Placas-Mãe (.pdf)
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CEFET-SP Centro Federal de Educação Tecnológica São Paulo<br />
São Paulo, novembro de 2004<br />
<strong>Placas</strong> <strong>Mãe</strong> para servidores de<br />
rede e multiprocessamento<br />
Componentes:<br />
Elvis Agostinho Camilo prontuario:0457752<br />
Paulo Roberto Rodrigues Estanqueiro prontuario:045799X<br />
Ramiro Tadeu Wisnieski prontuario:0457876<br />
Ronaldo da Silva Braun prontuario:0457761<br />
Professor: Ricardo Massashi Abe<br />
1
Sumario<br />
Introdução..................................................................................................3<br />
Evolução das placas mãe..........................................................................4<br />
Componentes de uma placa mãe..............................................................4<br />
O BIOS.......................................................................................................4<br />
Slots...........................................................................................................5<br />
Barrametos de expansão...........................................................................5<br />
Soquetes....................................................................................................6<br />
Portas de comunicação..............................................................................7<br />
O Chipset...................................................................................................8<br />
Regulador de voltagem..............................................................................8<br />
Gerador de clock........................................................................................9<br />
Alguns chipsets para servidores no mercado.............................................9<br />
Utilização de placas mãe para servidores..................................................10<br />
Software......................................................................................................11<br />
Processadores ...........................................................................................11<br />
Multiprocessamento ...................................................................................15<br />
tendências ...................................................................................................21<br />
Conclusão....................................................................................................22<br />
Bibliografia e referencias ............................................................................23<br />
2
Introdução<br />
O computador e a placa-mãe estão fortemente relacionados. Os componentes<br />
nela presentes determinam questões como compatibilidade, estabilidade e<br />
também longevidade da máquina.<br />
Ela é que deve garantir que todos os dispositivos do computador se<br />
intercomuniquem. Acima de tudo, a Placa-mãe possui os circuitos necessários<br />
para o funcionamento do processador. Sem o processador a placa-mãe não<br />
consegue realizar nenhuma de suas tarefas básicas e obviamente um<br />
processador sem placa-mãe não apresenta nenhuma utilidade.<br />
Uma placa-mãe determina o tipo de dispositivo que pode ser incorporado ao<br />
computador. Não existem placas-mãe universais que permitam a utilização de<br />
qualquer processador, de qualquer tipo de memória e de qualquer placa de<br />
expansão. Os mínimos detalhes são determinados pela placa-mãe.<br />
Normalmente uma placa mãe contém a CPU, a BIOS, memória, portas seriais,<br />
paralelas e USB, slots de expansão e controladores para os periféricos padrões,<br />
como teclado e drive de disquete. Todos estes controladores residem em um<br />
conjunto de chips, ou seja, o chipset.<br />
A finalidade deste texto é , fazer um breve estudo da utilização de placas mães<br />
em aplicações de missão crítica. Entendemos por aplicações de missão crítica,<br />
uma aplicação que requer alta disponibilidade e alta segurança. A disponibilidade<br />
está relacionada à velocidade com que obtenho as informações necessárias,<br />
assim como a segurança relaciona-se a capacidade de manter minhas<br />
informações integras e seguras.<br />
Para se especificar determinada placa-mãe, primeiramente temos que avaliar o<br />
uso do equipamento, pois isso vai atuar de forma determinística na especificação<br />
de seus requisitos técnicos. Também devemos considerar o conjunto placa mãe e<br />
processador como um todo, pois a escolha de um limita a escolha de outro. E por<br />
último devemos considerar o software utilizado, que influirá na escolha do<br />
hardware.<br />
Não podemos esquecer dos fatores comerciais, como orçamento disponível,<br />
assistência técnica, tarifas, importações dentre outros.<br />
Nos próximos tópicos estaremos tratando destes e outros assuntos importantes<br />
para auxiliar na especificação de uma placa-mãe adequada para cada aplicação.<br />
3
Evolução das <strong>Placas</strong> mãe<br />
Há alguns anos, quando os computadores equipados com processadores 286<br />
eram os modelos mais almejados e sonhava-se com lançamento do 386, não avia<br />
preocupação com o modelo de placa mãe a ser escolhido. No Brasil não havia<br />
muitas opções no mercado, e os modelos disponíveis praticamente não<br />
apresentavam diferença entre si.Com o passar dos anos , e com o<br />
desenvolvimento cada vez mas rápido da tecnologia , as placas mãe passaram<br />
ater uma importância fundamental em qualquer tipo de computador. Hoje em dia é<br />
ela quem dita as regras com relação a atualizações e até mesmo ao desempenho<br />
do equipamento.<br />
Componentes de uma placa mãe<br />
Neste capitulo iremos abordar os principais componentes de uma placa mãe,<br />
como por exemplo: bios, slots, tipos de barramentos de expansão, soquetes,<br />
portas de comunicação e chipset.<br />
O BIOS:<br />
O BIOS ( Basic Input/Output System) é o sistema básico de entrada e saída, nada<br />
mais é do que um software que controla todas as funções de uma placa mãe. É<br />
por meio deste software - normalmente armazenado dentro de uma pequena<br />
memória do tipo eprom ou atualmente em uma memória flash –que o computador<br />
executa suas diversas funções e controla seus periféricos e subsistemas da paca<br />
mãe.<br />
Os bios geralmente trazem um menu , chamado de bios setup , no qual são<br />
