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alirio batista de souza resumo das aulas de medicina legal

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ALIRIO BATISTA DE SOUZA<br />

RESUMO DAS AULAS<br />

DE<br />

MEDICINA LEGAL<br />

JOÃO PESSOA<br />

2008


ATIVIDADES PROFISSIONAIS<br />

• Cursos <strong>de</strong> graduação<br />

Médico – CRM 579<br />

Advogado – OAB 2325<br />

• Professor <strong>de</strong> Medicina Legal<br />

Cursos <strong>de</strong> Medicina e Direito da UFPB.<br />

Curso <strong>de</strong> Direito do UNIPE.<br />

• Professor <strong>de</strong> Deontologia Médica<br />

Curso <strong>de</strong> Medicina da UFPB.<br />

• Ex Professor<br />

História da Medicina da UFPB.<br />

Obstetrícia da E.E. Sta Emília <strong>de</strong> Rodat – J. Pessoa - PB.<br />

• Ex Médico Legista da Paraíba<br />

• Ex Médico da Previdência Social<br />

• Ex Diretor<br />

Departamento <strong>de</strong> Medicina Legal – João Pessoa – PB.<br />

Departamento <strong>de</strong> Polícia Científica da Paraíba<br />

Maternida<strong>de</strong> Cândida Vargas da LBA<br />

Hospital Geral da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cabe<strong>de</strong>lo<br />

• Ex Perito<br />

Justiça do Trabalho – João Pessoa – PB.<br />

Instituto Nacional da Previdência Social – Rio Tinto – PB.<br />

• Cursos <strong>de</strong> Especialização<br />

Ciências Criminais<br />

Ciências Obstétricas<br />

Ginecologia<br />

Medicina Legal<br />

Medicina do Trabalho<br />

2


AGRADECIMENTOS<br />

A Deus, senhor supremo do universo, pela proteção <strong>das</strong> iniciativas<br />

boas da vida.<br />

À minha esposa, Maria do Socorro Madruga Batista, exemplo <strong>de</strong><br />

amiza<strong>de</strong>, companheirismo e cumplicida<strong>de</strong>, pela compreensão,<br />

estímulos, entusiasmos e encorajamentos por meu progresso na vida<br />

profissional.<br />

Aos meus filhos Alyrio Segundo (Vanina), Giuliana (Alexandre) e<br />

Ana Carolina (Jarley), mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> amor, alegria, <strong>de</strong>dicação,<br />

serieda<strong>de</strong> e razão do meu viver.<br />

Ao alunato, pelas exigências, cobranças, <strong>de</strong>dicação, firmeza e<br />

atenção na elaboração do projeto e na conclusão <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

A todos que, <strong>de</strong> alguma forma, contribuíram para a redação <strong>de</strong>sta<br />

apostila.<br />

3


APRESENTAÇÃO<br />

Por quatro déca<strong>das</strong> ministro <strong>aulas</strong> <strong>de</strong> Medicina Legal e Deontologia<br />

para os alunos <strong>de</strong> direito e <strong>medicina</strong>.<br />

Sempre recomendo livros <strong>de</strong> autores famosos e até festejados.<br />

Todavia, nunca <strong>de</strong>ixei <strong>de</strong> observar que o alunato gosta mesmo é <strong>de</strong><br />

anotar nos seus ca<strong>de</strong>rnos, o que o professor diz na sala <strong>de</strong> aula.<br />

Lendo algumas <strong>de</strong>stas anotações ca<strong>de</strong>rnais, testemunhei que os<br />

assuntos didáticos expostos estavam ali transcritas tais quais foram<br />

conversados e discutidos.<br />

Não vacilei. Resolvi organizar todos estes rascunhos estudantis,<br />

melhorar ou piorar alguns e transformá-los em APOSTILA.<br />

Se você conseguiu esta apostila e é meu aluno, ótimo faça bom<br />

proveito, lembrando-se que na pós-graduação <strong>de</strong>verá melhorar seus<br />

conhecimentos lendo livros <strong>de</strong> autores consagrados.<br />

Se for apenas um estranho ou admirador e casualmente adquiriu,<br />

grato pela preferência, porém, se não gostar, nada diga, não fale e<br />

nem reclame, passe para alguém que queira consultá-la.<br />

Cordialmente<br />

O AUTOR<br />

João Pessoa – maio - 2.008<br />

4


SUMÁRIO<br />

APRESENTAÇÃO........................................................................................................ 04<br />

CAPÍTULO 1:<br />

A Medicina Legal. Importância. Valor. Dados históricos. Classificação. Relação com as<br />

ciências médicas, jurídicas e Sociais............................................................................ 07<br />

CAPÍTULO 2:<br />

Perícias e peritos. Documentos médico legais. Decálogo dos peritos ............................11<br />

CAPÍTULO 3:<br />

I<strong>de</strong>ntificação médico <strong>legal</strong> e judiciária............................................................................16<br />

CAPÍTULO 4:<br />

Lesões por energias mecânicas. Instrumentos causadores dos danos. Lesões típicas e<br />

atípicas.............................................................................................................................21<br />

CAPÍTULO 5:<br />

Lesões por energias físicas. Temperaturas. Pressão atmosférica. Eletricida<strong>de</strong>s.<br />

Radioativida<strong>de</strong>s. Luz. Som..............................................................................................25<br />

CAPITULO 6:<br />

Lesões por energias químicas. Cáusticos. Venenos. Tóxicos..........................................28<br />

CAPÍTULO 7:<br />

Asfixias. Energias físico-químicas..................................................................................32<br />

CAPÍTULO 8:<br />

Energias bioquímicas, biodinâmicas e mistas.................................................................35<br />

CAPÍTULO 9:<br />

Infortunísticas. Aci<strong>de</strong>ntes e Doenças profissionais.........................................................37<br />

CAPÍTULO 10:<br />

As Lesões corporais. Discussão <strong>de</strong> um laudo médico-<strong>legal</strong>............................................40<br />

CAPÍTULO 11:<br />

Crimes contra a liberda<strong>de</strong> sexual: Sedução. Estupro. Frau<strong>de</strong> sexual. Atentado violento<br />

ao pudor. Ultraje ao pudor. Prostituição. Rapto. Corrupção <strong>de</strong> menores........................42<br />

5


CAPÍTULO 12:<br />

Casamento. Esterilização humana. Medi<strong>das</strong> anti natalistas ............................................47<br />

CAPÍTULO 13:<br />

Gravi<strong>de</strong>z. Parto. Puerpério. Simulação, dissimulação metassimulação. Reprodução<br />

assistida...........................................................................................................................50<br />

CAPÍTULO 14:<br />

O Crime <strong>de</strong> Aborto. Aborto <strong>legal</strong> e criminoso................................................................54<br />

CAPÍTULO 15:<br />

Infanticídio. Exames periciais. Conceitos <strong>de</strong> docimasia.................................................58<br />

CAPÍTULO 16:<br />

Investigação do vínculo genético. Provas sangüíneas e não sangüíneas. Noções <strong>de</strong> DNA<br />

(Ácido <strong>de</strong>soxirribonucléico)............................................................................................62<br />

CAPÍTULO 17:<br />

Anomalias sexuais. Desvios, aberrações e <strong>de</strong>feitos congênitos. Causas e índices <strong>de</strong><br />

criminalida<strong>de</strong>. Diagnóstico e prognóstico ......................................................................64<br />

CAPÍTULO 18:<br />

Psiquiatria forense. Relacionamento com a socieda<strong>de</strong> e a justiça...................................68<br />

CAPITULO 19:<br />

Psicopatologia forense. Fatores biológicos, mesológicos, patológicos, psiquiátricos e<br />

legais...............................................................................................................................70<br />

CAPÍTULO 20:<br />

Tanatologia. Fenômenos cadavéricos. Tipos <strong>de</strong> morte. Destino dos cadáveres. Noções<br />

<strong>de</strong> necropsia. Exumação. Termos tanatológicos ............................................................74<br />

CAPÍTULO 21:<br />

Deontologia e Diceologia Médica. Ética médica. Exercício <strong>legal</strong> e i<strong>legal</strong> da <strong>medicina</strong>.<br />

Charlatanismos consciente e inconsciente. Exemplos <strong>de</strong> exercício <strong>legal</strong> e i<strong>legal</strong> da<br />

<strong>medicina</strong>.........................................................................................................................82<br />

CAPÍTULO 22:<br />

Deontologia e Diceologia Médica II. Responsabilida<strong>de</strong>s e irresponsabilida<strong>de</strong>s médicas.<br />

Segredo e Honorários médicos. Publicida<strong>de</strong>s e Publicações médicas...........................86<br />

ANEXO I:<br />

Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Quesitos Oficiais.........................................................................................90<br />

ANEXO II:<br />

Quesitos formulados pelo professor em provas <strong>de</strong> graduação........................................93<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................109<br />

6


1ª CAPÍTULO:<br />

A Medicina Legal:<br />

Importância – Valor - Dados históricos - Classificação.<br />

Relação com as ciências médicas, jurídicas e sociais.<br />

PREÂMBULO<br />

Quando se fala em Medicina Legal, a primeira idéia que se tem é que existe uma<br />

<strong>medicina</strong> i<strong>legal</strong>, e que uma surgiu para combater a outra. Todavia, esta idéia é<br />

errada. Medicina Legal significa Medicina da Lei.<br />

CONCEITO OU DEFINIÇÃO<br />

Existem conceitos e muitas <strong>de</strong>finições. Vou transcrever três que admiro.<br />

1. Medicina Legal é a arte <strong>de</strong> relatar em juízo – Ambroise Paré.<br />

2. É a <strong>medicina</strong> a serviço <strong>das</strong> ciências jurídicas e sociais – Genival Veloso <strong>de</strong> França.<br />

3. É a ciência a serviço da socieda<strong>de</strong> e da justiça. Prefiro assim dizer.<br />

SINÔNIMOS<br />

Variam <strong>de</strong> país para país:<br />

Medicina da Lei * Medicina Pericial * Medicina dos Tribunais * Medicina da<br />

Justiça * Medicina Policial * Medicina Jurispru<strong>de</strong>ncial * Medicina Política e<br />

Social * Bioscopia Forense.<br />

Todo dia surge um novo apelido, pois o nome autêntico, mais bonito e usado em<br />

todo território brasileiro é Medicina Legal.<br />

IMPORTÂNCIA<br />

É tão importante que passou ser disciplina obrigatória nos cursos Médicos e <strong>de</strong><br />

Ciências Jurídicas.<br />

1. O Médico precisa da Medicina <strong>legal</strong> para ver os limites <strong>de</strong> suas atribuições<br />

profissionais e saber respeitar a lei;<br />

2. O Jurista (Juiz, Ministério Público e Advogados) <strong>de</strong>la precisa para saber.<br />

executar, interpretar e aplicar as leis.<br />

QUALIFICAÇÃO<br />

A Medicina Legal é conhecida por ser Ciência e Arte<br />

1. Ciência: O perito vê a lesão, avalia <strong>de</strong>talhadamente e firma um diagnóstico<br />

com o prognóstico <strong>de</strong> suas periculosida<strong>de</strong>s;<br />

2. Arte: Descreve esta lesão em todos os seus pormenores, observando a região<br />

anatômica, os limites, profundida<strong>de</strong>s, coloração e posição. O perito faz com<br />

palavras, uma verda<strong>de</strong>ira fotografia do ferimento.<br />

RELAÇÃO COM A MEDICINA<br />

Relaciona-se com to<strong>das</strong> as ciências médicas:<br />

Psiquiatria * Obstetrícia * Cirurgia * Clinica Médica * Pediatria * Reumatologia<br />

