11.05.2013 Views

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

havia desaparecido.<br />

Perturbada, ela olhou pela janela. Quase esperava ver<br />

Dedo Empoeirado lá fora, mas no pátio havia apenas um melro<br />

saltitando entre as pedras molhadas. Meggie vestiu a calça e se<br />

arrastou até a cozinha. No corredor havia duas malas, uma<br />

sacola e a caixa de ferramentas de Mo.<br />

Ele estava sentado à mesa preparando sanduíches.<br />

Provisões para a viagem. Quando Meggie entrou na cozinha,<br />

seu pai olhou para ela e sorriu, mas Meggie percebeu que ele<br />

estava preocupado.<br />

— Não podemos viajar, Mo! — ela disse. — Ainda falta<br />

uma semana para as minhas férias!<br />

— E daí? Afinal, não é primeira vez que preciso viajar a<br />

trabalho durante as aulas.<br />

Ele tinha razão. Isso até acontecia com freqüência: toda<br />

vez que o dono de um sebo, um colecionador de livros ou uma<br />

biblioteca precisava de um encadernador, Mo era contratado<br />

para remover o mofo e a poeira de livros antigos e valiosos, ou<br />

fazer novos trajes para eles. Meggie achava que o nome<br />

“encadernador” não descrevia muito bem o trabalho do pai,<br />

por isso, alguns anos antes, ela fizera uma placa para a oficina<br />

dele com os dizeres: Mortimer Folchart, médico de livros. E aquele<br />

médico de livros jamais visitava seus pacientes sem a filha.<br />

Sempre fora assim e assim sempre seria, não importava o que<br />

dissessem os professores de Meggie.<br />

— Que tal catapora? Já usei essa desculpa alguma vez?<br />

— A última vez. Quando tivemos que visitar aquele<br />

sujeito horrível das bíblias. — Meggie examinou o rosto de Mo.<br />

— Mo? Temos que ir embora por causa de... ontem à noite?<br />

Por um instante, ela pensou que ele lhe contaria tudo —<br />

o que quer que houvesse para contar. Mas ele sacudiu a cabeça.<br />

— Não, imagine! — ele disse, enfiando os sanduíches<br />

num saco plástico, sem olhar para ela. — Sua mãe tinha uma tia.<br />

A tia Elinor. Já fomos uma vez à casa dela, quando você era

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!