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90 I 91 250 Maiores Empresas do Distrito de Leiria nPEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS O GRANDE MUNDO DAS PME PUB “Nano mini micro médias e pequenas empresas”. Foi desta forma divertida que o mais recente fenómeno humorístico nacional, Gato Fedorento, brincou, no programa “Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios”, com a mania dos políticos usarem constantemente nos seus discursos a expressão “Pequenas e Médias Empresas” (PME). Brincadeiras à parte, esta é, porém, uma moda com razão de ser, já que as PME são a essência do tecido empresarial português. Segundo o estudo “Sobre as PME em Portugal”, realizado em 2008 pela Direcção de Planeamento e Estudos do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAP- MEI) “uma característica comum às economias europeias é o facto de as PME se assumirem como um pilar das suas estruturas empresariais. E Portugal não constitui excepção à regra”. Esta categoria de empresas (ver caixa “Como se define uma PME) corresponde a 99,6% do número de DR sociedades existentes no país, criando 75% do emprego privado, e realizando mais de metade do volume de negócios total do país. Em números redondos, isto significa que têm sede em Portugal cerca de 297 mil micro, pequenas e médias empresas, as quais geram 2,1 milhões de postos de trabalho e uma facturação que ronda os 170 mil milhões de euros. E agora, ainda pensa que são insignificantes? Em contrapartida, as grandes empresas – aquelas que têm mais de 250 funcionários e facturam acima dos 50 milhões de euros – representam apenas 0,4% do número de sociedades registadas, mas empregam cerca de 24,8% da população activa e geram 43,6% das receitas totais. Ainda assim, as PME assumem um papel fundamental no teatro empresarial, quer ao nível do emprego quer ao nível do empreendedorismo. Dentro deste grupo, as micro e pequenas empresas - as que têm menos de 50 trabalhadores e vendem menos de 10 milhões de euros - são as estrelas da companhia. Esta classe representa 97,3% do total de PME, e são responsáveis por 1,5 milhões de empregos e 106 mil milhões de euros de vendas. PME COM UM PESO CRESCENTE Este protagonismo não é recente, já que a estrutura empresarial nacional sempre foi assim, mas estas empresas estão a assumir uma importância cada vez maior. Não é difícil de perceber, já que há cada vez mais empreendedores, que através do recurso às suas poupanças, ao crédito bancário, muito facilitado nos últimos anos, e aos apoios estatais, abrem o seu próprio negócio. Restaurantes, cafés, pequenas lojas e pequenos negócios, todos se incluem nesta categoria. Aliás, os sectores onde mais existem PME são os do turismo, do comércio e dos serviços, em que mais de 99% das empresas são desta dimensão. Também o aumento do desemprego empurra a mão-de-obra activa para a criação do seu próprio posto de trabalho. O estudo do IAPMEI verificou ainda que o número de PME aumentou a um ritmo de 7% ao ano, entre 2000 e 2005, o período em análise, enquanto que o de grandes empresas apenas cresceu 1,1%. As PME conseguiram, assim, assegurar um crescimento anual de 4,2% do emprego e 5,4% na facturação. Um outro resultado curioso foi a progressiva redução da dimensão média destas empresas. “Efectivamente, se em 2000 cada empresa empregava, em média, 10,9 trabalhadores, em 2002 esse número baixou para 10 e em 2005 para 9,3. Paralelamente, o volume de negócios médio realizado por cada empresa tem seguido a mesma tendência – dos 1.292 mil euros facturados em 2000 caiu-se para os 1.032 em 2002 e para os 1.013 em 2005 (valores reais, a preços de 2005”, refere o mesmo research. Ou seja, a tendência é para que as empresas nacionais laborem com menos pessoas ao seu serviço, gerando também
menos negócio. Situação esta que não é partilhada pelas grandes empresas, que têm vindo a aumentar a sua dimensão média, quer em número de trabalhadores, quer em volume de negócios. PME TAMBÉM SÃO INOVADORAS Reconhecendo a necessidade de identificar as melhores empresas nacionais, o IAPMEI elabora anualmente uma lista, a que chama de PME Líder. Para pertencer ao rol, a sociedade tem de estar certificada como PME, ter uma estratégia de crescimento competitiva e possuir uma boa notação de risco pelos bancos protocolados (BES, BPI, Caixa Geral de Depósitos, Santander Totta e MillenniumBCP). É desta lista que são seleccionadas as PME Excelência – este ano foram distinguidas 375 sociedades de vários sectores de actividade, sendo que o distrito de Leiria conseguiu ter 31 empresas presentes, a quarta melhor posição a nível nacional. Só Lisboa, Porto e Aveiro conseguiram captar maior número de sociedades. Segundo o IAPMEI, este grupo absorve cada vez mais a necessidade de apostar na inovação, na in- vestigação e no desenvolvimento. Por isso são várias as companhias que optaram por constituir núcleos ou departamentos específicos para estas questões. “Entre as PME Líder, são já 21,7% aquelas que incluíram na sua organização um departamento desta natureza, o que é revelador da forma como as mesmas estão a encarar a inovação e o seu papel no desenvolvimento da empresa”, revela o Observatório PME Líder 2008. Mas, independentemente de terem uma organização formal ou não, a maioria tem alguma actividade de inovação, com colaboradores afectos à mesma. Em metade das empresas, estes representam cerca de 3,3% do número total de colaboradores, mas este número chega a atingir os 50% nas empresas mais inovadoras. Desta lista, que atinge mais de duas mil empresas, a inovação de produto é uma das vertentes mais importantes. Cerca de metade das sociedades lançou produtos tecnologicamente novos, ou melhorados, relativamente à sua oferta anterior. Isto representa já um avanço em matéria de inovação nas PME. ■ Helena Carlos PUB
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