12.05.2013 Views

DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico

DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico

DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

20 <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> Quinta-feira 3 Dezembro 2009<br />

EMPRESAS<br />

Governo estuda novo<br />

concurso eólico de<br />

4 mil milhões de euros<br />

Novos parques poderão atingir três mil megawatts, mas as empresas mostram-<br />

-se pouco receptivas, devido às dificuldades nas licenças já atribuídas.<br />

Ana Gonçalves<br />

ana.goncalves@economico.pt<br />

O Governo está a equacionar o<br />

lançamento de um novo concurso<br />

eólico que, no cenário<br />

mais optimista, poderá atingir<br />

3 mil megawatts, representando<br />

um investimento potencial,<br />

a preços de mercado, na ordem<br />

dos 4.200 milhões de euros.<br />

Confrontado pelo <strong>Diário</strong><br />

<strong>Económico</strong>, o ministro da Economia,<br />

Vieira da Silva, limitouse<br />

a afirmar que Governo está a<br />

estudar a estratégia que será<br />

definida para a energia eólica.<br />

“Posso-lhe dizer apenas que<br />

estamos a avaliar o que vai ser<br />

feito”, adiantou Vieira da Silva.<br />

Servem de comparação os<br />

1.800 MW que foram atribuídos<br />

em concurso nos últimos<br />

quatro anos, repartidos por<br />

três fases, a primeira das quais,<br />

de 1.200 megawatts (MW),<br />

conquistada pelo consórcio<br />

formado pela EDP, Endesa, Generg,<br />

Enercon. A segunda, de<br />

400 MW, acabaria por ficar nas<br />

mãos da Galp, Martifer, Enersis,<br />

Efacec e Repower, enquanto<br />

a terceira etapa, de 200<br />

MW e com contornos distintos,<br />

foi destinada a pequenos<br />

investidores.<br />

Em comum, apenas a obrigatoriedade<br />

dos dois primeiros<br />

agrupamentos criarem ‘clusters’<br />

industriais.<br />

O Executivo de José Sócrates<br />

decidiu agora subir a fasquia.<br />

Fixou em 8.500 MW o objectivo<br />

para a energia eólica, a atingir<br />

até 2020.<br />

Com 5.100 MW já programados<br />

para 2012, mais 400 MW<br />

que poderão resultar do reforço<br />

de alguns parques eólicos actualmente<br />

em operação, este<br />

bolo promete ser acrescido com<br />

3 mil MW de novas licenças,<br />

das quais 500 MW em regime<br />

‘off-shore’ (em mar).<br />

Sector está pouco receptivo<br />

Por definir estão os contornos<br />

deste processo. Um facto a que<br />

não é alheio a falta de receptividade<br />

do sector à atribuição<br />

de novas licenças. Pelo menos<br />

enquanto não forem removidos<br />

os obstáculos, sobretudo<br />

ambientais, com que se confrontam<br />

muitos dos projectos<br />

em curso.<br />

Têm vindo a aumentar o número<br />

de parques que, ou foram<br />

chumbados pelas autoridades<br />

ambientais, ou receberam luz<br />

verde, mas acabaram com uma<br />

capacidade instalada inferior à<br />

prevista, reduzindo a sua rentabilidade.<br />

Uma preocupação a que o<br />

ministro da Economia se diz<br />

sensível. “A nossa principal<br />

António Sá<br />

da Costa<br />

Presidente da<br />

APREN<br />

“Os parques atribuídos só<br />

deverão estar operacionais em<br />

2014. É complicado avançar com<br />

mais licenças”<br />

preocupação é pôr em operação<br />

os parques já atribuídos”, afirmou<br />

Vieira da Silva.<br />

“Os parques atribuídos só<br />

deverão estar operacionais em<br />

2014. É complicado avançar<br />

com mais licenças, enquanto<br />

não houver centrais hidroeléctricas<br />

com sistema de bombagem,<br />

que servem de apoio à<br />

energiaeólicaegarantema<br />

segurança do sistema eléctrico<br />

nacional”, afirmou ao <strong>Diário</strong><br />

<strong>Económico</strong> o presidente da<br />

APREN, Associação Portuguesa<br />

de Energias Renováveis,<br />

AntónioSádaCosta,àmargem<br />

do Finance Energy Fórum,<br />

realizado no final da passada<br />

semana.<br />

Por seu turno, o administrador<br />

da Martifer Renewables,<br />

TiagoAndradeeSousa,alertou<br />

para outro problema. “Retirando<br />

as zonas da Rede Natura<br />

2000 constam poucas zonas<br />

com um recurso apropriado e<br />

com espaço adequado para<br />

construção de parques eólicos”,<br />

sublinha.<br />

Particularmente atentos às<br />

novas orientações do Governo<br />

estão os fabricantes de aerogeradores.<br />

É o caso da Vestas<br />

Wind Systems, líder mundial<br />

do sector e que em Portugal<br />

controla 17% do mercado, o<br />

que lhe garante o segundo lugar<br />

do ‘ranking’ nacional.<br />

Isso mesmo deixou claro o<br />

seu presidente, Ditlev Engel,<br />

em recente entrevista ao <strong>Diário</strong><br />

<strong>Económico</strong>: “Continuamos a<br />

construir as relações com os<br />

nossosclientesparaosnegócios<br />

globais e locais. Estamos a<br />

preparar a empresa e toda a<br />

nossa capacidade para aquilo<br />

que o Governo vier a definir no<br />

futuro próximo”.<br />

Mas a Vestas não está sozinha.<br />

No terreno estão outros<br />

concorrentes de peso, como a<br />

Enercon e a Repower, com presença<br />

industrial em território<br />

nacional. Um trunfo que certamente<br />

não deixarão de usar, já<br />

que ambos são fruto da política<br />

de promoção das energia eólica<br />

levada a cabo pelo Executivo de<br />

José Sócrates. ■ com F.A.<br />

INVESTIMENTO <strong>DE</strong> PESO<br />

● O novo concurso eólico<br />

representará um investimento<br />

potencial de cerca de 4.200<br />

milhões de euros.<br />

● O Executivo de José Sócrates<br />

decidiu subir a fasquia. Fixou em<br />

8.500 MW o objectivo para a<br />

energia eólica, a atingir até<br />

2020.<br />

● Constam poucas zonas com<br />

um recurso apropriado e com<br />

espaço adequado para<br />

construção de parques eólicos,<br />

garante Tiago Andrade e Sousa.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!