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DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico

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22 <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> Quinta-feira 3 Dezembro 2009<br />

EMPRESAS<br />

ENERGIA<br />

Iberdrola compromete-se a reduzir emissões<br />

de CO2 abaixo da média das eléctricas<br />

A eléctrica espanhola Iberdrola comprometeu-se a reduzir as emissões de<br />

dióxido de carbono (CO2) para que em 2020 sejam pelo menos 20%<br />

inferiores à média europeia, apostando em energias renováveis e no<br />

nuclear. Em comunicado, a Iberdrola explica que para atingir o objectivo<br />

agora proposto vai focalizar os seus investimentos em formas de energia<br />

que não emitem gases com efeitos de estufa – como a eólica, a hídrica e a<br />

nuclear – e no desenvolvimento de tecnologias de sequestro de CO2.<br />

‘Golden share’<br />

do Estado na PT<br />

temosdias<br />

contados<br />

A decisão final do Tribunal Europeu é conhecida<br />

em seis meses, com provável derrota do Estado.<br />

Cátia Simões e Luís Rego<br />

catia.simoes@economico.pt<br />

A ‘golden share’ – acções com direitos<br />

especiais – do Estado na<br />

Portugal Telecom (PT) tem os dias<br />

contados. Mais propriamente,<br />

cerca de seis meses, o tempo que<br />

o Tribunal de Justiça Europeu deverá<br />

demorar a tomar a decisão<br />

definitiva.<br />

Um parecer do advogado-geral<br />

do Tribunal de Justiça Europeu<br />

considerou “ilegal” a existência<br />

destas acções especiais na mão do<br />

Estado, levando ao incumprimento<br />

“das regras europeias de<br />

livre circulação de capitais”. Este<br />

parecer não é vinculativo, mas,<br />

em 80% dos casos, é seguido pelo<br />

Tribunal de Justiça.<br />

“Os juízes iniciam agora a sua<br />

deliberação no presente processo.<br />

O acórdão será proferido em data<br />

posterior”, no máximo em seis<br />

meses, disse ao <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong><br />

fonte ligada ao processo.<br />

Questionado pelos jornalistas<br />

no Parlamento, António Mendonça,<br />

ministro das Obras Públicas,<br />

que tutela a PT, disse apenas<br />

que “ainda não há nenhuma notificação<br />

oficial sobre esse assunto.Sóvoutomarumaposiçãoso<br />

António<br />

Mendonça,<br />

ministro das<br />

Obras Públicas,<br />

não quis comentar<br />

uma decisão que<br />

ainda não é a<br />

definitiva.<br />

bre o assunto quando houver<br />

uma posição final”.<br />

O mais provável é que o Estado<br />

espere pela decisão definitiva do<br />

Tribunal, que deverá obrigar a alterarosestatutosdaPT,deforma<br />

a que as 500 acções de categoria A<br />

detidas pelo Estado percam os<br />

seus poderes especiais (por<br />

exemplo, poder de veto sobre decisões<br />

estratégicos).<br />

‘Golden share’ pode ser vendida<br />

Para contornar esta situação, ou<br />

pelo menos ganhar algum tempo<br />

extra, o Estado poderia vender a<br />

‘golden share’ a privados ou<br />

transferi-la para a Caixa.<br />

“Na teoria o Estado pode vender<br />

a ‘golden share’ a um accionista<br />

privado mas este terá de pagar,<br />

e bem, por estas acções”,<br />

disse um advogado contactado<br />

pelo <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong>, que não<br />

quis ser identificado.<br />

Contudo, Jorge Santiago Neves,<br />

da Barrocas, Sarmento e Neves,<br />

defende que esta solução<br />

“não respeita, na base, a liberdade<br />

de circulação de capitais. Passá-las<br />

a um privado não faz desaparecer<br />

o obstáculo que foi criado<br />

com estas acções. Mantinha-se a<br />

ilegalidade.” Este é, aliás, ao que o<br />

<strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> apurou, o entendimento<br />

