INPI em Transformação - 2007 a 2010
INPI em Transformação - 2007 a 2010
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Rua Mayrink Veiga, 9 - 27º andar - CEP: 20090-910 - Rio de Janeiro<br />
RJ - Brasil - 55 21 3037.3121 - www.inpi.gov.br
Autoridades<br />
República Federativa do Brasil<br />
Presidenta da República<br />
Dilma Vana Rousseff<br />
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e<br />
Comércio Exterior - MDIC<br />
Ministro de Estado<br />
Fernando Damata Pimentel<br />
Instituto Nacional da Propriedade Industrial -<br />
<strong>INPI</strong><br />
Presidente<br />
Jorge de Paula Costa Avila<br />
Vice-Presidente<br />
Ad<strong>em</strong>ir Tardelli<br />
Chefe de Gabinete<br />
Josefina Sales de Oliveira<br />
Ouvidora<br />
Denise Fonseca Belém<br />
Procurador-Chefe<br />
Mauro Sodré Maia<br />
Auditor-Chefe<br />
Cláudio Alvares Sabatini<br />
Coordenadora-Geral de Planejamento e Orçamento<br />
Nasareth Sandra Venancio Dias<br />
Coordenadora-Geral de Comunicação Social<br />
Lúcia Motta Igrejas Lopes<br />
Diretor de Patentes<br />
Júlio César Castelo Branco Reis Moreira<br />
Diretor de Marcas<br />
Vinicius Bogéa Câmara<br />
Diretor de Contratos, Indicações Geográficas e Registros<br />
Breno Bello de Almeida Neves<br />
Diretora de Cooperação para o Desenvolvimento<br />
Denise Nogueira Gregory<br />
Diretor de Administração<br />
Júlio César Dutra de Oliveira
Sumário<br />
<strong>INPI</strong> - Reestruturação para o Desenvolvimento ........................9<br />
Mudanças Amplas e Profundas .................................................................................13<br />
Atender à Indústria Nacional e aos que Invest<strong>em</strong> no Brasil .................................14<br />
Balanço Geral ..............................................................................17<br />
Reestruturação ..............................................................................................................19<br />
Produtividade e D<strong>em</strong>anda <strong>em</strong> Patentes ....................................................................21<br />
Tecnologia da Informação na Área de Patentes ......................................................24<br />
Serviços do ISA/IPEA ..............................................................................................25<br />
Objetivos <strong>em</strong> Patentes .................................................................................................26<br />
Informatização <strong>em</strong> Marcas .........................................................................................27<br />
Produtividade <strong>em</strong> Marcas ...........................................................................................30<br />
Outros Registros ..........................................................................................................32<br />
Transferência de Tecnologia .......................................................................................36<br />
Atração de Investimentos ...........................................................................................38<br />
Conscientização ............................................................................................................39<br />
Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).......................................................40<br />
Pesquisa e Ensino .........................................................................................................41<br />
Diss<strong>em</strong>inação de Conhecimento Tecnológico ........................................................46
Cooperação Internacional <strong>em</strong> Propriedade Intelectual ..........................................47<br />
Defesa da PI ................................................................................................................48<br />
Atuação no Judiciário .................................................................................................49<br />
<strong>INPI</strong> - Perspectivas Futuras .......................................................51<br />
Eficiência e Qualidade Operacional ..........................................................................54<br />
Promoção do Uso Estratégico da PI ........................................................................55<br />
Integração Regional .....................................................................................................56<br />
Aperfeiçoamento do Sist<strong>em</strong>a Global de PI e Reposicionamento do <strong>INPI</strong> ........57
<strong>INPI</strong> - Reestruturação para o<br />
Desenvolvimento
<strong>INPI</strong> - Reestruturação para o Desenvolvimento<br />
Nos últimos anos, o Instituto Nacional da<br />
Propriedade Industrial (<strong>INPI</strong>) passou por<br />
reforma profunda que mudou os rumos da<br />
instituição e a preparou para os desafios a<br />
ser<strong>em</strong> enfrentados no século XXI.<br />
Em 2005, o <strong>INPI</strong> se mostrava incapaz de<br />
examinar os pedidos de marcas e patentes<br />
e de conceder os títulos procedentes num<br />
prazo razoável. Exigia-se uma resposta<br />
rápida, com ampliação do quadro de pessoal<br />
e implantação de ampla reforma tecnológica.<br />
O <strong>INPI</strong> atrasava porque não possuía<br />
pessoal para fazer o trabalho de exame <strong>em</strong><br />
quantidade sequer próxima da necessária. A<br />
este cenário se somava o atraso tecnológico,<br />
o ambiente computacional defasado e a<br />
dificuldade de contratar serviços <strong>em</strong> todos<br />
os segmentos, devido a uma estrutura<br />
administrativa totalmente deficiente.<br />
Era um quadro <strong>em</strong> que se apresentavam ao<br />
<strong>INPI</strong> cerca de 105 mil pedidos de registro<br />
de marcas <strong>em</strong> um ano, e o <strong>INPI</strong> conseguia<br />
realizar apenas 38 mil exames no mesmo<br />
período.<br />
Os pedidos de marcas <strong>em</strong> atraso – backlog<br />
– <strong>em</strong> 2003 já eram 650 mil. Analogamente,<br />
acumulavam-se 130 mil pedidos de patentes,<br />
aos quais se somavam mais 17 mil a cada<br />
ano, para uma capacidade de exame não<br />
superior a 6 mil.<br />
O cenário mundial no mesmo período<br />
também se mostrou complexo. Visitas<br />
feitas por representantes da indústria e<br />
pelo próprio <strong>INPI</strong> a escritórios de patentes<br />
<strong>em</strong> todo o mundo mostraram a realidade<br />
existente e iluminaram os caminhos que<br />
poderiam ser percorridos para solucionar o<br />
probl<strong>em</strong>a brasileiro.<br />
11
12<br />
Os escritórios de patentes da América do<br />
Sul possuíam, <strong>em</strong> 2006, não mais que 30<br />
examinadores cada um, enquanto nos países<br />
africanos e <strong>em</strong> muitas outras regiões de<br />
baixo índice de desenvolvimento humano e<br />
industrial esse número não chegava a 5 ou 6.<br />
Em tais condições, podia-se dizer que esses<br />
escritórios pouco dispunham das condições<br />
necessárias para examinar patentes, e jamais<br />
poderiam fazê-lo <strong>em</strong> todos os campos<br />
tecnológicos. Na prática, ou não faziam<br />
exames substantivos ou terceirizavam <strong>em</strong><br />
grande medida os procedimentos.<br />
O padrão sul-americano é o de contratar<br />
profissionais de fora dos institutos para<br />
fazer os exames. É um padrão diferente do<br />
africano, mas é também insatisfatório. Nesse<br />
modelo, só se consegue garantir a qualidade<br />
dos exames quando se opera com um<br />
Balanço e Perspectivas<br />
Carta Patente do século XIX<br />
Acervo do <strong>INPI</strong><br />
número muito pequeno de patentes. Numa<br />
escala como a do Paraguai ou da Bolívia<br />
de hoje talvez seja possível operar assim,<br />
mas não nos d<strong>em</strong>ais países, especialmente<br />
quando cresce a d<strong>em</strong>anda por patentes.<br />
A constatação foi que n<strong>em</strong> o padrão africano<br />
n<strong>em</strong> o sul-americano de terceirização seriam<br />
aceitáveis para a realidade brasileira frente à<br />
d<strong>em</strong>anda crescente de patentes no Brasil e<br />
à relevância que se dá à inovação no atual<br />
modelo nacional de desenvolvimento.<br />
O padrão aceitável era o adotado pelos<br />
escritórios médios, como o canadense, o<br />
australiano e o indiano. O modelo é crescer<br />
e, quando possível, promover a associação<br />
com outros escritórios, como ocorreu na<br />
Europa e como está ocorrendo <strong>em</strong> outras<br />
partes do mundo.