inseridos os dados da configuração atual do computador e qual modo o sistema<br />
operacional deve ser carregado (a partir do disco rígido, cdrom, drive de disquete,<br />
entre outros).<br />
Alem da configuração, o bios é o primeiro programa a ser executado quando se<br />
liga a maquina. Neste momento, o primeiro programa que vimos na tela é<br />
justamente a rotina da bios. Somente depois dos teste iniciais(POST – power on<br />
self test ) e a apresentação do quadro da bios é que o “comando” do computador<br />
passa para o sistema operacional.<br />
A correta configuração da bios tem impacto no desempenho geral do<br />
equipamento. Certas configurações podem fazer o computador trabalhar em um<br />
rendimento inferior ou inclusive causar problemas. Portanto deve-se configurar a<br />
bios com o máximo de cuidado possível.<br />
4
Slots:<br />
A palavra inglesa slot quer dizer, em tradução aproximada, ”baia”. Em se tratando<br />
de equipamentos eletrônicos slots são conectores nos quais um outro modulo<br />
menor é encaixado. Um slot fornece uma certa sustentação mecânica para o novo<br />
modulo, define sua posição dentro do equipamento maior e faz as conexões<br />
elétricas (em alguns casos óticas e de radiofreqüência) entre o modulo e o<br />
equipamento que o recebe.<br />
No caso de computadores , os slots são conectores alongados em que se<br />
“espetam” placas de expansão: interfaces usb ou scsi, capturadoras de vídeo e<br />
placas de som profissionais, entre muitos outros dispositivos.<br />
É extremamente importante a correta identificação dos tipos de slots existentes<br />
em seu equipamento antes de adquirir um periférico, evitando a compra de um<br />
modelo que não possa ser instalado.<br />
É muito importante não confundir slots com barramentos, pois slots são apenas<br />
interfaces de conexões ao barramento e não, o barramento propriamente dito.<br />
Há basicamente três tipos de slots existentes:<br />
Barramento local: interliga o processador, os chipsets mais próximos do<br />
processamento central e as memórias RAM, alem da Bios.<br />
Barramento de expansão: periféricos como placas de som, vídeo, rede, entre<br />
outros.<br />
Barramento x: portas seriais, paralelas e outros dispositivos internos.<br />
Barramentos de expansão<br />
Distinguir os diferentes tipos de slots presentes no barramento de expansão e<br />
fundamental para qualquer troca ou substituição de qualquer periférico. A<br />
evolução dos barramentos de expansão ocorreu principalmente porque as placas<br />
e periféricos passaram a exigir vias de comunicação cada vez mais velozes e<br />
adequadas a cada aplicação especifica.<br />
Os principais tipos de slots são:<br />
ISA – industry standart architeture – foi o primeiro tipo de barramento de<br />
expansão , originalmente possuindo 8 bits , logo substituído pelo padrão ISA 16<br />
bits. Entretanto este tipo de barramento se tornou obsoleto, sendo muito raro, e a<br />
extinção deste slot é inevitável.<br />
EISA – Extended ISA – Foi uma tentativa de criar um barramento de 32 bits, mas<br />
pôr final o barramento PCI acabou substituindo os padrões ISA e EISA.<br />
VLB – vesa local bus – era muito mais rápido do que os concorrentes isa e eisa.<br />
Possuía 32bits entretanto funcionava na mesma freqüência da placa mãe<br />
apresentando um maior desempenho . Entretanto seu alto custo inviabilizava sua<br />
utilização.<br />
PCI – Peripheral Component Interconnect – desenvolvido pela Intel e pela Apple<br />
se tornou tão rápido quanto o padrão VLB, entretanto com um custo bem mais<br />
barato. A principal inovação do padrão PCI foi a inclusão de um chipset<br />
controlador , diminuindo a utilização do processador.<br />
5
Outra novidade foi o recurso Plug-And-Play que teoricamente qualquer dispositivo<br />
PCI é detectado e configurado automaticamente.<br />
Esse barramento é capaz de endereçar dados a 32 e a 64 bits, podendo alcançar<br />
freqüências de 66 MHz.<br />
AGP – Accelerated graphics port – especifico para aplicações gráficas(atualmente<br />
existem as novas versões dos dispositivos AGP: 1x, 2x, 3x , 4x e 8x), o padrão<br />
AGP permite que a placa de vídeo acesse a memória RAM diretamente. Esse tipo<br />
de recurso esta sendo muito utilizado, principalmente nas placas de vídeo 3D.<br />
AMR – Áudio Modem Riser – é um pequeno slot que provê uma conexão direta de<br />
8 bits com um dos chipsets da placa mãe.<br />
Soquetes<br />
Soquetes são encaixes soldados em placas de circuito impresso e que recebem<br />
algum tipo de chip removível. Nas placas mãe, são utilizados para a fixação dos<br />
processadores e das expansões de memória.<br />
Alguns soquetes de processadores:<br />
Slot A – Desenvolvido pela AMD, é fisicamente parecido com o slot 1 da intel,<br />
diferenciando-se basicamente por um pino que divide o encaixe em dois. Equipou<br />
apenas os primeiros modelos ATHLON, sendo descontinuado pouco tempo<br />
depois por causa do seu alto custo de produção.<br />
Soquete A- substituiu o slot a utilizado pelos processadores ATHLON Thunderbird<br />
e Duron, exceto os modelos ATHLON que utilizam freqüência maior ou igual a 133<br />
MHz.<br />
Soquete 478 –é utilizado pelos processadores Pentium 4 Northwood,<br />
proporcionando desempenho inferior aos rivais AMD<br />
Soquete 940 – utilizado em processadores Athlon 64 fx e também no processador<br />
opteron, ambos com cache l2 de 1 Mb. Esse soquete traz 940 pinos. Os<br />
processadores encaixáveis nesse soquete funcionam somente com memórias<br />
ECC, muito mais caras do que os módulos de memória DDR.<br />
Soquete 754 - é o modelo utilizado para os processadores Athlon 64 que<br />
possuem 754 pinos. Esses processadores são a versão mais simples da família<br />
Athlon 64, sendo compatíveis com os módulos de memória DDR .<br />
Alguns soquetes de memória:<br />
Memórias 30 vias - normalmente agrupadas em conjuntos de 4 ou 8 soquetes.<br />
Cada modulo de memória fornecia 8 bits de memória. Mesmo utilizando todos os<br />
módulos de memória este conjunto não disponibilizava uma grande quantidade de<br />
memória.<br />
Memórias SIMM – utilizavam 72 vias, endereçando 32 bits. Na época os módulos<br />
eram caros mas com sua popularização seu custo caiu vertiginosamente.<br />
Memórias DIMM – esses módulos operam com 64 bits e possuem 164 vias, este<br />
módulos desenvolvidos para facilitar a vida e baixar o custo de produção.<br />
