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MARIA ÂNGELA DE CARVALHO FERNANDES ALMEIDA<br />

GEOQUÍMICA, PETROGÉNESE E POTENCIALIDADES<br />

METALOGÉNICAS DOS GRANITOS PERALUMINOSOS DE DUAS<br />

MICAS DO COMPLEXO DE CABECEIRAS DE BASTO<br />

PORTO— 1994


MARIA ÂNGELA DE CARVALHO FERNANDES ALMEIDA<br />

Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto<br />

Centro <strong>de</strong> Geologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto<br />

GEOQUÍMICA, PETROGÉNESE E POTENCIALIDADES METALOGÉNICAS<br />

DOS GRANITOS PERALUMINOSOS DE DUAS MICAS<br />

DO COMPLEXO DE CABECEIRAS DE BASTO<br />

Porto» 1994<br />

Tese para candi<strong>da</strong>tura ao grau <strong>de</strong> Doutor<br />

em Geologia pela Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto


ÍNDICE<br />

AGRADECIMENTOS X<br />

RESUMO XII<br />

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 1<br />

1.1 - LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA 2<br />

1.2 - ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO 2<br />

1.1.2 - PRINCIPAIS UNIDADES GEOLÓGICAS 3<br />

I.2.2 - EVOLUÇÃO TECTÓNICA E METAMÓRFICA 6<br />

1.3 - CLASSIFICAÇÃO DOS GRANITÓIDES HERCÍNICOS 7<br />

I.4 - TRABALHOS PRECEDENTES SOBRE AREAS VIZINHAS E ENVOLVENDO ESTUDOS<br />

DE GRANITOS DE DUAS MICAS E SUAS POTENCIALIDADES<br />

METALOGÉNICAS 9<br />

1.5 - COMPLEXO DE CABECEIRAS DE BASTO 12<br />

1.5.1 - GEOLOGIA E ENQUADRAMENTO GEOTECTÓNICO 12<br />

1.5.2 - POTENCIALIDADES METALOGÉNICAS 13<br />

1.6 - OBJECTIVOS DO TRABALHO E MÉTODOS UTILIZADOS 14<br />

II


CAPITULO II - PETROGRAFIA DOS GRANITOS 16<br />

11.1 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA 18<br />

11.1.1 - GRANITOS DE GRÃO FINO DE SÁMÃO, G'f 20<br />

11.1.2 - GRANITOS DE GRÃO MÉDIO DA CABREIRA, G'm 22<br />

11.1.3 - GRANITOS DE GRÃO GROSSEIRO DE ABADIM, G'g 25<br />

11.2 - SEQUÊNCIA DA CRISTALIZAÇÃO 30<br />

11.3 - IMPORTÂNCIA PETROGENÉTICA DAS PERTITES E MIRMEQUITES 31<br />

11.3.1 - PERTITES 31<br />

II.3.2-MIRMEQUITES 33<br />

11.4 - CARACTERÍSTICAS PETROGRÁFICAS DAS ALTERAÇÕES<br />

TARDI- A PÓS-MAGMÁTICAS 35<br />

11.4.1 - GENERALIDADES 35<br />

11.4.2 - COMPLEXO DE CABECEIRAS DE BASTO 36<br />

11.4.2.1 - Moscovitização 36<br />

11.4.2.2 - Albitização 38<br />

CAPÍTULO III - GEOQUÍMICA DOS MINERAIS 40<br />

III.1-MICAS 41<br />

111.1.2 - MICAS TRIOCTAÉDRICAS: BIOTITE 43<br />

111.1.2.1 - Abor<strong>da</strong>gem cristaloquímica 43<br />

Il 1.1.2.1.1-Generali<strong>da</strong><strong>de</strong>s 43<br />

111.1.2.1.2 - Substituição fengítica inversa 46<br />

111.1.2.1.3 - Importância petrogenética <strong>da</strong>s substituições na estrutura <strong>da</strong> biotite 46<br />

II 1.1.2.1.4 - Biotites dos granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto 47<br />

111.1.2.1.4.1 - Características químicas e estruturais <strong>da</strong>s biotites primárias 47<br />

111.1.2.1.4.2 - Breve caracterização <strong>da</strong>s biotites em vias <strong>de</strong> moscovitização 58<br />

III


111.1.2.1.5 - Carácter aluminoso <strong>da</strong>s biotites<br />

III.1.2.1.6- Conclusões<br />

III. 1.2.2 - Condições <strong>de</strong> cristalização <strong>da</strong> biotite 65<br />

III.1.2.2.2 - Composição do fluido (em termos <strong>de</strong> fH20/fHF) em equilíbrio com a biotite 72<br />

III.1.2.3- Conclusões 75<br />

111.1.3 - MICAS DIOCTAÉDRICAS: MOSCOVITE 76<br />

111.1.3.1 - Abor<strong>da</strong>gem cristaloquímica 78<br />

111.1.3.1.1 - Substituição fengítica 78<br />

111.1.3.1.2 - Estudo <strong>da</strong>s micas brancas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto 79<br />

111.1.3.1.2.1 - Estudo <strong>da</strong>s micas brancas primárias 84<br />

111.1.3.1.2.2 - Conclusões sobre as moscovites primárias em estudo 96<br />

111.1.3.1.2.3 - Estudo <strong>da</strong>s micas brancas secundárias 96<br />

111.1.3.1.2.4 - Estudo comparativo <strong>da</strong> moscovite primária e secundária 104<br />

111.1.3.2 - Condições <strong>de</strong> formação <strong>da</strong> moscovite primária 106<br />

111.1.4 - CONCLUSÕES SOBRE AS CONDIÇÕES TERMODINÂMICAS DE CRISTALIZAÇÃO<br />

DA BIOTITE E DA MOSCOVITE PRIMÁRIAS DOS GRANITOS<br />

EM ESTUDO 111<br />

111.1.5 - EQUILÍBRIO BIOTITE-MOSCOVITE PRIMÁRIA 112<br />

111.2 - FELDSPATOS 116<br />

111.2.1 - FELDSPATO POTÁSSICO 116<br />

111.2.2 - PLAGIOCLASE 121<br />

111.3 - ESTUDO DOS MINERAIS ACESSÓRIOS PESADOS 124<br />

111.3.1 - PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS 124<br />

111.3.2 - CONDIÇÕES DA SEPARAÇÃO DO ZIRCÃO E MONAZITE DOS<br />

GRANITOS DE DUAS MICAS DE CABECEIRAS DE BASTO 125<br />

111.3.3 - APLICAÇÃO DA MICROSCOPIA ELECTRÓNICA DE VARRIMENTO<br />

AO ESTUDO MINERAIS PESADOS 128<br />

111.3.3.1 - Aspectos gerais <strong>da</strong> microscopia electrónica <strong>de</strong> varrimento 128<br />

111.3.3.2 - Tratamento morfológico <strong>de</strong> três populações <strong>de</strong> zircão dos granitos<br />

<strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto 128<br />

III.3.3.2.1 - Análise quantitativa <strong>de</strong> imagem 129<br />

58<br />

62<br />

IV


111.3.4 - BREVE ABORDAGEM AO ESTUDO TIPOLÓGICO DO ZIRCÃO 130<br />

111.3.4.1 - Consi<strong>de</strong>rações gerais 130<br />

111.3.4.2 - Papel <strong>da</strong> água 132<br />

111.3.4.3 - Relação moscovite/morfologia 134<br />

111.3.4.4 - Aplicação ao maciço <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto 135<br />

111.3.4.5 - Conclusões preliminares sobre a importância petrogenética<br />

dos tipos <strong>de</strong> zircão i<strong>de</strong>ntificados 136<br />

CAPÍTULO IV - GEOQUÍMICA DE ROCHA TOTAL 139<br />

IV.1 - CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS 140<br />

IV.2 - DOMÍNIO DE COMPOSIÇÃO E EVOLUÇÃO DAS UNIDADES GRANÍTICAS 141<br />

IV.2.1 - INTRODUÇÃO 141<br />

IV.2.2 - DIAGRAMAS SELECCIONADOS 143<br />

IV.3 - CARACTERÍSTICAS PRIMÁRIAS DAS UNIDADES GRANÍTICAS 150<br />

IV.3.1 - DIAGRAMAS ELEMENTARES 150<br />

IV.3.2 - DIAGRAMAS PARAMÉTRICOS MULTIELEMENTARES 151<br />

IV.3.3 - COMPORTAMENTO DOS ELEMENTOS DE TERRAS RARAS 152<br />

IV.3.4 - COMPORTAMENTO DOS ELEMENTOS MENORES Ba, Rb, Sr 155<br />

IV.4 - CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DAS EVOLUÇÕES HIDROTERMAIS TARDIAS 160<br />

IV.4.1 - MOSCOVITIZAÇÃO DA PLAGIOCLASE 161<br />

IV.4.2 - MOSCOVITIZAÇÃO DA BIOTITE 161<br />

IV.4.3 - ALBITIZAÇÃO DO FELDSPATO POTÁSSICO 162<br />

IV.4.4 - REPRESENTAÇÕES DIAGRAMÁTICAS 162<br />

IV.5 - CONCLUSÕES DO ESTUDO GEOQUÍMICO DE ROCHA TOTAL 172<br />

V


CAPITULO V - ESPECIALIZAÇÃO METALOGÉNICA 175<br />

V.1 - CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO GRAU DE ESPECIALIZAÇÃO<br />

DE ROCHAS GRANÍTICAS 177<br />

V.1.1 - ELEMENTOS MENORES INDICADORES METALOGÉNICOS 177<br />

V.1.2 - RAZÕES ENTRE ELEMENTOS INDICADORES 178<br />

V.1.3 - TIPOLOGIA DAS ROCHAS GRANÍTICAS COMO CONDICIONANTE<br />

DA ESPECIALIZAÇÃO 179<br />

V.2 - MECANISMOS DE MOBILIZAÇÃO E DE CONCENTRAÇÃO 181<br />

V.3 - FONTE DOS ELEMENTOS 183<br />

V.4 - A ESPECIALIZAÇÃO METALOGÉNICA DOS GRANITOS<br />

DO COMPLEXO DE CABECEIRAS DE BASTO 184<br />

V.4.1 - COMPORTAMENTO DOS ELEMENTOS Li, Sn, W COM A<br />

EVOLUÇÃO PRIMÁRIA 186<br />

V.4.2 - COMPORTAMENTO DOS ELEMENTOS Li, Sn, W<br />

FACE AOS FENÓMENOS DE ALTERAÇÃO 190<br />

V.4.3 - REFERÊNCIA AOS TEORES EM Au NOS GRANITOS DE DUAS MICAS<br />

DO COMPLEXO DE CABECEIRAS DE BASTO 193<br />

CAPÍTULO VI - GEOQUÍMICA ISOTÓPICA 196<br />

VI.1 - GEOCRONOLOGIA 197<br />

VI. 1.1 - MÉTODOS DE DATAÇÃO 198<br />

VI. 1.1.1-Método Rb-Sr 198<br />

VI.1.2 - O MACIÇO DE CABECEIRAS DE BASTO 200<br />

VI.1.2.1 - Técnicas analíticas 200<br />

VI. 1.2.2 - Resultados analíticos 201<br />

vi


CAPITULO VII - INTERPRETAÇÃO PETROGENETICA 203<br />

VI 1.1 - PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE MAGMAS GRANÍTICOS<br />

E EVOLUÇÃO CRUSTAL 204<br />

VIU .1 - MODELOS TEÓRICOS E EXPERIMENTAIS PARA A<br />

FORMAÇÃO DE MAGMAS GRANÍTICOS 204<br />

VIU .2 - IMPORTÂNCIA DOS ELEMENTOS VESTIGIAIS<br />

NA PETROGÉNESE DE ROCHAS GRANÍTICAS 206<br />

VI1.1.3 - FONTES DE CALOR 207<br />

VIU .4 - MECANISMOS DE SEPARAÇÃO DO LÍQUIDO MAGMÁTICO 207<br />

VII.2 - O PAPEL E ORIGEM DA ÁGUA NA EVOLUÇÃO DOS MAGMAS GRANÍTICOS 207<br />

VII.3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A PETROGÉNESE DO<br />

COMPLEXO GRANÍTICO DE CABECEIRAS DE BASTO 211<br />

Vll.3.1 - A COMPOSIÇÃO NORMATIVA COMO INDICADORA DAS<br />

CONDIÇÕES PETROGENÉTICAS 211<br />

Vll.3.2 - MODELO DE CRISTALIZAÇÃO FRACCIONADA 212<br />

VII.3.2.1 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base em elementos maiores 213<br />

VII.3.2.2 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base nos elementos menores<br />

Ba, Sr e Rb 213<br />

VII.3.2.3 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base em<br />

elementos <strong>de</strong> tenras raras 216<br />

Vll.3.3 - ENQUADRAMENTO TECTÓNICO COM BASE EM<br />

ELEMENTOS MENORES 219<br />

Vll.3.4-CONCLUSÕES 220<br />

CAPÍTULO VIII - CONCLUSÕES GERAIS 222


BIBLIOGRAFIA 228<br />

ANEXOS 243<br />

Abreviaturas 244<br />

ANEXO I - Cálculo <strong>da</strong> norma, ajusta<strong>da</strong> à composição real dos minerais 245<br />

ANEXO II - Composição química e respectivas fórmulas estruturais <strong>de</strong> biotites<br />

dos granitos do Complexo <strong>de</strong> Cabeceira <strong>de</strong> Basto 250<br />

ANEXO III - Composição química e fórmulas estruturais <strong>de</strong> biotites com indícios <strong>de</strong><br />

dos granitos do Complexo <strong>de</strong> Cabeceira <strong>de</strong> Basto 255<br />

ANEXO IV - Composição química e fórmulas estruturais <strong>de</strong> moscovites primárias<br />

dos granitos do Complexo <strong>de</strong> Cabeceira <strong>de</strong> Basto 259<br />

ANEXO V - Composição química e fórmulas estruturais <strong>de</strong> moscovites<br />

secundárias simplectíticas (associa<strong>da</strong>s à moscovitização <strong>da</strong> plagioclase).<br />

Exemplo <strong>de</strong> duas análises <strong>de</strong> moscovite intersticial 265<br />

ANEXO VI - Composição química e fórmulas estruturais <strong>de</strong> feldspatos potássicos dos<br />

granitos do Complexo <strong>de</strong> Cabeceira <strong>de</strong> Basto 268<br />

ANEXO VII - Composição química e fórmulas estruturais <strong>de</strong> plagioclases dos granitos<br />

do Complexo <strong>de</strong> Cabeceira <strong>de</strong> Basto 272<br />

ANEXO VIII - Separação electromagnética 275<br />

ANEXO IX - Princípios <strong>da</strong> microscopia electrónica <strong>de</strong> varrimento 278<br />

ANEXO X - Composição química <strong>de</strong> amostras mais sãs dos granitos do<br />

Complexo <strong>de</strong> Cabeceira <strong>de</strong> Basto 282<br />

ANEXO XI - Composição química <strong>de</strong> amostras altera<strong>da</strong>s dos granitos do<br />

Complexo <strong>de</strong> Cabeceira <strong>de</strong>Basto 285<br />

ANEXO XII - Teores <strong>de</strong> Sn, Li, W (ppm), F (%) e Au (ppb) <strong>de</strong> amostras dos<br />

granitos do Complexo <strong>de</strong> Cabeceira <strong>de</strong> Basto 288<br />

ANEXO XIII - Normas CIPW para os granitos do Complexo <strong>de</strong> Cabeceira <strong>de</strong> Basto 290<br />

VIII


LISTA DE QUADROS 293<br />

LISTA DE FIGURAS 298<br />

ESTAMPAS 306<br />

IX


AGRADECIMENTOS<br />

A todos os membros <strong>da</strong> minha família a quem longamente privei <strong>de</strong> momentos<br />

<strong>de</strong> atenção e que sempre me <strong>de</strong>monstraram uma compreensão e encorajamento<br />

sem limites, o meu gran<strong>de</strong> reconhecimento.<br />

Um obriga<strong>da</strong> muito especial ao Professor Fernando Noronha por ter aceite ser<br />

meu orientador e ter proposto o tema <strong>de</strong>sta dissertação, facultando todos os meios<br />

técnicos e humanos indispensáveis à sua execução, e cuja confiança e total apoio<br />

me animaram a concretizar este trabalho.<br />

Ao Doutor Jacques Leterrier para quem a distância não impediu <strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />

sentir a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> do seu apoio e incitamento, tendo supervisionado estágios<br />

científicos para a obtenção <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos analíticos no Centre <strong>de</strong> Recherches<br />

Pétrographiques e Géochimiques (CRPG) <strong>de</strong> Nancy (França) e fomentado frutuosas<br />

discussões.<br />

Ao Professor Fre<strong>de</strong>rico Sodré Borges que aceitou ser meu orientador na<br />

preparação <strong>da</strong>s Provas <strong>de</strong> Aptidão Pe<strong>da</strong>gógica e Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> Científica,<br />

continuando a promover a disponibilização <strong>de</strong> meios como actual Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong><br />

Comissão Directiva do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto.<br />

Ao Professor Montenegro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e ao Professor Lemos <strong>de</strong> Sousa que no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>da</strong> sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong> como Presi<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> Comissão Directiva do Museu e<br />

Laboratório puseram à minha disposição as instalações, equipamento e respectivo<br />

pessoal técnico.<br />

À Professora Ana Margari<strong>da</strong> Neiva que assumiu a orientação na fase inicial <strong>da</strong><br />

minha carreira e me encorajou a prossegui-la.<br />

Ao Engenheiro Carlos Sá pelo acesso à utilização do microscópio electrónico<br />

<strong>de</strong> varrimento nas instalações do Centro <strong>de</strong> Materiais <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto.<br />

Ao Engenheiro Machado Leite pela disponibilia<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização dos<br />

laboratórios do Departamento <strong>de</strong> Minas <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto.<br />

x


Ao Professor Fernando Barriga e Doutor Farinha Ramos que facultaram a<br />

utilização <strong>da</strong> microsson<strong>da</strong> electrónica, respectivamente na Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências<br />

<strong>de</strong> Lisboa e Laboratório do Instituto Geológico e Mineiro.<br />

À Prof. Doutora Graciette Dias pela sua disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> na obtenção <strong>de</strong><br />

análises por difractometria <strong>de</strong> raios X e na discussão dos resultados.<br />

Ao Professor Manuel Sarmento Bravo que gentilmente ce<strong>de</strong>u bibliografia<br />

especializa<strong>da</strong> sobre a tipologia do zircão.<br />

Ao corpo técnico do Museu e Laboratório, nomea<strong>da</strong>mente: à Maria Manuela<br />

Tavares pela preciosa colaboração na organização <strong>da</strong>s referências bibliográficas,<br />

ao Fernando Araújo pela execução do <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> figuras, ao<br />

Francisco Montenegro pela colaboração na separação <strong>de</strong> minerais pesados, ao<br />

José Pinto e José Ferreira pela execução <strong>de</strong> lâminas <strong>de</strong>lga<strong>da</strong>s e ao Walter<br />

Rodrigues pela produção <strong>de</strong> análises químicas complementares.<br />

Ao Pedro Nogueira, Lopo, Deolin<strong>da</strong> e Manuela Marques agra<strong>de</strong>ço todo o apoio<br />

no tratamento informático.<br />

Ao Senhor Joaquim Lima, sempre disponível para me acompanhar e colaborar<br />

activamente nas saí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> campo, o meu muito obriga<strong>da</strong>.<br />

Na impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> nomear todos os que <strong>de</strong> diversas formas me motivaram<br />

e prestaram a sua colaboração explicito o meu reconhecimento nas pessoas <strong>de</strong>:<br />

Alexandre, Arman<strong>da</strong>, Benedito, Helena Couto, Helena Sant'Ovaia, Henrique, José<br />

Pedro e Maria dos Anjos.<br />

Os meus agra<strong>de</strong>cimentos às seguintes enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s:<br />

- INIC e JNICT através do Centro <strong>de</strong> Geologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Porto,<br />

pela concessão <strong>de</strong> uma bolsa <strong>de</strong> doutoramento;<br />

- Fun<strong>da</strong>ção Gomes Teixeira pela concessão <strong>de</strong> uma bolsa <strong>de</strong> investigação;<br />

- Governos Português e Francês pelos subsídios concedidos para a<br />

realização <strong>de</strong> estágios científicos em França, ao abrigo do Acordo Cultural Luso-<br />

Francês e do Acordo INIC/Embaixa<strong>da</strong> <strong>de</strong> França;<br />

- Instituto Geológico e Mineiro pela oferta <strong>de</strong> exemplares <strong>da</strong> folha<br />

6C- Cabeceiras <strong>de</strong> Basto <strong>da</strong> Carta Geológica <strong>de</strong> Portugal à escala 1: 50 000.<br />

XI


RESUMO<br />

O <strong>complexo</strong> granítico hercínico peraluminoso <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto,<br />

representa um exemplo <strong>de</strong> um maciço compósito constituído na globali<strong>da</strong><strong>de</strong> por três gran<strong>de</strong>s<br />

grupos, distinguidos inicialmente pela sua granulometria, tendo-lhes sido atribuí<strong>da</strong> a seguinte<br />

<strong>de</strong>signação: G'f (granito <strong>de</strong> grão fino), G'm (granito <strong>de</strong> grão médio) e G'g (granito <strong>de</strong> grão<br />

grosseiro). Os contactos entre as três uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s são progressivos.<br />

O maciço apresenta uma forma alonga<strong>da</strong> com direcção NW-SE, concor<strong>da</strong>nte com as<br />

estruturas regionais. A orientação e a <strong>de</strong>formação que os minerais <strong>de</strong> hábito tabular e<br />

prismático, apresentam sublinham o carácter sintectónico <strong>de</strong>ste maciço.<br />

Os granitos estu<strong>da</strong>dos são espacialmente associados a mineralizações <strong>de</strong> Sn e Li<br />

localiza<strong>da</strong>s em filões aplito-pegmatíticos e, mais raramente, a mineralizações <strong>de</strong> W em filões<br />

<strong>de</strong> quartzo, que atravessam formações metassedimentares <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> silúrica inferior a NE do<br />

maciço.<br />

Os três grupos <strong>de</strong> granitos são petrograficamente semelhantes, exibindo textura<br />

hipidiomórfica granular e uma associação mineralógica primária constituí<strong>da</strong> por quartzo,<br />

plagioclase (An0-An12), feldspato potássico frequentemente pertítico, biotite e moscovite.<br />

Como minerais acessórios ocorrem: apatite, zircão, monazite, ilmenite, rútilo e rara turmalina.<br />

A principal característica petrográfica consiste no predomínio <strong>da</strong> moscovite sobre a biotite,<br />

único mineral máfico presente nestes granitos. A moscovite ocorre quer como uma fase<br />

primária quer sob a forma <strong>de</strong> diversas gerações secundárias.<br />

O <strong>complexo</strong> foi, em grau variável, afectado por fenómenos <strong>de</strong> alteração tardi-<br />

magmática caracterizados pela moscovitização dos feldspatos (sobretudo <strong>da</strong> plagioclase) e <strong>da</strong><br />

biotite, e/ou pela albitização e, em menor grau, pela microclinização dos feldspatos.<br />

Um cálculo normativo, baseado na composição química <strong>da</strong> rocha total e na composição<br />

real dos minerais, permitiu distinguir ca<strong>da</strong> fácies <strong>de</strong> acordo com a razão feldspato<br />

potássico/plagioclase, que apresentam valores médios <strong>de</strong>: 0.79, 0.68 e 0.64 para G'f, G'm e<br />

G'g (fácies menos altera<strong>da</strong>s).<br />

O estudo mineralógico inci<strong>de</strong> sobre três gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> minerais: micas, feldspatos e<br />

minerais acessórios.<br />

As micas trioctaédricas (biotites) e as micas dioctaédricas (moscovites) são<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s separa<strong>da</strong>mente em ca<strong>da</strong> fácies e, as gerações primárias e secundárias são<br />

compara<strong>da</strong>s. As condições <strong>de</strong> /02(-16.5 a -16.0), pressão (3 a 3.5 kbar) e temperatura <strong>de</strong><br />

cristalização,(650° a 700°C) são estima<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> composição <strong>da</strong> biotite e <strong>da</strong> moscovite<br />

XII


primaria. O feldspato potássico e essencialmente a microclina, exibindo elevado grau <strong>de</strong><br />

triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong> (0.76


CAPÍTULO I<br />

INTRODUÇÃO


O presente estudo inci<strong>de</strong> sobre o <strong>complexo</strong> granítico <strong>da</strong> região <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, constituído por um conjunto <strong>de</strong> diferentes fácies <strong>de</strong><br />

granitos <strong>de</strong> duas micas que ocupa gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> superfície abrangi<strong>da</strong> pela<br />

folha 6C-Cabeceiras <strong>de</strong> Basto <strong>da</strong> Carta Geológica <strong>de</strong> Portugal à escala<br />

1:50 000 e representa uma importante área <strong>de</strong> granitos hercínicos <strong>de</strong> duas<br />

micas que ocorrem no Noroeste <strong>da</strong> Península Ibérica.<br />

1.1 - LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA<br />

A área granítica sobre a qual se ocupa o presente estudo localiza-se a<br />

cerca <strong>de</strong> 70 km a nor<strong>de</strong>ste do Porto, junto ao limite entre as províncias do<br />

Minho e Trás-os-Montes. Como exemplos <strong>de</strong> dois importantes centros<br />

populacionais citam-se as se<strong>de</strong>s dos concelhos <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto e<br />

Ribeira <strong>de</strong> Pena respectivamente nos distritos <strong>de</strong> Braga e <strong>de</strong> Vila Real.<br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto é enquadra<strong>da</strong> pelas serras do Barroso, Cabreira, Marão<br />

e pelo planalto <strong>de</strong> Montelongo, encontrando-se encaixa<strong>da</strong> no vale dos<br />

afluentes do rio Tâmega. A serra <strong>da</strong> Cabreira apresenta uma extensão <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 15 km, é <strong>de</strong> composição dominantemente granítica, encontrando-se<br />

aí o essencial <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s graníticas alvo <strong>de</strong>ste estudo. É na serra <strong>da</strong><br />

Cabreira que se encontra o ponto mais elevado <strong>da</strong> carta e cuja cota tem o<br />

valor <strong>de</strong> 1262 m. Por sua vez, Ribeira <strong>de</strong> Pena localiza-se na margem<br />

esquer<strong>da</strong> do rio Tâmega nas abas <strong>da</strong> serra do Alvão, a 460 m <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>.<br />

No seu conjunto, a paisagem traduz uma magnífica transição do Minho<br />

para Trás-os-Montes, sendo atravessa<strong>da</strong> pelos vales dos rios Tâmega,<br />

Louredo, Poio e Bessa.<br />

1.2 - ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO<br />

O <strong>complexo</strong> granítico <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto constitui um exemplo <strong>de</strong><br />

granitos sintectónicos <strong>de</strong> duas micas que ocorrem num vasto domínio afectado<br />

pela orogenia hercínica. Far-se-á segui<strong>da</strong>mente uma <strong>de</strong>scrição muito breve<br />

<strong>da</strong>s principais formações, apenas para melhor se compreen<strong>de</strong>r o<br />

enquadramento dos granitos em estudo.<br />

2


1.2.1 - PRINCIPAIS UNIDADES GEOLÓGICAS<br />

As formações afecta<strong>da</strong>s pela orogenia hercínica afloram<br />

<strong>de</strong>scontinuamente ao longo <strong>de</strong> uma extensa área <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 3000 km <strong>de</strong><br />

comprimento por 800 km <strong>de</strong> largura. Sobre estas formações têm-se efectuado<br />

correlações litoestratigráficas e estruturais que, no que diz respeito à Europa<br />

Média e à Península Ibérica (dois domínios hercínicos <strong>da</strong> Europa Oci<strong>de</strong>ntal),<br />

permitiram o estabelecimento do Arco Ibero-Armoricano (COGNÉ, 1971; BARD<br />

et al. 1971; PERROUD, 1980). A parte oci<strong>de</strong>ntal e central <strong>da</strong> Península<br />

Ibérica é constituí<strong>da</strong> pelo Maciço Hespérico, caracterizado por várias zonas<br />

geotectónicas distintas dispostas paralelamente às estruturas hercínicas. De<br />

acordo com JULIVERT et ai. (1974), & RIBEIRO ef ai. (1979) a <strong>de</strong>signação<br />

<strong>da</strong>s zonas, <strong>de</strong> NE para SW, é a seguinte: Zona Cantábrica, Zona<br />

Asturoci<strong>de</strong>ntal-Leonesa, Zona Centro-lbérica, Zona <strong>de</strong> Ossa Morena e Zona<br />

Sul-Portuguesa (figura 1.1). Na parte NE <strong>da</strong> Zona Centro Ibérica localiza-se a<br />

subzona <strong>da</strong> Galiza Média-Trás-os-Montes cujas características específicas<br />

sugerem a alguns autores consi<strong>de</strong>rá-la como um domínio especial que<br />

<strong>de</strong>signaram por Zona <strong>da</strong> Galiza Trás-os-Montes (FARIAS ef ai., 1987;<br />

ARENAS ef a/., 1988).<br />

Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> o maciço <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto se localizar no limite<br />

entre a Zona Centro-lbérica (ZCI) e a subzona <strong>da</strong> Galiza Média -Trás-os-<br />

Montes (SGMTM) <strong>de</strong>screver-se-ão rapi<strong>da</strong>mente as formações com maior<br />

expressão em ca<strong>da</strong> um dos sectores.<br />

A ZCI ocupa uma extensa área <strong>da</strong> Península Ibérica, constituí<strong>da</strong> sob o<br />

ponto <strong>de</strong> vista tectonoestratigráfico por sequências autóctones e alóctones,<br />

sendo as autóctones mais significativas e as alóctones essencialmente<br />

restritas à SGMTM.<br />

3


Figura. 1.1 - Mapa geológico do Norte <strong>de</strong> Portugal, segundo <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> FERREIRA et ai<br />

(1987), modificado por F. NORONHA, com a localização <strong>da</strong> área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>:<br />

1 - Formações sedimentares meso-cenozoicas; 2 a 5 - Granitoi<strong>de</strong>s hercínicos- 2granitot<strong>de</strong>s<br />

biotíticos pós-tectónicos; 3-granitoi<strong>de</strong>s biotíticos tardi-tectónicos- 4granitoi<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> duas micas sin a tardi-tectónicos; 5-granitoi<strong>de</strong>s biotíticos<br />

sintectónicos; 6-Complexo polimetamórfico <strong>de</strong> Bragança e Morais; 7-Formações<br />

metassedimentares; 8-Falha.<br />

Mapa inserido no canto superior direito ilustrando as gran<strong>de</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

tectónicas <strong>da</strong> Península Ibérica, segundo JULIVERT et ai. (1974) e RIBEIRO et<br />

ai. (1979):<br />

I - Zona Cantábrica; II - Zona Asturoci<strong>de</strong>ntal-Leonesa; III - Subzona <strong>da</strong> Galiza<br />

Media Tras-os-Montes; IV - Zona Centro-lbérica; V - Zona <strong>de</strong> Ossa Morena- VI -<br />

Zona Sul-Portuguesa.<br />

4


A ZCI é limita<strong>da</strong> a NE pela Formação "Olio <strong>de</strong> Sapo" (PARGA PONDAL et<br />

ai., 1964), constituí<strong>da</strong> por um conjunto vulcano-sedimentar <strong>de</strong> metagrauvaques<br />

feldspáticos com ocelos <strong>de</strong> quartzo opalescente riolítico e lentículas <strong>de</strong> pelitos<br />

e ortoquartzitos ao qual se atribui uma i<strong>da</strong><strong>de</strong> câmbrica superior nos domínios<br />

<strong>da</strong> Sanábria e <strong>de</strong> Zamora-Miran<strong>da</strong> do Douro (IGLESIAS & RIBEIRO, 1981). O<br />

limite para SW está marcado pelo cavalgamento Portalegre-Ferreira do Zêzere<br />

e para W é limita<strong>da</strong> pela zona <strong>de</strong> cisalhamento Porto-Tomar. Do ponto <strong>de</strong> vista<br />

litoestratigráfico a característica mais acentua<strong>da</strong> <strong>da</strong> ZCI é a gran<strong>de</strong> extensão<br />

<strong>de</strong> afloramento <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>signa<strong>da</strong> por Complexo Xisto-Grauváquico<br />

(CXG). Esta uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> natureza essencialmente turbidítica, é caracteriza<strong>da</strong><br />

por uma espessa sequência rítmica <strong>de</strong> micaxistos pelíticos e metagrauvaques<br />

com intercalações <strong>de</strong> rochas calcossilicata<strong>da</strong>s, tendo-lhe sido atribuí<strong>da</strong> uma<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> pré-câmbrica e câmbrica. SOUSA (1982) <strong>de</strong>monstrou uma i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

câmbrica para o grupo do Douro do CXG. Sobre este <strong>complexo</strong> ocorrem<br />

sequências metassedimentares do Paleozóico Inferior discor<strong>da</strong>ntes<br />

relativamente à sequência anterior e por vezes separa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>la por um<br />

conglomerado <strong>de</strong> base <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> ordovícica. Na parte mais oci<strong>de</strong>ntal <strong>da</strong> ZCI<br />

verifica-se o preenchimento <strong>de</strong> bacias continentais isola<strong>da</strong>s por sequências <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> vestefaliana D e estefaniana B-C.<br />

A subzona <strong>da</strong> Galiza Média -Trás-os-Montes constitui a parte alóctone <strong>da</strong><br />

Zona Centro Ibérica e distingue-se pela presença <strong>de</strong> cinco maciços<br />

polimetamórficos (Cabo Ortegal, Or<strong>de</strong>nes, Lalin, Bragança e Morais) <strong>de</strong><br />

composição predominantemente máfica e ultramáfica cujos contactos<br />

exteriores são caracterizados por carreamentos sobre sequências<br />

monometamórficas, <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> ordovícico-silúrica e nas quais ocorrem rochas<br />

vulcânicas áci<strong>da</strong>s e máficas. Estas sequências têm um carácter parautóctone,<br />

sendo do ponto <strong>de</strong> vista litoestratigráfico correlacionáveis com as sequências<br />

do Paleozóico Inferior anteriormente referi<strong>da</strong>s para a ZCI. Esta subzona é<br />

também caracteriza<strong>da</strong> pela escassez <strong>de</strong> intrusões graníticas. Nos <strong>complexo</strong>s<br />

polimetamórficos observa-se uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fácies <strong>de</strong>s<strong>de</strong> granulitos até<br />

xistos ver<strong>de</strong>s.<br />

Para uma <strong>de</strong>scrição pormenoriza<strong>da</strong> <strong>da</strong>s características litoestratigráficas<br />

e estruturais <strong>da</strong> ZCI, que ultrapassa o âmbito <strong>da</strong> presente dissertação,<br />

5


sugerem-se, entre outros, os trabalhos <strong>de</strong> PEREIRA (1988), PEREIRA (1989)<br />

e RIBEIRO et ai. (1990) nos quais os autores apresentam uma <strong>de</strong>scrição<br />

estrutural actualiza<strong>da</strong> <strong>da</strong>s sequências autóctones, parautóctones e alóctones<br />

<strong>da</strong> Zona Centro-lbérica.<br />

Uma importante característica <strong>da</strong> ZCI é a presença <strong>de</strong> um vasto conjunto<br />

<strong>de</strong> granitói<strong>de</strong>s hercínicos ante a pós-tectónicos e cuja composição varia<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> tonalitos passando por granodioritos, granitos biotíticos até aos<br />

leucogranitos, sendo o magmatismo básico muito subordinado.<br />

I.2.2 - EVOLUÇÃO TECTÓNICA E METAMÓRFICA<br />

A orogenia hercínica exerceu uma influência fun<strong>da</strong>mental,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente na geologia <strong>da</strong> Zona Centro-lbérica e <strong>da</strong> subzona <strong>da</strong> Galiza -<br />

Trás-os-Montes, particularmente <strong>de</strong>vido à actuação <strong>da</strong>s três fases <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação F1, F2 e F3 que condicionaram a instalação dos granitói<strong>de</strong>s aí<br />

ocorrentes.<br />

NORONHA et ai. (1981) numa tentativa <strong>de</strong> estabelecerem uma correlação<br />

entre as fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação hercínica no Noroeste Peninsular com o<br />

metamorfismo regional e o magmatismo reconheceram três níveis estruturais<br />

(superior, intermédio e inferior) que acompanham a sucessão <strong>da</strong>s isógra<strong>da</strong>s do<br />

metamorfismo regional, tendo verificado que <strong>de</strong> uma maneira geral os níveis<br />

inferiores afloram nos núcleos dos antiformas F3, responsáveis pelas amplas<br />

estruturas regionais, por sua vez sublinha<strong>da</strong>s por diversas intrusões graníticas,<br />

nomea<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas sintectónicos com F3. Assim, no<br />

que se refere a rochas graníticas, a terceira fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação (F3) hercínica<br />

está marca<strong>da</strong>mente patente em enormes massas <strong>de</strong> granitos, evi<strong>de</strong>nciando a<br />

existência <strong>de</strong> um importante período <strong>de</strong> distensão imediatamente anterior a<br />

esta fase, que permitiu a sucessiva subi<strong>da</strong> dos magmas na crusta (FERREIRA<br />

et ai. 1987).<br />

6


1.3 - CLASSIFICAÇÃO DOS GRANITÓIDES HERCÍNICOS<br />

A sistematização dos granitói<strong>de</strong>s hercínicos <strong>da</strong> Zona Centro Ibérica tem<br />

merecido a atenção <strong>de</strong> diversos autores. Os critérios utilizados são muito<br />

diversificados, sendo exemplo os seguintes: geométricos (baseados nas<br />

relações geométricas entre os granitói<strong>de</strong>s e o encaixante), geocronológicos,<br />

químico-petrográficos, genéticos e estruturais.<br />

NORONHA (1983), PEREIRA (1987), FERREIRA et ai. (1987) e RIBEIRO<br />

(1993), entre outros, chamam a atenção para a história recente <strong>da</strong><br />

classificação dos granitos Ibéricos e para a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos critérios<br />

adoptados para a sua sistematização, apresentando compilações <strong>da</strong>s várias<br />

classificações. Entre esses critérios <strong>de</strong>stacam-se nomea<strong>da</strong>mente os <strong>de</strong><br />

natureza químico-mineralógica, petrográfica, geológica, genética e<br />

cronológica.<br />

Apresenta-se segui<strong>da</strong>mente uma resenha <strong>da</strong>s principais classificações<br />

adopta<strong>da</strong>s para os granitói<strong>de</strong>s hercínicos:<br />

1 - Classificações genéticas<br />

As classificações <strong>de</strong> natureza genética divi<strong>de</strong>m os granitos em<br />

mesocrustais e infra ou basicrustais. Os granitos mesocrustais e, mais<br />

concretamente, os leucogranitos, têm-se consi<strong>de</strong>rado como controlados pelo<br />

metamorfismo regional e directamente resultantes quer <strong>de</strong> anatexia húmi<strong>da</strong><br />

(CAPDEVILA et ai., 1973; NEIVA, 1973) quer <strong>de</strong> anatexia induzi<strong>da</strong> por<br />

magmas calco-alcalinos <strong>de</strong> origem mais profun<strong>da</strong> (BEA & UGIDOS, 1976;<br />

RIBEIRO et ai., 1983). Os granitói<strong>de</strong>s infra ou basicrustais consi<strong>de</strong>ram-se<br />

resultantes <strong>da</strong> fusão parcial <strong>de</strong> materiais crustais, com ou sem hibridização <strong>de</strong><br />

materiais básicos infracrustais, e/ou diferenciação magmática a partir <strong>de</strong>sses<br />

materiais (CAPDEVILA et ai, 1973; CORRETGÈ et ai, 1977; RIBEIRO, 1980).<br />

7


2 - Classificações com base na tectónica global<br />

Às principais fases tectónicas <strong>da</strong> orogenia hercínica correspon<strong>de</strong>m<br />

períodos compressivos alternando com importantes fases <strong>de</strong> distensão<br />

responsáveis pela ascensão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s massas graníticas.<br />

Na Zona Centro-lbérica parecem assim existir três grupos <strong>de</strong> granitói<strong>de</strong>s<br />

hercínicos <strong>de</strong> acordo com a evolução geodinâmica <strong>de</strong>sta zona (PEREIRA,<br />

1987): I - granitos <strong>de</strong> duas micas resultantes <strong>de</strong> cisalhamentos infracrustais e<br />

nos quais se incluem as séries <strong>de</strong> granitos sintectónicos relativamente às<br />

fases F1, F2 e F3 e tardi- F3, amplamente representados no NW peninsular; II<br />

- granitói<strong>de</strong>s essencialmente biotíticos sin, sin a tardi e tarditectónicos<br />

relativamente a F3; III - granitói<strong>de</strong>s biotíticos tardi- a pós-orogénicos, tardios<br />

em relação às fases <strong>de</strong> fracturação frágil.<br />

Da<strong>da</strong> a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> critérios acima apontados, o mesmo autor<br />

preconiza uma classificação que enquadra as rochas graníticas nos processos<br />

envolvidos na teoria <strong>da</strong> tectónica global, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> colisãosubducção.<br />

FERREIRA et ai. (1987) sugerem uma classificação basea<strong>da</strong> em<br />

critérios semelhantes. Nesta classificação os granitói<strong>de</strong>s dos grupos I e II<br />

enquadram-se nos granitos orogénicos, e os do grupo III nos granitos pósorogénicos.<br />

3 - Classificações geocronolóaicas associa<strong>da</strong>s com a <strong>de</strong>formação<br />

Relações com as fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação e <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> <strong>da</strong>tações isotópicas<br />

constituem respectivamente a base <strong>de</strong> classificações geotectónicas e<br />

geocronológicas. PINTO (1985) apresenta uma síntese <strong>da</strong> classificação dos<br />

granitói<strong>de</strong>s hercínicos portugueses do Carbonífero, com base em <strong>da</strong>tações<br />

isotópicas pelo método Rb-Sr, associa<strong>da</strong>s ao carácter tectónico. PINTO et ai.<br />

(1987) elaboraram uma exaustiva compilação <strong>de</strong> <strong>da</strong>tações <strong>de</strong> granitói<strong>de</strong>s do<br />

Maciço Hespérico, chamando a atenção para o carácter pulsante dos<br />

granitói<strong>de</strong>s hercínicos.<br />

No quadro 1.1 apresenta-se um ensaio <strong>de</strong> síntese <strong>da</strong>s classificações com<br />

base na tectónica global e na geocronologia.<br />

8


1.4 - TRABALHOS PRECEDENTES SOBRE ÁREAS VIZINHAS E<br />

ENVOLVENDO ESTUDOS DE GRANITOS DE DUAS MICAS<br />

E SUAS POTENCIALIDADES METALOGÉNICAS<br />

BRINK (1960) ao estu<strong>da</strong>r a petrologia e mineralogia dos granitos e xistos<br />

e suas mineralizações <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Vila Real-Sabrosa-Vila Pouca <strong>de</strong> Aguiar<br />

atribui aos granitói<strong>de</strong>s uma i<strong>da</strong><strong>de</strong> hercínica, subdividindo-os em dois grupos:<br />

"ol<strong>de</strong>r" e "younger" (<strong>de</strong>signações <strong>de</strong> acordo com SCHERMERHORN, 1956). O<br />

mesmo autor refere que nesta região se encontram largamente representados<br />

os granitos mais antigos ("ol<strong>de</strong>r") que compreen<strong>de</strong>m granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong><br />

grão fino a grosseiro , ocorrendo em corpos alongados paralelamente à<br />

direcção NW-SE do dobramento hercínico. Os granitos mais jovens<br />

("younger") são granitos biotíticos <strong>de</strong> grão grosseiro porfiroi<strong>de</strong>, ocorrendo em<br />

pequena escala a SW <strong>de</strong> Vila Pouca <strong>de</strong> Aguiar. Apesar <strong>de</strong>ste autor ter<br />

i<strong>de</strong>ntificado duas granulometrias nos granitos mais antigos (um fino a médio e<br />

outro médio a grosseiro) consi<strong>de</strong>ra que "não há qualquer diferença<br />

fun<strong>da</strong>mental entre os dois tipos os quais formam parte <strong>de</strong> um mesmo corpo<br />

granítico". Relativamente ao presente estudo é importante referir que a<br />

mancha <strong>de</strong> granitos mais antigos ("ol<strong>de</strong>r") continua para oeste em direcção à<br />

carta <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, on<strong>de</strong> também constitui o essencial dos granitos<br />

<strong>de</strong>sta área.<br />

A su<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto foram efectuados estudos em<br />

rochas graníticas e seus minerais cuja proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o <strong>complexo</strong> granítico<br />

<strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong>ssa área merece particular referência:<br />

9


Quadro 1.1 - Classificação <strong>da</strong>s rochas graníticas <strong>da</strong> Zona Centro-lbérica, a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

PEREIRA (1987) e FERREIRA era/., (1987).<br />

Supergrupo Grupo Série I<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Pré-orogénicos<br />

Sin-orogénicos<br />

Tardi- a pós-<br />

-orogénicos<br />

Granitói<strong>de</strong>s Câmbricos e<br />

Ordovfcicos<br />

G naisses<br />

Granitos <strong>de</strong> duas micas<br />

(resultantes <strong>de</strong> cisalhamentos<br />

crustaisl OU biOtftiCOS COm<br />

restites<br />

Granitói<strong>de</strong>s<br />

essencialmente biotíticos<br />

(resultantes <strong>da</strong> evolução do<br />

(loco tectónico) COm<br />

plagioclase cálcica e seus<br />

diferenciados<br />

Granitói<strong>de</strong>s biotíticos c/<br />

plagioclase cálcica<br />

(levantamento e fracturação<br />

frágil do continente hercínico)<br />

Sintect. relat. a F1<br />

(série precoce)<br />

Sintect. relat. a F2<br />

Sintect. relat. a F3<br />

Tardios relat. a F3<br />

(série tardia)<br />

Sintect. relat. a F3<br />

(série precoce)<br />

Sin- a tardi-F3<br />

(série intermédia)<br />

Tardi-F3<br />

(série tardia diferencia<strong>da</strong>)<br />

Tardios relatativamente<br />

às fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

frágil<br />

Entre 582 e 482 Ma<br />

Entre 380 e 296 Ma<br />

Entre 296 e 280 Ma<br />

10


NEIVA (1983) realizou um estudo geoquímico sobre dois tipos <strong>de</strong> granitos<br />

moscovítico-biotíticos (um <strong>de</strong> grão fino mais antigo e um outro <strong>de</strong> grão médio a<br />

grosseiro porfiroi<strong>de</strong> mais jovem) e respectivas micas, localizados no limite<br />

oeste do Planalto do Alvão (distrito <strong>de</strong> Vila Real), fazendo associar as<br />

mineralizações <strong>de</strong> Sn-W à fácies <strong>de</strong> grão fino.<br />

PEREIRA (1987) estudou granitói<strong>de</strong>s a sul <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto em que se incluem granitos cujo enquadramento geotectónico é<br />

semelhante aos do presente trabalho por se tratarem <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas<br />

micas hercínicos sin-F3 (maciço compósito <strong>de</strong> Vila Real).<br />

NEIVA ef ai. (1990) ao caracterizarem os granitói<strong>de</strong>s ocorrentes na região<br />

aurífera <strong>de</strong> Jales, 13 km a SE <strong>de</strong> Vila Pouca <strong>de</strong> Aguiar (distrito <strong>de</strong> Vila Real)<br />

<strong>de</strong>screvem um granito hercínico peraluminoso <strong>de</strong> grão médio a grosseiro,<br />

porfiroi<strong>de</strong>, <strong>de</strong> duas micas e investigaram pormenoriza<strong>da</strong>mente a sua alteração<br />

hidrotermal, causa<strong>da</strong> por fluidos provenientes <strong>de</strong> um filão mineralizado em<br />

ouro, <strong>da</strong>ndo lugar a um granito porfiroi<strong>de</strong> moscovítico-biotítico e a um granito<br />

moscovítico já no contacto com o filão. Aquele granito <strong>de</strong> duas micas encontrase<br />

no prolongamento <strong>da</strong> fácies <strong>de</strong> grão grosseiro porfiroi<strong>de</strong> localizado na<br />

extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> su<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> carta geológica <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto. Merece<br />

ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>staque o trabalho <strong>de</strong> NEIVA & GOMES (1991) consistindo no estudo<br />

mineralógico, petrológico e geoquímico <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> granitos<br />

sintectónicos e seus minerais <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Vila Pouca <strong>de</strong> Aguiar para as<br />

quais são propostos mo<strong>de</strong>los petrogenéticos distintos (fusão parcial e<br />

cristalização fracciona<strong>da</strong>) baseados na variação <strong>de</strong> elementos maiores e<br />

menores, quer em rocha total, quer na moscovite e na biotite.<br />

A geologia <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Vila Real serviu recentemente <strong>de</strong> tema a uma<br />

dissertação <strong>de</strong> doutoramento (MATOS, 1991) na qual se <strong>de</strong>senvolveu a<br />

caracterização petrográfica e estrutural do <strong>complexo</strong> xisto-grauváquico do<br />

Ordovícico e dos granitói<strong>de</strong>s hercínicos <strong>da</strong> área, passando pela caracterização<br />

geoquímica dos granitói<strong>de</strong>s e a proposta <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los petrogenéticos<br />

integrando as observações mineralógicas, geoquímicas e estruturais, quer dos<br />

granitos quer <strong>da</strong>s importantes ocorrências em volframite e sulfuretos a eles<br />

espacialmente associa<strong>da</strong>s. A maioria dos granitos estu<strong>da</strong>dos apresenta um<br />

li


carácter especializado em W-Sn . Reacções <strong>de</strong> alteração pós-magmáticas nos<br />

granitos já observa<strong>da</strong>s petrograficamente e corrobora<strong>da</strong>s por <strong>da</strong>dos isotópicos,<br />

juntamente com um pormenorizado estudo mineralógico e <strong>da</strong>s condições<br />

físico-químicas <strong>da</strong> <strong>de</strong>posição do minério levou aquele autor a sugerir como<br />

provável que certos elementos e fluidos mineralizadores possam ser<br />

provenientes dos granitos <strong>de</strong> duas micas.<br />

1.5 - COMPLEXO DE CABECEIRAS DE BASTO<br />

1.5.1 - GEOLOGIA E ENQUADRAMENTO GEOTECTÓNICO<br />

O <strong>complexo</strong> granítico <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto constitui<br />

uma importante uni<strong>da</strong><strong>de</strong> alonga<strong>da</strong> segundo a direcção NW-SE e concor<strong>da</strong>nte<br />

com a estrutura regional. Encontra-se limitado a NE pelo flanco <strong>de</strong> um<br />

antiforma constituído por xistos, quartzitos e rochas calcossilicata<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

silúrica inferior.<br />

No encaixante metassedimentar foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s três fases <strong>de</strong><br />

dobramento: F1, F2 e F3 (NORONHA, 1983). A área em estudo enquadra-se<br />

num nível estrutural inferior on<strong>de</strong> as estruturas F1 são dificilmente <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong>s<br />

macroscopicamente e em que a xistosi<strong>da</strong><strong>de</strong> regional correspon<strong>de</strong>nte a S2 é<br />

habitualmente a estrutura mais antiga possível <strong>de</strong> ser cartografa<strong>da</strong>. F1 traduzse<br />

por pequenas dobras isoclinais, em geral redobra<strong>da</strong>s por fases posteriores<br />

e relaciona<strong>da</strong> com uma xistosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fluxo S1. F2 exprime-se por dobras <strong>de</strong><br />

eixos <strong>de</strong> direcção variável, sendo responsável pela xistosi<strong>da</strong><strong>de</strong> principal S2.<br />

F3 correspon<strong>de</strong> geralmente ao dobramento <strong>da</strong> xistosi<strong>da</strong><strong>de</strong> S2 tendo sido<br />

responsável pelo amplo dobramento regional cujos eixos inclinam ligeiramente<br />

entre 5 o e 30° para NW. Nas áreas <strong>de</strong> charneira <strong>de</strong> F3 observa-se<br />

frequentemente uma xistosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> crenulação, <strong>de</strong> direcção semelhante à <strong>de</strong><br />

S2 mas maior inclinação (70° a 90°).<br />

Estes aspectos estruturais estão abrangidos pela evolução estrutural<br />

regional <strong>de</strong>scrita por HOLTZ (1987) para o sector <strong>de</strong> Montalegre e que<br />

controla a instalação <strong>de</strong> granitói<strong>de</strong>s sintectónicos <strong>de</strong> duas micas.<br />

NORONHA (1983) reconheceu duas isógra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> metamorfismo regional<br />

subparalelas aos granitos <strong>de</strong> duas micas do sector em estudo, com uma<br />

orientação geral NW-SE, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente a zona <strong>da</strong> biotite e a zona <strong>da</strong><br />

12


an<strong>da</strong>luzite. A ocorrência <strong>da</strong> zona <strong>da</strong> biotite condiciona<strong>da</strong> por um sinclinal sin-<br />

F3, por um lado, e a presença <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong> an<strong>da</strong>luzite <strong>de</strong>formados por F3,<br />

sugerem que o clímax do metamorfismo <strong>de</strong>ve ter sido atingido antes <strong>da</strong> última<br />

fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação hercínica.<br />

Embora não se disponha neste momento <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos cronológicos dos<br />

granitói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto a sua geologia e características<br />

petrográficas e geoquímicas permitem incluí-los no grupo <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas<br />

micas sintectónicos relativamente a F3. NORONHA et ai., (1981 ) sugerem para<br />

esta fase uma i<strong>da</strong><strong>de</strong> intravestefaliana, terminando um pouco anteriormente ao<br />

Vestefaliano D. Consi<strong>de</strong>rando a i<strong>da</strong><strong>de</strong> intravestefaliana compreendi<strong>da</strong> entre<br />

316Ma e 305 Ma (HARLAND ef ai., 1989), estas observações permitem incluir<br />

o maciço em estudo no grupo dos granitos sin-orogénicos, sin-F3, proposto por<br />

FERREIRA et ai., (1987), atribuindo-se-lhes a i<strong>da</strong><strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 310 Ma.<br />

O carácter sintectónico é i<strong>de</strong>ntificado pelos seguintes aspectos:<br />

existência <strong>de</strong> uma orientação à escala do maciço, traduzi<strong>da</strong> pela orientação<br />

planar e linear dos minerais <strong>de</strong> hábito tabular e prismático, respectivamente<br />

(e.g., micas, megacristais <strong>de</strong> feldspato ) assim como pela <strong>de</strong>formação (no<br />

estado subsolidus) conducente ao encurvamento dos minerais <strong>de</strong> hábito<br />

tabular.<br />

O <strong>complexo</strong> é afectado por duas direcções <strong>de</strong> cisalhamento dúctil: N100°<br />

a N160° esquerdo (parecendo a mais antiga) e uma outra direcção variando<br />

<strong>de</strong> N0° a N30°, direito. Globalmente trata-se <strong>de</strong> granitos orientados<br />

apresentando três direcções <strong>de</strong> foliação: uma geral entre N110° e N130°<br />

vertical (sublinha<strong>da</strong> pelas micas), outra N-S subvertical e uma foliação<br />

subhorizontal.<br />

1.5.2 - POTENCIALIDADES METALOGÉNICAS<br />

Um importante campo filoniano aplito-pegmatítico e filões <strong>de</strong> quartzo,<br />

atravessando as rochas metassedimentares encaixantes, estão espacialmente<br />

associados aos granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Alguns dos filões aplito-pegmatíticos são portadores <strong>de</strong> mineralizações,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> Sn (cassiterite), Li (espodumena, ambligonite, lepidolite) e<br />

raras ocorrências em Nb-Ta (columbite-tantalite). Os veios <strong>de</strong> quartzo<br />

13


encontram-se por sua vez associados a raros índices em W ( volframite e<br />

scheelite) e a mineralizações <strong>de</strong> Au em sulfuretos.<br />

São escassas as publicações específicas sobre os granitói<strong>de</strong>s <strong>da</strong> região<br />

em estudo, o que em parte contribui para o interesse em aprofun<strong>da</strong>r a sua<br />

caracterização geoquímica. RAMOS et ai. (1981) efectuaram estudos <strong>de</strong><br />

prospecção geológica e geoquímica em sedimentos <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> água na área<br />

<strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto e que permitiram o estabelecimento <strong>de</strong> zonas<br />

anómalas em Sn e W. A mineralização em W (scheelite) e Sn (cassiterite)<br />

está predominantemente relaciona<strong>da</strong> com níveis <strong>de</strong> rochas calcossilicata<strong>da</strong>s<br />

intercala<strong>da</strong>s nos xistos e com filões aplito-pegmatíticos, respectivamente.<br />

Um importante trabalho <strong>de</strong> campo e <strong>de</strong> petrografia, quer sobre os<br />

granitói<strong>de</strong>s quer sobre as rochas metassedimentares, foi realizado no âmbito<br />

<strong>da</strong> caracterização <strong>da</strong> área tungstífera <strong>da</strong> Borralha (NORONHA, 1983),<br />

localiza<strong>da</strong> imediatamente a norte <strong>da</strong> carta geológica <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto,<br />

englobando a continuação <strong>da</strong>s formações metassedimentares assim como dos<br />

granitos <strong>de</strong> duas micas, entre os quais se <strong>de</strong>staca o granito <strong>da</strong> Cabreira pela<br />

sua maior expressão. Este autor conclui que o essencial <strong>da</strong>s mineralizações<br />

tungstíferas em filões <strong>de</strong> quartzo está geneticamente associado a granitos<br />

biotíticos pós-tectónicos enquanto que as mineralizações estaníferas dos filões<br />

aplito-pegmatíticos estão relaciona<strong>da</strong>s com granitos <strong>de</strong> duas micas<br />

sintectónicos.<br />

Os trabalhos <strong>de</strong>vidos a DÓRIA et ai. (1989) e CHAROY et ai. (1992)<br />

merecem um especial realce <strong>da</strong><strong>da</strong> a sua importância metalogénica <strong>de</strong>corrente<br />

<strong>da</strong> recente <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> espodumena em aplito-pegmatitos que atravessam<br />

as rochas metassedimentares <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Covas <strong>de</strong> Barroso, espacialmente<br />

relacionados com granitos <strong>de</strong> duas micas.<br />

1.6 - OBJECTIVOS DO TRABALHO E MÉTODOS UTILIZADOS<br />

O <strong>complexo</strong> granítico peraluminoso <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> região <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto suscitou o interesse em ser seleccionado para o presente<br />

estudo por se tratar <strong>de</strong> um maciço compósito associando diversas fácies sob o<br />

14


ponto <strong>de</strong> vista petrográfico e por se encontrar espacialmente associado com<br />

uma importante re<strong>de</strong> filoniana <strong>de</strong> aplitos e pegmatitos mineralizados em Li e<br />

Sn.<br />

O estudo pormenorizado <strong>da</strong>s diferentes fácies <strong>de</strong>ste <strong>complexo</strong> granítico<br />

tem por objectivos principais:<br />

1- caracterizar a fonte assim como os mecanismos petrogenéticos e <strong>de</strong><br />

evolução <strong>da</strong>s diversas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />

2- conhecer o papel e a importância dos processos <strong>de</strong> alteração<br />

<strong>de</strong>utérica que afectaram amplamente o maciço;<br />

3- sugerir a possível fonte dos elementos metálicos e conhecer o papel<br />

dos processos magmáticos e <strong>de</strong>utéricos que po<strong>de</strong>rão contribuir para a sua<br />

concentração.<br />

A metodologia adopta<strong>da</strong> incidiu sobre as seguintes vertentes:<br />

1-Trabalho <strong>de</strong> campo<br />

- reconhecimento <strong>de</strong> pormenor em pontos significativos do maciço,<br />

tendo como base topográfica as cartas n° 58, 59, 72 e 73 dos Serviços<br />

Cartográficos do Exército (à escala 1:25 000) e a carta geológica 6C-<br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto (à escala 1:50 000) dos serviços Geológicos <strong>de</strong> Portugal:<br />

- breve abor<strong>da</strong>gem ao estudo estrutural do <strong>complexo</strong><br />

- amostragem para estudos petrográficos e geoquímicos abrangendo<br />

to<strong>da</strong>s as fácies cartografa<strong>da</strong>s.<br />

2- Petrografia<br />

- caracterização textural e mineralógica.<br />

3- Mineralogia<br />

- estudo químico-mineralógico à microsson<strong>da</strong> electrónica;<br />

- métodos <strong>de</strong> separação e análise morfológica <strong>de</strong> minerais pesados.<br />

4- Geoguímica <strong>de</strong> rocha total<br />

- estudo <strong>de</strong> elementos maiores, menores e <strong>de</strong> terras raras.<br />

5- Geoguímica isotópica<br />

- <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> razão 87 Sr/ 86 Sr inicial.<br />

15


CAPITULO II<br />

PETROGRAFIA DOS GRANITOS


Foram i<strong>de</strong>ntificados três gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> acordo<br />

com as dimensões granulométricas: granitos <strong>de</strong> grão fino, G'f (0.5 - 1 mm), grão<br />

médio, G'm (2-4 mm) e grão grosseiro, G'g (5 - 7 mm) estando incluído neste último<br />

grupo uma fácies porfirói<strong>de</strong>.<br />

Os contactos entre os três tipos <strong>de</strong> granitos são graduais e difusos, sobretudo<br />

entre os tipos <strong>de</strong> grão médio e grosseiro. Contudo, o contacto entre as fácies <strong>de</strong><br />

grão fino e grão grosseiro é mais nítido em algumas áreas do maciço. Nestes locais,<br />

as relações <strong>de</strong> campo revelam o tipo G'g a envolver o G'f. Relações semelhantes<br />

entre G'm e G'f, embora menos evi<strong>de</strong>ntes, levam a admitir que o grupo <strong>de</strong> dos<br />

granitos <strong>de</strong> grão fino possa ser o mais antigo do <strong>complexo</strong>.<br />

Os três grupos, inicialmente estabelecidos com base em critérios unicamente<br />

granulométricos, apresentam variações petrográficas extensíveis à escala<br />

cartográfica que permitem a distinção <strong>da</strong>s seguintes fácies:<br />

G'f1 - granito <strong>de</strong> grão fino (granito <strong>de</strong> Sámão )<br />

G'f2 - granito <strong>de</strong> grão fino com moscovite dominante (Torrinheiras e<br />

Cabeceiras )<br />

G'm1 - granito <strong>de</strong> grão médio (Cabreira)<br />

G'm2 - granito <strong>de</strong> grão médio com moscovite dominante (Alto <strong>de</strong> Murça)<br />

G'g1 - granito <strong>de</strong> grão médio a grosseiro (Anjos)<br />

G'g2- granito <strong>de</strong> grão médio a grosseiro <strong>de</strong> tendência porfirói<strong>de</strong> e porfirói<strong>de</strong><br />

(Abadim)<br />

Obs.: A notação G' foi utiliza<strong>da</strong> para <strong>de</strong>signar genericamente os granitos <strong>de</strong> duas micas.<br />

Estas fácies encontram-se cartografa<strong>da</strong>s na folha 6C - Cabeceiras <strong>de</strong> Basto <strong>da</strong><br />

Carta Geológica <strong>de</strong> Portugal (escala 1 : 50 000) com a seguinte correspondência:<br />

G'f1 - y'f (Granito <strong>de</strong> grão fino <strong>de</strong> duas micas)<br />

G'f2 - y'f1 (Granitos <strong>de</strong> grão fino e fino a médio <strong>de</strong> duas micas, com predomínio<br />

<strong>de</strong> moscovite)<br />

G'm1 - y'm (Granitos <strong>de</strong> grão médio e <strong>de</strong> grão médio a grosseiro)<br />

G'm2 - y'm1 (Granito <strong>de</strong> grão médio <strong>de</strong> duas micas, com predomínio <strong>de</strong><br />

moscovite)<br />

G'g1 - Y'9 1 (Granito <strong>de</strong> grão grosseiro)<br />

G'g2 - y'irm (Granitos <strong>de</strong> grão médio a grosseiro, <strong>de</strong> tendência porfirói<strong>de</strong> e<br />

porfirói<strong>de</strong>s)<br />

17


11.1 - DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA<br />

Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> as variações granulométricas serem subtis e graduais, como é o<br />

caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s fácies dos tipos <strong>de</strong> grão fino e médio cujo carácter porfirói<strong>de</strong><br />

é <strong>de</strong> difícil observação macroscópica, optou-se por englobar as fácies <strong>de</strong> tendência<br />

porfirói<strong>de</strong> nos respectivos grupos <strong>de</strong> granulometria homogénea, fazendo-se<br />

referência à presença <strong>de</strong> megacristais no momento <strong>da</strong> <strong>de</strong>scrição petrográfica. O<br />

mesmo critério é aplicado na <strong>de</strong>scrição petrográfica <strong>da</strong> fácies porfirói<strong>de</strong> do granito<br />

<strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

As fácies mais ricas em moscovite foram também enquadra<strong>da</strong>s no respectivo<br />

grupo <strong>da</strong>s fácies <strong>de</strong> idêntica granulometria. Deste modo, associaram-se os critérios<br />

<strong>da</strong> <strong>de</strong>scrição petrográfica em três grupos distinguindo-os quanto à granulometria e<br />

que genericamente se <strong>de</strong>signarão por granitos G'f, G'm e G'g, respectivamente:<br />

granitos <strong>de</strong> grão fino <strong>de</strong> Sámão, granitos <strong>de</strong> grão médio <strong>da</strong> Cabreira e granitos <strong>de</strong><br />

grão grosseiro <strong>de</strong> Abadim.<br />

Da<strong>da</strong> a natureza sintectónica <strong>de</strong>stes granitos <strong>de</strong> duas micas é <strong>de</strong> salientar o<br />

papel <strong>de</strong>sempenhado pela <strong>de</strong>formação que se traduz essencialmente na orientação<br />

e encurvamento dos minerais <strong>de</strong> hábito tabular (sobretudo <strong>da</strong>s micas), na<br />

acentua<strong>da</strong> extinção ondulante do quartzo e na formação <strong>de</strong> moscovite intersticial em<br />

zonas <strong>de</strong> cisalhamento às quais se parece associar, também, um enriquecimento<br />

em quartzo.<br />

Os fenómenos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>utérica, tardi- a pós- magmática, particularmente<br />

a moscovitização, a albitização e, em menor grau, a microclinização, são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

importância na área em estudo, tendo actuado com intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> variável ao longo do<br />

maciço (Estampas I, Il e III).<br />

As três séries graníticas G'f, G'm e G'g sob o ponto <strong>de</strong> vista petrográfico<br />

exibem textura hipidiomórfica granular e composições mineralógicas idênticas.<br />

Como minerais essenciais nos três grupos <strong>de</strong> granitos consi<strong>de</strong>rados estão<br />

presentes: quartzo, plagioclase (<strong>de</strong> composição An2-An18 através <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminações ópticas, correspon<strong>de</strong>ndo à gama An0-An12 à microsson<strong>da</strong><br />

18


electrónica ), feldspato potássico (ortóclase e microclina), biotite (único mineral<br />

máfico) e moscovite.<br />

Salvo diferente indicação, a composição <strong>da</strong> plagioclase será expressa em<br />

teores <strong>de</strong> An obtidos nas análises à microsson<strong>da</strong> electrónica.<br />

Os minerais acessórios consistem principalmente em: apatite (cristais incolores<br />

e mais raramente <strong>de</strong> côr violeta), zircão, rútilo (incluindo o polimorfo anatase),<br />

silimanite, turmalina, monazite e ilmenite. Os minerais opacos, quando ocorrem,<br />

parecem estar associados à cloritização <strong>da</strong> biotite. Esporadicamente <strong>de</strong>tectou-se<br />

an<strong>da</strong>luzite em algumas amostras localiza<strong>da</strong>s próximo do contacto com as rochas<br />

metassedimentares a SW do maciço. A monazite, a anatase, a ilmenite e diversas<br />

formas <strong>de</strong> zircão foram melhor i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s em concentrados <strong>de</strong> minerais pesados.<br />

Em qualquer <strong>da</strong>s fácies, a moscovite é sempre mais abun<strong>da</strong>nte do que a<br />

biotite e manifesta diferentes quanto à sua origem. Os critérios petrográficos que as<br />

permitiram distinguir são os seguintes:<br />

Moscovite I:<br />

- em grãos hipidiomórficos bem <strong>de</strong>senvolvidos;<br />

- disposição paralelamente ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> biotite;<br />

- com uma repartição homogénea na matriz;<br />

- frequentemente orienta<strong>da</strong> e ligeiramente <strong>de</strong>forma<strong>da</strong> (Estampa I, fotografia 1).<br />

Moscovite II:<br />

-grãos subeuédricos contendo vestígios <strong>de</strong> biotite (secções basais e<br />

longitudinais) <strong>de</strong> contornos difusos, a qual está frequentemente a ser substituí<strong>da</strong><br />

pela mica branca ao longo dos planos <strong>de</strong> clivagem;<br />

- em associações simplectíticas com o quartzo;<br />

-finas palhetas substituindo a plagioclase ao longo dos seus planos <strong>de</strong><br />

clivagem<br />

- pequenos grãos a <strong>de</strong>senvolverem-se a partir <strong>de</strong> finos agregados <strong>de</strong> sericite;<br />

- palhetas intersticiais na matriz e sublinhando planos <strong>de</strong> cisalhamento<br />

(Estampa I, fotografia 2 e Estampa II, fotografia 1).<br />

De acordo com os critérios <strong>de</strong>finidos por MILLER et ai. (1981) a moscovite I<br />

apresenta as características <strong>de</strong> moscovite primária (P) enquanto a moscovite II<br />

correspon<strong>de</strong> à caracterização <strong>da</strong> moscovite secundária (S).<br />

19


A relativa abundância <strong>de</strong> moscovite assim como a presença <strong>de</strong> silimanite são<br />

importantes indicadores mineralógicos do carácter peraluminoso dos granitos em<br />

estudo.<br />

11.1.1 - GRANITOS DE GRÃO FINO DE SÁMÃO, G'f<br />

Trata-se <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> grão fino exibindo textura equigranular e raros<br />

megacristais <strong>de</strong> feldspato potássico. Exceptuando a fácies com predomínio <strong>de</strong><br />

moscovite ( G'f2) e as amostras moscovitiza<strong>da</strong>s, a outra fácies ( G'f1) é mais<br />

abun<strong>da</strong>nte em biotite do que os grupos G'm e G'g.<br />

Quartzo<br />

Os cristais <strong>de</strong> quartzo manifestam a sua ocorrência sob três formas: cristais<br />

xenomórficos bem <strong>de</strong>senvolvidos com extinção ondulante, corroendo a plagioclase<br />

e a moscovite; pequenos cristais intersticiais, com textura em mosaico, resultantes<br />

<strong>de</strong> fenómenos <strong>de</strong> recristalização; abun<strong>da</strong>ntes inclusões globulares no feldspato<br />

potássico.<br />

Nos grãos mais <strong>de</strong>senvolvidos observam-se inclusões flui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>s<br />

dimensões e inclusões sóli<strong>da</strong>s <strong>de</strong> rútilo e silimanite.<br />

Feldspato potássico<br />

O feldspato potássico ocorre principalmente sob a forma <strong>de</strong> microclina em<br />

cristais xenomórficos na matriz e, mais raramente, como megacristais cujo<br />

comprimento não exce<strong>de</strong> 3 mm, ten<strong>de</strong>ndo para hipidiomórficos levemente pertíticos.<br />

Por vezes observa-se um feldspato opticamente positivo, sem macias em<br />

xadrez, finamente pertítico, apresentando duas níti<strong>da</strong>s direcções <strong>de</strong> clivagem e sem<br />

alteração evi<strong>de</strong>nte. Trata-se <strong>de</strong> um feldspato com características ópticas<br />

semelhantes às <strong>de</strong> um feldspato que NORONHA (1983) <strong>de</strong>signou por "ortóclase<br />

sódica" . Análises à microsson<strong>da</strong> <strong>de</strong>ste feldspato (vi<strong>de</strong> Cap.lll, quadro 111.15)<br />

revelaram uma composição que não sendo anormalmente rica em sódio é <strong>da</strong><br />

mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za do teor encontrado nos feldspatos potássicos <strong>de</strong><br />

amostras mais albitiza<strong>da</strong>s. A microclina exibe um típico e intenso padrão <strong>de</strong><br />

extinção em xadrez <strong>de</strong>vido à associação <strong>da</strong>s macias <strong>de</strong> acordo com as leis <strong>da</strong><br />

periclina e <strong>da</strong> albite, associado por sua vez à macia <strong>de</strong> Carlsbad. As inclusões<br />

consistem principalmente em plagioclase (<strong>de</strong> composição An3 - An5 à microsson<strong>da</strong>)<br />

a qual por vezes atravessa o plano <strong>de</strong> macia <strong>de</strong> Carlsbad, biotite ( por vezes<br />

20


cloritiza<strong>da</strong>) e quartzo globular. Uma leve caulinização afecta alguns grãos<br />

indistintamente na matriz e nos megacristais.<br />

Plaqioclase<br />

A plagioclase ocorre principalmente na matriz e em escassos megacristais<br />

hipidiomórficos a xenomórficos, sendo quase tão abun<strong>da</strong>nte quanto o feldspato<br />

potássico. Dados <strong>da</strong> microsson<strong>da</strong> apontam para uma composição essencialmente<br />

albítica, An1 a An10, sendo os valores mais elevados <strong>da</strong> molécula anortítica<br />

observados nos cristais <strong>de</strong> maiores dimensões. O zonamento é fraco, mas sempre<br />

que ocorre é realçado por uma sericitização mais intensa do núcleo. A geminação<br />

polissintética <strong>de</strong> acordo com a lei <strong>da</strong> albite apresenta por vezes um padrão<br />

reticulado , provavelmente consequência <strong>da</strong> <strong>de</strong>formação. É frequente a macia <strong>de</strong><br />

Carlsbad. As inclusões são pouco abun<strong>da</strong>ntes, consistindo sobretudo em quartzo e<br />

alguma biotite. São observados raros aspectos <strong>de</strong> mirmequite, preferencialmente<br />

em áreas próximas do contacto com o feldspato potássico. A sericitização no núcleo<br />

dos grãos e a moscovitização ao longo dos planos <strong>de</strong> clivagem constituem o<br />

principal processo <strong>de</strong> alteração. Alguns grãos encontram-se <strong>de</strong>formados.<br />

Uma geração <strong>de</strong> albite (An1-An2) <strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>s dimensões e em cristais não<br />

alterados ocorre intersticialmente na matriz.<br />

Biotite<br />

A biotite apresenta-se em grãos xenomórficos a hipidiomórficos, usualmente<br />

<strong>de</strong> côr castanha, com pleocroismo variando entre X = amarelo-palha a Z,Y=<br />

castanho avermelhado. Contém abun<strong>da</strong>ntes inclusões <strong>de</strong> zircão e apatite. Os<br />

principais fenómenos <strong>de</strong> alteração são a <strong>de</strong>scoloração para mica branca<br />

(moscovite) e a cloritização associa<strong>da</strong> à exsu<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> agulhas <strong>de</strong> rútilo e, mais<br />

raramente, à presença <strong>de</strong> minerais opacos. Alguns cristais encontram-se<br />

<strong>de</strong>formados, apresentando as clivagens encurva<strong>da</strong>s.<br />

Moscovite<br />

Duas gerações <strong>de</strong> moscovite, I e II, po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s:<br />

A moscovite I apresenta a forma <strong>de</strong> grãos hipidiomórficos relativamente bem<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, por vezes paralelamente ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> biotite, com uma<br />

repartição homogénea na matriz, contendo esporadicamente inclusões <strong>de</strong> biotite e<br />

zircão. Frequentemente encontram-se orientados e ligeiramente <strong>de</strong>formados.<br />

21


A moscovite II manifesta-se sob diversos aspectos:<br />

- grãos subeuédricos contendo vestígios <strong>de</strong> biotite com contornos difusos, que<br />

estão a ser substituí<strong>da</strong>s ao longo dos planos <strong>de</strong> clivagem pela mica branca;<br />

- associações simplectíticas com o quartzo (ro<strong>de</strong>ando por vezes a moscovite I)<br />

sendo corroí<strong>da</strong> pelo quartzo quer na bor<strong>da</strong>dura, tornando-se quase xenomórfica,<br />

quer no seu interior;<br />

- finas palhetas substituindo a plagioclase ao longo dos seus planos <strong>de</strong><br />

clivagem e pequenos grãos a <strong>de</strong>senvolverem-se a partir <strong>de</strong> finos agregados <strong>de</strong><br />

sericite;<br />

- palhetas intersticiais na matriz ou sublinhando planos <strong>de</strong> cisalhamento.<br />

São frequentes as inclusões <strong>de</strong> quartzo e silimanite.<br />

De acordo com os critérios <strong>de</strong> MILLER et ai. (1981), a moscovite I apresenta<br />

as características <strong>de</strong> moscovite primária enquanto a moscovite II correspon<strong>de</strong> à<br />

caracterização <strong>de</strong> moscovite secundária.<br />

Na fácies com predomínio <strong>de</strong> moscovite ( G'f2) é <strong>de</strong> realçar a menor<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> biotite e, em contraparti<strong>da</strong>, abun<strong>da</strong>ntes palhetas <strong>de</strong><br />

moscovite hipidiomórfica <strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>s dimensões. O quartzo é xenomórfico e muito<br />

abun<strong>da</strong>nte, com extinção fortemente ondulante, ocorrendo também finamente<br />

recristalizado e como inclusões globulares na microclina.<br />

Minerais acessórios<br />

Como minerais acessórios ocorrem em maior abundância a apatite e o zircão,<br />

gerando intensos halos pleocróicos, associados à biotite quer como inclusões quer<br />

na bor<strong>da</strong>dura dos grãos. É importante nesta fácies a presença <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong><br />

monazite e anatase. Ocorrem também agulhas <strong>de</strong> silimanite e <strong>de</strong> rútilo no quartzo e<br />

grãos dispersos <strong>de</strong> ilmenite.<br />

Observa-se alguma clorite resultante <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> biotite.<br />

11.1.2 - GRANITOS DE GRÃO MÉDIO DA CABREIRA, G"m<br />

O tipo G'm engloba as fácies <strong>de</strong> grão médio e <strong>de</strong> grão médio com predomínio<br />