MuDANçAS AMPlAS e PRofuNDAS<br />
Para adequar o <strong>INPI</strong> brasileiro ao modelo escolhido foram necessárias<br />
mudanças amplas e profundas. Em 2003, a estrutura organizacional<br />
inteira do <strong>INPI</strong> era menor do que a atual <strong>em</strong> qualquer uma das suas<br />
diretorias.<br />
O <strong>INPI</strong>, que até 2005 tinha no total 150 examinadores, contava, <strong>em</strong><br />
<strong>2010</strong>, com cerca de 400 examinadores para seus diversos serviços, e<br />
prepara-se para admitir outros nos próximos anos. A capacidade de<br />
exame foi multiplicada por três com relação à existente <strong>em</strong> 2003, 2004<br />
e 2005 e deverá ser multiplicada novamente por 2 nos próximos 24<br />
meses com as novas admissões e os ganhos de produtividade advindos<br />
da automação.<br />
O número total de servidores do <strong>INPI</strong> <strong>em</strong> 2004 era 570. Hoje, exist<strong>em</strong><br />
1.231 cargos, dos quais 948 supridos e 283 por suprir, sendo 33 cargos<br />
vagos de examinadores e 250 de analistas e assistentes administrativos.<br />
Há, ainda, um pedido tramitando para a criação de mais 240 cargos de<br />
examinadores dos distintos tipos de direitos concedidos pelo <strong>INPI</strong>.<br />
Quanto à articulação internacional, o <strong>INPI</strong> procurou o apoio do Banco<br />
Interamericano de Desenvolvimento (BID) para coordenar um projeto<br />
de criação de infraestrutura computacional que permita a colaboração<br />
entre os escritórios sul-americanos. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, aprofundou<br />
sua participação no Tratado de Cooperação <strong>em</strong> matéria de Patentes,<br />
tendo se transformado <strong>em</strong> autoridade internacional, e, como tal, capaz<br />
de contribuir com o exame <strong>em</strong> outros países <strong>em</strong> desenvolvimento e<br />
melhor influenciar na construção de um sist<strong>em</strong>a de patentes equilibrado<br />
e inclusivo, para o benefício de todas as nações.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
13
14<br />
AteNDeR à INDúStRIA NAcIoNAl e AoS que INveSteM No BRASIl<br />
Suprir a capacidade operacional não resolve<br />
todos os probl<strong>em</strong>as. O <strong>INPI</strong> era muito<br />
pouco articulado à indústria e ao sist<strong>em</strong>a<br />
nacional de inovação. Suas ações e serviços<br />
não eram percebidos como relevantes<br />
por muitos de seus potenciais usuários no<br />
País, culturalmente distantes dos meios<br />
da inovação e da proteção da propriedade<br />
intelectual.<br />
Os escritórios nacionais europeus, <strong>em</strong><br />
grande medida liberados da tarefa de exame<br />
pela criação do Escritório Europeu de<br />
Patentes (EPO), dedicaram-se a promover a<br />
geração de direitos para cidadãos e <strong>em</strong>presas<br />
europeus, com relativo sucesso.<br />
Fazer funcionar o <strong>INPI</strong> só faria sentido<br />
se a esse esforço se associasse o fomento<br />
à inovação e à geração de direitos de<br />
propriedade intelectual.<br />
Assim, ações foram desenhadas para articular<br />
o <strong>INPI</strong> ao sist<strong>em</strong>a nacional de inovação e às<br />
instituições de fomento públicas e privadas.<br />
Balanço e Perspectivas<br />
Registro de Marca Atual<br />
Acervo do <strong>INPI</strong><br />
O Instituto terá, agora, que enfrentar o<br />
desafio de lidar com uma organização<br />
maior e mais complexa não só <strong>em</strong> termos<br />
de tamanho, mas de responsabilidade, de<br />
expectativas e do que pode produzir.<br />
O <strong>INPI</strong> t<strong>em</strong> dito que, para ser relevante no<br />
contexto da inovação, qualquer país ou região<br />
necessita de um sist<strong>em</strong>a b<strong>em</strong> estruturado de<br />
propriedade intelectual. Trabalha, também,<br />
para que as políticas públicas promovam a<br />
segurança necessária para que a indústria<br />
brasileira desenvolva novos produtos e
serviços, assim como para que ela participe de esqu<strong>em</strong>as de transferência<br />
de tecnologia de maneira mutuamente benéfica, seja no polo receptor,<br />
seja no de fornecedor de soluções para terceiros.<br />
A Procuradoria do <strong>INPI</strong> t<strong>em</strong> promovido discussões no sentido de dar<br />
uma interpretação segura para toda a legislação que regula a propriedade<br />
intelectual no Brasil. Seguindo a orientação da Presidência do Instituto,<br />
desenvolveu um intenso trabalho junto às diversas instâncias jurídicas<br />
para consolidar uma imag<strong>em</strong> de estabilidade e cultura da defesa da<br />
propriedade industrial, pois enquanto houver percepção de insegurança<br />
jurídica o investimento ficará aquém do potencial da indústria e da<br />
ciência brasileiras, com amplo prejuízo para o país.<br />
A criação da Acad<strong>em</strong>ia da Propriedade Intelectual, Inovação e<br />
Desenvolvimento, com seus programas de pesquisa; a contratação de<br />
pessoas com perfil e história nas áreas de interesse da Acad<strong>em</strong>ia; e uma<br />
série de atividades foram se articulando <strong>em</strong> torno desse e de outros<br />
debates pertinentes e necessários. Resulta que o <strong>INPI</strong> hoje apresenta<br />
total condição de estar presente e de contribuir com qualidade técnica<br />
e experiência para a consolidação no Brasil de um ambiente favorável<br />
à inovação.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
Jorge de Paula Costa Avila<br />
Presidente do <strong>INPI</strong><br />
15
Balanço Geral
O Instituto Nacional da Propriedade<br />
Industrial (<strong>INPI</strong>) passou por uma reforma<br />
profunda, que mudou os rumos da instituição<br />
e a preparou para os desafios a ser<strong>em</strong><br />
enfrentados no século XXI. Caminhar com<br />
firmeza na direção de conceder direitos com<br />
agilidade e qualidade, e promover a mais<br />
ampla atenção às necessidades da indústria<br />
brasileira foram os balizadores da atuação do<br />
Instituto nos últimos anos.<br />
ReeStRutuRAção<br />
Depois de muitos anos s<strong>em</strong> realizar<br />
concursos, o <strong>INPI</strong> voltou a contratar pessoal<br />
regularmente, com a previsão de novas<br />
seleções a partir de 2011.<br />
Era preciso contratar mais pessoas e<br />
capacitá-las para agir de acordo com os<br />
melhores padrões internacionais. Em 2004,<br />
era necessário multiplicar por três o quadro<br />
de pessoal do <strong>INPI</strong>, pois o Instituto tinha<br />
570 servidores e a situação era insustentável.<br />
Balanço Geral<br />
Partindo de 112 examinadores de patentes<br />
no ano de 2005, o <strong>INPI</strong> t<strong>em</strong> hoje cerca<br />
de 270 examinadores nas diversas áreas<br />
tecnológicas, e caminha para o objetivo de<br />
540. Em termos de capacidade de exame,<br />
será possível multiplicá-la por cinco ou seis<br />
nos próximos 12 a 24 meses com relação à<br />
existente <strong>em</strong> 2004.<br />
Paralelamente, o Instituto passou por uma<br />
reforma estrutural. Com a Lei 12.274/<strong>2010</strong>,<br />
o <strong>INPI</strong> ganhou uma nova estrutura para<br />
melhorar seu funcionamento e adequá-lo às<br />
d<strong>em</strong>andas da sociedade por serviços mais<br />
eficientes e ágeis.<br />
19
20<br />
Novos cargos de supervisão foram<br />
necessários para atender ao crescimento<br />
da d<strong>em</strong>anda por marcas, patentes e outras<br />
formas de propriedade intelectual. Em<br />
alguns casos, após contratações, um chefe<br />
supervisionava até 60 examinadores de<br />
Gráfico 1 - Examinadores de Patentes<br />
Balanço e Perspectivas<br />
patentes, o que impedia o exercício adequado<br />
de sua função.<br />
A nova estrutura também criou setores para<br />
atuar na defesa dos direitos de propriedade<br />
intelectual e aumentar a qualidade nas decisões.