de Bruxelas.<br />

O <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> apurou<br />

ainda que, antes deste processo<br />

chegar a tribunal, em Janeiro de<br />

2008, Bruxelas tinha proposto ao<br />

então ministro Mário Lino que o<br />

Estado transferisse para a CGD as<br />

500 acções de categoria A, embora<br />

perdendo alguns direitos. Na<br />

altura, Mário Lino recusou, por<br />

entender que o Estado deveria<br />

manter a sua presença no sector<br />

das telecomunicações.<br />

Bruxelas tem procurado acabar<br />

com as ‘golden share’ estatais<br />

em empresas privadas. Em Espanha,<br />

empresas como a Telefónica,<br />

aRepsoleaEndesadeixaram de<br />

ter acções preferenciais.<br />

Com a extinção da ‘golden<br />

share’ o preço da acção da PT teria<br />

potencial para aumentar, segundo<br />

avança um analista contactado<br />

pelo <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong>. ■<br />

Ana Maria Fernandes lidera<br />

a EDP Renováveis.<br />

1.<br />

Acatar a decisão de Bruxelas e<br />

extinguir os direitos especiais<br />

“Tenho muitas dúvidas que<br />

restem alternativas”, diz um<br />

advogado que não quis ser<br />

identificado. Assim, o Estado vai<br />

adiar o mais possível a extinção<br />

destas acções mas acabará por<br />

acatar a decisão da Comissão,<br />

que é definitiva. “Se o Estado<br />

não cumprir então a CE pode<br />

impôr sanções pecuniárias<br />

compulsórias”, explica Cruz<br />

Vilaça, da PLMJ. Os estatutos da<br />

PT terão de ser alterados e os<br />

poderes especiais extintos.<br />

ENERGIA<br />

EDP Renováveis encaixa 228 milhões<br />

com ‘tax equity’ nos EUA<br />

AS TRÊS HIPÓTESES PARA A ‘GOL<strong>DE</strong>N SHARE’ DO ESTADO<br />

A EDP Renováveis, liderada por Ana Maria Fernandes (na foto), fechou<br />

duas transacções com a GE Energy Financial Services, onde garantiu um<br />

financiamento de 228 milhões de dólares. As operações, dizem respeito<br />

à venda de uma participação na estrutura “tax Equity” da Vento III,<br />

avaliada em 111 milhões, e de uma estrutura “tax equity” no parque Blue<br />

Canyon V, no valor de 118 milhões. Com estas duas operações aumentou<br />

para 1,9 mil milhões o valor recebido nos EUA com estas estruturas.<br />

2.<br />

Vender as acções a um privado<br />

com elevado preço de controlo<br />

Em teoria, este cenário é possível,<br />

já que a decisão de Bruxelas se<br />

refere apenas às acções de<br />

categoria A na mão do Estado.<br />

Contudo, o comprador da ‘golden<br />

share’ enfrentaria, porsua vez, a<br />

fúria de Bruxelas. “Passar a<br />

situação para outro accionista<br />

continuaria a ser uma violação do<br />

direito comunitário,” defende<br />

Santiago Neves. “Um privado pode<br />

comprar mas terá de pagar um<br />

preço muito elevado” acrescentou<br />

outro advogado.<br />

Paulo Alexandre Coelho<br />

Opossívelfimda<br />

‘golden share’ na<br />

empresa liderada por<br />

Zeinal Bava aumenta o<br />

ângulo especulativo<br />

das acções.<br />

3.<br />

Comprar acções em bolsa para<br />

reforçar a posição na PT<br />

Sem ‘golden share’, o Estado<br />

deixaria de ter qualquer posição de<br />

controlo na PT. Se quisesse<br />

continuar a ter voz presente na<br />

operadora teria de recorrer ao<br />

mercado para comprar acções, com<br />

custos elevados. Ao que o <strong>Diário</strong><br />

<strong>Económico</strong> apurou, não será esse o<br />

caminho a seguir pelo Executivo,<br />

até porque os estatutos da PT<br />

blindam os direitos de voto a 10%<br />

do capital e nem com a participação<br />

da CGD na empresa (6%) o Estado<br />

conseguiria manter o seu poder.

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