Edição 03 – Setembro de 2011 - Revista FOSSGIS Brasil
Edição 03 – Setembro de 2011 - Revista FOSSGIS Brasil
Edição 03 – Setembro de 2011 - Revista FOSSGIS Brasil
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Editorial<br />
Mercado <strong>de</strong> GIS<br />
Mural GIS<br />
Espaço do Leitor<br />
Software Livre Também Faz<br />
Usando WPS em<br />
Openlayers<br />
GISVM<br />
GeoMajas<br />
Capa<br />
Fossgis.gov.br<br />
Capa II<br />
Fossgis.gov.pt<br />
i³Geo na Gestão Municipal<br />
Entrevista<br />
Por Dentro do Geo<br />
Web GIS<br />
Desktop GIS<br />
Mapa da Vez<br />
04<br />
05<br />
06<br />
07<br />
09<br />
10<br />
14<br />
19<br />
22<br />
28<br />
32<br />
36<br />
39<br />
44<br />
49<br />
52<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Sumário<br />
Nesta edição abordaremos se o uso das Geotecnologas livres nos<br />
governos já é realida<strong>de</strong> ou ainda não passa <strong>de</strong> promessa.<br />
Confira alguns dos principais movimentos do mercado <strong>FOSSGIS</strong> no<br />
último trimestre.<br />
Aqui você fica por <strong>de</strong>ntro dos principais eventos relacionados aos<br />
SIG livres no <strong>Brasil</strong> e no Mundo.<br />
Espaço <strong>de</strong>stinado às críticas, sugestões e comentários dos leitores<br />
da revista nas diversas plataformas multimídia.<br />
Sabe aquele recurso ou tarefa que os softwares comerciais têm? Os<br />
SIG livres também fazem. Confira.<br />
O uso <strong>de</strong> Web Processing Services (WPS) e execução <strong>de</strong> módulos<br />
GRASS a partir <strong>de</strong> Openlayers.<br />
GIS Virtual Machine, uma máquina virtual para Geotecnologias<br />
Livres.<br />
O que é o Geomajas e como ele está sendo utilizado mundo afora.<br />
Saiba se a política nacional <strong>de</strong> incentivo aos SL também tem<br />
influenciado a área <strong>de</strong> Geoprocessamento.<br />
Software Livre no Governo: O Caso <strong>de</strong> Portugal.<br />
Veja o exemplo prático do uso <strong>de</strong> SIG livres na administração<br />
municipal <strong>de</strong> João Pessoa - PB.<br />
Entrevistamos o homem por trás do i³Geo. Ele nos revela o<br />
panorama sobre a utilização <strong>de</strong> software livre <strong>de</strong>ntro do governo.<br />
Saiba tudo o que aconteceu na Conferência Cartográfica<br />
Internacional <strong>2011</strong> em Paris.<br />
Fique por <strong>de</strong>ntro do Mapserver e <strong>de</strong> quebra aprenda a instalá-lo em<br />
seu computador.<br />
Conheça o Ilwis, software proprietário que livrou-se das amarras das<br />
licenças restritivas.<br />
Neste espaço você po<strong>de</strong> enviar seu mapa para ser publicado. Siga<br />
todas as normas cartográficas e explique como o produziu.
Editorial<br />
GEOTECNOLOGIAS LIVRES NO GOVERNO. PROMESSA OU<br />
REALIDADE?<br />
Caros leitores,<br />
Com a criação do Comitê Técnico <strong>de</strong> Implementação <strong>de</strong><br />
Software Livre pelo Presi<strong>de</strong>nte Lula (20<strong>03</strong>), o software livre<br />
começou a ser adotado com maior força no <strong>Brasil</strong>.<br />
Apesar da criação do Portal do Software Público (PSB),<br />
em 2007, e segundo relatos do SERPRO, alguns órgãos ainda<br />
não seguem as diretrizes do Governo Fe<strong>de</strong>ral, e existem órgãos<br />
que nem sequer têm conhecimento da existência do Software<br />
Livre.<br />
Isso nos leva a refletir que não basta apenas <strong>de</strong>cretar o<br />
uso, mas sim estabelecer uma política que apóie o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e manutenção <strong>de</strong> software livre, e a<br />
capacitação para adaptação <strong>de</strong>stes softwares.<br />
No artigo <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta edição falaremos da situação<br />
das Geotecnologias livres no <strong>Brasil</strong>, on<strong>de</strong> serão abordados os<br />
motivos para a sua utilização, <strong>de</strong>safios da implantação em<br />
instituições públicas, além <strong>de</strong> dicas para uma migração<br />
saudável. Há ainda um breve relato <strong>de</strong> como está o uso das<br />
Geotecnologias livres em Portugal.<br />
Nesta edição ainda falaremos sobre o i3Geo na gestão<br />
pública, um software livre brasileiro criado no Ministério do Meio<br />
Ambiente por Edmar Moretti, que nos conce<strong>de</strong>u uma entrevista<br />
bastante informativa.<br />
Você ainda po<strong>de</strong>rá saber um pouco mais sobre o ILWIS,<br />
um Desktop GIS que já foi proprietário e hoje é opensource;<br />
além do GISVM, uma máquina virtual GIS.<br />
Não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> ler também os artigos sobre os projetos<br />
GeoMajas e MapServer, a matéria sobre como utilizar o padrão<br />
WPS com o OpenLayers e a nova seção, com o tema<br />
“Quebrando Tabus: Software livre também faz”.<br />
Espero que gostem <strong>de</strong>sta edição e nos enviem suas<br />
opiniões e sugestões que são <strong>de</strong> fundamental importância para<br />
o nosso trabalho.<br />
Boa leitura!<br />
Fernando Quadro<br />
Analista <strong>de</strong> sistemas<br />
Editor<br />
fernando@fossgisbrasil.com.br<br />
Esta revista foi diagramada e produzida graficamente<br />
utilizando os seguintes softwares livres<br />
Ubuntu LibreOffice Inkscape Gimp Scribus<br />
4<br />
Publicação trimestral - Ano 1 - N° <strong>03</strong><br />
Diretor Geral<br />
Fernando Quadro - fernando@fossgisbrasil.com.br<br />
Editor<br />
Fernando Quadro - fernando@fossgisbrasil.com.br<br />
Jornalista Responsável<br />
Juliane Guimarães - juliane@fossgisbrasil.com.br<br />
Revisores<br />
André Mendonça-andremendonca@fossgisbrasil.com.br<br />
Felipe Costa - felipe@fossgisbrasil.com.br<br />
George Silva - george@fossgisbrasil.com.br<br />
Raquel Monteiro da Silva Freitas<br />
Arte e Diagramação<br />
Esdras Andra<strong>de</strong> - esdras.andra<strong>de</strong>@fossgisbrasil.com.br<br />
Luis Sa<strong>de</strong>ck - sa<strong>de</strong>ck@fossgisbrasil.com.br<br />
Capa<br />
Luis Sa<strong>de</strong>ck - sa<strong>de</strong>ck@fossgisbrasil.com.br<br />
Colaboraram nesta edição<br />
Ana Paula Gioia<br />
An<strong>de</strong>rson Maciel Lima <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros<br />
André Mendonça<br />
Carlos Alberto Ribeiro<br />
Esdras <strong>de</strong> Lima Andra<strong>de</strong><br />
Felipe dos Santos Costa<br />
George Silva<br />
Jorge <strong>de</strong> Jesus<br />
José Pedro Gonçalves dos Santos<br />
Luis Carlos Ma<strong>de</strong>ira<br />
Luis Sa<strong>de</strong>ck<br />
Luiz Motta<br />
Pieter De Graef<br />
Ricardo Pinho<br />
Sylvain Desmoulière<br />
Fale conosco<br />
Editor - fernando@fossgisbrasil.com.br<br />
Publicida<strong>de</strong> - comercial@fossgisbrasil.com.br<br />
Parcerias - parcerias@fossgisbrasil.com.br<br />
O conteúdo assinado e as imagens que o<br />
integram, são <strong>de</strong> inteira responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus<br />
respectivos autores, não representando<br />
necessariamente a opinião da <strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong><br />
<strong>Brasil</strong> e <strong>de</strong> seus responsáveis. Todos os direitos<br />
sobre as imagens são reservados a seus<br />
respectivos proprietários.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
Nesta coluna, confira alguns dos principais<br />
movimentos do mercado <strong>FOSSGIS</strong> no último<br />
trimestre.<br />
Julho <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />
No último mês <strong>de</strong> Julho, o<br />
Instituto <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong><br />
Geografia e Estatística<br />
(IBGE) disponibilizou ao<br />
público a Malha Municipal e<br />
<strong>de</strong> Setores Censitários e da Base <strong>de</strong> Informações<br />
do Censo 2010. Acesse noticia <strong>de</strong> divulgação em<br />
http://goo.gl/NAtIR. Os arquivos da Malha estão<br />
disponíveis em http://goo.gl/QuLxE.<br />
Agosto <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />
Depois <strong>de</strong> lançada a<br />
versão 4.1.0 do<br />
TerraView eis que<br />
chegou a hora <strong>de</strong><br />
anunciar a versão portable <strong>de</strong>ste aplicativo<br />
<strong>de</strong>senvolvido no INPE. Confira todas as<br />
informações e novida<strong>de</strong>s sobre o TerraView em<br />
http://goo.gl/kn4lw. Para obter a versão portable<br />
do TerraView consulte um dos nossos blogs<br />
parceiros: http://goo.gl/QZhBb.<br />
No final do mês <strong>de</strong><br />
Agosto foi lançado o<br />
Mapa índice<br />
TOPODATA, que<br />
preten<strong>de</strong> ser uma<br />
ponte para o acesso<br />
aos dados do projeto<br />
TOPODATA do INPE.<br />
Saiba mais sobre este projeto em<br />
http://goo.gl/RFAKu. Acesse o Mapa Índice<br />
TOPODATA em http://goo.gl/4VWg1.<br />
<strong>Setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />
Foi liberada a<br />
nova versão 1.9<br />
do framework SIG<br />
<strong>de</strong> código aberto<br />
Geomajas. Para conhecer mais sobre esta versão<br />
e fazer o download do software acesse<br />
http://www.geomajas.org/.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Mercado <strong>de</strong> GIS<br />
Por Luís Carlos Ma<strong>de</strong>ira<br />
GearScape (GGL)<br />
Foi liberada a versão 2 da Linguagem <strong>de</strong><br />
Geoprocessamento GearScape (GGL). A novida<strong>de</strong><br />
introduzida nesta segunda versão passa pela<br />
abrangência <strong>de</strong> outras linguagens <strong>de</strong><br />
programação, ao contrário da versão 1 que<br />
apenas interpretava a linguagem SQL. Para saber<br />
mais acerca do GGL e <strong>de</strong>sta nova versão em<br />
http://goo.gl/aRvE9. Baixe o GearScape em<br />
http://goo.gl/3w7Ah.<br />
Disponível a<br />
nova versão 4.8.<br />
RC3 (para<br />
sistemas operacionais Windows 32 bits) do<br />
MapWindow, uma popular aplicação livre <strong>de</strong> SIG<br />
<strong>de</strong>sktop. Saiba mais sobre este aplicativo em<br />
http://goo.gl/pQItB e faça o download em<br />
http://goo.gl/qg6le.<br />
Foi<br />
disponibilizada<br />
para download a<br />
versão 5 do Open Source Geospatial DVD. Esta<br />
iniciativa tem como objetivo reunir num mesmo<br />
dispositivo um conjunto <strong>de</strong> aplicativos SIG <strong>de</strong><br />
código aberto. Desta forma, o usário po<strong>de</strong> testar<br />
todas as aplicações sem ter a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
instalá-lo no computador. Saiba mais sobre esta<br />
versão do DVD em http://goo.gl/A8sdq. Faça o<br />
download em http://goo.gl/yF8ad.<br />
RoseCalc é um software livre <strong>de</strong><br />
origem brasileira que tem como<br />
função elaborar cálculos <strong>de</strong><br />
Cartografia e Topografia. Para<br />
obter mais informações acerca<br />
<strong>de</strong>sse software acesse<br />
http://goo.gl/4x2Wo e para fazer o download em<br />
http://goo.gl/nfBXJ.<br />
Luís Carlos Ma<strong>de</strong>ira<br />
Geógrafo, Consultor em SIG<br />
luisma<strong>de</strong>ira@fossgisbrasil.com.br<br />
5
Por Luís Carlos Ma<strong>de</strong>ira<br />
PostgreSQL Conference<br />
Europe <strong>2011</strong><br />
Amesterdã (Holanda), <strong>de</strong> 18<br />
a 21 <strong>de</strong> Outubro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/vjjTW<br />
Mural GIS<br />
The World GIS Summit <strong>2011</strong><br />
Instambul (Turquia), <strong>de</strong> 10 a<br />
15 <strong>de</strong> Outubro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/FVl5R<br />
19th ACM SIGSPATIAL<br />
International Conference on<br />
Advances in Geographic<br />
Information Systems <strong>2011</strong><br />
(ACM SIGSPATIAL GIS <strong>2011</strong>)<br />
Chicago (EUA), <strong>de</strong> 1 a 4 <strong>de</strong><br />
Novembro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/JRhmq<br />
IV SIMGEO <strong>–</strong> Simpósio <strong>Brasil</strong>eiro<br />
<strong>de</strong> Ciências Geodésicas e<br />
Tecnologias da Geoinformação<br />
Chamada para trabalhos: até 15<br />
<strong>de</strong> Novembro<br />
Recife, PE (<strong>Brasil</strong>), <strong>de</strong> 5 a 9 <strong>de</strong><br />
Maio <strong>de</strong> 2012<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/RabQZ<br />
III Jornadas Latinoamericana<br />
e Caribenha <strong>de</strong> gvSIG<br />
Iguaço-PR (<strong>Brasil</strong>), <strong>de</strong> 12 a 14<br />
<strong>de</strong> Outubro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/g9MZl<br />
Conferência Latino-<br />
Americana <strong>–</strong> Latinoware<br />
<strong>2011</strong><br />
Itaipu (<strong>Brasil</strong>), <strong>de</strong> 19 a 21<br />
<strong>de</strong> Outubro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/ABOZr<br />
Conferência <strong>Brasil</strong>eira<br />
PostgreSQL <strong>2011</strong><br />
São Paulo, SP (<strong>Brasil</strong>), <strong>de</strong> 3<br />
a 4 <strong>de</strong> Novembro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/kJZA3<br />
IV Jornadas SASIG<br />
Guimarães (Portugal), <strong>de</strong> 2 a<br />
4 <strong>de</strong> Novembro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/nYIhI<br />
I Simpósio <strong>de</strong> Informática e<br />
Geotecnologia <strong>de</strong><br />
Santarém <strong>–</strong> SIGES<br />
Santarém, PA (<strong>Brasil</strong>), <strong>de</strong><br />
17 a 21 <strong>de</strong> Outubro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/izAAa<br />
II Encontro Nacional do<br />
Software Público <strong>Brasil</strong>eiro<br />
Brasília-DF (<strong>Brasil</strong>), <strong>de</strong> 25 a<br />
27 <strong>de</strong> Outubro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/OlGb2<br />
I Encontro <strong>de</strong> Ecologia (ENECO<br />
PB) do Campus IV da UFPB<br />
Eixo temático 11: Geotecnologias<br />
nos estudos ecológicos<br />
Rio Tinto, PB (<strong>Brasil</strong>), <strong>de</strong> 23 a 25<br />
<strong>de</strong> Novembro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/4hL45<br />
7as Jornadas Internacionais<br />
<strong>de</strong> gvSIG<br />
Valência (Espanha), <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong><br />
Novembro a 2 <strong>de</strong> Dezembro<br />
Mais informações:<br />
http://goo.gl/1T5ou<br />
Luís Carlos Ma<strong>de</strong>ira<br />
Geógrafo, Consultor em SIG<br />
luisma<strong>de</strong>ira@fossgisbrasil.com.br
Emails, Sugestões e<br />
Comentários<br />
Des<strong>de</strong> o lançamento do primeiro número da <strong>Revista</strong><br />
<strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong>, recebemos através <strong>de</strong> nosso site e<br />
pelas re<strong>de</strong>s sociais inúmeros comentários <strong>de</strong> leitores<br />
com suas opiniões sobre o que publicamos além <strong>de</strong><br />
excelentes sugestões. Selecionamos abaixo apenas<br />
alguns exemplos que representam a opinião <strong>de</strong><br />
nossos queridos “GeoLeitores”.<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> quer ouvir Você. Participe!<br />
"Parabéns pela revista. A revista, além do ótimo<br />
conteúdo, trás outro lado positivo que é a união da<br />
comunida<strong>de</strong> nacional <strong>de</strong> usuários e<br />
<strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong> geotecnologias livres. Isso<br />
nos fortalece. Obrigado a toda equipe pelo<br />
material."<br />
Ali<strong>de</strong>s Baptista Chimin Junior<br />
Grupo <strong>de</strong> Estudos Territoriais - GETE<br />
<strong>Revista</strong> Latinoamericana <strong>de</strong> Geografia e Gênero<br />
"Hola. Quería agra<strong>de</strong>cer a todo el equipo <strong>de</strong> la<br />
revista por esta iniciativa y en especial a Ricardo<br />
Pinho por su bonito reportaje sobre Kosmo<br />
Desktop."<br />
Antonio Jesús Jiménez Arrabal<br />
Geógrafo, Sistemas Abiertos <strong>de</strong> Información Geográfica (SAIG S.L.)<br />
"Queridos Amigos, Mi nombre es Rolo Gualfert<br />
Betanzos Migues, soy Boliviano, pero radico en<br />
Panamá, soy abogado especialista en catastro y<br />
topografo actualmente trabajo en el proyecto <strong>de</strong><br />
Catastro Metropolitano <strong>de</strong> Panama como Coordinar<br />
<strong>de</strong> Campo <strong>de</strong> la Zona2. Que grato po<strong>de</strong>r contar<br />
con una revista que no ayu<strong>de</strong> a conocer mas <strong>de</strong><br />
este tema que seguro en a<strong>de</strong>lante ira creciendo<br />
mas y mas, los felicito por su iniciativa y por su<br />
<strong>de</strong>dicacion <strong>de</strong> ahora en a<strong>de</strong>lante estare pendiente<br />
<strong>de</strong> las proximas publicaciones. Nuevamente<br />
felicitaciones y sigan a<strong>de</strong>lante. Saludos."<br />
Rolo G. Betanzos M.<br />
"Quando li a primeira edição já fiquei<br />
impressionado com a 'avalanche' <strong>de</strong> informações.<br />
Mais impressionado ainda fiquei com a segunda<br />
edição. Pra mim já é leitura obrigatória para os<br />
profissionais da área. E melhor, a equipe da revista<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Espaço do Leitor<br />
é <strong>de</strong> ponta, portanto os artigos são <strong>de</strong> conteúdo<br />
extremamente confiáveis. Parabéns!"<br />
Renato J. F. Lélis<br />
Analista <strong>de</strong> Geoprocessamento - Base Territorial DF<br />
Instituto <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística - IBGE<br />
"Gostaria <strong>de</strong> parabenizar a todos contribuintes da<br />
revista que revoluciona o Mercado <strong>de</strong><br />
Geotecnologias publicando matérias que só são<br />
tratadas aqui. Contribuindo para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e o pensar em geotecnologias."<br />
Marcelus Oliveira <strong>de</strong> Jesus<br />
Engenheiro Ambiental, Especialista em Geoprocessamento<br />
"Gracias por darnos la oportunidad <strong>de</strong> recibir<br />
buenas noticias acerca <strong>de</strong>l uso <strong>de</strong> software libre.<br />
Es para nosotros una excelente i<strong>de</strong>a crear y<br />
mantener una revista <strong>de</strong> tan buena calidad.<br />
Felicitaciones y éxitos."<br />
Franklin Vargas<br />
ERRATA: Primeiramente gostaria <strong>de</strong> parabenizar a<br />
todos pela iniciativa da <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> e ao autor<br />
da matéria "Experiências <strong>de</strong> capacitação com<br />
Terraview" pelo excelente artigo. Entretanto, o<br />
artigo passa a sensação <strong>de</strong> que o programa<br />
SipamCida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>senvolvido integralmente pelo<br />
SIPAM em conjunto com a UFPA. Tal fato, ocorre<br />
na área <strong>de</strong> abrangência do Centro Regional <strong>de</strong><br />
Belém (CR-BEL) do SIPAM. Nas áreas <strong>de</strong><br />
abrangências dos Centros Regionais <strong>de</strong> Manaus<br />
(CR-MAO) e Porto Velho (CR-PVH) o programa foi<br />
<strong>de</strong>senvolvido em parceria com outras instituições e<br />
individualmente pelo SIPAM em municípios <strong>de</strong> toda<br />
a Amazônia Legal.<br />
Ernesto Filho<br />
7
Continue enviando seus<br />
comentarios,<br />
críticas e sugestões para<br />
editorial@fossgisbrasil.com.br
Nesta 3ª edição da revista inauguramos<br />
uma nova coluna: “Quebrando Tabus: Software<br />
Livre também faz”.<br />
Esta iniciativa foi primeiramente i<strong>de</strong>alizada<br />
pelo nosso colega Luís Lopes, que no seu blog<br />
começou a criar uma série <strong>de</strong> postagens com o<br />
intuito <strong>de</strong>, como ele refere, quebrar tabus em<br />
relação ao uso <strong>de</strong> software livre na realização <strong>de</strong><br />
várias tarefas.<br />
Este movimento, chamemos-lhe assim,<br />
conseguiu atrair a atenção da comunida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
outros blogueiros que começaram a postar sobre a<br />
temática e <strong>de</strong>sta forma vem contribuindo para o<br />
enriquecimento da cultura do Software Livre.<br />
Como hoje em dia tudo o que está na<br />
internet tem que passar, obrigatoriamente, pelas<br />
re<strong>de</strong>s sociais, os respectivos autores criaram uma<br />
hastag (#SLGeoTbFaz) no Twitter para reunir<br />
todos os tópicos acerca <strong>de</strong>ste assunto.<br />
Hoje vamos indicar para você dois<br />
procedimentos que po<strong>de</strong>m ser realizados em<br />
vários softwares livres <strong>de</strong> SIG: Geração <strong>de</strong> pontos<br />
aleatórios e Ferramenta Dissolver. Confira ao lado<br />
os quadros contendo os links <strong>de</strong> acesso às<br />
matérias.<br />
Na próxima edição vamos continuar a<br />
indicar para você os melhores tutoriais, para que<br />
possa <strong>de</strong>senvolver as suas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
QUEBRANDO TABUS<br />
Software Livre também faz<br />
Por Luís Carlos Ma<strong>de</strong>ira<br />
utilização <strong>de</strong> geotecnologias livres.<br />
Contamos também com o leitor para nos<br />
enviar as suas matérias para que possamos<br />
continuar a enriquecer este arquivo <strong>de</strong><br />
procedimentos.<br />
Luís Carlos Ma<strong>de</strong>ira<br />
Geógrafo, Consultor em SIG<br />
luisma<strong>de</strong>ira@fossgisbrasil.com.br<br />
9<br />
Olly Wright @ flickr
ARTIGO DO LEITOR<br />
Usando WPS (Web Processing Service) em OpenLayers<br />
Por Jorge Samuel Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Jesus<br />
Web services é um termo na moda mas<br />
pouco explorado na sua potencialida<strong>de</strong>. O mundo<br />
GIS já começou a tomar a atenção e a consumir<br />
web services, como WMS (Web Mapping Service),<br />
WCS (Web Coverage Service) e WFS (Web<br />
Feature Service). Estes três tipos <strong>de</strong> serviços<br />
disponibilizam dados do tipo matricial (o WMS<br />
normalmente fornece PNG; e o WCS, imagens em<br />
formato geoTiff) e vetorial (WFS em formato XML).<br />
Mas os web services não servem só para<br />
<strong>de</strong>scarregar dados, também servem para executar<br />
algoritmos. Em particular o Web Processing<br />
Service permite a um utilizador (cliente) executar<br />
um processo GIS com entradas (inputs) e saídas<br />
(outputs) específicos. Um processo é um algoritmo<br />
que po<strong>de</strong> realizar varias operações como a<br />
transformação <strong>de</strong> dados, obtenção <strong>de</strong> novos dados<br />
entre outros.<br />
Funcionalida<strong>de</strong> do WPS<br />
O WPS é um web service específico para<br />
dados geográficos, ou seja, é especialmente<br />
<strong>de</strong>senhado para lidar com gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
dados e com processos que po<strong>de</strong>m levar<br />
10<br />
segundos, minutos, horas, ou dias em execução.<br />
Um exemplo <strong>de</strong> operação seria um algoritmo<br />
interpolador, bastante usado na mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong><br />
superfícies.<br />
Exemplo <strong>de</strong> uma interpolação usando WPS e posteriormente<br />
sobreposta em Google Earth 1<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Cortesia: www.PhysX.<strong>de</strong>
O WPS usa duas maneiras <strong>de</strong> transferir dados:<br />
- Conteúdo transferido como input e/ou output<br />
- Referencia, on<strong>de</strong> o WPS po<strong>de</strong> entrar os dados<br />
(input), e/ou on<strong>de</strong> o cliente po<strong>de</strong> encontrar o<br />
resultado do processo (output)<br />
As referências usadas em WPS são URLs<br />
(p.ex.: http://foo/servicoWPS/dadosGML.gml)<br />
que po<strong>de</strong>m ser passados <strong>de</strong> um serviço para o<br />
outro, sem que os dados sejam transferidos <strong>de</strong><br />
volta para o cliente.<br />
A segunda gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> do WPS é<br />
permitir a execução <strong>de</strong> algoritmos que po<strong>de</strong>m levar<br />
bastante tempo para executar, ou seja, mais tempo<br />
do que o permitido até que um utilizador receba a<br />
fatídica mensagem: “HTTP 408 Request Timeout”.<br />
A estratégia usada em WPS é <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r<br />
imediatamente com um URL on<strong>de</strong> o cliente po<strong>de</strong><br />
obter informação sobre o estado <strong>de</strong> execução do<br />
processo e os dados resultantes, caso o processo<br />
tenha terminado.<br />
Exemplo <strong>de</strong> resposta a um <strong>de</strong>scribeProcess<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Apenas três operações <strong>de</strong>finem o WPS:<br />
getCapabilities, <strong>de</strong>scribeProcess e Execute. As<br />
duas primeiras servem para <strong>de</strong>screver os<br />
processos disponibilizados pelo servidor, ou seja,<br />
o nome dos processos, tipos <strong>de</strong> input/output e se<br />
o processo é assíncrono (resposta imediata sobre<br />
on<strong>de</strong> vão ser <strong>de</strong>positados os resultados quando<br />
terminado). A terceira operação é a mais<br />
importante e or<strong>de</strong>na a execução do processo,<br />
