Descarregar PDF - Jornal de Leiria
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Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Apoio:<br />
Esta revista faz parte integrante da edição 1324 do JORNAL DE LEIRIA, <strong>de</strong> 26.11.2009, e da edição 7179 do PÚBLICO, <strong>de</strong> 28.11.2009<br />
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06 ENTREVISTA A VIEIRA DA SILVA,<br />
MINISTRO DA ECONOMIA<br />
12 O EMPRESÁRIO É UM ARTISTA<br />
20 PORTUGAL SOBE NO RANKING<br />
DA INOVAÇÃO<br />
22 DISTRITO DE LEIRIA É O TERCEIRO<br />
COM MAIS PEDIDOS DE INVENÇÕES<br />
24 EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
46 INCUBADORAS DE EMPRESAS-<br />
EMPREENDEDORISMO<br />
64 COMO SE PREPARAM AS EMPRESAS<br />
PARA O FUTURO<br />
76 FORMAÇÃO DOS NOVOS GESTORES<br />
84 EDUCAR PARA A CRIATIVIDADE<br />
100 ANÁLISE DAS 50 MAIORES<br />
EXPORTADORAS DO DISTRITO<br />
104 ANÁLISE DAS 250 MAIORES<br />
EMPRESAS DO DISTRITO<br />
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FICHA TÉCNICA<br />
EDIÇÃO JORLIS / EDIÇÕES E PUBLICAÇÕES, LDA.<br />
Director José Ribeiro Vieira . Coor<strong>de</strong>nação Lur<strong>de</strong>s Trinda<strong>de</strong> . Redacção Célia Marques, Helena<br />
Carlos, Helena Silva, Jacinta Romão, Jacinto Silva Duro . Serviços comerciais Rui Pereira (Coor<strong>de</strong>nação),<br />
Andreia Antunes, Élia Ramalho, Luís Clemente, Lur<strong>de</strong>s Trinda<strong>de</strong> . Projecto Gráfico<br />
Paulo.dg@gmail.com. Paginação Isilda Trinda<strong>de</strong> e Rita Carlos . Impressão Miran<strong>de</strong>la, SA . Tiragem<br />
100.000 exemplares . N.ª <strong>de</strong> Registo 109980 . Depósito Legal n.º 5628/84 . Distribuição <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> - 26 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2009 e Público, 28 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2009<br />
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EDITORIAL<br />
eEsta Revista, <strong>de</strong>dicada à activida<strong>de</strong> económica<br />
do distrito e em particular às 250 maiores empresas<br />
que nele resi<strong>de</strong>m, <strong>de</strong>u particular incidência à Inovação<br />
e à Criativida<strong>de</strong> por nos parecer que o futuro do<br />
país, das empresas privadas e das organizações públicas<br />
responsáveis pela melhoria da sua competitivida<strong>de</strong>,<br />
no contexto global, passa por se olhar <strong>de</strong><br />
forma muito especial para essas variáveis do comportamento<br />
humano.<br />
Agostinho da Silva, filósofo e visionário, escandalizou<br />
o serôdio país, que quase sempre somos,<br />
quando, num programa <strong>de</strong> televisão, no princípio dos<br />
anos 90, ou por aí, afirmou, a um dos jornalistas que<br />
o entrevistava, que o homem não foi feito para trabalhar<br />
mas sim para criar. Por esta e outras afirmações<br />
<strong>de</strong> profundo sentido estético e filosófico, os<br />
patrões e os ortodoxos pais criticavam a ousadia da<br />
televisão pública por aceitar entrevistar um homem<br />
sem gravata, “mal vestido”, a dizer que o homem<br />
tinha como missão essencial, criar. Defendia o professor,<br />
fundador <strong>de</strong> Universida<strong>de</strong>s no Brasil e gran<strong>de</strong><br />
trabalhador intelectual, que as operações mecânicas<br />
e repetidas e os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> organização rígida<br />
e muito hierarquizada, eram coisas do passado. Ao<br />
homem cabia, principalmente, criar ou, como agora<br />
se dirá, inovar no uso da inteligência criativa, vulgarmente<br />
<strong>de</strong>signada por criativida<strong>de</strong>.<br />
Agostinho da Silva estava avançado, muito avançado<br />
no tempo em que vivia, apesar <strong>de</strong> já antes outros<br />
pensadores, até <strong>de</strong> estratégia militar, terem<br />
i<strong>de</strong>ntificado a inteligência criativa como a primeira<br />
qualida<strong>de</strong> e virtu<strong>de</strong> do estratega ou, como agora se<br />
diz, do lí<strong>de</strong>r.<br />
Fernando Pessoa dizia na sua “teoria económica”<br />
e a propósito do marketing, que “se eu vir aquela árvore<br />
como toda a gente a vê, não tenho nada a dizer<br />
sobre aquela árvore. Não vi aquela árvore” querendo<br />
dizer, com isso, que é na diferença qualificada, na<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar e <strong>de</strong> inovar que po<strong>de</strong> estar a origem<br />
do êxito não efémero. Não se po<strong>de</strong> confundir,<br />
porém, a inteligência criativa e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar<br />
com a criativida<strong>de</strong> vulgar e banal, <strong>de</strong> que tanto<br />
agora se fala. A inteligência criativa e a capacida<strong>de</strong><br />
para fazer diferente e bem, só po<strong>de</strong> residir em gente<br />
preparada, que estu<strong>de</strong>, conheça e reflicta, antes <strong>de</strong><br />
agir e fazer. É por isso que o saber é hoje a principal<br />
fonte <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. O dinheiro era-o no tempo da socieda<strong>de</strong><br />
industrial. Agora o que mais conta para obter o<br />
êxito é, <strong>de</strong> facto, o conhecimento, que é mais do que<br />
o próprio saber, essencial ao acto <strong>de</strong> criar e à capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> inovar.<br />
Aos que <strong>de</strong>ram o seu contributo para que se pu<strong>de</strong>sse<br />
editar esta Revista, o meu reconhecimento, os<br />
nossos agra<strong>de</strong>cimentos. ■<br />
Director Editorial da Jorlis<br />
José Ribeiro Vieira
06 I 07<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
ENTREVISTA<br />
Vieira da Silva *
QQuais as principais razões que o levaram a aceitar<br />
a pasta da Economia?<br />
Tenho <strong>de</strong>dicado os últimos anos da minha vida ao<br />
serviço público. Julgo po<strong>de</strong>r estar em condições para,<br />
nesta pasta <strong>de</strong> enorme importância para a política<br />
governativa, po<strong>de</strong>r concretizar aquilo que são os objectivos<br />
do Governo: relançar a economia, mo<strong>de</strong>rnizar<br />
o país, fazer avançar Portugal.<br />
É uma área que me interessa, para a qual me sinto<br />
preparado e que, aliás, tem fortes articulações com<br />
as áreas que tenho tido na acção governativa.<br />
PAULO ALEXANDRE COELHO/DIÁRIO ECONÓMICO «LEIRIA<br />
É DAS REGIÕES<br />
COM MAIOR<br />
POTENCIAL<br />
DE CRESCIMENTO<br />
DAS EXPORTAÇÕES»<br />
Uma das linhas <strong>de</strong> acção do Governo é «avançar<br />
com investimento público mo<strong>de</strong>rnizador». Como<br />
respon<strong>de</strong> às críticas que afirmam que as gran<strong>de</strong>s<br />
obras públicas são apenas um doping, que não assegura<br />
o crescimento sustentado?<br />
As críticas que são feitas ao investimento público<br />
mo<strong>de</strong>rnizador pecam por ligeireza e falta <strong>de</strong> rigor. É<br />
certo que o investimento público tem que ser gerido<br />
<strong>de</strong> forma segura, <strong>de</strong> forma exigente, com uma forte<br />
componente <strong>de</strong> avaliação do seu impacto. Mas não<br />
é menos verda<strong>de</strong>, e todos o sabemos, que a política<br />
<strong>de</strong> infra-estruturação do país, a política <strong>de</strong> criação<br />
<strong>de</strong> melhores acessibilida<strong>de</strong>s, a política <strong>de</strong> criação <strong>de</strong><br />
equipamentos ao serviço das populações, tem sido<br />
e continuará a ser um factor <strong>de</strong>cisivo para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
económico e um factor fundamental<br />
para o bem-estar das comunida<strong>de</strong>s.<br />
A segunda linha <strong>de</strong> acção visa medidas <strong>de</strong> apoio<br />
às PME, on<strong>de</strong> se inclui a manutenção <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong><br />
crédito bonificado. Como sabe, muitos empresários<br />
revelaram que esse financiamento não estava a<br />
chegar às empresas. Que medidas serão introduzidas<br />
para precaver esta situação?<br />
O Governo lançou e vai lançar políticas <strong>de</strong> investi-<br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
* Há poucas<br />
semanas à frente<br />
da pasta da<br />
Economia, Vieira<br />
da Silva fala dos<br />
principais eixos da<br />
política económica<br />
a levar<br />
a cabo pelo seu<br />
ministério. Entre<br />
os temas abordados<br />
encontram-se a<br />
passagem da gestão<br />
do QREN para<br />
o Ministério da<br />
Economia e as<br />
medidas <strong>de</strong> apoio<br />
às PME e à<br />
internacionalização<br />
da economia.
08 I 09<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
ENTREVISTA<br />
Vieira da Silva<br />
mento, nomeadamente, as políticas das linhas <strong>de</strong><br />
crédito, no sentido <strong>de</strong> elas chegarem o mais longe<br />
possível. A dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> crédito é um dos problemas<br />
principais da nossa economia. Há que assegurar<br />
a transparência na forma como essas linhas funcionam<br />
e há que assegurar uma forte ligação <strong>de</strong>ssas linhas<br />
<strong>de</strong> crédito às necessida<strong>de</strong>s reais das PME. É<br />
<strong>de</strong>ssa forma, privilegiando sectores, privilegiando<br />
segmentos, com aplicação aos problemas reais, que<br />
elas ganharão a sua máxima eficácia.<br />
Ainda no que toca às PME, o programa do Governo<br />
propõe actuar na redução da procura – externa<br />
e interna –, dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tesouraria, acesso<br />
ao financiamento e baixo nível <strong>de</strong> capitais próprios.<br />
Aponte, sinteticamente, algumas medidas concretas<br />
com que as empresas po<strong>de</strong>rão contar neste contexto.<br />
O Governo lançou e vai lançar essas medidas à<br />
mo<strong>de</strong>rnização das PME. Facilitando a capitalização,<br />
facilitando a concentração <strong>de</strong> empresas, facilitando o<br />
PAULO ALEXANDRE COELHO/DIÁRIO ECONÓMICO<br />
acesso aos mercados externos, nomeadamente,<br />
através <strong>de</strong> uma maior proximida<strong>de</strong> entre os institutos<br />
públicos e as empresas públicas que trabalham<br />
nesta área – o IAPMEI, a AICEP – e as empresas, para<br />
que elas mais rapidamente possam ver resolvidos os<br />
seus problemas.<br />
A terceira medida apontada visa a internacionalização<br />
da economia. Que medidas serão adoptadas<br />
neste sentido, nomeadamente, as direccionadas<br />
mais directamente para as empresas?<br />
Cito, a título <strong>de</strong> exemplo, três dimensões fundamentais<br />
para o reforço da internacionalização da economia<br />
e três exemplos principalmente direccionados<br />
para as PME. A criação das Lojas do IAPMEI voltadas<br />
para o apoio à exportação, em todo o território do país,<br />
para que as PME tenham uma porta <strong>de</strong> acesso aos<br />
apoios à exportação mais próxima <strong>de</strong> si próprias. A<br />
segunda, o reforço do programa INOV Export, que se<br />
<strong>de</strong>stina a apoiar a colocação <strong>de</strong> técnicos, nomeadamente<br />
jovens, preparados para o apoio a comercialização<br />
<strong>de</strong> produtos, ao fomento da exportação, em<br />
PME. Esse será um programa que se irá iniciar <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
O espírito empreen<strong>de</strong>dor é<br />
uma característica <strong>de</strong> uma boa<br />
parte <strong>de</strong>sta região e ele<br />
constitui o principal veículo<br />
para a promoção da inovação.<br />
já. Por outro lado, todo o apoio que está previsto no<br />
que diz respeito à promoção das empresas nos mercados<br />
externos, com a participação em diversos<br />
eventos e com o envolvimento dos serviços públicos e<br />
das associações empresariais nessa promoção.<br />
Factores como a criativida<strong>de</strong> e a inovação são<br />
tidos como fundamentais para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
económico. Como caracteriza as empresas da região<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> a este nível e qual consi<strong>de</strong>ra ser o papel do<br />
Estado neste contexto?<br />
A região <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> tem uma tradição <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
que a <strong>de</strong>staca como uma das regiões on<strong>de</strong><br />
o potencial <strong>de</strong> crescimento das exportações é mais<br />
significativo. Já existem diversos segmentos da indústria<br />
que estão ligados aos mercados externos e<br />
existem PME com uma elevada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação<br />
e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. O espírito empreen<strong>de</strong>dor<br />
é uma característica <strong>de</strong> uma boa parte <strong>de</strong>sta região e<br />
ele constitui o principal veículo para a promoção da<br />
inovação. O papel do Estado <strong>de</strong>ve ser o <strong>de</strong> ajudar essa
inovação. Investindo na ciência, na tecnologia e colocando<br />
esse investimento ao serviço das empresas.<br />
Como referi anteriormente, a colocação <strong>de</strong> quadros<br />
nas PME é um factor <strong>de</strong>cisivo para o seu progresso<br />
na inovação.<br />
O economista Hernâni Lopes afirmou recentemente<br />
que em termos macro, Portugal vai sair mais<br />
<strong>de</strong>vagar e com mais dificulda<strong>de</strong>s da crise relativamente<br />
a outros países, e em matéria <strong>de</strong> emprego e<br />
questões sociais não existe nenhuma recuperação<br />
à vista. Como comenta?<br />
Não partilho <strong>de</strong>ssa opinião pessimista. Aliás, basta<br />
ver a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta dos portugueses em situações<br />
<strong>de</strong> maior dificulda<strong>de</strong>. Aliás, as previsões <strong>de</strong><br />
que Portugal iria ter uma crise mais profunda e mais<br />
longa que outros países são previsões que a realida<strong>de</strong><br />
se está a encarregar <strong>de</strong> <strong>de</strong>smentir. O crescimento<br />
económico em Portugal começou mais cedo e mais<br />
forte do que na maioria das economias europeias.<br />
Acredito que com o aprofundamento da internacionalização,<br />
com o reforço do papel do QREN, com o reforço<br />
do investimento público e privado, po<strong>de</strong>mos<br />
acentuar esse dinamismo e po<strong>de</strong>remos – é certo que<br />
com dificulda<strong>de</strong>s – mas po<strong>de</strong>remos fazer com que<br />
Há que assegurar a<br />
transparência na forma<br />
como as linhas <strong>de</strong> crédito<br />
funcionam e há que<br />
assegurar uma forte ligação<br />
às necessida<strong>de</strong>s reais<br />
das PME.<br />
Portugal saia <strong>de</strong>sta crise em melhores condições<br />
para recuperar a convergência com as economias<br />
mais <strong>de</strong>senvolvidas.<br />
A gestão dos fundos comunitários, através do<br />
Quadro <strong>de</strong> Referência Estratégico Nacional (QREN),<br />
passa para a tutela directa e exclusiva do Ministério<br />
da Economia. Qual a principal vantagem e as três<br />
preocupações base neste contexto?<br />
A principal vantagem pren<strong>de</strong>-se com uma maior<br />
centralização da sua gestão, associada à mo<strong>de</strong>rniza-<br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
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10 I 11<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
ENTREVISTA<br />
Vieira da Silva<br />
ção da economia. A mo<strong>de</strong>rnização da nossa economia<br />
e a recuperação económica, face à crise que vivemos,<br />
são factores <strong>de</strong>cisivos durante a execução<br />
<strong>de</strong>ste Quadro <strong>de</strong> Referência Estratégico Nacional. É,<br />
pois, para colocar o QREN ao serviço <strong>de</strong>ssa recuperação<br />
e <strong>de</strong>ssa mo<strong>de</strong>rnização, que a sua gestão foi colocada<br />
sob a <strong>de</strong>pendência do Ministério da Economia.<br />
As três preocupações base que tenho neste domínio<br />
pren<strong>de</strong>m-se em fazer com que as empresas sejam<br />
beneficiárias principais do QREN, o que passa por<br />
ajudá-las a po<strong>de</strong>r aproveitar as comparticipações<br />
dos fundos estruturais para os investimentos na sua<br />
mo<strong>de</strong>rnização. Sabemos que há muitos projectos já<br />
aprovados e esta é uma das minhas preocupações,<br />
ajudar a ultrapassar esse atraso na mo<strong>de</strong>rnização. A<br />
segunda tem a ver com a priorida<strong>de</strong> dada à qualificação<br />
das pessoas. Essa foi, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, e continuará<br />
a ser, uma das preocupações chave da execução do<br />
QREN. A terceira, tem a ver com o papel do QREN no<br />
plano local, associando as organizações <strong>de</strong> base territorial<br />
e as autarquias locais a uma execução mais<br />
rápida e mais eficaz <strong>de</strong>stes programas comunitários.<br />
O 3º Congresso Nacional dos Economistas teve<br />
como tema «A nova or<strong>de</strong>m económica». Como vê<br />
esta nova or<strong>de</strong>m económica e que novas exigências<br />
traz em matéria <strong>de</strong> política económica?<br />
O que se fala é, a meu ver e <strong>de</strong> forma sintética,<br />
marcado por três realida<strong>de</strong>s fundamentais. A primeira<br />
é que o progresso económico e social à escala<br />
global tem que ser um progresso que rejeite as visões<br />
proteccionistas que no passado foram muito negativas<br />
para a economia e para o <strong>de</strong>senvolvimento social.<br />
Há que corrigir excessos e a <strong>de</strong>sregulação com que a<br />
globalização tem evoluído, mas a globalização é uma<br />
realida<strong>de</strong> que fará, inevitavelmente, parte <strong>de</strong>sta referida<br />
nova or<strong>de</strong>m económica. Em segundo lugar, é essencial<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção <strong>de</strong> mecanismos<br />
<strong>de</strong> regulação, nomeadamente ao nível do sector financeiro,<br />
cuja <strong>de</strong>sregulação esteve na origem da gravíssima<br />
crise que o mundo atravessou e continua a<br />
viver. Em terceiro lugar, esta nova or<strong>de</strong>m económica é<br />
uma or<strong>de</strong>m que tem que levar em linha <strong>de</strong> conta as<br />
exigências e os <strong>de</strong>safios da sustentabilida<strong>de</strong>. As problemáticas<br />
dos equilíbrios ecológicos e do aquecimento<br />
global, da sustentabilida<strong>de</strong> do crescimento,<br />
não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong> uma nova or<strong>de</strong>m<br />
económica que saia da crise que vivemos.<br />
Como gostaria <strong>de</strong> ser recordado enquanto ministro<br />
da Economia?<br />
Como em tudo o que faço na minha vida pública:<br />
como alguém que <strong>de</strong>u o melhor <strong>de</strong> si próprio ao serviço<br />
da causa pública e que ajudou a resolver os problemas<br />
<strong>de</strong> Portugal e dos portugueses. ■<br />
Célia Marques<br />
*Entrevista concedida por e-mail<br />
PAULO ALEXANDRE COELHO/DIÁRIO ECONÓMICO
12 I 13<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
A inovação, em sentido<br />
lato, não só está na<br />
origem <strong>de</strong> novas<br />
empresas, como<br />
é crucial ao seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Indissociável do acto<br />
<strong>de</strong> criar, a inovação<br />
atribui aos empresários<br />
o estatuto <strong>de</strong> artistas.<br />
Também eles se <strong>de</strong>ixam<br />
conduzir por territórios<br />
nunca antes pensados<br />
e conquistados.<br />
INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE<br />
O EMPRESÁRIO É UM ARTISTA?<br />
eExiste um conjunto <strong>de</strong> factores coinci<strong>de</strong>ntes<br />
que levam a crer que também os empresários têm<br />
uma veia artística. Atente-se às palavras <strong>de</strong> Mozart:<br />
«Não consigo escrever poesia: não sou poeta.<br />
Não consigo dispor as palavras com tal arte, que<br />
reflictam a sombra ou a luz: não sou pintor… Mas<br />
consigo fazer tudo isso com a música».<br />
O que são, afinal, a criativida<strong>de</strong> e a genialida<strong>de</strong>,<br />
e que ligação têm com o mundo empresarial? Um<br />
artista cria algo a partir no nada. Tal como a maioria<br />
dos empreen<strong>de</strong>dores, só que em vez <strong>de</strong> telas,<br />
papel, ou instrumentos musicais, fazem-se ro<strong>de</strong>ar<br />
<strong>de</strong> pessoas e capital, ingredientes que dão origem<br />
a novos produtos e serviços que espelham a sua<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Exemplos? Jeff Bezoes, fundador da<br />
Amazon, assume-se totalmente orientado para o<br />
cliente e a Amazon distingue-se, sobretudo, pela<br />
qualida<strong>de</strong> do seu serviço. Steve Jobs é um tirano<br />
do <strong>de</strong>sign e fez da Apple uma empresa mundialmente<br />
conhecida pela estética dos seus produtos.<br />
Não raras vezes, o empreen<strong>de</strong>dor não tem um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio <strong>de</strong>finido, nem um caminho<br />
claro, mas não se inibe <strong>de</strong> avançar e – por tentativa,<br />
erro e persistência – chegar on<strong>de</strong> nunca antes<br />
tinha pensado. Tal como o escultor trabalha um<br />
bloco tosco, martelada a martelada, até obter um<br />
resultado que o satisfaça.<br />
E que parte do cérebro utiliza Steve Jobs<br />
DR
quando se <strong>de</strong>bruça nas suas criações? Quer a<br />
i<strong>de</strong>ia, ou solução, residam no subconsciente – ou<br />
como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m alguns, no consciente universal a<br />
que <strong>de</strong> alguma forma o cérebro tem acesso – o<br />
processo não será muito diferente do que levou<br />
Mozart a <strong>de</strong>scobrir a harmonia em notas discordantes<br />
e contraditórias, do que conduziu Einstein<br />
à teoria da relativida<strong>de</strong>, ou às primeiras pinceladas<br />
<strong>de</strong> Van Gogh, acreditando que um padrão<br />
emergiria se confiasse nos instintos e tivesse a coragem<br />
<strong>de</strong> os seguir.<br />
As comparações são do conhecido realizador<br />
indiano Shekhar Kapur, do oscarizado Elizabeth, e<br />
surgem num artigo on<strong>de</strong> analisa o lado artístico<br />
dos empreen<strong>de</strong>dores, e <strong>de</strong>staca, como principal<br />
semelhança, a coragem <strong>de</strong> criar a partir do nada.<br />
«A verda<strong>de</strong>ira viagem do<br />
<strong>de</strong>scobrimento não consiste<br />
em procurar novas<br />
paisagens, mas em ter novos<br />
olhos.»<br />
Marcel Proust<br />
Mas e a coragem? O que <strong>de</strong>termina a sua gran<strong>de</strong>za<br />
e <strong>de</strong> on<strong>de</strong> virá? Dos genes associados ao<br />
gosto pelo risco que tanto os artistas como os empreen<strong>de</strong>dores<br />
terão? Shekhar Kapur acredita que<br />
a coragem surge da paixão, um ingrediente tão<br />
presente no verda<strong>de</strong>iro empreen<strong>de</strong>dor como no<br />
artista, que leva, instintivamente, a fazer as coisas<br />
<strong>de</strong> uma forma diferente do habitual.<br />
FOCO E DISCIPLINA<br />
Nos negócios, tal como na arte, a criativida<strong>de</strong><br />
não é tudo. Os empreen<strong>de</strong>dores são criativos, têm<br />
milhões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e vêem oportunida<strong>de</strong>s em todo<br />
lado, mas sem o foco e a disciplina que conduzem<br />
à execução e aos resultados, a criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
pouco vale.<br />
Os estudiosos da temática apontam outra semelhança:<br />
os empreen<strong>de</strong>dores, tal como os artistas,<br />
permanecem verda<strong>de</strong>iros à sua visão e<br />
ten<strong>de</strong>m a conhecer apenas o seu modo <strong>de</strong> fazer as<br />
coisas. Por mais sugestões que recebam. Para o<br />
empreen<strong>de</strong>dor, as boas práticas representam<br />
apenas um conjunto <strong>de</strong> ferramentas que permitem<br />
dar a conhecer e materializar a sua visão. Tal<br />
como a técnica para os artistas. A justificação é a<br />
mesma para ambos: ao aceitar sugestões <strong>de</strong>ixam<br />
<strong>de</strong> sentir a obra como sua. PUB<br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
Alvará 6159
14 I 15<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE<br />
São também inúmeros os exemplos – e uma vez<br />
mais, estreita a ligação ao meio artístico – no que<br />
toca a sacrificar o bem-estar material presente<br />
pelo enfoque no trabalho criativo e auto-expressão.<br />
Artistas e empreen<strong>de</strong>dores aceitam viver pior<br />
hoje para se po<strong>de</strong>rem <strong>de</strong>dicar a uma i<strong>de</strong>ia. Arriscam,<br />
investem em si próprios e adiam a recompensa.<br />
Quem não conhece histórias <strong>de</strong> filhos que<br />
saem <strong>de</strong> casa dos pais por verem <strong>de</strong>saprovado um<br />
sonho ou <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores que arriscam todas<br />
as economias numa i<strong>de</strong>ia. Artistas e empreen<strong>de</strong>dores<br />
têm a mesma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer perdurar<br />
este tipo <strong>de</strong> sacrifício durante muito tempo ou<br />
fazê-lo várias vezes na vida.<br />
CRIATIVIDADE COMO TÉCNICA DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS<br />
PARA OS QUE VÊEM A CRIATIVIDADE COMO MAIS DO QUE UM TALENTO NATO, E SOB A PREMISSA<br />
DE QUE TODOS SE PODEM TORNAR PENSADORES CRIATIVOS DESDE QUE COM O TREINO ADE-<br />
QUADO, A NOVA ETAPA, EMPRESA DE CONSULTADORIA E FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS,<br />
LANÇOU O CURSO CREATIVE THINKING.<br />
A FORMAÇÃO DE SETE HORAS DIRIGE-SE A ADMINISTRADORES, QUADROS SUPERIORES E MÉ-<br />
DIOS, PROFISSIONAIS LIBERAIS E FORMADORES E TEM COMO OBJECTIVOS DOTAR OS FORMAN-<br />
DOS DE TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE E ENSINÁ-LOS A APLICÁ-LAS NOS MAIS DIVERSOS<br />
CONTEXTOS. A FORMAÇÃO PRETENDE AINDA AJUDAR A AUMENTAR A CAPACIDADE DE RESOLU-<br />
ÇÃO DE PROBLEMAS DE FORMA ORIGINAL E A DOMINAR AS TÉCNICAS DE CRIATIVIDADE NA TO-<br />
MADA DE DECISÕES.<br />
«EXISTEM DIVERSOS MITOS SOBRE CRIATIVIDADE. DESDE QUE É EXCLUSIVA DAS MENTES JO-<br />
VENS, QUE ESTÁ RELACIONADA COM O QI OU INDISSOCIÁVEL DA ASSUNÇÃO DE RISCOS. NADA<br />
MAIS FALSO. CRIATIVIDADE É UMA CAPACIDADE DO SER HUMANO E, TAL COMO TODAS AS OU-<br />
TRAS, PODE E DEVE SER TREINADA E ESTIMULADA. PARA BEM DE TODOS, PRINCIPALMENTE DA<br />
ECONOMIA NACIONAL, É BOM QUE OS PORTUGUESES COMECEM A SER MAIS CRIATIVOS NO SEU<br />
DIA-A-DIA», DEFENDE ANTÓNIO MÃO-DE-FERRO, DIRECTOR-GERAL DA NOVA ETAPA.<br />
A CONSULTORA ESTÁ SEDEADA EM LISBOA, CONTA COM FILIAIS NO PORTO, COIMBRA E QUAR-<br />
TEIRA E PARCERIAS EM TODO O PAÍS.<br />
UMA ABORDAGEM<br />
MULTIDISCIPLINAR<br />
Um criativo nasce criativo? Ou o talento em <strong>de</strong>terminada<br />
área é algo que po<strong>de</strong> florescer ao longo<br />
da vida? As opiniões não reúnem consenso, mas a<br />
<strong>de</strong>fesa da importância <strong>de</strong> uma abordagem multidisciplinar<br />
no fomento da criativida<strong>de</strong> ten<strong>de</strong> a ser<br />
unânime.<br />
Kevin Daum, presi<strong>de</strong>nte da Stratford Financial<br />
Services, conclui, num artigo intitulado “Empreen<strong>de</strong>dores:<br />
os artistas do mundo dos negócios”, que<br />
muitos empreen<strong>de</strong>dores têm backgrounds nas<br />
artes e aplicam esses conceitos e práticas nos negócios.<br />
Da mesma forma que artistas com conhecimentos<br />
do mundo empresarial estarão mais<br />
capacitados a fazer da sua arte um negócio e a<br />
rentabilizá-lo.<br />
As universida<strong>de</strong>s ensinam práticas relaciona-<br />
das com as artes nos seus respectivos <strong>de</strong>partamentos,<br />
mas raramente combinam esforços <strong>de</strong><br />
uma forma interdisciplinar. Kevin Daum <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>,<br />
no artigo citado, que ao criar abordagens interdisciplinares<br />
entre as artes e o empreen<strong>de</strong>dorismo se<br />
conquistam benefícios em ambas áreas, tanto nas<br />
universida<strong>de</strong>s, como nos pequenos negócios ou<br />
nas gran<strong>de</strong>s arenas corporativas.<br />
A IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE<br />
NOS NEGÓCIOS<br />
Não é por acaso que a Comissão Europeia<br />
tomou a iniciativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>signar 2009 como Ano Europeu<br />
da Criativida<strong>de</strong> e Inovação (AECI). Num<br />
mundo globalizado, on<strong>de</strong> a informação corre à velocida<strong>de</strong><br />
da luz, a cópia se institucionalizou e os<br />
factores <strong>de</strong> produção são <strong>de</strong>siguais, a criativida<strong>de</strong><br />
assume uma importância nunca antes vista. É a<br />
base da diferenciação, tida como um dos principais<br />
factores <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>.<br />
O Ano Europeu da Criativida<strong>de</strong> e Inovação preten<strong>de</strong><br />
lançar pontes entre o mundo da criativida<strong>de</strong>,<br />
da inovação, das artes e das tecnologias e o<br />
mundo empresarial, mostrando, com exemplos<br />
concretos, o interesse em associar estes dois conceitos<br />
num certo número <strong>de</strong> domínios, como as escolas,<br />
as universida<strong>de</strong>s e os organismos públicos<br />
e privados.<br />
O objectivo do AECI 2009 – que tem como lema<br />
"Imaginar-Criar-Inovar" – é promover a criativida<strong>de</strong><br />
junto <strong>de</strong> todos os cidadãos enquanto motor<br />
<strong>de</strong> inovação e factor essencial do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> competências pessoais, profissionais, empresariais<br />
e sociais, bem como contribuir para o intercâmbio<br />
<strong>de</strong> experiências e boas práticas,<br />
estimular a educação e a pesquisa e promover o<br />
<strong>de</strong>bate político e o <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Entre algumas i<strong>de</strong>ias e abordagens transversais<br />
no âmbito do AECI 2009, contam-se a promoção da<br />
activida<strong>de</strong> artística e outras formas <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a pré-escola ao ensino básico e secundário,<br />
incluindo o pensamento inovador e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
resolver problemas <strong>de</strong> forma criativa.<br />
Defen<strong>de</strong>-se ainda a importância da manutenção<br />
do compromisso com todas as formas <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>,<br />
ou expressão criativa, ao longo da vida, e<br />
da diversida<strong>de</strong> cultural enquanto fonte <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
e inovação. Não menos importantes são as<br />
tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação como<br />
meios <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e expressão criativa e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> uma vasta compreensão dos<br />
processos <strong>de</strong> inovação e maior atitu<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dora<br />
como pré-requisito para uma prosperida<strong>de</strong><br />
continuada. Sem esquecer a indústria cultural e<br />
criativa, incluindo o <strong>de</strong>sign, on<strong>de</strong> o estético e o<br />
económico se encontram. ■<br />
Célia Marques
16 I 17<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
OPINIÃO<br />
José Manuel dos Santos*<br />
CRIATIVIDADE<br />
OU ESPERTEZA?<br />
* Chief Divergent<br />
Officer, Diverge<br />
Design S.A.<br />
fFaçamos um teste: Uma fila enorme com muitos<br />
carros, com vias fluidas à esquerda ou à direita,<br />
você na fila calmamente há 20 minutos e<br />
mesmo quando se inicia o risco contínuo, um carro<br />
mete-se à sua frente com ou sem pisca. Isso para<br />
si é ser criativo ou espertalhão? Se respon<strong>de</strong>u<br />
criativo, não estamos <strong>de</strong> acordo sobre a <strong>de</strong>finição<br />
do termo. Se você acha que, para se ser um bom<br />
empresário é mais importante ser-se espertalhão<br />
que criativo, não estamos <strong>de</strong> acordo sobre o que é<br />
um bom empresário.<br />
Eu acho que Portugal está cheio <strong>de</strong> gente que<br />
confun<strong>de</strong> esperteza com criativida<strong>de</strong>. E <strong>de</strong> gente<br />
passiva que aceita este tipo <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s. Isto<br />
aplica-se a todos os modos <strong>de</strong> vida, mas quando<br />
se trata <strong>de</strong> empresários, o assunto ganha outras<br />
proporções. Isto porque quando se precisa construir<br />
uma empresa, gerir um projecto, fazer a empresa<br />
crescer ou até mesmo reestruturá-la, a<br />
criativida<strong>de</strong> e a esperteza po<strong>de</strong>m ter resultados<br />
DR<br />
muito diferentes. Principalmente a médio e longo<br />
prazo.<br />
Para mim a criativida<strong>de</strong> é uma extensão da inteligência,<br />
e a verda<strong>de</strong>ira inteligência é sempre estrutural,<br />
ampla e generosa. Sempre <strong>de</strong>fendi a<br />
criativida<strong>de</strong> como elemento fundamental da gestão.<br />
Os melhores gestores assim o comprovam, e<br />
quando essa criativida<strong>de</strong> é natural e explícita, ela<br />
vê-se e sente-se na totalida<strong>de</strong> da empresa, tornase<br />
um modo <strong>de</strong> vida dos empresários e das empresas.<br />
O problema é que sempre que falamos <strong>de</strong><br />
criativida<strong>de</strong> alguém assume como algo contraditório<br />
a actos próprios <strong>de</strong> gestão, a ter os “pés na<br />
terra”. Mesmo agora quando já é aceite que a criativida<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong> ser ensinada e treinada, continua a<br />
existir um medo da criativida<strong>de</strong> sem rumo, <strong>de</strong>scontrolada.<br />
Numa formação recente com a presença<br />
<strong>de</strong> um especialista da reputada IMD (Suíça),<br />
quem estava presente enten<strong>de</strong>u que mesmo<br />
numa empresa criativa por natureza e on<strong>de</strong> aparentemente<br />
o processo criativo é caótico, existem<br />
estruturas, mecanismos, controlo, responsabilida<strong>de</strong>s,<br />
gestão, resultados. Mas tudo isto difere daquilo<br />
que muitos empresários assumem como<br />
sendo a <strong>de</strong>finição dos termos citados.<br />
Sempre me queixei que empresários fossem<br />
educados e formados sem conhecimento e experiencia<br />
daquilo que agora se apelida <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign<br />
thinking, ou seja, os fundamentos da prática <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sign. Também é um facto que os <strong>de</strong>signers continuam<br />
a ser formados sem entendimento do contexto<br />
económico e industrial on<strong>de</strong> vão operar, mas<br />
os casos empresariais mais bem sucedidos no<br />
mercado resultam <strong>de</strong> empresários criativos e <strong>de</strong>signers<br />
com noções <strong>de</strong> gestão, associados temporariamente<br />
ou <strong>de</strong> forma mais sustentada, <strong>de</strong> forma<br />
inteligente, partilhando o risco e o sucesso.<br />
“A inovação resume-se a uma série <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s<br />
divergentes e <strong>de</strong>pois convergentes – um<br />
conceito muito simples, mas um que muitos lí<strong>de</strong>res<br />
experientes na gestão <strong>de</strong> processos têm dificulda<strong>de</strong>.<br />
Por “divergência” queremos dizer a<br />
disposição para explorar coisas que parecem<br />
estar longe <strong>de</strong> on<strong>de</strong> está o seu negócio hoje. O<br />
<strong>de</strong>sconforto que muitos empresários têm com a<br />
inovação é com a divergência. Eles acham que a<br />
divergência vai durar para sempre e que não<br />
serão capazes <strong>de</strong> se focar em algo que faça sentido<br />
do ponto <strong>de</strong> vista do negócio. Eu acho que é aí<br />
que muitos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> negócio têm historicamente<br />
problemas no que toca aos seus <strong>de</strong>partamentos<br />
<strong>de</strong> inovação internos: eles têm a<br />
sensação que as suas áreas estão sempre a divergir.<br />
Se enten<strong>de</strong>rem que a convergência vem a<br />
seguir à divergência e que é muito difícil convergir<br />
sem antes divergir, talvez isto lhes traga algum<br />
conforto.” Tim Brown, CEO of IDEO. ■
18 I 19<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
OPINIÃO<br />
Alexandra Con<strong>de</strong>*<br />
c<br />
SERÁ UM<br />
EMPRESÁRIO<br />
UMA ESPÉCIE<br />
DE ARTISTA?<br />
* Sócia-gerente<br />
da Iguarias do Tempo<br />
Curioso e interessante!!! Foi assim que adjectivei<br />
este <strong>de</strong>safio! Nunca havia pensado as coisas<br />
nestes termos, mas sem dúvida que à medida que<br />
fui matutando no assunto os pontos em comum<br />
foram crescendo!<br />
Há alguns anos coloquei a mim própria o <strong>de</strong>safio<br />
da realização <strong>de</strong> mais um sonho: o <strong>de</strong> fazer teatro! É<br />
um hobbie, mas é uma paixão! A vida empresarial<br />
começou pouco <strong>de</strong>pois da 1ª estreia em palco!<br />
