12.05.2013 Views

Ana Rita Santigo da Silva - texto.pdf - RI UFBA - Universidade ...

Ana Rita Santigo da Silva - texto.pdf - RI UFBA - Universidade ...

Ana Rita Santigo da Silva - texto.pdf - RI UFBA - Universidade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Perfumes e ervas para lavar<br />

Do Pai Maior a mansão,<br />

Numa doce expressão de alegria,<br />

De fé e gratidão<br />

À bon<strong>da</strong>de, à paz, ao amor<br />

Que de ti emanam<br />

Ó Pai,<br />

Cuja fonte de luz<br />

Não se esgota,<br />

Mil sóis<br />

Pulsando em Vós;<br />

Cujo amor infinito<br />

Como as incontáveis estrelas do céu,<br />

Cuja bon<strong>da</strong>de alcança<br />

<strong>da</strong> terra os seus pontos cardeais,<br />

Abençoando os vossos filhos,<br />

Estendendo-lhes a mão<br />

Nas agruras e aprendizados <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Atemporal,<br />

Infinito,<br />

Supremo,<br />

Pleno de graças e virtudes<br />

A ti louvar<br />

E agradecer viemos.<br />

Pai Oxalá,<br />

Epa Baba! (T<strong>RI</strong>NCHÃO, 2009)<br />

211<br />

O ambiente descrito no poema mais parece aquele <strong>da</strong> Lavagem do Bonfim, a<br />

qual compõe as festivi<strong>da</strong>des do catolicismo popular consagra<strong>da</strong>s ao Nosso Senhor do<br />

Bonfim, em Salvador-BA, com bastantes participantes de adeptos/as de religiões<br />

afrobrasileiras, e menos com aqueles de práticas religiosas de matriz africana, onde<br />

Osalà é venerado. Menos ain<strong>da</strong>, se justapõe às Águas de Osalà, – uma cerimônia<br />

religiosa realiza<strong>da</strong> em algumas comuni<strong>da</strong>des de candomblé. De todo modo, a reverência<br />

a um Deus africano, destina<strong>da</strong> pela voz poética, sugere características que se aproximam<br />

<strong>da</strong>quelas que nutrem as relações entre o Orisà e os/as fiéis de comuni<strong>da</strong>des religiosas de<br />

origem africana.<br />

No poema Odo Yá, também de Fátima Trinchão, uma voz canta os encantos de<br />

Iemanjá, Senhora do reino e <strong>da</strong>s águas do mar e de tantos outros nomes. Os versos<br />

constroem uma narrativa poética de cenas que lhe homenageiam, destinando-lhe<br />

sau<strong>da</strong>ções e oferen<strong>da</strong>s.<br />

O galo cantou,<br />

O seu primeiro canto.<br />

É hora!<br />

Daqui a pouco no horizonte,<br />

O sol se levantará,<br />

E sua luz se ampliará por todo o firmamento.<br />

Com seus balaios e oferen<strong>da</strong>s,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!