* Hematologia * Medicina do Trabalho * Traumatologia * Ginecologia e outras.<br />

• Não é admissível um bom médico em qualquer uma <strong>de</strong>stas especialida<strong>de</strong>s<br />

sem os conhecimentos básicos da Medicina Legal.<br />

7


RELAÇÃO COM AS CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS<br />

Relaciona-se com todos os ramos do direito:<br />

Penal * Civil * Administrativo * Trabalhista * Constitucional * Penitenciário *<br />

Internacional Público * Internacional Privado * Processual Civil * Processual<br />

Penal * Previ<strong>de</strong>nciário * Agrário * <strong>de</strong>mais outras.<br />

• Não é admissível um bom jurista, sem os conhecimentos técnicos, sociais e<br />

filosóficos <strong>de</strong>sta disciplina, quer seja Juiz, Promotor <strong>de</strong> Justiça ou Advogado.<br />

DETALHANDO POR DISCIPLINAS:<br />

01-Direito Penal: Lesões corporais, sedução, estupro, necrópsias, etc;<br />

02-Direito Civil: I<strong>de</strong>ntificação da paternida<strong>de</strong>, anulação <strong>de</strong> casamento, perícias<br />

nas separações judiciais, etc.;<br />

03-Direito Administrativo: Licenças para tratamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e aposentadorias;<br />

04-Direito Trabalhista: Aci<strong>de</strong>ntes e doenças do trabalho, insalubrida<strong>de</strong>s,<br />

periculosida<strong>de</strong>s, simulações, dissimulações, etc.;<br />

05-Direito Constitucional: Na proteção a família e ao casamento;<br />

06-Direito Penitenciário: Torturas nas penitenciárias, greves <strong>de</strong> presidiários,<br />

promiscuida<strong>de</strong>s, etc;<br />

07-Direito Internacional Público: Proteção a infância, a velhice, etc.;<br />

08-Direito Internacional Privado: Na aplicação <strong>das</strong> leis estrangeiras no Brasil;<br />

09-Direito Processual Civil e Penal: Análises dos jurados, réus e testemunhas;<br />

10-Direito Previ<strong>de</strong>nciário: Simulação e dissimulação <strong>de</strong> doenças, gestações, etc.;<br />

11-Direito Agrário: Análise <strong>de</strong> aposentadoria <strong>de</strong> camponeses;<br />

12-Direito dos Desportos: Dopping, simulações <strong>de</strong> contusões, etc.;<br />

13-Direito Canônico: Quando analisa o casamento religioso e seus aspectos;<br />

14-Direito Comercial: Nas perícias <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo;<br />

15-Lei <strong>das</strong> contravenções Penais: Ao tratar da embriaguez, tóxicos, etc.;<br />

16-Direito Eleitoral: Nas simulações <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> mesários;<br />

17-Com as Ciências Sociais: Sociologia, filosofia, economia, psicologia, etc).<br />

DADOS HISTÓRICOS:<br />

1 – NO MUNDO:<br />

1.1.Período Antigo: (? até 527 a.C.) Temos como fontes principais: 1) O<br />

povo Hebreu - com a lei Mosaica (Ler os Levíticos); 2) O Egito - com a Lei<br />

<strong>de</strong> Menés e os embalsamamentos; 3) A Babilônia - com o Código <strong>de</strong><br />

Hammurábi; 4) A Índia - com o Código <strong>de</strong> Manu; 5) A Grécia - com as<br />

teorias <strong>de</strong> Aristóteles e as contribuições <strong>de</strong> Hipócrates (o pai da <strong>medicina</strong>).<br />

Neste período os cadáveres eram consi<strong>de</strong>rados sagrados. Todavia, as fontes<br />

cita<strong>das</strong> confirmam que os casos <strong>de</strong> aborto, parto, mortalida<strong>de</strong> infantil e<br />

outros crimes eram examinados pelos sacerdotes, mistos na época <strong>de</strong><br />

médicos sacerdotes e juizes. As necrópsias não eram realiza<strong>das</strong> por serem os<br />

cadáveres consi<strong>de</strong>rados sagrados.<br />

1.2.Período Romano: (527 a.C. ao Século IX) A Lex Regia ou <strong>de</strong> Numa<br />

Pompílio instituindo a cesariana post mortem; o exame do cadáver <strong>de</strong> Júlio<br />

César por um médico <strong>de</strong> nome Antístio e o Código <strong>de</strong> Justiniano orientando<br />

que as perícias <strong>de</strong>veriam ser executa<strong>das</strong> por profissionais categorizados em<br />

<strong>medicina</strong>, <strong>de</strong>stacaram esta época.<br />

8


1.3.Período Medieval: (Século IX ao Século XIII) A Lei Sálica, a Lei<br />

Germânica e as Capitulares <strong>de</strong> Carlos Magno influenciaram este período.<br />

To<strong>das</strong> estas leis, em suas respectivas origens orientavam perícias técnicas e<br />

médicas nos principais tipos <strong>de</strong> crime;<br />

1.4.Período Canônico: (do Ano <strong>de</strong> l.200 a 1.600) Recebeu uma gran<strong>de</strong><br />

influência da igreja. O Código Carolino promulgado na Assembléia <strong>de</strong><br />

Ratisbonna na Alemanha por Carlos V e os surgimentos dos estudiosos como<br />

Ambroise Paré na França e Fortunato Fi<strong>de</strong>lis na Itália coroaram esta fase;<br />

1.5.Período Mo<strong>de</strong>rno: (1.600 até?) Surgiram na Itália, Paulo Zacchias (O<br />

pai da Medicina Legal) e em outros países como França, Inglaterra, Itália,<br />

Alemanha, gran<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>dicados estudiosos que no passado prestigiaram esta<br />

ciência. Atualmente em to<strong>das</strong> as partes do mundo, valorosos mestres<br />

prestigiam a justiça e o ensino com elaborações <strong>de</strong> perícias técnicas<br />

científicas em to<strong>das</strong> as plenitu<strong>de</strong>s e alcances da Medicina Legal.<br />

2 – NO BRASIL:<br />

2.1.Brasil Colônia: A história cita somente alguns relatórios sem cunhos<br />

científicos, feitos por médicos portugueses baseados em tratados franceses.<br />

Apenas um médico mineiro <strong>de</strong> nome Gonçalves Gomi<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacou<br />

revendo e contestando um exame cadavérico que julgavam ser <strong>de</strong> uma santa;<br />

2.2.Brasil Império: Surgiram as primeiras escolas médicas e jurídicas, o<br />

Código Criminal <strong>de</strong> l830 e a obrigatorieda<strong>de</strong> em 1834 do ensino da Medicina<br />

Legal nas escolas <strong>de</strong> <strong>medicina</strong> e direito. Um gran<strong>de</strong> mestre, sem dúvida<br />

alguma nesta época foi o professor Agostinho José <strong>de</strong> Souza Lima;<br />

2.3.Brasil República: Aparecem os verda<strong>de</strong>iros Titãs da Medicina Legal<br />

brasileira. Bahia: - Raimundo Nina Rodrigues; Rio <strong>de</strong> Janeiro: - Agostinho<br />

Souza Lima e Júlio Afrânio Peixoto; São Paulo: - Oscar Freire. Surgem<br />

também nos outros Estados da Fe<strong>de</strong>ração, verda<strong>de</strong>iros mestres com<br />

conhecimentos técnicos e ousadias, tanto nos Institutos Médicos Legais<br />

realizando perícias, como ministrando <strong>aulas</strong> nas Faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Medicina e<br />

<strong>de</strong> Direito. Hoje, a Medicina Legal brasileira, engran<strong>de</strong>ce o mundo inteiro.<br />

3 – NA PARAÍBA:<br />

3.1.Paraíba Província: As primeiras autópsias e exumações foram<br />

autoriza<strong>das</strong> pelo Presi<strong>de</strong>nte Ambrósio Leitão da Cunha no ano <strong>de</strong> 1859 (Ver<br />

lei <strong>de</strong> número 26). As primeiras perícias que se tem noticia foram realiza<strong>das</strong><br />

pelos médicos João José Inocêncio Poggi e Henri Krause.<br />

3.2.Paraíba Estado da Fe<strong>de</strong>ração: Em 1.918, no governo do Médico e<br />

General Francisco Camilo <strong>de</strong> Holanda foi criado o Instituto Médico Legal,<br />

tendo como seu primeiro diretor o Dr. José Dias Júnior. Percorreu várias ruas<br />

e prédios da Capital, contudo, atualmente está fincado em <strong>de</strong>finitivo no<br />

bairro do Cristo Re<strong>de</strong>ntor <strong>de</strong> João Pessoa.<br />

• Por algum tempo dirigimos esta instituição;<br />

3.3.Paraíba Universitária: Na década <strong>de</strong> 1950 foi criada nossa<br />

Universida<strong>de</strong> já com as escolas <strong>de</strong> Medicina e <strong>de</strong> Direito. O Primeiro<br />

professor da disciplina foi o Dr. Oscar <strong>de</strong> Oliveira Castro.<br />

• Ingressamos por concurso público como professor no ano <strong>de</strong> 1975.<br />

9


CLASSIFICAÇÃO DA MEDICINA LEGAL<br />

1. MEDICINA LEGAL GERAL:<br />

Estuda a Deontologia e Diceologia Médica, ou seja, os Deveres e Direitos do<br />

médico. Exemplificando:<br />

• Ética Médica;<br />

• Exercício Legal e I<strong>legal</strong> da Medicina;<br />

• Responsabilida<strong>de</strong>s Médicas;<br />

• Segredos Médicos;<br />

• Honorários Médicos;<br />

• Publicida<strong>de</strong>s e Publicações Médicas;<br />

(Vi<strong>de</strong> Capítulos <strong>de</strong>dicados a Deontologia e a Diceologia médica).<br />

2. MEDICINA LEGAL ESPECIAL:<br />

Estuda a realização e a documentação <strong>de</strong> todos os exames periciais ao seu<br />

alcance, quando solicitados pela justiça. Exemplificando:<br />

• Antropologia médico <strong>legal</strong>: Estuda a i<strong>de</strong>ntificação Médico Legal e<br />

Judiciária;<br />

• Traumatologia médico <strong>legal</strong>: Estuda as lesões corporais provoca<strong>das</strong> por<br />

energias físicas químicas, mecânicas, etc.<br />

• Infortunística: Estu<strong>das</strong> os Aci<strong>de</strong>ntes e as Doenças profissionais;<br />

• Asfixologia médico <strong>legal</strong>: Estuda o enforcamento, estrangulamento,<br />

esganadura, sufocação, soterramento, afogagamento, gases irrespiráveis e<br />

confinamento;<br />

• Toxicologia médico <strong>legal</strong>: Estudo os efeitos dos cáusticos, venenos e<br />

tóxicos;<br />

• Sexologia médico <strong>legal</strong>: Estuda os crimes contra os costumes, gravi<strong>de</strong>z parto<br />

e puerpério, aborto, infanticídio, casamento, esterilização humana,<br />

i<strong>de</strong>ntificação da paternida<strong>de</strong> e maternida<strong>de</strong>, fecundação artificial e as<br />

anomalias sexuais;<br />

• Tanatologia médico <strong>legal</strong>: Estuda a morte, as necrópsias, as exumações, os<br />

<strong>de</strong>stinos do cadávere, os tipos <strong>de</strong> morte e a cronotanatognose;<br />

• Criminalística e Criminologia médico <strong>legal</strong>: Estuda os motivos e locais dos<br />

crimes, as perícias técnicas em busca <strong>de</strong> criminosos e a criminogênese;<br />