<strong>de</strong> moscovite. Caracteriza-se por uma granulometria homogénea, embora<br />

apresente pontualmente cristais mais <strong>de</strong>senvolvidos <strong>de</strong> feldspato potássico e <strong>de</strong><br />

plagioclase.<br />

22


Quartzo<br />

O quartzo é xenomórfico ocorrendo em grãos <strong>de</strong> dimensões médias com<br />

extinção ondulante, assim como em pequenos grãos intersticiais com textura em<br />

mosaico e, muito raramente, como inclusões globulares no feldspato potássico.<br />

Contém abun<strong>da</strong>ntes inclusões flui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>s dimensões e raras inclusões <strong>de</strong><br />

silimanite.<br />

Feldspato potássico<br />

A microclina é o feldspato mais abun<strong>da</strong>nte e ocorre como cristais intersticiais<br />

na matriz e, mais raramente, como megacristais. Os grãos são hipidiomórficos e<br />

exibem a típica geminação em xadrez. Contudo, observaram-se dois tipos <strong>de</strong><br />

reticulado: nos grãos mais pertíticos o reticulado é <strong>de</strong>nso e fechado enquanto que<br />

nos grãos levemente pertíticos ou <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> pertites o reticulado é losângico e<br />

mais aberto. Apresentam-se nalguns casos caulinizados. As inclusões consistem<br />

em plagioclase sericitiza<strong>da</strong> nas zonas mais internas, quartzo globular e biotite<br />

(eventualmente cloritiza<strong>da</strong>). Por vezes verifica-se a ausência <strong>de</strong> macias em xadrez<br />

em áreas restritas <strong>de</strong> alguns grãos, sugerindo vestígios <strong>de</strong> uma ortóclase anterior<br />

que sofreu uma microclinização. Os limites entre a microclina e a plagioclase são<br />

<strong>complexo</strong>s, tornando difícil o estabelecimento <strong>de</strong> relações texturais entre si, ora<br />

parecendo que a plagioclase está a invadir o feldspato potássico, ora vice-versa. Os<br />

esparsos megacristais são na maioria pertíticos, notando-se nas pertites um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> macias segundo a lei <strong>da</strong> albite, o que po<strong>de</strong>rá indicar um<br />

processo mais tardio <strong>de</strong> albitização <strong>da</strong> microclina.<br />

Plagioclase<br />

A plagioclase surge com aspectos distintos, <strong>de</strong> acordo com diferentes<br />

gerações: como raros megacristais por vezes <strong>de</strong>formados e exibindo alguma<br />

moscovitização marcando os planos <strong>de</strong> clivagem e acompanhando paralelamente a<br />

direcção do plano <strong>de</strong> macia; em grãos hipidiomórficos <strong>de</strong> albite <strong>de</strong> composição An1-<br />

An6 parcialmente sericitizados e moscovitizados nas amostras mais afecta<strong>da</strong>s pela<br />

alteração <strong>de</strong>utérica; como pertites, inclusões na microclina ou em cristais<br />

intersticiais <strong>de</strong> albite não altera<strong>da</strong> (An1-An2). Muitas <strong>da</strong>s inclusões na microclina<br />

encontram-se mais sericitiza<strong>da</strong>s no núcleo, não constituindo no entanto um franco<br />

zonamento. Observou-se mirmequite muito fina insinuando-se em gomos num ou<br />

noutro grão.<br />

23


Biotite<br />

A biotite é xenomórfica a hipidiomórfica, ocorrendo quase essencialmente sob<br />

a forma <strong>de</strong> biotite castanha com pleocroísmo variando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> X=amarelo palha a<br />

Z,Y=castanho avermelhado. As inclusões são numerosas e quase exclusivamente<br />

<strong>de</strong> zircão com halos pleocróicos. Por vezes observa-se apatite. Os processos <strong>de</strong><br />

alteração afectaram a biotite quer em termos <strong>de</strong> cloritização, mais apreciável nos<br />

grãos associados à moscovite, quer <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoloração com transformação em<br />

moscovite. Alguns grãos apresentam-se <strong>de</strong>formados.<br />

Moscovite<br />

À semelhança dos outros grupos, a moscovite é amplamente mais abun<strong>da</strong>nte<br />

do que a biotite. Apresenta-se sob diversas formas <strong>de</strong>nunciando várias gerações:<br />

- em gran<strong>de</strong>s folhas hipidiomórficas<br />

- em palhetas bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s ro<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s por vezes <strong>de</strong> orlas simplectíticas;<br />

- em pequenos cristais ocupando os planos <strong>de</strong> clivagem <strong>da</strong> plagioclase (e,<br />

mais raramente, do feldspato potássico);<br />

- resultando <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> biotite que se apresenta com o aspecto <strong>de</strong><br />

manchas <strong>de</strong> contactos difusos no interior <strong>da</strong> moscovite.<br />

As inclusões são raras, consistindo em pequenos grãos <strong>de</strong> plagioclase,<br />

silimanite, biotite e por vezes apatite.Tal como a biotite, alguns grãos encontram-se<br />

levemente <strong>de</strong>formados.<br />

A fácies G'm2 é particularmente mais enriqueci<strong>da</strong> em moscovite,<br />

nomea<strong>da</strong>mente em moscovite I, encontrando-se nesta fácies as amostras mais<br />

evoluí<strong>da</strong>s do grupo <strong>de</strong> grão médio, isto é, com menor presença <strong>de</strong> biotite.<br />

Minerais acessórios<br />

Zircão abun<strong>da</strong>nte secun<strong>da</strong>do por apatite, turmalina, silimanite, rútilo, ilmenite<br />

e rara an<strong>da</strong>luzite constituem as fases acessórias <strong>de</strong>ste grupo.<br />

Como minerais acessórios <strong>de</strong> alteração observam-se opacos associados à<br />

cloritização <strong>da</strong> biotite.<br />

24


11.1.3 - GRANITOS DE GRÃO GROSSEIRO DE ABADIM, G'g<br />

É neste grupo que se incluem as fácies <strong>de</strong> grão grosseiro, grosseiro a médio e<br />

porfirói<strong>de</strong>. Far-se-á uma caracterização petrográfica global, realçando os aspectos<br />

que numa <strong>da</strong><strong>da</strong> fácies a permitam distinguir <strong>da</strong>s outras.<br />

Quartzo<br />

O quartzo é mais abun<strong>da</strong>nte do que nos grupos prece<strong>de</strong>ntes, tendo-se<br />

reconhecido três gerações: quartzo xenomórfico e com extinção francamente<br />

ondulante, pequenos grãos em mosaico resultantes <strong>de</strong> fenómenos <strong>de</strong><br />

recristalização e inclusões globulares no feldspato potássico apresentando extinção<br />

ondulante menos intensa. Os cristais xenomórficos <strong>da</strong> matriz são mais<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, contendo inclusões flui<strong>da</strong>s e inclusões sóli<strong>da</strong>s quase exclusivamente<br />

<strong>de</strong> agulhas <strong>de</strong> silimanite. Por vezes assiste-se a uma maior granulação do quartzo<br />

em consequência <strong>da</strong> <strong>de</strong>formação, mais frequente na fácies <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Feldspato potássico<br />

Ocorre como cristais hipidiomórficos bem <strong>de</strong>senvolvidos e como grãos<br />

intersticiais na matriz. É na maioria microclina , tendo também sido observa<strong>da</strong><br />

alguma ortóclase assim como raros cristais <strong>de</strong> um feldspato <strong>de</strong> sinal óptico positivo.<br />

Na fácies porfirói<strong>de</strong> a microclina dos megacristais é fortemente pertítica, estando as<br />

pertites <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s a ponto <strong>de</strong> se observar a geminação segundo a lei <strong>da</strong> albite.<br />

Exibe frequentemente a macia <strong>de</strong> Carlsbad simultaneamente com a típica<br />

geminação em xadrez. Os grãos <strong>da</strong> matriz são menos pertíticos mas a geminação<br />

em xadrez é mais acentua<strong>da</strong> do que nos megacristais.<br />

As inclusões ocorrem nos megacristais e são <strong>de</strong> plagioclase <strong>de</strong> composição<br />

An3-An4, por vezes sericitiza<strong>da</strong>, assim como biotite (por vezes cloritiza<strong>da</strong>),<br />

moscovite e quartzo globular. Alguns megacristais <strong>de</strong> microclina apresentam-se<br />

caulinizados e em certas amostras é evi<strong>de</strong>nte uma albitização através do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pertites.<br />

Plagioclase<br />

A plagioclase consiste em megacristais <strong>de</strong> oligoclase-albite (An2-An12),<br />

embora <strong>de</strong> dimensões inferiores às do feldspato potássico, assim como em grãos<br />

equigranulares na matriz . Uma albite tardia intersticial <strong>de</strong> composição (An0-An1)<br />

ocorre também neste tipo . A forma é geralmente hipidiomórfica e estão presentes<br />

25


as macias segundo a lei <strong>da</strong> albite e <strong>de</strong> Carlsbad. A biotite e a silimanite são as<br />

inclusões mais comuns. Neste tipo <strong>de</strong> granitos foi observa<strong>da</strong> mirmequite em várias<br />

amostras. Nas amostras mais altera<strong>da</strong>s os megacristais estão mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>mente<br />

sericitizados e a serem substituídos por moscovite II ao longo dos planos <strong>de</strong><br />

clivagem.<br />

Biotite<br />

A biotite apresenta-se em grãos xeno- a hipidiomórficos com pleocroismo <strong>de</strong><br />

X=amarelo palha a Z,Y=castanho avermelhado intenso. Inclusões <strong>de</strong> zircão e<br />

apatite estão sempre presentes. Aspectos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação estão patentes em alguns<br />

grãos, assim como fenómenos <strong>de</strong> alteração envolvendo a <strong>de</strong>scoloração para<br />

moscovite e a cloritização.<br />

Nas amostras mais afecta<strong>da</strong>s pela moscovitização a biotite apresenta<br />

contornos corroídos pela moscovite, sendo progressivamente substituí<strong>da</strong> ao longo<br />

dos planos <strong>de</strong> clivagem. As inclusões <strong>de</strong> zircão são <strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>s dimensões, mas<br />

muito abun<strong>da</strong>ntes e com intensos halos pleocróicos.<br />

Moscovite<br />

A moscovite ocorre sob várias formas:<br />

- em placas hipidiomórficas bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s;<br />

- <strong>de</strong>senvolvendo-se em finas palhetas agrega<strong>da</strong>s nas extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos grãos<br />

hipidiomórficos;<br />

- em massas intersticiais <strong>de</strong> aspecto fibroso;<br />

- ao longo dos planos <strong>de</strong> clivagem <strong>da</strong> plagioclase e em associações<br />

simplectícas com o quartzo;<br />

- como resultado <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> biotite que por sua vez apresenta contactos<br />

difusos com a moscovite hospe<strong>de</strong>ira.<br />

Contém inclusões <strong>de</strong> apatite e zircão, assim como silimanite cujos <strong>de</strong>nsos<br />

agregados fibrososo parecem estar a transformar-se em mais uma forma <strong>de</strong><br />

moscovite II.<br />

No granito porfirói<strong>de</strong> alguns grãos hipidiomórficos <strong>de</strong> moscovite I contêm<br />

inclusões <strong>de</strong> biotite e estão a ser levemente corroídos pelo quartzo.<br />

26


Minerais acessórios<br />

Zircão, apatite e silimanite são os minerais acessórios mais abun<strong>da</strong>ntes,<br />

seguindo-se a turmalina e alguma ilmenite.<br />

No quadro 11.1 resumem-se as principais características petrográficas dos três<br />

gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

No quadro II.2 encontram-se os <strong>da</strong>dos relativos à norma ajusta<strong>da</strong> à<br />

composição química real real dos minerais <strong>de</strong> amostras selecciona<strong>da</strong>s. Em ca<strong>da</strong><br />

grupo seleccionou-se a amostra menos altera<strong>da</strong> e menos evoluí<strong>da</strong>, segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma<br />

amostra mais evoluí<strong>da</strong> e <strong>de</strong> amostras mais altera<strong>da</strong>s <strong>de</strong>utericamente. Optou-se por<br />

efectuar o cálculo <strong>da</strong> composição normativa (ajusta<strong>da</strong>) em vez <strong>da</strong> análise mo<strong>da</strong>l por<br />

aquela se a figurar mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> geológica e mineralógica, isto é:<br />

granitos mais ou menos orientados, com variações na granulometria e importantes<br />

alterações <strong>de</strong>utéricas quase sempre presentes.<br />

As percentagens dos minerais foram obti<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> um cálculo normativo<br />

utilizando a composição <strong>da</strong> rocha total (elementos maiores) e a composição dos<br />

minerais essenciais (elementos maiores <strong>de</strong>terminados à microsson<strong>da</strong>). Um exemplo<br />

<strong>de</strong>ste cálculo encontra-se ilustrado em anexo (Anexo I).<br />

27


Quadro 11.1 ­ Principais características petrográficas dos granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Tipo <strong>de</strong> granito<br />

Textura<br />

Minerais<br />

Essenciais<br />

Quartzo<br />

G'f<br />

Granito<br />

mo6cov(tico­<br />

biotílico<br />

Hipidiomórfica granular<br />

Grão fino: 0.6­1,0 mm<br />

­ Cristais xenomórficos<br />

­ Grãos recristalizados<br />

­ Grãos globulares no feldsp­K.<br />

­ Extinção ondulante<br />

­ Inclusões flui<strong>da</strong>s, inclusões<br />

sóli<strong>da</strong>s <strong>de</strong> rútilo e silimanite<br />

G'm<br />

Granito<br />

moscovlticobiotftico<br />

Hipidiomórfica granular<br />

Grão médio: 2,0­4,0 mm<br />

­ Cristais xenomórficos<br />

­ Grãos recristalizados<br />

­ Extinção ondulante<br />

­ Inclusões flui<strong>da</strong>s e raras<br />

inclusões sóli<strong>da</strong>s <strong>de</strong> silimanite<br />

G'g<br />

Granito<br />

mo6covfticobiotltico<br />

Hipidiomórfica granular<br />

Grão grosseiro: 5,0­7,0 mm<br />

­ Cristais xenomórficos<br />

­ Grãos recristalizados<br />

­ Grão globulares no feldsp­K<br />

­ Extinção ondulante<br />

­ Inclusões flui<strong>da</strong>s e inclusões<br />

sóli<strong>da</strong>s <strong>de</strong> silimanite<br />

%(•) 34,0 ­ 34,6 32,3 ­ 34,8 36,3 ­ 36,4<br />

Feldsp. potássico<br />

­ Microclina<br />

­ Cristais xenomórficos<br />

­ Escassos megacristais <strong>de</strong><br />

tendência hipidiomórfica e<br />

levemente pertfticos<br />

­ Inclusões <strong>de</strong> plagioclase (An3­<br />

An5), <strong>de</strong> quartzo globular e <strong>de</strong><br />

biotite<br />

­ Microclina<br />

­ Cristais hipidiomóríicos na<br />

matriz e raros megacristais<br />

­ Dois tipos <strong>de</strong> reticulado <strong>de</strong>vido<br />

à geminação: cerrado nos grãos<br />

mais pertfticos e aberto nos<br />

<strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> pertites<br />

­ Inclusões sobretudo <strong>de</strong><br />

plagioclase sericitiza<strong>da</strong><br />

­ Microclina<br />

­ Rara ortóclase<br />

­ Cristais hipidiomórficos <strong>de</strong><br />

microclina bem <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

fortemente pertfticos<br />

­ Megacristais <strong>da</strong>s fácies <strong>de</strong><br />

tendência porfiroi<strong>de</strong> com inclusões<br />

<strong>de</strong> plagioclase (An3­An4), alguma<br />

biotite, moscovite e quartzo<br />

globular<br />

%C) 19,0­ 19,3 19,1 ­ 19,7 16,4­ 17.4<br />

Plagioclase<br />

■ Grãos hipidio­ a xenomórficos<br />

• Albite <strong>da</strong> matriz (An1 ­ AnIO)<br />

­ Rara mirmequite<br />

­ Zonamento fraco a ausente<br />

­ Grãos hipidiomórficos<br />

­ Abite <strong>da</strong> matriz (An1 ­<br />

An6)<br />

­ Pertites (An1­An3)<br />

­ Rara mirmequite, muito<br />

ténue<br />

­ Grãos hipidiomórficos<br />

­ Megacristais e matriz (An2 ­<br />

An12)<br />

­ Pertites (An2 ­ An3)<br />

­ Inclusões <strong>de</strong> biotite e silimanite<br />

­ Mirmequite<br />

%C> 24,3 ­ 24,6 27,9­ 29,2 26,8 ­ 27.4<br />

28


Quadro 11.1 - (Continuação).<br />

Biotite<br />

- Grãos xeno- a hipidiomórficos<br />

- Côr castanha avermelha<strong>da</strong><br />

- Abun<strong>da</strong>ntes inclusões <strong>de</strong> zircão<br />

e apatite<br />

- Alguma <strong>de</strong>formação, mais<br />

notória nas secções longitudinais<br />

- Grãos xeno- a hipidiomórficos<br />

- Côr castanha avermelha<strong>da</strong><br />

- Inclusões <strong>de</strong> zircão e <strong>de</strong> rara<br />

apatite<br />

- Alguns grãos <strong>de</strong>formados<br />

- Grãos xeno- a hipidiomórficos<br />

- Côr castanha avermelha<strong>da</strong><br />

intensa<br />

• Abun<strong>da</strong>ntes inclusões <strong>de</strong> zircão<br />

<strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>s dimensões e <strong>de</strong><br />

apatite<br />

- Alguns grão6 <strong>de</strong>formados<br />

%C) 2.9 - 4.6 2.3-4,1 2,6-4,2<br />

Moscovite<br />

- Grãos hipidiomórficos<br />

- Relativamente bem<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, por vezes<br />

paralelamente aos grãos <strong>de</strong><br />

biotite<br />

- Inclusões <strong>de</strong> quartzo e<br />

silimanite<br />

- Levemente <strong>de</strong>forma<strong>da</strong><br />

- Grãos hipidiomórficos<br />

- Bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>, por<br />

vezes paralelamente aos<br />

grãos <strong>de</strong> biotite<br />

- Raras inclusões <strong>de</strong><br />

plagioclase. silimanite. biotite<br />

e apatite<br />

- Levemente <strong>de</strong>forma<strong>da</strong><br />

- Grãos hipidiomórficos<br />

- Bem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>,<br />

paralelamente aos grãos <strong>de</strong><br />

biotite<br />

- Inclusões <strong>de</strong> apatite, zircão,<br />

silimanite e por veze6 <strong>de</strong> biotite<br />

- Levemente <strong>de</strong>forma<strong>da</strong><br />

%C) 16,5 - 17,7 14,6- 15,9 16.4- 17,1<br />

Minerais<br />

Acessórios<br />

Feldsp.K/Plag.<br />

Alterações tardi- a pósmagmáticas<br />

- Zircão (sobretudo incluso na<br />

biotite)<br />

- Apatite (como inclusão na<br />

biotite e na matriz)<br />

- Monazite<br />

- Anatase<br />

- Silimanite<br />

- Agulhas <strong>de</strong> rútilo<br />

- Ilmenite<br />

0,78 - 0,79<br />

- Zircão ( como inclusão na<br />

biotite)<br />

- Apatite (sobretudo na<br />

bor<strong>da</strong>dura <strong>da</strong> biotite e<br />

dispersa na matriz)<br />

- Silimanite<br />

- Agulhas <strong>de</strong> njtilo<br />

- Ilmenite<br />

- Turmalina<br />

- Rara an<strong>da</strong>luzite<br />

0,67 - 0,68<br />

- Zircão ( como inclusão na<br />

biotite)<br />

Comuns aos três grupos <strong>de</strong> granitos:<br />

- Apatite (inclusa na biotite)<br />

- Silimanite<br />

- Turmalina<br />

- Ilmenite<br />

0,63 - 0.64<br />

MQSCOjíilizflçia: <strong>da</strong> plagioclase. <strong>da</strong> biotite, moscovite II intersticial, associações simplectíticas<br />

AJbJliiaçãQ: do feldspato potássico, albite intersticial (AnO - An 2)<br />

Leve caulinização do feldspato potássico<br />

Alguma cloritização <strong>da</strong> biotite<br />

(•) Percentagens dos minerais com base num cálculo normativo utilzando a composição (em termos <strong>de</strong> elementos maiores) <strong>da</strong>s rochas<br />

e dos minerais essenciais<br />

29


Quadro 11.2 - Norma ajusta<strong>da</strong> à composição real dos minerais <strong>de</strong> amostras representativas <strong>da</strong>s<br />

fácies menos e mais altera<strong>da</strong>s dos três grupos <strong>de</strong> rochas graníticas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> <strong>basto</strong>.<br />

2 113 16* 77** 79 104 73* 9** 34 65 62* 41**<br />

%<br />

Qz<br />

FK<br />

Plag<br />

Biot<br />

M080<br />

llmen<br />

34.0<br />

19.0<br />

24.3<br />

4.6<br />

17.7<br />

0.4<br />

36.6<br />

19.3<br />

24.5<br />

2.9<br />

16.5<br />

0.2<br />

36.6<br />

2V.8<br />

19.0<br />

1.5<br />

20.3<br />

0.8<br />

33.3<br />

18.7<br />

31.0<br />

3.4<br />

13.6<br />

-<br />

32.3<br />

19.7<br />

29.2<br />

4.1<br />

14.6<br />

0.1<br />

34.8<br />

19.1<br />

27.9<br />

2.3<br />

15.9<br />

-<br />

37.3<br />

17.8<br />

24.8<br />

2.1<br />

18.0<br />

-<br />

37.2<br />

16.4<br />

27.2<br />

3.4<br />

15.7<br />

0.1<br />

36.4<br />

16.4<br />

25.8<br />

4.2<br />

17.1<br />

0.1<br />

36.3<br />

17.4<br />

27.4<br />

2.5<br />

16.4<br />

-<br />

35.6<br />

19.1<br />

20.8<br />

5.1<br />

19.3<br />

0.1<br />

34.1<br />

18.0<br />

31.5<br />

2.2<br />

14.1<br />

0.1<br />

FK/PI 0.78 0.79 1.15 0.60 0.67 0.68 0.72 0.60 0.64 0.63 0.92 0.57<br />

* Amostras moscovitiza<strong>da</strong>s<br />

** Amostras albitiza<strong>da</strong>s<br />

O carácter muito evoluído <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as fácies dos grupos em estudo, traduzido<br />

pelo empobrecimento relativo <strong>de</strong> biotite e pela abundância generaliza<strong>da</strong> em<br />

moscovite, permite associar estes granitos aos leucogranitos <strong>de</strong> duas micas.<br />

Em consequência do estado <strong>de</strong> evolução dos três grupos as suas<br />

características petrográficas são bastante semelhantes. Contudo, ao nível <strong>da</strong>s<br />

amostras em que são menos evi<strong>de</strong>ntes as acções dos processos <strong>de</strong> alteração<br />

<strong>de</strong>utérica foi possível <strong>de</strong>tectar diferenças importantes na variação <strong>da</strong>s proporções<br />

relativas entre o feldspato potássico e a plagioclase, permitindo uma melhor<br />

individualização e caracterização <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo, como se po<strong>de</strong> confirmar pela<br />

observação dos <strong>da</strong>dos do quadro II.2. Essa razão é em média claramente superior<br />

no grupo <strong>de</strong> gão fino (0.78 - 0.79), diminuindo ligeiramente do tipo <strong>de</strong> grão médio<br />

para o <strong>de</strong> grão grosseiro (0.67 - 0.68 e 0.63 - 0.64, respectivamente).<br />

11.2 - SEQUÊNCIA DA CRISTALIZAÇÃO<br />

A cronologia <strong>da</strong> cristalização <strong>da</strong>s diferentes fases minerais <strong>de</strong> natureza<br />

magmática primária seria aparentemente simples <strong>de</strong> estabelecer, <strong>da</strong>do o seu<br />

número relativamente reduzido. Contudo, a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos fenómenos <strong>de</strong><br />

alteração tardi- a pós-magmáticos que afectaram todo o maciço não só mascararam<br />

as relações texturais primárias como tornaram difícil a discriminação sequencial dos<br />

próprios fenómenos. Assim, propõe-se uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> cristalização e <strong>de</strong><br />

aparecimento <strong>da</strong>s principais fases minerais que po<strong>de</strong>r-se-á aplicar na generali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

aos três gran<strong>de</strong>s grupos:<br />

30


-zircão e monazite (como inclusão na biotite), ilmenite<br />

-biotite e apatite (quer como inclusão na biotite quer exterior)<br />

-moscovite hipidiomórfica I, em crescimento paralelo com a biotite e em grãos<br />

isolados<br />

-quartzo globular como inclusão na plagioclase I e no feldspato potássico<br />

-plagioclase I, quer em megacristais nas fácies porfirói<strong>de</strong>s, quer como inclusão<br />

no feldspato potássico<br />

-ortóclase<br />

-microclina, frequentemente pertítica nos megacristais<br />

No quadro 11.3 propõe-se uma or<strong>de</strong>m e tempo relativo <strong>de</strong> cristalização dos<br />

minerais primários, sendo no entanto difícil <strong>de</strong>limitar a extensão dos minerais que<br />

sofreram posteriores recristalizações e alterações <strong>de</strong>utéricas (e.g., quartzo,<br />

plagioclase, moscovite).<br />

Quadro 11.3 - Possível or<strong>de</strong>m e tempo relativo <strong>de</strong> cristalização dos minerais essenciais e<br />

acessórios primários dos granitos em estudo.<br />

Minerais:<br />

Acessórios<br />

(Zlrcío, ApMlte. Monailte)<br />

Biotite<br />

Plagioclase<br />

Feldspato potássico<br />

Quartzo<br />

Moscovite<br />

Tempo <strong>de</strong> cristalização<br />

11.3 - IMPORTÂNCIA PETROGENÉTICA DAS PERTHES E<br />

MIRMEQUITES<br />

11.3.1-PERTITES<br />

Em to<strong>da</strong>s as fácies estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s se observaram pertites com aspectos variados,<br />

inclusivamente numa mesma fácies. As pertites ocorrem quase exclusivamente nos<br />

megacristais <strong>de</strong> microclina tendo sido anotados os seguintes sistemas <strong>de</strong> pertites<br />

31


-em vénulas muito finas e lamelas acompanhando os planos <strong>da</strong>s macias em<br />

xadrez;<br />

-em manchas coalescentes, já um pouco sericitiza<strong>da</strong>s , sendo o único caso nas<br />

amostras estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s em que parecem anteriores à microclina;<br />

-manchas coalescentes não altera<strong>da</strong>s;<br />

-prenchendo o plano <strong>de</strong> macia <strong>de</strong> Carlsbad e atravessando-o;<br />

-em pequenos grãos orientados paralelamente ao plano <strong>da</strong> macia <strong>de</strong> Carlsbad.<br />

Várias hipóteses têm sido sugeri<strong>da</strong>s para a origem <strong>da</strong>s pertites sendo as mais<br />

invoca<strong>da</strong>s as seguintes (DEER et ai., 1976):<br />

- imiscibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um feldspato alcalino originalmente homogéneo;<br />

- cristalização simultânea <strong>de</strong> um feldspato rico em potássio e <strong>de</strong> um rico em<br />

sódio;<br />

- substituição <strong>de</strong> um feldspato potássico por um sódico.<br />

AUGUSTITIS (1985) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> pertites por<br />

substituição metassomática do feldspato potássico, por vezes associa<strong>da</strong> a<br />

mecanismos <strong>de</strong> microfracturação.<br />

Segundo DEER et ai. (1976) a imiscibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> um feldspato alcalino<br />

inicialmente homogéneo sujeito a um lento arrefecimento posterior <strong>da</strong>ndo origem a<br />

finas pertites tem sido observa<strong>da</strong> com frequência em laboratório, enquanto que a<br />

cristalização simultânea <strong>de</strong> um feldspato rico em sódio e outro rico em potássio<br />

parece ser menos provável. Por outro lado, tem-se recorrido a um processo por<br />

metassomatismo <strong>de</strong> sódio para explicar a ocorrência simultânea <strong>de</strong> diversos<br />

aspectos <strong>de</strong> pertites em pegmatitos.<br />

Os aspectos <strong>de</strong> pertites <strong>de</strong>scritos nas amostras dos granitos em estudo levam<br />

a admitir um processo inicial por imiscibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>ndo lugar a finas vénulas albíticas<br />

no seio <strong>da</strong> microclina, as quais ter-se-ão posteriormente <strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>vido a um<br />

enriquecimento metassomático em consequência dos fenómenos <strong>de</strong> albitização. O<br />

facto <strong>de</strong> os granitos <strong>da</strong> área em estudo apresentarem características <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação permite invocar o papel <strong>de</strong> alguma microfracturação que po<strong>de</strong>rá ter<br />

facilitado a circulação <strong>de</strong> fluidos ricos em sódio, contribuindo para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento secundário <strong>da</strong>s pertites.<br />

32


11.3.2 - MIRMEQUITES<br />

Nos granitos estu<strong>da</strong>dos as mirmequites ocorrem sempre numa plagioclase com<br />

pouca ou nenhuma alteração, exibindo finas macias segundo a lei <strong>da</strong> albite, com<br />

extinção ondulante como consequência <strong>da</strong> <strong>de</strong>formação, em contacto irregular e<br />

curvilíneo com o feldspato potássico, e, na maioria dos casos, em amostras mais<br />

moscovitiza<strong>da</strong>s (Estampa IV, fotografia 1).<br />

Apesar <strong>de</strong> a ocorrência <strong>de</strong> mirmequites ser pouco frequente, a sua observação<br />

em amostras dos três grupos suscitou uma breve abor<strong>da</strong>gem a propósito <strong>da</strong> sua<br />

formação. Tal como no caso <strong>da</strong>s pertites, várias têm sido as hipóteses propostas<br />

para a sua origem:<br />

-cristalização simultânea <strong>de</strong> plagioclase e quartzo directamente do magma;<br />

-exsolução <strong>de</strong> mirmequite a partir <strong>de</strong> um feldspato potássico a eleva<strong>da</strong><br />

temperatura.<br />

-blastese <strong>da</strong> plagioclase em torno <strong>de</strong> quartzo residual recristalizado;<br />

-substituição do feldspato potássico pela plagioclase;<br />

-substituição <strong>da</strong> plagioclase pelo feldspato potássico;<br />

-substituição <strong>da</strong> plagioclase pelo quartzo;<br />

Para BECKE (1908) e BARKER (1970) as mirmequites seriam o resultado<br />

duma alteração sódica e cálcica <strong>da</strong> ortóclase segundo reacções respectivamente do<br />

tipo:<br />

2K Al Si3 08 + Ca 2+ Ca AI2 Si2 08 + 4Si02 + K +<br />

K Al SL 0o + Na+ Na Al SL 0Q + K*<br />

RAZAFIMAHEFA (1987) observou um <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mirmequites em<br />

microfracturas numa fácies muito altera<strong>da</strong> <strong>de</strong> um granito porfirói<strong>de</strong> com biotite do<br />

Maciço Central Francês (biotite cloritiza<strong>da</strong>, moscovite secundária, plagioclases <strong>de</strong><br />

neoformação, provavelmente resultado <strong>da</strong> circulação <strong>de</strong> fluidos carregados <strong>de</strong> iões,<br />

sobretudo Na + e Ca 2+ , libertados <strong>da</strong>s plagioclases sericitiza<strong>da</strong>s) e sugere uma<br />

origem sob o efeito <strong>de</strong> fluidos hidrotermais para este caso particular <strong>de</strong> mirmequite.<br />

COLLINS (1988) preconiza para a formação <strong>da</strong> mirmequite a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma <strong>de</strong>formação cataclástica prévia <strong>da</strong> plagioclase e sugere uma origem por<br />

33


intercrescimento vermicular <strong>de</strong> quartzo e plagioclase durante a substituição <strong>da</strong><br />

plagioclase pelo feldspato potássico (em termos <strong>de</strong> volume) ao longo <strong>de</strong> um<br />

processo metassomático que <strong>de</strong>signou por diferenciação hidrotermal.<br />

CASTLE & LINDSLEY (1993) apresentam uma discussão <strong>da</strong>s várias hipóteses<br />

mais invoca<strong>da</strong>s para a origem <strong>da</strong> mirmequite. Estes autores <strong>de</strong>finem a mirmequite<br />

como um intercrescimento microscópico entre quartzo vermicular e uma plagioclase<br />

fracamente cálcica (albite-oligoclase) associa<strong>da</strong> e geralmente em contacto com<br />

feldspato potássico. Propõem uma origem por exsolução em condições subsolvus, a<br />

partir <strong>de</strong> um feldspato ternário (<strong>de</strong> composição An, Ca, Or) aberto à entra<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

sílica (proveniente <strong>de</strong> uma fracção <strong>de</strong> líquido silicioso, ou <strong>de</strong> uma matriz quartzosa,<br />

ou <strong>de</strong> um fluido aquoso rico em sílica). Da componente anortítica do feldspato<br />

ternário em contacto com uma fonte <strong>de</strong> sílica resultará feldspato potássico segundo<br />

a reacção:<br />

Ca Al2 Si08 + 4Si02 + 2K + o 2KAISi308 + Ca +<br />

A difusão <strong>de</strong> Al e Si no feldspato ternário inicial é realça<strong>da</strong> pela presença em<br />

excesso <strong>de</strong> sílica. Os iões K + e Ca 2+ difundir-se-ão respectivamente para o exterior<br />

e para o interior <strong>da</strong> parte do cristal que constituirá a plagioclase, resultando um<br />

excesso <strong>de</strong> sílica que se precipitará como quartzo mirmequítico juntamente com a<br />

plagioclase em exsolução.<br />

As relações petrográficas que constituem o contexto no qual as pertites dos<br />

granitos em estudo se inserem são suporta<strong>da</strong>s quer pelas observações <strong>de</strong><br />

RAZAFIMAHEFA (1987) quer <strong>de</strong> CASTLE & LINDSLEY (1993). Assim, sugere-se<br />

uma origem para as mirmequites do presente estudo a partir inicialmente <strong>de</strong> uma<br />

exsolução <strong>da</strong> plagioclase, e uma origem, pelo menos em parte, mais tardia <strong>de</strong>vi<strong>da</strong><br />

ao posterior cataclasamento relacionado com a <strong>de</strong>formação e consequente<br />

circulação <strong>de</strong> fluidos que terá provocado a recristalização <strong>de</strong> albite.<br />

34


11.4 - CARACTERÍSTICAS PETROGRÁFICAS DAS ALTERAÇÕES<br />

TARDI A PÓS-MAGMÁTICAS<br />

11.4.1 - GENERALIDADES<br />

Ao longo do presente capítulo e a par <strong>da</strong> caracterização <strong>da</strong>s fases minerais<br />

primárias têm sido feitas algumas referências a propósito <strong>da</strong> importância dos<br />

fenómenos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>utérica que afectaram as rochas em estudo, tendo-se<br />

observado em to<strong>da</strong>s as fácies importantes recristalizações tardi- a pós-magmáticas.<br />

De entre a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fenómenos <strong>de</strong> alteração que afectaram as rochas<br />

graníticas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto os mais relevantes parecem ser a<br />

moscovitização dos feldspatos e <strong>da</strong> biotite por um lado, e a albitização do feldspato<br />

potássico e <strong>de</strong> uma plagioclase inicial, por outro. No entanto torna-se difícil<br />

distinguir entre os fenómenos tardi- magmáticos e os hidrotermais, ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente<br />

pós-magmáticos, sobretudo em virtu<strong>de</strong> do não conhecimento <strong>da</strong> composição <strong>da</strong>s<br />

fases flui<strong>da</strong>s intervenientes. Em gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> casos os dois fenómenos<br />

suce<strong>de</strong>m-se sem que haja um intervalo entre si, sendo muitas vezes a alteração<br />

<strong>de</strong>utérica precedi<strong>da</strong> <strong>de</strong> importante activi<strong>da</strong><strong>de</strong> tectónica a qual, ao provocar a<br />

fracturação do maciço, cria um sistema <strong>de</strong> circulação hidrotermal.<br />

Estudos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>utérica efectuados por CHAROY (1979) num granito<br />

greisenizado na região <strong>da</strong> Cornualha, consistindo numa exaustiva análise<br />

microscópica, mineralógica e química, conduziram ao estabelecimento <strong>de</strong> uma<br />

cronologia <strong>da</strong> sucessão <strong>da</strong>s paragéneses levando a crêr que a evolução química <strong>da</strong><br />

alteração é sobretudo condiciona<strong>da</strong> pelo comportamento <strong>da</strong> fase feldspática. No<br />

exemplo citado, parece haver em primeiro lugar a <strong>de</strong>struição do feldspato potássico<br />

segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> hidrólise <strong>da</strong> plagioclase segundo a seguinte ca<strong>de</strong>ia ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> reacções,<br />

a qual traduz a evolução em direcção a um greisen:<br />

Feldspato-K + plagioclase o (feldspato-K) + albite + moscovite


11.4.2 ­ COMPLEXO DE CABECEIRAS DE BASTO<br />

No caso do <strong>complexo</strong> granítico <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto os dois principais<br />

fenómenos <strong>de</strong> alteração (moscovitização e albitização) não evi<strong>de</strong>nciam critérios<br />

precisos que permitam o estabelecimento <strong>de</strong> uma cronologia relativa. É apenas<br />

possível proce<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s paragéneses <strong>de</strong> alteração e tentar ilustrar os<br />

respectivos fenómenos.<br />

No quadro 11.4 encontram­se sintetiza<strong>da</strong>s as proporções dos minerais <strong>de</strong><br />

rochas mais sãs <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo e a sua comparação com as fácies moscovitiza<strong>da</strong>s e<br />

albitiza<strong>da</strong>s. As proporções dos minerais foram <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s a partir do cálculo<br />

normativo ajustado à composição real dos minerais.<br />

Quadro 11.4 ­ Comparação entre as composições normativas ajusta<strong>da</strong>s à composição real dos<br />

minerais <strong>da</strong>s amostras menos altera<strong>da</strong>s e <strong>da</strong>s amostras moscovitiza<strong>da</strong>s (Moscovit.) e<br />

albitiza<strong>da</strong>s (Albit.) <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

%Minerais<br />

G ' G'm G'g<br />

Moscov. Albit. Sã Moscov. Albit. Sã Moscov. Albit.<br />

Quartzo 34,0 36,6 36,6 33,3 32,3 • 34,8 37,3 37,2 36,3 ­ 36,4 35,6 34,1<br />

Folds. K 19,0 19,3 21,8 18,7 19,1 ■ 19,7 17,8 16,4 16,4­ 17,4 19,1 18,0<br />

Plagiocl. 24,3 24,5 19,0 31,0 27,9 29,2 24,8 27,2 25,8 ­ 27,4 20,8 31,5<br />

Biotite 2,9 4,6 1,5 3,4 2,3 4,1 2,1 3,4 2,5 ­ 4,2 5,1 2,2<br />

Moscovite 16,5 17,7 20,3 13,6 14,6 15,9 18,0 15,7 16,4­ 17,1 19,3 14,1<br />

FK/PI 0,78 0,79 1,15 0,60 0,67 0,68 0,72 0,60 0,64 0,92 0,57<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grosseiro<br />

11.4.2.1 ­ Moscovitização<br />

A moscovitização dos granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto manifesta­se segundo a ocorrência <strong>de</strong> moscovite secundária <strong>de</strong> que se<br />

recor<strong>da</strong> os principais aspectos:<br />

­ <strong>de</strong>senvolvendo­se ao longo <strong>da</strong>s clivagens <strong>da</strong> plagioclase e em associações<br />

simplectíticas com o quartzo e.em menor escala, substituindo o feldspato potássico;<br />

­ substituindo a biotite;<br />

­ sublinhando planos <strong>de</strong> cisalhamento.<br />

As associações simplectíticas quartzo+moscovite confirmam a equação<br />

normalmente utiliza<strong>da</strong> para <strong>de</strong>screver a moscovitização <strong>de</strong> uma plagioclase sódica:<br />

36


3Albite + K


Nos tipos <strong>de</strong> grão médio e grosseiro a moscovitização do feldspato potássico<br />

apresenta uma expressão superior do que no grão fino.<br />

Observando novamente o quadro 11.2 <strong>da</strong>s normas ajusta<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>-se inferir a<br />

moscovitização primordial <strong>da</strong> plagioclase nas amostras moscovitiza<strong>da</strong>s, quer<br />

através <strong>da</strong>s proporções relativas <strong>de</strong> moscovite e <strong>de</strong> plagioclase quer pela eleva<strong>da</strong><br />

razão feldspato potássico/plagioclase. Nos casos em que se verificou a<br />

moscovitização <strong>da</strong> plagioclase e <strong>da</strong> biotite (exemplo <strong>da</strong> amostra 16) a proporção em<br />

biotite é inferior à <strong>da</strong>s outras amostras e a razão feldspato potássico/plagioclase é<br />

bastante superior.<br />

O papel <strong>de</strong>sempenhado pela moscovitização ao provocar o aumento <strong>da</strong><br />

proporção em moscovite essencialmente a partir <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> plagioclase ( e em<br />

menor escala a partir <strong>da</strong> biotite) faz aumentar notavelmente a razão feldspato<br />

potássico / plagioclase em relação às amostras mais sãs, como se po<strong>de</strong> concluir <strong>da</strong><br />

observação do quadro II.4<br />

11.4.2.2 - Albitização<br />

Atribuindo uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> importância aos processos <strong>de</strong> alteração, segue-se à<br />

moscovitização o papel relevante <strong>de</strong>sempenhado pela albitização afectando<br />

algumas áreas do <strong>complexo</strong>.<br />

A albitização manifesta-se sobretudo pela substituição <strong>da</strong> microclina pertítica<br />

pela plagioclase através do aumento <strong>da</strong>s dimensões <strong>da</strong>s vénulas pertíticas (An1-<br />

An3) acompanhado do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> macias polissintéticas, por vezes<br />

atravessando o plano <strong>de</strong> macia <strong>de</strong> Carlsbad <strong>da</strong> microclina. Para além <strong>de</strong>stes<br />

aspectos <strong>de</strong> substituição ocorre uma geração <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>s dimensões <strong>de</strong><br />

albite intersticial (An0-An2) sem aspectos <strong>de</strong> alteração.<br />

A equação que traduz a albitização do feldspato potássico é a seguinte:<br />

Ortóclase + Na +


Retomando o quadro dos cálculos <strong>da</strong> norma ajusta<strong>da</strong> à composição real dos<br />

minerais (quadro 11.2) e tendo em atenção as amostras albitiza<strong>da</strong>s verifica-se que a<br />

proporção relativa <strong>de</strong> plagioclase é superior à <strong>da</strong>s amostras sãs e moscovitiza<strong>da</strong>s<br />

em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> proporção relativa em feldspato potássico, sendo a razão<br />

feldspato potássico/plagioclase notoriamente inferior (0.57 a 0.60). Este cálculo<br />

permite avaliar a importância <strong>da</strong> albitização do feldspato potássico em amostras dos<br />

três grupos <strong>de</strong> granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, <strong>de</strong> importância<br />

equivalente nos diferentes tipos <strong>de</strong> granitos.<br />

A complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos aspectos texturais <strong>de</strong>vidos aos fenómenos <strong>de</strong> alteração<br />

dificulta o estabelecimento <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m cronológica <strong>da</strong> actuação <strong>de</strong>sses<br />

fenómenos, e não se dispõe, no estado actual <strong>de</strong>ste trabalho, <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos concretos<br />

sobre a composição dos fluidos intervenientes nas reacções. Contudo, ousa-se<br />

<strong>de</strong>ixar em aberto duas <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s: a moscovitização <strong>da</strong> plagioclase po<strong>de</strong>rá<br />

ter fornecido aos fluidos circulantes o Na necessário à albitização dos feldspatos ou,<br />

pelo contrário, a albitização do feldspato potássico po<strong>de</strong>rá ter contribuído com K<br />

para a moscovitização <strong>da</strong> plagioclase. Tentar-se-á avaliar posteriormente através<br />

do estudo <strong>de</strong> inclusões flui<strong>da</strong>s qual <strong>de</strong>stas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s é a mais eficaz.<br />

39


CAPITULO III<br />

GEOQUÍMICA DOS MINERAIS


O quimismo dos minerais <strong>da</strong>s rochas graníticas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> essencialmente <strong>da</strong><br />

natureza química do meio e <strong>da</strong>s condições termodinâmicas <strong>de</strong> cristalização do<br />

magma. O estudo químico dos minerais, em termos <strong>de</strong> variação <strong>da</strong> composição<br />

como consequência do comportamento dos elementos, juntamente com a aplicação<br />

<strong>de</strong> <strong>da</strong>dos experimentais, permite estimar, com bastante aproximação, as condições<br />

físico-químicas <strong>de</strong> cristalização <strong>da</strong>s rochas hospe<strong>de</strong>iras. Entre os minerais<br />

constituintes <strong>da</strong>s rochas graníticas que melhor parecem reflectir na sua composição<br />

as condições físico-químicas do meio em que cristalizam encontram-se as micas<br />

(biotite e moscovite) e os feldspatos (potássicos e plagioclases).<br />

111.1 - MICAS<br />

Generali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

São inúmeras as publicações <strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s ao estudo químico-estrutural <strong>da</strong>s<br />

micas. Neste capítulo, sem se preten<strong>de</strong>r que seja exaustivo relativamente à<br />

mineralogia <strong>da</strong>s micas, far-se-á uma referência, embora breve, aos principais<br />

conceitos relacionados apenas com a sua estrutura química com o objectivo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>duzir as prováveis condições <strong>de</strong> cristalização.<br />

As micas são minerais com estrutura em folha cuja uni<strong>da</strong><strong>de</strong> é caracteriza<strong>da</strong><br />

por: uma cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> catiões dispostos nos vértices <strong>de</strong> octaedros com coor<strong>de</strong>nação<br />

6, (cama<strong>da</strong> o), uma cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> catiões com estrutura tetraédrica <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação 4<br />

dispostos em ca<strong>da</strong> lado <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> octaédrica (cama<strong>da</strong> t) e catiões ligando ca<strong>da</strong><br />

folha, assegurando a coesão <strong>da</strong> estrutura. Iões hidroxilo adicionais ocorrem na<br />

estrutura <strong>da</strong>s micas juntamente com o oxigénio dos vértices dos tetraedros,<br />

apontando para o interior <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> folha.<br />

As micas po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>da</strong>s com base na magnitu<strong>de</strong> <strong>da</strong> carga <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

folha (x) por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> estrutural. A carga i<strong>de</strong>al nas micas "ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras" ou "flexíveis"<br />

é x= -1.0, compensa<strong>da</strong> por catiões monovalentes interfoliares (K ou Na e por vezes<br />

Rb, Cs). Nas micas "quebradiças" a carga é i<strong>de</strong>almente x= -2.0, compensa<strong>da</strong> por<br />

catiões interfoliares bivalentes (Ca e por vezes Ba, Sr). Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> observam-se<br />

<strong>de</strong>svios nos valores <strong>de</strong>stas cargas i<strong>de</strong>ais. Os os dois grupos são por sua vez<br />

subdivididos em subgrupos com base na sua natureza dioctaédrica e trioctaédrica<br />

(BAILEY, 1984).<br />

41


A fórmula geral abrangendo a composição química <strong>da</strong>s micas é a seguinte:<br />

X2 Y4.6 [Z8 O20] (OH, F,CI)4.<br />

A posição X é ocupa<strong>da</strong> pelos iões K, Na ou Ca, po<strong>de</strong>ndo ain<strong>da</strong> ser ocupa<strong>da</strong><br />

por elementos com afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s geoquímicas tais como Ba, Rb, Cs, etc.<br />

Os iões Y são principalmente constituídos por Al, Mg, ou Fe e ain<strong>da</strong> por Mn,<br />

Cr, Ti, Li, etc. Nas micas dioctaédricas e trioctaédricas o número <strong>de</strong> iões Y é<br />

respectivamente 4 e 6.<br />

Z é essencialmente Si ou Al, incluindo eventualmente Fe 3+ e Ti.<br />

Nas micas trioctaédricas as posições octaédricas são teoricamente totalmente<br />

ocupa<strong>da</strong>s por metais bivalentes, ferro ou magnésio, sendo exemplos,<br />

respectivamente, os dois termos puros: anite, K2 Feç [SieAI202o] (OH)4 e flogopite,<br />

K2 Mg6 [SÍ6Al2O20] (OH)4.<br />

Nas micas dioctaédricas um octaedro em três encontra-se <strong>de</strong>socupado.<br />

Constituem exemplos <strong>de</strong>ste tipo a moscovite, K2 Al4 [Si6AI2O20] (OH,F)4 e a<br />

celadonite, K2 AI2R2 [SisO20] (OH)4, em que R representa Fe 2+ , Mg, Mn.<br />

ROBERT (1976a) , conjugando simultaneamente a composição <strong>da</strong>s micas<br />

pobres em silício e ricas em alumínio e ricas em silício e pobres em alumínio,<br />

estudou as possíveis substituições partindo <strong>da</strong> fórmula geral:<br />

K2 Mg 6_x_y Alx D y Si 6-x+2y Al 2+x-2y°20 ( 0H )4<br />

em que x representa o número <strong>de</strong> iões <strong>de</strong> AI octaédrico e y o número <strong>de</strong><br />

posições vagas octaédricas. Teoricamente po<strong>de</strong>m-se consi<strong>de</strong>rar as seguintes<br />

substituições:<br />

(1) y=0, representando as micas trioctaédricas flogopite-estonite ricas em Al:<br />

[Mg] 6 Si [Al] 6 [Al]*<br />

42


(2) x=0, representando uma série incluindo os termos intermédios entre as<br />

micas di­ e trioctaédricas:<br />

[AI] 4 2Mg o Si2 [ □ ] 6<br />

(3) x=2y, uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> teórica com St6 Al2 e a substituição<br />

Mg3 Al2 D, parecendo no entanto não ocorrerem posições octaédricas<br />

vagas por este processo.<br />

No que diz respeito aos iões hidroxilo, muitas flogopites e biotites e, por vezes,<br />

moscovites, são <strong>de</strong>ficientes em H sendo a substituição do O na posição (OH)<br />

compensa<strong>da</strong> quimicamente por substituições do tipo Si para [Al] 4 , [Al] 6 para Mg ou<br />

Fe 3+ para Fe 2 "*". Nas micas que contêm excesso <strong>de</strong> (OH) o balanço é realizado pela<br />

entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> [Al] 4 para Si, Mg ou Fe 2+ para [Al] 6 . Li para R 2+ , etc.<br />

111.1.2 ­ MICAS TRIOCTAÉDRICAS: BIOTITE<br />

III.1.2.1 ­Abor<strong>da</strong>gem cristaloquímica<br />

III.1.2.1.1 ­ Generali<strong>da</strong><strong>de</strong>s sobre o grupo <strong>da</strong> biotite<br />

Como introdução ao capítulo do estudo <strong>da</strong>s biotites far­se­á uma sucinta<br />

abor<strong>da</strong>gem às características cristaloquímicas <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> micas.<br />

A biotite em sentido lato é uma mica trioctaédrica diferencia<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma<br />

flogopite com uma razão Mg:Fe


A figura 111.1 representa o plano <strong>da</strong> biotite <strong>de</strong>finido pela projecção Al vl vs.<br />

Mg/(Mg+Fe 2+ ) (reproduzi<strong>da</strong> em GUIDOTTI, 1984). Nos vértices localizam-se os<br />

termos puros:<br />

Anite: K2 Fe6 (Si6 Al2) O20 (OH)4<br />

Flogopite: K2 Mg6 (Si6 Al2) O20 (OH)4<br />

Si<strong>de</strong>rofilite: K2 (Fe4AI2) (Si4AI4) O20(OH)4<br />

"Estonite": K2 (Mg4AI2) (Si4AI4) O20(OH)4<br />

Sid=K2(Fe,Al,)(AI,Si,)(OH) K2(MgiAl2)(AUSi;,020)(OH^<br />

2<br />

0 .1 .2 .3 M .5 .6 .7 .8 .9 1.0<br />

- 1 (Mg5At)=Al-Ftog<br />

An = K2Fe6(Al2Si6O20)(OH)i, Flog=K2Mg6(Al25i6020)(OH)il<br />

Mg/Mg4 Fe 2+<br />

Figura. 111.1 - "Plano i<strong>de</strong>al <strong>da</strong> biotite", AI VI em função <strong>de</strong> (Mg/Mg+Fe 2+ ).<br />

.An=anite; Flog=flogopite; AI-Flog=flogopite aluminosa; Al-An=anite aluminosa; Sid=si<strong>de</strong>rofilite;<br />

K2( M 94AI2)(AI4Si4020)(OH)4=estonite (pela antiga nomenclatura). In: GUIDOTTI (1984).<br />

Al-An e Al-Flog correspon<strong>de</strong>m a composições mais aluminosas e <strong>de</strong>signam<br />

respectivamente os termos si<strong>de</strong>rofilite e estonite tal como eram aplicados em<br />

nomenclatura anterior. O termo si<strong>de</strong>rofilite ain<strong>da</strong> é aplicado no caso <strong>de</strong><br />

composições mais aluminosas enquanto que a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> estonite <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong><br />

ser utiliza<strong>da</strong>.<br />

Al-An: K2 Fe5 Al [Si5 Al3 O20] (OH)4<br />

Al-Flog: K2 Mg5 Al [Si5 Al3 O20] (OH)4<br />

44


Biotites com pouco ou nenhum magnésio, Fe 2+ elevado e Fe 3+ baixo são<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>s na generali<strong>da</strong><strong>de</strong> por si<strong>de</strong>rofilites.<br />

Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a maioria <strong>da</strong>s micas trioctaédricas situa-se no interior do "plano<br />

i<strong>de</strong>al <strong>da</strong> biotite".<br />

A maior parte <strong>da</strong>s variações na composição <strong>da</strong> biotite <strong>de</strong>ve-se às substituições<br />

Fe-Mg-AI. HEWITT & WONES (1975) estu<strong>da</strong>ram estas substituições e encontraram<br />

os seguintes valores máximos: [AI] IV -i 75 Si 2,25 e [ A| ] vl o,75 (P ara 22 cargas).<br />

ROBERT (1976b) calculou o limite para o Ti tendo obtido [Ti] vl 0,35 com<br />

correspon<strong>de</strong>ntes [AI] lv i 7 e SÍ2.3.<br />

ROBERT (1976a, 1981) propôs a composição <strong>da</strong>s micas trioctaédricas<br />

naturais como resultando <strong>da</strong> combinação <strong>de</strong> três séries <strong>de</strong> substituição (para além<br />

<strong>da</strong> substituição do Mg pelo Fe 2+ ):<br />

(1) (Mg,Fe)Vl,Si lv A|V, Al> v<br />

que conduz à série flogopite - estonite:<br />

K2 Mg6 (SiflAla) O20 (OH)4 - K2 (Mg5 Al) (Si5 Al3) O20 (OH)4<br />

ou à série anite-si<strong>de</strong>rofilite: (1)<br />

K2Fe2 + 6 (SieAI2) O20 (OH)4 . K2 (Fe2+5 AI) (Si5 AI3) O20 (OH)4.<br />

(2) (Mg,Fe) vl , 2AI IV DVI, 2Si vl ,<br />

em que D VI representa uma lacuna octaédrica.<br />

(3) 3(Mg,Fe)Vl2Al vl , D VI,<br />

correspon<strong>de</strong>nte à combinação linear <strong>da</strong>s substituições (1 ) e (2) e que leva à<br />

constituição <strong>da</strong> mica dioctaédrica K2 Al4 (Sie Al2) 02Q (OH)4 (moscovite).<br />

O mesmo autor propõe a seguinte fórmula geral para a flogopite:<br />

K2 (Mg6.x.yAlxDy) (Si6.x+2yAI2+x-2y) O20 (OH)4.<br />

em que x e y representam o grau <strong>de</strong> substituição (1) e (2), respectivamente.<br />

(1) Neste contexto os termos si<strong>de</strong>rofilite e estonite têm o significado atribuído pela<br />

antiga nomenclatura.<br />

45


III.1.2.1.2 - Substituição fengítica inversa na biotite<br />

A substituição fengítica é muito importante nas micas dioctaédricas, pela qual<br />

parte do Al tetraédrico é substituí<strong>da</strong> por Si 4+ . Para essas micas uma substituição<br />

fengítica simples conduz à igual<strong>da</strong><strong>de</strong> Al lv =Al vl -2 (e.g. RAMBOZ, 1980;<br />

CATHELINEAU, 1982). Contudo, uma biotite aluminosa po<strong>de</strong> apresentar uma<br />

substituição <strong>de</strong>ste tipo, mas, ao contrário <strong>da</strong> moscovite, é o Al tetraédrico que se<br />

torna superior a 2 (ZUSSMAN, 1979).<br />

Numa biotite aluminosa essa substituição traduz-se pela expressão:<br />

(SiaAI2) Fe2+ 6 o (Si6.x Al2+X) Alx Fe2+6_x<br />

Como o Ti se incorpora preferencialmente nas posições octaédricas dois AI VI<br />

são substituídos por um R 2+ e um Ti, obtendo-se a seguinte composição para a<br />

biotite:<br />

don<strong>de</strong>, AI IV = AI VI +2 +2TÍ.<br />

(Si6.xAI2+x) IV (Alx.2y Fe2+6_x+y Tiv)VI<br />

Hl.1.2.1.3 - Importância petrogenética <strong>da</strong>s substituções na estrutura <strong>da</strong> biotite<br />

A composição <strong>da</strong> biotite, incluindo a natureza <strong>da</strong>s substituições em posição<br />

tetraédrica e octaédrica, varia com a associação mineral coexistente (NOCKOLDS,<br />

1947). Sugere-se como exemplo <strong>de</strong> aplicação a granitos portugueses o estudo <strong>da</strong>s<br />

biotites <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Aregos (ALBUQUERQUE, 1973) nas quais o teor em AI IV<br />

aumenta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> granitói<strong>de</strong>s com homblen<strong>da</strong>, passando por granodioritos<br />

moscovítico-biotíticos, até atingir os valores mais elevados em granitói<strong>de</strong>s com<br />

biotite, moscovite e aluminossilicatos (an<strong>da</strong>luzite ou silimanite). Estas variações na<br />

composição <strong>da</strong> biotite reflectem não só as condições <strong>de</strong> cristalização do magma<br />

(influência <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Al, a qual aumenta em direcção a composições mais<br />

félsicas do magma) como também a variação <strong>da</strong> sua composição química no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>da</strong> diferenciação.<br />

Também a presença <strong>de</strong> Ti e Fe 3+ na biotite constitui um indicador <strong>da</strong>s<br />

condições <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> cristalização e <strong>de</strong> /O2, estando indirectamente<br />

relaciona<strong>da</strong> com a paragénese <strong>da</strong> biotite. A entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Ti na estrutura <strong>da</strong> biotite é<br />

46


favoreci<strong>da</strong> pelo aumento <strong>da</strong> temperatura, observando-se os valores mais elevados<br />

nas paragéneses com piroxena, diminuindo em relação às associações com<br />

moscovite e/ou aluminossilicatos. Fe 3+ parece aumentar na mesma direcção,<br />

apesar <strong>da</strong> tendência para uma diminuição do total <strong>de</strong> iões em posição octaédrica na<br />

qual Fe 3+ está incluído.<br />

Trabalhos experimentais <strong>de</strong> RUTHERFORD (1973), efectuados à pressão <strong>de</strong><br />

água <strong>de</strong> 2kbar sobre biotites <strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Mg e inseri<strong>da</strong>s numa paragénese com<br />

magnetite, mostraram que a substituição do Al no lugar <strong>de</strong> iões bivalentes e <strong>de</strong> Si<br />

aumenta o campo <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> biotites ferríferas, tornando-as mais estáveis a<br />

temperaturas e /O2 mais eleva<strong>da</strong>s relativamente à anite pura.<br />

III.1.2.1.4 - Biotites dos granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

As biotites constituem uma <strong>da</strong>s fases minerais sempre presentes e <strong>da</strong>s mais<br />

sensíveis aos processos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>utérica que afectaram na globali<strong>da</strong><strong>de</strong> os<br />

granitos do maciço <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, e, particularmente ao fenómeno <strong>de</strong><br />

moscovitização. Deste modo, é <strong>de</strong> todo o interesse efectuar-se o seu estudo não só<br />

para a <strong>de</strong>dução <strong>da</strong>s condições primárias <strong>de</strong> cristalização como <strong>da</strong>s que presidiram à<br />

sua alteração. Por esse motivo houve necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratar em primeiro lugar as<br />

biotites mais sãs, seguindo-se algumas consi<strong>de</strong>rações sobre as características <strong>da</strong>s<br />

biotites moscovitiza<strong>da</strong>s.<br />

Apesar <strong>de</strong> os pontos escolhidos em ca<strong>da</strong> cristal com vista à análise química à<br />

microsson<strong>da</strong> electrónica terem sido cui<strong>da</strong>dosamente seleccionados com base em<br />

critérios petrográficos, isto é, incidindo no núcleo <strong>de</strong> biotites opticamente sãs ( a<br />

escolha <strong>de</strong> pontos próximos <strong>da</strong> periferia teve por objectivo testar possíveis<br />

zonamentos na composição), algumas <strong>da</strong>s análises revelaram mesmo assim os<br />

efeitos <strong>de</strong> um início <strong>de</strong> moscovitização.<br />

Nos anexos II e III apresenta-se a composição química e fórmulas estruturais<br />

respectivamente <strong>de</strong> biotites sãs e com indícios <strong>de</strong> moscovitização.<br />

III.1.2.1.4.1 - Características químicas e estruturais <strong>da</strong>s biotites primárias<br />

Seleccionaram-se as composições <strong>de</strong> biotites cujas análises correspon<strong>de</strong>m ao<br />

núcleo dos cristais. O grau <strong>de</strong> frescura foi atestado com base nas percentagens<br />

pon<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> K20 e Ti02, respectivamente superiores a 8% e 2% (NACHIT et ai.,<br />

1985; RAZAFIMAHEFA, 1987).<br />

47


No quadro 111.1 encontram-se as composições químicas e respectivas fórmulas<br />

estruturais <strong>de</strong> biotites selecciona<strong>da</strong>s entre as três séries <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas<br />

<strong>da</strong> área em estudo.<br />

Observa-se na globali<strong>da</strong><strong>de</strong> uma sobreposição <strong>da</strong>s composições <strong>da</strong>s biotites<br />

dos três grupos <strong>de</strong> granitos. Contudo, é possível a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> ligeiras diferenças<br />

entre as biotites dos três grupos, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente em relação a Al, Mg, Ti, Fe 2+ t e<br />

K. No quadro III.2 apresenta-se a variação e a média aritmética <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados<br />

óxidos, catiões e parâmetros que parecem mais significativos para a ilustração<br />

<strong>de</strong>ssas diferenças. Al lv é sensivelmente mais elevado em G'm, AI VI é semelhante<br />

nas biotites <strong>de</strong> G'f e G'm mas mais baixo em G'g, Mg é significativamente mais<br />

elevado em G'g do que nos outros dois grupos, sendo XMg semelhante em G'f e G'g<br />

e inferior em G'm, Ti é mais importante nas biotites <strong>de</strong> G'f, Fe 2 * t é mais abun<strong>da</strong>nte<br />

nas biotites <strong>de</strong> G'm e G'g, e K apresenta valores semelhantes em G'f e G'g e<br />

inferiores no grupo G'm . A diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> na distribuição <strong>da</strong>s abundâncias relativas<br />

dos catiões e dos parâmetros acima referidos nas biotites dos três grupos <strong>de</strong><br />

granitos po<strong>de</strong> constituir uma indicação <strong>de</strong> que se tratam <strong>de</strong> séries in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Obtiveram-se análises complementares <strong>de</strong> Li em concentrados <strong>de</strong> biotite <strong>de</strong> nove<br />

amostras, <strong>de</strong> entre os três grupos <strong>de</strong> granitos (os <strong>da</strong>dos encontram-se no quadro<br />

do anexo II e quadro III.2), tendo-se verificado os teores mais elevados no grupo G'f<br />

<strong>de</strong> grão fino (2370 - 3890 ppm), seguindo-se as biotites do granito <strong>de</strong> grão<br />

grosseiro, G'g (1160 - 1520 ppm) e teores relativamente inferiores nas biotites do<br />

granito <strong>de</strong> grão médio, G'm (780 -1360 ppm). Esta distribuição está <strong>de</strong> acordo com<br />

a observa<strong>da</strong> em rocha total na fácies <strong>de</strong> grão fino (G'f) no interior <strong>da</strong> qual os teores<br />

mais elevados em Li correspon<strong>de</strong>m às amostras mais sãs e menos evoluí<strong>da</strong>s,<br />

diminuindo progressivamente no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> evolução. Po<strong>de</strong>-se assim admitir que<br />

no grupo G'f a biotite é a principal fase concentradora <strong>de</strong> Li, uma vez que a biotite<br />

diminui naturalmente durante a diferenciação magmática. Pelo contrário, nos<br />

grupos G'm e G'g observa-se uma tendência para o enriquecimento <strong>de</strong> Li durante a<br />

evolução, fazendo supor outro mineral hospe<strong>de</strong>iro do Li para além <strong>da</strong> biotite.<br />

48


co<br />

g<br />

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50


As fórmulas estruturais <strong>da</strong>s biotites em ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas<br />

<strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto com base nos valores extremos do número <strong>de</strong> catiões são<br />

as seguintes:<br />

G'f:<br />

( Ca 0.00-0.01 Na 0.00-0.04 K 1.85-1.99)l.87-2.03 ( M 9l.00-1.32 Fe 2.70-3.21 Mn 0.03-0.05 Ti 0.24-<br />

0.36 Al 0.86-1.25)5.25-5.54 ( AI 2.21-2.58 Si 5.42-5.79)8 °20 (0 H . F )4<br />

G'm:<br />

(Cao.oO-0.01 Na 0.01-0.07 K 1.62-1.97)l .66-1.99, ( M 9l.01-1.35 Fe 2.88-3.20 Mn 0.03-0.06 Ti 0.18-<br />

0.34 AI 0.86-1.17)5.37-5.75 ( AI 2.43-2.64 Si 5.36-5.57)8 °20 ( 0H > F )4<br />

G'g:<br />

( Ca 0.00-0.04 Na 0.00-0.05 K 1.75-1 98)l .79-2.06 ( M 9l.02-1.49 Fe 2.79-3.16 Mn 0.02-0.06 Ti 0.22-<br />

0.39 Al 0.82-1.18)5.37-5.64 ( AI 2.34-2.6oS'5.40-5.67)8 °20 ( 0H > F )4<br />

BAILEY (1984) sugeriu para uma biotite i<strong>de</strong>al a seguinte fórmula estrutural: K2<br />

(Mg 1.2-3.6 Fe 4.8-2.4) (S'6 Al 2 ) O20 (OH. F )2 Comparando esta fórmula com as <strong>da</strong>s<br />

biotites dos granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto verifica-se <strong>de</strong> imediato<br />

diferenças relaciona<strong>da</strong>s com a presença <strong>de</strong> outros catiões em posição octaédrica,<br />

nomea<strong>da</strong>mente Al e Ti, assim como alguma <strong>de</strong>ficiência no total <strong>de</strong> iões em posição<br />

interfoliar e octaédrica.<br />

Tentou-se estabelecer uma comparação entre a composição e respectivas<br />

fórmulas estruturais <strong>da</strong>s biotites <strong>da</strong>s amostras menos e mais evoluí<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> grupo, observando-se na generali<strong>da</strong><strong>de</strong> um aumento em Si e AI VI<br />

acompanhado <strong>de</strong> uma diminuição em Mg, Ti, Fe 2 " 1 " t, AI IV e XMg (Mg/Mg+Fe) <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

as amostras menos evoluí<strong>da</strong>s para as mais evoluí<strong>da</strong>s. Entre o conjunto <strong>de</strong> análises<br />

seleccionaram-se duas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos, correspon<strong>de</strong>ntes<br />

respectivamente a uma amostra menos evoluí<strong>da</strong> e uma mais evoluí<strong>da</strong>, para<br />

figurarem no quadro III.3 ilustrando a variação observa<strong>da</strong>.<br />

Nas biotites <strong>da</strong>s amostras mais evoluí<strong>da</strong>s observam-se sempre valores mais<br />

elevados <strong>de</strong> AI VI e um grau mais baixo <strong>de</strong> ocupação octaédrica , o que constitui<br />

duas <strong>da</strong>s condições que sugerem uma contribuição dioctaédrica. Uma outra<br />

51


condição diz respeito à diminuição <strong>de</strong> catiões bivalentes, que no presente estudo é<br />

mais evi<strong>de</strong>nte na diminuição <strong>de</strong> Mg.<br />

Para testar uma eventual zonali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biotite fizeram-se <strong>de</strong>terminações <strong>da</strong><br />

composição no núcleo e na periferia <strong>de</strong> alguns grãos. Apesar <strong>de</strong> o zonamento não<br />

ser muito acentuado obtiveram-se no núcleo valores ligeiramente mais elevados <strong>de</strong><br />

AI IV , Ti, Fe 2+ t e XFe e mais baixos <strong>de</strong> Si, XMg assim como <strong>da</strong> razão AI VI / AI IV .<br />

Seleccionaram-se duas análises que incidiram no núcleo e na periferia <strong>de</strong> uma<br />

biotite <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s fácies graníticas em estudo (utilizou-se para exemplo uma biotite<br />

<strong>da</strong> fácies <strong>de</strong> grão fino, G'f) para ilustrarem esta variação (quadro 111.4).<br />

Quadro 111.3 - Comparação entre a composição <strong>de</strong> biotites <strong>de</strong> amostras menos e mais evoluí<strong>da</strong>s<br />

em ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

Gf G m Gg<br />

16/d 84/d 90/b 69/f 13/c 34/e<br />

% peso<br />

Si02 34,73 35,84 34,37 35,76 35,30 35,92<br />

Ti02 3,07 2,85 2,45 2,42 2,22 2,01<br />

AI203 18,91 18,57 19,20 19,57 18,38 19,50<br />

FeOT 22,36 22,14 22,73 22,21 22,96 22,40<br />

MnO 0,22 0,24 0,34 0,38 0,22 0,38<br />

MgO 5,42 4,78 4,71 4,38 6,40 4,49<br />

CaO 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Na20 0,06 0,07 0,11 0,07 0,08 0,02<br />

K20 9,52 9,56 9,32 9,95 9,02 9,49<br />

Total 94,29 94,07 93,23 94,74 94,58 94,21<br />

Si 5,434 5,593 5,450 5,556 5,499 5,598<br />

Al IV 2,566 2,407 2,550 2,444 2,501 2,402<br />

AIVI 0,921 1,009 1,038 1,140 0,873 1,180<br />

Ti 0,361 0,334 0,292 0,283 0,260 0,236<br />

Fe2t 2,926 2,889 3,014 2,886 2,991 2,920<br />

Mn 0,029 0,032 0,046 0,050 0,029 0,050<br />

Mg 1,264 1,112 1,113 1,014 1,486 1,043<br />

Ca 0,000 0,003 0,000 0,000 0,000 0,000<br />

Na 0,018 0,021 0,034 0,021 0,024 0,006<br />

K 1,900 1,903 1,885 1,972 1,792 1,887<br />

XMg 0,302 0,212 0,270 0,260 0,332 0,263<br />

XFe 0,698 0,788 0,730 0,740 0,668 0,737<br />

Total <strong>de</strong> catiões<br />

15,420 15,304 15,423 15,366 15,456 15,322<br />

52


Quadro III.4 - Exemplo para comparação entre a composição <strong>de</strong> uma biotite no núcleo e na<br />

periferia <strong>de</strong> um mesmo cristal.<br />

1 - Diagrama AI IV = / (Al v, +2+2Ti)<br />

Substituição fengítica inversa<br />

2/0 2/n<br />

núcleo periferia<br />

% peso<br />

Si02 36,32 37,96<br />

TÍ02 2,43 2,34<br />

AI203 20,03 20,41<br />

FeOt 22,89 21,55<br />

MnO 0,23 0,29<br />

MgO 4,60 4,16<br />

CaO 0,00 0,00<br />

Na20 0,06 0,05<br />

K20 9,50 9,70<br />

Total 96,09 96,46<br />

Si 5,546 5,711<br />

Al IV 2,454 2,289<br />

Al total 3,605 3,619<br />

Al VI 1,150 1,330<br />

Ti 0,279 0,265<br />

Fe2t 2,923 2,711<br />

Mn 0,030 0,037<br />

Mg 1,047 0,933<br />

Y 5,433 5,276<br />

Ca 0,000 0,000<br />

Na 0,018 0,015<br />

K 1,851 1,862<br />

X 1,868 1,876<br />

XMg 0,264 0,256<br />

XFe 0,736 0,744<br />

Al VI/AI IV 0,469 0,581<br />

RUTHERFORD (1973) e HEWITT & WONES (1975) encontraram para a<br />

substituição do Al em biotites ferríferas sintetiza<strong>da</strong>s o seguinte valor máximo:<br />

K2 (Fe4i5 Al1>5) (Al3i5 Si4>5) O20 (OH)4<br />

Estes valores correspon<strong>de</strong>m a uma substituição fengítica "inversa", pela qual<br />

A|IV=A|VI + 2.<br />

Num diagrama associando AI IV e Al vl +2+2Ti (FRIEDRICH, 1984) as<br />

substituições fengíticas inversas são representa<strong>da</strong>s pela recta bissectriz do<br />

diagrama, ao longo <strong>da</strong> qual se verifica aquela igual<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

53


Fazendo representar as biotites do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto neste<br />

diagrama, a sua projecção localiza­se abaixo <strong>da</strong> recta <strong>de</strong> <strong>de</strong>clive unitário.<br />

O parâmetro Al vl +2+2Ti é superior a AI IV e ao valor imposto apenas por uma<br />

substituição fengítica, pondo em evidência a importância <strong>da</strong> substituição (AI VI =R 2+ )<br />

e (Al vl =Fe 3+ ) (FRIEDRICH, 1984). Assim, a tendência do conjunto dos pontos<br />

aponta para um aumento <strong>de</strong> AI VI e consequente aumento <strong>da</strong> substituição<br />

2AI 3+ «­»3Fe 2+ , Mg 2+ , contribuindo para a criação <strong>de</strong> lacunas em posição octaédrica<br />

(figura III.2).<br />

AIIV<br />

2,8<br />

2,6<br />

2,4<br />

2,2 r<br />

3 3,2<br />

** ■ * ^ A »<br />

• G'f<br />

A G'm<br />

■ G'g<br />

3,4 3,6 3,8 4<br />

AI VI + 2+2TÎ<br />

Figura. III.2 ­ Substituição fengítica "inversa" na biotite: diagrama AI IV em função <strong>de</strong> Al vl +2+2Ti.<br />

FRIEDRICH (1984) estudou a variação do AI VI em biotites aluminosas em<br />

diversas fácies do maciço granítico hercínico <strong>de</strong> St. Sylvestre (NW do Maciço<br />

Central Francês), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma associação biotite+silimanite, passando por<br />

biotite+moscovite até uma associação <strong>de</strong> moscovite dominante, tendo encontrado<br />

valores sucessivamente crescentes <strong>de</strong> AI VI , respectivamente: 0.80­1.05, 1.00­1.55<br />

e 1.90­2.20 (para 20 oxigénios). No caso <strong>da</strong> associação com moscovite dominante<br />

são mesmo ultrapassados os valores máximos sugeridos experimentalmente por<br />

RUTHERFORD (1973) e HEWITT & WONES (1975) para biotites ferríferas.<br />

O problema do excesso <strong>de</strong> AI VI relativamente ao requerido por uma<br />

substituição fengítica ("inversa") para contrabalançar o AI IV tem sido discutido por<br />

diversos autores, nomea<strong>da</strong>mente GUIDOTTI (1984) que apresenta uma exposição<br />

54


<strong>de</strong>ste problema relativamente a biotites <strong>de</strong> rochas metamórficas pelíticas, chamando<br />

a atenção para a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em se conhecer claramente a origem <strong>de</strong>sse excesso,<br />

assim como <strong>da</strong> ocorrência <strong>da</strong>s complexas substituições a nível <strong>da</strong>s quatro posições<br />

estruturais <strong>da</strong> biotite, que provocam <strong>de</strong>svios <strong>da</strong> composição quer no interior quer<br />

para o exterior do "plano i<strong>de</strong>al <strong>da</strong> biotite". Para este autor, o excesso em AI VI está<br />

possivelmente envolvido com a criação <strong>de</strong> posições vagas {e.g. 2AI=3R 2+ + D) e<br />

consequentemente com o <strong>de</strong>svio <strong>da</strong> composição em direcção às micas<br />

dioctaédricas.<br />

2 ­ Diagrama Al ,v = /(Y)<br />

Para as biotites sãs dos três grupos <strong>de</strong> granitos verifica­se uma correlação<br />

positiva entre os valores <strong>de</strong> AI IV e o total <strong>de</strong> iões em posição octaédrica (figura III.3).<br />

Esta observação permite concluir que as biotites menos evoluí<strong>da</strong>s (menos<br />

siliciosas) possuem por sua vez um maior grau <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong> catiões em posição<br />

ocatédrica.<br />

AIIV<br />

2,6<br />

2,4<br />

•<br />

• ■<br />

2,2 • • • G'f<br />

à. G'm<br />

À<br />

■ G'g<br />

2<br />

; 5 5,2 5,4 5,6 5,8<br />

Figura. III.3 ­ Diagrama AI VI em função do somatório dos iões em posição octaédrica.<br />

3 ­ Diagrama XFe= / (AI VI )<br />

XFe (Fe / Fe+Mg) apresenta uma pequena variação correlaciona<strong>da</strong><br />

positivamente com Al vl (figura III.4). Como XFe representa um parâmetro <strong>de</strong><br />

Y<br />

55


diferenciação, po<strong>de</strong>­se concluir que se dá um aumento <strong>de</strong> Al em posição octaédrica<br />

no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> evolução magmática.<br />