tendo o cliente <strong>de</strong> indicar os inputs, ouputs e se o<br />
resultado <strong>de</strong>ve ser dado por referência.<br />
Na imagem abaixo apresenta-se um<br />
exemplo <strong>de</strong> resposta a um <strong>de</strong>scribeProcess para<br />
o servico v.net.path. O uso <strong>de</strong> XML é bastante<br />
conveniente em web services mas, para leigos,<br />
po<strong>de</strong> ser um tanto quanto difícil <strong>de</strong> perceber.<br />
São permitidos três tipos <strong>de</strong> Input/Ouputs:<br />
- Literal<br />
- ComplexData<br />
- Bounding-box<br />
11
Os Literal inputs são simples números ou<br />
texto (strings). Os ComplexData po<strong>de</strong>m ser tudo e<br />
mais alguma coisa, ou seja, uma imagem (em<br />
formato base64), um conteúdo em XML, etc. O<br />
terceiro tipo é Bounding-box (bbox) que<br />
correspon<strong>de</strong> a um par <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadas que<br />
<strong>de</strong>screve o canto inferior esquerdo e o canto<br />
superior direito <strong>de</strong> um polígono que <strong>de</strong>limita uma<br />
região no espaço (ex: -10,-10,10,10). Os mais<br />
atentos notarão que o WPS não <strong>de</strong>fine formatos,<br />
por exemplo, não diz se o cliente <strong>de</strong>ve usar<br />
GML3.2, um shapefile (comprimido), um geoTiff ou<br />
um netCDF. A <strong>de</strong>finição do formato usado é aberta<br />
à <strong>de</strong>cisão do programador do serviço. Esta<br />
situação tem causado problemas <strong>de</strong><br />
intercompabilida<strong>de</strong> entre WPS, já que não existe<br />
um formato padrão <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> dados, mas<br />
só uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> como <strong>de</strong>ve ser feita a<br />
transferência.<br />
Implementação<br />
O suporte para o WPS é bastante variado e<br />
com vários “sabores” e linguagens <strong>de</strong><br />
programação. Por exemplo os a<strong>de</strong>ptos do JAVA<br />
tem à sua disposição a implementação da<br />
52°North 2 ou <strong>de</strong>egree 3 . No caso do Python temos o<br />
PyWPS 4,5 e em C/Python temos o projeto ZOO 6 .<br />
Atualmente o projeto Geoserver também fornece<br />
serviços WPS 7 mas <strong>de</strong> uma maneira mais limitada<br />
que os projetos mencionados.<br />
O PyWPS é uma implementação em python<br />
que segue a filosofia <strong>de</strong> “baterias não incluídas”, ou<br />
seja, o PyWPS fornece toda a estrutura <strong>de</strong><br />
implementação mas não os processos em si,<br />
cabendo ao usuário a <strong>de</strong>cisão sobre que formatos<br />
usar e como programar os algoritmos que serão<br />
servidos como processos. Normalmente o PyWPS<br />
é usado em conjunto com GRASS-GIS 8 já que<br />
permite o uso dos comandos GRASS sem gran<strong>de</strong>s<br />
problemas. Outra gran<strong>de</strong> ajuda vem do projeto<br />
Rpy 9 que permite o uso da linguagem R e das suas<br />
funcionalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro do PyWPS. Seguindo a<br />
filosofia python, o objecto do projeto PyWPS é<br />
permitir o acesso a programas já existentes e o seu<br />
uso como web service. Atualmente o projecto<br />
GRASS-WPS-Bridge 10 permite que o PyWPS,<br />
52°North e ZOO sirvam automaticamente os<br />
módulos <strong>de</strong> GRASS 7.0 como serviços WPS, o que<br />
é uma gran<strong>de</strong> ajuda para quem não aprecia<br />
programação.<br />
Chamar e consumir serviços WPS usando<br />
Javascript não é complicado. A estratégia mais<br />
direta será criar os pedidos WPS usando XML,<br />
<strong>de</strong>pois usar AJAX 11 para realizar o pedido e<br />
12<br />
posteriormente fazer a verificação da resposta.<br />
Outra opção mais eficiente será usar o cliente<br />
fornecido pelo projeto PyWPS 12,13 que po<strong>de</strong> ser<br />
facilmente integrado ao OpenLayers. Este cliente<br />
realiza a gestão <strong>de</strong> conteúdo (tipos <strong>de</strong><br />
input/output), tipo <strong>de</strong> operação pedida ao WPS<br />
(getCapabilities, <strong>de</strong>scribeProcess e Execute) e a<br />
estratégia a usar conforme o tipo <strong>de</strong> resposta<br />
dados pelo WPS. O cliente WPS tem ainda a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber se a resposta dada pelo<br />
servidor é uma excepção (erro) ou um resultado<br />
válido ou <strong>de</strong> continuamente verificar o servico até<br />
obter o resultado final (pedidos em assíncrono).<br />
Com o uso do WPS é possível aplicar operações<br />
GIS a dados visualizados no Openlayers, já que o<br />
conteúdo das camadas po<strong>de</strong> ser usado como input<br />
e o resultado po<strong>de</strong> ser integrado e visualizado no<br />
mesmo.<br />
A adoção do WPS tem sido difícil e lenta,<br />
em parte <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação (e<br />
<strong>de</strong> conhecimentos técnicos) para montar serviços<br />
e também à falta <strong>de</strong> interoperabilida<strong>de</strong> entre<br />
serviços em si. Uma vez que o WPS não <strong>de</strong>fine<br />
formatos, por exemplo, um serviço po<strong>de</strong> usar<br />
geoTiff enquanto um outro usa NetCDF, e portanto<br />
estes dois serviços terão problemas em<br />
comunicarem-se entre si. Além disso a falta <strong>de</strong><br />
plugins e <strong>de</strong> API's clientes tem sido também um<br />
problema. Felizmente existe já um plugin para o<br />
QGIS.<br />
Exemplo prático<br />
Passando da teoria à pratica, a imagem<br />
abaixo apresenta um exemplo <strong>de</strong> uso do WPS que<br />
po<strong>de</strong> ser testado em<br />
http://rsg.pml.ac.uk/wps/example/in<strong>de</strong>x.html.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
A imagem anterior ilustra um exemplo em<br />
OpenLayers usando o serviço v.net.path para obter<br />
o percurso mais curto entre dois pontos. O WPS é<br />
chamado sempre que os ponto inicial/final é<br />
alterado.<br />
Neste exemplo foi usado o plugin com<br />
OpenLayers, fornecido pelo projeto PyWPS, e um<br />
serviço (v.net.path)[14,15] criado usando GRASS-<br />
WPS-Brige em PyWPS. O modulo v.net.path<br />
<strong>de</strong>termina o caminho mais curto entre dois pontos<br />
numa re<strong>de</strong> gráfica. Basicamente o WPS funciona<br />
como o “cérebro” do sistema, consumindo a<br />
camada com a re<strong>de</strong> gráfica e os pontos inicial e<br />
final, disponibilizados pelo OpenLayers, e<br />
<strong>de</strong>volvendo um resultado que po<strong>de</strong> ser facilmente<br />
integrado como uma camada-resultado, sobreposta<br />
sobre a re<strong>de</strong> gráfica. De modo a evitar<br />
incompatibilida<strong>de</strong> entre OpenLayers e GRASS, foi<br />
usado GML2.12 que é comum a ambas<br />
plataformas.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que os web services<br />
funcionam na WWW e que, segundo as leis <strong>de</strong><br />
Murphy: “se alguma coisa po<strong>de</strong> dar errado, com<br />
certeza dará”, o WPS tem a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
informar o cliente <strong>de</strong> erros surgidos durante a<br />
execução do processo e, portanto, permite que o<br />
cliente tome medidas em caso <strong>de</strong> erro (ou não). No<br />
exemplo usado, uma simples falta <strong>de</strong> informação<br />
sobre o formato usado nos dados (GML 2.1.2)<br />
calculados faz com que o processo v.net.path<br />
<strong>de</strong>volva uma notificação que existiu um erro. No<br />
exemplo o erro é mostrado ao utilizador como um<br />
pop-up.<br />
Exemplo <strong>de</strong> um erro do WPS.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Conclusão<br />
O Openlayers é uma excelente plataforma<br />
<strong>de</strong> visualização, mas ainda relativamente limitada<br />
quanto a funcionalida<strong>de</strong>s SIG que requerem uma<br />
maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> computação, fora do alcance<br />
<strong>de</strong> um simples navegador web. O WPS permite<br />
integrar várias funcionalida<strong>de</strong>s SIG <strong>de</strong> diferentes<br />
origens, seja GRASS-GIS, Geotools, Geokettle,<br />
Rpy ou simplemente algoritmos <strong>de</strong> raiz, usando<br />
uma estratégia <strong>de</strong> web services on<strong>de</strong> o cliente<br />
pe<strong>de</strong> ao servidor que execute o algoritmo. O uso<br />
<strong>de</strong> web services obriga a uma maior atenção a<br />
erros gerados pelo sistema, já que executar<br />
serviços remotamente aumenta os riscos <strong>de</strong><br />
"alguma coisa dar errado". Felizmente o WPS foi<br />
<strong>de</strong>senhado <strong>de</strong> modo a permitir a fácil transmissão<br />
<strong>de</strong> erros e problemas surgidos.<br />
Links<br />
[1] http://www.intamap.org<br />
[2] http://52north.org/communities/geoprocessing/<br />
[3] http://www.<strong>de</strong>egree.org/<br />
[4] http://pywps.wald.intevation.org/<br />
[5] http://wiki.rsg.pml.ac.uk/pywps/Main_Page<br />
[6] http://www.zoo-project.org/<br />
[7] http://docs.geoserver.org/stable/en/user/extensions/wps/in<strong>de</strong>x.html<br />
[8] http://grass.fbk.eu/<br />
[9] http://rpy.sourceforge.net/rpy2/doc-2.1/html/in<strong>de</strong>x.html<br />
[10 http://co<strong>de</strong>.google.com/p/wps-grass-bridge/<br />
[11] http://pt.wikipedia.org/wiki/AJAX_%28programa%C3%A7%C3%A3o%29<br />
[12] http://pywps.wald.intevation.org/documentation/course/client/<br />
[13] http://wiki.rsg.pml.ac.uk/pywps/OpenLayers<br />
[14] http://grass.fbk.eu/gdp/html_grass64/v.net.path.html<br />
[15] http://rsg.pml.ac.uk/wps/vector.cgi<br />
Dr. Jorge Samuel Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Jesus<br />
Scientifical programmer<br />
Plymouth Marine Laboratory<br />
jmdj@pml.ac.uk<br />
13
As vantagens <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> software <strong>de</strong><br />
código aberto e licenciamento livre, na área das<br />
Geotecnologias, são hoje reconhecidas<br />
internacionalmente. É indiscutível o seu sucesso<br />
em inúmeros projetos, incluindo os <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
envergadura e complexida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>monstrando a<br />
maturida<strong>de</strong> e a fiabilida<strong>de</strong> daquelas soluções.<br />
Apesar disso, persistem ainda dificulda<strong>de</strong>s dos<br />
usuários em dar os primeiros passos na adoção <strong>de</strong><br />
software livre, principalmente os que usam<br />
software fechado e que <strong>de</strong>monstram uma natural<br />
inércia à mudança para esse novo mundo.<br />
A GISVM, do inglês Geographic Information<br />
System Virtual Machine, é uma máquina virtual<br />
construída exclusivamente com software livre, e<br />
concebida para facilitar a iniciação em soluções <strong>de</strong><br />
software livre para Sistemas <strong>de</strong> Informação<br />
Geográfica (GIS).<br />
Criada na plataforma VMware, tem préinstalado<br />
o sistema operacional Ubuntu (Linux) e<br />
um conjunto <strong>de</strong> aplicativos para GIS, <strong>de</strong>vidamente<br />
configurados e prontos para utilização. Do vasto<br />
conjunto <strong>de</strong> aplicativos disponíveis no mercado <strong>de</strong><br />
software livre para GIS, foram selecionados alguns<br />
dos mais populares <strong>de</strong> forma a disponibilizar as<br />
principais ferramentas que um usuário possa<br />
14<br />
GISVM<br />
Uma ponte virtual para as geotecnologias livres<br />
Por Ricardo Pinho<br />
necessitar para a área das Geotecnologias.<br />
Versões Desktop e Server<br />
A GISVM foi inicialmente disponibilizada na<br />
versão Desktop, isto é, com uma interface gráfica<br />
para interagir com o usuário. Essa é a versão mais<br />
completa em termos <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicativos<br />
GIS. Nela é possível encontrar todo o tipo <strong>de</strong><br />
aplicativos, seja <strong>de</strong> visualização, edição, análise e<br />
publicação. Nesse conjunto inclui-se: um sistema<br />
<strong>de</strong> base <strong>de</strong> dados relacional com componente<br />
geográfica (PostgreSQL, PostGIS), soluções <strong>de</strong><br />
serviços Web SIG (Mapserver, Geoserver),<br />
diversas soluções Desktop GIS (GRASS, Quantum<br />
GIS, gvSIG + Kosmo + OpenJump + uDIG) e<br />
diversos utilitários e bibliotecas (OpenEV +<br />
GDAL/OGR + Proj4 + OGDI).<br />
Na versão Servidor (Server) é<br />
disponibilizada apenas a interface <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong><br />
comando, sem qualquer interface gráfica. Nela é<br />
possível encontrar um maior número <strong>de</strong> aplicativos<br />
do tipo servidor, que funcionam como serviços que<br />
são executados em background. Essa versão<br />
funciona como um servidor GIS no seu<br />
computador e em sua re<strong>de</strong>, pronto a disponibilizar<br />
serviços. Uma das principais razões para o seu<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
daniele_b @ flikr
lançamento foi permitir ser utilizado <strong>de</strong> forma<br />
interoperável com qualquer aplicativo GIS Desktop,<br />
<strong>de</strong> licenciamento livre ou fechado, que se tenha<br />
instalado no computador ou na re<strong>de</strong> local.<br />
Mas, tal como um computador físico, a<br />
GISVM é totalmente personalizável, permitindo ao<br />
usuário altera-la sem qualquer limitação, po<strong>de</strong>ndo<br />
adicionar dados e instalar novos aplicativos a partir<br />
do imenso repositório <strong>de</strong> software livre do Ubuntu.<br />
Na Imagem abaixo, apresenta-se o<br />
ambiente <strong>de</strong> trabalho das versões Desktop e<br />
Server da GISVM, on<strong>de</strong> são disponibilizados<br />
atalhos rápidos para acesso aos aplicativos<br />
instalados e a outras informações úteis.<br />
GISVM Desktop e Server rodando em simultâneo num<br />
MacBook<br />
Como usar<br />
Uma máquina virtual po<strong>de</strong> rodar nos mais<br />
diversos cenários, seja em servidores, usando um<br />
hypervisor, e até em cloud computing. Mas a<br />
utilização mais comum da GISVM é no computador<br />
<strong>de</strong>sktop ou laptop, em simultâneo com o sistema<br />
operacional, seja ele Windows, Mac OS ou Linux.<br />
Desta maneira o usuário continua a usar o seu<br />
computador como antes, mas tem agora à<br />
disposição um segundo computador (virtual)<br />
contendo diversos aplicativos GIS prontos para<br />
uso. Ultrapassa assim, <strong>de</strong> imediato e sem qualquer<br />
compromisso, as barreiras à entrada no mundo do<br />
software livre, normalmente associadas às<br />
dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> instalação, configuração e<br />
incompatibilida<strong>de</strong>s com sistemas operacionais<br />
fechados.<br />
Para isso o usuário necessita <strong>de</strong> instalar em<br />
seu computador um aplicativo gratuito que execute<br />
máquinas virtuais. Exemplos mais conhecidos<br />
<strong>de</strong>stes aplicativos são o VMWare Player e o Virtual<br />
Box. Depois <strong>de</strong> baixar do site (www.gisvm.com)<br />
os arquivos que contem a máquina virtual, é só<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
abrir o arquivo com esse aplicativo e <strong>de</strong> imediato<br />
estará a executar mais um computador (máquina<br />
virtual) numa janela do seu sistema operacional.<br />
Esse processo po<strong>de</strong> ser repetido, permitindo a<br />
execução em simultâneo <strong>de</strong> diversos<br />
computadores (virtuais) num único computador<br />
físico.<br />
As máquinas virtuais funcionam em<br />
simultâneo, <strong>de</strong> forma isolada entre elas e do<br />
sistema operacional base e sem perdas<br />
significativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. Apesar do<br />
isolamento total das máquinas virtuais e dos seus<br />
sistemas operacionais, é mantida a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
interligação entre os vários interfaces gráficos e os<br />
ambientes <strong>de</strong> trabalho. A interligação consegue-se<br />
por interações gráficas do tipo drag & drop,<br />
copy & paste, ou por interconectar as<br />
máquinas virtuais em re<strong>de</strong> com o computador<br />
físico e os <strong>de</strong>mais computadores existentes na<br />
re<strong>de</strong> local.<br />
Porquê usar<br />
As capacida<strong>de</strong>s da máquina virtual:<br />
- In<strong>de</strong>pendência do hardware e software,<br />
permite a sua utilização em qualquer<br />
computador e sistema operacional (Windows,<br />
Mac OS, Linux, etc).<br />
- Isolamento total, em relação ao computador<br />
on<strong>de</strong> corre e às restantes máquinas virtuais<br />
que correm em simultâneo, permite uma<br />
execução segura e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte em caso <strong>de</strong><br />
falhas ou erros <strong>de</strong> sistema.<br />
- Toda a máquina virtual e o seu estado são<br />
armazenados em arquivos, tornando a sua<br />
duplicação, transferência, transporte e arquivo<br />
(backup) tão fáceis como é para arquivos.<br />
- É alterável durante a sua utilização, permitindo<br />
acrescentar dados, instalar novos aplicativos e<br />
personalizar os que já possui, adaptando-se<br />
facilmente a cada situação e às necessida<strong>de</strong>s<br />
específicas do usuário.<br />
- Utilizada sobre o sistema operacional existente,<br />
permite a utilização simultânea e a interação total<br />
com o sistema operacional e com todos os<br />
aplicativos já instalados, assim como o<br />
compartilhamento <strong>de</strong> todos os dispositivos do<br />
computador físico e da re<strong>de</strong> local.<br />
E todas as vantagens da tecnologia aberta<br />
(software livre):<br />
- Sem restrições <strong>de</strong> instalação e atualização do<br />
software <strong>de</strong> licenciamento fechado.<br />
- Sem limites <strong>de</strong> utilização, <strong>de</strong> numero <strong>de</strong> usuários,<br />
numero <strong>de</strong> instalações, etc.<br />
- Permite qualquer tipo <strong>de</strong> uso: pessoal, estudante,<br />
comercial, empresarial ou institucional.<br />
- Varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicativos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os completos<br />
15
GIS Desktop, passando pelas base <strong>de</strong> dados,<br />
servidores Web-GIS e bibliotecas <strong>de</strong><br />
processamento e edição <strong>de</strong> dados.<br />
Estas virtu<strong>de</strong>s combinadas tornam a<br />
GISVM uma solução muito prática para diferentes<br />
usuários, em diversas situações e áreas <strong>de</strong><br />
utilização. Os testemunhos recebidos manifestam<br />
uma utilização diversificada da GISVM, começando<br />
por alunos e professores, usando-a para<br />
aprendizagem, individual ou colectiva, em casa ou<br />
na sala <strong>de</strong> aula, por administradores <strong>de</strong> sistemas e<br />
programadores, na concepção e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> soluções, por comerciais, fazendo<br />
<strong>de</strong>monstrações a clientes, por operacionais no<br />
terreno, usando-a para levantamento e atualização<br />
<strong>de</strong> dados em campo, em serviços institucionais,<br />
como servidor Web-SIG para pequenos projetos na<br />
Intranet, ou como posto <strong>de</strong> trabalho GIS adaptado<br />
às tarefas <strong>de</strong> cada operador, por exemplo.<br />
O projeto livre GISVM<br />
Nasce <strong>de</strong> uma iniciativa pessoal, lançada<br />
em <strong>Setembro</strong> <strong>de</strong> 2008, com um simples site na<br />
Internet e anunciado por e-mail em fóruns e listas<br />
<strong>de</strong> discussão. Pelo caráter inovador da i<strong>de</strong>ia, a<br />
cada anúncio seguiram-se picos <strong>de</strong> acessos e <strong>de</strong><br />
downloads. Chegaram também inúmeros e-mails<br />
com felicitações pela iniciativa.<br />
Logo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro mês, o sucesso do<br />
projeto arranca com um número <strong>de</strong> visitantes<br />
únicos ao site na or<strong>de</strong>m dos 4.000 por mês, e<br />
downloads na or<strong>de</strong>m dos 1.000 por mês, atingindo<br />
picos acima dos 100 por dia nas datas <strong>de</strong><br />
lançamento <strong>de</strong> novas versões.<br />
Na Imagem a seguir, salienta-se a<br />
dispersão geográfica dos visitantes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008.<br />
Ressalvando o fato <strong>de</strong> ter sido nos fóruns<br />
portugueses on<strong>de</strong> existiu maior divulgação,<br />
verificou-se um predomínio <strong>de</strong> acessos da Europa,<br />
EUA e do <strong>Brasil</strong>.<br />
Visitantes com origem conhecida, por cida<strong>de</strong> (fonte:<br />
Google Analytics)<br />
16<br />
Das diversas formas <strong>de</strong> utilização da<br />
GISVM, <strong>de</strong>staca-se a sua utilização no ensino. Os<br />
professores adicionam à GISVM os dados,<br />
aplicativos e exercícios para a adaptar às<br />
necessida<strong>de</strong>s da aula e matéria que preten<strong>de</strong>m<br />
lecionar. Posteriormente distribuem essa versão<br />
adaptada a todos os alunos, que assim passam a<br />
ter um ambiente <strong>de</strong> aprendizagem pronto para<br />
uso, eliminando o tempo <strong>de</strong> aula que é gasto em<br />
tarefas irrelevantes, <strong>de</strong> instalação e configuração.<br />
Esta abordagem permite também aos alunos<br />
continuar a aprendizagem após a aula em seus<br />
computadores pessoais.<br />
Um dos exemplos <strong>de</strong>sta prática foi<br />
reportada pelos professores Dr. Stefano<br />
Casalegno e Dr. Giuseppe Amatulli, que usaram a<br />
GISVM em diversas ações <strong>de</strong> formação na área<br />
<strong>de</strong> análise ambiental e ecológica, recorrendo a<br />
mo<strong>de</strong>lagem espacial com ferramentas <strong>de</strong> software<br />
livre GIS. Os cursos ministrados em diversas<br />
universida<strong>de</strong>s: <strong>de</strong> Zaragoza (Espanha), <strong>de</strong><br />
Basilicata / Potenza (Itália) e <strong>de</strong> Copenhague<br />
(Dinamarca), utilizando o conceito GISVM,<br />
resultaram numa maior eficácia e satisfação dos<br />
alunos pelo uso <strong>de</strong> ferramentas GIS em software<br />
livre (http://spatial-ecology.net). Desta forma a<br />
GISVM tem dado o seu contributo para a adoção<br />
<strong>de</strong> software livre no ensino <strong>de</strong> GIS, on<strong>de</strong> é <strong>de</strong><br />
enorme relevância, conforme explicado em <strong>de</strong>talhe<br />
na anterior edição <strong>de</strong>sta revista.<br />
Presença no FOSS4G 2009 (Sydney / Austrália)<br />
Em 2009, a GISVM marcou presença no<br />
evento mundial FOSS4G (http://foss4g.org) com<br />
a apresentação intitulada: "GISVM, the ultimate<br />
tool for teaching FOSS4G"<br />
(http://alturl.com/5v9rq). A partir <strong>de</strong>sse momento<br />
o projeto sofre um novo impulso, com reflexo<br />
direto nas estatísticas <strong>de</strong> acesso, passando o<br />
número <strong>de</strong> páginas visitadas das 20.000 para as<br />
90.000 páginas/mês.<br />
Ainda antes da realização do evento,<br />
Cameron Shorter, como responsável pela<br />
organização, lançou o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> usar a GISVM na<br />
elaboração do LiveDVD para o FOSS4G.<br />
Preten<strong>de</strong>u-se basear a produção <strong>de</strong>sse DVD no<br />
conceito GISVM e a sua integração num projeto <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento colaborativo, envolvendo todos<br />
os produtores <strong>de</strong> software livre GIS do mundo.<br />
Através <strong>de</strong> uma plataforma <strong>de</strong> trabalho<br />
cooperativa (trac+svn) foram criadas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
sequencias (scripts) <strong>de</strong> instalação para a GISVM.<br />
No final, com a execução <strong>de</strong> todas as sequências<br />
<strong>de</strong> instalação, produziu-se a máquina virtual que<br />
posteriormente foi convertida no LiveDVD,<br />
<strong>de</strong>signado Arramagong , distribuído a todos os<br />
participantes na conferência.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
A versão Base<br />
Aproveitando o trabalho realizado no<br />
projeto LiveDVD foi concebida uma nova versão da<br />
GISVM, <strong>de</strong>signada por Base. Como o nome indica,<br />
é uma máquina virtual base com um mínimo <strong>de</strong><br />
componentes instalados, e que permite ao usuário<br />
<strong>de</strong>cidir que aplicativos GIS preten<strong>de</strong> instalar na<br />
GISVM, por intermédio <strong>de</strong> um duplo clique nos<br />
respectivos atalhos <strong>de</strong> instalação. Na Imagem 3<br />
apresenta-se o ambiente <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>sta mais<br />
recente versão da GISVM, on<strong>de</strong> se mostram os<br />
atalhos para a instalação dos diversos aplicativos.<br />
A versão Base é composta pelo sistema<br />
operacional Ubuntu na sua versão JeOS (Just<br />