• Psiquiatria/Psicologia/Psicopatologia Forense: Estuda as doenças fisicas e<br />

mentais e seus relacionamentos com a justiça;<br />

• Vitimologia: Estuda a vítima e a sua participação no crime;<br />

• Genética médico <strong>legal</strong>: Estuda os exames <strong>de</strong> DNA, os tipos <strong>de</strong> fecundação<br />

artificial e as possíveis clonagens.<br />

10


2ª CAPÍTULO:<br />

Perícias e Peritos.<br />

Documentos Médicos Legais.<br />

Decálogos dos Peritos.<br />

I - PERÍCIAS E PERITOS<br />

CONCEITO DE PERICIAS:<br />

Perícias Médicas Legais são todos os exames ou procedimentos técnicos<br />

científicos, realizados nas pessoas, nos animais e nas coisas com finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

auxiliar a justiça.<br />

1. Nas pessoas: Lesões corporais, atentados violentos ao pudor, exames <strong>de</strong><br />

sedução, estupros, aci<strong>de</strong>ntes do trabalho, etc.;<br />

2. Nos animais: Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se examinar animais para se saber se<br />

motivaram lesões corporais nas pessoas ou se sofreram lesões como os cavalos e<br />

cães policiais;<br />

3. Nas coisas: Todos os tipos <strong>de</strong> objetos como projétil, pedras, facas, armas <strong>de</strong><br />

fogo, lençóis, paus, cassetetes, chicotes, tesouras, etc. Não esquecer que o<br />

cadáver é coisa, e coisa in<strong>de</strong>sejável. Não estou cometendo nenhum sacrilégio ao<br />

fazer esta afirmativa, uma vez que pessoa alguma <strong>de</strong>seja guarda-lo em casa. A<br />

maior perícia feita em uma coisa, é sem dúvida a Necropsia.<br />

LEGISLAÇÃO SOBRE PERÍCIAS E PERITOS<br />

l. Código <strong>de</strong> Processo Penal<br />

2. Código <strong>de</strong> Processo Civil<br />

3. Código <strong>de</strong> Ética Médica<br />

4. Outras legislações.<br />

TIPOS DE PERÍCIA:<br />

1. No vivo: Todos os exames <strong>de</strong> lesões corporais, sedução, atos libidinosos,<br />

simulação ou dissimulação <strong>de</strong> doenças e aci<strong>de</strong>ntes, estupros, etc;<br />

2. No morto: Necrópsias, exumações, exames <strong>de</strong> ossada, etc.;<br />

3. De laboratórios: Sangue, fezes, urina, sêmen, pêlos, DNA, e muitos outros.<br />

4. De Local do Crime: São muitas vezes vasculhados e examinados pelos<br />

peritos em <strong>medicina</strong> <strong>legal</strong>.<br />

HORÁRIO E PRAZO DA PERÍCIA<br />

1. Horário <strong>das</strong> perícias: Po<strong>de</strong>rão ser realiza<strong>das</strong> todos os dias da semana e em<br />

qualquer horário (diurno ou noturno) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que exista condições e boa<br />

iluminação.<br />

Prazo: O perito terá prazo para a conclusão, <strong>de</strong> acordo com o Código <strong>de</strong><br />

Processo Penal <strong>de</strong> 10 dias, po<strong>de</strong>ndo por motivos justos ser prorrogado.<br />

CORPO DE DELITO<br />

CONCEITO: É o exame do conjunto <strong>de</strong> lesões encontra<strong>das</strong> na superfície<br />

corporal da vítima. Não <strong>de</strong>vemos confundir com a expressão popular corpo da<br />

vítima, que é simplesmente a estrutura anatômica e corporal.<br />

11


TIPOS DE CORPO DE DELITO:<br />

1. Direto: Quando as lesões são encontra<strong>das</strong> na vítima e <strong>de</strong>scritas pelo perito;<br />

2. Indireto: Quando os dados são fornecidos pelos hospitais ou provas<br />

testemunhais.<br />

PERITO EM MEDICINA LEGAL<br />

CONCEITO: É todo médico especializado e com conhecimentos técnicos<br />

científicos em Medicina Legal. É um profissional gabaritado em perícias, porém<br />

dotado <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong>, capaz <strong>de</strong> solicitar opiniões quando se fizer necessário.<br />

1. Peritos oficiais: Médicos Legistas ou Legisperitos;<br />

2. Peritos não oficiais: (Peritos louvados) Qualquer médico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assine o<br />

termo <strong>de</strong> compromisso para a justiça.<br />

IMPEDIMENTOS DO PERITO:<br />

1. Parentescos ou influências com a pessoa examinada;<br />

2. Parte interessada no resultado do exame pericial.<br />

ATUAÇÃO DOS PERITOS:<br />

1. No inquérito: Em todos os exames <strong>de</strong> corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito;<br />

2. No sumário: Exames <strong>das</strong> testemunhas, réus. etc.;<br />

3. No julgamento: Tirando as dúvi<strong>das</strong> existentes no laudo ou surgi<strong>das</strong> no<br />

evoluir do processo;<br />

4. No pós-julgamento: Nos casos supervenientes <strong>de</strong> insanida<strong>de</strong>s mentais.<br />

HONESTIDADE DOS PERITOS:<br />

1. É obrigatória, inclusive são fiscalizados pela socieda<strong>de</strong>;<br />

2. São observados, vigiados e <strong>de</strong>nunciados pelas partes;<br />

3. Por <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> oficio <strong>de</strong>verão ser profissionais responsáveis, sérios e capazes.<br />

• Uma perícia bem feita fará justiça. Todavia, quando mal elaborada ou<br />

ten<strong>de</strong>nciosa po<strong>de</strong>rá colocar um criminoso perigoso nas ruas e um inocente<br />

por trás <strong>das</strong> gra<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma prisão.<br />

DEVERES DO PERITO:<br />

Honestida<strong>de</strong> - Ciência – Conhecimentos - Técnica - Consciência.<br />

Lembrete pericial: É preferível não fazer uma perícia a fazê-la mal feita.<br />

QUESITOS OU INDAGAÇÕES<br />

1. Elaboração dos Quesitos: Os peritos não elaboram quesitos, estes <strong>de</strong>verão<br />

ser bem redigidos pelo Juiz ou pelas partes para não dificultar as respostas.<br />

2. Respostas aos quesitos: Cabem ao perito e <strong>de</strong>verão ser claras, honestas e<br />

explicitas. Redigi<strong>das</strong> em linguajar simples para facilitar as interpretações.<br />

PERÍCIAS CONTRADITÓRIAS<br />

Conceito: São as perícias que provocam divergências inconciliáveis entre os<br />

peritos, obrigando a elaboração <strong>de</strong> laudos diferentes e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

1. Foro Penal: Divergências entre o relator e o revisor. Cada um terá <strong>de</strong> redigir<br />

o seu próprio laudo, ficando <strong>de</strong>ste modo duas perícias diferentes.<br />

2. Foro Civil e Trabalhista: Divergências entre o perito do Juiz e os assistentes<br />

técnicos indicados pelas partes.<br />

12


3. Perito <strong>de</strong>sempatador: Diante <strong>de</strong> divergências inconciliáveis entre peritos, o<br />

Juiz nomeará um terceiro perito, com finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resolver os conflitos criados<br />

ou já existentes, <strong>de</strong>vido à perícia ter se tornada contraditória.<br />

4. O que diz o Código <strong>de</strong> Processo Penal:<br />

Se as divergências entre os peritos persistirem e o perito conciliador nada<br />

resolver, o Juiz (Perito dos peritos) po<strong>de</strong>rá proferir a sentença por conta própria.<br />

O Art. 182 do referido código diz textualmente: “o juiz não está adstrito ao<br />

laudo, po<strong>de</strong>ndo aceitar ou recusar no todo ou em parte”. Todavia, dificilmente o<br />

Juiz chama para si tamanha responsabilida<strong>de</strong>.<br />

• Obrigação <strong>de</strong> submeter-se a Perícia: Inexiste – “Ninguém está obrigado a<br />

fornecer provas contra si próprias”.<br />

QUESITOS DUVIDOSOS OU MAL REDIGIDOS<br />

Quando o perito não tiver condições <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r um quesito, por este não<br />

possuir lógica, <strong>de</strong>verá colocar a palavra - PREJUDICADO ou a frase SEM<br />

ELEMENTOS.<br />

• Jamais <strong>de</strong>verá fazer qualquer critica. “Quem quer ser respeitado, respeita”.<br />

REQUISIÇÃO DOS EXAMES PERICIAIS<br />

As Perícias serão solicita<strong>das</strong> pelo foro competente:<br />

1. No foro Penal: Dois peritos: (Relator e Revisor). É o foro que mais solicita<br />

exames médicos legais;<br />

1.1.Aceitação do exame pericial: No Foro Penal, para que o laudo seja aceito<br />

pela justiça terá <strong>de</strong> ser obrigatoriamente elaborado e assinado por dois peritos.<br />

2. No foro Civil e Trabalhista: Perito único (perito do juiz). As partes po<strong>de</strong>rão<br />

indicar assistentes técnicos.<br />

LOCAIS PRÓPRIOS PARA AS PERÍCIAS:<br />

1. Institutos Médico Legais: Na Paraíba dispomos <strong>de</strong> dois institutos, um em<br />

João Pessoa e outro em Campina Gran<strong>de</strong>.<br />

2. Hospitais: Quando as vítimas se encontrarem internas ou nas cida<strong>de</strong>s<br />

interioranas por não disporem <strong>de</strong> institutos;<br />

3. Consultórios: Nos ambulatórios públicos e ou particulares;<br />

4. Cemitérios: Necrópsias, exumações e exames <strong>de</strong> ossada;<br />

5. Outros locais: Quando <strong>de</strong>terminados pela justiça, to<strong>das</strong> as vezes que fizer<br />

necessária a presença da Medicina Legal.<br />

LOCAIS IMPRÓPRIOS PARA AS PERÍCIAS:<br />

1. Delegacias <strong>de</strong> policia: Há possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> coação por parte <strong>de</strong> policiais;<br />

2. No domicílio da vítima. O perito po<strong>de</strong>rá ser ameaçado ou chantageado.<br />

II - DOCUMENTOS MÉDICO LEGAIS<br />

CONCEITO: São to<strong>das</strong> as anotações escritas e <strong>de</strong>talha<strong>das</strong> que provem a<br />

existência <strong>de</strong> alguma coisa ou fato relacionados com a justiça.<br />

TIPOS DE DOCUMENTO MÉDICO-LEGAIS:<br />

Notificações * Atestados * Laudos (Relatórios e Autos) * Pareceres *<br />

Depoimentos Orais * Consultas.<br />

13


1-NOTIFICAÇÃO: É a <strong>de</strong>núncia por escrito feita por um médico a uma<br />

autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, comunicando a existência <strong>de</strong> doenças infecto<br />

contagiosas (sarampo, varicela, lepra, aids, etc).<br />

2-ATESTADO: É a confirmação por escrito <strong>de</strong> um fato médico existente e suas<br />

conseqüências (Souza Lima). Classificam-se em:<br />

2.1.Oficiosos: São os atestados simples que abonam faltas <strong>de</strong> estudantes e ou<br />

servidores. Po<strong>de</strong> ser emitido no próprio receituário do médico;<br />

2.2.Administrativos: São as licenças que ficam anota<strong>das</strong> nas fichas individuais<br />

dos servidores e ou submetidos a juntas médicas. Exemplos: Aposentadorias por<br />

invali<strong>de</strong>z, licenças <strong>de</strong> gestação, comprovação <strong>de</strong> sanida<strong>de</strong> física, atestados <strong>de</strong><br />

