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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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Meggie espiava pela fresta debaixo da porta para ver se já havia<br />

anoitecido. Imaginou os lagartos tomando sol lá fora. Ela vira<br />

alguns deles na praça em frente à igreja. Será que o lagarto<br />

verde-esmeralda que escapulira do meio das moedas havia<br />

conseguido sair da igreja? E o garoto? Sempre que fechava os<br />

olhos, Meggie via seu olhar atônito.<br />

Ela se perguntou se os mesmos pensamentos passavam<br />

pela cabeça de Mo. Desde que haviam sido trancafiados<br />

novamente, ele quase não abrira a boca. Ele se jogara na cama<br />

de palha e virara o rosto para a parede. Elinor também não<br />

tinha falado muito. “Quanta generosidade!”, ela apenas<br />

murmurara quando Cockerell trancou a porta atrás deles.<br />

“Nosso anfitrião nos obsequiou com mais dois montes de<br />

palha mofada.” Depois ela se sentou num canto com as pernas<br />

esticadas e ficou ali parada, olhando com uma expressão<br />

sombria primeiro para os seus joelhos e depois para as paredes<br />

sujas.<br />

— Mo? — Meggie perguntou em algum momento,<br />

quando não conseguiu mais suportar o silêncio. — O que você<br />

acha que eles vão fazer com o garoto? E que amigo é esse que<br />

Capricórnio quer que você retire do livro?<br />

— Não sei, Meggie — foi só o que ele respondeu, sem se<br />

virar. Então ela o deixou em paz, fez sua cama de palha ao lado<br />

da dele e começou a andar lentamente ao longo das paredes<br />

nuas. Talvez atrás de uma delas estivesse o garoto<br />

desconhecido. Ela encostou o ouvido na parede, mas não<br />

conseguiu ouvir nada. Alguém riscara o próprio nome no<br />

reboco: Ricardo Bentone, 19/5/96. Meggie passou o dedo<br />

sobre as letras. Dois palmos adiante havia um outro nome, e<br />

depois mais um. Meggie perguntou-se o que teria acontecido<br />

com eles, com Ricardo, Ugo e Bernardo... “Talvez eu também<br />

deva escrever o meu nome”, ela pensou, “para o caso de...” Por<br />

precaução, ela não foi até o final da frase.<br />

Atrás dela, Elinor deitou-se com um suspiro em sua<br />

cama de palha. Quando Meggie se virou, ela sorriu.

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