XFeO,7<br />

0,8 • G'f<br />

A G'm<br />

0,6<br />

A " A A / A ­ #<br />

1 ^<br />

0,7 0,9 1,1<br />

Figura. III.4 ­ Diagrama XFe em função <strong>de</strong> Al vl .<br />

Al VI<br />

•<br />

■ G'g<br />

4 ­ Diagrama Alt= / (AI V, /AI ,V )<br />

Observa­se uma boa correlação positiva entre o Al total e a razão entre Al Vl e<br />

AI IV , sendo a evolução <strong>de</strong>scrita pelo enriquecimento quer em AI VI quer em Al total<br />

(figura III.5). TURPIN (1984) i<strong>de</strong>ntificou uma evolução <strong>da</strong>s composições <strong>da</strong>s biotites<br />

em granitos do Maciço <strong>de</strong> St. Sylvestre (França) um enriquecimento em AI VI e Al<br />

total sugerindo que o pólo último <strong>de</strong>ssa evolução seria a moscovite. Nas biotites dos<br />

granitos <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto verifica­se uma tendência semelhante às biotites<br />

estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s por aquele autor, isto é, uma tendência evolutiva <strong>da</strong>s biotites claramente<br />

caracteriza<strong>da</strong> por um aumento simultâneo <strong>de</strong> Al em posição octaédrica e Al total.<br />

Apesar <strong>da</strong> sobreposição <strong>da</strong>s composições <strong>da</strong>s biotites dos três maciços neste<br />

diagrama é possível salientar um maior enriquecimento em Al total nas biotites <strong>da</strong><br />

fácies <strong>de</strong> grão médio, G'm.<br />

1,3<br />

56


Alt<br />

3,8<br />

3,6<br />

3,4 ­<br />

3,2<br />

AA<br />

if*''-<br />

■<br />

■<br />

•<br />

0,2 0,3 0,4 0,5<br />

•<br />

Al VI/ Al IV<br />

Figura. III.5 ­ Diagrama Al total em função <strong>da</strong> razão (AI VI /AI IV ).<br />

• G'f<br />

A G'm<br />

■ G'g<br />

Variações na composição e na fórmula estrutural <strong>da</strong> biotite reflectindo um<br />

processo evolutivo, num contexto <strong>de</strong> rochas graníticas hercínicas do Norte <strong>de</strong><br />

Portugal, têm sido <strong>de</strong>scritas por diversos autores. ALBUQUERQUE (1973) observou<br />

variações na composição <strong>de</strong> biotites <strong>de</strong> rochas graníticas <strong>de</strong> uma série<br />

calcoalcalina, traduzi<strong>da</strong>s por um <strong>de</strong>créscimo <strong>da</strong> ocupação octaédrica e <strong>de</strong> um<br />

aumento <strong>de</strong> Al lv e <strong>de</strong> catiões trivalentes em posição octaédrica (AI VI , Fe 3+ ) em<br />

direcção às rochas mais félsicas. NEIVA (1973) <strong>de</strong>screve um aumento <strong>de</strong> Al, Fe 3+ e<br />

Fe total, assim como um <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> Ti, Mg e Ca, nas biotites <strong>de</strong> duas séries<br />

graníticas <strong>de</strong> diferenciação. NEIVA (1985) chama a atenção para o papel<br />

fun<strong>da</strong>mental do log f02 na composição <strong>da</strong> biotite no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> diferenciação<br />

magmática, tendo verificado que as leis <strong>de</strong> distribuição dos elementos são<br />

respeita<strong>da</strong>s se o <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> log f02 fôr o factor que mais afecta essa<br />

distribuição. No entanto, se log /02 se mantiver constante ou aumentar no <strong>de</strong>curso<br />

<strong>da</strong> diferenciação po<strong>de</strong>r­se­á assistir a uma diminuição em Fe 2+ , XFe e aumento <strong>de</strong><br />

Mg. DIAS (1987) reconheceu uma variação na composição <strong>da</strong>s biotites<br />

caracteriza<strong>da</strong> por uma diminuição <strong>de</strong> Mg, XMg e aumento do carácter dioctaédrico<br />

(aumento <strong>de</strong> catiões octaédricos trivalentes com diminuição <strong>de</strong> catiões bivalentes)<br />

dos termos menos evoluídos para os mais evoluídos.<br />

•<br />

0,6<br />

57


III.1.2.1.4.2 - Breve caracterização <strong>da</strong>s biotites em vias <strong>de</strong> moscovitização<br />

No quadro III.5 seleccionaram-se quatro análises <strong>de</strong> biotites para ca<strong>da</strong> grupo<br />

<strong>de</strong> granitos em estudo, cuja composição revela importantes diferenças quando<br />

compara<strong>da</strong>s com as composições <strong>da</strong>s biotites acima <strong>de</strong>scritas, indicando o início <strong>de</strong><br />

um processo <strong>de</strong> moscovitização.<br />

As principais diferenças observa<strong>da</strong>s nas biotites em vias <strong>de</strong> alteração dizem<br />

respeito a um aumento em Si e AI VI , acompanhado <strong>de</strong> um rápido <strong>de</strong>créscimo em<br />

Mg seguido <strong>de</strong> Ti, AI IV e Fe 2+ t. Para melhor evi<strong>de</strong>nciar as modificações ocorri<strong>da</strong>s na<br />

composição <strong>da</strong> biotite em vias <strong>de</strong> moscovitização dão-se dois exemplos retirados<br />

<strong>da</strong>s fácies <strong>de</strong> grão fino e um <strong>da</strong> fácies <strong>de</strong> grão grosseiro. Para o efeito<br />

seleccionaram-se duas biotites por amostra, uma primária e outra em vias <strong>de</strong><br />

alteração, (a) e (b), respectivamente, para figurarem no quadro III.6 em que se põe<br />

em paralelo as diferenças composicionais.<br />

III. 1.2.1.5 - Carácter aluminoso <strong>da</strong>s biotites<br />

Diagrama Alt= / (Mg)<br />

NACHIT et ai. (1985) conceberam um diagrama com base na composição<br />

química <strong>de</strong> biotites <strong>de</strong> maciços geologicamente bem conhecidos cuja tipologia se<br />

enquadra inequivocamente em associações magmáticas do tipo alumino-potássico,<br />

calco-alcalino, subalcalino, alcalino e peralcalino. Os autores verificaram que <strong>da</strong>s<br />

várias relações exprimindo as substituições entre Al, Mg e Fe a mais discriminante é<br />

a que opõe o número <strong>de</strong> catiões Mg e Al total <strong>da</strong> fórmula estrutural, para 22 átomos<br />

<strong>de</strong> oxigénio, e que o diagrama Al total = / (Mg) é particularmente interessante para<br />

os termos mais evoluídos em que a biotite apesar <strong>de</strong> pouco abun<strong>da</strong>nte apresenta<br />

um importante significado petrogenético.<br />

58


0)<br />

-o<br />

to<br />

CO<br />

o<br />

CO<br />

CD<br />

■a<br />

CD<br />

■o<br />

en<br />

8.<br />

'o<br />

CO<br />

E<br />

o<br />

r><br />

to<br />

o<br />

"c<br />

2<br />

O)<br />

CD<br />

■o<br />

10<br />

8.<br />

s<br />

ai<br />

00<br />

■a<br />

a<br />

to o r*><br />

CO O r­<br />

S t * 8§8.<br />

« í 5. 8 8 8 8 8 3<br />

« Ï r d * o d «<br />

0 * 0 0 0 )<br />

o CN 00 CO O *-


Quadro III.6 - Comparação entre a composição <strong>de</strong> biotites sãs(a) e em vias <strong>de</strong> moscovitização(b).<br />

G'f 0'fl<br />

2/d 2/b 84/d 84/b 34/c 34/a<br />

% peão (ai Ib) la) (b) (ai (bl<br />

Si02 36,98 37,08 36,84 36,32 36.39 36,88<br />

TÍ02 2,80 2,14 2,86 2,38 2,37 2.14<br />

AI203 19,63 19,41 18,67 18,88 19,37 20,29<br />

FeOt 21,92 20.94 22,14 21,78 22,74 21,71<br />

MnO 0,19 0,28 0,24 0,31 0,43 0,46<br />

MgO 4,46 4,21 4,78 4,16 4,44 4,20<br />

CaO 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00<br />

Na20 0,04 0,01 0,07 0,06 0,06 0,13<br />

K20 9,66 10,01 9,66 9,97 9,72 9,64<br />

Total 96,68 94,12 94,07 93.86 94,61 94,47<br />

Si 6,642 6,740 6,693 6,680 6.628 6,661<br />

Al IV 2,368 2,260 2,407 2.320 2,472 2,439<br />

Al total 3,630 3,641 3,416 3,480 3,666 3,706<br />

Al VI 1,172 1,282 1,009 1,160 1.094 1,267<br />

Ti 0,321 0,249 0,334 0,280 0,278 0,249<br />

Fe2 2,797 2,711 2.889 2,848 2,971 2,814<br />

Mn 0,026 0,037 0,032 0,041 0,067 0,063<br />

Mg 1,012 0,972 1,112 0,968 1,034 0,970<br />

Y 6,327 6,260 6,376 6,297 6,434 6,364<br />

Ca 0,000 0,000 0,003 0,000 0,000 0,000<br />

Na 0,012 0,003 0,021 0,018 0,016 0,039<br />

K 1,869 1,977 1,903 1,989 1,937 1,908<br />

X 1,871 1,980 1,928 2,007 1,962 1,946<br />

XMg 0,266 0,284 0,278 0,264 0,268 0,266<br />

XF« 0,734 0,736 0,722 0.746 0,742 0,744<br />

Utilizou-se este diagrama no estudo <strong>da</strong>s biotites do <strong>complexo</strong> granítico <strong>de</strong> duas<br />

micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, tendo-se verificado que as biotites dos três grupos<br />

se distribuem pelo domínio alumino-potássico, mais precisamente na secção <strong>da</strong>s<br />

biotites associa<strong>da</strong>s à moscovite (figura III.6). Esta secção é caracteriza<strong>da</strong> por<br />

biotites com teores em Al total elevados e mais ferríferas. Dados experimentais<br />

(ROBERT, 1981) mostraram que a incorporação <strong>de</strong> Al na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma mica<br />

trioctaédrica é função principalmente do seu teor em Fe e Mg e <strong>da</strong> temperatura,<br />

sendo essa substituição mais importante quanto mais baixa for a temperatura e mais<br />

ferrífera a composição inicial. Como estes dois parâmetros evoluem<br />

simultaneamente nos processos <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong>, numa mesma<br />

60


associação mineralógica as composições <strong>da</strong>s biotites evoluem aproxima<strong>da</strong>mente<br />

segundo uma direcção paralela a AC.<br />

Í..0<br />

3.5<br />

3.0<br />

/s A Al, , .<br />

total<br />

2.0­<br />

^<br />

• 61<br />

A G'm<br />

■ G'o<br />

û G'm mb<br />

Figura. III.6 ­ Posicionamento <strong>da</strong>s biotites dos três grupos <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas em estudo,<br />

no diagrama Al total em função <strong>de</strong> Mg (NACHIT et ai., 1985).<br />

Os dois parâmetros, Al total e Mg, revelaram­se bastante a<strong>de</strong>quados na<br />

discriminação <strong>da</strong>s biotites <strong>da</strong>s amostras menos e mais evoluí<strong>da</strong>s no seio <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

grupo granítico. Na figura III.7 (a ­c) está representa<strong>da</strong> a evolução <strong>da</strong>s biotites por<br />

amostra e em ca<strong>da</strong> grupo. Na figura III.7 d) seleccionaram­se as biotites do grupo<br />

<strong>de</strong> grão médio como exemplo para ilustrar a evolução <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as amostras menos<br />

evoluí<strong>da</strong>s (Mg mais elevado e Al mais baixo) até às mais evoluí<strong>da</strong>s (cuja<br />

composição se sobrepõe aos dois exemplos <strong>de</strong> biotites <strong>de</strong> amostras em que se<br />

observou moscovitização <strong>da</strong> biotite) . No mesmo diagrama proce<strong>de</strong>u­se à<br />

comparação entre as composições <strong>da</strong>s biotites e <strong>de</strong> moscovites secundárias<br />

claramente resultantes <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> biotite. Verifica­se que as moscovites<br />

secundárias se situam na continuação <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong>s biotites, em direcção a<br />

domínios <strong>de</strong> elevado Al total e baixo Mg.<br />

61


III. 1.2.1.6-Conclusões<br />

No seu conjunto as biotites dos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo projectamse<br />

no domínio <strong>da</strong>s biotites dos granitói<strong>de</strong>s <strong>da</strong> série alumino-potássica, com teores<br />

<strong>de</strong> Al total elevados, característicos <strong>da</strong>s biotites associa<strong>da</strong>s à moscovite .<br />

A substituição Al vl =R 2+ tem um papel relevante no aumento <strong>de</strong> AI VI dos termos<br />

menos evoluídos para os mais evoluídos e na consequente criação <strong>de</strong> lacunas a<br />

nível <strong>da</strong>s posições octaédricas.<br />

Apesar <strong>de</strong> as composições <strong>da</strong>s biotites dos três grupos <strong>de</strong> granitos serem<br />

muito próximas, as pequenas diferenças observa<strong>da</strong>s, sobretudo no que diz respeito<br />

aos valores <strong>de</strong> Mg, Al, Ti, Fe e K, permitem admitir que ca<strong>da</strong> maciço correspon<strong>da</strong> a<br />

uma série in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, cuja evolução acresci<strong>da</strong> dos efeitos <strong>de</strong> alteração tardi e<br />

pós -magmática, conduziram a uma convergência na respectiva composição.<br />

Os teores em Li obtidos em biotites do grupo <strong>de</strong> grão fino, G'f, são claramente<br />

superiores aos encontrados nas biotites <strong>de</strong> G'm e G'g. A sua comparação com os<br />

teores em Li obtidos em rocha total sugere que as biotites sejam os principais<br />

minerais portadores <strong>de</strong> Li na fácies G'f, enquanto que nos outros dois grupos o<br />

enriquecimento em Li em rocha total parece ser secundário, isto é, <strong>de</strong>ver-se<br />

essencialmente aos efeitos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>utérica.<br />

Compararam-se os <strong>da</strong>dos cristaloquímicos entre as biotites primárias e as<br />

biotites em vias <strong>de</strong> moscovitização dos três grupos <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto. Concluiu-se que as principais diferenças resi<strong>de</strong>m num valor<br />

mais elevado em Si e AI VI e mais baixo em Mg, Ti, AI IV e Fe 2+ total nas biotites com<br />

indícios <strong>de</strong> moscovitização, o que sugere que o processo <strong>de</strong> alteração possa ser um<br />

dos responsáveis pelos elevados valores <strong>de</strong> AI VI que geralmente são <strong>de</strong> difícil<br />

explicação.<br />

62


4,0<br />

3,8<br />

Al t 3,6<br />

3,4<br />

4,0<br />

3,8<br />

Alt 3,6<br />

3,4<br />

0,2 0,6<br />

0,2 0,6<br />

My<br />

Mg<br />

K* *<br />

•<br />

• •<br />

•<br />

Q'f° + evol<br />

• t<br />

W ■ evol<br />

4,0<br />

3,8<br />

Alt 3,6<br />

1,0 1,4 0,2 0,6<br />

B + evol<br />

Q­g . ^<br />

Wi ­ evol<br />

■a ■ ■■<br />

■<br />

3,4<br />

6,6<br />

5<br />

Alt<br />

4,4<br />

O O<br />

O<br />

3,8 v*v O<br />

1.0 1,4 0 0,4 0,8<br />

Mg<br />

"* V V><br />

G'm A + evol A<br />

1,0 1,4<br />

A ­ evol 1<br />

o Mo»o II<br />

G'm • H m<br />

4"» *àH*^,<br />

Figura. III.7 ­ Evolução <strong>da</strong> composição <strong>da</strong> biotite no seio <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos três grupos <strong>de</strong> granitos<br />

em estudo, em termos <strong>de</strong> Al total em função <strong>de</strong> Mg.<br />

a) ­ Evolução nos granitos <strong>de</strong> grão fino G'f); b) ­ evolução nos granitos <strong>de</strong> grão médio (G'm); c) ­<br />

evolução nos granitos <strong>de</strong> grão grosseiro (G'g); d) ­ exemplo para as biotites dos granitos G'm,<br />

mostrando a evolução <strong>de</strong>s<strong>de</strong> biotites primárias em amostras menos evoluí<strong>da</strong>s (­evol.) passando por<br />

biotites primárias em amostras mais evoluí<strong>da</strong>s (+evol.) e em vias <strong>de</strong> moscovitização (bi m)<br />

culminando em moscovites secundárias (Mosc II).<br />

Mg<br />

i<br />

1,2<br />

A + evol<br />

*<br />

A<br />

A - evol<br />

63


Alguns <strong>da</strong>dos cristaloquímicos dos dois tipos <strong>de</strong> biotites dos granitos <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto foram comparados com os obtidos nas biotites <strong>da</strong>s três<br />

associações mineralógicas <strong>de</strong> St. Sylvestre estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s por FRIEDRICH (1984)<br />

acima referi<strong>da</strong>s. Da observação do quadro III.7 po<strong>de</strong>-se concluir que os dois tipos<br />

<strong>de</strong> biotites do grupo G'f apresentam composições muito próximas <strong>da</strong> fácies <strong>de</strong><br />

biotite+moscovite <strong>de</strong> St. Sylvestre. No que diz respeito às biotites <strong>de</strong> G'm e G'g<br />

distinguem-se claramente as biotites primárias com características intermédias entre<br />

as fácies <strong>de</strong> biotite com silimanite e com moscovite, <strong>da</strong>s biotites em vias <strong>de</strong><br />

moscovitização com características entre a fácies <strong>de</strong> biotite+moscovite e a fácies <strong>de</strong><br />

moscovite dominante. Para FRIEDRICH (1984) a evolução observa<strong>da</strong> nas biotites<br />

<strong>de</strong> St. Sylvestre (subi<strong>da</strong> <strong>de</strong> Si, <strong>de</strong> XFe e <strong>de</strong> AI VI ) po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> ao efeito <strong>de</strong> dois<br />

processos: evolução no meio magmático <strong>de</strong> cristalização <strong>da</strong> biotite acompanha<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> reequilíbrios e transformações <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>s à interacção fluido-sólido. Os<br />

reequilíbrios parciais <strong>da</strong> biotite po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver-se em relação com a moscovite<br />

<strong>de</strong> neoformação conduzindo ao aumento <strong>de</strong> Si, diminuição <strong>de</strong> AI IV , abaixamento<br />

sensível do grau <strong>de</strong> ocupação octaédrica e uma ligeira subi<strong>da</strong> <strong>de</strong> AI VI . Os dois<br />

fenómenos são praticamente indissociáveis nas áreas mais diferencia<strong>da</strong>s do<br />

maciço, sendo os reequilíbrios <strong>da</strong> biotite mais evi<strong>de</strong>ntes nos termos mais ricos em<br />

moscovite que por sua vez são também os mais evoluídos num contexto <strong>de</strong><br />

diferenciação magmática.<br />

As características cristaloquímicas <strong>da</strong>s biotites dos granitos <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto apontam assim para a possível actuação dos dois processos: diferenciação<br />

magmática, <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pela diminuição <strong>de</strong> Mg, XMg e do grau <strong>de</strong> ocupação octaédrica,<br />

mantendo-se AI IV sensivelmente constante, segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> reequilíbrios parciais<br />

durante os processos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>utérica traduzidos por um aumento <strong>de</strong> AI VI ,<br />

Fet, e diminuição <strong>de</strong> AI IV .<br />

64


Quadro 111.7 - Comparação entre a composição <strong>de</strong> biotites sãs e em vias <strong>de</strong> moscovitização dos<br />

granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto e a composição <strong>de</strong><br />

biotites aluminosas do maciço <strong>de</strong> St. Sylvestre (França) estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s por FRIEDRICH<br />

(1984).<br />

A - Biotite + Sillmanite B - Biotite + Moscovite<br />

(FRIEDRICH. 19B4I<br />

C - Moscovite dominante<br />

Al IV 2,50 - 2.66 2,00 - 2,60 2.00 - 2,20<br />

AIVI 0.80- 1,05 1,00- 1,55 1.90- 2,20<br />

Al total 3,30 - 3,70 3,00- 4,15 3,90 - 4,40<br />

XFo 0,60 - 0,70 0,70 - 0,82 0,85 - 0,90<br />

Ti 0,35 - 0,40 0,20 - 0,36 0,16 - 0,20<br />

Y 5,46 - 5,80 5,20 - 5,50 4,80- 5,00<br />

Biotites dos granitos <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

Q'f G'm G'g<br />

Biotites 1 Biotites II Biotites I Biotites II Biotites I Biotites II<br />

Al IV 2,21 -2,66 2,23- 2,61 2,43 - 2,64 2,03 - 2,69 2,34-2,60 1,95-2,54<br />

AIVI 0,86-1,25 1,05-1,49 0,86-1,17 0,96-1,73 0,82 - 1,18 1,15 - 1,90<br />

Al total 3.28 - 3,61 3,48 - 3,91 3,46 - 3,66 3,49 - 3.91 3,30 - 3,58 3,58 - 3,89<br />

XFe 0,69 - 0,74 0,72 - 0,79 0,68 - 0,74 0,78 - 0,91 0,66-0,75 0,74-0,93<br />

Ti 0,24 - 0,36 0,24 -0,36 0,18-0,34 0,13-0,36 0,22-0,39 0,16-0,30<br />

Y 5,25-5,54 5.16-5,47 6,37-6,75 5,10-5,55 5,37 - 5.64 4,86 - 5,41<br />

III.1.2.2 - Condições <strong>de</strong> cristalização <strong>da</strong> biotite<br />

111.1.2.2.1 - Estimativa <strong>de</strong> /02, T e /H20<br />

Entre os factores físico-químicos que condicionam a composição <strong>da</strong> biotite<br />

<strong>de</strong>stacam-se como os mais importantes a temperatura, T, a fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong> do oxigénio,<br />

/02, e a fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água, /H20. A composição <strong>da</strong> biotite numa rocha ígnea<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste modo ser utiliza<strong>da</strong> para estimar a fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima do oxigénio, a<br />

temperatura, a fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima <strong>da</strong> água ou do hidrogénio, /H2, que presidiram à<br />

sua cristalização.<br />

Trabalhos experimentais, entre os quais se <strong>de</strong>stacam os <strong>de</strong> WONES &<br />

EUGSTER (1965) e RUTHERFORD (1973), mostraram que se a biotite estiver em<br />

equilíbrio em associações tais como biotite+magnetite+feldspato alcalino,<br />

biotite+moscovite+magnetite+aluminossilicato+quartzo ou biotite+magnetite+<br />

+feldspato alcalino+leucite é possível <strong>de</strong>terminar as condições <strong>de</strong> /H2-T ou /02-<br />

65


H20-T, conhecendo um ou dois dos parâmetros através <strong>de</strong> uma técnica<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Assim, a /02 e a temperatura <strong>de</strong>sempenham um papel crucial na<br />

composição <strong>da</strong> biotite, permitindo utilizar este mineral como geotermómetro.<br />

WONES & EUGSTER (1965) estimaram a composição <strong>de</strong> soluções sóli<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

biotite no sistema ternário: K Fe3 2+ Al Si3 O10 (OH)2 (anite) - K Mg3 Al Si3 O10 (OH)2<br />

(flogopite) - K Fe3 3+ Al Si3 0-|2 (H_i) (oxibiotite, teórica), estáveis para uma<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tampões <strong>de</strong> oxigénio.<br />

3+<br />

A entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Fe na re<strong>de</strong> <strong>da</strong> biotite e controla<strong>da</strong> por dois mecanismos<br />

essenciais (WONES & EUGSTER, 1965; HEWITT & WONES, 1984):<br />

2-<br />

(1 ) Fé 2 * - OH"


A <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> formação <strong>da</strong>s biotites a partir dos <strong>da</strong>dos<br />

experimentais <strong>de</strong> WONES & EUGSTER (1965) ,nos granitos em estudo, conduz a<br />

valores aproximados. É indispensável ter presente as limitações que <strong>de</strong>correm do<br />

gran<strong>de</strong> afastamento entre as condições experimentais e as naturais, como por<br />

exemplo, entre a paragénese sintética (soluções sóli<strong>da</strong>s teóricas anite-flogopite,<br />

magnetite) e a paragénese natural, em particular a encontra<strong>da</strong> no presente estudo<br />

(biotites ferríferas e aluminosas, ilmenite). Os factores que po<strong>de</strong>m estar na base <strong>da</strong><br />

imperfeita estimativa <strong>da</strong>s condições termodinâmicas <strong>de</strong> sistemas naturais a partir <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>dos experimentais enquadram-se nos seguintes exemplos:<br />

- gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> composição <strong>da</strong>s biotites naturais;<br />

- complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> substituições catiónicas e iónicas para além <strong>da</strong> substituição<br />

em posição octaédrica Fe 2+ Mg 2+ Fe 3+ cujo efeito na estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

biotite não é totalmente conhecido;<br />

- indisponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> análises <strong>de</strong> Fe 3+ e OH" à microsson<strong>da</strong> ;<br />

- teores em Fe 2+ e Fe 3+ obtidos a partir <strong>de</strong> análises <strong>de</strong> concentrados <strong>de</strong><br />

biotite, sendo praticamente impossível eliminar inclusões, grãos afectados por<br />

eventual moscovitização e/ou cloritização ou <strong>de</strong>tectar reequilíbrios durante os<br />

fenómenos <strong>de</strong> alteração tardi a pós - magmáticos que po<strong>de</strong>rão provocar a oxi<strong>da</strong>ção<br />

<strong>de</strong> Fe 2+ em Fe 3+ .<br />

Tendo em consi<strong>de</strong>ração as limitações aponta<strong>da</strong>s utilizou-se mesmo assim os<br />

<strong>da</strong>dos experimentais <strong>de</strong> WONES & EUGSTER (1965) na estimativa <strong>da</strong>s condições<br />

<strong>de</strong> cristalização <strong>da</strong>s biotites dos granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Preten<strong>de</strong>-se, por um lado, comparar entre si, pelo menos em termos relativos, as<br />

características termodinâmicas dos três grupos <strong>de</strong> granitos e, por outro lado,<br />

compará-las com as <strong>de</strong> granitos do Norte <strong>de</strong> Portugal nos quais foi aplica<strong>da</strong> a<br />

mesma metodologia.<br />

A projecção <strong>da</strong> média <strong>da</strong>s composições <strong>da</strong>s biotites <strong>de</strong> amostras dos três<br />

grupos graníticos <strong>de</strong> que se dispôs <strong>da</strong> <strong>de</strong>terminação em separado <strong>de</strong> Fe 2+ e Fe 3+<br />

revelam condições relativas <strong>de</strong> /o2 entre as curvas dos tampões magnetite-hematite<br />

e Ni-NiO (figura III.8) projectando-se a <strong>da</strong>s biotites do grupo <strong>de</strong> grão fino mais<br />

próximo do tampão Ni-NiO.<br />

67


Figura. III.8 - Composição média <strong>da</strong>s biotites dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

no diagrama Fe 3+ -Fe 2+ -Mg <strong>de</strong> WONES & EUGSTER (1965). FeO analisado em<br />

concentrados <strong>de</strong> biotite.<br />

Uma estimativa quantitativa <strong>da</strong> /o2 foi obti<strong>da</strong> utilizando os <strong>da</strong>dos experimentais<br />

<strong>de</strong> WONES & EUGSTER (1965) para a biotite coexistente com magnetite e felspato<br />

alcalino. Estes autores admitem como variável cristaloquímica a relação Fe/Fe+Mg<br />

(XFe) e <strong>de</strong>finiram as variações <strong>de</strong>sta razão com /02 e temperatura (T). A<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Fe total incorporado na biotite <strong>de</strong>cresce com o aumento <strong>de</strong> /O2<br />

enquanto que XFe aumenta com o <strong>de</strong>créscimo <strong>da</strong> temperatura, T.<br />

A composição média <strong>da</strong>s biotites em estudo projecta<strong>da</strong>s no plano /O2-T a<br />

2070 bar aponta para temperaturas <strong>de</strong> cristalização compreendi<strong>da</strong>s entre 650°C e<br />

700 °C e fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> oxigénio com pequena variação, entre 10 -15 - 6 e 10 -15 - 9<br />

bar (figura III.9). De referir que se optou pelo valor <strong>de</strong> 2070 bar por este ser o valor<br />

experimental mais elevado disponível, contudo inferior ao valor real que se estimou<br />

para a região em função <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> metamorfismo regional (3 a 4 kbar).<br />

Utilizando estes <strong>da</strong>dos com um objectivo simplesmente comparativo pelas razões já<br />

aponta<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>-se sugerir que o granito G'f ter-se-á formado a uma temperatura<br />

superior à dos granitos G'm e G'g (respectivamente 700°C, 650°C e 660°C), sendo<br />

/O2 ligeiramente inferior no granito G'm (10~ 15 - 9 ).<br />

68


Figura. III.9 - Diagrama <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biotite em função <strong>da</strong> fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio e <strong>da</strong><br />

temperatura à pressão total <strong>de</strong> 2070 bar (WONES & EUGSTER, 1965).<br />

Posicionamento <strong>da</strong> composição <strong>da</strong>s biotites em estudo em termos <strong>de</strong> XFe. FeÒ<br />

analisado em concentrados <strong>de</strong> biotite.<br />

Apesar <strong>de</strong> as temperaturas <strong>de</strong> cristalização se situarem entre valores<br />

aceitáveis para o tipo <strong>de</strong> magma dos granitos em estudo verifica-se que as<br />

composições médias <strong>da</strong> biotite no diagrama Fe 2+ - Fe 3+ - Mg se encontram próximas<br />

do tampão Ni-NiO e entre este e o tampão magnetite-hematite, reflectindo<br />

condições mais oxi<strong>da</strong>ntes do que as propostas por diversos autores para os<br />

granitói<strong>de</strong>s <strong>da</strong> série <strong>da</strong> ilmenite (e.g.TAKAHASHI et ai., 1980). Para os granitói<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>sta série são sugeri<strong>da</strong>s fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s próximas do tampão quartzo-faialitemagnetite<br />

(QFM) ou entre este tampão e o Ni-NiO, e razões <strong>de</strong> Fe 3+ /Fe 3+ +Fe 2+<br />

compreendi<strong>da</strong>s entre 0 e 0.33. No presente estudo esta razão varia entre 0.1 e 0.29,<br />

o que está <strong>de</strong> acordo com os granitói<strong>de</strong>s <strong>da</strong> série <strong>da</strong> ilmenite. Uma <strong>da</strong>s causas que<br />

terá provocado a projecção <strong>da</strong>s composições <strong>da</strong>s biotites acima <strong>da</strong> composição<br />

para o tampão Ni-NiO po<strong>de</strong> ser o estado <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção do ferro analisado,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente a oxi<strong>da</strong>ção do Fe 2+ em Fe 3+ , não sendo possível nos<br />

concentrados <strong>de</strong> biotite minimizar este efeito. Numa tentativa <strong>de</strong> obter uma melhor<br />

estimativa <strong>de</strong> Fe 2+ utilizou-se o método <strong>de</strong> BRUYIN et ai. (1983) aplicando aos<br />

<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> microsson<strong>da</strong> as equações sugeri<strong>da</strong>s por estes autores para o cálculo <strong>de</strong><br />

FeO. As composições <strong>da</strong>s biotites dos três grupos evoluem próxima e paralelamente<br />

ao tampão QFM (figura 111.10).<br />

69


3 +<br />

Fe<br />

(Oxibíotite)<br />

• G'f<br />

A G'm<br />

■ G'g<br />

Mg<br />

(Flogopite)<br />

Figura. 111.10 ­ Composições extremas <strong>da</strong>s biotites dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto no diagrama Fe 3+ ­ Fe 2+ ­ Mg <strong>de</strong> WONES & EUGSTER (1965). Domínio<br />

<strong>da</strong>s composições médias representado a tracejado. FeO calculado pelo método<br />

<strong>de</strong>BRUYINefa/. (1983).<br />

Utilizando o diagrama /02 ­ T <strong>de</strong> WONES & EUGSTER (1965) estimou­se a<br />

temperatura <strong>de</strong> cristalização e a /O2 com base nos valores <strong>de</strong> XFe (figura III.11 ).<br />

Para se po<strong>de</strong>r ter uma noção <strong>da</strong> possível evolução <strong>da</strong> composição <strong>da</strong>s biotites<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos seleccionaram­se para ca<strong>da</strong> caso duas amostras<br />

<strong>de</strong> valores <strong>de</strong> XFe extremos, tendo­se obtido as seguintes gamas <strong>de</strong> temperaturas e<br />

<strong>de</strong> f02 que se encontram no quadro III.8.<br />

70


• 10<br />

IN<br />

O<br />

^ ><br />

O)<br />

o<br />

-20<br />

PtotaL= 2070 bar<br />

Sanidina +<br />

Hematite+Ga's<br />

40^-'<br />

.-' Sanidína-t-<br />

Magneti te + Ga's<br />

500 700 900<br />

T°C<br />

Figura. 111.11 - Diagrama <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biotite em função <strong>da</strong> fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio e <strong>da</strong><br />

temperatura à pressão total <strong>de</strong> 2070 bar (WONES & EUGSTER, 1965).<br />

Posicionamento <strong>da</strong> composição <strong>da</strong>s biotites em estudo em termos XFe. FeO<br />

calculado pelo método <strong>de</strong> BRUYIN et ai. (1983).<br />

Quadro III.8 - Dados estimados <strong>da</strong> temperatura <strong>de</strong> cristalização e <strong>da</strong> fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio <strong>da</strong>s<br />

biotites em estudo em função <strong>de</strong> XFe a partir do diagrama <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biotite à<br />

pressão total <strong>de</strong> 2070 bar <strong>de</strong> WONES & EUGSTER (1965).<br />

G'f<br />

XFe T(oC) f(02)<br />

0,702 - 0,783 780- 785<br />

G'm 0,661 -0,791 760 - 820<br />

G'g 0,645 - 0,780 780 - 825<br />

-16,6<br />

10<br />

-16,4<br />

10<br />

-14,3<br />

10<br />

As biotites do grupo <strong>de</strong> granito <strong>de</strong> grão fino, G'f, apresentam uma gama <strong>de</strong><br />

variação <strong>de</strong> XFe mais estreita e consequentemente mais homogénea do que as<br />

biotites dos granitos G'm e G'g. Se se utilizarem as médias dos valores <strong>de</strong> XFe na<br />

estimativa <strong>da</strong> temperatura e <strong>da</strong> /02i as biotites dos três grupos aparecem com<br />

-16,0<br />

10<br />

-16,0<br />

10<br />

-16,6<br />

10<br />

II.-<br />

71


valores muito próximos: XFe <strong>de</strong> 0.733, 0.715 e 0.705 respectivamente para G'f, G'm<br />

e G'g, temperatura <strong>de</strong> cristalização <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 785°C para G'f e ligeiramente<br />

inferior para os outros dois grupos (cerca <strong>de</strong> 780°C) e /02 semelhante nos três<br />

granitos, aproxima<strong>da</strong>mente igual a 10 -16 - 5 para G'f e 10" 160 para G'm e G'g.<br />

111.1.2.2.2 - Composição do fluido (em termos <strong>de</strong> fH20/fHF) em equilíbrio com a<br />

biotite<br />

Num processo <strong>de</strong> diferenciação magmática a evolução dos teores em flúor, F,<br />

<strong>da</strong> biotite <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>da</strong> temperatura, <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong> razão Mg/Fe e <strong>da</strong> evolução do<br />

fluido em equilíbrio em termos <strong>de</strong> /H20//HF.<br />

Quando a biotite se encontra em equilíbrio com uma fase flui<strong>da</strong> (OH, F) a<br />

reacção <strong>de</strong> troca nessa biotite é analisa<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com o equilíbrio:<br />

Biotite (OH) + HF = Biotite (F) + H20 (MUNOZ & LUDINGTON, 1974)<br />

Assumindo que H20 e HF são componentes puros à pressão <strong>de</strong> 1 bar e<br />

temperatura T e que existe miscibili<strong>da</strong><strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> F e OH na biotite, a constante <strong>de</strong><br />

equilíbrio para esta reacção, envolvendo a anite, a flogopite e a si<strong>de</strong>rofilite, po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> seguinte expressão:<br />

log K = log (X Fbi/XoHbi) bi ss + log (/H2o//HF) fluid0<br />

X representa a fracção molar dos componentes OH e F na solução sóli<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

biotite (biss).<br />

MUNOZ (1984) <strong>de</strong>senvolveu a seguinte equação para o cálculo <strong>de</strong> log K para<br />

a mesma reacção, tendo em conta a constante <strong>de</strong> equilíbrio com a temperatura :<br />

log K = 2100/T + 1.523 XMg + 0.416 XAn + 0.079 XSid<br />

em que XMg, XAn e XSid representam as fracções molares respectivamente <strong>da</strong><br />

flogopite, anite e si<strong>de</strong>rofilite, utilizando as expressões para a <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>s<br />

fracções molares <strong>da</strong> si<strong>de</strong>rofilite e <strong>da</strong> anite sugeri<strong>da</strong>s por GUNOW et ai. (1980):<br />

XSid = [(3-Si/Altotal)/1.75](1-XMg)<br />

XAn = 1 - (XMg + XSid)<br />

72


Com a informação obti<strong>da</strong> dos trabalhos experimentais juntamente com os<br />

<strong>da</strong>dos analíticos disponíveis referentes às biotites dos três grupos <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong><br />

duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto , obteve-se uma aproximação <strong>da</strong>s condições<br />

<strong>de</strong> equilíbrio <strong>da</strong>s biotites com uma fase flui<strong>da</strong>.<br />

Para estimar o log /(W/HF <strong>da</strong> fase flui<strong>da</strong> em equilíbrio com as biotites dos três<br />

grupos <strong>de</strong> granitos partiu-se <strong>da</strong> razão F/F+OH por interpolação entre os <strong>da</strong>dos<br />

experimentais <strong>de</strong> MUNOZ & LUDINGTON (1974). Com as temperaturas estima<strong>da</strong>s<br />

para o equilíbrio <strong>da</strong> biotite nos magmas graníticos em estudo e a razão F/F+OH foi<br />

possível obter, mais uma vez por interpolação entre os <strong>da</strong>dos experimentais para a<br />

flogopite e a média entre a si<strong>de</strong>rofilite e anite encontrados por aqueles autores,<br />

valores muito próximos para log /H2O//HF, entre as curvas <strong>de</strong> log /H2O//HF <strong>de</strong> 4 e 5<br />

para a flogopite e <strong>de</strong> 3 e 4 para a média si<strong>de</strong>rofilite e anite.<br />

Estimou-se igualmente o log /H2O//HF <strong>da</strong> fase flui<strong>da</strong> em equilíbrio com as<br />

biotites a partir dos <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> F e OH calculados segundo o método <strong>de</strong> BRUYIN et<br />

ai. (1983)<br />

No quadro III.9 estão sintetizados os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>s características dos fluidos em<br />

equilíbrio com as biotites dos três granitos em estudo, tendo-se encontrado o valor<br />

<strong>de</strong> log (fH2o/fHF) <strong>de</strong> 3.50para os tês granitos a partir <strong>de</strong> concentrados <strong>de</strong> biotite<br />

utilizando o método <strong>de</strong> MUNOZ & LUDINGTON (1974) e <strong>de</strong> 3.20, 3.32 e 3.27,<br />

respectivamente para os granitos G'f, G'm e G'g, a partir <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos calculados pelo<br />

método <strong>de</strong> BRUYIN et al. (1983) aplicando a equação <strong>de</strong> MUNOZ (1984).<br />

Quadro III.9 - Características dos fluidos em equilíbrio com as biotites, estima<strong>da</strong>s a partir do<br />

método <strong>de</strong> MUNOZ & LUDINGTON (1974).<br />

a)<br />

b)<br />

G'f<br />

G'm<br />

G'g<br />

G'f<br />

G'm<br />

G'g<br />

T(oC) Xflog Xsid Xanite XF/XOH log fH20/fHF log fH20<br />

700<br />

650<br />

660<br />

785<br />

780<br />

780<br />

0,269<br />

0,264<br />

0,296<br />

0,197<br />

0,216<br />

0,226<br />

0,579<br />

0,611<br />

0,567<br />

0,654<br />

0,654<br />

0,629<br />

0,152<br />

0,125<br />

0,137<br />

0,149<br />

0,130<br />

0,146<br />

a) FeO analisado em concentrados <strong>de</strong> biotite; b) FeO calculado pelo método <strong>de</strong> BRUYIN et al.<br />

(1983).<br />

0,15<br />

0,19<br />

0,20<br />

0,16<br />

0,13<br />

0,15<br />

3,50<br />

3,50<br />

3,50<br />

3,20<br />

3,32<br />

3,27<br />

3,41<br />

3,40<br />

3,39<br />

2,80<br />

3,02<br />

2,99<br />

73


WONES & EUGSTER (1965) propuseram as seguintes equações para o<br />

cálculo <strong>de</strong> log /H2 e log /H20 para associações em que a biotite coexiste com<br />

sanidina e magnetite:<br />

log/H2=-9341+4212 (1-X1) 2 /T+ logX-, + 11,05<br />

log /H20= (3428-4212 (1-X-j) 2 )/T + log X1 + 1/2 log /02 + 8,23 -<br />

- log aKAISi308 - log aFe304<br />

X1 é a fracção molar <strong>de</strong> KFe3AISÍ3O10 (OH)2 (anite) na biotite (po<strong>de</strong>ndo ser<br />

assumi<strong>da</strong> como equivalente à razão Fe/Fe+Mg para associações tampona<strong>da</strong>s por<br />

NiNO e Fe2Si04-Fe304-Si02) e a«Aisi308 e aFe304 são respectivamente as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> sanidina e <strong>da</strong> magnetite nas diversas fases minerais.<br />

Assumindo condições i<strong>de</strong>ais em que a^isi:*» e aFe304 são próximas <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

obtiveram-se valores <strong>de</strong> log /H2O semelhantes para os três grupos <strong>de</strong> granitos: 2.80,<br />

3. 02 e 2.99 respectivamente para G'f, G'rn e G'g.<br />

As <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> log /H2 são respectivamente <strong>de</strong> 1.80, 1.70 e 1.68 nos<br />

granitos G'f, G'rn e G'g.<br />

Citam-se alguns exemplos <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> cristalização <strong>de</strong> magmas graníticos<br />

do Norte <strong>de</strong> Portugal estimados com base em <strong>da</strong>dos experimentais:<br />

ALBUQUERQUE (1973) projectou biotites <strong>de</strong> granitói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma série<br />

calcoalcalina com ilmenite (região <strong>de</strong> Aregos) no diagrama Fe 2+ - Fe 3+ - Mg cuja<br />

composição é próxima do tampão faialite-magnetite-quartzo, tendo estimado uma<br />

/02 durante a cristalização do magma <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 -16 a 10 -18 bar, inferi<strong>da</strong> a<br />

partir <strong>de</strong> uma temperatura <strong>de</strong> cristalização <strong>de</strong> 680°C.<br />

NEIVA (1983) assumindo uma temperatura <strong>de</strong> cristalização <strong>de</strong> 700° C estimou<br />

uma /o2 <strong>de</strong> 10 -17 - 3 e 10" 17 - 1 respectivamente a partir <strong>de</strong> biotites <strong>de</strong> um granito <strong>de</strong><br />

grão fino e <strong>de</strong> um granito <strong>de</strong> grão médio porfirói<strong>de</strong>, ambos moscovítico-biotíticos, <strong>da</strong><br />

Serra do Alvão. Os fluidos em equilíbrio com as referi<strong>da</strong>s biotites apresentam log<br />

(/H2O//HF) respectivamente 3.15 e 3.25.<br />

74


DIAS (1987) estimou temperaturas <strong>de</strong> cristalização <strong>da</strong>s biotites entre 700° C e<br />

760° C e log /o2 entre -15.0 e -15.8 para os granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> região <strong>de</strong><br />

Ponte <strong>de</strong> Lima e log (/H2O//HF) entre 3.3 e 3.8 para os respectivos fluidos em<br />

equilíbrio.<br />

NEIVA & GOMES (1991) estimaram para os granitos sintectónicos <strong>de</strong> duas<br />

micas <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Vila Pouca <strong>de</strong> Aguiar uma temperatura <strong>de</strong> cristalização <strong>de</strong> 690°C<br />

com base em trabalhos experimentais sobre o efeito do F no sistema Q-Ab-Or com<br />

excesso <strong>de</strong> água a 1Kbar (MANNING, 1981), }o2 entre 10" 18 e IO' 17 bar e log<br />

(/HW/HF) dos fluidos em equilíbrio com a biotite compreendidos entre 3.5 e 3.8.<br />

III.1.2.3- Conclusões<br />

Informações sobre as condições <strong>de</strong> cristalização <strong>da</strong>s biotites do <strong>complexo</strong><br />

granítico <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto foram obti<strong>da</strong>s com base em métodos<br />

experimentais disponíveis, que apesar <strong>de</strong> distanciados <strong>da</strong>s condições reais<br />

permitiram uma estimativa <strong>da</strong> temperatura <strong>de</strong> cristalização e <strong>de</strong> /o2 <strong>da</strong>s biotites<br />

assim como do log (/H2O//HF) do fluido em equilíbrio.<br />

Verificou-se que os cálculos dos parâmetros termodinâmicos partindo dos<br />

<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> FeO analisados em concentrados <strong>de</strong> biotite são sensivelmente diferentes<br />

<strong>da</strong>queles baseados em métodos estatísticos aplicados aos <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> microsson<strong>da</strong>.<br />

Esta discrepância foi atribuí<strong>da</strong> à impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se seleccionarem nos<br />

concentrados os grãos menos afectados por fenómenos <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção do Fe 2+ num<br />

estádio magmático tardio. Os resultados obtidos pelo segundo método parecem ser<br />

mais a<strong>de</strong>quados às condições <strong>de</strong> /o2 {i.e., próximas do tampão QFM) previstas para<br />

as biotites <strong>de</strong> granitos tipo "S" e com ilmenite, característicos do contexto em que se<br />

enquadram os granitos em estudo. Contudo, a temperatura <strong>de</strong> cristalização<br />

estima<strong>da</strong> directamente com base nos <strong>da</strong>dos experimentais e nos teores em FeO<br />

calculados resultou sobrestima<strong>da</strong> relativamente à encontra<strong>da</strong> na literatura para<br />

granitos <strong>de</strong>ste tipo, reflectindo um <strong>de</strong>sfazamento entre os métodos experimentais e<br />

as ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras condições <strong>de</strong> cristalização.<br />

Se se tiver em conta a conjugação <strong>de</strong> vários factores tais como: a paragénese<br />

dos granitos em estudo, o seu avançado grau <strong>de</strong> evolução e o papel assumido<br />

pelos voláteis (notar que os teores <strong>de</strong> F nestes granitos variam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 0.08% a<br />

75


0.30%) associados por sua vez a valores <strong>de</strong> f02 relativamente baixos, entre 10 -16 - 5<br />

e 10" 160 , po<strong>de</strong>r-se-ão admitir temperaturas <strong>de</strong> cristalização inferiores às estima<strong>da</strong>s<br />

a partir dos trabalhos experimentais e que no presente caso se situarão entre 650°C<br />

e 700°C.<br />

Utilizando os <strong>da</strong>dos apenas com fins comparativos conclui-se que as biotites<br />

dos três grupos <strong>de</strong> granitos <strong>da</strong> área em estudo apresentam temperaturas <strong>de</strong><br />

cristalização e /o2 muito aproxima<strong>da</strong>s, notando-se uma tendência para uma<br />

temperatura ligeiramente superior e /o2 um pouco inferior para o grupo <strong>de</strong> grão fino,<br />

G'f.<br />

Quanto à composição do fluido em equilíbrio com as biotites em termos <strong>de</strong> log<br />

(/H20//HF) os valores calculados são semelhantes nos grupos G'm e G'g e<br />

levemente mais baixos nos fluidos em equilíbrio com as biotites do grupo <strong>de</strong> grão<br />

fino, G'f. No seu conjunto estes fluidos assemelham-se aos <strong>de</strong>scritos por NEIVA<br />

(1983) relativamente a granitos moscovítico-biotíticos que ocorrem no limite oeste<br />

<strong>da</strong> Serra do Alvão.<br />

111.1.3 - MICAS DIOCTAÉDRICAS: MOSCOVITE<br />

Entre as micas dioctaédricas a moscovite é <strong>da</strong>s micas mais comuns e ocorre<br />

num largo espectro <strong>de</strong> condições geológicas. No entanto, existem limitações quanto<br />

à sua estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, sobretudo <strong>de</strong>vido ao alto teor em alumínio. Daí, o gran<strong>de</strong><br />

interesse em se efectuar o seu estudo químico e estrutural com o objectivo <strong>de</strong><br />

melhor precisar as suas condições <strong>de</strong> cristalização para que possam ser utiliza<strong>da</strong>s<br />

no estudo petrogenético dos granitos <strong>de</strong> duas micas. Segundo YODER & EUGSTER<br />

(1955) os granitos com moscovite são geralmente os que contêm dois feldspatos:<br />

feldspato potássico e plagioclase como duas fases distintas. Tal como a biotite,<br />

estes minerais são dos mais vulneráveis relativamente às alterações tardi- a pósmagmáticas,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente quanto à sua parcial transformação em moscovite.<br />

A presença <strong>de</strong> moscovite primária num granito é o sinal <strong>de</strong> uma composição<br />

peraluminosa do magma inicial a qual se traduz por uma relação<br />

Al203/CaO+Na20+K20 molar, A/CNK, superior a 1.1. Também a existência <strong>de</strong><br />

corindo normativo no granito reflecte a importância <strong>da</strong> moscovite na caracterização<br />

<strong>de</strong> uma composição peraluminosa.<br />

76


O carácter peraluminoso diz respeito não só às rochas em cuja composição<br />

mineralógica se inclui a moscovite, como também permite inferir sobre uma<br />

composição peraluminosa do magma que lhes <strong>de</strong>u origem, sobretudo se coexistir<br />

com outros minerais peraluminosos (e.g. uma biotite aluminosa).<br />

A origem <strong>da</strong> moscovite nas rochas plutónicas tem servido <strong>de</strong> tema a inúmeras<br />

discussões com vista a uma melhor <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> critérios que permitam esclarecer<br />

se a moscovite faz parte <strong>da</strong> paragénese magmática ou se será total ou parcialmente<br />

um mineral secundário, sendo exemplos os trabalhos <strong>de</strong> ANDERSON et ai. (1980),<br />

ANDERSON & ROWLEY (1981), MILLER étal. (1981), CHAROY (1986), SEVIGNY<br />

étal. (1989).<br />

Vários têm sido os autores portugueses que se ocuparam com o estudo <strong>de</strong><br />

micas brancas, nomea<strong>da</strong>mente <strong>da</strong> moscovite, e <strong>da</strong>s suas condições físico-químicas<br />

<strong>de</strong> formação. Referir-se-ão somente alguns dos trabalhos que se consi<strong>de</strong>raram mais<br />

significativos e que dizem respeito a granitos do Norte <strong>de</strong> Portugal.<br />

ALBUQUERQUE (1975) apresenta, juntamente com <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> composição<br />

química, <strong>da</strong>dos experimentais sobre o cálculo <strong>de</strong> coeficientes <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong><br />

elementos menores (Cs e Rb) entre pares <strong>de</strong> minerais coexistentes em rochas<br />

graníticas, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente entre feldspato potássico e moscovite, <strong>da</strong> região <strong>de</strong><br />

Aregos, cuja constância <strong>de</strong> valores permite inferir uma situação <strong>de</strong> equilíbrio. Este<br />

facto, associado a teores relativamente elevados <strong>de</strong> Cr e V e relativamente baixos<br />

em Rb e Cs na moscovite, permitem sugerir uma origem primária para a moscovite.<br />

A variação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados elementos maiores e menores (e.g. Mg, Fe 2+ , F,<br />

CI, etc.) assim como <strong>da</strong>s razões entre elementos (e.g. Fe 2+ /Mg) têm permitido<br />

estabelecer séries <strong>de</strong> diferenciação entre os granitói<strong>de</strong>s (NEIVA, 1973, NEIVA,<br />

1983, NEIVA & GOMES, 1991) e correlacionar os granitói<strong>de</strong>s com mineralizações,<br />

e.g., Sn-W (NEIVA, 1982 ), Sn (NEIVA, 1984) e Au (NEIVA et ai., 1990).<br />

DIAS (1987) distinguiu moscovites primárias e secundárias em três maciços <strong>de</strong><br />

granitói<strong>de</strong>s hercínicos <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima (Minho) e, a partir do seu estudo<br />

cristaloquímico, pôs por um lado em evidência diferenças composicionais<br />

significativas nas moscovites primárias <strong>de</strong> três maciços (moscovites dos granitos <strong>de</strong><br />

77


Sto. Ovídio mais enriqueci<strong>da</strong>s em Fet, Mg e empobreci<strong>da</strong>s em Al total e AI IV em<br />

relação aos maciços <strong>de</strong> Arga e Nora e moscovites do maciço <strong>de</strong> Arga mais<br />

empobreci<strong>da</strong>s em Si e Ti do que nos outros dois maciços) e, por outro, a<br />

caracterização <strong>da</strong>s moscovites secundárias dos maciços <strong>de</strong> Sto. Ovídio e Arga,<br />

on<strong>de</strong> a actuação <strong>de</strong> fenómenos <strong>de</strong> alteração tardi- a pós- magmáticos foi mais<br />

acentua<strong>da</strong>, e cujas composições correspon<strong>de</strong>m a diferentes termos no sistema<br />

moscovite-celadonite-paragonite.<br />

No presente capítulo preten<strong>de</strong>-se apresentar um estudo <strong>da</strong>s características<br />

geoquímicas e estruturais <strong>da</strong>s micas brancas dos granitos peraluminosos <strong>da</strong> região<br />

<strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, que permitam, na medi<strong>da</strong> do possível, confirmar as<br />

observações petrográficas quanto às diferentes gerações já previamente<br />

estabeleci<strong>da</strong>s no capítulo <strong>de</strong>dicado à petrografia, com base em argumentos<br />

texturais seguindo a metodologia <strong>de</strong> alguns autores, e.g., MILLER et al. (1981),<br />

FERRY (1985) eMONIERef al. (1984).<br />

Para uma melhor clarificação <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem adopta<strong>da</strong> no estudo <strong>da</strong>s micas<br />

brancas apresentar-se-ão em primeiro lugar algumas características<br />

cristaloquímicas <strong>da</strong>s micas dioctaédricas.<br />

III.1.3.1 - Abor<strong>da</strong>gem cristaloquímica<br />

III.1.3.1.1 - Substituição fengítica<br />

A moscovite, celadonite e paragonite constituem três composições puras <strong>de</strong><br />

micas brancas dioctaédricas, que teoricamente apresentam a seguinte constituição:<br />

Moscovite K(Si3AI)AI2O10 (OH)2<br />

Celadonite K (Si4) (AIR2 ) O10 (OH)2, sendo R 2+ = Mg 2+ , Fe 2+<br />

Paragonite Na (Si3AI) Al2 O10 (OH)2<br />

Entre estes três poios teóricos verifica-se uma solução sóli<strong>da</strong> entre a<br />

moscovite e a celadonite (fengites) enquanto que entre a moscovite e a paragonite é<br />

possível uma série <strong>de</strong>scontínua. Assim, as micas brancas (não litiníferas) são<br />

geralmente <strong>de</strong>scritas como soluções sóli<strong>da</strong>s entre o polo moscovite e o polo<br />

celadonite, respectivamente:<br />

78


K(AI2 D ) (Si3AI) O10 (0H)2<br />

K(AIR 2+ □ ) Si4 O10 (0H)2<br />

em que D é uma posição octaédrica vaga.<br />

Estas micas são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s como fazendo parte <strong>da</strong> série fengítica cujo<br />

mecanismo <strong>de</strong> substituição que permite <strong>de</strong>screver esta série po<strong>de</strong> ser representado<br />

através <strong>da</strong> expressão<br />

A|Vi|A|iv^(R2+)VijSiiv (1)<br />

Na estrutura <strong>da</strong> moscovite uma parte do AI IV (trivalente) encontra­se<br />

substituído por átomos <strong>de</strong> Si (tetravalente) produzindo um excesso <strong>de</strong> carga.<br />

Na solução sóli<strong>da</strong> entre os pólos puros moscovite­celadonite, a compensação<br />

do excesso <strong>de</strong> carga na posição tetraédrica (Al 3+ Si 4+ ) para restabelecer a<br />

neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong> eléctrica é feita pela substituição nas posições octaédricas <strong>de</strong> um<br />

catião trivalente por um catião bivalente (AI 3+ R 2+ em que R 2+ =Mg, Fe, Mn). As<br />

fengites restabelecem a solução sóli<strong>da</strong>:<br />

K(Si3+xAli.x) lv (AI2.xRx) vl<br />

sendo x a taxa <strong>de</strong> substituição segundo a equação (1) , encontrando­se o pólo<br />

moscovite para um valor <strong>de</strong> x=0 e a celadonite para x=1.<br />

III.1.3.1.2 ­ Estudo <strong>da</strong>s micas brancas do Complexo <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

Para proce<strong>de</strong>r ao estudo <strong>da</strong>s micas brancas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

efectuaram­se análises à microsson<strong>da</strong> electrónica para ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos, as<br />

quais incidiram sobre to<strong>da</strong>s as gerações, <strong>de</strong>scritas com base em critérios<br />

petrográficos. Na globali<strong>da</strong><strong>de</strong>, começou­se por distinguir as moscovites primárias<br />

<strong>da</strong>s moscovites secundárias. Dentro <strong>de</strong> este último grupo, distinguiram­se por sua<br />

vez as que resultaram <strong>da</strong> moscovitização <strong>da</strong> biotite <strong>da</strong>s que se <strong>de</strong>senvolveram nas<br />

clivagens <strong>da</strong> plagioclase, substituindo­a parcialmente, e ain<strong>da</strong> as que se<br />

<strong>de</strong>senvolveram intersticialmente acompanhando zonas <strong>de</strong> cisalhamento e em<br />

associações simplectíticas com o quartzo.<br />

79


No quadra 111.10 apresentam-se os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> composição química <strong>de</strong> micas<br />

brancas selecciona<strong>da</strong>s e as respectivas fórmulas estruturais.


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o" o" «­■■ •­<br />

» (O «­OJCM1OC0 to or^­cn to<br />

çNr­ t t M 5 r S o


Projectando nos diagramas triangulares Ti-Mg-Na (figuras 111.12 a - b) e Si-Alt-<br />

Outros (Mg+Mn+Fet+Ti) (figuras 111.13 a -b) <strong>de</strong> MILLER et ai. (1981) (proporções<br />

atómicas) amostras selecciona<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s várias gerações <strong>de</strong> micas brancas, obtemse<br />

uma distribuição que não está totalmente <strong>de</strong> acordo com a que aqueles autores<br />

propuseram para distinguir micas <strong>de</strong> origem primária <strong>da</strong>s <strong>de</strong> origem secundária,<br />

sobretudo no domínio <strong>da</strong>s moscovites secundárias. As dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em separar<br />

perfeitamente estes dois tipos <strong>de</strong> micas brancas po<strong>de</strong>rão estar relaciona<strong>da</strong>s<br />

principalmente com as limitações no estabelecimento dos critérios texturais e com o<br />

facto <strong>de</strong> aqueles autores terem consi<strong>de</strong>rado como micas secundárias<br />

essencialmente as que resultaram <strong>da</strong> moscovitização <strong>de</strong> feldspatos e também com<br />

subsequentes reequilíbrios químicos tardimagmáticos <strong>da</strong> moscovite primária.<br />

Figura. 111.12 - Distribuição <strong>da</strong>s micas brancas primárias (a) e secundárias (b) no diagrama Ti-Mg-<br />

Na <strong>de</strong> MILLER et ai. (1981).<br />

a) - Moscovites primárias (Ml); b) - moscovites secundárias (Mil); mb- moscovite proveniente <strong>da</strong><br />

biotite; mp - moscovite resultante <strong>da</strong> plagioclase; m int - moscovite intersticial; m simp - moscovite<br />

em associação simplectítica.<br />

82


12% outro» 55% Si<br />

\ A<br />

\<br />

\ a) Ml /<br />

\ • • ­ /u \ * /<br />

\<br />

38% Al \__<br />

1 2 % outroi<br />

­ÏR"* Al '<br />

•••<br />

0<br />

0<br />

•*■♦<br />

\ /<br />

• \ b0%<br />

0<br />

55% Si<br />

\ M II<br />

\ ♦mb<br />

\ b) o mp<br />

\ .A. m Int<br />

\ «j> m ilmp<br />

\ 60%Si<br />

Figura. 111.13 ­ Distribuição <strong>da</strong>s micas brancas primárias (a) e secundárias (b) no diagrama Si­Alt­<br />

Outros (Mg+Mn+Fe+Ti) <strong>de</strong> MILLER et ai. (1981).<br />

No diagrama (Ti, Mg, Na) (figura 111.12 a ­b) as moscovites primárias agrupamse<br />

na mesma área <strong>da</strong>s moscovites secundárias (tanto as resultantes <strong>da</strong> alteração<br />

<strong>da</strong> biotite como a moscovite intersticial e, em parte, com a moscovite simplectítica).<br />

No presente estudo verificou­se que, contrariamente ao sugerido por MILLER et ai.<br />

(1981), as moscovites primárias são sistematicamente mais enriqueci<strong>da</strong>s em Mg .<br />

Quanto à localização <strong>da</strong> composição <strong>da</strong>s várias gerações <strong>de</strong> moscovite no diagrama<br />

(Si, Alt, (Mg+Fet+Mn+Ti)) (figura 111.13 a ­b) verifica­se uma sobreposição quase<br />

total, apenas com um ligeiro esboço <strong>de</strong> uma tendência para um aumento <strong>de</strong> Si em<br />

moscovites secundárias resultantes <strong>da</strong> moscovitização <strong>da</strong> plagioclase.<br />

Abre­se um parêntesis para citar um exemplo no qual os critérios <strong>de</strong> MILLER<br />

et ai. (1981) se mostraram eficazes na caracterização <strong>de</strong> micas claramente situa<strong>da</strong>s<br />

no domínio <strong>da</strong>s moscovites secundárias no diagrama Ti­Mg­Na <strong>de</strong>stes autores.<br />

SI<br />

83


Trata-se <strong>de</strong> um estudo efectuado por COELHO (1993) sobre micas brancas<br />

associa<strong>da</strong>s aos "skarns" do distrito mineiro <strong>de</strong> Covas, Norte <strong>de</strong> Portugal, e cujo<br />

estudo cristaloquímico revelou tratarem-se <strong>de</strong> moscovites fengíticas. Apesar <strong>de</strong> a<br />

comparação se efectuar entre moscovites provenientes <strong>de</strong> contextos muito<br />

diferentes (moscovites <strong>de</strong> granitos e micas brancas associa<strong>da</strong>s a "skarns") o seu<br />

posicionamento no mesmo domínio alerta para a importância do papel <strong>de</strong> fases<br />

flui<strong>da</strong>s na composição <strong>da</strong>s moscovites.<br />

III.1.3.1.2.1 - Estudo <strong>da</strong>s micas brancas primárias<br />

Critérios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s moscovites primárias<br />

Os critérios que serviram inicialmente <strong>de</strong> base à selecção <strong>da</strong>s micas brancas<br />

primárias foram essencialmente texturais tendo-se posteriormente confirmado essa<br />

selecção com base em critérios químicos, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> acordo com os teores<br />

em Ti, Mg, e Fet. Têm sido diversos os critérios propostos por diferentes autores<br />

para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> moscovites primárias, magmáticas, que se sintetizam<br />

segui<strong>da</strong>mente (ver SPEER, 1984):<br />

Critérios texturais<br />

- dimensões dos cristais comparáveis aos <strong>de</strong> outros minerais magmáticos<br />

- contornos nítidos<br />

- forma subeuédrica a anédrica<br />

- ausência <strong>de</strong> texturas <strong>de</strong> reacção com outros minerais<br />

Quimismo:<br />

- teor elevado em Ti e, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do enquadramento, diferenças<br />

sistemáticas em Mg, Fe, Na, AI, Si e H2O<br />

- distribuição em equilíbrio dos elementos entre a moscovite e os outros<br />

minerais magmáticos, e.g. Na, K, Rb, (ALBUQUERQUE, 1973)<br />

magma<br />

Associação mineral:<br />

- <strong>de</strong>verá no seu conjunto <strong>da</strong>r indicações <strong>de</strong> uma composição peraluminosa do<br />

84


No quadro 111.11 apresentam-se análises químicas, realiza<strong>da</strong>s à microsson<strong>da</strong><br />

electrónica, <strong>de</strong> moscovites primárias e respectivas fórmulas estruturais com base<br />

em 44 cargas. O total <strong>de</strong> moscovites primárias analisa<strong>da</strong>s encontra-se no anexo IV.<br />

Da observação do quadro é possível <strong>de</strong> imediato <strong>de</strong>tectar algumas diferenças<br />

na composição química <strong>da</strong>s micas brancas, permitindo realçar os seguintes<br />

aspectos para ca<strong>da</strong> tipo dos granitos em estudo: as moscovites dos granitos <strong>de</strong> grão<br />

fino (G'f ) apresentam, na globali<strong>da</strong><strong>de</strong>, teores mais elevados em Ti e Fet . Tendo<br />

em conta os valores extremos, a sua fórmula estrutural po<strong>de</strong> ser representa<strong>da</strong> <strong>de</strong>ste<br />

modo:<br />

( K 1.621-1.954' Na 0.053-0.157> AI 3.260-3.689 (Mg,Fe,Mn).0,291-0.788 Ti 0.020-0.125 ( Si 6.109-<br />

6.379 Al 1.621-1.891) °20 ( OH )4<br />

No granito <strong>de</strong> grão médio, G'm, <strong>de</strong>stacam-se valores levemente mais elevados<br />

em AI VI e claramente mais baixos em Ti e Mg, assim como na razão XMg<br />

(Mg/Mg+Fet). A sua fórmula estrutural po<strong>de</strong> ser escrita :<br />

0*1.458-1.868' Na 0.040-0.165) AI 3.524-3.783 ( Fe > M 9. Mn ).0.187-0.663 Ti 0.003-0.114<br />

( Si 6.102-6.392- Al 1.608-1.898)°20 ( 0H )4<br />

O tipo <strong>de</strong> grão grosseiro G'g contém em média teores em Fet mais baixos. A<br />

fórmula estrutural <strong>da</strong>s moscovites primárias do granito <strong>de</strong> grão grosseiro varia entre<br />

os seguintes valores:<br />

( K 1.609-1.911- Na 0.055-0.161) Al 3.442-3.761 ( M 9. Fe . Mn )°.218-0.648 Ti 0.012-0.136 ( Si 6.149-<br />

6.333 Al 1.667-1.851> °20 ( OH >4<br />

85


1 - Contribuição <strong>da</strong>s moléculas celadonítica e paragonítica<br />

A gama <strong>de</strong> variação <strong>da</strong>s percentagens <strong>da</strong>s moléculas celadonítica e<br />

paragonítica é semelhante nas moscovites primárias <strong>da</strong>s três séries <strong>de</strong> granitos em<br />

estudo (quadro 111.11).<br />

Na figura 111.14 a) - c) representa-se graficamente a contribuição <strong>da</strong>s moléculas<br />

<strong>de</strong> celadonite 100(Si-6)/2 e paragonite (100 *Na/(Na+K) (% moleculares) na<br />

estrutura <strong>da</strong>s moscovites primárias dos três grupos <strong>de</strong> granitos, confirmando-se uma<br />

distribuição <strong>de</strong>ssa contribuição sensivelmente semelhante nas três séries. A leve<br />

correlação negativa observa<strong>da</strong> po<strong>de</strong>rá correspon<strong>de</strong>r a uma evolução química<br />

<strong>de</strong>scrita por uma diminuição <strong>da</strong> percentagem na molécula paragonítica e um<br />

aumento do carácter fengítico. O <strong>de</strong>créscimo do carácter sódico acompanhando a<br />

diminuição <strong>da</strong> temperatura <strong>de</strong> formação foi observado em trabalhos sobre<br />

metamorfismo efectuados por LAMBERT (1959). Estudos em diferentes gerações <strong>de</strong><br />

moscovites em rochas graníticas associa<strong>da</strong>s a jazigos <strong>de</strong> urânio franceses, levados<br />

a efeito por LEROY & CATHELINEAU (1982), confirmam esta variação. A evolução<br />

<strong>de</strong> micas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma origem <strong>de</strong>utérica precoce até a uma origem hidrotermal tardia<br />

parece indicar que a aquisição <strong>de</strong> um progressivo carácter fengítico está mais<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> composição <strong>de</strong> uma fase flui<strong>da</strong> do que <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong><br />

temperatura e pressão (CATHELINEAU, 1982).<br />

Paralelamente, nos diagramas <strong>da</strong> figura 111.15 a) - c), verifica-se uma<br />

tendência evolutiva traduzi<strong>da</strong> por uma ligeira correlação negativa entre TÍO2 e a<br />

molécula celadonítica nas moscovites <strong>da</strong>s séries <strong>de</strong> grão médio e grosseiro<br />

(excluindo amostras com valores anómalos em TÍO2 relativamente à maioria) e<br />

alguma dispersão relativamente ao grupo <strong>de</strong> grão fino. Assiste-se <strong>de</strong> uma maneira<br />

geral a uma diminuição dos teores em TÍO2 à medi<strong>da</strong> que aumenta o carácter<br />

fengítico. Este diagrama permite discriminar as moscovites primárias do grupo <strong>de</strong><br />

grão <strong>de</strong> grão fino, G'f, as quais apresentam, para valores semelhantes <strong>da</strong><br />

contribuição celadonítica, teores claramente mais elevados em TÍO2 relativamente<br />

às moscovites primárias dos outros dois grupos.<br />

87


o<br />

E<br />

#<br />

V.<br />

a<br />

10,0<br />

8,0<br />

6,0<br />

4,0<br />

2,0<br />

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0<br />

0,0<br />

0,0<br />

A<br />

Celad. %mol.<br />

A<br />

A<br />

A<br />

A A<br />

< ^<br />

5,0 10,0 15,0<br />

Celad. %mol.<br />

0,0 5,0 10,0 15,0<br />

Celad. %mol.<br />

A<br />

G'm<br />

A A<br />

AA<br />

▲ 73<br />

A 80<br />

A 104<br />

20,0 25,0<br />

20,0 25,0<br />

Figura. 111.14 ­ Contribuição <strong>da</strong>s moléculas celadonite e paragonite na estrutura <strong>da</strong>s moscovites<br />

primárias dos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo,<br />

a) Granito <strong>de</strong> grão fino, G'f; b) granito <strong>de</strong> grão médio, G'm; c) granito <strong>de</strong> grão grosseiro, G'g.<br />

a)<br />

b)<br />

c)<br />

88


1,5 I<br />

* ^ o r\ • • •<br />

CM<br />

o<br />

o ° e> •<br />

O<br />

■" 0,5 ° •<br />

o<br />

n r><br />

0,0 5,0 10,0 15,0<br />

•<br />

Celad. %mol.<br />

•<br />

• 2<br />

G'f • 84<br />

o 113<br />

20,0 25,0<br />

1.5 !<br />

G m<br />

▲<br />

A<br />

73<br />

80<br />

*<br />

A A 104<br />

1 '°<br />

CM<br />

O<br />

H<br />

0,5 ▲<br />

A A<br />

A ^<br />

A<br />

^ *<br />

A<br />

A<br />

n n I<br />

A<br />

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0<br />

l,b<br />

* 1 ­°<br />

CM<br />

O «s H œ p.<br />

p<br />

0,5<br />

H<br />

Celad. %mol.<br />

s L « □ mm<br />

■gg<br />

■<br />

D<br />

n r><br />

0,0 5,0 10,0 15,0<br />

Celad. %mol.<br />

■ 8<br />

G'g ■ 13<br />

° 34<br />

20,0 25,0<br />

Figura. 111.15 ­ Variação do teor <strong>de</strong> Ti02 com a percentagem <strong>de</strong> molécula celadonítica em<br />

moscovites primárias dos três grupos <strong>de</strong> granitos do <strong>complexo</strong> em estudo.<br />

Simbologia como na figura 111.14.<br />

a)<br />

b)<br />

c)<br />

89


2 - Natureza <strong>da</strong>s moscovites do Complexo <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

Para verificar a natureza <strong>de</strong>stas micas foram utilizados os critérios <strong>de</strong> VELDE<br />

(1965). Segundo este autor as ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras micas dioctaédricas <strong>de</strong>verão obe<strong>de</strong>cer<br />

às seguintes características:<br />

- Os iões interfoliares <strong>de</strong>vem possuir uma carga total <strong>de</strong> 1.00 ± 0.1<br />

- O número <strong>de</strong> iões nas posições estruturais em coor<strong>de</strong>nação octaédrica não<br />

po<strong>de</strong> exce<strong>de</strong>r 2.00 ±0.1<br />

- O total <strong>da</strong>s cargas dos catiões em posição octaédrica e tetraédrica <strong>de</strong>ve ser<br />

<strong>de</strong> 21.00 ± 0.10<br />

- A soma <strong>da</strong>s cargas dos iões interfoliares com a dos iões em coor<strong>de</strong>nação<br />

octaédrica e tetraédrica <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 22.00 ± 0.10<br />

Pela observação do quadro 111.12, on<strong>de</strong> se representam os valores médios do<br />

n° <strong>de</strong> iões interfoliares e em posição octaédrica, assim como <strong>da</strong>s cargas dos iões<br />

(VI + IV) e a carga total <strong>da</strong>s moscovites primárias selecciona<strong>da</strong>s no presente<br />

estudo, recalculados para 12 (O, OH), verifica-se que se trata <strong>de</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras micas<br />

dioctaédricas <strong>de</strong> acordo com os critérios preconizados por VELDE (1965).<br />

Quadro 111.12. Valores médios do número <strong>de</strong> iões e <strong>de</strong> cargas <strong>da</strong> fórmula estrutural <strong>de</strong> moscovites<br />

primárias para avaliação <strong>da</strong> natureza dioctaédrica, segundo os critérios <strong>de</strong> VELDE<br />

(1965).<br />

G'f Grn Gg<br />

Média a Média a Média a<br />

L cargas X 1,94 0,04 1,92 0,02 1,92 0,04<br />

E iões VI 2,05 0,02 2,03 0,02 2,01 0,02<br />

£ cargas IV + VI 21,05 0,05 21,06 0,03 21,00 0,08<br />

Total <strong>de</strong> cargas 21,99 0,03 21,98 0,04 21,91 0,10<br />

G'f - Granito <strong>de</strong> grão fino,; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio, G'g;- granito <strong>de</strong> grão grosseiro,<br />

3 - Substituição fengítica: diagrama AI IV = / AI VI -2 + 2Ti:<br />

AI IV e AI VI são correlacionados positivamente numa substituição fengítica<br />

simples, sendo 1 a diferença i<strong>de</strong>al entre si (para o cálculo na base <strong>de</strong> 11 oxigénios).<br />

Num diagrama AI IV =/ (Al vl -1) esta correlação exprime-se por uma recta <strong>de</strong> <strong>de</strong>clive<br />

90


unitário sobre a qual se localizam as fengites ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras (SALIOT, 1978). Devido à<br />

incorporação preferencial do Ti em posição octaédrica, dois AI VI são substituídos<br />

por um R 2+ e por um Ti. Para corrigir a influência do Ti, o diagrama foi ligeiramente<br />

modificado passando a ter os seguintes parâmetros: AI IV = / (AI VI - 1+2TÍ)<br />

(CATHELINEAU, 1982). As ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras fengites projectam-se segundo uma recta<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>clive 1 enquanto que as projecções para a esquer<strong>da</strong> <strong>de</strong>sta recta<br />

correspon<strong>de</strong>m a substituições do tipo AI 3+ Fe 3+ . Assim, <strong>de</strong>vido à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Fe 3+ em posição octaédrica em substituição com o Al (Al 3+ ) cria-se uma<br />

<strong>de</strong>ficiência em AI IV que se traduz no diagrama por uma <strong>de</strong>slocação dos pontos para<br />

o exterior <strong>da</strong> recta .<br />

Para o cálculo <strong>da</strong>s fórmulas estruturais com base em 22 oxigénios o diagrama<br />

toma a seguinte forma: AI IV = / (AI VI - 2+2TÍ) (figura 111.16 a - c).<br />

De uma forma geral, todos os pontos representativos <strong>da</strong>s micas brancas<br />

primárias selecciona<strong>da</strong>s apresentam um baixo grau <strong>de</strong> substituição Al vl >Fe 3+ ,<br />

notando-se contudo uma presença ligeiramente superior <strong>de</strong> Fe 3+ nas fácies <strong>de</strong><br />

grão fino e <strong>de</strong> grão médio. Quanto à série <strong>de</strong> grão grosseiro todos os pontos<br />

seleccionados se projectam próximo <strong>da</strong> recta bissectriz do diagrama que <strong>de</strong>fine uma<br />

substituição fengítica simples, sendo AI IV muito aproximado do valor Al vl -2+2Ti.<br />

Alguns pontos <strong>de</strong> moscovites dos granitos G'm e G'g localizam-se mesmo sobre<br />

essa recta, o que significa que não houve substituição <strong>de</strong> Fe trivalente por Al vl<br />

nessas moscovites.<br />

A composição <strong>de</strong> algumas moscovites no seio dos granitos <strong>de</strong> grão médio e,<br />

em menor escala, no granito <strong>de</strong> grão grosseiro, projectam-se abaixo <strong>da</strong> recta<br />

bissetriz indicando algum défice em Al lv .<br />

91


Al IV<br />

Al IV<br />

Al IV<br />

2.0<br />

2.0<br />

2.0<br />

0,3 0,2 0,1 Fe3+=0,00<br />

2.0<br />

0,2 0,1 Fe3+=0,00<br />

G'f<br />

• 2<br />

• 84<br />

O 113<br />

G'm<br />

0,2 0.1 Fe3+=0,00<br />

A 73<br />

A 80<br />

A 104<br />

Figura. 111.16 - Diagrama Al lv =/(Al vl -2+2Ti) - Substituição fengítica.<br />

Área a ponteado: domínio <strong>da</strong>s moscovites primárias em estudo.<br />

