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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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Meggie também não descobriu o que Fenoglio fazia atrás da<br />

porta de seu escritório. — Ele morde o lápis — relatou Paula,<br />

uma vez em que conseguiu se esconder debaixo da<br />

escrivaninha. — Ele morde o lápis e fica andando para lá e para<br />

cá.<br />

— Mo, quando vamos nos encontrar com Elinor? —<br />

Meggie perguntou na segunda noite, quando notou que ele não<br />

conseguia dormir de novo. Ela se sentou na beira da cama dele.<br />

Rangia tanto quanto a dela.<br />

— Logo — ele respondeu. — Mas agora vá dormir, está<br />

bem? — Você sente falta dela?<br />

A própria Meggie não sabia de onde viera aquela<br />

pergunta tão direta. Ela simplesmente estava em sua língua e<br />

teve que sair. Mo demorou para responder.<br />

— Às vezes — ele respondeu finalmente. — De manhã,<br />

à tarde, à noite. Quase sempre.<br />

Meggie sentiu o ciúme cravar suas pequenas garras no<br />

coração dela. Ela conhecia a sensação, que aparecia sempre que<br />

Mo arranjava uma nova amiga. Mas ciúmes da própria mãe?<br />

— Conte-me sobre ela! — Meggie disse baixinho. —<br />

Mas nada de histórias inventadas, como as que você me<br />

contava antigamente.<br />

Antigamente, ela havia procurado em seus livros uma<br />

mãe que combinasse com ela, mas em seus livros preferidos<br />

quase não havia mães. Tom Sawyer? Sem mãe. Huck Finn?<br />

Também. Peter Pan, os meninos perdidos? Nada de mãe à<br />

vista. Jim Knopf, órfão. E nos contos de fadas só havia<br />

madrastas malvadas, mães ciumentas sem coração... a lista<br />

poderia continuar indefinidamente. Antigamente, isso<br />

consolara Meggie. Não ter mãe não parecia ser tão fora do<br />

comum. Pelo menos não em suas histórias preferidas.<br />

— O que você quer que eu conte? — Mo olhou para a<br />

janela. Lá fora os gatos estavam brigando novamente. Seus<br />

gritos soavam como o choro de bebês. — Você se parece mais<br />

com ela do que comigo. Felizmente. Ela ri como você, ela come

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