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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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costas, e já estava diante da vitrine. Ela foi se inclinando mais e<br />

mais, até que bateu com o nariz no vidro.<br />

Folhas espinhosas serpenteavam ao redor de letras<br />

marrons desbotadas. Uma minúscula cabeça vermelha de<br />

dragão cuspia flores no papel manchado. Cavaleiros montados<br />

em cavalos brancos olhavam para Meggie, como se não tivesse<br />

se passado um só dia desde que alguém os pintara com finos<br />

pincéis de pêlo de marta. Ao lado deles havia um casal, talvez<br />

um casal de noivos. Um homem de chapéu vermelho cor de<br />

fogo olhava para os dois com uma expressão hostil.<br />

— Isso são três passos?<br />

Meggie teve um sobressalto, mas Elinor não parecia<br />

estar zangada de verdade.<br />

— Sim, a arte da iluminura! — ela disse. — Antigamente,<br />

apenas os ricos sabiam ler. Por isso, para que os pobres<br />

pudessem entender as histórias, existiam as figuras desenhadas<br />

em cima das letras. Naturalmente, eles não faziam isso<br />

pensando no prazer dos pobres, afinal eles estavam no mundo<br />

para trabalhar, não para serem felizes ou para verem belas<br />

figuras. Isso estava reservado aos ricos. Não, eles queriam<br />

doutriná-los. A maior parte eram histórias bíblicas, que todos já<br />

conheciam de qualquer forma. Os livros ficavam nas igrejas, e a<br />

cada dia se virava uma página e se exibia uma figura diferente.<br />

— E este livro aqui? — perguntou Meggie.<br />

— Oh, esse aí acho que nunca entrou numa igreja. Ele<br />

certamente serviu mais ao deleite de um homem muito rico,<br />

mas já tem quase seis séculos. — Não era possível ignorar o<br />

orgulho na voz de Elinor. — Por causa de um livro desses já<br />

houve morte e assassinato. Felizmente eu só precisei<br />

comprá-lo.<br />

Ao dizer as últimas palavras, ela se virou de repente e<br />

olhou para Dedo Empoeirado, que os seguia silencioso como<br />

um gato à espreita de uma presa. Por um momento, Meggie<br />

pensou que Elinor fosse mandá-lo de volta para o corredor,<br />

mas Dedo Empoeirado estava parado diante das estantes com

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