vários caminhos. Ir e voltar. Descrever e interpretar.<br />

Começar e recomeçar. Falar e ouvir. Ver e, por vezes, apenas ouvir. Parar e continuar<br />

foram movimentos constantes <strong>da</strong> estra<strong>da</strong>. Previsões me motivaram a prosseguir o<br />

caminho e favoreceram a mobili<strong>da</strong>de, entretanto não asseguraram suficientemente o<br />

delineamento <strong>da</strong>s vias e de suas curvas. Mas, afinal, não é essa uma <strong>da</strong>s marcas <strong>da</strong><br />

pesquisa? Diante de tal dinamismo, como podemos defini-la?<br />

Ao conceito de pesquisa vêm sendo atribuídos variados significados e<br />

aplicações. Como já se sabe, o ato de pesquisar transcende a consulta e o acesso aos<br />

<strong>da</strong>dos e informações. Manuel Jacinto Sarmento sugere o diálogo como um dos<br />

postulados <strong>da</strong> investigação científica que garante outras dimensões <strong>da</strong> ação de tecer um<br />

estudo. Para ele,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!