Enough Operating System), especialmente<br />
<strong>de</strong>senvolvida para máquinas virtuais. Em termos<br />
<strong>de</strong> aplicativos GIS vem instalado apenas com uma<br />
base <strong>de</strong> dados relacional e sua componente<br />
geográfica (PostgreSQL, PostGIS) e um servidor<br />
Web-GIS (Mapserver). Mas o número <strong>de</strong><br />
aplicativos possíveis <strong>de</strong> incluir no GISVM Base é<br />
praticamente ilimitado. Para além dos vários<br />
atalhos <strong>de</strong> instalação já disponibilizados, é possível<br />
adaptar os inúmeros scripts <strong>de</strong> instalação criados<br />
para o LiveDVD.<br />
GISVM Base rodando no Windows<br />
Pedido <strong>de</strong> Doações<br />
Tratando-se <strong>de</strong> um projeto sem qualquer<br />
apoio financeiro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu lançamento que se<br />
pediram doações aos usuários e simpatizantes do<br />
projeto, usando o PAYPAL, para tentar reduzir os<br />
inevitáveis custos financeiros associados.<br />
Para complementar esse pedido, foi<br />
também implementado um pagamento simbólico<br />
para baixar a versão Server e posteriormente a<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Desktop. Esta forma <strong>de</strong> distribuição é<br />
recomendada pela própria Fundação <strong>de</strong> Software<br />
Livre (http://fsf.org) e não interfere em nada com<br />
as liberda<strong>de</strong>s do licenciamento GPL, usado nos<br />
produtos GISVM.<br />
Atualmente apenas a versão Base<br />
encontra-se disponível para baixar gratuitamente,<br />
como forma <strong>de</strong> promover um primeiro contacto<br />
com o conceito GISVM.<br />
Para manter o projeto e continuar a<br />
melhorá-lo, é necessário muito tempo <strong>de</strong> trabalho<br />
e <strong>de</strong>spesas cada vez maiores. O reconhecimento<br />
e o apoio dos usuários, através <strong>de</strong> donativos, é um<br />
dos fatores mais motivadores e mais apreciados<br />
por quem se <strong>de</strong>dica a partilhar com os outros o<br />
produto do seu trabalho. OBRIGADO A TODOS!<br />
Conclusões<br />
A Internet é um meio <strong>de</strong> excelência para<br />
tornar as i<strong>de</strong>ias em realida<strong>de</strong>. Foi o caso do<br />
projeto GISVM, que nasceu e cresceu no espírito<br />
do software livre: <strong>de</strong> abertura, do trabalho<br />
colaborativo, <strong>de</strong> entre-ajuda e <strong>de</strong><br />
complementarida<strong>de</strong>. Este espírito permitiu chegar<br />
muito mais longe do que a mais optimista<br />
expectativa inicial.<br />
A sua pertinência e utilida<strong>de</strong> são<br />
comprovadas pelo aproveitamento do<br />
conceito, quer pelos casos <strong>de</strong>scritos quer<br />
por muitos outros casos <strong>de</strong> adoção por<br />
usuários do mundo inteiro. O potencial<br />
futuro do conceito é enorme, suportado no<br />
crescente sucesso da virtualização e do<br />
cloud computing.<br />
Atualmente o projeto lança-se num<br />
novo <strong>de</strong>safio, <strong>de</strong> se tornar sustentável e<br />
evoluir para oferta <strong>de</strong> produtos e serviços<br />
comerciais. A estratégia futura assenta na<br />
oferta <strong>de</strong> serviços para a criação e suporte<br />
<strong>de</strong> máquinas virtuais para GIS, à medida<br />
do cliente. E também na oferta <strong>de</strong><br />
conteúdos <strong>de</strong> formação para soluções<br />
livres em Geotecnologias. Tem-se como<br />
alvo o mercado internacional, mas também<br />
o mercado lusófono e <strong>Brasil</strong>eiro em<br />
particular.<br />
Preten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>ste modo garantir uma<br />
melhor qualida<strong>de</strong> e aproveitamento das<br />
potencialida<strong>de</strong>s do conceito, mas manter-se<br />
sempre fiel aos princípios da colaboração,<br />
complementarida<strong>de</strong> e liberda<strong>de</strong>, basilares do<br />
software livre.<br />
A todos os interessados em obter mais<br />
informações sobre a GISVM e sobre o seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento futuro, agra<strong>de</strong>ço contato para o<br />
email abaixo ou pelo site oficial: http://gisvm.com.<br />
17
VIRTUALIZAÇÃO E MÁQUINAS VIRTUAIS<br />
Hoje a “virtualização ruma para a onipresença” 1<br />
no universo da tecnologia.<br />
O conceito é bastante antigo, o termo máquina<br />
virtual começou a ser usado nos anos 60 pela IBM, mas<br />
não teve gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Só em 1999, com a<br />
introdução da “Virtualização x86” 2 pela VMWare, se <strong>de</strong>u<br />
inicio à rápida entrada da tecnologia no mundo dos<br />
servidores, pela força da rentabilização <strong>de</strong> recursos e<br />
redução <strong>de</strong> custos, estando hoje em domínio total nessa<br />
área. Está também a entrar com força no universo dos<br />
<strong>de</strong>sktops e verificamos já que o seu alcance irá expandirse<br />
para o horizonte das aplicações, dos dispositivos<br />
móveis e das metodologias <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> dados.<br />
O uso do termo “virtualização” foi assim evoluindo<br />
ao longo do tempo e alargado a diversas formas e para<br />
<strong>de</strong>screver funcionalida<strong>de</strong>s distintas no que diz respeito<br />
às infraestrutura <strong>de</strong> recursos computacionais, tornandose<br />
em certas ocasiões num verda<strong>de</strong>iro “buzzword”. A<br />
percepção do seu sentido chega a ser confundida com o<br />
outro termo relacionado e também <strong>de</strong> uso cada vez mais<br />
lato, o “cloud computing”. Ao dizer por exemplo que o<br />
arquivo está virtualizado, imagina-se que esteja alocado<br />
em algum ponto do ciberespaço.<br />
Consi<strong>de</strong>ra-se assim importante esclarecer os<br />
leitores qual a <strong>de</strong>finição do termo Virtualização e <strong>de</strong><br />
Máquina Virtual assumida aqui.<br />
Uma <strong>de</strong>finição resumida <strong>de</strong> Virtualização (do<br />
Esquema representativo <strong>de</strong> duas das muitas formas <strong>de</strong> Virtualização<br />
compatível com o processador físico, não existindo<br />
qualquer emulação das instruções que formam os<br />
programas da máquina virtual. Deste modo não é<br />
possível, por exemplo, num computador físico com um<br />
processador compatível x86 criar uma máquina virtual<br />
com um sistema operacional e aplicativos para<br />
PowerPC. Esta condição garante que em virtualização<br />
não existe perda <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho significativa <strong>de</strong> uma<br />
máquina virtual em relação a uma máquina real,<br />
enquanto que em emulação a máquina emulada executa<br />
com apenas 5% a 10% do <strong>de</strong>sempenho que teria numa<br />
máquina real.<br />
Ainda associado aos termos virtualização e<br />
máquinas virtuais, é usado o termo “Virtual Appliances”<br />
como máquinas virtuais pré-configuradas com um<br />
sistema operacional e aplicativos, pronto para funcionar.<br />
A GISVM é uma Virtual Appliance para GIS.<br />
inglês: Virtualization) po<strong>de</strong> ser: “uma técnica <strong>de</strong> software<br />
que permite a criação <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> abstração que<br />
separa o hardware do sistema operacional, permitindo<br />
uma maior eficiência e flexibilida<strong>de</strong> na utilização dos<br />
recursos <strong>de</strong> hardware.” A aplicação <strong>de</strong>sta técnica permite<br />
compartilhar e utilizar os recursos <strong>de</strong> um único sistema<br />
computacional em vários outros, <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong><br />
máquinas virtuais. Uma máquina virtual é um<br />
computador fictício, criado por software, completo e<br />
muito similar a uma máquina física, oferecendo memória,<br />
processador, disco rígido, interface <strong>de</strong> re<strong>de</strong> e outros<br />
recursos virtuais padronizados, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos<br />
recursos reais do computador físico.<br />
Com isso, em cada máquina virtual po<strong>de</strong> ser<br />
instalado qualquer sistema operacional e aplicativos<br />
existentes, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modificação, que<br />
reconhecem os recursos virtuais como se fossem <strong>de</strong><br />
uma máquina real. É possível ainda interconectar<br />
(virtualmente) cada uma <strong>de</strong>ssas máquinas virtuais<br />
através <strong>de</strong> interfaces <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, switches, roteadores e<br />
firewalls virtuais, e ligá-las à re<strong>de</strong>s do computador físico.<br />
Deve-se distinguir Virtualização <strong>de</strong> Emulação,<br />
sendo a principal diferença que, em virtualização, o<br />
processador da máquina virtual é obrigatoriamente<br />
Notas <strong>de</strong> rodapé<br />
[1] Título do artigo na computer world: http://alturl.com/sp6nz<br />
[2] Wikipedia: <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Virtualização x86: http://alturl.com/ut6nv<br />
Referências<br />
Introdução à Virtualização (inglês): http://alturl.com/juirp<br />
Portais sobre Virtualização: http://virtualization.info , http://virtualization.net ,<br />
http://virtualization.com<br />
Ricardo Miguel Moreira <strong>de</strong> Pinho<br />
Eng. Civil, Especialista em Sistemas <strong>de</strong><br />
Informação Geográfica para ambientes<br />
corporativos e autor do projeto GISVM.com<br />
ricardopinho@fossgisbrasil.com.br
GEOMAJAS EM PRODUÇÃO<br />
O que é e como ele está sendo utilizado mundo a fora<br />
Por Pieter De Graef<br />
Um Sistema <strong>de</strong> Informação Geográfica<br />
(SIG) é uma coleção <strong>de</strong> software e dados<br />
geográficos utilizados para capturar, administrar,<br />
analisar e visualizar todas as formas <strong>de</strong><br />
informações georreferenciadas. A maioria dos SIGs<br />
são pesadas aplicações <strong>de</strong>sktop na forma <strong>de</strong><br />
pacotes proprietários <strong>de</strong> software, mas isto está<br />
mudando <strong>de</strong> forma rápida. As vantagens dos<br />
pacotes SIG open-source comparados aos SIG<br />
proprietários não po<strong>de</strong>m ser negadas, a medida<br />
em que os projetos se tornam mais maduros.<br />
Outra tendência igualmente importante é<br />
que todas as aplicações SIG tornam-se cada vez<br />
mais móveis e baseadas em tecnologias na<br />
nuvem, permitindo fácil implantação e uma maior<br />
proximida<strong>de</strong> ao usuário final do SIG.<br />
Em linha com estas tendências <strong>de</strong> mercado<br />
o governo do estado <strong>de</strong> Flandres, na Bélgica,<br />
realizou um chamado para a construção <strong>de</strong> um<br />
protótipo open source <strong>de</strong> um SIG genérico para o egoverno,<br />
ou “geGIS for Government”. Este projeto<br />
resultou no framework SIG Geomajas. Des<strong>de</strong><br />
então, este software tem sido utilizado como a<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
base <strong>de</strong> diversos projetos <strong>de</strong>ntro do governo <strong>de</strong><br />
Flandres. Além disso, a tecnologia foi<br />
disponibilizada sob uma licença Gnu Affero GPL e<br />
uma comunida<strong>de</strong> viva nasceu do projeto, que está<br />
disponível em: www.geomajas.org.<br />
O que o Geomajas po<strong>de</strong> fazer por você?<br />
Geomajas é um componente web para<br />
construção <strong>de</strong> RIA (sigla em inglês para:<br />
Aplicações ricas para internet) com capacida<strong>de</strong>s<br />
sofisticadas <strong>de</strong> visualização, manipulação e<br />
gerenciamento <strong>de</strong> informações geográficas. É um<br />
framework com peças chaves, permitindo<br />
<strong>de</strong>senvolvedores adicionarem mapas e dados<br />
geográficos em suas aplicações web.<br />
Se por um lado, este produto po<strong>de</strong> ser<br />
utilizado para construir sistemas <strong>de</strong> webmapping,<br />
do tipo popularizado pelo Google Maps, com um<br />
foco em visualização e navegação, por outro lado<br />
po<strong>de</strong> ser utilizado para construir po<strong>de</strong>rosas<br />
aplicações SIG, aproveitando as capacida<strong>de</strong>s<br />
avançadas <strong>de</strong> segurança, edição e integração <strong>de</strong><br />
dados e o suporte a mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> domínio<br />
19
complexos do Geomajas. O software é um<br />
verda<strong>de</strong>iro framework SIG opensource para uso no<br />
setor público e privado.<br />
Além disso, o Geomajas, como um produto<br />
open-source, oferece uma barreira muito pequena<br />
à experimentação, sendo muito simples um usuário<br />
avaliá-lo e iniciar seu uso. Inclusive, é possível que<br />
o usuário possa inspecionar o código do programa,<br />
alterá-lo ou estendê-lo, <strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r suas<br />
necessida<strong>de</strong>s.<br />
O que há <strong>de</strong> tão especial no Geomajas?<br />
O que faz do Geomajas um produto único é<br />
a combinação <strong>de</strong> diversas funcionalida<strong>de</strong>s. Como<br />
um cliente “fino”, toda a aplicação roda <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
um navegador-web padrão. Não existe a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalações no software do usuário<br />
final. Clientes “finos” são diferentes dos chamados<br />
“clientes largos” ou “clientes ricos”, modalida<strong>de</strong> nas<br />
quais o custo <strong>de</strong> manutenção e instalação são<br />
mais altos.<br />
De um ponto <strong>de</strong> vista técnico, temos o fato<br />
<strong>de</strong> que a aplicação é um framework cliente-servidor<br />
com capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cache e segurança<br />
embutidas. O Geomajas po<strong>de</strong> ler, analisar e<br />
projetar dados geográficos no servidor antes <strong>de</strong><br />
enviá-lo ao cliente.<br />
Utilizando o Google Web Toolkit (GWT) no<br />
cliente, todo o <strong>de</strong>senvolvimento é feito em Java,<br />
facilitando o <strong>de</strong>senvolvimento para times <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvedores. O GWT dá bastante po<strong>de</strong>r ao<br />
ambiente Java para <strong>de</strong>senvolvimento e teste <strong>de</strong><br />
aplicações JavaScript. O GWT também resolve os<br />
problemas <strong>de</strong> compatibilida<strong>de</strong> entre diferentes<br />
navegadores ou até mesmo ambientes móveis.<br />
Esta facilida<strong>de</strong> libera os <strong>de</strong>senvolvedores para<br />
focar nos casos <strong>de</strong> uso ao invés <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes como<br />
compatibilida<strong>de</strong> entre navegadores, ganhando<br />
tempo do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Utilizando todas as ferramentas que o ambiente<br />
Java proporciona e o GWT observou-se uma<br />
redução no tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento (até cinco<br />
vezes mais rápido).<br />
O Geomajas foi <strong>de</strong>senhado consi<strong>de</strong>rando a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> extensão, facilitando o atendimento<br />
<strong>de</strong> requisitos específicos e, ainda assim, mantendo<br />
o seu núcleo o mais estável possível. O sistema <strong>de</strong><br />
plugins fornecido permite que o núcleo do software<br />
e outras funcionalida<strong>de</strong>s diversas possam evoluir<br />
20<br />
em ritmos diferentes, proporcionando novas<br />
oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio (comercialização) para<br />
todos os parceiros tecnológicos do Geomajas.<br />
Toda a tecnologia Geomajas foi lançada<br />
sob a licença open source AGPL. A licença GNU<br />
Affero GPL ou GNU AGPL é suportada pela<br />
Fundação do Software Livre (FSF). Ela é<br />
comparável à licença GNU GPL, com suporte<br />
adicional para o uso do software sobre uma<br />
arquitetura <strong>de</strong> servidor <strong>de</strong> aplicações. Isto torna<br />
possível proteger seus interesses comerciais em<br />
um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios SaaS (Software as a<br />
Service <strong>–</strong> software como um serviço) ou Nuvem.<br />
Toda a arquitetura do Geomajas também foi<br />
<strong>de</strong>senhada levando em consi<strong>de</strong>ração a<br />
escalabilida<strong>de</strong>. É possível servir milhões <strong>de</strong> vetores<br />
para milhares <strong>de</strong> pessoas simultaneamente. Como<br />
todo o processamento ocorre do lado do servidor é<br />
possível melhorá-lo para esten<strong>de</strong>r a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
serviço. Mecanismos <strong>de</strong> cache estão previstos<br />
para aumentos repentinos na <strong>de</strong>manda.<br />
Todas as comunida<strong>de</strong>s das tecnologias web<br />
e SIG reforçam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> padrões abertos<br />
como um meio <strong>de</strong> alcançar a interoperabilida<strong>de</strong>.<br />
Muitos clientes criam requerimentos específicos,<br />
on<strong>de</strong> sistemas comprados ou <strong>de</strong>senvolvidos<br />
<strong>de</strong>vem trabalhar em conjunto com os padrões<br />
abertos. No que diz respeito a serviços web,<br />
navegadores e informações geográficas, o<br />
Geomajas busca compatibilida<strong>de</strong> máxima.<br />
Suporte comercial<br />
A Geospac é uma organização comercial<br />
que provê suporte profissional para o Geomajas,<br />
incluindo treinamento, consultoria e experiência<br />
com a arquitetura e projeto Geomajas, suportando<br />
contratos com SLAs (Service level agreements).<br />
Ela trabalha com uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> parceiros<br />
certificados para esten<strong>de</strong>r sua presença em nível<br />
local. Parceiros locais, apoiados pela Geosparc,<br />
<strong>de</strong>senvolvem aplicações específicas para suas<br />
localida<strong>de</strong>s ou setores.<br />
Aplicações<br />
O time por trás do Geomajas tem gran<strong>de</strong><br />
experiência com o uso e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
aplicações SIG. O Geomajas foi criado do <strong>de</strong>sejo<br />
<strong>de</strong> se ter uma tecnologia web para SIG que fosse<br />
capaz <strong>de</strong> lidar com as necessida<strong>de</strong>s reais <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvedores e usuários dos SIGs. Assim, o<br />
Geomajas é muito mais do que uma tecnologia <strong>de</strong><br />
web mapping. Embora as funcionalida<strong>de</strong>s mais<br />
brilhantes estejam em seu componente <strong>de</strong> mapas,<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
suas forças concentram-se por trás da interface <strong>de</strong><br />
usuário.<br />
O software tem funcionalida<strong>de</strong>s para<br />
processamento <strong>de</strong> dados complexos e<br />
administração <strong>de</strong> dados. Exemplos são a criação<br />
<strong>de</strong> mapas para impressão, edição <strong>de</strong> dados<br />
geográficos e funções <strong>de</strong> análise espacial (buffers,<br />
vizinho mais próximo, etc).<br />
Aplicações baseadas no Geomajas incluem:<br />
- Gerencimento <strong>de</strong> impostos rurais<br />
- Informações e registros para escritórios<br />
- Comportamento ambiental<br />
- Informações turísticas<br />
- Coleta <strong>de</strong> dados para cadastro<br />
- Aplicações mobile<br />
- Coleta <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> referência (ex:<br />
OpenStreetMap);<br />
- Notificação <strong>de</strong> doenças, <strong>de</strong>sastres biológicos.<br />
MagdaGeo<br />
Uma das aplicações mais interessantes<br />
baseadas no Geomajas é a plataforma MagdaGeo<br />
do governo <strong>de</strong> Flandres. O objetivo do MagdaGeo<br />
é criar um mapa <strong>de</strong> todos os pequenos e médios<br />
negócios e áreas industriais <strong>de</strong> Flandres e<br />
Bruxelas. Com este projeto, cidadãos, oficiais <strong>de</strong><br />
governo e empresários po<strong>de</strong> ter uma visão clara<br />
das ativida<strong>de</strong>s econômicas em sua região. A<br />
plataforma tem uma interface amigável, navegação<br />
avançada e funcionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa, bem como<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> edição via navegador. O que torna<br />
esta aplicação tão especial é a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
grupos <strong>de</strong> usuários e suas variadas opções <strong>de</strong><br />
pesquisa, permitindo a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combinar<br />
filtros baseados em atributos alfanuméricos com<br />
filtros geográficos.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Explorer<br />
Outra aplicação baseada no Geomajas é o<br />
Explorer, on<strong>de</strong> usuários po<strong>de</strong>m buscar por objetos<br />
geográficos e visualizá-los em um mapa<br />
combinado com diversas camadas sobrepostas e<br />
controles <strong>de</strong> opacida<strong>de</strong>. Após o log-in, o usuário<br />
tem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar, rotular e salvar suas<br />
próprias marcações.<br />
HoookUP<br />
Um terceiro exemplo nos traz para o ramo<br />
imobiliário, on<strong>de</strong> o Geomajas está sendo utilizado<br />
como uma plataforma para compra e venda <strong>de</strong><br />
imóveis. Usuários po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>signar áreas no mapa<br />
on<strong>de</strong> eles tem interesse em comprar proprieda<strong>de</strong>s.<br />
Pieter De Graef<br />
Gerente da Comunida<strong>de</strong> Geosparc e<br />
Presi<strong>de</strong>nte do Geomajas<br />
pie<strong>de</strong>re@gmail.com<br />
21
CAPA<br />
Fossgis.gov.br<br />
Por Felipe Costa e Luiz Motta<br />
Des<strong>de</strong> meados <strong>de</strong> 2004, por meio <strong>de</strong><br />
Decretos, Instruções Normativas (IN) e outras<br />
publicações oficiais 1 , o governo brasileiro vem<br />
investindo prioritariamente na adoção <strong>de</strong> softwares<br />
livres (SL) na administração pública fe<strong>de</strong>ral. Com<br />
isso, tem consolidado sua política <strong>de</strong> incentivo ao<br />
uso <strong>de</strong> SL no <strong>Brasil</strong>, inclusive fora da esfera<br />
governamental. O governo também tem contribuído<br />
<strong>de</strong> forma significativa na criação <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />
por meio <strong>de</strong> portais <strong>de</strong>dicados ao tema e<br />
patrocinando eventos <strong>de</strong> SL pelo País.<br />
Principais motivos para utilização <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong><br />
no governo<br />
Algumas li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong>ntro da<br />
administração pública perceberam que além <strong>de</strong><br />
utilizar melhor os recursos alocados para a área <strong>de</strong><br />
Tecnologia da Informação, pois o uso <strong>de</strong> SL muitas<br />
vezes gera economia por não adquirir licenças <strong>de</strong><br />
software proprietárias 2 , a adoção <strong>de</strong> SL serve<br />
como meio <strong>de</strong> fortalecer o mercado <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> software nacional,<br />
22<br />
incentivando o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico e a<br />
inovação.<br />
Além <strong>de</strong>ssas questões, outros fatores<br />
pesam a favor da disseminação do software livre<br />
no setor público 3 , como: necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adoção<br />
<strong>de</strong> padrões abertos para o Governo Eletrônico (e-<br />
Gov) para promover a interoperabilida<strong>de</strong> entre<br />
dados e sistemas; a segurança proporcionada pela<br />
auditabilida<strong>de</strong> dos sistemas; a in<strong>de</strong>pendência<br />
tecnológica e <strong>de</strong> fornecedor único; e o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> conhecimento local.<br />
Os requisitos básicos das licenças dos SL,<br />
que permitem acesso irrestrito ao código, e a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> modificação e redistribuição do<br />
software e suas alterações são os diferenciais em<br />
relação ao software proprietário pois estas<br />
características permitem maior auditabilida<strong>de</strong> dos<br />
sistemas, oferecendo maior segurança e<br />
autonomia ao governo brasileiro em relação as<br />
tecnologias que adota.<br />
As comunida<strong>de</strong>s que se formam em torno<br />
do SL são um outro fator que pesa em favor da<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
http://www.flickr.com/photos/extraketchup/408727666/lightbox/
adoção <strong>de</strong> SL. Qualquer cidadão po<strong>de</strong> participar<br />
do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ferramentas que são<br />
adotadas pelo governo, po<strong>de</strong>ndo contribuir com<br />
código, documentação e não menos importante,<br />