Em ambas, a paixão está presente, dá um gosto<br />
especial, transparece para os outros <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
da nossa vonta<strong>de</strong>, sente-se, pulsa <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> nós... e faz a diferença!<br />
E é essa paixão que provoca o frio no estômago<br />
nos minutos que antece<strong>de</strong>m o início <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong><br />
evento ou a entrada no palco no dia <strong>de</strong> uma estreia!!!<br />
É exactamente a mesma!<br />
E é ainda essa mesma paixão que permite o<br />
DR<br />
imenso gozo, a alegria, e claro… o alívio, quando as<br />
luzes da plateia se acen<strong>de</strong>m e começamos a ouvir<br />
as palmas, ou aquando dum final apoteótico junto<br />
do rasgado sorriso do nosso cliente!! A sensação <strong>de</strong><br />
realização é exactamente a mesma!<br />
Embora seja por natureza uma pessoa positiva,<br />
não seria realista se não referisse aqui também as dificulda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> ambas as vertentes <strong>de</strong>sta “dupla” vida!<br />
Não imaginam o <strong>de</strong>sespero que se sente quando<br />
não conseguimos <strong>de</strong>corar um papel, ou apenas uma<br />
<strong>de</strong>terminada parte <strong>de</strong>le, ou até mesmo uma fala, e o<br />
tempo urge, e o encenador exige e nós… nada! Não<br />
é muito diferente da ansieda<strong>de</strong> provocada por um<br />
pedido <strong>de</strong> um cliente que não fazemos i<strong>de</strong>ia como<br />
vamos satisfazer, ou por qualquer outro problema<br />
que surge e cuja solução não salta <strong>de</strong> imediato à<br />
vista!!<br />
Mas as dificulda<strong>de</strong>s são fantásticas! Já diz o<br />
velho ditado “a necessida<strong>de</strong> aguça o engenho” e aqui<br />
não é diferente! É normalmente a partir das dificulda<strong>de</strong>s,<br />
sejam elas quais forem, que surge a luz que<br />
se acen<strong>de</strong>, a solução que se vislumbra!! E é aqui que<br />
a criativida<strong>de</strong> também surge e que traz mais sentido<br />
à vida, porque nos faz perceber que há sempre um<br />
mais além!<br />
A criativida<strong>de</strong> também se mostra no improviso!<br />
No improviso quando esquecemos uma fala, ou<br />
um telefone que não toca na hora certa. No improviso<br />
quando há um pedido <strong>de</strong> última hora ou quando um<br />
equipamento avaria! Em última análise, o cliente e o<br />
espectador <strong>de</strong>vem achar que foi tudo perfeito, não<br />
lhes sendo dada a notar qualquer falha!<br />
A criativida<strong>de</strong> também nos traz o esplendor da<br />
inovação, da novida<strong>de</strong>! Pela forma como interpretamos<br />
um papel, na intensida<strong>de</strong> que nele colocamos e<br />
sobretudo nas sensações que provocamos nos que<br />
estão sentados na plateia!<br />
É a mesma que nos permite surpreen<strong>de</strong>r um<br />
cliente com um produto, ou serviço novo, ou com<br />
uma solução inesperada, ou simplesmente no suplantar<br />
<strong>de</strong> expectativas que fazemos sentir no final<br />
<strong>de</strong> um evento!!<br />
Não existem manuais para empresários! Não<br />
existem manuais para os artistas! Existem, claro<br />
está, conhecimentos académicos que po<strong>de</strong>rão ajudar<br />
bastante no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>stes papéis. Mas<br />
não tenho dúvida que é preciso mais do que isso!<br />
Acredito cada vez mais no que os sentidos nos<br />
dão! Nas sensações que provocam em nós! Há que<br />
apren<strong>de</strong>r a escutar o corpo e a intuição. Cada vez<br />
tenho tido mais provas, na vida como um todo, que<br />
esse é o caminho! Soltarmo-nos das amarras do<br />
preconceito, do instituído e ouvirmo-nos! Só assim<br />
po<strong>de</strong>mos ousar e inovar!<br />
E isto serve tanto para o artista, como para o empresário!!<br />
Atrever-me-ia a dizer que mais ainda para<br />
o empresário, que é um verda<strong>de</strong>iro artista! ■
20 I 21<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Os últimos indicadores<br />
mostram que Portugal<br />
tem conquistado<br />
pontos em matéria <strong>de</strong><br />
investimento em I&D.<br />
No IPL os pedidos <strong>de</strong><br />
patentes dispararam<br />
nos primeiros nove<br />
meses <strong>de</strong>ste ano.<br />
INVESTIMENTO EM I&D<br />
pPortugal subiu cinco lugares no ranking da inovação,<br />
tendo passado da 22ª para a 17ª posição na<br />
União Europeia a 27, segundo o European Innovation<br />
Scoreboard 2008, divulgado pela Comissão Europeia,<br />
uma publicação anual que tem como objectivo medir<br />
e acompanhar a performance dos Estados Membros<br />
em matéria <strong>de</strong> inovação.<br />
Esta melhoria reflecte uma taxa <strong>de</strong> crescimento<br />
dos indicadores <strong>de</strong> inovação acima do dobro da<br />
média europeia: Portugal foi o quinto país que mais<br />
evoluiu no conjunto dos 27 países – <strong>de</strong>pois da Bulgária,<br />
Roménia, Chipre e Letónia – ao registar uma<br />
progressão <strong>de</strong> 4,9%, valor que lhe garantiu a passagem<br />
do grupo dos países em “Catching-up” para o dos<br />
“Mo<strong>de</strong>rate Innovaters”. Neste grupo, Portugal está<br />
acompanhado <strong>de</strong> países como Chipre, Estónia, Eslovénia,<br />
República Checa, Espanha, Grécia e Itália.<br />
Para este salto qualitativo contribuiu, sobretudo, a<br />
evolução registada nos indicadores relativos à qualificação<br />
dos recursos humanos, nos quais Portugal foi<br />
o país europeu que mais progrediu. De acordo com o<br />
relatório, Portugal foi também o quinto país europeu<br />
(<strong>de</strong>pois da Hungria, Turquia, Chipre e Grécia) que mais<br />
avançou no indicador dos efeitos económicos da inovação,<br />
on<strong>de</strong> se incluem a percentagem <strong>de</strong> emprega-<br />
DR<br />
PORTUGAL<br />
SOBE NO<br />
RANKING<br />
DA INOVAÇÃO<br />
bilida<strong>de</strong> na indústria <strong>de</strong> média e elevada tecnologia; a<br />
evolução do número <strong>de</strong> doutorados na população<br />
entre os 25 e os 34 anos e a percentagem da população<br />
dos 20 aos 24 anos que concluiu, pelo menos, o<br />
ensino secundário.<br />
Portugal foi ainda o quarto país, entre os 27, que<br />
mais se <strong>de</strong>stacou em matéria <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> registo<br />
<strong>de</strong> patentes e em percentagem <strong>de</strong> população activa<br />
empregue em serviços <strong>de</strong> conhecimento intensivo,<br />
bem como o que mais viu crescer o índice <strong>de</strong> publicações<br />
público-privadas e a <strong>de</strong>spesa em Investigação &<br />
Desenvolvimento (I&D) em percentagem do PIB.<br />
Segundo dados do Ministério da Ciência Tecnologia<br />
e Ensino Superior (MCTES), a <strong>de</strong>spesa portuguesa<br />
em I&D em percentagem do PIB passou <strong>de</strong> 0,82% em<br />
1982 (32,6 milhões <strong>de</strong> euros) para 1,51% em 2009 (1,9<br />
mil milhões <strong>de</strong> euros).<br />
Destaque ainda para o facto <strong>de</strong>, em 2009, o investimento<br />
em I&D em Portugal se repartir, em<br />
partes iguais, entre empresas e instituições, o que<br />
representa uma clara evolução relativamente à<br />
quase inexistência <strong>de</strong> I&D por parte das empresas<br />
em 1982. Segundo a mesma fonte, em 2009, 50%<br />
da <strong>de</strong>spesa em I&D coube às empresas, 8% ao Estado,<br />
34% ao ensino superior e 9% a instituições
privadas sem fins lucrativos.<br />
Os dados do Instituto Nacional <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong> Industrial<br />
(INPI) confirmam as boas notícias do relatório<br />
europeu no que toca à evolução das taxas <strong>de</strong><br />
crescimento <strong>de</strong> registo <strong>de</strong> marcas, patentes e <strong>de</strong>signs,<br />
pela via nacional, dando conta que nunca antes<br />
haviam sido tão significativas: entre 2004 e 2008, as<br />
marcas registam um acréscimo <strong>de</strong> 74% (para 20.177<br />
pedidos), as patentes <strong>de</strong> 119% (para 514 pedidos) e o<br />
<strong>de</strong>sign <strong>de</strong> 101% (para 791 pedidos)<br />
O European Innovation Scoreboard 2008 atribui<br />
ainda a Portugal a quinta maior subida nas exportações<br />
<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> conhecimento intensivo, a sexta<br />
maior progressão em percentagem <strong>de</strong> empresas com<br />
acesso a banda larga e a sétima maior escalada no<br />
número <strong>de</strong> pequenas e médias empresas que introduziram<br />
inovação ao nível dos seus produtos, processos<br />
ou serviços.<br />
Recor<strong>de</strong>-se que em 2007 Portugal registou, pela<br />
primeira vez, um saldo da Balança Tecnológica positivo,<br />
uma tendência que se repetiu em 2008, segundo<br />
dados do Banco <strong>de</strong> Portugal, evi<strong>de</strong>nciando que, apesar<br />
do difícil contexto internacional, Portugal consegue<br />
exportar mais do que importa no sector<br />
tecnológico. ■<br />
Célia Marques<br />
RANKING DO CRESCIMENTO MÉDIO ANUAL<br />
DOS INDICADORES DE INOVAÇÃO NA EU 27<br />
FONTE: COMISSÃO EUROPEIA<br />
SALDO DA BALANÇA TECNOLÓGICA<br />
FONTE: BANCO DE PORTUGAL<br />
PUB
22 I 23<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
O Instituto Politécnico<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> (IPL) foi<br />
a segunda instituição<br />
<strong>de</strong> ensino superior em<br />
Portugal que mais<br />
pedidos <strong>de</strong> invenções<br />
submeteu ao Instituto<br />
Nacional <strong>de</strong><br />
Proprieda<strong>de</strong> Industrial<br />
(19 pedidos), logo<br />
a seguir ao Instituto<br />
Superior Técnico<br />
(22 pedidos).<br />
INVESTIMENTO EM I&D<br />
S<br />
DISTRITO DE LEIRIA<br />
É TERCEIRO<br />
COM MAIS PEDIDOS<br />
DE INVENÇÕES<br />
Segundo dados do Instituto Nacional da Proprieda<strong>de</strong><br />
Industrial (INPI), no primeiro semestre <strong>de</strong> 2009,<br />
o distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> foi o terceiro que mais pedidos <strong>de</strong><br />
invenções submeteu ao instituto (34 pedidos), atrás<br />
apenas dos distritos <strong>de</strong> Lisboa e Porto (103 e 84 pedidos<br />
respectivamente), tendo crescido 87% acima<br />
da média nacional neste indicador, numa clara evidência<br />
da dinâmica <strong>de</strong>ste distrito da região Centro<br />
em matéria <strong>de</strong> investimento em I&D.<br />
Em apenas um semestre, o distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> já superou<br />
os valores registados em 2008, ano em que<br />
submeteu 21 pedidos <strong>de</strong> patentes ao INPI, o que lhe<br />
garantiu o sexto lugar no ranking, atrás dos distritos<br />
<strong>de</strong> Lisboa (154 pedidos), Porto (73 pedidos), Aveiro (61<br />
pedidos), Braga (40 pedidos) e Setúbal (35 pedidos).<br />
Em 2002, os pedidos <strong>de</strong> patentes no distrito <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> praticamente não tinham expressão no total<br />
nacional (1%), um cenário que se tem vindo a alterar<br />
no últimos anos: em 2008 já representava 5% do<br />
total e no primeiro semestre <strong>de</strong> 2009 atingiu os 9%.<br />
IPL OCUPA SEGUNDO LUGAR EM PEDIDOS<br />
DE INVENÇÕES ATÉ SETEMBRO<br />
Até Setembro <strong>de</strong> 2009, o Instituto Politécnico <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> (IPL) foi a segunda instituição <strong>de</strong> ensino superior<br />
em Portugal que mais pedidos <strong>de</strong> invenções<br />
submeteu ao Instituto Nacional <strong>de</strong> Proprieda<strong>de</strong> Industrial<br />
(19 pedidos), logo a seguir ao Instituto Superior<br />
Técnico (22 pedidos) e à frente da<br />
Universida<strong>de</strong> do Porto (10 pedidos), da Universida<strong>de</strong><br />
Nova <strong>de</strong> Lisboa (nove pedidos) e das restantes 14<br />
universida<strong>de</strong>s que surgem abaixo na listagem.<br />
Os últimos dados disponíveis evi<strong>de</strong>nciam uma<br />
clara melhoria do IPL relativamente a 2008, ano em<br />
que ocupou o oitavo lugar no ranking <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong><br />
invenções por parte <strong>de</strong> instituições do ensino superior,<br />
com apenas três pedidos, lado a lado com o Instituto<br />
Superior <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Lisboa, e à frente do<br />
Instituto Politécnico do Porto (que registou dois pedidos)<br />
e <strong>de</strong> mais <strong>de</strong>z instituições <strong>de</strong> ensino superior que<br />
surgem na listagem. Em 2008 o ranking foi li<strong>de</strong>rado<br />
pelo Instituto Superior Técnico, com 54 pedidos. ■<br />
Célia Marques<br />
PEDIDOS DE PATENTES<br />
ANO PORTUGAL LEIRIA PESO<br />
2002 130 1 1%<br />
2003 127 3 2%<br />
2004 121 7 6%<br />
2005 159 7 4%<br />
2006 184 5 3%<br />
2007 314 10 3%<br />
2008 464 21 5%<br />
1º Sem. 09 363 34 9%<br />
FONTE: INPI<br />
DR
INSTITUIÇÕES COM ACTIVIDADE DE I&D NO DISTRITO DE LEIRIA<br />
UNIDADES DE INVESTIGAÇÃO<br />
■ AMLEI - ÁREA METROPOLITANA DE LEIRIA<br />
■ CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA A INDÚSTRIA DA CERÂMICA<br />
■ CENTRO PARA O DESENVOLVIMENTO RÁPIDO E SUSTENTADO DE PRODUTO<br />
■ CIID - CENTRO DE INVESTIGAÇÃO IDENTIDADES E DIVERSIDADES<br />
■ ESCOLA SUPERIOR DE ARTES E DESIGN - CALDAS DA RAINHA<br />
■ ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DE LEIRIA<br />
■ ESTAÇÃO NACIONAL DE FRUTICULTURA VIEIRA DE NATIVIDADE - ENFVN<br />
■ GABINETE DE INFORM. PARA A GESTÃO / CENTRO HOSPITALAR<br />
DAS CALDAS DA RAINHA<br />
■ GLOBADVANTAGE - CENTER OF RESEARCH ON INTERNATIONAL BUSINESS<br />
& STRATEGY<br />
■ GRUPO DE INVESTIGAÇÃO EM RECURSOS MARINHOS, ESCOLA SUPERIOR<br />
DE TECNOLOGIA DO MAR<br />
■ HOSPITAL DE SANTO ANDRÉ - LEIRIA<br />
■ INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA<br />
■ MUSEU DE CERÂMICA<br />
■ MUSEU ETNOGRÁFICO E ARQUEOLÓGICO DOUTOR JOAQUIM MANSO<br />
■ MUSEU JOSÉ MALHOA<br />
EMPRESAS<br />
■ ALBANO MORGADO, S.A.<br />
■ ARFAI - INDÚSTRIA DE FAIANÇAS, LDA.<br />
■ ARGACOL - TINTAS E VERNIZES, S.A.<br />
■ CADFLOW - OPTIMIZAÇÃO, REENGENHARIA E COMERCIALIZAÇÃO DE<br />
HARDWARE E SOFTWARE, LDA.<br />
■ CASTELHANO & FERREIRA - INDÚST. DE TECTOS FALSOS E DIVISÓRIAS, S.A.<br />
■ CENTIMFE - CENTRO TECNOLÓGICO DA INDÚSTRIA DE MOLDES,<br />
FERRAMENTAS ESPECIAIS E PLÁSTICOS<br />
■ COMPOGAL - INDÚSTRIA DE POLÍMEROS, S.A.<br />
■ CONSTRUÇÕES JÚLIO LOPES, S.A.<br />
■ COROA - ARTE CERÂMICA LDA<br />
■ DISTRIM 2 – INDÚSTRIA, INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO, LDA<br />
■ ECLO - DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS INTEGRADOS LDA<br />
■ ECO CHOICE , S.A.<br />
■ EPIAP - INDÚSTRIA METÁLICA LDA<br />
■ EROFIO - ENGENHARIA E FABRICAÇÃO DE MOLDES, S.A.<br />
■ ESCOLA DE NEGÓCIOS DO GRUPO LENA, S.A.<br />
■ ESPAÇOPLÁS - INDÚSTRIA E COMERCIALIZAÇÃO DE PLÁSTICOS LDA<br />
■ FABRICA DE PAVIMENTOS APTUS S.A.<br />
■ FILOSOFT - SOLUÇÕES INFORMÁTICAS, LDA.<br />
■ FLEXIDOOR - PORTÕES SECCIONADOS E AUTOMATISMOS S.A.<br />
■ GLASS-SOFT - ROBÓTICA E SISTEMAS LDA<br />
■ GRANDESIGN - DESIGN NA INDÚSTRIA, LDA.<br />
■ HIDROVIA – PROJECTOS DE ENGENHARIA CIVIL, LDA<br />
■ INCENTEA - TECNOLOGIA DE GESTÃO, S.A.<br />
■ INTEPLÁSTICO - INDÚSTRIAS TÉCNICAS DE PLÁSTICOS, S.A.<br />
■ INTERMOLDE - MOLDES VIDREIROS INTERNACIONAIS, LDA.<br />
■ ITM - INDÚSTRIA TÉCNICA DE MOLDES LDA<br />
■ J. F. JACINTO & FILHOS, ARTEFACTOS DE CIMENTO LDA<br />
■ JANELA DIGITAL - INFORMÁTICA E TELECOMUNICAÇÕES, S.A.<br />
■ JOMAZÉ - LOUÇAS ARTÍST. E DECORATIVAS, LDA<br />
■ LISMOLDE 2 - INDÚSTRIA DE MOLDES PARA MATÉRIAS PLÁSTICAS LDA<br />
■ MÁRIO F. RINO LDA<br />
■ MATCERÂMICA – FABRICO DE LOUÇA, S.A.<br />
■ MOLDE - FAIANÇAS, S.A.<br />
■ MÓVEIS LUSIADAS-SOCIEDADE PRODUTORA DE MÓVEIS LDA<br />
■ NETLIZ - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO LDA<br />
■ PASTCERAM - PASTAS CERÂMICAS S.A.<br />
■ PERIPLAST – EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS, LDA.<br />
■ PLANETA - PLÁSTICOS, S.A.<br />
■ PLASTIDOM - PLÁSTICOS INDUSTRIAIS E DOMÉSTICOS, S.A.<br />
■ PROMOL - INDÚSTRIA DE VELAS, S.A.<br />
■ RIBERMOLD, LDA<br />
■ SACOS 88-SOCIEDADE DE PLÁSTICOS LDA<br />
■ SANTOS BAROSA - VIDROS, S.A.<br />
■ SETSA - SOCIEDADE DE ENGENHARIA E TRANSFORMAÇÃO, S.A.<br />
■ SIVAL - SOCIEDADE INDUSTRIAL DA VÁRZEA, LDA.<br />
■ SOLANCIS - SOCIEDADE EXPLORADORA DE PEDREIRAS, SA.<br />
■ SPAL - SOCIEDADE DE PORCELANAS DE ALCOBAÇA, S.A.<br />
■ TECNIFREZA - INDÚSTRIA DE MOLDES, SA<br />
■ TINTURARIA ROSÁRIOS 4, LDA<br />
■ VIDRIMOLDE - INDÚSTRIA INTERNACIONAL DE MOLDES, LDA.<br />
FONTE: MINISTÉRIO DA CIÊNCIA TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR (MCTES)<br />
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24 I 25<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
NÃO HÁ FÓRMULAS<br />
MÁGICAS PARA<br />
CONSTRUIR UMA<br />
EMPRESA<br />
DE SUCESSO<br />
Têm em comum o facto<br />
<strong>de</strong> inovarem, quer em<br />
produto quer em<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio.<br />
Icel, Spal, Tecmol<strong>de</strong> ou<br />
Critical Software são<br />
apenas algumas das<br />
empresas que o fazem<br />
bem em Portugal.<br />
Conheça as suas<br />
histórias e inspire-se.<br />
nNo mundo dos negócios não há receitas infalíveis<br />
para as quais baste juntar os ingredientes, mexer e<br />
colocar no forno. Se estava à espera disso, então <strong>de</strong>sista<br />
<strong>de</strong> procurar livros e mais livros sobre a melhor<br />
maneira <strong>de</strong> engran<strong>de</strong>cer a sua empresa.<br />
Cada história tem as suas próprias lições, cada<br />
empresa o seu <strong>de</strong>stino. E se copiar estratégias po<strong>de</strong><br />
ser um mau presságio. Apren<strong>de</strong>r com a experiência<br />
dos outros é, com certeza, o caminho certo. Em matéria<br />
<strong>de</strong> inovação e criativida<strong>de</strong>, as empresas do distrito<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> têm algo a ensinar. Não faltam bons exemplos<br />
<strong>de</strong> projectos <strong>de</strong> sucesso, alguns <strong>de</strong>les nos vários<br />
concelhos da região. Conheça aqui as batalhas <strong>de</strong><br />
quem lutou e venceu.<br />
FACAS ANTIBACTERIANAS NA ICEL<br />
A Icel, Indústrias <strong>de</strong> Cutelaria da Estremadura,<br />
é uma das marcas mais reconhecidas internacio-<br />
DR<br />
nalmente no mundo da cutelaria. Compete directamente<br />
com os melhores e não se envergonha <strong>de</strong><br />
estar exposta nos escaparates ao lado <strong>de</strong> produtos<br />
como os da Victorinox, a insígnia mais famosa<br />
<strong>de</strong> canivetes suíços.<br />
Design e inovação são duas palavras-chave do<br />
plano <strong>de</strong> negócios da empresa da Benedita, concelho<br />
<strong>de</strong> Alcobaça. As suas colecções já foram premiadas<br />
duas vezes pelo centro <strong>de</strong> Design<br />
Português e a empresa recebeu, durante anos, o<br />
prémio PME Prestígio, atribuído pelo IAPMEI. Também<br />
a criativida<strong>de</strong> está presente no dia-a-dia da<br />
fábrica. “A inovação sempre fez parte da nossa estratégia.<br />
É uma indústria tradicional, mas a inovação<br />
vai acontecendo a vários níveis, como seja a<br />
forma do cabo e da lâmina, nos materiais e cores<br />
e, ultimamente, mais ao nível da segurança e higiene,<br />
na adição <strong>de</strong> antibacteriano nos cabos injectados<br />
das nossas facas”, diz Jorge João,<br />
presi<strong>de</strong>nte da socieda<strong>de</strong> industrial.<br />
O investimento da Icel em Investigação e Desenvolvimento<br />
(I&D) é uma constante. O ano passado<br />
a gestão <strong>de</strong>stinou cerca <strong>de</strong> 80 mil euros para<br />
I&D. Lançou facas profissionais com cabo anti<strong>de</strong>rrapante<br />
e <strong>de</strong>senvolveu uma linha anti-bacteriana.<br />
Especializada no mercado profissional, a<br />
Icel orgulha-se do facto <strong>de</strong> o seu produto ser <strong>de</strong><br />
valor acrescentado. E foi inovadora até nas condições<br />
<strong>de</strong> trabalho, já que foi a primeira fábrica da<br />
zona da Benedita a ter horário <strong>de</strong> trabalho fixo.<br />
Hoje, é um dos mais importantes pólos industriais<br />
do concelho e dá emprego a cerca <strong>de</strong> 200 trabalhadores.<br />
Fundada em 1945 pela mão <strong>de</strong><br />
Joaquim Jorge, pai do actual dirigente, e mais dois<br />
irmãos, Luís e João Jorge, a empresa ven<strong>de</strong>u cerca<br />
<strong>de</strong> oito milhões <strong>de</strong> euros, em 2008, e produz praticamente<br />
só com a sua marca - apenas 3% ainda é<br />
para as marcas próprias <strong>de</strong> clientes. O capital mantém-se<br />
nas mãos da família: 75% pertence aos 11<br />
irmãos, filhos do fundador, e 25% a seis primos,<br />
que representam a terceira geração no negócio.<br />
O investimento em equipamento inovador faz<br />
também parte da sua estratégia. A robotização é,<br />
aliás, uma necessida<strong>de</strong>: sendo a falta <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-<br />
-obra especializada o seu principal problema, a maquinaria<br />
foi a solução encontrada. A compra <strong>de</strong> uma<br />
máquina <strong>de</strong> testes – a 15ª em todo o mundo, como<br />
faz questão <strong>de</strong> frisar João Jorge – foi um dos importantes<br />
passos para comprovar a fiabilida<strong>de</strong> do fio da<br />
faca, a que a ICEL dá garantia vitalícia. Actua, sem<br />
receios, na gama alta, fazendo frente à afamada região<br />
cuteleira <strong>de</strong> Solingen, na Alemanha. A maior<br />
parte da sua produção é exportada para países<br />
como Espanha, Grécia, Canadá, Estados Unidos e<br />
Israel. Na Grécia é lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mercado, batendo a sua<br />
eterna rival suíça. “Temos a marca registada em 42<br />
países”, adianta o presi<strong>de</strong>nte.<br />
▼<br />
▼<br />
▼
26 I 27<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Lino Serralheiro,<br />
sócio-gerente<br />
da Serralheiro e Irmãos,<br />
Benedita<br />
PUB<br />
EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
CALÇADO PARA MILITARES E BOMBEIROS<br />
E é também na Benedita, uma das freguesias mais<br />
industrializadas da zona Oeste, cluster da cutelaria e<br />
do calçado, que surge a Serralheiro e Irmãos. Esta empresa<br />
actua numa activida<strong>de</strong> tradicional, mas inova<br />
no tipo <strong>de</strong> produto que oferece: o calçado <strong>de</strong> segurança,<br />
<strong>de</strong>stinado a militares e bombeiros.<br />
LUCI PAIS<br />
Este nicho <strong>de</strong> mercado é o que mais tem crescido<br />
em Portugal. Existem já diversas empresas a actuar<br />
neste segmento, nos pólos industriais <strong>de</strong> Guimarães<br />
e Benedita, oferecendo calçado à prova <strong>de</strong> bala e anti-<br />
-chama às forças <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Lino Serralheiro, sócio<br />
gerente da Serralheiro e Irmãos, diz que a fábrica sentiu<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar, lançando produtos que<br />
fossem <strong>de</strong> encontro às necessida<strong>de</strong>s dos clientes. “Se<br />
assim não fosse, a nossa empresa sentiria mais dificulda<strong>de</strong>s<br />
em se impor no mercado”, diz o empresário.<br />
Decidiu, assim, entrar num segmento on<strong>de</strong> quase não<br />
existia concorrência. Com uma produção anual <strong>de</strong> 45<br />
mil pares <strong>de</strong> sapatos, produz peças para a Europa e<br />
Médio Oriente. Recentemente, calçou os carabinieri<br />
italianos e os bombeiros franceses, mas a marinha, a<br />
força área e os bombeiros portugueses também estão<br />
na lista <strong>de</strong> clientes.<br />
A diferença do calçado Serralheiro e Irmãos, que<br />
ocupa cerca <strong>de</strong> 50 trabalhadores, está nas peles utilizadas<br />
e nas solas. A pele é preparada em função da<br />
temperatura a que vai estar sujeita, o que po<strong>de</strong> ir dos<br />
10 graus negativos aos 250 positivos. As solas, essas<br />
são em borracha, maleáveis e adaptadas a todo o tipo<br />
<strong>de</strong> terrenos difíceis. A empresa usa o sistema Goodyear<br />
na construção dos seus mo<strong>de</strong>los, processo este<br />
que permite um grau <strong>de</strong> conforto superior, em que o<br />
▼<br />
▼<br />
▼
28 I 29<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
pé é isolado termicamente. O segredo é a utilização<br />
<strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> cortiça flexível, por baixo da palmilha,<br />
esta <strong>de</strong> material anti-perfuração, o chamado<br />
kevlar. Este tecido é ultra-resistente, feito à base <strong>de</strong><br />
plástico PET e teias <strong>de</strong> aranha. Segundo Lino Serralheiro,<br />
os seus mo<strong>de</strong>los têm sido <strong>de</strong>senvolvidos com<br />
a colaboração <strong>de</strong> um estilista/mo<strong>de</strong>lista e do <strong>de</strong>partamento<br />
<strong>de</strong> inovação do Centro Tecnológico do Calçado<br />
<strong>de</strong> Portugal.<br />
Fundada em 1957, pelo pai <strong>de</strong> Lino e Manuel Serralheiro,<br />
a empresa facturou cerca <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong><br />
euros em 2008 e espera manter este volume <strong>de</strong> negócios<br />
este ano. “Claro que a crise afecta todos os<br />
mercados, mas com <strong>de</strong>terminação e empenho temos<br />
conseguido manter os postos <strong>de</strong> trabalho e, até pontualmente,<br />
temos necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> admitir mais funcionários.<br />
A fábrica preocupa-se em inovar todos os<br />
dias, nem que seja nos mais pequenos pormenores”,<br />
diz o empreen<strong>de</strong>dor.<br />
SPAL EM DIVERSIFICAÇÃO<br />
O <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> produto tem sido, ao longo dos tempos,<br />
uma das principais áreas <strong>de</strong> inovação da Spal,<br />
afirma António Paiva, presi<strong>de</strong>nte da direcção. “Esta é<br />
a única área que nos dá visibilida<strong>de</strong> exterior e aquela<br />
que acaba por dar uma imagem do posicionamento<br />
da empresa no seu sector”, diz.<br />
A própria fundação da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porcelanas<br />
<strong>de</strong> Alcobaça, em 1966, foi uma inovação, já que surgiu<br />
da parceria <strong>de</strong> três concorrentes da zona <strong>de</strong> Alcobaça,<br />
Elias e Paiva, Raul <strong>de</strong> Bernarda e Olaria <strong>de</strong> Alcobaça,<br />
uma joint-venture algo inédita no Portugal<br />
dos anos 60.<br />
A Spal foi também a primeira empresa portuguesa<br />
a realizar um concurso <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, em 1970, para procurar<br />
potenciais <strong>de</strong>signers portugueses. Possui o seu<br />
próprio <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho e já trabalhou com<br />
nomes conceituados como Gerard Gulotta, Carl Gustaf<br />
Jahnsson, Marie Lou Goertze, António Mira, entre<br />
muitos outros. As suas colecções procuram ser mo<strong>de</strong>rnas<br />
e originais, das quais são exemplo as cháve-<br />
A Spal criou um novo conceito:<br />
o placing set, ou seja, o lugar à<br />
mesa. Trata-se <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia<br />
que vem substituir o antigo<br />
serviço completo, em que se<br />
compra um conjunto individual<br />
que combine com outras<br />
peças.<br />
nas <strong>de</strong> café inspiradas na obra <strong>de</strong> Mário Botas e em<br />
Fernando Pessoa e as chávenas <strong>de</strong>senhadas por<br />
João Vaz <strong>de</strong> Carvalho ou por Alda Tomás. Depois <strong>de</strong><br />
ter <strong>de</strong>senhado e produzido o troféu atribuído na cerimónia<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>claração oficial das “7 Maravilhas <strong>de</strong> Origem<br />
Portuguesa no Mundo”, a Spal apresentou uma<br />
colecção alusiva ao mesmo tema.<br />
Sempre na vanguarda da tecnologia, a socieda<strong>de</strong><br />
inaugurou uma nova unida<strong>de</strong> fabril, a Spal XXI, mas a<br />
redução das encomendas faz com que não esteja a<br />
laborar na sua capacida<strong>de</strong> total. António Paiva escusa-se<br />
a adiantar a facturação esperada para este<br />
ano, mas assegura que as vendas têm sido afectadas<br />
pela crise. “Para manter o volume <strong>de</strong> negócios vamos<br />
▼<br />
▼<br />
▼
30 I 31<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
A R31 apostou numa<br />
boa estratégia <strong>de</strong> marketing,<br />
que passou por patrocinar<br />
provas internacionais <strong>de</strong><br />
todo-o-terreno e <strong>de</strong> camiões.<br />
Ao conquistar o primeiro lugar,<br />
em 2003 e 2004, na prova <strong>de</strong><br />
4x4 “As 24 horas <strong>de</strong> Paris”,<br />
o pneumático Fedima foi<br />
bastante publicitado.<br />
ter <strong>de</strong> ser ainda mais imaginativos e inovadores. O<br />
próximo ano será importante para a Spal, estando<br />
previstos investimentos <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> euros<br />
para aumentar a competitivida<strong>de</strong> da empresa”, diz<br />
António Paiva.<br />
A socieda<strong>de</strong> apostou recentemente em áreas <strong>de</strong><br />
negócio in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e mais agressivas. Foi criada<br />
uma nova marca, a Hotspal, <strong>de</strong>stinada à hotelaria,<br />
para on<strong>de</strong> foram canalizados os gran<strong>de</strong>s clientes que<br />
já tinham no canal horeca. Ikea, Segrafredo e Delta<br />
Cafés são alguns dos compradores para os quais canaliza<br />
cerca <strong>de</strong> 35% da sua produção. A outra área é<br />
a empresarial, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacam os presentes concebidos<br />
para as gran<strong>de</strong>s empresas, sobretudo na<br />
época do Natal.<br />
Para o mercado particular, a Spal criou um novo<br />
conceito: o placing set, ou seja, o lugar à mesa. Tratase<br />
<strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia que vem substituir o antigo serviço<br />
completo, em que se compra um conjunto individual<br />
que combine com outras peças. Este produto tem<br />
tido muita procura no mercado americano.<br />
R31, EMPRESA PARA TODO O TERRENO<br />
E, sem sairmos <strong>de</strong> Alcobaça, vamos ao encontro<br />
<strong>de</strong> uma pequena empresa low profile, cujos pneus<br />
estão nas maiores competições do mundo <strong>de</strong> todoo-terreno.<br />
Trata-se da Recauchutagem 31, que reconstrói<br />
pneus com a marca Fedima Tyres. A fábrica,<br />
fundada em 1969 por Fernando Dias Marques, tem<br />
registado elevados crescimentos nos últimos anos:<br />
em 2006 facturava 6, 9 milhões <strong>de</strong> euros e em 2008<br />
atingiu os 8,1 milhões <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> negócios.<br />
A recauchutagem <strong>de</strong> pneus não é mais do que revestir<br />
<strong>de</strong> borracha nova o rasto <strong>de</strong> pneus usados.<br />
Mas, utilizando tecnologia avançada para manter<br />
elevados padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, investindo em maquinaria<br />
e em processos informatizados, a gestão da<br />
Recauchutagem 31 conseguiu, em poucos anos,<br />
transformar uma pequena fábrica familiar, numa<br />
empresa em ascenção. Apostou numa boa estratégia<br />
<strong>de</strong> marketing, que passou por patrocinar provas internacionais<br />
<strong>de</strong> todo-o-terreno e <strong>de</strong> camiões. Ao conquistar<br />
o primeiro lugar, em 2003 e 2004, na prova <strong>de</strong><br />
4x4 “As 24 horas <strong>de</strong> Paris”, o pneumático Fedima foi<br />
bastante publicitado. O mesmo se passa com os<br />
pneus para camião, já que as equipas patrocinadas<br />
conseguiram os seis primeiros lugares no Campeonato<br />
Europeu <strong>de</strong> Super Trucks. Desta forma, a Recauchutagem<br />
31 <strong>de</strong>u a conhecer as suas marcas,<br />
Fedima e Cafema, aos quatro cantos do mundo.<br />
“Sempre fomos pioneiros em investir em áreas<br />
menos usuais neste tipo <strong>de</strong> indústria, mesmo correndo<br />
os riscos inerentes a esta postura”, diz Joana<br />
Marques, filha do fundador e administradora. A R31<br />
foi a primeira empresa em Portugal a ter certificação<br />
Bridgstone/Firestone, processo que envolveu um investimento<br />
<strong>de</strong> 1,2 milhões <strong>de</strong> euros e <strong>de</strong>stinado à in-
trodução <strong>de</strong> um novo sistema <strong>de</strong> recauchutagem em<br />
mol<strong>de</strong> e pré-moldado.<br />
A unida<strong>de</strong> industrial, além dos investimentos<br />
constantes em novos mol<strong>de</strong>s e equipamentos, faz investigação<br />
e testes <strong>de</strong> compostos para novos pneus,<br />
quer <strong>de</strong> turismo, quer <strong>de</strong> competição, valor este que<br />
ascen<strong>de</strong> a 500 mil euros anuais. Entrou também na<br />
área <strong>de</strong> pneumáticos industriais, segmento on<strong>de</strong><br />
ainda não tinha presença.<br />
Dos cerca <strong>de</strong> 8,1 milhões <strong>de</strong> euros facturados, 55%<br />
vem das exportações, essencialmente <strong>de</strong> países europeus.<br />
A entrada no mercado sul-americano está a<br />
ser ultimada.<br />
TECMOLDE EM OUTSOURCING<br />
Não é só no produto que a inovação é importante.<br />
Muito pelo contrário, a inovação <strong>de</strong> processos ou mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> negócio conduz a situações <strong>de</strong> sucesso muito<br />
mais duradouras. A Tecmol<strong>de</strong>, empresa que pertence<br />
ao cluster <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s da Marinha Gran<strong>de</strong>, iniciou-se<br />
no outsourcing em 1966 quando ainda ninguém falava<br />
<strong>de</strong>sse termo. Quando António Santos, na altura<br />
projectista e <strong>de</strong>senhador <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s, se tornou trabalhador<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, começou por ser representante<br />
<strong>de</strong> uma empresa inglesa. Portugal era<br />
A Tecmol<strong>de</strong> acumula já uma<br />
experiência <strong>de</strong> 12 mil mol<strong>de</strong>s<br />
produzidos, uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> 40<br />
fornecedores e compras <strong>de</strong><br />
200 milhões <strong>de</strong> euros<br />
à indústria local.<br />
conhecido pela falta <strong>de</strong> comunicação e informação<br />
sobre as encomendas realizadas. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
trabalho que as fábricas aceitavam era superior à sua<br />
capacida<strong>de</strong>. “Imaginei que po<strong>de</strong>ria ser a ponte entre<br />
o produtor e o cliente, reduzindo os prazos e informando<br />
sobre a situação real do processo”, diz o em-<br />
preen<strong>de</strong>dor. Tinha conhecimentos <strong>de</strong> inglês, francês<br />
e alemão e apren<strong>de</strong>u ainda russo. O arranque do negócio<br />
foi um sucesso, surgindo assim a Tecmol<strong>de</strong>.<br />
O seu objectivo era apoiar as empresas fabricantes<br />
a realizarem o melhor possível o seu produto, garantir<br />
uma comunicação eficaz entre cliente e<br />
fornecedor e gerir os diversos processos em curso.<br />
“Ainda hoje o fazemos <strong>de</strong> forma semelhante, só que<br />
com uma estrutura preparada para gerir e exportar<br />
centenas <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s por ano. Recebemos as encomendas,<br />
realizamos os projectos e subcontratamos<br />
<strong>de</strong> seguida a produção”, explica António Santos. Para<br />
o cliente existe apenas um interlocutor.<br />
Sendo especialista no projecto e fabricação <strong>de</strong><br />
mol<strong>de</strong>s, a Tecmol<strong>de</strong> acabou por ter a sua própria fábrica<br />
e um centro técnico para ensaios e validação,<br />
espaço aberto a toda a indústria, incluindo a concorrência.<br />
Tem escritórios na Alemanha, Rússia, Suécia,<br />
Estados Unidos, entre outros países. Atingiu um volume<br />
<strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> 18 milhões <strong>de</strong> euros em 2007,<br />
mas a crise arrastou-se aos 15 milhões em 2008.<br />
Acumula já uma experiência <strong>de</strong> 12 mil mol<strong>de</strong>s produzidos,<br />
uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> 40 fornecedores e compras <strong>de</strong><br />
200 milhões <strong>de</strong> euros à indústria local. “Temos uma<br />
gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>: nunca rejeitar um trabalho, por<br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
António Santos,<br />
presi<strong>de</strong>nte e fundador<br />
da Tecmol<strong>de</strong><br />
PUB<br />
RICARDO GRAÇA
32 I 33<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Gonçalo Quadros, CEO<br />
e um dos fundadores<br />
da Critical Software<br />
PUB<br />
EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
mais difícil que seja”, garante, orgulhoso, António<br />
Santos.<br />
CRITICAL SOFTWARE,<br />
DE COIMBRA PARA O MUNDO<br />
A nível nacional, os projectos inovadores são muitos.<br />
Difícil é escolher quais os mais representativos,<br />
dos quais a Via Ver<strong>de</strong> é um dos mais citados (ver caixa<br />
DR<br />
“Inovações Portuguesas no mundo”). As áreas mais<br />
criativas são, pela própria natureza dos seus produtos,<br />