6
Memórias DDR- em meados de 2000, surgiu um novo tipo de memória, chamada<br />
DDR, o DDR SDRAM. Esse modulo é fisicamente muito parecido com o DIMM,<br />
sendo desenvolvido um novo encaixe chamado DIMM/184, tornando possível o<br />
seu encaixe em um soquete DIMM/168. Esses módulos de me3moreias são<br />
classificados de acordo com a sua velocidade.<br />
Portas de comunicação:<br />
Um computador isolado não tem muita utilidade. É preciso alimentá-lo com<br />
informações e programas, e extrair dele dados úteis, para isto existem diversos<br />
sistemas computacionais ligados entre si e comunicando-se.<br />
Há diversos tipos de portas de comunicação, sendo as mais comuns:<br />
Seriais e Paralelas: são portas de comunicação de uso geral que compartilham o<br />
canal de dados do barramento ISA ou PCI. Cada porta possui um endereço de<br />
I/O. Basta ao software acessar esse endereço e executar operações de leitura e<br />
escrita.<br />
Nas portas seriais, os dados são enviados bit a bit, ou seja um a um . No caso da<br />
porta paralela, os dados são transmitidos byte a byte ou seja, de oito em oito bits,<br />
sendo então necessário oito condutores elétricos paralelos (interface).<br />
USB - Universal Serial Bus- foi o primeiro a ser totalmente plug-and-play,<br />
permitindo a conexão de dispositivos mesmo com o computador ligado, bem como<br />
o reconhecimento automático pelo sistema operacional. O novo padrão usb 2,<br />
lançado em 2002, transfere dados à velocidade de 480MB/s, 400.000 vezes mais<br />
rápida do que as interfaces paralelas comuns.<br />
Firewire- é um barramento serial de excelente desempenho, o barramento firewire<br />
pode alcançar uma velocidade superior a 30 vezes a transmissão de dados<br />
através de uma porta USB 1.1, alem de conseguir trabalhar com 63 dispositivos ao<br />
mesmo tempo. Era considerada a melhor opção até o aparecimento do padrão<br />
USB 2.<br />
IDE – Integrated Drive Eletronics – é a interface utilizada para unidades de<br />
armazenamento de grande capacidade, especialmente drivers de Cd e discos<br />
rígidos. Também conhecida como ATA( Advanced technology Attachment ),<br />
permite a conexão de apenas dois dispositivos e cada porta , através de um cabo<br />
paralelo de 40 vias( ou 80, nos padrões mais modernos e mais rápidos). A<br />
velocidade de transferências varia de acordo com a tecnologia, por exemplo, o<br />
ata/133, que atinge a taxa de transferência de dados de até 133MB/s.<br />
SCSI- Small Computer System Interface – é um barramento de comunicação de<br />
alto desempenho sendo utilizado por dispositivos que necessitem de altas<br />
velocidades. Outro ponto positivo desta tecnologia é a facilidade de conectar<br />
diversos dispositivos a interface. Os dispositivos SCSI devido ao seu alto preço,<br />
geralmente são utilizados apenas em servidores ou computadores de alta<br />
performance devido a sua grande confiabilidade e facilidade com que se<br />
implementa o espelhamento e redundância de discos(volume raid). A velocidade<br />
de transferência gira em torno dos 80Mbit/s.<br />
SATA – Serial Advaned Technology Attachment – utiliza uma linha serial, para<br />
dispositivos de armazenamento. Os dispositivos SATA conseguem atingir<br />
7
velocidades de até 150MB/s. Alem da maior velocidade, os cabos de menor<br />
largura contribuem para deixar o interior do gabinete mais organizado e limpo.<br />
O ChipSet<br />
São alguns dos componentes mais importantes da placa mãe, são eles que<br />
controlam o fluxo de informações entre o computador e os outros componentes<br />
do computador. A qualidade do chipset impacta profundamente no desempenho<br />
geral da maquina. Alguns dos chipsets mais recentes serão abordados nos<br />
próximos capítulos.<br />
NortBridge: É o chipset que fica localizado na parte norte da placa mãe, por isso o<br />
nome, e em conjunto com há o SouthBridge. Essa nomeclatura com base no<br />
posicionamento desse componente na placa foi definido originalmente pela VIA<br />
Technologies. A Intel utiliza um arranjo similar ao da VIA Technologies, porém<br />
emprega uma nomenclatura diferente, como AGPset e ICHHub. A Silicon<br />
Integrated Sytems, a popular SIS, desenvolve produtos com base no esquema da<br />
VIA mas também produz chipsets com funções concentradas apenas em um<br />
chipset, sendo chamado de ultra-integrados. Esses chipsets da SIS costumam ser<br />
utilizados nas placas mãe de baixo custo.<br />
SoutBridge: É a parte responsável pelo controle dos dispositivos de I/O (portas<br />
seriais e paralelas e USB), e controladoras de disco IDE e flipy drive, trabalhando<br />
em conjunto com o NortBridge. A ligação entre o NortBridge e o SoutBridge era<br />
feito via barramento do sistema, ou seja, o esquema padrão de interligação entre<br />
quaisquer componentes integrados. Como era necessário melhorar a performance<br />
da comunicação entre eles, foram desenvolvidos protocolos de barramento. Cada<br />
fabricante de chipset desenvolveu seu protocolo de barramento: a VIA<br />
Tecnologies com o seu V-Link e a SiS com p MUTIOL. Há ainda o Hypertransport,<br />
criado por um consórcio lideradas pela AMD e que acabou sendo adotado por<br />
outros fabricantes incluindo a própria VIA e também a SiS. A Intel ?????<br />
LPC: O Soutbridge detém algumas interfaces e barramentos, mas dependendo d<br />
caso, ele apenas controla, como a interface de discos flexíveis, portas seriais e<br />
paralelas e outros elementos como o monitor de hardware eu inclui a medição de<br />
temperatura e rotação das ventoinhas do sistema. Quando o SouthBridge apenas<br />
controla esses componentes, quem os prov6eé o LPC I/O (“Loe Pin Count<br />
Input/Output”). Dependendo do LPC, este agrega vários outros componentes<br />
como controlador de teclado, GPIO (Game Port I/O) e outros.<br />
Regulador de Voltagem<br />
Grupo de componentes que abastece os componentes da placa mãe com energia<br />
“limpa”, ou seja, sem oscilação. Dependendo do projeto da placa mãe os<br />
componentes do regulador de voltagem podem necessitar de um dissipador, a<br />
exemplo do que ocorre com os chipsets. Quanto mais robusto for o regulador,<br />
quanto mais fase tiver e quanto mais alta for a qualidade dos componentes<br />
empregados, mais estável será a placa pois se eliminará diversos problemas.<br />
8
<strong>Placas</strong> de baixo custo (“Entry Level”) geralmente empregam reguladores de<br />