com sugestões <strong>de</strong> melhoria que po<strong>de</strong>m influir<br />
inclusive na eficiência dos serviços públicos<br />
prestados. Através <strong>de</strong>ssas comunida<strong>de</strong>s, o<br />
governo está incentivando diretamente uma maior<br />
participação da socieda<strong>de</strong> nas suas <strong>de</strong>cisões e<br />
contribuindo para o amadurecimento da<br />
<strong>de</strong>mocracia.<br />
A adoção do SL por parte do governo dá<br />
maior segurança ao mercado que passa a<br />
consi<strong>de</strong>rá-lo como alternativa às soluções<br />
proprietárias. O governo <strong>de</strong>ssa forma fomenta o<br />
mercado <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços como po<strong>de</strong> ser<br />
constatado no Portal do Software Público <strong>Brasil</strong>eiro<br />
(PSPB) 4 , on<strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas cadastram-se<br />
como prestadores <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />
solução disponibilizada no portal e po<strong>de</strong>m divulgar<br />
os seus serviços <strong>de</strong> consultoria e <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Atualmente no PSPB existem duas<br />
Portal do Software Público <strong>Brasil</strong>eiro<br />
lhes apren<strong>de</strong>r não apenas a utilizar os softwares<br />
mas ter maior entendimento dos processos<br />
internos <strong>de</strong> funcionamento daquela ferramenta<br />
específica e a teoria necessária para <strong>de</strong>sempenhar<br />
melhor suas ativida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>vem, sobretudo,<br />
transformar os usuários <strong>de</strong> meros “apertadores <strong>de</strong><br />
botões” em técnicos especializados na sua área <strong>de</strong><br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
soluções <strong>de</strong> SL para a Geomática (<strong>FOSSGIS</strong>):<br />
i 3 Geo com mais <strong>de</strong> 8000 membros e 61<br />
prestadores <strong>de</strong> serviços e Prefeitura Livre com<br />
mais <strong>de</strong> 6500 membros e 107 prestadores <strong>de</strong><br />
serviços. O portal, e suas comunida<strong>de</strong>s, são<br />
importantes fontes <strong>de</strong> informação acerca da<br />
adoção <strong>de</strong> SL na administração pública e funciona<br />
como um termômetro do impacto das ações do<br />
governo na socieda<strong>de</strong>.<br />
Todavia apenas projetos tupiniquins estão<br />
presentes no portal, <strong>de</strong>ssa forma uma outra<br />
importante fonte <strong>de</strong> informações sobre projetos<br />
livres é a OSGEO (Open Source Geospatial<br />
Foundation), fundação que promove <strong>FOSSGIS</strong> a<br />
nível mundial. Os projetos do PSPB, i 3 Geo e<br />
Prefeitura Livre, por exemplo, utilizam na sua<br />
arquitetura projetos apoiados pela OSGEO.<br />
Uma outra contribuição resultante da<br />
adoção <strong>de</strong> SL é que muitas vezes essa mudança<br />
necessariamente implica no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
programas <strong>de</strong> capacitação que valorizam os<br />
servidores. Estas capacitações <strong>de</strong>vem permitir-<br />
competência. Embora seja uma mudança benéfica<br />
para todos, nem sempre é uma tarefa indolor pois<br />
implica em mudança <strong>de</strong> cultura.<br />
Desafios para implantação <strong>de</strong> software livre no<br />
setor público<br />
Muitos usuários questionam a necessida<strong>de</strong><br />
23
<strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> software, proprietário para livre,<br />
uma vez que o software que utilizam e o qual estão<br />
familiarizados aten<strong>de</strong> as suas <strong>de</strong>mandas e<br />
expectativas. Nesta hora é comum, usuários e<br />
dirigentes, utilizarem-se da máxima que diz que<br />
“em time que está ganhando não se mexe”. A<br />
questão principal a ser levantada é se os benefícios<br />
do uso <strong>de</strong> um software proprietário são<br />
equivalentes aos custos <strong>de</strong> mantê-lo, e<br />
normalmente efetuar essa conta não é tarefa trivial,<br />
principalmente no setor público, on<strong>de</strong> ainda não é<br />
habitual avaliar o retorno do investimento.<br />
A justificativa mais utilizada para convencer<br />
os gestores da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> migração é a<br />
inexistência <strong>de</strong> custo com aquisição <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong><br />
software (o que não significa que todos SL sejam<br />
gratuitos). Porém, essa não <strong>de</strong>ve ser a única<br />
justificativa já que realizar a migração não é uma<br />
tarefa isenta <strong>de</strong> custos. Existem custos, por<br />
exemplo, envolvidos em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação,<br />
manutenção e adaptação nos softwares.<br />
Todavia, é possível constatar que em uma<br />
migração bem feita o investimento em SL traz um<br />
retorno muito maior em médio e longo prazo já que<br />
não serão necessários investimentos posteriores a<br />
cada atualização <strong>de</strong> software, sendo que <strong>de</strong>ntro do<br />
ecossistema livre as atualizações e novas<br />
funcionalida<strong>de</strong>s são muito mais frequentes.<br />
Além disso a mudança <strong>de</strong> cultura da<br />
organização faz com que o ambiente seja muito<br />
mais propício a inovações, o que certamente é algo<br />
difícil <strong>de</strong> mensurar mas que agrega valor à<br />
instituição. Essa mudança <strong>de</strong> cultura, que é um dos<br />
maiores <strong>de</strong>safios encontrados em qualquer<br />
migração, é sem dúvida a maior contribuição do SL,<br />
pois amplia o compartilhamento e a colaboração<br />
em todas as esferas, não apenas em relação a<br />
softwares ou soluções técnicas mas também em<br />
relação aos dados e principalmente os<br />
entendimentos coletivos na área <strong>de</strong> negócio da<br />
empresa, o que torna a máquina pública mais<br />
eficiente e sustentável.<br />
Um outro gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio na implantação <strong>de</strong><br />
SL na administração pública é a <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong><br />
das ações, e isso ocorre por inúmeros fatores. Um<br />
<strong>de</strong>les é a alta rotativida<strong>de</strong> dos gestores já que a<br />
maioria ocupa cargos políticos e normalmente, pelo<br />
menos <strong>de</strong> quatro em quatro anos, uma mudança<br />
geral no quadro <strong>de</strong> gestores é realizada. Nem todo<br />
gestor tem a mentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar prosseguimento<br />
às ações que estão dando certo e preferem cancelar<br />
tudo que se referia a administração passada para<br />
“criar” seus novos projetos originais. Para mitigar<br />
esse fator é importante que as instituições tenham<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seus quadros profissionais com um<br />
vínculo mais estável, e que tecnicamente <strong>de</strong>fendam<br />
24<br />
junto aos gestores a manutenção <strong>de</strong> ações e<br />
projetos benéficos para a população.<br />
E aí já entramos em outro <strong>de</strong>safio que<br />
permeia o setor público, principalmente na área <strong>de</strong><br />
Geomática, que é a escassez <strong>de</strong> recursos<br />
humanos qualificados, com vínculos estáveis,<br />
para dar suporte e continuida<strong>de</strong> aos projetos. Por<br />
esse motivo, vemos muitos projetos <strong>de</strong><br />
disseminação <strong>de</strong> dados na web ficam inacessíveis<br />
ou obsoletos após 2 anos <strong>de</strong> inauguração. Muitas<br />
vezes os profissionais que implantaram os<br />
sistemas, por serem geralmente bastante<br />
qualificados, são muito procurados pelo mercado<br />
e <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m por trabalhar em outras instituições,<br />
outros, por terem vínculos precários <strong>de</strong><br />
terceirização veem-se forçados a abandonar seus<br />
projetos quando um contrato é encerrado e na<br />
nova licitação outra empresa é vencedora. O i<strong>de</strong>al<br />
é ter um quadro mínimo <strong>de</strong> servidores que se<br />
aproprie dos conhecimentos técnicos necessários<br />
para dar continuida<strong>de</strong> aos projetos <strong>de</strong> Geomática<br />
<strong>de</strong>senvolvidos em SL. Geralmente é mais fácil<br />
para um gestor aprovar a aquisição <strong>de</strong> uma<br />
gran<strong>de</strong> infraestrutura computacional e a aquisição<br />
<strong>de</strong> várias licenças <strong>de</strong> software do que aprovar<br />
investimentos em capacitação <strong>de</strong> pessoal que, no<br />
caso <strong>de</strong> soluções livres, é o que acaba sendo<br />
mais importante. É essencial portanto que as<br />
instituições, como preconizado pela IN 04/2008 5 ,<br />
<strong>de</strong>em a <strong>de</strong>vida atenção aos processos <strong>de</strong><br />
transferência tecnológica nos contratos <strong>de</strong> TI e a<br />
capacitação <strong>de</strong> seus quadros técnicos.<br />
No paradigma do software proprietário, o<br />
eixo principal <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento é feito pela<br />
tecnologia utilizada, ou seja, as pessoas adaptamse<br />
e conformam-se a inovação da tecnologia<br />
proposta pelo fabricante do software. A diferença<br />
marcante no uso <strong>de</strong> software livre ocorre portanto<br />
na autonomia dos colaboradores que passam,<br />
eles mesmos, a <strong>de</strong>finirem e promoverem o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento na área.<br />
Embora exista <strong>de</strong>manda e um gran<strong>de</strong><br />
volume <strong>de</strong> recursos empregados na área <strong>de</strong><br />
Geomática pelo governo fe<strong>de</strong>ral, um outro <strong>de</strong>safio<br />
a ser enfrentado para implantação <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong> é<br />
a escassez <strong>de</strong> empresas especializadas, com<br />
maturida<strong>de</strong> suficiente para tocar projetos <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> porte. Algumas licitações para consultoria,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e manutenção <strong>de</strong> soluções em<br />
<strong>FOSSGIS</strong> tem sido facilitadas utilizando-se da<br />
regra da inexigibilida<strong>de</strong> contida na lei <strong>de</strong> licitações<br />
8.666/93 6 dada a falta <strong>de</strong> concorrência nesse<br />
mercado. É necessário que as empresas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> SL amadureçam e voltem seu<br />
olhar para a informação geográfica <strong>de</strong> forma a dar<br />
suporte cada vez melhor as ações da<br />
administração pública.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
Algumas dicas para migração<br />
A migração para <strong>FOSSGIS</strong> numa organização é um processo <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong> paradigmas e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
muito do estágio <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> da organização em relação ao uso da Geomática. Basicamente po<strong>de</strong>mos<br />
classificar em três estágios <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> quanto ao uso <strong>de</strong> SIG (Sistema <strong>de</strong> Informações Geográficas) numa<br />
organização:<br />
A - Inicial - A organização não utiliza informações geográficas;<br />
B - CAD - Possui um acervo <strong>de</strong> informações geográficas em formatos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho (programas<br />
<strong>de</strong> CAD - “Desenho assistido por computador”) e;<br />
C - SIG - A organização já trabalha num ambiente <strong>de</strong> SIG.<br />
Em quaisquer das três situações é imprescindível a criação <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> mudança. Tendo como<br />
componentes básicos do plano: a capacitação, o projeto piloto e o plano <strong>de</strong> migração <strong>de</strong> dados.<br />
Para cada estágio da organização no uso <strong>de</strong> informações geográficas temos variações nos componentes<br />
básicos da migração. A seguir aborda-se cada componente associado ao estágio <strong>de</strong> cada organização.<br />
A capacitação visa a absorvição da tecnologia pelos funcionários da empresa, diminuindo ao longo do<br />
tempo a <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> consultorias. As formas <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> conhecimento numa área específica variam<br />
basicamente em função do tempo a ser <strong>de</strong>dicado na área, indo <strong>de</strong> palestras, cursos relâmpagos, até cursos <strong>de</strong> pósgraduação<br />
(lato e stricto sensu).<br />
Um item comum a todos os diferentes estágios (A, B e C) é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> palestras sobre SL, como por<br />
exemplo sobre tipos <strong>de</strong> licenças, o que são projetos abertos e quem os <strong>de</strong>senvolvem, o mercado e cursos sobre<br />
padrões <strong>de</strong> dados espaciais.<br />
Organizações que estão no estágio A e B são necessários cursos em que sejam abordados os fundamentos<br />
da Geomática e SIG. É também aconselhável um curso sobre banco <strong>de</strong> dados espaciais, principalmente pela<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementar a Infraestrutura Nacional <strong>de</strong> Dados Espaciais (INDE), e pelo benefícios em fazer<br />
processamento em ambiente <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados.<br />
O projeto piloto tem como objetivo dar aos servidores da organização a vivência <strong>de</strong> trabalho com uma nova<br />
tecnologia e mostrar resultados iniciais concretos aos gestores das vantagens da migração. Nesta etapa, que po<strong>de</strong><br />
ser feita em conjunto com uma consultoria especializada, os participantes vão apren<strong>de</strong>r a resolver uma necessida<strong>de</strong><br />
específica da organização em relação a informação geográfica utilizando-se <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong>. Naturalmente, cada<br />
estágio <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> terá as suas especificida<strong>de</strong>s:<br />
A - Para as organizações que se encontram no estágio inicial, o projeto piloto contemplará: fase <strong>de</strong> coleta,<br />
preparo <strong>de</strong> dados espaciais e povoamento em banco <strong>de</strong> dados espaciais. Um aspecto interessante é a passagem<br />
direta para padrões abertos e utilização <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados espaciais, fazendo com que os usuários possam lidar<br />
com <strong>FOSSGIS</strong> <strong>de</strong> maneira natural por ser seu primeiro contato.<br />
B - Conversão <strong>de</strong> dados, originalmente em CAD, para padrões abertos <strong>de</strong> forma a po<strong>de</strong>rem ser utilizados em<br />
SIG. Nessa etapa é necessário enfocar a mudança da visão <strong>de</strong> usuário e na sua forma <strong>de</strong> trabalho, pois trabalhando<br />
com dados geográficos em SIG, ele não operará mais apenas com <strong>de</strong>senhos mas com dados estruturados em um<br />
Sistema Gerenciador <strong>de</strong> Banco <strong>de</strong> Dados.<br />
C - A<strong>de</strong>quação do gerenciamento das informações, a partir <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> dados<br />
induzida pelos softwares proprietários para uma visão <strong>de</strong> dados padronizada. Para as organizações nesse estágio<br />
existe um gran<strong>de</strong> esforço em mostrar, nas ferramentas <strong>FOSSGIS</strong>, como os processos que antes eram realizados<br />
com o software proprietário serão agora realizados. A lógica <strong>de</strong> trabalho com arquivos, por exemplo shapefiles, é<br />
gradualmente substituída por uma lógica <strong>de</strong> trabalho em que as operações e análises são feitas utilizando-se das<br />
ferramentas <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> dados. Muito embora seja possível usar <strong>FOSSGIS</strong> e manter o esquema <strong>de</strong> trabalho com<br />
shapefiles, não é o recomendado.<br />
O plano <strong>de</strong> migração <strong>de</strong> dados é a fase em que temos o maior esforço da equipe, tendo que manter e<br />
trabalhar com os sistemas legados ao mesmo tempo em que se constrói um ambiente novo, até que o ambiente<br />
migrado possa aten<strong>de</strong>r plenamente as <strong>de</strong>mandas feitas com o sistema legado.<br />
Naturalmente, as empresas no estágio inicial (A) não terão esse componente, sendo substituído pela fase <strong>de</strong><br />
construção da base <strong>de</strong> dados. Nos casos das empresas do estágio C, que possuem sistemas já bem estabelecidos,<br />
estáveis e funcionais, não é recomendada a substituição total, já que é possível trabalhar em ambientes mistos<br />
(proprietário e livre), <strong>de</strong>vido principalmente a gran<strong>de</strong> compatibilida<strong>de</strong> dos <strong>FOSSGIS</strong> com os mais diversos formatos<br />
<strong>de</strong> arquivos e a a<strong>de</strong>são cada vez maior aos padrões <strong>de</strong> intercâmbio <strong>de</strong> dados por todas as empresas do ramo.<br />
O que não <strong>de</strong>ve ser perdido <strong>de</strong> vista é a busca da melhoria contínua, não <strong>de</strong>scartando soluções que<br />
aten<strong>de</strong>m plenamente a <strong>de</strong>manda. Nesse sentido, é necessário analisar o custo <strong>de</strong> manutenção das soluções e on<strong>de</strong><br />
novas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser atendidas com os novos sistemas, abrindo espaço <strong>de</strong>ssa forma para adoção <strong>de</strong><br />
<strong>FOSSGIS</strong>.
Casos <strong>de</strong> sucesso <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong> no Governo Fe<strong>de</strong>ral<br />
Atualmente, o principal uso <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong> na<br />
administração pública está no provimento <strong>de</strong><br />
serviços <strong>de</strong> disseminação <strong>de</strong> dados geográficos na<br />
Internet utilizando os padrões da OGC (Open<br />
Geospatial Consortium), sendo este um requisito<br />
fundamental para os órgãos fe<strong>de</strong>rais, estaduais e<br />
municipais que <strong>de</strong>sejam a<strong>de</strong>rir a INDE<br />
(Infraestrutura Nacional <strong>de</strong> Dados Espaciais).<br />
Diversas instituições fe<strong>de</strong>rais tem feito uso<br />
dos projetos <strong>de</strong> SL apoiado pela OSGEO.<br />
Destacam-se os programas para prover serviços<br />
na web, como o catálogo <strong>de</strong> dados geográficos -<br />
Geonetwork; os servidores <strong>de</strong> mapas e dados -<br />
Geoserver e Mapserver; a extensão PostGIS para<br />
o banco <strong>de</strong> dados PostgreSQL é a solução livre<br />
preferida para armazenamento <strong>de</strong> dados espaciais;<br />
e nos Desktops softwares como Quantum Gis<br />
(QGIS) e o gvSIG.<br />
Porém, ainda que difundidos entre diversas<br />
instituições, a utilização <strong>de</strong>sses softwares ainda é<br />
incipiente, assim como acontece em outros países,<br />
on<strong>de</strong> há um predomínio <strong>de</strong> programas proprietários.<br />
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) foi<br />
um dos pioneiros na utilização <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>de</strong>ntro<br />
do governo fe<strong>de</strong>ral. Des<strong>de</strong> 2004, um grupo <strong>de</strong><br />
profissionais da Geomática passou a fazer parte da<br />
Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Tecnologia da Informação<br />
do MMA e <strong>de</strong>senvolveram importantes projetos <strong>de</strong><br />
divulgação <strong>de</strong> mapas interativos na web e<br />
catalogação <strong>de</strong> metadados dos dados geográficos<br />
oriundos <strong>de</strong> diferentes instituições 7 .<br />
Para a divulgação <strong>de</strong> mapas interativos na<br />
web e <strong>de</strong> dados por meio <strong>de</strong> webservices (WMS e<br />
WFS) foi adotado o servidor <strong>de</strong> mapas Mapserver.<br />
A partir <strong>de</strong>le, utilizando-se principalmente das<br />
linguagens Javascript e PHP/Mapscript foi<br />
<strong>de</strong>senvolvida a solução I3Geo que passou a ser a<br />
ferramenta referência para disseminação <strong>de</strong> dados<br />
em vários órgãos públicos nos diferentes níveis da<br />
administração.<br />
Esta equipe do MMA também foi<br />
responsável pelo treinamento <strong>de</strong> equipes <strong>de</strong><br />
diferentes órgãos do governo e implantação <strong>de</strong><br />
algumas interfaces <strong>de</strong> I3Geo e Geonetwork, além<br />
<strong>de</strong> disponibilizar, por meio <strong>de</strong> acordos, dados<br />
geográficos oriundos <strong>de</strong>ssas instituições em<br />
26<br />
ambiente web, <strong>de</strong>vidamente catalogados.<br />
i 3 Geo - Software Livre brasileiro para visualização <strong>de</strong> dados<br />
geográficos na internet<br />
O Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas<br />
Espaciais (INPE) também é pioneiro <strong>de</strong>ntro da<br />
administração pública no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
software livre para área <strong>de</strong> Geomática. Sua<br />
estratégia ousada <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento próprio<br />
ren<strong>de</strong>u contribuições significativas para a<br />
comunida<strong>de</strong> acadêmica e socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma<br />
geral. Softwares como Spring, recentemente<br />
disponibilizado sob licença livre 8 , a biblioteca livre<br />
Terralib e seus diversos softwares <strong>de</strong>rivados<br />
(Terraview, Terra ME …) são exemplos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> SL <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> instituições<br />
governamentais. Não bastasse essas<br />
contribuições que põe o <strong>Brasil</strong> em lugar <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Geomática<br />
internacional, o INPE também utiliza e contribui<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong>, sendo um<br />
dos principais apoiadores da OSGEO.<br />
Mais recentemente o Ministério do<br />
Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com<br />
o Instituto Nacional <strong>de</strong> Colonização e Reforma<br />
Agrária (INCRA) e o Sistema <strong>de</strong> Proteção da<br />
Amazônia (SIPAM), lançou o programa Terra<br />
Legal 9 , um gran<strong>de</strong> projeto que tem como objetivo<br />
fazer a regularização fundiária das terras da<br />
Amazônia Legal, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scentralizada,<br />
valendo-se <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong> e formatos abertos.<br />
Enfim, diversas outras instituições em<br />
várias esferas da administração pública vem<br />
fazendo uso das ferramentas <strong>FOSSGIS</strong>, seria<br />
inviável <strong>de</strong>screver todos os projetos. No box<br />
seguem os links com alguns dos vários exemplos<br />
existentes.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
Alguns casos <strong>de</strong> sucesso <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong> no <strong>Brasil</strong><br />
- INDE Mapas Interativos http://www.i3geo.in<strong>de</strong>.gov.br/i3geo<br />
Catálogo <strong>de</strong> Metadados http://www.metadados.in<strong>de</strong>.gov.br/geonetwork<br />
- MMA Mapas Interativos (Meio Ambiente) http://mapas.mma.gov.br/i3geo<br />
Catálogo <strong>de</strong> Metadados http://mapas.mma.gov.br/geonetwork/srv/br<br />
- IPEA Mapas Interativos (Dados sócio-econômicos) http://mapas.ipea.gov.br/i3geo<br />
- Secretaria <strong>de</strong> Vigilância em Saú<strong>de</strong><br />
Mapas Interativos (Indicadores <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>) http://geoepilivre.aids.gov.br/svs/atlas<br />
- IBGE Catálogo <strong>de</strong> Metadados http://www.metadados.geo.ibge.gov.br/geonetwork/srv/br<br />
- INPE / CPTEC<br />
Mapas Interativos (Previsão do Tempo) http://sigma.cptec.inpe.br/sigma<br />
Mapas Interativos (Fiocruz <strong>–</strong> Observatório da Saú<strong>de</strong>) http://sisam.cptec.inpe.br/msau<strong>de</strong><br />
- SIPAM Catálogo <strong>de</strong> Metadados (Amazônia) http://www2.sipam.gov.br/geonetwork<br />
- FUNAI Mapas Interativos (Terras Indígenas) http://mapas.funai.gov.br<br />
- CPRM Mapas Interativos (Recursos Minerais) http://siagasweb.cprm.gov.br<br />
Conclusão<br />
O governo, por meio <strong>de</strong> suas diversas<br />
instituições, tem <strong>de</strong>sempenhado um importante<br />
papel no fomento à expansão do software livre no<br />
<strong>Brasil</strong>. Suas ações nesse sentido fortalecem a<br />
inovação, o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico e<br />