a da saú<strong>de</strong>/farmacêutica e a das tecnologias e<br />
software.<br />
A Critical Software quase dispensa apresentações.<br />
É uma das empresas nacionais mais inventivas,<br />
com soluções <strong>de</strong>senvolvidas para a Nasa e a Agência<br />
Espacial Europeia. Nascida em 1998, através <strong>de</strong> um<br />
processo <strong>de</strong> spin off da universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra, a<br />
socieda<strong>de</strong> nunca se preocupou muito com o tipo <strong>de</strong><br />
tecnologia que iria <strong>de</strong>senvolver, mas sim em captar<br />
os melhores cérebros em engenharia. Desenvolveu-<br />
-se na fase da bolha tecnológica, altura em que as<br />
empresas pagavam fortunas para ter os melhores<br />
génios. E, com perícia, a Critical Software conseguir<br />
atrair alguns <strong>de</strong>les. Assim, mostrou que tinha capacida<strong>de</strong><br />
para o posicionamento que procurava: <strong>de</strong>senvolver<br />
soluções, serviços e tecnologias para sistemas<br />
<strong>de</strong> informação críticos. Quando a bolha rebentou continuou<br />
o seu crescimento, pois já o plano <strong>de</strong> negócio<br />
era sustentado.<br />
“Inovar é uma atitu<strong>de</strong>, é uma filosofia, é criar uma<br />
cultura, uma forma <strong>de</strong> vida”, diz Gonçalo Quadros, CEO<br />
e um dos fundadores da companhia. Ou seja, é criar<br />
valor para o mercado. Esta sempre foi a chave-mestre<br />
do seu negócio. Por alguma razão a empresa ca-
INOVAÇÕES PORTUGUESAS NO MUNDO<br />
MIMO, CARTÃO PRÉ-PAGO DA TMN, O SISTEMA DE VIA VERDE,<br />
DA BRISA, E O PAPEL HIGIÉNICO PRETO, DA RENOVA, SÃO AL-<br />
GUMAS DA INVENÇÕES PORTUGUESAS MAIS CITADAS ALÉM-<br />
-FRONTEIRAS.<br />
O MIMO MARCOU UMA RUPTURA NO MUNDO DAS TELECO-<br />
MUNICAÇÕES: O APARECIMENTO DOS TELEFONES PRÉ--<br />
PAGOS, QUE LAICIZOU A SUA UTILIZAÇÃO A TODA A<br />
SOCIEDADE, SENDO POSTERIORMENTE EXPORTADO PARA O<br />
BRASIL. O MESMO SE PASSOU COM O SISTEMA DE VIA VERDE,<br />
INOVADOR A NÍVEL MUNDIAL, POIS PERMITIA PERCORRER<br />
TODAS AS AUTO-ESTRADAS DO PAÍS SEM PARAR NAS PORTA-<br />
GENS. ACTUALMENTE É COMERCIALIZADO NO MUNDO IN-<br />
TEIRO.<br />
A RENOVA É UMA DAS EMPRESAS NACIONAIS MAIS INOVA-<br />
DORAS DE SEMPRE. O DESENVOLVIMENTO DE PAPEL HIGIÉ-<br />
NICO COM CORES FORTES, SOBRETUDO O PRETO E O<br />
VERMELHO, REVOLUCIONARAM O MUNDO DA DECORAÇÃO DE<br />
CASAS DE BANHO E APARECE NAS REVISTAS DA ESPECIALI-<br />
DADE EM TODO O MUNDO.<br />
naliza para investigação e <strong>de</strong>senvolvimento cerca <strong>de</strong><br />
10% da sua facturação, que atingiu já os 20 milhões<br />
<strong>de</strong> euros.<br />
A socieda<strong>de</strong> tem apresentado crescimentos<br />
anuais <strong>de</strong> 40% e, em poucos anos, tem como clientes,<br />
além da Nasa e a Agência Espacial Europeia, as suas<br />
congéneres chinesa e japonesa. Foi a agência espacial<br />
americana que <strong>de</strong>u o gran<strong>de</strong> pontapé <strong>de</strong> saída<br />
da Critical, pois esta, instalada em Silicon Valley, ganhou<br />
um concurso para o fornecimento <strong>de</strong> uma solução<br />
<strong>de</strong> fiabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas. Tornou-se sua<br />
cliente ao encontrar junto da recém-criada companhia<br />
uma solução única para o sector aeroespacial, o<br />
software <strong>de</strong> testes Xception. Este produto, aplicado a<br />
sistemas críticos, permite avaliar a robustez e a fiabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> emulação <strong>de</strong> avarias <strong>de</strong><br />
hardware e software.<br />
Recentemente, a Critical Software participou num<br />
consórcio português para <strong>de</strong>senvolver o Data1 Processor<br />
Prototype, para o SMOS, o satélite da agência<br />
espacial europeia <strong>de</strong>stinado a recolher dados sobre<br />
as alterações climáticas. Mas, a empresa não vive<br />
apenas do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos para a aeronáutica:<br />
telecomunicações, administração pública,<br />
banca, saú<strong>de</strong> são algumas das áreas em que trabalha.<br />
“Actualmente estamos a actuar muito para a<br />
área <strong>de</strong> segurança da informação interna”, revela<br />
Gonçalo Quadros.<br />
AO JEITO DOS FILMES DE HOLLYWOOD<br />
Actuando no mesmo sector do que a Critical Software,<br />
a Edigma <strong>de</strong>senvolveu um produto que a coloca<br />
na lista das empresas mais criativas. Lembra-se<br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
PUB
34 I35<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Paulo Pablo,<br />
da Malo Clinic,<br />
fez história no mundo<br />
da medicina oral<br />
ao <strong>de</strong>senvolver<br />
a técnica All-on-4, para<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong>ntados totais.<br />
EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
do filme Minority Report, em que o protagonista, <strong>de</strong>sempenhado<br />
por Tom Cruise, interagia com painéis<br />
transparentes, usando apenas as mãos? Pois este<br />
filme serviu <strong>de</strong> inspiração ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
uma tecnologia <strong>de</strong> interactivida<strong>de</strong> similar e que foi<br />
aplicada no Displax Interactive Systems.<br />
Este produto permite a apresentação <strong>de</strong> conteúdos<br />
interactivos em ecrãs holográficos, LCD, plasmas,<br />
pavimentos, entre outros. O Displax Interactive Window<br />
valeu-lhe o primeiro lugar do prémio <strong>de</strong> inovação<br />
na Comtec, feira <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> informação da FIL,<br />
em 2004.<br />
Cada história tem as suas próprias lições, cada<br />
empresa o seu <strong>de</strong>stino. E se copiar estratégias<br />
po<strong>de</strong> ser um mau presságio.<br />
A empresa <strong>de</strong> Braga, que nasceu em 2000, está<br />
assente na inovação, suportada pelos seus laboratórios<br />
<strong>de</strong> I&D e pela aplicação da interactivida<strong>de</strong> aos<br />
seus <strong>de</strong>senvolvimentos. “Cada elemento da nossa<br />
equipa <strong>de</strong>dica pelo menos 10% do seu tempo à inovação,<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos produtos,<br />
funcionalida<strong>de</strong>s ou processos”, refere Miguel <strong>de</strong> Oliveira,<br />
CEO da Edigma. A sua estratégia tem dado<br />
frutos, pois a empresa, mesmo em tempos <strong>de</strong> crise,<br />
prevê duplicar a sua facturação <strong>de</strong> 2008, passando<br />
<strong>de</strong> 2,2 milhões <strong>de</strong> euros para os 4,4 milhões.<br />
A Edigma, presente com a sua marca em 40 países,<br />
tem projectos implementados em áreas <strong>de</strong> activida<strong>de</strong><br />
como as telecomunicações, a banca, a<br />
saú<strong>de</strong> e o comércio, entre outros. Instalou, por<br />
exemplo, o maior ecrã interactivo do mundo no<br />
canal <strong>de</strong> televisão espanhol Cuatro e o maior da Europa<br />
na RTP (meteorologia). Tem montras interactivas<br />
nas lojas da Vodafone e no maior centro<br />
comercial do mundo, no Dubai. “Mais recentemente<br />
<strong>de</strong>senvolvemos o projecto Optimus Concept Store,<br />
na Casa da Música, no Porto, e que recebeu o primeiro<br />
prémio do “Digital Signage Best Practice<br />
Award 2009”, diz Miguel <strong>de</strong> Oliveira.<br />
PAULO MALO, O DENTISTA INOVADOR<br />
Na área da saú<strong>de</strong>, a Malo Clinic é um caso <strong>de</strong> sucesso<br />
incontornável. Paulo Malo, <strong>de</strong>ntista <strong>de</strong> profissão,<br />
fez história no sector da medicina oral ao<br />
<strong>de</strong>senvolver a técnica All-on-4, tornando-o lí<strong>de</strong>r<br />
mundial da reabilitação oral fixa. Esta técnica permite<br />
que os <strong>de</strong>s<strong>de</strong>ntados totais possam ter <strong>de</strong>ntes<br />
fixos, idênticos à <strong>de</strong>ntição natural, sem necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> transplante ósseo, numa única cirurgia <strong>de</strong><br />
30 minutos. Com esta técnica, o processo <strong>de</strong> reabilitação<br />
é imediato, mais confortável e economicamente<br />
mais acessível. “Iniciei o meu projecto em<br />
1995, com um pequeno consultório igual ao <strong>de</strong> muitos<br />
outros médicos <strong>de</strong>ntistas. Des<strong>de</strong> muito cedo<br />
i<strong>de</strong>ntifiquei problemas nesta área. Nunca achei<br />
aceitável existir uma enorme faixa <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong>ntados<br />
totais em todo o mundo, o que me levou a apostar<br />
na investigação e na <strong>de</strong>terminação em criar soluções<br />
inovadoras”, explica Paulo Malo. Esta visão <strong>de</strong>u<br />
origem a técnicas cirúrgicas originais e reconhecidas<br />
no mundo inteiro. “O implante NobelSpeedy e a<br />
avançada solução técnica e estética <strong>de</strong> prótese fixa<br />
Malo Clinic Bridge são produtos patenteados que<br />
hoje exportamos”, diz o médico. No edifício se<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
DR
18 pisos, em Lisboa, funciona um pólo internacional<br />
<strong>de</strong> formação avançada e um laboratório <strong>de</strong> estudos<br />
altamente especializado.<br />
A diversificação do negócio avançou para o<br />
bem-estar. Para isso lançou, no Venetian Macao<br />
Resort Hotel, em Macau, o maior Medical Spa do<br />
mundo. Projecto que replicou em Portugal, no Corinthia<br />
Hotel Lisbon, um espaço que atinge os três<br />
mil metros quadrados. Em resposta às várias solicitações,<br />
esta nova área <strong>de</strong> negócio passa também<br />
pela <strong>de</strong>rmocosmética: os spa têm uma parceria<br />
com a Clarins e a Payot, mas Malo continua a estudar<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento da sua própria linha <strong>de</strong><br />
cosméticos.<br />
A Malo Clinic está presente em 11 países e, em<br />
2008, registou um volume <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> 40 milhões<br />
<strong>de</strong> euros, esperando-se um crescimento <strong>de</strong><br />
30% para o final <strong>de</strong>ste ano. “A Malo Clinic Porto acabou<br />
<strong>de</strong> inaugurar e já superou as expectativas; os<br />
projectos do Luso, Algarve e Coimbra estão em progresso.<br />
E no final <strong>de</strong> 2010 teremos clínicas próprias,<br />
spa e parcerias em 23 cida<strong>de</strong>s do mundo”, refere<br />
O OVO DE COLOMBO<br />
OVOS QUADRADOS. O QUE PARECE SER UMA IDEIA ABSURDA AOS OLHOS DOS MAIS INCAUTOS É<br />
AFINAL INOVAÇÃO. A DEROVO, EMPRESA DE POMBAL, DISTRITO DE LEIRIA, CONSEGUIU COLOCAR<br />
NO MERCADO OVO LÍQUIDO PASTEURIZADO EM PRÁTICAS EMBALAGENS TIPO TETRA PAK. A IDEIA<br />
PARTIU DE UMA NECESSIDADE: TRANSFORMAR EXCEDENTES DE OVOS EM NOVAS SOLUÇÕES<br />
ALIMENTARES COM MAIOR DURAÇÃO. SURGIU ASSIM O OVO LÍQUIDO, O OVO EM SPRAY, O OVO CO-<br />
ZIDO, A SALSICHA DE OVO E ATÉ UMA BEBIDA PROTEICA DE CLARA DE OVO E FRUTA.<br />
FUNDADA EM 1994, A DEROVO É HOJE UMA DAS EMPRESAS MAIS CRIATIVAS DO PAÍS. A INOVA-<br />
ÇÃO ESTÁ IMBUÍDA EM TODA A SUA ESTRUTURA E UMA BOA PERCENTAGEM DO VOLUME DE NE-<br />
GÓCIOS DA SOCIEDADE INDUSTRIAL É INVESTIDA EM INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO (I&D).<br />
SEGUNDO A COTEC, A ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL PARA A INOVAÇÃO, ESTE É UM DOS SEGREDOS<br />
DAS EMPRESAS INOVADORAS, SOBRETUDO QUANDO SE TRATA DE SECTORES TRADICIONAIS.<br />
Paulo Malo. A dispersão em bolsa do capital da empresa<br />
está no horizonte <strong>de</strong>ste empreen<strong>de</strong>dor. O<br />
maior grupo <strong>de</strong> clínicas <strong>de</strong>ntárias do mundo, é afinal,<br />
português. ■<br />
Helena Carlos<br />
PUB
36 I 37<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Dário Alves,<br />
Aloísio Cruz,<br />
director comercial<br />
e director <strong>de</strong> parceiros,<br />
respectivamente,<br />
da Inforap.<br />
EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
a<br />
DUAS DÉCADAS A DESENVOLVER<br />
SOLUÇÕES INFORMÁTICAS<br />
PARA A INDÚSTRIA<br />
A completar mais <strong>de</strong> duas décadas <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>,<br />
a Inforap - Aplicações <strong>de</strong> Informática, foi<br />
criada em Braga, em finais <strong>de</strong> 1984, resultando<br />
da união <strong>de</strong> três profissionais que operavam no<br />
ramo das soluções informáticas, aos quais vieram<br />
a associar-se, mais tar<strong>de</strong>, outros três do<br />
mesmo ramo.<br />
Dário Alves, um dos gerentes, explica que a<br />
empresa começou por centrar a sua acção “no<br />
suporte a nível <strong>de</strong> software aplicacional a um<br />
parque <strong>de</strong> clientes instalado pela Datamatic”<br />
(empresa do mesmo ramo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> que a Inforap<br />
veio substituir).<br />
“Começou como socieda<strong>de</strong> irregular com o<br />
nome <strong>de</strong> ‘Inforap, Desenvolvimento e Assistência<br />
<strong>de</strong> Aplicações’ e, em Maio <strong>de</strong> 1987, foi feita a escritura<br />
da nova socieda<strong>de</strong>, ‘Inforap - Aplicações<br />
<strong>de</strong> informática, Lda‘ que ainda hoje se mantém”,<br />
conta o responsável.<br />
Des<strong>de</strong> então, a empresa não tem parado <strong>de</strong><br />
crescer. E isso <strong>de</strong>ve-se a uma estratégia <strong>de</strong> constante<br />
inovação. Actualmente, a Inforap tem 28 colaboradores.<br />
O seu principal produto é o software VisualS-<br />
GIX, que se aplica a vários tipos <strong>de</strong> indústrias,<br />
entre as quais, a automóvel. Presta ainda serviços<br />
<strong>de</strong> consultoria e formação das suas próprias<br />
soluções e da SisCare – divisão <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />
sistemas, comunicações e re<strong>de</strong>s.<br />
Dário Alves explica, ainda, que a Inforap é fornecedora<br />
<strong>de</strong> empresas do distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> há<br />
mais <strong>de</strong> duas décadas. “Destacamos o grupo Movicortes,<br />
com quem trabalhamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1999, a<br />
Auto Industrial <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996, a Leiribéria, entre outras<br />
organizações”, exemplifica.<br />
NOVOS MERCADOS<br />
De forma a não se ressentir com a actual crise<br />
mundial, a Inforap tem <strong>de</strong>senvolvido uma estratégia<br />
orientada “no sentido da promoção, <strong>de</strong><br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
DR
38 I 39<br />
PUB<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
A Inforap tem <strong>de</strong>senvolvido<br />
uma estratégia orientada<br />
“no sentido da promoção,<br />
<strong>de</strong> forma específica, das<br />
soluções que <strong>de</strong>senvolve<br />
junto <strong>de</strong> empresas<br />
emergentes neste período<br />
<strong>de</strong> crise, nomeadamente<br />
no sector aftermarket”.<br />
forma específica, das soluções que <strong>de</strong>senvolve<br />
junto <strong>de</strong> empresas emergentes neste período <strong>de</strong><br />
crise, nomeadamente no sector aftermarket”, revela<br />
Dário Alves.<br />
“De uma forma geral, procuramos evi<strong>de</strong>nciar<br />
junto <strong>de</strong> todos os potenciais clientes as vantagens<br />
geradas pelas nossas soluções, ao nível da<br />
optimização <strong>de</strong> processos e rentabilização dos<br />
negócios”, sublinha.<br />
A estratégia tem dado resultados positivos. O<br />
ano passado, o volume <strong>de</strong> negócios da empresa<br />
ascen<strong>de</strong>u a um 1.3 milhões <strong>de</strong> euros.<br />
Os clientes Inforap estão distribuídos por todo<br />
o território continental e países <strong>de</strong> expressão portuguesa,<br />
nomeadamente Angola, Moçambique e<br />
Cabo Ver<strong>de</strong>. A nível <strong>de</strong> estratégia para o futuro, os<br />
responsáveis pela empresa preten<strong>de</strong>m disponibilizar<br />
todas as soluções em ambiente multi-língua<br />
e expandir a actuação da empresa para os<br />
mercados dos PALOPS, Espanha, entre outros europeus.<br />
Outro dos objectivos, revela Dário Alves, é a<br />
certificação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. ■<br />
Helena Silva<br />
INFORAP - APLICAÇÕES DE INFORMÁTICA, LDA<br />
VOLUME DE NEGÓCIOS EM 2008 - UM MILHÃO E 300 MIL<br />
EUROS<br />
FUNDADA EM 1984, EM BRAGA<br />
EM 1989, A INFORAP REALIZOU O LANÇAMENTO PIONEIRO EM<br />
PORTUGAL DE SOLUÇÕES DE GESTÃO SGIX, BASEADAS EM<br />
SISTEMAS UNIX E BASE DE DADOS INFORMIX, DESENVOLVI-<br />
DAS EM LINGUAGEM DE 4ª GERAÇÃO<br />
EM 2000, FORAM LANÇADAS AS PRIMEIRAS INSTALAÇÕES DE<br />
SOLUÇÕES E-BUSINESS, INTEGRADAS COM O BACK-OFFICE<br />
SGIX E VISUALSGIX. IMPLEMENTAÇÃO DE UMA REDE VIRTUAL<br />
PRIVADA DE COMUNICAÇÕES (VPNINFORAP), COMO COMPLE-<br />
MENTO ESTRATÉGICO AO ACTUAL SUPORTE TÉCNICO, COM<br />
VANTAGENS SIGNIFICATIVAS PARA O CLIENTE E SIGNIFICA-<br />
TIVO AUMENTO DA CAPACIDADE DE INTERVENÇÃO.<br />
EM 2008, TEVE LUGAR A CERTIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES VI-<br />
SUALSGIX PELA MICROSOFT, COM A ATRIBUIÇÃO DO ESTATUTO<br />
ISV (SOLUÇÕES INDEPENDENTES DE SOFTWARE) À INFORAP.<br />
OCORREU TAMBÉM A CERTIFICAÇÃO DOS INTERFACES DE LI-<br />
GAÇÃO DO DMS COM AS MARCAS DE AUTOMÓVEIS NOMEA-<br />
DAMENTE, GRUPO GM, GRUPO PEUGEOT SA, FORD, BMW,<br />
FIAT, ENTRE OUTRAS.
40 I 41<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Joaquim Menezes,<br />
presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração<br />
do Centimfe<br />
EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
a<br />
Foi a constatação, no final da década <strong>de</strong> 80, <strong>de</strong><br />
que as indústrias <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s e plásticos tinham uma<br />
carência <strong>de</strong> apoio técnico qualificado, que levou à<br />
criação do Centro Tecnológico para a Indústria <strong>de</strong><br />
Mol<strong>de</strong>s e Ferramentas Especiais (CENTIMFE).<br />
Joaquim Menezes, presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong><br />
Administração, explica que o centro foi criado em<br />
1991 para assegurar respostas no que toca ao apoio<br />
ao nível tecnológico emergente e serviços especializados,<br />
a diferentes níveis, às empresas, sendo <strong>de</strong>tentor<br />
<strong>de</strong> respostas em domínios <strong>de</strong> ponta como a<br />
prototipagem rápida e maquinação a alta velocida<strong>de</strong>,<br />
entre outros. Dá ainda apoio no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> projectos <strong>de</strong> investimento, investigação,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e estudos sobre o sectores em que<br />
actua. “Somos a estrutura <strong>de</strong> apoio, por excelência,<br />
da indústria”, consi<strong>de</strong>ra.<br />
INOVAÇÃO<br />
O sucesso do projecto foi-se confirmando ao<br />
longo dos anos e o centro é hoje conhecido, quer em<br />
Portugal, quer na Europa, pelas suas respostas inovadoras.<br />
“Tivemos a preocupação <strong>de</strong> não ficar pelas estruturas<br />
<strong>de</strong> apoio nacionais”, explica Joaquim Menezes,<br />
adiantando que a equipa do CENTIMFE<br />
“teve sempre como orientação, à imagem da própria<br />
indústria <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s, um relacionamento internacional<br />
tão <strong>de</strong>nso quanto possível”. Foi criada<br />
uma alargada re<strong>de</strong> <strong>de</strong> parceiros, que se tem expandido.<br />
O reconhecimento europeu do centro foi mais<br />
notório com o <strong>de</strong>senvolvimento Euro-tooling 21<br />
projecto li<strong>de</strong>rado pelo CENTIMFE, com o objectivo<br />
<strong>de</strong> aumentar o nível <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> da in-<br />
RICARDO GRAÇA<br />
CENTIMFE<br />
DESENVOLVE<br />
SOLUÇÕES DE<br />
EXCELÊNCIA<br />
dústria europeia <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s e ferramentas especiais.<br />
“Com esse projecto, fizemos a <strong>de</strong>monstração<br />
das competências e profissionalismo do centro”,<br />
consi<strong>de</strong>ra Joaquim Menezes, adiantando mesmo<br />
que o trabalho <strong>de</strong>senvolvido pelo Centimfe - em<br />
conjunto com outras instituições -, nos últimos<br />
seis anos, contribuiu para “colocar o tooling (mol<strong>de</strong>s)<br />
na agenda da Comissão Europeia”.<br />
Sempre focalizado nas tendências <strong>de</strong> inovação<br />
tecnológica para o sector e funcionando em ligação<br />
estreita com as principais universida<strong>de</strong>s do<br />
país, o CENTIMFE <strong>de</strong>senvolve um conjunto <strong>de</strong> projectos<br />
inovadores, sempre em articulação com as<br />
empresas.<br />
Mas há um que acaba por se distinguir, pelas<br />
diferenças que encerra. Chama-se “Pense Indústria”<br />
e <strong>de</strong>stina-se a crianças, proporcionando-<br />
-lhes a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecerem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tenra<br />
ida<strong>de</strong>, como funciona a indústria. Trata-se, segundo<br />
o responsável do CENTIMFE, <strong>de</strong> uma<br />
aposta nas próximas gerações <strong>de</strong> profissionais. É<br />
um dos projectos mais antigos a ser <strong>de</strong>senvolvido<br />
no centro.<br />
O CENTIMFE conta, actualmente, com mais <strong>de</strong><br />
200 organizações associadas, entre unida<strong>de</strong>s industriais,<br />
instituições públicas, como o Instituto<br />
<strong>de</strong> Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAP-<br />
MEI), o Instituto Nacional <strong>de</strong> Engenharia e Tecnologia<br />
Industrial (INETI), o Instituto Português da<br />
Qualida<strong>de</strong>, a Câmara da Marinha Gran<strong>de</strong> e a Câmara<br />
da Batalha, e associações sectoriais, como<br />
a Associação Nacional da Indústria <strong>de</strong> Mol<strong>de</strong>s<br />
(Cefamol) e a Associação Nacional da Indústria <strong>de</strong><br />
Plásticos (Apip). ■
42 I 43<br />
PUB<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
EMPRESAS E PRODUTOS INOVADORES<br />
tTudo é novo, luminoso, aromático e disponível<br />
para captar os cinco sentidos. Integrado nas correntes<br />
da vida actual, que redobra o interesse<br />
pela qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida em total consonância com<br />
o respeito pelo ambiente e a preservação dos recursos<br />
naturais, o hotel Villa Batalha associa natureza,<br />
cultura, história e tradições locais à oferta<br />
que disponibiliza.<br />
Mais <strong>de</strong> nove milhões <strong>de</strong> euros foi o investimento<br />
realizado pelo empresário José Monteiro,<br />
no hotel Villa Batalha, uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quatro estrelas,<br />
superior, com vista para o Mosteiro <strong>de</strong><br />
DR<br />
HOTEL VILLA<br />
BATALHA<br />
PROMOVE<br />
BEM-ESTAR<br />
DE TODOS<br />
OS SENTIDOS<br />
Santa Maria da Vitória. Um hotel que se apresenta<br />
com um novo conceito criado também a pensar na<br />
conquista dos clientes oriundos, sobretudo, do<br />
Norte da Europa, que, por norma, compram apartamento<br />
em Portugal para permanecerem cinco<br />
ou seis meses por ano. “Com a opção do apartamento,<br />
acabam por ficar sem mobilida<strong>de</strong> em termos<br />
<strong>de</strong> capital e com um custo fixo elevado,<br />
problema que o novo hotel solucionará com o tipo<br />
<strong>de</strong> serviço que oferece”, explica José Monteiro, revelando<br />
que a i<strong>de</strong>ia é que os turistas vivam no hotel<br />
sem terem que dispor do investimento".
Referindo-se ao conceito inovador implantado<br />
no Hotel Villa Batalha, José Monteiro admitiu que<br />
a sua concepção foi para além do que a legislação<br />
actualmente exige, ao tornar o hotel amigo do<br />
ambiente. Refere-se às medidas tomadas em relação<br />
aos recursos hídricos – “porque a água é um<br />
recurso cada vez mais escasso” – que se reflectem<br />
na criação <strong>de</strong> um sistema que canaliza as<br />
águas dos banhos, duches e bidés para uma ETAR<br />
própria, on<strong>de</strong> são submetidas a um tratamento e<br />
<strong>de</strong>pois reencaminhadas para alimentar os autoclismos<br />
do hotel. A reutilização da água permite<br />
uma economia <strong>de</strong> 60 por cento.<br />
Relativamente ainda a projectos inovadores,<br />
José Monteiro recorda que 80 por cento da iluminação<br />
na unida<strong>de</strong> funciona em sistema LED, o<br />
que permite uma economia calculada em 50 por<br />
cento do consumo normal <strong>de</strong> um hotel, gerido a<br />
partir <strong>de</strong> um sistema inteligente ligado a um computador<br />
portátil.<br />
Para aquecimento das águas da piscina e <strong>de</strong> parte<br />
das águas quentes ali consumidas, recorre--se a<br />
energia solar térmica com 50 painéis <strong>de</strong> alto rendimento.<br />
"Fizemos um gran<strong>de</strong> investimento, mas vale<br />
a pena porque a energia será cada vez mais cara".<br />
O Hotel Villa Batalha está<br />
apetrechado com painéis<br />
solares para se auto-<br />
-abastecer com recurso<br />
à energia limpa.<br />
Des<strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Outubro passado, a Batalha dispõe<br />
<strong>de</strong>sta nova unida<strong>de</strong> hoteleira que se integra numa<br />
área estratégica que permite a José Monteiro<br />
acreditar num projecto que foi pensado para fixar,<br />
por vários dias, uma parte dos milhares <strong>de</strong> turistas<br />
que todos os anos passam pela Batalha, fundamentalmente<br />
para visitar o Mosteiro. ■<br />
Jacinta Romão<br />
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44 I 45<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
INCUBADORAS DE EMPRESAS - EMPREENDEDORISMO<br />
s<br />
INCUBADAS,<br />
INOVADORAS E CRIATIVAS<br />
São pequenas empresas que precisam <strong>de</strong> alguma<br />
ajuda para dar os primeiros passos. Dedicam-se<br />
a ramos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> originais, na área<br />
das novas tecnologias, multimédia ou <strong>de</strong> sectores<br />
<strong>de</strong> nicho. Nesta edição da revista 250 Maiores<br />
Empresas do distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> damos a conhecer<br />
três projectos inovadores, instalados em incubadoras<br />
<strong>de</strong> empresas em Ansião, Marinha Gran<strong>de</strong> e<br />
<strong>Leiria</strong>, on<strong>de</strong> a tónica é colocada na criativida<strong>de</strong> e<br />
originalida<strong>de</strong> das soluções oferecidas. A Ansião<br />
TV (Ansião), a Kazoo (Marinha Gran<strong>de</strong>) e a Natureza<br />
Brincalhona Educação Ambiental (<strong>Leiria</strong>)<br />
mostram que ainda há espaço para negócios alternativos,<br />
bastando ter imaginação para os encontrar,<br />
espírito empreen<strong>de</strong>dor e alguma audácia<br />
para os fazer vingar. Estas micro-empresas aproveitam<br />
ainda as condições e incentivos criados<br />
pelo Estado para potenciar a criação <strong>de</strong> self-employment,<br />
contribuindo também para o crescimento<br />
da riqueza nacional. E convém não<br />
esquecer as incubadoras <strong>de</strong> empresa, criadas no<br />
âmbito <strong>de</strong> parcerias público-privadas, <strong>de</strong>cisivas<br />
para o empurrão final necessário para o início<br />
<strong>de</strong>stas (a)venturas empresariais. ■<br />
DR
46 I 47<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
A equipa do projecto<br />
Ansião TV, que arrancou<br />
há cerca <strong>de</strong> um mês<br />
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INCUBADORAS DE EMPRESAS - EMPREENDEDORISMO<br />
a<br />
Adoptou um nome simples que <strong>de</strong>signa exactamente<br />
o que quer ser: um canal <strong>de</strong> televisão local <strong>de</strong><br />
Ansião. O projecto Ansião TV nasceu no dia 26 <strong>de</strong> Outubro<br />
<strong>de</strong> 2009, com a transmissão em directo da tomada<br />
<strong>de</strong> posse do novo executivo municipal e é uma<br />
das empresas incubadas na Incubadora <strong>de</strong> Empresas<br />
do Centro <strong>de</strong> Negócios <strong>de</strong> Ansião.<br />
Para ace<strong>de</strong>r ao canal Ansião TV, basta escrever o<br />
en<strong>de</strong>reço http://tvansiao.blogspot.com no browser<br />
<strong>de</strong> internet e assistir à transmissão, sem registos ou<br />
pagamentos, às reuniões da Assembleia Municipal<br />
e a reportagens <strong>de</strong> actualida<strong>de</strong> e etnografia, entre<br />
outras, ou consultar a Agenda Cultural.<br />
“A iniciativa começou por ser um compromisso<br />
eleitoral <strong>de</strong> Rui Rocha, actual presi<strong>de</strong>nte da câmara,<br />
caso vencesse as eleições”, explica o coor<strong>de</strong>nador,<br />
António Simões, assegurando que se trata <strong>de</strong> um<br />
projecto pioneiro no País. “Há apenas dois ou três<br />
canais semelhantes.”<br />
Para já, além <strong>de</strong> jornalistas, a Ansião TV procura<br />
um rosto que assuma as funções <strong>de</strong> pivot. A equipa<br />
não será, forçosamente, muito gran<strong>de</strong>, como explica<br />
JACINTO SILVA DURO<br />
ANSIÃO TV<br />
APOSTA NA<br />
INFORMAÇÃO<br />
LOCAL<br />
o responsável. “A i<strong>de</strong>ia é apresentar notícias do concelho,<br />
com reportagens, agenda e um espaço aberto<br />
às associações e entida<strong>de</strong>s culturais do município<br />
e ter ainda um bloco noticioso semanal às sextasfeiras<br />
que se chamará <strong>Jornal</strong> das 9”, adianta António<br />
Simões, que tem assegurado o papel <strong>de</strong> pivot<br />
<strong>de</strong>ste canal. “Não fico nervoso à frente da câmara.<br />
Como este é um projecto local, tenho alguma facilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> encarar as coisas, embora não seja um profissional”,<br />
admite.<br />
O canal é da proprieda<strong>de</strong> da autarquia e está<br />
aberto à participação <strong>de</strong> todos os que pretendam<br />
usá-lo para divulgação <strong>de</strong> eventos e factos relevantes.<br />
“Uma das i<strong>de</strong>ias que preten<strong>de</strong>mos colocar em<br />
prática é o registo futuro da história do concelho,<br />
além <strong>de</strong> permitirmos à comunida<strong>de</strong> emigrante <strong>de</strong><br />
Ansião manter o contacto com a sua terra natal”, diz<br />
o presi<strong>de</strong>nte da câmara. O investimento inicial foi <strong>de</strong><br />
mil euros e está a ser estudada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
recuperar o investimento e tornar a Ansião TV autosustentada<br />
através <strong>de</strong> patrocínios, como fazem as<br />
televisões nacionais, embora o projecto não tenha<br />
▼<br />
▼<br />
▼
48 I 49<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
INCUBADORAS DE EMPRESAS - EMPREENDEDORISMO<br />
Ao abrigo <strong>de</strong> um protocolo <strong>de</strong><br />
colaboração com o ISEC,<br />
Coimbra, a Incubadora <strong>de</strong><br />
Empresas do Centro<br />
<strong>de</strong> Negócios vai disponibilizar<br />
um espaço <strong>de</strong> incubação para<br />
finalistas daquela instituição.<br />
sido iniciado com essa perspectiva. “É um projecto<br />
autárquico e não político”, assegura o presi<strong>de</strong>nte da<br />
câmara, afastando a possibilida<strong>de</strong> do canal ser utilizado<br />
como veículo <strong>de</strong> campanha. “Este projecto é<br />
apenas para servir as pessoas do concelho <strong>de</strong> Ansião”,<br />
sublinha.<br />
LARGURA DE BANDA AINDA É POUCA<br />
Um dos principais problemas com que a Ansião TV<br />
se <strong>de</strong>para, uma vez que este é um canal apenas com<br />
transmissão online, é a pequena largura <strong>de</strong> banda <strong>de</strong><br />
internet disponível, o que faz com que, por vezes, a<br />
transmissão possa parecer lenta. O concelho precisa<br />
<strong>de</strong> ver urgentemente aumentada esta largura, já que,<br />
não só a Ansião TV mas também as empresas sentem<br />
dificulda<strong>de</strong>s. “O serviço já foi pior, mas melhorou<br />
um pouco, contudo, não se po<strong>de</strong> comparar com o <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> ou Pombal”, diz o presi<strong>de</strong>nte da câmara.<br />
INCUBADORA QUASE ESGOTADA<br />
Dentro <strong>de</strong> alguns dias, ao abrigo <strong>de</strong> um protocolo<br />
<strong>de</strong> colaboração com o ISEC (Institute Superior <strong>de</strong><br />
Engenharia <strong>de</strong> Coimbra), a Incubadora <strong>de</strong> Empresas<br />
do Centro <strong>de</strong> Negócios vai disponibilizar um espaço<br />
<strong>de</strong> incubação para finalistas daquela<br />
instituição <strong>de</strong> ensino ou para estágios. Além <strong>de</strong> um<br />
espaço mobilado, os estudantes po<strong>de</strong>m usufruir <strong>de</strong><br />
uma sala para vi<strong>de</strong>o-conferências, auditório, sala<br />
<strong>de</strong> formação e internet gratuita. Condições que<br />
qualquer projecto ou empresa po<strong>de</strong> usufruir no<br />
Centro <strong>de</strong> Negócios <strong>de</strong> Ansião. Os espaços disponíveis<br />
estão quase esgotados, estando ali instaladas<br />
iniciativas <strong>de</strong> ensino, trading, consultoria, informática<br />
e até uma empresa que produz artigos <strong>de</strong> alpinismo<br />
que se <strong>de</strong>slocalizou <strong>de</strong> Lisboa para Ansião. ■<br />
Jacinto Silva Duro
50 I 51<br />
Mónica Silva e<br />
Vítor Rosário,<br />
dois dos fundadores<br />
da Natureza<br />
Brincalhona<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
INCUBADORAS DE EMPRESAS - EMPREENDEDORISMO<br />
fFinalistas do Instituto Politécnico <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> (IPL),<br />
Mónica Silva, Vítor Rosário e Dina Silva pretendiam<br />
abrir uma empresa na área da promoção turística.<br />
Resolveram recorrer aos serviços <strong>de</strong> apoio a jovens<br />
licenciados do IPL para criar um plano <strong>de</strong> negócios<br />
na área. Contudo, à medida que o processo ia evoluindo,<br />
aperceberam-se que o sector do turismo oferecia<br />
poucas oportunida<strong>de</strong>s, mas que havia uma<br />
gran<strong>de</strong> lacuna na área do ambiente.<br />
Reformularam o projecto e candidataram-no ao<br />
5º Concurso Poli-empreen<strong>de</strong>, alcançando o primeiro<br />
lugar a nível distrital e o segundo a nível nacional. Foi<br />
a motivação que faltava para criar a Natureza Brincalhona.<br />
Depois <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> seis meses à espera da<br />
luz ver<strong>de</strong> do Centro <strong>de</strong> Emprego <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, os três jovens<br />
instalaram-se, finalmente, na Incubadora <strong>de</strong><br />
Empresas D. Dinis (IDD), em <strong>Leiria</strong>.<br />
A Natureza Brincalhona <strong>de</strong>dica-se à criação e divulgação<br />
<strong>de</strong> acções <strong>de</strong> educação ambiental. “Preten<strong>de</strong>mos<br />
que as crianças do pré-escolar e primeiro<br />
ciclo, dos 4 aos 10 anos, aprendam <strong>de</strong> forma divertida<br />
e, quase sem darem por isso, a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o ambiente”,<br />
explica Mónica Silva, licenciada em gestão<br />
<strong>de</strong> empresas.<br />
Ateliers, teatro <strong>de</strong> fantoches, aplicações multimédia<br />
e até livros são os meios com os quais a Natureza<br />
Brincalhona ensina aos mais novos a<br />
maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o Mundo um pouco melhor do que<br />
o encontraram. “Dirigimos a nossa acção para escolas,<br />
bibliotecas e câmaras municipais. Curiosamente,<br />
as entida<strong>de</strong>s que nos procuram são das<br />
áreas <strong>de</strong> Aveiro, Lisboa, Porto, e norte <strong>de</strong> Coimbra,<br />
ambientalmente mais dinâmicos, do que, por exemplo,<br />
<strong>Leiria</strong>”, refere Vítor Rosário, que se licenciou na<br />
área <strong>de</strong> Finanças, sublinhando que a maior parte<br />
JACINTO SILVA DURO<br />
DEIXAR<br />
O MUNDO<br />
UM POUCO<br />
MELHOR<br />
das solicitações são mesmo <strong>de</strong> fora do distrito.<br />
Os livros são escritos por Mónica Silva e ilustrados<br />
por Dina Silva, licenciada em Design <strong>de</strong> Multimédia<br />
e também responsável pelo site da empresa<br />
(www.natureza-brincalhona.pt), on<strong>de</strong>, através <strong>de</strong><br />
jogos lúdico-educativos, é feita uma sensibilização<br />
para as questões da reciclagem e ambiente.<br />
“Em breve, teremos a edição <strong>de</strong> mais um livro da<br />
colecção Planeta Ver<strong>de</strong>, que será sobre a importância<br />
da água”, anuncia Mónica Silva.<br />
Na IDD, a Natureza Brincalhona, à semelhança<br />
das <strong>de</strong>mais empresas ali se<strong>de</strong>adas, tem acesso gratuito<br />
à internet, salas <strong>de</strong> reuniões, <strong>de</strong> formação e<br />
áreas para a realização <strong>de</strong> ateliers. “Além <strong>de</strong> ser um<br />
local privilegiado <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>”, remata Mónica Silva. ■<br />
Jacinto Silva Duro<br />
A Natureza Brincalhona<br />
tem como missão<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
consciência ambiental<br />
das crianças, enquanto<br />
principais actores sociais<br />
do futuro.
