11.05.2013 Views

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

— Acredite, você teve mais sorte do que Sininho! — ela<br />

disse. — Basta ficou com ela porque acredita que as fadas<br />

trazem sorte, e sabe de uma coisa? Se conseguirmos sair daqui,<br />

prometo que farei uma bailarina de papel para você, igualzinha<br />

à da sua história.<br />

Ele continuou calado, olhando para ela com seus olhos<br />

tristes, e então assentiu com um aceno discreto da cabeça,<br />

quase imperceptível. “Será que ele também perdeu a voz?”,<br />

pensou Meggie. “Ou sempre foi mudo?” De fato, sua boca<br />

parecia ainda não ter sido aberta uma única vez. “Se o livro<br />

estivesse aqui”, ela pensou, “eu poderia mandá-lo de volta, ou<br />

então tentar trazer a dançarina para ele.” Mas o livro estava com<br />

a gralha. Ela também mandara levar dali todos os outros livros.<br />

O soldadinho de chumbo encostou-se na parede e<br />

fechou os olhos. “Não, a bailarina só iria partir o seu coração!”,<br />

pensou Meggie antes de adormecer. A última coisa que ela<br />

ouviu foi o lápis de Fenoglio correndo no papel, de uma letra<br />

para a outra, rápido como um tecelão tramando uma imagem<br />

múltipla com um fio negro.<br />

Nessa noite, Meggie não sonhou com monstros. Nem<br />

mesmo uma aranhinha se intrometeu em seus sonhos. Ela<br />

estava em casa simplesmente, sabia disso embora seu quarto se<br />

parecesse com o da casa de Elinor. Mo estava lá e sua mãe<br />

também. Ela se parecia com Elinor, mas Meggie sabia que era a<br />

mulher que estava pendurada na igreja ao lado de Dedo<br />

Empoeirado. Nos sonhos, sabemos de muitas coisas,<br />

sobretudo que não podemos confiar em nossos olhos.<br />

Sabemos e pronto. Quando ela ia se sentar ao lado da mãe, no<br />

velho sofá que ficava entre as estantes de Mo, de repente<br />

alguém sussurrou seu nome: “Meggie!”. Várias vezes.<br />

“Meggie!” Ela não queria ouvir, queria que o sonho não<br />

terminasse nunca, mas a voz continuava a chamar,<br />

impiedosamente. Meggie a conhecia. Relutante, ela abriu os<br />

olhos.<br />

Fenoglio estava ao lado da cama, com os dedos pretos de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!