PRoDutIvIDADe e DeMANDA eM PAteNteS<br />
Um ex<strong>em</strong>plo desta reestruturação, já mencionado, foi a contratação de<br />
pessoal especializado para examinar patentes. Como o treinamento dos<br />
examinadores é longo e complexo, de modo a garantir a qualidade nas<br />
decisões, os resultados levam t<strong>em</strong>po a aparecer, mas algumas mudanças<br />
já pod<strong>em</strong> ser percebidas.<br />
O número de decisões <strong>em</strong> pedidos de patentes feitas pelo <strong>INPI</strong> passou<br />
de 13.160 para 19.471 <strong>em</strong> cinco anos. Veja os índices completos, por<br />
tipo de decisão, na tabela seguinte.<br />
Tabela 1 - Decisões <strong>em</strong> Pedidos de Patentes<br />
Decisões 2006 <strong>2007</strong> 2008 2009 <strong>2010</strong>*<br />
Arquivamentos 9.232 14.611 9.460 9.363 12.401<br />
Indeferimentos 1.066 824 2.729 2.499 3.394<br />
Patentes Concedidas 2.785 1.855 2.824 3.153 3.620<br />
Desistências Homologadas 77 43 52 62 56<br />
Total 13.160 17.333 15.065 15.077 19.471<br />
As patentes concedidas cresceram 52% de <strong>2007</strong> para 2008, subindo de<br />
1.855 para 2.824. Em 2009, acréscimo de mais 11%, chegando a 3.153,<br />
e, <strong>em</strong> <strong>2010</strong>, outro salto, elevando o índice para 3.620. Elas reflet<strong>em</strong> a<br />
produtividade crescente da Diretoria de Patentes.<br />
As providências que estão sendo tomadas não se limitam à questão<br />
de pessoal. Também está se investindo <strong>em</strong> infraestrutura, supervisão<br />
e produtividade com o objetivo de resolver a questão do prazo de<br />
análise. Este trabalho leva <strong>em</strong> conta o fato de que cada área tecnológica<br />
t<strong>em</strong> análises mais lentas ou rápidas. Porém, na média, o <strong>INPI</strong> está<br />
concedendo patentes <strong>em</strong> cerca de oito anos.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
21
22<br />
Gráfico 2 - Pedidos de Patentes<br />
Balanço e Perspectivas<br />
A urgência das ações para atacar a questão<br />
do prazo se deve também ao fato de que a<br />
d<strong>em</strong>anda por patentes no Brasil cresce <strong>em</strong><br />
ritmo acelerado. Os pedidos passaram de<br />
24.685 para 25.951 entre <strong>2007</strong> e 2009. Os<br />
dados de <strong>2010</strong> indicam mais 28 mil pedidos,<br />
mas este índice pode chegar a 30 mil com os<br />
pedidos que chegam do exterior com a data<br />
original de depósito.
A tabela abaixo detalha, para o período de 2004 a <strong>2010</strong>, os números<br />
apresentados no gráfico anterior. O período engloba dois Planos<br />
Plurianuais do Governo Federal e a fase de reestruturação do <strong>INPI</strong>.<br />
Tabela 2 - Depósitos de Pedidos de Patentes<br />
Depósito 2004 2005 2006 <strong>2007</strong> 2008 2009 <strong>2010</strong><br />
Privilégio de Invenção – PI 6.291 6.334 6.057 6.182 6.866 6.308 6.935<br />
Residentes 3.929 3.902 3.823 3.976 4.752 4.335 4.202<br />
Não Residentes 2.362 2.432 2.234 2.206 2.114 1.973 2.733<br />
Modelo de Utilidade – MU 3.480 3.126 3.048 2.874 3.208 3.381 2.945<br />
Residentes 3.433 3.075 2.996 2.840 3.152 3.349 2.857<br />
Não Residentes 47 51 52 34 56 32 88<br />
Certificado de Adição – CA 118 118 113 136 135 128 120<br />
Residentes 111 112 106 122 122 122 115<br />
Não Residentes 7 6 7 14 13 6 4<br />
Tratado de Cooperação<br />
de Patentes – PCT<br />
13.019 14.518 16.188 15.493 16.841 16.134 18.052<br />
Residentes 29 24 41 37 30 69 81<br />
Não Residentes 12.990 14.494 16.147 15.456 16.811 16.065 17.971<br />
Total 22.908 24.096 25.406 24.685 27.050 25.951 28.052<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
23
24<br />
tecNoloGIA DA INfoRMAção NA<br />
áReA De PAteNteS<br />
O <strong>INPI</strong> investe, desde 2008, na adaptação para<br />
o Brasil do sist<strong>em</strong>a EPTOS, desenvolvido<br />
originalmente pelo Escritório Europeu de<br />
Patentes (EPO). O sist<strong>em</strong>a compreende<br />
um conjunto de ferramentas de automação<br />
para gestão dos procedimentos num órgão<br />
de propriedade industrial, incluindo o<br />
depósito eletrônico e o processamento<br />
dos pedidos. Isso resultará na realização de<br />
todo o andamento do pedido pela internet,<br />
incluindo aspectos legais.<br />
Em dez<strong>em</strong>bro de <strong>2010</strong> teve início a<br />
implantação do sist<strong>em</strong>a de exame eletrônico<br />
de patentes, com os examinadores<br />
trabalhando com documentos digitalizados.<br />
Balanço e Perspectivas<br />
O objetivo é que, <strong>em</strong> março de 2012, o<br />
sist<strong>em</strong>a esteja disponível para que o usuário<br />
externo faça seu pedido de patente pela<br />
Internet.<br />
A implantação do controle eletrônico do<br />
fluxo de trabalho será acompanhada de nova<br />
organização dos procedimentos de exame,<br />
com otimização e aumento da produtividade.
SeRvIçoS Do ISA/IPeA<br />
Iniciada <strong>em</strong> agosto de 2009, a atuação do <strong>INPI</strong> como Autoridade<br />
Internacional de Busca e Exame Preliminar (ISA/IPEA, na sigla <strong>em</strong><br />
inglês) rendeu, até março de <strong>2010</strong>, 118 pedidos para estes serviços,<br />
sendo boa parte de universidades. Desde então, ficou mais fácil e barato<br />
para os brasileiros fazer<strong>em</strong> seus depósitos internacionais de patentes, já<br />
que ele pode ser feito diretamente no <strong>INPI</strong> e <strong>em</strong> português.<br />
Com os relatórios fornecidos pelo <strong>INPI</strong> na fase internacional, o<br />
inventor pode decidir se é viável fazer o depósito <strong>em</strong> outros países, e<br />
se adaptações dev<strong>em</strong> ser incorporadas ao pedido para torná-lo mais<br />
adequado às exigências de patenteabilidade <strong>em</strong> todo o mundo.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
25
26<br />
oBjetIvoS eM PAteNteS<br />
Entre 2008 e 2009, mesmo com a crise<br />
econômica que atingiu o mundo, o Brasil<br />
apresentou crescimento de 4,6% nos<br />
pedidos de patentes via PCT. Com o<br />
trabalho de conscientização feito pelo <strong>INPI</strong><br />
e o crescente interesse dos brasileiros pelo<br />
patenteamento, o País manteve sua tendência<br />
de alta e contrariou a média internacional,<br />
que registrou queda de 4,5% <strong>em</strong> 2009. Os<br />
pedidos brasileiros no exterior cresceram<br />
significativamente desde 2005, <strong>em</strong>bora <strong>em</strong><br />
Balanço e Perspectivas<br />
números absolutos ainda sejam poucos<br />
frente ao potencial inovador da indústria<br />
brasileira.<br />
O <strong>INPI</strong> persegue as metas de iniciar<br />
o exame de patentes <strong>em</strong> até 36 meses<br />
a partir do depósito, e de concluir seu<br />
processamento <strong>em</strong> não mais que 48 meses.<br />
Observado o cronograma de contratações<br />
de examinadores, a meta traçada poderá ser<br />
alcançada até o ano de 2015.
