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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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47. Sozinha<br />

<br />

— Ah, por que eu não fiquei simplesmente na<br />

minha toca de hobbit? — disse o pobre senhor<br />

Bolseiro, enquanto sacolejava nas costas de<br />

Bombur.<br />

J. R.R.Tolkien, O hobbit<br />

<br />

Quando ouviu os tiros no escuro, Elinor levantou-se tão<br />

depressa que tropeçou no próprio cobertor. Ela caiu de<br />

comprido na relva cheia de tufos espinhentos, que picaram suas<br />

mãos quando ela se apoiou para levantar.<br />

— Oh, meu Deus, oh, meu Deus, eles foram pegos! —<br />

ela balbuciou, enquanto cambaleava pela noite à procura do<br />

vestido estúpido que o garoto havia roubado para ela. Estava<br />

tão escuro que ela mal conseguia ver os próprios pés.<br />

— Eu sabia, eu sabia — ela sussurrava sem parar. — Por<br />

que eles não me levaram, aqueles malditos cabeças-de-vento, eu<br />

poderia vigiar, eu teria prestado atenção.<br />

Mas quando finalmente encontrou o vestido e começou<br />

a vesti-lo por cima da cabeça, ela parou de repente.<br />

Silêncio. Silêncio mortal.<br />

“Eles foram baleados!”, algo sussurrava dentro dela.<br />

“Por isso esse silêncio. Estão mortos. Mortos da silva. Estão<br />

estendidos no chão daquela praça na frente da casa, numa poça<br />

de sangue, os dois, oh, meu Deus. E agora?” Ela começou a<br />

chorar. “Não, Elinor, nada de lágrimas. O que é isso? Vá<br />

procurá-los, vá de uma vez.”

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