52 I 53<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Ricardo Vieira<br />
inspirou-se na<br />
experiência que<br />
viveu na Suécia<br />
para criar a re<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> telecomunicações<br />
móveis solidária<br />
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INCUBADORAS DE EMPRESAS - EMPREENDEDORISMO<br />
RICARDO GRAÇA<br />
KAZOO<br />
AJUDA<br />
EMPRESAS<br />
A APOIAR<br />
CAUSAS<br />
SOCIAIS
jJá alguma vez pensou apoiar uma causa social<br />
apenas utilizando o telemóvel como sempre fez e<br />
sem custos associados? Pois bem, essa é a aposta<br />
da Kazoo, empresa incubada na Open, na Marinha<br />
Gran<strong>de</strong>.<br />
Apoiar algo em que acredita é mais fácil <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a criação este projecto, o primeiro serviço móvel <strong>de</strong><br />
cariz social que permite a qualquer pessoa, através<br />
<strong>de</strong> um simples telefonema ou envio <strong>de</strong> SMS,<br />
apoiar instituições, organizações ou associações<br />
<strong>de</strong> carácter social. Uma das vantagens <strong>de</strong>sta iniciativa<br />
é que, através <strong>de</strong> planos para empresas,<br />
on<strong>de</strong>, normalmente, existem <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> colaboradores<br />
com telemóveis, as firmas po<strong>de</strong>m apoiar<br />
causas sem que isso lhes custe um cêntimo.<br />
A Kazoo apresenta-se como uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> telecomunicações<br />
móveis que, em parceria com a<br />
TMN, disponibiliza uma percentagem (cinco por<br />
cento) dos carregamentos efectuados no cartão<br />
para uma instituição à escolha. Sem que quaisquer<br />
<strong>de</strong>duções sejam efectuadas no saldo do cartão,<br />
o cliente consegue, assim, contribuir <strong>de</strong> forma<br />
regular para uma causa social, enquanto usufrui<br />
das vantagens oferecidas por este serviço móvel:<br />
um tarifário low cost sem carregamentos obriga-<br />
A OESTE TUDO DE NOVO<br />
EM CALDAS DA RAINHA, À MEDIDA QUE A DATA DE IMPLANTAÇÃO DO NOVO CENTRO PARA EMPRE-<br />
SAS DE INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO (I&D) SE APROXIMA, VÃO-SE ESGOTANDO OS LOTES<br />
DISPONÍVEIS. AS OBRAS DE DE INFRA-ESTRUTURAÇÃO DEVERÃO ARRANCAR NO INÍCIO DO PRÓ-<br />
XIMO ANO E VÃO SEGUIR UMA IMAGEM FÍSICA ÚNICA, QUE SERVIRÁ PARA CRIAR UMA IDENTIDADE<br />
PARA AQUELE ESPAÇO. A MEDIDA, EXPLICA O GABINETE DO VEREADOR HUGO OLIVEIRA, SERVIRÁ<br />
PARA CRIAR UMA LINHA COMUM ARQUITECTÓNICA CONTEMPORÂNEA.<br />
AO TODO, SÃO OITO OS LOTES DISPONÍVEIS PARA A I&D DE CALDAS DA RAINHA, SITUANDO-SE<br />
JUNTO À AVENIDA ENG. PAIVA E SOUSA.<br />
tórios e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter o mesmo número.<br />
A Kazoo tem como meta atingir 100 mil clientes<br />
até ao final do ano. “Quando carrega o cartão com<br />
20 euros, é este o dinheiro que tem para falar”, garante<br />
Ricardo Vieira, um dos responsáveis. Os<br />
cinco por cento que são entregues às associações<br />
provêm da redução da margem <strong>de</strong> lucro da Kazoo<br />
e da TMN, sempre com tarifários low cost.<br />
A i<strong>de</strong>ia teve como ponto <strong>de</strong> partida a experiência<br />
<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> Ricardo Vieira na Suécia on<strong>de</strong>,<br />
diz, em quatro anos apren<strong>de</strong>u outras filosofias <strong>de</strong><br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
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54 I 55<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
INCUBADORAS DE EMPRESAS - EMPREENDEDORISMO<br />
Entre as entida<strong>de</strong>s que fazem<br />
parte da comunida<strong>de</strong> da<br />
Kazoo encontra-se a<br />
Amnistia Internacional,<br />
a Fundação do Gil, a Ajuda<br />
<strong>de</strong> Berço, a União Zoófila,<br />
a Quercus, a APPC, a AMI,<br />
a ACAPO e a Liga Portuguesa<br />
contra a Sida.<br />
vida. “É importante que haja alguma coisa que dê<br />
um pouco <strong>de</strong> alegria. Neste projecto, as pessoas<br />
nem têm que fazer muito: é só mudar <strong>de</strong> cartão e,<br />
com isso, contribuírem para algo em que acreditem.”<br />
No arranque da empresa, no início <strong>de</strong> 2009,<br />
eram 19 as instituições apoiadas. Estas divi<strong>de</strong>m-<br />
-se em diversos sectores, nomeadamente, infantil,<br />
comunitário, animal, ambiental, humanitário e<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Entre as entida<strong>de</strong>s que fazem parte da<br />
comunida<strong>de</strong> da Kazoo encontramos a Amnistia Internacional,<br />
a Fundação do Gil, a Ajuda <strong>de</strong> Berço, a<br />
União Zoófila, a Quercus, a APPC, a AMI, a ACAPO e<br />
a Liga Portuguesa contra a Sida. Não existe um limite<br />
máximo nem mínimo <strong>de</strong> membros por comunida<strong>de</strong>,<br />
pelo que qualquer instituição do país<br />
po<strong>de</strong>rá a<strong>de</strong>rir ao universo Kazoo e beneficiar assim<br />
do apoio concedido por esta operadora.<br />
Para a<strong>de</strong>rir a este serviço basta adquirir um<br />
cartão <strong>de</strong>sta re<strong>de</strong> móvel e escolher qual a instituição<br />
que preten<strong>de</strong> apoiar, no site www.kazoo.pt. ■<br />
Jacinto Silva Duro
56 I 57<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
INOVAR EM TEMPO DE CRISE<br />
OPORTUNIDADES<br />
DE NEGÓCIO EM<br />
TEMPO DE CRISE<br />
dDespedimentos. Esta é a palavra que mais<br />
vezes se repete na comunicação social em tempos<br />
<strong>de</strong> crise. Quando se fala em contracção da economia<br />
e em redução <strong>de</strong> vendas, os empresários, nacionais<br />
e não só, vêem nos processos <strong>de</strong><br />
downsizing a solução imediata para os seus problemas.<br />
E, se é verda<strong>de</strong> que resolve alguns, nomeadamente<br />
as questões correntes da tesouraria,<br />
também é verda<strong>de</strong> que apenas adia outros, como<br />
a sustentabilida<strong>de</strong> a longo prazo. Mas não se limitam<br />
ao corte <strong>de</strong> efectivos: reduzem os investimentos,<br />
os gastos com novas tecnologias, acabam com<br />
a publicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>dicam-se, em exclusivo, ao seu<br />
core business.<br />
Nada podia estar mais errado. Os especialistas<br />
são unânimes em dizer que os momentos <strong>de</strong> crise<br />
são excelentes para criar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio.<br />
A necessida<strong>de</strong> aguça o engenho e apostar na<br />
inovação e na criativida<strong>de</strong> trará, com certeza, bons<br />
frutos numa colheita futura. O Google, por exemplo,<br />
cresceu exponencialmente na altura da bolha<br />
tecnológica: enquanto que a maioria das empresas<br />
<strong>de</strong> novas tecnologias perdia valor, esta empresa<br />
ganhava pontos no mercado, tornando-se<br />
uma das companhias que mais valorizou nas bolsas<br />
americanas, ao atingir os 650 dólares por<br />
acção.<br />
É sabido que as recessões costumam alterar as<br />
posições <strong>de</strong> mercado. Por vezes, as empresas que<br />
estão no topo, mais acomodadas, menos flexíveis,<br />
são ultrapassadas por outras, que se adaptaram<br />
mais rapidamente e com maior agilida<strong>de</strong>. O segredo<br />
está em apanhar o comboio a tempo.<br />
Há sempre espaço para as empresas inovadoras.<br />
Aliás, num mercado em constante mudança, a sobrevivência<br />
dos mais fortes é ditada pela sua capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se reinventar. Por isso, aquelas que estiverem<br />
na linha da frente terão mais hipóteses <strong>de</strong> resistir. Augusto<br />
Mateus, professor catedrático e consultor, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
que há uma gran<strong>de</strong> rotação na activida<strong>de</strong><br />
económica, seja <strong>de</strong> produtos, seja <strong>de</strong> empresas. “Apesar<br />
<strong>de</strong>, no nosso imaginário, as empresas <strong>de</strong>verem<br />
durar séculos, o mercado tem uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação<br />
<strong>de</strong> 50% numa década”, diz. O ex-ministro da<br />
economia assegura que, nos últimos <strong>de</strong>z anos, Lisboa<br />
terá perdido cerca <strong>de</strong> 30 mil empregos na indústria e<br />
ganho 45 mil nos serviços. Isto revela a capacida<strong>de</strong><br />
intrínseca das empresas em se transformarem, conforme<br />
as necessida<strong>de</strong>s.<br />
CRISE, O MOTOR DA ECONOMIA<br />
A crise não <strong>de</strong>veria ser o motivo para inovar. A<br />
inovação <strong>de</strong>veria fazer parte do ADN <strong>de</strong> todas as<br />
empresas, em todas as fases do ciclo económico.<br />
Mas, ainda bem que há um móbil que força as indústrias<br />
mais acomodadas a fazer algo <strong>de</strong> forma<br />
diferente, para se manterem vivas. Pedro Pita Bar-<br />
▼<br />
▼<br />
▼
58 I 59<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
INOVAR EM TEMPO DE CRISE<br />
ros, economista, investigador e professor catedrático<br />
da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Economia da Universida<strong>de</strong><br />
Nova <strong>de</strong> Lisboa, acredita que a crise é o motor que<br />
obriga as empresas a avançarem. “Quando há<br />
maior necessida<strong>de</strong>, correm-se mais riscos e, <strong>de</strong><br />
(...) “a inovação não <strong>de</strong>ve ser<br />
abandonada em tempos <strong>de</strong><br />
crise. Muitas histórias<br />
<strong>de</strong> sucesso surgiram pela<br />
iniciativa das empresas<br />
durante as recessões”.<br />
uma maneira geral, surge mais inovação. Certo é<br />
que é também nas alturas <strong>de</strong> crise que o custo <strong>de</strong><br />
seguir por esta via, é menor”, diz.<br />
Também Rui Tocha, director-geral do Centimfe –<br />
Centro Tecnológico da Indústria <strong>de</strong> Mol<strong>de</strong>s, Ferramentas<br />
Especiais e Plásticos, localizado na Mari-<br />
nha Gran<strong>de</strong>, concorda que as épocas <strong>de</strong> crise são<br />
excelentes para os negócios inovadores e para o<br />
<strong>de</strong>spertar da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar a inovação<br />
numa estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento continuado.<br />
“Mas só tem vantagens se chegar<br />
rapidamente ao mercado”, diz. Defen<strong>de</strong> que a inovação<br />
<strong>de</strong>ve ser assumida como uma função central<br />
das empresas, <strong>de</strong>vendo, por isso, ser<br />
formalizada, tal como já acontece com os sistemas<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. “Defendo a visão do economista<br />
Schumpeter e acredito que a economia é puxada<br />
pelos empreen<strong>de</strong>dores visionários, que vão explorando<br />
lucros com o seu pioneirismo e ousadia crítica,<br />
levando ao surgimento <strong>de</strong> imitadores. Este<br />
processo <strong>de</strong> criação e <strong>de</strong>struição promove ciclos<br />
económicos”.<br />
Para o professor da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Económicas<br />
e Empresariais da Católica, José Borges<br />
<strong>de</strong> Assunção, “a inovação não <strong>de</strong>ve ser abandonada<br />
em tempos <strong>de</strong> crise. Muitas histórias <strong>de</strong> sucesso<br />
surgiram pela iniciativa das empresas<br />
durante as recessões”. Este economista diz que<br />
durante as crises e recessões um número anormalmente<br />
elevado <strong>de</strong> empresas abre falência, circunstância<br />
essa que cria oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
II<br />
LeiriConsulte<br />
Recursos Humanos<br />
www.leiriconsulte.com . leiriconsulte@leiriconsulte.com<br />
CARACTERIZAÇÃO<br />
A Leiriconsulte II – Recursos Humanos, Lda, caracteriza-se por ser uma empresa <strong>de</strong> formação profissional com 10 anos <strong>de</strong><br />
existência, tendo com público-alvo, pessoas activas empregadas e <strong>de</strong>sempregadas, <strong>de</strong>senvolvendo acções <strong>de</strong> formação em<br />
horário laboral e pós laboral. Estas acções são financiadas pelo Estado Português e União Europeia, ao abrigo do Quadro<br />
<strong>de</strong> Referência Estratégico Nacional<br />
POLITICA DE INTERVENÇÃO<br />
A principal política <strong>de</strong> intervenção baseia-se sobretudo no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> acções <strong>de</strong> formação em áreas estratégicas<br />
<strong>de</strong> mercado, nomeadamente : metalurgia e metalomecânica, hotelaria/restauração e indústria alimentar. Estas áreas <strong>de</strong>stinam-se<br />
em gran<strong>de</strong> parte aos cursos <strong>de</strong> Educação e Formação <strong>de</strong> Adultos, on<strong>de</strong> o objectivo principal é colocar activos <strong>de</strong>sempregados<br />
no mercado <strong>de</strong> trabalho, em sectores fulcrais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da região.<br />
ANO 2009/ 2010<br />
O ano 2009/ 2010, caracteriza-se pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cinco cursos <strong>de</strong> educação e formação <strong>de</strong> adultos, <strong>de</strong>stinado a<br />
activos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados em horário laboral e formação modular certificadas em horário pós laboral.<br />
ACÇÕES DE FORMAÇÃO FINANCIADAS<br />
Cursos <strong>de</strong> Educação <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Adultos - Tipologia Intervenção 2.2- Cursos <strong>de</strong> Educação e Formação <strong>de</strong> Adultos<br />
Equivalência Escolar ao 9º ano Equivalência Escolar ao 12º Ano<br />
● Soldador(a) ● Técnico <strong>de</strong> Cozinha/ Pastelaria<br />
● Pasteleiro(a)/ Pa<strong>de</strong>iro(a) ● Técnico Industrial <strong>de</strong> Metalurgia e Metalomecânica<br />
● Técnico <strong>de</strong> Controlo <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> Alimentar<br />
Formação Modular Certificada – Tipologia <strong>de</strong> Intervenção 2.3 Formações Modulares Certificadas<br />
Algumas Áreas: Ciências Informáticas; Comércio; Enquadramento na Organização/ Empresa; Hotelaria e Restauração;<br />
Industria Alimentar; Secretariado e Trabalho Administrativo; Turismo e Lazer.<br />
Aposte na sua Qualificação Escolar e Profissional<br />
Rua Paulo VI Edifício Paulo VI Lote 44 Loja 2 e 3 – 2410-149 LEIRIA<br />
Tel. 244 856032 . Fax 244822569 . Tm. 916631851<br />
Estado Português<br />
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60 I 61<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
INOVAR EM TEMPO DE CRISE<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />
subdivisão entre o mundo<br />
real e o mundo das i<strong>de</strong>ias<br />
partiu da premissa <strong>de</strong><br />
que tudo o que existe<br />
no mundo real é fruto<br />
do mundo das i<strong>de</strong>ias.<br />
investimento e ganhos <strong>de</strong> quota <strong>de</strong> mercado para<br />
os rivais mais inovadores. Acresce que nenhuma<br />
recessão é eterna pelo que as empresas que fizerem<br />
melhores investimentos em inovação durante<br />
os períodos recessivos são as que estarão melhor<br />
preparadas para beneficiar da recuperação económica.<br />
FAZER O TRADICIONAL<br />
DE MANEIRA MODERNA<br />
Inovar não é só para as empresas ligadas às<br />
tecnologias, como ainda muita gente pensa. Po<strong>de</strong><br />
inovar-se em qualquer sector <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>. Até<br />
fazer o mesmo produto, da mesma forma tradicional,<br />
po<strong>de</strong> trazer inovação. Foi o que aconteceu à<br />
Ach. Brito, empresa nortenha que produz os famosos<br />
sabonetes Musgo Real e os Claus Porto, usados<br />
pelas estrelas <strong>de</strong> Hollywood, quando sentiu a<br />
sua activida<strong>de</strong> ameaçada.<br />
A empresa <strong>de</strong> produtos e higiene atingiu o seu<br />
auge na década <strong>de</strong> 70, mas no pós 25 <strong>de</strong> Abril, com<br />
a abertura dos mercados, e sobretudo com a chegada<br />
da chamada distribuição mo<strong>de</strong>rna, que introduziu<br />
novos produtos a preços competitivos, a<br />
fábrica ficou à <strong>de</strong>riva. Nos anos 90, os irmãos Aquiles<br />
<strong>de</strong> Brito e Sónia <strong>de</strong> Brito, bisnetos do fundador,<br />
Achilles <strong>de</strong> Brito, apostaram num reposicionamento<br />
da marca, contrataram um gestor profissional,<br />
José Fernan<strong>de</strong>s, actual director-geral, e<br />
revitalizaram o negócio que estava moribundo.<br />
A Ach. Brito inovou na forma como orientou a<br />
sua estratégia. Segmentou os seus mercados, e se,<br />
por um lado, entrou na gran<strong>de</strong> distribuição com a<br />
marca Ach. Brito, por outro revitalizou marcas antigas,<br />
como a Claus Porto, <strong>de</strong>stinadas ao mercado<br />
topo <strong>de</strong> gama. Uma aposta certeira, já que os sabonetes<br />
Claus Porto, feitos <strong>de</strong> forma artesanal,<br />
mantendo os rótulos antigos, que a empresa guardara<br />
religiosamente, alguns <strong>de</strong>les até pintados à<br />
mão, seguiram direitos aos melhores escaparates<br />
do mundo. Harrods, em Londres, Galerias Lafayette,<br />
em Paris ou a SAKS, em Nova Iorque, são<br />
alguns dos locais on<strong>de</strong> estão presentes. Com a<br />
ajuda dos famosos que os usam, como Nicolas<br />
Cage e Kate Moss, o mercado do luxo estava conquistado:<br />
um gift set <strong>de</strong> sabonetes <strong>de</strong>sta marca<br />
po<strong>de</strong> custar cerca <strong>de</strong> 100 dólares, numa loja dos<br />
Estados Unidos.<br />
José Fernan<strong>de</strong>s afirma que a empresa, que<br />
facturou 4 milhões <strong>de</strong> euros em 2008, “procura<br />
sempre novas i<strong>de</strong>ias, preferencialmente contra o<br />
que está pré-<strong>de</strong>finido”. A recente consolidação<br />
com a Saboaria e Perfumaria Confiança, sua concorrente<br />
há décadas, e a socieda<strong>de</strong> com Catarina<br />
Portas, na nova loja no Porto, a “Vida Portuguesa”,<br />
são mais um dos passos da sua política <strong>de</strong> crescimento.<br />
▼<br />
▼<br />
▼
62 I 63<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
INOVAR EM TEMPO DE CRISE<br />
SECTORES TRADICIONAIS<br />
SÃO OS QUE MAIS PRECISAM DE INOVAR<br />
O tempo da competitivida<strong>de</strong> pela mão-<strong>de</strong>-obra<br />
barata e pelo baixo valor cambial já lá vai. Portugal<br />
está na União Europeia e é essencial competir<br />
pela qualida<strong>de</strong>, inovação e <strong>de</strong>sign. Em épocas <strong>de</strong><br />
crise, esta necessida<strong>de</strong> torna-se uma obrigação.<br />
ESTABILIDADE DAS REGRAS DO JOGO PRECISA-SE<br />
A INOVAÇÃO É FUNDAMENTAL NAS ÉPOCAS DE CRISE, MAS ELA PODERÁ SER COMPROMETIDA<br />
SE AS REGRAS DO JOGO ESTIVEREM SEMPRE A MUDAR. QUEM O AFIRMA É O EX-MINISTRO DA<br />
ECONOMIA, AUGUSTO MATEUS, EM DEFESA DE UMA POLÍTICA PÚBLICA DE CONTINUIDADE QUE<br />
DÊ ALGUMA SEGURANÇA AOS EMPRESÁRIOS. SE AS POLÍTICAS DE INOVAÇÃO NÃO ESTIVEREM<br />
BEM DEFINIDAS, SE NÃO HOUVER ESTABILIDADE NOS INCENTIVOS, NA POLÍTICA FISCAL, TUDO<br />
ISTO ACABA POR INTERFERIR NO MERCADO.<br />
ESTE ESPECIALISTA DIZ QUE A INOVAÇÃO ACARRETA RISCOS, MAIS RISCOS DO QUE A ACTIVIDADE<br />
CONVENCIONAL DAS EMPRESAS, E SEM ESTABILIDADE NA PROTECÇÃO DESTES RISCOS, NÃO HÁ<br />
INOVAÇÃO. “PORQUÊ DESENVOLVER, SE NUMA LÓGICA DE CÁLCULO ECONÓMICO DE MÉDIO<br />
PRAZO, É MAIS FÁCIL COMPRAR JÁ FEITO?”, QUESTIONA.<br />
Para a indústria do calçado, que exporta cerca<br />
<strong>de</strong> 95% da sua produção, a inovação é fundamental<br />
para não per<strong>de</strong>r mercado. “Aumentaram consi<strong>de</strong>ravelmente<br />
os registos e as patentes no sector;<br />
só no passado mês <strong>de</strong> Setembro surgiram 25<br />
novas marcas <strong>de</strong> calçado em Portugal”, afirma<br />
Paulo Gonçalves, da APICCAPS, associação dos industriais<br />
<strong>de</strong> calçado e artigos <strong>de</strong> pele.<br />
Este responsável diz que a indústria do calçado<br />
é muito dinâmica e preocupada com a criativida<strong>de</strong>,<br />
mesmo em coisas que não são visíveis. “Nos anos<br />
90, o sector importava todos os bens <strong>de</strong> equipamento<br />
da Alemanha e Itália. Agora exporta maqui-<br />
naria para todos os continentes, uma mudança<br />
muito significativa”, diz Paulo Gonçalves.<br />
Os empresários do sector estão a entrar numa<br />
outra fase: a da inovação em pequenos pormenores,<br />
como solas mais confortáveis e flexíveis e materiais<br />
amigos do ambiente. A indústria<br />
<strong>de</strong>senvolveu, por exemplo, solas anti-bala, feitas<br />
com o mesmo material que os coletes <strong>de</strong> protecção<br />
policial. E os resultados estão à vista: Portugal<br />
já é o segundo país com o preço médio do calçado<br />
mais elevado (o primeiro é a Itália), atingindo os 20<br />
euros.<br />
Que o diga a empresa 2Work4 que exporta calçado<br />
profissional a um preço médio <strong>de</strong> 25 euros o<br />
par, 30% acima da média nacional. Entre 2006 e<br />
2007, a empresa <strong>de</strong> Guimarães, fundada em 1999,<br />
cresceu 50%, e o ano passado aumentou em 35%<br />
o seu volume <strong>de</strong> negócios, atingindo os 3,7 milhões,<br />
afirmou ao semanário Expresso o seu presi<strong>de</strong>nte,<br />
Miguel Albano Fernan<strong>de</strong>s.<br />
A associação está ainda a investir na promoção<br />
<strong>de</strong> uma nova imagem internacional para o sector,<br />
para melhorar a sua competitivida<strong>de</strong>. São 17 milhões<br />
<strong>de</strong> euros <strong>de</strong>stinados a uma campanha cujo<br />
lema é “Sapatos Portugueses, <strong>de</strong>senhados pelo<br />
futuro” e que chegará a 30 países. Não interessa<br />
ser bom, se ninguém o souber.<br />
Outra indústria tradicional a adaptar-se às<br />
novas necessida<strong>de</strong>s é a têxtil. A Associação Têxtil e<br />
Vestuário <strong>de</strong> Portugal está preocupada com o<br />
facto da crise mundial estar a afectar muitas das<br />
empresas do sector, mas é um facto que, para algumas,<br />
surgem novas janelas <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s.<br />
Por exemplo, a Lameirinho, empresa têxtil <strong>de</strong> Vila<br />
do Con<strong>de</strong>, está a apostar no segmento da produção<br />
<strong>de</strong> soluções integradas para a hotelaria e centros<br />
comerciais e no segmento ecológico. Também<br />
a Naturapura, nascida em Braga em 1999, optou<br />
pela produção ambiental: comercializa produtos<br />
têxteis para bebé, em algodão 100% biológico, suportados<br />
em fibras naturais, <strong>de</strong> impacto ambiental<br />
reduzido e que promovem o <strong>de</strong>senvolvimento sustentado<br />
do planeta.<br />
Outra área a crescer é a dos têxteis inteligentes.<br />
São várias as empresas que apresentam inovações<br />
neste segmento. A New Textil, um spin off<br />
da Universida<strong>de</strong> do Minho, juntou algodão, prata<br />
e algas para criar roupa interior com proprieda<strong>de</strong>s<br />
calmantes e anti-cépticas. A empresa surgiu<br />
em Maio <strong>de</strong> 2008, com uma estratégia <strong>de</strong>finida:<br />
colocar o produto da sua investigação no mercado.<br />
Hoje, estas peças são vendidas em farmácias.<br />
É este o tipo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que as empresas<br />
portuguesas necessitam para vencer num mundo<br />
em constante mudança. ■<br />
Helena Carlos
64 I 65<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
COMO SE PREPARAM AS EMPRESAS PARA O FUTURO<br />
n“Não se po<strong>de</strong> trabalhar hoje com os métodos <strong>de</strong><br />
ontem e esperar fazer negócios amanhã”. Esta é a<br />
frase que se po<strong>de</strong> ler na apresentação da Ydreams,<br />
no seu site institucional. Nada po<strong>de</strong>ria expor melhor<br />
a filosofia <strong>de</strong>sta multinacional portuguesa, que <strong>de</strong>senvolve<br />
produtos <strong>de</strong> software, reconhecida a nível<br />
mundial. A inovação e a criativida<strong>de</strong> correm nas<br />
veias da empresa que surgiu em 2000 no campus<br />
universitário da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências e Tecnologia,<br />
da Universida<strong>de</strong> Nova <strong>de</strong> Lisboa, no Monte da Caparica.<br />
António Câmara, actual CEO, foi um dos cinco investigadores<br />
que impulsionou o projecto e lhe <strong>de</strong>u<br />
energia para se tornar uma empresa à escala mundial.<br />
“A inovação faz parte <strong>de</strong> nós e isso po<strong>de</strong> ver-se<br />
EMPRESAS<br />
REPENSAM VALORES<br />
PARA O FUTURO<br />
Repensar os seus<br />
valores, os seus<br />
objectivos, criar<br />
estruturas <strong>de</strong> pessoas<br />
e ferramentas é meio<br />
caminho andado para<br />
tornar a sua empresa<br />
inovadora. Não se<br />
preocupe apenas com<br />
a invenção, mas sim<br />
com a sua comercialização.<br />
António Câmara, CEO<br />
da Ydreams, uma das<br />
empresas portuguesas<br />
mais inovadoras<br />
no elevado número <strong>de</strong> patentes que registámos e<br />
nos mais <strong>de</strong> 500 projectos que já realizámos em 25<br />
países”, diz o empresário. A Ydreams começou por<br />
criar jogos interactivos para telemóveis – a Vodafone<br />
era a sua gran<strong>de</strong> cliente -, mas hoje vai mais longe.<br />
Com cerca <strong>de</strong> 150 colaboradores, essencialmente<br />
engenheiros, <strong>de</strong>senvolve aplicações e soluções interactivas<br />
para diversas áreas como a educação, espaços<br />
públicos e urbanos, exposições e eventos,<br />
<strong>de</strong>stinadas a empresas do mundo todo. Já com escritórios<br />
nos Estados Unidos, Espanha e Brasil, a<br />
empresa está a reorganizar-se, criando quatro<br />
novas unida<strong>de</strong>s, para áreas <strong>de</strong> negócio distintas,<br />
sendo uma <strong>de</strong>las em Silicon Valley, nos Estados Uni-<br />
dos, o berço das novas tecnologias. ▼<br />
▼<br />
▼<br />
RICARDO GRAÇA
66 I 67<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
COMO SE PREPARAM AS EMPRESAS PARA O FUTURO<br />
“A invenção é a parte mais<br />
fácil do negócio, a gran<strong>de</strong><br />
questão é como vendê-la.<br />
Só po<strong>de</strong>mos sustentar uma<br />
inovação se a conseguirmos<br />
comercializar”,<br />
diz António Câmara.<br />
Segundo um estudo da filial portuguesa da Strategos,<br />
(ver caixa “É necessária mais inovação no mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> negócio”), consultora lí<strong>de</strong>r mundial, fundada<br />
por Gary Hamel, a Ydreams é reconhecida como a<br />
empresa nacional mais inovadora. O ano passado,<br />
no mesmo survey, a Renova e a Brisa estavam à sua<br />
frente. O que fez este gestor para obter tal reconhecimento?<br />
A receita é simples: investigando, investindo<br />
e apresentando projectos que revolucionam<br />
no mundo. António Câmara, licenciado em Engenharia<br />
Civil e doutorado em Engenharia do Ambiente,<br />
foi professor do Massachussetts Institute of<br />
Tecnology (MIT) e voltou para Portugal <strong>de</strong>cidido a<br />
criar uma empresa que fizesse a ponte entre a investigação<br />
e a comercialização.<br />
COLOCAR A INVENÇÃO AO MERCADO<br />
Este é, aliás, um dos maiores problemas da inovação<br />
ma<strong>de</strong> in Portugal. O que não falta por cá são<br />
pessoas criativas, com boas i<strong>de</strong>ias e que até recebem<br />
prémios a nível internacional, mas <strong>de</strong>pois não<br />
há aplicação prática <strong>de</strong>stas invenções. A própria ligação<br />
das universida<strong>de</strong>s ao meio empresarial é<br />
ainda <strong>de</strong>ficitária. Poucas são as empresas que,<br />
como a Bial, fazem bem este cruzamento. O laboratório<br />
farmacêutico português faz investigação própria,<br />
mas também estabelece protocolos com as<br />
universida<strong>de</strong>s para <strong>de</strong>senvolverem algumas experiências.<br />
“A invenção é a parte mais fácil do negócio, a<br />
gran<strong>de</strong> questão é como vendê-la. Só po<strong>de</strong>mos sustentar<br />
uma inovação se a conseguirmos comercializar”,<br />
diz António Câmara. E esta é que é a gran<strong>de</strong><br />
questão que se levanta.<br />
Como tornar, então, a sua empresa inovadora?<br />
▼<br />
▼<br />
▼
68 I 69<br />
Augusto Medina,<br />
presi<strong>de</strong>nte da<br />
Consultora<br />
SPI - Socieda<strong>de</strong><br />
Portuguesa<br />
<strong>de</strong> Inovação<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
COMO SE PREPARAM AS EMPRESAS PARA O FUTURO<br />
DR<br />
Não há uma receita infalível, mas os especialistas<br />
apontam alguns passos a seguir, para chegar a bom<br />
porto. Primeiro, os empresários, empreen<strong>de</strong>dores e<br />
gestores têm <strong>de</strong> assimilar uma coisa: inovação não<br />
é apenas ter boas i<strong>de</strong>ias. Segundo Augusto Medina,<br />
presi<strong>de</strong>nte da consultora SPI - Socieda<strong>de</strong> Portuguesa<br />
<strong>de</strong> Inovação, inovar é uma activida<strong>de</strong> que visa<br />
produzir, assimilar e explorar com êxito a novida<strong>de</strong><br />
nos domínios económico e social.<br />
Assim, as empresas têm que saber distinguir as<br />
activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pura investigação e a sua aplicação<br />
prática no negócio. O tipo <strong>de</strong> investigação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
necessário <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito da área <strong>de</strong><br />
activida<strong>de</strong>. Por exemplo, uma companhia farmacêutica<br />
necessita <strong>de</strong> alocar muito mais recursos na área<br />
<strong>de</strong> I&D do que uma socieda<strong>de</strong> comercial. Apostar em<br />
investigação <strong>de</strong>snecessária também não é o caminho<br />
certo.<br />
Augusto Medina alerta que “investigação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
não é para todos. Inovação sim”, diz. As<br />
boas i<strong>de</strong>ias não têm <strong>de</strong> surgir necessariamente <strong>de</strong><br />
um laboratório. Po<strong>de</strong>m, e <strong>de</strong>vem, vir do mercado, seja<br />
dos clientes, dos fornecedores ou até dos concorrentes.<br />
Se uma empresa conseguir optimizar estes canais,<br />
recolhe i<strong>de</strong>ias inovadoras que trarão bons frutos.
Então, um dos primeiros aspectos a <strong>de</strong>finir é estabelecer<br />
o que realmente interessa ao seu negócio<br />
e que caminho quer percorrer. Pedro Costa, managing<br />
director da Strategos, diz que o tecido empresarial<br />
português tem <strong>de</strong> começar a perceber que a<br />
inovação não po<strong>de</strong> aparecer por motivos aleatórios.<br />
Tem <strong>de</strong> ser pensada como parte integrante da estratégia.<br />
“Uma vez tomada a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> inovar, há<br />
que alocar recursos. Recursos materiais e recursos<br />
humanos”, diz. É preciso que tenha consciência da<br />
importância <strong>de</strong> ter pessoas com tempo disponível<br />
para esta activida<strong>de</strong>. “E <strong>de</strong>verá inseri-la no seu orçamento;<br />
basta <strong>de</strong>dicar 1%, 5%, 10%, conforme as<br />
necessida<strong>de</strong>s”, diz. Deve, por isso, ser olhada como<br />
qualquer outra vertente do negócio, como a produção,<br />
os Recursos Humanos ou a qualida<strong>de</strong>. Aliás, a<br />
inovação está a atravessar agora o mesmo caminho<br />
que o tema da qualida<strong>de</strong> trilhou há alguns anos. As<br />
unida<strong>de</strong>s industriais <strong>de</strong>moraram algum tempo a absorver<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter programas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />
instituídos até que percebem quais os benefícios<br />
disso.<br />
PROCURAR AS FERRAMENTAS<br />
E OS PROCESSOS CERTOS<br />
Detectada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar e munido <strong>de</strong><br />
recursos, há que pensar nas ferramentas e nos processos.<br />
As empresas po<strong>de</strong>m recorrer à ajuda da<br />
Cotec, a associação empresarial para a inovação,<br />
para se informarem ou solicitar ajuda, ou até mesmo<br />
aos consultores. O importante é não avançarem sem<br />
processos <strong>de</strong>finidos, pois este é o mapa que ditará o<br />
melhor caminho. A recolha dos insights dos clientes,<br />
as análises <strong>de</strong> mercado, workshops, benchmarking<br />
e brainstormings são tudo ferramentas ao seu dispor<br />
para que o tiro seja certeiro.<br />
Criar um <strong>de</strong>partamento específico ou <strong>de</strong>dicar alguém<br />
à inovação, ainda que não seja a tempo inteiro,<br />
torna-se outro factor essencial. Na maior parte dos<br />
casos, as empresas são pequenas <strong>de</strong>mais para ter<br />
uma pessoa <strong>de</strong>dicada a 100% a esta questão. E<br />
aqui, basta que o lí<strong>de</strong>r concentre em si este processo.<br />
Mas, em todo o caso, é imprescindível que haja<br />
alguém responsável pelo tema e que apresente resultados,<br />
pois “o que é <strong>de</strong> todos, não é <strong>de</strong> ninguém”,<br />
diz Pedro Costa. O importante é que a inovação seja<br />
transversal a todas as áreas <strong>de</strong> negócio e que, aos<br />
poucos, entre na cultura e nos valores da empresa,<br />
para que todos os funcionários sejam igualmente<br />
criativos.<br />
Já Paulo Janeiro, CEO da Inogate, consultora em<br />
inovação empresarial, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a mudança <strong>de</strong><br />
valores é o primeiro passo para ter uma empresa<br />
inovadora. Deixar a lógica da subcontratação, ainda<br />
muito arreigada na cultura empresarial portuguesa,<br />
e pensar em criar valor acrescentado, com uma<br />
BENEFÍCIOS DA INOVAÇÃO<br />
TENHA EM MENTE O QUE UMA EMPRESA INOVADORA GANHA:<br />
1.O AUMENTO DOS LUCROS E DAS MARGENS<br />
2.A DIVERSIFICAÇÃO DE PRODUTOS<br />
3.A DIFERENCIAÇÃO DE PRODUTOS<br />
4.A SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES DOS CONSUMIDORES, NOMEADAMENTE AS EMERGENTES<br />
5.A FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE<br />
6.A MANUTENÇÃO OU AUMENTO DA QUOTA DE MERCADO<br />
(FONTE: SPI – SOCIEDADE PORTUGUESA DE INOVAÇÃO)<br />
oferta própria, é meio caminho andado. O segundo é<br />
conseguir aplicar a invenção ao negócio. “O trabalho<br />
para i<strong>de</strong>ntificar a novida<strong>de</strong> é fácil. O difícil é conseguir<br />
a sua exploração”, diz o consultor. “A inovação é<br />
um conjunto <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> um puzzle e para funcionar<br />
têm <strong>de</strong> estar todas encaixadas. A criativida<strong>de</strong> não<br />
po<strong>de</strong> ser uma ilha isolada <strong>de</strong>ntro da empresa”,<br />
afirma Paulo Janeiro.<br />
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Pataias, distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1989. Ao longo da<br />
sua história esta empresa já ven<strong>de</strong>u mais <strong>de</strong> 8000 viaturas,<br />
constituindo uma referência <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong> no<br />
sector automóvel do distrito.<br />
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no atendimento personalizado e na aposta do serviço pós-<br />
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7. Serviço <strong>de</strong> Reparações<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Pedro Costa, managing<br />
director da Strategos,<br />
consultora<br />
em estratégia<br />
e inovação<br />
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COMO SE PREPARAM AS EMPRESAS PARA O FUTURO<br />
SERVIÇOS DE GESTÃO<br />
DR<br />
COMUNICAR BEM O PRODUTO<br />
É ESSENCIAL<br />
Nesta fase, <strong>de</strong>senvolvem-se os produtos, mas<br />
como comunicá-los? Mesmo que o produto seja<br />
bom, po<strong>de</strong>mos não conseguir chegar ao mercado. O<br />
marketing é aqui a ferramenta perfeita. As companhias<br />
portuguesas sofrem ainda <strong>de</strong> uma terrível<br />
falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> para se promoverem. O que é<br />
compreensível, já que nem o próprio país o consegue<br />
fazer bem. A imagem <strong>de</strong> Portugal no exterior é<br />
uma questão <strong>de</strong> fundo, que prejudica ainda as exportações<br />
<strong>de</strong> muitas indústrias.<br />
Então tudo tem <strong>de</strong> estar perfeitamente alinhado,<br />
para funcionar. Fazer 99% bem, é igual a fazer mal.<br />
E os exemplos <strong>de</strong> quem enten<strong>de</strong>u perfeitamente<br />
esta teoria estão à vista. Filipe Vila Nova, lí<strong>de</strong>r da<br />
Salsa Jeans, é o típico empresário inovador. Afirma<br />
ter <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> boas soluções na gaveta e que ainda<br />
irá pôr algumas em prática. Mas a sua melhor i<strong>de</strong>ia<br />
– e que até partiu <strong>de</strong> um colaborador – foi a criação<br />
das calças <strong>de</strong> ganga push up. Quando mais nada parecia<br />
por inventar no mundo dos jeans, eis que sur-<br />
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gem as Won<strong>de</strong>r, um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> calças que melhora a<br />
silhueta das ná<strong>de</strong>gas femininas. Com a aposta certa<br />
no marketing, a marca chegou a todo o mundo,<br />
sendo hoje um produto <strong>de</strong> reconhecido valor, li<strong>de</strong>rando<br />
o top <strong>de</strong> vendas da Salsa. Mas, mais do que<br />
ter um produto estrela, a inovação é uma questão <strong>de</strong><br />
cultura organizacional. “Inovar é uma atitu<strong>de</strong>, uma<br />
forma <strong>de</strong> estar na vida, que nos liberta”, revela Filipe<br />
Vila Nova ao site da Cotec.<br />
A verda<strong>de</strong> é que a li<strong>de</strong>rança é o aspecto principal<br />
para ter uma empresa criativa e bem preparada<br />
para o futuro. Quando o número 1 está vocacionado<br />
para isso, toda a organização absorve o espírito e é<br />
envolvida na mesma. Na Virgin todos os colaboradores<br />
têm o número <strong>de</strong> telefone do CEO, Richard<br />
Branson, para po<strong>de</strong>rem apresentar-lhe novas i<strong>de</strong>ias.<br />
No Google, uma das melhores empresas para trabalhar<br />
nos Estados Unidos, todos os funcionários<br />
estão convidados a inovar, dando i<strong>de</strong>ias até para os<br />
projectos em que outras equipas estão a trabalhar.<br />
E a sua empresa, também ouve toda a gente? ■<br />
Helena Carlos<br />
É NECESSÁRIA MAIS INOVAÇÃO<br />
NO MODELO DE NEGÓCIO<br />
OS RESULTADOS DO BUSINESS INNOVATION SURVEY 2009,<br />
REALIZADO PELA STRATEGOS, NÃO ENGANAM: É NECESSÁ-<br />
RIO REDUZIR O GAP ENTRE A INOVAÇÃO DE PRODUTO E A INO-<br />
VAÇÃO DOS MODELOS DE NEGÓCIO DAS EMPRESAS. ESTE<br />
ESTUDO RESULTA DE UM TRABALHO DE CAMPO, LEVADO A<br />
CABO PELA NETSONDA, COM ENTREVISTAS A 186 EXECUTI-<br />
VOS NACIONAIS, DAS MAIS VARIADAS ÁREAS DE ACTIVIDADE.<br />
SEGUNDO AS CONCLUSÕES DO SURVEY, OS GESTORES AINDA<br />
SE PREOCUPAM DEMASIADO COM A INOVAÇÃO DE PRODUTO<br />
EM DETRIMENTO DO MODELO DE NEGÓCIO. ESTA ÚLTIMA<br />
CONFERE VANTAGENS COMPETITIVAS DURANTE MAIS TEMPO.<br />
A STRATEGOS CONCLUI AINDA QUE A RELEVÂNCIA DO TEMA<br />
INOVAÇÃO PERMANECE ELEVADA E, MESMO NUMA CONJUN-<br />
TURA ADVERSA, OS GESTORES INQUIRIDOS DEMONSTRARAM<br />
UMA FORTE VONTADE DE MANTER OS SEUS NÍVEIS DE IN-<br />
VESTIMENTO NESTA ÁREA.<br />
DETECTA-SE, AINDA, UMA NECESSIDADE DE INVESTIR EM ES-<br />
TRUTURAÇÃO PROCESSUAL E ENRAIZAMENTO CULTURAL DA<br />
INOVAÇÃO. “A MAIOR PARTE DAS EMPRESAS RECONHECE A<br />
NECESSIDADE DE INVESTIR EM HARDWARE (PROCESSOS,<br />
MÉTRICAS, ESTRUTURAS), MAS AINDA NÃO É DADO SUFI-<br />
CIENTE RELEVO AO BRAINWARE (AS PESSOAS)”, REVELA O<br />
ESTUDO.<br />
PARA OS INQUIRIDOS, AS EMPRESAS PORTUGUESAS NACIO-<br />
NAIS MAIS INOVADORAS SÃO A YDREAMS, A BRISA E A RE-<br />
NOVA. A NÍVEL INTERNACIONAL FORAM DESTACADAS A<br />
APPLE, EM PRIMEIRO LUGAR, SEGUIDA DA GOOGLE E DA MI-<br />
CROSOFT.<br />
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74 I 75<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
A formação superior,<br />
a experiência<br />
internacional<br />
e o maior conhecimento<br />
das línguas dá<br />
às novas gerações <strong>de</strong><br />
empresários e gestores<br />
uma maior preparação<br />
para fazer face às<br />
questões da inovação.<br />
FORMAÇÃO DAS NOVAS GESTORES<br />
n<br />
Não há quem não o conheça no mundo empresarial.<br />
É um ícone da mo<strong>de</strong>rna gestão: <strong>de</strong>scontraído,<br />
acessível e quase ominipresente. Vencedor <strong>de</strong> vários<br />
prémios e distinções internacionais, é um dos rostos<br />
da mudança do empresariado português.<br />
Filipe <strong>de</strong> Botton, 51 anos, CEO da Logoplaste,<br />
cargo que partilha com Alexandre Relvas, seu companheiro<br />
<strong>de</strong> sempre no mundo dos negócios, é um<br />
homem do mundo, com uma visão global e uma estratégia<br />
<strong>de</strong> futuro. Estratégia essa que assenta em<br />
pilares como a inovação e o investimento nas pessoas.<br />
E estes são dois aspectos que não po<strong>de</strong>m,<br />
nunca, andar separados.<br />
A Logoplaste é dos exemplos <strong>de</strong> empresas que<br />
cresceram impulsionadas por uma li<strong>de</strong>rança forte e<br />
visionária. O grupo industrial, fundado em 1976 pela<br />
mão <strong>de</strong> Marcel Botton, pai <strong>de</strong> Filipe, nasceu com um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio diferente e inovador para a<br />
época. Depois <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r a Titan, Indústrias <strong>de</strong> Plásticos,<br />
na revolução do 25 <strong>de</strong> Abril, Marcel pensou que<br />
É TUDO UMA<br />
QUESTÃO DE<br />
LIDERANÇA<br />
em vez <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> fábrica <strong>de</strong> plásticos, era melhor<br />
ter pequenas fábricas instaladas nos parques<br />
industrias dos clientes para os quais propunham<br />
trabalhar. Actualmente, tem 52 fábricas, e fornece<br />
embalagens para a indústria <strong>de</strong> bebidas e alimentar,<br />
produtos <strong>de</strong> limpeza e higiene pessoal, óleos e<br />
lubrificantes, em todo o mundo.<br />
As características <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança passaram do pai<br />
para o filho e Filipe <strong>de</strong> Botton construiu assim um<br />
grupo forte, muito à sua semelhança. Os especialistas<br />
dizem que o primeiro passo para ter uma empresa<br />
inovadora é ter um lí<strong>de</strong>r capaz <strong>de</strong> passar uma<br />
mensagem <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> aos seus colaboradores.<br />
“A inovação não po<strong>de</strong> ser algo que surja por impulso.<br />
Tem <strong>de</strong> fazer parte do ADN da empresa”, diz Filipe <strong>de</strong><br />
Botton. Para isso é necessário que os executivos estejam<br />
<strong>de</strong>spertos para estas questões. “Inovar <strong>de</strong>ve<br />
fazer parte dos currículos das Universida<strong>de</strong>s e os<br />
cursos <strong>de</strong>veriam ser estruturados a pensar nisso”,<br />
remata o gestor. ▼<br />
▼<br />
▼
76 I 77<br />
Filipe <strong>de</strong> Botton, CEO<br />
da Logoplaste tem<br />
uma visão global<br />
e uma estratégia<br />
<strong>de</strong> futuro<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
FORMAÇÃO DOS NOVOS GESTORES<br />
Uma empresa inovadora <strong>de</strong>ve contar, não somente<br />
com uma estratégia, uma estrutura e uma<br />
cultura voltadas para a inovação, mas, fundamentalmente,<br />
com um estilo <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança que apoie a<br />
inovação. É esta capacida<strong>de</strong>, que estimulada, ensinada,<br />
e sobretudo, aplicada, criará uma geração <strong>de</strong><br />
novos empreen<strong>de</strong>dores, com horizontes mais alargados<br />
do que o clássico “patrão” português, predis-<br />
postos a renovar o tecido empresarial. O self-ma<strong>de</strong><br />
man foi, e continua a ser, muito importante na história<br />
do empreen<strong>de</strong>dorismo nacional, mas tem tendência<br />
a ter cada vez menos peso.<br />
FORMAÇÃO FAZ A DIFERENÇA<br />
Por isso, economistas e professores <strong>de</strong> gestão<br />
apontam a importância <strong>de</strong> se ter uma formação <strong>de</strong><br />
base. Não é fundamental, mas ajuda. Pedro Pita<br />
Barros, economista, investigador e professor catedrático<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Economia da Universida<strong>de</strong><br />
Nova <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que “a formação é importante,<br />
sobretudo na atitu<strong>de</strong> perante o risco da inovação,<br />
bem como a sua abertura a abordagens que<br />
estimulem a criativida<strong>de</strong> das pessoas envolvidas<br />
nas organizações, seja qual for o seu papel. O gestor<br />
não é o único, nem por vezes o principal agente <strong>de</strong>ntro<br />
da empresa, mas po<strong>de</strong>, facilmente, ser o principal<br />
bloqueador”.<br />
Para Alberto Castro, director da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Economia e Gestão, da Universida<strong>de</strong> Católica do<br />
Porto, uma das principais barreiras à inovação em<br />
Portugal é o baixo nível <strong>de</strong> habilitações dos empreen<strong>de</strong>dores.<br />
“Apenas 15% dos empresários têm<br />
formação superior”, alerta. É necessário, pois, uma<br />
▼<br />
▼<br />
▼
78 I 79<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Luís Delgado, partner<br />
da consultora<br />
<strong>de</strong> recursos humanos<br />
Jason Associates<br />
FORMAÇÃO DOS NOVOS GESTORES<br />
massificação das licenciaturas, dos mestrados, pois<br />
a integração <strong>de</strong> pessoas com estes perfis mudam as<br />
dinâmicas empresariais.<br />
José Redondo, director-geral da Bial, laboratório<br />
farmacêutico nacional reconhecido como muito inovador,<br />
não po<strong>de</strong>ria estar mais <strong>de</strong> acordo. “As pessoas<br />
que saem agora das universida<strong>de</strong>s estão mais abertas<br />
às novas tecnologias, à aprendizagem <strong>de</strong> línguas<br />
estrangeiras, a conhecer outras culturas e outras<br />
formas <strong>de</strong> estar”, diz o executivo.<br />
A experiência internacional é cada vez mais uma<br />
mais-valia no currículo <strong>de</strong> um bom profissional no<br />
mercado <strong>de</strong> trabalho. Luis Delgado, partner da consultora<br />
<strong>de</strong> Recursos Humanos, Jason Associates, diz<br />
que os jovens que procuram trabalhar fora do país,<br />
<strong>de</strong>monstram elevada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lidar com outras<br />
formas <strong>de</strong> estar e com pessoas diferentes,<br />
pondo as suas competências à prova. “Quando<br />
somos confrontados com culturas mais empreen<strong>de</strong>doras,<br />
em que o falhanço não é mal visto, apren<strong>de</strong>mos<br />
a arriscar”, diz o consultor. Mas, ainda assim,<br />
DR<br />
não acredita que haja, agora, uma geração <strong>de</strong> profissionais<br />
mais criativos. Há, isso sim, maior estímulo.<br />
“A chamada geração Y está mais exposta a um<br />
gran<strong>de</strong> conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios e a muito mais informação;<br />
tem curiosida<strong>de</strong> natural pela busca <strong>de</strong> informação”.<br />
Pelo contrário, Gonçalo Quadros, fundador da Critical<br />
Software, enten<strong>de</strong> que, <strong>de</strong> uma forma geral, os<br />
novos gestores são mais criativos, com sentido prático<br />
para assumir o risco. “Quando procuram uma<br />
experiência internacional estão a assumir risco em<br />
contextos que não dominam. Quem sai do país sai<br />
da sua zona <strong>de</strong> conforto, arrisca. E uma pessoa criativa<br />
não tem medo <strong>de</strong> errar, aceita o <strong>de</strong>sconforto que<br />
isso lhe traz”, diz o empresário. Filipe <strong>de</strong> Botton, acredita,<br />
igualmente, que as novas gerações vão marcar<br />
a diferença.<br />
O problema que a procura <strong>de</strong> experiências internacionais<br />
acarreta é a dificulda<strong>de</strong> em trazer <strong>de</strong> volta<br />
os talentos nacionais. Uns voltam, mas outros nem<br />
por isso. Muito porque as nossas empresas não conseguem<br />
competir, em termos <strong>de</strong> salários, com as<br />
companhias mundiais, diz António Câmara, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Ydreams. “E <strong>de</strong>pois porque não têm projectos<br />
consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>safiantes para esses talentos”,<br />
diz.<br />
Alberto Castro afirma que faz sentido criar condições<br />
para o regresso e atracção dos alunos que<br />
vão para o estrangeiro, pois nem todos estão disponíveis<br />
para <strong>de</strong>ixar as condições que <strong>de</strong>terminadas<br />
multinacionais lhes oferecem. “O país é mau a gerir<br />
os contactos com os alunos que saem, não sabemos<br />
para on<strong>de</strong> foram, on<strong>de</strong> estão actualmente. E tudo<br />
isso po<strong>de</strong>ria ser melhorado”, esclarece.<br />
Uma gran<strong>de</strong> vantagem do percurso internacional<br />
é a questão dos idiomas. Apren<strong>de</strong>r um inglês como<br />
se fosse uma segunda língua-mãe representa uma<br />
gran<strong>de</strong> vantagem no mundo dos negócios. Dominar<br />
bem esta língua é estar bem posicionado na hora <strong>de</strong><br />
fazer negócios.<br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
“Quando somos<br />
confrontados com culturas<br />
mais empreen<strong>de</strong>doras,<br />
em que o falhanço não é mal<br />
visto, apren<strong>de</strong>mosa arriscar”,<br />
diz o consultor.
