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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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suas páginas tremeram como dedinhos brancos...<br />

Ele ergueu a mão e imitou o movimento. Elinor não<br />

hesitou e desci fechou-lhe uma bofetada, com toda a sua força,<br />

que não era pouca. O nariz de Cockerell começou a sangrar. Ele<br />

limpou-o com a mão e ficou olhando para ela, como se<br />

estivesse surpreso com o fato de que algo tão vermelho pudesse<br />

escorrer de seu corpo.<br />

— Olhe só para isto — ele disse, e mostrou para<br />

Capricórnio os dedos sujos de sangue. — Você vai ver, ela vai<br />

dar mais trabalho para Sombra do que Basta.<br />

Quando ele a levou, Elinor foi andando ao seu lado de<br />

cabeça erguida. Somente quando viu a escada, que já após uns<br />

poucos degraus íngremes desaparecia num buraco escuro e sem<br />

fundo, ela perdeu a coragem por um momento. “A cripta, é<br />

claro”, agora se lembrava, “para onde vão os condenados à<br />

morte.” Pelo menos era esse o cheiro, um cheiro podre e<br />

úmido, exatamente como ela teria imaginado o perfume da<br />

morte.<br />

No começo, quando viu a figura encolhida de Basta<br />

encostada nas barras da grade, Elinor não acreditou em seus<br />

olhos. Achou que tivesse ouvido mal a última frase de<br />

Cockerell, mas ali estava ele, Basta, aprisionado como um tigre<br />

numa jaula, com o mesmo medo, a mesma falta de esperança<br />

nos olhos. Nem mesmo a visão de Elinor o animou. Ele olhou<br />

através dela, através dela e de Cockerell, como se eles fossem<br />

dois dos fantasmas que ele tanto temia.<br />

— O que ele está fazendo aqui? — perguntou Elinor. —<br />

Agora vocês prendem uns aos outros?<br />

Cockerell sacudiu os ombros.<br />

— Devo dizer a ela? — ele perguntou para Basta, mas<br />

não obteve resposta, apenas o mesmo olhar vazio. — Primeiro<br />

ele deixou Língua Encantada escapar, e agora Dedo<br />

Empoeirado. Assim é claro que ele acabou se sujando com o<br />

chefe, mesmo sendo o queridinho dele. Bem, também já fazia<br />

anos que ele não deixava mais você botar fogo.

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