INfoRMAtIzAção eM MARcAS<br />
Ao completar quatro anos, <strong>em</strong> <strong>2010</strong>, o sist<strong>em</strong>a eletrônico de marcas<br />
(e-Marcas) atingiu nível de utilização de 70% do total de pedidos feitos<br />
ao Instituto nesse ano. De janeiro a dez<strong>em</strong>bro foram feitas 129.620<br />
solicitações de marcas, sendo 91.119 pela Internet e 38.501 <strong>em</strong> papel.<br />
Gráfico 3 - Quantidade de Pedidos<br />
Além de reduzir os custos e simplificar os procedimentos de marcas,<br />
a adoção do sist<strong>em</strong>a eletrônico contribui para a agilidade das decisões<br />
no <strong>INPI</strong> e para um mundo com menos papel e mais sustentável. O<br />
e-Marcas também permite o recebimento e a tramitação de todas as<br />
d<strong>em</strong>ais petições referentes aos processos de marcas, além do depósito.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
27
28<br />
Gráfico 4 - Pedidos de Marcas <strong>em</strong> Papel e no e-Marcas<br />
A implantação da versão 2.0 dos formulários<br />
eletrônicos, planejada para o segundo<br />
s<strong>em</strong>estre de 2011, deve contribuir para<br />
impulsionar o sist<strong>em</strong>a. A versão 2.0 será mais<br />
aperfeiçoada que a 1. Além disso, o Portal de<br />
Marcas será reestruturado para apresentar as<br />
informações de forma mais clara, objetiva e<br />
de acesso fácil. Também trará a possibilidade<br />
da opção pela especificação livre (conforme<br />
já previsto na tabela de retribuições).<br />
Também com o objetivo de facilitar o<br />
processo, o Industrial Property Automation<br />
Syst<strong>em</strong>, ou Sist<strong>em</strong>a de Automação de<br />
Propriedade Industrial (IPAS), está sendo<br />
Balanço e Perspectivas
adaptado para o <strong>INPI</strong> desde março de 2009 – s<strong>em</strong> ônus para o Instituto<br />
– a partir do modelo da Organização Mundial da Propriedade Intelectual<br />
(OMPI). O IPAS é um sist<strong>em</strong>a modular para automatizar os negócios<br />
de registro de marcas e os processos administrativos de recepção do<br />
pedido de registro, incluindo as ações posteriores ao registro, tais como<br />
alterações, atribuições, renovações, anuidades, etc.<br />
Outro ponto merece ser destacado. O Protocolo de Madri é um sist<strong>em</strong>a<br />
internacional de depósito de marcas que garante aos usuários menos<br />
burocracia, redução de custos e mais facilidade na administração de<br />
suas marcas ao redor do mundo. A Diretoria de Marcas conseguiu<br />
se posicionar de maneira ativa frente ao desafio de se preparar para a<br />
eventual adoção do Protocolo no Brasil, o que, dentre outras exigências,<br />
obrigaria o <strong>INPI</strong> a oferecer, <strong>em</strong> até dezoito meses, um exame ao pedido<br />
encaminhado por aquela via. Nesse quesito, o <strong>INPI</strong> está pronto para<br />
lidar com o acordo.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
29
30<br />
PRoDutIvIDADe eM MARcAS<br />
Com as mudanças <strong>em</strong> andamento, a Diretoria<br />
de Marcas t<strong>em</strong> agora a chance de ultrapassar<br />
o meramente rotineiro, alçando-se ao nível<br />
de excelência que caracteriza os melhores<br />
escritórios de marcas do mundo.<br />
O avanço <strong>em</strong> termos de eficiência não<br />
significa apenas diminuir o estoque de<br />
pedidos não examinados. Ele representa<br />
também a diminuição no t<strong>em</strong>po médio de<br />
espera entre o depósito e o exame da marca.<br />
Se, <strong>em</strong> 2004, esse prazo chegava a 12 anos,<br />
<strong>em</strong> <strong>2007</strong> o <strong>INPI</strong> alcançou o patamar de 1<br />
ano. Embora este número tenha subido para<br />
Gráfico 5 - Pedidos decididos x pedidos depositados<br />
Balanço e Perspectivas<br />
1,87 ano <strong>em</strong> <strong>2010</strong>, é possível afirmar que<br />
a crônica situação de atraso já se encontra<br />
definitivamente superada.<br />
Algumas etapas foram fundamentais<br />
para esta mudança. O concurso público<br />
de 2004 mais do que dobrou o número<br />
de examinadores. Além disso, <strong>em</strong> 2006,<br />
também foi instituído o exame substantivo<br />
e, portanto, priorizado o exame de processos<br />
s<strong>em</strong> oposição ou prioridade unionista que<br />
exig<strong>em</strong> a consulta do processo <strong>em</strong> papel.<br />
Daí o aumento extraordinário no número de<br />
decisões <strong>em</strong> <strong>2007</strong>.
O aumento na produtividade refletiu-se na diminuição do backlog,<br />
<strong>em</strong>bora nos últimos três anos a variação tenha sido discreta, conforme<br />
o gráfico a seguir:<br />
Gráfico 6 - Evolução do backlog<br />
Observa-se também que, <strong>em</strong> <strong>2010</strong>, foi concluído o desenvolvimento de<br />
um sist<strong>em</strong>a de gestão da qualidade para a Diretoria, que começará a ser<br />
impl<strong>em</strong>entado <strong>em</strong> 2011.<br />
Deste contexto, conclui-se que as condições da Diretoria de Marcas<br />
progrediram bastante nos últimos anos <strong>em</strong> relação ao backlog, ao<br />
quantitativo de examinadores e ao estado de informatização do<br />
processamento dos pedidos de marca.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
31
32<br />
outRoS ReGIStRoS<br />
Os serviços do <strong>INPI</strong> não se restring<strong>em</strong> a<br />
marcas e patentes. Outros registros como<br />
Desenho Industrial, Indicações Geográficas<br />
e registro de software também são realizados<br />
pela Autarquia e estão <strong>em</strong> alta nos últimos<br />
anos no Brasil.<br />
Gráfico 7 - Pedidos de Desenho Industrial<br />
Balanço e Perspectivas<br />
A cada ano, a crescente d<strong>em</strong>anda dos usuários<br />
pelos registros de Desenho Industrial mostra<br />
que a proteção do design está se tornando<br />
cada vez mais importante no Brasil. De<br />
<strong>2007</strong> para <strong>2010</strong>, por ex<strong>em</strong>plo, as solicitações<br />
cresceram de 5.333 para 5.503.
Gráfico 8 - Exames de Desenho Industrial<br />
Para atender à d<strong>em</strong>anda, o <strong>INPI</strong> também v<strong>em</strong> atuando para ampliar<br />
sua produtividade. Neste sentido, os exames de Desenho Industrial<br />
passaram de 5.076 <strong>em</strong> <strong>2007</strong> para 7.899 <strong>em</strong> <strong>2010</strong>.<br />
O registro do software garante segurança jurídica ao titular do programa e<br />
serve como requisito para licitações governamentais. Com as vantagens<br />
geradas pela proteção, os pedidos de registros estão crescendo no <strong>INPI</strong>.<br />
De <strong>2007</strong> para 2008, os pedidos tiveram acréscimo de 17%, passando<br />
de 686 para 802. Em 2009, os pedidos chegaram a 921. Em <strong>2010</strong>, o<br />
aumento destes pedidos foi de 20%, totalizando 1.111 pedidos.<br />
O crescimento ganhou força porque, como parte das ações para reduzir<br />
o uso de papel, o <strong>INPI</strong> passou a permitir o depósito do código-fonte<br />
<strong>em</strong> CD ou DVD, o que tornou o processo mais simples e reduziu os<br />
custos drasticamente.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
33
34<br />
Gráfico 9 - Registros de Softwares<br />
Por sua vez, a Indicação Geográfica, que é<br />
uma forma de proteção muito valorizada na<br />
Europa, também está ganhando importância<br />
no Brasil, como uma forma de alavancar<br />
a produção regional. Há duas espécies de<br />
Indicações Geográficas: a Indicação de<br />
Procedência (IP), que delimita uma área<br />
conhecida pela fabricação de certos produtos<br />
e serviços, mas s<strong>em</strong> relação direta com o<br />
meio; e a Denominação de Orig<strong>em</strong> (DO),<br />
que reconhece produtos e serviços cujas<br />
características se dev<strong>em</strong> ao meio geográfico.<br />
Em <strong>2007</strong>, houve a solicitação de quatro<br />
pedidos, todos de brasileiros e da espécie IP.<br />
Balanço e Perspectivas<br />
Em 2008, também foram registradas quatro<br />
solicitações, sendo duas de brasileiros e outras<br />
duas de estrangeiros, incluindo três da espécie<br />
DO. Em 2009, das 11 solicitações feitas, sete<br />
eram nacionais e quatro internacionais, sendo<br />
cinco na espécie DO. Em <strong>2010</strong>, ocorreram<br />
13 solicitações de pedidos de nacionais e uma<br />
de estrangeiros, consolidando a tendência de<br />
aumento da d<strong>em</strong>anda por brasileiros, sendo<br />
que seis destas solicitações são da espécie<br />
de denominação de orig<strong>em</strong>. No total, já<br />
foram concedidas 12 indicações geográficas,<br />
pelo <strong>INPI</strong>, sendo quatro estrangeiras e<br />
uma brasileira na espécie DO, e as d<strong>em</strong>ais<br />
brasileiras na espécie IP.