econômico, a formação <strong>de</strong> capital intelectual<br />
nacional e a eficiência no uso dos recursos<br />
públicos.<br />
As ferramentas <strong>FOSSGIS</strong> vem cada vez<br />
mais sendo utilizadas e reconhecidas como<br />
importantes instrumentos <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ntro das<br />
repartições públicas e isso tem um gran<strong>de</strong> impacto<br />
na prestação <strong>de</strong> serviços e divulgação <strong>de</strong><br />
informações à população.<br />
É cada vez mais necessário que os projetos<br />
<strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>de</strong>senvolvidos pelo governo possam<br />
ter sua sustentabilida<strong>de</strong> garantida, para tanto é<br />
necessário ter um quadro <strong>de</strong> servidores efetivos<br />
qualificados. Dessa forma, por meio da inserção do<br />
software livre, <strong>de</strong>ve ocorrer uma mudança na<br />
lógica <strong>de</strong> investimento on<strong>de</strong> o principal passa a ser<br />
o capital humano em <strong>de</strong>trimento do gasto, muitas<br />
vezes <strong>de</strong>snecessário, com licenças.<br />
Essa mudança <strong>de</strong> paradigma favorece a<br />
cooperação e cria o ambiente propício para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projetos em conjunto,<br />
colaborando ainda mais para a diminuição <strong>de</strong><br />
custos por meio <strong>de</strong> investimentos multiinstitucionais,<br />
aumentando <strong>de</strong>ssa forma a sinergia<br />
entre as instituições, o que seguramente trará<br />
importantes benefícios para o país como um todo.<br />
Espera-se portanto que as próximas fases<br />
na evolução do uso <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong> na administração<br />
pública sejam: o <strong>de</strong>senvolvimento dos sistemas <strong>de</strong><br />
tecnologia <strong>de</strong> informação em ambientes abertos,<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
ou seja, sistemas sendo <strong>de</strong>senvolvidos com a<br />
interação da comunida<strong>de</strong> (pessoas e empresas)<br />
em toda a suas fases utilizando ambientes ricos <strong>de</strong><br />
interação para projetos <strong>de</strong> softwares; e<br />
contribuição <strong>de</strong> órgãos públicos com códigos <strong>de</strong><br />
programas para os projetos abertos <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong><br />
que utilizam.<br />
Referências<br />
[1] Portal do Software Livre <strong>–</strong> Documentos Oficiais - http://alturl.com/d2p38<br />
[2] Portal do Software Livre <strong>–</strong> Economia gerada pelo SL - http://alturl.com/bztm9<br />
[3] Guia Livre - http://alturl.com/k4e4b<br />
[4] Portal do Software Público - http://alturl.com/bvr7g<br />
[5] Instrução Normativa 04/2008 - http://alturl.com/b3kuf<br />
[6] Lei 8.666/1993 - http://alturl.com/gj7r4<br />
[7] I3Geo - http://alturl.com/azq9f<br />
[8] Spring - http://alturl.com/bqkcm<br />
[9] Terra Legal - http://alturl.com/6pu2h<br />
Felipe dos Santos Costa<br />
Analista <strong>de</strong> sistemas, Mestre em engenharia<br />
da Computação com ênfase em Geomática<br />
pela UERJ e Tecnologista em Saú<strong>de</strong> Pública<br />
no Instituto Leônidas e Maria Deane - Fiocruz<br />
Amazônia.<br />
felipe@fossgisbrasil.com.br<br />
Luiz Motta<br />
Engenheiro Florestal, MsC. em Ciência<br />
Florestal com foco em SIG, Analista Ambiental<br />
IBAMA - SIPAM, Mentor no uso <strong>de</strong> <strong>FOSSGIS</strong><br />
no programa Terra Legal e Colaborador no<br />
projeto QGIS.<br />
motta.luiz@gmail.com<br />
27
CAPA<br />
Fossgis.gov.pt<br />
Software Livre no governo: o caso <strong>de</strong> Portugal<br />
Por Ricardo Pinho<br />
Em Portugal verifica-se uma lenta, mas<br />
progressiva, a<strong>de</strong>são ao software livre no Governo e<br />
na Administração Pública (AP). Essa a<strong>de</strong>são tem<br />
resultado <strong>de</strong> iniciativas pontuais e dispersas,<br />
promovidas por utilizadores e responsáveis<br />
setoriais que individualmente promovem e optam,<br />
na sua ativida<strong>de</strong> e em projetos específicos, pela<br />
utilização <strong>de</strong> software livre.<br />
A tendência aparece também por contágio<br />
da a<strong>de</strong>são no setor privado e pela crescente oferta<br />
<strong>de</strong> soluções tecnológicas baseadas em Software<br />
Livre (SL). Destacam-se algumas referências,<br />
como o CAIXAMAGICA (www.caixamagica.pt) e o<br />
IPBRICK (www.ipbrick.pt), que oferecem famílias<br />
consolidadas <strong>de</strong> produtos e servidores baseados<br />
em linux e software livre para clientes institucionais.<br />
Iniciativas legislativas<br />
Em relação a políticas governamentais e<br />
iniciativas legislativas, nos últimos anos têm sido<br />
apresentadas pela oposição, algumas propostas<br />
para apoio e promoção do software livre no<br />
Governo e A.P. Destaca-se a Resoluçaõ da<br />
28<br />
Assembleia da República (AR) n. 66/2004 que<br />
recomenda ao Governo a tomada <strong>de</strong> medidas com<br />
vista ao <strong>de</strong>senvolvimento do software livre em<br />
Portugal. (http://alturl.com/x6ufa).<br />
Em 2007 o grupo parlamentar do Partido<br />
Comunista Português (PCP) vê aprovado um dos<br />
dois diplomas propostos, o projeto <strong>de</strong> resolução nº.<br />
227 (http://alturl.com/tpe9u) relativo à iniciativa<br />
<strong>de</strong> adoção <strong>de</strong> SL no Parlamento 1 . A votação<br />
permitiu a aprovação do diploma, com alterações<br />
introduzidas pelo Partido Socialista (PS), Partido<br />
Social Democrata (PSD) e Partido Popular<br />
(CDS/PP), on<strong>de</strong> se prevê a utilização <strong>de</strong> formatos<br />
abertos nos documentos produzidos pela AR; a<br />
instalação em todos os postos <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong><br />
ferramentas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> em software livre; e a<br />
disponibilização <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> formação orientadas<br />
ao uso do Software Livre pelo centro <strong>de</strong> formação<br />
da AR. Em paralelo será feita uma avaliação<br />
contínua dos sistemas informáticos da AR <strong>de</strong> modo<br />
a atingir uma adoção plena e exclusiva <strong>de</strong> Software<br />
Livre.<br />
Des<strong>de</strong> 2002 o grupo parlamentar do Partido<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
torange.biz
do Bloco <strong>de</strong> Esquerda (BE) com o apoio da<br />
ANSOL 7 tem apresentado projetos <strong>de</strong> lei que<br />
visam tornar obrigatória a adoção <strong>de</strong> software livre<br />
pela A.P. A última tentativa ocorreu em 2010 2 , com<br />
a apresentação do Projeto <strong>de</strong> Lei 126/IX<br />
(http://alturl.com/gq64g), que acabou por ser<br />
rejeitado em Reunião Plenária nº. 10. Nele o BE<br />
<strong>de</strong>fendia a imposição da utilização <strong>de</strong> software livre<br />
na AP como única forma <strong>de</strong> inverter a tendência<br />
dominante pela opção por software proprietário.<br />
Decorrente também <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> lei do BE, do<br />
PCP e apoio do CDS-PP, a 21 <strong>de</strong> Junho do<br />
corrente ano, foi aprovada e publicada no Diário da<br />
República a Lei 36/<strong>2011</strong> (http://alturl.com/shkjf)<br />
que estabelece a adoção <strong>de</strong> normas abertas para<br />
a informação em suporte digital na AP, promovendo<br />
assim “a liberda<strong>de</strong> tecnológica dos cidadãos e<br />
organizações e a interoperabilida<strong>de</strong> dos sistemas<br />
informáticos do Estado” 3 . A lei prevê a elaboração<br />
pela Agência para a Mo<strong>de</strong>rnização Administrativa<br />
(AMA) <strong>de</strong> um regulamento Nacional <strong>de</strong><br />
interoperabilida<strong>de</strong> digital, no prazo <strong>de</strong> 90 dias, que<br />
vai <strong>de</strong>finir as normas e os formatos digitais a serem<br />
adotados pela AP. Antes da sua entrada em vigor,<br />
este regulamento será submetido a discussão<br />
pública durante 30 dias.<br />
A inexistência <strong>de</strong> favorecimento, a nível<br />
legislativo, para a utilização <strong>de</strong> software livre na AP<br />
reflete a opção política do atual partido no po<strong>de</strong>r<br />
(PSD), claramente expressa nas respostas a um<br />
questionário feito aos diversos partidos pela<br />
ANSOL durante as legislativas <strong>de</strong> <strong>2011</strong><br />
(http://alturl.com/5quqe) on<strong>de</strong> se expressa a<br />
seguinte i<strong>de</strong>ia:<br />
Pergunta ANSOL:<br />
Defen<strong>de</strong>rão que as administrações e serviços<br />
públicos, quer centrais quer locais, incluam sempre<br />
a opção <strong>de</strong> Software Livre nas suas escolhas,<br />
compras e <strong>de</strong>senvolvimentos próprios?<br />
Resposta PSD:<br />
Não fazemos distinções artificiais entre as<br />
diferentes formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver e licenciar<br />
software. Todas as escolhas <strong>de</strong> software nas<br />
Organizações referidas, como quaisquer outras<br />
aquisições, <strong>de</strong>vem pautar-se por critérios (isentos,<br />
objetivos e transparentes) <strong>de</strong> eficácia e custos.<br />
Esta resposta contrasta com as políticas<br />
atuais <strong>de</strong> outros governos, nomeadamente do<br />
<strong>Brasil</strong>, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> claramente a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
<strong>de</strong> distinção e favorecimento do Software Livre<br />
para acelerar a sua a<strong>de</strong>são na AP e assim obter<br />
benefícios em diversas áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do país. Esse princípio está claramente expresso<br />
na diretiva 3 do Governo Eletrônico do <strong>Brasil</strong>: “O<br />
Software Livre é um recurso estratégico para a<br />
implementação do Governo Eletrônico"<br />
(http://alturl.com/v85rq):<br />
“O software livre <strong>de</strong>ve ser entendido como opção<br />
tecnológica do governo fe<strong>de</strong>ral. On<strong>de</strong> possível,<br />
<strong>de</strong>ve ser promovida sua utilização. Para tanto,<br />
<strong>de</strong>ve-se priorizar soluções, programas e serviços<br />
baseados em software livre que promovam a<br />
otimização <strong>de</strong> recursos e investimentos em<br />
tecnologia da informação. Entretanto, a opção pelo<br />
software livre não po<strong>de</strong> ser entendida somente<br />
como motivada por aspectos econômicos, mas<br />
pelas possibilida<strong>de</strong>s que abre no campo da<br />
produção e circulação <strong>de</strong> conhecimento, no acesso<br />
a novas tecnologias e no estímulo ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> software em ambientes<br />
colaborativos e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> software<br />
nacional. A escolha do software livre como opção<br />
prioritária on<strong>de</strong> cabível, encontra suporte também<br />
na preocupação em garantir ao cidadão o direito<br />
<strong>de</strong> acesso aos serviços públicos sem obrigá-lo a<br />
usar plataformas específicas.”<br />
Iniciativas da socieda<strong>de</strong> civil e empresarial<br />
Neste enquadramento a socieda<strong>de</strong> civil e<br />
empresarial tem vindo a respon<strong>de</strong>r no sentido <strong>de</strong><br />
quebrar o status-quo que beneficia as empresas<br />
dominantes <strong>de</strong> software proprietário e os apoiantes<br />
do copyright e <strong>de</strong> patentes, através da criação <strong>de</strong><br />
Associações e da promoção <strong>de</strong> Iniciativas <strong>de</strong> apoio<br />
à utilização <strong>de</strong> software livre na AP, <strong>de</strong>stacando-se:<br />
O portal Software Livre na AP<br />
(http://alturl.com/7x5zw), uma iniciativa que surge<br />
no âmbito dos trabalhos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação da<br />
utilização <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> informação na<br />
Administração Pública que são assegurados pela<br />
“Comissão Intersectorial <strong>de</strong> Tecnologias <strong>de</strong><br />
Informação para a Administração Pública” (CITIAP)<br />
e que reúne representantes das Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
29
Coor<strong>de</strong>nação Setorial (ECS) e presidida pelo<br />
Instituto <strong>de</strong> Informática (II).<br />
A Associação Nacional para o Software<br />
Livre (ANSOL) (http://ansol.org/) é uma<br />
associação portuguesa sem fins lucrativos que tem<br />
como fim a divulgação, promoção,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento, investigação e estudo da<br />
Informática Livre e das suas repercussões sociais,<br />
políticas, filosóficas, culturais, técnicas e<br />
científicas.<br />
A Associação <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Software<br />
Open Source Portuguesas (ESOP)<br />
(http://www.esop.pt), que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> e promove<br />
junto das empresas os conceitos <strong>de</strong> Software<br />
Aberto, Interoperabilida<strong>de</strong>, Normas Abertas e<br />
In<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Plataforma. 4<br />
A ANSOL e ESOP têm promovido diversas<br />
iniciativas junto do Governo e grupos<br />
parlamentares, no sentido<br />
<strong>de</strong> alertar para a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investir em<br />
Software Livre. Uma das<br />
mais recentes ações<br />
mediáticas foi a Press<br />
Release da ESOP: “Estado<br />
gasta 160 milhões <strong>de</strong> Euros<br />
por ano em software”<br />
(http://alturl.com/n7dis),<br />
que em tempo <strong>de</strong> contenção<br />
orçamental tem vindo a<br />
<strong>de</strong>spertar muito interesse da<br />
mídia e da classe política.<br />
Recentemente a<br />
ESOP anunciou a sua<br />
participação no Acordo<br />
Atlântico Open Source<br />
(http://alturl.com/zbv63).<br />
30<br />
Uma iniciativa <strong>de</strong> várias associações empresariais<br />
e sociais da área do Software Livre <strong>de</strong> ambos os<br />
lados do Atlântico, criada com o objetivo <strong>de</strong><br />
estabelecer canais <strong>de</strong> comunicação que resultem<br />
na realização <strong>de</strong> projetos com impacto global.<br />
Fazem parte <strong>de</strong>ste Acordo Atlântico as seguintes<br />
associações:<br />
- AGASOL: Asociación Galega <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong><br />
Software Libre <strong>–</strong> Galicia, España.<br />
- ASL: Associação SoftwareLivre.Org <strong>–</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />
- ASOLiF: Fe<strong>de</strong>ración Nacional <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong><br />
Software Libre <strong>–</strong> España.<br />
- CAdESoL: Cámara Argentina <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong><br />
Software Libre <strong>–</strong> Argentina.<br />
- ESOP: Associação <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Software<br />
Open Source Portuguesas <strong>–</strong> Portugal.<br />
- SoLAr: Asociación Civil Software Libre Argentina <strong>–</strong><br />
Argentina.<br />
“Estas entida<strong>de</strong>s estiveram ao longo dos últimos<br />
meses a trabalhar conjuntamente num Plano <strong>de</strong><br />
Ação para o <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social<br />
da tecnologia Open Source entre países <strong>de</strong> ambos<br />
os lados do Atlântico. O Acordo Atlântico constitui<br />
portanto a primeira pedra colocada por estas<br />
organizações para consolidar processos <strong>de</strong><br />
internacionalização durante os próximos anos.<br />
Representa também uma prova <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong> e<br />
visão global das organizações participantes do<br />
acordo, que reforça o ponto alto que o Software<br />
Open Source está a passar em todo o mundo e,<br />
particularmente, nos países hispânicos e<br />
lusófonos.”<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
Geotecnologias livres em Portugal<br />
A a<strong>de</strong>são do Governo e da AP ao Software<br />
Livre na área das Geotecnologias tem sido também<br />
lenta, mas progressiva. Apesar disso continua-se a<br />
assistir a avultadas <strong>de</strong>spesas públicas em licenças<br />
<strong>de</strong> software SIG. Um exemplo disso são as<br />
<strong>de</strong>spesas realizadas por adjudicação direta do<br />
estado e que facilmente po<strong>de</strong>m ser consultadas no<br />
portal Despesa Publica: http://alturl.com/34ynm<br />
(pesquisando por ESRI e INTERGRAPH, as<br />
principais empresas fornecedoras <strong>de</strong> soluções SIG<br />
em Portugal).<br />
A a<strong>de</strong>são ao SL resulta em gran<strong>de</strong> parte<br />
dos movimentos <strong>de</strong> utilizadores, em comunida<strong>de</strong>s<br />
constituídas em Mailling Lists, como a LUSOGIS<br />
(http://alturl.com/yxi4f) e a OSGeo Portugal<br />
(http://wiki.osgeo.org/wiki/Portugal). Esta ultima<br />
promoveu já três encontros nacionais, SASIG<br />
(http://www.osgeopt.pt/no<strong>de</strong>/9) <strong>de</strong>dicados<br />
essencialmente à divulgação <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> estudo e<br />
<strong>de</strong> formação em software livre SIG. Nesses<br />
eventos ficou <strong>de</strong>monstrado o interesse <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são<br />
com a presença <strong>de</strong> muitos funcionários públicos e<br />
diversos casos <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> SL em soluções<br />
Municipais e Centrais da AP. Os eventos<br />
comprovaram também o aparecimento <strong>de</strong><br />
empresas a prestar serviços <strong>de</strong> implementação e<br />
suporte técnico em soluções SIG baseadas em<br />
Software Livre.<br />
Nascido também da ação <strong>de</strong> promoção do<br />
Software Livre SIG, entre 2005 e 2007, no fórum<br />
<strong>de</strong> utilizadores do Instituto Geográfico Portugues<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
(IGP) (http://alturl.com/2d6rr), o GESLIG, um<br />
grupo <strong>de</strong> trabalho interno do IGP <strong>de</strong>dicado à<br />
exploração da alternativa do Software Livre para<br />
Informação Geográfica promoveu, entre outras<br />
iniciativas, a organização do primeiro encontro<br />
nacional <strong>de</strong> software livre na AP: ESLAP2009 5 .<br />
Naquele encontro, além das diversas mostras <strong>de</strong><br />
iniciativas e projetos baseados em software livre,<br />
foi <strong>de</strong>monstrado o interesse e a dinâmica na<br />
adoção <strong>de</strong> soluções SIG em software livre em<br />
diversos projetos da AP 6 .<br />
Mesmo sem o apoio político e legislativo, o<br />
software livre SIG vai lentamente trilhando o seu<br />
caminho em Portugal e começa a ser visto como<br />
uma alternativa futura, face às fortes restrições<br />
orçamentais que se avizinham para o país. Como<br />
diz o provérbio: “há males que vêm para o bem”!<br />
Referencias<br />
[1] Parlamento encontra sintonia na liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha do software<br />
<strong>de</strong>ntro da AR <strong>–</strong> TekSapo<br />
http://alturl.com/r76sk<br />
[2] Bloco <strong>de</strong> Esquerda propõe software livre obrigatório na AP <strong>–</strong> TekSapo<br />
http://alturl.com/btk6e<br />
[3] Normas abertas na Administração Pública <strong>–</strong> ComputerWorld<br />
http://alturl.com/vvgkp<br />
[4] Software Livre na Administração Pública <strong>–</strong> ANSOL<br />
http://alturl.com/rgqha<br />
[5] Encontro sobre Software Livre na Administração Pública (ESLAP 2009)<br />
http://alturl.com/6zqkw<br />
[6] Notas sobre Informação Geográfica no ESLAP 2009<br />
http://alturl.com/rhvrg<br />
Ricardo Miguel Moreira <strong>de</strong> Pinho<br />
Eng. Civil, Especialista em Sistemas <strong>de</strong><br />
Informação Geográfica para ambientes<br />
corporativos e autor do projeto GISVM.com<br />
ricardopinho@fossgisbrasil.com.br<br />
31
CAPA<br />
Utilização do i³Geo para gestão municipal<br />
Por Carlos Alberto <strong>de</strong> Mendonça Ribeiro<br />
Como gerir um plano diretor? É possível<br />
fomentar crescimento? E contê-lo? Que recursos<br />
naturais proteger? On<strong>de</strong>? Quais são as reais<br />
necessida<strong>de</strong>s? Uma <strong>de</strong>terminada comunida<strong>de</strong><br />
precisa <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado equipamento público? Para<br />
todas essas respostas um aliado em comum po<strong>de</strong><br />
ser utilizado para ajudar a respondê-las. Os<br />
sistemas <strong>de</strong> informações geográficas ou<br />
simplesmente SIG (GIS em inglês).<br />
Pensar geograficamente é uma<br />
característica do ser humano, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio dos<br />
tempos usamos a localização geográfica para<br />
tomar <strong>de</strong>cisões, fizemos isso pra fins bélicos, no<br />
passado e assim, por exemplo, <strong>de</strong>finíamos<br />
territórios e hoje continuamos fazendo, <strong>de</strong>ssa vez<br />
beneficiados das tecnologias, que nos permitem<br />
não apenas <strong>de</strong>finir coor<strong>de</strong>nadas através <strong>de</strong><br />
posicionamento por satélite, mas também realizar<br />
ações <strong>de</strong> planejamento gerando transparência e<br />
trazendo benefícios a toda comunida<strong>de</strong>.<br />
À medida que as informações geográficas<br />
32<br />
<strong>de</strong>ixam as planilhas e ganham coor<strong>de</strong>nadas em<br />
mapas o acréscimo <strong>de</strong> informação é enorme. Por<br />
mais rica que seja uma tabela <strong>de</strong> dados, não se<br />
compara ao nível <strong>de</strong> informação que um dado<br />
cartográfico po<strong>de</strong> trazer. Apesar <strong>de</strong> esse<br />
conhecimento parecer fútil, para quem já trabalha<br />
com geoprocessamento o trabalho <strong>de</strong><br />
convencimento ainda é necessário. Sabemos que<br />
as metodologias <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> dados presas a<br />
planilhas dificultam enxergar a informação, é<br />
justamente ai que se da a importância <strong>de</strong>ssa<br />
visualização, meus dados <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser apenas<br />
quantitativos e passam e ser também qualitativos,<br />
os mapas nada mais fazem do que cumprir essa<br />
função, eles são lúdicos, ilustrativos, eles nos<br />
permitem enxergar as informações.<br />
Nesse sentido a utilização <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong><br />
informações geográficas pelo po<strong>de</strong>r público é algo<br />
fundamental. Um exemplo prático é correlacionar<br />
às bases municipais com os indicadores<br />
socioeconômicos do IBGE. Esse simples exercício<br />
po<strong>de</strong> apontar qual é o melhor local para instalar<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Guaratuba-PR por Clecio
qualquer equipamento público ou respon<strong>de</strong>r se<br />
aquela população realmente precisa. Porém, esse<br />
simples exercício po<strong>de</strong> se tornar difícil já que as<br />
informações <strong>de</strong> muitos bancos <strong>de</strong> dados ficam<br />
restritas ao conhecimento dos próprios gestores ou<br />
<strong>de</strong> setores específicos das prefeituras. A<br />
disponibilização <strong>de</strong> dados geográficos na internet<br />
através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> Informações Geográficas<br />
(SIGWEB) permite que a informação inicialmente<br />
concentrada nas mãos do po<strong>de</strong>r público, seja <strong>de</strong><br />
domínio <strong>de</strong> qualquer cidadão que se interesse pela<br />
administração do município. Além disso, po<strong>de</strong><br />
tornar prático o acesso às informações como a <strong>de</strong><br />
uso e ocupação do solo, informações sobre áreas<br />
protegidas ou <strong>de</strong> uso restrito e que potencialmente<br />
po<strong>de</strong>rão vir a servir <strong>de</strong> instrumento <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong><br />
conflitos fundiários urbanos.<br />
Como disponibilizar?<br />
A prefeitura João Pessoa-Paraíba, (BR)<br />
disponibiliza parte <strong>de</strong> sua base <strong>de</strong> dados para<br />
consulta pública. Parte <strong>de</strong>sse acervo po<strong>de</strong> ser<br />
consultado através do Jampa em mapas, em<br />
http://www.joaopessoa.pb.gov.br/jampaemmapas.<br />
O nome escolhido para aplicação<br />
<strong>de</strong>senvolvida utiliza o software i3geo (Interface<br />
Interativa para Internet <strong>de</strong> Ferramentas <strong>de</strong><br />
Geoprocessamento), um aplicativo <strong>de</strong>senvolvido<br />
pela CGTI (Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Tecnologia <strong>de</strong><br />
Informação) do Ministério do Meio Ambiente que<br />
consiste em um servidor <strong>de</strong> mapas baseado em<br />