voltagem mais simples enquanto as topo de linha (“High-End”) geralmente tem<br />
reguladores melhor elaborado. O regulador de voltagem é um dos componentes<br />
que mais sofrem alteração quando um novo núcleo de processador é lançado.<br />
Gerador de Clock<br />
É a base das freqüências utilizadas por um computador. Junto ao chip costuma<br />
haver um cristal de referência de 14.318MHz. Juntamente com o regulador de<br />
voltagem, o gerador de clock é um dos componentes que sofrem alteração<br />
quando um novo núcleo de processadores é lançado, pois precisa se adaptar às<br />
novas freqüências e demais especificações.<br />
Alguns chipsets para servidores no mercado<br />
Linha Xeon<br />
Modelo Intel E7505 Intel E7520 Intel E7320 Intel E7500 Intel E7501<br />
Processad 1 ou 2 1 ou 2 1 ou 2 1 ou 2 1 ou 2<br />
or processador processador processador processador processador<br />
es Xeon es Xeon es Xeon es Xeon es Xeon<br />
com com com com Cache com<br />
barramento barramento barramento L2 de 512K barramento<br />
de 533 MHz de 800 MHz de 800 MHz<br />
de 800 MHz<br />
e Cache L2 e Cache L2 e Cache L2<br />
e Cache L2<br />
de 512K de 1MB de 1MB<br />
de 1MB<br />
Memória 16 GB 16 GB 16 GB 16 GB 16 GB<br />
máxima<br />
DDR2 -400, DDR2 -400,<br />
16 GB DDR 16 GB DDR<br />
333 e 32 333 e 32<br />
GB DDR GB DDR<br />
266 266<br />
Linha Intanium<br />
Modelo Intel 460GX Intel E8870<br />
Processad De 1 a 4 processadores De 1 a 4 Processadores<br />
or Intaniun<br />
Intaniun<br />
Memória<br />
Máxima<br />
64 GB 128 GB<br />
9
Utilização de placas mãe para servidores<br />
Para especificarmos uma placa mãe devemos saber exatamente qual o utilização<br />
do equipamento. Pois cada tipo de aplicação requer uma linha específica de<br />
equipamentos Entendemos por servidor um computador ou periférico dedicado<br />
que oferece uma função para uma rede. Uma rede de computadores é formada<br />
por meios de comunicação, dispositivos e o software necessário para conectar<br />
dois ou mais sistemas de computadores e/ou dispositivos. As redes de<br />
computadores são fundamentais para as organizações modernas por diversos<br />
motivos. Primeiro, os sistemas de computadores em rede permitem que as<br />
organizações sejam mais flexíveis e adaptáveis, para atenderem às condições<br />
empresariais que mudam rapidamente. Segundo, as redes permitem que as<br />
empresas compartilhem hardware, aplicações de computador e bancos de dados<br />
em toda a organização. Terceiro, as redes possibilitam aos funcionários e grupos<br />
de trabalho espalhados em outros locais o compartilhamento de documentos,<br />
idéias, opiniões, comentários criativos, estimulando o trabalho em equipe, a<br />
inovação e interações mais eficientes. Finalmente, a rede está se consagrando<br />
cada vez mais como a ligação entre empresas e entre as empresas e seus<br />
clientes.<br />
Os tipos mais utilizados de servidores são :<br />
• Servidor de arquivo (file server): normalmente um computador com<br />
discos rígidos de alta capacidade usado para gerenciamento e<br />
armazenamento de programas aplicativos e arquivos dos usuários a<br />
serem compartilhados em uma rede local;<br />
• Servidor de comunicação: permite o compartilhamento de conexão<br />
Internet, o roteamento e acesso remoto. Questões de segurança são as<br />
mais discutidas para quem vai gerenciar esse tipo de servidor.<br />
• Servidor Web: máquina específica que mantém páginas Web, como<br />
Portais Corporativos, no ar. Juntamente com o servidor de comunicação,<br />
é a porta de saída e ao mesmo tempo porta de entrada da Empresa.<br />
Internet, Extrantet e Intranet são os usos potenciais desse tipo de<br />
equipamento.<br />
• Servidor de E-mail: máquina que se interliga com o provedor de acesso<br />
e permite a criação, manutenção e exclusão de contas de e-mail.<br />
Políticas de quotas por área, tipos de arquivos permitidos,<br />
confidencialidade, entre outras, são a preocupação na hora de montar<br />
um servidor de email.<br />
• Servidores de impressão: Equipamento destinado a prover serviço de<br />
impressão para uma rede<br />
• Servidores de domínio (DNS) : Tem por finalidade centralizar as<br />
máquinas de uma rede em um ambiente comum oferecendo segurança<br />
para os dados do usuário.<br />
As empresas não têm que ter todos essas máquinas dedicadas para usufruir da<br />
arquitetura cliente/servidor. Em empresas pequenas a vantagem de uma rede é o<br />
compartilhamento de hardware (um acesso rápido, via Speedy, por exemplo, ou<br />
10
uma impressora) e de arquivos. Provavelmente não haverá um servidor de e-mail<br />
centralizando todo o fluxo de comunicação entre o ambiente externo e a empresa<br />
e vice-versa, nem um gerenciamento de impressão.<br />
Já empresas grandes, com grande volume de tráfego de informações, vêm na<br />
especialização uma maneira de balancear a carga entre os servidores e ter um<br />
melhor gerenciamento em e-mail, serviços Web, impressão, etc.<br />
O software<br />
O software utilizado determina qual o tipo de processador devo utilizar, e<br />
consequentemente a família de placas mãe disponível. Para sistemas<br />
operacionais de 32 bits posso utilizar a linha de processadores Xeon, da Intel. Etc.<br />
Para sistemas operacionais de 64 bits posso utilizar processadores Itanium. da<br />
Intel; Consequentemente a placa mãe tem que ser compatível com o Sistema<br />
operacional escolhido. Uma alternativa que surge no mercado é a linha AMD 64<br />
que suporta a família de sistemas operacionais 32 bits e a família 64 bits. Além<br />
dos processadores citados acima existem outros fabricantes no mercado<br />
É sempre bom lembrar que computadores com mais de um processador não são<br />
destinados aos usuários comuns. Isso porque somente sistemas operacionais<br />
servidores de rede, como o Windows NT Server, o Windows 2000 Server,<br />
Windows 2003 Server, o Linux, e demais versões de Unix (FreeBSD, AIX, etc),<br />
são capazes de reconhecer mais de um processador e distribuir tarefas entre eles.<br />
Ou seja, sistemas operacionais como o Windows 9x/ME reconhecem somente um<br />
processador, não fazendo o menor sentido ter uma máquina com dois<br />
processadores se for usar esse tipo de sistema operacional.<br />
Abaixo temos alguns Sistemas Operacionais atualmente disponíveis no mercado:<br />
Nome 32<br />