Simbologia como na figura 111.14.<br />

c'a<br />

92


4 - Teste para a contribuição <strong>de</strong> Fe 2+ e Fe 3+ :<br />

As análises à microsson<strong>da</strong> não discriminam o Fe 2+ do Fe 3+ . Se se utilizar o<br />

diagrama Mg= (Si-6+Ti) (figura 111.17 a - c) é possível testar a presença <strong>de</strong> Fe 2+<br />

que entrou nas posições octaédricas juntamente com Mg 2+ (RAMBOZ, 1980). Se a<br />

compensação do excesso <strong>de</strong> carga for totalmente assegura<strong>da</strong> por Mg 2+ , ter-se-á a<br />

igual<strong>da</strong><strong>de</strong> Mg =Si-6+Ti. Contudo, se Fe 2+ contribuir para essa compensação, obter-<br />

se-á a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> Mg 2+ + Fe 2+ = Si-6+Ti. A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Fe 3+ po<strong>de</strong> ser avalia<strong>da</strong><br />

pela introdução do parâmetro (Mg 2+ + Fe total). Fe 3+ correspon<strong>de</strong>rá à diferença<br />

(Mg+Fet)-(Mg+Fe 2+ ). A igual<strong>da</strong><strong>de</strong> entre abcissas e or<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s traduz-se por uma<br />

recta <strong>de</strong> <strong>de</strong>clive unitário, segundo a qual se projectam as fengites ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras.<br />

Utilizando um único diagrama, Mg e Mg + Fet vs. Si-6+Ti, ca<strong>da</strong> amostra é<br />

representa<strong>da</strong> por dois pontos, sendo <strong>de</strong>ste modo possível estimar graficamente o<br />

teor <strong>de</strong> Fe 3+ e Fe 2+ (figura 111.18 a - c).<br />

Consi<strong>de</strong>rando em primeiro lugar o diagrama Mg =/ (Si-6+Ti) (figura 111.17 a - c)<br />

verifica-se que a maioria <strong>da</strong>s moscovites se dispersa abaixo <strong>da</strong> recta <strong>da</strong>s fengites<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras, o que correspon<strong>de</strong> a composições em que (Si-6+TÏ) > Mg. Estas<br />

condições significam que Fe 2+ contribui, conjuntamente com Mg, para a substituição<br />

fengítica em grau variável nos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo. A distribuição<br />

neste diagrama <strong>da</strong>s moscovites selecciona<strong>da</strong>s é sensivelmente horizontal,<br />

ilustrando um aumento <strong>de</strong> Fe 2+ com o parâmetro (Si-6+Ti). O carácter celadonítico<br />

aumenta com o parâmetro Si-6+Ti. As moscovites do granito <strong>de</strong> grão fino <strong>de</strong>nunciam<br />

valores <strong>de</strong> Mg um pouco superiores às dos outros dois grupos, em direcção a uma<br />

composição mais celadonítica para os termos mais enriquecidos. De notar que, por<br />

outro lado, a maior contribuição <strong>de</strong> Fe 2+ se verifica nas moscovites dos granitos <strong>de</strong><br />

grão médio. Consi<strong>de</strong>rando o diagrama Mg, Mg+Fet =/ (Si-6+Ti) (figura 111.18 a - c),<br />

a maioria <strong>da</strong>s moscovites apresenta valores <strong>de</strong> (Fe+Mg) um pouco superiores a (Si-<br />

6+Ti), significando que uma parte do Fet está incorporado sob a forma <strong>de</strong> Fe 3+ em<br />

substituição com AI VI .<br />

93


Fe2+=0.00<br />

0.6<br />

Fe2+=0.00<br />

1<br />

2<br />

3<br />

Fe2+=0,00<br />

1<br />

2<br />

,3<br />

G'f<br />

• 2<br />

• 84<br />

0 113<br />

G'm<br />

A 73<br />

A 80<br />

A 104<br />

G '0<br />

■ 8<br />

■ 13<br />

n 34<br />

a)<br />

b)<br />

c)<br />

Mica dlocUédrk»<br />

+ trJoctaódrlca c\<br />

W<br />

Figura. 111.17 ­ Diagrama Mg=/(Si­6+Ti) ­ Substituição em posição octaédrica .<br />

Área a ponteado: domínio <strong>da</strong>s moscovites primárias em estudo.<br />

Simbologia como na figura 111.14.<br />

94


Figura. 111.18 - Diagrama (Mg, Fet)=/(Si-6+Ti) - Substituição em posição octaédrica e estimativa<br />

gráfica <strong>de</strong> Fe 3+ <strong>da</strong>s moscovites primárias em estudo.<br />

Simbologia como na figura 111.14.<br />

a)<br />

0)<br />

b)<br />

95


III.1.3.1.2.2 - Conclusões sobre as moscovites primárias em estudo<br />

Os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>s fórmulas estruturais, assim como a utilização simultânea dos<br />

diagramas <strong>da</strong>s figuras 111.16, 111.17 e 111.18, permitem inferir algumas características<br />

cristaloquímicas que são comuns às moscovites primárias dos granitos <strong>de</strong> duas<br />

micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto. Tratam-se <strong>de</strong> micas dioctaédricas, mais<br />

precisamente <strong>de</strong> fengites (relação Si:AI > 3:1), cuja composição varia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> fengites<br />

simples até composições <strong>de</strong> fengites pouco ferríferas, nas quais um baixo teor <strong>de</strong><br />

Fe 2+ intervém juntamente com Mg, projectando-se todo o conjunto próximo do pólo<br />

<strong>da</strong> moscovite (figuras 111.16 e 111.17) . Verifica-se uma baixa substituição do tipo<br />

Al vl Fe 3+ , mais acentua<strong>da</strong> nas moscovites do grupos G'f, seguindo-se G'm.<br />

O grau <strong>de</strong> substituição fengítica foi calculado através <strong>da</strong> expressão (Si-6)*100,<br />

tendo-se obtido a seguinte gama <strong>de</strong> valores para ca<strong>da</strong> série granítica:<br />

G'f 10,85-37,85<br />

G'm 10,21-39,24<br />

G'g 14,88-33,30<br />

As observações prece<strong>de</strong>ntes permitem caracterizar as moscovites primárias do<br />

granito <strong>de</strong> grão fino como sendo mais enriqueci<strong>da</strong>s em Ti, Fe total e molécula<br />

celadonítica. As moscovites primárias do granito <strong>de</strong> grão médio são as mais<br />

empobreci<strong>da</strong>s em Ti e Mg e apresentam uma gama mais alarga<strong>da</strong> do grau <strong>de</strong><br />

substituição fengítica. As moscovites primárias do granito <strong>de</strong> grão grosseiro<br />

apresentam Fe total mais baixo relativamente aos outros dois grupos, aproximam-se<br />

mais <strong>da</strong>s ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras fengites e apresentam a mais baixa contribuição <strong>de</strong> Fe 3+ em<br />

substituição com AI VI . Esta observação é confirma<strong>da</strong> no diagrama duplo Mg,<br />

Mg+Fet vs. Si-6+Ti pela baixa estimativa gráfica <strong>de</strong> Fe 3+ , quando compara<strong>da</strong> com<br />

as moscovites <strong>da</strong>s outras séries. Em nenhum dos casos se verifica uma contribuição<br />

octaédrica, uma vez que to<strong>da</strong>s as composições se localizam sobre ou para a direita<br />

<strong>da</strong> recta <strong>da</strong>s fengites ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras no diagrama Mg vs. Si-6+Ti (figura 111.17).<br />

III.1.3.1.2.3 - Estudo <strong>da</strong>s micas brancas secundárias<br />

Critérios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s moscovites secundárias<br />

Os critérios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s micas brancas secundárias, já referidos no<br />

capítulo <strong>da</strong> petrografia, basearam-se resumi<strong>da</strong>mente nos seguintes aspectos<br />

96


texturais: grãos subédricos com vestígios <strong>de</strong> biotite, associações simplectíticas com<br />

o quartzo, finas palhetas a substituírem a plagioclase e o feldspato potássico, ao<br />

longo dos planos <strong>de</strong> clivagem, pequenos grãos intersticiais na matriz e/ou<br />

sublinhando planos <strong>de</strong> cisalhamento.<br />

No quadro 111.13 apresentam-se as composições químicas e respectivas<br />

fórmulas estruturais <strong>de</strong> moscovites secundárias selecciona<strong>da</strong>s dos três grupos <strong>de</strong><br />

granitos em estudo.No anexo V encontram-se as composições químicas e<br />

respectivas fórmulas estruturais <strong>de</strong> moscovites secundárias simplectíticas e<br />

intersticiais.<br />

Para este estudo seleccionaram-se sobretudo análises correspon<strong>de</strong>ntes às<br />

moscovites secundárias que possam estar directamente relaciona<strong>da</strong>s com a<br />

reacção com outros minerais, isto é, as que se <strong>de</strong>senvolvem ao longo <strong>da</strong>s clivagens<br />

<strong>da</strong> plagioclase (neste tipo incluem-se as moscovites em associações simplectíticas<br />

com o quartzo) e as associa<strong>da</strong>s à biotite, por vezes apresentando halos pleocróicos<br />

e vestígios <strong>de</strong> biotite. Apresentam-se a título <strong>de</strong> exemplo, para comparação, duas<br />

análises <strong>de</strong> moscovite intersticial na fácies <strong>de</strong> grão fino.<br />

Nos três grupos <strong>de</strong> rochas graníticas <strong>da</strong> região em estudo, as moscovites<br />

resultantes <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> plagioclase apresentam diferenças importantes<br />

relativamente às que resultam <strong>da</strong> moscovitização <strong>da</strong> biotite. As diferenças são mais<br />

fortemente realça<strong>da</strong>s quando se comparam os dois tipos <strong>de</strong> moscovite secundária<br />

na mesma amostra. As moscovites resultantes <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> plagioclase são<br />

sistematicamente mais empobreci<strong>da</strong>s em Ti e K e mais enriqueci<strong>da</strong>s em AI VI .<br />

Observa-se uma tendência generaliza<strong>da</strong> para que Mg, Fet, Na e AI IV apresentem<br />

valores superiores nas moscovites secundárias <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> biotite.<br />

Os exemplos <strong>de</strong> moscovites intersticiais apresentam uma composição<br />

semelhante à <strong>da</strong>s resultantes <strong>da</strong> moscovitização <strong>da</strong> biotite.<br />

97


CD CO CD<br />

■o TJ TJ<br />

O o<br />

o<br />

X > '<br />

o<br />

o J=<br />

go<br />

Tl<br />

CO ÊO<br />

3 TJ "­<br />

b<br />

® S.<br />

c 8 ' CO<br />

O)<br />

to s­ ­5<br />

o o o<br />

E .­>CD<br />

o<br />

■o<br />

CO<br />

i co o<br />

Í J ^ E<br />

CO E{«<br />

■c<br />

•CO<br />

■o<br />

c<br />

3<br />

O<br />

cu<br />

to<br />

CO<br />

5<br />

• ­ CD _<br />

CD ~ ^?<br />

co .S<br />

£ "<br />

5.RÍ88Í<br />

« o s ­ o" o<br />

S. ?<br />

O O O<br />

CN O<br />

Cf CO<br />

S S<br />

S «. 8 8 8 8 S g.<br />

O $ i­ o" o" o o" 5<br />

o o o o o»<br />

m<br />

8».Ï8<br />

CM o)<br />

o" S CM" O"<br />

S ï S S ? 8 8 S !<br />

!§ o" ^ T­ o o o o o>"<br />

5Í (N H x o<br />

Q O § % c<br />

(S P § LL S<br />

9. o<br />

Oi ro<br />

2 O<br />

CN r*co"<br />

i­"<br />

CM 00<br />

CO T-<br />

T­ CO<br />

t­ 00<br />

CM r*co"<br />

*­*<br />

CD CM<br />

CD çp<br />

5 a<br />

8<br />

S 3<br />

0 0 0 *" ***<br />

§ 00<br />

CM CN<br />

CD CM<br />

8 8 8 S sa s<br />

co o o o o<br />

S 8 P<br />

o" o" o"<br />

co


1 ­ Contribuição <strong>da</strong>s moléculas celadonítica e paragonítica<br />

Tratou­se separa<strong>da</strong>mente os diferentes tipos <strong>de</strong> moscovite secundária.<br />

Observou­se uma gama mais alarga<strong>da</strong> <strong>da</strong> variação <strong>da</strong> percentagem em celadonite<br />

nas moscovites resultantes <strong>de</strong> alteração <strong>da</strong> plagioclase e uma tendência para uma<br />

correlação negativa com a percentagem <strong>de</strong> paragonite (figura 111.19 a ­b). No caso<br />

<strong>da</strong>s moscovites resultantes <strong>da</strong> biotite (figura 111.19 ­ b), a variação entre os dois<br />

parâmetros é mais irregular, ten<strong>de</strong>ndo para uma correlação negativa no grupo <strong>de</strong><br />

grão médio e positiva nos grupos <strong>de</strong> grão fino e grosseiro.<br />

■5<br />

E<br />

#<br />

á><br />

ca<br />

w<br />

(0<br />

Q.<br />

"5<br />

E<br />

à<br />

(0<br />

w<br />

(0<br />

0.<br />

m ,<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

n<br />

1 u<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

°o 0<br />

00 ô ^ °°Q<br />

0 5 10 15<br />

A<br />

A<br />

A<br />

D<br />

Celad. %mol.<br />

■<br />

■ •<br />

•• ■ A<br />

0<br />

0 5 10 15<br />

Celad. %mol.<br />

A A<br />

Mil, mp<br />

0 Mil G'f<br />

A Mil G'm<br />

D MH G'g<br />

O Mil int<br />

20 25<br />

M II, mb<br />

• Mil G'f<br />

A Mil G'm<br />

■ MH G'g<br />

20 25<br />

Figura. 111.19 ­ Contribuição <strong>da</strong>s moléculas <strong>de</strong> celadonite e paragonite na estrutura <strong>da</strong>s moscovites<br />

secundárias dos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

a) Moscovite resultante <strong>da</strong> plagioclase (incluem­se dois exemplos <strong>de</strong> moscovite intersticial, Mil int);<br />

b) moscovite resultante <strong>da</strong> biotite.<br />

Legen<strong>da</strong> como no quadro 111.13.<br />

Projectaram­se os teores <strong>de</strong> Ti02 e <strong>da</strong> molécula celadonítica nos diagramas <strong>da</strong><br />

figura III.20 tendo­se verificado que, apesar <strong>da</strong> dispersão dos pontos<br />

correspon<strong>de</strong>ntes às moscovites secundárias nos três grupos <strong>de</strong> granitos a<br />

(a)<br />

(b)<br />

99


moscovite que resultou <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> biotite (e a moscovite intersticial) contêm<br />

teores relativamente mais elevados em titânio. Visualiza­se uma tendência para uma<br />

correlação negativa entre a molécula celadonítica e Ti02 para as moscovites <strong>de</strong><br />

alteração <strong>da</strong> plagioclase, mas uma dispersão nos outros tipos.<br />

#<br />

CM<br />

O<br />

H<br />

CM<br />

O<br />

1,5<br />

0,5<br />

1,5<br />

0,5<br />

O O ^<br />

D L D<br />

A<br />

A<br />

0<br />

A<br />

­4­<br />

10 15<br />

Celad. %mol.<br />

10 15<br />

Celad. %mol.<br />

a^<br />

|MII, mp<br />

o MH G'f<br />

A MM G'm<br />

D MM G'g<br />

O Mil int<br />

20 25<br />

M II, mb<br />

• Mil G'f<br />

A Mil G'm<br />

■ MU G'g<br />

20 25<br />

Figura. 111.20 ­ Variação do teor <strong>de</strong> Ti02 com a percentagem <strong>de</strong> molécula celadonítica em<br />

moscovites secundárias dos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

Legen<strong>da</strong> como na figura 111.19.<br />

2 ­ Substituição fengítica: diagrama AI IV = / (Al vl ­2+2Ti)<br />

Testou­se a entra<strong>da</strong> do Fe sob os dois possíveis estados <strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>ção em<br />

substituição <strong>de</strong> Mg e Al nas posições octaédricas .<br />

Como já referido anteriormente, numa substituição fengítica simples existe uma<br />

correlação positiva entre os teores em AI IV e em AI VI . Tendo também em<br />

consi<strong>de</strong>ração o Ti, as ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras fengites correspon<strong>de</strong>rão a composições em que<br />

A|lv=Al vl ­2+2Ti.<br />

(b)<br />

(a)<br />

100


O diagrama AI IV = / (Al vl -2+2Ti) permite avaliar o carácter fengítico <strong>da</strong>s<br />

moscovites através <strong>da</strong> relação entre o excesso <strong>de</strong> Si lv e a <strong>de</strong>ficiência em AI VI .<br />

Contudo, verifica-se no diagrama <strong>da</strong> figura 111.21 a) -b) uma baixa contribuição <strong>de</strong><br />

Fe 3+ em substituição <strong>de</strong> Al nas posições octaédricas nas moscovites secundárias<br />

dos três grupos graníticos, assistindo-se por outro lado a um ligeiro excesso em AI VI<br />

3 - Teste para a contribuição <strong>de</strong> Fe 2+ e Fe 3+<br />

Seguindo a mesma metodologia utiliza<strong>da</strong> para as moscovites primárias, testou-<br />

se a incorporação <strong>de</strong> Fe 2+ nas posições octaédricas, através do diagrama<br />

Mg=/ (Si-6+Ti) (figura III.22 a) - b), assim como a estimativa gráfica <strong>de</strong> Fe 3+ com o<br />

auxílio do diagrama Mg+Fet=/ (Si-6+Ti) (figura III.23 a - b). Assiste-se na<br />

globali<strong>da</strong><strong>de</strong> a uma contribuição <strong>de</strong> Fe 2+ com Mg crescente acompanhando o<br />

aumento do parâmetro Si-6+Ti, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> composições em que o Fe é<br />

preferencialmente trivalente ( o excesso <strong>de</strong> carga é essencialmente compensado<br />

por Mg 2+ ), até composições em que o Fe 2+ se vai incorporando com o Mg nas<br />

posições octaédricas.<br />

O diagrama Mg=/ (Si-6+TÏ) (figura III.22) permite ain<strong>da</strong> mostrar que não houve<br />

qualquer contribuição trioctaédrica, <strong>da</strong><strong>da</strong> a ausência <strong>de</strong> pontos acima <strong>da</strong> recta<br />

bissectriz.<br />

No diagrama Mg+Fet=/ (Si-6+Ti) (figura III.23 a - b) o <strong>de</strong>slocamento dos<br />

pontos acima <strong>da</strong> bissectriz sugere uma contribuição <strong>de</strong> Fe 3+ - Recor<strong>da</strong>-se que Fet<br />

foi obtido sob a forma <strong>de</strong> Fe 2+ ). As substituições Fe 2+


Al IV<br />

2 i<br />

1.8<br />

I MU, mp 0,3 0,2 0,1 F«3+=0,00<br />

O MIIG'f<br />

i MU G'm<br />

□ Mil G'g<br />

O MM Int<br />

/^ E LX 1 ^<br />

1.8 • JS - ^ ^ A<br />

1.4<br />

1.8<br />

> ^ AG<br />

1, 2 1.4 1.8 1.8 2.0<br />

M II. biotite<br />

• MM G'f<br />

▲ MM G'm<br />

Al VI ­ 2 + 2T1<br />

0,3 0,2 0,1 Fe3+=0,00<br />

/ k<br />

■ Mil G'g<br />

S^m<br />

Al IV X ^s ^£<br />

1.8<br />

1.4<br />

1.2 1.4 1.8<br />

Al VI­2+2TI<br />

•<br />

1.8 2,0<br />

Figura. 111.21 ­ Diagrama Al lv =/(Al vl ­2+2Ti) ­ Substituição fengítica.<br />

Área a ponteado: domínio <strong>da</strong>s moscovites secundárias em estudo.<br />

Legen<strong>da</strong> como na figura 111.19.<br />

■•­AI<br />

2<br />

?<br />

o<br />

CatadonlM<br />

a)<br />

b)<br />

VI<br />

—a F«3+­» ïv*i<br />

/<br />

VI<br />

Al ­ 2 + 2TI<br />

102


f) 7 .<br />

o.e<br />

0,5<br />

0.4<br />

Mg<br />

0.3 •<br />

0.2<br />

0.1 •<br />

M II. mb<br />

F«2+=0.00<br />

• MM Q'f Fe2+=O,0O<br />

A Mil O'm<br />

■ Mil Go<br />

" ^ A<br />

0.1 0,2 0.3 0.4<br />

a­o+Ti<br />

0,6 a)<br />

ai<br />

^ ^ 0,2<br />

JJ,3<br />

0,6 0,6<br />

Figura. III.22 ­ Diagrama Mg=/(Si­6+Ti) ­ Substituição em posição octaédrica<br />

Área a ponteado: domínio <strong>da</strong>s moscovites secundárias em estudo.<br />

Legen<strong>da</strong> como na figura 111.19.<br />

b)<br />

103


Fe2+=0,00<br />

Fe2+=0,00<br />

[Mil," mp<br />

Mg vs. Si­6 + Ti:<br />

o Mil G'f<br />

A Mil G'm<br />

□ Mil G'g<br />

O |MÍfinF|<br />

a)<br />

(Fe + Mol vs. Si­6 + Ti:<br />

o Mil G'f<br />

A Mil G'm<br />

□ Mil G'g<br />

O MM int<br />

[Mil, mb 1<br />

Mg vs. Si­6 + Ti:<br />

• MM G'f<br />

Mil G'm<br />

Mil G'g<br />

b><br />

(Fe + Mg) vs. Si ­6 + Ti<br />

0 Mil G'f<br />

A Mil G'm<br />

a Mil G'g<br />

Figura.lll.23 ­ Diagrama (Mg, Fe,)=/(Si­6+Ti) ­ Substituição em posição octaédrica e estimativa<br />

gráfica <strong>de</strong> Fe 2+ e Fe 3+ <strong>da</strong>s moscovites secundárias em estudo.<br />

Legen<strong>da</strong> como na figura 111.19.<br />

III.1.3.1.2.4 ­ Estudo comparativo <strong>da</strong> moscovite primária e secundária<br />

No seu conjunto, as moscovites secundárias (moscovites II) dos granitos<br />

peraluminosos <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto apresentam algumas diferenças na sua<br />

composição e estrutura, quer relativamente às moscovites consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s primárias<br />

(moscovites I) quer entre as diferentes gerações <strong>de</strong> moscovite II, quer ain<strong>da</strong> na<br />

mesma geração mas <strong>de</strong> grupo para grupo. As diferenças são mais acentua<strong>da</strong>s<br />

104


quando se põem em paralelo as moscovites <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> biotite com<br />

as resultantes <strong>da</strong> moscovitização <strong>da</strong> plagioclase, razão pela qual as conclusões<br />

incidirão sobre estas duas situações.<br />

A comparação apresenta algumas limitações, <strong>da</strong><strong>da</strong> a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> no número<br />

<strong>de</strong> análises efectua<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> um dos tipos <strong>de</strong> moscovites, tendo havido uma<br />

maior incidência sobre as moscovites primárias relativamente às moscovites<br />

secundárias e, no seio <strong>de</strong>stas, obtiveram-se mais resultados <strong>de</strong> moscovites <strong>de</strong><br />

alteração <strong>da</strong> plagioclase do que <strong>de</strong> moscovites <strong>de</strong> alteração <strong>da</strong> biotite. No entanto<br />

foi possível, na globali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>linear diferenças entre os teores <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados<br />

elementos nos diversos tipos <strong>de</strong> moscovite, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente Ti, Mg, Fet e, em<br />

certa medi<strong>da</strong>, Al, comprovando a importância dos fenómenos <strong>de</strong> alteração na<br />

composição <strong>da</strong>s micas.<br />

Retomando o quadro 111.10, observam-se diferenças significativas entre a<br />

composição <strong>da</strong> moscovite primária (moscovite I) e a <strong>da</strong> moscovite secundária<br />

(moscovite II).<br />

Comparando a composição <strong>da</strong> moscovite I <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> série granítica com a<br />

composição <strong>da</strong> moscovite que resulta <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> plagioclase verifica-se que a<br />

moscovite I é, na generali<strong>da</strong><strong>de</strong> mais enriqueci<strong>da</strong> em Na, Ti, Mg, Fe total e<br />

ligeiramente mais empobreci<strong>da</strong> em Al total. O comportamento do Al total é<br />

provavelmente uma consequência dos valores mais elevados <strong>de</strong> Al em posição<br />

octaédrica na estrutura <strong>da</strong>s moscovites II em consi<strong>de</strong>ração.<br />

Relativamente à composição <strong>da</strong> moscovite resultante <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> biotite,<br />

quando compara<strong>da</strong> com a <strong>da</strong> moscovite I, as diferenças são menos acentua<strong>da</strong>s,<br />

verificando-se to<strong>da</strong>via valores na generali<strong>da</strong><strong>de</strong> mais elevados em Ti, K, Fe total e Al<br />

total. O Mg é mais elevado na moscovite I do grupo G'f e G'g mas ligeiramente mais<br />

baixo no grupo G'm.<br />

Os critérios <strong>de</strong> MILLER et ai. (1981), nos aspectos que se referem à<br />

composição química <strong>de</strong> moscovites primárias e secundárias são, em parte,<br />

satisfatoriamente aplicáveis às moscovites em estudo. Para estes autores as<br />

moscovites primárias (P) são mais enriqueci<strong>da</strong>s em Ti, Al e Na e mais pobres em<br />

Mg, Si, e molécula celadonítica. Sugerem como exemplo <strong>de</strong> moscovite secundária<br />

105


(S) a resultante <strong>da</strong> alteração <strong>de</strong> um feldspato ou <strong>de</strong> um aluminossilicato. No caso<br />

presente, as moscovites resultantes <strong>da</strong> alteração <strong>da</strong> plagioclase apresentam<br />

características texturais e algumas características composicionais <strong>de</strong> acordo com as<br />

moscovites S <strong>da</strong>queles autores. Quanto à composição, quando compara<strong>da</strong> com a<br />

moscovite I, to<strong>da</strong>s as moscovites secundárias <strong>de</strong> alteração <strong>da</strong> plagioclase<br />

apresentam valores inferiores em Ti e sensivelmente inferiores em Na. No entanto,<br />

em todos os grupos aquelas moscovites contêm teores inferiores em Mg, o que está<br />

em <strong>de</strong>sacordo com as observações <strong>de</strong> MILLER et ai. (1981). Do mesmo modo, as<br />

variações entre o valor <strong>da</strong> molécula celadonítica e <strong>de</strong> Si entre as moscovites I e II<br />

não são tão sistemáticas como as sugeri<strong>da</strong>s por aqueles autores.<br />

Nos granitos do presente trabalho, as moscovites resultantes <strong>da</strong><br />

moscovitização <strong>da</strong> biotite e as moscovites II intersticiais apresentam características<br />

semelhantes na sua composição .<br />

Confrontando as duas gerações <strong>de</strong> moscovite II entre si ( resultantes <strong>da</strong><br />

moscovitização <strong>da</strong> biotite e <strong>da</strong> plagioclase), as principais diferenças surgem nos<br />

teores sempre inferiores em Ti e Mg, assim como ligeiramente inferiores em Na, K e<br />

XMg , nas moscovites <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>da</strong> moscovitização <strong>da</strong> plagioclase.<br />

III. 1.3.2 - Condições <strong>de</strong> formação <strong>da</strong> moscovite primária<br />

A presença <strong>de</strong> moscovite primária em rochas graníticas permite uma estimativa<br />

do limite mínimo <strong>da</strong> pressão <strong>de</strong> cristalização. Contudo, a pressão e a temperatura<br />

mínimas às quais a moscovite é estável em presença <strong>de</strong> um líquido silicatado<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> vários factores ain<strong>da</strong> não conhecidos na sua globali<strong>da</strong><strong>de</strong>. As<br />

incertezas referem-se sobretudo à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um solidus granítico que se<br />

aproxime do sistema natural consi<strong>de</strong>rado (variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> composição <strong>da</strong> fase<br />

flui<strong>da</strong> em equilíbrio) e sobre a natureza e traçado <strong>da</strong>s curvas <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

moscovite.<br />

A confirmação <strong>da</strong> moscovite como uma fase magmática, combina<strong>da</strong> com <strong>da</strong>dos<br />

experimentais, po<strong>de</strong> fornecer estimativas <strong>da</strong> temperatura e pressão <strong>de</strong> cristalização.<br />

O interesse gerado em torno <strong>de</strong> um melhor conhecimento <strong>da</strong> moscovite magmática<br />

intensificou-se à medi<strong>da</strong> que se reconheceu que líquidos ("melts") peraluminosos<br />

po<strong>de</strong>m ser utilizados como indicadores <strong>de</strong> uma fonte aluminosa ou metassedimentar<br />

(SPEER, 1984).<br />

106


Os primeiros mo<strong>de</strong>los para a caracterização <strong>da</strong>s curvas <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

moscovite utilizaram a intersecção <strong>da</strong> curva <strong>de</strong>screvendo a reacção<br />

moscovite+quartzo


<strong>de</strong> ser inferior. A molécula celadonítica <strong>de</strong>verá aumentar o campo <strong>de</strong><br />

estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s micas dioctaédricas em sistemas graníticos.<br />

MILLER et ai. (1981) admitem a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> micas <strong>de</strong> origem primária<br />

(magmáticas) po<strong>de</strong>rem ser estáveis a pressões inferiores às sugeri<strong>da</strong>s pelos<br />

primeiros trabalhos experimentais, pelo menos a pressões <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 3 kbar. O<br />

afastamento <strong>da</strong> sua composição relativamente à moscovite i<strong>de</strong>al (no carácter<br />

celadonítico e presença <strong>de</strong> catiões inexistentes na moscovite i<strong>de</strong>al) tornam<br />

<strong>de</strong>saconselhável a aplicação dos <strong>da</strong>dos experimentais na estimativa <strong>da</strong>s condições<br />

<strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, não se po<strong>de</strong>ndo consi<strong>de</strong>rar a intersecção <strong>da</strong> curva <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> moscovite com a curva <strong>de</strong> fusão mínima do granito como correspon<strong>de</strong>ndo à<br />

pressão mínima <strong>de</strong> cristalização. Tal como ANDERSON & ROWLEY (1981),<br />

também consi<strong>de</strong>ram que as impurezas, relativamente às moscovites i<strong>de</strong>ais, po<strong>de</strong>m<br />

aumentar o campo <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> permitindo a cristalização <strong>de</strong> moscovite a partir<br />

<strong>de</strong> magmas a pressões relativamente baixas, correspon<strong>de</strong>ntes a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

inferiores a 10 km.<br />

Também a intervenção <strong>de</strong> voláteis faz modificar consi<strong>de</strong>ravelmente as<br />

condições P-T do início <strong>da</strong> fusão em sistemas silicatados <strong>de</strong> que são exemplos o<br />

boro (PICHAVANT, 1981) e o flúor ( MANNING, 1981). No que diz respeito ao<br />

exemplo do trabalho <strong>de</strong> PICHAVANT (1981) este autor <strong>de</strong>monstrou que a<br />

temperatura do solidus do sistema Q-Ab-Or po<strong>de</strong> baixar <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 60°C até mais<br />

<strong>de</strong> 130°C, respectivamente pela adição <strong>de</strong> 5% e 17% em peso <strong>de</strong> B203, permitindo<br />

a cristalização <strong>de</strong> moscovite na presença <strong>de</strong> um líquido silicatado a pressões e<br />

temperaturas inferiores às observa<strong>da</strong>s em sistemas com apenas H20 na fase<br />

flui<strong>da</strong>.<br />

LEROY & CATHELINEAU (1982) estu<strong>da</strong>ram diferentes gerações <strong>de</strong> moscovite<br />

em rochas graníticas <strong>de</strong> duas micas associa<strong>da</strong>s a jazigos <strong>de</strong> urânio franceses,<br />

tendo as micas estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s resultado <strong>de</strong> processos <strong>de</strong>utéricos e hidrotermais. Estes<br />

autores notaram um <strong>de</strong>créscimo <strong>da</strong> taxa paragonítica (Na/Na+K) associado a um<br />

aumento do carácter fengítico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as micas <strong>de</strong> origem <strong>de</strong>utérica para as micas<br />

<strong>de</strong> gerações posteriores. Parece assim verificar-se uma diminuição <strong>da</strong> molécula<br />

paragonítica com a diminuição <strong>da</strong> temperatura, po<strong>de</strong>ndo a substituição Na - K<br />

constituir um bom indicador geotermométrico. No entanto, a aplicação <strong>de</strong>stes<br />

108


estudos a fengites hidrotermais, enquadra<strong>da</strong>s em sistemas abertos on<strong>de</strong> os fluidos<br />

estão geralmente em <strong>de</strong>sequilíbrio com o meio, parece ser inapropria<strong>da</strong>.<br />

Segundo FRIEDRICH (1984) a razão Fe 2+ /Fe 3+ nas moscovites, <strong>de</strong>duzi<strong>da</strong> do<br />

diagrama Mg+Fe = / (Si-6+Ti) (figura III. 23 ), não parece a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> à estimativa<br />

<strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> /O2. As duas valências respon<strong>de</strong>m a substituições muito<br />

diferentes sendo o ferro ferroso provavelmente mais abun<strong>da</strong>nte nas micas com forte<br />

substituição fengítica, por razões estritamente cristaloquímicas, e o ferro férrico<br />

associado à substituição <strong>de</strong> Al 3+ , o que torna problemático comparar as duas<br />

valências e atribuir-lhes um significado em termos <strong>de</strong> /02.<br />

MONIER (1987) proce<strong>de</strong>u a trabalhos experimentais para <strong>de</strong>terminar o limite<br />

<strong>de</strong> solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Fe 3+ na moscovite e inferir as condições <strong>de</strong> /02, tendo<br />

encontrado valores <strong>de</strong> Fe 3+ em posição octaédrica entre 0,19 e 0,25 (para 11<br />

oxigénios) a 600° C, diminuindo para valores inferiores a 0,125 a 400° C. Po<strong>de</strong>-se<br />

assim prever um aumento <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> moscovite a temperaturas eleva<strong>da</strong>s<br />

pela presença <strong>de</strong> Fe 3+ . As moscovites estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s por este autor (em maciços<br />

leucograníticos <strong>de</strong> Millevaches, França) não se encontram satura<strong>da</strong>s em Fe 3+<br />

(valores entre 0,04 e 0,065 , no conjunto dos maciços estu<strong>da</strong>dos ). O seu teor em<br />

Fe 3+ será função <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> cristalização, essencialmente <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong><br />

/O2. No entanto, <strong>da</strong><strong>da</strong> a inexistência <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos experimentais para a moscovite, não<br />

é possível estimar a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> /02 a partir dos teores em Fe 3+ .<br />

Na figura III.24 encontram-se projecta<strong>da</strong>s as curvas <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

moscovite, biotite e homblen<strong>da</strong> (segundo os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> BURNHAM , 1979) e a sua<br />

relação com as curvas <strong>de</strong> fusão mínima <strong>de</strong> rochas graníticas (<strong>de</strong> acordo com<br />

WYLLIE, 1977) às quais se acrescentou uma curva solidus do granito inferi<strong>da</strong> a<br />

partir do efeito <strong>de</strong> componentes voláteis na temperatura <strong>de</strong> fusão <strong>de</strong> composições<br />

graníticas.<br />

109


í Í<br />

10<br />

o 6<br />

40<br />

400 600 800 1000<br />

Temperatura (°C )<br />

Figura. 111.24 - Curvas <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> moscovite, biotite e hornblen<strong>da</strong> e a sua relação com as<br />

curvas <strong>de</strong> fusão mínima <strong>de</strong> rochas graníticas (STRONG, 1988)<br />

Mo-moscovite; Bi-biotite; Hb-hornblen<strong>da</strong>; BEBLIP- curva <strong>de</strong> fusão <strong>de</strong> uma composição granítica<br />

contendo os elementos litófilos Be, B, Li e P.<br />

As limitações <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos experimentais a sistemas naturais e as<br />

alterações <strong>de</strong>utéricas e hidrotermais que afectaram na globali<strong>da</strong><strong>de</strong> o <strong>complexo</strong><br />

granítico <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, implicando <strong>de</strong>sequilíbrios entre os granitos e os<br />

fluidos, conduzem a incertezas quanto às ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras condições <strong>de</strong> cristalização<br />

<strong>da</strong>s micas em estudo. Contudo, tentou-se inferir as condições aproxima<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

cristalização <strong>da</strong>s moscovites consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s primárias <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos,<br />

com base nos <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> natureza cristaloquímica obtidos e nas informações<br />

conti<strong>da</strong>s nos trabalhos acima citados.<br />

As características <strong>da</strong> composição química associa<strong>da</strong>s aos critérios texturais<br />

permitem confirmar que, nos presentes granitos, parte <strong>da</strong> moscovite é <strong>de</strong> origem<br />

primária. Esta observação implica uma cristalização a partir <strong>de</strong> magmas fortemente<br />

peraluminosos.<br />

A ocorrência <strong>de</strong> iões não presentes na moscovite pura assim como <strong>de</strong><br />

molécula celadonítica (que chega a atingir 19%) afastam as moscovites em estudo<br />

<strong>da</strong> composição <strong>da</strong> moscovite i<strong>de</strong>al, fazendo aumentar, por outro lado, o seu domínio<br />

30<br />

E<br />

a:<br />

m<br />

O)<br />

ao?<br />

c<br />

10<br />

o<br />

V.<br />

CL<br />

110


<strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> para pressões inferiores às admiti<strong>da</strong>s pelos primeiros trabalhos<br />

experimentais.<br />

A paragénese dos granitos em estudo (<strong>da</strong> qual fazem parte moscovite,<br />

feldspato potássico, albite e alguma silimanite) assim como as características<br />

cristaloquímicas <strong>da</strong>s moscovites ( com um grau <strong>de</strong> molécula celadonítica variando<br />

nas moscovites I entre 5 e 19%) permitem utilizar por aproximação as curvas <strong>de</strong><br />

estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> calcula<strong>da</strong>s por ANDERSON & ROWLEY (1981), cuja intersecção com<br />

a curva solidus foi estima<strong>da</strong> por aqueles autores a cerca <strong>de</strong> 2.6-3.1 kbar. Com os<br />

<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> natureza paragenética, cristaloquímica e experimentais disponíveis, tendo<br />

também em conta os trabalhos citados que evi<strong>de</strong>nciam o efeito <strong>da</strong> presença <strong>de</strong><br />

voláteis na temperatura <strong>de</strong> cristalização do solidus granítico, sugere-se a<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> as moscovites primárias dos granitos em estudo terem coexistido<br />

com um líquido a temperaturas entre 600°C e 700°C e a uma pressão entre 3 e 3.5<br />

kbar.<br />

111.1.4 - CONCLUSÕES SOBRE AS CONDIÇÕES TERMODINÂMICAS DE<br />

CRISTALIZAÇÃO DA BIOTITE E DA MOSCOVITE PRIMÁRIAS DOS<br />

GRANITOS EM ESTUDO<br />

A abor<strong>da</strong>gem cristaloquímica e termodinâmica <strong>da</strong> biotite e moscovite primárias,<br />

com base em <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> composição química real e <strong>da</strong>s informações a partir <strong>de</strong><br />

trabalhos experimentais em sistemas sintéticos, conduziram a valores estimados<br />

que, a título comparativo, fornecem indicações sobre as possíveis condições <strong>de</strong><br />

cristalização <strong>de</strong>stes minerais para os granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o conjunto dos três maciços do <strong>complexo</strong> (G'f, G'm e G'g) o<br />

estudo <strong>da</strong> biotite aponta para temperaturas compreendi<strong>da</strong>s entre 650°C e 700°C e<br />

log /02 entre -16.5 e -16.0.<br />

O estudo <strong>da</strong> moscovite primária, igualmente para o conjunto dos três grupos<br />

<strong>de</strong> granitos, sugere equilíbrio com um líquido no intervalo <strong>de</strong> temperaturas<br />

compreendido entre 600°C e 700°C e para uma pressão entre 3 e 3,5 kbar.<br />

Estes valores estão <strong>de</strong> acordo com os <strong>de</strong> PEREIRA (1987) para granitos <strong>de</strong><br />

duas micas, nomea<strong>da</strong>mente para o granito <strong>de</strong> Vila Real, tendo este autor sugerido<br />

condições P-T <strong>de</strong> cristalização entre 3-5 kbar e 600-700°C.<br />

m


Os <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> pressão e temperatura estimados a partir do estudo <strong>da</strong> biotite e<br />

<strong>da</strong> moscovite primárias do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto são próximos dos<br />

obtidos por diversos autores para as condições <strong>de</strong> metamorfismo no enquadramento<br />

geológico <strong>da</strong> área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>: RIBEIRO (1978) estimou as condições P-T nas rochas<br />

metamórficas encaixantes do <strong>complexo</strong> anatéctico <strong>de</strong> Tourém, respectivamente, em<br />

cerca <strong>de</strong> 3 e 4 kbar e entre 600-700°C; valores idênticos foram sugeridos por<br />

NORONHA & RIBEIRO (1983) para as condições máximas durante o pico do<br />

metamorfismo na área abrangi<strong>da</strong> pela folha 6-A <strong>de</strong> Montalegre; NORONHA (1983)<br />

sugere como condições máximas <strong>de</strong> metamorfismo na área tungstífera <strong>da</strong> Borralha<br />

uma pressão entre 3.5 e 4 kbar e temperatura <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 500°C; MATOS (1991)<br />

indica uma pressão <strong>de</strong> 2.5±0.5 kbar e uma temperatura <strong>de</strong> 570±30°C para as<br />

rochas metassedimentares <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> ordovícico-silúrica <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Vila Real;<br />

CHAROY et ai. (1992) admitem, para a área <strong>de</strong> Covas do Barroso, que o pico <strong>de</strong><br />

metamorfismo tenha sido atingido à temperatura <strong>de</strong> 500°C e a uma pressão<br />

confinante entre 300 e 350 MPa (3 e 3.5 kbar).<br />

Hl.1.5 - EQUILÍBRIO BIOTITE-MOSCOVITE PRIMÁRIA<br />

A averiguação <strong>de</strong> um possível equilíbrio entre a biotite e a moscovite primária<br />

tem sido leva<strong>da</strong> a efeito por diversos autores com base na distribuição <strong>de</strong> certos<br />

elementos entre os dois minerais, <strong>de</strong> que são exemplo: AI VI ( WENK, 1970), K, Rb<br />

(ALBUQUERQUE, 1975), XFe e Ti (FRIEDRICH, 1984; MONIER, 1987).<br />

O valor do coeficiente <strong>de</strong> distribuição Kd (Ti) entre biotite e moscovite primária<br />

coexistentes em granitos <strong>de</strong> duas micas é semelhante ao encontrado para rochas<br />

metamórficas <strong>de</strong> grau elevado, <strong>de</strong> duas micas, diminuindo com o grau <strong>de</strong><br />

metamorfismo, sugerindo que o Ti se vai incorporando mais facilmente nas posições<br />

octaédricas <strong>da</strong> moscovite à medi<strong>da</strong> que a temperatura aumenta (MONIER, 1987).<br />

As figuras III.25, III.26 e III.27 ilustram a distribuição <strong>de</strong> AI VI , TiO 2 e XFe,<br />

respectivamente, para pares biotite/moscovite primária coexistentes em amostras<br />

representativas dos três grupos <strong>de</strong> granitos do maciço <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

No trabalho <strong>de</strong> WENK (1970) sobre rochas metamórficas alpinas, num sector<br />

englobando xistos e gneisses <strong>de</strong> elevado grau <strong>de</strong> metamorfismo on<strong>de</strong> igualmente<br />

se incluíram os pegmatitos, apresentam-se valores <strong>de</strong> Kd para AI IV entre biotite e<br />

moscovite compreendidos entre 3 e 4. Segundo as observações <strong>de</strong>ste autor o<br />

112


coeficiente <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> AI VI diminui com o aumento do grau <strong>de</strong> metamorfismo.<br />

Apesar <strong>da</strong>s reservas que uma comparação entre rochas <strong>de</strong> natureza metamórfica e<br />

magmática possa levantar parece to<strong>da</strong>via interessante referir que a partilha do Al<br />

octaédrico entre as duas micas nos três tipos <strong>de</strong> rochas graníticas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto apresenta valores <strong>de</strong> coeficientes <strong>de</strong> distribuição entre 2.8 e<br />

4.2, (figura 111.25), próximos dos encontrados por aquele autor em rochas<br />

metamórficas.<br />

A distribuição <strong>de</strong> Ti02 entre a biotite e a moscovite I coexistentes mostra uma<br />

ligeira correlação positiva, sendo a gama <strong>de</strong> variação no grupo <strong>de</strong> grão fino mais<br />

baixa do que nos outros dois grupos (2.5 - 3.0) enquanto que no tipo <strong>de</strong> grão médio<br />

se observam os valores mais elevados (4.3 - 5.4) e no grupo <strong>de</strong> grão grosseiro<br />

valores intermédios (3.6 - 4.6). Na generali<strong>da</strong><strong>de</strong> Kd varia entre 2.5 e 5.4, incluindo<br />

valores encontrados por diversos autores para pares biotite-moscovite em equilíbrio<br />

(figura 111.26). WENK (1970) <strong>de</strong>terminou um valor próximo <strong>de</strong> 3.6 em associações<br />

metamórficas nos Alpes centrais; MONIER et ai. (1984), em leucogranitos<br />

franceses, estimaram um valor para Kd (Ti) <strong>de</strong> 3.4; FRIEDRICH (1984) encontrou<br />

um valor próximo <strong>de</strong> 3.3 em granitos <strong>de</strong> duas micas peraluminosos franceses; DIAS<br />

(1987) obteve, para granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima, valores <strong>de</strong><br />

Kd (Ti) compreendidos entre 2.3 e 5.1.<br />

Tentou-se avaliar a distribuição <strong>de</strong> XFe entre a biotite e a moscovite primária<br />

dos três granitos em estudo , tendo-se encontrado uma boa correlação positiva, com<br />

Kd (XFe) igual a 1.4 (figura III.27). Estas observações concor<strong>da</strong>m com as <strong>de</strong><br />

FRIEDRICH (1984) para um <strong>complexo</strong> leucogranítico a oeste do Maciço Central<br />

francês. Este autor refere uma correlação positiva cujo Kd é igual a 1.35 e admite a<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> haver uma partilha em equilíbrio para o Fe e Mg, entre a biotite e a<br />

moscovite coexistente.<br />

No quadro 111.14 representam-se os valores <strong>de</strong> Ti02, AI VI , XFe, e respectivos<br />

coeficientes <strong>de</strong> distribuição entre pares <strong>de</strong> moscovite e biotite primárias associa<strong>da</strong>s,<br />

em amostras dos três grupos <strong>de</strong> rochas graníticas em estudo.<br />

113


5,00<br />

■$ 4,50<br />

o 4,00<br />

0<br />

S 3,50<br />

r 3,00<br />

SE<br />

< 2,50<br />

Kd = 4,2 /<br />

• G'f<br />

A G'm<br />

T ■ G'o<br />

l/l ■ */ / Kd = 2,8<br />

/ r<br />

2,00<br />

/ /<br />

0,00 0,40 0,80 1,20 1,60<br />

AIVI (Biotite)<br />

Figura. III.25 ­ Distribuição <strong>de</strong> AI VI entre biotite e moscovite primária coexistentes nos três grupos<br />

<strong>de</strong> granitos em estudo. G'f ­ granito <strong>de</strong> grão fino; G'm ­ granito <strong>de</strong> grão médio; G'g ­<br />

nrani+n Ho nrãn nrnccairn<br />

granito <strong>de</strong> grão grosseiro<br />

0,50 1,00 1,50<br />

% TÎ02 (moscovite)<br />

Figura. III.26 ­ Distribuição <strong>de</strong> Ti02 entre biotite e moscovite primária coexistentes nos três<br />

grupos <strong>de</strong> granitos em estudo. Simbologia semelhante à figura III.25.<br />

_ 0,90<br />

I .2<br />

ca<br />

"í 0,70<br />

0,50<br />

0,00 0,20 0,40 0,60<br />

XFe (Moscovite)<br />

/<br />

2,00<br />

■ G'f<br />

l G'm<br />

Figura. III.27 ­ Distribuição <strong>de</strong> Xfe entre biotite e moscovite primária coexistentes nos três grupos<br />

<strong>de</strong> granitos em estudo. Simbologia semelhante à figura III.25.<br />

0,80<br />

■ G'o<br />

114


Quadro 111.14 ­ Coeficientes <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> Ti, AIVI e XFe para a biotite (Biot.) e moscovite<br />

(Mosc.) primárias coexistentes nos granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> área em estudo.<br />

Amostra TÍ02 Kd (Ti) AIVI Kd (AIVI) XFe Kd (XFe)<br />

Mosc. Biot. Mosc. Biot. Biot. Mosc. Biot. Mosc.<br />

2/a 2/d 0,95 2,80 2,9 1,17 3,26 2,8 0,73 0,53 1,4<br />

84/g 84/c 1,02 2,53 2,5 1,17 3,39 2,9 0,72 0,49 1.5<br />

113/d 113/h 0,83 2,52 3,0 1,26 3,64 2,9 0.76 0,53 1,4<br />

5/a 5/h 0,43 2,33 5,4 1,00 3,61 3,6 0,71 0,50 1.4<br />

79/a 79/a 0,53 2,29 4,3 0,90 3,74 4,1 0,72 0,51 1.4<br />

8/a 8/a 0,55 2,51 4,6 0,98 3,50 3,6 0,73 0,51 1,4<br />

13/f 13/g 0,71 2,54 3,6 0,87 3,64 4,2 0,70 0,48 1,4<br />

34/e 34/f 0,61 2,24 3,7 1,13 3,64 3,2 0,71 0,52 1,4<br />

Amostras: 2, 84 e 113­grão fino; 5 e 79­grão médio; 8,13 e 34­grão grosseiro<br />

A biotite e a moscovite I coexistentes em ca<strong>da</strong> série <strong>de</strong> granitos do <strong>complexo</strong><br />

<strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto apresentam características químicas que permitem admitir<br />

que cristalizaram em equilíbrio. Os valores dos coeficientes <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> AI VI ,<br />

Ti e XFe entre a biotite e a moscovite primária nas três séries <strong>de</strong> granitos, G'f, G'm e<br />

G'g, enquadram­se perfeitamente nos encontrados por vários autores para pares<br />

biotite­moscovite em equilíbrio.<br />

As variações <strong>da</strong> composição <strong>da</strong> biotite e <strong>da</strong> moscovite I coexistentes no interior<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> série, em termos dos teores em Ti02 e dos respectivos coeficientes <strong>de</strong><br />

distribuição (Kd), reflectem uma evolução que está <strong>de</strong> acordo com uma<br />

diferenciação magmática. Verifica­se o aumento <strong>de</strong> Kd(Ti), acompanhando o<br />

<strong>de</strong>créscimo em Ti02, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o grupo G'f até G'm, sendo G'g intermédio (figuras III.28<br />

e III.29). A moscovite I, no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> diferenciação, torna­se menos titanífera,<br />

reflectindo, juntamente com a biotite, a evolução <strong>da</strong> composição do magma. Estas<br />

tendências observam­se quer no conjunto dos granitos do <strong>complexo</strong> quer no interior<br />

6,00 • G'f<br />

£ 4,00<br />

•} nn<br />

1,50 2,00 2,50<br />

A<br />

A<br />

TÍ02 (Biot)<br />

■<br />

• •<br />

•<br />

Figura. III.28 ­ Variação <strong>de</strong> Kd (Ti) com os teores <strong>de</strong> Ti02 <strong>da</strong> biotite dos três grupos <strong>de</strong> granitos<br />

em estudo.<br />

Mesma simbologia <strong>da</strong> Fig. III.25.<br />

A O'm<br />

3,00<br />

115


6.00<br />

• G'f<br />

4 * G'm<br />

i ■ G'g<br />

_ ■<br />

r 4,00 I<br />

* ■ m<br />

!<br />

2,00 ' ___<br />

0,00 0,50 1,00 1,«<br />

TÍ02 ImoKov.l<br />

Figura. 111.29 ­ Variação <strong>de</strong> Kd (Ti) com os teores <strong>de</strong> Ti02 <strong>da</strong> moscovite primária dos três grupos<br />

<strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

Mesma simbologia <strong>da</strong> Fig. 111.25.<br />

111.2 ­ FELDSPATOS<br />

111.2.1 ­ FELDSPATO POTÁSSICO<br />

No quadro 111.15 encontram­se os valores médios <strong>da</strong> composição química do<br />

feldspato potássico <strong>de</strong> amostras selecciona<strong>da</strong>s dos três grupos <strong>de</strong> granitos em<br />

estudo, tendo­se assinalado com asterisco as análises correspon<strong>de</strong>ntes a cristais<br />

<strong>de</strong> feldspato opticamente positivo. As análises foram efectua<strong>da</strong>s à microsson<strong>da</strong><br />

electrónica e as fórmulas estruturais calcula<strong>da</strong>s com base em 32 átomos <strong>de</strong><br />

oxigénio. O total <strong>de</strong> análises efectua<strong>da</strong>s encontra­se no anexo VI.<br />

Proce<strong>de</strong>u­se a um breve estudo dos principais tipos estruturais por difracção<br />

<strong>de</strong> raios X, <strong>de</strong> que se seleccionaram difractogramas compreendidos no intervalo 29<br />

entre 29° e 32°, numa aparelhagem Philips, radiação Cu Kcc, 40kv, 20 mA.<br />

A composição química do feldspato potássico é muito semelhante nos três<br />

grupos <strong>de</strong> granitos, à excepção dos cristais opticamente positivos nos quais se<br />

verificaram teores em Na20 e <strong>de</strong> % Ab um pouco mais elevados e,<br />

consequentemente, valores <strong>de</strong> % Or inferiores aos dos feldspatos "normais". Em<br />

média o valor <strong>da</strong> % <strong>da</strong> molécula <strong>de</strong> ortóclase, na gran<strong>de</strong> maioria dos feldspatos<br />

potássicos dos três grupos, varia entre 95.3 a 95.5% e a % <strong>da</strong> molécula albítica<br />

entre 4.5 a 4.7%. Nos cristais <strong>de</strong> feldspato potássico opticamente positivos aquelas<br />

percentagens variam, respectivamente, <strong>de</strong> 92.1 a 93.3% e <strong>de</strong> 6.7 a 7.9 % sendo<br />

estes valores comparáveis aos <strong>de</strong>terminados nos feldspatos potássicos <strong>de</strong><br />

amostras afecta<strong>da</strong>s por albitização.<br />

•<br />

116


Quadro 111.15 - Composição química média do feldspato potássico <strong>de</strong> amostras selecciona<strong>da</strong>s dos<br />

granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Gf G'm G'g<br />

2 2* 84* 113 5 5* 73 104 8 34 65 65*<br />

% peso<br />

Si02 64,04 64,49 63,22 64,32 65,40 64,53 64,40 67,23 65,57 65,92 63,56 63,99<br />

Ti02 0,01 0,01 0,05 0,02 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00<br />

AI203 18,58 18,67 18,30 18,37 19,14 19,31 18,25 17,76 18,59 17,97 18,65 19,15<br />

FeO 0,01 0,03 0,00 0,05 0,07 . 0,03 0,03 0,00 0,01 0,03 0,00 0,01<br />

MnO 0,00 0,01 0,00 0,01 0,06 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,03<br />

MgO 0,02 0,00 0,03 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

CaO 0,00 0,00 0,06 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,02 0,02 0,00 0,00<br />

Na20 0,59 0,73 0,68 0,51 0,35 0,86 0,35 0,34 0,66 0,47 0,44 0,85<br />

K20 15,95 15,34 15,75 15,73 15,36 14,78 15,35 16,46 16,18 16,39 15,47 14,73<br />

Total 99,20 99,27 98,09 99,00 100,39 99,54 98,39 101,80 101,03 100,80 98,13 98,76<br />

Si 11,934 11,958 11,923 11,987 11,945 11,892 12,036 12,176 11,990 12,084 11,923 11,906<br />

Al 4,080 4,080 4,068 4,034 4,152 4,202 4,020 3,791 4,007 3,882 4,141 4,182<br />

Ti 0,001 0,001 0,007 0,003 0,001 0,005 0,000 0,000 0,000 0,000 0,001 0,000<br />

Fe2 0,002 0,004 0,000 0,007 0,009 0,004 0,004 0,000 0,002 0,005 0,000 0,002<br />

Mn 0,000 0,002 0,000 0,001 0,005 0,000 0,000 0,002 0,000 0,000 0,002 0,002<br />

Mg 0,005 0,000 0,008 0,000 0,001 0,002 0,003 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000<br />

Ca 0,001 0,000 0,012 0,001 0,001 0,001 0,000 0,000 0,004 0,004 0,000 0,000<br />

Na 0,213 0,285 0,248 0,182 0,201 0,314 0,125 0,119 0,233 0,167 0,158 0,318<br />

K 3,792 3,629 3,789 3,739 3,525 3,480 3,660 3,803 3,774 3,833 3,717 3,442<br />

z 16,014 16,038 15,990 16,020 16,097 16,094 16,056 15,966 15,997 15,966 16,064 16,088<br />

Y 0,008 0,006 0,016 0,011 0,017 0,011 0,007 0,002 0,002 0,005 0,003 0,003<br />

X 4,005 3,914 4,049 3,923 3,727 3,795 3,784 3,922 4,012 4,003 3,875 3,760<br />

Or% 94,965 93,091 93,897 95,574 94,872 92,119 96,884 97,128 94,390 95,963 96,127 91,964<br />

Ab% 5,019 6,909 5,803 4,337 5,102 7,846 3,116 2,872 5,512 3,939 3,873 8,036<br />

An% 0,016 0,000 0,300 0,039 0,026 0,035 0,000 0,000 0,098 0,098 0,000 0,000<br />

G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g - granito <strong>de</strong> grão grosseiro; opt. + - cristais<br />

<strong>de</strong> sinal óptico positivo.<br />

A projecção no diagrama triangular Or-Ab-An ilustra a semelhança do conjunto<br />

<strong>da</strong>s composições analisa<strong>da</strong>s do feldspato potássico, recaindo praticamente sobre a<br />

linha Or-Ab com valores <strong>de</strong> Or entre 91.5 e 97.4% (figura III.30).<br />

117


Jr Or<br />

Ab An<br />

Figura. 111.30 - Localização <strong>da</strong> composição do feldspato potássico dos granitos em estudo<br />

no diagrama Or-Ab-An.<br />

Levou-se a efeito um estudo por difractometria <strong>de</strong> raios X <strong>de</strong> concentrados <strong>de</strong><br />

feldspato <strong>de</strong> potássico <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> nove amostras ( três amostras em média por<br />

fácies) para ter acesso aos principais tipos estruturais presentes. O índice <strong>de</strong><br />

triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong> foi calculado pelo método <strong>de</strong> GOLDSMITH & LAVES (1954).<br />

Na figura 111.31 representam-se os tipos <strong>de</strong> estruturas revelados pelos<br />

difractogramas para a gama <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> 29 na qual se localizam os picos (131) e<br />

(131), com interesse para a <strong>de</strong>terminação do índice <strong>de</strong> triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong> (A).<br />

Numa tentativa <strong>de</strong> classificar as estruturas observa<strong>da</strong>s adoptaram-se as<br />

<strong>de</strong>signações sugeri<strong>da</strong>s por DIAS (1987) mas a<strong>da</strong>ptando os critérios aos valores<br />

encontrados no presente estudo. Assim, em todos os casos estu<strong>da</strong>dos se encontra<br />

o estado triclínico T, correspon<strong>de</strong>ndo a índices <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong> (>0.76), que<br />

se distingue dos estados <strong>de</strong> triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong>s inferiores correspon<strong>de</strong>ntes aos picos nas<br />

bor<strong>da</strong>duras internas dos picos (131 e 131), para os quais se convencionou<br />

representar por t1 os estados triclínicos intermédios razoavelmente <strong>de</strong>finidos e por t<br />

os estados triclínicos intermédios mal <strong>de</strong>finidos. O estado monoclínico representouse<br />

por m. Distinguiram-se os estados predominantes dos subordinados<br />

representando estes últimos entre parêntesis. À excepção <strong>da</strong>s estruturas triclínicas<br />

on<strong>de</strong> estão ausentes estados subordinados (tipo T), to<strong>da</strong>s as outras correspon<strong>de</strong>m<br />

a estruturas com estados triclínicos <strong>de</strong> diversas triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>ndo um <strong>de</strong>les<br />

118


ser dominante, as quais CHRISTIE (1962) <strong>de</strong>nominou "randomly disor<strong>de</strong>red<br />

structures", tendo sido <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>s por RD.<br />

Verifica-se que todos os feldspatos exibem elevado índice <strong>de</strong> triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong> (A<br />

variando entre 0.76 e 1.00) e os tipos <strong>de</strong> estrutura vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> estados<br />

predominantemente monoclínicos, passando por estruturas triclínicas com uma<br />

importante contribuição monoclínica, estados triclínicos por vezes exibindo algumas<br />

estruturas RD , sobretudo nos bordos internos dos picos, até estruturas com um<br />

único estado triclínico.<br />

mil um<br />

T(t) T(tl)<br />

V JUl<br />

j> » II 1,0 2f 29 V V iP '9 1* V V *P 2 ?<br />

Mil)<br />

A" 1.00<br />

J \l<br />

A-0 69<br />

j. II H 30 » Jt » 11 10 J9 j| 11 II 10 n 26 y V 10 **<br />

Figura. 111.31 - Difractogramas-padrão no intervalo 131-131 do felspato potássico <strong>de</strong> amostras dos<br />

granitos em estudo.<br />

Explicação dos estsdos estruturais no texto.<br />

119


Os trabalhos <strong>de</strong> GODINHO & JALECO (1973), GODINHO (1980) e DIAS<br />

(1987) constituem exemplos <strong>de</strong> rochas graníticas portuguesas, nos quais se<br />

encontram <strong>de</strong>scritos feldspatos potássicos que exibem distintos estados estruturais.<br />

As observações petrográficas confirmam a presença dos diversos estados<br />

estruturais que se correlacionam com a variação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>finição do<br />

padrão em xadrez <strong>da</strong>s macias dos feldspatos do presente estudo. Por exemplo, a<br />

presença no mesmo cristal <strong>de</strong> estados triclínicos <strong>de</strong> diversas triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

(estruturas RD) e <strong>de</strong> um estado monoclínico, correspon<strong>de</strong> à ocorrência <strong>de</strong> domínios<br />

com macia em xadrez bem <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>, domínios com padrões em xadrez mal <strong>de</strong>finidos<br />

e domínios caracterizados pela ausência <strong>de</strong> geminação em xadrez. (Estampa IV,<br />

fotografia 2).<br />

No quadro 111.16 encontram-se os tipos <strong>de</strong> estruturas i<strong>de</strong>ntificados nos<br />

feldspatos analisados em amostras selecciona<strong>da</strong>s dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto. Estas observações comprovam que nos três grupos <strong>de</strong><br />

granitos o feldspato potássico é dominantemente a microclina com valores <strong>de</strong><br />

triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong> muito elevados.<br />

Em amostras dos grupos G'm e G'g i<strong>de</strong>ntificaram-se estados monoclínicos<br />

associados aos estados triclínicos. A observação petrográfica <strong>de</strong> zonas<br />

homogéneas passando gradualmente para áreas com macias em xadrez, no<br />

mesmo cristal, sugere que tenha havido uma inversão <strong>da</strong> estrutura monoclínica<br />

original para uma estrutura triclínica que atingiu um estádio <strong>de</strong> triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

bastante elevado.<br />

120


Quadro 111.16 - Tipos <strong>de</strong> estruturas no feldspato potássico dos granitos em estudo<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s por meio <strong>de</strong> difractometria <strong>de</strong> raios-X .<br />

Amostra<br />

G'f<br />

Estrutura A A médio n (o)<br />

2<br />

16<br />

T(t1) 0,89 -0,92 0,92 3 (0,02)<br />

84 T(t) 0,90 - 0,92 0,91 3 (0,01)<br />

G'm<br />

5<br />

63<br />

73<br />

79<br />

G'g<br />

8<br />

13<br />

41<br />

T(t)<br />

T(t)<br />

T<br />

RD<br />

T(t)<br />

T(m + t1)<br />

T<br />

f (t1 + (m))<br />

m (T+t1)<br />

0,85 -0,94<br />

0,76-0,87<br />

0,88 -0,91<br />

0,87 - 0,98<br />

0,92- 0,95<br />

0,82 -0,86<br />

0,95- 1,00<br />

0,84-0,91<br />

0,89<br />

0,83<br />

0,90<br />

0,91<br />

0,93<br />

0,85<br />

0,98<br />

0,91<br />

3<br />

8<br />

6<br />

8<br />

3<br />

3<br />

3<br />

12<br />

(0,04)<br />

(0,04)<br />

(0,01)<br />

(0,04)<br />

(0,01)<br />

(0,02)<br />

(0,02)<br />

(0,03)<br />

A-índice <strong>de</strong> triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong>; T-estado triclínico <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong>; RD-estrutura "randomly<br />

disor<strong>de</strong>red" com estados triclínicos <strong>de</strong> diversas triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong>s; t e t1- estados triclínicos <strong>de</strong><br />

triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong> intermédia, respectivamente mal <strong>de</strong>finidos e razoavelmente <strong>de</strong>finidos; m-estado<br />

monoclínico; n-número <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> A por amostra; a-<strong>de</strong>svio-padrão.<br />

G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g - granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Hl.2.2 - PLAGIOCLASE<br />

Analisaram-se à microsson<strong>da</strong> electrónica plagioclases dos três grupos <strong>de</strong><br />

granitos peraluminosos <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, cujos<br />

<strong>da</strong>dos analíticos se encontram no anexo VII. No quadro 111.17 apresenta-se a<br />

composição média <strong>de</strong> amostras representativas selecciona<strong>da</strong>s.<br />

Na gran<strong>de</strong> maioria dos pontos analisados obtiveram-se composições<br />

correspon<strong>de</strong>ntes a albites quase puras.


Quadro 111.17 - Composição química média <strong>da</strong> plagioclase <strong>de</strong> amostras selecciona<strong>da</strong>s dos<br />

granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

%<br />

G'f G'm Q'a<br />

2 84 113 5 73 104 8 34 65<br />

SÍ02 66,43 66,74 67,18 67,52 66,56 70,58 67,19 68,97 67,30<br />

TÍ02 0,01 0,02 0,00 0,00 0,02 0,01 0,00 0,01 0,01<br />

AI203 21,07 20,42 20,63 20,69 19,75 19,26 19,81 20,52 20,17<br />

FeO 0,00 0,00 0,02 0,01 0,00 0,00 0,08 0,00 0,02<br />

MnO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,00 0,02 0,01 0,00<br />

MgO 0,00 0,04 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00<br />

CaO 1,77 1,49 1,14 1,05 0,66 0,20 1,05 1,63 0,43<br />

Na20 9,62 9,96 10,71 11,03 11,30 10,65 10,91 9,81 11,37<br />

K20 0,20 0,14 0,14 0,14 0,08 0,12 0,10 0,15 0,13<br />

Total 99,08 98,81 99,81 100,43 98,42 100,82 99,16 101,08 99,41<br />

Si 11,716 11,801 11,780 11,775 11,847 12,155 11,865 11,895 11,845<br />

Al 4,380 4,255 4,263 4,253 4,143 3,909 4,123 4,171 4,184<br />

Ti 0,001 0,003 0,000 0,000 0,003 0,001 0,000 0,001 0,001<br />

Fe2 0,000 0,000 0,002 0,001 0,000 0,000 0,012 0,000 0,002<br />

Mn 0,000 0,000 0,000 0,000 0,006 0,000 0,003 0,001 0,000<br />

Mg 0,000 0,011 0,000 0,000 0,003 0,000 0,000 0,001 0,000<br />

Ca 0,334 0,282 0,214 0,196 0,126 0,037 0,199 0,301 0,081<br />

Na 3,277 3,403 3,628 3,718 3,887 3,545 3,723 3,268 3,867<br />

K 0,044 0,032 0,031 0,030 0,018 0,026 0,023 0,033 0,028<br />

Z 16,097 16,056 16,043 16,028 15,990 16,065 15,988 16,065 16,029<br />

Y 0,001 0,013 0,002 0,001 0,011 0,001 0,015 0,003 0,004<br />

X 3,655 3,717 3,872 3,944 4,031 3,608 3,944 3,601 3,976<br />

Or% 1,26 0,89 0,83 0,80 0,48 0,77 0,60 0,96 0,75<br />

Ab% 89,14 91,11 93,34 93,95 96,23 98,15 94,09 90,25 97,11<br />

An% 9,60 7,99 5,83 5,25 3,30 1,08 5,31 8,79 2,15<br />

G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g - granito <strong>de</strong> grão grosseiro<br />

No diagrama triangular Or-Ab-An as composições <strong>da</strong>s plagioclases agrupam-<br />

se ao longo <strong>da</strong> linha <strong>de</strong> composição Ab-An, para teores <strong>de</strong> An <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 0,1 a 12 % e<br />

<strong>de</strong> Or entre 0,3 e 1,3% (figura III.32).<br />

Os aspectos mais significativos dizem, por um lado, respeito à ausência <strong>de</strong><br />

zonal i<strong>da</strong><strong>de</strong> e, por outro lado, à composição em termos <strong>de</strong> percentagem <strong>de</strong> molécula<br />

anortítica cuja gama <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> valores é sensivelmente diferente para ca<strong>da</strong><br />

grupo.<br />

122


Figura. 111.32 - Localização <strong>da</strong> composição <strong>da</strong> plagioclase dos granitos em estudo no diagrama<br />

Or-Ab-An.<br />

Comparando a gama dos teores <strong>da</strong> molécula anortítica (%An) entre as<br />

amostras menos evoluí<strong>da</strong>s e as mais evoluí<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong> grupo encontraram-se<br />

respectivamente as seguintes diferenças:<br />

G'f -<strong>de</strong> 5.3 a 10 e <strong>de</strong> 1.1 à 6.1<br />

G'm-<strong>de</strong>1.4a5.6e<strong>de</strong>1.1 a 3.3<br />

G'g - <strong>de</strong> 2.7 a 12.0 e <strong>de</strong> 0.1 a 3.2<br />

Observa-se <strong>de</strong> imediato que as plagioclases do grupo <strong>de</strong> grão médio são mais<br />

empobreci<strong>da</strong>s em An sendo o grupo G'f o mais enriquecido quer nas amostras<br />

menos evoluí<strong>da</strong>s quer nas mais evoluí<strong>da</strong>s, ficando o grupo G'g em posição<br />

intermédia se se tiver em atenção que o valor <strong>de</strong> 12% é único, sendo <strong>de</strong> 5.5% o<br />

teor imediatamente inferior nas amostras menos evoluí<strong>da</strong>s.<br />

As composições <strong>da</strong> plagioclase e do feldspato potássico po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s<br />

para estimar a temperatura <strong>de</strong> equilíbrio entre os dois feldspatos em termos <strong>da</strong><br />

distribuição <strong>da</strong> albite (e.g. WHITNEY & STORMER, 1977). No entanto essa<br />

estimativa será <strong>de</strong>sprovi<strong>da</strong> <strong>de</strong> significado petrogenético no presente estudo pelas<br />

seguintes razões fun<strong>da</strong>mentais: a incerteza <strong>de</strong> uma situação <strong>de</strong> equilíbrio na<br />

distribuição <strong>de</strong> albite entre os dois feldspatos em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ter verificado que o<br />

feldspato potássico apresenta um estado estrutural <strong>complexo</strong>, sobretudo nos casos<br />

em que se <strong>de</strong>u uma inversão <strong>de</strong> um estado monoclínico inicial para um estado<br />

triclínico o qual é acompanhado <strong>de</strong> exsolução <strong>de</strong> albite, e na intensa actuação dos<br />

123


fenómenos <strong>de</strong> alteração tardi e pós-magmática que terá provocado sucessivos<br />

reequilíbrios entre os dois felspatos, mascarando as condições <strong>de</strong> equilíbrio iniciais<br />

e conduzindo apenas à estimativa <strong>da</strong> temperatura do último episódio <strong>de</strong> equilíbrio.<br />

111.3 - ESTUDO DOS MINERAIS ACESSÓRIOS PESADOS<br />

O estudo <strong>de</strong> minerais pesados em rochas graníticas é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância<br />

pelas implicações petrogenéticas levanta<strong>da</strong>s pela sua presença.<br />

Nos granitos <strong>da</strong> área em estudo <strong>de</strong>staca-se, entre outros, a importância <strong>da</strong><br />

ocorrência <strong>de</strong> zircão e monazite, por apresentarem uma solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> muito fraca nos<br />

líquidos silicatados comportando-se como minerais refractários e, simultaneamente,<br />

por serem portadores <strong>de</strong> terras raras. Assim, a presença <strong>de</strong>stes minerais em<br />

granitos anatécticos é explica<strong>da</strong> segundo alguns autores por herança e não por<br />

cristalização precoce (e.g. HOLTZ, 1987).<br />

111.3.1 - PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS<br />

Da<strong>da</strong>s as características dos minerais pesados dos granitos peraluminosos <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, isto é, pouco abun<strong>da</strong>ntes e <strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong>s dimensões, a sua<br />

obtenção resultou, muito sucintamente, <strong>da</strong>s seguintes operações:<br />

- colheita <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 30 kg por amostra <strong>de</strong> saibros correspon<strong>de</strong>ntes a<br />

granitos representativos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> fácies;<br />

- <strong>de</strong>sagregação <strong>de</strong> fragmentos num agitador electromagnético;<br />

- moagem num moinho <strong>de</strong> martelos <strong>de</strong> forma a reduzir todo o material a<br />

dimensões inferiores a 1 mm (inclusive);<br />

- peneiramento, obtendo-se as fracções: I (0.032 - 0.063 mm), II (0.063 -<br />

0.090 mm) e III (0.090 - 0.180 mm). Desta operação verificou-se que os zircões<br />

<strong>de</strong>stes granitos são mais abun<strong>da</strong>ntes nas fracções mais finas, I e II;<br />

124


- separação em líquidos <strong>de</strong>nsos: uma primeira separação em bromofórmio <strong>da</strong><br />

qual se obteve um concentrado <strong>de</strong> biotite e minerais acessórios pesados, segui<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> uma separação em diiodometano (io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> metileno) que permitiu recolher um<br />

concentrado constituído maioritariamente por zircão, monazite, anatase e ilmenite;<br />

- separação e purificação <strong>da</strong>s fases minerais presentes no concentrado<br />

anterior no separador electromagnético (Frantz);<br />

- separação à lupa binocular <strong>de</strong> três populações <strong>de</strong> zircão e uma <strong>de</strong> monazite,<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> fracção, para futura <strong>da</strong>tação isotópica pelo método U-Pb;<br />

- do conjunto <strong>de</strong> minerais restantes seleccionaram-se grãos para um estudo ao<br />

microscópio electrónico <strong>de</strong> varrimento que, juntamente com microanálise <strong>de</strong> raios X,<br />

permitiu uma caracterização morfológica (pela análise quantitativa <strong>de</strong> imagem) e<br />

geoquímica ( qualitativa e semiquantitativa).<br />

A pouca abundância <strong>de</strong> minerais pesados e as suas reduzi<strong>da</strong>s dimensões<br />

nestes granitos, cuja presença é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância petrogenética, exigiram uma<br />

metodologia específica e pormenoriza<strong>da</strong>, sobretudo durante a separação<br />

electromagnética.<br />

Em anexo apresentam-se os princípios gerais <strong>da</strong> separação electromagnética<br />

com o auxílio do separador tipo Frantz.<br />

111.3.2 - CONDIÇÕES DA SEPARAÇÃO DO ZIRCÃO E MONAZITE DOS<br />

GRANITOS DE DUAS MICAS DE CABECEIRAS DE BASTO<br />

No quadro 111.18 encontram-se as principais proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas dos minerais<br />

zircão e monazite com relevância para a sua separação electromagnética.<br />

Quadro 111.18 - Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas do zircão e <strong>da</strong> monazite <strong>de</strong>terminantes na separação<br />

electromagnética: <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, constante dieléctrica e susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética.<br />

Densi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Monazite 5-5,3<br />

Zircão 4,6 - 4,7<br />

Constante dielectric» Susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética<br />

3,0a6,6;7,98 18,9*10-6 C.G.S.E.M.<br />

3,6; 5,2; 6,09 0,1 3*10-8 C.G.S.E.M.<br />

125


O concentrado resultante <strong>da</strong> separação em líquidos <strong>de</strong>nsos, consistindo num<br />

conjunto <strong>de</strong> fases minerais <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> superior a 3.31, foi submetido a uma<br />

separação num separador electromagnético Frantz Isodynamic com as seguintes<br />

características: inpiA <strong>de</strong> 115 volts, 2.5 A e 50, 60 Hz.<br />

A obtenção <strong>de</strong> concentrados puros <strong>de</strong> zircão e <strong>de</strong> monazite a partir <strong>da</strong>s<br />

amostras em estudo só foi possível conjugando <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>mente variações <strong>da</strong><br />

inclinação <strong>da</strong> calha com variações <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> corrente.<br />

Efectuaram-se sucessivas tentativas partindo <strong>de</strong> uma intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

relativamente baixa (0.25 A) e <strong>de</strong> uma inclinação lateral e longitudinal <strong>de</strong> 15°. Na<br />

primeira operação <strong>de</strong> separação obteve-se uma fracção magnética essencialmente<br />

constituí<strong>da</strong> por ilmenite e que foi posta <strong>de</strong> parte. A fracção não magnética foi por<br />

sua vez submeti<strong>da</strong> a uma separação, aumentando ligeiramente a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

corrente e diminuindo a inclinação lateral <strong>da</strong> calha. Repetiu-se este procedimento<br />

várias vezes, controlando sempre as fases separa<strong>da</strong>s com o auxílio <strong>da</strong> lupa<br />

binocular.<br />

Os melhores concentrados <strong>de</strong> monazite localizaram-se em duas fracções<br />

magnéticas respectivamente nas seguintes condições: inclinação lateral e<br />

longitudinal <strong>de</strong> 10°, 1=0.8 A e inclinação lateral <strong>de</strong> 5 o , 1=1.7 A. Manteve-se uma<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 1.7 A enquanto se diminuiu progressivamente a inclinação lateral. O<br />

melhor concentrado <strong>de</strong> zircão foi obtido na fracção não magnética para uma<br />

inclinação lateral <strong>de</strong> 0° e para uma intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 1.65 a 1.70 A.<br />