softwares livres, principalmente MapServer,<br />
associado a outros softwares e bibliotecas como:<br />
GDAL, PROJ4, OGR, R, CPAINT, YUI, entre outros<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
e utiliza como plataforma <strong>de</strong> funcionamento os<br />
navegadores para internet (<strong>Brasil</strong>, 2008). Além da<br />
vantagem <strong>de</strong> não haver custo na aquisição das<br />
licenças <strong>de</strong> programas proprietários similares, o<br />
i3geo apresenta como característica o uso <strong>de</strong><br />
várias interfaces, entre elas o Google Earth,<br />
permitindo através da imagem <strong>de</strong> satélite que o<br />
observador perceba em perspectiva o contexto<br />
geral da área <strong>de</strong> estudo, assim como as limitações<br />
naturais, colabora com uma maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
informações a serem exibidas tendo em vista que<br />
uma imagem <strong>de</strong> satélite po<strong>de</strong> revelar <strong>de</strong>talhes<br />
acerca <strong>de</strong> uma área específica como nenhuma<br />
outra tecnologia.<br />
A iniciativa <strong>de</strong> elaborar mapas dinâmicos da<br />
Prefeitura Municipal <strong>de</strong> João Pessoa - PMJP,<br />
substituindo a forma básica <strong>de</strong> publicar mapas<br />
estáticos (através <strong>de</strong> imagens) na internet permite<br />
uma maior interação com o usuário possibilitando<br />
que qualquer pessoa, através <strong>de</strong> um navegador<br />
(browser), possa acessar a aplicação <strong>de</strong>senvolvida<br />
no I3Geo e interagir com os mapas por meio <strong>de</strong><br />
comandos como zoom (aproximação,<br />
afastamento), pan (mover), e realizar consultas.<br />
Por meio do qual é possível gerar mapas<br />
<strong>de</strong>talhados <strong>de</strong> quadras, contendo<br />
informações dos nomes das ruas,<br />
números do lotes, entre outras, além<br />
<strong>de</strong> visualizar a posição <strong>de</strong> um<br />
<strong>de</strong>terminado lote na quadra, observar<br />
os aspectos gerais <strong>de</strong> suas formas e<br />
dimensões, assim como associar<br />
informações referentes à situação<br />
cadastral dos lotes, possibilitando<br />
perceber se houve <strong>de</strong>smembramento,<br />
remembramento ou se o lote está ou<br />
não, edificado, o chamado Overlay.<br />
Também é possível obter informações<br />
a partir do cruzamento com dados<br />
referentes ao zoneamento ou a<br />
proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos públicos ou <strong>de</strong><br />
recursos naturais do município bem como aspectos<br />
naturais, como por exemplo, os aspectos da<br />
hidrografia.<br />
Levando em consi<strong>de</strong>ração os conceitos <strong>de</strong><br />
Governo 2.0 (que põem o cidadão e o governo em<br />
alto nível <strong>de</strong> interação e que trata o cidadão como<br />
um multiplicador da visão, já que ele tem a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver o problema da forma que ele<br />
esta acontecendo) esta em <strong>de</strong>senvolvimento uma<br />
33
ferramenta que ao ser implementada ao Jampa em<br />
mapas permitirá que com um clique no mapa o<br />
usuário possa pontuar on<strong>de</strong> esta acontecendo um<br />
<strong>de</strong>terminado problema e requisitar um serviço para<br />
solucioná-lo.<br />
Desenvolvendo uma aplicação<br />
Alguns questionamentos iniciais recaem<br />
sobre o I3geo. Como começar? Como a<strong>de</strong>quar o<br />
I3geo as minhas necessida<strong>de</strong>s?<br />
Alguns programadores mais experientes<br />
po<strong>de</strong>riam pensar que com um pouco <strong>de</strong><br />
curiosida<strong>de</strong> essas perguntas seriam facilmente<br />
respondidas. Isso porque o I3geo é em português,<br />
seus comentários são em português além <strong>de</strong> existir<br />
uma comunida<strong>de</strong> disponível para ajudar e<br />
compartilhar experiências na comunida<strong>de</strong> I3geo no<br />
portal do software público<br />
http://www.softwarepublico.gov.br. Porem é bom<br />
lembrar que as prefeituras possuem realida<strong>de</strong>s<br />
cartográficas muito distintas, em vários casos o<br />
material cartográfico é escasso e a mão-<strong>de</strong>-obra<br />
não é especializada.<br />
Depois <strong>de</strong> instalado e verificado seu<br />
funcionamento, isso po<strong>de</strong> ser confirmado digitando<br />
http://localhost/i3geo/ na barra <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reços do<br />
navegador, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma aplicação é<br />
relativamente simples. O i3geo, é uma interface <strong>de</strong><br />
fácil customização, já que para funcionar necessita<br />
apenas <strong>de</strong> edições, principalmente dos códigos<br />
para internet (.html) e arquivos <strong>de</strong> marcação<br />
mapfile (.map), adaptados conforme o <strong>de</strong>senho da<br />
solução pré-concebida. Os arquivos mapfiles são<br />
responsáveis por <strong>de</strong>finir a forma, os níveis <strong>de</strong><br />
informações que serão exibidos (cores, espessura<br />
<strong>de</strong> linha, hachuras <strong>de</strong> preenchimento), as<br />
legendas, construção <strong>de</strong> mapas por classes,<br />
aparição <strong>de</strong> label, entre outras. Portanto, o passo<br />
34<br />
inicial da configuração seria abrir com qualquer<br />
editor <strong>de</strong> texto o arquivo mapfile<br />
\i3geo\aplicmap\geral1.map (para linux) ou<br />
geral1windows.map (para windows). Na imagem<br />
a seguir observa-se um pequeno recorte <strong>de</strong>sse<br />
arquivo que é composto por um conjunto <strong>de</strong><br />
objetos e proprieda<strong>de</strong>s, que estipulam o que e<br />
como será exibido no mapa. O passo inicial <strong>de</strong><br />
editar o mapfile já é suficiente pra iniciar uma<br />
aplicação que vai dispor <strong>de</strong> uma gama <strong>de</strong> serviços<br />
e ferramentas já pré configurados.<br />
Os benefícios da utilização<br />
Os benefícios <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong><br />
Geoprocesssamento para gestão municipal são<br />
inúmeros. Não apenas contribuindo para a<br />
arrecadação fiscal, mas também no próprio<br />
gerenciamento das cida<strong>de</strong>s, possibilitando aos<br />
gestores tomar melhores <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
possível implementação <strong>de</strong> novos conjuntos<br />
habitacionais, ou contribuindo na promoção <strong>de</strong><br />
novas áreas <strong>de</strong> lazer, na garantia da<br />
acessibilida<strong>de</strong> a idosos e <strong>de</strong>ficientes entre outros<br />
benefícios.<br />
No caso da Prefeitura <strong>de</strong> João Pessoa a<br />
solicitação do Overlay, serviço normalmente<br />
solicitado para auxiliar buscar cartoriais,<br />
localização <strong>de</strong> imóvel, i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
zoneamento entre outros <strong>de</strong>mandava uma<br />
exaustiva quebra <strong>de</strong> rotina, isso porque a<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
solicitação <strong>de</strong>sse serviço não era excessivamente<br />
alta pra justificar <strong>de</strong>dicação exclusiva <strong>de</strong> um<br />
aten<strong>de</strong>nte, mesmo assim era suficiente pra<br />
atrapalhar as <strong>de</strong>mandas internas. Desse modo<br />
uma solução web, nesse caso o Jampa em mapas,<br />
on<strong>de</strong> o próprio usuário po<strong>de</strong> dispor <strong>de</strong>sses dados<br />
veio para ajudar a suprir essa <strong>de</strong>manda.<br />
O uso <strong>de</strong> uma interface <strong>de</strong> fácil manuseio<br />
para visualização da base cadastral na internet<br />
po<strong>de</strong> gerar benefícios ainda maiores, tanto para<br />
planejadores que po<strong>de</strong>m usar esse instrumento<br />
para analisar a distribuição espacial dos<br />
equipamentos públicos, percebendo assim as<br />
prováveis necessida<strong>de</strong>s tanto da população quanto<br />
dos cidadãos comuns na percepção <strong>de</strong> possíveis<br />
irregularida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>nunciar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> usos<br />
in<strong>de</strong>vidos do solo, bem como ocupação do<br />
patrimônio público ou agressões ao meio ambiente.<br />
Além disso, a disponibilização <strong>de</strong>sses<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
dados geográficos torna prático e acessível à<br />
interação da base cartográfica com outras<br />
secretarias da Prefeitura que vão dispor <strong>de</strong> uma<br />
base <strong>de</strong> dados bastante confiável, já que seus<br />
registros sofrem constantes atualizações conforme<br />
a cida<strong>de</strong> se modifica, e o que antes estava<br />
disponível apenas na secretaria <strong>de</strong> planejamento<br />
(Seplan) e eram liberados mediante à processos<br />
ou a consulta previa <strong>de</strong> interessados, hoje está<br />
disponível na internet diminuindo a burocracia <strong>de</strong><br />
acesso a essas informações.<br />
Portanto mãos à obra.<br />
Carlos Alberto <strong>de</strong> Mendonça Ribeiro<br />
Tecnólogo em Geoprocessamento pelo IFPB e<br />
presta serviços em Geotecnologias<br />
para a Divisão <strong>de</strong> Geoprocessamento da<br />
Prefeitura Municipal <strong>de</strong> João Pessoa<br />
ocarlos.ribeiro@gmail.com<br />
33
Por Felipe Costa<br />
Internet<br />
Desenvolvedor <strong>de</strong> prestígio na comunida<strong>de</strong><br />
<strong>FOSSGIS</strong> brasileira, Edmar Moretti é atualmente o<br />
principal <strong>de</strong>senvolvedor do software I3Geo<br />
(Interface Integrada para Internet <strong>de</strong> Ferramentas<br />
<strong>de</strong> Geoprocessamento). Embora suas principais<br />
ativida<strong>de</strong>s estejam relacionadas ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> softwares livres, sua formação<br />
universitária é em Geografia, sendo autodidata em<br />
linguagens <strong>de</strong> programação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
sistemas.<br />
Atualmente é gerente <strong>de</strong> projetos da<br />
empresa Poliedro Informática e consultor na<br />
implantação <strong>de</strong> infraestruturas <strong>de</strong> dados espaciais<br />
em alguns projetos <strong>de</strong>ntro do governo, tendo sido<br />
gerente da área <strong>de</strong> Gestão em Geotecnologias da<br />
Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Tecnologia da Informação<br />
do Ministério do Meio Ambiente por alguns anos.<br />
Li<strong>de</strong>ra a comunida<strong>de</strong> I3geo no Portal do Software<br />
Público <strong>Brasil</strong>eiro, e participa ativamente em várias<br />
listas <strong>de</strong> discussão na área como as listas<br />
Mapserver <strong>Brasil</strong> e OSGEO-Br, além <strong>de</strong> manter<br />
seu blog sobre geotecnologias e ser palestrante<br />
em eventos como FISL e Latinoware.<br />
Nesta entrevista ele nos fala sobre o<br />
software I3Geo, o Portal do Software Público<br />
36<br />
Entrevista<br />
Edmar Moretti<br />
(edmarmoretti.blogspot.com)<br />
Desenvolvedor e<br />
administrador da<br />
comunida<strong>de</strong> do Software<br />
Livre i 3 Geo.<br />
<strong>Brasil</strong>eiro, a participação da comunida<strong>de</strong> e dá um<br />
panorama sobre a utilização <strong>de</strong> software livre<br />
<strong>de</strong>ntro do governo. A equipe da <strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong><br />
<strong>Brasil</strong> agra<strong>de</strong>ce pela entrevista que nos foi<br />
gentilmente cedida e que você confere abaixo.<br />
<strong>FOSSGIS</strong>: Como surgiu a idéia <strong>de</strong> criar o<br />
I3GEO?<br />
EDMAR MORETTI: Po<strong>de</strong>-se dizer que o i3Geo<br />
surgiu com a publicação <strong>de</strong> uma portaria pelo<br />
Ministério do Meio Ambiente <strong>de</strong>clarando o "copy<br />
left" do software. Essa publicação ocorreu em<br />
função da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecer uma<br />
alternativa aos órgãos <strong>de</strong> meio ambiente<br />
(Fe<strong>de</strong>rais, Estaduais e Municipais) para a<br />
construção <strong>de</strong> mapas interativos na web. Em um<br />
contexto mais amplo, tratava-se na época da<br />
implantação do SINIMA - Sistema Nacional <strong>de</strong><br />
Informações sobre o Meio Ambiente. Antes do<br />
batismo do i3Geo, o MMA <strong>de</strong>sejava uma<br />
ferramenta que permitisse oferecer à socieda<strong>de</strong> os<br />
dados que estavam dispersos na instituição, além<br />
disso, a área <strong>de</strong> TI (Tecnologia da Informação)<br />
precisava <strong>de</strong> uma infraestrutura para o<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas. O i3Geo na verda<strong>de</strong><br />
é apenas uma pequena parte <strong>de</strong>sse esforço, cujo<br />
objetivo foi a implantação da IDE (Infraestrutura <strong>de</strong><br />
Dados Espaciais) do MMA.<br />
<strong>FOSSGIS</strong>: Durante o processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento do I3GEO, quais foram as<br />
maiores dificulda<strong>de</strong>s técnicas que você<br />
encontrou?<br />
EDMAR MORETTI: Quando se fala em aplicações<br />
para web, da complexida<strong>de</strong> do i3Geo, sem dúvida<br />
a maior dificulda<strong>de</strong> técnica é a falta <strong>de</strong><br />
padronização dos navegadores (IE, FF, etc).<br />
Dificilmente um mesmo código funciona<br />
perfeitamente em todos os navegadores e a cada<br />
nova versão, novos problemas surgem. Outra<br />
dificulda<strong>de</strong> é a estruturação <strong>de</strong> uma equipe <strong>de</strong><br />
técnicos com diferentes perfis, não adianta uma<br />
boa aplicação assentada em uma infraestrutura<br />
ruim. No caso do MMA, essa equipe foi montada<br />
mas não perdurou por muito tempo. Uma outra<br />
dificulda<strong>de</strong>, quando se fala em softwares livres, é a<br />
falta <strong>de</strong> envolvimento institucional na manutenção<br />
do software <strong>de</strong> forma permanente. Apesar dos<br />
esforços do Portal do Software Público, o<br />
financiamento para o <strong>de</strong> softwares livres no<br />
governo ainda é muito <strong>de</strong>ficiente.<br />
<strong>FOSSGIS</strong>: Até o momento o Portal do SPB<br />
(Software Público <strong>Brasil</strong>eiro) conta com apenas<br />
duas soluções da área <strong>de</strong> Geoprocessamento,<br />
sendo uma <strong>de</strong>las o i3Geo. Como você avalia o<br />
papel do Portal em fortalecer o uso <strong>de</strong> SL no<br />
<strong>Brasil</strong>?<br />
EDMAR MORETTI: O SPB é importante pela<br />
infraestrutura que fornece (SVN, site, fórum, etc) e<br />
também pelo marco legal que vem sendo<br />
construído. Sem o SPB, dificilmente teríamos a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tornar o uso <strong>de</strong> SL no governo<br />
algo consistente. Mas ainda há muito que evoluir<br />
nesses dois aspectos.<br />
<strong>FOSSGIS</strong>: O que você diria para aqueles que<br />
<strong>de</strong>sejam dar sua contribuição para o<br />
fortalecimento da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Geotecnologias com SL no Portal SPB?<br />
EDMAR MORETTI: A participação dos usuários é<br />
fundamental para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> qualquer<br />
software. No caso do i3Geo essa participação po<strong>de</strong><br />
se dar em vários níveis, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a elaboração <strong>de</strong><br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
código até a participação nos fóruns, ajudando na<br />
solução <strong>de</strong> problemas . O importante é a<br />
participação dos usuários. A qualida<strong>de</strong> do i3Geo é<br />
proporcional a essa participação.<br />
<strong>FOSSGIS</strong>: O i3Geo, é sem dúvida o maior<br />
projeto projeto nacional <strong>de</strong> software livre para<br />
disseminação <strong>de</strong> dados espaciais na web <strong>de</strong><br />
forma prática e completa. Você já pensou em<br />
incubar o i3Geo na OSGeo? Você não acha que<br />
assim como ele tem ajudado a comunida<strong>de</strong><br />
brasileira, com a vitrine da OSGeo, ele não<br />
po<strong>de</strong>ria ajudar também a comunida<strong>de</strong> mundial?<br />
EDMAR MORETTI: A “incubação” na OSGeo já foi<br />
pensada mas esbarramos na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
compatibilizar o PSB com a OSGeo, uma vez que<br />
o i3Geo já está incubado no Portal. Mais que a<br />
incubação, seria importante que a OSGeo <strong>de</strong>sse<br />
algum tipo <strong>de</strong> chancela ao i3Geo, mas esse tipo<br />
<strong>de</strong> procedimetno ainda não existe na OSGeo. De<br />
qualquer forma, o i3Geo segue muitos dos<br />
princípios e orientações da OSGeo, o que é o mais<br />
importante.<br />
<strong>FOSSGIS</strong>: Quais as vantagens do I3Geo em<br />
relação a outras soluções <strong>de</strong> webmapping?<br />
EDMAR MORETTI: O i3Geo foi pensado para<br />
integrar softwares diferentes. Creio que essa é a<br />
maior vantagem, pois quando surge uma nova<br />
tecnologia rapidamente po<strong>de</strong>-se utilizá-la no<br />
software. Exemplo disso é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar<br />
a API do OpenLayers, GoogleMaps ou<br />
GoogleEarth, tornando-as visíveis ao<br />
<strong>de</strong>senvolvedor. O fato do i3Geo ter um "lado" no<br />
servidor, e não apenas no cliente web, é também<br />
uma vantagem, pois permite que essa integração<br />
<strong>de</strong> diferentes softwares ocorra nesse tipo <strong>de</strong><br />
ambiente.<br />
<strong>FOSSGIS</strong>: Quais funcionalida<strong>de</strong>s preten<strong>de</strong>-se<br />
incluir nas próximas versões do i3Geo?<br />
EDMAR MORETTI: Para os próximos meses os<br />
esforços serão para atualizar as bibliotecas que o<br />
i3Geo usa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Mapserver, OpenLayers até a<br />
YUI. Se for possível, gostaríamos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />
uma ferramenta para integração com o portal da<br />
INDE, para pesquisa <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> dados,e o<br />
módulo <strong>de</strong> montagem <strong>de</strong> layout para impressão,<br />
que é um <strong>de</strong>sejo antigo.<br />
37
<strong>FOSSGIS</strong>: Nos últimos cinco anos, os<br />
aplicativos <strong>de</strong> Webmapping <strong>de</strong> código fonte<br />
aberto, avançaram muito em relação as<br />
soluções proprietárias. Na sua opinião, o que<br />
falta para que os projetos Open Source <strong>de</strong> SIG<br />
Desktop amadureçam ao ponto <strong>de</strong> concorrer<br />
diretamente com as soluções proprietárias?<br />
EDMAR MORETTI: Creio que já concorrem <strong>de</strong><br />
igual para igual e as soluções livres superam as<br />
proprietárias. O que falta no <strong>Brasil</strong> são empresas<br />
mais consolidadas, que possam investir no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento dos softwares.<br />
<strong>FOSSGIS</strong>: Como você avalia o atual cenário da<br />
utilização dos softwares livres, em especial <strong>de</strong><br />
Geoprocessamento no Governo <strong>Brasil</strong>eiro e/ou<br />
Mundial?<br />
EDMAR MORETTI: No caso do <strong>Brasil</strong>, ainda é<br />
uma incógnita. Não sei se o atual governo, na<br />
prática, irá <strong>de</strong> fato apoiar o SL, evitando por<br />
exemplo, a aquisição <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong> softwares<br />
proprietários. Nos outros países, principalmente<br />
nos mais ricos, vejo que a tendência é a<br />
consolidação das IDEs e o surgimento <strong>de</strong> novas<br />
34<br />
tecnologias para isso. Como os SL são muito<br />
utilizados nas IDEs <strong>de</strong>sses países, a tendência é<br />
que se ganhe mais espaço ainda.<br />
<strong>FOSSGIS</strong>: O que acha que po<strong>de</strong>ria/<strong>de</strong>veria ser<br />
feito para ampliar a utilização do uso <strong>de</strong> SL em<br />
entida<strong>de</strong>s públicas?<br />
EDMAR MORETTI: Pensando-se além da área <strong>de</strong><br />
geoprocessamento, o Governo <strong>de</strong>veria investir nos<br />
softwares básicos utilizados pelos técnicos do<br />
governo, estabelecendo um programa <strong>de</strong> migração<br />
para o Linux. A adoção na prática do<br />
"OpenDocument" é também uma necessida<strong>de</strong>.<br />
Com isso, a utilização <strong>de</strong> SL em outras áreas<br />
especializadas ganhará também maior apoio.<br />
Enquanto isso não ocorrer continuaremos vendo<br />
projetos baseados em SL que não perduram, uma<br />
vez que não se alterou a cultura institucional em<br />
favor dos SL.<br />
Felipe dos Santos Costa<br />
Analista <strong>de</strong> sistemas, Mestre em engenharia<br />
da Computação com ênfase em Geomática<br />
pela UERJ e Tecnologista em Saú<strong>de</strong> Pública<br />
no Instituto Leônidas e Maria Deane - Fiocruz<br />
Amazônia.<br />
felipe@fossgisbrasil.com.br<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
Para aqueles que não estão familiarizados<br />
com o lado científico da cartografia, a Associação<br />
Internacional <strong>de</strong> Cartografia (ICA) talvez não seja<br />
um órgão muito conhecido. No <strong>Brasil</strong>, o “braço” da<br />
ICA é a Socieda<strong>de</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Cartografia (SBC),<br />
que publica a <strong>Revista</strong> <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Cartografia e<br />
promove o Congresso <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> Cartografia.<br />
Porém, talvez a influência do órgão por aqui diga<br />
mais respeito ao direcionamento da pesquisa<br />
científica em cartografia e áreas afins. Pra que<br />
vocês tenham uma noção, toda a pesquisa<br />
científica relacionada com mapas po<strong>de</strong> ser<br />
abarcada pelas comissões da ICA, as quais estão<br />
listadas abaixo, com <strong>de</strong>staque para a última:<br />
- Comissão <strong>de</strong> Arte e Cartografia<br />
- Comissão em Atlas<br />
- Comissão <strong>de</strong> Cartografia e Crianças<br />
- Comissão em Cartografia para emergências e<br />
gerenciamento <strong>de</strong> crises<br />
- Comissão em Visualização cognitiva<br />
- Comissão em Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados<br />
- Comissão em Tecnologias digitais aplicadas à<br />
herança cartográfica<br />
- Comissão em Educação e Treinamento<br />
- Comissão em Generalização e Representações<br />
múltiplas<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
POR DENTRO DO GEO<br />
Conferência Cartográfica Internacional - ICC <strong>2011</strong><br />
Por André Mendonça<br />
- Comissão em Infraestruturas e Padrões da<br />
Geoinformação<br />
- Comissão em Análise e Mo<strong>de</strong>lagem Geoespacial<br />
- Comissão em Geovisualização<br />
- Comissão em Geoinformação para<br />
sustentabilida<strong>de</strong><br />
- Comissão <strong>de</strong> História da Cartografia<br />
- Comissão em Projeto Cartográfico<br />
- Comissão em Produção <strong>de</strong> Mapas e Geobusiness<br />
- Comissão em Projeções Cartográficas<br />
- Comissão em Mapeamento por Sensoriamento<br />
Remoto<br />
- Comissão em Mapas e Gráficos para cegos e<br />
pessoas com alguma <strong>de</strong>ficiência visual<br />
- Comissão em Mapas e Socieda<strong>de</strong><br />
- Comissão <strong>de</strong> Mapas e a Internet<br />
- Comissão em Cartografia <strong>de</strong> Montanhas<br />
- Comissão em Neo-cartografia<br />
- Comissão em Cartografia Planetária<br />
- Comissão em Cartografia Teórica<br />
- Comissão em Mapeamento ubíquo<br />
- Comissão em Questões acerca <strong>de</strong> Usos e<br />
Usuários<br />
- Comissão em Tecnologias Geoespaciais Open<br />
Source<br />
39<br />
Ana Carolina Otton Sarmanho @ petchenik<strong>2011</strong>
Assim, <strong>de</strong> dois em dois anos a Associação<br />
promove uma conferência internacional que<br />
objetiva apresentar para a comunida<strong>de</strong> científica o<br />
trabalho que os membros <strong>de</strong>sta comissão estão<br />
<strong>de</strong>senvolvendo, especialmente no que concerne a<br />
avanços e <strong>de</strong>scobertas da área <strong>de</strong> interesse<br />
comum entre todos: os mapas e a informação<br />
Geográfica.<br />
A Conferência<br />
Em <strong>2011</strong>, o evento ocorreu em Paris, no<br />
Palais <strong>de</strong>s Congrés, que fica no 17°<br />
arrondissement, já no limite noroeste entre a<br />
cida<strong>de</strong> e os seus subúrbios. A Associação<br />
Internacional <strong>de</strong> Cartografia possui fortes raízes<br />
francesas <strong>–</strong> talvez o mais famoso dos cartógrafos<br />
da segunda meta<strong>de</strong> do século XX seja Jacques<br />
Bertin <strong>–</strong> e teve sua primeira conferência realizada<br />
na cida<strong>de</strong>, 50 anos atrás.<br />