bits<br />
64 bits<br />
Windows 2003 Server X *<br />
Red Hat Linux X X<br />
SuSE Entreprise Linux x X<br />
***Segundo a Microsoft , o -Windows 2003 64 bits estará disponível no primeiro<br />
semestre de 2005.<br />
Os Processadores<br />
Como já foi dito anteriormente, a escolha da placa-mãe deve ser feita em conjunto<br />
com a escolha do processador. Pois cada família de processador determina um<br />
tipo de placa-mãe específico. Atualmente encontramos frequentemente três<br />
famílias específicas de processadores indicados para servidores de rede.:<br />
Linha Intel Xeon<br />
Processador Processador<br />
Processador Intel® Processador Intel®<br />
Intel® Xeon MP Xeon<br />
Xeon<br />
Arquitetura Tecnologia de Tecnologia de Tecnologia de<br />
11
processos de 130 processos de 90 processos de 130<br />
nm<br />
nm<br />
nm<br />
Cache (L1) Cache de monitoração de execução<br />
Cache (L2) 256 KB, 512 KB 1M 512 KB<br />
Cache (L3) 512 KB, 1M, 2M,<br />
4M<br />
ND 1M, 2M<br />
Velocidade básica 1,40 a 3,0 GHz 2,80 a 3,60 GHz 1,8 a 3,20 GHz<br />
Chipset de servidor ServerWorks GC- Chipsets Intel® Chipset Intel®<br />
HE*, chipsets E7520 e E7320 E7501,<br />
personalizado por<br />
ServerWorks GC-<br />
OEM<br />
LE* e GC-HE*<br />
Barramento de<br />
sistema<br />
400 MHz 800 MHz 400, 533 MHz<br />
Aplicativos Servidores de dois Aplicativos para Servidores de web,<br />
sugeridos<br />
e múltiplos servidores e correio, de infra-<br />
processadores, de workstations de estrutura de<br />
nível média, com processador duplo propósito geral e<br />
suporte para<br />
colaboração,<br />
manutenção de<br />
aplicativos,<br />
planejamento de<br />
recursos<br />
empresariais e<br />
inteligência<br />
empresarial<br />
de front-end<br />
Linha Intel Intaniun<br />
A arquitetura do processador Intel® Itanium® 2 foi criada precisamente para os<br />
exigentes aplicativos técnicos e comerciais. As plataformas baseadas no Itanium®<br />
2 habilitam as empresas e organizações a maximizar o retorno sobre o<br />
investimento ao oferecer desempenho líder na indústria a baixo custo com maior<br />
escolha do que as tecnologias proprietárias RISC. Os processadores Itanium 2<br />
são suportados por um ecossistema rico em soluções altamente escalonáveis de<br />
padrão aberto de 64 bits através de mais de 40 fornecedores líderes em hardware,<br />
mais de cinco sistemas operacionais inclusive o Windows* Server 2003, HP-UX e<br />
Linux* e centenas de aplicativos e ferramentas. Além disso, os processadores<br />
Itanium 2 são binários, compatíveis com softwares existentes baseados no<br />
Itanium, oferecendo proteção ao seu investimento. Os aplicativos IA-32 são<br />
suportados pela família do processador Itanium e o suporte será ainda melhorado<br />
com o IA-32 Execution Layer.1<br />
Processador Intel® Itanium® 2 com cache L3 de 6MB para servidores e<br />
workstations MP e DP<br />
Velocidade disponível 1,50 GHz, 1,40 GHz, 1,30 GHz<br />
Cache Nível 3 6MB, 4MB e 3MB integrado<br />
Nível 2 256 KB<br />
12
Nível 1 32 KB (Instruções e dados)<br />
Recursos Baseado na arquitetura EPIC<br />
MCA (Machine Check Architecture)<br />
melhorada com ECC (Error Correcting<br />
Code) extensivo<br />
Suporte aos Sistemas operacionais:<br />
HP-UX*, Linux*, Windows* Server 2003<br />
Barramento do sistema 400 MHz, 128-bit wide<br />
Chipset Chipset Intel® E8870, chipsets<br />
personalizados OEM<br />
Processador Intel® Itanium® 2 de 1,60 GHz com cache L3 de 3MB otimizado para<br />
servidores e workstations DP<br />
Velocidade disponível 1,60 GHz, 1,40 GHz<br />
Cache Nível 3 3MB e 1,5MB integrados<br />
Nível 2 256 KB<br />
Nível 1 32 KB (Instruções e dados)<br />
Recursos Otimizado para processador dual<br />
Baseado na arquitetura EPIC<br />
MCA (Machine Check Architecture)<br />
melhorada com ECC (Error Correcting<br />
Code) extensivo<br />
Suporte aos Sistemas operacionais:<br />
HP-UX*, Linux*, Windows* Server 2003<br />
Barramento do sistema 400 MHz, 128-bit wide<br />
Chipset E8870, chipsets personalizados OEM<br />
Processador Intel® Itanium® 2 de baixa voltagem otimizado para servidores e<br />
workstations DP de alta densidade<br />
Velocidade disponível 1 GHz<br />
Cache Nível 3 : 3MB e 1,5MB integrado<br />
Nível 2 256 KB<br />
Nível 1 : 32 KB (Instruções e dados)<br />
Recursos Otimizado para processador dual<br />
Consumo máximo de energia de até 62<br />
Watts<br />
Baseado na arquitetura EPIC<br />
MCA (Machine Check Architecture)<br />
melhorada com ECC (Error Correcting<br />
Code) extensivo<br />
Suporte aos Sistemas operacionais:<br />
HP-UX*, Linux*, Windows* Server 2003<br />
Barramento do sistema 400 MHz, 128-bit wide<br />
Chipset Chipset Intel® E8870, chipsets<br />
personalizados OEM<br />
13
O processador Itanium 2 com cache L3 de 6MB oferece novos níveis de<br />
paralelismo na computação, escalonabilidade e confiança para bancos de dados,<br />
planejamento da cadeia de serviços, inteligência comercial e outros aplicativos<br />
intensos de dados, como, por exemplo, a tecnologia de alto desempenho. Como<br />
um soquete compatível seguindo o processador Itanium 2 original, ele oferece<br />
proteção ao investimento para OEMs e usuários finais. Além disso, são binários<br />
compatíveis com softwares existentes baseados no Itanium e oferecem aumentos<br />
no desempenho de até 30 e 50 por cento ou mais quando comparados ao<br />
processador original Itanium 2.2<br />
Com seus recursos de execução massivos, largura de banda no barramento de<br />
sistema de 6,4 GB/seg, cache integrado L3 de 6MB e velocidade núcleo de 1,50<br />
GHz, o mais recente processador Itanium 2 oferece até o dobro de desempenho<br />
de transação na metade $/transação3 e oferece vantagens $/FLOPS4<br />
substanciais versus plataforma RISC líder comparável.<br />
O processador Itanium 2 de 1,60 GHz com cache L3 de 3MB oferece<br />
preço/desempenho líder para cargas de trabalho intensas inclusive alto<br />
desempenho e computação técnica, oferecendo também excelente desempenho<br />
para rede de ponta, e aplicativos de segurança e engenharia de software.<br />
Otimizado para servidores e workstations DP, o processador Itanium 2 de 1,60<br />
GHz com cache L3 de 3MB oferece uma significante vantagem no<br />
preço/desempenho quando comparado às plataformas baseadas em RISC,<br />
oferecendo $/FLOPS líderes na indústria.<br />