80 I 81<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
FORMAÇÃO DOS NOVOS GESTORES<br />
SEJA O JARDINEIRO DAS IDEIAS CRIATIVAS<br />
MUDAR MENTALIDADES<br />
É DIFÍCIL E DEMORADO<br />
A educação é fundamental, mas não se esperem<br />
resultados a curto prazo na mudança <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>s<br />
das empresas, ainda muito avessas ao risco. “O<br />
sistema <strong>de</strong> ensino está a evoluir positivamente, mas<br />
ainda é pouco exigente, com algum facilitismo. Necessitamos<br />
tornar as escolas mais rigorosas, com<br />
QUANDO APRESENTA UMA NOVA IDEIA AO SEU CHEFE ELE DIZ “NÃO, NÃO, NÃO, ABANANDO A CA-<br />
BEÇA? ENTÃO SAIBA QUE, SEGUNDO JAIRO SIQUEIRA, CONSULTOR BRASILEIRO EM GESTÃO ES-<br />
TRATÉGICA, O SEU SUPERIOR É UM “COVEIRO”. NUM ARTIGO PUBLICADO NO SEU SITE<br />
“CRIATIVIDADEAPLICADA.COM”, SOBRE COMO OS LÍDERES INOVADORES TRATAM AS SUAS IDEIAS<br />
CRIATIVAS, DESTACA QUE O PODEM FAZER DE DUAS FORMAS: OU COM A ATITUDE DE COVEIRO,<br />
QUE ENTERRA LOGO AS NOVAS IDEIAS, OU COM A ATITUDE E DE JARDINEIRO, QUE SABE QUE TODA<br />
A IDEIA É UMA SEMENTE QUE PODE SER TRABALHADA.<br />
O MESMO ARTIGO REFERE ALGUMAS ETAPAS QUE O LÍDER JARDINEIRO DEVE SEGUIR:<br />
- FUJA AO IMPULSO DE DIZER NÃO, FIQUE PELO TALVEZ<br />
- ENCONTRE OS ASPECTOS POSITIVOS DA IDEIA<br />
- IDENTIFIQUE OS PROBLEMAS A SOLUCIONAR<br />
- PROCURE IDEIAS PARA REMOVER OBSTÁCULOS<br />
- CRIE UM PLANO DE ACÇÃO<br />
COM ESTES CINCO PASSOS, MOSTRA À SUA EQUIPA QUE VALORIZA AS SUAS CONTRIBUIÇÕES.<br />
uma cultura <strong>de</strong> esforço, <strong>de</strong>stinada a atingir objectivos.<br />
Só assim as empresas não se afundarão. E, na<br />
verda<strong>de</strong>, ainda continuamos a ter um baixo índice <strong>de</strong><br />
escolarida<strong>de</strong> per capita”, remata José Redondo.<br />
É difícil <strong>de</strong>senhar um programa <strong>de</strong> formação para<br />
renovar o tecido empresarial português. Essa renovação<br />
ocorrerá <strong>de</strong> forma natural, em que as empresas<br />
mais criativas e inovadoras ten<strong>de</strong>rão a ganhar<br />
DR<br />
acesso a um leque crescente <strong>de</strong> recursos, diz José<br />
Borges <strong>de</strong> Assunção. “Nas boas escolas <strong>de</strong> gestão<br />
portuguesas os alunos são <strong>de</strong>vidamente alertados<br />
para a importância da inovação, da investigação e<br />
<strong>de</strong>senvolvimento na criação <strong>de</strong> vantagens competitivas<br />
sustentáveis. Esses aspectos assumem uma<br />
gran<strong>de</strong> centralida<strong>de</strong> no <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> boas estratégias<br />
empresariais”, afirma.<br />
Porém, as principais barreiras à inovação são <strong>de</strong><br />
carácter cultural e psicológico. “Por isso é um pouco<br />
romântico pensar que este problema se possa resolver<br />
em ambiente académico ou com formação específica<br />
nas áreas <strong>de</strong> inovação e criativida<strong>de</strong>. Os cursos<br />
<strong>de</strong> economia e gestão ajudam os alunos a estruturar<br />
raciocínio, a avaliar consequências <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e a<br />
perspectivar a estratégia das empresas, mas só a<br />
realida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá testar os gestores sobre os processos<br />
<strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões em ambiente <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> incerteza”, remata o economista.<br />
OS LÍDERES INOVADORES<br />
Os livros <strong>de</strong> gestão dizem que o perfil <strong>de</strong> um lí<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong>ve incluir coragem, carisma, criativida<strong>de</strong>, honestida<strong>de</strong>s,<br />
lealda<strong>de</strong>, respeito pelos outros e visão <strong>de</strong> futuro.<br />
“É claro que são todas boas qualida<strong>de</strong>s e<br />
algumas são requisitos morais indispensáveis, como<br />
honestida<strong>de</strong> e integrida<strong>de</strong>. Confesso que, em mais<br />
<strong>de</strong> 40 anos <strong>de</strong> vivência no mundo empresarial, conheci<br />
alguns lí<strong>de</strong>res bem sucedidos, mas nenhum<br />
que conseguisse reunir em sua pessoa meta<strong>de</strong> das<br />
qualida<strong>de</strong>s dos lí<strong>de</strong>res i<strong>de</strong>alizados nos livros, seminários<br />
e fóruns <strong>de</strong> discussão”, diz José Borges <strong>de</strong> Assunção.<br />
Mas, para implementar um espírito <strong>de</strong> inovação<br />
na sua empresa, os executivos – e não necessariamente<br />
só os <strong>de</strong> topo, pois os quadros médios também<br />
<strong>de</strong>vem incentivar a criativida<strong>de</strong> – necessitam<br />
avançar com uma série <strong>de</strong> medidas. Em primeiro é<br />
fundamental saber ouvir todas as pessoas da hierarquia.<br />
Os bons contributos po<strong>de</strong>m vir <strong>de</strong> todo o<br />
lado. Depois, há que saber combater o mito <strong>de</strong> que<br />
a criativida<strong>de</strong> e inovação <strong>de</strong>vem surgir apenas no<br />
topo da organização. Pelo contrário, todas as ca<strong>de</strong>ias<br />
<strong>de</strong> valor da empresa po<strong>de</strong>m, e <strong>de</strong>vem, ser<br />
criadoras.<br />
O receio <strong>de</strong> falhar é outro dos gran<strong>de</strong>s entraves à<br />
inovação, que o lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ve combater. Só não erra<br />
quem não tenta, errar é apren<strong>de</strong>r. O lí<strong>de</strong>r que conseguir<br />
inculcar isto nas pessoas da sua organização<br />
está no bom caminho. Dizer claramente o que preten<strong>de</strong><br />
da sua equipa e estabelecer <strong>de</strong>safios concretos<br />
traz mais resultados práticos. No fim disto tudo,<br />
valorize o pensamento inovador. Faça as pessoas<br />
sentirem-se apreciadas, e saberem que o seu esforço<br />
criativo não foi em vão. Verá que não se arrepen<strong>de</strong>.<br />
■<br />
Helena Carlos
CRIANÇAS<br />
CRIATIVAS,<br />
ADULTOS<br />
INOVADORES<br />
pPicasso disse um dia que todas as crianças<br />
PUB<br />
nascem artistas, difícil é continuarem artistas <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> crescerem. À sua maneira apontava já o<br />
<strong>de</strong>do à socieda<strong>de</strong> que formata as suas crianças,<br />
roubando-lhe a veia criativa.<br />
Curiosamente, a discussão em torno <strong>de</strong>ste<br />
tema não é nova. Sabe-se que é em criança que se<br />
preparam os adultos do futuro. E que crianças<br />
criativas serão, provavelmente, adultos inovadores.<br />
Há, então, que começar a educar os petizes<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo, quer nos bancos da escola quer no<br />
seio da família, para a importância da criativida<strong>de</strong><br />
no seu papel futuro na socieda<strong>de</strong>.<br />
Isabel Rufino, directora do centro Barafunda,<br />
associação juvenil e centro <strong>de</strong> novas oportunida<strong>de</strong>s<br />
na Benedita, no concelho <strong>de</strong> Alcobaça, tem<br />
uma visão algo similar à do famoso pintor. Socióloga<br />
<strong>de</strong> formação, licenciada e doutorada em So-<br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
DR<br />
Há quem <strong>de</strong>fenda que a<br />
escola mata a criativida<strong>de</strong><br />
e quem aposte na<br />
escola para a estimular.<br />
Diferentes pontos <strong>de</strong><br />
vista para o mesmo problema:<br />
como estimular<br />
o processo <strong>de</strong> criação<br />
dos mais novos, para<br />
que se tornem adultos<br />
inovadores.
84 I 85<br />
A criativida<strong>de</strong><br />
das crianças<br />
é estimulada<br />
em workshops<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
EDUCAR PARA A CRIATIVIDADE<br />
DR<br />
ciologia do Trabalho, pelo Instituto Superior <strong>de</strong> Ciências<br />
do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e investigadora<br />
do mesmo, esta profissional <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a<br />
escola, tal como a conhecemos hoje, “mata” a criativida<strong>de</strong>.<br />
Também Ken Robinson, guru internacional<br />
nas questões da inovação, criativida<strong>de</strong> e recursos<br />
humanos, é um acérrimo <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> que a educação<br />
escolar, nos padrões em que está <strong>de</strong>senhada<br />
actualmente, acaba com a criativida<strong>de</strong> humana (ver<br />
caixa “Todas as crianças têm talento”).<br />
Segundo Isabel Rufino, o facto <strong>de</strong> as crianças<br />
passarem todo o dia nas escolas, impe<strong>de</strong>-as <strong>de</strong><br />
conhecer outras realida<strong>de</strong>s, como acontecia há<br />
umas décadas, quando os filhos acompanhavam,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo, os pais na lavoura ou nas suas artes.<br />
“Concordo com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupar os jovens<br />
o dia todo, e que essa responsabilida<strong>de</strong> passa pela<br />
escola, mas interrogo-me se a forma utilizada actualmente<br />
é a melhor, se vai ao encontro da inovação<br />
e criativida<strong>de</strong>”, diz.<br />
PORTUGAL DOS PEQUENINOS<br />
DENTRO DA ESCOLA<br />
Em alternativa, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo centrado
numa miniatura da socieda<strong>de</strong> real, ou seja, uma<br />
espécie <strong>de</strong> “Portugal dos pequeninos”. Seria uma<br />
escola composta por aulas normais, tal como a conhecemos<br />
hoje, e por pequenas oficinas ocupacionais,<br />
on<strong>de</strong> a criação fosse uma constante. Aqui<br />
haveria uma réplica perfeita da socieda<strong>de</strong>, com<br />
patrões, empregados, encarregados, gestores,<br />
entre outras funções. “O trabalho é que estimula e<br />
<strong>de</strong>senvolve as competências naturais <strong>de</strong> cada um”,<br />
refere a investigadora.<br />
Na sua opinião, a escola só ocupa crianças e jovens<br />
<strong>de</strong> forma teórica, apesar <strong>de</strong> haver, claro, aulas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto e <strong>de</strong> trabalhos oficinais. “É necessário<br />
criar espaços <strong>de</strong> acção em que a criação seja o<br />
actor principal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a concepção à sua avaliação”,<br />
afirma Isabel Rufino. A escola tradicional promove<br />
a criação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> limites muito apertados,<br />
por vezes até excessivos. É o caso da proibição <strong>de</strong><br />
cozinhar alimentos nas escolas, que impe<strong>de</strong> as<br />
crianças <strong>de</strong> terem um contacto mais profundo com<br />
a sua confecção. “Mas a energia e as capacida<strong>de</strong>s<br />
estão lá, até nos chamados maus alunos. A inteligência<br />
não morre por causa da escola, e po<strong>de</strong>,<br />
muito bem, vir a revelar-se mais tar<strong>de</strong>”, remata.<br />
Isabel Rufino <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
que a escola <strong>de</strong>ve ser<br />
uma miniatura da socieda<strong>de</strong><br />
Fundada há 20 anos, a associação Barafunda<br />
surgiu precisamente para dar resposta a estes<br />
problemas. Isabel Rufino, então professora no externato<br />
Cooperativo da Benedita, sentiu a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fazer a ponte entre a escola e a<br />
criativida<strong>de</strong>. Fez vários cursos <strong>de</strong> teatro e começou<br />
a promover esta arte através da recém-criada<br />
associação, estimulando a veia criativa dos estudantes<br />
da vila. A Barafunda foi crescendo e dando<br />
▼<br />
▼<br />
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86 I 87<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
EDUCAR PARA A CRIATIVIDADE<br />
A escola Complexo dos<br />
Arcos, em Óbidos é um<br />
projecto-piloto no que diz<br />
respeito à criativida<strong>de</strong><br />
escolar.<br />
resposta às necessida<strong>de</strong>s da população local,<br />
passando a dispor <strong>de</strong> ATL, <strong>de</strong> centro novas oportunida<strong>de</strong>s,<br />
<strong>de</strong> centro <strong>de</strong> formação e do programa<br />
Escolhas, tudo gerido <strong>de</strong>baixo do olho criativo<br />
<strong>de</strong>sta empreen<strong>de</strong>dora.<br />
“Mas, como é que a escola po<strong>de</strong> promover a<br />
criativida<strong>de</strong> quando ela própria é conservadora e<br />
burocrática?”, questiona Isabel Rufino. A verda<strong>de</strong> é<br />
que começa a haver alguns sinais <strong>de</strong> abertura. Os<br />
bons exemplos começam a surgir.<br />
ÓBIDOS PROMOVE ESCOLAS CRIATIVAS<br />
É o caso da escola Complexo dos Arcos, em Óbidos.<br />
Sendo esta vila medieval um cluster <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />
e inovação – pertence à re<strong>de</strong> europeia das<br />
cida<strong>de</strong>s criativas - a autarquia está ciente da necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> incutir esta preocupação nos mais<br />
novos. Daí que tenha inaugurado um novo mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> escola, <strong>de</strong>stinado aos alunos do primeiro e segundo<br />
ciclo.<br />
Além <strong>de</strong> uma concepção arquitectónica diferente,<br />
este espaço será inovador na forma como<br />
aborda a educação. As novas tecnologias estão<br />
bem presentes, com quadros interactivos, computadores<br />
portáteis e salas temáticas, <strong>de</strong>stinadas à<br />
música, multimédia, leitura e laboratórios. Foi<br />
ainda criada uma marca própria, “Escolas d’Óbidos”,<br />
com um logótipo que i<strong>de</strong>ntifica tudo o que<br />
está relacionado com a escola, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cartões, fardas,<br />
loiça e material escolar.<br />
Em marcha está um projecto pioneiro a nível<br />
curricular, a “educação criativa pelas artes e pela<br />
cultura”, através da constituição <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong><br />
apoio multidisciplinar. Numa primeira fase, está a<br />
ser dada formação a 40 animadores da região, por<br />
formadores com competência nas áreas da leitura<br />
e das artes, para que estimulem estes conhecimentos<br />
nas suas activida<strong>de</strong>s diárias, revela Ana<br />
Sofia Godinho, responsável pelo projecto.<br />
O primeiro momento, iniciado este mês <strong>de</strong> Novembro,<br />
é a formação teórica, em sala <strong>de</strong> aula, seguida<br />
<strong>de</strong> acções práticas complementares, na área<br />
da música, da arte, da animação, da leitura. Posteriormente,<br />
todas as crianças inscritas nas activida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> enriquecimento curricular terão acesso<br />
a estas acções, que passam pela escrita, leitura,<br />
pintura, escultura, teatro, dança e multimédia. “O<br />
nosso objectivo, ao dar formação a estes profissionais,<br />
é mudar rotinas e, consequentemente,<br />
promover o sucesso educativo. Este é um projecto<br />
a longo prazo e apenas daqui a alguns anos terá<br />
resultados visíveis”, afirma Ana Sofia. Este é um<br />
processo que se alia a outros programas locais,<br />
como o programa <strong>de</strong> leitura “Do Berço até à Escola”,<br />
a “Escola Ver<strong>de</strong>” e a “Escola Solidária”.<br />
Esta iniciativa preten<strong>de</strong> ser uma mudança <strong>de</strong> práticas,<br />
em diferentes áreas alternativas ao programa<br />
curricular, procurando activida<strong>de</strong>s que não sejam<br />
“formatadas”. O programa do Ministério da Educação<br />
tem <strong>de</strong> ser cumprido, não havendo muita autonomia<br />
para a mudança, nem espaço para a inovação.<br />
QUEBRAR AS REGRAS<br />
DA ESCOLA TRADICIONAL<br />
Há, porém, quem tenha tentado, com sucesso,
88 I 89<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
TODAS AS CRIANÇAS TÊM TALENTO<br />
EDUCAR PARA A CRIATIVIDADE<br />
fugir aos padrões da escola tradicional, o que não<br />
<strong>de</strong>ixa, no entanto, <strong>de</strong> estar envolto em alguma polémica.<br />
É o caso da Escola da Ponte, em Vila das<br />
Aves, a 30 quilómetros do Porto.<br />
Esta escola, com alunos do primeiro ao 9º ano<br />
<strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, foi pioneira em Portugal na assinatura<br />
<strong>de</strong> um contrato <strong>de</strong> autonomia com o Ministério<br />
da Educação, isto em 2003. Este<br />
projecto-piloto, um case study a nível internacional,<br />
está a servir <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para diversas experiências<br />
educativas em favelas, no Brasil.<br />
PARA KEN ROBINSON, GURU BRITÂNICO NAS QUESTÕES DA INOVAÇÃO, CRIATIVIDADE É O PRO-<br />
CESSO DE TER IDEIAS ORIGINAIS QUE POSSUAM VALOR. “TODAS AS CRIANÇAS TÊM TALENTO E<br />
NÓS TIRAMO-LO”, DEFENDE EM VÁRIAS PALESTRAS QUE FAZ PELO MUNDO FORA.<br />
SEGUNDO ELE, PARA CRIAR É PRECISO NÃO TER MEDO DE ERRAR. AS CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-<br />
ESCOLAR SÃO MUITO CRIATIVAS PORQUE NÃO TÊM MEDO DE ERRAR. ORA, A ESCOLA CONDENA<br />
O ERRO, LOGO ESTÁ A CRIAR INDIVÍDUOS SEM CRIATIVIDADE. DIZ QUE TODOS OS PAÍSES TÊM A<br />
MESMA HIERARQUIA DE DISCIPLINAS, LÍNGUAS E MATEMÁTICA NO TOPO, ARTES NO FIM. EDU-<br />
CAM-SE CRIANÇAS PARA USAREM A CABEÇA, ESQUECENDO DO RESTO DO CORPO.<br />
ESTA É A TEORIA DEFENDIDA PELO ESPECIALISTA QUE LIDEROU, EM 1998, A COMISSÃO PARA A<br />
CRIATIVIDADE, EDUCAÇÃO E ECONOMIA, DO GOVERNO BRITÂNICO. ROBINSON AFIRMA AINDA QUE<br />
ESTE É TAMBÉM O GRANDE PROBLEMA DAS EMPRESAS MUNDIAIS: NÃO HÁ MAIS INOVAÇÃO POR<br />
CAUSA DO MEDO DE FALHAR. A CRIATIVIDADE DEVE SER TRATADA DA MESMA FORMA DO QUE A<br />
ILITERACIA, PROCLAMA.<br />
Foi há mais <strong>de</strong> 20 anos que José Pacheco, professor<br />
na Universida<strong>de</strong> do Minho, agarrou nesta escola,<br />
moribunda e <strong>de</strong>gradada, e iniciou um processo<br />
alternativo à educação convencional. Não tem turmas,<br />
não tem disciplinas e o seu plano curricular<br />
centra-se na solidarieda<strong>de</strong> e na responsabilida<strong>de</strong>. O<br />
método <strong>de</strong> ensino é invulgar: não tem testes, nem<br />
aulas curriculares e os professores são chamados<br />
<strong>de</strong> orientadores educativos, seleccionados pela<br />
própria escola. O acordo recentemente celebrado<br />
com o Ministério da Educação dá-lhe liberda<strong>de</strong><br />
para <strong>de</strong>cidir sobre o tempo como a aprendizagem é<br />
feita, não existindo anos escolares. Os resultados<br />
dos alunos são apurados nas provas <strong>de</strong> aferição, e<br />
segundo o Ministério da Educação, estes têm sido<br />
muito positivos.<br />
Contudo, há quem não esteja <strong>de</strong> acordo com este<br />
método <strong>de</strong> ensino e o conteste, dizendo que as<br />
crianças não vão preparadas para as avaliações a<br />
nível nacional. Mas, o que é certo é que é um mo<strong>de</strong>lo<br />
com algo inovador e que ten<strong>de</strong> a ser exportado.<br />
APOIO À CRIATIVIDADE FORA DA ESCOLA<br />
Quando as escolas não chegam para abrir os horizontes<br />
criativos, os pais procuram instituições complementares<br />
que apoiem os seus filhos na educação<br />
alternativa. É disso exemplo o Centro <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />
Pró-Ensino (CCPE), no Bairro Alto, em Lisboa.<br />
O espaço surgiu pela mão <strong>de</strong> dois sócios, Susana<br />
Moura e Gonçalo Dionísio, ambos com ligações ao<br />
meio artístico e académico. Daí o cruzamento, inevitável,<br />
das duas áreas. “Des<strong>de</strong> cedo percebemos a<br />
importância da intercomunicação entre as duas; o<br />
teatro está para a língua portuguesa, assim como a<br />
música e a dança estão para a matemática. A criativida<strong>de</strong><br />
é passível <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvida como um<br />
músculo do nosso corpo”, refere Susana Moura. O<br />
CCPE preten<strong>de</strong> mostrar aos seus alunos – não apenas<br />
crianças, mas também adultos - que apren<strong>de</strong>r<br />
po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser divertido. O centro organiza workshops<br />
<strong>de</strong> teatro, dança, música, belas artes, e também<br />
alguns ligados às áreas mais académicas,<br />
como a matemática, ciência e leitura e escrita criativa,<br />
mas sempre <strong>de</strong> uma forma original. Susana<br />
Moura diz que é inevitável que a criativida<strong>de</strong> promova<br />
o empreen<strong>de</strong>dorismo e a inovação.<br />
Mas, a criativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser espicaçada,<br />
não directamente nas crianças, mas nos professores.<br />
É isso que faz a Associação Educativa para o Desenvolvimento<br />
da Criativida<strong>de</strong>. Instalada no Campo<br />
Gran<strong>de</strong>, em Lisboa, esta é uma instituição sem fins<br />
lucrativos, com cerca <strong>de</strong> 600 associados. Nasceu em<br />
1999 com o objectivo <strong>de</strong> promover o estudo científico<br />
e o <strong>de</strong>senvolvimento da criativida<strong>de</strong> e das suas<br />
múltiplas aplicações. Para isso, realiza activida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> investigação, divulgação e formação, como seminários,<br />
conferências, cursos, eventos culturais e acções<br />
<strong>de</strong> cooperação com outras entida<strong>de</strong>s.<br />
Maria João Con<strong>de</strong>, directora, diz que a associação<br />
actua na educação através dos docentes. “Acreditamos<br />
que a melhor forma <strong>de</strong> chegar aos alunos é<br />
através dos professores, pois são eles que contactam<br />
directamente com as crianças e jovens”, diz.<br />
Acrescenta que hoje há uma consciência generalizada<br />
<strong>de</strong> que a criativida<strong>de</strong> não é uma capacida<strong>de</strong><br />
rara, mas que todos temos potencial criativo susceptível<br />
<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvido. Estudos provam que<br />
esta é uma característica inerente à espécie humana.<br />
No entanto, verifica-se que a criativida<strong>de</strong> nas<br />
crianças é universal e nos adultos quase inexistente.<br />
O que acontece a esta capacida<strong>de</strong>? Para a responsável,<br />
a resposta está na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar indivíduos<br />
abertos à mudança, com educadores<br />
empenhados no processo, proce<strong>de</strong>ndo a actualizações<br />
constantes.<br />
“A criativida<strong>de</strong> é muito importante na aprendizagem,<br />
pois <strong>de</strong>senvolve a auto-estima, a motivação e a<br />
realização. Assim, os alunos <strong>de</strong>vem ser encorajados<br />
a pensar criativa e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />
Maria João Con<strong>de</strong>. Remata, dizendo que a criativida<strong>de</strong><br />
prepara as crianças para a vida, pois alunos<br />
criativos enfrentam melhor um mundo em constante<br />
mudança. ■<br />
Helena Carlos
90 I 91<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
nPEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS<br />
O GRANDE MUNDO<br />
DAS PME<br />
PUB<br />
“Nano mini micro médias e pequenas empresas”.<br />
Foi <strong>de</strong>sta forma divertida que o mais recente fenómeno<br />
humorístico nacional, Gato Fedorento, brincou,<br />
no programa “Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios”,<br />
com a mania dos políticos usarem constantemente<br />
nos seus discursos a expressão “Pequenas e Médias<br />
Empresas” (PME).<br />
Brinca<strong>de</strong>iras à parte, esta é, porém, uma moda<br />
com razão <strong>de</strong> ser, já que as PME são a essência do tecido<br />
empresarial português. Segundo o estudo “Sobre<br />
as PME em Portugal”, realizado em 2008 pela Direcção<br />
<strong>de</strong> Planeamento e Estudos do Instituto <strong>de</strong> Apoio<br />
às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAP-<br />
MEI) “uma característica comum às economias europeias<br />
é o facto <strong>de</strong> as PME se assumirem como um<br />
pilar das suas estruturas empresariais. E Portugal<br />
não constitui excepção à regra”.<br />
Esta categoria <strong>de</strong> empresas (ver caixa “Como se<br />
<strong>de</strong>fine uma PME) correspon<strong>de</strong> a 99,6% do número <strong>de</strong><br />
DR<br />
socieda<strong>de</strong>s existentes no país, criando 75% do emprego<br />
privado, e realizando mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> do volume<br />
<strong>de</strong> negócios total do país. Em números<br />
redondos, isto significa que têm se<strong>de</strong> em Portugal<br />
cerca <strong>de</strong> 297 mil micro, pequenas e médias empresas,<br />
as quais geram 2,1 milhões <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho<br />
e uma facturação que ronda os 170 mil milhões <strong>de</strong><br />
euros. E agora, ainda pensa que são insignificantes?<br />
Em contrapartida, as gran<strong>de</strong>s empresas – aquelas<br />
que têm mais <strong>de</strong> 250 funcionários e facturam acima<br />
dos 50 milhões <strong>de</strong> euros – representam apenas 0,4%<br />
do número <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>s registadas, mas empregam<br />
cerca <strong>de</strong> 24,8% da população activa e geram 43,6%<br />
das receitas totais. Ainda assim, as PME assumem um<br />
papel fundamental no teatro empresarial, quer ao<br />
nível do emprego quer ao nível do empreen<strong>de</strong>dorismo.<br />
Dentro <strong>de</strong>ste grupo, as micro e pequenas empresas<br />
- as que têm menos <strong>de</strong> 50 trabalhadores e ven<strong>de</strong>m<br />
menos <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> euros - são as estrelas<br />
da companhia. Esta classe representa 97,3% do total<br />
<strong>de</strong> PME, e são responsáveis por 1,5 milhões <strong>de</strong> empregos<br />
e 106 mil milhões <strong>de</strong> euros <strong>de</strong> vendas.<br />
PME COM UM PESO CRESCENTE<br />
Este protagonismo não é recente, já que a estrutura<br />
empresarial nacional sempre foi assim, mas<br />
estas empresas estão a assumir uma importância<br />
cada vez maior. Não é difícil <strong>de</strong> perceber, já que há<br />
cada vez mais empreen<strong>de</strong>dores, que através do recurso<br />
às suas poupanças, ao crédito bancário, muito<br />
facilitado nos últimos anos, e aos apoios estatais,<br />
abrem o seu próprio negócio. Restaurantes, cafés, pequenas<br />
lojas e pequenos negócios, todos se incluem<br />
nesta categoria. Aliás, os sectores on<strong>de</strong> mais existem<br />
PME são os do turismo, do comércio e dos serviços,<br />
em que mais <strong>de</strong> 99% das empresas são <strong>de</strong>sta dimensão.<br />
Também o aumento do <strong>de</strong>semprego empurra<br />
a mão-<strong>de</strong>-obra activa para a criação do seu<br />
próprio posto <strong>de</strong> trabalho.<br />
O estudo do IAPMEI verificou ainda que o número<br />
<strong>de</strong> PME aumentou a um ritmo <strong>de</strong> 7% ao ano, entre<br />
2000 e 2005, o período em análise, enquanto que o <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s empresas apenas cresceu 1,1%. As PME<br />
conseguiram, assim, assegurar um crescimento<br />
anual <strong>de</strong> 4,2% do emprego e 5,4% na facturação.<br />
Um outro resultado curioso foi a progressiva redução<br />
da dimensão média <strong>de</strong>stas empresas. “Efectivamente,<br />
se em 2000 cada empresa empregava, em<br />
média, 10,9 trabalhadores, em 2002 esse número<br />
baixou para 10 e em 2005 para 9,3. Paralelamente, o<br />
volume <strong>de</strong> negócios médio realizado por cada empresa<br />
tem seguido a mesma tendência – dos 1.292<br />
mil euros facturados em 2000 caiu-se para os 1.032<br />
em 2002 e para os 1.013 em 2005 (valores reais, a preços<br />
<strong>de</strong> 2005”, refere o mesmo research. Ou seja, a tendência<br />
é para que as empresas nacionais laborem<br />
com menos pessoas ao seu serviço, gerando também
menos negócio. Situação esta que não é partilhada<br />
pelas gran<strong>de</strong>s empresas, que têm vindo a aumentar<br />
a sua dimensão média, quer em número <strong>de</strong> trabalhadores,<br />
quer em volume <strong>de</strong> negócios.<br />
PME TAMBÉM SÃO INOVADORAS<br />
Reconhecendo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as<br />
melhores empresas nacionais, o IAPMEI elabora<br />
anualmente uma lista, a que chama <strong>de</strong> PME Lí<strong>de</strong>r.<br />
Para pertencer ao rol, a socieda<strong>de</strong> tem <strong>de</strong> estar certificada<br />
como PME, ter uma estratégia <strong>de</strong> crescimento<br />
competitiva e possuir uma boa notação <strong>de</strong> risco pelos<br />
bancos protocolados (BES, BPI, Caixa Geral <strong>de</strong> Depósitos,<br />
Santan<strong>de</strong>r Totta e MillenniumBCP). É <strong>de</strong>sta lista<br />
que são seleccionadas as PME Excelência – este ano<br />
foram distinguidas 375 socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vários sectores<br />
<strong>de</strong> activida<strong>de</strong>, sendo que o distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> conseguiu<br />
ter 31 empresas presentes, a quarta melhor<br />
posição a nível nacional. Só Lisboa, Porto e Aveiro<br />
conseguiram captar maior número <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>s.<br />
Segundo o IAPMEI, este grupo absorve cada vez<br />
mais a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apostar na inovação, na in-<br />
vestigação e no <strong>de</strong>senvolvimento. Por isso são várias<br />
as companhias que optaram por constituir núcleos<br />
ou <strong>de</strong>partamentos específicos para estas questões.<br />
“Entre as PME Lí<strong>de</strong>r, são já 21,7% aquelas que incluíram<br />
na sua organização um <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong>sta natureza,<br />
o que é revelador da forma como as mesmas<br />
estão a encarar a inovação e o seu papel no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da empresa”, revela o Observatório PME<br />
Lí<strong>de</strong>r 2008. Mas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> terem uma<br />
organização formal ou não, a maioria tem alguma activida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> inovação, com colaboradores afectos à<br />
mesma. Em meta<strong>de</strong> das empresas, estes representam<br />
cerca <strong>de</strong> 3,3% do número total <strong>de</strong> colaboradores,<br />
mas este número chega a atingir os 50% nas empresas<br />
mais inovadoras.<br />
Desta lista, que atinge mais <strong>de</strong> duas mil empresas,<br />
a inovação <strong>de</strong> produto é uma das vertentes mais importantes.<br />
Cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> das socieda<strong>de</strong>s lançou<br />
produtos tecnologicamente novos, ou melhorados, relativamente<br />
à sua oferta anterior. Isto representa já um<br />
avanço em matéria <strong>de</strong> inovação nas PME. ■<br />
Helena Carlos<br />
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92 I 93<br />
* Administradora<br />
da Carfi<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
OPINIÃO<br />
Guida Figueredo<br />
a<br />
MANUAL DE<br />
INOVAÇÃO E<br />
CRIATIVIDADE<br />
A ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> marketing à volta <strong>de</strong>stas duas<br />
palavras - Inovação e Criativida<strong>de</strong> - merece alguns<br />
momentos da nossa reflexão.<br />
Entendo por inovar e criar a conjugação <strong>de</strong> maneira<br />
diferente das mesmas variáveis ou elementos.<br />
Por exemplo, a marca chupa-chups foi pioneira<br />
no conceito <strong>de</strong> chupas ao adicionar um pauzinho a<br />
um convencional rebuçado.<br />
Também a indústria cosmética recriou o conceito<br />
<strong>de</strong> recarga, tendo subjacente uma i<strong>de</strong>ologia<br />
ambiental ao ven<strong>de</strong>r frascos <strong>de</strong> perfume recarregáveis<br />
nos pontos <strong>de</strong> venda, tal como se fazia<br />
antes da industrialização.<br />
Dada a massificação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologias, estilos <strong>de</strong><br />
vida e produtos, apenas o que é inovador po<strong>de</strong> sobressair.<br />
Num mundo cada vez mais estereotipado, inovar<br />
torna-se essencial, sendo que o essencial valoriza<br />
tudo o resto.<br />
Mas, quais os aspectos a ter em conta para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, serviços e produtos<br />
inovadores?<br />
A partir do potencial <strong>de</strong> cada indivíduo, esten<strong>de</strong>ndo-se<br />
às instituições, organizações e ao país<br />
em que se insere, ficam aqui algumas dicas:<br />
Não seja intelectual: entenda-se intelectualida<strong>de</strong><br />
como uma activida<strong>de</strong> mental que armazena<br />
conhecimento, recorrendo a ele cada vez que se<br />
<strong>de</strong>para com uma situação. Assim, apenas estamos<br />
a usar a sabedoria já reconhecida pela socieda<strong>de</strong>,<br />
ou seja, novo <strong>de</strong>safio, mesma resposta.<br />
Esqueça o que apren<strong>de</strong>u - a inovação esquece o<br />
conhecimento, pois este pertence ao passado! A<br />
inovação pressupõe que a nossa mente seja uma<br />
tábua rasa, que se <strong>de</strong>sembarace <strong>de</strong> “sinapses”<br />
mentais já percorridas, que se liberte <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias<br />
▼<br />
▼<br />
▼
94 I 95<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
OPINIÃO<br />
pré-concebidas para adquirir um olhar totalmente<br />
novo. Inovação têm, sobretudo, a ver com inspiração<br />
e intuição.<br />
Descontraia: se viver absorto nos problemas<br />
comezinhos diários não terá capacida<strong>de</strong> para se<br />
distanciar <strong>de</strong> si mesmo e do que o ro<strong>de</strong>ia, o que<br />
impe<strong>de</strong> a análise. Abstrair-se é imperativo para<br />
que a mente pare <strong>de</strong> dar voltas sobre si mesma,<br />
chegando sempre às mesmas soluções/conclusões.<br />
