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DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico

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42 <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> Quinta-feira 3 Dezembro 2009<br />

<strong>DE</strong>STAQUE2<br />

<strong>DE</strong>STAQUE O FUTURO DAS REFORMAS<br />

Corte nas pensões<br />

obriga a descontos<br />

adicionais de 4 a 6%<br />

Quem quiser neutralizar o efeito do aumento da esperança de vida na pensão<br />

terá de abrir os cordões à bolsa e fazer também descontos para um PPR.<br />

Denise Fernandes<br />

e Manuel Esteves<br />

denise.fernandes@economico.pt<br />

Com as novas regras da Segurança<br />

Social, aprovadas pelo<br />

anterior Governo em 2006, os<br />

trabalhadores terão de fazer<br />

descontos adicionais (além dos<br />

11% obrigatórios para a Segurança<br />

Social) para fundos<br />

complementares se quiserem<br />

manter inalterado o valor da<br />

pensão sem terem de trabalhar<br />

além dos 65 anos. Esta contribuição<br />

adicional para fundos<br />

públicos ou privados terá de se<br />

aproximar, em média, dos 6%<br />

do salário caso a reforma ocorra<br />

em 2020. Porém, o desconto<br />

émenor,próximode4%,caso<br />

a saída da vida activa aconteça<br />

apenas em 2030.<br />

As contas, feitas a pedido do<br />

<strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> pela consultora<br />

Pereira da Silva, Pedro<br />

Corte Real e Associados, reflectem<br />

o valor provisório avançado<br />

terça-feira pelo Instituto<br />

Nacional de Estatística (INE)<br />

para a esperança média de vida<br />

em 2009, valor que, desde<br />

2008, pesa no cálculo das pensões<br />

pagas pela Segurança Social.<br />

Segundo o organismo oficial<br />

de estatística, as pessoas<br />

com65anoscontamcomuma<br />

esperança média de vida de 18,2<br />

anos, o que significa que, quem<br />

se reformar em 2010, terá já um<br />

cortede1,65%nasuapensão.<br />

Um ano antes, a esperança média<br />

de vida era de 18,13 anos, o<br />

que implicou, na altura, uma<br />

redução na pensão de 1,32%. E<br />

segundo todas as projecções, a<br />

tendência é para continuar a<br />

aumentar.<br />

Alternativa é trabalhar<br />

até mais tarde<br />

O impacto da esperança média<br />

de vida no cálculo da pensão<br />

(através do polémico factor de<br />

sustentabilidade) reduz progressivamente<br />

o valor da pensão<br />

ao longo dos anos. Quem<br />

quiser manter o valor da sua<br />

pensão tem, então, duas hipóteses:<br />

ou opta por descontar ao<br />

longo da vida activa para um<br />

fundo complementar ou, então,<br />

trabalha depois dos 65<br />

anos de idade.<br />

No fundo, a reforma da Segurança<br />

Social veio aumentar<br />

a idade de aposentação, mas<br />

com carácter facultativo. Segundo<br />

os dados oficiais, as<br />

contas até são simples de fazer.<br />

Para quem tiver carreira<br />

completa (ou seja, descontos<br />

de 40 anos), um mês de trabalho<br />

permite compensar um<br />

cortede1%.Seocorteforentre1%e2%(comoéocaso<br />

em 2010), então o trabalhador<br />

tem de descontar durante dois<br />

meses. E assim sucessivamente<br />

(ver tabela). Caso a esperança<br />

média de vida registe<br />

uma evolução linear idêntica à<br />

verificada entre 2007 e 2009,<br />

as pessoas que tenham começado<br />

a trabalhar no início deste<br />

milénio terão de trabalhar<br />

mais 21 meses. O tempo de<br />

trabalho adicional é tanto<br />

maior quanto menor for a carreira<br />

contributiva.<br />

Tendo em conta que a esmagadora<br />

maioria dos portuguesesvivecomodinheirocontado,<br />

é natural que opte por trabalhar<br />

mais, pagando o nível<br />

obrigatório das contribuições<br />

sociais (11%). ■<br />

Homem de 40 anos tem de poupar 123,4 mil euros até à reforma<br />

Um homem de 40 anos e com<br />

carreira contributiva completa<br />

terá de acumular até 123,4 mil<br />

euros a partir de agora e até à<br />

idade da reforma para conseguir<br />

ter uma pensão aos 65 anos de<br />

idade que equivalha a 80% do<br />

seu último salário (equivalente à<br />

pensão completa). No caso de<br />

uma mulher, o valor aumenta<br />

paracercade1<strong>48</strong>mileuros,já<br />

que as seguradoras têm em<br />

PROJECÇÃO ATÉ 2040<br />

Impacto na pensão e trabalho<br />

extra para compensar corte.<br />

Corte na Tempo adicional<br />

pensão de trabalho para<br />

compensar o corte<br />

2010 -2,2 3 meses<br />

2015 -5,1 6 meses<br />

2020 -8,0 8 meses<br />

2025 -11,0 11 meses<br />

2030 -14,1 15 meses<br />

2035 -17,2 18 meses<br />

2040 -20,5 21 meses<br />

*Admitindo que a evolução futura é igual à média<br />

dos últimos três anos e assumindo que o trabalhador tem<br />

uma carreira completa.<br />

Fonte: <strong>DE</strong>.<br />

conta que a esperança média de<br />

vidadasmulheresémaiselevada<br />

emcercade20%queados<br />

homens, explica Diogo Teixeira,<br />

administrador da Optimize. Isso<br />

significaria para o homem um<br />

esforço mensal de 14% do seu<br />

salário num “PPR Garantido” com<br />

rendibilidade média anual de<br />

1,5% acima da inflação. Para a<br />

mulher esse desconto adicional<br />

teria de ser de 17,1%, avançam as<br />

simulações da Optimize,<br />

sociedade gestora especializada<br />

em produtos de poupança e<br />

investimento para a reforma.<br />

Trocado por euros e tendo como<br />

exemplo um salário de dois mil<br />

euros, o esforço mensal para o<br />

homem seria de 280 euros<br />

mensais. Já a mulher teria de<br />

poupar cerca de 340 euros todos<br />

os meses para manter uma<br />

pensão “completa”. D.F.<br />

ESPERANÇA <strong>DE</strong> VIDA<br />

AOS65ANOS<br />

As estimativas do INE apontam<br />

para um crescimento sistemático<br />

do número de anos de vida dos<br />

portugueses.<br />

18,5<br />

18,0<br />

17,5<br />

17,0<br />

FACTOR <strong>DE</strong><br />

SUSTENTABILIDA<strong>DE</strong><br />

O factor de sustentabilidade<br />

reflecte os ganhos na esperança<br />

média de vida em Portugal,<br />

apurados pelo INE.<br />

0,0<br />

-0,5<br />

-1,0<br />

-1,5<br />

-2,0<br />

2003/05 2004/06 2005/07 2006/28 2007/09<br />

Fonte: INE<br />

Fonte: <strong>DE</strong>.<br />

2007<br />

2008<br />

2009<br />

Portugueses têm de escolher<br />

entre três opções: receber<br />

pensões mais baixas, descontar<br />

mais ou trabalhar mais tempo.

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