As plataformas baseadas no Itanium 2 de baixo consumo oferecem um notado<br />
menor consumo para melhor densidade de computação, tornando-as ideais para<br />
configurações de alta densidade em montagem de rack e blade em ambientes de<br />
centro de dados, inclusive servidores de nível inicial e workstations rodando em<br />
rede de ponta, e aplicativos de segurança e engenharia de software.<br />
A microarquitetura do Itanium 2 oferece rápido acesso ao cache integrado, alta<br />
largura de banda do processador à memória e significantes recursos de execução<br />
que aumentam a instrução e a saída.<br />
O processador Itanium 2 de 1,60 GHz com cache L3 de 3MB oferece desempenho<br />
líder para cargas de trabalho intensas inclusive alto desempenho e computação<br />
técnica, oferecendo também excelente desempenho para rede de ponta, e<br />
aplicativos de segurança e engenharia de software. Otimizado para servidores e<br />
workstations DP, o processador Itanium 2 de 1,60 GHz com cache L3 de 3 MB<br />
oferece uma significante vantagem de desempenho quando comparado às<br />
plataformas baseadas em RISC.<br />
O processador Itanium 2 de 1,40 GHz com cache L3 de 3 MB oferece<br />
preço/desempenho líder para cargas de trabalho intensas inclusive alto<br />
desempenho e computação técnica, oferecendo também excelente desempenho<br />
para rede de ponta, e aplicativos de segurança e engenharia de software.<br />
Otimizado para servidores e workstations DP, o processador Itanium 2 de 1,40<br />
GHz com cache L3 de 3 MB oferece uma significante vantagem no<br />
preço/desempenho quando comparado às plataformas baseadas em RISC,<br />
oferecendo $/FLOPS líderes no setor.<br />
Aplicativos de software IA-32<br />
14
Todos os sistemas baseados no Itanium® 2 suportam aplicativos de software IA-<br />
32 para oferecer maior flexibilidade na migração para a arquitetura Itanium®. A<br />
Intel oferece agora uma tecnologia denominada IA-32 Execution Layer (EL), que<br />
aperfeiçoa o suporte aos aplicativos IA-32. A IA-32 EL é atualmente suportada<br />
pelo sistema operacional Microsoft Windows Server 2003. É esperado que outros<br />
sistemas operacionais líderes também a suportem até o final do ano.<br />
AMD ATLOM MP<br />
O Athlon MP é o primeiro processador da AMD capaz de trabalhar com<br />
multiprocessamento (SMP), isto é, ter mais de um processador no mesmo micro.<br />
Até pouco tempo atrás, esse terreno era exclusividade da Intel e de outros<br />
fabricantes de processadores exclusivos para servidores (como o Alpha).<br />
Para ter mais de um processador no mesmo micro a placa-mãe obviamente<br />
precisa ser especial, isto é, ter dois soquetes para você conseguir instalar dois<br />
processadores. O primeiro chipset capaz de reconhecer dois processadores<br />
lançado no mercado é o AMD 760MPX<br />
È importante salientar que existem outros produtos no mercado, cobrimos aqui<br />
apenas os processadores mais utilizados.<br />
Multiprocessamento<br />
Desde a criação do primeiro computador (ábaco chinês, calculadora mecânica de<br />
Pascal ou a máquina diferencial de Babbage. Há divergências entre autores), os<br />
grandes avanços ocorreram no século XX, em geral sempre em termos de<br />
tecnologia, não de arquitetura. Até hoje nossos computadores seguem a<br />
Arquitetura de Von Newmann, desenvolvida em 1952.<br />
Pensando nos computadores que temos em casa, podemos dividí-los em quatro<br />
elementos básicos: a CPU, a memória, os dados e as instruções (ou programas).<br />
Os postulados de Von Newmann são:<br />
Um único controle centralizado (uma só CPU);<br />
Uma única memória para dados e instruções; e<br />
As instruções devem fazer operações elementares sobre os dados.<br />
A Arquitetura de Von Newmann, também conhecida como “Serial”, encontra-se no<br />
limite físico de seu desenvolvimento. O tempo que um sinal elétrico gasta para<br />
trafegar entre dois pontos de um circuito eletrônico é muito pequeno, porém não é<br />
igual a zero. O que significa em termos práticos que há limitações de velocidade<br />
de clock para CPUs. Também as modernas técnicas de fabricação de chips<br />
parecem ter alcançado o limite para a tecnologia atual. Novos barramentos, leitura<br />
na subida e descida do clock, aumento do cache interno, novos barramentos para<br />
periféricos, tudo está sendo tentado para não “fugir” à lei de Moore, ou seja, para<br />
que o poder de processamento dobre à cada seis meses.<br />
Comparemos o processador ao cérebro humano. Estudos já demonstraram<br />
que o sinal elétrico trafegando por dentro de um CI é muito mais veloz que o<br />
trânsito de impulsos nervosos entre nossos neurônios. Sabemos que o<br />
15
computador é muito mais rápido que o cérebro humano para operações<br />
numéricas, comparação ou classificação, mas para as outras atividades, o cérebro<br />
humano continua imbatível. O que o nosso cérebro faz que os computadores<br />
ainda não fazem? Basicamente temos bilhões de neurônios operando em paralelo.<br />
Dessa linha de raciocínio surgiu o princípio da computação em paralelo. Por quê,<br />
ao invés de construirmos CPUs mais velozes e complexas, não utilizamos várias<br />
CPUs simples e confiáveis, operando em paralelo?<br />
Abre-se, portanto, o horizonte para duas soluções para o mesmo problema.<br />
Como aumentar o poder de processamento dos computadores? Aumentando a<br />
complexidade de soluções tecnológicas dentro de uma já “arcaica” arquitetura ou<br />
quebrando o paradigma com uma nova proposta de arquitetura? Essa é a reposta<br />
que o mercado nos dará em breve. Contornar os problemas tecnológicos ou partir<br />
de uma base nova de pensamento. Como a primeira solução vem sendo discutida<br />
já faz algum tempo, lançaremos nossa viagem futurística para essa nova<br />
abordagem que propõe ganhos de “escala” em termos de processamento muito<br />
maiores, o processamento em paralelo. O que é o processamento paralelo? É o<br />
que veremos a seguir.<br />
PROCESSAMENTO PARALELO<br />
Consiste em dividir uma tarefa em suas partes independentes e na execução de<br />
cada uma destas partes em diferentes processadores. Parece simples, mas não é.<br />
Como usar vários processadores e controlá-los de forma a que cheguem a<br />
determinado resultado?<br />
Façamos analogia com a construção de uma casa. Se um pedreiro constrói<br />
uma casa em um ano, então dois pedreiros constróem a mesma casa em meio<br />