óbito, <strong>de</strong> vacina, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, etc.<br />

2.3.Judiciais: São os exigidos quando da ausência do réu, jurados ou <strong>das</strong> partes.<br />

Estes atestados irão fazer parte do Processo Judicial.<br />

• A exigência do diagnóstico médico no Atestado é questionada. Todavia,<br />

po<strong>de</strong>rá aparecer em forma <strong>de</strong> código (CID - Código internacional <strong>das</strong><br />

doenças).<br />

• O Atestado Gracioso é criminoso e ridículo. Médico algum <strong>de</strong>ve emitir.<br />

3-RELATÓRIO MÉDICO LEGAL<br />

CONCEITO: É a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> um fato médico <strong>legal</strong> para a justiça<br />

to<strong>das</strong> as vezes que se fizer necessário. Po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> Auto ou <strong>de</strong><br />

Laudo.<br />

3.1.Auto: Quando ditado pelo perito ao escrivão na presença <strong>de</strong> testemunhas;<br />

3.2.Laudo: Quando elaborado cautelosamente pelo perito. É o mais usado.<br />

Requisitos necessários ao Relatório (Laudo ou Auto) Médico Legal:<br />

• Preâmbulo – É o começo do laudo, quase sempre em forma <strong>de</strong> ata;<br />

• Quesitos – São as indagações elabora<strong>das</strong> ou redigi<strong>das</strong> e ofereci<strong>das</strong> pelo Juiz<br />

ou pelas partes;<br />

• Histórico – É uma pequena narrativa contada pela vítima ou por seu<br />

representante;<br />

• Descrição – É o retrato da lesão. Deverá ser pormenorizada e bem feita. É a<br />

parte mais importante do Laudo. É o visum et repertum.<br />

• Discussão – É o raciocínio do perito sobre a lesão e a análise <strong>de</strong>talhada dos<br />

agentes que provocou. É o confronto <strong>das</strong> hipóteses técnicas.<br />

• Conclusão – É o diagnóstico e o prognóstico da lesão;<br />

• Respostas aos quesitos – São as soluções encontra<strong>das</strong> para as perguntas<br />

ofereci<strong>das</strong> pelo juiz ou partes.<br />

4-PARECER: É a opinião <strong>de</strong> um perito a uma dúvida do Juiz, sobre algum item<br />

duvidoso ou incompreensível do laudo. A sua credibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do prestígio<br />

<strong>de</strong> quem o elabora, uma vez que não é exigido o compromisso <strong>legal</strong>.<br />

• Está composto <strong>de</strong> Preâmbulo, Quesitos, Histórico, Discussão, Conclusão e<br />

Resposta aos quesitos.<br />

• As partes mais importantes no Parecer passam a ser a DISCUSSÃO<br />

(<strong>de</strong>talhada e minuciosa) e a CONCLUSÃO (clara e circunstanciada).<br />

5-DEPOIMENTO ORAL: É uma explicação verbal dada a justiça por um<br />

perito, para esclarecer as dúvi<strong>das</strong> existentes no laudo. É tomado a termo pelo<br />

escrivão e em seguida assinado. Fará parte do processo.<br />

14


6-CONSULTA: É uma pergunta que interessa ao processo feita pelo juiz ou<br />

partes, a uma autorida<strong>de</strong> em exames periciais. Tem valor informal.<br />

DECÁLOGOS DOS PERITOS (Nério Rojas)<br />

1 – O perito <strong>de</strong>ve atuar com a ciência do médico, a veracida<strong>de</strong> do testemunho e a<br />

equanida<strong>de</strong> do juiz;<br />

2 – É necessário abrir os olhos e fechar os ouvidos;<br />

3 – A exceção po<strong>de</strong> ter tanto valor quanto à regra;<br />

4 – Desconfiar dos sinais patognomônicos;<br />

5 – Deve seguir o método Cartesiano;<br />

6 – Não se fiar na memória;<br />

7 – Uma autópsia não po<strong>de</strong> refazer-se;<br />

8 – Pensar com clarida<strong>de</strong> para escrever com precisão;<br />

9 – A arte <strong>das</strong> conclusões consiste na medida; ·.<br />

10 – A vantagem da Medicina Legal está em não formar uma inteligência<br />

exclusiva e estreitamente especializada.<br />

RESUMO DOS DECÁLOGOS:<br />

Ciência - Consciência - Técnica.<br />

OBSERVAÇÃO: Vi<strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> um Laudo Médico Legal durante as <strong>aulas</strong> do<br />

curso <strong>de</strong> graduação.<br />

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3º CAPÍTULO:<br />

I<strong>de</strong>ntificação Médico Legal e Judiciária.<br />

O que I<strong>de</strong>ntificar e como I<strong>de</strong>ntificar?<br />

CONCEITO:<br />

IDENTIFICAÇÃO é a pesquisa dos sinais e caracteres permanentes existentes<br />

em uma pessoa, distinguindo-a <strong>das</strong> <strong>de</strong>mais.<br />

1. Dados históricos: A i<strong>de</strong>ntificação mais antiga é a marca que o Criador<br />

colocou em Caim para ser reconhecido aon<strong>de</strong> chegasse. Na velha Grécia e Roma<br />

havia um costume <strong>de</strong> se marcar criminosos e ladrões com o ferro quente ou<br />

cortando uma orelha. O Brasil celebrizou-se pela cruelda<strong>de</strong> com que marcava os<br />

escravos com ferro incan<strong>de</strong>scente.<br />

2. Os sósias: Algumas personalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prestigio mundial se apresentam com<br />

vários sósias confundindo assim as autorida<strong>de</strong>s, daí as exigências cada vez mais<br />

crescentes do valor e aperfeiçoamento da i<strong>de</strong>ntificação.<br />

DIVISÃO DA IDENTIFICAÇÃO:<br />

1. Médico Legal: É a que nos interessa e é <strong>de</strong> competência médica pericial;<br />

2. Judiciária: É realizada através <strong>das</strong> impressões digitais e ou outros métodos. É<br />

pesquisada por dactiloscopistas e criminalistas experientes.<br />

I - IDENTIFICAÇÃO MÉDICO LEGAL<br />

Perguntas obrigatórias: O que i<strong>de</strong>ntificar? Como i<strong>de</strong>ntificar?<br />

O QUE IDENTIFICAR?<br />

1. Espécie: Fazer a diferença entre os seres humanos e outros animais. A<br />

conformação anatômica da pele, <strong>das</strong> vísceras e dos ossos faz logo esta diferença;<br />

2. Estatura: É a distancia que vai da planta dos pés a calvária. No esqueleto<br />

levamos em consi<strong>de</strong>ração as medi<strong>das</strong> <strong>de</strong> extensão dos ossos longos, avalia<strong>das</strong><br />

através da Constante <strong>de</strong> Brocas, <strong>de</strong> Lacassagne-Martin e da Escala <strong>de</strong> Etienne-<br />

Rollet;<br />

3. Envergadura: É a distância que vai da polpa digital do 3º <strong>de</strong>do da mão direita<br />

a polpa digital do 3º <strong>de</strong>do da mão esquerda. A pessoa é avaliada com os braços<br />

abertos. Serve para i<strong>de</strong>ntificar alguns tipos <strong>de</strong> raça.<br />

4. Peso: É a avaliação em gramas. Tem pouco valor, porém é utilizado;<br />

5. Sexo: Masculino e Feminino (homem e mulher);<br />

5.1.Homens: Exames <strong>das</strong> genitálias externas (pênis e saco escrotal) e<br />

genitálias internas (próstata e vesícula seminal). São também leva<strong>das</strong> em<br />

consi<strong>de</strong>ração as conformações anatômicas, distribuição <strong>de</strong> pêlos,<br />

musculatura, formato do tórax e muitos outros fatores masculinos.<br />

5.2.Mulheres: Exames <strong>das</strong> genitálias externas (monte <strong>de</strong> venus, vulva e<br />

vagina) e genitálias internas (útero, trompas e ovários). Pesquisa-se também<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>das</strong> mamas, a silhueta anatômica, o formato da bacia e<br />

muitos outros requisitos femininos.<br />

5.3.Dosagens hormonais: Alguns hormônios são diferenciados em cada<br />

sexo possibilitando assim o estudo comparativo entre o homem e a mulher.<br />

16


5.4.DIVERSIFICAÇÃO DO SEXO: Há quem diga existir 08 (oito) tipos <strong>de</strong><br />

sexo. Vejamos as teorias <strong>de</strong> estudiosos que <strong>de</strong>sejam aparecer:<br />

• Sexo Cromossomial: O homem tem 46 pares <strong>de</strong> cromossomas XY e a<br />

mulher têm 46 pares <strong>de</strong> cromossomas XX:<br />

• Sexo Gonadal: Os homens têm testículos e a mulheres têm ovários;<br />

• Sexo Cromatínico: Somente as mulheres têm os corpúsculos <strong>de</strong> Barr;<br />

• Sexo da genitália externa: O homem apresenta saco escrotal e pênis e a<br />

mulher tem vulva e vagina;<br />

• Sexo da genitália interna: Homens têm ductos <strong>de</strong> Wolff e as Mulheres têm<br />

ductos <strong>de</strong> Muller;<br />

• Sexo jurídico: O Juiz <strong>de</strong>termina o tipo <strong>de</strong> sexo para se fazer o registro civil;<br />

• Sexo <strong>de</strong> comportamento: Cada pessoa aparenta o sexo que lhe convier;<br />

• Sexo Médico Legal: Nos sexos dúbios (intersexualismo) a averiguação<br />

científica é da <strong>medicina</strong>, através <strong>de</strong> seus especialistas.<br />

6. Ida<strong>de</strong>: Po<strong>de</strong> ser avaliada em dias, meses e anos. Vida intra e extra uterina:<br />

6.1.Vida intra-uterina: * Ovo: 07 dias * Embrião: dois meses * Feto: três a<br />

nove meses.<br />

6.2.Vida extra uterina: * Infante nascido até 24 horas * Recém nascido até<br />

7 dias * Primeira infância <strong>de</strong> 7 dias a 7 anos * Segunda infância <strong>de</strong> 7 a 14<br />

anos * Adolescência <strong>de</strong> 14 a 18 anos * Juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 18 a 21 anos * Fase<br />

adulta <strong>de</strong> 21 a 70 anos * Velhice <strong>de</strong> 70 a 90 anos * Decrepitu<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 90<br />

anos.<br />

• Antigamente só quem negava a ida<strong>de</strong> era a mulher. Hoje todo mundo não<br />

<strong>de</strong>seja envelhecer e escon<strong>de</strong> a ida<strong>de</strong>, inclusive este professor.<br />

• Em se tratando <strong>de</strong> criminoso ou cadáver <strong>de</strong>sconhecido, <strong>de</strong>ve-se observar<br />

cautelosamente a distribuição dos <strong>de</strong>ntes e fazer o estudo dos ossos e<br />

cartilagens. Ver os <strong>de</strong>talhes <strong>das</strong> suturas cranianas, as rugas, a cor dos<br />

pêlos do couro cabeludo e do tórax. Visualizar e estudar o arco senil e<br />

muitas outras particularida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>terminem, pelo menos,<br />

aproximadamente a ida<strong>de</strong>.<br />

7. Raças: Existem cinco tipos <strong>de</strong> raça: Caucásica (branca), Mongólica (amarela),<br />

Negrói<strong>de</strong> (negra), Indiana (vermelha) e Australói<strong>de</strong> (trigueira).<br />

• No nosso Brasil é diferente: O negro cruzou com o índio e <strong>de</strong>u o<br />