A programação oficial informa que o evento<br />
ocorre <strong>de</strong> 3 a 8 <strong>de</strong> julho. Porém o evento começa<br />
oficialmente no dia 1, quando da ocorrência <strong>de</strong><br />
40<br />
diversos workshops relacionados às várias<br />
comissões da Associação, em vários pontos da<br />
cida<strong>de</strong>. Também no dia primeiro ocorre a<br />
inauguração da exposição Arte e Cartografia, que<br />
permaneceu em cartaz até o último dia do<br />
congresso, porém em outro ponto da cida<strong>de</strong>, mais<br />
precisamente nas cercanias <strong>de</strong> Saint-Mandé,<br />
subúrbio on<strong>de</strong> se localiza o IGN (Institut<br />
Geographique National). O IGN seria o equivalente<br />
ao IBGE brasileiro, porém com a diferença do<br />
Instituto francês ter como missão apenas criar e<br />
gerenciar informações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m estritamente<br />
geográficas. O IGN foi uma espécie <strong>de</strong> comitê<br />
local da ICA durante a conferência e seus<br />
profissionais foram os principais organizadores e<br />
realizadores <strong>de</strong>ste importante evento.<br />
Como membro da comissão em questões<br />
acerca <strong>de</strong> usos e usuários, fiz a inscrição no<br />
workshop em usos e usuários <strong>de</strong> transportes<br />
públicos, que aconteceu no próprio IGN, dia<br />
primeiro, para cerca <strong>de</strong> 25 pessoas. Apesar <strong>de</strong><br />
este não ser o principal aspecto da conferência<br />
que possa interessar os leitores da <strong>FOSSGIS</strong><br />
<strong>Brasil</strong>, é interessante participar <strong>de</strong> um evento on<strong>de</strong><br />
os organizadores jogam você na cida<strong>de</strong> com um<br />
mapa e pe<strong>de</strong>m pra que você chegue até um ponto<br />
turístico. O resultado da ativida<strong>de</strong> permitiu<br />
enten<strong>de</strong>r que mesmo na França, país que<br />
historicamente investe em mapeamento, os mapas<br />
ainda po<strong>de</strong>m causar confusão e problemas,<br />
especialmente para aqueles não familiarizados<br />
com a cida<strong>de</strong>. O <strong>de</strong>staque do workshop ficou para<br />
uma breve apresentação <strong>de</strong> técnicas para<br />
produção dos mapas para aluguel <strong>de</strong> bicicletas em<br />
Londres.<br />
A conferência em si aconteceu a partir do<br />
dia 4 (no dia 3 aconteceu um coquetel <strong>de</strong> abertura<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
apenas), uma segunda-feira <strong>de</strong> muito sol em Paris.<br />
Logo na abertura, uma surpresa: Os brasileiros<br />
eram a terceira maior nação em número <strong>de</strong><br />
inscritos, só per<strong>de</strong>ndo para França e Estados<br />
Unidos, <strong>de</strong>ntre mais <strong>de</strong> 104 países participantes e<br />
cerca <strong>de</strong> 1500 participantes inscritos. O evento<br />
contou ainda com aproximados 200 posters, 500<br />
apresentações orais, e 500 mapas, enviados para<br />
a exibição internacional <strong>de</strong> mapas. Além disso,<br />
mais <strong>de</strong> 30 países enviaram mapas para a exibição<br />
<strong>de</strong> mapas infantis “Barbara Petchenik”.<br />
Após a conferência <strong>de</strong> abertura, pô<strong>de</strong>-se ter<br />
uma noção da estrutura montada para o evento:<br />
Dois salões com cerca <strong>de</strong> 8 salas cada,<br />
provavelmente 100 lugares disponíveis em cada<br />
sala, para as apresentações orais e as<br />
conferências (uma por dia, com palestrantes<br />
renomados e tradução simultânea para outras<br />
línguas). Nos corredores dos salões, sessões <strong>de</strong><br />
apresentação <strong>de</strong> pôsteres, que se mantinham<br />
afixados durante um dia inteiro, sendo que<br />
temáticas afins com as salas próximas eram<br />
agrupadas, <strong>de</strong> forma que as salas e as pare<strong>de</strong>s<br />
anexas tinham temas e discussões semelhantes.<br />
Os dois salões eram separados por um gran<strong>de</strong><br />
pavilhão, on<strong>de</strong> concentravam-se a exibição<br />
internacional <strong>de</strong> mapas e <strong>de</strong> mapas infantis, um<br />
gran<strong>de</strong> mapa-mundi gravado no chão, a área <strong>de</strong><br />
secretaria do evento, e um conjunto <strong>de</strong> 40 stands<br />
comerciais, <strong>de</strong> empresas e instituições que<br />
pagaram uma razoável quantia para expor<br />
produtos e serviços neste evento, por on<strong>de</strong><br />
passaram pessoas do mundo inteiro, notadamente<br />
influentes no setor <strong>de</strong> geotecnologias.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Espaço Comercial e Open-source<br />
Obviamente que, além dos meus próprios<br />
interesses acadêmicos e do trabalho que eu<br />
apresentei, o aspecto mais importante do ICC<br />
<strong>2011</strong> foi observar a relação <strong>de</strong> um evento <strong>de</strong>sta<br />
natureza com as tecnologias livres. E apesar <strong>de</strong><br />
uma ou outra resistência - notadamente na área<br />
<strong>de</strong> editoração gráfica e também na área <strong>de</strong><br />
produção e fontes <strong>de</strong> dados, que são setores das<br />
geotecnologias ainda fortemente ligados à gran<strong>de</strong>s<br />
empresas e agências - po<strong>de</strong>-se afirmar sim que as<br />
tecnologias livres vem ocupando espaço<br />
importante neste setor. Tal afirmação pô<strong>de</strong> ser<br />
notada em vários aspectos <strong>de</strong> tudo aquilo que vi<br />
durante a conferência.<br />
Há que se notar que o evento contou com<br />
espaços <strong>de</strong>stinados aos maiores fabricantes <strong>de</strong><br />
software do setor: Esri, Intergraph, Erdas, ITTVis,<br />
Leica geosystems, Lorienne, 1Spatial, Ocad e Star<br />
Apic. Em todas as soluções proprietárias<br />
apresentadas nos folhetos que vi e recebi havia<br />
pelo menos alguma referência à interoperabilida<strong>de</strong><br />
e aos padrões OGC <strong>de</strong> serviços. Fabricantes<br />
como a ESRI e sua po<strong>de</strong>rosa (e cara) suíte <strong>de</strong><br />
aplicativos falaram exaustiva e abertamente sobre<br />
iniciativas livres, tratando o código-aberto, a meu<br />
ver, como uma realida<strong>de</strong> no mercado, a qual a<br />
indústria <strong>de</strong> software não po<strong>de</strong> ignorar.<br />
Pareceu-me que cada vez mais veremos<br />
gran<strong>de</strong>s empresas adaptarem seus formatos,<br />
processos e produtos à realida<strong>de</strong> imposta pelos<br />
paradigmas livres, e este processo parece ser um<br />
caminho sem volta, É claro que existe um longo<br />
caminho até que as empresas passem a perceber<br />
que o paradigma do código-aberto é<br />
<strong>de</strong>mocrático o suficiente para<br />
significar novas formas <strong>de</strong><br />
relacionamento com seus clientes,<br />
sem prejuízo <strong>de</strong> lucros e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
produtos gerados. Porém é<br />
importante saber que a i<strong>de</strong>ia do livre<br />
encontra-se bastante difundida entre<br />
os cientistas e profissionais <strong>de</strong> todo o<br />
mundo.<br />
Uma discussão bastante<br />
interessante que presenciei algumas<br />
vezes ao redor <strong>de</strong> stands comerciais<br />
foi a respeito do papel das<br />
ferramentas colaborativas na<br />
cartografia do século XXI. Em<br />
especial ouvi diversas vezes as<br />
pessoas comentarem acerca <strong>de</strong> sites<br />
como o OpenStreetMap<br />
41
(http://www.openstreetmap.org/) e em como a<br />
i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> um mapa edítável por qualquer pessoa<br />
po<strong>de</strong> modificar os paradigmas <strong>de</strong> serviços no que<br />
diz respeito aos mapas e à informação geográfica<br />
em si. Existe uma série <strong>de</strong> implicações relacionada<br />
com a produção <strong>de</strong> informação geográfica, mas<br />
cabe aos cientistas criarem mecanismos que<br />
permitam universalizar essa produção, o que <strong>de</strong>ve<br />
significar uma barreira transponível para os países<br />
menos <strong>de</strong>senvolvidos transpassar, igualando-se<br />
com gran<strong>de</strong>s potências no processo <strong>de</strong><br />
mapeamento <strong>de</strong> seu território, condição<br />
imprescindível para o seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Espaço Científico e o Open Source<br />
Devo começar este tópico dizendo que das<br />
5 conferências principais do evento, pelo menos<br />
uma <strong>de</strong>las esteve diretamente ligada ao geo open<br />
source: a dra. Athina Trakas (OGC) falou a respeito<br />
do papel dos padrões abertos nas infraestruturas<br />
<strong>de</strong> dados geográficos.<br />
Além <strong>de</strong>sta conferência, incontáveis<br />
trabalhos, <strong>de</strong>ntre posteres e apresentações orais<br />
tinham o uso <strong>de</strong> software e tecnologia códigoaberto<br />
em seu conteúdo. Um exemplo foi a<br />
apresentação do Dr. Tobias Dahin<strong>de</strong>n, do Insitut<br />
für Kartographie und Geoinformatik <strong>de</strong> Hanover,<br />
que falou a respeito <strong>de</strong> como bancos <strong>de</strong> dados<br />
abertos po<strong>de</strong>riam, em conjunto com ambientes<br />
colaborativos como a wikipedia, gerar po<strong>de</strong>rosos<br />
instrumentos <strong>de</strong> mapeamento. Vários outros<br />
po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>stacados, como as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
mapas e informação geográfica passível <strong>de</strong> ser<br />
adquirida com fontes livres.<br />
42<br />
Um fato digno <strong>de</strong> nota é que, antes do ICC<br />
<strong>2011</strong>, o espaço na Associação para os trabalhos<br />
em open source resumia-se a um grupo <strong>de</strong><br />
trabalho. Após a Conferência, este grupo ganhou<br />
status <strong>de</strong> comissão, o que garante mais espaço<br />
para o tema <strong>de</strong>ntro da Associação e,<br />
consequentemente, da pesquisa científica da área<br />
no mundo. A comissão <strong>de</strong> Tecnologias<br />
geoespaciais open source é atualmente<br />
comandada pelos doutores: Dr Suchith Anand, da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nottingham, UK e Thierry<br />
Badard, da Laval University, no Canadá.<br />
A comissão (até então um grupo <strong>de</strong><br />
trabalho) promoveu durante o ICC <strong>2011</strong> dois<br />
eventos principais: primeiramente aconteceu um<br />
encontro (business meetings) entre participantes<br />
interessados nos trabalhos relacionados a este<br />
tema; e posteriormente, durante 3 dias, foi<br />
oferecido uma espécie <strong>de</strong> workshop/minicurso em<br />
tecnologias <strong>de</strong> mapeamento utilizando tecnologia<br />
open source, apoiado pelo ITC (Holanda) e OSGeo<br />
Internacional. Participei <strong>de</strong> ambos e a seguir<br />
tentarei brevemente dar uma i<strong>de</strong>ia do que se<br />
discutiu em ambos.<br />
A reunião da comissão ocorreu no dia 4,<br />
das 17 as 18 hs, após as apresentações orais da<br />
programação do evento (que aconteciam <strong>de</strong> 8 as<br />
17). Inicialmente o dr. Anand apresentou a<br />
comissão e pediu pra que os presentes <strong>–</strong> cerca <strong>de</strong><br />
15 pessoas <strong>–</strong> se apresentassem e informassem<br />
seu interesse na área. Um caso interessante foi a<br />
presença <strong>de</strong> um ven<strong>de</strong>dor da Intergraph, que disse<br />
ter mais <strong>de</strong> 25 anos <strong>de</strong> carreira na venda <strong>de</strong><br />
software aplicado a SIG e Sensoriamento Remoto.<br />
O mesmo informou estar interessado em expandir<br />
sua área <strong>de</strong> atuação para tecnologias livres e<br />
gostaria <strong>de</strong> saber mais a respeito das ativida<strong>de</strong>s<br />
das organizações do setor.<br />
Durante a reunião, várias experiências<br />
foram discutidas, e o gran<strong>de</strong> aspecto que dominou<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
as explanações foi acerca dos problemas<br />
usualmente atrelados à adoção <strong>de</strong> soluções livres,<br />
em especial no que diz respeito aos usuários<br />
<strong>de</strong>stas novas aplicações. Alguns participantes<br />
manifestaram também interesse em colaborar em<br />
projetos capitaneados pela comissão,<br />
especialmente em novos aplicativos e padrões a<br />
serem propostos pela própria, a partir <strong>de</strong><br />
pesquisas científicas realizadas. Além disso, o<br />
responsável pela comissão mostrou que a agenda<br />
<strong>de</strong> pesquisa no setor <strong>de</strong>ve ser atualmente dividida<br />
em três partes principais: Os dados, os padrões e<br />
o software. Cada uma <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>ve possuir uma<br />
conceituação separada e bem <strong>de</strong>finida, além <strong>de</strong><br />
uma interligação natural entre o escopo <strong>de</strong> suas<br />
atuações.<br />
Após a reunião, fui conversar em particular<br />
com o Dr. Anand, e contei a respeito da revista<br />
<strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong>. Este por sua vez me disse que<br />
já conhecia a iniciativa <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> e ficou<br />
extremamente satisfeito com o fato <strong>de</strong> eu ter<br />
escolhido o business meeting do grupo <strong>de</strong> trabalho<br />
em open source (mesmo que na mesma hora<br />
existissem outros tantos meetings <strong>de</strong> áreas<br />
correlatas com a minha pesquisa), uma vez que<br />
po<strong>de</strong>ríamos estreitar o contato. Em breve,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> suas agendas, a revista espera<br />
contar com a contribuição <strong>de</strong>stes importantes<br />
pesquisadores na área <strong>de</strong> geotecnologias livres.<br />
Acerca do Workshop, o mesmo <strong>de</strong>u-se<br />
como uma espécie <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> caso apresentado<br />
<strong>de</strong> forma prática. Os participantes receberam um<br />
pendrive e um live-cd contendo material básico<br />
para efetuar a publicação <strong>de</strong> informação<br />
geográfica via web, utilizando linux e aplicativos<br />
voltados para o mapeamento em formato open<br />
source. Ao final do mini-curso, os participantes<br />
pu<strong>de</strong>ram publicar sua informação em um servidor<br />
do ITC, Instituto <strong>de</strong> ensino e pesquisa holandês.<br />
Este evento teve o apoio da OSGEO, que<br />
forneceu o live-cd e as bases <strong>de</strong> dados do<br />
exemplo utilizado. O aspecto negativo <strong>de</strong>u-se por<br />
conta da baixa participação neste workshop, muito<br />
pelo fato do horário coincidir com todas as<br />
apresentações orais da tar<strong>de</strong>.<br />
Assim, o maior evento da comunida<strong>de</strong><br />
cartográfica internacional teve aspectos<br />
extremamente positivos para a nossa comunida<strong>de</strong><br />
geo-livre. Não somente os programas, mas a<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
filosofia por trás <strong>de</strong> diversos setores participantes<br />
<strong>de</strong> eventos como este está se modificando. A<br />
comunida<strong>de</strong> científica mundial se move na direção<br />
<strong>de</strong> adotar os princípios que norteiam a filosofia livre<br />
<strong>de</strong> produção, uso e disseminação da informação<br />
geográfica, <strong>de</strong> forma a também levar tais conceitos<br />
para fora das universida<strong>de</strong>s e institutos <strong>de</strong><br />
pesquisa.<br />
Bem, para finalizar, <strong>de</strong>vo comentar que a<br />
“invasão” brasileira foi completa: o mapa campeão<br />
<strong>de</strong> votos do público na competição infantil foi criado<br />
por uma estudante brasileira (foto abaixo). Além<br />
disso a massiva participação brasileira, que<br />
ocorreu tanto por conta do elevado número <strong>de</strong><br />
inscritos, quanto pela participação científica cada<br />
vez mais sólida, parece ter ajudado na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />
realizar a Conferência Internacional <strong>de</strong> Cartografia<br />
<strong>de</strong> 2015 no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Antes, em 2013, a<br />
conferência acontecerá em Dres<strong>de</strong>n, Alemanha.<br />
Para mais informações visite: http://.icaci.org.<br />
Links<br />
Página oficial do evento:<br />
http://www.icc<strong>2011</strong>.fr/<br />
ví<strong>de</strong>o do ICC-<strong>2011</strong>, feito pelo colega Firas Bessadok<br />
http://www.youtube.com/watch?v=nLiTFCeFbZY<br />
Página da Comissão em Tecnologias Geoespaciais Open Source da ICA<br />
http://ica-opensource.scg.ulaval.ca/in<strong>de</strong>x.php?page=home<br />
O autor viajou para o evento por conta <strong>de</strong> bolsa concedida pela Associação<br />
Internacional <strong>de</strong> Cartografia, que premiou trabalhos <strong>de</strong> cientistas <strong>de</strong> países em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento.<br />
André Mendonça<br />
Engenheiro florestal, MsC. Ciências<br />
Geodésicas<br />
andremendonca@fossgisbrasil.com.br<br />
43
WEB GIS<br />
Por <strong>de</strong>ntro do Mapserver<br />
Por An<strong>de</strong>rson Maciel Lima <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros<br />
Talvez você já tenha percebido que quando<br />
o assunto é publicação <strong>de</strong> mapas na internet com<br />
uso software livre não nos faltam opções robustas,<br />
cada qual com suas próprias características <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento, arquitetura e customização.<br />
Neste contexto o MapServer (MS) surge como um<br />
dos programas para webmapping mais populares,<br />
por isso abordaremos no presente artigo algumas<br />
peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste servidor <strong>de</strong> informação<br />
geográfica.<br />
Ao ler os parágrafos a seguir você<br />
enten<strong>de</strong>rá, o que é e quais são os objetivos do<br />
projeto MS com suas características principais,<br />
incluindo os diferentes modos <strong>de</strong> funcionamento;<br />
terá informações sobre o pacote MS4W e os<br />
frameworks p.mapper e i3Geo; e ainda encontrará<br />
um breve tutorial introdutório e links para<br />
aplicações já disponibilizadas na internet.<br />
O foco do MapServer<br />
Tenha em mente que o MS não é, nem tem<br />
o objetivo <strong>de</strong> ser um software para Sistemas <strong>de</strong><br />
Informação Geográfica (SIG) <strong>de</strong>sktop. Caso você<br />
esteja procurando informações sobre programas<br />
44<br />
computacionais <strong>de</strong>ste tipo sugerimos que leia nas<br />
edições anteriores <strong>de</strong>sta revista os artigos sobre<br />
os projetos gvSIG, Kosmo SIG e Quantum GIS<br />
(QGIS).<br />
O MS visa atuar em um nível mais alto, por<br />
assim dizer, pois como mencionado na introdução,<br />
seu foco é a disponibilização <strong>de</strong> dados geográficos<br />
na internet. É necessário compreen<strong>de</strong>r que ele<br />
tanto é utilizado como ambiente <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento para construção das soluções<br />
(mapas interativos) como para publicação <strong>de</strong>stes<br />
em um servidor.<br />
Um software com uma ótima reputação<br />
Há ainda quem acredite que o softwares<br />
livres não são dignos <strong>de</strong> confiança e muito menos<br />
<strong>de</strong> investimento, mas o MS é prova clara que isso<br />
não é verda<strong>de</strong>. Para você enten<strong>de</strong>r a razão <strong>de</strong><br />
afirmarmos isso, consi<strong>de</strong>re o seguinte fato.<br />
O MS foi originalmente concebido, em<br />
meados da década <strong>de</strong> 1990, pelo projeto ForNet<br />
da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Minnesota (UMN) em<br />
cooperação com o Departamento <strong>de</strong> Recursos<br />
Naturais <strong>de</strong> Minnesota (MNDNR) e a National<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
Aeronautics and Space Administration (NASA).<br />
Isso mesmo, a NASA está envolvida no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do software. Então, você acredita<br />
que este órgão <strong>de</strong> reconhecimento internacional,<br />
um verda<strong>de</strong>iro gigante na área <strong>de</strong> ciência e<br />
tecnologia investiria tempo e seus extremamente<br />
capacitados recursos humanos em um projeto que<br />
não fosse realmente importante e confiável?<br />
Some-se ao já mencionado a questão <strong>de</strong><br />
hoje o MS ser um projeto integrado ao painel da<br />
OSGeo, e é mantido por um significativo número<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvedores ao redor do mundo.<br />
Na internet brasileira há <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
aplicações MS rodando já por anos e <strong>de</strong> forma<br />
bastante estável. Ao final <strong>de</strong>sta matéria você<br />
encontrará o en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>las.<br />
Além disso, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar que a<br />
comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usuários registrados no Grupo<br />
MapServer <strong>Brasil</strong> (http://alturl.com/otgdh),<br />
lançado em 20<strong>03</strong>, já ultrapassa a casa dos 1200<br />
cadastrados, o que se reflete também pela<br />
participação ativa <strong>de</strong> seus membros nas<br />
discussões sobre o MS que são quase que<br />
diariamente postadas na lista.<br />
Por qual motivo então há tanto interesse no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e utilização do MapServer? O que<br />
faz <strong>de</strong> seu uso algo tão massificado? Observe<br />
agora algumas <strong>de</strong> suas características.<br />
Principais características do MapServer<br />
O MapServer po<strong>de</strong> ser utilizado para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aplicações WebGIS em<br />
múltiplas plataformas computacionais, incluindo<br />
Windows, Linux e Mac. Só com esta informação já<br />
dissipamos qualquer possível temor quanto à<br />
compatibilida<strong>de</strong> com sistema operacional.<br />
Boa parte das proprieda<strong>de</strong>s gráficas <strong>de</strong><br />
uma aplicação com MS é <strong>de</strong>finida nos chamados<br />
mapfiles, que são arquivos <strong>de</strong> texto puro, <strong>de</strong><br />
extensão .map ou no formato XML (a partir da<br />
versão 5.6) on<strong>de</strong> são inseridos códigos a ser<br />
interpretados pelo programa.<br />
Mas não adianta querer trabalhar com um<br />
programa se ele simplesmente não oferece suporte<br />
ao tipo <strong>de</strong> dado que se tem disponível. Com o MS<br />
dificilmente você terá problema a este respeito,<br />
pois ele é compatível com a gran<strong>de</strong> maioria dos<br />
formatos <strong>de</strong> dados geográficos. O quadro a seguir<br />
indica os principais tipos <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> entrada<br />
suportados pelo MS:<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
No quesito formatos <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> dados, o<br />
MS gerar mapas em um número expressivo <strong>de</strong><br />
formatos, merecendo <strong>de</strong>staque na lista como<br />
sendo os mais usuais o PNG, JPEG, GIF, SWF,<br />
PDF, SVG, DXF e muitos outros da GDAL.<br />
Quanto às suas funcionalida<strong>de</strong>s o MS não<br />
<strong>de</strong>ixa a <strong>de</strong>sejar quando comparado a soluções<br />
proprietárias, possibilitando in<strong>de</strong>xação espacial<br />
para shapefiles, opções variadas para operação <strong>de</strong><br />
seleção <strong>de</strong> objetos; suporte a fontes TrueType,<br />
construção <strong>de</strong> elementos cartográficos como<br />
legenda, barra <strong>de</strong> escala (os objetos são<br />
<strong>de</strong>senhados <strong>de</strong> acordo com a escala), mapa <strong>de</strong><br />
referência, além <strong>de</strong> permitir a customização <strong>de</strong><br />
controles <strong>de</strong> navegação, uso <strong>de</strong> rótulos, mapas<br />
temáticos a partir <strong>de</strong> diferentes métodos,<br />
reprojeção <strong>de</strong> dados em tempo <strong>de</strong> execução, e um<br />
fator fundamental: compatibilida<strong>de</strong> com os padrões<br />
do Open Geospatial Consortium (OGC) como o<br />
WMS, WFS e WCS.<br />
Para enten<strong>de</strong>r em <strong>de</strong>talhes o que<br />
são e para que servem os<br />
padrões OGC leia o artigo Sopa<br />
<strong>de</strong> Letras Geográficas na <strong>Edição</strong><br />
n° 1 da <strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong>,<br />
p.13-18, disponível em<br />
http://fossgisbrasil.com.br/download<br />
Mas como funcionar o MapServer? Temos<br />
à nossa disposição três modos (formas) <strong>de</strong><br />
