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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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enlouqueciam, ele vinha até ali, para junto de seus velhos<br />

inimigos, apenas para não se sentir tão estranho. Nem mesmo o<br />

medo de Basta era suficiente para mantê-lo afastado.<br />

Dedo Empoeirado apanhou uma pedra do chão,<br />

chamou Farid para perto de si com um sinal e jogou a pedra<br />

mais adiante no meio da rua. Nada se mexeu. A sentinela fazia a<br />

sua ronda conforme o esperado, e Dedo Empoeirado<br />

esgueirou-se até o muro alto atrás do qual ficava o jardim de<br />

Capricórnio: canteiros de hortaliças, árvores frutíferas e ervas,<br />

protegidas contra o vento frio que às vezes soprava das<br />

montanhas próximas. Dedo Empoeirado costumava distrair as<br />

criadas enquanto elas capinavam os canteiros. Não havia<br />

holofotes no jardim, tampouco sentinelas (quem roubaria<br />

legumes?), e do pátio para a casa havia apenas uma porta com<br />

grades, que ficava trancada à noite. Além disso, o canil ficava<br />

logo atrás do muro, mas agora ele estava vazio, como Dedo<br />

Empoeirado verificara ao pular. Os cães não haviam voltado<br />

das colinas. Eles foram mais espertos do que Dedo<br />

Empoeirado imaginara, e pelo jeito Basta não tinha arranjado<br />

outros. Burrice dele.<br />

Dedo Empoeirado fez um sinal para o garoto segui-lo e,<br />

depois de passar pelos canteiros cultivados com esmero,<br />

chegou à porta gradeada. O garoto olhou para ele com um ar<br />

indagador quando viu as pesadas grades, mas Dedo<br />

Empoeirado apenas pôs o dedo nos lábios e olhou para cima,<br />

na direção de uma das janelas do segundo andar. As venezianas,<br />

enegrecidas pela noite, estavam abertas. Dedo Empoeirado<br />

emitiu um miado tão autêntico que logo diversos gatos<br />

responderam, mas atrás da janela tudo continuou imóvel. Dedo<br />

Empoeirado xingou abafando a voz, escutou a noite por um<br />

momento, e imitou o grito estridente de uma ave de rapina.<br />

Farid levou um susto e encostou-se na parede. Dessa vez, algo<br />

se mexeu no andar de cima. Uma mulher debruçou-se na janela.<br />

Quando Dedo Empoeirado lhe acenou, ela acenou de<br />

volta e desapareceu novamente.

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