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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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homens de vidro desapareciam na relva alta que cobria as<br />

encostas das montanhas ali perto.<br />

— Não se preocupe tanto — disse Mo, quando Elinor<br />

reclamou mais uma vez de tamanha falta de bom senso. — O<br />

mundo de onde eles vieram também não era um mundo<br />

exatamente inofensivo.<br />

— Mas era diferente! — retrucava Elinor. — Não havia<br />

automóveis. E se as fadas voarem contra um pára-brisa?<br />

Também não havia caçadores com espingardas que atiram em<br />

tudo o que se mexe apenas para se divertir.<br />

Entrementes, Elinor sabia tudo sobre o mundo de<br />

Coração de tinta. A mãe de Meggie havia usado muito papel para<br />

escrever suas lembranças. Toda noite Meggie lhe pedia que<br />

contasse mais, e elas se sentavam juntas. Teresa escrevia e<br />

Meggie lia. Às vezes, ela tentava desenhar o que sua mãe<br />

descrevera.<br />

Os dias se passavam e as estantes de Elinor se encheram<br />

com novos livros maravilhosos. Muitos estavam em estado<br />

lastimável, e Darius, que havia começado a fazer um catálogo<br />

dos tesouros impressos de Elinor, interrompia muitas vezes seu<br />

trabalho para assistir ao de Mo. Com os olhos arregalados, ele<br />

se sentava ao seu lado, enquanto Mo libertava um livro de sua<br />

capa estragada, costurava páginas soltas, colava lombadas e<br />

fazia todo o necessário para conservar os livros por muitos<br />

anos.<br />

Mais tarde, Meggie não saberia dizer em que momento,<br />

eles decidiram ficar para sempre com Elinor. Talvez tenha sido<br />

somente depois de muitas semanas, mas talvez eles já<br />

soubessem desde o primeiro dia. Meggie ficou com o quarto da<br />

cama muito grande, embaixo da qual ainda estava o seu baú de<br />

livros. Ela adoraria ter lido seus livros preferidos para sua mãe,<br />

mas agora entendia por que Mo lia em voz alta apenas muito<br />

raramente. E uma noite, quando mais uma vez ela não<br />

conseguia dormir porque pensara ter visto o rosto de Basta lá<br />

fora, ela se sentou à mesa que havia diante de sua janela e

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