funcionamento: Common Gateway Interface (CGI),<br />
WebServices e MapScript.<br />
45
Modos <strong>de</strong> Funcionamento do MapServer<br />
Quando utilizado em modo CGI, o seu<br />
arquivo executável do MS é colocado em diretório<br />
apropriado do servidor web. Este arquivo recebe<br />
parâmetros que <strong>de</strong>finem como <strong>de</strong>ve ocorrer a<br />
inicialização <strong>de</strong> sua aplicação. Para funcionar <strong>de</strong><br />
forma a<strong>de</strong>quada, uma aplicação MapServer <strong>de</strong>ste<br />
tipo inclui um formulário <strong>de</strong> inicialização e um<br />
arquivo <strong>de</strong> página template, que po<strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>senvolvido, por exemplo em HTML (XHTML).<br />
Já nos casos on<strong>de</strong> se utiliza o MS como<br />
WebService Geográfico, ele atua na<br />
disponibilização <strong>de</strong> dados em conformida<strong>de</strong> com<br />
os já citados padrões do OGC e que po<strong>de</strong>rão ser<br />
acessados através <strong>de</strong> diferentes softwares <strong>de</strong> SIG,<br />
comerciais ou <strong>de</strong> código aberto, como os da família<br />
ArcGIS, uDig, gvSIG, Quantum GIS, Kosmo ou<br />
mesmo por outros mapas interativos.<br />
O terceiro modo <strong>de</strong> funcionamento, com<br />
MapScript, é o que, em geral, permite a criação <strong>de</strong><br />
aplicações mais robustas, com maior capacitada<br />
<strong>de</strong> customização. Nesta forma <strong>de</strong> empregar os<br />
recursos do MS temos à disposição à possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> integrá-los ao uso <strong>de</strong> linguagens <strong>de</strong><br />
programação. Um <strong>de</strong>talhe especial neste ponto é<br />
que embora o MapServer seja escrito <strong>de</strong> forma<br />
nativa na linguagem C, o MapScript está disponível<br />
para linguagens populares como o PHP, C#, Perl,<br />
Python, Ruby, Java e TCL!<br />
O Pacote MS4W e frameworks para o MapServer<br />
O MS4W é um pacote criado pela equipe<br />
Maptools (www.maptools.org/ms4w/) para<br />
facilitar o processo <strong>de</strong> instalação do MS em um<br />
servidor Windows. Uma vantagem em seu uso é<br />
46<br />
Você sabia que a documentação<br />
completa do MapServer está<br />
disponível em um arquivo PDF?<br />
Faça o download em<br />
http://mapserver.org/MapServer.pdf<br />
que além do procedimento ser extremante simples,<br />
todas as <strong>de</strong>pendências do MS já estarão<br />
instaladas e <strong>de</strong>vidamente configuradas, incluindo o<br />
PHP, Apache, e bibliotecas como as Proj4, GDAL e<br />
OGR!<br />
Quando se preten<strong>de</strong> publicar um mapa na<br />
internet é importante que seja consi<strong>de</strong>rado à<br />
amigabilida<strong>de</strong> da interface para o usuário final.<br />
Nesta altura, trabalhando com o MS temos duas<br />
opções: Desenvolvê-la do zero, o que po<strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>morado (e <strong>de</strong>snecessário em muitos casos) ou<br />
explorar um dos diversos frameworks disponíveis<br />
para trabalhar com o MapServer.<br />
Caso em seu projeto a opção escolhida<br />
seja a utilização <strong>de</strong> programas frameworks, você<br />
terá <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar os códigos e outras configurações<br />
do software para atingir uma funcionalida<strong>de</strong><br />
específica. Entre os aplicativos mais utilizados em<br />
conjunto com o MS po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar o p.mapper<br />
(www.pmapper.net) e o brasileiro i3Geo, disponível<br />
no portal do Software Público <strong>Brasil</strong>eiro <strong>–</strong> SPB<br />
(www.softwarepublico.gov.br).<br />
O i3Geo po<strong>de</strong> ser instalado no ambiente<br />
Windows através do MS4W, mas neste caso faça o<br />
download do arquivo a partir do sítio da<br />
comunida<strong>de</strong> no portal SPB. Veremos agora como<br />
instalar o MapServer + i3Geo com utilizando o este<br />
pacote. Os passos <strong>de</strong>scritos a seguir levam em<br />
consi<strong>de</strong>ração que o usuário baixou a versão mais<br />
recente do programa.<br />
ATENÇÃO: Não esqueça que é recomendado<br />
fazer o download do arquivo que já vem com o<br />
MS4W.<br />
1° PASSO: Extraia o conteúdo do arquivo baixado<br />
no diretório raiz C:\ utilizando um programa<br />
<strong>de</strong>scompactador <strong>de</strong> sua preferência. Será criado<br />
um diretório ms4w naquele local.<br />
2° PASSO: Execute o arquivo apache-install.bat.<br />
Caso apareça alguma mensagem perguntando se<br />
você conce<strong>de</strong> acesso ao aplicativo, confirme a<br />
permissão. (Acredite: O processo <strong>de</strong> instalação se<br />
resume a isto!)<br />
3° PASSO: Para confirmar a instalação do<br />
MapServer, digite em seu navegador<br />
http://localhost. Deverá aparecer uma mensagem<br />
<strong>de</strong> boas vindas e a indicação da versão do<br />
programa que está atualmente instada na máquina<br />
(servidor).<br />
4° PASSO: Chegou a hora <strong>de</strong> confirmar se o<br />
i3Geo foi instalado corretamente, para tal, digite o<br />
en<strong>de</strong>reço http://localhost/i3Geo em seu<br />
navegador. A imagem a seguir ilustra a tela inicial<br />
padrão que <strong>de</strong>verá aparecer.<br />
5° PASSO: Para este exemplo, armazene seus<br />
dados geográficos na pasta<br />
C:\ms4w\Apache\htdocs\i3geo\aplicmap\dados.<br />
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Tela padrão do i3Geo (Mapserver)<br />
Caso queria utilizar o mesmo mapa que<br />
utilizaremos neste breve tutorial, contendo a<br />
divisão municipal do estado da Paraíba, no <strong>Brasil</strong>,<br />
faça o download do arquivo pelo link abaixo:<br />
http://www.aesa.pb.gov.br/geoprocessamento/g<br />
eoportal/arquivos/Municipios.zip.<br />
6° PASSO: Para alterar as camadas <strong>de</strong> informação<br />
apresentadas, já que estamos no sistema<br />
operacional Windows, <strong>de</strong>vemos editar o arquivo<br />
mapfile nomeado como geral1windows.map<br />
localizado no diretório<br />
C:\ms4w\Apache\htdocs\i3geo\aplicmap. Abra-o<br />
em um editor <strong>de</strong> textos <strong>de</strong> sua preferência (bloco<br />
<strong>de</strong> notas, por exemplo).<br />
Inicialmente vamos configurar nossa área<br />
<strong>de</strong> trabalho ou região geográfica <strong>de</strong> nossa<br />
aplicação. Se você ainda não fez nenhuma<br />
LAYER<br />
DATA "/opt/www/html/i3geo/aplicmap/dados/"<br />
METADATA<br />
"CLASSE" "SIM"<br />
"TEMA" "<strong>Brasil</strong>"<br />
(...)<br />
"EXTENSAO" "-97.911949 -39.413578 -8.185829 9.511159"<br />
Se você seguiu as orientações dadas nos<br />
passos anteriores, substitua o caminho citado no<br />
parâmetro DATA por: DATA<br />
"C:\ms4w\Apache\htdocs\i3geo\aplicmap\dados\<br />
Municipios"<br />
Neste caso, Municipios é o nome do<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
alteração neste arquivo, procure na linha 30 (ou<br />
próximo <strong>de</strong>la) a <strong>de</strong>claração EXTENT.<br />
Note que este parâmetro informa a<br />
extensão do retângulo envolvente para a região do<br />
território brasileiro em coor<strong>de</strong>nadas geográficas<br />
<strong>de</strong>cimais. Iremos trocar este valor para o<br />
correspon<strong>de</strong>nte a área da Paraíba (este valor po<strong>de</strong><br />
ser coletado por visualizar o dado geográfico em<br />
qualquer software <strong>de</strong> SIG e não exige precisão <strong>de</strong><br />
casas <strong>de</strong>cimais). Fique à vonta<strong>de</strong> para utilizar os<br />
valores indicados baixo. Perceba que se usa ponto<br />
em lugar <strong>de</strong> vírgula e espaço entre as<br />
coor<strong>de</strong>nadas:<br />
EXTENT -38.77 -8.3 -34.79 -6.<strong>03</strong><br />
7° PASSO: Procure no mapfile o layer on<strong>de</strong> no<br />
parâmetro “TEMA” está preenchido como “<strong>Brasil</strong>” -<br />
veja o trecho ilustrado abaixo, o uso (...) neste<br />
artigo indica código omitido.<br />
arquivo shapefile que queremos disponibilizar.<br />
Já no parâmetro EXTENSÃO altere para os<br />
mesmos valores mencionados no sexto passo (-<br />
38.77 -8.3 -34.79 -6.<strong>03</strong>). Em TEMA po<strong>de</strong>rá nomear<br />
para Paraíba ou outra <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> sua<br />
escolha, pois a palavra utilizada aqui não faz<br />
47
diferença para o MS nem para o framework<br />
utilizado.<br />
8° PASSO: Para alterar as proprieda<strong>de</strong>s visuais<br />
como cor <strong>de</strong> contorno e do preenchimento dos<br />
polígonos, procure, no mesmo layer o parâmetro<br />
STYLE<br />
END<br />
A próxima imagem exemplifica o resultado<br />
obtido.<br />
Customização básica do i3Geo (MapServer)<br />
Feito! Já começamos a customizar nossa<br />
aplicação webmapping com MapServer utilizando<br />
i3Geo. Caso tenha alguma dúvida sobre este<br />
procedimento, publique um comentário no site<br />
<strong>de</strong>sta <strong>Revista</strong> em http://fossgisbrasil.com.br/.<br />
48<br />
COLOR 200 254 199<br />
OUTLINECOLOR 0 153 0<br />
(…)<br />
Não <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> ler a entrevista<br />
com o criador do i3Geo.<br />
Software brasileiro para<br />
webmapping, baseado em<br />
programas como o<br />
MapServer, na página<br />
36 <strong>de</strong>sta edição.<br />
STYLE. Manipule os códigos RGB <strong>de</strong> acordo com<br />
suas preferências/necessida<strong>de</strong>s, pois os valores<br />
postados a seguir são meramente exemplificativos.<br />
9° PASSO: Por fim, salve as alterações e digite<br />
novamente http://localhost/i3Geo.<br />
Quem já usa o Mapserver<br />
Você encontrará aplicações webmapping<br />
construídas com MapServer e diferentes<br />
frameworks em sites do mundo inteiro, mas<br />
levando em conta que o tema <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta<br />
edição <strong>de</strong> nossa revista é o uso <strong>de</strong> feramentas<br />
open source para Geotecnologias no âmbito do<br />
governo, listamos a seguir alguns links on<strong>de</strong><br />
localizam-se mapas interativos em páginas <strong>de</strong><br />
organizações públicas brasileiras.<br />
- Ministério do Meio Ambiente<br />
http://mapas.mma.gov.br/i3geo<br />
- SIGAESA <strong>–</strong> Paraíba<br />
http://geo.aesa.pb.gov.br/<br />
- Mapa Interativo <strong>de</strong> Santa Catarina<br />
http://www.mapainterativo.ciasc.gov.br/<br />
- MINEROPAR - Minerais do Paraná<br />
http://alturl.com/pnj4m<br />
- GeoBahia<br />
http://geobahia.ima.ba.gov.br/<br />
- Atlas da Saú<strong>de</strong><br />
http://svs.aids.gov.br/svs/atlas<br />
- Serviço <strong>de</strong> Informação do Estado do Pará<br />
http://www.sie.pa.gov.br/i3geo<br />
- JAMPA em Mapas - João Pessoa<br />
http://alturl.com/u97ip<br />
- Fundação Nacional do Índio<br />
http://mapas2.funai.gov.br/i3geo<br />
An<strong>de</strong>rson Maciel Lima <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros<br />
Tecnólogo em Geoprocessamento e consultor<br />
em Geotecnologias Livres<br />
an<strong>de</strong>rson@fossgisbrasil.com.br<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
DESKTOP GIS<br />
ILWIS. Um caso <strong>de</strong> sucesso:<br />
De software proprietário a Open Source<br />
Por José Pedro Gonçalves dos Santos<br />
Nos últimos tempos muito se tem falado<br />
das diferenças entre os conceitos <strong>de</strong> open source e<br />
software proprietário, nomeadamente vantagens e<br />
<strong>de</strong>svantagens da utilização <strong>de</strong> ambos. O presente<br />
artigo serve para <strong>de</strong>screver um caso <strong>de</strong> sucesso<br />
<strong>de</strong> um software que foi <strong>de</strong>senvolvido e<br />
comercializado por uma Universida<strong>de</strong> que,<br />
posteriormente, o tornou open source mantendo a<br />
mesma qualida<strong>de</strong> e funcionalida<strong>de</strong> que tinha<br />
quando era software proprietário.<br />
O início<br />
O software Integrated land and<br />
water information system (ILWIS) teve a<br />
sua origem em 1984 quando o<br />
International Institute for Geo-<br />
Information Science and Earth<br />
Observation (ITC) ganhou um concurso<br />
para a criação <strong>de</strong> um software que<br />
pu<strong>de</strong>sse ser utilizado como ferramenta<br />
para a monitorização do uso do solo e<br />
da hidrologia.<br />
ILWIS foi, inicialmente,<br />
distribuído e <strong>de</strong>senvolvido pelo ITC na<br />
Holanda para ser utilizado por<br />
"ILWIS<br />
surgiu como<br />
opção<br />
privada<br />
migrando,<br />
posteriormente,<br />
para<br />
open source".<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
investigadores e estudantes.<br />
Inicialmente este software era proprietário<br />
mas a partir <strong>de</strong> 2007 passou a ser open source<br />
com o advento da versão 3.4 Open. Esta mudança<br />
na política <strong>de</strong> utilização do software <strong>de</strong>veu-se à<br />
migração do software para a iniciativa 52ºNorth. O<br />
52ºNorth é uma iniciativa que congrega diversas<br />
organizações do campo geoespacial, tais como a<br />
IFGI, CONTERRA, ITC e ESRI.<br />
A transferência do software para open<br />
source teve como principais implicações a livre<br />
distribuição do código fonte passando este a ter<br />
como licença <strong>de</strong> distribuição a General<br />
Public License (GPL) bem como o<br />
suporte por parte do ITC, isto é, o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento aplicacional ter<br />
terminado. Des<strong>de</strong> a migração do<br />
software para esta iniciativa já surgiram<br />
diversas versões, tais como a 3.5, 3.6 e<br />
3.7 estando a versão 3.8 <strong>de</strong> momento<br />
em fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Interoperabilida<strong>de</strong><br />
Como software open source a<br />
interoperabilida<strong>de</strong> é essencial para a<br />
49
conjugação <strong>de</strong> diversas fontes <strong>de</strong> informação<br />
geográfica e posterior utilização por parte do<br />
público em geral.<br />
Em relação ao sistema operacional, o ILWIS po<strong>de</strong><br />
ser instalado tanto em Windows, MAC bem como<br />
Linux.<br />
Devido à sua interoperabilida<strong>de</strong> este<br />
software suporta diversos tipos <strong>de</strong> formatos <strong>de</strong><br />
dados, quer vectoriais (Shapefile, DXF, BNA e ASC<br />
II vectorial) quer matriciais (ASC II matricial, LAN,<br />
GIF, TIF….) incluindo a integração com a biblioteca<br />
Geospatial Data Abstraction Library (GDAL) que<br />
possibilita a importação <strong>de</strong> múltiplos formatos<br />
matriciais. Em relação aos padrões da Open<br />
Geospatial Consortium (OGC) possibilita a<br />
manipulação da informação através do Web Map<br />
Services (WMS). Outras características do<br />
software ILWIS são módulo GEONETCast-Toolbox,<br />
uma aplicação gratuita, que permite a importação<br />
<strong>de</strong> vários formatos <strong>de</strong> dados provenientes <strong>de</strong><br />
diversos satélites e a existência <strong>de</strong> um outro<br />
módulo que permite a importação <strong>de</strong> dados<br />
provenientes da base <strong>de</strong> dados open source<br />
PostGres.<br />
Utilização<br />
Ao nível da sua utilização prática e<br />
facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipulação do software, o ILWIS é<br />
bastante intuitivo, mesmo que o utilizador comum<br />
não esteja, <strong>de</strong> inicio, à vonta<strong>de</strong> na sua utilização o<br />
extenso manual <strong>de</strong> ajuda bem como os tutoriais<br />
existentes permitem uma rápida integração no<br />
mesmo permitindo tirar o máximo partido, por<br />
exemplo, da potente linha <strong>de</strong> comandos. Nas suas<br />
diversas versões têm sido registadas diversas<br />
melhorias, por exemplo, na versão 3.5 surgiu o<br />
50<br />
módulo Surface Energy Balances que permitiu<br />
diversas novas análises ao nível <strong>de</strong><br />
processamento <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> satélite. Na versão<br />
3.7 Open surgiram, ao nível das aplicações<br />
vectoriais, diversas melhorias tais como:<br />
- PointMapUnion;<br />
- PointMapIntersect;<br />
- PointMapSymetricDifference;<br />
- PointMapDifference;<br />
- PointMapRelate;<br />
- SegmentMapVoronoi;<br />
- SegmentMapTin;<br />
- SegmentMapUnion;<br />
- SegmentMapIntersect;<br />
- SegmentMapSymetricDifference;<br />
- SegmenMapDifference;<br />
- SegmentMapRelate;<br />
- PolygonMapBuffer;<br />
- PolygonMapConvexHull;<br />
- PolygonMapUnion;<br />
- PolygonMapIntersect;<br />
- PolygonMapSymetricDifference;<br />
- PolygonMapDifference;<br />
- PolygonMapRelate.<br />
A nova versão 3.8 traz diversas melhorias<br />
ao nível da edição da informação geográfica e<br />
visualização da mesma colmatando uma lacuna<br />
existente nas versões anteriores.<br />
Principais Características<br />
- Como software <strong>de</strong> análise espacial e mo<strong>de</strong>lagem<br />
o ILWIS tem como principais características:<br />
- Mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento;<br />
- Interface amigável;<br />
- Integração <strong>de</strong> formatos matriciais e vectoriais;<br />
- Importação/Exportação em múltiplos formatos;<br />
- Avançados algoritmos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lação e análise<br />
espacial <strong>de</strong> dados;<br />
- Operações Hidrológicas;<br />
- Operações com Mo<strong>de</strong>los Digitais do Terreno;<br />
- Po<strong>de</strong>rosos algoritmos <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> imagens<br />
<strong>de</strong> satélite;<br />
- Facilida<strong>de</strong> na produção <strong>de</strong> scripts;<br />
- Extenso manual <strong>de</strong> ajuda e tutoriais.<br />
Além <strong>de</strong>stas características principais o<br />
ILWIS congrega muitas outras funções dotando<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
este programa SIG <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> potencial. É, por<br />
as razões mencionadas anteriormente, que este<br />
software é bastante utilizado (mais <strong>de</strong> 100 mil<br />
downloads <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007) e tem uma gran<strong>de</strong><br />
comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizadores.<br />
O Futuro<br />
Alguns anos atrás o mundo open source<br />
não era “aberto” a qualquer utilizador, isto<br />
significava que as alternativas ao software<br />
proprietário eram poucos e estes não eram<br />
suficientemente amigáveis para o utilizador<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
comum.<br />
Com as atuais versões <strong>de</strong> SIG open source<br />
esse próprio mercado tornou-se mais competitivo<br />
originando o aparecimento <strong>de</strong> novos programas.<br />
O software ILWIS surgiu como opção<br />
privada migrando, posteriormente, para open<br />
source, sendo até então um dos poucos casos<br />
conhecidos.<br />
Com o envolvimento da comunida<strong>de</strong> e o<br />
aumento do número <strong>de</strong> utilizadores <strong>de</strong>ste software<br />
esperam-se diversas melhorias e upgra<strong>de</strong>s para<br />
as próximas versões. A versão 3.8 (beta) que foi<br />
recentemente lançada é um exemplo prático do<br />
envolvimento da comunida<strong>de</strong> e das sugestões<br />
propostas. Está também para breve a criação <strong>de</strong><br />
um blog em que todas as dúvidas e questões<br />
relativamente ao software po<strong>de</strong>m ser respondidas<br />
com uma brevida<strong>de</strong> e rapi<strong>de</strong>z invejável, ou seja,<br />
uma assistência personalizada ao nível das<br />
melhores empresas <strong>de</strong> SIG.<br />
José Pedro Gonçalves dos Santos<br />
Geógrafo, Lí<strong>de</strong>r da SIG Project<br />
zpsantos1@hotmail.com<br />
51
Andy Aldridge @ flickr<br />
SEÇÃO<br />
Mapa da vez<br />
Por Sylvain JM Desmoulière<br />
A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manaus tem uma das maiores<br />
taxas <strong>de</strong> crescimento do país, contando hoje com<br />
aproximadamente 1,8 milhões habitantes numa<br />
área <strong>de</strong> 350 km². Posicionada a 3°S da linha do<br />
Equador, recebe raios solares verticalmente o ano<br />
todo, o que maximiza a captação da energia pelas<br />
infraestruturas urbanas, apenas mo<strong>de</strong>rada pelos<br />
parques, remanescentes florestais e corpos d'água<br />
dos igarapés.<br />
A partir <strong>de</strong> uma imagem Landsat 5, canal 6<br />
(infravermelho térmico), com pixel <strong>de</strong> 120m, <strong>de</strong> 31<br />
agosto <strong>de</strong> <strong>2011</strong>, baixada do site do INPE DGI, e<br />
importada para o software GRASS GIS, um mapa<br />
<strong>de</strong> temperaturas relativas <strong>de</strong> superfície em °C foi<br />
calculado usando a ferramenta mapcalc (Neteler &<br />
Mitasova 2004). A camada <strong>de</strong> temperaturas, mais<br />
uma composição colorida (GRASS r.composite)<br />
com os canais 1, 4 e 7 são georreferenciadas e<br />
reprojetadas numa LOCATION em UTM<br />
SIRGAS2000. Por isso, uma região (GRASS<br />
REGION) do tamanho da área <strong>de</strong> interesse é<br />
pre<strong>de</strong>finida antes da reprojeção. A seleção dos<br />
pontos <strong>de</strong> controle faz-se com a composição 1,4,7<br />
e utilizando uma camada do OpenStreetMap como<br />
referência.<br />
Para calcular o excesso <strong>de</strong> temperatura em<br />
cada pixel urbano <strong>de</strong> forma a obter um mapa, com<br />
pixel <strong>de</strong> 120m, do excesso <strong>de</strong> calor na cida<strong>de</strong>, foi<br />
estabelecido, na periferia da cida<strong>de</strong>, oito áreas<br />
polígonais <strong>de</strong> 10km2, cobertas <strong>de</strong> floresta e<br />
distantes <strong>de</strong> 40 a 80 km do núcleo urbano.<br />
Em SAGA usando “Grid statistics for polygons” se<br />
calcula a temperatura média nos polígonos<br />
periféricos (pixeis com nuvens, por terem valores<br />
muito inferiores, são excluídos do cálculo).<br />
Tendo como objetivo i<strong>de</strong>ntificar os bairros<br />
com maiores temperaturas <strong>de</strong> superfície utilizou-se<br />
os setores censitários urbanos baixados do IBGE,<br />
importados em PotgreSQL/PostGIS e corrigidos<br />
usando a função “Verificar a valida<strong>de</strong> da geometria”<br />
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do plugin ftools do software QuantumGis (QGIS).<br />
Também foram ajustados na margem dos corpos<br />
d'água e agregados por bairros. Finalmente a<br />
camada <strong>de</strong> bairros <strong>de</strong>rivada foi exportada em<br />
shapefiles e importada em SAGA, on<strong>de</strong><br />
novamente utilizou-se a função “Grid statistics for<br />
polygons” para calcular o quartil superior e<br />
i<strong>de</strong>ntificar os bairros com o maior quartil superior<br />
(o bairro que contem os 25% <strong>de</strong> pixeis mais<br />
quentes).<br />
A camada <strong>de</strong> temperatura com pixeis<br />
iniciais <strong>de</strong> 120m apresenta efeitos <strong>de</strong> pixelização<br />
inestéticos. Para obter um visual mais suave, a<br />
função r.to.vect <strong>de</strong> GRASS-GIS foi utilizada para<br />
exportar uma camada <strong>de</strong> pontos, com centrói<strong>de</strong>s<br />
da cada pixel, tendo como atributo o valor <strong>de</strong><br />
temperatura. A camada <strong>de</strong> pontos é então usada<br />
em QGIS para calcular, por interpolação, uma<br />
imagem mais suave.<br />
No final o compositor <strong>de</strong> mapa do QGIS foi<br />
utilizado para reunir os elementos. Os plugins<br />
“One band colour table”e o experimental “Colour<br />
Scale Barre” são usados para a coloração e a<br />
legenda da camada <strong>de</strong> interpolação. Os ajustes<br />
finais são realizados com Inkscape e GIMP.<br />
Referência<br />
Markus Neteler and Helena Mitasova, 2004, Open Source GIS: A GRASS GIS<br />
Approach. Second Edition.<br />
Links úteis<br />
IBGE: http://www.ibge.gov.br/home/download/geociencias.shtm<br />
INPE DGI: http://www.dgi.inpe.br/CDSR/<br />
GRASS: http://vps.fmvz.usp.br/grass<br />
QGIS: http://qgis.org/<br />
SAGA: http://www.saga-gis.org<br />
Colour Scale Bar for One-Band Rasters e One ban<strong>de</strong> colour table:<br />
http://www.bc-consult.com/freebies.htm<br />
Mais informações sobre o mapa: http://yepca.org/wp3/?p=497<br />
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br
<strong>Revista</strong> <strong>FOSSGIS</strong> <strong>Brasil</strong> | <strong>Setembro</strong> <strong>2011</strong> | www.fossgisbrasil.com.br<br />
Sylvain JM Desmoulière<br />
Doutor em etnobiologia. Museum Nacional<br />
d'Histoire Naturelle, Paris. Pesquisador<br />
visitante no ILMD/Focruz Amazonia.<br />
syltao@gmail.com<br />
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