PDM-Texto diagramado colorido - Prefeitura Municipal de Brás Pires
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Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>Municipal</strong> “<strong>Brás</strong> <strong>Pires</strong> 2011-2020”<br />
margens <strong>de</strong>sse afluente até chegar num local a<strong>de</strong>quado em que<br />
pu<strong>de</strong>sse estabelecer roças e assim prover sua subsistência. Fixou-<br />
se, então, às margens do rio Xopotó e casou-se pela segunda vez<br />
com uma índia, cujo nome cristão era Sebastiana Cardoso. Com ela<br />
constituiu numerosa família. Como os muitos povoados que<br />
pontuaram as áreas <strong>de</strong> expansão agropecuária em Minas Gerais, o<br />
arraial <strong>de</strong> <strong>Brás</strong> <strong>Pires</strong> formou-se ao redor da primitiva capela<br />
construída pelo capitão.<br />
20<br />
Essa história narra um episódio particular inserido num<br />
contexto mais amplo <strong>de</strong> ocupação das regiões limítrofes aos<br />
centros urbanos mineradores. O início do processo <strong>de</strong> povoamento<br />
do vale do rio Piranga ocorreu a partir <strong>de</strong> migrações oriundas da<br />
área central <strong>de</strong> mineração, ainda na primeira meta<strong>de</strong> do século<br />
XVIII. Apresentando características geográficas favoráveis ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da agropecuária, tal região foi ocupada por meio<br />
do lançamento <strong>de</strong> posses e estabelecimento <strong>de</strong> roças, como<br />
alternativa à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevivência <strong>de</strong> populações<br />
marginais. Possuindo uma produção agrícola diversificada, esses<br />
lavradores produziam para sua própria subsistência e<br />
comercializavam um pequeno exce<strong>de</strong>nte no mercado urbano dos<br />
distritos <strong>de</strong> mineração. Desse modo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito cedo predominou<br />
no território braspirense uma população camponesa assentada em<br />
proprieda<strong>de</strong>s rurais relativamente pequenas.<br />
Esse processo <strong>de</strong> ocupação territorial não foi contínuo e<br />
uniforme ao longo do tempo. A porção leste <strong>de</strong> Minas Gerais, que<br />
incluiu o atual território da Zona da Mata e <strong>de</strong> <strong>Brás</strong> <strong>Pires</strong>, era<br />
coberta por uma <strong>de</strong>nsa floresta <strong>de</strong> mata atlântica habitada por<br />
nações indígenas que ainda não haviam estabelecido contato com o<br />
colonizador português. As dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> penetração na floresta e<br />
os conflitos com os indígenas, além do próprio interesse do<br />
colonizador em manter o <strong>de</strong>spovoamento da região – como forma<br />
<strong>de</strong> evitar o contrabando do ouro –, mantiveram o povoamento<br />
relativamente contido ao longo do século XVIII.<br />
No entanto, a partir <strong>de</strong> meados dos setecentos, o processo<br />
<strong>de</strong> dispersão das ativida<strong>de</strong>s agropecuárias no interior da capitania<br />
<strong>de</strong> Minas Gerais potencializou-se, em parte <strong>de</strong>vido à queda dos<br />
rendimentos provenientes da mineração. A ativida<strong>de</strong> agrícola foi<br />
responsável, assim, pela paulatina incorporação das regiões <strong>de</strong><br />
fronteira à economia mineira. Nessas regiões a produção <strong>de</strong><br />
gêneros <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong>stinada ao mercado se ampliou ao<br />
longo ao século XVIII, impulsionada principalmente pela migração<br />
<strong>de</strong> pequenos lavradores. A penetração pelo território não só do