Gráfico 10 - Pedidos de Indicações Geográficas<br />
Entre <strong>2007</strong> e <strong>2010</strong>, foram concedidas as seguintes IPs brasileiras:<br />
Pinto Bandeira (RS), para vinhos tinto, branco e espumante; Paraty<br />
(RJ), para cachaça e aguardente composta azulada; Vale do Submédio<br />
São Francisco (BA/PE), para manga e uvas de mesa; Vale dos Sinos<br />
(RS), para couro acabado e, <strong>em</strong> <strong>2010</strong>, foi concedida a primeira DO<br />
para brasileiros: Litoral Norte Gaúcho, região produtora de arroz.<br />
Anteriormente já haviam sido concedidas as seguintes IPs brasileiras:<br />
Região do Cerrado Mineiro (MG), para o café; Vale dos Vinhedos (RS),<br />
para vinhos tinto, branco e espumante; e Pampa Gaúcho da Campanha<br />
Meridional (RS), para carne bovina e derivados. As estrangeiras já<br />
concedidas são: San Daniele, para coxas de suínos frescas, presunto<br />
defumado cru; Região dos Vinhos Verdes, para vinhos; Cognac, para<br />
destilado vínico ou aguardente de vinho; e Franciacorta, para vinhos,<br />
vinhos espumantes e bebidas alcoólicas.<br />
Os produtores do Vale dos Vinhedos e do Cerrado Mineiro buscam a<br />
transformação de sua IP <strong>em</strong> DO, devendo ser observado que, a partir<br />
da concessão do registro (certificação) no Brasil, o Vale dos Vinhedos<br />
conseguiu o reconhecimento da União Europeia, valorizando seus<br />
vinhos tanto no Brasil quanto no exterior.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
35
36<br />
tRANSfeRêNcIA De tecNoloGIA<br />
O <strong>INPI</strong> também atua no mercado de<br />
transferência de tecnologia por meio<br />
da averbação de contratos de uso de<br />
marcas, exploração de patentes e desenhos<br />
industriais, know how e prestação de serviços.<br />
Entre <strong>2007</strong> e <strong>2010</strong>, um dos destaques foi o<br />
crescimento da participação das atividades<br />
de transferência de tecnologia no mercado<br />
interno, a partir das Instituições Científicas e<br />
Tecnológicas (ICTs).<br />
Gráfico 11 - Contratos e consultas<br />
Balanço e Perspectivas<br />
No período de <strong>2007</strong> a <strong>2010</strong> (gráfico abaixo),<br />
entre requerimentos de averbação e consultas<br />
simples, foram protocoladas na Diretoria<br />
10.852 solicitações e foram expedidos 6.326<br />
certificados de averbação, representando<br />
57% das decisões do período. Os contratos<br />
indeferidos representaram 3% das decisões,<br />
a maior parte deles por apresentar objetos<br />
contratuais que não se caracterizaram como<br />
transferência de tecnologia.
Gráfico 12 - Pagamentos ao Exterior<br />
Em relação aos pagamentos ao exterior (gráfico acima), as <strong>em</strong>presas só<br />
pod<strong>em</strong> efetuar r<strong>em</strong>essas relativas a royalties pela exploração de direitos<br />
de propriedade industrial e a pagamentos por know-how, assistência<br />
técnica e franquia de posse do Certificado de Averbação <strong>em</strong>itido pelo<br />
<strong>INPI</strong>. O valor r<strong>em</strong>etido <strong>em</strong> <strong>2010</strong> aumentou 287% <strong>em</strong> relação a 2004.<br />
Diante da importância da transferência de tecnologia, o <strong>INPI</strong> também<br />
atuou <strong>em</strong> alguns processos estratégicos, como: Grupo de trabalho<br />
sobre o Tr<strong>em</strong> de Alta Velocidade – TAV; e o Acordo de Cooperação<br />
entre o <strong>INPI</strong> e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)<br />
sobre Propriedade Intelectual e a Defesa da Concorrência.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
37
38<br />
AtRAção De INveStIMeNtoS<br />
A atuação do <strong>INPI</strong> garantindo segurança<br />
jurídica nas inovações e na transferência de<br />
tecnologia mostrou-se determinante para<br />
a decisão de investimentos importantes,<br />
como foram os centros de pesquisa<br />
e desenvolvimento da GE e da IBM,<br />
Balanço e Perspectivas<br />
anunciados recent<strong>em</strong>ente. O Instituto se<br />
preparou para atuar junto ao BNDES, à<br />
Apex-Brasil e às agências do Ministério<br />
da Ciência e Tecnologia para d<strong>em</strong>onstrar<br />
aos potenciais investidores as excelentes<br />
oportunidades que se abr<strong>em</strong> no Brasil.
coNScIeNtIzAção<br />
O interesse crescente do público nacional pela propriedade intelectual<br />
só seria possível com o intenso trabalho de conscientização que o <strong>INPI</strong><br />
t<strong>em</strong> feito <strong>em</strong> todo o território nacional. Os números e as realizações<br />
d<strong>em</strong>onstram o sucesso deste trabalho. O número de pessoas atendidas<br />
pelo <strong>INPI</strong> <strong>em</strong> eventos passou de 8.944 <strong>em</strong> <strong>2007</strong> para 12.714 <strong>em</strong> <strong>2010</strong>.<br />
Entre as ações de diss<strong>em</strong>inação da propriedade intelectual, exist<strong>em</strong><br />
parcerias com universidades, instituições de pesquisa, agências de<br />
fomento, <strong>em</strong>presas, entidades de classe e outras instituições voltadas<br />
para o desenvolvimento econômico. Neste contexto, merece ser citada<br />
a parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e o Serviço Nacional de<br />
Aprendizag<strong>em</strong> Industrial (SENAI).<br />
Foram capacitados 426 técnicos do Sist<strong>em</strong>a Indústria; instaladas<br />
estações de trabalho para prestar serviços de informação tecnológica,<br />
como acesso ao banco de patentes nas unidades regionais do SENAI;<br />
foi desenvolvido um manual de gestão da PI para todas as unidades do<br />
Sist<strong>em</strong>a no Brasil; e, por fim, estão sendo oferecidos dois cursos sobre<br />
o t<strong>em</strong>a para jovens e adultos no SENAI.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
39
40<br />
PolítIcA De DeSeNvolvIMeNto PRoDutIvo (PDP)<br />
O <strong>INPI</strong> participou de 27 Comitês da PDP,<br />
aportando informações sobre a atividade<br />
inovadora e sobre a geração de capital<br />
intelectual no Brasil e nos mercados externos<br />
de interesse para as <strong>em</strong>presas brasileiras.<br />
Algumas ações especiais de alto impacto<br />
foram desenvolvidas como, por ex<strong>em</strong>plo,<br />
a criação do Observatório de Tecnologias<br />
do Agronegócio, por meio do Acordo de<br />
Cooperação entre o <strong>INPI</strong>, o Ministério da<br />
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a<br />
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária<br />
(Embrapa); e iniciativas similares para<br />
o Complexo Industrial da Saúde, para a<br />
prospecção e fomento aos usos avançados<br />
Balanço e Perspectivas<br />
e sustentáveis da biodiversidade brasileira, à<br />
geração e ao uso de energias renováveis e ao<br />
desenvolvimento de tecnologias de defesa e<br />
de usos duais.<br />
Merec<strong>em</strong> destaque, também, o Projeto de<br />
Cooperação Operacional e Informação<br />
<strong>em</strong> PI para a América Latina – que pode<br />
contribuir para a celebração de parcerias<br />
tecnológicas no continente; o esforço de<br />
monitoramento de nanotecnologias –<br />
que poderá ensejar a criação de mais um<br />
Observatório; e o desenvolvimento de<br />
ações especialmente voltadas para a inclusão<br />
tecnológica das micro e pequenas <strong>em</strong>presas.