CAFUSO. O branco cruzou com o negro e <strong>de</strong>u o MULATO. O branco<br />

cruzou com o índio e <strong>de</strong>u o MAMELUCO.<br />

• De forma que temos uma mistura fantástica <strong>de</strong> raça <strong>de</strong>terminada pela cor<br />

da pigmentação da pele em BRANCA – NEGRA – PARDA.<br />

8. Profissão: Determinados trabalhos <strong>de</strong>ixam marcas permanentes. Sapateiros,<br />

Carvoeiros, Músicos, Sopradores <strong>de</strong> vidros, etc.<br />

9. Andar: O claudicante ou aleijado anda <strong>de</strong> maneira diferente. É i<strong>de</strong>ntificado <strong>de</strong><br />

longe por suas passa<strong>das</strong> <strong>de</strong>sengonça<strong>das</strong>;<br />

10.Caligrafia: A letra manuscrita ou dactilografada quando comparada<br />

tecnicamente po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o autor;<br />

11. Pega<strong>das</strong>: Os rastros po<strong>de</strong>rão ser i<strong>de</strong>ntificados pelas impressões plantares;<br />

12. Voz: Há estudos sobre a sonorização da voz nas fitas grava<strong>das</strong>, em que se<br />

i<strong>de</strong>ntifica o tipo <strong>de</strong> voz (rouca, aguda, fanhosa, velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pronúncia, etc) e<br />

através <strong>de</strong>stes e outros sinais chega-se à pessoa almejada;<br />

17


13. Pêlos: Deve-se fazer a diferença entre os pêlos dos animais e <strong>de</strong> seres<br />

humanos. No último caso, tentar também i<strong>de</strong>ntificar suas localizações na<br />

superfície corporal (Pubianos, axilares, cefálicos, etc.).<br />

14. Sangue: Fazer a diferença entre o sangue humano e <strong>de</strong> outros animais.<br />

COMO IDENTIFICAR?<br />

Resposta: Através dos sinais permanentes.<br />

Malformações Congênitas * Cicatrizes * Alterações <strong>de</strong>ntárias * Calos <strong>de</strong> fratura<br />

óssea * Fotografias <strong>de</strong> frente e perfil * Tatuagens * Nevos * Palatoscopia *<br />

Queiloscopia * Pavilhão Auricular * Globo Ocular * Dorso e palma <strong>das</strong> mãos *<br />

Cicatriz umbilical * Radiografias * Superposição <strong>de</strong> fotografias * Ácido<br />

Desoxirribonucléico (DNA). Há muitos outros sinais ou marcas que carimbam<br />

uma pessoa diferenciando <strong>das</strong> outras.<br />

1. Malformações Congênitas: Deve-se ver a existência <strong>de</strong> lábios leporinos,<br />

<strong>de</strong>feitos físicos, mamas supranumerárias, anomalias dos <strong>de</strong>dos, pés tortos, etc.;<br />

2. Cicatrizes: As marcas <strong>de</strong>senha<strong>das</strong> e os queloi<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ixados por ferimentos em<br />

qualquer parte do corpo i<strong>de</strong>ntificam as pessoas;<br />

3. Alterações Dentárias: Deve-se observar as marcas <strong>de</strong> extração <strong>de</strong>ntárias,<br />

obturações e próteses. Fazer a comparação com a ficha odontológica, copiada<br />

pelos <strong>de</strong>ntistas, <strong>de</strong> seus clientes. Por serem resistentes os <strong>de</strong>ntes têm gran<strong>de</strong><br />

valor na i<strong>de</strong>ntificação dos carbonizados e dos esqueletos antigos;<br />

4. Calos <strong>de</strong> fratura óssea: Após as fraturas formam calos ósseos. Os portadores<br />

po<strong>de</strong>rão ser i<strong>de</strong>ntificados por radiografias ou através do exame <strong>de</strong> necropsia;<br />

5. Fotografias: I<strong>de</strong>ntificam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estas sejam recentes, principalmente os<br />

fotos estampados da face em projeção <strong>de</strong> perfil;<br />

6. Tatuagens: São <strong>de</strong>senhos feitos na superfície corporal com infiltrações <strong>de</strong><br />

tinta, colorindo assim a pele. Existe atualmente todo tipo <strong>de</strong> tatuagem. Há quem<br />

sugira tatuar todos os habitantes da terra para melhor i<strong>de</strong>ntificá-los;<br />

7. Nevos: As manchas, verrugas e os enchumaços <strong>de</strong> pêlos <strong>de</strong>verão ser anotados<br />

em todos os seus <strong>de</strong>talhes;<br />

8. Palatoscopia: É o exame <strong>das</strong> pregas palatinas existentes na abóbada da boca;<br />

9. Queiloscopia: É o exame da estrutura anatômica dos lábios;<br />

10. Pavilhão Auricular: As características individuais persistem a vida inteira;<br />

11. Globo Ocular: Há <strong>de</strong>talhes diferentes na Íris para cada pessoa;<br />

12. Dorso e palma <strong>das</strong> mãos: Estuda os <strong>de</strong>senhos venosos do dorso e as<br />

configurações ou linhas <strong>das</strong> palmas <strong>das</strong> mãos;<br />

13. Cicatriz Umbilical: É o estudo da forma, profundida<strong>de</strong>, diâmetro e estética;<br />

14. Radiografias: Faz-se a comparação <strong>das</strong> radiografias antigas com as recentes<br />

<strong>de</strong> algumas estruturas ósseas do i<strong>de</strong>ntificado;<br />

15. Superposição <strong>de</strong> imagens fotográficas: Superpõe a negativa tirada em vida<br />

com os ângulos cranianos do indivíduo que se quer i<strong>de</strong>ntificar. Os <strong>de</strong>talhes dos<br />

pontos principais coinci<strong>de</strong>m com a fotografia;<br />

16. Ácido <strong>de</strong>soxirribonucleico ou DNA: É um método mo<strong>de</strong>rno. É pesquisado<br />

no sangue, pêlo, pele, ossos, <strong>de</strong>ntes, sêmen, etc. É o que existe <strong>de</strong> melhor para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação através do rastreamento entre os parentes próximos <strong>de</strong> quem se<br />

quer i<strong>de</strong>ntificar. Ver sempre se o laboratório escolhido tem competência para a<br />

realização <strong>de</strong>sta importante perícia.<br />

17. Outros sinais: Tiques nervosos, odores, risa<strong>das</strong>, brutalida<strong>de</strong>s, etc.<br />

18


II - IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA<br />

CONCEITO:<br />

É a pesquisa dos sinais individuais que <strong>de</strong>stinguem as pessoas <strong>das</strong> <strong>de</strong>mais. É<br />

realizada por peritos especializados em Dactiloscopia.<br />

METODOS IDEAIS PARA A IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA:<br />

1. Unicida<strong>de</strong>: Todos os caracteres <strong>de</strong>verão estar juntos;<br />

2. Imutabilida<strong>de</strong>: Os elementos da i<strong>de</strong>ntificação não se alterem;<br />

3. Praticabilida<strong>de</strong>: Tudo <strong>de</strong>ve ser obtido com facilida<strong>de</strong>;<br />

4. Classificabilida<strong>de</strong>: Fáceis <strong>de</strong> arquivamento e manuseio;<br />

5. Perenida<strong>de</strong>: Os elementos encontrados <strong>de</strong>verão persistir o tempo todo.<br />

1. PROCESSOS ANTIGOS:<br />

1.1.Ferro Quente: Marcas com o ferrete encan<strong>de</strong>cente em qualquer parte do<br />

corpo principalmente na face e nas ná<strong>de</strong>gas;<br />

1.2.Mutilações: Amputações <strong>de</strong> orelhas, da ponta do nariz, <strong>de</strong> <strong>de</strong>dos <strong>das</strong> mãos,<br />

da ponta da língua, castrações e outros métodos <strong>de</strong>sumanos;<br />

1.3.Sistema Antropométrico <strong>de</strong> Bertillon: Consistia em medir todos os<br />

<strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> algumas estruturas ou partes anatômicas.<br />

2. PROCESSOS MODERNOS:<br />

2.1.Retrato falado: A testemunha <strong>de</strong>screve o perfil anatômico do agressor que é<br />

<strong>de</strong>senhado ou pintado por um especialista. É falho.<br />

2.2.Poroscopia: É o estudo dos poros existentes nas regiões digitais;<br />

2.3.Papiloscopia (cristas e sulcos papilares): É o estudo <strong>das</strong> impressões<br />

plantares, palmares e principalmente digitais.<br />

IMPRESSÕES DIGITAIS:<br />

CONCEITO: É o estudo ou análise <strong>de</strong>talhada dos <strong>de</strong>senhos <strong>das</strong> cristas e sulcos<br />

papilares existentes nas polpas dos <strong>de</strong>dos. Surgem na 13ª semana <strong>de</strong> vida intrauterina<br />

e continuam até <strong>de</strong>pois da morte. É o que existe <strong>de</strong> melhor para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação e reúne todos os itens relacionados pelo método i<strong>de</strong>al.<br />

DADOS HISTÓRICOS: São conheci<strong>das</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo dos tempos. “Pôs<br />

Deus um selo nas mãos dos homens para distinguir seus atos” (trecho Bíblico).<br />

O seu estudo só foi aperfeiçoado no início do século vinte.<br />

CLASSIFICAÇÃO <strong>de</strong> Juan VUCETICH<br />

Tem como base o Delta.<br />

1. Arco – Não tem Delta;<br />

2. Presilha Externa – O Delta está à esquerda do observador;<br />

3. Presilha Interna – O Delta está à direita do observador;<br />

4. Verticilo – É composto <strong>de</strong> dois Deltas, um à direita e outro à esquerda do<br />

observador.<br />

• Estes símbolos são anotados em letras maiúsculas ou em números:<br />

Verticilo (V-4) * Presilha Externa (E-3) * Presilha Interna (I-2) * Arco (A-1).<br />

Formam a palavra «VEIA» ou 4321.<br />

19


INDIVIDUAL DACTILOSCÓPICA<br />

No sistema <strong>de</strong>ca dactilar (<strong>de</strong>z <strong>de</strong>dos) está representada em forma <strong>de</strong> fração:<br />

Numerador e Denominador.<br />

1. Numerador ou Série (mão direita). Fica na parte superior do formulário.<br />

2. Denominador ou Secção (mão esquerda). Fica na parte inferior do<br />

formulário.<br />

ALTERAÇÕES NAS CRISTAS E SULCOS PAPILARES:<br />

1. Cicatrizes por doenças ou aci<strong>de</strong>ntes: Estão representa<strong>das</strong> por um X (xis);<br />

2. Amputações <strong>de</strong> <strong>de</strong>dos: Estão representa<strong>das</strong> por um 0 (zero).<br />

LOCALIZAÇÃO: As Impressões Digitais são <strong>de</strong>ixa<strong>das</strong> nas superfícies planas e<br />

lisas dos objetos. Na maioria <strong>das</strong> vezes estão invisíveis, todavia, coloca-se um pó<br />

fino apropriado no local suspeito e faz-se à retirada com uma fita a<strong>de</strong>siva da<br />

possível marca digital encontrada. Amplia-se e realiza-se cautelosamente o seu<br />

estudo comparativo ao microscópio.<br />

A NOSSA CARTEIRA DE IDENTIDADE: Consta somente o polegar da mão<br />

direita conhecido com o nome <strong>de</strong> Fundamental Dactiloscópica.<br />