Como exemplo sintetizaram-se no quadro 111.19 as principais etapas <strong>de</strong><br />

separação electromagnética <strong>de</strong> uma amostra do grupo <strong>de</strong> grão fino (6C-84).<br />

126


CD<br />

CO<br />

co<br />

co<br />

e<br />

CO<br />

CD<br />

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CO<br />

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CO<br />

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CO<br />

13<br />

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2 < E R<br />

LO o o<br />

o O<br />

CM co CO<br />

o<br />

127


111.3. 3 - APLICAÇÃO DA MICROSCOPIA ELECTRÓNICA DE VARRIMENTO AO<br />

ESTUDO DE MINERAIS PESADOS<br />

111.3.3.1 - Aspectos gerais <strong>da</strong> microscopia electrónica <strong>de</strong> varrimento<br />

O estudo <strong>da</strong> morfologia dos grãos <strong>de</strong> minerais <strong>de</strong> uma <strong>da</strong><strong>da</strong> amostra,<br />

juntamente com uma análise química, qualitativa, semiquantitativa e quantitativa,<br />

constitui uma importante componente <strong>da</strong> mineralogia permitindo uma melhor<br />

caracterização dos minerais presentes. Esta abor<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> mineralogia <strong>de</strong>ve muito<br />

à utilização <strong>da</strong> microscopia electrónica, e em particular ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />

microscopia electrónica <strong>de</strong> varrimento.<br />

Os microscópios electrónicos são instrumentos que permitem a observação <strong>de</strong><br />

amostras com características muito diversas, fazendo-as bombar<strong>de</strong>ar com um feixe<br />

<strong>de</strong> electrões previamente acelerados, otendo-se uma eleva<strong>da</strong> resolução.<br />

A melhor compreensão dos resultados apresentados, <strong>de</strong>correntes do estudo<br />

<strong>da</strong> fracção pesa<strong>da</strong> dos granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto,<br />

beneficiaria <strong>de</strong> uma breve <strong>de</strong>scrição dos princípios do funcionamento do<br />

microscópio electrónico <strong>de</strong> varrimento, os quais se apresentam em anexo (anexo<br />

IX), passando-se <strong>de</strong> imediato ao estudo morfológico efectuado sobre zircões dos<br />

granitos em estudo.<br />

111.3.3.2 - Tratamento <strong>da</strong> morfologia <strong>de</strong> três populações <strong>de</strong> zircão presentes<br />

nos granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

Separaram-se à lupa binocular três populações <strong>de</strong> zircão <strong>de</strong> uma amostra do<br />

grupo G'f (grão fino), quanto à morfologia. Todos os grãos se revelaram<br />

automórficos a subautomórficos, mas apresentando hábitos diferentes, o que<br />

permitiu seleccionar os seguintes grupos:<br />

- cristais aciculares (Estampa V, fotografia 1 )<br />

- cristais prismáticos (Estampa V, fotografia 2)<br />

- cristais subesféricos (Estampa VI, fotografia 1)<br />

Todos os grãos apresentam uma tonali<strong>da</strong><strong>de</strong> rosa<strong>da</strong>, característica <strong>de</strong> zircões<br />

<strong>de</strong> natureza magmática.<br />

128


Ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>stes grupos foi observado ao microscópio electrónico <strong>de</strong><br />

varrimento, tendo-se obtido imagens <strong>de</strong> electrões secundários que realçam a sua<br />

topografia e, consequentemente, as formas simples presentes.<br />

Paralelamente ao estudo em grão efectuaram-se secções poli<strong>da</strong>s cuja<br />

observação ao MEV revelou interessantes aspectos <strong>de</strong> zonamento e <strong>de</strong><br />

sobrecrescimento. Espectros correspon<strong>de</strong>ntes à sua composição evi<strong>de</strong>nciam<br />

ligeiras diferenças na composição química entre a área nuclear e as cama<strong>da</strong>s<br />

periféricas (Estampa VI, fotografia 2 e Estampa VII, fotografias 1 e 2)).<br />

111.3.3.2.1 - Análise quantitativa <strong>de</strong> imagem<br />

Proce<strong>de</strong>u-se a uma análise quantitativa <strong>de</strong> imagem sobre ca<strong>da</strong> um dos grupos<br />

<strong>de</strong> zircões, separados <strong>de</strong> acordo com o seu hábito. Para o efeito, utilizou-se uma<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> acopla<strong>da</strong> ao microscópio electrónico <strong>de</strong> varrimento, permitindo medir a<br />

área, perímetro e a dimensão máxima (alongamento) <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grão. Com estes<br />

<strong>da</strong>dos são calculados o factor <strong>de</strong> forma e o factor <strong>de</strong> aspecto. O factor <strong>de</strong> aspecto<br />

relaciona a área com a dimensão máxima do cristal, aumentando o seu valor à<br />

medi<strong>da</strong> que a forma se torna mais acicular. Por sua vez o factor <strong>de</strong> forma dá uma<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> esferici<strong>da</strong><strong>de</strong> dos grãos, ten<strong>de</strong>ndo para a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> nas formas esféricas.<br />

No quadro III.20 encontram-se as gamas <strong>de</strong> valores dos parâmetros<br />

geométricos e respectivas médias para ca<strong>da</strong> população <strong>de</strong> zircão.<br />

Da análise <strong>de</strong>ste quadro salientam-se os seguintes aspectos:<br />

Zircões aciculares: Relação área/dimensão máxima bastante eleva<strong>da</strong>; a gama<br />

<strong>de</strong> valores do factor <strong>de</strong> forma é muito próxima, mesmo para áreas diferentes.<br />

Zircões prismáticos: os valores do factor <strong>de</strong> forma são sensivelmente mais<br />

dispersos que no grupo anterior, sendo no entanto globalmente superiores; o factor<br />

<strong>de</strong> aspecto é bastante inferior.<br />

129


Quadro 111.20 - Parâmetros geométricos, calculados por análise quantitativa <strong>de</strong> imagem, <strong>de</strong> três<br />

populações <strong>de</strong> zircão dos granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto.<br />

Área l/tm2]<br />

Mídia<br />

Perímetro (i*m)<br />

Média<br />

Dimensão máxima [/im]<br />

Média<br />

Factor <strong>de</strong> forma<br />

Média<br />

Factor <strong>de</strong> aapecto<br />

Média<br />

N° grãos<br />

Aciculares<br />

6<br />

7677 - 1,807e + 0,4<br />

1,21e + 0,4<br />

435 - 695,6<br />

569,1<br />

179- 301,7<br />

233,0<br />

0,402 - 0,602<br />

0,465<br />

3,704- 6,192<br />

4,587<br />

Prismáticos<br />

13<br />

3511 - 1,294e + 0,5<br />

9820<br />

245,6 - 491,8<br />

404,1<br />

92,35 - 184<br />

142,5<br />

0,645 - 0,783<br />

0,740<br />

1,521-2,723<br />

2,126<br />

Subesféricos<br />

22<br />

5228 - 1,397e + 0,4<br />

8511<br />

290,1 - 471,2<br />

369,1<br />

88,34 - 157,9<br />

117,5<br />

0,635 -0,839<br />

0,780<br />

1,343 - 2,608<br />

1,653<br />

Zircões subesféricos: apresentam menores dimensões do que os dois grupos<br />

prece<strong>de</strong>ntes, em área e em perímetro, mas o factor <strong>de</strong> forma é superior,<br />

aproximando-se mais <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>; os valores correspon<strong>de</strong>ntes ao factor <strong>de</strong> aspecto<br />

são niti<strong>da</strong>mente inferiores aos <strong>da</strong>s duas populações anteriores.<br />

É assim possível quantificar os diferentes aspectos morfológicos que<br />

caracterizam as três populações <strong>de</strong> zircões, <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>staca o factor <strong>de</strong> aspecto<br />

relativamente elevado nos zircões aciculares (directamente relacionado com a área<br />

e o comprimento máximo) e o factor <strong>de</strong> forma mais próximo <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> nos zircões<br />

subesféricos, situando-se todos os parâmetros para os zircões prismáticos em<br />

valores intermédios relativamente aos outros dois grupos.<br />

III.3.4- BREVE ABORDAGEM AO ESTUDO TIPOLÓGICO DO ZIRCÃO<br />

Hl.3.4.1 - Consi<strong>de</strong>rações gerais<br />

Entre os minerais acessórios <strong>da</strong>s rochas ígneas, o zircão tem merecido uma<br />

atenção especial. O facto <strong>de</strong> ser um mineral precoce relativamente ao processo <strong>de</strong><br />

cristalização <strong>da</strong>s rochas plutónicas, ser resistente à acção <strong>de</strong> agentes físicos e<br />

130


químicos, assim como as suas formas cristalográficas características , côr,<br />

zonamento, sobrecrescimentos, inclusões, etc., têm contribuído para o consi<strong>de</strong>rar<br />

um mineral com fortes potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s para o estabelecimento <strong>da</strong>s características<br />

petrogenéticas <strong>da</strong>s rochas hospe<strong>de</strong>iras.<br />

J.P. PUPIN & G. TURCO (1972a) estu<strong>da</strong>ram <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhar <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong><br />

zircão <strong>de</strong> rochas endógenas varia<strong>da</strong>s e, com base nas formas simples e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento relativo <strong>da</strong>s faces, criaram um método que tem vindo a ser<br />

largamente adoptado por permitir caracterizar não só a rocha em que ocorre como,<br />

no caso particular <strong>de</strong> magmas graníticos, inferir o tempo <strong>de</strong> cristalização<br />

(relacionado com o teor em água) e as suas variações químicas e térmicas (PUPIN<br />

et ai. 1978; PUPIN, 1980).<br />

Da<strong>da</strong> a relativa pouca abundância <strong>de</strong> zircões e as suas reduzi<strong>da</strong>s dimensões<br />

nos granitos que fazem objecto <strong>de</strong>sta memória não foi viável efectuar o seu estudo<br />

tipológico completo. No entanto, <strong>de</strong>vido ao gran<strong>de</strong> interesse que esse estudo<br />

suscita, far- se-á uma breve <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong> metodologia e apresentar-se-ão as<br />

conclusões possíveis <strong>de</strong> se extraírem dos meios disponíveis.<br />

Os factores essenciais tidos em conta para explicar as variações tipológicas<br />

dos zircões ao nível do <strong>de</strong>senvolvimento relativo <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> pirâmi<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

prisma são, respectivamente, a composição química (carácter aluminoso ou alcalino<br />

do meio) e a temperatura do meio <strong>de</strong> cristalização.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s pirâmi<strong>de</strong>s está directamente relacionado com a aci<strong>de</strong>z<br />

do meio, alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong> (Al/total <strong>de</strong> álcalis) e pela agpaici<strong>da</strong><strong>de</strong>, índice A, que reflecte a<br />

relação (Na/AI-K). Assim, a pirâmi<strong>de</strong> {211} é frequente nos zircões originados em<br />

meios hiperaluminosos ou hipoalcalinos enquanto que a pirâmi<strong>de</strong> {101} é<br />

característica <strong>de</strong> meios hipoaluminosos ou hiperalcalinos.<br />

As formas <strong>de</strong> prisma parecem fornecer importantes informações quanto à<br />

temperatura, expressa sob a forma <strong>de</strong> um índice, T, sendo os prismas {110} mais<br />

<strong>de</strong>senvolvidos em meios <strong>de</strong> temperaturas mais baixas enquanto a forma {100}<br />

predomina em meios <strong>de</strong> temperatura mais eleva<strong>da</strong>, característica <strong>de</strong> rochas<br />

efusivas. As formas <strong>de</strong> prisma constituem <strong>de</strong>ste modo um importante geotermómetro<br />

(PUPIN & TURCO, 1972b).<br />

131


Os índices A e T representam agentes físico-químicos do meio <strong>de</strong><br />

cristalização, admitindo-se serem os principais responsáveis pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

respectivamente <strong>da</strong>s formas pirami<strong>da</strong>is (PUPIN, 1976; PUPIN, 1980) e <strong>da</strong>s formas<br />

prismáticas (PUPIN & TURCO, 1972b).<br />

Segundo PUPIN (1976) as formas cristalográficas mais frequentes no zircão<br />

são as formas prismáticas a que correspon<strong>de</strong>m os símbolos <strong>de</strong> Miller {100} e {110}<br />

e as formas pirami<strong>da</strong>is {101}, {211} e {301} (mais rara). Com base nas formas mais<br />

frequentes e no <strong>de</strong>senvolvimento relativo <strong>da</strong>s faces Pupin construiu uma tabela <strong>de</strong><br />

classificação tipológica, <strong>de</strong> oito linhas e oito colunas, on<strong>de</strong> inclui 66 tipos e subtipos<br />

fun<strong>da</strong>mentais (figura III.33).<br />

Nas abcissas superiores estão representados os símbolos <strong>de</strong> Miller <strong>da</strong>s formas<br />

<strong>de</strong> pirâmi<strong>de</strong> mais frequentes, com o correspon<strong>de</strong>nte índice A (relacionado com a<br />

presença ou ausência <strong>de</strong> faces pirami<strong>da</strong>is) ao longo <strong>da</strong> abcissa inferior e cujos<br />

valores se distribuem por ca<strong>da</strong> coluna entre 100 e 800. Analogamente, nas<br />

or<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s à esquer<strong>da</strong> encontram-se os símbolos <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> prisma mais<br />

frequentes com correspon<strong>de</strong>ntes valores do índice T (relacionado com a presença<br />

ou ausência <strong>de</strong> fácies prismáticas) também numerados <strong>de</strong> 100 a 800.<br />

Hl.3.4.2 - Papel <strong>da</strong> água<br />

A água <strong>de</strong>sempenha um papel prepon<strong>de</strong>rante no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s faces<br />

do cristal, principalmente em magmas graníticos. Os fenómenos <strong>de</strong><br />

sobrecrescimento tardio em zircões acompanham efeitos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>utérica na<br />

rocha hospe<strong>de</strong>ira. As rochas que mostram petrograficamente fenómenos <strong>de</strong>utéricos<br />

apresentam aspectos <strong>de</strong> sobrecresci mentos tardios sobre os cristais <strong>de</strong> zircão os<br />

quais <strong>de</strong>senvolvem o prisma {110} em <strong>de</strong>trimento do prisma {100}, fazendo baixar o<br />

índice T <strong>da</strong> população (PUPIN et ai., 1978). Nos magmas pobres em água o zircão<br />

cristaliza durante um período inicial enquanto que nos magmas ricos em água se<br />

assiste à cristalização mais prolonga<strong>da</strong> do zircão com enriquecimento progressivo<br />

em elementos menores sendo exemplos o urânio, o tório e o ítrio (PUPIN, 1976;<br />

PUPIN 1980).<br />

132


P O pr<br />

R<br />

M<br />

(110)<br />

(100)«(110)<br />

(100) (110)<br />

(10 O)» (110)<br />

S (ioo)<br />

P I R Â M I D E S<br />

(211) (10D«(2t1) < (101) = (21|) > (IOD»(211)(101) (301)<br />

e<br />

5*5<br />

t.<br />

><br />

I,- s.<br />

100 200 300 400 500 600 700 800<br />

I N D I C E<br />

100 j<br />

200<br />

300<br />

N<br />

D<br />

I<br />

400 £<br />

Figura. 111.33 - Principais tipos e subtipos <strong>de</strong> zircão consi<strong>de</strong>rados na classificação tipológica<br />

(In: PUPIN, 1988).<br />

500<br />

600<br />

700<br />

800<br />

E<br />

133


III.3.4.3 - Relação moscovite/morfologia<br />

Estudos em amostras <strong>de</strong> leucogranitos e granitói<strong>de</strong>s com moscovite do<br />

Maciço Central Francês conduziram ao estabelecimento <strong>de</strong> um limiar térmico para a<br />

moscovite. Utilizando a classificação tipológica <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s (IA, IT.) verificou-<br />

se que os granitos com moscovite contêm populações <strong>de</strong> zircão cujo índice I.T. é<br />

inferior a 450, sendo este índice inferior a 350 nas rochas ain<strong>da</strong> mais ricas em<br />

moscovite (PUPIN & TURCO, 1974).<br />

Para se proce<strong>de</strong>r à resolução <strong>de</strong> problemas petrogenéticos a partir do estudo<br />

<strong>de</strong> zircões <strong>de</strong>ve-se ter em conta os seguintes aspectos (PUPIN & TURCO, 1975):<br />

- estudo estatístico <strong>da</strong>s dimensões dos cristais (comprimento, largura,<br />

alongamento)<br />

- grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste ou <strong>de</strong> corrosão (cristais automórficos, arredon<strong>da</strong>dos,<br />

ovói<strong>de</strong>s, etc.)<br />

- morfologia dos cristais, pela combinação <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> prisma e <strong>de</strong> pirâmi<strong>de</strong>.<br />

Dos numerosos trabalhos efectuados por diversos autores é interessante<br />

referir que em granitos albitizados assim como em rochas com abundância <strong>de</strong><br />

feldspato potássico (aumento do grau <strong>de</strong> alcalini<strong>da</strong><strong>de</strong>) predomina a forma <strong>de</strong><br />

pirâmi<strong>de</strong> {101} ; nos leucogranitos tipicamente crustais, assim como em granitos <strong>de</strong><br />

duas micas, o prisma {110} é mais <strong>de</strong>senvolvido; em rochas plutónicas com<br />

hornblen<strong>da</strong> e nos dioritos em geral a forma <strong>de</strong> prisma mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> é a {100}<br />

(PUPIN & TURCO, 1975).<br />

Estes diferentes aspectos estão relacionados com as condições <strong>de</strong><br />

cristalização. No <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> cristalização, em que se dá um enriquecimento do<br />

magma residual em álcalis, observa-se um <strong>de</strong>senvolvimento simultâneo do prisma<br />

{110} (característico <strong>de</strong> baixas temperaturas) e <strong>da</strong> pirâmi<strong>de</strong> {101} (traduzindo um<br />

aumento do coeficiente <strong>de</strong> agpaici<strong>da</strong><strong>de</strong>).<br />

PUPIN (1988) <strong>de</strong>finiu uma zonali<strong>da</strong><strong>de</strong> magmática para granitói<strong>de</strong>s a partir do<br />

estudo tipológico do zircão em diversos domínios orogénicos, realçando a<br />

importância <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong>ste mineral acessório na <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> polari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

antigos orógenos, com base nos valores do índice T.<br />

134


VAVRA (1990) apresenta o resultado <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> zonamento por<br />

catodoluminescência em zircões <strong>de</strong> diferentes ambientes (gneisses, granodioritos,<br />

leucogranitos). Neste trabalho salienta-se a importância <strong>da</strong> cinética do crescimento<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento relativo <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> prisma {100} e {110}, sobretudo<br />

controla<strong>da</strong> pela supersaturação <strong>de</strong> zircão no magma. Tomando como exemplo o<br />

caso dos leucogranitos, os cálculos <strong>de</strong> WATSON & HARRISON (1983) para a<br />

previsão <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> Zr num magma saturado em função <strong>da</strong> temperatura<br />

mostram que o teor em Zr é relativamente baixo (cerca <strong>de</strong> 40 ppm) e<br />

aproxima<strong>da</strong>mente igual à concentração correspon<strong>de</strong>nte à saturação. Nestas<br />

condições <strong>de</strong> supersaturação a forma {110} <strong>de</strong>senvolve-se mais rapi<strong>da</strong>mente. A<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> forma <strong>de</strong> pirâmi<strong>de</strong> {211} parece por seu lado<br />

estar relaciona<strong>da</strong> com a adsorção <strong>de</strong> átomos sobre essa forma. A investigação <strong>da</strong><br />

cinética <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s formas do zircão contribuem para revelar<br />

mais informações sobre a petrogénese <strong>de</strong> granitói<strong>de</strong>s, para além <strong>da</strong>s já obti<strong>da</strong>s<br />

apenas do estudo tipológico.<br />

BENISECK & FINGER (1993), a partir <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> zonamento efectuados à<br />

microsson<strong>da</strong> electrónica, concluíram que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> prisma<br />

do zircão não está relacionado com a temperatura, e que por esse motivo o zircão<br />

não <strong>de</strong>ve ser utilizado como geotermómetro. Estes autores apresentam argumentos<br />

<strong>de</strong> natureza química, sugerindo que o U, frequentemente localizado na estrutura do<br />

zircão em rochas graníticas, po<strong>de</strong> produzir um efeito <strong>de</strong> adsorção levando ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> prisma {110} dominante. Como durante o<br />

arrefecimento o magma vai enriquecendo em U, Th, Y e elementos <strong>de</strong> terras raras<br />

por cristalização fracciona<strong>da</strong>, há uma tendência para que o zircão cristalize sob a<br />

forma <strong>de</strong> prisma {110}, coincidindo com as conclusões <strong>de</strong> PUPIN (1980).<br />

Apesar <strong>da</strong> divergência na argumentação quanto às razões do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> formas dominantes no zircão durante a cristalização magmática, os vários<br />

autores enaltecem a importância <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong>ste mineral para o estabelecimento<br />

<strong>da</strong>s condições petrogenéticas <strong>da</strong>s rochas graníticas.<br />

III.3.4.4 - Aplicação ao maciço <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto<br />

Dos zircões cui<strong>da</strong>dosamente separados consi<strong>de</strong>raram-se três populações, <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> cem indivíduos ca<strong>da</strong>, para futuro estudo geocronológico pelo método do U-<br />

135


Pb. Dos restantes fez-se um estudo ao microscópio electrónico <strong>de</strong> varrimento, quer<br />

morfológico quer geoquímico, neste último caso utilizando a microanálise <strong>de</strong> raios X.<br />

No presente trabalho não foi possível empreen<strong>de</strong>r um estudo tipológico estatístico<br />

exaustivo pelo método <strong>de</strong> PUPIN & TURCO (1972a) <strong>da</strong>do o número insuficiente <strong>de</strong><br />

grãos <strong>de</strong> dimensões a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s a uma inequívoca i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s formas.<br />

Preten<strong>de</strong>-se apenas chamar a atenção para a importância <strong>de</strong>ste método no estudo<br />

petrogenético <strong>de</strong> rochas graníticas e, com o material disponível, obter indicações<br />

complementares sobre o meio <strong>de</strong> cristalização e consequentemente contribuir para<br />

uma melhor caracterização dos granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> carta <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto.<br />

0 quadro 111.21 representa um quadro-resumo <strong>da</strong>s formas que caracterizam<br />

ca<strong>da</strong> subtipo i<strong>de</strong>ntificado, assim como os correspon<strong>de</strong>ntes valores dos índices T e<br />

A.<br />

Os tipos morfológicos mais comuns nos três grupos <strong>de</strong> granitos são o L e o S,<br />

respectivamente constituídos por um prisma e duas pirâmi<strong>de</strong>s e por dois prismas e<br />

duas pirâmi<strong>de</strong>s. O <strong>de</strong>senvolvimento relativo <strong>da</strong>s formas permite i<strong>de</strong>ntificar subtipos<br />

cujos índices A e T fornecem indicações sobre as características do meio <strong>de</strong><br />

cristalização.<br />

1 - Grupo <strong>de</strong> grão fino. G'f<br />

Neste grupo <strong>de</strong> granitos foram i<strong>de</strong>ntificados os seguintes subtipos <strong>de</strong> formas:<br />

L2,L4,S2,S7,S13 e S18. Os índices IT e IA variam respectivamente entre os valores:<br />

200-600 e 300-500. Verifica-se um predomínio do tipo S sobre o tipo L, sendo os<br />

subtipos mais frequentes S2 e L2. É importante salientar que foi apenas nestes<br />

granitos que se i<strong>de</strong>ntificaram as formas <strong>de</strong> zircão correspon<strong>de</strong>ntes a um índice T<br />

mais elevado, S13 (IT=500) e S18 (IT=600). Recor<strong>de</strong>-se que o subtipo S18 é<br />

caracterizado por um <strong>de</strong>senvolvimento semelhante <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> pirâmi<strong>de</strong> {101} e<br />

{211} e um maior <strong>de</strong>senvolvimento do prisma {100}, predominante em meios mais<br />

"quentes".<br />

136


Quadro 111.21 - Subtipos <strong>de</strong> zircões i<strong>de</strong>ntificados nos granitos em estudo, respectivas formas<br />

simples e índices T e A .<br />

Subtipos Formas simples I.T. I.A.<br />

G1 Um prisma {110}<br />

Uma pirâmi<strong>de</strong> {101}<br />

L2 Um prisma {110}<br />

Duas pirâmi<strong>de</strong>s {101 }{211}<br />

S2 Dois prismas {100}«{110}<br />

Duas bipirâmi<strong>de</strong>s {101 }


III.3.4.5 - Conclusões preliminares sobre a importância petrogenética dos tipos<br />

<strong>de</strong> zircão i<strong>de</strong>ntificados<br />

Po<strong>de</strong>-se concluir que os tipos <strong>de</strong> zircão S e L são dominantes nos três grupos<br />

<strong>de</strong> granitos, caracterizando <strong>de</strong> uma maneira geral condições <strong>de</strong> cristalização <strong>de</strong><br />

acordo com as dos granitos aluminosos, com IA e IT fracos (IA


CAPÍTULO IV<br />

GEOQUÍMICA DE ROCHA TOTAL


IV.1- CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS<br />

Foram selecciona<strong>da</strong>s 54 amostras representativas <strong>da</strong>s fácies graníticas que<br />

constituem o maciço <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto para para análise química <strong>de</strong><br />

elementos maiores e alguns menores (Rb, Ba e Sr). Entre estas amostras foram<br />

escolhi<strong>da</strong>s um total <strong>de</strong> 50 para análise <strong>de</strong> elementos menores complementares ( 47<br />

<strong>de</strong> Li e W, 46 <strong>de</strong> Sn , 30 <strong>de</strong> Nb, 34 <strong>de</strong> Zr e 43 <strong>de</strong> F) e 23 para análise <strong>de</strong> terras<br />

raras. Não se consi<strong>de</strong>raram para o estudo geoquímico os granitos <strong>de</strong> duas micas<br />

<strong>da</strong>s fácies porfirói<strong>de</strong> <strong>de</strong> grão médio a grosseiro (y'rcmg) e <strong>de</strong> grão grosseiro <strong>de</strong><br />

tendência porfirói<strong>de</strong> (y'g2) em consequência <strong>da</strong> sua reduzi<strong>da</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />

carta geológica que serve <strong>de</strong> base a este estudo e do escasso número <strong>de</strong> amostras<br />

disponíveis.<br />

Os elementos maiores, elementos menores associados e elementos <strong>de</strong> terras<br />

raras foram analisados pelo método ICP (GOVINDARAJU & MEVELLE, 1987) no<br />

Centre <strong>de</strong> Recherches Pétrographiques et Géochimiques (CRPG) <strong>de</strong> Nancy<br />

(Franca). A precisão <strong>da</strong>s análises é <strong>de</strong> 5% para os elementos maiores e 10% para<br />

os elementos menores. As análises <strong>de</strong> elementos menores complementares foram<br />

igulmente efectua<strong>da</strong>s no CRPG pelo método <strong>de</strong> Absorção Atómica com uma<br />

precisão <strong>de</strong> 2 a 5%.<br />

0 estudo geoquímico dos granitói<strong>de</strong>s do maciço <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto será<br />

abor<strong>da</strong>do em três partes:<br />

1 ) Caracterização química <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>da</strong> sua evolução primária.<br />

2) Influência química dos processos hidrotermais tardi- a pós-magmáticos.<br />

3) Estudo do comportamento do Li, Sn e W em associação com a evolução<br />

magmática e processos hidrotermais. Este estudo será objecto <strong>de</strong> um capítulo<br />

<strong>de</strong>dicado à abor<strong>da</strong>gem metalogénica.<br />

140


IV.2 - DOMÍNIO DE COMPOSIÇÃO E EVOLUÇÃO DAS UNIDADES<br />

GRANÍTICAS<br />

IV.2.1 - INTRODUÇÃO<br />

O estudo petrográfico mostrou claramente a importância <strong>da</strong>s recristalizações<br />

induzi<strong>da</strong>s pelos processos hidrotermais tardi- a pós-magmáticos nas fácies<br />

estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s. A substituição, em intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> variável, <strong>da</strong>s paragéneses primárias<br />

(plagioclase, biotite, feldspato potássico) por minerais secundários (moscovite II,<br />

albite) ten<strong>de</strong> a modificar significativamente a composição inicial <strong>da</strong>s rochas,<br />

principalmente em relação aos elementos consi<strong>de</strong>rados móveis (Si, Na, K, Rb, Sr).<br />

Este facto sugeriu a selecção <strong>de</strong> amostras menos afecta<strong>da</strong>s por aqueles processos<br />

com o objectivo <strong>de</strong> se estabelecerem os caracteres químicos específicos <strong>da</strong>s três<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s graníticas assim como <strong>da</strong>s respectivas evoluções primárias.<br />

As composições químicas <strong>da</strong>s amostras representativas dos três grupos (em<br />

termos <strong>de</strong> elementos maiores, menores e <strong>de</strong> terras raras) encontram-se<br />

representa<strong>da</strong>s no quadro IV. 1. e no anexo X.<br />

As três uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s pertencem ao grupo dos leucogranitos muito evoluídos<br />

caracterizados pela sua riqueza em sílica (70.5% a 73.5%) e em álcalis<br />

(7.8


o<br />

"S.<br />

2<br />

S<br />

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142


IV.2.2 - DIAGRAMAS SELECCIONADOS<br />

Para ilustrar os domínios <strong>de</strong> composição e os caracteres evolutivos dos três<br />

grupos graníticos foram seleccionados vários diagramas químicos e químicomineralógicos.<br />

Numa primeira série <strong>de</strong> diagramas (figura IV. 1) projectaram-se<br />

elementos maiores e menores em função do parâmentro B=Fe+Mg+Ti (calculado a<br />

partir do número <strong>de</strong> milicatiões dos elementos em 100 gramas <strong>de</strong> rocha). Este<br />

parâmetro é directamente proporcional à percentagem em biotite ( único mineral<br />

ferromagnesiano <strong>de</strong>stes granitos) e po<strong>de</strong> representar um índice <strong>de</strong> evolução <strong>da</strong>s<br />

rochas.<br />

O segundo diagrama <strong>de</strong>ve-se a <strong>de</strong> La ROCHE (1964). Baseando-se no<br />

diagrama clássico QAP (JOHANNSEN, 1938; JUNG & BROUSSE, 1959,<br />

STRECKEISEN, 1967) associa duas representações paramétricas rectangulares:<br />

Q/F e B/F (Q=Si/3-(Na+K+2Ca/3), F=K-(Na+Ca) e B=Fe+Mg+Ti (figura IV.2). Os<br />

parâmetros são calculados a partir do número <strong>de</strong> milicatiões dos elementos em 100<br />

gramas <strong>de</strong> rocha, tendo a vantagem <strong>de</strong> não se restringir à fase quartzo-feldspática<br />

mas <strong>de</strong> ter em conta o papel <strong>de</strong>sempenhado por todos os outros minerais. Na parte<br />

inferior do diagrama o quartzo, a plagioclase e o feldspato potássico distribuem-se<br />

nos vértices <strong>de</strong> um triângulo aproxima<strong>da</strong>mente equilátero. Como as micas (biotite e<br />

moscovite) se localizam próximo <strong>da</strong> base o parâmetro Q é, no caso dos granitos<br />

apenas com biotite ou <strong>de</strong> duas micas, proporcional ao teor em quartzo <strong>da</strong>s rochas.<br />

Com base em equações teóricas é possível <strong>de</strong>finir neste diagrama os vectores<br />

exprimindo os processos hidrotermais tais como a moscovitização <strong>da</strong> plagioclase<br />

(3Ab+K + Mo+3Na + ) e a albitização <strong>da</strong> plagioclase (Or+Na


S102<br />

N«20<br />

76<br />

74<br />

72<br />

70<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

Ba 150<br />

100<br />

3. 5<br />

A<br />

•<br />

■<br />

•<br />

• G'f<br />

A G'm<br />

■ G'O<br />

15 20 26 30 35 40 46 60<br />

3<br />

A<br />

•<br />

A *<br />

16<br />

16.5<br />

AI203 15<br />

14.6<br />

A<br />

* •<br />

14<br />

1 6 20 25 30 35 40 46 60<br />

B B<br />

■<br />

•<br />

8<br />

K20 S<br />

6.5 •<br />

4,6<br />

* A<br />

■<br />

• A<br />

2, 6 — . .<br />

16 20 26 30 35 40 45 60 16 20 26 30 36 40 45 60<br />

A<br />

•A<br />

B B<br />

■<br />

■<br />

•<br />

28<br />

24<br />

20<br />

Nb<br />

16<br />

50 ■ 12 A • "<br />

0<br />

1 6 20 26 30 36 40 46 50<br />

■<br />

A<br />

■ •<br />

8<br />

1 6 20 26 30 36 40 45 60<br />

B B<br />

200 • 70<br />

170 60 •<br />

140<br />

Zr 110<br />

80<br />

50<br />

20<br />

■ A<br />

•A<br />

•<br />

A ■<br />

60<br />

40<br />

La<br />

30<br />

20<br />

10<br />

■ A<br />

A<br />

•<br />

* " "<br />

1 6 20 25 30 36 40 46 50 16 20 25 30 35 40 45 60<br />

B B<br />

Figura. IV.1 ­ Variação <strong>de</strong> óxidos (% em peso) e <strong>de</strong> elementos menores (ppm) com o parâmetro<br />

B=Fe+Mg+Ti ilustra<strong>da</strong> para três amostras representativas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong><br />

granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

144


peraluminoso é utilizado em rochas apresentando (K+Na+2Ca)AI>(K+Na) e (K+Na)>AI. O parâmetro B=(Fe+Mg+Ti) (La<br />

ROCHE, 1964), sendo proporcional à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> em peso <strong>de</strong> minerais escuros,<br />

associado ao parâmetro A constitui um diagrama particularmente a<strong>da</strong>ptado à<br />

avaliação do carácter peraluminso <strong>da</strong>s rochas ígneas, reflectindo a natureza e<br />

proporções dos seus minerais característicos (minerais para além do quartzo e<br />

feldspatos).<br />

Este diagrama exprime o balanço entre minerais peraluminosos<br />

característicos, mais ou menos ricos em Al (moscovite, biotite, aluminossilicatos) e<br />

os minerais metaluminosos, pobres ou <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> sílica. Encontra-se dividido<br />

em vários sectores por linhas traça<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> origem, ponto on<strong>de</strong> se encontram<br />

o quartzo e feldspatos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo a posição <strong>da</strong> rocha <strong>da</strong> natureza e proporções<br />

dos minerais característicos.<br />

O parâmetro A é muito sensível aos fenómenos <strong>de</strong> alteração, sendo o<br />

diagrama fortemente discriminante relativamente aos processos <strong>de</strong> moscovitização.<br />

O carácter aluminoso <strong>da</strong>s rochas ígneas reveste-se <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância<br />

petrogenética, nomea<strong>da</strong>mente nas suas implicações quanto à natureza <strong>da</strong> fonte dos<br />

materiais, sendo possível distinguir três tipos principais <strong>de</strong> associações magmáticas:<br />

cafémicas, alumino-cafémicas e aluminosas (DEBON & LE FORT, 1983). As rochas<br />

peraluminosas po<strong>de</strong>m pertencer a qualquer um dos tipos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> fonte dos<br />

materiais: as associações cafémicas proce<strong>de</strong>m <strong>de</strong> uma fonte exclusivamente<br />

mantélica ou, mais frequentemente, <strong>de</strong> uma fonte siálica ou híbri<strong>da</strong> com uma<br />

importante componente mantélica; as alumino-cafémicas parecem proce<strong>de</strong>r <strong>de</strong> uma<br />

fonte híbri<strong>da</strong> com predominância <strong>de</strong> material siálico ou com uma contribuição<br />

mantélica; as associações aluminosas são quase totalmente <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>da</strong> anatexia<br />

<strong>de</strong> material siálico. Os granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

encontram-se nesta última situação.<br />

145


10<br />

30<br />

50<br />

230<br />

210<br />

170<br />

Z<br />

+<br />

­HO<br />

• G'f<br />

A G'm<br />

■ G'g<br />

­HO<br />

A<br />

m<br />

■ A<br />

Mo Or<br />

A<br />

I A<br />

A* A *<br />

A A<br />

40<br />

F = K­(N,3+Ca)<br />

F=K­lNa+Ca)<br />

Figura. IV.2 ­ Tendências evolutivas primárias no diagrama químico­mineralógico duplo Q­F, B­F<br />

(La ROCHE, 1964).<br />

Qz ­ quartzo; Or ­ feldspato potássico; PI ­ plagioclase; Mo ­ moscovite; Bi ­ biotite. Parâmetros<br />

expressos em milicatiões <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> elemento em 100 gramas <strong>de</strong> rocha. Descrição do diagrama no<br />

texto.<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

HO<br />

146


­1000<br />

Ap.Ct<br />

« A.Al­(K­>Na­»2Ca)<br />

^A.Al­(K*Na«2Ca)<br />

And<br />

Tr. .Cd<br />

' © ./,, \<br />

90 -, S3<br />

80<br />

A 70<br />

60 -<<br />

A •<br />

■ • • Gf<br />

.<br />

A Gm<br />

A ■ Gg<br />

A<br />

A A • • •<br />

•<br />

A<br />

A<br />

A ■<br />

10 20 30 40<br />

B<br />

50 60<br />

Figura. IV.3 ­ Diagrama A­B <strong>de</strong> minerais característicos (DEBON & Le FORT, 1983).<br />

a) ­ Sectores em que se divi<strong>de</strong> o diagrama (I, II, III, IV, V e VI) e composição dos minerais<br />

característicos ( And ­ an<strong>da</strong>luzite; Ap ­ apatite; Bi ­ biotite; Cd ­ cordierite; Cl ­ clorite; Ct ­ calcite; Di ­<br />

diopsido; Ep ­ epídoto; Esf ­ esfena; FK ­ feldspato potássico; Gr ­ piralspite; Hb ­ hornblen<strong>da</strong>; Hi ­<br />

hiperstena; llm ­ ilmenite; Mt ­ magnetite; Mo ­ moscovite; Ol ­ olivina; PI ­ plagioclase; Q ­ quartzo;<br />

Sil ­ silimanite; Tr ­ turmalina).<br />

b) ­ Selecção do domínio peraluminoso e dos principais grupos petrográficos: gr ­ granito; ad ­<br />

a<strong>da</strong>melito; Associações magmáticas: Alum ­ aluminosa; Alcaf ­ alumino­cafémica; Cafem ­ cafémica.<br />

c) ­ Carácter aluminoso <strong>de</strong> amostras mais sãs selecciona<strong>da</strong>s dos granitos <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Parâmetros expressos em milicatiões <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> elemento em 100 gramas <strong>de</strong> rocha. Descrição do<br />

diagrama no texto.<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Q><br />

147


Com o objectivo <strong>de</strong> reduzir o papel <strong>de</strong> diluição <strong>de</strong>sempenhado pelo quartzo e a<br />

influência <strong>da</strong> moscovite <strong>de</strong>senvolveu-se uma nova representação paramétrica<br />

inspira<strong>da</strong> na abor<strong>da</strong>gem efectua<strong>da</strong> por <strong>de</strong> La ROCHE (1980) e <strong>de</strong> La ROCHE et ai.<br />

(1980). Os minerais principais constituintes dos granitos <strong>de</strong> duas micas encontram-<br />

se distribuídos por quatro vértices <strong>de</strong> um tetraedro (Figs. IV.4 a - b). A<br />

transformação <strong>de</strong>ste tetraedro mineralógico num tetraedro químico é feita através <strong>da</strong><br />

combinação <strong>da</strong>s equações químicas <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>da</strong> distribuição dos minerais. O<br />

diagrama obtém-se pela projecção segundo o vértice Q (que associa<br />

quartzo+moscovite) sobre o plano <strong>de</strong> base P-JF-JB-Í (plagioclase, feldspato potássico,<br />

biotite). Os parâmetros <strong>de</strong>ste diagrama triangular sã assim <strong>de</strong>finidos:<br />

P^Na+Ca<br />

F1=(Na+2Ca+3K)-[AI+2(Fe+Mg+Ti)/3]<br />

B-|=Fe+Mg+Ti<br />

Os parâmetros são calculados como anteriormente a partir do número <strong>de</strong><br />

milicatiões dos elementos por 100 gramas <strong>de</strong> rocha.<br />

O facto <strong>de</strong> se eliminar o papel do quartzo e <strong>da</strong> moscovite permite caracterizar<br />

melhor a fase feldspática, relativamente à variações <strong>da</strong> razão feldspato<br />

potássico/plagioclase. Além disso, reduz-se significativamente a influência química<br />

do processo <strong>de</strong> moscovitização <strong>da</strong> plagioclase e <strong>da</strong> biotite.<br />

148


Figura. IV.4 - Diagrama químico-mineralógico P1-F1-B1.<br />

a) - Localização <strong>de</strong> amostras mais sãs selecciona<strong>da</strong>s, e <strong>de</strong> uma amostra moscovitiza<strong>da</strong> para<br />

comparação (16).<br />

b) - Tetraedro Q-P1-F1-B1 no qual se exemplifica a redução do efeito <strong>da</strong> moscovitização comparando<br />

o posicionamento relativo <strong>de</strong> duas amostras (uma sã, 84, e outra intensamente moscovitiza<strong>da</strong>, 16)<br />

inicialmente no interior do tetraedro e após a projecção na sua base. P-j - plagioclase; Fr feldspato<br />

potássico;Br biotite; Q - quartzo+moscovite. Descrição do diagrama no texto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

149


IV.3 - CARACTERÍSTICAS PRIMÁRIAS DAS UNIDADES GRANÍTICAS<br />

IV.3.1 - DIAGRAMAS ELEMENTARES<br />

Os diagramas <strong>de</strong> elementos vs. parâmetro B para as amostras sãs<br />

selecciona<strong>da</strong>s (figura IV. 1) revelam informações importantes permitindo discriminar<br />

as três séries graníticas.<br />

As amostras <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos três grupos distribuem-se ao longo <strong>de</strong> uma gama<br />

<strong>de</strong> valores do parâmetro B aproxima<strong>da</strong>mente equivalente (esta gama é incompleta<br />

nesta fase do estudo pelo facto <strong>de</strong> se terem eliminado as amostras mais altera<strong>da</strong>s).<br />

Os teores em Si02 (apresentando um comportamento incompatível) e em Al203<br />

(globalmente compatível) encontram-se muito dispersos sem discriminação <strong>da</strong>s<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Este comportamento implica fortes variações <strong>da</strong> carga em quartzo e em<br />

moscovite <strong>de</strong>stas rochas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do seu grau <strong>de</strong> evolução. Os teores<br />

em Na encontram-se agrupados numa estreita gama <strong>de</strong> valores (2.7-3.3%) e não<br />

apresentam variação significativa com a evolução <strong>da</strong>s séries. Nota-se contudo que<br />

as amostras do grupo G'f se localizam num domínio <strong>de</strong> valores mais baixos. O<br />

potássio apresenta um carácter compatível e, salvo as rochas mais porfirói<strong>de</strong>s<br />

associa<strong>da</strong>s à fácies G'g, as amostras dos três grupos distribuem-se ao longo <strong>de</strong><br />

alinhamentos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes com tendência a convergirem ao nível dos termos mais<br />

evoluídos. Uma tal distribuição <strong>da</strong>s amostras, segundo tendências mais ou menos<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes em função dos três grupos, encontra-se igualmente, por vezes mais<br />

acentua<strong>da</strong>mente, nos elementos menores, sobretudo naqueles consi<strong>de</strong>rados<br />

imóveis (Nb, Zr e terras raras).<br />

Desta primeira abor<strong>da</strong>gem verifica-se que, apesar do carácter muito evoluído<br />

comum aos granitos <strong>de</strong> duas micas, os três gran<strong>de</strong>s conjuntos petrográficos que<br />

formam o maciço <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto se discriminam quimicamente para vários<br />

elementos maiores e menores constituindo assim três uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

150


IV.3.2 - DIAGRAMAS PARAMÉTRICOS MULTIELEMENTARES<br />

O estudo <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>s amostras sãs no diagrama químico-mineralógico<br />

duplo Q/F-B/F (figura IV.2) põe em evidência vários aspectos significativos:<br />

- As amostras aparecem fortemente dispersas no diagrama Q/F enquanto que<br />

no diagrama B/F se observa melhor concentração e organização. Sem se po<strong>de</strong>r<br />

excluir totalmente a acção química dos processos hidrotermais, esta dispersão po<strong>de</strong><br />

estar relaciona<strong>da</strong> com com as fortes variações <strong>da</strong> carga em quartzo e moscovite <strong>da</strong>s<br />

rochas, e, para as amostras porfirói<strong>de</strong>s associa<strong>da</strong>s à fácies G'g, uma acumulação<br />

mais ou menos marca<strong>da</strong> em feldspato potássico.<br />

- A fácies G'f discrimina-se niti<strong>da</strong>mente <strong>da</strong>s fácies G'm e G'g (que ocupam a<br />

mesma área <strong>de</strong> distribuição) por um carácter mais potássico exprimindo a sua maior<br />

riqueza em minerais potássicos (feldspato potássico e moscovite) para uma<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> equivalente em biotite.<br />

- As amostras dos três alinhamentos distribuem-se no diagrama B/F ao longo<br />

<strong>de</strong> tendências que, paralelamente à diminuição <strong>da</strong> carga em biotite, se caracterizam<br />

por um <strong>de</strong>créscimo do carácter potássico e, pelo contrário, um aumento do carácter<br />

sódico. Uma tal evolução, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> sílico-sódica, (<strong>de</strong> La ROCHE, 1964; DEBON<br />

& Le FORT, 1983) é característica dos granitos <strong>de</strong> duas micas. Trata-se <strong>de</strong> uma<br />

tendência semelhante à tendência II dos granitos sintectónicos estu<strong>da</strong>dos por<br />

NORONHA (1983), controla<strong>da</strong> pelo teor em plagioclase .<br />

O diagrama A-B (Figura IV.3 -c) permite materializar a mineralogia dos<br />

granitos em função <strong>da</strong> sua composição química. To<strong>da</strong>s as amostras em estudo se<br />

projectam no domínio dos granitos peraluminosos, na sua maioria no sector dos<br />

leucogranitos (B < 38.8, 7%), em que a moscovite predomina sobre a biotite, sendo<br />

o parâmetro A relativamente elevado variando entre os seguintes valores <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> grupo: granitos <strong>de</strong> grão fino: 63.95 < A < 85.58; granitos <strong>de</strong> grão médio: 54.81<br />

< A < 81.93; granitos <strong>de</strong> grão grosseiro: 57,79 < A < 85.29. Estes valores confirmam<br />

o carácter fortemente aluminoso do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Tal como foi sublinhado anteriormente, o interesse do diagrama mineralógico<br />

B-i (biotite) - P-i (plagioclase) - F^ (feldspato potássico) é o <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r eliminar o papel<br />

representado pelo quartzo e pela moscovite sobre o quimismo <strong>da</strong>s rochas<br />

estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s e <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r assim caracterizar o comportamento <strong>da</strong> fase feldspática<br />

(figura IV.4). O estudo <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>s amostras sãs selecciona<strong>da</strong>s neste<br />

151


diagrama mostra que as três fácies ocupam domínios distintos exprimindo variações<br />

significativas <strong>da</strong>s razões feldspato potássico/plagioclase entre os três conjuntos, o<br />

que confirma a observação petrográfica <strong>de</strong>duzi<strong>da</strong> <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem normativa.<br />

Para melhor ilustrar a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> que o diagrama B1P1F1 apresenta <strong>de</strong><br />

minimizar significativamente o efeito <strong>da</strong> moscovitização seleccionaram-se como<br />

exemplo duas amostras <strong>da</strong> fácies <strong>de</strong> grão fino: uma praticamente sã e outra<br />

intensamente moscovitiza<strong>da</strong>, respectivamente as amostras 84 e 16. Comparando a<br />

sua localização no interior do tetraedro (Q-B1-P1-F1), on<strong>de</strong> se verifica uma<br />

apreciável evolução química entre as duas amostras, com a sua posição relativa na<br />

base B-JP-JF-I, é evi<strong>de</strong>nte uma evolução em que o efeito <strong>da</strong> moscovitização foi<br />

drasticamente reduzido.<br />

IV.3.3 - COMPORTAMENTO DOS ELEMENTOS DE TERRAS RARAS<br />

Os elementos <strong>de</strong> terras raras constituem globalmente um grupo com<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físico-químicas e configuração electrónica semelhantes. Formam na<br />

generali<strong>da</strong><strong>de</strong> iões com carga 3 + (exceptuando-se o Eu e o Ce, <strong>de</strong> cargas 2 + e 4 +<br />

respectivamente) cujo raio iónico diminui com o aumento do número atómico. A sua<br />

particular configuração electrónica, caracteriza<strong>da</strong> por duas cama<strong>da</strong>s insatura<strong>da</strong>s (5d<br />

e 4f) e uma satura<strong>da</strong> (6s), confere a este grupo uma coerência geoquímica que,<br />

associa<strong>da</strong> à relativa imobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s terras raras face a fenómenos <strong>de</strong> alteração,<br />

tornam estes elementos muito importantes na interpretação geoquímica e<br />

petrogenética.<br />

O comportamento geoquímico dos elementos <strong>de</strong> terras raras tem sido<br />

largamente utilizado para testar mo<strong>de</strong>los petrogenéticos para a origem <strong>de</strong> magmas<br />

graníticos (e.g., EMMERMANN et ai., 1975; HANSON, 1978; MARUEJOL, et ai.,<br />

1990; ORTEGA & IBARGUCHI, 1990) e averiguar interacções entre magma, fluidos<br />

tardios e rocha granítica sóli<strong>da</strong> ( ALDERTON et ai., 1980; MUECKE & CLARKE,<br />

1981; HARRIS étal., 1986).<br />

A abor<strong>da</strong>gem elementar prece<strong>de</strong>nte mostrou que os elementos menores e<br />

particularmente Nb, Zr e terras raras , elementos tidos como imóveis, permitem pelo<br />

seu comportamento diferencial discriminar as três séries graníticas do maciço <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

152


Seleccionaram-se nove amostras representativas do <strong>complexo</strong> granítico,<br />

subdividi<strong>da</strong>s em três por ca<strong>da</strong> série granítica <strong>de</strong> acordo com o seu grau <strong>de</strong> evolução<br />

(uma menos evoluí<strong>da</strong>, outra <strong>de</strong> evolução intermédia e uma mais evoluí<strong>da</strong>) cujos<br />

espectros normalizados à composição média do condrito C1 (EVENSEN et ai.,<br />

1978) se encontram na figura IV. 5 .<br />

As terras raras, tendo um comportamento marca<strong>da</strong>mente compatível no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong>s três séries, caracterizam-se por espectros fortemente<br />

fraccionados em função <strong>da</strong>s três fácies: (La/Yb)N=51.8-21.2 para G'f; 32.6-13.3<br />

para G'm; 34.2-8.2 para G'g . A média dos respectivos somatórios <strong>de</strong> terras raras<br />

situa-se na gama apresenta<strong>da</strong> pelos granitos do grupo II, sinorogénicos, <strong>de</strong> HARRIS<br />

et ai. (1986) nos quais análises representativas <strong>de</strong> granitos dos Himalaias, granitos<br />

hercínicos do SW <strong>da</strong> Europa e um granito dos Alpes mostram variações do ITR<br />

(ppm) respectivamente entre os valores: 17.8-75.2, 19.6-147.5 e 37.5. No entanto,<br />

o ITR dos granitos em estudo é nos três casos superior ao valor médio mencionado<br />

por COCHERIE (1978) para leucogranitos (ITR = 64.77 ppm).<br />

Nota-se a existência <strong>de</strong> uma forte anomalia negativa em Eu que tem<br />

geralmente tendência a aumentar no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> evolução <strong>da</strong>s rochas ((Eu/Eu*)N:<br />

0.52-0.25).<br />

Espectros mostrando <strong>de</strong> forma semelhante um enriquecimento em terras raras<br />

leves e exibindo uma anomalia em Eu mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a forte são típicos dos <strong>de</strong> granitos<br />

hercínicos ibéricos, e.g. ALBUQUERQUE (1978); ROTTURA et ai. (1989); e em<br />

particular dos granitos <strong>de</strong> duas micas: e.g. COCHERIE (1978); DIAS (1987);<br />

ORTEGA & IBARGUCHI (1990); MATOS (1991); NEIVA & GOMES (1991).<br />

O acentuado comportamento compatível <strong>da</strong>s terras raras, niti<strong>da</strong>mente<br />

correlaciona<strong>da</strong>s com Zr, po<strong>de</strong> ser explicado pela cristalização e fraccionamento<br />

precoce dos minerais portadores (zircão e monazite) durante a evolução <strong>da</strong>s três<br />

séries.<br />

153


Figura. IV-5 - Espectros <strong>de</strong> terras raras, normaliza<strong>da</strong>s ao condrito C1, <strong>de</strong> amostras<br />

representativas dos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

154


IV.3.4 - COMPORTAMENTO DOS ELEMENTOS MENORES Ba, Rb, Sr<br />

Os elementos Ba, Rb e Sr, quer <strong>da</strong>s amostras menos altera<strong>da</strong>s quer <strong>da</strong>s<br />

moscovitiza<strong>da</strong>s e albitiza<strong>da</strong>s, distribuem-se pelo campo dos granitos muito<br />

diferenciados e dispersam-se pela área próximo <strong>de</strong>sse campo no diagrama <strong>de</strong> EL<br />

BOUSEILY & EL SOKKARY (1975), com valores <strong>de</strong> Rb sempre superiores aos <strong>de</strong><br />

Ba e Sr (figura IV.6). Em qualquer <strong>da</strong>s fácies o elemento mais abun<strong>da</strong>nte é o Rb,<br />

seguido do Ba e por último do Sr.<br />

A gama <strong>de</strong> variação dos três elementos Ba, Rb e Sr nas amostras menos<br />

afecta<strong>da</strong>s do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto compreen<strong>de</strong>m os teores<br />

encontrados por DIAS (1987) para as fácies primárias dos maciços <strong>de</strong> St. Ovídio,<br />

Nora e Arga, na região <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima, sendo também comparáveis os teores em<br />

Rb e Ba nas amostras em que se verifica a moscovitização <strong>da</strong> plagioclase.<br />

Contudo, os teores em Sr <strong>da</strong>s amostras moscovitiza<strong>da</strong>s do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras<br />

são sensivelmante superiores.<br />

Proce<strong>de</strong>u-se ao estudo do comportamento geoquímico <strong>de</strong> Ba, Rb e Sr nas<br />

amostras representativas <strong>de</strong> fácies menos altera<strong>da</strong>s pelos fenómenos <strong>de</strong> alteração<br />

com um parâmetro que possa traduzir uma evolução magmática, e.g, B=Fe+Mg+Ti<br />

(figura IV.7). Se se atentar separa<strong>da</strong>mente em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s fácies verifica-se que<br />

estes três elementos exibem um comportamento semelhante nas fácies <strong>de</strong> grão<br />

médio (G'm) e grosseiro (G'g), isto é, Ba e Sr ten<strong>de</strong>m a diminuir com a evolução<br />

enquanto que o Rb apresenta um comportamento incompatível, aumentando no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>da</strong> evolução magmática. Em relação à fácies <strong>de</strong> grão fino (G'f) o<br />

comportamento do Ba também ten<strong>de</strong> a diminuir com a evolução magmática sendo<br />

contudo mais <strong>complexo</strong> o comportamento quer do Rb quer do Sr.<br />

Na generali<strong>da</strong><strong>de</strong>, K, Rb e Ba entram preferencialmente na estrutura <strong>da</strong> biotite,<br />

K e Ba incorporam-se no feldspato potássico, enquanto que Ba e Sr ten<strong>de</strong>m a<br />

entrar na estrutura respectivamente do feldspato potássico e <strong>da</strong> plagioclase. Num<br />

processo <strong>de</strong> fusão parcial a razão Rb/Sr aumenta na fase líqui<strong>da</strong> do magma com a<br />

presença <strong>da</strong> plagioclase e diminui pela presença <strong>da</strong> biotite. As razões K/Ba e K/Rb<br />

são afecta<strong>da</strong>s principalmente pelo feldspato potássico ou pela biotite (diminuindo<br />

na fase líqui<strong>da</strong>), a razão Sr/Ba diminui com a plagioclase, aumentando ligeiramente<br />

com o feldspato potássico e com a biotite (HANSON, 1978).<br />

155


Rb<br />

• G'f<br />

A G'm<br />

■ G'g<br />

9 G'f alb<br />

O G'f mp<br />

• G'f mb<br />

A G'm alb<br />

A G'm mp<br />

A G'm mb<br />

[I G'g alb<br />

□ G'g mp<br />

■ G'g mb<br />

Figura. IV­6 ­ Projecção <strong>de</strong> amostras sãs (a) e altera<strong>da</strong>s (b) do <strong>complexo</strong> granítico <strong>de</strong> Cabeceiras<br />

<strong>de</strong> Basto no diagrama Ba­Rb­Sr <strong>de</strong> EL BOUSEILY & EL SOKKARY (1975). I ­<br />

granitos fortemente diferenciados; II ­ granitos normais; III ­ granitos anómalos; IV ­<br />

granodioritos; V ­ quartzodioritos; VI ­ dioritos.<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grosseiro; alb­amostras com<br />

predomínio <strong>de</strong> albitização; mp­amostras com moscovitização predominante <strong>da</strong> plagioclase ; mbamostras<br />

exibindo moscovitização <strong>da</strong> plagioclase e <strong>da</strong> biotite.<br />

156


o<br />

E<br />

b<br />

o o o<br />

o o o<br />

CO CM •­<br />

• * ■ * - *<br />

o o o<br />

o o o<br />

CO CM —<br />

O O O<br />

o o o<br />

CO CM ^<br />


Confrontou-se o comportamento dos elementos menores Ba, Rb, Sr entre si e<br />

com K , no conjunto <strong>da</strong>s amostras dos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

As melhores correlações observam-se entre Ba e Rb, K e Rb (ambas<br />

ligeiramente negativas) e entre K e Ba (com tendência para uma correlação<br />

positiva). Quanto a Ba e Rb relativamente ao Sr verifica-se uma maior dispersão<br />

confirmando-se no entanto a correlação negativa entre Ba e Rb para teores<br />

semelhantes em Sr (figura IV.8).<br />

De uma maneira geral os granitos do <strong>complexo</strong> em estudo apresentam baixos<br />

valores <strong>da</strong> razão K/Rb. Verifica-se uma tendência para a diminuição <strong>de</strong>sta razão em<br />

direcção aos termos mais diferenciados, mais <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> nos grupos <strong>de</strong> grão médio e<br />

grosseiro, o que está <strong>de</strong> acordo com o comportamento incompatível do Rb por um<br />

lado e com a incorporação <strong>de</strong> K no feldspato potássico e nas micas por outro. No<br />

grupo <strong>de</strong> grão fino a gama <strong>de</strong> variação dos valores <strong>da</strong> razão K/Rb é mais estreita do<br />

que nos outros dois grupos, pressupondo uma maior incorporação do Rb na biotite<br />

cuja expressão normativa é relativamente maior neste grupo. K e Ba apresentam<br />

uma correlação positiva nos três tipos <strong>de</strong> granitos sendo a razão K/Ba mais eleva<strong>da</strong><br />

nos grupos G'm e G'g do que em G'f e nas amostras mais evoluí<strong>da</strong>s dos três<br />

grupos.<br />

No quadro IV. 2 estão representa<strong>da</strong>s as gamas <strong>de</strong> variação <strong>da</strong>s razões K/Rb e<br />

K/Ba. As respectivas tendências com a evolução magmática para as amostras mais<br />

sãs dos três grupos <strong>de</strong> rochas graníticas do <strong>complexo</strong> em estudo encontram-se<br />

ilustra<strong>da</strong>s na figura IV.9.<br />

158


300<br />

A • 5<br />

•<br />

• •<br />

_ 200<br />

Ba<br />

100<br />

o<br />

A%*<br />

a<br />

"A* a<br />

A<br />

•<br />

B<br />

B<br />

a<br />

4.5<br />

K<br />

4<br />

B A *<br />

A<br />

A A Î .<br />

* A<br />

•<br />

«<br />

"A<br />

•<br />

B<br />

B<br />

250 400 550<br />

250 400 550<br />

Rb<br />

Rb<br />

300<br />

_ 200<br />

Ba<br />

•<br />

A •<br />

A<br />

5<br />

• •<br />

A • #A B •<br />

100<br />

o<br />

• «A<br />

• BJ<br />

av<br />

I<br />

a<br />

A<br />

A<br />

a<br />

•<br />

•<br />

4,5<br />

K<br />

4<br />

a<br />

" " • "<br />

li<br />

A f A<br />

0 50 100 150 200<br />

0 100 200 300<br />

Sr<br />

Ba<br />

Ba<br />

550 a<br />

Rb<br />

400<br />

• •<br />

■ A<br />

A<br />

0 50 100 150 200<br />

Sr<br />

A­<br />

• G'f<br />

A G'm<br />

a G'g<br />

Figura. IV.8 ­ Correlações entre os elementos Ba, Rb, Sr e K <strong>de</strong> amostras selecciona<strong>da</strong>s menos<br />

afecta<strong>da</strong>s pelos fenómenos <strong>de</strong> alteração .<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Quadro IV.2 ­ Gama <strong>de</strong> variação dos valores <strong>da</strong>s razões K/Rb e K/Ba nos três grupos <strong>de</strong> granitos<br />

em estudo.<br />

K/Rb K/Ba<br />

G'f 91,2­ 115,7 134,0­259,3<br />

G'm 87,9­ 137,4 127,3­406,4<br />

G'g 71,3 ­ 134,5 189,1 ­623,0<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

159


140<br />

120<br />

? 100<br />

■ *<br />

A • G'f<br />

A A • A G'm<br />

■ G'g<br />

H A" . S<br />

80<br />

■ ■<br />

KO<br />

■<br />

10 20 30<br />

600<br />

500<br />

£ 400 ■ *<br />

* 300 Al<br />

200<br />

■<br />

B<br />

■<br />

1* ■<br />

40 50<br />

••<br />

100<br />

A<br />

1 0 20 30 40 50<br />

Figura. 1V.9 ­ Variação <strong>da</strong>s razões K/Rb (a) e K/Ba (b) com o parâmetro B=Fe+Mg+Ti <strong>de</strong> amostras<br />

selecciona<strong>da</strong>s menos afecta<strong>da</strong>s pelos fenómenos <strong>de</strong> alteração .<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

IV.4 ­ CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DAS EVOLUÇÕES<br />

HIDROTERMAIS TARDIAS<br />

O estudo petrográfico mostrou que a maioria <strong>da</strong>s amostras constituintes do<br />

maciço <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto foram <strong>de</strong> forma variável afecta<strong>da</strong>s por<br />

recristalizações em condições hidrotermais tardi­ a pós­magmáticas. Sem que se<br />

possa estabelecer a sua cronologia po<strong>de</strong>m­se no entanto distinguir dois processos<br />

dominantes:<br />

­ moscovitização que afecta principalmente a plagioclase e, em intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

variável, a biotite;<br />

­ albitização do feldspato potássico manifestando­se por um <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>da</strong>s pertites e pelo aparecimento <strong>de</strong> pequenos cristais <strong>de</strong> albite corroendo a<br />

bor<strong>da</strong>dura dos cristais.<br />

B<br />

160


Com base em equações teóricas ilustrando estes processos é possível prever<br />

o comportamento dos elementos químicos:<br />

IV.4.1 - MOSCOVITIZAÇÃO DA PLAGIOCLASE<br />

3Anortite + 2K —> 2 Moscovite + 3Ca<br />

3 Albite + K —> 1 Moscovite + 6Quartzo + 3Na<br />

Pelo facto <strong>de</strong> a composição <strong>da</strong> plagioclase dos granitos <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto ser muito albítica a segun<strong>da</strong> equação predomina sobre a primeira. A<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta equação é comprova<strong>da</strong> pela frequente existência <strong>da</strong> associação<br />

simplectítica moscovite ll+quartzo. Estas reacções implicam uma entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> K e<br />

uma saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> Na e Ca assim como libertação <strong>de</strong> sílica <strong>de</strong> que uma parte po<strong>de</strong><br />

eventualmente migrar.<br />

IV.4.2 - MOSCOVITIZAÇÃO DA BIOTITE<br />

Devido ao seu carácter aluminoso (vi<strong>de</strong> Cap. Ill) as biotites dos granitos do<br />

maciço <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto apresentam composições intermédias entre as<br />

séries flogopite-anite e si<strong>de</strong>rofilite-estonite. As equações exprimindo a sua<br />

moscovitização po<strong>de</strong>m ser as seguintes:<br />

3 Biotite


IV.4.3 - ALBITIZAÇÃO DO FELDSPATO POTÁSSICO<br />

A equação traduzindo esta reacção é a seguinte:<br />

Ortóclase + Na Albite + K<br />

Em princípio esta reacção implica apenas uma entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> Na compensa<strong>da</strong> por<br />

uma saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> K.<br />

Desta abor<strong>da</strong>gem teórica salienta-se que as recristalizações sofri<strong>da</strong>s pelos<br />

granitos traduzem-se essencialmente por fortes variações dos álcalis (Na e K), <strong>de</strong><br />

Mg e, em menor grau, <strong>de</strong> Si, Ca e Fe.<br />

IV.4.4 - REPRESENTAÇÕES DIAGRAMÁTICAS<br />

As composições químicas <strong>da</strong>s amostras representativas <strong>da</strong>s três fácies<br />

afecta<strong>da</strong>s pelos dois processos <strong>de</strong> alteração encontram-se no quadro IV.3. Como<br />

base <strong>de</strong> comparação inseriu-se neste quadro a composição <strong>de</strong> uma amostra mais<br />

sã <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo, <strong>de</strong> evolução aproxima<strong>da</strong>mente intermédia. O total <strong>da</strong>s análises<br />

químicas <strong>da</strong>s amostras mais altera<strong>da</strong>s encontra-se no anexo XI.<br />

Com o fim <strong>de</strong> ilustrar e caracterizar as evoluções químicas induzi<strong>da</strong>s pelos<br />

processos hidrotermais, estu<strong>da</strong>ram-se separa<strong>da</strong>mente as três fácies nos diagramas<br />

elementares e paramétricos utilizado anteriormente.<br />

Nos diagramas óxidos vs. parâmetro B (figura IV. 10) as amostras<br />

moscovitiza<strong>da</strong>s apresentam um leve enriquecimento em K20 e, pelo contrário, um<br />

empobrecimento mais marcado em Na20. Esta observação está <strong>de</strong> acordo com a<br />

equação teórica <strong>da</strong> moscovitização <strong>da</strong> plagioclase a qual assume uma entra<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

1K para uma saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> 3Na. A intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas variações químicas é mais<br />

marca<strong>da</strong> no grupo G'g em relação a G'f e G'm, sugerindo que a maior granulometria<br />

po<strong>de</strong>rá facilitar a percolação dos fluidos .<br />

O processo <strong>de</strong> albitização do feldspato potássico não parece provocar um<br />

<strong>de</strong>créscimo significativo <strong>de</strong> K na maior parte <strong>da</strong>s amostras afecta<strong>da</strong>s enquanto os<br />

teores em Na aumentam sensivelmente . É assim possível que uma parte <strong>de</strong> K<br />

libertado em consequência <strong>da</strong> reacção seja <strong>de</strong> novo utilizado localmente sob a<br />

forma <strong>de</strong> uma geração <strong>de</strong> moscovite II.<br />

162


De notar que a moscovitização <strong>da</strong> biotite, libertando Mg e, pelo menos<br />

parcialmente, Fe, induz um <strong>de</strong>créscimo do parâmetro B provocando um afastamento<br />

<strong>da</strong>s amostras mais afecta<strong>da</strong>s por este processo relativamente às amostras sãs.<br />

Figura. IV.10 - Diagramas <strong>de</strong> óxidos (%) em função do parâmetro B=Fe+Mg+Ti <strong>de</strong> amostras<br />

moscovitiza<strong>da</strong>s (Mosc.) e albitiza<strong>da</strong>s (Alb.) e sua comparação com amostras menos<br />

altera<strong>da</strong>s (Sã), dos granitos em estudo.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

No que diz respeito aos elementos menores, nomea<strong>da</strong>mente Zr e os elementos<br />

<strong>de</strong> terras raras consi<strong>de</strong>rados imóveis, nota-se que a maioria <strong>da</strong>s amostras afecta<strong>da</strong>s<br />

pelos processos <strong>de</strong>utéricos apresentam uma tendência para se localizarem na<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> imediata dos alinhamentos <strong>de</strong>finidos pelas amostras sãs (figura IV. 11).<br />

O afastamento verificado em algumas amostras po<strong>de</strong> estar associado a uma<br />

sensível moscovitização <strong>da</strong> biotite conduzindo a um <strong>de</strong>créscimo do parâmetro B.<br />

Estas observações parecem confirmar a imobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> certos elementos menores<br />

relativamente aos efeitos <strong>da</strong>s alterações <strong>de</strong>utéricas e o interesse <strong>da</strong> sua utilização<br />

na caracterização <strong>de</strong> séries graníticas, particularmente <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas<br />

muito sensíveis a estes processos.<br />

163


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164<br />

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B<br />

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40 46 60<br />

■<br />

D<br />

O<br />

40 46 60<br />

Figura. IV.11 ­ Diagramas <strong>de</strong> elementos (ppm) em função do parâmetro B=Fe+Mg+Ti <strong>de</strong><br />

amostras moscovitiza<strong>da</strong>s (Mosc.) e albitiza<strong>da</strong>s (Alb.) e sua comparação com<br />

amostras menos altera<strong>da</strong>s (Sã), dos granitos em estudo.<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

A variação dos elementos menores Ba, Rb e Sr com o parâmetro B <strong>da</strong>s<br />

amostras mais afecta<strong>da</strong>s pelos processos <strong>de</strong> alteração, assim como o seu<br />

posicionamento relativamente às amostras menos altera<strong>da</strong>s, , encontra­se nos<br />

diagramas <strong>da</strong> figura IV. 12. De uma maneira geral as alterações <strong>de</strong>utéricas<br />

acentuam as tendências <strong>de</strong>linea<strong>da</strong>s pela evolução primária para os elementos Ba e<br />

Rb e aumentam a dispersão relativamente ao Sr. O Ba diminui nas amostras<br />

albitiza<strong>da</strong>s acompanhando a diminuição <strong>de</strong> B e ten<strong>de</strong> a concentrar­se nas amostras<br />

com moscovitização predominante <strong>da</strong> plagioclase, o que parece estar <strong>de</strong> acordo<br />

com a afini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste elemento para se incorporar na estrutura dos minerais <strong>de</strong><br />

potássio. O Rb parece aumentar nas amostras albitiza<strong>da</strong>s e simultaneamente com o<br />

grau <strong>de</strong> evolução, mantendo o seu carácter incompatível. O comportamento do Sr é<br />

bastante <strong>complexo</strong>, apresentando um comportamento irregular perante os<br />

fenómenos <strong>de</strong> alteração. No entanto nos grupos <strong>de</strong> grão fino (G'f) e grosseiro (G'g)<br />

assiste­se a uma variação interna nas amostras com moscovitização <strong>da</strong> plagioclase<br />

165


cujos teores em Sr diminuem com o parâmetro B, notando-se uma variação<br />

semelhante nas amostras albitiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> G'g.<br />

Com base nas equações teóricas prece<strong>de</strong>ntes é possível, no diagrama duplo<br />

Q/F-B/F, estabelecer os vectores exprimindo as evoluções químicas provoca<strong>da</strong>s<br />

pelas recristalizações hidrotermais ( figura IV. 13). Neste diagrama, os vectores que<br />

exprimem a moscovitização <strong>da</strong> plagioclase (paralelos às linhas Pl-G, em que G= 1<br />

moscovite +6Quartzo) e a albitização do feldspato potássico (paralelos às linhas Or-<br />

Pl) são opostos e transversos às tendências evolutivas primárias <strong>da</strong>s três fácies.<br />

Este facto faz realçar o interesse em utilizar o diagrama Q/F-B/F na caracterização<br />

químico-mineralógica <strong>da</strong> alteração <strong>de</strong>utérica <strong>da</strong>s rochas graníticas. O vector<br />

exprimindo a moscovitização <strong>da</strong> biotite é pelo contrário mal <strong>de</strong>finido, em parte pelo<br />

facto <strong>da</strong> impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar o papel do Fe e do Mg. Po<strong>de</strong>-se contudo admitir<br />

que esta transformação é acompanha<strong>da</strong> essencialmente <strong>de</strong> um aumento <strong>de</strong> quartzo<br />

e <strong>de</strong> uma diminuição dos minerais ferromagnesianos.<br />

O estudo <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>s amostras sãs e altera<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo no<br />

diagrama duplo Q/F-B/F (figura IV. 13) parece confirmar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos vectores<br />

evolutivos teóricos estabelecidos.anteriormente. Com efeito, a maioria <strong>da</strong>s amostras<br />

afecta<strong>da</strong>s pelos processos <strong>de</strong> moscovitização encontram-se afasta<strong>da</strong>s do domínio<br />

<strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong>s amostras mais sãs , paralelamente aos vectores PI-G-j. As<br />

amostras essencialmente afecta<strong>da</strong>s pela albitização encontram-se por sua vez<br />

afasta<strong>da</strong>s em direcção ao pólo sódico, paralelamente aos vectores Or-PI. No<br />

entanto, algumas amostras moscovitiza<strong>da</strong>s e albitiza<strong>da</strong>s apresentam teores<br />

anormalmente elevados em quartzo (valor do parâmetro Q) ou baixos em minerais<br />

ferromagnesianos (parâmetro B). Esta dispersão po<strong>de</strong> ser explica<strong>da</strong> pela<br />

moscovitização mais acentua<strong>da</strong> <strong>da</strong> biotite em certas amostras. O confronto entre as<br />

observações neste diagrama e nos diagramas elementares anteriores parece<br />

confirmar tal hipótese.<br />

166


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Do mesmo modo projectaram-se as amostras mais altera<strong>da</strong>s no diagrama A-B<br />

(DEBON & Le FORT, 1983) verificando-se que as amostras dos três tipos <strong>de</strong><br />

granitos, G'f, G'm e G'g, se projectam no domínio dos leucogranitos, concentrando-<br />

se no campo I, no qual a moscovite predomina sobre a biotite (figura IV. 14). Esta<br />

relação está patente na baixa gama <strong>de</strong> valores do parâmetro B (proporcional à<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> em peso <strong>de</strong> biotite). O carácter peraluminoso é confirmado pelos valores<br />

elevados do parâmetro A que, para os presentes granitos, correspon<strong>de</strong> a valores <strong>de</strong><br />

Al superiores à soma <strong>de</strong> K+Na*2Ca. Como este parâmetro é particularmente<br />

sensível à moscovitização <strong>da</strong> plagioclase a utilização do diagrama A-B permite<br />

discriminar as amostras mais afecta<strong>da</strong>s por essa alteração, as quais apresentam um<br />

valor <strong>de</strong> A superior ao <strong>da</strong>s amostras mais sãs.<br />

As amostras moscovitiza<strong>da</strong>s e albitiza<strong>da</strong>s dos três grupos <strong>de</strong> granitos<br />

<strong>de</strong>stacam-se claramente no diagrama químico-mineralógico CC-AA-MM (<strong>de</strong> LA<br />

ROCHE et ai, 1980) (figura IV. 15). Este diagrama resulta <strong>de</strong> uma transposição no<br />

espaço <strong>da</strong>s variáveis químicas <strong>de</strong> um tetraedro cujos vértices são respectivamente<br />

ocupados pelo quartzo e pelas micas: anite, flogopite e moscovite, estando os<br />

feldspatos localizados num plano paralelo à base sobre as três arestas que unem o<br />

quartzo às micas, segundo as afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais comuns: Or sobre a aresta <strong>da</strong><br />

moscovite, Ab sobre a <strong>da</strong> anite e An sobre a <strong>da</strong> flogopite. A altura <strong>de</strong>sse plano é<br />

escolhi<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma a que o feldspato potássico fique próximo do seu produto <strong>de</strong><br />

transformação em moscovite + quartzo, representado pelo ponto G. Os minerais<br />

assim <strong>de</strong>finidos impõem uma distribuição catiónica pelos quatro pólos do tetraedro<br />

<strong>de</strong> que resultam as equações:<br />

SS = Si - Al - 2Fe/3 - 2Mg/3 + 2Ca<br />

AA = 8Fe/3 + 3Na<br />

CC = 2AI - Fe - Mg - 4Ca - 2Na + K<br />

MM = Ti + 8Mg/3 + 3Ca<br />

168


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50<br />

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D<br />

F=K-(Na + Ca)<br />

Figura. IV.13 - Tendências evolutivas secundárias no diagrama químico-mineralógico duplo Q-F<br />

B-F (La ROCHE, 1964).<br />

Qz - quartzo; Or - feldspato potássico; PI - plagioclase; Mo - moscovite; Bi - biotite; G - greisen<br />

(fácies resultante <strong>da</strong> moscovitização <strong>de</strong> uma associação <strong>de</strong> feldspatos alcalinos). Explicação do<br />

diagrama no texto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

40<br />

169


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110<br />

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A Alb.<br />

■ Alb.<br />

1 0 20 30 40 50 80<br />

B<br />

Figura. IV.14 ­ Projecção <strong>da</strong>s amostras moscovitiza<strong>da</strong>s (Mosc.) e albitiza<strong>da</strong>s (Alb.) dos granitos<br />

<strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto em estudo no diagrama A­B (DEBON & Le FORT, 1983).<br />

A tracejado: domínio <strong>da</strong>s amostras menos altera<strong>da</strong>s.<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

A projecção a partir do vértice on<strong>de</strong> se situa o quartzo (SS) sobre a base do<br />

tetraedro dá lugar ao diagrama CC­AA­MM , eliminando­se <strong>de</strong>ste modo o papel<br />

<strong>de</strong>sempenhado pelo quartzo. Assim, a expressão mineralógica <strong>de</strong>ste diagrama é a<br />

seguinte:<br />

CC ­ Anortite + Flogopite<br />

AA ­ Albite + Anite<br />

MM ­ Ortóclase + Moscovite<br />

A projecção dos granitos <strong>de</strong> duas micas próximo do lado AA­MM traduz um<br />

empobrecimento em anortite normativa e um carácter mais aluminoso e ferrífero <strong>da</strong><br />

biotite. As amostras mais altera<strong>da</strong>s dos granitos em estudo seguem uma distribuição<br />

caracteriza<strong>da</strong> por uma tendência <strong>da</strong>s amostras moscovitiza<strong>da</strong>s em direcção ao pólo<br />

<strong>da</strong> moscovite+ortóclase e, por outro lado, <strong>de</strong> uma concentração <strong>da</strong>s amostras<br />

albitiza<strong>da</strong>s na direcção do pólo <strong>da</strong> albite + anite.<br />

Os diagramas químico­mineralógicos seleccionados confirmam as observações<br />

petrográficas, materializando quer a evolução primária quer a evolução <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> aos<br />

efeitos <strong>de</strong> alteração tardi­ a pós­magmáticos, através <strong>da</strong>s relações e reacções entre<br />

os minerais característicos <strong>da</strong>s rochas graníticas .