PeSquISA e eNSINo<br />
A Acad<strong>em</strong>ia da Propriedade Intelectual, Inovação e Desenvolvimento<br />
t<strong>em</strong> como objetivo promover o ensino, a pesquisa e a extensão sobre<br />
propriedade intelectual e inovação. Para tanto, realiza as seguintes<br />
atividades: Capacitação <strong>em</strong> Cursos de Curta Duração, Treinamentos<br />
Especiais, Eventos e o Programa de Mestrado Profissional <strong>em</strong><br />
Propriedade Intelectual e Inovação.<br />
Os cursos de curta duração abrang<strong>em</strong> os Cursos Básico, Intermediário<br />
e Avançado de Propriedade Intelectual decorrente dos acordos de<br />
cooperação entre o <strong>INPI</strong> e os agentes do Sist<strong>em</strong>a Brasileiro de Inovação<br />
(universidades, institutos de pesquisas, órgãos governamentais e<br />
associações <strong>em</strong>presariais). Estes cursos são presenciais e têm duração<br />
de 40 horas para o básico e o intermediário, e 32 horas para o avançado.<br />
Os Treinamentos Especiais são os Cursos Customizados, Redação<br />
de Patente (Patent Drafting) e Sucesso de Licenciamento Tecnológico<br />
(STL), sendo os dois últimos frutos de uma parceria entre o <strong>INPI</strong> e a<br />
Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).<br />
O Programa de Mestrado Profissional <strong>em</strong> Propriedade Intelectual e<br />
Inovação oferece o curso de mestrado profissional credenciado pela<br />
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior<br />
(CAPES) e realiza atividades de pesquisas para produção de conhecimento<br />
relativo à propriedade intelectual, inovação e desenvolvimento.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
41
42<br />
Os Eventos são atividades relativas às<br />
discussões acadêmicas sobre propriedade<br />
intelectual, inovação e desenvolvimento.<br />
Neste sentido, existe o PI <strong>em</strong> Questão, que<br />
é o s<strong>em</strong>inário para debater t<strong>em</strong>as sobre<br />
propriedade intelectual. Também é realizado<br />
Balanço e Perspectivas<br />
o Encontro Acadêmico de Propriedade<br />
Intelectual, Inovação e Desenvolvimento<br />
(ENAPID) como meio de apresentação de<br />
trabalhos científicos sobre os t<strong>em</strong>as acima.<br />
Tais eventos consolidam um espaço para<br />
reflexão e discussão no Brasil.<br />
Tabela 3 - Número de cursos básicos, intermediários<br />
e avançados <strong>em</strong> propriedade intelectual e o número de<br />
pessoas capacitadas no período de 2005-<strong>2010</strong><br />
Ano Cursos Pessoas Capacitadas<br />
2005 15 574<br />
2006 57 1.695<br />
<strong>2007</strong> 37 1.184<br />
2008 34 891<br />
2009 32 1.011<br />
<strong>2010</strong> 34 1.176<br />
Total 209 6.531<br />
Tabela 4 - Número de pessoas capacitadas nos cursos básicos, intermediários e avançados<br />
<strong>em</strong> propriedade intelectual por regiões do Brasil no período de 2005-<strong>2010</strong><br />
Cursos/Regiões Norte Centro-Oeste Nordeste Sudeste Sul<br />
Básico 193 404 707 1.651 428<br />
Intermediário 98 198 272 531 280<br />
Avançado 90 114 144 404 138<br />
Oficinas 30 0 0 302 264<br />
Total 411 716 1.123 2.888 1.110
Tabela 5 - Atividades de capacitação de curta duração e número de<br />
alunos formados <strong>em</strong> <strong>2010</strong><br />
<strong>2010</strong><br />
Atividade<br />
Número de Total de<br />
Alunos Formados Atividades<br />
Oficinas de Propriedade Intelectual 47 03<br />
Capacitação de funcionários de instituições públicas<br />
e privadas<br />
596 17<br />
Patent Drafting 50 01<br />
Visita de alunos de Graduação 45 02<br />
Ensino à Distância DL 101P 196 01<br />
Treinamento Internacional 119 05<br />
WIPO Summer School 20 01<br />
Total 1.073 30<br />
Tabela 6 - Número de candidatos inscritos e aprovados no processo<br />
seletivo do Programa de Mestrado Profissional <strong>em</strong> Propriedade<br />
Intelectual e Inovação de 2006 a <strong>2010</strong><br />
Período Número de candidatos Inscritos Número de candidatos aprovados<br />
2006/<strong>2007</strong> 100 29<br />
<strong>2007</strong>/2008 124 24<br />
2008/2009 53 14<br />
2009/<strong>2010</strong> 66 22<br />
<strong>2010</strong>/2011 87 26<br />
Tabela 7 - Orig<strong>em</strong> dos candidatos aprovados, segundo região do<br />
Brasil e Estado do Rio de Janeiro, <strong>em</strong> porcentag<strong>em</strong><br />
Período<br />
Rio de<br />
Janeiro<br />
Sudeste,<br />
exceto RJ<br />
Sul<br />
Centro-<br />
Oeste<br />
Nordeste Norte<br />
2006/<strong>2007</strong> 68,97 20,69 3,45 0,00 0,00 6,90<br />
<strong>2007</strong>/2008 87,50 8,33 0,00 0,00 0,00 4,17<br />
2008/2009 71,43 14,29 7,14 0,00 0,00 7,14<br />
2009/<strong>2010</strong> 63,64 13,64 9,09 4,55 4,55 4,55<br />
<strong>2010</strong>/2011 84,62 3,85 0,00 3,85 7,69 0,00<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
43
44<br />
Tabela 8 - Número de alunos concluintes<br />
do Curso de Mestrado <strong>em</strong> Propriedade<br />
Intelectual e Inovação do <strong>INPI</strong><br />
Gráfico 12 - Publicação científica de <strong>2007</strong>-<strong>2010</strong><br />
Balanço e Perspectivas<br />
Ano Alunos concluintes<br />
2008 01<br />
2009 09<br />
<strong>2010</strong> 18
Tabela 9 - Número de eventos realizados e número de participantes<br />
do PI <strong>em</strong> Questão e do Encontro Acadêmico <strong>em</strong> Propriedade<br />
Intelectual, Inovação e Desenvolvimento (ENAPID) no período<br />
de 2008 a <strong>2010</strong><br />
PI <strong>em</strong> Questão ENAPID<br />
Ano<br />
Número de<br />
Eventos<br />
Número de<br />
participantes<br />
Número de<br />
Eventos<br />
Número de<br />
participantes<br />
2008 6 213 1 45<br />
2009 3 191 1 240<br />
<strong>2010</strong> 6 327 1 231<br />
Essas iniciativas se somam ao intenso esforço de oferecer capacitação<br />
<strong>em</strong> todos os níveis educacionais sobre a inovação e a propriedade<br />
intelectual. Ex<strong>em</strong>plo recente desse esforço foi a celebração de convênio<br />
com o Ministério da Educação, que permitirá levar a todas as escolas<br />
técnicas federais as principais noções acerca de proteção da propriedade<br />
intelectual e do <strong>em</strong>preendedorismo de base tecnológica.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
45
46<br />
DISSeMINAção De coNhecIMeNto tecNolóGIco<br />
Com a preocupação de auxiliar o<br />
desenvolvimento tecnológico do País,<br />
o <strong>INPI</strong> presta serviços de informação,<br />
elabora produtos baseados <strong>em</strong> informação<br />
de patentes e executa um programa de<br />
diss<strong>em</strong>inação da informação de patentes.<br />
Em seu acervo, o Banco de Patentes,<br />
encontram-se 32 milhões de referências<br />
de documentos originados dos principais<br />
países industrializados e de organizações<br />
internacionais, além da documentação<br />
brasileira.<br />
As ações de divulgação da informação<br />
tecnológica contribu<strong>em</strong> para auxiliar o<br />
público nacional e subsidiar as políticas<br />
públicas nacionais. Com este objetivo, foi<br />
criada, no Portal do Instituto na Internet,<br />
uma “Base de Patentes <strong>em</strong> Aniversário”,<br />
na qual os interessados pod<strong>em</strong> encontrar<br />
Balanço e Perspectivas<br />
tecnologias que caíram <strong>em</strong> domínio público<br />
e pod<strong>em</strong> ser usadas amplamente.<br />
No Portal do Instituto, os cidadãos também<br />
pod<strong>em</strong> fazer pesquisas gratuitas de Marcas,<br />
Patentes e Desenhos Industriais. Para<br />
pesquisas mais completas e específicas,<br />
também é possível solicitar diretamente ao<br />
<strong>INPI</strong> ou dirigir-se à sede da Autarquia.<br />
De <strong>2007</strong> a <strong>2010</strong>, a partir da informação<br />
contida nos documentos de patentes, o<br />
<strong>INPI</strong> também produziu estudos sobre t<strong>em</strong>as<br />
como células-tronco e biodiesel.<br />
Na mesma linha, foram publicados, <strong>em</strong><br />
<strong>2010</strong>, 26 “Alertas Tecnológicos”, mostrando<br />
quais são as tecnologias, as <strong>em</strong>presas e<br />
os países que mais pediram patentes <strong>em</strong><br />
determinados setores, como nanotecnologia<br />
e energia eólica/solar.