Aumente a sua confiança - não confundir com<br />
aumentar a auto-estima já que esta tem a ver com<br />
o ego e este é muitas vezes o principal obstáculo à<br />
criativida<strong>de</strong>. Significa apenas que, ao apresentar<br />
algo inovador e verda<strong>de</strong>iramente criativo, <strong>de</strong>verá<br />
estar preparado para criticas <strong>de</strong> terceiros. Aliás, o<br />
tamanho da sua inovação é directamente proporcional<br />
às criticas e rejeições da socieda<strong>de</strong>. Se não<br />
enten<strong>de</strong>r estas mesmas criticas apenas como receio<br />
do que é novo e <strong>de</strong>ixar que o seu ego se melindre,<br />
terá poucas hipóteses <strong>de</strong> pôr em prática a<br />
sua inovação, sentindo-se <strong>de</strong>sencorajado para assumir<br />
um espirito inovador e criativo em situações<br />
<strong>de</strong> futuro.<br />
Aumente o seu campo relacional: quanto maior<br />
e mais diversificadas as relações <strong>de</strong> um indivíduo/colectivida<strong>de</strong><br />
maior a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conjugar<br />
mais elementos <strong>de</strong> maneira diferente.<br />
Aproveite as dificulda<strong>de</strong>s, problemas e crises:<br />
por dificulda<strong>de</strong> ou problema enten<strong>de</strong>-se o <strong>de</strong>sajuste<br />
entre uma resposta velha perante uma questão<br />
nova. Num ponto <strong>de</strong> vista mais lato po<strong>de</strong>mos<br />
chamar-lhe crise. Ora, estas não são mais do que<br />
o verda<strong>de</strong>iro teste à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar.<br />
Actualmente é unânime a opinião <strong>de</strong> que a crise<br />
mundial representa uma oportunida<strong>de</strong> para inovarmos.<br />
O posicionamento estratégico <strong>de</strong> uma organização,<br />
instituição ou país está on<strong>de</strong> estiver o<br />
seu valor acrescentado. São as respostas inovadoras<br />
que nos colocam no mapa.<br />
De nada servem os meios mais sofisticados <strong>de</strong><br />
transporte (TGV, auto-estradas, novos aeroportos)<br />
se nos conduzirem ao déjà vu.<br />
É por isso urgente que o espírito <strong>de</strong> inovação e<br />
criativida<strong>de</strong> seja amplamente divulgado e interiorizado,<br />
relançando a imagem do “Ma<strong>de</strong> in Portugal.<br />
Boa sorte, isto é, boas inovações! ■
96 I 97<br />
* Director-Geral<br />
da Garval<br />
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250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
i<br />
OPINIÃO<br />
Rui Pedro Brogueira *<br />
CRESCER<br />
EM TEMPO<br />
DE CRISE<br />
Internacionalização, competitivida<strong>de</strong> e inovação<br />
são os três vértices do triângulo das priorida<strong>de</strong>s<br />
para a economia portuguesa: internacionalização<br />
que só será possível com competitivida<strong>de</strong>, competitivida<strong>de</strong><br />
que requer inovação.<br />
Por <strong>de</strong>finição, um país está em recessão se a sua<br />
produção <strong>de</strong>cresce face ao período comparado. O<br />
princípio básico para sair <strong>de</strong> uma situação <strong>de</strong> crise<br />
é, portanto, produzir mais. Importa agora encontrar<br />
a procura. Numa economia <strong>de</strong> dimensão reduzida e<br />
com um nível <strong>de</strong> endividamento elevado que condiciona<br />
o consumo, a solução passa por dirigir a produção<br />
para o mercado externo.<br />
Entre os países da União Europeia <strong>de</strong> dimensão<br />
comparável com a nossa somos, a seguir à Grécia, a<br />
economia on<strong>de</strong> o peso das exportações no PIB é<br />
mais baixo. Des<strong>de</strong> a nossa a<strong>de</strong>são à então CEE, a<br />
parcela da nossa produção que é exportada aumentou<br />
uns meros 3,3 pontos percentuais (para<br />
33,6%). Entre 1995 e 2008, as exportações austríacas<br />
passaram <strong>de</strong> 35% para 60% do PIB. Po<strong>de</strong>mos,<br />
pois, concluir que, para a nossa dimensão, somos<br />
uma pequena economia <strong>de</strong>masiadamente fechada<br />
e que existe margem para crescimento das exportações,<br />
nomeadamente através da diversificação <strong>de</strong><br />
mercados.<br />
Existe a perfeita consciência <strong>de</strong> que a internacionalização<br />
é fundamental, mas só será possível<br />
internacionalizar com competitivida<strong>de</strong>.<br />
Na verda<strong>de</strong>, as nossas empresas produtoras <strong>de</strong><br />
▼<br />
▼<br />
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PUB<br />
bens e serviços transacionáveis terão <strong>de</strong> conquistar<br />
elevados ganhos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> que possibilitem<br />
aumentar a competitivida<strong>de</strong> e conquistar quotas <strong>de</strong><br />
mercado, produzindo eficientemente. Ao mesmo<br />
tempo, terão <strong>de</strong> adquirir as competências e conhecimentos<br />
necessários para conceberem <strong>de</strong> forma<br />
inovadora produtos <strong>de</strong>sejados pelos mercados, disponibilizando-os<br />
<strong>de</strong> forma a maximizar a sua valorização,<br />
potenciando o retorno. Importa recordar<br />
que inovação é, acima <strong>de</strong> tudo, aquilo que o mercado<br />
reconhece como tal.<br />
A IMPORTÂNCIA<br />
DO FINANCIAMENTO<br />
Para po<strong>de</strong>r evoluir na vertente exportadora, no<br />
reforço da competitivida<strong>de</strong> das nossas PME e na<br />
sua capacida<strong>de</strong> inovativa existe uma condição sine<br />
qua non: o acesso ao financiamento. Sem financiamento<br />
a<strong>de</strong>quado, tudo o que se referiu sobre a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> internacionalização e <strong>de</strong> inovação será<br />
inconsequente.<br />
Apesar dos sinais <strong>de</strong> que o início da recuperação<br />
económica po<strong>de</strong>rá não estar longe, o financiamento<br />
das empresas permanece limitado, do lado da<br />
oferta, por diversas razões: num contexto em que a<br />
saú<strong>de</strong> do sistema bancário internacional ainda não<br />
foi totalmente restabelecida, o custo do financiamento<br />
bancário nos mercados financeiros internacionais<br />
permanece alto, repercutindo-se nos<br />
spreads; além disso, as regras <strong>de</strong> supervisão e os rácios<br />
<strong>de</strong> solvabilida<strong>de</strong> tornaram-se mais exigentes,<br />
limitando a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> crédito. Por<br />
outro lado, a perceção do risco é mais aguda e a<br />
aversão ao risco mais generalizada.<br />
As dificulda<strong>de</strong>s no acesso ao financiamento<br />
constituem um dos principais constrangimentos<br />
com que se <strong>de</strong>frontam as PME, apresentando Portugal<br />
condições estruturalmente mais restritivas<br />
que a UEM. Por outro lado, o custo do endividamento<br />
para as PME é comummente consi<strong>de</strong>rado elevado<br />
dada a perceção <strong>de</strong> risco por parte do sistema financeiro<br />
e ten<strong>de</strong>rá a agravar-se por força das novas<br />
regras pru<strong>de</strong>nciais e da alteração do paradigma <strong>de</strong><br />
financiamento do setor financeiro. Ora, é justamente<br />
sobre estes dois vectores, a melhoria do acesso ao<br />
crédito e a redução do custo do financiamento, que<br />
se centra a activida<strong>de</strong> da Garval enquanto socieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> garantia mútua.<br />
Des<strong>de</strong> o início da sua ativida<strong>de</strong>, em 2003, a Garval<br />
já emitiu mais <strong>de</strong> 800 milhões <strong>de</strong> euros <strong>de</strong> garantias,<br />
apoiando mais <strong>de</strong> 7500 empresas, permitindo<br />
a obtenção <strong>de</strong> financiamentos num montante<br />
superior a 2,3 mil milhões <strong>de</strong> euros. Esta intervenção<br />
no mercado tem vindo a possibilitar às<br />
empresas da região uma maior facilida<strong>de</strong> no acesso<br />
ao crédito e em condições mais vantajosas, num<br />
contexto <strong>de</strong> elevada proximida<strong>de</strong> às empresas. ■
100 I 101<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
EXPORTAÇÕES<br />
SUBIRAM<br />
6% EM 2008<br />
O <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
apresenta, pelo terceiro<br />
ano consecutivo,<br />
o ranking das 50<br />
Maiores Exportadoras<br />
do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.<br />
Em 2008, este conjunto<br />
<strong>de</strong> empresas exportou<br />
mais 6% face ao ano<br />
anterior. As <strong>de</strong>z maiores<br />
exportadoras ven<strong>de</strong>ram<br />
menos, mas exportaram<br />
mais.<br />
ANÁLISE<br />
50 Maiores Exportadoras do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
AAs 50 maiores exportadoras do distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
foram responsáveis, em 2008, por um volume <strong>de</strong> vendas<br />
ao exterior na or<strong>de</strong>m dos 615 milhões <strong>de</strong> euros, o<br />
que representa um acréscimo <strong>de</strong> 6% face ao grupo <strong>de</strong><br />
50 empresas que integravam a listagem apresentada<br />
o ano passado, com dados relativos a 2007. Quanto ao<br />
volume <strong>de</strong> negócios global do conjunto <strong>de</strong> empresas<br />
que integra o ranking, ascen<strong>de</strong>u, em 2008, a 1204 milhões<br />
<strong>de</strong> euros, uma progressão <strong>de</strong> 15% face ao ano<br />
anterior.<br />
Em termos <strong>de</strong> posicionamento <strong>de</strong> empresas no<br />
ranking, <strong>de</strong>staca-se a alteração ocorrida no lugar cimeiro:<br />
a Roca, empresa <strong>de</strong> capital espanhol se<strong>de</strong>ada<br />
em <strong>Leiria</strong>, que se <strong>de</strong>dica ao fabrico <strong>de</strong> cerâmica estrutural,<br />
per<strong>de</strong>u a li<strong>de</strong>rança para a Lena Engenharia e<br />
Construções, que exportou 62 milhões <strong>de</strong> euros em<br />
2008 (face a 45 milhões em 2007). A Bollinghaus, empresa<br />
<strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> alumínio da Marinha<br />
Gran<strong>de</strong>, embora tenha visto as suas exportações recuarem<br />
<strong>de</strong> 44,6 para 40, 4 milhões <strong>de</strong> euros, subiu do<br />
terceiro para o segundo lugar que a empresa do Grupo<br />
Lena ocupava em 2007 e <strong>de</strong>ixou em 2008, ao ascen<strong>de</strong>r<br />
à primeira posição.<br />
A Roca surge agora em terceiro lugar, com um volume<br />
<strong>de</strong> vendas ao exterior <strong>de</strong> 36,4 milhões <strong>de</strong> euros<br />
(46,5 milhões <strong>de</strong> euros em 2007), enquanto a Schaeffler<br />
Portugal, empresa <strong>de</strong> rolamentos das Caldas da<br />
Rainha, manteve a quarta posição, ao registar exportações<br />
na or<strong>de</strong>m dos 36 milhões <strong>de</strong> euros (38,4 milhões<br />
<strong>de</strong> euros em 2007). O quinto lugar, que em 2007<br />
pertencia à Galo Vidro, empresa <strong>de</strong> vidro <strong>de</strong> embalagem,<br />
<strong>de</strong> capital espanhol, se<strong>de</strong>ada na Marinha<br />
Gran<strong>de</strong>, passou em 2008 a ser ocupado pela Respol,<br />
que registou exportações na or<strong>de</strong>m dos 30 milhões <strong>de</strong><br />
euros, e que em 2007 não integrava o ranking das<br />
maiores exportadoras. Este ano é a Galo Vidro que não<br />
entra no ranking, uma vez que, segundo os dados cedidos<br />
pela Dun & Bradstreet, canalizou a totalida<strong>de</strong> do<br />
volume <strong>de</strong> vendas (30,6 milhões <strong>de</strong> euros) para o mercado<br />
nacional.<br />
O ranking das 50 Maiores Exportadoras do Distrito<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> relativo a 2008 integra um conjunto <strong>de</strong> 38<br />
empresas pertencentes ao Pinhal Litoral (o mesmo<br />
número registado em 2007), responsáveis por um volume<br />
<strong>de</strong> exportações <strong>de</strong> 492 milhões <strong>de</strong> euros (mais<br />
8% face a 2007), ou seja 58% do total exportado por<br />
aquele conjunto <strong>de</strong> concelhos (<strong>Leiria</strong>, Batalha, Porto<br />
<strong>de</strong> Mós, Marinha Gran<strong>de</strong> e Pombal), segundo dados<br />
do INE, mantendo-se a proporção registada em 2007.<br />
Estas 38 empresas foram ainda responsáveis por<br />
80% das exportações totais do ranking, também em<br />
linha com o valor apurado em 2007.<br />
As <strong>de</strong>z maiores exportadoras pertencem a sectores<br />
como plástico (3), alumínio e metal (2), construção (1),<br />
cerâmica (1), vidro (1), equipamentos <strong>de</strong> transmissão<br />
(1) e grossistas <strong>de</strong> sucata (1), sendo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar a entrada<br />
no top 10 <strong>de</strong> empresas dos sectores do plástico,<br />
alumínio e equipamentos <strong>de</strong> transmissão e a saída <strong>de</strong><br />
empresas dos sectores <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s, borracha e fabrico<br />
<strong>de</strong> velas.<br />
As <strong>de</strong>z maiores exportadoras foram responsáveis,<br />
em 2008, por vendas ao exterior <strong>de</strong> 302 milhões <strong>de</strong><br />
euros, (um ligeiro acréscimo face aos 300 milhões registados<br />
em 2007), que representam, à semelhança<br />
<strong>de</strong> 2007, cerca <strong>de</strong> 50% das exportações da listagem.<br />
Quanto ao volume <strong>de</strong> vendas total das <strong>de</strong>z maiores exportadoras,<br />
cifrou-se, em 2008, nos 529 milhões <strong>de</strong><br />
euros (menos 20 milhões face a 2007), ou seja 44%<br />
das vendas totais das 50 empresas da listagem, o que<br />
evi<strong>de</strong>ncia um recuo face aos 52% registados em 2007.<br />
As <strong>de</strong>z maiores exportadoras eram ainda responsáveis<br />
por 2543 postos <strong>de</strong> trabalho (menos 452 que<br />
em 2007), ou seja 34% do emprego total gerado pelo<br />
conjunto das 50 empresas.<br />
SECTOR DO PLÁSTICO<br />
DESTRONA CERÂMICA E VIDRO<br />
Agrupando as empresas do ranking por secções,<br />
constata-se que a li<strong>de</strong>rança, em volume <strong>de</strong> exportações,<br />
continua a pertencer ao sector <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s e fabricantes<br />
<strong>de</strong> equipamentos, com nove empresas e<br />
Em 2008 continuou<br />
a <strong>de</strong>stacar-se o concelho<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, com 37% das<br />
exportações, seguido<br />
da Marinha Gran<strong>de</strong>, com<br />
25% e Caldas da Rainha,<br />
com 10%<br />
exportações na or<strong>de</strong>m dos 143 milhões <strong>de</strong> euros (141<br />
milhões <strong>de</strong> euros em 2007), ou seja cerca <strong>de</strong> 23% das<br />
exportações totais das 50 empresas, em linha com a<br />
proporção registada em 2007.<br />
Em segundo lugar surge o sector do plástico, também<br />
com nove empresas, envolvendo exportações na<br />
or<strong>de</strong>m dos 107 milhões <strong>de</strong> euros, evi<strong>de</strong>nciando uma
progressão face aos 84 milhões registados em 2007,<br />
ano em que figurou como terceiro sector mais exportado.<br />
Em 2008, a terceira posição passou a ser ocupada<br />
pela activida<strong>de</strong> grossista, com <strong>de</strong>z empresas e<br />
87 milhões <strong>de</strong> euros <strong>de</strong> vendas ao exterior, ou seja 14%<br />
do total exportado, face aos 5% registados em 2007.<br />
O sector <strong>de</strong> cerâmica e vidro passou <strong>de</strong> segundo<br />
para quarto lugar, com quatro empresas e 85 milhões<br />
<strong>de</strong> euros em exportações, evi<strong>de</strong>nciando um recuo face<br />
aos 111 milhões <strong>de</strong> euros registados em 2007. O quinto<br />
lugar é ocupado pela construção civil, on<strong>de</strong> apenas<br />
uma empresa – a Lena Construções – assegura exportações<br />
na or<strong>de</strong>m dos 62 milhões <strong>de</strong> euros, um volume<br />
que lhe garantiu o lugar cimeiro no ranking.<br />
Cerca <strong>de</strong> 60% das empresas da listagem pertencem<br />
à indústria transformadora e são responsáveis<br />
por 65% do total <strong>de</strong> exportações. A activida<strong>de</strong> grossista<br />
reúne <strong>de</strong>z empresas e 14% das exportações, os<br />
serviços cinco empresas e 10% das exportações e a<br />
construção civil uma empresa e 10% das exportações.<br />
Quanto à empregabilida<strong>de</strong>, as 50 maiores exportadoras<br />
dão trabalho a 7485 pessoas, o que representa<br />
um recuo face às 7693 pessoas que empregavam em<br />
2007.<br />
CALDAS DA RAINHA<br />
PASSA À FRENTE A POMBAL<br />
Na análise comparativa <strong>de</strong> concelhos, em 2008<br />
continuou a <strong>de</strong>stacar-se o <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, com 15 empresas<br />
e 37% das exportações, seguido da Marinha Gran<strong>de</strong>,<br />
com 12 empresas e 25% das exportações, e das Caldas<br />
da Rainha, com três empresas e 10% das exportações,<br />
concelho que <strong>de</strong>stronou Pombal, que surge<br />
agora em quarto lugar, com seis empresas e 9,4% das<br />
exportações. Já a Batalha <strong>de</strong>sliza <strong>de</strong> quarto para<br />
quinto, com três empresas e 5% das exportações.<br />
Recorrendo aos valores das exportações por concelho<br />
cedidos pelo INE, continua a evi<strong>de</strong>nciar-se a<br />
performance da Batalha on<strong>de</strong>, tal como em 2007, apenas<br />
três empresas (Derone, Matcerâmica e Simplastic)<br />
foram responsáveis por meta<strong>de</strong> das exportações<br />
do concelho. Na Marinha Gran<strong>de</strong>, as 12 empresas do<br />
ranking (17 em 2007) contribuíram também para meta<strong>de</strong><br />
do total exportado pelo concelho (face aos 62%<br />
<strong>de</strong> 2007), enquanto as 15 empresas <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> (11 em<br />
2007) foram responsáveis por 73% das exportações<br />
do concelho (61% em 2007). ■<br />
Nota metodológica<br />
A listagem das 50 Maiores Exportadoras do Distrito<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> foi construída pela Dun & Bradstreet, a partir<br />
do ranking das 250 Maiores Empresas do Distrito<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> (por volume <strong>de</strong> negócios, em 2008), que fornecem<br />
informações sobre a activida<strong>de</strong> exportadora.<br />
Célia Marques<br />
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102 I 103<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
LISTAGEM<br />
50 Maiores Exportadoras do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
N.º EXP. N.º NOME ACTIVIDADE<br />
VEND.<br />
1 1 LENA ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES, S.A. Construção <strong>de</strong> edifícios (resi<strong>de</strong>nciais e não resi<strong>de</strong>nciais)<br />
2 15 BOLLINGHAUS PORTUGAL - AÇOS ESPECIAIS, S.A. Si<strong>de</strong>rurgia e fabricação <strong>de</strong> ferro-ligas<br />
3 4 ROCA, S.A. Fabricação <strong>de</strong> artigos cerâmicos para usos sanitários<br />
4 24 SCHAEFFLER PORTUGAL, S.A. Fabricação <strong>de</strong> rolamentos, <strong>de</strong> engrenagens e <strong>de</strong> outros órgãos <strong>de</strong> transmissão<br />
5 32 RESPOL - RESINAS, S.A. Fabricação <strong>de</strong> matérias plásticas sob formas primárias<br />
6 25 CRISAL - CRISTALARIA AUTOMÁTICA, S.A. Cristalaria<br />
7 33 IBER-OLEFF - COMPONENTES TÉCNICOS EM PLÁSTICO, S.A. Fabricação <strong>de</strong> outros artigos <strong>de</strong> plástico, n.e.<br />
8 17 CABOPOL - INDÚSTRIA DE COMPOSTOS, S.A. Fabricação <strong>de</strong> matérias plásticas sob formas primárias<br />
9 52 METALMARINHA - COMÉRCIO INTERNACIONAL DE RESÍDUOS METÁLICOS, S.A. Comércio por grosso <strong>de</strong> sucatas e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios metálicos<br />
10 74 GRAMPERFIL, S.A. Perfilagem a frio<br />
11 27 KEY PLASTICS PORTUGAL, S.A. Fabricação <strong>de</strong> outros artigos <strong>de</strong> plástico, n.e.<br />
12 98 TECMOLDE - CENTRO TÉCNICO DE MOLDES PARA PLÁSTICOS, LDA Comércio por grosso <strong>de</strong> outras máquinas e equipamentos<br />
13 89 PROMOL - INDÚSTRIA DE VELAS, S.A. Outras indústrias transformadoras diversas, n.e.<br />
14 21 SOTRAPEX - TRANSPORTES RODOVIÁRIOS, EXP. IMPORTAÇÃO DE CEREAIS, LDA Comércio p/ grosso cereais, sementes, leg., oleag. out. matérias-primas agríc.<br />
15 111 MATCERÂMICA - FABRICO DE LOUÇA, S.A. Fabricação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> uso doméstico <strong>de</strong> faiança, porcelana e grés fino<br />
16 61 SARRAIPA - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS INDÚSTRIAIS, S.A. Comércio por grosso <strong>de</strong> máquinas-ferramentas<br />
17 77 SETSA - SOCIEDADE DE ENGENHARIA E TRANSFORMAÇÃO, S.A. Fabricação <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s metálicos<br />
18 79 EIB - EMPRESA INDUSTRIAL DE BORRACHA, S.A. Fabricação <strong>de</strong> outros produtos <strong>de</strong> borracha, n.e.<br />
19 11 SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DA FREIRIA, S.A. Avicultura<br />
20 160 MD MOLDES, MANUEL DOMINGUES, LDA Comércio por grosso <strong>de</strong> outras máquinas e equipamentos<br />
21 90 ESTALEIROS NAVAIS DE PENICHE, S.A. Const. <strong>de</strong> emb. metálicas e estruturas flutuantes, excepto <strong>de</strong> recreio e <strong>de</strong>sporto<br />
22 69 TRANSPORTES MACHADO & BRITES, LDA Transportes rodoviários <strong>de</strong> mercadorias<br />
23 180 SIMPLASTIC - SOCIEDADE INDUSTRIAL DE MATERIAS PLASTICAS, LDA Fabricação <strong>de</strong> outros artigos <strong>de</strong> plástico, n.e.<br />
24 141 FERREIRINHOS - CONSTRUÇÕES METALICAS S.A. Fabricação <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> construções metálicas<br />
25 199 DERONE - CONFECÇÕES, S.A. Confecção <strong>de</strong> outro vestuário exterior em série<br />
26 198 MOLIPOREX - MOLDES PORTUGUESES, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO, S.A. Fabricação <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s metálicos<br />
27 41 DDO - DERIVADOS DE OVOS, LDA Comércio por grosso <strong>de</strong> leite, seus <strong>de</strong>rivados e ovos<br />
28 196 BAROD - PRODUTOS PARA INDÚSTRIA, S.A. Comércio por grosso <strong>de</strong> azeite, óleos e gorduras alimentares<br />
29 146 PLIMAT - PLÁSTICOS INDUSTRIAIS MATOS, S.A. Fabricação <strong>de</strong> chapas, folhas, tubos e perfis <strong>de</strong> plástico<br />
30 216 SOCÉM - E.D. - FABRICAÇÃO, ENG. DESENVOLVIMENTO DE MOLDES, LDA Fabricação <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s metálicos<br />
31 22 MATERLIS - MADEIRAS, S.A. Comércio por grosso <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira em bruto e <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong>rivados<br />
32 115 SPAL - SOCIEDADE DE PORCELANAS DE ALCOBAÇA, S.A. Fabricação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> uso doméstico <strong>de</strong> faiança, porcelana e grés fino<br />
33 53 CARIANO, S.A. Aluguer <strong>de</strong> máquinas e equipamentos para a construção e engenharia civil<br />
34 143 GRANFER.COM - IMPORT. E EXPORT. PRODUTOS ALIMENTARES, LDA Comércio por grosso <strong>de</strong> fruta e <strong>de</strong> produtos hortícolas, excepto batata<br />
35 229 L.N. - MOLDES, LDA Fabricação <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s metálicos<br />
36 225 SINDUTEX - SOCIEDADE INDUSTRIAL DE CONFECÇÕES, LDA Confecção <strong>de</strong> outro vestuário exterior em série<br />
37 78 NIGEL - CONGELADORA JOSÉ NICOLAU, LDA Congelação <strong>de</strong> produtos da pesca e da aquicultura<br />
38 97 JOSÉ ALDEIA LAGOA & FILHOS, S.A. Extracção <strong>de</strong> argilas e caulino<br />
39 42 BLOCOTELHA - COBERTURAS METÁLICAS AUTOPORTANTES, LDA Fabricação <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> construções metálicas<br />
40 16 SUINICOMÉRCIO - COMÉRCIO DE SUÍNOS, LDA Comércio por grosso <strong>de</strong> animais vivos<br />
41 56 IBEROALPLA PORTUGAL - EMBALAGENS PLÁSTICAS UNIPESSOAL, LDA Fabricação <strong>de</strong> embalagens <strong>de</strong> plástico<br />
42 232 ICEL - INDÚSTRIA DE CUTELARIAS DA ESTREMADURA, S.A. Fabricação <strong>de</strong> cutelaria<br />
43 142 INTERMOLDE - MOLDES VIDREIROS INTERNACIONAIS, LDA Fabricação <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s metálicos<br />
44 87 FÁBRICA LEIRIENSE DE PLÁSTICOS, S.A. Fabricação <strong>de</strong> chapas, folhas, tubos e perfis <strong>de</strong> plástico<br />
45 163 GASOGÁS - DISTRIBUIDORA DE ÓLEOS E COMBUSTÍVEIS, LDA Transportes rodoviários <strong>de</strong> mercadorias<br />
46 132 ANTÓNIO RAMOS & COSTA, S.A. Comércio por grosso <strong>de</strong> peixe, crustáceos e moluscos<br />
47 184 E.I.P. - EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS POÇO, S.A. Fabricação <strong>de</strong> outras máquinas diversas <strong>de</strong> uso geral, n.e.<br />
48 219 RECAUCHUTAGEM 31, S.A. Reconstrução <strong>de</strong> pneus<br />
49 80 PLASTIDOM - PLÁSTICOS INDUSTRIAIS E DOMÉSTICOS, S.A. Fabricação <strong>de</strong> outros artigos <strong>de</strong> plástico, n.e.<br />
50 177 CEMOPOL - CELULOSES MOLDADAS PORTUGUESAS, LDA Fabricação <strong>de</strong> outros artigos <strong>de</strong> pasta <strong>de</strong> papel, <strong>de</strong> papel e <strong>de</strong> cartão<br />
* Dados não disponibilizados pelas empresas
CONCELHO Nº TRAB. PAÍS EMP. MÃE VENDAS 2008 RL 2008 EXPORT. 2008 PAÍSES DE DESTINO<br />
LEIRIA 494 Portugal 200.177.320,28 € 91.499.766,23 € 62.006.555,89 € *<br />
MARINHA GRANDE 106 41.559.745,76 € 4.383.189,74 € 40.354.581,41 € Alemanha, Espanha, Suíça, Itália, EU<br />
LEIRIA 688 Espanha 72.437.563,97 € 90.844.389,83 € 36.439.119,58 € *<br />
CALDAS DA RAINHA 374 Portugal 36.484.148,25 € 15.703.590,58 € 36.010.103,71 € *<br />
LEIRIA 75 Portugal 30.466.112,55 € 5.618.534,13 € 29.987.145,90 € *<br />
MARINHA GRANDE 290 In<strong>de</strong>terminado 35.383.613,69 € 11.653.495,97 € 28.820.237,33 € *<br />
POMBAL 412 30.421.547,47 € 19.248.266,04 € 18.562.085,63 € *<br />
PORTO DE MÓS 70 Portugal 41.134.324,91 € 10.860.603,66 € 17.658.031,94 € *<br />
MARINHA GRANDE 6 23.933.592,45 € 972.746,40 € 16.166.869,66 € *<br />
POMBAL 28 17.093.347,06 € 1.353.368,70 € 16.025.661,62 € *<br />
LEIRIA 470 In<strong>de</strong>terminado 35.057.683,22 € 7.732.327,15 € 15.455.582,87 € *<br />
MARINHA GRANDE 40 14.238.107,00 € 753.222,93 € 13.904.567,01 € *<br />
CALDAS DA RAINHA 179 Alemanha 14.826.520,32 € 5.953.920,95 € 13.870.273,70 € *<br />
CALDAS DA RAINHA 47 38.862.712,13 € 623.157,00 € 12.462.639,39 € *<br />
BATALHA 291 12.507.189,26 € 8.896.636,73 € 12.158.538,13 € *<br />
LEIRIA 54 20.758.179,87 € 4.680.145,26 € 11.692.561,78 € *<br />
MARINHA GRANDE 47 Portugal 16.274.130,05 € 2.583.623,77 € 11.574.872,51 € Espanha, Reino Unido, Suécia, Noruega, França<br />
MARINHA GRANDE 125 16.177.145,59 € 8.035.631,05 € 10.989.540,44 € *<br />
BOMBARRAL 233 Portugal 52.810.557,42 € 25.776.088,97 € 10.229.856,53 € *<br />
LEIRIA 23 9.914.890,58 € 2.477.026,44 € 9.821.266,05 € *<br />
PENICHE 139 14.809.429,42 € 430.264,28 € 9.700.817,36 € *<br />
LEIRIA 286 Portugal 18.028.044,04 € 4.742.105,68 € 9.192.672,80 € *<br />
BATALHA 124 9.117.298,73 € 2.989.149,61 € 8.658.959,58 € *<br />
LEIRIA 24 10.794.521,27 € 1.079.911,84 € 8.475.142,76 € *<br />
BATALHA 365 8.533.038,35 € 2.402.409,89 € 7.866.375,20 € *<br />
MARINHA GRANDE 21 8.551.448,54 € 2.785.750,53 € 7.861.103,75 € *<br />
POMBAL 37 Portugal 27.544.844,14 € 710.783,66 € 7.813.818,85 € *<br />
LEIRIA 6 8.615.504,60 € 1.186.975,33 € 7.719.062,86 € *<br />
MARINHA GRANDE 86 10.620.958,51 € 4.291.559,13 € 7.398.644,23 € *<br />
ALCOBAÇA 41 8.053.425,62 € 1.632.107,04 € 7.373.120,78 € *<br />
LEIRIA 105 38.136.387,12 € 8.857.872,28 € 7.260.063,98 € *<br />
NAZARÉ 470 Portugal 12.181.935,03 € 11.517.040,31 € 7.238.678,38 € *<br />
LEIRIA 105 23.616.764,64 € 14.631.321,25 € 7.111.862,51 € *<br />
ÓBIDOS 3 10.740.282,04 € 386.973,74 € 6.436.381,75 € *<br />
LEIRIA 66 7.694.205,77 € 4.757.498,84 € 6.353.618,51 € *<br />
POMBAL 300 7.800.312,04 € 2.221.242,45 € 6.279.095,51 € *<br />
PENICHE 102 16.180.379,86 € 4.250.645,17 € 6.021.763,42 € *<br />
POMBAL 50 14.318.715,14 € 7.999.593,37 € 5.803.594,23 € *<br />
PORTO DE MÓS 118 Portugal 27.161.023,17 € 11.326.243,27 € 5.495.424,04 € *<br />
LEIRIA 20 41.283.596,77 € 1.927.523,13 € 5.284.142,93 € *<br />
MARINHA GRANDE 70 Alemanha 23.098.791,60 € 4.130.141,71 € 5.248.634,58 € *<br />
ALCOBAÇA 187 7.635.546,62 € 5.825.990,48 € 5.216.180,50 € *<br />
MARINHA GRANDE 90 10.748.257,33 € 4.976.991,64 € 5.106.284,71 € *<br />
LEIRIA 83 Portugal 15.231.629,05 € 3.559.355,99 € 4.706.700,59 € *<br />
MARINHA GRANDE 79 9.771.537,94 € 1.171.600,81 € 4.352.796,11 € *<br />
PENICHE 102 11.381.672,82 € 4.339.195,55 € 4.304.420,98 € *<br />
MARINHA GRANDE 54 8.973.837,42 € 704.647,36 € 4.264.698,54 € *<br />
ALCOBAÇA 110 7.875.778,28 € 2.878.117,84 € 4.179.472,95 € *<br />
LEIRIA 137 16.172.767,10 € 5.869.042,13 € 4.136.482,74 € *<br />
POMBAL 53 Espanha 9.295.000,32 € 3.930.155,20 € 3.809.167,25 € *
104 I 105<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
ANÁLISE<br />
250 Maiores Empresas do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
e<br />
VENDAS CRESCEM<br />
A MENOR RITMO<br />
MAS SÃO<br />
MAIS RENTÁVEIS<br />
Em 2008 assistiu-se<br />
a uma melhoria da<br />
rentabilida<strong>de</strong> das<br />
vendas das 250 maiores<br />
empresas, bem com<br />
dos seus rácios <strong>de</strong><br />
solvabilida<strong>de</strong>, em linha<br />
com as novas<br />
exigências da banca<br />
quando toca a conce<strong>de</strong>r<br />
crédito. Ainda assim, os<br />
lucros totais recuaram<br />
e o prejuízo global<br />
aumentou<br />
relativamente<br />
ao ano anterior.<br />
m 2008, as 250 maiores empresas do distrito <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> geraram 4,52 mil milhões <strong>de</strong> euros em vendas,<br />
mais 4,6% face ao ano anterior, ligeiramente<br />
abaixo da subida <strong>de</strong> 7,5% registada em 2007 e<br />
muito aquém da variação positiva <strong>de</strong> 17% verificada<br />
entre 2005 e 2006.<br />
Os resultados líquidos (positivos e negativos)<br />
das 250 empresas somam 96 milhões <strong>de</strong> euros, o<br />
que compara com os 135 milhões <strong>de</strong> euros das 248<br />
empresas que ce<strong>de</strong>ram essa informação em 2007.<br />
Registam-se ainda 31 empresas com prejuízos<br />
(22 em 2007), que totalizam 28,8 milhões <strong>de</strong> euros<br />
(12,5 milhões em 2007). As restantes 219 apresentam<br />
um lucro total <strong>de</strong> 125 milhões <strong>de</strong> euros,<br />
face aos 148 milhões <strong>de</strong> euros registados o ano<br />
passado por 227 empresas. Ou seja, separando a<br />
análise <strong>de</strong> resultados líquidos entre empresas<br />
“positivas” e “negativas”, percebe-se que os prejuízos<br />
globais aumentaram 16,3 milhões <strong>de</strong> euros <strong>de</strong><br />
2007 para 2008 (face a um aumento <strong>de</strong> um milhão<br />
<strong>de</strong> euros no ano anterior), enquanto os lucros totais<br />
recuaram 23 milhões, invertendo o crescimento<br />
<strong>de</strong> 15,5 milhões <strong>de</strong> euros registada em<br />
2007.<br />
Quanto ao somatório do VAB da listagem, ascen<strong>de</strong><br />
a 898,2 milhões <strong>de</strong> euros, uma subida <strong>de</strong><br />
4,2% face aos 862 milhões <strong>de</strong> euros apurados no<br />
AS MAIORES POR CONCELHO<br />
total das 247 socieda<strong>de</strong>s que forneceram essa informação<br />
em 2007, mas longe da subida <strong>de</strong> 27%<br />
registada no ano anterior. As sete maiores empresas<br />
em volume <strong>de</strong> vendas geraram um VAB <strong>de</strong> 203<br />
milhões <strong>de</strong> euros, mais 17,3% face ao grupo das<br />
sete maiores em 2007, o que representa uma inversão<br />
do movimento negativo <strong>de</strong> 22% registado<br />
entre 2006 e 2007.<br />
Em 2008, 84 empresas (51 em 2007) viram o seu<br />
volume <strong>de</strong> vendas cair, registando um recuo médio<br />
<strong>de</strong> 10% (9% em 2007), enquanto as 163 companhias<br />
(199 em 2007) que aumentaram a facturação<br />
o fizeram a uma taxa média <strong>de</strong> 34% (24% em<br />
2007). No que toca à rentabilida<strong>de</strong> média das vendas<br />
das empresas que apresentam valores positivos<br />
– 202 face às 226 <strong>de</strong> 2007 – subiu <strong>de</strong> 3,1 para<br />
3,9%.<br />
Ainda em matéria <strong>de</strong> rácios, <strong>de</strong>staque para o <strong>de</strong><br />
solvabilida<strong>de</strong>, que subiu <strong>de</strong> 20 para 67, o que significa<br />
que melhorou, em média (e ao contrário do que<br />
havia acontecido entre 2006 e 2007), a capacida<strong>de</strong><br />
das empresas satisfazerem os seus compromissos<br />
<strong>de</strong> longo prazo.<br />
Esta melhoria reflecte a crescente exigência da<br />
banca relativamente a indicadores <strong>de</strong> solvabilida<strong>de</strong><br />
na hora <strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r crédito, ao abrigo do<br />
Acordo <strong>de</strong> Basileia II, um quadro legislativo cuja<br />
aplicação efectiva <strong>de</strong>correu, em termos práticos,<br />
durante o ano <strong>de</strong> 2008, e que obriga a banca a implementar<br />
sistemas <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> risco mais<br />
apertado.<br />
O ano <strong>de</strong> 2008 apresentou cinco socieda<strong>de</strong>s em<br />
falência técnica (apenas duas em 2007), oito com<br />
uma autonomia financeira inferior a 5% (12 em<br />
2007), e uma com autonomia financeira inferior a<br />
7,5% (três em 2007).<br />
Já a produtivida<strong>de</strong> média por colaborador mantém<br />
a tendência <strong>de</strong> progressão, embora a menor<br />
ritmo relativamente ao ano anterior, tendo crescido<br />
6,3% (11% em 2007 e 10% em 2006) para os<br />
186 mil euros.<br />
CONCELHO Nº % DO VENDAS % DO Nº % DO<br />
