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08 I 09 250 Maiores Empresas do Distrito de Leiria ENTREVISTA Vieira da Silva mento, nomeadamente, as políticas das linhas de crédito, no sentido de elas chegarem o mais longe possível. A dificuldade de crédito é um dos problemas principais da nossa economia. Há que assegurar a transparência na forma como essas linhas funcionam e há que assegurar uma forte ligação dessas linhas de crédito às necessidades reais das PME. É dessa forma, privilegiando sectores, privilegiando segmentos, com aplicação aos problemas reais, que elas ganharão a sua máxima eficácia. Ainda no que toca às PME, o programa do Governo propõe actuar na redução da procura – externa e interna –, dificuldades de tesouraria, acesso ao financiamento e baixo nível de capitais próprios. Aponte, sinteticamente, algumas medidas concretas com que as empresas poderão contar neste contexto. O Governo lançou e vai lançar essas medidas à modernização das PME. Facilitando a capitalização, facilitando a concentração de empresas, facilitando o PAULO ALEXANDRE COELHO/DIÁRIO ECONÓMICO acesso aos mercados externos, nomeadamente, através de uma maior proximidade entre os institutos públicos e as empresas públicas que trabalham nesta área – o IAPMEI, a AICEP – e as empresas, para que elas mais rapidamente possam ver resolvidos os seus problemas. A terceira medida apontada visa a internacionalização da economia. Que medidas serão adoptadas neste sentido, nomeadamente, as direccionadas mais directamente para as empresas? Cito, a título de exemplo, três dimensões fundamentais para o reforço da internacionalização da economia e três exemplos principalmente direccionados para as PME. A criação das Lojas do IAPMEI voltadas para o apoio à exportação, em todo o território do país, para que as PME tenham uma porta de acesso aos apoios à exportação mais próxima de si próprias. A segunda, o reforço do programa INOV Export, que se destina a apoiar a colocação de técnicos, nomeadamente jovens, preparados para o apoio a comercialização de produtos, ao fomento da exportação, em PME. Esse será um programa que se irá iniciar desde O espírito empreendedor é uma característica de uma boa parte desta região e ele constitui o principal veículo para a promoção da inovação. já. Por outro lado, todo o apoio que está previsto no que diz respeito à promoção das empresas nos mercados externos, com a participação em diversos eventos e com o envolvimento dos serviços públicos e das associações empresariais nessa promoção. Factores como a criatividade e a inovação são tidos como fundamentais para o desenvolvimento económico. Como caracteriza as empresas da região de Leiria a este nível e qual considera ser o papel do Estado neste contexto? A região de Leiria tem uma tradição de empreendedorismo que a destaca como uma das regiões onde o potencial de crescimento das exportações é mais significativo. Já existem diversos segmentos da indústria que estão ligados aos mercados externos e existem PME com uma elevada capacidade de inovação e de desenvolvimento. O espírito empreendedor é uma característica de uma boa parte desta região e ele constitui o principal veículo para a promoção da inovação. O papel do Estado deve ser o de ajudar essa
inovação. Investindo na ciência, na tecnologia e colocando esse investimento ao serviço das empresas. Como referi anteriormente, a colocação de quadros nas PME é um factor decisivo para o seu progresso na inovação. O economista Hernâni Lopes afirmou recentemente que em termos macro, Portugal vai sair mais devagar e com mais dificuldades da crise relativamente a outros países, e em matéria de emprego e questões sociais não existe nenhuma recuperação à vista. Como comenta? Não partilho dessa opinião pessimista. Aliás, basta ver a capacidade de resposta dos portugueses em situações de maior dificuldade. Aliás, as previsões de que Portugal iria ter uma crise mais profunda e mais longa que outros países são previsões que a realidade se está a encarregar de desmentir. O crescimento económico em Portugal começou mais cedo e mais forte do que na maioria das economias europeias. Acredito que com o aprofundamento da internacionalização, com o reforço do papel do QREN, com o reforço do investimento público e privado, podemos acentuar esse dinamismo e poderemos – é certo que com dificuldades – mas poderemos fazer com que Há que assegurar a transparência na forma como as linhas de crédito funcionam e há que assegurar uma forte ligação às necessidades reais das PME. Portugal saia desta crise em melhores condições para recuperar a convergência com as economias mais desenvolvidas. A gestão dos fundos comunitários, através do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), passa para a tutela directa e exclusiva do Ministério da Economia. Qual a principal vantagem e as três preocupações base neste contexto? A principal vantagem prende-se com uma maior centralização da sua gestão, associada à moderniza- ▼ ▼ ▼ PUB
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