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16 I 17<br />

250 Maiores<br />

Empresas do<br />

Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />

OPINIÃO<br />

José Manuel dos Santos*<br />

CRIATIVIDADE<br />

OU ESPERTEZA?<br />

* Chief Divergent<br />

Officer, Diverge<br />

Design S.A.<br />

fFaçamos um teste: Uma fila enorme com muitos<br />

carros, com vias fluidas à esquerda ou à direita,<br />

você na fila calmamente há 20 minutos e<br />

mesmo quando se inicia o risco contínuo, um carro<br />

mete-se à sua frente com ou sem pisca. Isso para<br />

si é ser criativo ou espertalhão? Se respon<strong>de</strong>u<br />

criativo, não estamos <strong>de</strong> acordo sobre a <strong>de</strong>finição<br />

do termo. Se você acha que, para se ser um bom<br />

empresário é mais importante ser-se espertalhão<br />

que criativo, não estamos <strong>de</strong> acordo sobre o que é<br />

um bom empresário.<br />

Eu acho que Portugal está cheio <strong>de</strong> gente que<br />

confun<strong>de</strong> esperteza com criativida<strong>de</strong>. E <strong>de</strong> gente<br />

passiva que aceita este tipo <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s. Isto<br />

aplica-se a todos os modos <strong>de</strong> vida, mas quando<br />

se trata <strong>de</strong> empresários, o assunto ganha outras<br />

proporções. Isto porque quando se precisa construir<br />

uma empresa, gerir um projecto, fazer a empresa<br />

crescer ou até mesmo reestruturá-la, a<br />

criativida<strong>de</strong> e a esperteza po<strong>de</strong>m ter resultados<br />

DR<br />

muito diferentes. Principalmente a médio e longo<br />

prazo.<br />

Para mim a criativida<strong>de</strong> é uma extensão da inteligência,<br />

e a verda<strong>de</strong>ira inteligência é sempre estrutural,<br />

ampla e generosa. Sempre <strong>de</strong>fendi a<br />

criativida<strong>de</strong> como elemento fundamental da gestão.<br />

Os melhores gestores assim o comprovam, e<br />

quando essa criativida<strong>de</strong> é natural e explícita, ela<br />

vê-se e sente-se na totalida<strong>de</strong> da empresa, tornase<br />

um modo <strong>de</strong> vida dos empresários e das empresas.<br />

O problema é que sempre que falamos <strong>de</strong><br />

criativida<strong>de</strong> alguém assume como algo contraditório<br />

a actos próprios <strong>de</strong> gestão, a ter os “pés na<br />

terra”. Mesmo agora quando já é aceite que a criativida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> ser ensinada e treinada, continua a<br />

existir um medo da criativida<strong>de</strong> sem rumo, <strong>de</strong>scontrolada.<br />

Numa formação recente com a presença<br />

<strong>de</strong> um especialista da reputada IMD (Suíça),<br />

quem estava presente enten<strong>de</strong>u que mesmo<br />

numa empresa criativa por natureza e on<strong>de</strong> aparentemente<br />

o processo criativo é caótico, existem<br />

estruturas, mecanismos, controlo, responsabilida<strong>de</strong>s,<br />

gestão, resultados. Mas tudo isto difere daquilo<br />

que muitos empresários assumem como<br />

sendo a <strong>de</strong>finição dos termos citados.<br />

Sempre me queixei que empresários fossem<br />

educados e formados sem conhecimento e experiencia<br />

daquilo que agora se apelida <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />

thinking, ou seja, os fundamentos da prática <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sign. Também é um facto que os <strong>de</strong>signers continuam<br />

a ser formados sem entendimento do contexto<br />

económico e industrial on<strong>de</strong> vão operar, mas<br />

os casos empresariais mais bem sucedidos no<br />

mercado resultam <strong>de</strong> empresários criativos e <strong>de</strong>signers<br />

com noções <strong>de</strong> gestão, associados temporariamente<br />

ou <strong>de</strong> forma mais sustentada, <strong>de</strong> forma<br />

inteligente, partilhando o risco e o sucesso.<br />

“A inovação resume-se a uma série <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s<br />

divergentes e <strong>de</strong>pois convergentes – um<br />

conceito muito simples, mas um que muitos lí<strong>de</strong>res<br />

experientes na gestão <strong>de</strong> processos têm dificulda<strong>de</strong>.<br />

Por “divergência” queremos dizer a<br />

disposição para explorar coisas que parecem<br />

estar longe <strong>de</strong> on<strong>de</strong> está o seu negócio hoje. O<br />

<strong>de</strong>sconforto que muitos empresários têm com a<br />

inovação é com a divergência. Eles acham que a<br />

divergência vai durar para sempre e que não<br />

serão capazes <strong>de</strong> se focar em algo que faça sentido<br />

do ponto <strong>de</strong> vista do negócio. Eu acho que é aí<br />

que muitos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> negócio têm historicamente<br />

problemas no que toca aos seus <strong>de</strong>partamentos<br />

<strong>de</strong> inovação internos: eles têm a<br />

sensação que as suas áreas estão sempre a divergir.<br />

Se enten<strong>de</strong>rem que a convergência vem a<br />

seguir à divergência e que é muito difícil convergir<br />

sem antes divergir, talvez isto lhes traga algum<br />

conforto.” Tim Brown, CEO of IDEO. ■

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