EMPRESAS TOTAL 2007 € TOTAL COLABORAD. TOTAL<br />
ALCOBAÇA 25 10,0% 378.351.422,73 8,4% 1.448 6,0%<br />
ALVAIÁZERE 2 0,8% 25.151.883,44 0,6% 229 0,9%<br />
ANSIÃO 1 0,4% 7.173.954,75 0,2% 32 0,1%<br />
BATALHA 10 4,0% 152.776.787,69 3,4% 1.775 7,3%<br />
BOMBARRAL 5 2,0% 100.819.214,25 2,2% 637 2,6%<br />
CALDAS DA RAINHA 18 7,2% 382.235.002,57 8,5% 3.192 13,1%<br />
LEIRIA 101 40,4% 2.206.909.141,89 48,8% 9.654 39,7%<br />
MARINHA GRANDE 27 10,8% 440.778.148,97 9,8% 2.453 10,1%<br />
NAZARÉ 3 1,2% 29.887.351,12 0,7% 516 2,1%<br />
ÓBIDOS 7 2,8% 82.158.004,01 1,8% 476 2,0%<br />
PENICHE 7 2,8% 85.207.848,25 1,9% 582 2,4%<br />
POMBAL 34 13,6% 466.624.790,65 10,3% 2.563 10,5%<br />
PORTO DE MÓS 10 4,0% 162.167.904,81 3,6% 758 3,1%
Quanto ao volume <strong>de</strong> vendas gerado pelas <strong>de</strong>z<br />
maiores empresas, ascen<strong>de</strong>u a 837 milhões <strong>de</strong><br />
euros, num ligeiríssimo acréscimo <strong>de</strong> 1% face ao<br />
ano anterior – distante dos 5% registados entre<br />
2006 e 2007 e mais ainda da subida <strong>de</strong> 18 registada<br />
entre 2005 e 2006 – mantendo-se o seu peso<br />
no volume total das 250 em torno dos 19%. Em<br />
2008, este grupo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z firmas <strong>de</strong>u trabalho a<br />
3748 pessoas (3741 em 2007 e 3872 em 2006), representando<br />
15,4% da empregabilida<strong>de</strong> total do<br />
ranking, em linha com os valores dos dois anos anteriores.<br />
ROCA CEDE TERCEIRO LUGAR À RACENTRO<br />
No topo do ranking encontra-se a Lena Engenharia<br />
e Construções, que mantém lugar cimeiro<br />
há cinco anos consecutivos. Inalterada surge também<br />
a segunda posição, que continua a ser ocupada<br />
pela CMP - Cimentos Maceira e Pataias,<br />
enquanto a Roca ce<strong>de</strong>u o seu terceiro lugar à Racentro,<br />
que o ano passado ocupava a quinta posição,<br />
passando a empresa <strong>de</strong> cerâmica <strong>de</strong> capital<br />
espanhol a ocupar o quarto lugar.<br />
Em quinto lugar surge a Movicortes (que se po-<br />
DEZ MAIORES NOS ÚLTIMOS ANOS<br />
2008 2007 2006 2005 2004<br />
LENA ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES, S.A. 1 1 1 1 1<br />
C.M.P. - CIMENTOS MACEIRA E PATAIAS, S.A. 2 2 2 2 3<br />
RACENTRO - FÁBRICA DE RAÇÕES DO CENTRO, S.A. 3 5 ND ND ND<br />
ROCA, S.A. 4 3 3 3 2<br />
MOVICORTES - SERVIÇOS E GESTÃO, S.A. 5 4 5 7 8<br />
HOSPITAL DE SANTO ANDRÉ, E.P.E. 6 7 6 6 ND<br />
T.S. - THOMAZ DOS SANTOS, S.A. 7 6 4 5 5<br />
PROMOR - ABAST. DE PRODUTOS AGRO-PECUÁRIOS, S.A. 8 11 14 ND ND<br />
MIBEPA - IMPORTAÇÃO, COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO, LDA 9 8 15 19 ND<br />
GALLOVIDRO, S.A. 10 9 7 4 7<br />
sicionava em quarto em 2007), e em sexto o Hospital<br />
Santo André, que subiu uma posição, voltando<br />
a ocupar o lugar que havia sido seu em 2006.<br />
Destaque ainda para a Promor, que subiu <strong>de</strong> décimo<br />
primeiro para oitavo, e para a Mibepa, que<br />
per<strong>de</strong>u um lugar para o nono, tal como a Gallovidro<br />
per<strong>de</strong>u um lugar, e ocupa agora o décimo.<br />
VENDAS SOBEM 15%<br />
NO CONCELHO DA MARINHA GRANDE<br />
Entre os quatro concelhos que registam maior<br />
▼<br />
▼<br />
▼<br />
PUB
106 I 107<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
ANÁLISE<br />
250 Maiores Empresa do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
volume <strong>de</strong> vendas no distrito – <strong>Leiria</strong> (42% face a<br />
51% em 2007), Marinha Gran<strong>de</strong> (11% face a 9%<br />
em 2007), Pombal (14% face aos 11% <strong>de</strong> 2007) e<br />
Caldas da Rainha (7% face a 8% em 2007) – <strong>de</strong>staque<br />
para a Marinha Gran<strong>de</strong>, que com um volume<br />
Em 2008 registaram-se<br />
31 empresas com<br />
prejuízos (22 em 2007),<br />
que totalizam 28,8<br />
milhões <strong>de</strong> euros<br />
(12,5 milhões em 2007).<br />
<strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> 441 milhões <strong>de</strong> euros, conseguiu<br />
uma subida <strong>de</strong> 15% face ao ano anterior, muita<br />
acima da subida <strong>de</strong> 5% registada em 2006.<br />
O concelho <strong>de</strong> Caldas da Rainha foi, entre os<br />
quatro maiores, o segundo que mais subiu: 12%<br />
para os 342 milhões <strong>de</strong> euros. O concelho <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
regista apenas uma subida <strong>de</strong> 1%, para os 2,207<br />
mil milhões <strong>de</strong> euros, quando em 2007 tinha subido<br />
16%. No grupo dos concelhos com menor<br />
peso em termos <strong>de</strong> vendas, <strong>de</strong>staca-se Alcobaça,<br />
que progrediu 39%, numa inversão da <strong>de</strong>scida <strong>de</strong><br />
10% registada no ano anterior. Do lado das quebras<br />
surgem os concelhos <strong>de</strong> Nazaré (menos 27%<br />
para os 30 milhões <strong>de</strong> euros), Batalha (menos 14%<br />
10 MAIORES EM RESULTADO LÍQUIDO<br />
Nº EMPRESA EUROS<br />
2 C.M.P. - CIMENTOS MACEIRA E PATAIAS, S.A. 12.774.987,60<br />
4 ROCA, S.A. 9.815.105,63<br />
7 T.S. - THOMAZ DOS SANTOS, S.A. 4.955.937,99<br />
1 LENA ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES, S.A. 4.942.027,52<br />
10 GALLOVIDRO, S.A. 4.812.188,71<br />
5 MOVICORTES - SERVIÇOS E GESTÃO, S.A. 4.205.352,00<br />
6 HOSPITAL DE SANTO ANDRÉ, E.P.E. 3.604.466,88<br />
176 REN - ARMAZENAGEM, S.A. 3.494.060,80<br />
36 CONSTRUÇÕES PRAGOSA, S.A. 3.455.233,83<br />
51 CARRIÇO COGERAÇÃO - SOC. G. ELEC. E CALOR, S.A.2.633.967,48<br />
10 MAIORES SUBIDAS VENDAS<br />
Nº EMPRESA %<br />
238 CONURMA - CONST. E URBAN. MACEIRA, LDA 781,98<br />
218 LIZDRIVE, S.A. 347,93<br />
205 DSP - DISTRIB. SPORTSWEAR PROMOCIONAL, S.A. 263,33<br />
235 CERRO MAR II, LDA 206,25<br />
113 MEIGAL - ALIMENTAÇÃO, S.A. 194,28<br />
230 INAUTOM - AUTOMAÇÃO, LDA 168,19<br />
184 E.I.P. - EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS POÇO, S.A. 152,88<br />
155 SIVAL 2 - PLÁSTICOS ESPECIAIS, LDA 146,64<br />
104 CRIAGÁS - ENERGIA E COMUNICAÇÕES, S.A. 144,91<br />
19 JPCTRUCKS - COMÉRCIO DE AUTOMÓVEIS, S.A. 138,81<br />
para 153 milhões <strong>de</strong> euros), Ansião (menos 9%<br />
para 7 milhões <strong>de</strong> euros), enquanto os concelhos<br />
<strong>de</strong> Peniche, Pombal e Porto <strong>de</strong> Mós se mantêm<br />
praticamente inalterados.<br />
Alcobaça, Caldas da Rainha e Marinha Gran<strong>de</strong><br />
conquistaram mais três, uma e cinco empresas,<br />
respectivamente, no ranking, enquanto os concelhos<br />
da Batalha, Nazaré, Peniche e Pombal per<strong>de</strong>ram<br />
uma empresa, o do Bombarral duas e o <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> três.<br />
Na empregabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>stacam-se as subidas<br />
<strong>de</strong> Alcobaça (mais 22%), Marinha Gran<strong>de</strong> (mais<br />
18%, a recuperar da <strong>de</strong>scida <strong>de</strong> 20% registada em<br />
2007) e Peniche (mais 1%). Do lado das <strong>de</strong>scidas<br />
surgem os concelhos do Bombarral (menos 18%),<br />
<strong>Leiria</strong> e Nazaré (ambas com menos 8%, sendo que<br />
<strong>Leiria</strong> havia subido 7% em 2007), Pombal (menos<br />
3%) e Porto <strong>de</strong> Mós (menos 2%). ■<br />
10 MAIORES DESCIDAS VENDAS<br />
Nº EMPRESA %<br />
207 CONSTRUÇÕES LINTO & MARQUES, S.A. -38,24<br />
129 TRANSAIRE - TRANSPORTES DE MERCADORIAS, LDA -36,67<br />
144 J.P.CAETANO - COM. MÁQ. E SOBRESSALENTES, S.A. -31,67<br />
79 EIB - EMPRESA INDUSTRIAL DE BORRACHA, S.A. -29,15<br />
206 AUTO JULIO LEIRIA - COMERCIO DE AUTOMOVEIS, S.A. -29,13<br />
247 LEILOATLÂNTICO - LEILÕES E COM. DE AUT., LDA -26,20<br />
90 ESTALEIROS NAVAIS DE PENICHE, S.A. -25,69<br />
159 JOSÉ LOURO, LDA -25,24<br />
98 TECMOLDE - CENTRO TÉCN. MOLDES P/ PLÁST., LDA -23,80<br />
81 BENECAR - AUTOMÓVEIS, S.A. -22,90<br />
10 MAIORES RENT. DAS VENDAS<br />
Nº EMPRESA %<br />
176 REN - ARMAZENAGEM, S.A. 38,31<br />
241 LABORATÓRIO MÉDICO DR.DAVID SANTOS PINTO, S.A. 37,11<br />
167 EURODIAL - CENTRO NEFROL. DIALISE LEIRIA, S.A. 29,00<br />
208 HENRIQUE & GAMEIRO - CONSTRUÇÃO CIVIL, LDA 26,97<br />
233 FIBROPLAC - FÁB. PLACAS DE GESSO LAMINADO, S.A. 20,09<br />
4 ROCA, S.A. 19,35<br />
207 CONSTRUÇÕES LINTO & MARQUES, S.A. 17,82<br />
235 CERRO MAR II, LDA 17,66<br />
36 CONSTRUÇÕES PRAGOSA, S.A. 15,45<br />
2 C.M.P. - CIMENTOS MACEIRA E PATAIAS, S.A. 15,25<br />
10 MAIORES EMPREGADORAS<br />
Nº EMPRESA<br />
Célia Marques<br />
95 NOVA SERVIÇOS, LDA 1.887<br />
6 HOSPITAL DE SANTO ANDRÉ, E.P.E. 1.458<br />
4 ROCA, S.A. 688<br />
1 LENA ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES, S.A. 494<br />
27 KEY PLASTICS PORTUGAL, S.A. 470<br />
115 SPAL - SOCIEDADE DE PORCELANAS DE ALCOBAÇA, S.A. 470<br />
33 IBER-OLEFF - COMP. TÉCNICOS EM PLÁSTICO, S.A. 412<br />
86 CENTRO HOSPITALAR DE SÃO FRANCISCO, S.A. 383<br />
24 SCHAEFFLER PORTUGAL, S.A. 374<br />
199 DERONE - CONFECÇÕES, S.A. 365
METODOLOGIA<br />
O Resultado Residual foi apurado para as empresas<br />
do ranking das 250 maiores do distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
em volume <strong>de</strong> vendas em 2008, que disponibilizaram<br />
à Dun & Bradsstreet a informação necessária<br />
ao seu cálculo. Dessas, foram eliminadas as empresas<br />
com capital próprio negativo (em falência<br />
técnica) e todas as que apresentavam autonomia<br />
financeira inferior a 7,5%.<br />
De uma forma simplificada, o método <strong>de</strong> cálculo<br />
consiste em retirar ao resultado líquido o custo do<br />
capital próprio, ou seja, a rentabilida<strong>de</strong> exigida pelo<br />
investidor ao capital aplicado na empresa.<br />
No cálculo do resultado residual utilizou-se a seguinte<br />
fórmula:<br />
em que:<br />
RR – resultado residual<br />
RL – resultado líquido<br />
ke – taxa <strong>de</strong> custo do capital próprio<br />
CP – Capital próprio<br />
O custo do capital próprio das empresas foi calculado<br />
pela seguinte fórmula:<br />
em que:<br />
ke – custo do capital próprio<br />
Rf – taxa <strong>de</strong> juro sem risco (consi<strong>de</strong>rada a média<br />
anual das taxas <strong>de</strong> rendibilida<strong>de</strong> até à maturida<strong>de</strong><br />
das obrigações do Tesouro Português a 10 anos em<br />
2006: 3,914%)<br />
βe – o indicador <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> uma empresa com dívida<br />
(fórmula seguinte)<br />
Rp – prémio <strong>de</strong> risco do mercado (consi<strong>de</strong>rado 5%,<br />
habitualmente utilizado na banca <strong>de</strong> investimento)<br />
O beta <strong>de</strong> cada empresa ajustado ao seu risco financeiro<br />
utilizando a fórmula <strong>de</strong> Hamada<br />
em que:<br />
βe - o indicador <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> uma empresa com dívida<br />
βu - o indicador <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> uma empresa sem dívida<br />
(consi<strong>de</strong>rado 0,345)<br />
CA – o capital alheio (aqui entendido como passivo)<br />
CP – o capital próprio<br />
t – taxa <strong>de</strong> imposto sobre lucros (consi<strong>de</strong>rada uma<br />
taxa <strong>de</strong> 27,5%) ■<br />
INDICADORES E RÁCIOS<br />
AUTONOMIA FINANCEIRA<br />
REPRESENTA A MAIOR OU MENOR CAPACIDADE DE UMA EMPRESA FAZER FACE AOS SEUS COM-<br />
PROMISSOS FINANCEIROS ATRAVÉS DOS SEUS CAPITAIS PRÓPRIOS. A AUTONOMIA FINANCEIRA<br />
RESULTA DO QUOCIENTE ENTRE O VALOR DOS SEUS CAPITAIS PRÓPRIOS E O VALOR DO SEU AC-<br />
TIVO LÍQUIDO NUM DADO MOMENTO. QUANTO MAIOR O GRAU DE AUTONOMIA FINANCEIRA, MAIOR<br />
SERÁ TAMBÉM O DE SOLVABILIDADE,<br />
ENDIVIDAMENTO<br />
RELAÇÃO ENTRE O PASSIVO E O ACTIVO LÍQUIDO, EM PERCENTAGEM. MEDE A PARTICIPAÇÃO DE<br />
CAPITAIS ALHEIOS NO FINANCIAMENTO DA EMPRESA. QUANDO SUPERIOR A 100 AS EMPRESAS<br />
CONSIDERAM-SE EM SITUAÇÃO DE FALÊNCIA TÉCNICA.<br />
RENTABILIDADE DO ACTIVO<br />
É O RESULTADO LÍQUIDO A DIVIDIR PELO ACTIVO LÍQUIDO, EXPRESSO EM PERCENTAGEM. RE-<br />
PRESENTA A TAXA DE RETORNO DO CAPITAL INVESTIDO NA EMPRESA.<br />
RENTABILIDADE DO CAPITAL PRÓPRIO<br />
RESULTADO LÍQUIDO A DIVIDIR PELO CAPITAL PRÓPRIO, EM PERCENTAGEM. MEDE A TAXA DE RE-<br />
TORNO DOS CAPITAIS INVESTIDOS.<br />
RENTABILIDADE DAS VENDAS<br />
RESULTADO LÍQUIDO A DIVIDIR PELO VOLUME DE NEGÓCIOS, EM PERCENTAGEM. MEDE O LUCRO,<br />
OU PREJUÍZO DA EMPRESA, POR CADA EURO VENDIDO.<br />
SOLVABILIDADE<br />
RELAÇÃO ENTRE CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO. MEDE A CAPACIDADE DA EMPRESA PARA SATIS-<br />
FAZER OS COMPROMISSOS DE LONGO PRAZO. QUANTO MAIOR O VALOR DO RÁCIO, MELHOR A EM-<br />
PRESA RESPONDE AOS SEUS COMPROMISSOS, MANTENDO A AUTONOMIA FINANCEIRA.<br />
VALOR ACRESCENTADO BRUTO<br />
SOMATÓRIO DAS VENDAS TOTAIS, TRABALHOS PARA A PRÓPRIA EMPRESA, VARIAÇÕES DE PRO-<br />
DUÇÃO, SUBSÍDIOS À EXPLORAÇÃO E RECEITAS SUPLEMENTARES, MENOS OS CONSUMOS IN-<br />
TERMÉDIOS.<br />
INSPECÇÕES TÉCNICAS VEÍCULOS A MOTOR, LDA.<br />
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108 I 109<br />
O <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
avança, pelo quarto ano<br />
consecutivo, com<br />
o cálculo do resultado<br />
residual para as 250<br />
maiores empresas do<br />
distrito em volume <strong>de</strong><br />
vendas. O indicador que<br />
revela o valor que<br />
efectivamente criaram<br />
para sócios ou<br />
accionistas.<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
ANÁLISE<br />
250 Maiores Empresa do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
o<br />
AS MELHORES<br />
EMPRESAS<br />
DO DISTRITO<br />
DE LEIRIA<br />
O resultado residual não é mais do que o resultado<br />
líquido, <strong>de</strong>duzido do custo do capital e parte do pressuposto<br />
<strong>de</strong> que só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> “coberto” esse custo a<br />
empresa estará, efectivamente, a criar valor para o<br />
accionista.<br />
O conceito toma em consi<strong>de</strong>ração o risco e custo<br />
do capital, ao contrário da rendibilida<strong>de</strong> do capital<br />
investido e <strong>de</strong> outros indicadores que, por serem facilmente<br />
manipuláveis no curto prazo, po<strong>de</strong>m vir a<br />
<strong>de</strong>struir valor para a empresa a médio longo prazo,<br />
ou seja, a <strong>de</strong>struir valor para o accionista.<br />
Com a introdução do resultado residual na análise<br />
<strong>de</strong> performance da empresa, a base <strong>de</strong> comparação<br />
dos resultados passa a ser o custo do capital,<br />
uma medida <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho mais coerente com as<br />
<strong>de</strong>cisões correntes da gestão e <strong>de</strong> investimento e<br />
com os objectivos <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> das empresas<br />
a longo prazo.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um conceito cada vez mais relevante<br />
do ponto <strong>de</strong> vista da gestão, ou não fosse a criação<br />
<strong>de</strong> valor um dos objectivos estratégicos <strong>de</strong> maior relevância<br />
para os investidores. Como <strong>de</strong>fendia Peter<br />
Drucker, enquanto a empresa não conseguir resultados<br />
superiores ao custo do capital utilizado para<br />
os alcançar está, na realida<strong>de</strong>, a operar no negativo.<br />
O esforço <strong>de</strong> difusão do conceito junto das empresas<br />
é um facto a nível internacional, patente<br />
em revistas como a Fortune e a Business Week,<br />
que publicam rankings tendo por base o resul-<br />
tado residual das empresas.<br />
Das 237 maiores empresas por volume <strong>de</strong> vendas<br />
no distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> consi<strong>de</strong>radas no cálculo do<br />
resultado residual relativo a 2008 (foram excluídas<br />
cinco que registam falência técnica e oito com autonomia<br />
financeira inferior a 7,5%), apenas 104 (119<br />
em 2007) apresentam um valor positivo, ou seja,<br />
criaram efectivamente valor para os accionistas,<br />
embora quase todas (219) apresentem resultados<br />
líquidos positivos.<br />
A riqueza criada por aquele conjunto <strong>de</strong> 104 empresas<br />
ascen<strong>de</strong>u a 52 milhões <strong>de</strong> euros, um recuo<br />
face aos 72 milhões <strong>de</strong> euros registados em 2007 e<br />
aos 65 milhões <strong>de</strong> euros obtidos em 2006.<br />
As restantes 132 empresas consi<strong>de</strong>radas no cálculo<br />
do indicador “<strong>de</strong>struíram riqueza” em 63 milhões<br />
<strong>de</strong> euros (face a 42 milhões <strong>de</strong> euros em 2007<br />
e 36 milhões <strong>de</strong> euros em 2006). Em termos líquidos,<br />
regista-se uma “<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> riqueza” <strong>de</strong> 11 milhões<br />
<strong>de</strong> euros, face à geração <strong>de</strong> riqueza <strong>de</strong> 31 milhões<br />
<strong>de</strong> euros verificada em 2007.<br />
As empresas que mais viram crescer o seu resultado<br />
residual, em termos absolutos, foram a Umbelino<br />
Monteiro (mais 3,5 milhões <strong>de</strong> euros), Hospital<br />
<strong>de</strong> Santo André e Thomaz dos Santos (ambas em 2,7<br />
milhões <strong>de</strong> euros), Derovo (1,6 milhões <strong>de</strong> euros) e<br />
Domingues e Contente (1,5 milhões <strong>de</strong> euros).<br />
No top ten <strong>de</strong> empresas que mais valor criaram<br />
para sócios e accionistas, <strong>de</strong>staca-se a entrada da<br />
Thomaz dos Santos, Eurodial, Henrique & Gameiro<br />
e Hospital <strong>de</strong> Santo André, e a saída da CMP, Laboratório<br />
Médico Dr. David Santos Pinto, Oliveiras SA,<br />
Socieda<strong>de</strong> Agrícola Quinta da Freiria e Key Plastics.<br />
O conjunto das <strong>de</strong>z maiores empresas em resultado<br />
residual criou valor no montante <strong>de</strong> 26 milhões<br />
<strong>de</strong> euros, para um total <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> 516 milhões <strong>de</strong><br />
euros, um valor inferior aos 43 milhões criados em<br />
2007, para um total <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> 477 milhões <strong>de</strong><br />
euros.<br />
Em termos líquidos, no top ten assistiu-se a uma<br />
<strong>de</strong>scida <strong>de</strong> valor criado no montante <strong>de</strong> 14 milhões<br />
<strong>de</strong> euros, numa inversão da subida <strong>de</strong> 7,6 milhões <strong>de</strong><br />
euros registada em 2007. ■ Célia Marques<br />
EMPRESAS QUE MAIS CRIARAM VALOR PARA OS SÓCIOS/ACCIONISTAS<br />
EMPRESA VENDAS (€) AUTONOMIA VALOR € VARIAÇÃO DE<br />
FINANCEIRA CRIADO 2007 VALOR CRIADO €<br />
C.M.P. - CIMENTOS MACEIRA E PATAIAS, S.A. 108.344.834,73 73% 5.860.407,42 127.459,79<br />
ROCA, S.A. 72.437.563,97 73% 4.277.580,44 -13.660.170,97<br />
T.S. - THOMAZ DOS SANTOS, S.A. 67.929.019,96 90% 3.202.014,30 2.689.662,89<br />
GALLOVIDRO, S.A. 52.993.329,53 35% 2.371.392,58 -246.085,31<br />
MOVICORTES - SERVIÇOS E GESTÃO, S.A. 71.722.478,00 43% 2.240.961,25 -1.807.396,67<br />
CARRIÇO COGERAÇÃO - SOC. GER. ELECT. E CALOR, S.A. 24.554.992,86 23% 2.139.820,70 595.731,34<br />
CONSTRUÇÕES PRAGOSA, S.A. 30.050.762,50 51% 2.116.824,60 -1.714.779,76<br />
EURODIAL - CENT. NEFROLOGIA E DIALISE DE LEIRIA, S.A. 9.650.122,48 68% 1.835.245,41 ND<br />
HENRIQUE & GAMEIRO - CONSTRUÇÃO CIVIL, LDA 8.211.296,00 67% 1.179.931,64 ND<br />
HOSPITAL DE SANTO ANDRÉ, E.P.E. 69.788.254,04 70% 1.176.338,10 2.695.897,96<br />
Total 515.682.654,07 26.400.516,44 -14.015.578,70
110 I 111<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
LISTAGEM<br />
250 Maiores Empresas do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Nº Nº NOME ACTIVIDADE CONCELHO Nº TRAB. VENDAS VENDAS VAR.<br />
ORD. RR EMPRESA 2008 € 2007/2008 %<br />
01 6 LENA ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES, S.A. Construção civil por conta própria LEIRIA 494 200.177.320,28 -3,96<br />
02 236 Fabricantes <strong>de</strong> cimento hidráulico LEIRIA 323 108.344.834,73 3,17<br />
03 176 RACENTRO - FÁB. RAÇÕES DO CENTRO, S.A. Preparação <strong>de</strong> alimentos para animais, NCA LEIRIA 36 79.623.845,00 27,12<br />
04 235 Fab. <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> cerâmica e vidro para sanitários LEIRIA 688 72.437.563,97 -17,40<br />
05 232 Comércio <strong>de</strong> equipamentos LEIRIA 168 71.722.478,00 -13,15<br />
06 227 Prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> LEIRIA 1.458 69.788.254,04 12,21<br />
07 234 Grossistas <strong>de</strong> carvão/minérios/ligas CALDAS DA RAINHA 131 67.929.019,96 9,10<br />
08 12 PROMOR - ABAST. P. AGRO-PECUÁRIOS, S.A. Preparação <strong>de</strong> alimentos para animais, NCA LEIRIA 127 58.339.296,73 19,88<br />
09 143 MIBEPA - IMPORT., COM. EXPORTAÇÃO, LDA Grossistas <strong>de</strong> mercadorias não perecedouras, NCA LEIRIA 10 55.332.850,17 -6,98<br />
10 233 GALLOVIDRO, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> recipientes <strong>de</strong> vidro MARINHA GRANDE 313 52.993.329,53 1,36<br />
11 26 SOC. AGRÍCOLA DA QUINTA DA FREIRIA, S.A. Cultura <strong>de</strong> produtos agrícolas, excepto cereais, NCA BOMBARRAL 233 52.810.557,42 59,46<br />
12 92 AUTO JÚLIO, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor CALDAS DA RAINHA 63 49.498.801,85 1,58<br />
13 53 Construção civil por conta própria LEIRIA 228 45.869.013,89 51,17<br />
14 79 REDCATS PORTUGAL - VEND. DISTÂNCIA, S.A. Retalhistas <strong>de</strong> venda por catálogo LEIRIA 184 43.032.565,33 -3,38<br />
15 2 BOLLINGHAUS PORTUGAL - AÇOS ESP., S.A. Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> alumínio extrusionado MARINHA GRANDE 106 41.559.745,76 -9,92<br />
16 57 SUINICOMÉRCIO - COM. DE SUÍNOS, LDA Grossistas <strong>de</strong> carnes e produtos <strong>de</strong> carne LEIRIA 20 41.283.596,77 5,82<br />
17 37 CABOPOL - INDÚSTRIA DE COMPOSTOS, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> plástico, NCA PORTO DE MÓS 70 41.134.324,91 9,86<br />
18 78 RAIMUNDO & MAIA, LDA Grossistas <strong>de</strong> frutas frescas e legumes ALCOBAÇA 123 40.463.543,69 26,11<br />
19 219 Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 21 40.064.634,77 138,81<br />
20 214 A.C. - MANUT. E COM. DE VEÍCULOS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor ALCOBAÇA 87 39.802.153,72 24,88<br />
21 113 SOTRAPEX - TR.. R., EXP. IMP. CEREAIS, LDA Grossistas <strong>de</strong> cereais CALDAS DA RAINHA 47 38.862.712,13 108,60<br />
22 188 MATERLIS - MADEIRAS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira LEIRIA 105 38.136.387,12 -5,03<br />
23 166 PLURAL II - DISTRIB. FARMACÊUTICA, LDA Grossistas <strong>de</strong> produtos/preparados farmacêuticos CALDAS DA RAINHA 46 37.739.023,19 4,54<br />
24 16 SCHAEFFLER PORTUGAL, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> equip. trans. <strong>de</strong> força mecânica, NCA CALDAS DA RAINHA 374 36.484.148,25 -6,36<br />
25 3 CRISAL - CRISTALARIA AUTOMÁTICA, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> vidro, NCA MARINHA GRANDE 290 35.383.613,69 -1,58<br />
26 83 FERRUS - MAT. SIDER. E DE CONST., S.A. Grossistas <strong>de</strong> carvão/minérios/ligas LEIRIA 64 35.153.604,21 2,38<br />
27 22 KEY PLASTICS PORTUGAL, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> plástico, NCA LEIRIA 470 35.057.683,22 4,89<br />
28 84 Grossistas <strong>de</strong> vinhos/bebidas alcoólicas LEIRIA 197 33.137.387,74 19,46<br />
29 203 Grossistas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ALCOBAÇA 174 32.912.267,74 -3,66<br />
30 11 Construção civil por conta própria CALDAS DA RAINHA 130 32.759.879,14 17,81<br />
31 132 GUI - COMBUSTÍVEIS GUILHERMINOS, LDA Grossistas <strong>de</strong> petróleo a granel LEIRIA 9 32.183.751,84 -1,02<br />
32 215 RESPOL - RESINAS, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> mat. plásticas e resinas sintéticas LEIRIA 75 30.466.112,55 -4,89<br />
33 4 IBER-OLEFF - COMP. TÉC. EM PLÁSTICO, S.A. Fabricação <strong>de</strong> componentes técnicos em plástico, NCA POMBAL 412 30.421.547,47 -11,48<br />
34 226 DISTRIPOMBAL - SUPERMERCADOS, S.A. Retalhistas <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> mercearia POMBAL 86 30.330.070,74 14,19<br />
35 130 Produção e fabrico <strong>de</strong> alimentos compostos p/ animais ALCOBAÇA 54 30.199.192,14 11,73<br />
36 230 CONSTRUÇÕES PRAGOSA, S.A. Construção civil por conta própria BATALHA 181 30.050.762,50 6,18<br />
37 93 BOMCAR - AUTOMÓVEIS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 46 29.756.268,00 13,38<br />
38 48 Construção civil por conta própria LEIRIA 105 28.791.209,99 2,65<br />
Nº RR - Posição face ao Resultado Residual: ND - Dados não disponíveis; AF - Autonomia Finaneira; FT - Falência técnica
. RESULTADO VAR. RR RESULTADO VAB ACTIVO CAPITAL SOLVABILID. RENT. ACTIVO RENT. CAP. RENT.<br />
RESIDUAL€ 2007/2008 % LÍQUIDO 2008 € € € PRÓPRIO € % PRÓPRIO VENDAS<br />
2008 % %<br />
-2865953,5 -77% 4.942.027,52 30.743.786,88 303.430.974,93 91.499.766,23 43,17 1,63 5,40 0,50<br />
5860407,42 2% 12.774.987,60 67.791.695,40 154.921.130,58 113.444.262,18 273,51 8,25 11,26 15,25<br />
98498,46 -51% 500.927,00 2.243.120,00 17.113.342,00 4.295.993,00 33,52 2,93 11,66 0,83<br />
4277580,44 -76% 9.815.105,63 34.898.439,50 124.093.424,90 90.844.389,83 273,22 7,91 10,80 19,35<br />
2240961,25 -45% 4.205.352,00 9.876.721,00 62.851.648,00 26.862.288,00 74,64 6,69 15,66 5,86<br />
1176338,1 177% 3.604.466,88 47.769.449,34 55.974.512,02 39.389.286,15 237,50 6,44 9,15 5,16<br />
3202014,3 525% 4.955.937,99 9.644.988,04 33.616.608,32 30.393.796,43 943,08 14,74 16,31 10,51<br />
-1183055,44 -610% 424.610,65 6.449.206,80 48.789.941,02 22.738.550,98 87,28 0,87 1,87 1,04<br />
24297,14 -94% 315.225,38 2.896.321,13 10.430.018,18 3.658.829,59 54,04 3,02 8,62 0,76<br />
2371392,58 -9% 4.812.188,71 24.370.862,51 87.778.560,97 30.618.374,21 53,57 5,48 15,72 6,70<br />
-534154,14 -129% 1.207.697,27 7.204.850,25 48.861.470,21 25.776.088,97 111,66 2,47 4,69 2,85<br />
-83261,18 -306% 197.642,87 1.688.706,31 10.516.404,15 3.405.783,19 47,90 1,88 5,80 0,50<br />
-253975,09 -168% 416.149,92 8.850.070,84 27.777.568,34 7.358.684,26 36,04 1,50 5,66 1,35<br />
-125777,72 -136% 325.524,44 4.307.899,98 13.875.216,87 6.332.161,38 83,95 2,35 5,14 1,10<br />
-5702413 -5113% -5.325.676,86 -169.065,28 14.751.822,06 4.383.189,74 42,27 -36,10 -121,50 -12,73<br />
-238825,35 -107% 6.938,58 950.647,69 12.894.659,87 1.927.523,13 17,58 0,05 0,36 -0,02<br />
-333578,36 33% 482.915,71 4.479.171,63 27.193.575,88 10.860.603,66 66,49 1,78 4,45 4,42<br />
-131299,52 ND 767.070,46 3.857.384,16 32.485.504,21 11.219.012,66 52,75 2,36 6,84 1,76<br />
795130,59 ND 1.061.406,82 2.962.718,59 16.651.214,94 1.324.894,00 8,64 6,37 80,11 2,65<br />
685240,52 7% 1.015.503,31 4.325.132,74 17.241.666,27 2.614.872,94 17,88 5,89 38,84 3,66<br />
-43794,01 17% 80.839,96 1.203.116,49 7.783.198,16 623.157,00 8,70 1,04 12,97 0,64<br />
209170,59 -37% 1.085.896,23 5.340.749,72 39.042.821,42 8.857.872,28 29,35 2,78 12,26 3,87<br />
71632,36 ND 312.601,58 1.807.957,13 11.191.087,17 2.303.531,27 25,92 2,79 13,57 1,14<br />
-812386,19 -330% 203.065,42 13.100.483,41 26.108.831,08 15.703.590,58 150,92 0,78 1,29 1,61<br />
-3836073,35 -142% -2.755.967,56 10.569.765,85 45.499.242,22 11.653.495,97 34,43 -6,06 -23,65 -6,50<br />
-120667,13 44% 276.741,77 3.024.437,30 17.528.596,88 4.063.313,71 30,18 1,58 6,81 1,92<br />
-590064,3 -137% 55.665,93 16.606.696,62 24.514.277,60 7.732.327,15 46,08 0,23 0,72 0,37<br />
-104252,08 53% 331.355,71 6.958.681,75 25.059.260,80 2.788.660,78 12,52 1,32 11,88 1,39<br />
428237,27 -45% 1.135.558,07 6.164.773,75 21.354.942,91 10.035.854,74 88,66 5,32 11,32 4,40<br />
-1205675,18 -28% 117.778,07 6.546.091,45 69.346.340,19 10.406.079,67 17,66 0,17 1,13 0,69<br />
-83,37 99% 126.036,66 560.343,63 6.541.238,35 1.010.802,61 18,28 1,93 12,47 0,29<br />
712175,42 -45% 1.237.241,77 5.377.123,17 22.281.628,93 5.618.534,13 33,72 5,55 22,02 5,58<br />
-3641218,24 -162% -2.392.218,06 10.752.571,13 32.349.172,09 19.248.266,04 146,92 -7,39 -12,43 -7,86<br />
1141937,24 48% 1.517.054,50 3.443.208,71 9.038.536,76 5.973.762,93 194,92 16,78 25,40 6,96<br />
-16074,07 ND 226.175,42 2.586.376,89 6.921.700,79 3.548.868,77 105,22 3,27 6,37 0,75<br />
2116824,6 -45% 3.455.233,83 11.784.320,18 38.310.729,44 19.587.597,68 104,62 9,02 17,64 15,45<br />
-79498,85 23% 47.489,67 2.355.713,00 6.581.116,00 1.019.235,00 18,33 0,72 4,66 0,23<br />
-272273,3 -32% 224.816,84 4.217.367,54 25.773.756,69 3.986.237,04 18,30 0,87 5,64 1,13
112 I 113<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
LISTAGEM<br />
250 Maiores Empresas do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Nº Nº NOME ACTIVIDADE CONCELHO Nº TRAB. VENDAS VENDAS VAR.<br />
ORD. RR EMPRESA 2008 € 2007/2008 %<br />
39 109 Comércio por grosso <strong>de</strong> produtos petrolíferos LEIRIA 24 28.394.518,37 5,35<br />
40 221 Retalhistas <strong>de</strong> pronto-a-vestir em geral BATALHA 350 28.297.685,25 7,98<br />
41 123 DDO - DERIVADOS DE OVOS, LDA Grossistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA POMBAL 37 27.544.844,14 7,84<br />
42 206 BLOCOTELHA - COB. METÁL. AUTOP., LDA Fabricantes <strong>de</strong> edifícios pré-fabricados <strong>de</strong> metal PORTO DE MÓS 118 27.161.023,17 16,38<br />
43 175 A.BRÁS HELENO, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 55 27.137.302,48 11,87<br />
44 173 Grossistas <strong>de</strong> equipamentos para profissões liberais LEIRIA 27 26.697.551,57 50,03<br />
45 224 Construção civil por conta própria ALCOBAÇA 110 26.628.078,87 34,88<br />
46 111 CISTER - IND. DE PROD. ALIMENTARES, LDA Transformação <strong>de</strong> cereais e leguminosas ALCOBAÇA 91 25.665.410,95 20,22<br />
47 223 DEROVO - DERIVADOS DE OVOS, S.A. Abate <strong>de</strong> aves/preparação <strong>de</strong> carnes POMBAL 52 25.341.559,40 8,49<br />
48 216 Transformação <strong>de</strong> matérias plásticas MARINHA GRANDE 249 25.148.898,78 12,90<br />
49 15 ADELINO DUARTE DA MOTA, S.A. Extracção <strong>de</strong> caulinos e barro POMBAL 108 24.930.983,78 1,13<br />
50 71 TRANSPORTES CENTRAL POMBALENSE, LDA Transporte local <strong>de</strong> mercadorias sem armazenagem POMBAL 203 24.788.196,18 -2,28<br />
51 231 CARRIÇO COGERAÇÃO - S. G. E.. CALOR, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> motores e geradores eléctricos POMBAL 0 24.554.992,86 6,80<br />
52 193 METALMARINHA - C. INT. DE . METÁLICOS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios/sucatas MARINHA GRANDE 6 23.933.592,45 29,27<br />
53 21 CARIANO, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> metal, NCA LEIRIA 105 23.616.764,64 48,05<br />
54 186 Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 85 23.406.871,37 -2,25<br />
55 225 OLIVEIRAS, S.A. Construção civil por conta própria BATALHA 248 23.302.758,68 -17,17<br />
56 200 IBEROALPLA PORTUGAL - E. PLÁST. UNIP., LDA Fabricantes <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> metal e matrizes MARINHA GRANDE 70 23.098.791,60 0,28<br />
57 30 LEIRISLENA - ENG. E CONSTRUÇÕES, S.A. Construção civil por conta própria LEIRIA 167 23.004.675,88 34,35<br />
58 73 EUREKA PLAST - COM. MAT. PLÁSTICAS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> produtos químicos e afins LEIRIA 7 22.848.716,10 -6,74<br />
59 19 MAURÍCIO - L.T.O., CONSTRUÇÕES, S.A. Construção civil por conta própria BOMBARRAL 265 21.609.608,64 27,47<br />
60 164 LAMÁQUINA - COMÉRC. MÁQ. VEÍCULOS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor PORTO DE MÓS 40 20.832.027,27 -3,31<br />
61 218 SARRAIPA - MÁQ. E EQUIP. INDUSTRIAIS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> equip. p/ estabel. <strong>de</strong> serviços LEIRIA 54 20.758.179,87 37,15<br />
62 217 ANIBAL DE OLIVEIRA CRISTINA, LDA Construção civil por conta própria LEIRIA 90 20.644.239,54 2,79<br />
63 17 ELECTROFER II - CONST. METÁLICAS, LDA Empreiteiros especializados, NCA MARINHA GRANDE 131 20.249.381,48 -14,05<br />
64 220 Grossistas <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, NCA LEIRIA 74 19.359.997,45 2,31<br />
65 50 fabricante <strong>de</strong> telhas e acessórios cerâmicos PORTO DE MÓS 174 19.147.493,84 -11,85<br />
66 1 Serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> águas ÓBIDOS 104 19.075.599,86 13,36<br />
67 197 DISTRIGÂNDARA - SUPERMERCADOS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> mercearia LEIRIA 87 18.463.273,58 0,45<br />
68 13 CAÇADOR PECUARIA, LDA Criação <strong>de</strong> gado suíno LEIRIA 75 18.105.478,57 25,78<br />
69 25 TRANSPORTES MACHADO & BRITES, LDA Transporte local <strong>de</strong> mercad. sem armazenagem LEIRIA 286 18.028.044,04 -4,78<br />
70 28 RAÇÕES VERÍSSIMO, S.A. Preparação <strong>de</strong> alimentos para animais, NCA LEIRIA 124 17.609.147,10 3,79<br />
71 60 Grossistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA LEIRIA 72 17.581.372,00 -1,59<br />
72 201 BERNARDINOS & CARVALHO, S.A. Grossistas <strong>de</strong> vinhos/bebidas alcoólicas LEIRIA 14 17.280.941,26 65,92<br />
73 80 PETRONEVES PNEUS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> combustíveis - estações <strong>de</strong> serviço LEIRIA 13 17.094.543,75 3,74<br />
74 181 GRAMPERFIL, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> metal, NCA POMBAL 28 17.093.347,06 63,29<br />
75 125 L.P.M. - COMÉRCIO AUTOMÓVEL, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 63 16.820.176,82 -5,63<br />
76 114 Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 73 16.779.262,40 1,81<br />
Nº RR - Posição face ao Resultado Residual: ND - Dados não disponíveis; AF - Autonomia Finaneira; FT - Falência técnica
. RESULTADO VAR. RR RESULTADO VAB ACTIVO CAPITAL SOLVABILID. RENT. ACTIVO RENT. CAP. RENT.<br />
RESIDUAL€ 2007/2008 % LÍQUIDO 2008 € € € PRÓPRIO € % PRÓPRIO VENDAS<br />
2008 % %<br />
-57490,2 -1635% 86.314,91 1.023.985,87 6.272.329,65 1.490.423,47 31,17 1,38 5,79 0,48<br />
841335,7 2% 1.175.382,94 7.182.764,03 12.501.711,22 4.051.322,05 47,94 9,40 29,01 4,34<br />
-28973,67 ND 137.459,48 1.213.249,47 10.819.549,05 710.783,66 7,03 1,27 19,34 0,56<br />
489078,05 203% 1.474.829,50 6.233.219,07 39.099.654,46 11.326.243,27 40,78 3,77 13,02 8,19<br />
96987,48 214% 366.823,18 2.339.345,22 10.092.453,66 3.274.314,53 48,02 3,63 11,20 1,95<br />
96148,98 117% 166.871,38 930.942,40 2.720.098,77 836.836,69 44,44 6,13 19,94 1,11<br />
907498,87 97% 1.308.956,86 4.259.904,73 18.568.181,20 3.859.455,23 26,24 7,05 33,92 4,48<br />