ano. Esse é o princípio do processamento em paralelo: a divisão de tarefas. Mas,<br />
e se tivéssemos 100 pedreiros? Será que teríamos uma casa em 3,6 dias?<br />
Temos então outro ponto importante, o balanceamento de carga. Ou cada<br />
um faz 1/100 da casa ou usamos a especialização, alguns pedreiros preparam o<br />
concreto, outros assentam tijolos, etc. Já pensou o que seria termos 100 pedreiros<br />
para assentar uma porta?<br />
Desse exemplo simples podemos distinguir alguns problemas. Até quanto<br />
podemos paralelizar uma tarefa e quantos processadores devem ser alocados?<br />
Como sincronizar esses processadores de forma a que um não repita o trabalho<br />
do outro e como promover o balanceamento de carga? Não é difícil construir um<br />
hardware para funcionar em paralelo, porém o software terá, necessariamente,<br />
uma programação muito mais complicada. Tanto que alguns autores vêem nesse<br />
mercado a oportunidade para programadores que conseguem paralelizar<br />
algorítmos.<br />
ARQUITETURA DE FLYNN<br />
Classificação de computadores paralelos<br />
16
A classificação de Flynn é a mais aceita nesse momento e baseia-se em dois<br />
conceitos: fluxo de instruções e fluxo de dados. O fluxo de instruções está<br />
relacionado com o programa que o processador executa enquanto que o fluxo de<br />
dados está relacionado com os operandos manipulados por essas instruções.<br />
Tomando o fluxo de dados e o fluxo de instruções com suas possibilidades<br />
independentes, isto é, único ou múltiplo (serial ou paralelo) teríamos quatro<br />
combinações:<br />
SISD (Single Instruction Single Data)<br />
Essa arquitetura é a atual, como proposta por Von Newmann. Um único fluxo de<br />
instruções operando sobre um único dado por vez.<br />
SIMD (Single Instruction Multiple Data)<br />
Nessa arquitetura, também conhecida domo computação vetorial ou array, uma<br />
única instrução é passada ao mesmo tempo para os vários processadores, que<br />
executam a mesma instrução em um dado diferente. Um exemplo simples é o<br />
conjunto de instruções MMX. Aliás, diga-se de passagem, a Intel abriu o mercado<br />
de processadores para servidores com o lançamento do Pentium Pró com<br />
instruções MMX, em 1995 .<br />
MISD (Multiple Instruction Single Data)<br />
Essa arquitetura é conhecida como pipeline ou linha de produção. Fazendo<br />
analogia com uma linha de montagem de automóveis, 1 carro demora seis horas<br />
para ser montado, com a tarefa sendo dividida em doze equipes, cada uma<br />
gastando meia hora. O que temos são doze equipes trabalhando<br />
simultaneamente, o que faz com que cada carro seja montado em meia hora, pois<br />
a primeira equipe não precisa esperar que o carro passe pela última para começar<br />
a montar o próximo carro.<br />
MIMD (Multiple Instruction Multiple Data)<br />
Essa é a arquitetura mais complexa. É necessário que os processadores<br />
comuniquem-se entre si para fazer a sincronização e trocar informações. Além<br />
disso, é necessário ter uma memória global onde todos os processadores possam<br />
disponibilizar os resultados intermediários para os demais. Para evitar uma<br />
quantidade excessiva de acessos à essa memória, os processadores possuem a<br />
chamada memória loca, onde está a maioria das suas instruções e dados que<br />
devem ser operados.<br />
Ganho de Velocidade<br />
Idealmente o Ganho de Velocidade deveria ser igual à quantidade de<br />
processadores, o que não ocorre na prática. Quando se escreve um programa<br />
para rodar em máquinas paralelas (isso mesmo! A programação é diferente!),<br />
deve-se colocar trechos extras de programa para a sincronização dos diversos<br />
processadores e a troca de informações. Esses trechos extra têm até nome: custo<br />
de paralelização.<br />
17
O ganho é dados pela expressão:<br />
GV=Tempo de Execução em Computador Serial/Tempo de Execução em<br />
Computador Paralelo;<br />
GV=Ts/Tp.<br />
Podemos encontrar então quatro situações.<br />
Quando o aumento do número de processadores traz igual aumento de<br />
desempenho;<br />
Quando o aumento no número de processadores traz ganho inferior à quantidade<br />
aumentada;<br />
Quando o aumento no número de processadores não melhora o desempenho<br />
(saturação); ou<br />
Quando o aumento no número de processadores ocasiona perda no desempenho.<br />
Assim, um tópico interessante é determinar qual a quantidade ótima de<br />
processadores para uma determinada tarefa. Não fosse a utilização de um<br />
algoritmo de especulação, os programadores teriam de se preocupar em explicitar<br />
o paralelismo de seus programas. Estamos falando da máquina virtual Java,<br />
solução desenvolvida pela Sun. A máquina virtual examina o programa e especula<br />
se dois métodos podem rodar em dois processadores, despachando-os ao mesmo<br />
tempo. Assim, ela envia os dois métodos para os dois processadores distintos,<br />
sendo que um deles (o segundo) rodará em separado, usando o que se chama de<br />
espaço de memória especulativa. Ao término do processamento, se tudo correu<br />
bem e não houve violação de dependência de dados, a área especulativa<br />
incorpora-se à memória principal e o programa segue adiante. No entanto, se<br />
houver dependência entre os dados, o segundo processo é inutilizado e sua<br />
memória descartada.<br />
TIPOS DE PROCESSAMENTO PARALELO<br />
Processamento paralelo com Swar (Simd Within a Register)<br />
Caso específico onde é possível utilizar o processamento paralelo em máquinas<br />
com um único processador. Basicamente utilizam-se as instruções MMX para<br />
realizar tarefas em paralelo. Requer programação de baixo nível. O ganho de<br />
processamento, no entanto, é muito reduzido em relação ao esforço de<br />
programação.<br />
Processamento paralelo com SMP (Symetric Multi Processor)<br />
Mais de um processador com as mesmas características. São processadores que<br />
trabalham conjuntamente, qualquer um executando qualquer parte do programa,<br />
18
compartilhando o mesmo BUS e a mesma memória. É o que apresenta melhor<br />
relação custo/benefício, mas também tem suas limitações:<br />
1. nenhum poderá acessar diretamente a memória ou o mesmo dispositivo de<br />
entrada/saída ao mesmo tempo;<br />
2. escalabilidade prejudicada pela limitação física de slots para as CPUs, o que<br />
depende de cada placa-mãe.<br />
