11.05.2013 Views

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

os lábios de tal forma que Meggie se espantou com o fato de<br />

Mo não a ver. Ali bem no meio da sua boca.<br />

Quando Mo a deixou sozinha para buscar a bagagem no<br />

ônibus, Meggie foi até a cozinha, mas Dedo Empoeirado<br />

também não estava lá. Até no quarto de Elinor ela deu uma<br />

olhada, mas, por mais portas que abrisse na gigantesca casa, não<br />

conseguiu encontrá-lo. Finalmente ela estava cansada demais<br />

para continuar procurando. Mo já havia se deitado e Elinor<br />

também se recolhera. Assim, Meggie foi para o seu quarto e<br />

deitou-se na cama enorme. Sentiu-se totalmente perdida,<br />

pequenina, nanica, como se tivesse encolhido. Como Alice no<br />

País das Maravilhas, ela pensou, e passou a mão nos lençóis<br />

floridos. De resto, o quarto lhe agradava. Estava cheio de livros<br />

e de quadros. Havia até mesmo uma lareira, mas parecia que<br />

não era utilizada havia mais de um século. Meggie lançou as<br />

pernas para fora da cama e foi até a janela. Já estava escuro lá<br />

fora, e quando ela abriu a janela um vento frio bateu em seu<br />

rosto. A única coisa que conseguiu distinguir na escuridão foi a<br />

área coberta de cascalho na frente da casa. Um lampião lançava<br />

luz pálida sobre as pedras cinza-claro. O ônibus listrado de Mo,<br />

ao lado da perua cinza de Elinor, parecia uma zebra que entrara<br />

no estábulo de cavalos por engano. Mo pintara as listras na<br />

pintura branca depois que Meggie lhe dera 0 livro da selva de<br />

presente. Ela pensou na casa que haviam deixado com tanta<br />

pressa, em seus quartos e na escola, onde seu lugar estava vazio<br />

hoje. Ela não sabia muito bem se sentia saudades.<br />

Meggie deixou a janela aberta quando se deitou. Mo<br />

havia posto o baú de livros dela ao lado da cama. Sonolenta,<br />

tirou um livro de dentro e tentou construir um ninho com<br />

palavras familiares, mas não conseguiu. A lembrança do outro<br />

livro sempre apagava as palavras, a todo momento Meggie via<br />

as letras capitulares, grandes e coloridas, cercadas por figuras<br />

cuja história ela não conhecia, pois o livro não tivera tempo de<br />

lhe contar.<br />

“Preciso encontrar Dedo Empoeirado”, ela pensou,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!