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DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico

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28 <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> Quinta-feira 3 Dezembro 2009<br />

FINANÇAS<br />

Banco de Portugal<br />

suspende contas do BPP<br />

até Dezembro de 2010<br />

Os clientes do BPP poderão ficar sem acesso às contas por mais um ano.<br />

Se situação for resolvida entretanto, a suspensão será levantada.<br />

Maria Teixeira Alves<br />

eMartaReis<br />

maria.alves@economico.pt<br />

O Banco de Portugal decidiu assumir<br />

que não há uma solução à<br />

vista para o Banco Privado, no<br />

seu mais recente prolongamento<br />

do congelamento das contas dos<br />

clientes do banco. Isto porque,<br />

ao contrário do que vinha acontecendo<br />

há um ano, desta vez<br />

decidiu dispensar o BPP do<br />

“cumprimento pontual de obrigações<br />

anteriormente contraídas”<br />

e acrescenta “devendo a<br />

dispensa ser utilizada na medida<br />

necessária à reestruturação e saneamento<br />

do BPP”, ou seja sem<br />

prazo de validade. Desta forma<br />

prevalece o que diz a lei bancária<br />

(RGICSF), no número 145º: “as<br />

providências referidas neste artigo<br />

terão a duração máxima de<br />

um ano, prorrogável uma só vez<br />

por igual período de tempo”. Ora<br />

como a primeira de cinco congelamento<br />

das contas no BPP ocorreuháprecisamenteumaano(1<br />

de Dezembro de 2008), esta nova<br />

decisão do regulador põe os<br />

clientes em suspenso até 1 de Dezembro<br />

de 2010. Os clientes, que<br />

não têm alternativa, estão descontentes<br />

com esta suspensão,<br />

até porque esta indicia que não<br />

há uma solução eminente, nem<br />

para o retorno absoluto, nem<br />

para o banco: “é sinal que o Banco<br />

de Portugal não obteve garantias<br />

por parte do Governo sobre<br />

quando a situação ficará resolvida”,<br />

revelou ao <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong><br />

Jaime Antunes, presidente da<br />

Privado Clientes.<br />

O que leva Vítor Constâncio a<br />

suspender o acesso dos clientes<br />

(alguns já em situação dramática<br />

de falência) até Dezembro do<br />

próximo ano? O Banco de Portugal<br />

não se quer voltar a comprometer<br />

com prazos que depois<br />

não conseguirá cumprir. Da última<br />

vez que suspendeu o BPP<br />

de cumprir as obrigações para<br />

com os seus clientes, o BdP fê-lo<br />

portrêsmeses,naconvicção,<br />

assumida então pelo Governador<br />

Vítor Constâncio, de que não<br />

seriam necessários três meses<br />

para resolver o assunto BPP. Mas<br />

O Banco de Portugal<br />

decretou pela quinta<br />

vez o congelamento<br />

das contas dos<br />

clientes do BPP.<br />

O regulador<br />

prorrogou o<br />

mandato dos<br />

administradores<br />

provisórios do<br />

BPP, sem prazo,<br />

pelo que Fernando<br />

Adão da Fonseca<br />

poderá ficar por<br />

maisumano.<br />

tudo voltou a falhar e neste momento<br />

não há nem fundo de investimento<br />

especial nem um<br />

plano de viabilização para o BPP,<br />

que seja do agrado do Ministério<br />

das Finanças, nem se sabe se<br />

chegará a haver. Os clientes são<br />

da opinião que “isto é um sinal<br />

evidente que as autoridades não<br />

sabem ou não conseguem resolver<br />

[o problema do BPP]”.<br />

Jaime Antunes revelou que “a<br />

18 de Novembro houve uma<br />

reunião com o secretário de Estado<br />

do Tesouro e Finanças, em<br />

que este disse que divulgaria as<br />

linhas gerais para o BPP até final<br />

do mês”. Até agora não há sinal<br />

disso. “Quem está a falhar é o<br />

Governo, esta situação já se arrastaháumano”,acusaeste<br />

cliente e accionista do BPP.<br />

Oprazodeumanoésuficientemente<br />

alargado para se<br />

tentar constituir o fundo de investimento<br />

especial sem que<br />

haja uma corrida às contas. E<br />

poderá ainda permitir dar um<br />

destino ao BPP, que poderá ser a<br />

falência. Cenário em que seria<br />

executado o Fundo de Garantia<br />

de Depósitos (FGD) e eventualmente<br />

o Sistema de Indemnização<br />

aos Investidores. Ficando o<br />

Governo de suportar o remanescente<br />

dos depósitos que não<br />

fossem cobertos pelos 100 mil<br />

euros do FGD.<br />

Paralelamente à suspensão<br />

sem prazo do congelamento das<br />

contas, o Banco de Portugal, na<br />

sua reunião de 30 de Novembro,<br />

prorrogou o mandato dos administradores<br />

provisórios. Mais<br />

uma vez sem prazo. Ou seja, pelo<br />

período máximo de um ano,<br />

prorrogável por igual período.<br />

Isto é, Fernando Adão da Fonseca,<br />

João faria, Carlos Lemos Santos<br />

e João Ermida ficam à frente<br />

do BPP até Dezembro de 2010.<br />

Oprolongamentodocongelamento<br />

das contas dos clientes<br />

do retorno absoluto, pela quinta<br />

vez neste ano, chega no mesmo<br />

dia em que a CMVM disse que a<br />

constituição de um megafundo<br />

especial que agrupará os activos<br />

do clientes do BPP está em fase<br />

avançada e deverá ser viável no<br />

curto prazo. ■<br />

O que diz a lei<br />

bancária?<br />

Juntamente com a designação<br />

de administradores provisórios,<br />

o Banco de Portugal poderá<br />

determinar como providências<br />

extraordinárias:<br />

1 - Dispensa temporária do<br />

cumprimento pontual de<br />

obrigações anteriormente<br />

contraídas;<br />

2-Odispostonaalíneab)não<br />

obsta à conservação de todos os<br />

direitos dos credores contra os<br />

co-obrigados ou garantes.<br />

3 - As providências referidas<br />

neste artigo terão a duração<br />

máxima de um ano, prorrogável<br />

uma só vez por igual período de<br />

tempo. As providências<br />

extraordinárias previstas no<br />

presente título subsistirão apenas<br />

enquanto se verificar a situação<br />

que as tiver determinado.<br />

Constâncio cumpriu ontem o que<br />

era esperado: voltou a congelar as<br />

contas dos clientes do BPP.<br />

CMVM<br />

CMVM explica porque não tem<br />

condições para registar ainda o<br />

fundo de investimento especial<br />

Maria Teixeira Alves<br />

maria.alves@economico.pt<br />

A Comissão do Mercado de Valores<br />

Mobiliários (CMVM) emitiu<br />

ontem um comunicado onde<br />

explica a razão pela qual não<br />

pôde, até agora, registar o Fundo<br />

de Investimento Especial que<br />

substituirá os títulos (’loan-notes’)<br />

dos clientes do retorno absoluto<br />

do BPP.<br />

O regulador diz que, para já, não<br />

está em condições de autorizar<br />

um fundo de investimento para<br />

os clientes do BPP porque que<br />

ainda não recebeu do banco a

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