cooPeRAção INteRNAcIoNAl eM PRoPRIeDADe<br />
INtelectuAl<br />
Como o sist<strong>em</strong>a de propriedade intelectual apresenta oportunidades<br />
e desafios globais, o <strong>INPI</strong> também investiu <strong>em</strong> parcerias e eventos<br />
internacionais para ampliar o intercâmbio entre o Brasil e o exterior na<br />
área de PI, ampliando o uso estratégico do sist<strong>em</strong>a no País.<br />
Um dos projetos mais avançados se refere à cooperação entre os países<br />
da América do Sul. O projeto inclui a geração de uma plataforma<br />
integrada de sist<strong>em</strong>as para a região; um mecanismo de cooperação nos<br />
exames de marcas e patentes; e a criação de um Portal na Internet para<br />
os usuários da região, que poderão fazer pesquisas e consultar legislações<br />
de todos os países, além de, possivelmente, solicitar<strong>em</strong> direitos com<br />
mais facilidade. Nove países faz<strong>em</strong> parte do projeto: Brasil, Argentina,<br />
Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Suriname e Uruguai.<br />
Em outra parceria importante, o <strong>INPI</strong> trouxe ao Brasil, de 2008 a <strong>2010</strong>,<br />
especialistas do Escritório Americano de Marcas e Patentes (USPTO,<br />
na sigla <strong>em</strong> inglês) para explicar como o <strong>em</strong>presário nacional poderá<br />
garantir seus direitos de propriedade intelectual na maior economia do<br />
mundo – responsável por cerca de um quarto do PIB mundial. Com<br />
este modelo de Roadshow, o <strong>INPI</strong> incentiva os <strong>em</strong>preendedores de várias<br />
regiões a proteger seus ativos <strong>em</strong> outros países, o que é fundamental<br />
para qu<strong>em</strong> exporta ou pretende exportar.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
47
48<br />
DefeSA DA PI<br />
A nova atuação do <strong>INPI</strong> no combate<br />
à pirataria incluirá a Autarquia entre os<br />
principais atores que defend<strong>em</strong> a propriedade<br />
intelectual no Brasil. Esta atuação terá três<br />
focos principais: conscientização, mediação<br />
e repressão. Em todos, a cooperação com a<br />
sociedade será uma estratégia fundamental.<br />
Estarão entre os parceiros principais: o<br />
Conselho Nacional de Combate à Pirataria<br />
e Delitos contra a Propriedade Intelectual;<br />
o Conselho Administrativo de Defesa<br />
Econômica; a Secretaria da Receita Federal;<br />
Balanço e Perspectivas<br />
e o Departamento de Polícia Federal, além<br />
de governos estaduais e municipais.<br />
O <strong>INPI</strong> irá se articular com representantes<br />
da sociedade que já atuam neste campo para<br />
mostrar ao público nacional como a pirataria<br />
impede a geração de <strong>em</strong>pregos, a arrecadação<br />
de impostos e o desenvolvimento da<br />
economia nacional. A pirataria também se<br />
relaciona a diversas atividades criminosas,<br />
inclusive alimentando-as com os recursos<br />
oriundos deste comércio.
AtuAção No juDIcIáRIo<br />
Em busca de um ambiente favorável aos negócios, o <strong>INPI</strong> v<strong>em</strong> agindo,<br />
nos últimos anos, para defender seus entendimentos e combater <strong>em</strong><br />
juízo o que entende ser uso indevido dos direitos de PI. Este trabalho<br />
passa pela consolidação na Justiça de entendimentos sobre aspectos<br />
complexos do sist<strong>em</strong>a de PI e suas implicações. Diante da importância<br />
do t<strong>em</strong>a, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro e<br />
Espírito Santo) criou varas e turmas especializadas <strong>em</strong> propriedade<br />
intelectual, às quais o <strong>INPI</strong> assiste não apenas mediante cuidadosa<br />
participação nos processos, mas também por meio da organização ou<br />
do apoio a eventos de capacitação e discussão de teses.<br />
A pacificação de t<strong>em</strong>as como a validade dos pipelines e a extensão<br />
dos direitos concedidos anteriormente ao acordo TRIPS constitu<strong>em</strong><br />
ex<strong>em</strong>plos dos resultados que pod<strong>em</strong> ser atribuídos a este tipo de atuação.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
49
<strong>INPI</strong> - Perspectivas<br />
futuras
<strong>INPI</strong> - Perspectivas futuras<br />
O Planejamento Estratégico do <strong>INPI</strong> sugere<br />
que a próxima etapa de desenvolvimento<br />
do Instituto e do sist<strong>em</strong>a brasileiro de<br />
propriedade industrial (ou de propriedade<br />
intelectual de interesse da indústria brasileira)<br />
será caracterizada pela consolidação dos<br />
resultados alcançados nos últimos anos e<br />
pelo avanço das reformas estruturais.<br />
Essas iniciativas têm por objetivos a eficiência<br />
e a qualidade nos exames, e a promoção do<br />
uso estratégico da propriedade industrial por<br />
brasileiros e residentes no Brasil. A etapa<br />
2011-2015 também deverá ser marcada pelo<br />
aprofundamento da inserção internacional<br />
do <strong>INPI</strong>, com ênfase na colaboração<br />
regional, e no des<strong>em</strong>penho de papéis de<br />
maior relevância no contexto global.<br />
Conforme vislumbrado no Planejamento<br />
Estratégico para o próximo período, a ação<br />
futura poderá ser organizada <strong>em</strong> quatro<br />
dimensões principais: eficiência e qualidade<br />
operacional, promoção do uso estratégico<br />
da propriedade intelectual (PI) por<br />
brasileiros e residentes; integração regional;<br />
e aperfeiçoamento do sist<strong>em</strong>a global de PI e<br />
reposicionamento do <strong>INPI</strong>.<br />
53
54<br />
efIcIêNcIA e quAlIDADe oPeRAcIoNAl<br />
As reformas estruturais <strong>em</strong>preendidas<br />
pelo <strong>INPI</strong> nos últimos anos deverão ser<br />
aprofundadas para que se possa obter<br />
os resultados pretendidos <strong>em</strong> termos<br />
de capacidade de exame e concessão de<br />
patentes, marcas e outros registros, de<br />
fomento à geração de patentes e outros<br />
títulos de PI, por brasileiros e residentes,<br />
e de oferta de um ambiente institucional<br />
favorável ao investimento <strong>em</strong> pesquisa e<br />
desenvolvimento. O avanço necessário<br />
implica nas seguintes linhas de ação:<br />
1. Continuação do esforço de contratação<br />
e qualificação de profissionais<br />
especialmente na área de patentes, mas<br />
também nas d<strong>em</strong>ais áreas operacionais<br />
e nas áreas administrativa e de serviços<br />
de tecnologia da informação, já muito<br />
pressionadas pelo crescimento do volume<br />
de trabalho e das dimensões do <strong>INPI</strong>;<br />
2. Impl<strong>em</strong>entação das mudanças previstas<br />
na estrutura recent<strong>em</strong>ente instituída,<br />
notadamente o controle da qualidade<br />
das decisões e a separação das<br />
atividades de revisão de decisões sobre<br />
patentes, marcas e outros registros; a<br />
operacionalização das atividades de<br />
promoção do respeito à propriedade<br />
intelectual, incluídos esforços de<br />
capacitação técnica de agentes atuantes<br />
Balanço e Perspectivas<br />
no combate à contrafação e à pirataria,<br />
o estabelecimento de câmaras de<br />
mediação e arbitrag<strong>em</strong> para solução de<br />
controvérsias relativas a direitos de PI;<br />
e a comunicação com a sociedade <strong>em</strong><br />
geral, a ampliação da rede de parcerias da<br />
Acad<strong>em</strong>ia do <strong>INPI</strong> e a oferta de novos<br />
programas de educação média, superior<br />
e de pós-graduação, lato e stricto sensu.<br />
3. O aprofundamento da transformação<br />
nos processos de trabalho das diversas<br />
áreas de exame – especialmente na área<br />
de patentes –, com a introdução de ritos<br />
diferenciados para exame de inventos e<br />
modelos de utilidades, e com o uso mais<br />
intensivo dos recursos informacionais<br />
recebidos de escritórios de PI de países<br />
com os quais o Brasil mantém acordos<br />
de cooperação <strong>em</strong> matéria patentária e<br />
de terceiros interessados; e<br />
4. A conclusão do desenvolvimento e<br />
a implantação da nova geração de<br />
sist<strong>em</strong>as de informação (e-<strong>INPI</strong> 2.0).<br />
Esses novos sist<strong>em</strong>as permitirão que<br />
todos os depósitos e solicitações de<br />
usuários ocorram por meio da Internet,<br />
e concluirão a automação do fluxo de<br />
trabalho das diferentes áreas técnicas do<br />
<strong>INPI</strong>, tornando prescindível a circulação<br />
de quaisquer documentos <strong>em</strong> papel.