Os sistemas SMP requerem alguma forma de memória compartilhada e caches de<br />
instrução locais, mas, mais importante, aplicações escritas de maneira a poder<br />
tirar proveito do paralelismo e sistema operacional que reconheça mais de um<br />
processador. Hoje todos os SO dedicados a servidores suportam SMP. Ao se<br />
instalar Win9x ou MacOS em uma máquina multiprocessada, apenas um<br />
processador será reconhecido.<br />
Processamento paralelo com AMP (Assymetric Multi Processor)<br />
Uma CPU principal mantém o controle total sobre os outros computadores e<br />
processadores.<br />
Processamento paralelo com cluster Beowulf<br />
O projeto pioneiro em cluster de computadores foi desenvolvido no CESDIS<br />
(Center of Excellence in Space Data and Information Sciences) em 1994. Contava<br />
com 16 máquinas rodando GNU/LINUX. O nome dado ao primeiro cluster foi<br />
BEOWULF.<br />
O princípio de funcionamento é simples. O servidor divide as tarefas em<br />
suas partes independentes (ditas concorrentes), a seguir, distribui estas tarefas<br />
entre os vários computadores que fazem parte do cluster. As tarefas são<br />
processadas e os resultados enviados ao servidor.<br />
Estamos falando de um conjunto de computadores (sem teclado, monitor e<br />
mouse) conectados em rede para processamento paralelo (uso exclusivo), o que<br />
requer o uso de componentes de software para a distribuição e gerenciamento do<br />
processo (no caso, a biblioteca de mensagens como PVM ou MPI).<br />
Processamento paralelo com cluster de estações de trabalho<br />
Um cluster de desktops é um conjunto de computadores completos (com teclado,<br />
monitor e mouse), conectados em rede, e que cumprem duas funções: 1) o uso<br />
diário, com diversos tipos de programas como processadores de texto e planilhas,<br />
2) o uso para processamento paralelo no final do expediente ou nos fins de<br />
semana.<br />
Processamento paralelo em um cluster com MOSIX<br />
19
O MOSIX é um adendo ao kernel do GNU/LINUX que permite a computação em<br />
cluster e que tem como características:<br />
Balanceamento dinâmico e inteligente de carga, uso com cluster heterogêneo,<br />
transparência, escalabilidade, descentralização e autonomia dos nós.<br />
O trabalho adicional fica por conta da recompilação do kernel com a inclusão do<br />
Mosix.<br />
20
Tendências<br />
Os sinais do mercado apontam para uma utilização cada vez maior do<br />
processamento paralelo. O poder de processamento deixa de estar ligado ao clock<br />
da CPU e passa a depender da quantidade de processadores que, em conjunto,<br />
resolvem um determinado problema. Por outro lado, o processamento paralelo<br />
exige cada vez mais compiladores sofisticados, que já era importante para as<br />
máquinas RISC e que agora tornam-se imprescindíveis para o ganho no<br />
desempenho (algoritmo de especulação e execução paralela).<br />
21
Conclusão<br />
Procuramos com este trabalho fazer uma breve abordagem na área de placas<br />
mãe mltiprocessadoras e para servidores mostrando as novas tecnologias<br />
emergentes no mercado, assim como novas tendências para o futuro da estrutura<br />
das placas mãe.<br />
Concluímos que podemos encontrar uma vasta gama de placas mãe para<br />
servidores e multiprocessamento.. Para facilitar a escolha podemos analisar o<br />
chipset utilizado na placa-mãe escolhida., pois é esse componente que determina<br />
os recursos que a placa mãe pode oferecer. Também não podemos nos esquecer<br />
da finalidade do equipamento e do orçamento disponível. Um bom equipamento<br />
deve satisfazer as necessidades técnicas, sem contudo representar um custo<br />
demasiadamente alto. É claro que o custo final do equipamento será proporcional<br />
aos requisitos de segurança desejados.<br />
Quando começamos a fazer este trabalho não imaginamos que encontraríamos<br />
um divisor de águas, uma nova tendência para o uso do multiprocessamento,<br />
imaginamos nossos futuros computadores pessoais com dois, talvez quatro<br />
processadores, realmente quebrando paradigmas na area da arquitetura de<br />
computadores.<br />
Por fim, gostaríamos de encerrar o trabalho afirmando que na area de informática,<br />
o mais importante para ser um bom profissional é estar sempre atento para as<br />
mudanças do mercado, analisando calmamente as tendências e procurando, o<br />
máximo possível, se manter atualizado em relação a tecnologia.<br />
22
Bibliografia e Referências<br />
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http://www.tyan.com<br />
Fed97] Fedorov, Dima - PROCESSADORES DA FAMÍLIA INTEL,<br />
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[Int99] Intel Corporation – Multi processamento Simétrico,<br />
http://www.intel.it/portugues/business/latin_am/ia_chan/micinfo/smpserv.htm<br />
[Tre99] Trezentos, Paulo - SMP- Symmetric Multi-processor,<br />
http://vitara.adetti.iscte.pt/docs/relat1/node8.html#SECTION000431000000000000<br />
00<br />
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BUENO, A.D. Introdução ao Processamento Paralelo e ao Uso de Custers de<br />
Workstations em Sistemas GNU/LINUX. Parte I: Filosofia. Laboratório de Meios<br />
Porosos e Propriedades Termofísicas – LMPT, Versão 0.5. 12/11/2002.<br />
BUENO, A.D. Introdução ao Processamento Paralelo e ao Uso de Custers de<br />
Workstations em Sistemas GNU/LINUX. Parte II: Processos e Threads.<br />
Laboratório de Meios Porosos e Propriedades Termofísicas – LMPT, Versão 0.2.<br />
12/11/2002.<br />
BINSTOCK, Andrew. Multiprocessors, Clusters, Grids, and Parallel Computing:<br />
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Processor Level. 0201/ST/OC/PDF.<br />
23
ZELENOVSKY,Ricardo e MENDONÇA, Alexandre. Processadores para o próximo<br />
milênio. Parte I.<br />
http://www.clubedohardware.com.br/milenio1.html.<br />
ZELENOVSKY,Ricardo e MENDONÇA, Alexandre. Processadores para o próximo<br />
milênio. Parte II<br />
http://www.clubedohardware.com.br/milenio2.html.<br />
ZELENOVSKY,Ricardo e MENDONÇA, Alexandre. Processadores para o próximo<br />
milênio. Parte III<br />
http://www.clubedohardware.com.br/milenio3.html.<br />
ZELENOVSKY,Ricardo e MENDONÇA, Alexandre. Processadores para o próximo<br />
milênio. Parte IV<br />
http://www.clubedohardware.com.br/milenio4.html.<br />
D’ugo, Felipe<br />
Dossiê Hardware / Felipe D’ugo, Roberto Cardinale;<br />
Digerati Books – São Paulo<br />
Revista PCs – Edição 50 – Julho de 2004<br />
24