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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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— Depois da Floresta Selvagem vem o vasto<br />

mundo — disse a ratazana. — E nós não temos<br />

nada a ver com ele, nem você nem eu. Nunca<br />

estive lá e também não irei, e você muito menos se<br />

tiver um pingo de bom senso.<br />

Kenneth Grahame, O vento nos salgueiros<br />

<br />

Dedo Empoeirado devia estar esperando na estrada,<br />

atrás do muro. Centenas e mais centenas de vezes, Meggie se<br />

equilibrara em cima desse muro, do começo até as dobradiças<br />

enferrujadas do portão e de volta, com os olhos bem fechados,<br />

para que pudesse ver nitidamente o tigre de olhos cor de âmbar<br />

que espreitava nos bambus ao pé do muro, ou as cachoeiras<br />

espumantes à sua direita e à sua esquerda.<br />

Agora somente Dedo Empoeirado estava lá. Mas<br />

nenhuma outra visão teria feito o coração de Meggie bater mais<br />

depressa. Ele apareceu tão de repente que Mo quase o<br />

atropelou; vestia apenas um pulôver e tiritava de frio, com os<br />

braços em volta do corpo para se aquecer. Seu sobretudo ainda<br />

devia estar molhado, mas seus cabelos já estavam secos. Eram<br />

ruivos e eriçados, e caiam sobre o rosto marcado por cicatrizes.<br />

Mo xingou com voz abafada, desligou o motor e desceu<br />

do ônibus. Dedo Empoeirado deu um sorriso estranho e<br />

encostou-se no muro.<br />

— Para onde vai, Língua Encantada? — ele perguntou.<br />

— Não tínhamos um encontro? Você já me esqueceu uma vez<br />

desse jeito, lembra?<br />

— Você sabe por que estou com pressa — respondeu<br />

Mo. — Pelo mesmo motivo que daquela vez.

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