DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico
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18 <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> Quinta-feira 3 Dezembro 2009<br />
POLÍTICA<br />
EUROBARÓMETRO<br />
Pobreza preocupa mais os portugueses<br />
do que as alterações climáticas<br />
Pobreza, falta de alimentos e de água potável são os temas que mais<br />
preocupam os portugueses. Em sexto lugar ficam os receios sobre as<br />
alterações climáticas e, só depois, os conflitos armados. A hierarquia<br />
das preocupações dos portugueses foi divulgada numa sondagem<br />
do Eurobarómetro, sobre atitudes face às alterações climáticas. Em<br />
Portugal, apenas 28% dos inquiridos consideraram que estes são<br />
problemas mundiais mais sérios, contra 47% da média europeia.<br />
Fundador do PSD defende sistema<br />
eleitoral proporcional e uninominal.<br />
CRIMINALIZAÇÃO DO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO <strong>DE</strong>VERÁ SER CHUMBADA<br />
O Parlamento voltará<br />
hoje a discutir duas<br />
propostas do BE e PCP<br />
para tipificar como crime<br />
o enriquecimento<br />
injustificado. O PS já<br />
fez saber que será<br />
intransigente neste ponto<br />
e não aceitará viabilizar<br />
soluções que considera<br />
conduzirem à inversão<br />
do ónus da prova,<br />
consagrado na<br />
Constituição. Quanto<br />
ao PSD, terá uma<br />
proposta no mesmo<br />
sentido que será discutida<br />
apenas no dia 10. Ao<br />
<strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong>, Teresa<br />
Morais, da direcção<br />
da bancada, não quis<br />
adiantar o sentido de voto<br />
em relação aos projectos<br />
da esquerda. A aprovação<br />
estaránasmãosdoCDS,<br />
que se votar<br />
favoravelmente deixará<br />
o PS isolado. Mas é sabido<br />
que os centristas não<br />
concordam com esta<br />
criminalização.<br />
Márcia Galrão<br />
marcia.galrao@economico.pt<br />
A alteração das regras do sigilo<br />
bancário promete voltar a dividir<br />
o PS. Deputados e Governo analisaram<br />
ontem a hipótese de recuperar<br />
uma antiga proposta para<br />
obrigar os bancos a informar o<br />
Fisco duas vezes por ano dos saldos<br />
dos depositantes que, em média,<br />
têm mais de 15 mil euros depositados.<br />
Em causa estará uma<br />
solução próxima do que defende o<br />
Bloco, cujo projecto-lei nesta<br />
matéria será hoje debatido no<br />
plenário do Parlamento.<br />
Ao <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong>, Ricardo<br />
Rodrigues, da direcção da bancada<br />
do PS, confessa que a hipótese dos<br />
socialistas retomarem esta discussão<br />
“está a ser analisada” e foi<br />
mesmotemadeumareuniãocom<br />
o ministro da Justiça, Alberto Martins,<br />
durante o dia de ontem. Notese<br />
que este governante foi um dos<br />
defensores do chamado “modelo<br />
espanhol” quando o tema foi discutido<br />
no Parlamento no final da<br />
anterior legislatura. Na altura,<br />
também Vera Jardim, agora coordenador<br />
do PS para as propostas<br />
anticorrupção, defendeu que era<br />
preciso ir mais além do que aquilo<br />
que o Governo de Sócrates tinha<br />
aprovado: o acesso do Fisco às contas<br />
bancárias sem prévia autorização<br />
judicial e sem solicitar previamente<br />
a colaboração do contribuinte,<br />
em situações de “suspeitas<br />
fundadas” de rendimentos injustificados.<br />
Jardim queria uma “solução<br />
mais aberta, em que haja uma<br />
informação automática das instituições<br />
bancárias ao sistema fiscal<br />
sobre os saldos anuais das contas”.<br />
Masnemtodososdeputados<br />
vêem com bons olhos esta alteração.<br />
Ao <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong>, Victor<br />
Baptista, coordenador na comissão<br />
de Orçamento e Finanças, rejeita<br />
qualquer mexida nas regras<br />
do sigilo bancário e volta a dizer<br />
que aquilo que o anterior Governo<br />
aprovou é “suficiente”. O deputado<br />
foi o relator sobre o projecto<br />
do BE que é hoje discutido e<br />
voltou a insurgir-se contra a solução<br />
apresentada: “As instituições<br />
financeiras devem, duas vezes<br />
por ano, enviar informação à<br />
administração fiscal sobre os elementos<br />
relevantes sobre o fluxo<br />
de depósitos e transferências e<br />
saldos finais das contas dos depositantes<br />
para permitir o cruzamento<br />
de informações com as<br />
declarações fiscais”, diz o projecto.<br />
Uma solução idêntica à que o<br />
PS poderá apresentar. ■<br />
PSD<br />
Balsemão quer pactos de regime na Justiça,<br />
Educação, Saúde e Administração Pública<br />
Francisco Pinto Balsemão defendeu grandes reformas para a Justiça,<br />
Educação, Saúde e Administração Pública que assentem em “pactos de<br />
fundo ou acordos de regime”, “subscritos pelo maior número possível de<br />
partidos”. No primeiro debate organizado pelo Instituto Sá Carneiro com<br />
o objectivo de reflectir sobre “os desafios futuros do PSD”, o fundador<br />
do PSD falava defendeu também uma revisão profunda da Constituição<br />
e apontou “fragilidades” do sistema de governo semi-presidencialista.<br />
Sigilo bancário volta a dividir bancada<br />
Em causa está a possibilidade do fisco aceder a contas com rendimentos médios superiores a 15 mil<br />
Em causa estará<br />
o acesso do fisco<br />
a rendimentos<br />
infundados.<br />
TRÊS PERGUNTAS A...<br />
ROGÉRIO F. FERREIRA<br />
Fiscalista<br />
Alterações no sigilo<br />
bancário não são<br />
“desejáveis”<br />
Ex-secretário de Estado<br />
dos Assuntos Fiscais apela<br />
à ponderação no que toca<br />
ao sigilo bancário.<br />
O modelo espanhol ajuda<br />
acombateracorrupção?<br />
Embora desconheça qualquer<br />
estudo concreto sobre o impacto<br />
de tal medida, no que respeita ao<br />
combate à corrupção creio que não<br />
será desejável, designadamente<br />
tendo em consideração as<br />
alterações já introduzidas em<br />
Setembro. Qualquer “nova” medida<br />
para levantamento do sigilo, sem<br />
depender de controlo judicial e<br />
quando não exista consentimento<br />
do contribuinte, deverá ser<br />
cuidadosamente ponderada.<br />
Viola a privacidade do cidadão?<br />
A questão primordial passa por<br />
assegurar garantias de defesa aos<br />
contribuintes nos casos em que a<br />
derrogação do sigilo bancário é<br />
levada a cabo. Mediante a<br />
existência de tais garantias, tal<br />
como a efeito suspensivo em caso