11.05.2013 Views

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Dedo Empoeirado não encontrou mais sentinelas até<br />

pular o muro da casa de Capricórnio. O cheiro de tomilho<br />

penetrou em seu nariz, forte como se espalhava apenas durante<br />

o dia. Tudo parecia perfumado naquela noite quente, até<br />

mesmo os tomateiros e os pés de alface. No canteiro perto da<br />

casa, cresciam as plantas venenosas. A gralha as cultivava<br />

pessoalmente. Alguns casos de morte na aldeia haviam cheirado<br />

a espirradeira e a meimendro negro.<br />

A janela do quarto em que Resa dormia estava aberta,<br />

como sempre. Quando Dedo Empoeirado imitou o rosnado<br />

raivoso de Gwin, uma mão acenou para ele da janela e<br />

desapareceu depressa novamente. Ele se encostou na porta<br />

gradeada e ficou esperando. O céu estava salpicado de estrelas,<br />

quase não parecia haver lugar para a noite. “Ela deve ter<br />

descoberto alguma coisa”, ele pensou. “Mas e se ela me contar<br />

que Capricórnio trancou o livro no seu cofre?”<br />

A porta atrás das grades se abriu. Ela sempre rangia,<br />

como que se queixando da perturbação noturna. Dedo<br />

Empoeirado virou-se e viu um rosto estranho. Era uma garota<br />

de quinze, talvez dezesseis anos. As maçãs do seu rosto ainda<br />

eram rechonchudas como as de uma criança.<br />

— Onde está Resa? — Dedo Empoeirado agarrou as<br />

barras de metal. — O que aconteceu com ela?<br />

A garota parecia paralisada de medo. Olhava para as<br />

cicatrizes de Dedo Empoeirado como se nunca tivesse visto<br />

um rosto marcado antes.<br />

— Ela pediu a você que viesse? — Dedo Empoeirado<br />

sentiu vontade de enfiar as mãos pela grade para sacudir aquela<br />

pateta. — Diga logo, eu não tenho a noite toda.<br />

Ele não podia ter pedido a Resa que o ajudasse. Devia ter<br />

procurado por conta própria. Como tinha sido capaz de<br />

colocá-la em perigo?<br />

— Eles a prenderam? Fale de uma vez!<br />

A garota olhou por cima dos ombros dele e deu um<br />

passo para trás. Dedo Empoeirado virou-se para ver o que ela

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!