PRoMoção Do uSo eStRAtéGIco DA PI<br />
Deter portfólios de marcas, patentes e outras formas de propriedade<br />
intelectual se afirma, no mundo inteiro, como fundamental para<br />
a conquista e manutenção da competitividade, especialmente nos<br />
mercados de maior valor agregado. É tímida, contudo, a participação<br />
dos brasileiros no sist<strong>em</strong>a internacional de proteção e, no que tange às<br />
patentes, são poucas ainda até mesmo as solicitações por direitos no<br />
território brasileiro.<br />
Ações educacionais e de promoção deverão levar informação e<br />
meios para que cidadãos e <strong>em</strong>presas de todos os portes protejam sua<br />
propriedade intelectual no Brasil e nos d<strong>em</strong>ais mercados relevantes.<br />
Deverá ser consolidada a parceria com o Sist<strong>em</strong>a S, ampliando a rede<br />
de serviços oferecida por meio do SENAI e do IEL, e desenvolvendo<br />
ações de maior capilaridade com o SEBRAE.<br />
Ações institucionais deverão facilitar o acesso dos brasileiros e<br />
residentes aos sist<strong>em</strong>as de proteção oferecidos <strong>em</strong> outros países. Essas<br />
ações inclu<strong>em</strong> a adesão ao Protocolo de Madrid (para marcas) e ao<br />
Tratado de Haia (para desenhos industriais).<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
55
56<br />
INteGRAção ReGIoNAl<br />
A expansão das economias do continente<br />
sul-americano t<strong>em</strong> aumentado o interesse<br />
para a realização de investimentos nos países<br />
da região. Consequência natural desse fato é<br />
o aumento significativo, <strong>em</strong> todos os países<br />
sul-americanos, do número de solicitações<br />
de marcas e patentes por estrangeiros.<br />
A mirar-se no ocorrido na Coréia e na China,<br />
ao aumento do interesse de estrangeiros<br />
deverá seguir-se aumento igualmente<br />
expressivo ou ainda maior dos depósitos<br />
por residentes, especialmente se for<strong>em</strong><br />
b<strong>em</strong> sucedidas as iniciativas de fomento à<br />
inovação previstas nas políticas industriais<br />
do Brasil e de outros países da região.<br />
Frente a essa realidade, apenas três caminhos<br />
se abr<strong>em</strong> no que toca ao exame de patentes:<br />
1. Cada país equipará seu <strong>INPI</strong> ou<br />
organismo s<strong>em</strong>elhante com centenas<br />
de examinadores – o que é difícil para<br />
o Brasil e para outros países de grandes<br />
dimensões da região, e é virtualmente<br />
impossível para os países menores; ou<br />
2. Deixará o quadro de examinadores<br />
do tamanho <strong>em</strong> que se encontra e<br />
não celebrará acordos de cooperação<br />
operacional. Será então necessário<br />
Balanço e Perspectivas<br />
desistir de examinar patentes de modo<br />
substantivo na maior parte dos países<br />
do continente e, mesmo no Brasil,<br />
será necessário adotar critérios para<br />
decidir que patentes merecerão exames<br />
substantivos antes da concessão – o que<br />
não convém <strong>em</strong> nada para uma região<br />
que pretende fazer-se competitiva por<br />
meio da inovação; ou<br />
3. Adotar-se-ão soluções colaborativas no<br />
exame de patentes, como ocorreu na<br />
Europa Ocidental (Escritório Europeu<br />
de Patentes), nas ex-repúblicas soviéticas<br />
(Escritório Eurasiático de Patentes) e<br />
como v<strong>em</strong> ocorrendo <strong>em</strong> outras regiões.<br />
Esta última parece ser a única solução viável,<br />
<strong>em</strong>bora apresente grande complexidade.<br />
Os <strong>INPI</strong>s da América Latina já avançam<br />
nessa direção, tendo contratado com o BID<br />
recursos para a criação de uma plataforma<br />
de intercomunicação de sist<strong>em</strong>as que<br />
permita a realização de buscas e exames<br />
colaborativos. Os próximos passos inclu<strong>em</strong><br />
o pleno desenvolvimento e implantação<br />
dessa plataforma e, mais complexo, o<br />
estabelecimento de protocolos e marcos<br />
institucionais que possibilit<strong>em</strong> e coorden<strong>em</strong><br />
a cooperação.
APeRfeIçoAMeNto Do SISteMA GloBAl De PI e<br />
RePoSIcIoNAMeNto Do <strong>INPI</strong><br />
O Brasil t<strong>em</strong> des<strong>em</strong>penhado papel relevante nas discussões<br />
internacionais sobre propriedade industrial e, desde 2009, opera como<br />
autoridade internacional do sist<strong>em</strong>a de patentes, o que lhe garante<br />
oportunidades de contribuir para o aperfeiçoamento do sist<strong>em</strong>a.<br />
A ação no flanco multilateral t<strong>em</strong> tido como objetivo central garantir que<br />
o sist<strong>em</strong>a internacional de PI aporte benefícios ao desenvolvimento de<br />
todos os países, e não apenas àqueles de longa tradição tecnológica, que<br />
abrigam <strong>em</strong> seu território os first-movers dos processos de inovação. Para<br />
isso, é particularmente importante que se garanta exame de patentes<br />
de alta qualidade <strong>em</strong> todos os países, superando-se a situação atual na<br />
qual a maior parte dos países <strong>em</strong> desenvolvimento concede direitos<br />
patentários s<strong>em</strong> exame substantivo de mérito.<br />
Essa prática é indesejável porque permite o uso oportunista do sist<strong>em</strong>a<br />
de patentes. Patentes de nenhum ou baixo alcance inventivo se prestam,<br />
nessa situação, para fechar os mercados mais dinâmicos desses países<br />
para as <strong>em</strong>presas que, por qualquer razão, consigam apresentar pedidos<br />
de patentes antes de seus concorrentes, independent<strong>em</strong>ente do mérito<br />
tecnológico. Tal situação pode ser muito desfavorável para países que<br />
ainda geram pequenos volumes de patentes, como é o caso do Brasil e<br />
de muitos outros países <strong>em</strong> desenvolvimento.<br />
<strong>INPI</strong> <strong>em</strong> <strong>Transformação</strong><br />
57
58<br />
O caminho de atuação é o de promover o<br />
fortalecimento e o aumento da qualidade<br />
dos serviços oferecidos aos escritórios<br />
nacionais pelo Tratado de Cooperação <strong>em</strong><br />
Matéria de Patentes. S<strong>em</strong>pre de natureza<br />
eletiva, conceder direitos com base <strong>em</strong><br />
busca e exame realizados com qualidade<br />
por autoridade internacional representará<br />
significativo avanço frente à realidade da<br />
concessão de patentes s<strong>em</strong> qualquer exame,<br />
como ainda ocorre <strong>em</strong> muitos países.<br />
Balanço e Perspectivas<br />
A ampliação da qualidade dos serviços<br />
internacionais poderá ensejar, ainda, redução<br />
da replicação de trabalho <strong>em</strong> todos os<br />
escritórios, com consequente aumento da<br />
eficiência e da qualidade final dos serviços<br />
<strong>em</strong> todos os países. O Brasil t<strong>em</strong> condição<br />
e oportunidade para liderar o processo<br />
de transformação, pois t<strong>em</strong> elaborado<br />
propostas viáveis e poderá promovê-las,<br />
possivelmente <strong>em</strong> associação com outros<br />
países, desenvolvidos e <strong>em</strong> desenvolvimento.
A transformação pela qual passa o <strong>INPI</strong> é o resultado de um esforço de vários atores do Governo Federal <strong>em</strong> diversos<br />
momentos, incluindo Ministros de Estado, Presidentes e Diretores da Autarquia na gestão do Presidente Luiz Inácio<br />
Lula da Silva.<br />
Ministros de Estado do Desenvolvimento, Indústria<br />
e Comércio Exterior<br />
Luiz Fernando Furlan<br />
Miguel João Jorge Filho<br />
Presidentes do <strong>INPI</strong><br />
Roberto Jaguaribe Gomes de Mattos<br />
Jorge de Paula Costa Avila<br />
Vice-Presidentes<br />
Jorge de Paula Costa Avila<br />
Ad<strong>em</strong>ir Tardelli<br />
Chefe de Gabinete<br />
Josefina Sales de Oliveira<br />
Diretor de Patentes<br />
Carlos Pazos Rodriguez<br />
Diretora de Marcas<br />
Terezinha de Jesus Guimarães<br />
Diretor de Contratos de Tecnologia e Outros<br />
Registros<br />
Breno Bello de Almeida Neves<br />
Diretores de Articulação e Informação Tecnológica<br />
Maria Beatriz Amorim-Borher<br />
Marco Antônio Albuquerque de Araújo Lima<br />
Sérgio Medeiros Paulino de Carvalho<br />
Diretores de Administração e Serviços<br />
Hélio Meirelles Cardoso<br />
Júlio César Dutra de Oliveira
Esta é uma publicação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial – <strong>INPI</strong>,<br />
editada pela Coordenação-Geral de Comunicação Social - CGCOM<br />
Coordenadora-Geral<br />
Lúcia Motta<br />
Redator<br />
Marcelo Chimento<br />
Apoio<br />
Maratan Marques<br />
Gláucio Botelho<br />
Textos fornecidos pelas áreas do <strong>INPI</strong><br />
Projeto Gráfico<br />
Tag Comunicação<br />
Fotos<br />
Helmut Hossmann<br />
Impressão<br />
Midiograf