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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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tão ruim. Pelo menos havia ar.<br />

Ele sentiu como Resa o observava. Ela bateu no tampo<br />

do sarcófago, chamando-o para perto de si. Hesitante, ele<br />

sentou-se ao lado dela. Ela pôs a mão no bolso do vestido, tirou<br />

de dentro uma vela e segurou-a diante dele com um ar<br />

indagador. Dedo Empoeirado sorriu. Sim, ele obviamente tinha<br />

fósforos. Era facílimo esconder de Basta e dos outros idiotas<br />

algo tão pequeno como alguns palitos de fósforos.<br />

Resa fixou a vela bruxuleante na lápide com um pouco<br />

de cera. Ela adorava velas, velas acesas e pedras. Sempre<br />

carregava ambas nos bolsos, e também mais algumas coisas.<br />

Talvez ela só tivesse acendido a vela para ele hoje porque sabia<br />

o quanto ele amava o fogo.<br />

— Sinto muito, eu deveria ter procurado o livro sozinho<br />

— ele disse enquanto passava o dedo pela chama clara. —<br />

Perdoe-me.<br />

Ela tapou a boca de Dedo Empoeirado com a mão. Ele<br />

presumiu que isso significava que, para ela, nada havia a<br />

perdoar. Que simpática mentira velada. Ela tirou a mão e Dedo<br />

Empoeirado pigarreou.<br />

— Você... não o encontrou, certo?<br />

Não que isso fizesse alguma diferença agora, mas ele<br />

precisava saber.<br />

Resa sacudiu a cabeça e ergueu os ombros, lamentando.<br />

— Foi o que pensei — ele disse, e suspirou.<br />

O silêncio era assustador, mais assustador do que mil<br />

vozes.<br />

— Conte-me uma história, Resa! — ele disse baixinho,<br />

chegando mais perto dela. — “Por favor!”, ele acrescentou em<br />

pensamento. “Espante o medo que está apertando o meu peito.<br />

Leve-nos para um outro lugar, para um lugar melhor.”<br />

Resa era capaz de fazer isso. Conhecia infinitas histórias,<br />

ela nunca lhe revelara de onde, mas ele sabia naturalmente. Ele<br />

sabia muito bem quem lera as histórias para ela, antes, em outro<br />

tempo. Ele reconhecera o seu rosto na primeira vez em que a

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