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CORNELIA FUNKE Ilustrações - CloudMe

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Na sua testa havia aquela pequena ruga que somente<br />

aparecia quando ele estava realmente preocupado com alguma<br />

coisa. Nessas ocasiões ele olhava para ela como que sem vê-la,<br />

como se em pensamentos estivesse num lugar totalmente<br />

diferente. O pressentimento cresceu e abriu suas asas negras no<br />

coração de Meggie.<br />

— Fale para ele ir embora, Mo! — ela disse enquanto era<br />

empurrada para o quarto. — Por favor, mande-o embora. Eu<br />

não gosto dele.<br />

:Mo encostou-se na porta aberta do quarto.<br />

— Amanhã, quando você acordar, ele já vai ter ido<br />

embora. Palavra de honra.<br />

— Palavra de honra? Sem cruzar os dedos?<br />

Meggie olhou firme nos olhos dele. Ela sempre via<br />

quando Mo estava mentindo, mesmo quando ele se esforçava<br />

ao máximo para esconder isso dela.<br />

— Sem cruzar os dedos — ele disse, e ergueu as duas<br />

mãos como prova.<br />

Então Mo fechou a porta atrás de si, embora soubesse<br />

que ela não gostava disso. Meggie encostou o ouvido na porta.<br />

Ouviu a louça tilintar. “Ah, o barba-de-raposa vai ganhar um<br />

chá para se aquecer. Tomara que ele pegue uma pneumonia”,<br />

pensou Meggie. Bem, ele também não precisava morrer, como<br />

a mãe de sua professora de inglês. Meggie ouviu a chaleira<br />

apitar na cozinha e depois Mo voltar para a oficina levando uma<br />

bandeja com louça tilintante.<br />

Depois que ele fechou a porta, ela achou melhor esperar<br />

mais alguns segundos por precaução, o que foi bastante difícil.<br />

Então, pé ante pé, voltou para o corredor.<br />

Na porta da oficina de Mo havia uma placa, uma<br />

pequena placa de latão. Meggie sabia de cor as palavras que<br />

estavam escritas ali. Aos cinco anos ela aprendera a ler com<br />

aquelas letras antigas e enfeitadas:<br />

Alguns livros devem ser degustados, Outros são devorados, Apenas<br />

poucos são mastigados E digeridos totalmente.

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