IDENTIFICAÇÃO DE RECÉM NASCIDO: De acordo com a Lei <strong>de</strong><br />

n.º.069/90 toda maternida<strong>de</strong> tem obrigação <strong>de</strong> colher no prontuário <strong>de</strong><br />

internamento hospitalar, a impressão digital da mãe e a impressão palmar<br />

(quiroscopia) ou plantar (podoscopia) do recém nascido.<br />

DADOS CIENTÍFICOS: Jamais foram encontra<strong>das</strong> impressões digitais iguais,<br />

mesmo em gêmeos univitelinos.<br />

OBSERVAÇÃO: Vi<strong>de</strong> projeção <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s sobre I<strong>de</strong>ntificação.<br />

20


4ª CAPÍTULO:<br />

Lesões por Energias Mecânicas:<br />

Instrumentos causadores dos danos<br />

Lesões típicas e atípicas.<br />

CONCEITO<br />

ENERGIA MECÂNICA é todo aquela que altera o estado <strong>de</strong> repouso e <strong>de</strong><br />

movimento dos corpos. Estas energias são dota<strong>das</strong> <strong>de</strong> três tipos <strong>de</strong> ação:<br />

1. Ação ativa: O agente vai <strong>de</strong> encontro à superfície corporal;<br />

2. Ação passiva: A superfície corporal vai <strong>de</strong> encontro ao agente<br />

3. Ação mista: O agente em movimento se encontra com a superfície<br />

corporal também em movimento.<br />

AGENTES OU INSTRUMENTOS MECÂNICOS: * Contun<strong>de</strong>ntes *<br />

Cortantes * Perfurantes * Perfuro Cortantes * Corto Contun<strong>de</strong>ntes * Perfuros<br />

Contun<strong>de</strong>ntes.<br />

CONTUNDENTES<br />

CONCEITO: São instrumentos pesados, dotados <strong>de</strong> superfícies, que por<br />

pressão, percussão, arrastamentos, etc., provocam lesões corporais.<br />

1. Superfícies lisas: Tábuas, Réguas, Canos, etc.<br />

2. Superfícies rugosas: Pedras, tijolos, torrões, socos, pés, cabeça<strong>das</strong>, etc.<br />

3. Superfícies flexíveis: Borrachas, cor<strong>das</strong>, chibatas, relhos, etc.<br />

4. Superfície liquida: Água doce ou salgada.<br />

5. Superfície gasosa: O ar comprimido.<br />

6. Superfície natural: Mãos, pés, cabeça, etc.<br />

TIPOS DE LESÃO CONTUNDENTES:<br />

1. Rubefação – É uma vermelhidão na superfície corporal provocada, muitas<br />

vezes, por uma bofetada. A lesão é simples e em pouco tempo <strong>de</strong>saparece;<br />

2. Escoriação – É o arrancamento ou <strong>de</strong>sepitelização da epi<strong>de</strong>rme. Quando a<br />

crosta cai, a epi<strong>de</strong>rme recupera-se sem <strong>de</strong>ixar cicatriz. Tem gran<strong>de</strong> valor para se<br />

diagnosticar torturas, estupros, atos libidinosos, esganaduras, etc;<br />

3. Equimose – Pequeno infiltrado sangüíneo, superficial ou profundo, entre os<br />

tecidos. É provocada por pressão, distensão e sucção.<br />

• O espectro equimótico <strong>de</strong> Legrand du Saulle é baseado nas cores que as<br />

equimoses apresentam durante a absorção: Vermelho violáceo + azul +<br />

ver<strong>de</strong> + amarelo. Formam a palavra «Vava».<br />

• O espaço <strong>de</strong> uma coloração para outra é em torno <strong>de</strong> três dias.<br />

• Esta mudança <strong>de</strong> coloração é <strong>de</strong>vida à transformação bioquímica da<br />

hemoglobina do sangue extravasado para os tecidos.<br />

4. Hematoma – Gran<strong>de</strong> infiltrado sangüíneo, superficial ou profundo, entre os<br />

tecidos em que o sangue fica coletado.<br />

5. Bossa sero-sanguinea – E<strong>de</strong>ma com infiltrado linfático ou sanguíneo em<br />

contato com a pare<strong>de</strong> óssea. É vulgarmente chamada <strong>de</strong> galo;<br />

6. Fratura – É a quebra, localizada ou à distância, <strong>de</strong> um osso. Existem vários<br />

tipos <strong>de</strong> fratura como, diretas, indiretas, cominutivas, fecha<strong>das</strong>, expostas,<br />

múltiplas e em galho ver<strong>de</strong>;<br />

21


7. Luxação ou Entorse - É uma <strong>de</strong>sarticulação provocada no cotovelo, ombro,<br />

coxa, joelho, tornozelo, <strong>de</strong>dos, etc;<br />

8. Ferida Contuza – É a ruptura dos tecidos provocada por pressão,<br />

compressão, percussão, arrastamento, explosão e tração. Caracteriza-se por ter<br />

forma estrelada ou sinuosa, bor<strong>das</strong> escoria<strong>das</strong> e irregulares, fundo ou leito<br />

também irregular, pouco sangramento <strong>de</strong>vido à manutenção dos vasos e unindo<br />

uma borda a outra borda existem pontes ou trabéculas do próprio tecido;<br />

9. Lesão Visceral - É a ruptura <strong>de</strong> uma víscera como fígado, baço, estômago,<br />

coração, bexiga, etc. Nas lesões viscerais há sempre um perigo <strong>de</strong> vida e a lesão<br />

é chamada <strong>de</strong> GRAVE.<br />

10. Explosões – São lesões atípicas e violentas <strong>de</strong>nomina<strong>das</strong> <strong>de</strong> Blast Injury.<br />

Provocam a fragmentação, parcial ou total, da estrutura anatômica do corpo.<br />

CORTANTES:<br />

CONCEITO: São instrumentos rombos, pequenos, dotados <strong>de</strong> um gume ou fio,<br />

que <strong>de</strong>slizando sobre a superfície corporal provocam lesões.<br />

Exemplos: Navalha, gilete, faca <strong>de</strong> mesa, caco <strong>de</strong> vidro, etc.<br />

Tipos <strong>de</strong> lesão cortantes:<br />

Ferida incisa ou cortante. Contém extensão maior do que a profundida<strong>de</strong>, bor<strong>das</strong><br />

regulares, fundo regular, sangra e é dotada <strong>de</strong> uma cauda <strong>de</strong> escoriação.<br />

PERFURANTES:<br />

CONCEITO: São instrumentos pequenos, dotados <strong>de</strong> uma ponta <strong>de</strong> diâmetro<br />

fino, que por pressão afastam os tecidos provocando lesões profun<strong>das</strong>.<br />

Exemplos: Prego, agulha, chave <strong>de</strong> fenda, furador <strong>de</strong> gele, espeto e outros.<br />

Tipos <strong>de</strong> lesão perfurantes:<br />

1. Botoeira: Assume o formato <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> botão;<br />

2. Punctória: Tem a forma <strong>de</strong> um ponto.<br />

3. Em ponta <strong>de</strong> seta ou em ângulo: Quando a lesão encontra-se nas regiões <strong>de</strong><br />

confluências musculares.<br />

CORTO CONTUNDENTES:<br />

CONCEITO: São instrumentos <strong>de</strong> dupla ação, cortam por ter um gume e<br />

contun<strong>de</strong>m porque são pesados. Agem cortando e contundindo simultaneamente.<br />

Exemplos: Facão, foice, enxada, machado, guilhotina, <strong>de</strong>ntes, etc.<br />

Tipos <strong>de</strong> lesão corto contun<strong>de</strong>ntes:<br />

São extensas, profun<strong>das</strong>, hemorrágicas, <strong>de</strong>formam e mutilam por per<strong>das</strong> <strong>de</strong><br />

substância. Arrancam partes da superfície corporal e têm formatos irregulares.<br />

PERFURO CORTANTES:<br />

CONCEITO: São instrumentos <strong>de</strong> dupla ação, perfuram por ter pontas finas e<br />

cortam por ter gumes. Agem simultaneamente perfurando e cortando.<br />

Exemplos: Faca peixeira, canivete, punhal, trinchete, etc.<br />

Tipos <strong>de</strong> lesão perfuro cortantes:<br />

1. Em ângulos agudos: Quando o instrumento é dotado <strong>de</strong> um dorso e gume;<br />

2. Em botoeiras: Quando o instrumento é dotado <strong>de</strong> dois gumes;<br />

3. Estrela<strong>das</strong>: Quando o instrumento é dotado <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> dois gumes. Os<br />

antigos punhais <strong>de</strong> três quinas e as limas.<br />

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PERFURO CONTUNDENTES:<br />

CONCEITO: São instrumentos <strong>de</strong> dupla ação. Perfuram por ter pontas finas e<br />

contun<strong>de</strong>m por ser pesados. Agem perfurando e contundindo simultaneamente.<br />

Exemplos: Projétil <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo, flechas, vergalhões, etc.<br />

1. Tipos <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo: Pesa<strong>das</strong>, móveis, canos longos ou curtos, retro carga,<br />

ántero carga, raia<strong>das</strong>, etc.<br />

2.Tipos <strong>de</strong> calibre: 22 – 32 – 38 – 44 – 45 – chumbo fino, etc.<br />

3. Tipos <strong>de</strong> projétis: Cilindricos e ogivais.<br />

4. Movimentos do projétil: Rotação, translação e báscula.<br />

3. TIPOS DE LESÃO PERFURO CONTUNDENTE:<br />

3.1.Tiro Encostado: Orifício <strong>de</strong> forma irregular ou estrelado, abaulado ou<br />

<strong>de</strong>primido, com presença <strong>de</strong> crepitação gasosa, vertentes enegreci<strong>das</strong> e<br />

<strong>de</strong>sgarra<strong>das</strong> com as características <strong>de</strong> cratera <strong>de</strong> mina <strong>de</strong> Hoffmann. Há casos em<br />

que a boca do cano ou a massa <strong>de</strong> mira, <strong>de</strong>vido à temperatura da arma, ficar<br />

<strong>de</strong>senhada na pele da vítima (Sinal <strong>de</strong> Werkgaertner). Os tiros encostados no<br />

crânio, costelas e escápulas <strong>de</strong>ixam um halo fuliginoso na parte externa óssea<br />

<strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> Sinal <strong>de</strong> Benassi.<br />

3.2.Tiro a Curta distância (queima roupa): (01 a 75 cm do objetivo). Orifício<br />

<strong>de</strong> entrada esférico ou ovalar, bor<strong>das</strong> inverti<strong>das</strong>, com orlas <strong>de</strong> contusão,<br />

escoriação e <strong>de</strong> enxugo (anel <strong>de</strong> Fish). Apresentam ainda zonas <strong>de</strong> queimadura<br />

ou <strong>de</strong> chamuscamento, e mais, zonas <strong>de</strong> esfumaçamento e <strong>de</strong> tatuagem.<br />

3.3.Tiro a distância: (mais <strong>de</strong> 75 cm. do objetivo) Orifício <strong>de</strong> diâmetro menor<br />

do que o projétil com bor<strong>das</strong> inverti<strong>das</strong>, orlas <strong>de</strong> contusão ou <strong>de</strong> escoriação, <strong>de</strong><br />

enxugo e equimótica.<br />

3.4.Lesão <strong>de</strong> saída: Orifício maior e irregular, bor<strong>das</strong> revira<strong>das</strong> para fora, maior<br />

sangramento, não apresentando orla <strong>de</strong> escoriação nem halo <strong>de</strong> enxugo. Quando<br />

sai da cavida<strong>de</strong> craniana forma um cone semelhante ao funil (Sinal <strong>de</strong> Bonnet).<br />

3.5.Lesões <strong>de</strong> Alta Energia: São as provocados por armas mo<strong>de</strong>rnas. A entrada<br />