-46728,06 ND 286.365,64 2.488.052,81 15.991.685,92 3.035.450,71 23,43 1,79 9,43 2,16<br />
855560,47 213% 1.362.856,43 4.144.895,01 21.855.553,11 5.334.939,98 32,29 6,24 25,55 6,20<br />
716652,06 71% 1.267.503,17 6.942.424,47 18.366.743,60 7.321.316,17 66,28 6,90 17,31 5,04<br />
-833150,62 -3% 834.429,56 11.328.492,40 58.613.209,05 21.305.697,02 57,11 1,42 3,92 4,01<br />
-157466,56 -128% 369.765,56 7.054.393,43 19.132.815,03 6.564.848,99 52,23 1,93 5,63 -1,11<br />
2139820,7 39% 2.633.967,48 6.403.843,25 21.850.418,23 5.036.749,52 29,96 12,05 52,29 13,21<br />
271180,12 111% 402.661,83 1.604.153,53 7.103.775,16 972.746,40 15,87 5,67 41,39 2,34<br />
-634816,02 -168% 425.970,36 9.751.743,49 33.499.894,89 14.631.321,25 77,54 1,27 2,91 3,08<br />
185098,18 65% 426.257,23 2.095.548,71 8.231.522,69 3.150.908,04 62,02 5,18 13,53 1,99<br />
955960,18 -49% 1.589.569,95 7.955.693,16 21.100.828,42 8.428.459,68 66,51 7,53 18,86 8,65<br />
358780,25 -60% 702.438,75 3.153.810,62 12.993.920,15 4.130.141,71 46,60 5,41 17,01 4,17<br />
-492926,52 -40% 4.978,10 5.290.641,85 24.968.240,22 4.234.254,40 20,42 0,02 0,12 0,19<br />
-139862,32 -184% 14.874,69 736.356,56 6.777.630,65 1.595.609,57 30,79 0,22 0,93 0,16<br />
-690560,63 50% -220.937,06 7.678.077,82 23.805.745,59 3.920.909,17 19,72 -0,93 -5,63 -3,25<br />
60350,15 491% 471.597,21 2.708.287,71 21.385.017,13 3.280.142,17 18,12 2,21 14,38 2,02<br />
774564,36 2701% 1.158.125,85 4.851.668,33 14.255.380,90 4.680.145,26 48,88 8,12 24,75 7,51<br />
747149,45 84% 1.190.442,12 5.035.281,93 13.453.858,01 6.269.661,91 87,27 8,85 18,99 7,36<br />
-797245,83 -36% 49.409,36 5.884.091,81 42.047.420,96 7.316.725,67 21,07 0,12 0,68 -0,44<br />
807866,5 -4% 1.178.522,22 3.968.977,73 10.342.198,59 5.500.733,75 113,62 11,40 21,42 7,92<br />
-257752,7 55% 670.895,39 6.972.969,81 21.444.401,18 15.054.140,59 235,58 3,13 4,46 4,49<br />
-7241993,57 -144% -2.721.438,49 8.756.752,41 264.697.872,74 27.616.860,66 11,65 -1,03 -9,85 -27,32<br />
322239,81 -43% 488.549,96 1.661.820,08 4.210.726,33 2.590.545,57 159,89 11,60 18,86 3,61<br />
-1138849,25 -103% -760.875,34 1.956.786,40 17.350.169,20 3.671.241,25 26,84 -4,39 -20,73 -4,97<br />
-534194,5 -303% -163.875,30 8.244.629,44 12.978.472,37 4.742.105,68 57,58 -1,26 -3,46 -2,48<br />
-516509,2 67% -244.657,41 2.301.451,24 9.411.643,56 3.514.191,79 59,59 -2,60 -6,96 -1,56<br />
-203372,94 7% 130.394,43 1.644.251,88 11.560.849,01 4.312.954,65 59,51 1,13 3,02 0,59<br />
397747,55 ND 841.847,00 1.618.857,88 20.996.814,81 4.139.388,52 24,56 4,01 20,34 3,04<br />
-124471,17 17% 17.665,28 641.541,16 5.704.427,28 1.614.167,50 39,46 0,31 1,09 0,33<br />
144287 -54% 322.988,12 2.187.822,60 9.545.175,31 1.353.368,70 16,52 3,38 23,87 3,80<br />
-27035,91 -15% 100.576,07 1.482.912,21 5.260.347,61 1.409.672,05 36,61 1,91 7,13 0,87<br />
-43200,52 84% 271.385,58 2.323.685,24 10.604.898,67 4.148.146,35 64,25 2,56 6,54 2,40
114 I 115<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
LISTAGEM<br />
250 Maiores Empresas do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Nº Nº NOME ACTIVIDADE CONCELHO Nº TRAB. VENDAS VENDAS VAR.<br />
ORD. RR EMPRESA 2008 € 2007/2008 %<br />
77 134 SETSA - SOCIEDADE DE ENG. E TRANSF., S.A. Fabricantes <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> metal e matrizes MARINHA GRANDE 47 16.274.130,05 22,30<br />
78 42 NIGEL - CONGELADORA JOSÉ NICOLAU, LDA Embalagens <strong>de</strong> peixe e marisco - congelado/fresco PENICHE 102 16.180.379,86 9,64<br />
79 55 EIB - EMPRESA IND. DE BORRACHA, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> borracha, NCA MARINHA GRANDE 125 16.177.145,59 -29,15<br />
80 41 PLASTIDOM - PLÁSTI. IND. E DOMÉSTICOS, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> plástico, NCA LEIRIA 137 16.172.767,10 11,83<br />
81 142 BENECAR - AUTOMÓVEIS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor ALCOBAÇA 46 16.058.089,34 -22,90<br />
82 141 HORTAPRONTA - HORTAS DO OESTE, S.A. Grossistas <strong>de</strong> frutas frescas e legumes PENICHE 93 16.032.581,76 -6,64<br />
83 44 PLASGAL - PLÁSTICOS DA GÂNDARA, LDA Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> borracha, NCA LEIRIA 119 15.851.258,95 7,22<br />
84 52 REDEVIAS - SOC. CONSTRUÇÕES E VIAS, S.A. Empreiteiros <strong>de</strong> estradas /auto-estradas POMBAL 84 15.802.840,11 26,45<br />
85 202 HIPERCLIMA - C. D. TÉRMICA PORTUGAL, S.A. Grossistas <strong>de</strong> ferragens/ferramentas LEIRIA 70 15.447.725,66 -9,87<br />
86 40 Serviços hospitalares LEIRIA 383 15.232.438,94 5,08<br />
87 68 FABRICA LEIRIENSE DE PLÁSTICOS, S.A. Fabric. <strong>de</strong> matérias plásticas e resinas sintéticas LEIRIA 83 15.231.629,05 -0,27<br />
88 133 SOCIEDADE AUTO CENTRAL LEIRIENSE, LDA Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 48 15.011.959,72 -8,72<br />
89 49 PROMOL - INDÚSTRIA DE VELAS, S.A. Fabrico diverso, NCA CALDAS DA RAINHA 179 14.826.520,32 -6,38<br />
90 237 ESTALEIROS NAVAIS DE PENICHE, S.A. Construção e rep. <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong> peq. calado PENICHE 139 14.809.429,42 -25,69<br />
91 39 GECO - G. T. CONT. MOLDES FABRICAÇÃO, LDA Fabricantes <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> metal e matrizes LEIRIA 58 14.711.299,87 3,64<br />
92 180 DISTRIGRANDE - SUPERMERCADOS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> mercearia MARINHA GRANDE 78 14.702.268,16 -0,47<br />
93 238 AUTO TÉCNICA DE CALDAS, LDA Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor CALDAS DA RAINHA 38 14.646.158,99 30,34<br />
94 51 TRANSPORTADORA IDEAL DE ENVENDOS, S.A. Transporte local <strong>de</strong> mercadorias sem armazenagem ALVAIÁZERE 209 14.509.252,69 12,84<br />
95 85 NOVA SERVIÇOS, LDA Serviços <strong>de</strong> manutenção e limpeza <strong>de</strong> edifícios CALDAS DA RAINHA 1.887 14.442.760,70 8,24<br />
96 63 VALCO - MADEIRAS E DERIVADOS, S.A. Indústria <strong>de</strong> serração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras especiais, NCA LEIRIA 162 14.357.294,86 -12,87<br />
97 61 JOSÉ ALDEIA LAGOA & FILHOS, S.A. Extracção <strong>de</strong> caulinos e barro POMBAL 50 14.318.715,14 18,47<br />
98 239 TECMOLDE - C. T. MOLDES P/ PLÁSTICOS, LDA Serviços <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> engenharia MARINHA GRANDE 40 14.238.107,00 -23,80<br />
99 213 Fabricantes <strong>de</strong> cal hidráulica LEIRIA 79 14.224.180,60 10,21<br />
100 210 PLANETA - PLÁSTICOS, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> plástico, NCA LEIRIA 110 14.170.244,31 -5,80<br />
101 86 RAÇÕES VICENTES, LDA Preparação <strong>de</strong> alimentos para animais, NCA ALCOBAÇA 9 14.156.179,23 3,14<br />
102 184 FIPOLEIRIA - SUPERMERCADOS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> mercearia LEIRIA 86 14.033.428,87 27,50<br />
103 153 PROPECUÁRIA - VETER. FARMACÊUTICA, LDA Grossistas <strong>de</strong> mercadorias perecedouras, NCA BATALHA 29 13.619.363,54 -1,43<br />
104 211 CRIAGÁS - ENERGIA E COMUNICAÇÕES, S.A. Instalação <strong>de</strong> canalizações LEIRIA 35 13.429.270,81 144,91<br />
105 196 EST - EMPRESA SERVIÇOS TÉCNICOS, LDA Instalação eléctrica LEIRIA 87 13.405.946,52 120,66<br />
106 183 ARTUR REIS FIALHO & F. - A. C.. DA BEN., LDA Grossistas <strong>de</strong> calçado ALCOBAÇA 84 13.214.809,07 -0,75<br />
107 172 ALEXANDRE & FILHO - COM. SUCATA, LDA Grossistas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdícios/sucatas MARINHA GRANDE 15 13.110.430,22 18,47<br />
108 43 JOSÉ FRANÇA - CONSTRUÇÕES, S.A. Construção civil por conta própria POMBAL 84 12.916.669,96 -19,69<br />
109 182 DISTRALCO - SUPERMERCADO, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> mercearia ALCOBAÇA 70 12.813.747,49 19,59<br />
110 148 MARGO - PLÁSTICOS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> produtos químicos e afins MARINHA GRANDE 7 12.564.834,25 3,81<br />
111 65 MATCERÂMICA - FABRICO DE LOUÇA, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> cerâmica e vidro para mesa BATALHA 291 12.507.189,26 -18,85<br />
112 47 Construção civil por conta própria BATALHA 130 12.462.119,51 36,96<br />
113 107 MEIGAL - ALIMENTAÇÃO, S.A. Abate <strong>de</strong> gado/acondicionamento <strong>de</strong> carnes LEIRIA 62 12.255.180,21 194,28<br />
114 174 SUPERÓBIDOS - SUPERMERCADOS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA ÓBIDOS 42 12.246.619,28 20,43<br />
115 5 SPAL - SOC. PORCELANAS ALCOBAÇA, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> cerâmica e vidro para mesa NAZARÉ 470 12.181.935,03 -21,83<br />
116 38 J.SILVA & FILHO, S.A. Moagem <strong>de</strong> alimentos para animais domésticos LEIRIA 74 12.089.726,28 5,52<br />
117 32 NUTRIAVES - ABATE TRANSF. AVES, LDA Abate <strong>de</strong> aves/preparação <strong>de</strong> carnes ÓBIDOS 80 12.074.222,26 7,08<br />
118 199 Fabricantes <strong>de</strong> matérias plásticas e resinas sintéticas LEIRIA 30 11.907.642,48 -2,59<br />
119 67 SORGILA - SOC. ARGILAS, S.A. Extracção <strong>de</strong> caulinos e barro LEIRIA 110 11.885.091,59 -0,17<br />
120 31 UMBELINO MONTEIRO, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> argila para construção, NCA POMBAL 146 11.679.469,53 -4,16<br />
Nº RR - Posição face ao Resultado Residual: ND - Dados não disponíveis; AF - Autonomia Finaneira; FT - Falência técnica
. RESULTADO VAR. RR RESULTADO VAB ACTIVO CAPITAL SOLVABILID. RENT. ACTIVO RENT. CAP. RENT.<br />
RESIDUAL€ 2007/2008 % LÍQUIDO 2008 € € € PRÓPRIO € % PRÓPRIO VENDAS<br />
2008 % %<br />
4380,99 -67% 272.429,83 2.083.077,05 12.374.202,11 2.583.623,77 26,39 2,20 10,54 2,42<br />
-318113,88 -1% 20.168,76 2.044.615,41 12.140.814,50 4.250.645,17 53,87 0,17 0,47 -0,80<br />
-244889,77 -90% 306.202,09 3.628.422,82 15.878.371,26 8.035.631,05 102,46 1,93 3,81 2,18<br />
-319256,57 -11% 157.340,55 4.752.023,34 17.524.633,52 5.869.042,13 50,35 0,90 2,68 1,69<br />
23046,24 -95% 141.332,78 1.078.466,71 6.785.601,20 762.678,94 12,66 2,08 18,53 1,17<br />
14082,39 -60% 255.287,70 3.170.148,87 9.873.972,76 2.684.100,00 37,33 2,59 9,51 5,04<br />
-306891,57 17% 60.016,40 3.010.456,90 12.831.293,80 4.706.292,83 57,92 0,47 1,28 0,65<br />
-254359,1 -6% 19.394,73 3.335.525,12 14.035.778,53 2.240.322,67 18,99 0,14 0,87 2,42<br />
417438,69 -15% 813.615,81 3.239.556,05 9.841.472,81 6.224.968,97 172,13 8,27 13,07 7,38<br />
-320394,03 -190% 345.699,01 5.129.103,18 23.988.533,46 8.346.131,38 53,36 1,44 4,14 3,68<br />
-163937,52 -979% 145.383,66 2.536.772,17 12.250.673,78 3.559.355,99 40,95 1,19 4,08 0,31<br />
395,46 -99% 199.289,37 1.450.606,74 4.519.180,04 3.245.223,42 254,74 4,41 6,14 1,11<br />
-268494,39 61% 141.399,78 2.471.472,91 11.890.373,81 5.953.920,95 100,29 1,19 2,37 -3,41<br />
AF
116 I 117<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
LISTAGEM<br />
250 Maiores Empresas do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Nº Nº NOME ACTIVIDADE CONCELHO Nº TRAB. VENDAS VENDAS VAR.<br />
ORD. RR EMPRESA 2008 € 2007/2008 %<br />
121 162 Equip. e processo para agro-indústria e bioenergia LEIRIA 33 11.653.030,81 65,64<br />
122 96 COVIATOP - COM. DE AUTÓMOVEIS, LDA Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 11 11.602.244,07 -18,39<br />
123 146 HUGSAN - COMÉRCIO DE COMBUSTÍVEIS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> combustíveis - estações <strong>de</strong> serviço LEIRIA 19 11.594.638,97 9,39<br />
124 209 TJ MOLDES, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> metal e matrizes MARINHA GRANDE 42 11.552.294,56 17,68<br />
125 72 HUMBERTO POÇAS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> ferragens/ferramentas LEIRIA 20 11.541.466,04 17,69<br />
126 121 F. V. RAÇÕES, LDA Preparação <strong>de</strong> alimentos para animais, NCA ALCOBAÇA 1 11.541.432,82 -<br />
127 145 GPS - TOUR, LDA Agências <strong>de</strong> viagens POMBAL 4 11.507.411,04 46,82<br />
128 75 AMERICANA - PAP., LIVRARIAS EQUIP., S.A. Comércio por grosso <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> papelaria LEIRIA 97 11.482.099,11 0,75<br />
129 159 TRANSAIRE - TRANSP. MERCADORIAS, LDA Transporte local <strong>de</strong> mercadorias sem armazenagem PORTO DE MÓS 75 11.478.285,44 -36,67<br />
130 170 REYNAERS ALUMINIUM, ALUPOL, S.A. Grossistas <strong>de</strong> carvão/minérios/ligas POMBAL 35 11.431.016,41 28,50<br />
131 56 MAPICENTRO - S. ABATE, C.T. CARNES S., S.A. Abate <strong>de</strong> gado/acondicionamento <strong>de</strong> carnes LEIRIA 79 11.404.792,51 16,09<br />
132 23 ANTÓNIO RAMOS & COSTA, S.A. Grossistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA PENICHE 102 11.381.672,82 8,79<br />
133 124 DOMINGUES & CONTENTE - BRITAS ASF., S.A. Extracção <strong>de</strong> areia e areão para construção POMBAL 67 11.354.560,62 40,79<br />
134 126 ORLINDO CRESPO PEDROSA, LDA Retalhistas <strong>de</strong> combustíveis - estações <strong>de</strong> serviço POMBAL 10 11.343.614,61 15,10<br />
135 171 ALIMAVE - ALIMENTAÇÃO PARA AVES, S.A. Preparação <strong>de</strong> alimentos para animais, NCA LEIRIA 6 11.324.929,21 17,64<br />
136 187 Comércio <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, NCA LEIRIA 45 11.056.030,46 5,95<br />
137 98 OVOPOR - AGRO-PECUÁRIA MILAGRES, S.A. Preparação <strong>de</strong> alimentos para animais, NCA LEIRIA 45 11.028.241,40 29,97<br />
138 150 DISTRÓBIDOS - COM. E REP., LDA Grossistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA ÓBIDOS 25 10.998.897,16 10,83<br />
139 27 Extracção <strong>de</strong> pedras em blocos POMBAL 94 10.898.750,11 -15,04<br />
140 46 EMPOBOR - EMP. PORT. DE BORRACHAS, LDA Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> borracha, NCA POMBAL 85 10.831.869,21 -9,67<br />
141 157 FERREIRINHOS - CONST. METALICAS S.A. Reparação e manutenção <strong>de</strong> produtos metálicos LEIRIA 24 10.794.521,27 74,95<br />
142 36 INTERMOLDE - MOLDES VIDREIROS INT., LDA Fabricantes <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> metal e matrizes MARINHA GRANDE 90 10.748.257,33 -10,27<br />
143 115 GRANFER.COM - IMP./EXP. P. ALIMENT., LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA ÓBIDOS 3 10.740.282,04 26,19<br />
144 95 Gros. <strong>de</strong> maquinaria/equipamento agrícola/jardinagem LEIRIA 10 10.692.933,38 -31,67<br />
145 119 PETROALVES - DISTRIB. COMB. LUBRIF., S.A. Retalhistas <strong>de</strong> combustíveis - estações <strong>de</strong> serviço ALVAIÁZERE 20 10.642.630,75 10,77<br />
146 167 PLIMAT - PLÁSTICOS INDUSTRIAIS MATOS, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> plástico, NCA MARINHA GRANDE 86 10.620.958,51 5,68<br />
147 191 Grossistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA NAZARÉ 30 10.605.498,23 11,87<br />
148 246 PLASTIMAR - IND. MATÉRIAS PLÁSTICAS, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> plástico, NCA PENICHE 1 10.591.437,55 -<br />
149 161 COPOMBAL - C. A. C. P. - COPOMBAL, C.R.L. Comércio a retalho <strong>de</strong> produtos especializados POMBAL 21 10.576.144,66 3,60<br />
150 190 TECLENA - AUT. , ESTUDOS E REP., S.A. Grossistas <strong>de</strong> ferragens/ferramentas LEIRIA 55 10.567.207,31 -1,85<br />
151 70 M.T.L.- MADEIRAS TRATADAS, LDA Serviços <strong>de</strong> tratamento e preservação <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras LEIRIA 81 10.489.388,61 -3,35<br />
152 45<br />
Construções Júlio Lopes, sa<br />
Construção civil por conta própria POMBAL 118 10.464.996,46 -12,50<br />
153 135 SUPERMERCADO DO CENTRO, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA POMBAL 40 10.403.820,63 6,58<br />
154 112 SUINIGRUPO - RAÇÕES PARA ANIMAIS, LDA Preparação <strong>de</strong> alimentos para animais, NCA LEIRIA 21 10.386.363,92 9,46<br />
155 8 Fabricantes <strong>de</strong> matérias plásticas e resinas sintéticas LEIRIA 15 10.333.772,97 146,64<br />
156 101 LEIRIBÉRIA - COMÉRCIO DE AUTOMÓVEIS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 41 10.185.632,79 -8,33<br />
157 122 BECOSA - COM.E DISTRIB. DE BEBIDAS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA CALDAS DA RAINHA 14 10.141.926,49 3,02<br />
158 169 Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 4 10.098.533,25 13,43<br />
159 247 JOSÉ LOURO, LDA Grossistas <strong>de</strong> mercadorias não perecedouras, NCA LEIRIA 6 9.980.763,34 -25,24<br />
160 204 MD MOLDES, MANUEL DOMINGUES, LDA Gros. <strong>de</strong> equip. para estabelecimentos <strong>de</strong> serviços LEIRIA 23 9.914.890,58 7,08<br />
Nº RR - Posição face ao Resultado Residual: ND - Dados não disponíveis; AF - Autonomia Finaneira; FT - Falência técnica
. RESULTADO VAR. RR RESULTADO VAB ACTIVO CAPITAL SOLVABILID. RENT. ACTIVO RENT. CAP. RENT.<br />
RESIDUAL€ 2007/2008 % LÍQUIDO 2008 € € € PRÓPRIO € % PRÓPRIO VENDAS<br />
2008 % %<br />
53137,71 -10% 197.308,74 1.417.944,07 9.003.892,30 720.659,49 8,70 2,19 27,38 2,32<br />
-72875,59 -585% 6.314,49 421.369,17 4.758.400,55 449.181,21 10,42 0,13 1,41 -0,22<br />
26942,28 77% 51.154,02 330.045,24 952.295,59 280.487,53 41,75 5,37 18,24 0,07<br />
632871,97 479% 983.481,46 2.828.275,13 13.798.319,59 4.059.407,56 41,68 7,13 24,23 11,26<br />
-152815,26 -428% 154.785,70 1.404.731,25 11.813.155,81 3.644.784,25 44,62 1,31 4,25 1,76<br />
-29625,93 ND 12.368,43 338.422,69 2.438.527,03 262.368,43 12,06 0,51 4,71 0,19<br />
26766,4 ND 79.553,34 483.462,47 2.794.337,87 406.962,74 17,05 2,85 19,55 1,91<br />
-136799,81 ND 96.558,62 2.060.491,16 6.962.788,00 3.334.548,83 91,91 1,39 2,90 0,84<br />
50949,02 ND 118.584,43 1.525.640,59 3.422.160,85 566.501,15 19,84 3,47 20,93 1,61<br />
89523,27 -58% 361.295,36 2.331.202,72 7.647.005,39 4.015.043,91 110,55 4,72 9,00 5,34<br />
-242251,5 -7% 4.295,79 1.591.118,09 6.855.045,09 3.665.797,54 114,94 0,06 0,12 -0,42<br />
-573316,87 -280% -212.528,24 2.621.408,05 13.630.452,10 4.339.195,55 46,70 -1,56 -4,90 -2,44<br />
-27523,72 98% 376.555,18 2.300.929,71 17.626.996,40 4.187.284,84 31,16 2,14 8,99 0,77<br />
-26501,69 -54% 2.527,53 266.426,06 1.772.868,07 156.526,53 9,68 0,14 1,61 -0,06<br />
89661,33 31% 194.099,28 731.502,28 4.071.811,91 1.220.127,18 42,79 4,77 15,91 2,36<br />
206882,04 558% 469.529,60 1.688.534,11 8.303.860,81 3.619.998,02 77,29 5,65 12,97 4,25<br />
-72411,53 -258% 86.883,42 1.350.773,36 6.341.088,28 1.823.830,95 40,37 1,37 4,76 1,17<br />
31412,5 -3% 84.957,82 559.178,14 1.893.980,17 680.717,69 56,11 4,49 12,48 1,06<br />
-533911,59 -278% 358.599,12 3.964.623,18 21.664.751,78 14.167.847,32 188,98 1,66 2,53 4,18<br />
-298613,84 -474% 17.421,17 1.799.069,10 11.335.184,48 3.973.138,69 53,97 0,15 0,44 -2,96<br />
49616,34 ND 226.443,18 1.356.147,88 10.355.213,05 1.079.911,84 11,64 2,19 20,97 0,60<br />
-335484,06 -85% 38.152,04 3.401.095,85 12.419.250,05 4.976.991,64 66,87 0,31 0,77 -1,54<br />
-41600,94 -7% 32.960,62 180.393,66 4.606.496,61 386.973,74 9,17 0,72 8,52 0,41<br />
-76277,27 -203% 124.924,50 640.889,75 7.150.391,86 2.548.299,10 55,37 1,75 4,90 1,17<br />
-30808,1 -420% 43.116,50 434.304,02 2.799.975,67 887.057,30 46,37 1,54 4,86 0,65<br />
79222,86 192% 414.730,23 3.157.344,81 11.775.160,63 4.291.559,13 57,35 3,52 9,66 2,97<br />
241878,56 1558% 385.227,23 1.404.057,80 4.168.818,86 2.079.220,25 99,50 9,24 18,53 4,55<br />
FT ND -390.828,25 2.353.042,59 16.110.912,34 -528.367,25 -3,18 -2,43 73,97 -3,96<br />
51492,39 -21% 224.787,58 604.541,09 4.189.744,56 2.755.702,59 192,16 5,37 8,16 2,13<br />
240137,26 -51% 514.413,49 2.141.608,34 7.919.943,65 3.994.361,97 101,75 6,50 12,88 6,10<br />
-157931,48 -428% 118.879,11 2.024.494,65 9.092.196,09 3.718.193,14 69,19 1,31 3,20 1,78<br />
-300353,53 -25% 417.612,12 3.407.536,57 20.570.549,80 10.501.876,63 104,30 2,03 3,98 3,49<br />
5064,41 317% 57.538,02 616.237,31 1.830.826,36 674.284,68 58,30 3,14 8,53 0,72<br />
-46162,82 -748% 44.372,35 1.649.690,73 2.332.489,01 1.398.757,66 149,80 1,90 3,17 0,32<br />
-1733272,42 ND -1.511.336,41 423.809,24 10.035.504,33 2.198.963,65 28,06 -15,06 -68,73 -18,47<br />
-65822,35 -21% 22.518,11 1.009.518,89 4.319.833,84 782.635,13 22,13 0,52 2,88 0,38<br />
-29396,16 ND 19.299,34 726.029,20 3.693.771,92 57.514,39 1,58 0,52 33,56 0,38<br />
87395,34 -1% 167.345,37 410.462,98 3.217.687,22 905.381,35 39,15 5,20 18,48 2,25<br />
FT ND -3.156.668,07 -1.342.832,50 6.122.230,31 -2.529.232,39 -29,23 -51,56 124,81 -31,73<br />
431630,5 153% 644.669,50 1.592.257,76 8.347.585,56 2.477.026,44 42,19 7,72 26,03 7,08
118 I 119<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
LISTAGEM<br />
250 Maiores Empresas do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Nº Nº NOME ACTIVIDADE CONCELHO Nº TRAB. VENDAS VENDAS VAR.<br />
ORD. RR EMPRESA 2008 € 2007/2008 %<br />
161 9 HOTEL DA PRAIA - G. EXP. DE HOTÉIS, S.A. Exploração <strong>de</strong> hotéis/motéis ÓBIDOS 213 9.907.667,66 -12,86<br />
162 108 APP - AGRUP. PRODUTORES PECUÁRIOS, S.A. Exploração pecuária em geral LEIRIA 6 9.814.712,65 25,59<br />
163 82 GASOGÁS - DIST. DE ÓLEOS E COMB., LDA Grossistas <strong>de</strong> petróleo a granel MARINHA GRANDE 79 9.771.537,94 16,63<br />
164 195 MEGAVIA - CONST. OBRAS PÚBLICAS, S.A. Construção civil por conta própria LEIRIA 90 9.711.015,82 25,55<br />
165 18 MARGON - M. R. MOD. P/ EDIFICAÇÕES, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> argila para construção, NCA PORTO DE MÓS 147 9.663.767,32 -1,26<br />
166 240 GRUPO INGEMAR - C. MARM. GRANITOS, LDA Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> pedra-mármore e argila ALCOBAÇA 21 9.650.472,26 -17,97<br />
167 229 EURODIAL - C. NEFROL. DIALISE LEIRIA, S.A. Serviços hospitalares LEIRIA 49 9.650.122,48 45,10<br />
168 198 FAMARI - FÁB. MARIN. DE CARTONAGEM, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> cartão ondulado MARINHA GRANDE 76 9.636.763,22 -0,61<br />
169 117 TRANSOGAS - SOC. TR. ÓLEOS COMB., LDA Retalhistas <strong>de</strong> carvão/lenha/gelo MARINHA GRANDE 26 9.552.178,53 -18,50<br />
170 137 SOSI - COMBUSTIVEIS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> carvão/lenha/gelo ALCOBAÇA 10 9.541.448,53 21,35<br />
171 192 MANUEL RODRIGUES FERREIRA, S.A. Grossistas <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, NCA BOMBARRAL 25 9.534.012,12 1,79<br />
172 66 A.JÚLIO MOTOR - VEÍCULOS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor CALDAS DA RAINHA 26 9.526.887,47 25,24<br />
173 245 GASOGASGEST - GESTÃO P. ABAST., LDA Retalhistas <strong>de</strong> carvão/lenha/gelo MARINHA GRANDE 18 9.524.858,80 7,21<br />
174 59 Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> gesso LEIRIA 25 9.504.894,52 13,03<br />
175 97 FARLIS - FÁBRICA DE FARINHAS DO LIS, LDA Moagem <strong>de</strong> cereais LEIRIA 35 9.377.652,92 39,98<br />
176 7 Produção <strong>de</strong> gás POMBAL 6 9.301.433,05 -4,94<br />
177 179 CEMOPOL - CELULOSES MOLDADAS PORT., LDA Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> papel e cartão, NCA POMBAL 53 9.295.000,32 10,03<br />
178 89 Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor POMBAL 33 9.236.832,00 -13,83<br />
179 29 HENRIQUE QUERIDO - SOC. CONST., S.A. Construção civil por conta própria CALDAS DA RAINHA 32 9.180.488,35 101,31<br />
180 81 SIMPLASTIC - SOC. IND. DE MAT. PLÁST., LDA Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> plástico, NCA BATALHA 124 9.117.298,73 -10,84<br />
181 248 SODIBOMBARRAL - SUPERMERCADOS, S.A. Retalhistas <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> mercearia BOMBARRAL 50 9.113.389,40 3,23<br />
182 147 CARTONARTE - IND. DE CARTONAGEM, LDA Fabricantes <strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> cartão ondulado MARINHA GRANDE 60 9.106.458,12 13,43<br />
183 127 COMPOSTOS LIZ - ALIM. C. P/ ANIMAIS, LDA Moagem <strong>de</strong> alimentos para animais domésticos LEIRIA 17 9.104.114,77 16,91<br />
184 152 E.I.P. - EQUIP. INDUSTRIAIS POÇO, S.A. Fabric. <strong>de</strong> produtos forjados, estampados e laminados MARINHA GRANDE 54 8.973.837,42 152,88<br />
185 35 PASOLIS - EMPREIT. E OBRAS PÚB. DO LIS, S.A. Construção civil por conta própria LEIRIA 44 8.957.678,72 -7,18<br />
186 77 SERVILENA - MANUT. E REP. AUTOMOVEIS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 31 8.893.780,69 13,94<br />
187 14 CRIGADO - SOC. AGRO-PECUÁRIA, S.A. Criação <strong>de</strong> gado suíno ALCOBAÇA 24 8.890.909,27 16,56<br />
188 156 DISTRIPENICHE - SUPERMERCADOS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> mercearia PENICHE 57 8.851.109,87 5,02<br />
189 168 ESPECIAL FRUTAS - C. FRUTAS P. HORT. , LDA Grossistas <strong>de</strong> frutas frescas e legumes ALCOBAÇA 15 8.805.470,77 -5,37<br />
190 20 GRANDUPLA - FÁBRICA DE PLÁSTICOS, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> plástico, NCA MARINHA GRANDE 142 8.794.097,21 12,57<br />
191 64 A.L. - FÁBRICA DE MATERIAL ELÉCTRICO, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> equipamento eléctrico industrial, NCA MARINHA GRANDE 143 8.766.777,44 1,26<br />
192 94 SUPERMACEIRA - SUPERMERCADOS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA LEIRIA 48 8.742.131,09 3,57<br />
193 155 ARMAZÉNS MADIVER - MAT. CONST., S.A. Retalhistas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e material <strong>de</strong> construção PORTO DE MÓS 32 8.730.846,76 20,44<br />
194 177 SANTOS SILVA - TELEC. & ACESSÓRIOS, LDA Grossistas <strong>de</strong> material electrónico ALCOBAÇA 17 8.685.152,12 1,67<br />
195 87 NEOMAQUINA SUPERMERCADOS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> mercearia POMBAL 90 8.648.996,02 -2,24<br />
196 99 BAROD - PRODUTOS PARA INDÚSTRIA, S.A. Grossistas <strong>de</strong> mercadorias não perecedouras, NCA LEIRIA 6 8.615.504,60 77,55<br />
197 100 JOSÉ M.DA SILVA NOGUEIRA, LDA Retalhistas <strong>de</strong> combustíveis - estações <strong>de</strong> serviço LEIRIA 10 8.595.676,41 5,43<br />
198 185 MOLIPOREX - MOLDES PORT., IMP/ EXP., S.A. Fabricantes <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> metal e matrizes MARINHA GRANDE 21 8.551.448,54 57,28<br />
199 76 DERONE - CONFECÇÕES, S.A. Confecção <strong>de</strong> acessórios <strong>de</strong> vestuário, NCA BATALHA 365 8.533.038,35 5,69<br />
200 33 FERROLEIRIA - C. MAT. SIDER. CONST., S.A. Grossistas <strong>de</strong> carvão/minérios/ligas LEIRIA 17 8.504.650,15 -2,84<br />
201 120 FRANCO & FILHOS - COM. GADO GROSSO, LDA Criação <strong>de</strong> gado suíno CALDAS DA RAINHA 4 8.475.127,33 9,34<br />
202 10 ANÍBAL H.ABRANTES - I. MOLDES PLÁST., S.A. Fabricantes <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> metal e matrizes MARINHA GRANDE 118 8.468.039,72 23,11<br />
203 106 NUTRAPOM - NUTRIÇÃO ANI. POMBAL, S.A. Preparação <strong>de</strong> alimentos para animais, NCA POMBAL 9 8.462.153,32 25,52<br />
204 118 SILVA & SANTOS, LDA Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor POMBAL 36 8.447.465,22 -7,01<br />
205 128 DSP - DIST. SPORTSWEAR PROMOCIONAL, S.A. Comércio por grosso <strong>de</strong> vestuário e <strong>de</strong> acessórios POMBAL 39 8.422.034,50 263,33<br />
Nº RR - Posição face ao Resultado Residual: ND - Dados não disponíveis; AF - Autonomia Finaneira; FT - Falência técnica
. RESULTADO VAR. RR RESULTADO VAB ACTIVO CAPITAL SOLVABILID. RENT. ACTIVO RENT. CAP. RENT.<br />
RESIDUAL€ 2007/2008 % LÍQUIDO 2008 € € € PRÓPRIO € % PRÓPRIO VENDAS<br />
2008 % %<br />
-1483086,46 3% -1.021.806,83 5.392.098,05 21.783.405,40 4.306.837,60 24,64 -4,69 -23,73 -10,96<br />
-57762 -19% -18.775,82 79.685,13 1.628.689,55 424.503,10 35,25 -1,15 -4,42 -0,28<br />
-122661,99 -44% 6.519,51 2.702.611,29 6.221.669,88 1.171.600,81 23,20 0,10 0,56 -0,73<br />
309999,46 901% 481.145,82 3.267.731,25 7.205.849,42 1.847.577,05 34,48 6,68 26,04 6,63<br />
-747081,92 27% 13.080,35 5.353.302,97 27.608.234,65 9.458.755,15 52,12 0,05 0,14 -1,67<br />
AF
120 I 121<br />
250 Maiores<br />
Empresas do<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
LISTAGEM<br />
250 Maiores Empresas do Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Nº Nº NOME ACTIVIDADE CONCELHO Nº TRAB. VENDAS VENDAS VAR.<br />
ORD. RR EMPRESA 2008 € 2007/2008 %<br />
206 54 AUTO JULIO LEIRIA - COM. AUTOMÓVEIS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 44 8.361.277,55 -29,13<br />
207 207 CONSTRUÇÕES LINTO & MARQUES, S.A. Construção civil por conta própria CALDAS DA RAINHA 46 8.244.329,06 -38,24<br />
208 228 HENRIQUE & GAMEIRO - CONST. CIVIL, LDA Construção civil por conta própria LEIRIA 4 8.211.296,00 55,45<br />
209 241 PECF - PARQUE EÓLICO DE CHÃO FALCÃO, LDA Prod. <strong>de</strong> elect. origem eólica, geot., solar e <strong>de</strong> origem PORTO DE MÓS 0 8.188.892,63 25,06<br />
210 242 AGD POLÍMEROS, LDA Fabricantes <strong>de</strong> matérias plásticas e resinas sintéticas LEIRIA 1 8.174.774,24 -<br />
211 129 CERÂMICA COELHO DA SILVA IV, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> blocos e tijolos <strong>de</strong> betão PORTO DE MÓS 42 8.164.403,31 -3,67<br />
212 154 Grossistas <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, NCA LEIRIA 33 8.121.706,06 3,12<br />
213 140 UNIPASTA - PASTAS CERÂMICAS, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> olaria, NCA POMBAL 25 8.079.607,28 0,34<br />
214 163 BOM CALÇADO, LDA Retalhistas <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> sapataria LEIRIA 112 8.073.120,84 5,71<br />
215 149 MADEIRAS AFONSO, LDA Grossistas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira LEIRIA 28 8.060.457,52 49,90<br />
216 116 SOCÉM - E.D. - F., ENG. D. DE MOLDES, LDA Fabricantes <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> metal e matrizes ALCOBAÇA 41 8.053.425,62 -9,61<br />
217 74 VULCAL - VULC. LUBRIFICANTES, S.A. Grossistas <strong>de</strong> peças e acessórios para automóveis POMBAL 33 7.888.075,31 -8,72<br />
218 243 LIZDRIVE, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 24 7.885.260,45 347,93<br />
219 88 RECAUCHUTAGEM 31, S.A. Serviços <strong>de</strong> reparação e recauchutagem <strong>de</strong> pneus ALCOBAÇA 110 7.875.778,28 -6,93<br />
220 104 GIL SOMA - AUTOMÓVEIS E ACESSÓRIOS, LDA Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor ALCOBAÇA 10 7.848.444,85 -8,09<br />
221 139 Grossistas <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, NCA LEIRIA 62 7.825.914,35 6,58<br />
222 249 SUPERBENEDITA - SUPERMERCADOS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos alimentares, NCA ALCOBAÇA 35 7.818.532,68 9,59<br />
223 205 FRIGOSTO - IND. T.. PREP. P.CONGELADOS, LDA Abate <strong>de</strong> gado/acondicionamento <strong>de</strong> carnes CALDAS DA RAINHA 68 7.807.745,50 10,48<br />
224 244 GOANVI - CENT. ENGAR. DE BEBIDAS, LDA Grossistas <strong>de</strong> vinhos/bebidas alcoólicas ALCOBAÇA 19 7.800.552,06 47,74<br />
225 131 SINDUTEX - SOC. IND. CONFECÇÕES, LDA Confecção <strong>de</strong> acessórios <strong>de</strong> vestuário, NCA POMBAL 300 7.800.312,04 -8,64<br />
226 189 FLEXIDOOR - PORTÕES SEC.E AUT., S.A. Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> metal, NCA LEIRIA 58 7.759.482,69 3,45<br />
227 69 VEPELIBERICA - IND. COM. MAT. C.. CIVIL, LDA Grossistas <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção, NCA BOMBARRAL 64 7.751.646,67 7,50<br />
228 151 BALVERA - COM. PERFUMARIAS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> produtos fármacos e afins POMBAL 66 7.706.142,73 5,25<br />
229 165 L.N. - MOLDES, LDA Fabricantes <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> metal e matrizes LEIRIA 66 7.694.205,77 10,34<br />
230 105 INAUTOM - AUTOMAÇÃO, LDA Grossistas <strong>de</strong> equipamentos para profissões liberais BATALHA 14 7.690.499,24 168,19<br />
231 102 CONSTRUÇÕES MARQUES & GUEDES, LDA Construção civil por conta própria PORTO DE MÓS 60 7.666.840,16 3,60<br />
232 158 ICEL - IND.CUTELARIAS DA ESTREMADURA, S.A.Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> cutelaria ALCOBAÇA 187 7.635.546,62 -9,34<br />
233 222 FIBROPLAC - FÁB. PLAC. G. LAMINADO, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> gesso POMBAL 43 7.562.593,96 7,71<br />
234 58 BAQUELITE LIZ, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> matérias plásticas e resinas sintéticas LEIRIA 85 7.500.130,70 -1,38<br />
235 212 CERRO MAR II, LDA Construção civil por conta própria CALDAS DA RAINHA 55 7.479.452,51 206,25<br />
236 91 A.COELHO, S.A. Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor ALCOBAÇA 22 7.461.045,64 -2,68<br />
237 90 TOMAZ MARQUES, LDA Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor ALCOBAÇA 36 7.421.126,82 1,43<br />
238 34 CONURMA - CONST. E URB. MACEIRA, LDA Construção civil por conta própria LEIRIA 19 7.413.812,10 781,98<br />
239 194 MANUEL PEDRO DE SOUSA & FILHOS, LDA Extracção <strong>de</strong> granito ornamental e rochas similares ALCOBAÇA 50 7.408.612,15 20,79<br />
240 138 A B H - COMÉRCIO DE AUTOMÓVEIS, LDA Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor LEIRIA 2 7.362.087,05 -8,09<br />
241 208 LABOR.. MÉDICO DR.DAVID SANTOS PINTO, S.A. Laboratórios médicos PENICHE 88 7.361.236,97 6,42<br />
242 24 NEORELVA - PLÁSTICOS, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> plástico, NCA MARINHA GRANDE 61 7.276.373,07 34,81<br />
243 62 SIROLIS - PRÉFABRICADOS DE BETÃO, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> betão, NCA POMBAL 67 7.238.724,78 1,30<br />
244 136 H.B.C.II - PEÇAS AUTO, LDA Grossistas <strong>de</strong> peças e acessórios para automóveis BATALHA 43 7.196.072,63 -3,79<br />
245 103 ISRV - IND. SEMI-REBOQUE VOLUMINOSA, S.A. Fabricantes <strong>de</strong> carroçaria para autocarros e camiões ANSIÃO 32 7.173.954,75 -8,76<br />
246 178 CASTELHANO & FERREIRA - I. T. FALS. DIV. , S.A. Fabric. <strong>de</strong> mobiliário <strong>de</strong> outros materiais para outros fins LEIRIA 49 7.115.400,79 21,50<br />
247 160 LEILOATLÂNTICO - LEILÕES COM. AUTOM., LDA Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor ÓBIDOS 9 7.114.715,75 -26,20<br />
248 110 FLORESCAR - COM. AUTOMOVEIS, LDA Grossistas <strong>de</strong> automóveis e veículos a motor CALDAS DA RAINHA 38 7.105.874,02 -6,51<br />
249 144 GELSITIO - PROD. ALIM. CONGELADOS, S.A. Grossistas <strong>de</strong> peixes e mariscos NAZARÉ 16 7.099.917,86 -8,74<br />
250 250 PETROCALDAS - COM. COMBUSTÍVEIS, LDA Retalhistas <strong>de</strong> carvão/lenha/gelo CALDAS DA RAINHA 14 7.084.147,31 23,23<br />
Nº RR - Posição face ao Resultado Residual: ND - Dados não disponíveis; AF - Autonomia Finaneira; FT - Falência técnica
. RESULTADO VAR. RR RESULTADO VAB ACTIVO CAPITAL SOLVABILID. RENT. ACTIVO RENT. CAP. RENT.<br />
RESIDUAL€ 2007/2008 % LÍQUIDO 2008 € € € PRÓPRIO € % PRÓPRIO VENDAS<br />
2008 % %<br />
-253415,07 -175% -140.772,97 949.094,15 3.965.478,64 1.437.379,19 56,86 -3,55 -9,79 -3,36<br />
503092,99 -58% 1.074.045,85 2.756.150,88 19.371.378,10 7.493.233,05 63,08 5,54 14,33 17,82<br />
1179931,64 ND 1.597.913,52 2.392.090,34 9.955.279,35 6.689.453,35 204,83 16,05 23,89 26,97<br />
AF