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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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amigo e o acariciava, dançava para ele e espantava a noite. Ele<br />

jogou a tocha para o alto, onde a bola de fogo acabara de arder,<br />

apanhou-a novamente, acendeu mais uma e ainda outra, e<br />

começava a fazer malabarismos com três, quatro, cinco tochas.<br />

O fogo rodopiava ao seu redor, dançava com ele, sem<br />

mordê-lo: Dedo Empoeirado, o domador de chamas, cuspidor<br />

de faíscas, o amigo do fogo. Ele fez as tochas desaparecerem,<br />

como se a escuridão as tivesse devorado, e sorriu fazendo uma<br />

mesura diante da emudecida Meggie.<br />

Como que enfeitiçada, ela estava ali, sentada no banco<br />

duro, e não se cansava de ver. Ele pôs a garrafa na boca mais<br />

uma vez e começou a cuspir fogo no rosto escuro da noite.<br />

Mais tarde, Meggie não saberia dizer o que desviou seu<br />

olhar das tochas rodopiantes e da chuva de fagulhas para a casa<br />

e suas janelas. Talvez ela tenha sentido a presença do mal na<br />

pele como um calor ou um frio repentino... mas também talvez<br />

o que atraiu seu olhar tenha sido simplesmente a luz que de<br />

repente começara a vazar das janelas fechadas da biblioteca<br />

sobre as azaléias que cresciam agarradas à parede. Talvez.<br />

Ela pensou ter ouvido vozes, mais altas do que a música<br />

de Dedo Empoeirado, vozes de homens, e um medo terrível se<br />

espalhou em seu coração, tão escuro e estranho como na noite<br />

em que Dedo Empoeirado aparecera lá fora no pátio de sua<br />

casa.<br />

Quando ela se levantou de repente, uma tocha<br />

escorregou da mão de Dedo Empoeirado e caiu na grama. Ele<br />

pisoteou rapidamente o fogo antes que se alastrasse e então,<br />

sem dizer uma palavra, seguiu o olhar de Meggie na direção da<br />

casa.<br />

Ela desatou a correr. O cascalho rangia sob seus sapatos.<br />

A porta estava entreaberta, não havia luz no Vestíbulo, mas<br />

Meggie ouviu vozes no corredor que dava para a biblioteca.<br />

— Mo? — ela chamou, e lá estava o medo novamente,<br />

picando seu coração com o bico curvo que tinha.<br />

A porta da biblioteca também estava aberta. Exatamente

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