é bem maior do que o projétil e a saída se assemelha a verda<strong>de</strong>iros rasgões.<br />

3.6.Lesões em Rosa <strong>de</strong> Tiro: São lesões provoca<strong>das</strong> por projeteis múltiplos<br />

(chumbo) disparados por espingar<strong>das</strong> comuns.<br />

4. VOCABULARIO ASSOCIADO AO PROJÉTIL<br />

4.1.Balística: É o estudo do <strong>de</strong>senho <strong>das</strong> raias da arma <strong>de</strong>ixado no projétil. Este<br />

estudo será realizado disparando-se a arma suspeita <strong>de</strong>nto <strong>de</strong> um tambor com<br />

água. Colhe-se em seguida o projétil disparado e o analisa ao lado do outro<br />

suspeito em um microscópio comparador.<br />

4.2.Trajetória: É o caminho <strong>de</strong>senvolvido pelo projétil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>flagração até<br />

o objetivo <strong>de</strong> impacto.<br />

4.3.Trajeto: É o percurso avançado pelo projétil no interior do corpo até a saída.<br />

Quando esta saída é impossível é chamado <strong>de</strong> em fundo cego ou em fundo <strong>de</strong><br />

saco.<br />

• Trajeto único: É quando provocado por um só projétil;<br />

• Trajeto múltiplo: É quando o projétil se fragmenta (bala dum-dum) ou<br />

chumbo miúdo <strong>de</strong> espingarda.<br />

5. Pesquisa <strong>de</strong> residuograma nas mãos e vestes:<br />

Este tão <strong>de</strong>cantado exame está atualmente sendo questionado <strong>de</strong>vido à existência<br />

<strong>de</strong> armas e munições mo<strong>de</strong>rnas e, muito mais:<br />

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• Não confirma a recentida<strong>de</strong> do tiro;<br />

• Não comprova a certeza que os produtos liberados no tiro se <strong>de</strong>positem nas<br />

mãos ou nos vestes do atirador;<br />

• Caso existam estes resíduos (pólvora ou sais <strong>de</strong> chumbo e bário) o exame só<br />

terá valor se for pesquisado pela técnica <strong>de</strong> rodizonato <strong>de</strong> sódio, absorção<br />

atômica e, com microscópio eletrônico <strong>de</strong> varredura;<br />

• As presenças <strong>de</strong>stes elementos não têm valor para diferenciar se causa morte<br />

foi homicídio ou suicídio<br />

• Por ser um exame eminentemente técnico só <strong>de</strong>verá ser realizado por<br />

profissionais capacitados e com equipamentos necessários<br />

• A prova da luva <strong>de</strong> parafina é consi<strong>de</strong>rada obsoleta.<br />

• Está também comprovada que <strong>de</strong>termina<strong>das</strong> substâncias químicas (nicotina,<br />

adubos e urina) usa<strong>das</strong> por qualquer pessoa, po<strong>de</strong>rão dar um resultado falso<br />

positivo.<br />

LESÕES MECÂNICAS ATÍPICAS:<br />

1. Esgorjamento: É um corte na face anterior do pescoço que leva a morte.<br />

Corte obliquo (suicídio) ou horizontal (homicídio);<br />

2. Degolamento: É um corte na parte posterior do pescoço que leva a morte<br />

(homicídios e aci<strong>de</strong>ntes);<br />

3. Espostejamento: É a fragmentação violenta do cadáver (explosões);<br />

4. Esquartejamento: É a separação <strong>das</strong> articulações do cadáver <strong>de</strong> maneira<br />

premeditada (homicídios);<br />

5. Evisceração: Quando há exposição <strong>de</strong> vísceras torácicas e abdominais para o<br />

meio externo (Haraquiri);<br />

6. Decapitação: É a separação da cabeça do restante do tronco (homicídios e<br />

aci<strong>de</strong>ntes);<br />

7. Lesões <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa: São as que ocorrem na vítima em brigas <strong>de</strong> vida ou morte;<br />

8. Tiros <strong>de</strong> espingarda doze: Muitas vezes chegam a provocar verda<strong>de</strong>iros<br />

rombos no corpo da vítima quando os cartuchos são recheados <strong>de</strong> projeteis.<br />

9. Lacerantes: É um apelido que se dá a qualquer tipo <strong>de</strong> lesão, uma vez que,<br />

não existem instrumentos lacerantes.<br />

OBSERVAÇÃO: Vi<strong>de</strong> projeção <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s sobre lesões por Agentes Mecânicos.<br />

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5º CAPÍTULO:<br />

Lesões por Energias Físicas:<br />

Temperaturas - Pressão Atmosférica<br />

Eletricida<strong>de</strong>s - Radioativida<strong>de</strong>s<br />

Luz - Som.<br />

CONCEITO<br />

ENERGIAS FÍSICAS são to<strong>das</strong> aquelas que alteram ou modificam a estrutura<br />

física <strong>das</strong> células po<strong>de</strong>ndo provocar lesões corporais, danos à saú<strong>de</strong> e morte.<br />

TIPOS DE ENERGIA FÍSICOS: * Frio * Calor * Temperaturas Oscilantes;<br />

* Pressão Atmosférica * Eletricida<strong>de</strong> * Radioativida<strong>de</strong> * Luz * Som.<br />

O FRIO<br />

Conceito: É a diminuição da temperatura.<br />

1.1- Sinais próprios externos ou Geladuras:<br />

• Geladuras <strong>de</strong> 1º grau – Provocam um vermelho pálido na superfície corporal<br />

<strong>de</strong>vido à vasoconstrição;<br />

• Geladuras <strong>de</strong> 2º grau – Provocam flictemas ou bolhas hemorrágicas;<br />

• Geladuras <strong>de</strong> 3º grau – Provocam isquemias;<br />

• Geladuras <strong>de</strong> 4º grau – Provocam a necrose dos tecidos ou gangrena.<br />

Fatos históricos: As geladuras dos famosos pés <strong>de</strong> trincheira dos soldados da<br />

primeira guerra mundial que provocaram muitas amputações.<br />

1.2- Sinais próprios externos e internos vistos na necropsia:<br />

• Pele <strong>de</strong> cor rósea e engruvinhada, retração dos mamilos e saco escrotal,<br />

isquemia cerebral, congestão poli visceral e sangue fluido e claro.<br />

Causas Jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídios e Aci<strong>de</strong>ntes.<br />

2. O CALOR<br />

Conceito: É o aumento da temperatura. Po<strong>de</strong> ser Direto e Difuso.<br />

2.1.CALOR DIRETO (fogo): As Queimaduras são provoca<strong>das</strong> pelas chamas,<br />

pelos sólidos incan<strong>de</strong>scentes e líquidos ferventes. Segundo Hoffmann<br />

classificam-se em 4 (Quatro) Graus:<br />

• Queimaduras <strong>de</strong> 1º grau – Provocam um vermelhidão na superfície corporal<br />

• Queimaduras <strong>de</strong> 2º grau – Provocam bolhas ou flictemas cheias <strong>de</strong> liquido<br />

sero hemático (Sinais <strong>de</strong> Chambert);<br />

• Queimaduras <strong>de</strong> 3º grau – Provocam uma escarificação – Deixam cicatrizes.<br />

• Queimaduras <strong>de</strong> 4º grau – Provocam a Carbonização. Esta Carbonização<br />

po<strong>de</strong>rá ser parcial ou total.<br />

CARACTERISTICAS DO CARBONIZADO TOTAL:<br />

Cor enegrecida, diminuição <strong>de</strong> tamanho, atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> boxeador ou <strong>de</strong> saltimbanco,<br />

fen<strong>das</strong> nas cavida<strong>de</strong>s (craniana, torácica e abdominal), pelos crestados, fuligem<br />

no pulmão (Sinal <strong>de</strong> Muntalti).<br />

As queimaduras levam a morte por choque Neurogênico, Hipovolêmico,<br />

Toxêmico e Séptico.<br />

Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídio – Suicídio – Aci<strong>de</strong>nte.<br />

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2.2.CALOR DIFUSO: (Insolação e Intermação).<br />

• Insolação – É provocado pelo sol – Produz queimaduras <strong>de</strong> 1º e 2º graus. A<br />

morte quase sempre é aci<strong>de</strong>ntal.<br />

• Intermação – É motivada pelo exagero dos aquecedores, quenturas <strong>das</strong><br />

cal<strong>de</strong>iras ou dos fornos em geral e dos ambientes fechados. Provoca um<br />

mormaço sistêmico com convulsões e asfixia. A morte é quase sempre<br />

aci<strong>de</strong>ntal, po<strong>de</strong>ndo também acontecer homicídios.<br />

3. TEMPERATURAS OSCILANTES<br />

Conceito: É a variação da temperatura corporal. Diminuem as resistências e<br />

facilitam as doenças e aos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trabalho. .<br />

3.1.Diminuição ou hipotermia: Predispõe a todo tipo <strong>de</strong> infecção;<br />

3.2.Aumento ou hipertermia: A febre é um sinal alarmante <strong>de</strong> infeções.<br />

4. A PRESSÃO ATMOSFÉRICA<br />

Conceito: É o peso do ar. Ao nível do mar é igual a 760 mm <strong>de</strong> Hg ou 1.036 kg<br />

por centímetros cúbitos. Tem interesse nos casos <strong>de</strong> doenças e aci<strong>de</strong>ntes do<br />

trabalho.<br />

4.1.Diminuição – É o mal <strong>das</strong> altitu<strong>de</strong>s. As vítimas são os aviadores e os<br />

montanhistas. Acontece a rarefação <strong>de</strong>vida diminuição do oxigênio e do gás<br />

carbônico prejudicando assim o fenômeno da Hematose. Provoca ainda<br />

epistaxes, hemorragias cerebrais e distúrbios gastro intestinais;<br />

4.2.Aumento – É o mal <strong>das</strong> profundida<strong>de</strong>s. É a doença dos mineiros e dos<br />

mergulhadores. Devido os gases (oxigênio, nitrogênio e gás carbônico)<br />

ganharem a corrente circulatória haverá intoxicação do organismo, embolias,<br />

<strong>de</strong>scompressão com rupturas <strong>de</strong> vísceras e hemorragias internas consecutivas.<br />

Observação: O instrumento <strong>de</strong>stinado a medir a Pressão Atmosférica é o<br />

Barômetro.<br />

5. ELETRICIDADES<br />

Classificação: Po<strong>de</strong>m ser Natural e Industrial.<br />

5.1.ELETRICIDADE NATURAL OU CÓSMICA: É representada pelo Raio.<br />

As lesões provoca<strong>das</strong> pelo Raio são arboriformes ou em zigue-zague e são<br />

chama<strong>das</strong> Lesões <strong>de</strong> Lichtenberg. Quando há somente queimaduras dizemos<br />

que houve Fulguração. Quando acontece a morte dizemos que houve<br />

Fulminação.<br />

As causas jurídicas <strong>de</strong> morte são Aci<strong>de</strong>ntais.<br />

5.2.ELETRICIDADE INDUSTRIAL OU ARTIFICIAL: É a que produz a<br />

iluminação comum e impulsiona o progresso mundial. Tem como lado maléfico<br />

o Choque Elétrico. Este provoca lesões <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong>nomina<strong>das</strong> <strong>de</strong> saca bocado<br />

ou marcas <strong>de</strong> Jellinek e outros tipos <strong>de</strong> lesão <strong>de</strong> saída.<br />

