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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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morta.<br />

No começo, o garoto ficara inquieto ao ver o quão<br />

próximo da aldeia de Capricórnio ficava o esconderijo que<br />

Dedo Empoeirado havia escolhido, mas ele havia lhe explicado<br />

que naquelas colinas não havia lugar mais seguro do que aquele.<br />

Os muros carbonizados estavam praticamente ocultos.<br />

Arbustos e ervas silvestres haviam se agarrado às pedras pretas<br />

de fuligem, e coberto com galhos verdes a dor e a infelicidade.<br />

Os homens de Capricórnio haviam incendiado a casa pouco<br />

depois de tomar posse da aldeia abandonada. A velha mulher<br />

que vivia na casa recusara-se a ir embora, mas Capricórnio não<br />

tolerava olhos curiosos tão perto de seu esconderijo. Então ele<br />

os soltara, seus corvos, seus homens de preto, e eles atearam<br />

fogo no galinheiro, que havia sido construído pela própria<br />

dona, e também na casa, na qual havia um quarto só. Eles<br />

pisotearam os canteiros plantados com tanto esmero e mataram<br />

a tiros o jumento, que era quase tão velho quanto sua dona.<br />

Como sempre, eles chegaram na calada da noite, mas a lua<br />

estava especialmente clara, conforme relatara a Dedo<br />

Empoeirado uma das criadas de Capricórnio. A velha senhora<br />

saíra atarantada da casa, chorando e gritando. Ela praguejou e<br />

vociferou contra todos, mas olhava o tempo inteiro apenas para<br />

um deles: Basta, que ficara um pouco afastado porque tinha<br />

medo do fogo, com sua camisa tão branca ao luar. Talvez ela<br />

tenha visto nele algo de inocência ou um bom coração. A um<br />

sinal de Basta, porém, Nariz Chato tapou a boca da mulher,<br />

enquanto os outros riam, e de repente ela estava morta. Ela foi<br />

deixada sem vida entre os canteiros pisoteados, e desde aquele<br />

dia não havia lugar nas colinas que Basta temesse mais do que<br />

aquele lá em cima, onde as paredes carbonizadas despontavam<br />

entre os pés de tomilho selvagem. Sim, não havia melhor ponto<br />

para observar a aldeia de Capricórnio.<br />

Dedo Empoeirado ficava a maior parte do tempo em<br />

cima de um dos carvalhos que outrora deviam ter fornecido<br />

sombra para a velhinha quando ela se sentava na frente de sua

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