DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico
DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico
DE 4771 : Plano 48 : 1 : P.gina 1 - Diário Económico
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
14 <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> Quinta-feira 3 Dezembro 2009<br />
ECONOMIA<br />
MEDIDAS ANTI-DUMPING<br />
Bruxelas quer prolongar por 15 meses<br />
taxas sobre calçado da China e Vietname<br />
A Comissão Europeia propôs ontem o prolongamento por mais 15 meses<br />
das sobretaxas de alfândega impostas ao calçado de couro fabricado na<br />
China e Vietname, como medida ‘anti-dumping’ para proteger a produção<br />
da União Europeia. As sobretaxas foram impostas em 2006 e são de<br />
16,5% para o calçado em couro da China e de 10% para o do Vietname<br />
e uma investigação desenvolvida pelo Executivo comunitário concluiu<br />
que a sua manutenção se justifica.<br />
Oposição está<br />
de acordo para<br />
alargar subsídio<br />
de desemprego<br />
PSD, CDS, Bloco e PCP querem dar subsídio<br />
por mais tempo, pelo menos em 2010.<br />
Margarida Peixoto<br />
margarida.peixoto@economico.pt<br />
Os partidos da oposição vão tentar<br />
impor o alargamento, pelo<br />
menos temporário, do período de<br />
concessão do subsídio de desemprego,<br />
como forma de ajudar<br />
muitas famílias a enfrentar a crise.<br />
A medida será discutida já no<br />
arranque do próximo ano.<br />
Com a taxa de desemprego a<br />
atingir os 10,2%, de acordo com<br />
dados do Eurostat divulgados<br />
esta segunda-feira, a oposição<br />
está determinada a aumentar a<br />
protecção dos mais de 547 mil<br />
portugueses que perderam o seu<br />
posto de trabalho.<br />
Os quatro projectos de lei que<br />
deram entrada na Assembleia da<br />
República durante o mês de Novembro,<br />
um da autoria de cada<br />
partido da oposição, têm um<br />
ponto em comum: prevêem um<br />
alargamentodonúmerodemeses<br />
de subsídio a que os desempregados<br />
têm direito. Neste momento,<br />
os prazos são definidos<br />
A disponibilidade<br />
do PCP para<br />
chegar a acordo é<br />
“total”, diz o<br />
deputado Jorge<br />
Machado. Mas o<br />
PCP vai “mais<br />
longe que os<br />
partidos de<br />
direita”, sublinha.<br />
Rosário Águas,<br />
deputada do PSD,<br />
admite que “em<br />
último caso, se o<br />
Governo se<br />
mostrar<br />
irredutível”, o PSD<br />
poderá procurar<br />
consensos com a<br />
oposição.<br />
em função da idade e da carreira<br />
contributiva e variam entre nove<br />
mesesedoisanosemeio.<br />
“O objectivo é que o Governo<br />
se entenda com o maior partido<br />
daoposição,queéoPSD,eque<br />
mude a sua postura”, diz a deputada<br />
social-democrata Rosário<br />
Águas, sublinhando que este é o<br />
primeiro passo. Contudo, admite<br />
que “em último caso, se o Governo<br />
se mostrar irredutível”, o<br />
PSD poderá procurar consensos<br />
com a oposição.<br />
À partida, o entendimento não<br />
será difícil. “Temos toda a disponibilidade<br />
para conversar com<br />
todos os partidos”, diz Pedro<br />
Mota Soares, deputado do CDS,<br />
ressalvando que o seu partido “só<br />
admite o alargamento temporal,<br />
na lógica do combate à crise” –<br />
uma condição que vai ao encontro<br />
da posição do PSD.<br />
Aliás,estaéaprincipaldiferença<br />
que separa as iniciativas da<br />
direita das da esquerda: estabelecer<br />
se o alargamento do período<br />
deconcessãodeveserumamedida<br />
excepcional, a aplicar apenas<br />
enquanto a crise económica se verificar,<br />
ou se deve passar a ser definitiva.<br />
Os partidos da esquerda –<br />
BE e PCP – defendem uma mudança<br />
definitiva, enquanto os da<br />
direita – PSD e CDS – sublinham<br />
que deve ser uma alteração temporária,<br />
a vigorar durante 2010.<br />
“O mais importante é mudar<br />
o estado de coisas” e não “ver<br />
quem coloca a bandeira”, diz<br />
Mariana Aiveca, deputada do<br />
Bloco de Esquerda. E acrescenta:<br />
“Queremos fazer a convergência<br />
onde ela seja possível”. Posição<br />
semelhante tem o PCP, que assume<br />
que a sua disponibilidade<br />
para chegar a um ponto de acordo<br />
com a oposição é “total”, diz<br />
o deputado Jorge Machado. “Nós<br />
vamos mais longe do que os partidos<br />
de direita”, reconhece, sublinhando<br />
que estender o subsídio<br />
por seis meses “é insuficienteporquenãoseprevêqueacrise<br />
acabe já”. Ainda assim, admite<br />
que o PCP “está disponível”<br />
para negociar. ■<br />
Banco Mundial diz que metade dos<br />
ganhos conseguidos estão perdidos.<br />
PAÍSES EMERGENTES NA EUROPA E ÁSIA CENTRAL<br />
Banco Mundial prevê mais dez milhões<br />
de pobres em 2010 por causa da crise<br />
Metade dos ganhos conseguidos na última década na redução da pobreza<br />
nos países emergentes da Europa e na Ásia Central podem ser perdidos<br />
devido ao impacto da crise financeira, revelou ontem um relatório<br />
do Banco Mundial. As consequências estão quantificadas. De acordo<br />
com as contas do Banco Mundial, esta região do Mundo deverá ter mais<br />
dez milhões de pobres em 2010. A instituição refere no relatório<br />
que os países podem rever os seus programas de apoio.<br />
Paulo Alexandre Coelho<br />
As medidas da ministra Helena<br />
André (na foto acompanhado pelo<br />
secretário de Estado Pedro<br />
Marques) para ajudar os<br />
desempregados não são suficientes<br />
para a oposição.<br />
Alteração do Governo não chega para satisfazer a oposição<br />
No início de Novembro o Governo<br />
já tinha anunciado uma alteração<br />
às regras de acesso aos subsídio<br />
de desemprego. Durante o<br />
próximo ano, como medida<br />
excepcional, o tempo de<br />
descontos necessários para ter<br />
direito à prestação será mais<br />
curto. Em vez dos normais 450<br />
dias, bastarão 365 dias, ou seja,<br />
menos três meses de trabalho. De<br />
acordo com as estimativas do<br />
Governo, esta alteração vai<br />
beneficiar entre oito a dez mil<br />
pessoas. Embora o alargamento<br />
do acesso seja uma das<br />
reivindicações dos deputados,<br />
não chega. “A proposta não<br />
engana, é muito insuficiente<br />
tendoemcontaoscercade700<br />
mil portugueses que estão sem<br />
trabalho, contando com inactivos<br />
e desencorajados”, comenta<br />
Jorge Machado, deputado do PCP.<br />
Os quatro partidos da oposição<br />
estão por isso determinados a<br />
acrescenta mudanças. Até 13 de<br />
Dezembro os projectos de lei da<br />
oposição estão em apreciação<br />
pública. Depois deverá ser<br />
agendado o debate em plenário,<br />
queseprevêqueaconteçano<br />
início do próximo ano.