12.05.2013 Views

DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico

DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico

DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

30 <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> Quinta-feira 3 Dezembro 2009<br />

FINANÇAS<br />

BANCA<br />

Bancos saíram da crise ainda maiores<br />

e são agora um risco maior para a economia<br />

Os bancos europeus estão a emergir da crise ainda maiores do que eram,<br />

constituindo um risco maior para as economias nacionais. A conclusão,<br />

baseada em dados compilados pela Bloomberg, mostram que BPN<br />

Paribas, Barclays e Santander estão entre, pelo menos, 353 bancos<br />

europeus, que aumentaram de tamanho desde 2007. Destes, 15 têm agora<br />

activos num valor superior ao das suas economias, número que era de 10<br />

há apenas três anos, refere a agência de notícias.<br />

Luís Rego, em Bruxelas<br />

luis.rego@economico.pt<br />

Numadecisãochaveparaacredibilidade<br />

da resposta europeia<br />

à crise financeira, a city de<br />

Londres obteve ontem uma importante<br />

vitória em Bruxelas. A<br />

posição de força do Reino Unido<br />

conseguiu que as futuras<br />

autoridades de supervisão europeias<br />

para a banca, seguros e<br />

mercados de valores apenas<br />

possam intervir directamente<br />

nas empresas nacionais em casos<br />

de má interpretação de legislação<br />

comunitária. Numa situação<br />

de crise, de emergência,<br />

de divergência entre autoridades<br />

nacionais de supervisão, ou<br />

em todas as outras situações, o<br />

regulador nacional mantém todos<br />

os seus poderes.<br />

Esta cedência, entre outras,<br />

ao projecto inicial proposto<br />

pela Comissão Europeia, levou<br />

o Parlamento Europeu, que é<br />

co-legislador nesta matéria, a<br />

reagir de imediato, considerando<br />

que “as negociações estão<br />

a caminhar na direcção errada”.<br />

“Os cidadãos europeus<br />

estão à espera de medidas efectivas<br />

para prevenir crises”, dizemnumadeclaraçãoqueéassinada<br />

pelos coordenadores dos<br />

quatro maiores grupos políticos.<br />

Jean-Paul Gauzès, do PPE,<br />

Udo Bullmann dos socialistas,<br />

Sylvie Goulard, dos Liberais e<br />

Sven Giegold, dos Verdes,<br />

ameaçam assim reescrever o<br />

diploma durante os próximos<br />

meses, o que pode atrasar a entrada<br />

em vigor deste dossier,<br />

inicialmente previsto para Janeiro<br />

de 2011.<br />

A presidência sueca, através<br />

do ministro Anders Borg, diz<br />

que “este é o acordo possível” e<br />

avisa que “no final será difícil<br />

mudá-lo porque ele foi unânime<br />

e é muito equilibrado”. Charlie<br />

McCreevy, o comissário do<br />

mercado interno, acusado no<br />

Parlamento de ter sido demasiado<br />

passivo na reacção e prevenção<br />

da crise, diz que “a criação<br />

destas autoridades, por si<br />

só, já é um passo em frente con-<br />

siderável em relação à situação<br />

actual”.<br />

Para Alastair Darling, ministro<br />

britânico, “é no interesse<br />

europeu que [a city] prospere”<br />

visto que “quer se goste quer<br />

não, é o único rival de Nova Iorque<br />

como praça financeira global”.<br />

E deixou o aviso para o<br />

Parlamento e para o futuro comissário<br />

francês, Michel Barnier,<br />

cuja designação foi saudada<br />

pelo presidente Sarkozy<br />

Bernard Madoff foi condenado a 150<br />

anos de prisão pela fraude cometida.<br />

Governos diluem<br />

poderes da<br />

regulação europeia<br />

Ministros esvaziam poderes às novas autoridades de<br />

supervisão provocando a ira do Parlamento europeu.<br />

O comissário<br />

Charlie McCreevy<br />

defendeu que a<br />

criação destas<br />

entidades “por si<br />

só, já é um passo<br />

em frente<br />

considerável face<br />

à situação actual”.<br />

como prova da “derrota” de<br />

Londres: “Arriscamo-nos a perder<br />

negócios para jurisdições<br />

menos regulamentadas”.<br />

Implicações orçamentais<br />

eliminadas<br />

Um membro do gabinete de<br />

Darling, antes mesmo da reunião<br />

começar, avisava tratar-se<br />

de “um acordo muito bom para<br />

o Reino Unido”, não só porque<br />

“conseguimos retirar o poder de<br />

iniciativa da autoridade europeia<br />

no caso de uma crise ou de<br />

divergência entre supervisores”<br />

mas também porque assegurámos<br />

garantias que protegem a<br />

nossa soberania orçamental”.<br />

Rezaoacordoque“aautoridade<br />

[europeia] terá de assegurar<br />

que nenhuma decisão (…)<br />

tenha implicações de nenhuma<br />

forma sobre as responsabilidades<br />

orçamentais de um estado<br />

membro”. Caso um país entenda<br />

que, ainda assim, será alvo<br />

de impacto orçamental por<br />

uma decisão europeia, tem várias<br />

formas de recorrer. Pode<br />

suspender a decisão, inverter o<br />

ónus de comprovar a necessidade<br />

da medida e suscitar uma<br />

avaliação por parte do Conselho<br />

de Ministros, que pode ser<br />

repetida, mediante novas explicações.<br />

Ou não se tratasse de<br />

um acordo bizantino tipicamente<br />

europeu, há ainda um<br />

“terceiro travão”, como dizem<br />

os britânicos, onde através de<br />

uma declaração política, sem<br />

valor legal, se pede ao Conselho<br />

Europeu, que se rege por<br />

unanimidade, que “considere”<br />

a matéria.<br />

Sem grandes polémicas, os<br />

ministros criaram também uma<br />

autoridade para a supervisão do<br />

risco sistémico, a nível macro,<br />

que será comandada pelo BCE.<br />

Mas isso não chega, recordam<br />

os eurodeputados. “As autoridades<br />

independentes devem ser<br />

equipadas com poderes proporcionais<br />

e vinculativos no<br />

que toca à supervisão micro”,<br />

notam. A discussão segue dentro<br />

de momentos, na presidência<br />

espanhola. ■<br />

FRAU<strong>DE</strong><br />

CNMV obriga duas gestoras a compensarem<br />

vítimas da fraude de Madoff<br />

A Espírito Santo Gestión, gestora em Espanha do BES, e a Gestefin vão<br />

compensar os investidores afectados pela maior fraude financeira da<br />

história, orquestrada por Bernard Madoff. A exigência partiu da CNMV por<br />

considerar que o investimento não estava contemplado no folheto<br />

explicativo das sociedades de investimento. Deste modo, a Espírito Santo<br />

vai pagar 288 mil euros aos clientes dos seus dois fundos, enquanto que a<br />

Gestefin vai compensar os clientes com 69 mil euros.<br />

TRANSPARÊNCIA <strong>DE</strong>IXA ECOFIN...MAIS OPACO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!