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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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marta! — ralhou Dedo Empoeirado. — Você vai acabar nos<br />

denunciando se continuar batendo os dentes desse jeito. Olhe<br />

para a frente! É do que está ali que você tem que ter medo! Das<br />

espingardas, e não dos espíritos.<br />

Na frente deles, a apenas alguns passos de distância,<br />

estava a aldeia de Capricórnio. Os holofotes recém-instalados<br />

espalhavam entre as casas cinzentas uma luz clara como o dia.<br />

— E venham me dizer agora que essa tal de eletricidade<br />

é uma bênção! — sussurrou Dedo Empoeirado, enquanto se<br />

esgueiravam ao longo do estacionamento.<br />

Uma sentinela entediada andava para lá e para cá entre os<br />

carros estacionados. Bocejando, ela se encostou na<br />

caminhonete onde Cockerell transportara as cabras naquela<br />

tarde e ajeitou os fones nos ouvidos.<br />

— Muito bom! Desse jeito poderia passar um exército<br />

por aqui e ele não ouviria! — sussurrou Dedo Empoeirado. —<br />

Se Basta estivesse aqui, trancaria esse sujeito nos estábulos de<br />

Capricórnio por três dias, sem um pedaço de pão.<br />

— E se fôssemos por cima dos telhados?<br />

Todo o medo desaparecera do rosto de Farid. A<br />

sentinela com a espingarda não amedrontava o garoto como os<br />

espíritos imaginários. Era uma insensatez tamanha que Dedo<br />

Empoeirado sacudiu a cabeça. Mas a idéia dos telhados de fato<br />

não era boba. Rente à parede de uma das casas que davam para<br />

o estacionamento, crescia uma videira. Havia anos que ninguém<br />

a podava. Assim que a sentinela, gingando ao som da música<br />

que enchia os seus ouvidos, se dirigiu para o outro lado do<br />

estacionamento, Dedo Empoeirado começou a trepar nos<br />

galhos lenhosos. O garoto escalou-os ainda melhor. Ao chegar<br />

em cima do telhado, ele estendeu a mão orgulhoso para Dedo<br />

Empoeirado. Como gatos perambulando na noite, os dois<br />

prosseguiram, esgueirando-se por chaminés e antenas, e por<br />

trás dos holofotes que dirigiam luz apenas para baixo, deixando<br />

tudo acima deles protegido pela escuridão. Certa hora, uma<br />

telha se soltou sob as botas de Dedo Empoeirado, mas ele

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