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AA"<br />

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Figura. IV.15 - Diagrama triangular AA-MM-CC ( La ROCHE et al., 1980).<br />

a) - Tetraedro Quartzo - 3 Feldspatos - 3 Micas, em que se seleccionou a projecção dos feldspatos:<br />

albite, ortóclase e anortite a partir do vértice do quartzo sobre o plano <strong>de</strong> base do tetraedro, <strong>da</strong>ndo<br />

lugar ao diagrama AA-MM-CC: AA - albite+anite; Ab - albite; An - anortite; CC - anortite+flogopite;<br />

Cd - cordierite; Est - estonite; Flog - flogopite; G - greisen; I, S - tendências dos granitos tipo "I" e tipo<br />

"S" respectivamente; MM - ortóclase+moscovite; Mo - moscovite; Or - ortóclase; PE - projecção do<br />

cotéctico do sistema haplogranítico para PH2o=5kbar, a partir do plano Q-Ab-Or (P fusão mínima)<br />

até ao plano Q-An-Or (E); Q - quartzo; Sid - si<strong>de</strong>rofilite; SS - quartzo.<br />

b) - Localização <strong>de</strong> amostras altera<strong>da</strong>s selecciona<strong>da</strong>s. Descrição do diagrama no texto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

b]<br />

171


IV.5. - CONCLUSÕES DO ESTUDO GEOQUÍMICO DE ROCHA TOTAL<br />

O estudo químico (elementos maiores e menores) dos grupos graníticos que<br />

constituem o maciço <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto permitiu pôr em evidência importantes<br />

características:<br />

Os três grupos (G'f, G'm e G'g) apresentam um forte carácter peraluminoso<br />

exprimindo a sua riqueza em moscovite primária. Em ca<strong>da</strong> grupo assiste-se a uma<br />

evolução <strong>de</strong>s<strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas relativamente ricos em biotite (cerca <strong>de</strong> 5%)<br />

até leucogranitos <strong>de</strong> duas micas com moscovite largamente dominante. O<br />

acentuado carácter peraluminoso sugere que estes granitos tenham <strong>de</strong>rivado <strong>da</strong><br />

fusão <strong>de</strong> material supracrustal.<br />

O estudo do comportamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados elementos maiores<br />

(essencialmente K) e menores (Ba, Nb, Zr e terras raras), assim como a utilização<br />

<strong>de</strong> diagramas químico-mineralógicos específicos, permite evi<strong>de</strong>nciar que as três<br />

fácies constituem uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes evoluindo ca<strong>da</strong> uma numa gama <strong>de</strong><br />

composições equivalentes. Esta observação exclui a hipótese segundo a qual as<br />

três fácies po<strong>de</strong>riam ter resultado <strong>de</strong> sucessivas pulsações <strong>de</strong> um mesmo magma<br />

ou <strong>de</strong> magmas residuais <strong>de</strong>rivando <strong>de</strong> um magma inicial que se diferenciou numa<br />

câmara magmática intracrustal.<br />

A caracterização química <strong>da</strong> alteração <strong>de</strong>utérica afectando os granitos em<br />

estudo revelou o papel prepon<strong>de</strong>rante <strong>de</strong>sempenhado pela moscovitização <strong>da</strong><br />

plagioclase e pela albitização do feldspato potássico, assim como o papel <strong>da</strong><br />

moscovitização <strong>da</strong> biotite, mais restrito, mas contudo significativo.<br />

Foi possível verificar a relativa insensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns elementos menores<br />

(nomea<strong>da</strong>mente Zr e terras raras) ao efeito <strong>da</strong>s alterações <strong>de</strong>utéricas e sublinhar o<br />

interesse <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong>stes elementos na caracterização <strong>da</strong>s rochas graníticas.<br />

Esta imobili<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>r-se-á explicar pelo facto <strong>de</strong> estes elementos se encontrarem<br />

principalmente concentrados nos minerais acessórios (zircão e monazite) os quais<br />

tudo indica não serem afectados pelos processos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>utérica e<br />

hidrotermal.<br />

172


O mapa <strong>de</strong> figura IV. 16 integra os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> cartografia com os obtidos do<br />

estudo geoquímico <strong>de</strong> rocha total. Nele se representa a estruturação geoquímica do<br />

<strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto e a localização <strong>da</strong>s amostras que serviram ao<br />

estudo petrográfico, mineralógico e geoquímico.<br />

173


-o<br />

to<br />

o<br />

O<br />

174


t<br />

CAPÍTULO V<br />

ESPECIALIZAÇÃO METALOGÉNICA


Inúmeros trabalhos sobre mineralizações <strong>de</strong> Sn-W associa<strong>da</strong>s ao magmatismo<br />

ácido em áreas diversifica<strong>da</strong>s do globo, incluindo os granitói<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Península<br />

Ibérica e nos quais se enquadram os <strong>da</strong>s regiões norte e centro <strong>de</strong> Portugal<br />

Continental, têm reconhecido o importante papel dos granitos <strong>de</strong> duas micas<br />

hercínicos e do seu encaixante metassedimentar na génese <strong>da</strong>s mineralizações que<br />

ocorrem em greisens, em filões aplito-pegmatíticos e em filões <strong>de</strong> quartzo.<br />

Próximo <strong>da</strong> área em estudo <strong>de</strong>stacam-se os trabalhos <strong>de</strong> prospecção<br />

geológica e geoquímica <strong>de</strong> RAMOS et ai. (1981) em que se reconheceram índices<br />

<strong>de</strong> tungsténio relacionados predominantemente com níveis <strong>de</strong> rochas<br />

calcossilicata<strong>da</strong>s existentes no seio <strong>de</strong> formações metassedimentares e <strong>de</strong> estanho<br />

em filões e massas aplito-pegmatíticas em relação espacial com o granito <strong>de</strong><br />

Abadim e com um granito sintectónico <strong>de</strong> duas micas essencialmente biotítico.<br />

Em Covas do Barroso (no sector NE <strong>da</strong> carta geológica 6C-Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto à escala 1:50 000) localiza-se um importante campo filoniano em formações<br />

metamórficas <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> silúrica (na sua maioria compostas por xistos quartzíferos e<br />

xistos micáceos com intercalações <strong>de</strong> xistos negros) o qual se encontra<br />

espacialmente associado aos granitos sinorogénicos hercínicos em estudo.<br />

Os corpos aplito-pegmatíticos apresentam-se na sua maioria discor<strong>da</strong>ntes com<br />

a estrutura metamórfica regional e a sua atitu<strong>de</strong> varia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> diques verticais a<br />

horizontais ou apresentam inclinação variável; são alongados, atingindo mais <strong>de</strong><br />

100 metros ao longo <strong>da</strong> direcção, ou lenticulares. Apresentam uma estrutura em<br />

cama<strong>da</strong>s (com uma espessura <strong>de</strong> alguns centímetros a um metro,<br />

aproxima<strong>da</strong>mente) sendo a textura heterogénea, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aplítica <strong>de</strong> grão fino a<br />

pegmatítica <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

A maioria <strong>de</strong>stes filões aplito-pegmatíticos exibe um controlo estrutural por<br />

fractura (linear ou em échelon). Os filões encontram-se frequentemente <strong>de</strong>formados<br />

<strong>de</strong> acordo com a fase <strong>de</strong> compressão F3 (BORGES et ai., 1979) e apresentam-se<br />

mineralizados em cassiterite (NORONHA, 1983; FERREIRA & NORONHA, 1987).<br />

Nesta mesma área CHAROY et ai. (1992) <strong>de</strong>screveram pela primeira vez<br />

corpos aplito-pegmatíticos ricos em Li. A mineralização em Li está expressa sob<br />

diversas formas: cristais <strong>de</strong> espodumena e <strong>de</strong> lepidolite, dominantemente nas<br />

176


uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s pegmatíticas dos filões, e um fosfato <strong>da</strong> série <strong>da</strong> ambligonite, quer nos<br />

aplitos quer nos pegmatitos.<br />

V.1 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DO GRAU DE<br />

ESPECIALIZAÇÃO DE ROCHAS GRANÍTICAS<br />

Entre os diversos critérios que têm sido sugeridos para avaliar a<br />

especialização metalogénica <strong>de</strong> rochas graníticas os mais utilizados baseiam-se<br />

nos seguintes aspectos:<br />

- Presença <strong>de</strong> elementos menores que se concentram na fase líqui<strong>da</strong> residual<br />

<strong>da</strong> diferenciação magmática (e.g. Rb, Li, Sn, F)<br />

- Razão entre elementos com comportamentos opostos no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong><br />

diferenciação magmática (e.g. Rb/Sr, Ba/Rb, Mg/Li)<br />

- Tipologia granítica<br />

V.1.1 - ELEMENTOS MENORES INDICADORES METALOGÉNICOS<br />

A presença <strong>de</strong> teores elevados em Rb, Cs, Li, F, B, Sn, Nb e W em rochas<br />

graníticas tem sido frequentemente invoca<strong>da</strong> como indicando a sua especialização<br />

metalogénica ou a sua relação com mineralizações Sn-W (e.g., TISCHENDORF,<br />

1974; OLIVEIRA & PEREIRA, 1980; NEIVA, 1984; OLIVEIRA, 1984; STUSSI, 1989).<br />

STRONG (1988) chama a atenção para a importância <strong>da</strong>s características<br />

iónicas dos elementos litófilos (incluindo a sua tendência para formar ligações<br />

iónicas), e as suas afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s por ocorrências específicas, por exemplo, em<br />

disseminações, pegmatitos e filões formados nos estádios finais <strong>da</strong> cristalização<br />

magmática. Cita como exemplos a formação <strong>de</strong> <strong>complexo</strong>s tais como (Sn04) 4 ",<br />

(M0O3) 2 -, (Nb04) 3- ou (Ta04) 3_ que são fortemente concentrados no magma<br />

silicioso diferenciado quer por cristalização fracciona<strong>da</strong> quer por fusão parcial.<br />

Também elementos <strong>de</strong> pequeno raio iónico (e.g., Li, Be, B) po<strong>de</strong>m formar<br />

<strong>complexo</strong>s <strong>da</strong>quela natureza mas ten<strong>de</strong>m sobretudo a concentrar-se no líquido<br />

residual <strong>de</strong>vido à sua pequena dimensão que os exclui <strong>da</strong> estrutura dos silicatos<br />

comuns. Outro factor para além do r.i. que parece <strong>de</strong>terminante na afini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

elementos para a sua concentração em jazigos minerais associados a rochas<br />

177


graníticas é a sua carga. Com base nestes critérios aquele autor consi<strong>de</strong>ra os<br />

seguintes grupos:<br />

- catiões <strong>de</strong> carga e r.i elevados: Sn 4+ , W 6 *, U 4+ , Mo 6+ (SWUM)<br />

- pequenos catiões <strong>de</strong> carga variável: Be 2+ , B 3+ , Li + , P 5+ (BeBLiP)<br />

- <strong>complexo</strong>s aniónicos ou aniões do tipo CO3 2 -, CI", F" (CCF)<br />

O grupo SWUM é economicamente o mais importante e ocorre frequentemente<br />

associado ao Nb, Ta, Bi ou Ag.<br />

O grupo BeBLiP concentra-se nas associações minerais características dos<br />

greisens, produzindo anomalias geoquímicas úteis para a prospecção. Ten<strong>de</strong>m a<br />

associar-se com Na, Rb, Cs e elementos <strong>de</strong> terras raras.<br />

O grupo CCF, possivelmente incluindo sulfuretos e <strong>complexo</strong>s <strong>de</strong> hidróxidos, é<br />

muito importante para a formação <strong>de</strong> <strong>complexo</strong>s solúveis que intervêm no transporte<br />

dos elementos dos grupos anteriores.<br />

KEPPLER (1993) efectuou trabalhos experimentais testando o papel do F na<br />

solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> minerais refractários (zircão, rútilo, monazite) e no consequente<br />

enriquecimento <strong>de</strong> elementos menores contidos nesses minerais nas fases tardias<br />

<strong>da</strong> diferenciação magmática. Entre os elementos que se tornam incompatíveis<br />

<strong>de</strong>vido à influência do flúor durante o processo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> são<br />

exemplos: U, Th, Zr, Hf, Nb, Ta, Ti, Sn, Mo, W, terras raras. Estes elementos po<strong>de</strong>m<br />

ser enriquecidos até concentrações económicas em pegmatitos. Segundo aquele<br />

autor a acção do F no enriquecimento <strong>da</strong>queles elementos nos estádios tardios não<br />

está totalmente esclareci<strong>da</strong>, sugerindo-se que tais elementos possam ser<br />

transportados através <strong>da</strong> formação <strong>de</strong> <strong>complexo</strong>s <strong>de</strong> flúor numa fase flui<strong>da</strong> aquosa<br />

ou que o F possa <strong>de</strong> alguma maneira alterar os coeficientes <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />

elementos no próprio líquido granítico, quer pela formação <strong>de</strong> <strong>complexo</strong>s quer por<br />

outro mecanismo ain<strong>da</strong> não reconhecido.<br />

V.1.2 - RAZÕES ENTRE ELEMENTOS INDICADORES<br />

A razão entre elementos tem sido um importante critério no estabelecimento <strong>da</strong><br />

especialização metalogénica <strong>de</strong> granitos. Toma-se no entanto necessário<br />

seleccionar pares <strong>de</strong> elementos cujo fraccionamento seja regular no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong><br />

178


diferenciação magmática e não seja afectado por fenómenos <strong>de</strong> alteração<br />

secundária.<br />

Dão-se alguns exemplos <strong>de</strong> razões entre elementos que serviram <strong>de</strong><br />

indicadores <strong>da</strong> especialização e mineralização em Sn-W <strong>de</strong> rochas graníticas:<br />

baixas razões Mg/Li, Zr/Sn, Mg/Ti, K/Rb (BEUS & SITNIN, 1968; TISCHENDORF<br />

et ai., 1972; BEUS & GRIGORIAN, 1975; TISCHENDORF, 1977) e eleva<strong>da</strong>s razões<br />

Rb/Sr, Rb/Ba (NEIVA, 1983; OLIVEIRA, 1984).<br />

ROGER ef ai. (1980) e DERRE et ai. (1987) em estudos sobre processos<br />

geoquímicos <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> minério associados a rochas graníticas, no Maciço<br />

Central francês e no Norte <strong>de</strong> Portugal, sugerem a razão Ti02/Ta como guia <strong>de</strong><br />

mineralizações <strong>de</strong> estanho <strong>da</strong><strong>da</strong> a forte correlação positiva entre Ta e Sn, por um<br />

lado, e a ligação entre os jazigos <strong>de</strong> Sn e os termos mais diferenciados <strong>de</strong><br />

granitói<strong>de</strong>s por outro. Esta razão diminui consi<strong>de</strong>ravelmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os termos<br />

menos evoluídos até granitos evoluídos e mineralizados.<br />

V.1.3 - TIPOLOGIA DAS ROCHAS GRANÍTICAS COMO CONDICIONANTE DA<br />

ESPECIALIZAÇÃO<br />

A tipologia granítica é um importante critério na indicação metalogénica <strong>de</strong><br />

granitos. Jazigos minerais, nomea<strong>da</strong>mente os <strong>de</strong> estanho, encontram-se<br />

tipicamente associados a granitos <strong>de</strong> duas micas peraluminosos, como os que<br />

ocorrem na Europa oci<strong>de</strong>ntal, po<strong>de</strong>ndo também estar ligados, em menor escala, a<br />

séries metaluminosas a peralcalinas sendo exemplo os <strong>da</strong> Nigéria (STRONG,<br />

1988).<br />

Entre as características litológicas e geoquímicas dos granitos que parecem<br />

favorecer a associação genética com mineralizações citam-se algumas <strong>da</strong>s mais<br />

relevantes: elevado Si, baixo Ca, natureza peraluminosa indica<strong>da</strong> pela presença <strong>de</strong><br />

mica (geralmente moscovite) e efeitos <strong>de</strong> alteração tardi a pós-magmática, e.g.,<br />

albitização, moscovitização, turmalinização.<br />

WHITE ef ai. (1977) na Austrália referem uma correlação espacial entre<br />

granitos tipo S e mineralizações <strong>de</strong> Sn e entre granitos tipos I e jazigos <strong>de</strong> W e Mo.<br />

Paralelamente em estudos <strong>de</strong> granitos japoneses TAKAHASHI ef ai. (1980) fazem<br />

associar os granitos <strong>da</strong> série <strong>da</strong> ilmenite a jazigos <strong>de</strong> Sn <strong>de</strong> tipo greisen e granitos<br />

179


<strong>da</strong> série <strong>da</strong> magnetite a jazigos <strong>de</strong> W- Mo e metais básicos assim como pórfiros<br />

cupríferos.<br />

RIBEIRO & PEREIRA (1982) referem frequentes mineralizações <strong>de</strong> Sn ( e<br />

mais raramente <strong>de</strong> W) associa<strong>da</strong>s a granitos palingenéticos sincinemáticos com<br />

moscovite primária, aluminossilicatos, cordierite e grana<strong>da</strong> e mineralizações <strong>de</strong> W<br />

mais abun<strong>da</strong>ntes do que <strong>de</strong> Sn associa<strong>da</strong>s a granitos e granodioritos tardi a póstectónicos,<br />

com esfena, plagioclase zona<strong>da</strong> e homblen<strong>da</strong>. Fenómenos <strong>de</strong><br />

albitizaçáo do feldspato potássico e <strong>da</strong> plagioclase nos granitos mais diferenciados<br />

<strong>da</strong> série sincinemática leva a colocar a questão <strong>da</strong> potencial influência do Na na<br />

especialização estanífera <strong>de</strong>stes granitos. Do mesmo modo, a feldspatização<br />

potássica tardia observa<strong>da</strong> nos granitos tardi a pós-tectónicos portadores <strong>de</strong> W e o<br />

exemplo do filão mineralizado em volframite (e subordina<strong>da</strong>mente em cassiterite e<br />

scheelite) associado a um granito sincinemático foliado na mina <strong>de</strong> Vale <strong>da</strong>s Gatas<br />

localmente microclinizado, levantam a questão do possível papel do exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> K<br />

na especialização tungstífera.<br />

NORONHA (1982, 1983), na área tungstífera <strong>da</strong> Borralha, associa as<br />

mineralizações <strong>de</strong> Sn em filões aplito-pegmatíticos a granitos sintectónicos <strong>de</strong> duas<br />

micas com albitização dominante e as mineralizações <strong>de</strong> W em filões <strong>de</strong> quartzo a<br />

granitos biotíticos pós-tectónicos e a fluidos magmáticos residuais ricos em K. A<br />

relação entre granitos sintectónicos <strong>de</strong> duas micas e mineralizações <strong>de</strong> Sn e W foi<br />

do mesmo modo reconheci<strong>da</strong> por DIAS (1987) na região <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima, estando<br />

a mineralização em Sn directamente associa<strong>da</strong> à evolução primária dos granitos<br />

enquanto que as concentraçãoes em W parecem ter sido favoreci<strong>da</strong>s pela alteração<br />

potássica.<br />

Na sequência <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> prospecção <strong>de</strong> Sn nas áreas do Gerês,<br />

Barroso e Cabreira FERREIRA & NORONHA (1987) concluíram <strong>da</strong> existência <strong>de</strong><br />

dois grupos <strong>de</strong> filões aplito-pegmatíticos, um estéril em Sn espacialmente associado<br />

aos granitos pós-tectónicos <strong>da</strong> serra do Gerês e outro mineralizado em Sn e<br />

espacialmente associado aos granitos sintectónicos <strong>da</strong>s serras do Barroso e <strong>da</strong><br />

Cabreira. Da<strong>da</strong> a afini<strong>da</strong><strong>de</strong> genética e espacial <strong>de</strong> mineralizações em W para com<br />

os granitos pós-tectónicos do Gerês os mesmos autores sugerem dois períodos <strong>de</strong><br />

mineralização distintos na área selecciona<strong>da</strong>: um estanífero precoce e outro<br />

tungstífera mais tardio.<br />

180


STUSSI (1989) salienta a natureza aluminopotássica, juntamente com a<br />

evolução segundo uma tendência sílico-sódica, dos granitói<strong>de</strong>s <strong>de</strong> duas micas e <strong>de</strong><br />

leucogranitos com moscovite e lepidolite, caracterizados por uma composição<br />

altamente aluminosa e frequentemente enriquecidos em elementos litófilos, como<br />

particularmente favorável à especialização geoquímica em Sn. De acordo com o<br />

mesmo autor o enriquecimento em Sn, Li, Cs e Rb confere uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

geoquímica e metalífera específica ao magmatismo aluminopotássico.<br />

V.2 - MECANISMOS DE MOBILIZAÇÃO E DE CONCENTRAÇÃO<br />

Os principais mecanismos <strong>de</strong> mobilização e <strong>de</strong> concentração dos elementos<br />

metálicos com interesse económico e associados a rochas graníticas estão<br />

directamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos seguintes factores:<br />

- evolução primária dos magmas graníticos e papel dos fluidos residuais;<br />

- papel dos fluidos hidrotermais (<strong>de</strong> origem metamórfica ou meteórica);<br />

- controlo estrutural.<br />

A formação dos jazigos <strong>de</strong> Sn-W é ain<strong>da</strong> uma questão muito controversa,<br />

sendo o resultado <strong>de</strong> uma complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> processos concentradores.<br />

A diferenciação magmática tem sido consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um dos mecanismos mais<br />

eficazes para o enriquecimento <strong>de</strong> elementos incompatíveis no líquido magmático<br />

residual que virão posteriormente a concentrar-se em jazigos minerais.<br />

Numa sequência <strong>de</strong> diferenciação granito-aplito-pegmatito- filões <strong>de</strong> quartzo<br />

NEIVA ( 1984) observou um enriquecimento progressivo <strong>de</strong> Sn em micas.<br />

Estimativas <strong>de</strong> log /02 revelaram valores <strong>de</strong>crescentes na mesma sequência,<br />

don<strong>de</strong> a autora conclui que valores <strong>de</strong> log /02 ca<strong>da</strong> vez mais baixo <strong>de</strong>vem<br />

favorecer a concentração <strong>de</strong> Sn nas rochas graníticas.<br />

Para STRONG (1988) a formação <strong>de</strong> jazigos associados a rochas graníticas<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> os elementos se encontrarem dispersos ou concentrados durante a<br />

cristalização ou fusão parcial. Na situação <strong>de</strong> os elementos se fraccionarem<br />

181


preferencialmente no líquido silicatado (caso <strong>da</strong> maioria dos elementos litófilos) será<br />

necessário atingir-se um estádio muito avançado <strong>de</strong> diferenciação para se<br />

produzirem concentrações económicas. Se se verificar dispersão dos elementos<br />

então um estádio <strong>de</strong> lixiviação hidrotermal po<strong>de</strong> ser importante para promover essas<br />

concentrações.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> é particularmente importante na<br />

concentração <strong>de</strong> Sn, Ta e, em menor grau, <strong>de</strong> Rb. Pelo contrário, revelou-se<br />

ineficaz na concentração <strong>de</strong> W, bem como <strong>de</strong> Cs, Li e F.<br />

Para o caso particular <strong>da</strong> mobilização <strong>de</strong> W é com frequência invoca<strong>da</strong> uma<br />

circulação regional <strong>de</strong> fluidos <strong>de</strong> origem metamórfica e/ou meteórica (e.g., DERRE<br />

et ai., 1987; DIAS, 1987), havendo também evidências para uma origem<br />

magmática, pelo menos parcial, dos fluidos responsáveis pela mineralização <strong>de</strong> W<br />

(scheelite e volframite) na região do Domo <strong>de</strong> Covas, V.N.Cerveira (COELHO,<br />

1993).<br />

O líquido magmático residual parece ser o responsável pelos fenómenos <strong>de</strong><br />

greisenização e albitização que afectam as rochas graníticas associa<strong>da</strong>s a<br />

mineralizações.<br />

O enriquecimento nos elementos com interesse económico po<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> ser<br />

realçado se nos estádios tardios <strong>da</strong> cristalização ocorrer a exsolução <strong>de</strong> um fluido<br />

aquoso no qual sejam fraccionados.<br />

Para os elementos cuja concentração seja in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> evolução<br />

magmática toma-se muito importante o papel <strong>de</strong> fluidos hidrotermais na<br />

remobilização e concentração <strong>de</strong>sses elementos.<br />

A ocorrência <strong>de</strong> concentrações económicas é assim o resultado <strong>de</strong> um<br />

conjunto <strong>de</strong> processos magmáticos e/ou hidrotermais aos quais ter-se-á <strong>de</strong><br />

associar um favorável controlo estrutural para servir <strong>de</strong> "armadilha" a essas<br />

concentrações.<br />

O controlo estrutural na formação <strong>de</strong> jazigos associados a granitos<br />

sinorogénicos é <strong>de</strong>terminante a vários níveis:<br />

- no condicionamento tectónico <strong>da</strong> intrusão dos corpos graníticos em cujas<br />

zonas apicais se ten<strong>de</strong>m a concentrar os fluidos magmáticos mineralizantes;<br />

182


- na circulação dos fluidos, a qual se efectua preferencialmente ao longo <strong>de</strong><br />

fracturas e zonas <strong>de</strong> cisalhamento;<br />

- no estabelecimento dos campos <strong>de</strong> tensões que por sua vez vão <strong>de</strong>terminar<br />

a orientação do campo filoniano.<br />

RIBEIRO & PEREIRA (1982) apresentam exemplos <strong>de</strong> jazigos portugueses <strong>de</strong><br />

Sn-W espacialmente relacionados com granitói<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>senvolvendo mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

evolução dos campos <strong>de</strong> tensões que condicionam a instalação dos maciços e dos<br />

respectivos campos filonianos on<strong>de</strong> se concentra a mineralização e tendo em<br />

atenção a relação com a actuação <strong>da</strong>s fases <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação <strong>da</strong> orogenia hercínica.<br />

V.3 - FONTE DOS ELEMENTOS<br />

Uma questão importante que se coloca durante o estudo <strong>da</strong> relação entre<br />

rochas graníticas e mineralizações espacialmente associa<strong>da</strong>s é tentar averiguar até<br />

que ponto estes granitos contribuem como fonte dos elementos com interesse<br />

económico.<br />

Os exemplos citados <strong>de</strong> uma concentração ca<strong>da</strong> vez maior <strong>de</strong> Sn no <strong>de</strong>curso<br />

<strong>da</strong> evolução magmática são comprovativos <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s rochas graníticas<br />

como fonte <strong>de</strong>sse elemento. As rochas graníticas po<strong>de</strong>m contribuir igualmente para<br />

a concentração <strong>de</strong> W , através <strong>da</strong> sua alteração por fluidos magmáticos residuais ou<br />

pós-magmáticos. NORONHA (1982, 1983, 1988) sugere que granitos<br />

essencialmente biotíticos afectados por microclinização estejam relacionados com<br />

as concentrações em W. Por outro lado DIAS (1987) <strong>de</strong>screve um <strong>de</strong>créscimo em<br />

W em granitos <strong>de</strong> duas micas evi<strong>de</strong>nciando alteração potássica e admite que fluidos<br />

pós-magmáticos <strong>de</strong> origem metamórfica e/ou meteórica mobilizem fortemente o W.<br />

PICHAVANT et ai. (1988) sugere que o enriquecimento em elementos litófilos<br />

<strong>da</strong>s rochas mineraliza<strong>da</strong>s e especializa<strong>da</strong>s possa ter sido her<strong>da</strong>do <strong>de</strong> um protólito<br />

especializado.<br />

Para STUSSI (1989) a especialização em elementos litófilos (Sn, Li, Cs, Rb)<br />

do magmatismo aluminopotássico está implica<strong>da</strong> pela sua origem na crusta superior<br />

183


a partir <strong>de</strong> rochas possivelmente já enriqueci<strong>da</strong>s nesses elementos e cujo<br />

enriquecimento é enaltecido por diversos processos petrogenéticos, constituindo um<br />

potencial <strong>de</strong> metais que será removido por sistemas hidrotermais.<br />

Alguns autores propõem para a concentração <strong>de</strong> W soluções hidrotermais<br />

enriqueci<strong>da</strong>s por lixiviação <strong>de</strong> pré-concentrações no encaixante metassedimentar<br />

e/ou vulcânico dos granitos (e.g., ROGER et al., 1980; RIBEIRO & PEREIRA,<br />

1982).<br />

Conclui-se assim que há argumentos que permitem admitir que os jazigos<br />

relacionados com rochas graníticas possuem uma fonte magmática e que fluidos<br />

não magmáticos po<strong>de</strong>m intervir na mobilização e <strong>de</strong>posição contribuindo para o<br />

aumento <strong>da</strong>s concentrações económicas.<br />

V. 4 - A ESPECIALIZAÇÃO METALOGÉNICA DOS GRANITOS DO COMPLEXO<br />

DE CABECEIRAS DE BASTO<br />

No quadro V.1 estão representados os teores extremos <strong>de</strong> Sn, Li, W, F e Au e<br />

alguns parâmetros testando a especialização metalogénica <strong>de</strong> amostras menos e<br />

mais altera<strong>da</strong>s dos granitos em estudo. Os teores <strong>de</strong>stes elementos em to<strong>da</strong>s as<br />

amostras analisa<strong>da</strong>s encontram-se no anexo XII.<br />

A selecção dos elementos tratados para o estudo metalogénico foi, em parte,<br />

condiciona<strong>da</strong> pela ocorrência <strong>de</strong> mineralizações <strong>de</strong> Sn (cassiterite) e Li<br />

(espodumena, ambligonite, lepidolite) em filões aplito-pegmatíticos bem como <strong>de</strong> W<br />

(mais raras em filões <strong>de</strong> quartzo com volframite e scheelite) espacialmente<br />

relacionados com o <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto.<br />

Verifica-se que todos os granitos em estudo pertencem à categoria <strong>de</strong> granitos<br />

"especializados" quando se comparam os valores obtidos com os parâmetros<br />

sugeridos por diversos autores para granitos especializados e associados a<br />

mineralizações (quadroV.2).<br />

184


Quadro V.1 ­ Gama <strong>de</strong> variação dos teores em Sn, Li, W, (ppm), F (%) e Au (ppb), assim como<br />

<strong>de</strong> parâmetros indicadores <strong>de</strong> especialização, <strong>de</strong> amostras sãs, albitiza<strong>da</strong>s (alb.) e<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grossseiro.<br />

01 >«• 0'tslb. 0'f moio. Q'm *a* 0'm a!b. Q'm mow. O'Q •&• Q'g «lb. Q'g mow.<br />

Sn a ­33 21 ­61 10­88 19­40 17­48 29 ­47 17­88 27 ■ 44 13 ­ 16<br />

U 74­ 402 226­322 94 ­ 220 32 ­346 117­287 130­ 396 113­433 112 ­ 442 121 ­ 196<br />

w 2 ­ 4 4 ­ 10 1 ­ 4 3­0 3 ­ 4 3­0 2 ­ 18 4 ­ 14 3 ­4<br />

F 0,00 • 0,20 0,17 ­0,30 0,00 ­ 0.20 0,09 ­ 0,20 0,13 ­0,17 0.11 ­0.14 0,11 ­0,30 0.20­0.29 0,09 ­0.17<br />

Au < 2 • 4 < 2 < 2­9 < 2 ­ 18 6­7 6­ 17 < 2 ­ 18 7<br />

K/Rb 00­116 87 ­93 98­126 88­ 137 04­117 78­118 64­136 69­87 90­113<br />

Mo/Tl 0,6 ­ 2,3 1.0­8,6 0.7 ­ 2,6 0,9­1,9 1.4 • 3,7 0,4 ­ 2,1 0.8­ 1.9 1,0­ 2,6 0,7­1,6<br />

Quadro V.2 ­ Exemplos <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> especialização metalogénica <strong>de</strong> granitói<strong>de</strong>s<br />

sugeridos na literatura<br />

K/Rb Mg/Ti Li<br />

(ppm)<br />

Granito* normais > 100 (máx. 300) 40<br />

Granito* otpecialuado*


V.4.1 - COMPORTAMENTO DOS ELEMENTOS Li, Sn, W COM A<br />

PRIMÁRIA<br />

Neste parágrafo expõe-se o comportamento no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> evolução<br />

magmática <strong>de</strong> elementos com interesse económico, nomea<strong>da</strong>mente Li, Sn e W , e<br />

cujas concentrações nos granitos <strong>de</strong> duas micas em estudo permitem consi<strong>de</strong>rá-los<br />

como rochas especializa<strong>da</strong>s. Na figura V.1 a) -c) relaciona-se o comportamento<br />

<strong>de</strong>stes elementos com o parâmetro B = Fe+Mg+Ti, que representa o teor em<br />

minerais ferromagnesianos (em termos do número <strong>de</strong> milicatiões dos elementos por<br />

100 gramas <strong>de</strong> rocha) cuja diminuição dá uma indicação <strong>da</strong> evolução magmática.<br />

Lembra-se que estes granitos atingiram um elevado grau <strong>de</strong> evolução<br />

magmática, com tendência para uma convergência geoquímica, por sua vez<br />

acentua<strong>da</strong> pela acção dos fenómenos <strong>de</strong> alteração tardi a pós-magmáticos, razão<br />

pela qual a variação dos elementos no presente estudo diz respeito já a domínios<br />

relativamente tardios <strong>da</strong> evolução <strong>de</strong>stes granitos.<br />

Lítio<br />

O Li apresenta dois comportamentos distintos no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> evolução<br />

magmática. Nos grupos G'm e G'g assiste-se a um aumento dos teores à medi<strong>da</strong><br />

que o parâmetro B diminui, reflectindo o papel concentrador <strong>da</strong> diferenciação<br />

magmática em relação ao Li. Contudo, verifica-se uma clara diminuição dos teores<br />

em Li com a evolução em amostras <strong>da</strong> fácies <strong>de</strong> grão fino (figura V.1 - a). Como já<br />

referido anteriormente no capítulo <strong>da</strong> mineralogia {vi<strong>de</strong> III.2.1.4.1), os teores em Li<br />

são superiores na biotite do grupo <strong>de</strong> grão fino relativamente aos outros dois<br />

grupos, sugerindo que este mineral seja o seu principal portador. Esta observação<br />

está <strong>de</strong> acordo com o comportamento do Li durante a evolução magmática a qual se<br />

caracteriza por uma diminuição <strong>de</strong> biotite que é o principal mineral ferromagnesiano<br />

presente nos granitos estu<strong>da</strong>dos.<br />

Estanho<br />

Verifica-se um aumento <strong>de</strong> Sn com a evolução magmática, mais facilmente<br />

observável nas amostras <strong>de</strong> grão fino e grosseiro (figura V.1 - b). O teor médio mais<br />

elevado foi encontrado nos granitos <strong>de</strong> grão grosseiro (39 ppm) sendo os valores<br />

médios para G'f e G'm respectivamente 25 e 29 ppm. Tendo em consi<strong>de</strong>ração que<br />

os granitos em estudo pertencem à série aluminopotássica evoluindo segundo uma<br />

186


■<br />

■<br />

■<br />

■<br />

■<br />

■<br />

■<br />

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187


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■<br />

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DO 0,10 0,20 0,30 0,40<br />

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DO 0,10 0,20 0,30 0,40<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

" 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40<br />

0,00 0,10 0,20 0,30 0,40<br />

30 0,10 0,20 0,30 0,40<br />

D d o o c 5 d<br />

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F(%)<br />

F(%)<br />

F(%)<br />

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03<br />

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2<br />

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03<br />

O)<br />

CD<br />

T3<br />

o<br />

c<br />

C0<br />

O) ^<br />

A. b<br />

188


tendência sílico-sódica e que o Sn é um elemento litófilo, a concentração <strong>de</strong> Sn nos<br />

estádios finais <strong>da</strong> diferenciação magmática está <strong>de</strong> acordo com as observações<br />

<strong>de</strong>scritas por diversos autores, nomea<strong>da</strong>mente DERRE et ai. (1987); DIAS (1987);<br />

STUSSI(1989).<br />

Tungsténio<br />

O comportamento do W com a evolução magmática dos granitos em estudo<br />

não é muito significativo, observando-se uma pequena variação dos teores nos três<br />

grupos: apenas entre 2 e 4 ppm na fácies G'f, entre 3 e 8 ppm em G'm e entre 2 e<br />

16 ppm em G'g.To<strong>da</strong>via, é possível <strong>de</strong>linear uma leve tendência para um aumento<br />

no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> diferenciação magmática para os grupos G'm e G'g (figura V.1 - c).<br />

Tal como para o caso do Sn foi na fácies <strong>de</strong> grão grosseiro que se observaram os<br />

teores médios mais elevados <strong>de</strong> W (7 ppm) comparativamente a G'f (3 ppm) e a G'm<br />

(5 ppm).<br />

Testaram-se correlações entre estes elementos e a percentagem em F nos<br />

granitos estu<strong>da</strong>dos (figura V.2 a-c). A melhor correlação é observa<strong>da</strong> entre o Li e F,<br />

positiva nos três grupos <strong>de</strong> granitos e <strong>de</strong> melhor coeficiente no grupo G'f. O Sn e W<br />

apresentam um comportamento irregular com o F. Por outro lado observa-se uma<br />

correlação positiva entre Sn e W nas três fácies em estudo (figura V. 3).<br />

189


20<br />

W 10<br />

20<br />

W 10<br />

n<br />

20<br />

G'f<br />

• ••• •<br />

0 10 20 30 40<br />

A<br />

Sn<br />

G'm<br />

A<br />

A A<br />

A *<br />

0 10 20 30 40<br />

Sn<br />

G'fl<br />

■<br />

50 60 70<br />

50 60 70<br />

W 10<br />

■<br />

■<br />

0<br />

( ) 10<br />

■<br />

20 30<br />

■ ■<br />

40 50 60 70<br />

Sn<br />

Figura. V.3 ­ Comportamento do W (ppm) com a variação <strong>de</strong> Sn (ppm) nos três grupos <strong>de</strong><br />

granitos em estudo.<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grossseiro.<br />

V.4.2 ­ COMPORTAMENTO DOS ELEMENTOS Li, Sn, W FACE AOS<br />

FENÓMENOS DE ALTERAÇÃO<br />

Proce<strong>de</strong>u­se a um estudo do comportamento dos elementos Li, Sn e W<br />

relativamente ao parâmetro B=Fe+Mg+Ti nas amostras mais afecta<strong>da</strong>s quer por<br />

albitização quer por moscovitização (figura V.4). Comparando com a evolução<br />

magmática acima <strong>de</strong>scrita verifica­se que as tendências inicialmente <strong>de</strong>linea<strong>da</strong>s são<br />

<strong>de</strong> uma forma generaliza<strong>da</strong> sublinha<strong>da</strong>s pela actuação dos fenómenos <strong>de</strong> alteração.<br />

Nos diagramas em que se confronta o comportamento do Li, Sn e W com o F<br />

nas amostras albitiza<strong>da</strong>s e moscovitiza<strong>da</strong>s (figura V.5 a­c ) verifica­se que a<br />

albitização induz uma tendência para um enriquecimento mais regular em Sn nos<br />

três grupos. O comportamento do Sn nas amostras albitiza<strong>da</strong>s encontra­se bem<br />

190


500<br />

400<br />

300 °<br />

U 0 A<br />

200 ° □ □<br />

100 A A A<br />

D<br />

a<br />

0 10 20 ■ 30 40 50 10 20 30 40 50<br />

60<br />

Sn 40<br />

Sn 40<br />

20<br />

0<br />

0<br />

0 20 30 40 50<br />

20<br />

B<br />

Û D °<br />

0 A°<br />

n<br />

o<br />

a<br />

500<br />

400<br />

u 300 A A<br />

200<br />

A<br />

100 ■<br />

60<br />

Sn 40<br />

Sn 40<br />

A<br />

0<br />

A<br />

B<br />

0 a<br />

A A A<br />

20<br />

0<br />

■ 9 °<br />

D<br />

0 20 30 40 50<br />

. B B<br />

W 10<br />

O<br />

a<br />

A A ° A □<br />

0<br />

1 0 20 30 40 50<br />

B<br />

20<br />

W 10<br />

A û A<br />

A<br />

S 9 0<br />

■<br />

0<br />

1 0 20 30 40 50<br />

Figura. V.4 ­ Variação <strong>de</strong> Li (a), Sn (b) e W (c) (ppm) com o parâmetro B=Fe+Mg+T <strong>de</strong> amostras<br />

altera<strong>da</strong>s dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grossseiro; alb­<br />

albitização; mp­moscovitização predominantemente <strong>da</strong> plagioclase; mb­moscovitização <strong>da</strong> biotite e<br />

<strong>da</strong> plagioclase.<br />

ilustrado para os grupos G'm e G'g, observando­se um enriquecimento<br />

relativamente rápido do Sn acompanhando o aumento do F. Por seu lado, a<br />

moscovitizacão parece induzir uma maior dispersão quer do Li quer do Sn nos três<br />

grupos graníticos, mas um ligeiro aumento do W nas amostras afecta<strong>da</strong>s pela<br />

moscovitizacão <strong>da</strong> plagioclase.<br />

Com os <strong>da</strong>dos disponíveis até ao momento sobre a caracterização<br />

geoquímica dos granitos em estudo quanto aos teores em Li, Sn e W é possível<br />

extrair as seguintes conclusões:<br />

B<br />

n<br />

191


soo<br />

400<br />

£ 300<br />

a<br />

­ 200<br />

100<br />

80<br />

I<br />

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w 20<br />

20<br />

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o<br />

0<br />

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0 ,00 0,10 0,20<br />

a<br />

F(%)<br />

A ^<br />

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D<br />

F(%)<br />

0<br />

A £ D<br />

o,c K> 0,10 0,20<br />

F(%)<br />

a<br />

□<br />

m<br />

0,30 0,40<br />

0<br />

D<br />

0,30 0,40<br />

D<br />

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0,30 0,40<br />

I<br />

a<br />

3<br />

1<br />

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30C<br />

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10C<br />

80<br />

a<br />

a<br />

40<br />

c<br />

IA 20<br />

ft A<br />

C<br />

C >,00 0,10 0,20<br />

A<br />

D °<br />

F(%l<br />

0<br />

0, 30 0,10 0,20<br />

20<br />

A<br />

o *<br />

C^5 □<br />

o<br />

F(%)<br />

I<br />

a<br />

a<br />

5<br />

10<br />

A<br />

A<br />

0<br />

% A °<br />

0,( )0 0,10 0,20<br />

F(%)<br />

O Q'f alb<br />

O Q"l mp<br />

• Q'f mb<br />

0,30 0,40 Û G'm mp<br />

0,30 0,40<br />

0,30 0,40<br />

A G'm mb<br />

D G*Q alb<br />

□ G'B mp<br />

■ G'g mb<br />

Figura. V.5 ­ Variação dos elementos Li (a), Sn (b) e W (c) (ppm) com os teores em F (%) <strong>de</strong><br />

amostras altera<strong>da</strong>s dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grossseiro; alb­albitização;<br />

mp­moscovitização predominantemente <strong>da</strong> plagioclase; mb­moscovitização <strong>da</strong> biotite e <strong>da</strong><br />

plagioclase.<br />

­ os granitos peraluminosos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto são especializados em Li, Sn, e, em menor escala, em W;<br />

­ a diferenciação magmática por cristalização fracciona<strong>da</strong> parece ser um<br />

processo concentrador para os três elementos, os quais experimentam um aumento<br />

com a evolução magmática, à excepção do Li presente nos granitos do grupo <strong>de</strong><br />

grão fino cuja concentração está directamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> biotite,<br />

diminuindo no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong>ssa evolução;<br />

­ a correlação positiva entre o F relativamente a Li, Sn e W permite sugerir que<br />

o F seja o veículo <strong>de</strong>stes elementos nos granitos, sendo o transporte provavelmente<br />

mais facilitado para o caso do Sn em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> melhor correlação observa<strong>da</strong>;<br />

­ os fenómenos <strong>de</strong> alteração tardi­magmáticos vieram acentuar a evolução já<br />

inicia<strong>da</strong> pela diferenciação magmática, sendo a albitização um processo associado<br />

ao <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> Sn, mais evi<strong>de</strong>nte nos grupos <strong>de</strong> grão médio e grosseiro, e<br />

em menor escala para a concentração <strong>de</strong> Li no grupo <strong>de</strong> grão grosseiro;<br />

­ o ligeiro aumento <strong>de</strong> W nas fácies em que se observa moscovitização <strong>da</strong><br />

plagioclase ten<strong>de</strong> a confirmar o papel concentrador para o W dos fluidos<br />

192


enriquecidos em K, tal como sugerido por NORONHA (1982, 1983, 1988) e<br />

RIBEIRO e PEREIRA (1982).<br />

O estudo metalogénico dos presentes granitos carece ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> um programa<br />

analítico mais pormenorizado, com priori<strong>da</strong><strong>de</strong> para a avaliação dos teores em<br />

elementos vestigiais em fases minerais separa<strong>da</strong>s, particularmente nas micas.<br />

Prevê-se a realização <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong> inclusões flui<strong>da</strong>s cujo interesse é<br />

fun<strong>da</strong>mental para a caracterização dos fluidos em termos <strong>da</strong> sua composição e <strong>da</strong>s<br />

condições termodinâmicas <strong>de</strong> aprisionamento, <strong>de</strong>vido à associação <strong>de</strong>stes granitos<br />

com as mineralizações acima <strong>de</strong>scritas e ao papel <strong>de</strong>sempenhado pelos fluidos,<br />

quer magmáticos residuais quer <strong>de</strong> origem metamórfica ou meteórica, na<br />

mobilização e concentração <strong>de</strong> elementos com interesse económico.<br />

V.4.3 - REFERÊNCIA AOS TEORES EM Au NOS GRANITOS DE DUAS MICAS DO<br />

COMPLEXO DE CABECEIRAS DE BASTO<br />

A associação espacial e genética entre rochas graníticas e mineralizações <strong>de</strong><br />

ouro no norte <strong>de</strong> Portugal tem sido reconheci<strong>da</strong> por diversos autores, <strong>de</strong> que se<br />

citam alguns dos trabalhos mais recentes: MAUREL-PALACIN et ai. (1987) e<br />

ALMEIDA & NORONHA (1988) sugerem a associação <strong>de</strong> mineralizações em ouro<br />

na região <strong>de</strong> Pedra-Luz e Freixe<strong>da</strong> com granitos <strong>de</strong> duas micas tardi- a pós-<br />

tectónicos; as mineralizações <strong>de</strong> Au-Sb têm sido relaciona<strong>da</strong>s com granitos<br />

biotíticos tardi-tectónicos, admitindo-se no entanto a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

remobilização a partir <strong>de</strong> metassedimentos (COUTO, 1993) ; NEIVA et ai. (1990)<br />

sugerem que a alteração hidrotermal <strong>de</strong> um granito peraluminoso <strong>de</strong> duas micas<br />

porfiroi<strong>de</strong> <strong>de</strong> grão médio a grosseiro na região <strong>de</strong> Jales esteja relaciona<strong>da</strong> com a<br />

petrogénese do filão <strong>de</strong> quartzo mineralizado <strong>de</strong> Campo; NEIVA & NEIVA (1990) e<br />

NEIVA (1992) propõem uma associação genética entre as mineralizações <strong>de</strong> Au <strong>da</strong><br />

área <strong>de</strong> Jales com fluidos hidrotermais resultantes <strong>da</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

granitos <strong>de</strong> duas micas; NORONHA & RAMOS (1993) apresentam uma extensiva<br />

compilação <strong>da</strong>s diversas ocorrências <strong>de</strong> ouro no norte <strong>de</strong> Portugal e consi<strong>de</strong>ram<br />

que gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong>s mineralizações <strong>de</strong> Au são tardias relativamente aos granitos<br />

tarditectónicos resultando contudo <strong>de</strong> processos longos.<br />

193


No presente estudo não se preten<strong>de</strong> averiguar as potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

metalogénicas dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto relativamente ao<br />

Au uma vez que não se conhecem mineralizações em Au na região estu<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

Contudo, os teores em Au <strong>de</strong>terminados em diferentes amostras correspon<strong>de</strong>ntes a<br />

granitos dos três grupos exibindo diferentes graus <strong>de</strong> alteração e que variam <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

valores inferiores a 2 ppb até 17 ppb (quadro V.3) merecem uma breve referência .<br />

É interessante verificar que os teores mais elevados se encontram nos<br />

granitos <strong>de</strong> grão médio (


Conclui­se apenas que a presença <strong>de</strong> Au nos granitos <strong>de</strong> duas micas do<br />

<strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto não po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong> com a sua evolução<br />

primária, sendo as relações com os fenómenos <strong>de</strong> alteração igualmente difíceis <strong>de</strong><br />

estabelecer. Estas observações indicam fenómenos mais ou menos <strong>complexo</strong>s e<br />

porventura in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> história evolutiva dos granitos para a génese <strong>de</strong><br />

concentrações auríferas. Sugere­se que uma granulometria média a grosseira nos<br />

granitos <strong>de</strong> duas micas possa promover a sua especialização em Au, o que po<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

algum modo estar relacionado com uma mais fácil circulação <strong>de</strong> fluidos auríferos.<br />

- 15<br />

XI<br />

a 10<br />

3<br />

< 5<br />

20 20<br />

0<br />

3 15<br />

lio<br />

3<br />

< 5<br />

Au (ppb)<br />

• •<br />

c ) 20 40<br />

Au (ppb)<br />

O Ol O Ol<br />

) 20 40<br />

B B<br />

20 20<br />

A<br />

2 1B<br />

a<br />

a io<br />

3<br />

< 6<br />

0<br />

c<br />

A<br />

A<br />

A A<br />

0<br />

c ) 20 40<br />

0<br />

c ) 20 40<br />

B B<br />

20 20<br />

D 01 O Ol<br />

■<br />

< ) 20 40<br />

■<br />

■<br />

3 I 5<br />

3 I 5<br />

a<br />

a io<br />

3<br />

< 5<br />

a<br />

0<br />

< ) 20 40<br />

B B<br />

o<br />

o<br />

■ B<br />

Figura. V.6 ­ Variação dos teores em Au (ppb) com o parâmetro B=Fe+Mg+Ti <strong>de</strong> amostras sãs e<br />

altera<strong>da</strong>s dos granitos em estudo.<br />

G'f­granito <strong>de</strong> grão fino; G'm­granito <strong>de</strong> grão médio; G'g­granito <strong>de</strong> grão grossseiro; alb­albitização;<br />

mp­moscovitização predominantemente <strong>da</strong> plagioclase.<br />

195


CAPITULO VI<br />

GEOQUÍMICA ISOTÓPICA


VU - GEOCRONOLOGIA<br />

Princípios gerais<br />

A compreensão dos processos ígneos e o papel que <strong>de</strong>sempenham na<br />

evolução crustal conheceram um importante <strong>de</strong>senvolvimento graças à utilização<br />

dos sistemas radiogénicos naturais com um longo período <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, como é o caso<br />

do sistema Rb-Sr. A meia-vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>sintegrações, <strong>de</strong> 40 a 100 Ga, torna estes<br />

sistemas particularmente a<strong>de</strong>quados ao estudo dos problemas <strong>de</strong> geocronologia e<br />

petrogénese <strong>de</strong> rochas terrestres numa gama <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Arcaico ao<br />

Paleozóico. Ca<strong>da</strong> sistema isotópico respon<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma diferente às perturbações<br />

induzi<strong>da</strong>s pelos processos geológicos; assim, o seu estudo químico po<strong>de</strong> ser<br />

utilizado para testar os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> evolução em sistemas fechados, fun<strong>da</strong>mentais<br />

para as aplicações geocronológicas.<br />

O princípio <strong>de</strong> <strong>da</strong>tação através <strong>de</strong> isótopos radiogénicos consiste em medir a<br />

concentração <strong>de</strong> um elemento inicial radioactivo e a concentração do elemento<br />

"filho" radiogénico. Para que as interpretações <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> sejam correctas é é<br />

fun<strong>da</strong>mental que tenha havido: (1) homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> isotópica inicial e (2) evolução<br />

em sistema fechado.<br />

A <strong>de</strong>sintegração <strong>de</strong> um isótopo radioactivo segue a seguinte lei:<br />

AN/At = -A.N (1)<br />

em que N é o número <strong>de</strong> átomos do isótopo radioactivo, AN/At é a taxa instantânea<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sintegração e X é a constante <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento característica <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> isótopo<br />

radioactivo.<br />

A integração <strong>da</strong> equação (1) permite escrever:<br />

N=Nj e- w ( 2 )<br />

em que N correspon<strong>de</strong> ao número <strong>de</strong> átomos radioactivos actualmente presentes no<br />

meio estu<strong>da</strong>do; Ni, o número inicial <strong>de</strong> átomos radioactivos presentes no momento<br />

<strong>da</strong> formação <strong>de</strong>ste meio e t é o tempo <strong>de</strong>corrido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a formação do meio.<br />

No momento t um certo número <strong>de</strong> átomos do isótopo inicial são <strong>de</strong>sintegrados<br />

para <strong>da</strong>r os isótopos "filhos" D*:<br />

D*= N, - N<br />

D*=N e w - N<br />

D*=N (e w " 1 )<br />

197


Desta equação resulta:<br />

t=1/Mn(1+D*/N) (3)<br />

De uma maneira geral, a este número D* <strong>de</strong> átomos radiogénicos acrescenta-<br />

se um número D-, <strong>de</strong> átomos do mesmo isótopo incorporado no meio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua<br />

formação. O número total <strong>de</strong> átomos D no meio é igual a:<br />

D=Dj + D*<br />

D=Di + N(e^-1) (4)<br />

A equação (4) permite calcular o valor <strong>de</strong> t:<br />

t=min(1+(D-Dj)/N)<br />

VI.1.1 - MÉTODOS DE DATAÇÃO<br />

VI. 1.1.1 - Método Rb-Sr<br />

Geoquímica do Rb<br />

O rubídio é um metal alcalino cujo raio iónico (1.48A) é muito próximo do do<br />

potássio (1.33A). Por si só não constitui qualquer mineral mas é admitido facilmente<br />

nos minerais <strong>de</strong> potássio (moscovite, biotite, flogopite, lepidolite, feldspatos,<br />

minerais <strong>de</strong> argila, etc.). O Rb possui dois isótopos naturais: 85 Rb (estável) e 87 Rb,<br />

cujas abundâncias são respectivamente 72.1654 % e 27.8346 %, sendo o seu peso<br />

atómico 85.46776 u.m.a. (CATANZARO ef ai. 1969). O isótopo radioactivo 87 Rb<br />

produz por <strong>de</strong>caimento o isótopo radiogénico 87 Sr através <strong>da</strong> seguinte reacção:<br />

87 37Rb


plagioclase, apatite, carbonatos <strong>de</strong> cálcio. Ocorre como elemento maior na<br />

estroncianite (Sr03) e na celestite (SrS04).<br />

O Sr tem quatro isótopos: 88 Sr, 87 Sr, 86 Sr e 84 Sr, respectivamente com as<br />

abundâncias: 82.53%, 7.04%, 9.87% e 0.56% (NIER, 1938). Devido à formação <strong>de</strong><br />

87 Sr radiogénico por <strong>de</strong>caimento natural do 87 Rb as abundâncias isotópicas e as<br />

abundâncias relativas são variáveis. Por este motivo, a composição precisa do Sr<br />

numa rocha ou mineral que contenha rubídio é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> razão<br />

Rb/Sr.<br />

Por razões experimentais, não se me<strong>de</strong>m directamente os números <strong>de</strong> átomos<br />

dos elementos mas as razões relativamente a isótopos não radiogénicos dos<br />

elementos. Na prática, me<strong>de</strong>m-se as razões isotópicas em relação ao isótopo<br />

estável 86 Sr.<br />

Princípio <strong>da</strong>s isócronas<br />

Se o Sr no magma tiver permanecido isotopicamente homogéneo durante o<br />

arrefecimento, to<strong>da</strong>s as rochas forma<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong>sse magma tiveram a mesma<br />

razão inicial 87 Sr / 86 Sr. Po<strong>de</strong>-se ain<strong>da</strong> assumir que o tempo necessário para a<br />

cristalização do magma foi relativamente curto e que to<strong>da</strong>s as rochas produzi<strong>da</strong>s<br />

por este processo têm praticamente a mesma i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os cálculos são efectuados<br />

com base na seguinte equação:<br />

(87Sr / 86Sr)p= ( 8 7Sr / 86 Sr)j + (S7RD / 8 6Sr)p (e^ -1 ) (5)<br />

em que:<br />

t = m In {[( 87 Sr / 88 Sr)p - ( 87 Sr / 86 Sr)j] / ( 87 Rb / 86 Sr) + 1} (6)<br />

(87sr/86sr)p e ( 87 Rb/ 86 Sr)p são razões medi<strong>da</strong>s no momento presente,<br />

( 87 Sr/ 86 Sr)j correspon<strong>de</strong> à constituição isotópica inicial do Sr, X é a constante <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>caimento do 87 Rb e t é a i<strong>da</strong><strong>de</strong>, a qual se po<strong>de</strong> calcular resolvendo a equação.<br />

A equação (5) representa uma recta <strong>da</strong> forma y=b+mx, com a condição <strong>de</strong> t ser<br />

uma constante. Po<strong>de</strong>-se assim calcular a constituição isotópica inicial num conjunto<br />

<strong>de</strong> amostras através do traçado <strong>de</strong> uma recta. Com efeito, se b (constituição<br />

199


isotópica inicial do Sr, ) for comum a to<strong>da</strong>s as amostras analisa<strong>da</strong>s pertencentes a<br />

uma série comagmática essas amostras projectar-se-ão segundo uma recta num<br />

diagrama x,y em que x e y representam respectivamente as razões 87 Rb/ 86 Sr e<br />

87 Sr/ 86 Sr medi<strong>da</strong>s actualmente. O <strong>de</strong>clive "m" <strong>da</strong> recta está correlacionado com a<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> t através <strong>da</strong> equação: m=e M -1. O ponto <strong>de</strong> intercepção <strong>da</strong> recta com o eixo<br />

<strong>da</strong>s or<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s <strong>de</strong>termina a razão 87 Sr/ 86 Sr inicial. A recta assim traça<strong>da</strong> <strong>de</strong>nominase<br />

"isócrona" porque todos os pontos projectados segundo essa recta representam<br />

sistemas com a mesma i<strong>da</strong><strong>de</strong> e igual razão 87 Sr/ 86 Sr inicial.<br />

No sistema Rb-Sr existe contudo uma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em se permanecer em<br />

sistema fechado <strong>de</strong>vido ao facto <strong>de</strong> o 87 Rb ser um elemento alcalino relativamente<br />

móvel e muito sensível à acção dos diferentes processos geológicos (e.g.,<br />

metamorfismo, acção <strong>de</strong> fluidos), assistindo-se quer a uma dispersão dos pontos<br />

analíticos quer à obtenção <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>s anormais. Por este motivo, para estabelecer a<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> real <strong>de</strong> cristalização <strong>de</strong> uma série ígnea, é aconselhável utilizar o sistema Rb-<br />

Sr em associação com outros sitemas radiogénicos (e.g., U-Pb).<br />

Vl.1.2 - O MACIÇO DE CABECEIRAS DE BASTO<br />

VI. 1.2.1 - Técnicas analíticas<br />

Foram selecciona<strong>da</strong>s seis amostras representativas <strong>da</strong>s três uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s do<br />

maciço <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto para a análise isotópica Rb-Sr e três para análise<br />

Sm-Nd. Por dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s laboratoriais esta última análise encontra-se ain<strong>da</strong> em<br />

curso.<br />

Como na maioria <strong>da</strong>s rochas graníticas os elementos <strong>de</strong> terras raras<br />

encontram-se essencialmente contidos em minerais refractários (e.g., zircão,<br />

monazite) utilizou-se um método <strong>de</strong> fusão pelo metaborato <strong>de</strong> lítio para a separação<br />

<strong>de</strong> Sm e Nd em vez <strong>da</strong> dissolução áci<strong>da</strong> clássica (BOHER et ai., 1992). A separação<br />

dos elementos foi efectua<strong>da</strong> com o auxílio <strong>de</strong> resinas catiónicas em meio ácido, HCI<br />

2,5N (MICHARD-VITRAC et ai., 1985). As concentrações e composições isotópicas<br />

<strong>de</strong> Rb, Sr, Sm e Nd foram <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s pelo método <strong>de</strong> diluição isotópica e nos<br />

espectrómetros <strong>de</strong> massa Cameca TSN 206, para o Rb, e Finnigan MAT 262 para<br />

os outros elementos. A razão 87 Sr/ 86 Sr foi normaliza<strong>da</strong> a 86 Sr / 88 Sr =0.1194. O<br />

erro 2o sobre a razão 87 Rb / 86 Sr foi estimado em 1 %.<br />

200


Vl.1.2.2 - Resultados analíticos<br />

Os resultados Rb-Sr obtidos para amostras do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto encontram-se resumidos no quadro VI. 1.<br />

Quadro VI.1 - Dados isotópicos Rb-Sr para os granitos do Complexo <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f<br />

G'm<br />

G'3<br />

Amostra Rb (ppm) Sr (ppm) 87Rb/86Sr 87Sr/86Sr<br />

(2a)<br />

(87Sr/86Sr)i<br />

(2o)<br />

310 Ma<br />

84 393 46,8 24,35 0,818929 0,7115<br />

113 389 44,1 25,58 0,823291 0,7104<br />

79 305 70,4 12,57 0,772838 0,7174<br />

104 453 29,9 43,96 0,908799 0,7149<br />

41 448 16,3 79,58 1,069947 0,7189<br />

65 689 24,6 81,26 1,080161 0,7217<br />

G'f - grão fino; G'm - grão médio; G'g - grão grosseiro.<br />

Observa-se uma dispersão dos <strong>da</strong>dos isotópicos que po<strong>de</strong>rá ser explica<strong>da</strong><br />

pela sobreposição <strong>de</strong> dois factores essenciais:<br />

<strong>de</strong>utérica.<br />

- existência <strong>de</strong> uma heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> isotópica inicial no seio do maciço;<br />

- abertura parcial do sistema isotópico pela acção dos processos <strong>de</strong> alteração<br />

Graças a critérios petrográficos, mineralógicos e geoquímicos foi possível<br />

seleccionar as amostras evi<strong>de</strong>nciando menores efeitos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>utérica.<br />

Po<strong>de</strong>-se assim admitir que o papel <strong>de</strong>sempenhado pelo segundo factor na<br />

dispersão dos valores observados, apesar <strong>de</strong> não totalmente eliminado, foi<br />

bastante reduzido. Por outro lado, o estudo petrográfico e químico do maciço<br />

revelou um carácter compósito marcado pela existência <strong>de</strong> três fácies que, apesar<br />

<strong>de</strong> próximas, não po<strong>de</strong>m ser associa<strong>da</strong>s a uma série cogenética. Com base nestas<br />

consi<strong>de</strong>rações propõe-se uma hipótese segundo a qual o maciço será constituído<br />

por três pulsações sub-síncronas <strong>de</strong> magmas leucograníticos resultantes <strong>da</strong> fusão<br />

<strong>de</strong> uma crusta continental isotopicamente heterogénea sem homogeneização<br />

global. Uma tal heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> isotópica é frequente em leucogranitos<br />

201


peraluminosos como, por exemplo, os leucogranitos dos Himalaias (Le FORT et ai.,<br />

1978). Em consequência <strong>de</strong>ste factor, os <strong>da</strong>dos Rb-Sr não po<strong>de</strong>m ser utilizados<br />

para <strong>da</strong>tar a colocação do maciço. No entanto, <strong>de</strong>vido ao carácter sintectónico dos<br />

granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Bastos, contemporâneos <strong>da</strong> fase F3 à qual<br />

foi atribuí<strong>da</strong> uma i<strong>da</strong><strong>de</strong> intravestefaliana ligeiramente anterior ao Vestefaliano D,<br />

(NORONHA et ai., 1981), e consi<strong>de</strong>rando que o Vestefaliano se situa entre 316 e<br />

305 Ma (HARLAND era/., 1989), sugere-se para estes granitos a i<strong>da</strong><strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> 310 Ma. Com base nesta i<strong>da</strong><strong>de</strong> calcularam-se as razões ( 87 Sr / 86 Sr)j dos três<br />

granitos do maciço, tendo-se obtido valores significativamente diferentes para ca<strong>da</strong><br />

um: 0.7104-0.7115 para G'f, 0.7149-0.7174 para G'm e 0.7189-0.7217 para G'g.<br />

Estes <strong>da</strong>dos confirmam a existência <strong>de</strong> três magmas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes gerados numa<br />

crusta continental isotopicamente heterogénea. Os magmas po<strong>de</strong>rão representar<br />

misturas em grau variável <strong>de</strong> produtos anatécticos resultantes <strong>de</strong> diversas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

crustais.<br />

Os valores elevados <strong>da</strong>s razões isotópicas iniciais dos granitos estu<strong>da</strong>dos<br />

estão <strong>de</strong> acordo com o seu carácter fortemente peraluminoso e sugerem uma<br />

origem por fusão parcial <strong>da</strong> crusta continental superior com uma componente que<br />

po<strong>de</strong>rá ser metaígnea, já recicla<strong>da</strong>, ou metassedimentar. Valores semelhantes, e<br />

mesmo superiores, têm sido encontrados para outros maciços graníticos<br />

peraluminosos <strong>de</strong> duas micas sin a tarditectónicos portugueses, e.g., 0.7214 para o<br />

granito <strong>de</strong> Arga e 0.7153 para o granito <strong>de</strong> St. Ovídio (DIAS, 1987); 0.7093 para o<br />

granito <strong>de</strong> Gonça (DIAS ef ai., 1992); 0.7099 e 0.7220 para dois granitos do Gerês,<br />

respectivamente G1 e G3 (NEIVA, 1993).<br />

202


í.<br />

CAPÍTULO VII<br />

INTERPRETAÇÃO PETROGENÉTICA


VIM - PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE MAGMAS GRANÍTICOS E<br />

EVOLUÇÃO CRUSTAL<br />

As rochas graníticas po<strong>de</strong>m-se consi<strong>de</strong>rar como estádios finais <strong>de</strong> diversos<br />

processos petrogenéticos envolvendo diferentes rochas como fonte. Ca<strong>da</strong> rocha<br />

granítica possui uma assinatura geoquímica, em termos <strong>de</strong> elementos maiores,<br />

menores e <strong>de</strong> terras raras, revelando o seu enquadramento geológico, estando as<br />

gran<strong>de</strong>s séries graníticas distribuí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com os diferentes ambientes<br />

tectónicos que as caracterizam (e.g. BROWN et al., 1984; PEARCE et al., 1984;<br />

HARRIS étal., 1986; PITCHER, 1987; LAMEYRE, 1988).<br />

A petrogénese <strong>de</strong> rochas graníticas tem sido abor<strong>da</strong><strong>da</strong> segundo diversas<br />

vertentes que tentam conduzir ao estabelecimento dos processos químicos e físicos<br />

responsáveis pela evolução <strong>de</strong>ssas rochas, sendo o objectivo último a<br />

generalização <strong>da</strong>s observações para a compreensão <strong>da</strong> diferenciação que ocorre<br />

na crusta continental.<br />

As diferentes abor<strong>da</strong>gens vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a procura <strong>da</strong> natureza <strong>da</strong> fonte e dos<br />

mecanismos <strong>de</strong> geração, ascensão e instalação <strong>de</strong> magmas graníticos, passando<br />

pela precisão <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> pressão e temperatura <strong>de</strong> cristalização (através do<br />

equilíbrio entre fases minerais primárias coexistentes) assim como a averiguação<br />

do(s) processo(s) <strong>de</strong> diferenciação magmática através <strong>da</strong> mo<strong>de</strong>lização basea<strong>da</strong> nos<br />

teores <strong>de</strong> elementos, quer maiores, quer vestigiais e elementos <strong>de</strong> terras raras,<br />

culminando no estabelecimento <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo petrogenético para o qual igualmente<br />

contribuem trabalhos <strong>da</strong> petrologia experimental e <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> geoquímica isotópica.<br />

Vll.1.1 - MODELOS TEÓRICOS E EXPERIMENTAIS PARA A FORMAÇÃO DE<br />

MAGMAS GRANÍTICOS<br />

Um dos mo<strong>de</strong>los mais divulgados para a génese <strong>de</strong> granitos foi proposto por<br />

WHITE & CHAPPELL (1977) a partir do estudo <strong>de</strong> granitói<strong>de</strong>s do cinturão <strong>de</strong><br />

Lachlan, SE <strong>da</strong> Austrália. De acordo com este mo<strong>de</strong>lo, <strong>de</strong>signado por "restite<br />

unmixing mo<strong>de</strong>l", gran<strong>de</strong> parte dos magmas graníticos compreen<strong>de</strong> dois<br />

componentes, um líquido correspon<strong>de</strong>nte a um "melt" granítico mais silicioso, e um<br />

sólido menos silicioso representando o resíduo do material original, sendo ambos<br />

produtos <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> ultrametamorfismo. Os dois componentes separam-se<br />

204


em diferentes proporções produzindo as variações químicas observa<strong>da</strong>s nas rochas<br />

plutónicas, traduzi<strong>da</strong>s por tendências lineares nos diagramas <strong>de</strong> variação tipo<br />

Harker, o que constitui a base principal <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo. Contudo, verifica-se que em<br />

muitas séries graníticas a variação <strong>da</strong> concentração dos elementos com Si02 não é<br />

linear, suscitando limitações à aplicação do mo<strong>de</strong>lo. Apesar do reconhecimento <strong>da</strong><br />

importância <strong>de</strong> restites na génese <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s rochas graníticas o mo<strong>de</strong>lo tem<br />

sido criticado por diversos autores (e.g., WALL et ai., 1987) que sugerem outros<br />

mecanismos para explicar a variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> química.<br />

A variabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> composição dos granitói<strong>de</strong>s tem sido atribuí<strong>da</strong> à fusão <strong>de</strong><br />

diferentes níveis <strong>de</strong> crusta heterogénea ( MICHARD-VITRAC et ai., 1980) cuja<br />

composição po<strong>de</strong> ser constituí<strong>da</strong> pela mistura <strong>de</strong> componentes crustais <strong>de</strong><br />

diferentes i<strong>da</strong><strong>de</strong>s ( PEUCAT et ai., 1988) ou pela mistura <strong>de</strong> componentes <strong>de</strong><br />

diferente natureza, crustal e mantélica ( McCULLOCH & WASSERBURG, 1978;<br />

LEAKE, 1990; DIAS & LETERRIER, 1994) ou a diferentes graus <strong>de</strong> fusão crustal<br />

( STRONG & HANMER, 1981; WICKHAM, 1987; SEVIGNY et ai., 1989; HOLTZ &<br />

BARBEY, 1991).<br />

A composição do protólito é <strong>de</strong>terminante na composição e volume do "melt"<br />

granítico. Para o caso dos granitos peraluminosos e <strong>de</strong> duas micas propostas<br />

fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>s em mo<strong>de</strong>lizações teóricas e trabalhos experimentais indicam para<br />

origem mais provável dos respectivos líquidos a fusão <strong>de</strong> rochas metapelíticas<br />

( e.g., HUANG & WYLLIE, 1981; STRONG & HANMER, 1981; CLEMENS &<br />

VIELZEUF, 1987; PICHAVANT & MONTEL, 1988; SEVIGNY et al., 1989) e/ou<br />

metaígneas (e.g., MILLER, 1985; ORTEGA & IBARGUCHI, 1990; TURPIN et al.,<br />

1990; HOLTZ & BARBEY, 1991). No caso <strong>de</strong> granitos cuja fonte tem um<br />

componente <strong>de</strong> natureza ígnea é chama<strong>da</strong> a atenção para a problemática <strong>da</strong><br />

classificação <strong>de</strong> granitos tipo I e tipo S <strong>de</strong> aplicação ambígua uma vez que granitos<br />

peraluminosos po<strong>de</strong>m ser produzidos pela fusão <strong>de</strong> material peraluminoso <strong>de</strong><br />

origem ígnea.<br />

Os granitos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> paleozóica superior <strong>da</strong> Península Ibérica têm sido<br />

interpretados como resultado <strong>de</strong> fontes predominantemente crustais por um<br />

processo consistindo em repetidos episódios <strong>de</strong> fusão parcial por sua vez resultante<br />

do progressivo espessamento <strong>de</strong> crusta radiogénica. O espessamento crustal,<br />

combinado com o calor <strong>de</strong>senvolvido em zonas <strong>de</strong> cisalhamento e com uma maior<br />

circulação <strong>de</strong> voláteis, provoca o avanço <strong>da</strong> fusão crustal sem que haja<br />

205


envolvimento <strong>de</strong> material do manto. PITCHER (1987) sugere uma representação<br />

esquemática combinando a fonte e o contexto geológico para diferentes tipos <strong>de</strong><br />

granitos entre os quais <strong>de</strong>fine o "Hercinotipo" <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>stacam as seguintes<br />

características: contexto tectónico <strong>de</strong> colisão continental oblíqua, metamorfismo <strong>de</strong><br />

baixa pressão, migmatitos retrabalhados como granitos tipo S, batólitos<br />

concor<strong>da</strong>ntes, fusão parcial <strong>de</strong> material crustal reciclado por anatexia, magmas<br />

relativamente temperados e húmidos consoli<strong>da</strong>dos em profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciando<br />

recristalização metamórfica, e espessamento tectónico <strong>de</strong> crusta radiogénica.<br />

Vll.1.2 - IMPORTÂNCIA DOS ELEMENTOS VESTIGIAIS NA PETROGÉNESE DE<br />

ROCHAS GRANÍTICAS<br />

O avanço <strong>da</strong> geoquímica <strong>de</strong> elementos menores, e <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> terras<br />

raras tem contribuído eficazmente para o estabelecimento dos processos <strong>de</strong><br />

formação dos magmas graníticos (HANSON, 1978; SEVIGNY et ai., 1989; ORTEGA<br />

e IBARGUCHI, 1990) e para o melhor conhecimento <strong>da</strong> evolução crustal e <strong>da</strong><br />

natureza dos protólitos dos granitói<strong>de</strong>s, sendo <strong>de</strong> realçar a importância do papel<br />

dos isótopos, em particular dos sistemas Rb-Sr e Sm-Nd ( DePAOLO, 1981a;<br />

McCULLOCH & CHAPPELL, 1982; DEMPSEY et ai., 1990) combinados com o<br />

sistema U-Pb (MICHARD-VITRAC et ai., 1980; LIEW & McCULLOCH, 1985;<br />

PEUCATefa/., 1988).<br />

Os elementos menores (<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente Ba, Rb, Sr) e elementos <strong>de</strong> terras<br />

raras têm tido igualmente um papel <strong>de</strong>terminante na mo<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> processos <strong>de</strong><br />

evolução magmática, sendo o mais invocado a cristalização fracciona<strong>da</strong> (e.g.,<br />

MITTLEFEHLDT & MILLER 1983; TINDLE et ai., 1988; ORTEGA & IBARGUCHI,<br />

1990) em <strong>de</strong>terminados casos combina<strong>da</strong> com assimilação <strong>de</strong> rocha encaixante<br />

(ALLEGRE & MINSTER, 1978; TAYLOR, 1980; DePAOLO, 1981b; DIAS &<br />

LETERRIER, 1994).<br />

206


VIU.3 - FONTES DE CALOR<br />

Entre as possíveis fontes <strong>de</strong> calor necessário para a fusão <strong>da</strong> crusta<br />

<strong>de</strong>stacam-se as mais invoca<strong>da</strong>s:<br />

- espessamento crustal;<br />

- aumento do gradiente geotérmico pela eleva<strong>da</strong> radioactivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s rochas <strong>da</strong><br />

crusta superior;<br />

- <strong>de</strong>scompressão adiabática em consequência <strong>de</strong> instabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s gravitacionais;<br />

- calor <strong>de</strong> fricção em zonas <strong>de</strong> falha e <strong>de</strong> cisalhamento;<br />

- abaixamento do ponto <strong>de</strong> fusão <strong>de</strong>vido a um fluxo <strong>de</strong> água através <strong>de</strong> zonas<br />

<strong>de</strong> falha;<br />

- proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> do manto superior.<br />

VIU .4 - MECANISMOS DE SEPARAÇÃO DO LÍQUIDO MAGMÁTICO<br />

Os principais mecanismos sugeridos na literatura para a separação do líquido<br />

magmático a partir <strong>da</strong> rocha fonte, à qual está directamente associa<strong>da</strong> a<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> sólido residual e a ascensão magmática, consistem em<br />

segregação durante <strong>de</strong>formação contínua, diapirismo, ascensão ao longo <strong>de</strong> falhas.<br />

Na base <strong>de</strong>stes mecanismos está essencialmente a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> do "melt" e a<br />

extensão do grau <strong>de</strong> fusão. Exemplos <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> segregação e ascensão<br />

<strong>de</strong> líquidos magmáticos encontram-se sintetizados e.g., em WICKHAM (1987),<br />

