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Ana Rita Santigo da Silva - texto.pdf - RI UFBA - Universidade ...

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historiador Pierre Nora (1997), em seu estudo sobre memória e história, que espaços de<br />

memórias deixam de ser tão somente os lugares hegemônicos, tais como museus,<br />

bibliotecas, arquivos, institutos, parques, memoriais etc.<br />

225<br />

São instâncias de memórias também, para esse pesquisador, os cheiros, os<br />

objetos, os sentimentos, o pala<strong>da</strong>r, os símbolos, as cores, as formas, dentre outros, como<br />

se apresentam nos <strong>texto</strong>s literários citados acima. As pessoas-memórias, os arquivistas,<br />

como o Griot, do poema Ecos do passado, de Fátima Trinchão, se constituem como<br />

diferentes lugares de construção de memórias arquivistas, e os Arquivos vivos <strong>da</strong>s<br />

socie<strong>da</strong>des de tradição oral, aquelas pessoas que Hampaté Bâ (1997) designou de<br />

Memória/Tradição viva e grupos que recriam memórias através <strong>da</strong> orali<strong>da</strong>de, ampliando<br />

os espaços de memórias.<br />

Michael Pollak (1997), em seu estudo sobre memória coletiva, alarga ain<strong>da</strong> mais<br />

a varie<strong>da</strong>de de possibili<strong>da</strong>des de estruturação <strong>da</strong> memória, ao salientar a importância<br />

dos diferentes pontos de referência que a estruturam, apontados por Maurice Halbwachs<br />

(2006), ao tratar sobre memória coletiva. Pollak inclui outros lugares de memórias, a<br />

saber, os monumentos, o patrimônio arquitetônico e seu estilo, as paisagens, as <strong>da</strong>tas e<br />

personagens históricas, as tradições e costumes, certas regras de interação, o folclore, a<br />

música e as tradições culinárias.<br />

Em sua análise <strong>da</strong> memória coletiva, Maurice Halbwachs enfatiza a força<br />

dos diferentes pontos de referência que estruturam nossa memória e que a<br />

inserem na memória <strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong>de a que pertencemos. Entre eles incluemse<br />

evidentemente os monumentos, esses lugares <strong>da</strong> memória analisados por<br />

Pierre Nora, o patrimônio arquitetônico e seu estilo, que nos acompanham<br />

por to<strong>da</strong> a nossa vi<strong>da</strong>, as paisagens, as <strong>da</strong>tas e personagens históricas de cuja<br />

importância somos incessantemente relembrados, as tradições e costumes,<br />

certas regras de interação, o folclore e a música, e, por que não, as tradições<br />

culinárias. (POLLAK, 1989, p. 3)<br />

Os lugares de memórias, então, não são apenas aqueles materiais já consagrados<br />

como arquivos, documentos etc mas, igualmente, são os espaços imateriais, citados por<br />

Pierre Nora (1997), tais como as socie<strong>da</strong>des-memórias (igreja, Estado, família, etnias,<br />

grupos, comuni<strong>da</strong>des, associações, organizações etc); as ideologias-memória, as<br />

memórias individuais (aniversários, por exemplo), as vivências pessoais, dentre outras,<br />

em que o eu e o nós entrecruzam-se.<br />

O breve conto Terreiro <strong>da</strong> gente, de Mel Adún, narra, apresentando espaço e<br />

momento de memórias, o instante do encontro, pelo olhar, entre a narradora<br />

personagem, sem nome, e Odé, outro personagem <strong>da</strong> história.

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