WALL era/., (1987), PETFORD et ai., (1994).<br />

VII.2 - O PAPEL E ORIGEM DA ÁGUA NA EVOLUÇÃO DOS MAGMAS<br />

GRANÍTICOS<br />

A gran<strong>de</strong> maioria dos trabalhos experimentais e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lização com vista ao<br />

conhecimento dos processos petrogenéticos envolvendo exemplos <strong>de</strong> rochas<br />

graníticas aponta para uma origem por fusão parcial <strong>da</strong> crusta em que a<br />

contribuição <strong>da</strong> água é fun<strong>da</strong>mental.<br />

A extrema importância do papel <strong>da</strong> água na génese <strong>de</strong> magmas graníticos<br />

merece que lhe seja reservado um parágrafo com a citação <strong>de</strong> alguns trabalhos<br />

207


experimentais <strong>de</strong>senvolvidos neste domínio. A água é a variável mais crítica na<br />

evolução dos sistemas anatécticos na crusta, reduzindo a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos líquidos<br />

graníticos e promovendo maior extensão <strong>de</strong> fusão crustal.<br />

CLEMENS & VIELZEUF (1987) calcularam o volume <strong>de</strong> "melt" granítico que é<br />

possível produzir-se partindo <strong>de</strong> fontes crustais <strong>de</strong> diferente composição ( rochas<br />

pelíticas, quartzofeldspáticas, intermédias e máficas) concluindo que as proporções<br />

<strong>de</strong> líquido produzido são fun<strong>da</strong>mentalmente função <strong>da</strong> composição <strong>da</strong> fonte e do<br />

seu teor em minerais hidratados, <strong>da</strong> pressão e <strong>da</strong> temperatura. Rochas pelíticas<br />

com biotite e rochas intermédias com biotite e hornblen<strong>da</strong> parecem ser as fontes<br />

potencialmente mais férteis em "melts" graníticos. A produção <strong>de</strong> "melt" aumenta<br />

sob condições <strong>de</strong> temperatura suficientemente eleva<strong>da</strong> para promover as reacções<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação dos minerais hidratados envolvidos e com a diminuição <strong>da</strong><br />

pressão. Para o caso dos granitos sintectónicos <strong>de</strong> duas micas formados em<br />

condições <strong>de</strong> colisão continental os autores sugerem que rochas pelíticas com<br />

moscovite possam produzir quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s apreciáveis <strong>de</strong> "melt" constituindo assim os<br />

progenitores mais prováveis <strong>de</strong> rochas plutónicas com moscovite primária.<br />

WICKHAM (1987) estudou os mecanismos <strong>de</strong> génese e instalação do maciço<br />

granítico Hercínico <strong>de</strong> Les Trois Seigneurs (Pirinéus, França) tendo proposto uma<br />

origem para os leucogranitos peraluminosos e para o granito biotítico por um<br />

processo <strong>de</strong> anatexia <strong>de</strong> metassedimentos do Paleozóico Superior segundo<br />

diferentes estádios. A água foi o principal factor nas fracções <strong>de</strong> "melt" produzi<strong>da</strong>s:<br />

os volumes relativamente pequenos <strong>de</strong> leucogranitos <strong>de</strong>ver-se-ão a baixas fracções<br />

<strong>de</strong> fusão segregados dos migmatitos pelíticos caracteriza<strong>da</strong>s por um controlo<br />

interno <strong>da</strong> água, enquanto que na génese do granito biotítico foi necessária uma<br />

contribuição externa <strong>de</strong> água para favorecer a anatexia dos metassedimentos em<br />

maior escala, provavelmente relaciona<strong>da</strong> com um sistema convectivo hidrotermal.<br />

HOLTZ & BARBEY (1991) inspiraram-se neste mo<strong>de</strong>lo para a origem do <strong>complexo</strong><br />

granítico <strong>de</strong> Tourém (Norte <strong>de</strong> Portugal), e com base em trabalhos experimentais<br />

propõem a fusão parcial <strong>de</strong> ortogneisses segundo dois estádios: (1) baixas fracções<br />

<strong>de</strong> fusão e segregação perfeita <strong>de</strong> "melt" <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> restitos <strong>da</strong>ndo origem aos<br />

granitos félsicos governado por baixa activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> H20 (aH20) e (2) maiores<br />

fracções <strong>de</strong> fusão, <strong>de</strong>vido a uma maior disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água, permitindo a<br />

remoção a partir <strong>da</strong> fonte quer <strong>de</strong> "melt" quer <strong>de</strong> fases residuais que terão originado<br />

208


os granitos heterogéneos (com mais piagioclase e biotite do que os granitos<br />

félsicos) e os granitos com biotite e cordierite.<br />

PICHAVANT & MONTEL (1988) <strong>de</strong>monstraram que a aH20 é internamente<br />

controla<strong>da</strong> (pela biotite) durante a génese <strong>de</strong> "melts" peraluminosos que vão <strong>da</strong>r<br />

origem às séries vulcânicas <strong>de</strong> Macusani (Peru). Assim, rochas fonte que<br />

produzirão "melts" ricos em Al <strong>de</strong>vem elas próprias ser ricas em Al e H20.<br />

Consi<strong>de</strong>ram os sedimentos metapelíticos como fontes potenciais i<strong>de</strong>ais. Da<strong>da</strong> a<br />

semelhança entre a composição <strong>de</strong>sta série vulcânica e a dos granitos<br />

peraluminosos <strong>de</strong> duas micas dos Himalaias (Manaslu) e <strong>de</strong> granitos Hercínicos<br />

sugerem que o estudo petrogenético <strong>da</strong> série vulcânica possa aju<strong>da</strong>r na<br />

interpretação <strong>da</strong> génese <strong>da</strong>queles granitos. Contudo, o granito <strong>de</strong> Manaslu parece<br />

ter sido formado sob o controlo externo <strong>da</strong> aH20 (através <strong>da</strong> percolação <strong>de</strong> uma<br />

fase flui<strong>da</strong>) resultando magmas mais frios, mais húmidos e com maior dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em ascen<strong>de</strong>r na crusta.<br />

VIELZEUF & HOLLOWAY (1988) partindo <strong>de</strong> uma rocha <strong>de</strong> composição<br />

metapelítica proveniente <strong>de</strong> Cabo Ortegal (NW Espanha) proce<strong>de</strong>ram à sua fusão<br />

num intervalo <strong>de</strong> temperaturas <strong>de</strong> 750°-1250° C para pressões <strong>de</strong> 7, 10 e 12 Kbar,<br />

sob condições <strong>de</strong> subsaturação. A água interveniente no processo resultou<br />

unicamente <strong>de</strong> reacções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação <strong>de</strong> minerais hidratados. Os autores<br />

<strong>de</strong>monstram que em condições <strong>de</strong> subsaturação <strong>de</strong> água é possível obter-se uma<br />

fracção importante <strong>de</strong> "melt" tipo S (cerca <strong>de</strong> 40%) entre 850° e 875°C intervalo<br />

durante o qual se observa o <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> biotite.<br />

WHITNEY (1988) <strong>de</strong>screve o comportamento <strong>de</strong> um magma granítico sintético<br />

sob condições isobáricas fazendo variar o teor em água, tendo verificado que um<br />

magma sobressaturado com 12% em peso <strong>de</strong> água, à pressão <strong>de</strong> 8 Kbar, inicia a<br />

sua cristalização a uma temperatura relativamente baixa (< 750°C) prosseguindo<br />

durante uma curta gama <strong>de</strong> temperaturas (630 - 650° C). Para uma pequena<br />

percentagem <strong>de</strong> água (2% em peso) a cristalização é mais lenta, processando-se<br />

num maior intervalo <strong>de</strong> temperaturas (1000 - 630° C). Sob condições <strong>de</strong> baixa<br />

pressão (2 Kbar) atinge-se o estado <strong>de</strong> sobressaturação apenas com 6 a 7 % em<br />

peso <strong>de</strong> água. A cristalização sob saturação <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> água é mais rápi<strong>da</strong> e<br />

consequentemente produz uma granulometria mais fina.<br />

209


Experiências sob condições isotérmicas mostraram que para um <strong>de</strong>créscimo<br />

<strong>da</strong> pressão em magmas sobressaturados a cristalização é relativamente rápi<strong>da</strong>: à<br />

medi<strong>da</strong> que a pressão diminui o "melt" toma-se metaestável e a cristalização<br />

termina antes <strong>de</strong> se atingirem níveis mais superficiais <strong>da</strong> crusta. Diminuindo o teor<br />

em água para condições <strong>de</strong> subsaturação (e.g. 2% em peso) a percentagem <strong>de</strong><br />

"melt" mantém-se, po<strong>de</strong>ndo eventualmente aumentar.<br />

Granitos <strong>de</strong> grão grosseiro evi<strong>de</strong>nciando uma longa cristalização e uma<br />

paragénese <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> temperatura ter-se-ão provavelmente formado na ausência<br />

<strong>de</strong> uma fase <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> água. Pelo contrário, granitos <strong>de</strong> grão fino terão<br />

cristalizado mais rapi<strong>da</strong>mente e a temperaturas mais baixas, sob condições <strong>de</strong><br />

sobressaturação.<br />

Para a origem <strong>da</strong> água na génese <strong>de</strong> magmas graníticos são preconiza<strong>da</strong>s<br />

reacções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação <strong>de</strong> minerais hidratados (e.g. biotite, moscovite) e<br />

subducção <strong>de</strong> crusta ou manto superior, previamente hidratados durante processos<br />

<strong>de</strong> alteração hidrotermal.<br />

JOHANNES & HOLTZ (1991) investigaram experimentalmente o efeito <strong>da</strong><br />

água na composição <strong>de</strong> fracções líqui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> magmas graníticos para o sistema Qz-<br />

Or-Ab. Estimaram os teores <strong>de</strong> água necessários para a produção <strong>de</strong> percentagens<br />

<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s <strong>de</strong> "melt" para <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> pressão e temperatura e<br />

mostraram a importância do teor <strong>de</strong> H20 no "melt" no controlo <strong>da</strong> sua composição,<br />

<strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> (a qual aumenta com a diminuição <strong>da</strong> aH20) e, por consequência,<br />

na sua maior ou menor dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em ascen<strong>de</strong>r na crusta. Para o mesmo sistema (<br />

Qz-Or-Ab) HOLTZ & JOAHNNES (1994) <strong>de</strong>terminaram os limites <strong>de</strong> solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

H20 para <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s condições <strong>de</strong> pressão e temperatura e discutem a evolução<br />

<strong>de</strong> magmas graníticos <strong>de</strong> acordo com diferentes regimes <strong>de</strong> ascensão na crusta,<br />

entre os quais se <strong>de</strong>staca a importância <strong>da</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> e o seu efeito<br />

no teor em H20 nos "melt" residuais, resultando em diferentes situações <strong>de</strong><br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, com implicações nomea<strong>da</strong>mente na formação <strong>de</strong> magmas tipo S com<br />

cristais residuais e <strong>de</strong> leucogranitos.<br />

210


VII.3 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A PETROGÉNESE DO COMPLEXO<br />

DE CABECEIRAS DE BASTO<br />

Os granitos peraluminosos <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

enquadram-se no vasto domínio <strong>de</strong> granitói<strong>de</strong>s Hercínicos que se esten<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

Europa Central até à Península Ibérica e Comualha, genericamente caracterizados<br />

pela escassa presença <strong>de</strong> material mantélico e associados a metamorfismo <strong>de</strong> baixa<br />

pressão e eleva<strong>da</strong> temperatura. A importância do seu estudo petrogenético resi<strong>de</strong><br />

na potencial contribuição para o conhecimento dos processos <strong>de</strong> génese e evolução<br />

<strong>da</strong> crusta continental nos cinturões orogénicos.<br />

Para melhor <strong>de</strong>finir as condições que terão presidido à génese <strong>da</strong>s rochas<br />

graníticas <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto proce<strong>de</strong>u-se a um estudo integrando<br />

<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> petrologia e <strong>da</strong> geoquímica <strong>de</strong> elementos maiores, menores, <strong>de</strong> terras<br />

raras e <strong>da</strong>dos preliminares <strong>da</strong> geoquímica isotópica, cujo <strong>de</strong>senvolvimento está<br />

ain<strong>da</strong> em curso.<br />

Vll.3.1 - A COMPOSIÇÃO NORMATIVA COMO INDICADORA DAS CONDIÇÕES<br />

PETROGENÉTICAS<br />

A curva <strong>de</strong> fusão mínima para o sistema Q-Or-Ab-H20 para PH2o entre 500 e<br />

10000 bar (TUTTLE & BOWEN, 1958 e LUTH et ai., 1964) e a composição<br />

normativa Q, Or e (Ab+An) <strong>da</strong>s fácies mais sãs dos granitos em estudo encontramse<br />

representa<strong>da</strong>s no diagrama <strong>da</strong> figura VII.1.<br />

Adicionou-se a anortite à albite em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>, nas amostras em que ocorre, a<br />

sua abundância ser muito baixa.<br />

Observa-se que to<strong>da</strong>s as composições se encontram próximas <strong>da</strong> curva <strong>de</strong><br />

fusão mínima e no domínio <strong>da</strong> ortóclase, indicando respectivamente um "melt" na<br />

origem <strong>de</strong>stes granitos e um enriquecimento em potássio, não só ligado à presença<br />

<strong>de</strong> feldspato potássico como também às micas.<br />

Os elevados teores <strong>de</strong> corindo normativo, situando-se entre 4 -5 % nas fácies<br />

menos altera<strong>da</strong>s (ver anexo XIII), comprovam o elevado carácter peraluminoso dos<br />

granitos em estudo e sugerem que o magma que lhes <strong>de</strong>u origem tenha <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong><br />

uma fonte peraluminosa ou tenha adquirido uma peraluminosi<strong>da</strong><strong>de</strong> crescente no<br />

<strong>de</strong>curso <strong>da</strong> diferenciação magmática (SPEER, 1984; MILLER, 1985).<br />

211


Figura. VII. 1 - Distribuição <strong>da</strong> composição normativa Ab+An, Or e Q dos granitos em estudo e<br />

traçado <strong>da</strong> curva <strong>de</strong> fusão minima do sistema Ab-Or-Q-H20 a pressões PH20 entre<br />

0.5 e 4 kbar (TUTTLE & BOWEN, 1958; LUTH et ai., 1964).<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Vll.3.2- MODELO DE CRISTALIZAÇÃO FRACCIONADA<br />

Os <strong>da</strong>dos geoquímicos , em termos do comportamento <strong>de</strong> elementos maiores,<br />

menores e <strong>de</strong> terras raras, mostram que os três grupos <strong>de</strong> granitos constituem<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes que evoluíram numa gama <strong>de</strong> composição semelhante. A<br />

evolução interna para ca<strong>da</strong> grupo é essencialmente caracteriza<strong>da</strong> por uma<br />

diminuição <strong>de</strong> biotite, do teor em Sr, Zr e do teor total em terras raras assim como<br />

do valor <strong>da</strong> razão Mg/Mg+Fe <strong>da</strong> bioite e <strong>da</strong> moscovite primária, ao mesmo tempo<br />

que se verifica um enriquecimento em Si e o carácter sódico se torna mais<br />

acentuado.<br />

Esta evolução sugeriu a aplicação <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> diferenciação apropriado<br />

às características químico-mineralógicas observa<strong>da</strong>s. Para o efeito testou-se um<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> aplicado às três séries graníticas com base em<br />

elementos maiores (contidos em minerais essenciais), elementos menores (também<br />

contidos em minerais essenciais) e elementos <strong>de</strong> terras raras quer em minerais<br />

essenciais quer nos acessórios seus principais portadores.<br />

212


VII.3.2.1 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base em elementos<br />

maiores<br />

Testou-se o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> proposto por WRIGHT &<br />

DOHERTY (1970), utilizando as composições obti<strong>da</strong>s pela microsson<strong>da</strong> dos<br />

elementos maiores <strong>da</strong>s principais fases minerais a fraccionar (biotite, plagioclase e<br />

feldspato potássico) assim como a composição <strong>da</strong>s amostras menos evoluí<strong>da</strong>s<br />

(representando o magma inicial) e a <strong>da</strong>s amostras mais evoluí<strong>da</strong>s (representando o<br />

magma residual).<br />

O mo<strong>de</strong>lo baseia-se no raciocínio pelo qual a composição do magma menos<br />

evoluído é igual à soma <strong>da</strong> composição do magma diferenciado mais a composição<br />

dos minerais fraccionados.<br />

Para o cálculo <strong>da</strong>s percentagens <strong>da</strong>s fases minerais fracciona<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> fracção<br />

<strong>de</strong> líquido residual seleccionaram-se duas amostras <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong><br />

granitos em estudo: uma menos evoluí<strong>da</strong> representando a composição do magma<br />

inicial e outra mais evoluí<strong>da</strong> cuja composição se i<strong>de</strong>ntifica com a do magma<br />

diferenciado.<br />

O quadro VII. 1 representa o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> testado para<br />

as três séries graníticas (G'f, G'm e G'g) em que F é a percentagem <strong>de</strong> líquido<br />

residual e Zr 2 correspon<strong>de</strong> ao somatório do quadrado dos <strong>de</strong>svios entre a<br />

composição calcula<strong>da</strong> após a remoção dos minerais que se fraccionaram e a<br />

composição real <strong>da</strong> rocha mais diferencia<strong>da</strong>. A boa coerência do mo<strong>de</strong>lo é<br />

evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> pelo baixo valor do somatório do quadrado dos <strong>de</strong>svios, Er 2 , o qual é<br />

sempre inferior a 1 nas três séries graníticas.<br />

VII.3.2.2 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base nos elementos<br />

menores Ba, Sr e Rb<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> novo testado <strong>de</strong>sta vez com base<br />

nos elementos menores Ba, Sr e Rb, contidos na biotite, plagioclase e feldspato<br />

potássico.<br />

ALLEGRE & MINSTER (1978) sugerem diversas equações que traduzem<br />

quantitativamente o comportamento <strong>de</strong> elementos menores nos processos<br />

magmáticos. Entre as várias equações seleccionou-se a que melhor se a<strong>da</strong>pta a<br />

213


ochas plutónicas forma<strong>da</strong>s por um processo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> em<br />

condições <strong>de</strong> equilíbrio entre o sólido total e o líquido:<br />

CL/C0=1/[F + D(1-F)]<br />

CL, C0, F e D representam respectivamente: a concentração do elemento<br />

menor no líquido diferenciado, a concentração do elemento menor no líquido inicial,<br />

a fracção <strong>de</strong> líquido residual e o coeficiente global <strong>de</strong> distribuição para a associação<br />

mineral.<br />

No quadro VII.2 encontram-se valores extremos <strong>de</strong> coeficientes <strong>de</strong> distribuição<br />

<strong>da</strong>queles elementos para a biotite, plagioclase e feldspato potássico. Os valores <strong>da</strong><br />

concentração inicial correspon<strong>de</strong>m aos teores dos elementos menores Ba, Sr e Rb<br />

medidos nas amostras menos evoluí<strong>da</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo. Preten<strong>de</strong>-se calcular as<br />

respectivas concentrações CL no líquido diferenciado, que teoricamente <strong>de</strong>verão<br />

ser próximas <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s nas amostras mais evoluí<strong>da</strong>s.<br />

Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> verifica-se que as composições calcula<strong>da</strong>s para o líquido<br />

diferenciado para as percentagens <strong>de</strong> cristalização 1-F afastam-se dos valores reais<br />

(quadro VII.3). O insuficiente ajustamento do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong><br />

para os elementos Ba, Rb e Sr está provavelmente relacionado com a mobili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stes elementos em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos fenómenos <strong>de</strong> alteração<br />

<strong>de</strong>utérica que actuou nos granitos em estudo. Recor<strong>da</strong>-se que os fenómenos <strong>de</strong><br />

alteração afectaram sobretudo os minerais principais portadores <strong>de</strong>stes elementos:<br />

plagioclase (portadora <strong>de</strong> Sr) assim como o feldspato potássico (receptor do Ba) e a<br />

biotite (receptora <strong>de</strong> Rb e Ba).<br />

214


Quadro VII. 1 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base em elementos maiores contidos em<br />

minerais essenciais dos três grupos <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Magma Inicial Magma residual<br />

Magma residual<br />

G'f<br />

calculado Biotlta PlagfoclaM Fold «pato K<br />

2 113<br />

Si02 72.95 74.49 74.99 39.47 67.22 64.56<br />

AI203 15.36 15.05 14.90 20.75 20.56 18.24<br />

FeOt 2.08 1.23 1.13 21.87 0.02<br />

MnO 0.02 0.02 0.28<br />

MgO 0.47 0.30 0.30 4.48<br />

CaO 0.42 0.56 0.44 1.14 0.01<br />

Na20 2.89 2.94 2.92 0.06 11.00 0.68<br />

K20 5.47 5.21 5.06 10.64 0.06 16.48<br />

Ti02 0.36 0.20 0.26 2.44 0.02<br />

% 4.78 1.85 2.07<br />

Er2 0.32<br />

G'm<br />

.79<br />

104<br />

Si02 73.08 74.68 74.77 36.85 67.60 64.68<br />

AI203 15.83 15.39 15.41 19.91 20.04 18.47<br />

FeOt 1.65 1.08 1.08 24.65 0.02<br />

MnO 0.03 0.04 0.03 0.37<br />

MgO 0.27 0.22 0.13 5.62<br />

CaO 0.43 0.22 0.43 1.08 0.01<br />

Na20 3.21 3.3 3.02 0.14 11.21 0.97<br />

K20 5.21 4.89 4.89 10.03 0.06 15.87<br />

Ti02 0.29 0.16 0.25 2.43<br />

% F = 89,67 2.76 4.15 3.42<br />

LV2 0.15<br />

Ga<br />

13 65<br />

SÍ02 73.27 75.26 75.37 37.75 67.78 65.00<br />

AI203 15.44 15.15 15.16 19.22 19.98 18.14<br />

FeOt 2.16 1.08 1.09 23.81 0.08<br />

MnO 0.03 0.05 0.02 0.24<br />

MgO 0.55 0.2 0.29 5.85<br />

CaO 0.25 0.14 0.27 1.06<br />

Na20 2.6 3.26 2.79 0.07 11.01 0.37<br />

K20 5.34 4.74 4.76 10.36 0.10 16.48<br />

Ti02 0.36 0.12 0.25 2.71<br />

% F = 90,72 5.63 0.87 2.78<br />

Er2 0.37<br />

G'f-granito <strong>de</strong>grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro;<br />

F-percentagem <strong>de</strong> líquido residual; Er 2 -somatório do quadrado dos <strong>de</strong>svios.<br />

215


Quadro VII.2 - Valores extremos dos coeficientes <strong>de</strong> distribuição (Kd) <strong>de</strong> Ba, Sr e Rb para a<br />

biotite, plagioclase e feldspato potássico.<br />

Ba<br />

Sr<br />

Rb<br />

Biotite Plagioclase Feldspato- K<br />

(a) (b)<br />

5-10 5,4<br />

0,1 -0,2 0,22<br />

1-3 4,2<br />

(a) (b)<br />

0,2 - 1 0,36<br />

1 - 20 2,84<br />

0,02 - 0,2 0,048<br />

Valores compilados por (a) DIAS (1987) e (b) SEVIGNY et ai. (1989).<br />

(a) (b)<br />

3-9 6,12<br />

2-4 3,87<br />

0,3-0,7 0,66<br />

Quadro VII.3 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base nos elemntos menores Ba, Sr e Rb<br />

contidos em minerais essenciais dos granitos em estudo.<br />

CL CL cale. CL cale.<br />

(a) (b)<br />

Ba 202 268-205 251<br />

Sr 44 136-97 126<br />

Rb 389 484-435 415<br />

G'f G'm Q'g<br />

CL CL cale. CL cale.<br />

(a) (b)<br />

98 210-159 190<br />

33 69-38 61<br />

453 326-301 294<br />

CL CL cale CL cale<br />

(a) (b)<br />

61 159-117 146<br />

25 186-151 173<br />

592 448-396 374<br />

CL-composição real; CL calc-composição calcula<strong>da</strong>; Kds compilados por (a) DIAS (1987) e (b)<br />

SEVIGNY et ai. (1989).<br />

Vll.3.2.3 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base em elementos <strong>de</strong><br />

terras raras<br />

A diminuição do teor em terras raras e em Zr observa<strong>da</strong> nos diagramas em que<br />

se projectaram estes elementos contra o parâmetro B = (Fe+Mg+Ti) (vi<strong>de</strong> capítulo<br />

IV) não po<strong>de</strong> ser explica<strong>da</strong> pelo fraccionamento <strong>de</strong> minerais essenciais, tais como a<br />

biotite, plagioclase e feldspato potássico, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> os respectivos coeficientes<br />

<strong>de</strong> distribuição serem muito baixos para estes minerais (valores muito inferiores à<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>). Por outro lado, sabe-se que o comportamento <strong>da</strong>s terras raras é<br />

controlado pelos minerais acessórios seus portadores apresentando elevados<br />

coeficientes <strong>de</strong> distribuição para esses elementos (HANSON, 1978; MCCARTHY &<br />

KABLE, 1978; MITTLEFEHLDT & MILLER, 1983; ÕHLANDER et al., 1989).<br />

216


Para testar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base nos elementos<br />

<strong>de</strong> terras raras dispõe-se <strong>da</strong>s percentagens dos minerais essenciais e acessórios<br />

fraccionados (quadro VII.4), dos coeficientes <strong>de</strong> distribuição <strong>da</strong>s terras raras para<br />

esses minerais (quadro VII.5) e <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> terras raras na rocha menos<br />

evoluí<strong>da</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> série e que representa o magma inicial . As percentagens <strong>de</strong><br />

apatite, zircão e monazite foram calcula<strong>da</strong>s indirectamente com base em <strong>da</strong>dos <strong>da</strong><br />

literatura em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> não se dispor <strong>da</strong>s respectivas análises químicas.<br />

Os valores <strong>de</strong> CL são calculados a partir <strong>da</strong>s proporções dos minerais<br />

fraccionados e em valores conhecidos dos Kd <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados elementos <strong>de</strong> terras<br />

raras, para esses minerais (quadro VII.6).<br />

Quadro VII.4 - Proporções calcula<strong>da</strong>s dos minerais intervenientes na mo<strong>de</strong>lização <strong>da</strong> cristalização<br />

fracciona<strong>da</strong>.<br />

G'f G'm G'g<br />

Biotite 50,43 24,71 56,02<br />

Fedspato K 21,78 30,63 27,68<br />

Plagioclase 19,47 37,16 8,65<br />

Apatite 8,32 7,50 7,65<br />

Zircão 0,03 0,01 0,02<br />

Monazite 0,94 0,28 0,66<br />

F 91,3 89,7 90,7<br />

F-Percentagem <strong>de</strong> líquido residual; G'f-granito <strong>de</strong>grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio- G'q-qranito<br />

<strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Quadro VII.5 - Coeficientes <strong>de</strong> distribuição médios <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> terras raras utilizados nos<br />

cálculos (In: DIAS, 1987).<br />

Kd<br />

Biotite Feld8pato-K Plagioclase Apatite Zircão Monazite<br />

Ce 0,32 0,054 0,27 34,7 5,43 3413<br />

Sm 0,26 0,45 0,13 62,8 11 2859<br />

Eu 0,24 0,95 2,15 30,4 7,92 228<br />

Gd 0,28 0,045 0,097 56,3 21,7 2650<br />

Er 0,35 0,021 0,055 37,2 279 595<br />

Yb 0,44 0,042 0,049 23,9 647 273<br />

217


Quadro VII.6 - Comparação entre os valores reais (R) e calculados (C) dos líquidos diferenciados<br />

(representados pelas amostras mais evoluí<strong>da</strong>s) na mo<strong>de</strong>lização <strong>da</strong>s terras raras por<br />

um processo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong>. Composições normaliza<strong>da</strong>s ao condrito<br />

C1.<br />

Amostra<br />

113 R<br />

c<br />

104 R<br />

C<br />

65 R<br />

C<br />

CeN SmN EuN GdN ErN YbN<br />

54,55<br />

55,13<br />

30,26<br />

14,00<br />

27,59<br />

27,47<br />

24,68<br />

19,74<br />

14,94<br />

6,75<br />

12,99<br />

13,12<br />

6,89<br />

11,20<br />

Os espectros normalizados ao condrito C1 a partir dos valores calculados são<br />

semelhantes aos obtidos com os valores reais para as amostras mais evoluí<strong>da</strong>s,<br />

mostrando que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> para as terras raras é<br />

bastante coerente, sobretudo para o grupo <strong>de</strong> grão fino e <strong>de</strong> grão grosseiro. Este<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> fraccionamento é no entanto menos ajustado para o grupo G'm (Fig.<br />

VII.2).<br />

MARUEJOL et ai. (1990) investigaram os prováveis mecanismos <strong>de</strong><br />

fraccionamento <strong>de</strong> terras raras em rochas graníticas levemente peraluminosas, do<br />

SE <strong>da</strong> China, tendo encontrado um fraco ajustamento <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

fraccionamento <strong>de</strong> monazite no estádio magmático para um granito diferenciado<br />

evi<strong>de</strong>nciando alteração hidrotermal. Com base nos espectros <strong>de</strong> terras raras, nos<br />

teores em terras raras leves e nas observações petrográficas aqueles autores<br />

sugerem para o granito mais diferenciado um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> fraccionamento magmático<br />

associado a um fraccionamento hidrotermal, explicando assim a ina<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

mo<strong>de</strong>lo a partir apenas do fraccionamento <strong>da</strong> monazite.<br />

5,17<br />

3,96<br />

3,45<br />

8,79<br />

13,71<br />

7,98<br />

10,28<br />

4,89<br />

8,81<br />

7,49<br />

4,22<br />

3,61<br />

3,61<br />

2,65<br />

4,22<br />

3,88<br />

3,03<br />

3,57<br />

2,42<br />

2,06<br />

3,63<br />

3,33<br />

218


Figura. VII.2 - Mo<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> terras raras por cristalização fracciona<strong>da</strong>; a cheio, espectros reais;<br />

a tracejado, espectros calculados; G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão<br />

médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Vll.3.3 - ENQUADRAMENTO TECTÓNICO COM BASE EM ELEMENTOS<br />

MENORES<br />

A aplicação <strong>de</strong> elementos menores ao estudo petrogenético dos granitos <strong>de</strong><br />

duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto permitiu concluir que os granitos<br />

exibem espectros geoquímicos normalizados ao ORG ( Ocean Ridge Granites) que<br />

se sobrepõem aos granitos sincolisionais <strong>de</strong>finidos por PEARCE et ai. (1984) (figura<br />

VII.3) e projectam-se igualmente no domínio dos granitos sincolisionais no diagrama<br />

<strong>de</strong> discriminação tectónica Rb vs. Y+Nb dos mesmos autores (figura VII.4). Nesta<br />

mo<strong>de</strong>lização os autores utilizaram granitói<strong>de</strong>s resultantes <strong>da</strong> fusão parcial <strong>de</strong><br />

materiais crustais, atribuindo o enriquecimento em Rb à adição <strong>de</strong> um componente<br />

fluido rico em Rb e mais empobrecido em (Y+Nb).<br />

219


K20 Rb Ba Th Ta Nb Ca Hf Zr Sm Y Yb<br />

Figura. VII.3 - Espectros dos granitos em estudo normalizados ao granito hipotético ORG (Ocean<br />

Ridge Granite), exibindo um padrão coinci<strong>de</strong>nte com o dos granitos sincolisionais<br />

<strong>de</strong>finidos por PEARCE et ai. (1984).<br />

100 1000<br />

V*Nb ppm<br />

Figura. VII.4 - Diagrama discriminante Rb vs. Y+Nb (PEARCE et ai., 1984).<br />

Devido à projecção <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as amostras num campo muito restrito optou-se por utilizar a mesma<br />

simbologia para os três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

Vll.3.4 - CONCLUSÕES<br />

Estudos isotópicos realizados até ao momento mostram que ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong><br />

granitos é caracterizado por eleva<strong>da</strong>s razões iniciais <strong>de</strong> Sr, diferentes para ca<strong>da</strong><br />

grupo, variando nos intervalos 0.7104-0.7115, 0.7149-0.7174 e 0.7189-0.7217<br />

respectivamente para G'f, G'm e G'g.<br />

220


Os <strong>da</strong>dos petrográficos, mineralógicos e geoquímicos (<strong>de</strong> elementos maiores,<br />

menores e <strong>de</strong> terras raras) combinados com resultados isotópicos preliminares<br />

sugerem que o <strong>complexo</strong> granítico <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto tenha resultado <strong>de</strong><br />

sucessivas instalações <strong>de</strong> três pulsações magmáticas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes que evoluíram<br />

numa faixa <strong>de</strong> composição semelhante.<br />

Na génese dos granitos em estudo interveio um processo <strong>de</strong> fusão que <strong>de</strong>u<br />

origem a um "melt" <strong>de</strong> composição próxima <strong>da</strong> fusão mínima.<br />

Os valores elevados e variados <strong>da</strong>s razões Sq e a não ocorrência <strong>de</strong> encraves<br />

<strong>de</strong> composição básica a intermédia indicam uma origem a partir <strong>de</strong> uma crusta<br />

continental heterogénea, com uma contribuição metassedimentar.<br />

Durante a sua instalação ca<strong>da</strong> pulsação <strong>de</strong> magma foi submeti<strong>da</strong> a um<br />

processo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> o qual ten<strong>de</strong> a aumentar o carácter<br />

peraluminoso do magma, como sugerido por MILLER (1985).<br />

O enquadramento geotectónico sin a tardi-F3, associado a importantes zonas<br />

<strong>de</strong> cisalhamento dúctil que controlaram a sua instalação (NORONHA et ai., 1981;<br />

FERREIRA et ai., 1987) sugere que o processo <strong>de</strong> formação dos magmas <strong>de</strong>stes<br />

granitos tenha ocorrido em níveis médios a superiores <strong>da</strong> crusta como resposta ao<br />

aumento do gradiente geotérmico iniciado durante o espessamento sin-F3 e que<br />

progrediu durante o período <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompressão tardi a pós-tectónico. Este processo<br />

está <strong>de</strong> acordo com a fusão crustal <strong>de</strong> metassedimentos e <strong>de</strong> outros granitói<strong>de</strong>s preexistentes,<br />

a qual terá <strong>da</strong>do lugar aos granitos peraluminosos que normalmente se<br />

instalam em domos térmicos autóctones ou ascen<strong>de</strong>m para ocupar os núcleos <strong>de</strong><br />

antiformas F3 (NORONHAera/., 1981; PEREIRA, 1988).<br />

221


CAPÍTULO VIII<br />

CONCLUSÕES GERAIS


Os granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> área <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto constituem no seu<br />

conjunto um exemplo <strong>de</strong> um maciço compósito com uma orientação NW-SE, que se<br />

manifesta também à escala do afloramento pela orientação e <strong>de</strong>formação dos seus<br />

minerais, sobretudo os <strong>de</strong> hábito tabular.<br />

Relações <strong>de</strong> campo, associa<strong>da</strong>s a <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> mineralogia e <strong>da</strong> geoquímica <strong>de</strong><br />

elementos maiores e menores, conduziram ao estabelecimento <strong>de</strong> três séries<br />

graníticas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes: granitos <strong>de</strong> grão fino (G'f), <strong>de</strong> grão médio (G'm) e <strong>de</strong> grão<br />

grosseiro (G'g), cujos contactos são na generali<strong>da</strong><strong>de</strong> difusos. A sua principal<br />

característica petrográfica é a relativa abundância <strong>de</strong> moscovite, cujo estudo<br />

permitiu i<strong>de</strong>ntificar uma geração primária e várias gerações secundárias<br />

relaciona<strong>da</strong>s com uma importante activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fenómenos <strong>de</strong> alteração tardimagmática,<br />

<strong>de</strong> que igualmente se salienta a albitização dos feldspatos. A presença<br />

<strong>de</strong> moscovite primária atesta a natureza peraluminosa <strong>de</strong>stes granitos.<br />

O estudo geoquímico dos granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras<br />

<strong>de</strong> Basto contribuiu para o aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> sua caracterização no seio do<br />

gran<strong>de</strong> grupo dos granitos orogénicos hercínicos e permitiu a formulação <strong>de</strong><br />

hipóteses relativas à sua génese.<br />

As diversas abor<strong>da</strong>gens empreendi<strong>da</strong>s ao longo <strong>da</strong> preparação do presente<br />

trabalho e os resultados obtidos até ao momento permitiram tirar as seguintes<br />

conclusões:<br />

- a associação mineralógica indica um elevado grau <strong>de</strong> evolução dos granitos,<br />

uma vez que a biotite é o único mineral máfico presente e sempre menos abun<strong>da</strong>nte<br />

do que a moscovite, e a plagioclase uma albite quase pura;<br />

- o cálculo normativo, com base na composição <strong>da</strong> rocha total e <strong>da</strong><br />

composição real dos minerais (análises à microsson<strong>da</strong>), mostra diferentes<br />

proporções <strong>de</strong> feldspato potássico e <strong>de</strong> plagioclase em ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos,<br />

sendo os valores médios para G'f, G'm e G'g respectivamente 0.79, 0.68 e 0.64;<br />

- os efeitos <strong>da</strong> alteração <strong>de</strong>utérica são evi<strong>de</strong>ntes nos três grupos <strong>de</strong> granitos e<br />

são sobretudo caracterizados pela moscovitização <strong>da</strong> plagioclase e <strong>da</strong> biotite e pela<br />

albitização dos feldspatos. Esporadicamente observa-se alguma microclinização <strong>de</strong><br />

223


um feldspato primário. A moscovitização <strong>da</strong> plagioclase constitui um dos fenómenos<br />

<strong>de</strong> alteração com maior expressão implicando um aumento <strong>da</strong> razão feldspato<br />

potássico/plagioclase nas amostras altera<strong>da</strong>s relativamente às amostras sãs,<br />

atingindo-se os valores médios <strong>de</strong> 1.15, 0.72 e 0.92 respectivamente em G'f, G'm e<br />

G'g;<br />

- o carácter aluminoso do conjunto dos três grupos graníticos é revelado pela<br />

presença <strong>de</strong> moscovite primária, por uma composição aluminosa <strong>da</strong> biotite, pela<br />

razão molar A/KCN sempre superior a 1.1 (entre 1.2 e 1.4) e pelo teor em corindo<br />

normativo entre 4 e 5% nas amostras menos afecta<strong>da</strong>s pela moscovitização;<br />

- a natureza primária <strong>da</strong> moscovite, inicialmente estabeleci<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong><br />

critérios petrográficos, pô<strong>de</strong> ser confirma<strong>da</strong> pelo seu estudo geoquímico e pela<br />

abor<strong>da</strong>gem cristaloquímica, tendo-se observado um enriquecimento generalizado<br />

em Na, Ti, Mg e Fe total e um ligeiro empobrecimento em Al total, relativamente à<br />

moscovite secundária;<br />

- os valores dos coeficientes <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> AI VI , Ti e XFe entre a biotite e a<br />

moscovite consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s primárias, respectivamente <strong>de</strong> 2.8 a 4.2, 2.5 a 5.4 e <strong>de</strong> 1.4,<br />

enquadram-se nos valores encontrados na literatura para a moscovite em equilíbrio<br />

com a biotite, o que igualmente confirma a natureza primária <strong>da</strong> moscovite;<br />

- o estudo cristaloquímico, particularmente <strong>da</strong>s micas brancas e <strong>da</strong> biotite,<br />

permitiu caracterizar ca<strong>da</strong> um dos grupos <strong>de</strong> granitos através <strong>de</strong> diferenças,<br />

pequenas mas significativas, dos valores <strong>de</strong> Mg, Al, Ti, Fe e K, comprovando a<br />

existência <strong>de</strong> três séries in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes;<br />

- conjugando <strong>da</strong>dos experimentais com <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> composição química <strong>da</strong><br />

biotite não moscovitiza<strong>da</strong> e <strong>da</strong> moscovite primária estimaram-se as condições <strong>de</strong><br />

cristalização caracteriza<strong>da</strong>s por uma temperatura entre 650 e 700°C , log /02 entre<br />

-16.5 e -16.0 e uma pressão <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 3 a 3.5 kbar. Apesar <strong>de</strong> se tratarem <strong>de</strong><br />

valores com interesse meramente comparativo, estes resultados estimados estão <strong>de</strong><br />

acordo com as condições máximas <strong>de</strong> metamorfismo sugeri<strong>da</strong>s para o<br />

enquadramento metassedimentar dos granitos em estudo;<br />

224


- o estudo <strong>de</strong> minerais pesados, concretamente a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s formas simples e a observação <strong>de</strong> intenso zonamento em cristais <strong>de</strong><br />

zircão, permitiu obter algumas informações preliminares com interesse<br />

petrogenético. Estas informações são sugeri<strong>da</strong>s pela i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> frequentes<br />

formas <strong>de</strong> bipirâmi<strong>de</strong> {211} mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s relativamente a {101}, indicando<br />

uma composição peraluminosa do magma, e pela maior ocorrência <strong>da</strong> forma <strong>de</strong><br />

prisma {110}, mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> do que a forma {100}, sugerindo temperaturas do<br />

meio <strong>de</strong> cristalização relativamente baixas. O zonamento <strong>de</strong>vido a fenómenos <strong>de</strong><br />

sobrecrescimento tem sido interpretado como consequência <strong>da</strong> presença <strong>de</strong> água<br />

no magma que terá prolongado o tempo <strong>de</strong> cristalização do zircão;<br />

- a geoquímica <strong>de</strong> rocha total, incidindo sobre o estudo do comportamento <strong>de</strong><br />

elementos maiores, menores e elementos <strong>de</strong> terras raras, permitiu pôr em evidência<br />

tendências evolutivas primárias in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes para ca<strong>da</strong> um dos grupo <strong>de</strong> granitos,<br />

excluindo-se a hipótese <strong>de</strong> uma origem comum a partir <strong>da</strong> evolução <strong>de</strong> um único<br />

magma;<br />

- os fenómenos <strong>de</strong> alteração tardi- a pós-magmáticos, que afectaram <strong>de</strong> forma<br />

variável o <strong>complexo</strong>, revelaram-se pouco eficazes no comportamento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminados elementos menores, tais como Zr e elementos <strong>de</strong> terras raras,<br />

sugerindo que os minerais acessórios pesados seus principais portadores (e.g.,<br />

zircão, monazite) sejam igualmente pouco sensíveis à actuação <strong>de</strong>stes fenómenos.<br />

A relativa imobili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stes elementos confere-lhes um importante papel para a<br />

compreensão <strong>da</strong> evolução primária dos granitos estu<strong>da</strong>dos, os quais pu<strong>de</strong>ram ser<br />

discriminados <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente pelas gamas <strong>de</strong> variação dos valores <strong>de</strong> Zr (G'f: 64-<br />

195 ppm, G'm: 49-98 ppm e G'g: 46-109 ppm), do somatório dos elementos <strong>de</strong><br />

terras raras (G'f: 71-284 ppm, G'm: 43-92 e G'g: 39-126) e <strong>da</strong> razão (La/Yb)N (G'f:<br />

52-21, G'm: 37-13 e G'g: 25-28).<br />

- o estudo do comportamento dos elementos Li, Sn e W mostrou que os<br />

granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto são especializados<br />

nestes elementos, sendo a sua concentração favoreci<strong>da</strong> pela diferenciação<br />

magmática (à excepção do Li no grupo <strong>de</strong> grão fino que diminui, acompanhando a<br />

diminuição <strong>de</strong> biotite, seu provável hospe<strong>de</strong>iro neste grupo); a correlação positiva<br />

observa<strong>da</strong> entre o F relativamente ao Li e Sn sugere que compostos fluoretados e o<br />

225


comportamento do F tenham um papel importante nos processos <strong>de</strong> transporte<br />

<strong>de</strong>stes elementos, nomea<strong>da</strong>mente do estanho;<br />

- os fenómenos <strong>de</strong> alteração tardi-magmática, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente a albitização e<br />

a moscovitização, acentuam globalmente a concentração dos elementos Li, Sn e,<br />

em menor escala, o W; a albitização associa-se a um aumento mais regular <strong>da</strong><br />

concentração em Sn;<br />

- no conjunto dos três granitos, G'f, G'm e G'g, os teores <strong>de</strong> Li variam<br />

respectivamente na gama 74-482 ppm, 32-395 ppm e 112-442 ppm e os <strong>de</strong> Sn no<br />

intervalo 8-66 ppm, 17-47 ppm e 13-68 ppm; estes teores conferem um grau <strong>de</strong><br />

especialização em Li e Sn que, associado ao carácter aluminopotássico <strong>de</strong>stes<br />

granitos, permite sugerir que sejam potenciais fontes <strong>da</strong>queles elementos, os quais<br />

po<strong>de</strong>rão por sua vez atingir concentrações económicas pela acção conjuga<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

diferenciação magmática e <strong>da</strong> circulação <strong>de</strong> fluidos hidrotermais;<br />

- <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> mineralogia, <strong>da</strong> geoquímica <strong>de</strong> rocha total e <strong>da</strong>dos isotópicos<br />

preliminares (valores <strong>de</strong> Sn <strong>de</strong> 0.7104-0.7115 para G'f, <strong>de</strong> 0.7149-0.7174 para G'm<br />

e <strong>de</strong> 0.7189-0.7217 para G'g), permitiram <strong>de</strong>senvolver um mo<strong>de</strong>lo petrogenético<br />

indicando que os três grupos <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras<br />

<strong>de</strong> Basto correspon<strong>de</strong>rão a três séries distintas, resultando <strong>da</strong> fusão parcial <strong>de</strong> uma<br />

crusta continental heterogénea, incluindo uma importante componente sedimentar<br />

enriqueci<strong>da</strong> em elementos litófilos. À fusão parcial seguiu-se uma diferenciação<br />

magmática, controla<strong>da</strong> principalmente por um processo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong>,<br />

durante o qual <strong>de</strong>terminados minerais acessórios, nomea<strong>da</strong>mente a apatite, zircão e<br />

monazite, controlaram a distribuição dos elementos menores e <strong>de</strong> terras raras.<br />

Posteriormente, todo o maciço foi amplamente afectado por fenómenos <strong>de</strong> alteração<br />

<strong>de</strong>utérica que provocaram intensa sericitização <strong>da</strong> plagioclase, moscovitização <strong>da</strong><br />

biotite, recristalização <strong>de</strong> moscovite primária e albitização do feldspato potássico, o<br />

que conduziu a uma convergência <strong>da</strong> composição química <strong>da</strong>s três uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

graníticas;<br />

- a localização dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, no domínio<br />

dos granitos sincolisonais do diagrama discriminante <strong>de</strong> PEARCE et ai. (1984), está<br />

<strong>de</strong> acordo com a instalação sin- a tardi-tectónica do <strong>complexo</strong>.<br />

226


Este estudo tenta <strong>da</strong>r uma contribuição para uma melhor compreensão dos<br />

<strong>complexo</strong>s processos que presi<strong>de</strong>m à génese dos granitos hercínicos<br />

peraluminosos <strong>de</strong> duas micas, assim como do seu papel quer na formação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pósitos minerais relacionados com magmatismo ácido quer na construção e<br />

evolução <strong>da</strong> crusta continental.<br />

Prevê-se a continuação do aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> caracterização geoquímica dos<br />

granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto, estando já em curso<br />

um programa isotópico envolvendo os sistemas Sm-Nd e U-Pb que trará<br />

informações sobre a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira natureza <strong>da</strong> sua fonte.<br />

Espera-se que um estudo <strong>de</strong> inclusões flui<strong>da</strong>s, conti<strong>da</strong>s em minerais <strong>de</strong>stes<br />

granitos, possa vir a fornecer importantes informações sobre a composição e<br />

condições termodinâmicas <strong>de</strong> aprisionamento dos fluidos responsáveis pelas<br />

alterações observa<strong>da</strong>s. Igualmente se espera po<strong>de</strong>r-se estabelecer a sua<br />

correspondência com os fluidos relacionados com as mineralizações que ocorrem<br />

espacialmente associa<strong>da</strong>s.<br />

227


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ANEXOS


Abreviaturas<br />

G'f - Granito <strong>de</strong> grão fino<br />

G'm - Granito <strong>de</strong> grão médio<br />

Greis - Greisen<br />

porf - Granito <strong>de</strong> grão grosseiro porfirói<strong>de</strong><br />

Aib - Albitização<br />

Clor - Cloritização <strong>da</strong> biotite<br />

Mb - Moscovitização <strong>da</strong> biotite<br />

Mp - Moscovitização <strong>da</strong> plagioclase<br />

Mosc - Moscovitização <strong>da</strong> plagioclase e/ou <strong>de</strong> plagioclase e biotite<br />

NX - Luz polariza<strong>da</strong>, nicóis cruzados<br />

As fórmulas estruturais <strong>da</strong>s micas e dos feldspatos foram calcula<strong>da</strong>s<br />

respectivamente com base em 22 e 32 oxigénios


ANEXO I<br />

Cálculo <strong>da</strong> norma ajusta<strong>da</strong> à composição<br />

real dos minerais


Parte-se <strong>da</strong> composição química <strong>da</strong> rocha total e dos minerais, sob a<br />

percentagem em peso dos óxidos.<br />

1 - Transformar o Fe2Û3 <strong>da</strong> rocha total em FeO<br />

2 - Recalcular os óxidos <strong>da</strong> rocha total e dos minerais para um total <strong>de</strong> 100%, sem<br />

P2O5 nem voláteis<br />

3 - Determinação <strong>da</strong>s proporções <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> mineral estabelecendo um sistema<br />

<strong>de</strong> n equações a n incógnitas. A escolha <strong>da</strong>s equações é feita <strong>de</strong> acordo com<br />

os elementos que apresentem uma posição <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> nos minerais, e.g., Al,<br />

Mg, Na, (Ca), K.<br />

4 - Cálculo <strong>da</strong> % <strong>de</strong> ilmenite:<br />

% llm={%Ti02RT - [(%Ti02Bi* %Bi) + (%Ti02Mo* %Mo)]} / 52*<br />

(*) % <strong>de</strong> TÏ02 numa ilmenite pura (48% FeO + 52%Ti02)<br />

5 - Cálculo <strong>da</strong> % <strong>de</strong> quartzo:<br />

%Qz= %Si02RT - (%Si02P|* %PI + %SiC>2FK* %F K + %Si02Bi* %Bi +<br />

%Si02Mo* %Mo<br />

6 - Verificar se o total <strong>da</strong>s % <strong>de</strong> todos os minerais é 100%<br />

7 - Testar o ajustamento do mo<strong>de</strong>lo:<br />

Calcular os óxidos com base nas proporções dos minerais calcula<strong>da</strong>s. O<br />

somatório do quadrado <strong>da</strong>s diferenças entre os valores reais e os calculados,<br />

Er2, <strong>de</strong>verá ser « 1.<br />

246


EXEMPLO - Amostra n°41<br />

%<br />

RT RT*<br />

SÍ02 73,50 74,83<br />

AI203 14,65 14,92<br />

Fe203 1,14 1,05<br />

MnO 0,04 0,04<br />

MgO 0,27 0,27<br />

CaO 0,31 0,32<br />

Na20 3,64 3,71<br />

K20 4,59 4,67<br />

Ti02 0,19 0,19<br />

P205 0,40<br />

H20+ 0,91<br />

PI FK Bi<br />

67,23 64,68 40,25<br />

20,56 18,47 22,66<br />

1,14<br />

22,07<br />

0,37<br />

2,04<br />

11,01 0,98 0,11<br />

0,06 15,87 10,60<br />

1,90<br />

Total 99,64 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00<br />

(*) Valores Recalculados para 100%, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> transformar Fe203 em FeO e retirar P205 e voláteis<br />

Escolha <strong>da</strong>s equações <strong>de</strong> acordo com os elementos que ocupam posições bem<br />

<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s nos minerais:<br />

(Al) 20,56 x + 18,47y + 22,66z + 33,63w = 14,92 (eq. 1)<br />

(Mg) 2,04z + 1,06w =0,27 (eq.2)<br />

(Na) 11,01x + 0,98y +0,11z + 0,65w = 3,71 (eq.3)<br />

(K) 0,06x+15,87y + 10,60z + 11,06w = 4,67 (eq.4)<br />

Resolvendo este sistema obtêm-se os valores <strong>da</strong>s incógnitas x, y, z e w que<br />

correspon<strong>de</strong>m respectivamente às percentagens dos seguintes minerais:<br />

plagioclase, feldspato potássico, biotite e moscovite.<br />

Mo Óx.<br />

Cale.<br />

49,34 Si02 74,85<br />

33,63 AI203 14,95<br />

3,62 FeO 1,01<br />

0,04 MnO 0,01<br />

1,06 MgO 0,19<br />

CaO 0,36<br />

0,65 Na20 3,71<br />

11,06 K20 4,68<br />

0,60 Ti02 0,19


x = 0,3145 31,45% Plagioclase<br />

y = 0,1678 16,78% Feldspato potássico<br />

z = 0,073 7,3% Biotite<br />

w = 0,1096 11 % Moscovite<br />

Correcção <strong>da</strong> biotite:<br />

Estimativa do teor máximo possível <strong>da</strong> biotite, para o teor inicial <strong>de</strong> FeO<br />

(22,07*0,073) + (3,62*0,11) = 2,01 > 1,05<br />

1,05 - (3,62* 0,11)=0,6518/22,07 = 0,0295 % biotite<br />

Recalculo <strong>da</strong>s % dos minerais assumindo 2% <strong>de</strong> biotite (w = 0.02):<br />

20,56x + 18,47y + 33,63z = 14,92 - (21,14 * 0,02) = 14,50 don<strong>de</strong> x=-0,8949y-<br />

1,636z+0,705<br />

11,01x + 0,98y + o,65z = 3,71<br />

0,06x + 15,87y + 11,06z= 4,47<br />

Substituindo x nas outras duas equações obtém-se um sistema <strong>de</strong> duas<br />

equações a duas incógnitas:<br />

-8,87y-17,36z=-4,05<br />

15,82y+10,96z=4,43<br />

Após as substituições convenientes obtêm-se as seguintes percentagens <strong>de</strong><br />

minerais:<br />

y = 0,1832 - FK= 18,32%<br />

z = 0,1397 - Mo =13,97%<br />

x = 0,3123 - Pl= 31,23% Razão feldspato potássico /plagioclase, Or/ PI = 18,3/31,2 = 0,59<br />

W = 0,02 - Bi= 2%<br />

% Quartzo:<br />

74,83 - (67,23*0,312 + 64,68 *0,183 + 40,25 * 0,02 + 49,34 * 0,14) = 34,3<br />

248


% llmenite-Magnetite:<br />

[0,19 -(1,90 * 0,02 + 0,6 * 0,14)] / 52 = 0,0013<br />

Cálculo inverso para testar se os valores calculados para o mo<strong>de</strong>lo estão<br />

correctos:<br />

Si02 = 67,23 * 0,3123 + 64,68 * 0,1832 + 40,25 * 0,02 + 33,63 * 0,1397 + 100 * 0,343 =<br />

74,85<br />

AI203 = 20,56 * 0,3123 + 18,47 * 0,1832+ 22,66 * 0,02 + 33,63 * 0,1397= 14,95<br />

FeO = 22,07 * 0,02 + 0,60 * 0,1397 + 0,013 *52 = 1,01<br />

MnO = 0,37 * 0,02 + 0,04 * 0,1397 = 0,01<br />

MgO = 2,04 * 0,02 + 1,06*0,1397 = 0,19<br />

CaO = 1,14*0,3123 = 0,36<br />

Na20 = 11,01 * 0,3123 + 0,98 * 0,1832 + 0,11 * 0,02 + 0,65 * 0,1397 = 3,71<br />

K20 = 0,06 *0,3123 + 15,87 * 0,1832 + 10,60 * 0,02 + 11,06 * 0,1397 = 4,68<br />

Ti02 = 1,90*0,02 +0,6*0,1397 + 0,0013*52 =0,189 = 0,19<br />

Calculado Real r2<br />

Si02 74,85 74,83 0,0004<br />

AI203 14,95 14,92 0,0009<br />

FeO 1,01 1,05 0,0016<br />

MnO 0,01 0,04 0,0009<br />

MgO 0,19 0,27 0,0064<br />

CaO 0,36 0,32 0,0016<br />

Na20 3,71 3,71 0,0000<br />

K20 4,68 4,67 0,0001<br />

Ti02 0,19 0,19 0,0000<br />

Sr 2 0,0119


ANEXO II<br />

Composição química e respectivas fórmulas<br />

estruturais <strong>de</strong> biotites dos granitos do<br />

Complexo <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto


O<br />

5<br />

CD<br />

- I<br />

àoSLÒÍ* < °CMI­.CD<br />

. « , , N h O O È<br />

i? N' ï S o • B<br />

2 CM ° "■' °" O" d<br />

o<br />

8 J 8 S g g g<br />

S *i 2 5 o*«í o<br />

§ S 5 ç 3<br />

d 2 S O Tt<br />

OS CO CM CM<br />

'. CN it<br />

CO CM<br />

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S m » gj o » d d »<br />

S*'»<br />

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­ CD<br />

­ Sri?<br />

as p» o Tf co<br />

CM <br />

<<br />

Tt<br />

o<br />

CO<br />

Tf<br />

d<br />

03 Tf 03 CN CM<br />

CO 00 CO f­<br />

8<br />

_ n B o i­<br />

•• d CM' d t­"<br />

CO CD 00 CO «<br />

P* 03 CD Tf OS<br />

r- CM P> O O<br />

•­* O CM" O" —'<br />

CO LD CD CO C0<br />

LO CM 00 CO O<br />

q co oo o o<br />

«- o" CM" o"


S<br />

b<br />

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Tf<br />

co i-" °° CN O* ID d d d Tf CO Tf<br />

to" ».<br />

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CO<br />

i - . W » O N ID °.<br />

o TJ- o o e»<br />

n» CN o r^ os<br />

to © q ca r-*<br />

d Tf d d oV<br />

TI­ IS 8 n<br />

CO IO 8 o CO<br />

O Tf o o O)<br />

o §<br />

ÍN °_ S3 S<br />

O Tf O O CD<br />

cõ « S O TÍ O O CD<br />

S8S O LO o O CO<br />

3 S S & 3 8 8<br />

O LO O O CD<br />

LO<br />

IO LO<br />

LO CO<br />

Tt CO 8<br />

CD CO<br />

CN O LO o<br />

CN LO o o o<br />

CN CN Tf<br />

CD Tf o<br />

O LO o<br />

2 N ÍS m T- CD Tf to<br />

* r- • «9, CO S O<br />

d d<br />

CNj CD CM Tt U><br />

CM © O t- CD<br />

d LO* d d co*<br />

8 § 8 t §<br />

d LO" d d oo*<br />

CO O Q LO tv<br />

**í °°. q *-. *1<br />

O* IO* O* O* 00*<br />

S ^ CO CD CN CN O<br />

°. " CO (0 O O CO<br />

2 it d LO* d d co*<br />

S « • S o » o o » S S S<br />

5<br />

CO<br />

LO<br />

to<br />

LO' CN<br />

co to<br />

LO CN<br />

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CO<br />

TI­<br />

CO<br />

LO<br />

ri<br />

CD CN CN O CN<br />

d d PÎ O<br />

O CO co O Tf<br />

Tf CO CO LO<br />

*- CM<br />

co q O<br />

r-~ d<br />

CN d"<br />

«- to e» o co<br />

CN LO h- LO CN<br />

1\


CS<br />

s<br />

b<br />

V ^ Ifi > w. ,­* — LO<br />

■". 2 ». °°. S S 8 8 5 ».<br />

o us o o os<br />

». 8 » 2 « s 8 5<br />

'" «' î J d u> d o<br />

. o • »<br />

, O CN CN i­ O<br />

í (0 9 O i­ N<br />

5 ÏÏ o' u> o d co<br />

í 8 S S 5 9 g «<br />

­ • a


c<br />

O<br />

co<br />

CO<br />

2<br />

CO<br />

Tico<br />

^ S 8 S g g g « ­<br />

> ­ oo rv o<br />

q<br />

2So <br />

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li)<br />

co<br />

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o<br />

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o<br />

<<br />

­ Q­ CM" ó *<br />

CM IV<br />

r- O O<br />

00 Too<br />

.­<br />

CM IV<br />

d d<br />

|v 00<br />

O CO<br />

CO CD<br />

d d<br />

CS (D<br />

X x<br />

CD T(li)<br />

li)<br />

co Tt<br />

co~<br />

o <br />

><br />

<<br />

<<br />

254


ANEXO III<br />

Composição química e fórmulas estruturais<br />

<strong>de</strong> biotites com indícios <strong>de</strong> moscovitização<br />

dos granitos do Complexo <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto


1<br />

1<br />

._<br />

—<br />

55<br />

1<br />

CO<br />

n<br />

55<br />

■5<br />

55<br />

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co<br />

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ò 5 ò<br />

5<br />

Si<br />

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S<br />

.c<br />

Si<br />

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3<br />

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O<br />

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03<br />

a<br />

c*<br />

Sí?Sco 0 «>=>­o<br />

1. N "! °í 5 it 6 o 2<br />

8 evi 2 CM ° «■> o o" oi<br />

S. S S 5 s g o jo o<br />

jj ni 5 i3 o » o o" co<br />

cn < >;cM­5 0 a ''*­<br />

IO Tf<br />

io" ri<br />

— o><br />

— oo<br />

io Tf<br />

m' CM'<br />

CM<br />

ci 1.183<br />

Tf<br />

5<br />

cd<br />

o<br />

co<br />

ci<br />

o<br />

en<br />

cd<br />

h­ CO<br />

o en<br />

CD co<br />

io" CM' ci<br />

CM 00<br />

h­ CM<br />

io n<br />

IO" CM"<br />

co r»<br />

— co<br />

io Tf<br />

io" CM"<br />

CM co<br />

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co co<br />

io' ri<br />

o o<br />

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o o<br />

Tf CD<br />

l«­ CM<br />

io" ri<br />

f­ co<br />

00 —<br />

io Tf<br />

IO" cj<br />

Tf CD<br />

f­ CM<br />

S CM<br />

io" cj<br />

o o<br />

Tf CO<br />

h­ CM<br />

io' ri<br />

00 CM<br />

IO Tf<br />

P­ CM<br />

io' ri<br />

8°3î­f SAÍS! È I ­> I<br />

<<br />

en<br />

co<br />

IO<br />

cd<br />

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co<br />

m<br />

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o<br />

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o<br />

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cd<br />

5<br />

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co"<br />

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o<br />

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t<br />

CM<br />

CD<br />

cd<br />

8<br />

cd<br />

(O<br />

cd<br />

0.316<br />

2.980<br />

0.053<br />

0.804<br />

­ CO IO ^ (O<br />

fflO s t ^<br />

Tf CO IO O CD<br />

—' o" CM' O O<br />

Tf 00 00 — Tf<br />

CD O) — IO co<br />

CM CM 0> O CD<br />

—" o ri o o"<br />

co<br />

io" 0.000<br />

o<br />

CM<br />

io'<br />

CD<br />

CD<br />

■<br />

o cq en o en<br />

—' o CM' O O<br />

CO f~ CO — t—<br />

O CD co co co<br />

CO CM co o <br />

CO CM CO O 0><br />

—" O CM o o<br />

co<br />

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o<br />

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io'<br />

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io"<br />

5<br />

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IO<br />

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en<br />

IO<br />

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IO<br />

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io"<br />

O<br />

IO<br />

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IO'<br />

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o<br />

CM<br />

io"<br />

0.003<br />

1.909<br />

CD 0) O<br />

— co en<br />

O O IO<br />

O O —"<br />

r^ co co<br />

o o 00<br />

O O CD<br />

o" o" —"<br />

N N O<br />

o — r^<br />

O O CD<br />

o" o —"<br />

IO IO 0)<br />

O — CO<br />

O O CO<br />

o" o —'<br />

CO IO IO<br />

o — ^><br />

o o r^<br />

o o" —'<br />

O CO 00<br />

o o co<br />

o o r~<br />

o" o" —"<br />

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O — CO<br />

O O CO<br />

o" o —"<br />

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o<br />

co<br />

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co<br />

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o<br />

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O<br />

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CO<br />

IO<br />

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o<br />

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I<br />

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256<br />

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I<br />

o<br />

I<br />

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o<br />

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b CO<br />

■S<br />

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CO<br />

1^<br />

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g S I 8. S 8 5 2 S<br />

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2 o S 9 o o<br />

o . ~ co oo o<br />

«M" S S d ­ d<br />

8 ° . C 3 ç M c o o i o c o<br />

!"• * " , IO IO o o »<br />

|S CM 2 £ °" ­' O O 00"<br />

í » . * II) O O B<br />

S «vi 2 «J d ­• o o cri<br />

F ». 3 8<br />

O O IO<br />

S tf 2 S d ­" o d oo"<br />

o> «» o<br />

N ^ I O N io o o<br />

«j<br />

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p.­ cri co­<br />

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CO<br />

co<br />

co<br />

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o — o o co<br />

=­ S 8. S S 5 g S 8<br />

ri CM" 2 S o co o" d ri<br />

5 3 S ? S í g § 8 8<br />

S cvi » S d ri o d o> SÇ<br />

8 CM § f3 o ­ d d ri CM<br />

cn<br />

122582 K CM CO —<br />

co o — co<br />

8 «l g S o CM" d d co"<br />

C M g S 2 Ç 0 l Q ^ O < 0<br />

■ o x . co a) o ^­ oo<br />

8 CM" g S3 O ­ d o co­<br />

S 8 S. 3.55888<br />

IO<br />

CO CM<br />

­j<br />

pj<br />

d IO'<br />

pj<br />

d d co<br />

IO<br />

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co<br />

»3?. = 35 888 *<br />

—" co io „ _<br />

CM CM ° —<br />

00 Tf CO<br />

ï i o ­ î ^ ç D i o c o o o r ­ .<br />

_­ —; ~ "*. Tf CO O O N<br />

o " 5 íg ° ­" o" 6 co­<br />

|S>8°ís<br />

|8«ÍSS<br />

8 § 8 8<br />

8 CM" 2 S<br />

8.S.S<br />

m t ­•<br />

CM CM<br />

S i 1 ,»<br />

oo<br />

CM'<br />

J­ S IO Tf CO<br />

co io o o o<br />

d ri d d d<br />

O o IQ<br />

o —. CO<br />

d d d<br />

5 O O O O o<br />

<br />

O d —' —:<br />

o io co<br />

O CM CM<br />

O O 00<br />

O d —•<br />

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oo<br />

00<br />

IO<br />

o<br />

CM<br />

CM<br />

o<br />

3<br />

00<br />

S<br />

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o o<br />

o o<br />

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IO<br />

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CO<br />

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CO<br />

CM<br />

CO<br />

CO<br />

IO<br />

co<br />

CM 00<br />

o co<br />

CM r­ Tf<br />

d<br />

o o<br />

— CO<br />

— CO<br />

O O<br />

1^<br />

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CM<br />

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IO<br />

O)<br />

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r­ ÇO IO<br />

io Tf cg<br />

— cõ ri<br />

o d co"<br />

23 55<br />

Tf CO IO<br />

co co r~<br />

— co co<br />

d d co"<br />

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00<br />

o o co­<br />

IO Tf co<br />

CO co co s<br />

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—' d d O)<br />

co­<br />

— h­ co<br />

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ao *­ oo<br />

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00<br />

CO<br />

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o o — —.<br />

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O CO<br />

d —'<br />

IO<br />

CO<br />

CO<br />

— o o<br />

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CM<br />

CM<br />

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co­<br />

CO CM CO<br />

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CM<br />

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d<br />

co<br />

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co<br />

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d<br />

><br />

<<br />

257


O)<br />

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CD<br />

8. 8 8 S 5 2 g = p S<br />

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cocOTfoo — OOCOP­GO<br />

5 CM O — CO fí. o o o<br />

00 ^­ •­ CO O T­' o o o<br />

co CM — if<br />

22SÍ2ít!G o '~­0)<br />

O CO CO CO CO CO O — IO<br />

£; *■" x, ri ° ­' °" ° «<br />

o> h­ N co h» uo<br />

co o o p­ co o<br />

co' CM —' —" d CM o o o<br />

co CM c\j<br />

SSrSssasa<br />

Tf<br />

O» CM „­<br />

CM J2 CM °<br />

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O O<br />

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O O Tl­<br />

CM<br />

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o o CM Tl- o<br />

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CM<br />

CM<br />

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co<br />

co<br />

co<br />

O)<br />

g —. _­ °î CO CM O O Tf<br />

8«'ÏS O Tf o o o> Tf<br />

05<br />

cS2PíS<br />

g «» 2 5<br />

p- co O<br />

Tf CM o p- CO<br />

o 00<br />

o Tf o o oo<br />

5 S ? 8 8 s 8 S 8<br />

10 5j CM<br />

«■' °><br />

2<br />

° o Tf" d d o><br />

IO CO p­<br />

o> o o CM •—<br />

p­ co<br />

• »ií . Tf ­^ co V| o 1_» — »— IO Uj<br />

g CM" 2 RJ o Tf d d o»<br />

CM<br />

CO<br />

co"<br />

O)<br />

s! o « o 8 5 Q 9,9 8 o<br />

w P u. S<br />

lais o<br />

p­<br />

S £<br />

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IO" CM"<br />

CM CO<br />

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O O)<br />

co' —'<br />

81 co<br />

­, p­<br />

P­ CM<br />

IO' CM"<br />

o CO P-<br />

CM<br />

IO CD O) CO o<br />

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co CM<br />

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io" CM'<br />

Tf co<br />

CM p­<br />

CO CO<br />

io" CM"<br />

co pco<br />

co<br />

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IO' CM<br />

CO p­<br />

8 Tf<br />

iõ" CM'<br />

S<br />

co<br />

S<br />

CO"<br />

CO<br />

s<br />

CO<br />

CD<br />

g<br />

8<br />

oo<br />

CO"<br />

12<br />

IO<br />

CO<br />

o<br />

CO<br />

CO<br />

CO'<br />

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co"<br />

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IO Tf to<br />

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co Tf K co io<br />

Tf CM — O CM<br />

*­ d co* d d<br />

O f~ — — Tf<br />

O Tf CO Tf _<br />

OO — CO O Tf<br />

—' d cvi d d<br />

h* O CM CO CO<br />

O CO CM Tf CM<br />

CO CM 00 O Tf<br />

— d CM" d d<br />

CO CM CO O Tf<br />

Tf Tf CM Tf r­<br />

IO CM oq o Tf<br />

—' d CM" d o<br />

S<br />

O CD CO CO<br />

o n m co<br />

■—_ CM O O 00<br />

— d co" d o<br />

O CM O CO CO<br />

co co IO IO ■*-<br />

CM CM CO O O)<br />

>­" d CM' d o<br />

CO N CO CO o<br />

p­ co co io co<br />

•»_ CM O O 00<br />

»■ d co" d e<br />

o p­ p~ co r­<br />

CO Tf IO Tf co<br />

CM_ CM 00 O CB<br />

—" d CM d d<br />

O 00 00 CM P»<br />

CM IO — CO CO<br />

CM CM CO o oo<br />

—" d CM d d<br />

O) Tf CO p­ ~<br />

oo Tf oo Tf co<br />

CM CM P­ O 05<br />

—' d CM" d d<br />

CO «O 00 Tf<br />

CO CO CM <br />

O O CO<br />

o d —'<br />

o — CM<br />

o io a><br />

o o oo<br />

d o —"<br />

o r­ co<br />

o CM p­<br />

O O OÎ<br />

o d —"<br />

O CM 00<br />

O ­■— .—<br />

O O 01<br />

O d —'<br />

O Tf IO<br />

O CM O<br />

o o cn<br />

d d —'<br />

O CM P­<br />

O — IO<br />

o o co<br />

d d —*<br />

§22<br />

o o oo<br />

d o —'<br />

O r­ OO<br />

O CM CO<br />

O O o><br />

d d —"<br />

CM<br />

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— o o<br />

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CM<br />

O<br />

O) —<br />

Tf IO<br />

■— CO<br />

CM o o<br />

co<br />

cn<br />

CO CD<br />

—. 00<br />

— o d<br />

o<br />

co<br />

O)<br />

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— oo<br />

o o<br />

— 0><br />

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d d<br />

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d<br />

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CO<br />

O) CM p­<br />

—" O o<br />

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CO<br />

CO<br />

p­ co<br />

IO Tf<br />

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— o o<br />

o<br />

O)<br />

O CO CO CO<br />

O O Tf Tf<br />

o o oo o)<br />

d o —' —'<br />

o co Tf<br />

ocos<br />

o o oo<br />

o" o" ~­'<br />

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co »­<br />

IO Tf<br />

CM r»<br />

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— oo<br />

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CM p­<br />

O 00 p­<br />

— IO Tf<br />

O) CM P­<br />

—' d o"<br />

Oï ay<br />

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CD o<br />

O) co<br />

CO o<br />

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O) p-<br />

*■"<br />

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00 IO<br />

co o<br />

O p.<br />

Tf" O<br />

co o<br />

CM po<br />

co<br />

Tf" o<br />

co co<br />

P TÎ<br />

2 •"­<br />

P­_ IO<br />

co" d<br />

p­ S<br />

P­ Tf<br />

co' d<br />

CO<br />

CM<br />

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co<br />

p-<br />

p­<br />

p­<br />

IO<br />

co<br />

CO<br />

co"<br />

CM<br />

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CM<br />

+<br />

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CM<br />

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IO<br />

o<br />

IO<br />

co o<br />

IO<br />

CO<br />

IO<br />

o<br />

f­<br />

Tf<br />

o"<br />

1<br />

><br />

<<br />

258<br />

j


ANEXO IV<br />

Composição química e fórmulas estruturais<br />

<strong>de</strong> moscovites primárias dos granitos do<br />

Complexo <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto


o<br />

05<br />

? S * S S 8 8 S 8<br />

d 55 CM" d *­" d d 2<br />

£rv£ícog.­,­oí2<br />

0 . cn ^. to 5 n o * n .<br />

CM o — o o<br />

Tf co rv LO LO CO<br />

LO O CM O CM CD<br />

O J ; C M O < ­ O O O ><br />

o<br />

CM<br />

CO Tf O! Q CD S<br />

. CO O N 8 » ,<br />

CM ­ o ­ o" d d j;<br />

CM LO CO O O<br />

i'.N'^OLOO* .<br />

2 o $ -" o 6 d d 2<br />

^LoSrcogTfTfr­.<br />

"". co œ Tf<br />

. o 5 œ ó ... CM ^ «H<br />

§ d $ CM' d O" d d d 2<br />

^ «I ^ Tf co rv<br />

co g co o o es<br />

LO ­ CM<br />

Tf ^ CO<br />


c<br />

J<br />

E<br />

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o<br />

CO<br />

CO<br />

rs CM 10 ­ co<br />

.mow on<br />

d « ­ d d o" o"<br />

co S * CD o ­ o) ;<br />

. * ~. B O (O O N<br />

Í M Í g ^ o o<br />

~ CO O COO CM CN<br />

Z CN d d o" o" aí<br />

•* m O<br />

*. 5 n<br />

r» co o — — Tf<br />

q o o o « *<br />

CM" O" O" O" d oo"<br />

«o o «<br />

Tf ° co<br />

i t c o j r ^ o i u — co<br />

°. CO 1 — — CD O CM ■<br />

CO o o o o oo<br />

O CO CM CO O IO<br />

1§ o" 5; co" o" o" o" o" oo'<br />

85S.88<br />

­ o<br />

X Tf £ Cp CM to r- l<br />

°. * œ . * o > o<br />

CD ^­r ço<br />

Sos­oooo"<br />

I O O N S<br />

o * 5 Si 21 è5 o rt ".<br />

­ — , CO o<br />

o" o" d o" £<br />

o n­ * •<br />

Si — S LO ç co CN os oo<br />

' o r­. o co co<br />

o „. * * ­<br />

o co<br />

. to LO "4 "<br />

ÏÏCNï;r­.cDCN­Lor­.<br />

~ CO~LDOCOO — CO<br />

CO O O O O O)<br />

Tf O) LO — LO rv<br />

. Tf O CM O O —<br />

co" d ­" o" d o)<br />

STf^oocorvgoo —<br />

œ . LO œ . r^OCDÕLOOO<br />

!g d 55 ­' d d d o" o>"<br />

,_ o<br />

CN o r­ o Tf<br />

CN" d d o" d<br />

oorcococogcou<br />

. CN ~ O O LO O CM *^<br />

§ d S CN d d o" o" £<br />

g ­ ^ o o r ­ T f o c o e<br />

œ . LO "T — o r>. O Tf ".<br />

d ^ CM" O" O" O" O" £<br />

ÍS — SLDCMCOOOJCO<br />

C O 1 " ­ O L O O C M C O<br />

d 5Ç CM" O" O" O" O" o><br />

CD<br />

CD<br />

LO<br />

CM"<br />

co<br />

o<br />

CO<br />

IO<br />

co<br />

o<br />

CO<br />

O)<br />

CN<br />

LO<br />

Ó)<br />

r­. co<br />

O) o<br />

— m<br />

o o<br />

O) —<br />

CN r-<br />

TfLOOCNO­ lOtO<br />

OOCOCNO — OOO —<br />

COOCNO — OOí"^<br />

ci d d d d d d —<br />

cOTfcor*«co — r^cN<br />

I^TfCNOCNQr^O)<br />

CD O CM o >­ O O rv<br />

co" d d d d d d •­"<br />

a>r­.cocoTf — TÍCN<br />

g CN o LO co<br />

O CD<br />

d d —<br />

IO Tf Tf r- — — io OD<br />

CD * ■ co g CM o IO lo<br />

r- O NO-OO*<br />

COOOOOOO —<br />

CMOO lOOCOCNOOCNCO —<br />

Tf LO oOTfr* — r*ocoio<br />

CO CO IO O CO O — O O IO<br />

CD" — co" o" o" o" o" d o" «­'<br />

CM 00<br />

IO Tf<br />

CN r­<br />

as<br />

— O)<br />

O 0)<br />

CM rs<br />

— lOCOÕLOÕCDTf<br />

COO — O — O — 00<br />

C O O O O O O O —<br />

CNLQCOCNTf — OLD<br />

r ^ t c o o i o o i o i o<br />

CO o — o — O — rco'<br />

o" o" o" o" o" o" —"<br />

rv«ro)CN — o Tf co<br />

co — Tfçcogoor^<br />

r­»_ o — o — o o r­.<br />

co" o" o" o" d o" d —"<br />

TfTfr^çoocococN<br />

CO — S O Í OO 03<br />

co — — o — o — co<br />

co" d o" o" o" o" o" —"<br />

CM —<br />

O LO<br />

oo o<br />

r* —<br />

00 CD<br />

CD —<br />

io co<br />

— 00<br />

CD —<br />

— o COCN — L O ­ T f T f o cor^<br />

Tf LO cOTfco­ O Õ L D O Tf r­<br />

COCD LOOCOO — o o LO C O ­<br />

% Tf<br />

IO CO<br />

co o<br />

Tf CO — CO — LOTfOOO) oco<br />

O O CNLOTfgTfÇCOCO CMCO<br />

CM > r>­o — o — o o r** coo<br />

co" —" co" o" o" o" o" o" o" ­" —' *"<br />

o<br />

O co r»<br />

r­ r­. oo<br />

°°. °. o"<br />

— Tf ­<br />

co — co<br />

­ r» Tf<br />

55 í­<br />

CO<br />

o<br />

CO" —" co" d o" d d o" o" —" —' •*' ­<br />

r*. co<br />

r­ CN<br />

CM r­<br />

LOLOCDCOCDCOCNCN<br />

c o i o i o o t o a o a )<br />

r~o — o — O O L O<br />

CD 0) O)<br />

O CO LO<br />

* o *s<br />

O) co" — co" o" o" o" o" o" d —" —' Tf"<br />

Tf<br />

Tf<br />

Tf<br />

CNCO coco­r^co — OTf LOCO<br />

0)0 COCO — O H O * 9 OOLO<br />

COCO L O O T J ­ Ô ­ ooco coco'<br />

— co" o" d d d d d —" —" Tf"<br />

CO CM<br />

O) o<br />

IO Tf<br />

O) LO CN — ["*■ CN Tf 00<br />

CD CN í^ — c o o ­ r­<br />

— Or^OCNOOCD<br />

CO Tf<br />

O) Tf<br />

CD CN<br />

CO— C O O O O O O O — ­Tf<br />

t­« co<br />

CO CO<br />

— 00<br />

— LO Q CO Tf O ­ CO<br />

O LO O ' O Q ' CO O LO CO<br />

r^ocNO — o — co<br />

" o" o" o" o" o" o" ­<br />

Tf Tf<br />

CO O)<br />

CO o<br />

CDTf r­oocNr­ogcoLO cNTf<br />

f» CN CDCNLOOTfOOTf LO —<br />

— oo coocNO — o — r>. coco"<br />

­" co" o" o" o" o" o" d —" — Tf"<br />

TfCO CDOOCBCOCDOCOCO COCO<br />

— 00 CNCNCNOOgCOTf — O)<br />

CN p> P ^ O C N O — o o r * ooo<br />

co" — co" o" o" o" d o" o" ­" —" Tf<br />

— O) CNCNCDOOOJOOCN<br />

OO) COLOTfQTfOCNr^<br />

CN P» COOCNO — O — f><br />

CD' — co" o" o" o" o" o" o" —"<br />

— — (N CN CN Q LO N<br />

cNcOTfg — or~.oo<br />

r « o c N O ­ o o c o<br />

co" o" o" o" o" o" o" —'<br />

RR<br />

O m<br />

CN CO Tf<br />

O) CO o<br />

°°. °. o"<br />

­ Tf ­<br />

^ Tf<br />

a|°.2cN < Í.§.g'« < 3cM >i­CNÇOco n ^ •2 6


at<br />

h<br />

!<br />

E<br />

b<br />

(0<br />

S<br />

CO 46.09<br />

5<br />

CO<br />

CO<br />

0,68<br />

32,71<br />

2,08<br />

0,07<br />

0,84<br />

0,04<br />

0,41<br />

11,00<br />

40,05<br />

0,56<br />

31,93<br />

3,38<br />

0,04<br />

0,99<br />

0,00<br />

0.61<br />

10,32<br />

46,61<br />

0,45<br />

35,29<br />

1,65<br />

0,02<br />

0,69<br />

0,00<br />

0.25<br />

9,46<br />

0) 2 ­ ­ 9 i n c o c o c N > ­ 0<br />

­ co " r­ o co o m °<br />

2 d 55 T­" d d d d £<br />

CO<br />

CO<br />

ft<br />

ft<br />

u<br />

ft<br />

ft<br />

a<br />

ft<br />

ft<br />

u<br />

ft<br />

s 0,49<br />

a<br />

ft<br />

46,39<br />

0,12<br />

34,61<br />

1,68<br />

0,03<br />

0,88<br />

0,01<br />

0,53<br />

10,07<br />

46,38<br />

0,56<br />

33,86<br />

1,66<br />

0.01<br />

0,86<br />

0,03<br />

0,34<br />

9,32<br />

45,72<br />

0,66<br />

34,97<br />

1,30<br />

0,02<br />

0,79<br />

0,00<br />

0,66<br />

10,20<br />

£co;gtfTfCOO.­tf<br />

N . o q ? o a 8 S «H<br />

2 ­" 8 ­" o d o d £<br />

46,08<br />

0,71<br />

34,39<br />

1,50<br />

0,02<br />

0,91<br />

0,00<br />

0,52<br />

10,31<br />

45,89<br />

0,27<br />

36,13<br />

1,26<br />

0.01<br />

0.90<br />

0,00<br />

0.50<br />

10,41<br />

45,68<br />

0,37<br />

34,02<br />

1.29<br />

0,00<br />

0,84<br />

0,01<br />

0,47<br />

10,61<br />

S*­£cMLOCOCMog<br />

. r­ f; o> o co o B *.<br />

2 o 55 d d d d d £<br />

46,34<br />

0,46<br />

33,94<br />

1.39<br />

0,00<br />

0.79<br />

0,02<br />

0,49<br />

10,87<br />

46,22<br />

0,56<br />

34,32<br />

1,24<br />

0,01<br />

0,75<br />

0,00<br />

0,52<br />

10.97<br />

8.3 » ï g Ï 8 8 '<br />

5 d g oí d T­" d d £<br />

46.36<br />

0,57<br />

34,35<br />

1,40<br />

0.00<br />

0.81<br />

0.03<br />

0,29<br />

9,91<br />

33.90<br />

1.67<br />

0.03<br />

0.85<br />

0.00<br />

0.44<br />

10,53<br />

SinScocococMcos<br />

" LO ­ o — o co q<br />

2 d $ CM" d ­" d d £<br />

ScoS­TfcOT­tfSj<br />

O<br />

°. o q o o co o<br />

r<br />

CM q<br />

o c<br />

» J<br />

co iS<br />

a, i<br />

J d g «' d d d d £<br />

CM<br />

01<br />

m<br />

CO<br />

CO<br />

CO<br />

co"<br />

co<br />

CM<br />

tf<br />

•tf<br />

CO<br />

tf<br />

tf"<br />

0)<br />

CM<br />

CO<br />

tf"<br />

œ<br />

CM<br />

o<br />

d<br />

co<br />

CM<br />

CM<br />

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CO<br />

CO<br />

co'<br />

CO<br />

tf<br />

tf"<br />

CO<br />

CO<br />

s<br />

CO<br />

CO<br />

co"<br />

CO<br />

o<br />

CO<br />

co"<br />

a<br />

8<br />

tf<br />

a<br />

co<br />

LO<br />

■tf<br />

CO<br />

8<br />

co<br />

CM<br />

r~<br />

co"<br />

CO<br />

•tf<br />

o<br />

tf"<br />

CO<br />

LO<br />

CO<br />

d<br />

co<br />

tf<br />

»<br />

co<br />

r* co<br />

rv CM<br />

CM rd<br />

.­" 3,528<br />

co ■*<br />

co o<br />

CM r­.<br />

d .­"<br />

LO 10<br />

r­ CO<br />

CM rd<br />

.­" 3.761<br />

LO LO<br />

CO CO<br />

CM r*<br />

d r­"<br />

CO .­<br />

CM r*<br />

CM r»<br />

d v­" 3,707<br />

— CD<br />

CO v<br />

CM r­*<br />

d —" 3,686<br />

a Ttf<br />

in<br />

T­ co<br />

d .­"<br />

r­ co<br />

f* CM<br />

«­ co<br />

d v­" 3,584<br />

CM co<br />

co o<br />

­ co<br />

d v­" 3,723<br />

o O<br />

CM co<br />

CM r»<br />

d .­' 3,680<br />

CO CM<br />

co co<br />

.­ CO<br />

d r­"<br />

co •­<br />

* in<br />

CM P^<br />

d f' 3,643<br />

LO IO<br />

— CO<br />

CM r*.<br />

d T­" 3,653<br />

CO f~<br />

co co<br />

co co<br />

d »­" 3,500<br />

LO LO<br />

tf m<br />

CM rs<br />

d —' 3,699<br />

LO m<br />

CO CO<br />

CM r­<br />

d .­"<br />

* co<br />

CM r»<br />

CO CD<br />

d r­"<br />

M C M S 3 « O O O ° O "ã ._ ><br />

"5<br />

co r*<br />

co ­co<br />

co<br />

d T­' 3,617<br />

0.070<br />

0,237<br />

0,008<br />

0,171<br />

0,006<br />

0,108<br />

1,911<br />

CMOOCDLDCMQT­O<br />

Í L U C O Q O O C O<br />

tfOCOOCMOf­CO<br />

m d d d d d d .­"<br />

0.045<br />

0.184<br />

0,002<br />

0,137<br />

0,000<br />

0,064<br />

1,609<br />

*­«­cocor*­cocMCO<br />

S S S 8 ï 8 5 s<br />

ft d d d o' d o' »­"<br />

0,012<br />

0,189<br />

0,003<br />

0,176<br />

0,001<br />

0,138<br />

1,725<br />

0,057<br />

0,188<br />

0,001<br />

0,174<br />

0,004<br />

0,089<br />

1,610<br />

CMr^COCMCOOCOO<br />

œ ç û T t O L û ô t i S<br />

o<br />

■­" *'<br />

CO LO<br />

CM CM<br />

0> O<br />

r­' •*"<br />

— m<br />

88<br />

CM" *"<br />

58<br />

CM" *"<br />

CM O<br />

CM CD<br />

a o<br />

O<br />

—" >t"<br />

CO LO<br />

CD Ȓ<br />

CO O<br />

•­' *"<br />

m co<br />

^­ oo<br />

co o<br />

•­" t'<br />

X ><br />

. 00<br />

£ d<br />

J7 r»*<br />

5s<br />

. CO<br />

j ; r~."<br />

qS<br />

2 «o<br />

■* CO<br />

■tf CO<br />

r~" r~."<br />

r* CM<br />

00 o<br />

00 N<br />

CO o<br />

LO •d<br />

r*."<br />

tf CO<br />

oo" d<br />

fM rf.<br />

qS<br />

^ d<br />

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oo d<br />

^8<br />

s q<br />

£ «D<br />

«8<br />

£ CM"<br />

L" Tf<br />

P.8<br />

í d<br />

£ CM<br />

. tf<br />

£ tf"<br />

£ S<br />

£ d


h. CO CO CM co CM<br />

v O lo o N n<br />

tf m « —<br />

O) o O)<br />

CM CO CO<br />

0) CD<br />

IV CM oo<br />

0) |v CM<br />

li) co" CO<br />

COLÍ>r"­P»'tC0*tC0 10 CM<br />

CO'tOO'­ONN O II)<br />

ií) O co O »- O O i­ CM c a io<br />

< < •­ « 2 5 o<br />

CM 00<br />

CO .­<br />

O) o<br />

«­" tf<br />

X V<br />

«­ rv<br />

CO O)<br />

J0 CO<br />


ANEXO V<br />

Composição química e fórmulas estruturais<br />

<strong>de</strong> moscovites secundárias simplectíticas<br />

(associa<strong>da</strong>s à moscovitização <strong>da</strong><br />

plagioclase). Exemplo <strong>de</strong> duas análises <strong>de</strong><br />

moscovite intersticial


E<br />

b<br />

i<br />

1<br />

in<br />

(0<br />

o<br />

in<br />

to<br />

65/b<br />

34/f<br />

13/j<br />

O<br />

■9<br />

en<br />

IV<br />

CO<br />

rv<br />

5<br />

m<br />

i .<br />

m ^ S i o o o o ^ ­ c M<br />

"l «­; °l CO t­ CO O CM CM<br />

■* °~ cõ «"> O o O d en<br />

S c M ° ­ c o e o o ­ 2<br />

°l CM °°. en o in o co °H<br />

$ d £ co' d d d d °<br />

? ? r v ^ r v c o o o o o 2<br />

. »; ". M ^ ID O PI ".<br />

? cï jj »' d d d d 2<br />

j<br />

^ l o g o ^ o o o c o g<br />

Ç d S «­" o d o d 2<br />

* *t ". n o cn o co "l<br />

Ï d « ­' d d d d 2<br />

. o "i e o » o M ".<br />

5 d g N d d d d 2<br />

*J N ". N O II) O N 0)<br />

!§ o 5Ç «­" d d d d aí<br />

­ q[ \ iv^ o co o CM rv<br />

S d j r­' d d d d aí<br />

S ^ S l T j r O c N o o S<br />

­ «­ ­ ■* O 00 O CM .<br />

? d J ­" d d d d 2<br />

cò S t N ^ O B O l O *<br />

­ CD VN „ 0> »­ 0) O •* tO<br />

? O g r d d d d aí<br />

.o<br />

co<br />

XI<br />

— i<br />

co<br />

o<br />

­—<br />

00<br />

CO<br />

CO<br />

^ O ~ O > ­ C 0 C N O C 0<br />

* c o w . r v o o o o e o c o<br />

Ift * CO * * * * * *<br />

l ^ o ^ ^ ­ o o o o c n<br />

■ « ' " e n C n ^ f o o o i v r ­<br />

"'* m a i o o cn o CM o<br />

§ d g ­' d d d d aí<br />

« § » JO g m CM çn J<br />

5 d g CM d d d d 2<br />

| ï m [ N . . ­ L O > s t ­ ' < * m c o<br />

1 ­ in u i in o rv o CM «­<br />

? d « >■' d d d d aí<br />

o<br />

CO<br />

0)<br />

a í= ° CN œ c Ol « V (M<br />

i» h 5 í 5 J U | S<br />

00<br />

O<br />

CM"<br />

cn 6,355<br />

rv<br />

q<br />

có"<br />

O) 6,343<br />

CO<br />

cn<br />

cocn<br />

6,330<br />

CM<br />

O<br />

■tf<br />

O) 6,273<br />

6,194<br />

LO<br />

co"<br />

cn 6,397<br />

co<br />

to<br />

CN~<br />

1,645<br />

1,657<br />

1,670<br />

1,727<br />

1,806<br />

1,603<br />

6,216<br />

1,784<br />

LO<br />

CO<br />

CM~<br />

cn 6,252<br />

00<br />

cn<br />

co"<br />

6,264<br />

O)<br />

co<br />

rv<br />

<br />

W 5<br />

COOOCOCN^O'tOO<br />

rv*— ^­ »— CMOCOCM<br />

l O O ' t O ' ­ O O C O<br />

CO o o o o o" o" i­ 1,692<br />

c M c o T ­ r v ( j ) O c o m<br />

" ­ Ç M L O o < ­ o o o a ><br />

LO CD "t O «­ O O lv<br />

» o" o­ o" d d d «­ 1,877<br />

torvcMLOOooa>>*<br />

c o « ­ ^ ­ * ­ , ­ o r v c o<br />

L 0 O « t O t ­ o O | v<br />

co o o" o" d o" o" «­ 1,843<br />

t o t o c N L o r v o o r v<br />

C M ^ ­ c n O l v o C M O )<br />

«o q «­. O «­ o t­ r.<br />

to o" o" o" o" ó o" *­ o o rv<br />

co o" d ó ó ó o" ■<br />

17,73<br />

3,79<br />

17,13<br />

4,40<br />

16,48<br />

4,29<br />

13,67<br />

6,26<br />

9,71<br />

5,20<br />

19,85<br />

3,02<br />

10,78<br />

4,23<br />

12,61<br />

4,05<br />

13,22<br />

3,94<br />

6,09<br />

6,60<br />

8,40<br />

4,63<br />

12,45<br />

4,34<br />

9,42<br />

6,70<br />

10,87<br />

3,98<br />

Celad.%<br />

Parag.%<br />

I<br />

266


o<br />

5<br />

to<br />

o<br />

><br />

s s­<br />

O<br />

o<br />

to<br />

o<br />

c<br />

­ CO<br />

o<br />

■4­»<br />

o<br />

d)<br />

Q.<br />

E<br />

m<br />

a><br />

+­<<br />

'><br />

o<br />

o<br />

V)<br />

o<br />

2<br />

O)<br />

Ò<br />

E<br />

b<br />

CM<br />

° 8 5 8 g « g $ S<br />

¥ ­ 8 « o ­ d d 2<br />

CM . M 1 io o n o * N .<br />

Ï ­' ÍS N O ­ d O 2<br />

CO<br />

S o 2 n o t m c M 3<br />

. O » 00 O CM O CO ~<br />

? d S ­' d ­• d d ©<br />

co " « , io 5 » o » "Î<br />

Ï o j5 r d d d d 2<br />

O<br />

o<br />

r>­<br />

o<br />

10<br />

o<br />

to<br />

O<br />

co<br />

CD<br />

a<br />

se<br />

°l oo "l r­ o co o CM "l<br />

Î d 5 ti d d d d 2<br />

^ r v S o O C M O O t O C M<br />

­ m ^ , ooor^ocMO)<br />

? d S ­" d d d d o><br />

ÍTjrv^ocojvcocoíS<br />

^ co co o r» o CM "l<br />

§ d S ­ s o d d d 2<br />

S ^ ï ï c o c o o o ^ S<br />

" IO " o o • o « *.<br />

§ d S ­ d d d d 2<br />

0 0 ° 0 | | ^ C M °<br />

CM<br />

6,196<br />

1,804<br />

to<br />

q<br />

in<br />

o> 6,225<br />

co<br />

•*"<br />

0><br />

1,775<br />

6,262<br />

1,738<br />

19<br />

CO<br />

0) 6,169<br />

rs<br />

in<br />

0) 6,424<br />

m<br />

05 6,242<br />

CM<br />

CO<br />

w<br />

05 6,241<br />

1».<br />

r»<br />

CM<br />

05 6,182<br />

"5<br />

0<br />

1­<br />

1,831<br />

1,576<br />

1,758<br />

1,759<br />

1,818<br />

cointor^r^omcM<br />

oooinocMO'­cM<br />

*. *t t q t q •"« °°<br />

co o o" o" o" ó o" «­<br />

^twoio^cor^co<br />

CMCMOO q > ­ ^ q « ­ o o o 9<br />

co" d d d d d d «­"<br />

._ > > Í ­ C M C a>aj a,<br />

4,105<br />

4,056<br />

4,071<br />

4,062<br />

4,046<br />

1,914<br />

4,032<br />

X >­<br />

9,81<br />

5,96<br />

11,23<br />

5,70<br />

13,09<br />

4,44<br />

8,47<br />

5,33<br />

21,20<br />

2,93<br />

12,12<br />

3,82<br />

12,04<br />

3,19<br />

9,10<br />

4,69<br />

Celad.%<br />

Parag.%<br />

267<br />

CU<br />

to<br />

(0<br />

o<br />

^­<br />

O)<br />

o<br />

«o<br />

o<br />

03<br />

T3<br />

c<br />

03<br />

O)<br />

O)<br />

ò<br />

g<br />


ANEXO VI<br />

Composição química e fórmulas estruturais<br />

<strong>de</strong> feldspatos potássicos dos granitos do<br />

Complexo <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto


5<br />

co<br />

_o<br />

cõ<br />

CO<br />

­5<br />

cõ<br />

*<br />

tf<br />

CO<br />

*<br />

CO<br />

—.<br />

CN<br />

CN<br />

*<br />

CN<br />

5<br />

CN<br />

*<br />

o<br />

CN<br />

CN<br />

co<br />

CN<br />

O<br />

e/><br />

w<br />

Q.<br />

c£<br />

LOCNCOCOCN«­CN00CO<br />

«O O CN O O O O O O O O O O r t 0 0 N O S<br />

Ifl o o o o o o o o o o o o<br />

c? o' d o cT o ò ó ó o" o o" o"<br />

OT<br />

o<br />

O)<br />

O l N N O t ­ r ­ i ­ M N tq<br />

q » q q q q >­ CM tf<br />

o" o" o" o" o" o" o" o" d o"<br />

"« q ­ q o o o 10<br />

S d 2 d d d d d<br />

IO<br />

co"<br />

CO<br />

LO<br />

O<br />

O<br />

O<br />

d<br />

CD<br />

tf­" o<br />

CD d<br />

00<br />

rtf"<br />

CD<br />

cn<br />

CO<br />

tf"<br />

CD<br />

CN<br />

CN<br />

co"<br />

co<br />

tf<br />

lo"<br />

CD<br />

CO<br />

■tf<br />

CD<br />

tf<br />

O<br />

CO<br />

00<br />

co<br />

•et<br />

co<br />

O<br />

tf"<br />

CD<br />

cn<br />

°l<br />

coco<br />

CO<br />

p*<br />

co"<br />

­oooiflix<br />

q q q q q o o o o<br />

o" o" o" o" o" o" o" d o"<br />

(O<br />

cn<br />

í­ * o<br />

o<br />

cn<br />

°l<br />

5<br />

m<br />

rx<br />

q<br />

CN<br />

t—<br />

en<br />

cn<br />

cn<br />

co<br />

CN<br />

0»<br />

IX<br />

CN<br />

O<br />

CN<br />

O<br />

tx<br />

q<br />

cn<br />

cn<br />

09<br />

LO<br />

0»<br />

cn<br />

o<br />

•tf"<br />

o<br />

00<br />

o<br />

O<br />

o<br />

d<br />

00<br />

o<br />

o<br />

tf" d<br />

CO<br />

CN<br />

O<br />

"Cf"<br />

tf­<br />

O<br />

tf"<br />

co<br />

co<br />

O<br />

o<br />

d<br />

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o<br />

d<br />

ix<br />

o<br />

o<br />

tf­" d<br />

tf<br />

O<br />

o<br />

■tf"<br />

o<br />

d<br />

o o o o o<br />

O O O O CN<br />

d d d d d<br />

co<br />

o<br />

d<br />

CD<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

CD<br />

O<br />

o<br />

d<br />

o<br />

o"<br />

o<br />

d<br />

00 o<br />

co o<br />

O o<br />

tf" d o<br />

d<br />

00<br />

tf<br />

tf'<br />

cn<br />

co<br />

o<br />

ir"<br />

tf<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

LO<br />

CO<br />

m o<br />

o<br />

tf" d<br />

co<br />

00<br />

08<br />

LO o<br />

CO o<br />

tf" d<br />

O<br />

rx LO<br />

00<br />

°l<br />

co"<br />

CO<br />

o<br />

d<br />

o<br />

o"<br />

o<br />

d<br />

LO<br />

O<br />

o<br />

d<br />

CO<br />

o<br />

d<br />

CO<br />

o<br />

O<br />

d<br />

cõ < F CN<br />

CO<br />

O<br />

O<br />

O<br />

d<br />

CO<br />

o<br />

O<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

CO<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

o"<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

c<br />

5<br />

o<br />

d<br />

o<br />

o"<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

CO<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

CO<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

00<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

cn<br />

2<br />

O<br />

O<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

CO<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

CN<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

o<br />

d<br />

CN<br />

O<br />

O<br />

o"<br />

CO<br />

O<br />

CN<br />

d<br />

CN<br />

LO<br />

CN<br />

d<br />

CO<br />

co<br />

d<br />

cn<br />

t—<br />

d<br />

00<br />


E<br />

ò io<br />

cncNoocoO'­'­cO't<br />

"~. o •-_ q q q q q «~<br />

O o" O* o" o" Ó Ó Ó Ó<br />

*8<br />

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«­ (0<br />

<br />

» 8 8 8 8 8 8 S S q 8 5<br />

£


ANEXO VII<br />

Composição química e fórmulas estruturais<br />

<strong>de</strong> plagioclases dos granitos do<br />

Complexo <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto


*-><br />

o<br />

a.<br />

LO<br />

ID<br />

LO<br />

5<br />

LO<br />

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113/g<br />

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q 8 ° 8 8 8 5 8 ­<br />

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o<br />

CO<br />

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113/a<br />

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XI<br />

—<br />

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o ^ o<br />

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O<br />

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8<br />

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8<br />

d<br />

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LO<br />

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v­ * r» —<br />

o — co o<br />

d d d d d ri d<br />

§ 00 CM<br />

O CD<br />

. S oo<br />

£ d d<br />


ANEXO VIM<br />

Separação electromagnética


A - Princípios gerais <strong>da</strong> separação electromagnética<br />

As separações magnéticas consistem em submeter os minerais à acção <strong>de</strong> um<br />

campo magnético. As diferenças <strong>de</strong> susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética entre os minerais<br />

são os principais critérios que permitem efectuar o fraccionamento.<br />

Todo o material colocado num campo magnético não uniforme adquire certas<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s magnéticas por indução magnética (B) que por sua vez <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética do mineral ( m ) e do campo <strong>de</strong> indução (H), sendo m =B/H<br />

(PARFENOFFefa/. 1970).<br />

A permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética <strong>de</strong> um mineral é o valor que exprime a facili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

com a qual as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s magnéticas po<strong>de</strong>m ser induzi<strong>da</strong>s nesse mineral pela<br />

acção <strong>de</strong> um <strong>da</strong>do campo magnético.<br />

As proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s magnéticas <strong>de</strong> um mineral po<strong>de</strong>m igualmente ser expressas<br />

pela susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética, K, que caracteriza a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> I com a qual o<br />

mineral se magnetiza, sendo K= l/H.<br />

A susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética está relaciona<strong>da</strong> com a permeabilia<strong>da</strong>e<br />

magnética pela equação:<br />

Muitas vezes utiliza-se o conceito <strong>de</strong> susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética específica,<br />

<strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pela expressão:<br />

X=K/p<br />

em que X é susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética específica e p a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> do mineral.<br />

Quando a permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética do mineral é superior à do meio o mineral<br />

é atraído em direcção ao ponto on<strong>de</strong> se dá a convergência do campo, <strong>de</strong>signando-<br />

se o mineral por paramagnético. Nestas circunstâncias H>1 e K e X são valores<br />

positivos. Se a permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética do mineral for mais fraca do que a do<br />

meio o mineral é repelido e <strong>de</strong>signa-se por diamagnético, sendo H


Os minerais paramagnéticos necessitam <strong>de</strong> campos mais fortes para a sua<br />

separação, utilizando-se nestes casos um electro-íman. A separação <strong>de</strong> minerais<br />

diamagnéticos é bastante mais difícil.<br />

B - Separador tipo Frantz<br />

O princípio <strong>de</strong>ste aparelho consiste na <strong>de</strong>slocação dos grãos ao longo <strong>de</strong> uma<br />

calha, localiza<strong>da</strong> no interior <strong>de</strong> um campo electromagnético, dividi<strong>da</strong> em duas partes<br />

por uma divisória.<br />

Durante a separação intervêm diversos factores tais como a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

campo magnético, a inclinação lateral e longitudinal <strong>da</strong> calha assim como a<br />

alimentação através do funil, <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> material e objectivos a atingir.<br />

Fazendo variar a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> corrente, são produzidos campos magnéticos<br />

<strong>de</strong> força uniformemente variável. A inclinação lateral <strong>da</strong> calha (0 o a 30° nos dois<br />

sentidos) permite separar minerais <strong>de</strong> idêntica susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética mas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes. A variação <strong>da</strong> inclinação longitudinal (<strong>de</strong> 0 o a 90°) provoca<br />

uma variação na veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> passagem dos grãos. O débito <strong>de</strong> material po<strong>de</strong> ser<br />

regulado pela intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vibração e pela maior ou menor abertura <strong>da</strong><br />

passagem no funil <strong>de</strong> alimentação.<br />

277


ANEXO IX<br />

Princípios <strong>da</strong> microscopia electrónica <strong>de</strong><br />

varrimento


As amostras não necessitam <strong>de</strong> qualquer preparação específica, <strong>de</strong>vendo<br />

contudo suportar condições <strong>de</strong> alto vácuo sem se alterarem. É indispensável<br />

assegurar uma boa condutivi<strong>da</strong><strong>de</strong> eléctrica superficial, efectuando uma metalização<br />

se necessário.<br />

A - Tipos <strong>de</strong> radiações<br />

A construção <strong>da</strong> imagem po<strong>de</strong> ser realiza<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> diversas radiações<br />

provenientes <strong>da</strong> interacção entre o feixe <strong>de</strong> electrões inci<strong>de</strong>nte e a amostra (figura<br />

IX. 1). Ca<strong>da</strong> electrão inci<strong>de</strong>nte sofre os efeitos <strong>de</strong> várias interacções até per<strong>de</strong>r a<br />

totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> sua energia ou abandonar a amostra. As radiações verifica<strong>da</strong>s em<br />

microscopia electrónica <strong>de</strong> varrimento po<strong>de</strong>m ser agrupa<strong>da</strong>s nas seguintes<br />

categorias:<br />

- electrões retrodifundidos<br />

- electrões secundários<br />

- catodoluminescência<br />

- electrões Auger<br />

- raios X<br />

Electrões retrodifundidos<br />

Consistem em electrões emergentes <strong>da</strong> superfície <strong>da</strong> amostra, com energia<br />

próxima <strong>da</strong> do feixe inci<strong>de</strong>nte e que resultam <strong>de</strong> interacções elásticas (mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong><br />

direcção <strong>da</strong> trajectória do electrão inci<strong>de</strong>nte) ou com per<strong>da</strong> reduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong> energia mas<br />

com forte <strong>de</strong>svio angular. A razão entre o número <strong>de</strong> electrões rectrodifundidos e o<br />

número <strong>de</strong> electrões inci<strong>de</strong>ntes (coeficiente <strong>de</strong> rectrodifusão) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do ângulo <strong>de</strong><br />

incidência do feixe electrónico e aumenta com o número atómico médio local <strong>da</strong><br />

amostra. As imagens obti<strong>da</strong>s utilizando esta radiação fornecem diversas<br />

informações, nomea<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> natureza química (relativamente ao número<br />

atómico) e <strong>da</strong> topografia <strong>da</strong> amostra.<br />

Electrões secundários<br />

São os electrões <strong>de</strong> baixa energia (


incidência do feixe primário. As imagens obti<strong>da</strong>s caracterizam-se por um forte<br />

contraste <strong>da</strong> topografia.<br />

Catodoluminescência<br />

Consiste na emissão <strong>de</strong> fotões (uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s indivisíveis <strong>de</strong> radiação<br />

electromagnética) no domínio do visível, ou <strong>de</strong> comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> próximos, em<br />

materiais isolantes ou semicondutores. Permite obter informações sobre a<br />

composição química ou a estrutura física do material.<br />

Electrões Auger<br />

São electrões <strong>de</strong> baixa energia (até algumas centenas <strong>de</strong> ev) que resultam do<br />

regresso ao estado fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong> átomos que foram ionizados (interacção dos<br />

electrões do feixe inci<strong>de</strong>nte com os electrões <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s internas, com expulsão<br />

<strong>de</strong> um electrão) e que por consequência possuem uma energia característica do<br />

elemento emissor.<br />

Raios X<br />

A radiação X compreen<strong>de</strong> duas componentes: um fundo contínuo e a radiação<br />

característica. A intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a distribuição do espectro do fundo são<br />

consequência do número atómico médio local <strong>da</strong> amostra e <strong>da</strong> energia do feixe <strong>de</strong><br />

incidência. A radiação característica consiste no espectro característico dos<br />

elementos presentes no microvolume excitado pelos electrões inci<strong>de</strong>ntes.<br />

B - Princípios do funcionamento do MEV<br />

Em microscopia electrónica <strong>de</strong> varrimento a superfície <strong>da</strong> amostra é percorri<strong>da</strong><br />

sequencialmente por um feixe <strong>de</strong> electrões <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> energia, finamente focado,<br />

praticamente sem efeitos <strong>de</strong> difracção, possibilitando uma profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> campo<br />

muito superior à atingi<strong>da</strong> em microscopia óptica. As radiações emiti<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong><br />

ponto são recebi<strong>da</strong>s em <strong>de</strong>tectores a<strong>de</strong>quados a ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> radiação, provocando<br />

um sinal eléctrico que por sua vez vai modular o brilho <strong>de</strong> um écran cujo varrimento<br />

coinci<strong>de</strong> com o varrimento <strong>da</strong> amostra. Deste modo, a imagem vai sendo construí<strong>da</strong><br />

ponto por ponto com um brilho proporcional à intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> radiação utiliza<strong>da</strong>.<br />

280


A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> associar um espectrómetro <strong>de</strong> raios X <strong>de</strong> dispersão <strong>de</strong><br />

energia (EDS) ou <strong>de</strong> comprimentos <strong>de</strong> on<strong>da</strong> (WDS) ao microscópio electrónico <strong>de</strong><br />

varrimento permite, através <strong>da</strong> <strong>de</strong>tecção e análise <strong>da</strong> radiação emiti<strong>da</strong> pela amostra,<br />

analisar qualitativa e quantitativamente elementos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o sódio ou o boro<br />

(respectivamente com EDS e WDS) até ao urânio, conferindo ao microscópio<br />

potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s semelhantes às <strong>da</strong> microsson<strong>da</strong>.<br />

A rápi<strong>da</strong> expansão <strong>da</strong> utilização do microscópio electrónico <strong>de</strong> varrimento<br />

<strong>de</strong>ve-se, em resumo, aos seguintes aspectos fun<strong>da</strong>mentais:<br />

- a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar com amostras maciças sem preparação prévia;<br />

- existência <strong>de</strong> uma eleva<strong>da</strong> gama <strong>de</strong> ampliações (<strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong><br />

vezes) e gran<strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> campo;<br />

- enorme varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> informações obti<strong>da</strong>s a partir dos sinais emitidos pela<br />

amostra, <strong>de</strong> que se salienta a topografia (ou relevo) e a composição (n° atómico<br />

médio) com resolução <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m dos 10 nm (10 _9 m) e 0.1 mm, respectivamente.<br />

Pormenores sobre a <strong>de</strong>scrição e funcionamento do microscópio electrónico <strong>de</strong><br />

varrimento po<strong>de</strong>m- se encontrar em vários artigos <strong>de</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong> (e.g.<br />

GOLDSTEIN étal. ,1981; SÁ & BARBEDO <strong>de</strong> MAGALHÃES, 1982).<br />

Catodoluminescência<br />

Amostra<br />

Raios X<br />

Electrões Secundários<br />

Retrodifundidos<br />

E. Auger<br />

. Secundários<br />

+ C. Absorvi<strong>da</strong><br />

E.Retrodifundidos<br />

Raios X<br />

característicos<br />

Raios X-cont r'nuo<br />

Raios X-fluorescência<br />

Figura IX.1 - Esquema <strong>da</strong>s diferentes radiações obti<strong>da</strong>s pela interacção do<br />

feixe <strong>de</strong> electrões inci<strong>de</strong>nte com a amostra<br />

281


ANEXO X<br />

Composição química <strong>de</strong> amostras mais sãs<br />

dos granitos do Complexo <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto


8<br />

8<br />

72,59<br />

0.22<br />

14.81<br />

1.37<br />

0.04<br />

0,19<br />

0,34<br />

3.23<br />

4,96<br />

0,19<br />

1,19<br />

73.12<br />

0,14<br />

14.87<br />

1.23<br />

003<br />

0,19<br />

0.25<br />

3.20<br />

5.21<br />

0.34<br />

1,36<br />

99,94<br />

99,13<br />

JN •* o ■* «o o<br />

'. t 8 ç oi Q 5 in o « rt<br />

IN t q s * N _o<br />

o cí V o T­ o<br />

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o o o e> m o<br />

R o S •• o o o' n m" d ** '<br />

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O) _ i­<br />

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o o fs. © i<br />

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o CN m o ri ri V K<br />

O O O CO KÍ © »­" g<br />

­ i­ ~ N O ^<br />

. 3 ­ ' ­<br />

M ­ ni m S g<br />

o J r d d d rd V<br />

g 8 § 8 8 S S g S S s S<br />

f*i o J *­ O o O M" IO o" »­" S<br />

. T­ O O O (N IA O<br />

£ o £ *­ d d o CN « d «­' 8<br />

; s *<br />

«Roo<br />

« $ « o> :<br />

S m 3 (N ÍN °. °. °. ­ o 9 M « I<br />

S * ® 3 ? P; a n" ï f; ; .<br />

S = S<br />

K 5 í Ï § S S­ S 5 3 3 2 ! S s ? S<br />

sSí^Cí^^snrsirs.,­^<br />

■ IN . S O (M * o n n « 0­<br />

O 3 i­ O O" O CN* tri O' *­" O<br />

Sa<br />

w O m .<br />

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T­ CO '<br />

_ 3 n<br />

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: O" O O" (N io o r ' S»<br />

S" fc S g '<br />

o o o °.<br />

oi m" t;<br />

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2 N a * , o o o<br />

V m" ço' '<br />

N­ ^ S ,<br />

j ïi ; g w !<br />

S 0 M N * ><br />

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­ °­ » S m 8<br />

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j*­ I*­ (O v *• o> co j^j­<br />

!Ç «d o" «ri ri d o" o<br />

O Ji N O O O N d O T­ fi ft ? CD O "ï "ï sl>_ N N If)<br />

j» ai «g o cri ft 5 gj to o" V ci O" O' CO<br />

g S g fi S s gJ s § s s s<br />

R O J *■* o" o o" co tri o" T­" g<br />

ÎOïïî!Ê;rCï«5!Tsi»


o<br />

a.<br />

O)<br />

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m<br />

co<br />

S<br />

o<br />

co<br />

O)<br />

a<br />

g O "2 (N o o o" CM" IO o" 8<br />

01<br />

"J o . o o n w « a IN n „•<br />

S O J r O O O IM>" O r 8<br />

­CM r *". 0)O««T­a5cM<br />

p d «! r" d d o co" io" o<br />

CO 5.8<br />

CO<br />

(O<br />

CO<br />

o o" o" co" •*" o" T­" S<br />

{^CMJglOlOOl­^lOOOr­oSS<br />

CM­ r­ *­ *"­ °­ r­ r­ '­­ K ­ n ­ K O O O CO ■* o ­ ­­<br />

0><br />

­ ^ 8 ss<br />

­ T­ u i. CO<br />

2 o 2 T­­<br />

8 S 5 S 8 12 fc<br />

o" O CN IO" O T­ gj<br />

ÍN o w ­_ i­r ri f­r n­r ir»" /­r _r o><br />

K o ­ O O O CO IO O r­<br />

co c i n o i o n N O i ­ S<br />

CM ^­ Tf<br />

!N „­ o IO !» T_­<br />

1<br />

' O N N r S O O O S .<br />

o" o" o" co" •* o" T­" 2<br />

c^!fií2r:S'­coooi^cMtD^<br />

£J o" 2 *­ o" o" o" csf •*" o" *­" o<br />

~ CM «?. O) M f t Ï m CM _ 0 0 0 ­<br />

csj ÍM ?r<br />

­ f­ ^ 5­ 00 10 en N. h­<br />

H H 8 » N­ g S 2 8 «­ s» !? 3 »" o" rf U­ o­ 5­ 8<br />

m ­O >m<br />

ce co N S3 5$<br />

_ to<br />

Tf *".<br />

,­" «o<br />

Tf<br />

38.<br />

­ co<br />

k_<br />

ca<br />

CD<br />

■o<br />

c<br />

s<br />

o


ANEXO XI<br />

Composição química <strong>de</strong> amostras altera<strong>da</strong>s<br />

dos granitos do Complexo <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto


o ?S o<br />

O" O" (N IO O N"<br />

co co *r<br />

CO O *­ xo<br />

J —' o" o" d<br />

8. 2 8 8 8 a S 8<br />

O ïî i­ O O" O N" W<br />

8S«.<br />

d ­• 2><br />

s s s s s<br />

!N" ■» d x­ _ s<br />

^ Í O G G ^ C N C N C P C O C O ; ^<br />

'. ~. n q n n s ï !» $ r** co<br />

& ^ S


(o s<br />

oo 5<br />

« S<br />

ID 2<br />

oo <<br />

R o­<br />

P « »<br />

(N O O O N í S » O" rf Cí d d 5 5­ n"<br />

§ £ § 2 £ S »8§<br />

§° ?» 2S2 S<br />

£


ANEXO XII<br />

Teores <strong>de</strong>Sn, Li, W (ppm), F (%) e Au (ppb)<br />

<strong>de</strong> amostras sãs e altera<strong>da</strong>s dos granitos do<br />

Complexo <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto


Amostra Grão Sn U W F Au<br />

2 G'f 8 482 2<br />

7 " 28 74 4 0.11


ANEXO XIII<br />

Normas CIPW para os granitos do<br />

Complexo <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto


E<br />

M rv ^<br />

CO r~ To<br />

o d o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o<br />

LO CO


co co CM CD<br />

CO


QUADROS


CAPITULO I<br />

Quadro 1.1 - Classificação <strong>da</strong>s rochas graníticas <strong>da</strong> Zona Centro-lbérica, a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> <strong>de</strong> PEREIRA<br />

(1987) e FERREIRA et ai. (1987).<br />

CAPÍTULO II<br />

Quadro 11.1 - Principais características petrográficas dos granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Quadro II.2 - Norma ajusta<strong>da</strong> à composição real dos minerais <strong>de</strong> amostras representativas <strong>da</strong>s<br />

fácies menos e mais altera<strong>da</strong>s dos três grupos <strong>de</strong> rochas graníticas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

<strong>basto</strong>.<br />

(*) Amostras moscovitiza<strong>da</strong>s<br />

(**) Amostras albitiza<strong>da</strong>s<br />

Quadro II.3 - Possível or<strong>de</strong>m e tempo relativo <strong>de</strong> cristalização dos minerais essenciais e<br />

acessórios primários dos granitos em estudo.<br />

Quadro II.4 - Comparação entre as composições normativas ajusta<strong>da</strong>s à composição real dos<br />

minerais <strong>da</strong>s amostras menos altera<strong>da</strong>s e <strong>da</strong>s amostras moscovitiza<strong>da</strong>s (Moscovit.) e albitiza<strong>da</strong>s (Albit.)<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

Quadro II.5 - Composição mo<strong>da</strong>l <strong>da</strong> moscovite secundária resultante <strong>da</strong> moscovitização do<br />

feldspato potássico, <strong>da</strong> plagioclase e <strong>da</strong> biotite, nos três grupos <strong>de</strong> granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras<br />

<strong>de</strong> Basto.<br />

CAPÍTULO III<br />

Quadro 111.1 - Composição <strong>de</strong> biotites primárias dos três grupos <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas do<br />

<strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto: ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> biotites <strong>da</strong> mesma amostra encontra-se disposto por<br />

or<strong>de</strong>m crescente <strong>de</strong> evolução (MgO <strong>de</strong>crescente).<br />

Quadro III.2 - Valores extremos, média e <strong>de</strong>svio padrão <strong>da</strong> composição <strong>da</strong>s biotites primárias dos<br />

três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

Quadro III.3 - Comparação entre a composição <strong>de</strong> biotites primárias <strong>de</strong> amostras menos e mais<br />

evoluí<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

Quadro III.4 - Exemplo para comparação entre a composição <strong>de</strong> uma biotite primária no núcleo e<br />

na periferia <strong>de</strong> um mesmo cristal.<br />

Quadro III.5 - Composição <strong>de</strong> biotites em vias <strong>de</strong> moscovitização nos três grupos <strong>de</strong> granitos do<br />

maciço granítico <strong>de</strong> duas micas <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

294


Quadro 111.6 - Comparação entre a composição <strong>de</strong> biotites primárias (a) e em vias <strong>de</strong><br />

moscovitização (b).<br />

Quadro III.7 - Comparação entre a composição <strong>de</strong> biotites primárias e em vias <strong>de</strong> moscovitização<br />

dos granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto e a composição <strong>de</strong> biotites aluminosas<br />

do maciço <strong>de</strong> St. Sylvestre (França) estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s por FRIEDRICH (1984).<br />

Quadro III.8 - Dados estimados <strong>da</strong> temperatura <strong>de</strong> cristalização e <strong>da</strong> fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio <strong>da</strong>s<br />

biotites em estudo em função <strong>de</strong> XFe a partir do diagrama <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biotite à pressão total <strong>de</strong><br />

2070 bar<strong>de</strong> WONES e EUGSTER (1965).<br />

Quadro III.9 - Características dos fluidos em equilíbrio com as biotites, estima<strong>da</strong>s a partir do<br />

método <strong>de</strong> MUNOZ e LUDINGTON (1974).<br />

a) FeO analisado em concentrados <strong>de</strong> biotite; b) FeO calculado pelo método <strong>de</strong> BRUYIN et ai<br />

(1983).<br />

Quadro 111.10 - Composição química e respectiva fórmula estrutural <strong>de</strong> micas brancas<br />

selecciona<strong>da</strong>s dos granitos em estudo .<br />

G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g - granito <strong>de</strong> grão grosseiro; Celad. - %<br />

molécula celadonítica; Paragon. - % <strong>de</strong> molécula paragonítica; Ml-moscovite primária; Mll-moscovite<br />

secundária; mp- moscovite resultante <strong>da</strong> plagioclase; mb- moscovite resultante <strong>da</strong> biotite; int.- moscovite<br />

intersticial<br />

Quadro 111.11 - Composição química e fórmula estrutural <strong>de</strong> moscovites primárias selecciona<strong>da</strong>s<br />

dos granitos em estudo.<br />

G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g - granito <strong>de</strong> grão grosseiro; Celad. - %<br />

molécula celadonítica; Paragon. - % <strong>de</strong> molécula paragonítica.<br />

Quadro 111.12 - Valores médios do número <strong>de</strong> iões e <strong>de</strong> cargas <strong>da</strong> fórmula estrutural <strong>de</strong> moscovites<br />

primárias para avaliação <strong>da</strong> natureza dioctaédrica, segundo os critérios <strong>de</strong> VELDE (1965).<br />

G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g - granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Quadro 111.13 - Composição química e fórmula estrutural <strong>de</strong> moscovites secundárias dos granitos<br />

<strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Mil - moscovite secundária; mp - moscovite resultante <strong>da</strong> moscovitização <strong>da</strong> plagioclase; mb -<br />

moscovite resultante <strong>da</strong> moscovitização <strong>da</strong> biotite; simpl.- moscovite em associações simplectíticas com<br />

o quartzo; Int. - moscovite intersticial; G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g -<br />

granito <strong>de</strong> grão grosseiro; Celad. - % <strong>de</strong> molécula celadonítica; Parag. - % <strong>de</strong> molécula paragonítica.<br />

Quadro 111.14 - Coeficientes <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> Ti, AIVI e XFe para a biotite (Biot.) e moscovite<br />

(Mosc.) primárias coexistentes nos granitos <strong>de</strong> duas micas <strong>da</strong> área em estudo.<br />

Amostras: 2, 84 e 113-grão fino; 5 e 79-grão médio; 8,13 e 34-grão grosseiro.<br />

Quadro 111.15 - Composição química média do feldspato potássico <strong>de</strong> amostras selecciona<strong>da</strong>s dos<br />

granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g - granito <strong>de</strong> grão grosseiro; opt. + -<br />

cristais <strong>de</strong> sinal óptico positivo.<br />

295


Quadro 111.16 - Tipos <strong>de</strong> estruturas no feldspato potássico dos granitos em estudo i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s por<br />

meio <strong>de</strong> difractometria <strong>de</strong> raios-X .<br />

D-índice <strong>de</strong> triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong>; T-estado triclínico <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong>; RD-estrutura "randomly<br />

disor<strong>de</strong>red" com estados triclínicos <strong>de</strong> diversas triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong>s; t e t1- estados triclínicos <strong>de</strong> triclinici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

intermédia, respectivamente mal <strong>de</strong>finidos e razoavelmente <strong>de</strong>finidos; m-estado monoclínico; n-número<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> D por amostra; s-<strong>de</strong>svio-padrão.<br />

G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g - granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Quadro 111.17 - Composição química média <strong>da</strong> plagioclase <strong>de</strong> amostras selecciona<strong>da</strong>s dos granitos<br />

<strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g - granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Quadro 111.18 - Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas do zircão e <strong>da</strong> monazite <strong>de</strong>terminantes na separação<br />

electromagnética: <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>, constante dieléctrica e susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> magnética.<br />

Quadro 111.19 - Exemplo <strong>da</strong>s etapas <strong>de</strong> separação electromagnética a partir <strong>de</strong> um concentrado<br />

contendo ilmenite, zircão, monazite, anatase e apatite.<br />

Quadro III.20 - Parâmetros geométricos, calculados por análise quantitativa <strong>de</strong> imagem, <strong>de</strong> três<br />

populações <strong>de</strong> zircão dos granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Quadro 111.21 - Subtipos <strong>de</strong> zircões i<strong>de</strong>ntificados nos granitos em estudo e respectivas formas<br />

simples e índices T e A .<br />

CAPÍTULO IV<br />

Quadro IV. 1 - Composição química em termos <strong>de</strong> elementos maiores e vestigiais <strong>de</strong> amostras<br />

menos afecta<strong>da</strong>s pelos processos <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong>utérica representativas dos granitos <strong>de</strong> duas micas do<br />

<strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro; STR-somatório<br />

dos elementos <strong>de</strong> terras raras.<br />

Quadro IV.2 - Gama <strong>de</strong> variação dos valores <strong>da</strong>s razões K/Rb e K/Ba nos três grupos <strong>de</strong> granitos<br />

em estudo.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

CAPÍTULO V<br />

Quadro V.1 - Gama <strong>de</strong> variação dos teores em Sn, Li, W, F e Au, assim como <strong>de</strong> parâmetros<br />

indicadores <strong>de</strong> especialização, <strong>de</strong> amostras sãs, albitiza<strong>da</strong>s (alb.) e moscovitiza<strong>da</strong>s (mosc).<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grossseiro.<br />

296


Quadro V.2 - Exemplos <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong> especialização metalogénica <strong>de</strong> granitoi<strong>de</strong>s sugeridos<br />

na literatura.<br />

Quadro V.3 - Teores em Au (ppb) <strong>de</strong>terminados em amostras sãs e altera<strong>da</strong>s dos granitos em<br />

estudo.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grossseiro; alb.albitização;<br />

mp-moscovitização predominantemente <strong>da</strong> plagioclase; mb-moscovitização <strong>da</strong> biotite e <strong>da</strong><br />

plagioclase.<br />

CAPÍTULO VI<br />

Quadro VI. 1 - Dados isotópicos Rb-Sr para os granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grossseiro.<br />

CAPÍTULO VII<br />

Quadro VI. 1 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base em elementos maiores contidos em<br />

minerais essenciais dos três grupos <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong>grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro;<br />

F-percentagem <strong>de</strong> líquido residual; Sr 2 -somatório do quadrado dos <strong>de</strong>svios.<br />

Quadro VI.2 - Valores extremos dos coeficientes <strong>de</strong> distribuição (Kd) <strong>de</strong> Ba, Sr e Rb para a biotite,<br />

plagioclase e feldspato potássico.<br />

Valores compilados por (a) DIAS (1987) e (b) SEVIGNY et ai. (1989).<br />

Quadro VI.3 - Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cristalização fracciona<strong>da</strong> com base nos elemntos menores Ba, Sr e Rb<br />

contidos em minerais essenciais dos granitos em estudo.<br />

CL-composição real; CL calc.-composição calcula<strong>da</strong>; Kds compilados por (a) DIAS (1987) e (b)<br />

SEVIGNY era/. (1989).<br />

Quadro VI.4 - Proporções calcula<strong>da</strong>s dos minerais intervenientes na mo<strong>de</strong>lização <strong>da</strong> cristalização<br />

fracciona<strong>da</strong>.<br />

F-Percentagem <strong>de</strong> líquido residual; G'f-granito <strong>de</strong>grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito<br />

<strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Quadro VI.5 - Coeficientes <strong>de</strong> distribuição médios <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> terras raras utilizados nos<br />

cálculos (In: DIAS, 1987).<br />

Quadro VI.6 - Comparação entre os valores reais (R) e calculados (C) dos líquidos diferenciados<br />

(representados pelas amostras mais evoluí<strong>da</strong>s) na mo<strong>de</strong>lização <strong>da</strong>s terras raras por um processo <strong>de</strong><br />

cristalização fracciona<strong>da</strong>. Composições normaliza<strong>da</strong>s ao condrito C1.<br />

297


FIGURAS


CAPITULO I<br />

Fig. 1.1 - Mapa geológico do Norte <strong>de</strong> Portugal, segundo <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> FERREIRA et ai. (1987),<br />

modificado por F. NORONHA, com a localização <strong>da</strong> área estu<strong>da</strong><strong>da</strong>:<br />

1 - Formações sedimentares meso-cenozoicas; 2 a 5 - Granitoi<strong>de</strong>s hercínicos: 2- granitoi<strong>de</strong>s<br />

biotíticos pós-tectónicos; 3-granitoi<strong>de</strong>s biotíticos tardi-tectónicos; 4-granitoi<strong>de</strong>s <strong>de</strong> duas micas sin a tarditectónicos;<br />

5-granitoi<strong>de</strong>s biotíticos sintectónicos; 6-Complexo polimetamórfico <strong>de</strong> Bragança e Morais; 7-<br />

Formações metassedimentares; 8-Falha.<br />

Mapa inserido no canto superior direito ilustrando as gran<strong>de</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s tectónicas <strong>da</strong> Península<br />

Ibérica, segundo JULIVERT et ai. (1974) e RIBEIRO et ai. (1979):<br />

I - Zona Cantábrica; II - Zona Asturoci<strong>de</strong>ntal-Leonesa; III - Subzona <strong>da</strong> Galiza Média Trás-os-<br />

Montes; IV - Zona Centro-lbérica; V - Zona <strong>de</strong> Ossa Morena; VI - Zona Sul-Portuguesa.<br />

CAPITULO III<br />

Fig. 111.1 - "Plano i<strong>de</strong>al <strong>da</strong> biotite", AI VI em função <strong>de</strong> (Mg/Mg+Fe 2+ ).<br />

An=anite; Flog=flogopite; AI-Flog=flogopite aluminosa; Al-An=anite aluminosa; Sid=si<strong>de</strong>rofilite;<br />

K2(Mg4AI2)(AI4SÍ402o)(OH)4=estonite (pela antiga nomenclatura). In: GUIDOTTI (1984).<br />

Fig. III.2 - Substituição fengítica "inversa" na biotite: diagrama AI IV em função <strong>de</strong> Al vl +2+2Ti.<br />

Fig. III.3 - Diagrama AI VI em função do somatório dos iões em posição octaédrica.<br />

Fig. III.4 - Diagrama XFe em função <strong>de</strong> AI VI .<br />

Fig. III.5 - Diagrama Al total em função <strong>da</strong> razão (AI V, /AI IV ).<br />

Fig. III.6 - Posicionamento <strong>da</strong>s biotites dos três grupos <strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas em estudo no<br />

diagrama Al total em função <strong>de</strong> Mg (NACHIT et ai., 1985).<br />

Fig. III.7 - Evolução <strong>da</strong> composição <strong>da</strong> biotite no seio <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um dos três grupos <strong>de</strong> granitos em<br />

estudo, em termos <strong>de</strong> Al total em função <strong>de</strong> Mg.<br />

a) - Evolução nos granitos <strong>de</strong> grão fino G'f); b) - evolução nos granitos <strong>de</strong> grão médio (G'm); c) -<br />

evolução nos granitos <strong>de</strong> grão grosseiro (G'g); d) - exemplo para as biotites dos granitos G'm, mostrando<br />

a evolução <strong>de</strong>s<strong>de</strong> biotites primárias em amostras menos evoluí<strong>da</strong>s (-evol.) passando por biotites<br />

primárias em amostras mais evoluí<strong>da</strong>s (+evol.) e em vias <strong>de</strong> moscovitização (bi m) culminando em<br />

moscovites secundárias (Mosc II).<br />

Fig. Ill 8 - Composição média <strong>da</strong>s biotites dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto no<br />

diagrama Fe 3+ -Fe 2+ -Mg <strong>de</strong> WONES e EUGSTER (1965). FeO analisado em concentrados <strong>de</strong> biotite.<br />

Fig. III.9 - Diagrama <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biotite em função <strong>da</strong> fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio e <strong>da</strong><br />

temperatura à pressão total <strong>de</strong> 2070 bar (WONES e EUGSTER, 1965). Posicionamento <strong>da</strong> composição<br />

<strong>da</strong>s biotites em estudo em termos <strong>de</strong> XFe. FeO analisado em concentrados <strong>de</strong> biotite.<br />

299


Fig. 111.10 - Composições extremas <strong>da</strong>s biotites dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto<br />

no diagrama Fe 3+ -Fe 2+ -Mg <strong>de</strong> WONES e EUGSTER (1965). Domínio <strong>da</strong>s composições médias<br />

representado a tracejado. FeO calculado pelo método <strong>de</strong> BRUYIN et ai. (1983).<br />

Fig. 111.11 - Diagrama <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> biotite em função <strong>da</strong> fugaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio e <strong>da</strong><br />

temperatura à pressão total <strong>de</strong> 2070 bar (WONES e EUGSTER, 1965). Posicionamento <strong>da</strong> composição<br />

<strong>da</strong>s biotites em estudo em termos XFe. FeO calculado pelo método <strong>de</strong> BRUYIN et ai. (1983).<br />

FIG. 111.12 - Distribuição <strong>da</strong>s micas brancas primárias (a) e secundárias (b) no diagrama Ti-Mq-Na<br />

<strong>de</strong> MILLER et ai. (1981).<br />

a) - Moscovites primárias (Ml); b) - moscovites secundárias (Mil); mb- moscovite proveniente <strong>da</strong><br />

biotite; mp - moscovite resultante <strong>da</strong> plagioclase; m int - moscovite intersticial; m simp - moscovite em<br />

associação simplectítica.<br />

Fig. 111.13 - Distribuição <strong>da</strong>s micas brancas primárias (a) e secundárias (b) no diagrama Si-Alt-<br />

Outros (Mg+Mn+Fe+Ti) <strong>de</strong> MILLER et ai. (1981).<br />

Fig. 111.14 - Contribuição <strong>da</strong>s moléculas celadonite e paragonite na estrutura <strong>da</strong>s moscovites<br />

primárias dos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

a) Granito <strong>de</strong> grão fino, G'f; b) granito <strong>de</strong> grão médio, G'm; c) granito <strong>de</strong> grão grosseiro, G'g.<br />

Fig. 111.15 - Variação do teor <strong>de</strong> TIO2 com a percentagem <strong>de</strong> molécula celadonítica em moscovites<br />

primárias dos três grupos <strong>de</strong> granitos do <strong>complexo</strong> em estudo.<br />

Simbologia como na figura 111.14.<br />

Fig. 111.16 - Diagrama Al lv =/(Al vl -2+2Ti) - Substituição fengítica.<br />

Área a ponteado: domínio <strong>da</strong>s moscovites primárias em estudo.<br />

Simbologia como na figura 111.14.<br />

Fig. 111.17 - Diagrama Mg=/(Si-6+Ti) - Substituição em posição octaédrica .<br />

Área a ponteado: domínio <strong>da</strong>s moscovites primárias em estudo.<br />

Simbologia como na figura 111.14.<br />

Fig. Ill 18 - Diagrama (Mg, Fet)=/(Si-6+Ti) - Substituição em posição octaédrica e estimativa<br />

gráfica <strong>de</strong> Fe 3+ <strong>da</strong>s moscovites primárias em estudo.<br />

Simbologia como na figura 111.14.<br />

Fig. 111.19 - Contribuição <strong>da</strong>s moléculas celadonite e paragonite na estrutura <strong>da</strong>s moscovites<br />

secundárias dos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

a) Moscovite resultante <strong>da</strong> plagioclase (incluem-se dois exemplos <strong>de</strong> moscovite intersticial,<br />

Mil int);b) moscovite resultante <strong>da</strong> biotite.<br />

Legen<strong>da</strong> como no quadro 111.13.<br />

Fig. III.20 - Variação do teor <strong>de</strong> Ti02 com a percentagem <strong>de</strong> molécula celadonítica em moscovites<br />

secundárias dos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

Legen<strong>da</strong> como na figura 111.19.<br />

300


Fig. 111.21 - Diagrama Al lv =/(Al vl -2+2Ti) - Substituição fengítica.<br />

Área a ponteado: domínio <strong>da</strong>s moscovites secundárias em estudo.<br />

Legen<strong>da</strong> como na figura 111.19.<br />

Fig. III.22 - Diagrama Mg=/(Si-6+Ti) - Substituição em posição octaédrica .<br />

Área a ponteado: domínio <strong>da</strong>s moscovites secundárias em estudo.<br />

Legen<strong>da</strong> como na figura 111.19.<br />

Fig.lll.23 - Diagrama (Mg, Fet)=/(Si-6+Ti) - Substituição em posição octaédrica e estimativa<br />

gráfica <strong>de</strong> Fe 2+ e Fe 3+ <strong>da</strong>s moscovites secundárias em estudo.<br />

Legen<strong>da</strong> como na figura 111.19.<br />

Fig. III.24 - Curvas <strong>de</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> moscovite, biotite e homblen<strong>da</strong> e a sua relação com as<br />

curvas <strong>de</strong> fusão mínima <strong>de</strong> rochas graníticas (STRONG, 198...)<br />

Mo-moscovite; Bi-biotite; Hb-hornblen<strong>da</strong>; BEBLIP- curva <strong>de</strong> fusão <strong>de</strong> uma composição granítica<br />

contendo os elementos litófilos Be, B, Li e P.<br />

Fig. III.25 - Distribuição <strong>de</strong> AI VI entre biotite e moscovite primárias coexistentes nos três grupos <strong>de</strong><br />

granitos em estudo.<br />

G'f - granito <strong>de</strong> grão fino; G'm - granito <strong>de</strong> grão médio; G'g - granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. III.26 - Distribuição <strong>de</strong> TÏO2 entre biotite e moscovite primárias coexistentes nos três grupos<br />

<strong>de</strong> granitos <strong>de</strong> duas micas do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Mesma simbologia <strong>da</strong> Fig. III.25.<br />

Fig. III.27 - Distribuição <strong>de</strong> XFe entre biotite e moscovite primárias coexistentes nos três grupos <strong>de</strong><br />

granitos em estudo.<br />

Mesma simbologia <strong>da</strong> Fig. III.25.<br />

Fig. III.28 - Variação <strong>de</strong> Kd (Ti) com os teores <strong>de</strong> TÍO2 <strong>da</strong> biotite dos três grupos <strong>de</strong> granitos em<br />

estudo.<br />

Mesma simbologia <strong>da</strong> Fig. III.25.<br />

Fig. III.29 - Variação <strong>de</strong> Kd (Ti) com os teores <strong>de</strong> TÍO2 <strong>da</strong> moscovite primária dos três grupos <strong>de</strong><br />

granitos em estudo.<br />

Mesma simbologia <strong>da</strong> Fig. III.25.<br />

Fig. III.30 - Localização <strong>da</strong> composição do feldspato potássico dos granitos em estudo no<br />

diagrama Or-Ab-An.<br />

Fig. 111.31 - Difractogramas-padrão no intervalo 131-131 do felspato potássico <strong>de</strong> amostras dos<br />

granitos em estudo.<br />

Explicação dos estsdos estruturais no texto.<br />

An.<br />

Fig. III.32 - Localização <strong>da</strong> composição <strong>da</strong> plagioclase dos granitos em estudo no diagrama Or-Ab-<br />

301


Fig. 111.33 - Principais tipos e subtipos <strong>de</strong> zircão consi<strong>de</strong>rados na classificação<br />

PUPIN, 1988).<br />

CAPÍTULO IV<br />

Fig. IV. 1 - Variação <strong>de</strong> óxidos (% em peso) e <strong>de</strong> elementos menores (ppm) com o parâmetro<br />

B=Fe+Mg+Ti ilustra<strong>da</strong> para três amostras representativas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV.2 - Tendências evolutivas primárias no diagrama químico-mineralógico duplo Q-F B-F (La<br />

ROCHE, 1964).<br />

Qz - quartzo; Or - feldspato potássico; PI - plagioclase; Mo - moscovite; Bi - biotite. Parâmetros<br />

expressos em milicatiões <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> elemento em 100 gramas <strong>de</strong> rocha. Descrição do diagrama no texto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV.3 - Diagrama A-B <strong>de</strong> minerais característicos (DEBON & Le FORT, 1983).<br />

a) - Sectores em que se divi<strong>de</strong> o diagrama (I, II, III, IV, V e VI) e composição dos minerais<br />

característicos ( And - an<strong>da</strong>luzite; Ap - apatite; Bi - biotite; Cd - cordierite; Cl - clorite; Ct - calcite; Di -<br />

diopsido; Ep - epídoto; Esf - esfena; FK - feldspato potássico; Gr - piralspite; Hb - hornblen<strong>da</strong>; Hi -<br />

hiperstena; Hm - ilmenite; Mt - magnetite; Mo - moscovite; Ol - olivina; PI - plagioclase; Q - quartzo Sil -<br />

silimanite; Tr - turmalina).<br />

b) - Selecção do domínio peraluminoso e dos principais grupos petrográficos: gr - granito; ad -<br />

a<strong>da</strong>melito; Associações magmáticas: Alum - aluminosa; Alcaf - alumino-cafémica; Cafem - cafémica.<br />

c) - Carácter aluminoso <strong>de</strong> amostras mais sãs selecciona<strong>da</strong>s dos granitos <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

Parâmetros expressos em milicatiões <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> elemento em 100 gramas <strong>de</strong> rocha. Descrição do<br />

diagrama no texto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV.4 - Diagrama químico-mineralógico P^-F^-B-j.<br />

a) - Localização <strong>de</strong> amostras mais sãs selecciona<strong>da</strong>s, e <strong>de</strong> uma amostra moscovitiza<strong>da</strong> para<br />

comparação (16).<br />

b) - Tetraedro Q-P-|-F-|-Bi no qual se exemplifica a redução do efeito <strong>da</strong> moscovitização<br />

comparando o posicionamento relativo <strong>de</strong> duas amostras (uma sã, 84, e outra intensamente<br />

moscovitiza<strong>da</strong>, 16) inicialmente no interior do tetraedro e após a projecção na sua base. P^ - plagioclase;<br />

F-|- feldspato potássico;B-|- biotite; Q - quartzo+moscovite. Descrição do diagrama no texto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV-5 - Espectros <strong>de</strong> terras raras, normaliza<strong>da</strong>s ao condrito C1, <strong>de</strong> amostras representativas<br />

dos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

302


Fig. IV-6 - Projecção <strong>de</strong> amostras sãs (a) e altera<strong>da</strong>s (b) do <strong>complexo</strong> granítico <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong><br />

Basto no diagrama Ba-Rb-Sr <strong>de</strong> EL BOUSEILY & EL SOKKARY (1975). I - granitos fortemente<br />

diferenciados; II - granitos normais; III - granitos anómalos; IV - granodioritos; V - quartzodioritos- VI -<br />

dioritos.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro; alb-amostras<br />

com predomínio <strong>de</strong> albitização; mp-amostras com moscovitização predominante <strong>da</strong> plagioclase ; mbamostras<br />

exibindo moscovitização <strong>da</strong> plagioclase e <strong>da</strong> biotite.<br />

Fig. 7 - Variação <strong>de</strong> Ba, Rb e Sr (ppm) com o parâmetro B=Fe+Mg+Ti <strong>de</strong> amostras selecciona<strong>da</strong>s<br />

menos afecta<strong>da</strong>s pelos fenómenos <strong>de</strong> alteração .<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV.8 - Correlações entre os elementos Ba, Rb, Sr e K <strong>de</strong> amostras selecciona<strong>da</strong>s menos<br />

afecta<strong>da</strong>s pelos fenómenos <strong>de</strong> alteração .<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV.9 - Variação <strong>da</strong>s razões K/Rb (a) e K/Ba (b) com o parâmetro B=Fe+Mg+Ti <strong>de</strong> amostras<br />

selecciona<strong>da</strong>s menos afecta<strong>da</strong>s pelos fenómenos <strong>de</strong> alteração .<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV. 10 - Diagramas <strong>de</strong> óxidos (%) em função do parâmetro B=Fe+Mg+Ti <strong>de</strong> amostras<br />

moscovitiza<strong>da</strong>s (Mosc.) e albitiza<strong>da</strong>s (Alb.) e sua comparação com amostras menos altera<strong>da</strong>s (Sã), dos<br />

granitos em estudo.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV.11 - Diagramas <strong>de</strong> elementos (ppm) em função do parâmetro B=Fe+Mg+Ti <strong>de</strong> amostras<br />

moscovitiza<strong>da</strong>s (Mosc.) e albitiza<strong>da</strong>s (Alb.) e sua comparação com amostras menos altera<strong>da</strong>s (Sã), dos<br />

granitos em estudo.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV.12 - Diagramas elementares Ba, Rb, Sr vs. parâmetro B=Fe+Mg+Ti <strong>de</strong> amostras<br />

albitiza<strong>da</strong>s (alb) e moscovitiza<strong>da</strong>s (mp-moscovitização predominante <strong>da</strong> plagioclase; mb-moscovitização<br />

<strong>da</strong> biotite e <strong>da</strong> plagioclase) dos granitos em estudo. Sua comparação com amostras menos altera<strong>da</strong>s.<br />

Fig. IV.13 - Tendências evolutivas secundárias no diagrama químico-mineralógico duplo Q-F B-F<br />

(La ROCHE, 1964).<br />

Qz - quartzo; Or - feldspato potássico; PI - plagioclase; Mo - moscovite; Bi - biotite; G - greisen<br />

(fácies resultante <strong>da</strong> moscovitização <strong>de</strong> uma associação <strong>de</strong> feldspatos alcalinos). Explicação do<br />

diagrama no texto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV.14 - Projecção <strong>da</strong>s amostras moscovitiza<strong>da</strong>s (Mosc.) e albitiza<strong>da</strong>s (Alb.) dos granitos <strong>de</strong><br />

Cabeceiras <strong>de</strong> Basto em estudo no diagrama A-B (DEBON & Le FORT, 1983).<br />

A tracejado: domínio <strong>da</strong>s amostras menos altera<strong>da</strong>s.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

303


Fig. IV. 15 - Diagrama triangular AA-MM-CC ( La ROCHE era/., 1980).<br />

a) - Tetraedro Quartzo - 3 Feldspatos - 3 Micas, em que se seleccionou a projecção dos<br />

feldspatos: albite, ortóclase e anortite a partir do vértice do quartzo sobre o plano <strong>de</strong> base do tetraedro,<br />

<strong>da</strong>ndo lugar ao diagrama AA-MM-CC: AA - albite+anite; Ab - albite; An - anortite; CC -<br />

anortite+flogopite; Cd - cordierite; Est - estonite; Flog - flogopite; G - greisen; I, S - tendências dos<br />

granitos tipo "I" e tipo "S" respectivamente; MM - ortóclase+moscovite; Mo - moscovite; Or - ortóclase;<br />

PE - projecção do cotéctico do sistema haplogranítico para P|_|2cr 5kbar . a partir do plano Q-Ab-Or (P<br />

fusão mínima) até ao plano Q-An-Or (E); Q - quartzo; Sid - si<strong>de</strong>rofilite; SS - quartzo.<br />

b) - Localização <strong>de</strong> amostras altera<strong>da</strong>s selecciona<strong>da</strong>s. Descrição do diagrama no texto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. IV.16 - Representação esquemática <strong>da</strong> estruturação geoquímica do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras<br />

<strong>de</strong> Basto e a localização bdos pontos <strong>de</strong> colheita <strong>de</strong> amostras para os estudos petrográficos,<br />

mineralógicos e geoquímicos.<br />

CAPÍTULO V<br />

Fig. V.1 - Variação dos elementos Li (a), Sn (b) e W (c) (ppm) com o parâmetro B=Fe+Mg+T <strong>de</strong><br />

amostras menos altera<strong>da</strong>s dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grossseiro.<br />

Fig. V.2 - Variação dos elementos Li (a), Sn (b) e W (c) (ppm) com os teores em F (%) <strong>de</strong><br />

amostras menos altera<strong>da</strong>s dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-gramto <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grossseiro.<br />

Fig. V.3 - Comportamento do W com a variação <strong>de</strong> Sn nos três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grossseiro.<br />

Fig. V.4 - Variação <strong>de</strong> Li (a), Sn (b) e W (c) (ppm) com o parâmetro B=Fe+Mg+T <strong>de</strong> amostras<br />

altera<strong>da</strong>s dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grossseiro; albalbitização;<br />

mp-moscovitização predominantemente <strong>da</strong> plagioclase; mb-moscovitização <strong>da</strong> biotite e <strong>da</strong><br />

plagioclase.<br />

Fig. V.5 - Variação dos elementos Li (a), Sn (b) e W (c) (ppm) com os teores em F (%) <strong>de</strong><br />

amostras altera<strong>da</strong>s dos granitos do <strong>complexo</strong> <strong>de</strong> Cabeceiras <strong>de</strong> Basto.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grossseiro; albalbitização;<br />

mp-moscovitização predominantemente <strong>da</strong> plagioclase; mb-moscovitização <strong>da</strong> biotite e <strong>da</strong><br />

plagioclase.<br />

Fig. V.6 - Variação dos teores em Au (ppb) com o parâmetro B=Fe+Mg+Ti <strong>de</strong> amostras sãs e<br />

altera<strong>da</strong>s dos granitos em estudo.<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grossseiro; albalbitização;<br />

mp-moscovitização predominantemente <strong>da</strong> plagioclase.<br />

304


CAPITULO VII<br />

Fig. VII.1 - Distribuição <strong>da</strong> composição normativa Ab+An, Or e Q dos granitos em estudo e traçado<br />

<strong>da</strong> curva <strong>de</strong> fusão mínima do sistema Ab-Or-Q-H20 a pressões PHoO entre 0 5 e 4 kbar (TUTTLE e<br />

BOWEN, 1958; LUTH et ai., 1964).<br />

G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão grosseiro.<br />

Fig. VII.2 - Mo<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> terras raras por cristalização fracciona<strong>da</strong>; a cheio, espectros reais; a<br />

tracejado, espectros calculados; G'f-granito <strong>de</strong> grão fino; G'm-granito <strong>de</strong> grão médio; G'g-granito <strong>de</strong> grão<br />

grosseiro.<br />

Fig. VII.3 - Espectros dos granitos em estudo normalizados ao granito hipotético ORG (Ocean<br />

Ridge Granite), exibindo um padrão coinci<strong>de</strong>nte com o dos granitos sincolisionais <strong>de</strong>finidos por<br />

PEARCE era/. (1984).<br />

Fig. VII.4 - Diagrama discriminante Rb vs. Y+Nb (PEARCE et ai., 1984).<br />

Devido à projecção <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as amostras num campo muito restrito optou-se por utilizar a mesma<br />

simbologia para os três grupos <strong>de</strong> granitos em estudo.<br />

305


ESTAMPAS


ESTAMPA I<br />

Fotografia 1.<br />

Moscovite com características petrográficas <strong>de</strong> moscovite primária ligeiramente<br />

<strong>de</strong>forma<strong>da</strong>. 88 X (NX).<br />

Fotografia 2.<br />

Substituição <strong>da</strong> biotite por moscovite secundária e aspectos <strong>de</strong> associações<br />

simplectíticas com o quartzo. 88 X (NX).


ESTAMPA I<br />

1


ESTAMPA II<br />

Fotografia 1.<br />

Moscovitizaçâo <strong>da</strong> plagioclase ao longo dos planos <strong>de</strong> clivagem. 88 X (NX).<br />

Fotografia 2.<br />

Albitização do feldspato potássico. 88 X (NX).


ESTAMPA II<br />

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1


ESTAMPA III<br />

Fotografia 1.<br />

Albitização no contacto entre dois minerais. 88 X (NX).<br />

Fotografia 2.<br />

Albitização do fedspato potássico. Aspectos <strong>de</strong> pertites <strong>de</strong> substituição a<br />

atravessarem o plano <strong>de</strong> macia <strong>de</strong> Carlsbad. 88 X (NX).


ESTAMPA III<br />

1


Fotografia 1.<br />

Mirmequite. 178 X (NX).<br />

ESTAMPA IV<br />

Fotografia 2.<br />

Diversos aspectos do padrão em xadrez <strong>da</strong>s macias num cristal <strong>de</strong> microclina,<br />

traduzindo diferentes estados estruturais. 88 X (NX).


ESTAMPA IV<br />

1


ESTAMPA V<br />

Fotografia 1.<br />

Zircões <strong>de</strong> forma acicular. Reconhecem-se os tipos l_2 e S2 Imagem <strong>de</strong> electrões<br />

secundários.<br />

Fotografia 2.<br />

Zircões <strong>de</strong> forma prismática. Tipo S2 dominante. Imagem <strong>de</strong> electrões secundários.


ESTAMPA V<br />

1


ESTAMPA VI<br />

Fotografia 1.<br />

Zircões subesféricos. Tipo S13 dominante. Imagem <strong>de</strong> electrões secundários.<br />

Fotografia 2.<br />

Cristal <strong>de</strong> zircão com aspectos <strong>de</strong> sobrecrescimento. Detectou-se Al na parte mais<br />

externa. Imagem <strong>de</strong> electrões secundários.


ESTAMPA VI<br />

1


ESTAMPA VII<br />

Fotografia 1.<br />

Cristal <strong>de</strong> zircão com aspectos <strong>de</strong> sobrecrescimento. Detectou-se Hf na parte mais<br />

externa. Imagem <strong>de</strong> electrões retrodifundidos.<br />

Fotografia 2.<br />

Cristal <strong>de</strong> zircão com aspecto <strong>de</strong> sobrecrescimento. Pequena partícula <strong>de</strong> monazite.<br />

Imagem <strong>de</strong> electrões retrodifundidos.


ESTAMPA VII<br />

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Bise topográfica: Instituto Geogrilico a Ca<strong>da</strong>stral<br />

Impressão: Litografia Tejo em 1992<br />

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