5.2.1.Marcas <strong>de</strong> Jellinek: Têm como características as bor<strong>das</strong> irregulares e<br />

eleva<strong>das</strong>, leitos <strong>de</strong>primidos, não sangram, são assépticas e tem cor branca<br />

amarelada. Às vezes apresenta a forma ou <strong>de</strong>senho do eletroduto com salpicos<br />

metálicos (metalização).<br />

5.2.2.Lesões <strong>de</strong> saída: Estas se assemelham com as queimaduras <strong>de</strong> 1º-2º-3º-4º<br />

graus provocados pelo fogo, anteriormente <strong>de</strong>scritas.<br />

5.2.3.Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídios – Aci<strong>de</strong>ntes – Suicídios.<br />

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5.2.4.Causa Mortis: Ao assinar o Atestado <strong>de</strong> Óbito, o médico perito <strong>de</strong>verá<br />

optar pelo diagnóstico <strong>de</strong> Eletroplessão ou eletrocussão ou simplesmente choque<br />

elétrico.<br />

• Até l20 voltes à morte é pelo coração, ou seja, fibrilação aurícula ventricular.<br />

• De 120 a 1200 Voltes à morte é pulmonar, isto é asfixia.<br />

• Acima <strong>de</strong> 1200 Voltes à morte é encefálica, ou melhor, isquemia cerebral.<br />

6. RADIOATIVIDADES<br />

Conceito: São radiações emiti<strong>das</strong> pos substâncias químicas.<br />

Classificação: Raios-X, Rádio, Energia Atômica e muitos outros.<br />

6.1.Raios-X: Muito utilizado em radiografias nos meios médicos;<br />

6.2.Rádio: Elemento branco-prateado <strong>de</strong> peso atômico 88 usado nos hospitais <strong>de</strong><br />

doenças cancerígenas;<br />

6.3.Energia Atômica ou nuclear: Comum nas guerras com bomba atômica.<br />

Importância médico <strong>legal</strong>: Estes agentes têm valor para justiça nos casos <strong>de</strong><br />

doenças e aci<strong>de</strong>ntes do trabalho.<br />

• Lesões externas ou Radio<strong>de</strong>rmites: Provoca<strong>das</strong> por qualquer substância<br />

radioativa, são <strong>de</strong>pilatórias, profun<strong>das</strong>, bor<strong>das</strong> irregulares, crostas<br />

endureci<strong>das</strong> e <strong>de</strong> difícil cicatrização (Úlceras <strong>de</strong> Röentgen).<br />

• Lesões internas ou sistêmicas: Provocam doenças como leucemias,<br />

esterilida<strong>de</strong>s e malformações fetais.<br />

7. A LUZ<br />

Conceito: A Velocida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 300.000 Km/s. O excesso <strong>de</strong> clarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luz provoca<br />

uma doença chamada <strong>de</strong> Cegueira. Trabalhadores com excesso <strong>de</strong> luz <strong>de</strong>verão<br />

usar protetores oculares.<br />

7.2. Os reflexos da solda elétrica e da luz infravermelho ou ultravioleta<br />

provocam lesões oculares irreversíveis.<br />

7.3. A diminuição <strong>de</strong> visão <strong>de</strong>vida o trabalho é uma doença profissional.<br />

8. O SOM<br />

Conceito: A velocida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 340 m/s. Todo ruído ou barulho ensur<strong>de</strong>cedor que<br />

<strong>de</strong>sagrada à audição e provoca uma doença <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> Sur<strong>de</strong>z. É medido<br />

pelo Decibelímetro.<br />

8.1.Quem trabalha com excesso <strong>de</strong> som <strong>de</strong>verá usar protetores auriculares, uma<br />

vez que o ouvido normal está capacitado para suportar até 120 Decibéis.<br />

8.2. A medição da capacida<strong>de</strong> auditiva é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> Audiometria e <strong>de</strong>verá<br />

ser avaliada por especialista.<br />

8.3. A diminuição da acuida<strong>de</strong> auditiva e sur<strong>de</strong>z provocada pelo trabalho é uma<br />

doença profissional.<br />

OBSERVAÇÃO. Vi<strong>de</strong> projeções <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s sobre lesões por Energias Físicas.<br />

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6ª CAPÍTULO:<br />

Lesões por Energias Químicas:<br />

Cáusticos – Venenos – Tóxicos.<br />

CONCEITO<br />

ENERGIAS QUÍMICAS são substâncias que em reação com os tecidos<br />

provocam a <strong>de</strong>struição, a intoxicação e a morte celular.<br />

APRESENTAÇÃO: Sólidos – Líquidos – Gasosos ou Voláteis.<br />

CLASSIFICAÇÃO GERAL:<br />

I. Os Cáusticos – II. Os Venenos – III. Os Tóxicos.<br />

I - OS CÁUSTICOS<br />

CONCEITO:<br />

São substâncias químicas que em contato com as células provocam a <strong>de</strong>struição.<br />

CLASSIFICAÇÃO: Coagulantes e Liquefacientes.<br />

1. Coagulantes: Deixam uma crosta <strong>de</strong> consistência endurecida. Exemplos:<br />

Acido Clorídrico, Nitrato <strong>de</strong> Prata, Acido Sulfúrico, Acido Nítrico, etc.;<br />

2. Liquefacientes: Deixam uma crosta <strong>de</strong> consistência amolecida ou leitosa.<br />

Exemplos: A Soda, A Potassa, A Amônia, etc.<br />

Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídios – Aci<strong>de</strong>ntes – Suicídios.<br />

Dados históricos: No passado, personagens <strong>de</strong> prestígio mundial foram<br />

agredidos por fanáticos que lhes arremessaram cáusticos na face, mãos e pés.<br />

Vitriolagem: É a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> toda lesão criminosa provocada por estes<br />

agentes químicos. Por ser irreversível <strong>de</strong>ixa uma <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> permanente.<br />

II - OS VENENOS<br />

CONCEITO: É toda substância química que é absorvida pelas células<br />

provocando alterações nas mesmas.<br />

1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ORIGEM:<br />

1.1.Animais: Existem nos que têm peçonhas venenosas. As cobras, escorpiões,<br />

aranhas, abelhas, etc.<br />

1.2.Vegetais Estes possuem seivas venenosas. O pinhão roxo, crotes,<br />

espirra<strong>de</strong>iras. aveloz, mamona, aroeira brava, etc.<br />

1.3.Minerais: Os sais minerais são tóxicos. Os sais <strong>de</strong> ouro, cobre, prata, etc.<br />

1.4.Medicamentosos: Certos medicamentos quando não bem utilizados po<strong>de</strong>m<br />

matar. Exemplos: Antibióticos, vermífugos, aspirinas, sulfas, etc.<br />

1.5.Produtos caseiros ou sintéticos: Exemplos: Insetici<strong>das</strong>, ratici<strong>das</strong>, produtos<br />

higiênicos (Água sanitária, sabão, etc.).<br />

2. ABSORÇÃO DOS VENENOS: É realizada através da pele, mucosas e <strong>das</strong><br />

vias subcutâneas, pulmonares, musculares, venosas, arteriais e retais.<br />

3. ELIMINAÇÃO DOS VENENOS: Através dos vômitos, evacuações, vias<br />

urinárias, suor, lágrimas, leite materno, placenta, fâneros, etc.<br />

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4. DIAGNÓSTICO<br />

Existem vários critérios <strong>de</strong> diagnóstico, todavia, os principais são estes:<br />

4.1.Critério Clinico: A sintomatologia mostra temperaturas, vômitos,<br />

evacuações, convulsões, coma e morte.<br />

4.2.Critério Laboratorial: Partes <strong>das</strong> vísceras são encaminha<strong>das</strong> para o<br />

laboratório que <strong>de</strong>tectará a substância venenosa.<br />

4.3.Critério Médico Legal: Pesquisando os possíveis motivos o perito po<strong>de</strong>rá<br />

opinar sobre a causa jurídicas <strong>de</strong> morte (Homicídio. Suicídio e aci<strong>de</strong>nte).<br />

5. REAÇÃO ORGÂNICA AOS VENENOS:<br />

5.1.Intolerâncias ou idiossincrasias: São pessoas alérgicas a qualquer veneno;<br />

5.2.Mitridatismo: São pessoas resistentes a <strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong> veneno.<br />

III - OS TÓXICOS<br />

CONCEITO: São to<strong>das</strong> as substâncias químicas que provocam hábitos e<br />

<strong>de</strong>pendências físicas e mentais.<br />

DADOS HISTÓRICOS<br />

Des<strong>de</strong> que o mundo é mundo que existe tóxico. Os mais antigos são tabaco, ópio<br />

e álcool. Noé, segundo a Bíblia, fez uso do álcool e provocou a discórdia entre<br />

seus filhos.<br />

CLASSIFICAÇÃO: Existem várias classificações <strong>de</strong> tóxicos como sejam:<br />

1. Psicolépticos ou Depressores: Álcool, Tranqüilizantes, Barbitúricos,<br />

Inalantes (éter, cola <strong>de</strong> sapateiro, acetona e lança perfume), Ópio (morfina,<br />

heroína e co<strong>de</strong>ína), etc.;<br />

2. Psicanalépticos ou estimuladores: Anfetaminas (ecstasy ou mdma), Cocaína<br />

(crack e merla), Cafeína, Nicotina, etc.;<br />

3. Psicodislépticos ou perturbadores: LSD, Maconha, Derivados dos cactos<br />

(mescalina), Atropina (êxtase e merla), Derivados dos cogumelos (psilocibina),<br />

Plantas Mariri e Chacrona (Santo Daime), etc.<br />

Opção: Há quem prefira a classificação simples e didática <strong>de</strong>: Leves ou<br />

Mo<strong>de</strong>rados e Pesados ou Graves.<br />

LEVES OU MODERADOS: Cafeína * Nicotina * Álcool * Barbitúricos *<br />

Anfetaminas * Tranqüilizantes * Maconha * Cactos * Cogumelos * Vegetais<br />

Mariri, Chacrona e Cipó Jagube * Hidrocarbonetos (cola e vernizes,<br />

clorofórmio, loló, benzeno, etc).<br />

1. Cafeína: O café é um fruto extraído do cafeeiro que torrado, pulverizado e<br />

cozido produz uma bebida extraordinária. Possui um alcalói<strong>de</strong>, a cafeína, que é<br />

excitante do sistema nervoso central;<br />

2. Nicotina (nicotiana tabacum): É extraída <strong>de</strong> uma planta <strong>de</strong> nome tabaco e<br />

vulgarmente conhecida como fumo. É tóxico, provoca várias doenças e leva a<br />

<strong>de</strong>pendência. Além da nicotina, o fumo possui muitos outros alcalói<strong>de</strong>s<br />

prejudiciais à saú<strong>de</strong> física e mental;<br />

3. Álcool: É facilmente encontrado nas bebi<strong>das</strong> <strong>de</strong>stila<strong>das</strong> ou fermenta<strong>das</strong> <strong>de</strong><br />

usos comuns pela socieda<strong>de</strong>. Provoca o hábito e doenças irreversíveis;<br />

4. Barbitúrico: É uma droga usada pela <strong>medicina</strong> para combater crises<br />

epilépticas ou outras convulsivas. Quando usada em <strong>de</strong>masia provoca o hábito;<br />

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5. Anfetamina: É um medicamento usado no meio médico como euforizante e<br />

no combate ao sono. Ao <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte toma o nome popular <strong>de</strong> bolinha;<br />

6. Tranqüilizante ou ansiolítico: Remédio usado no meio terapêutico para<br />

combater o nervosismo e as excitações. Seu uso in<strong>de</strong>vido torna-se maléfico;<br />

7. Maconha: Aparece na literatura com vários sinônimos. É extraída da folha <strong>de</strong><br />

uma planta simples <strong>de</strong>nominada Cannabis Sativa. É má interpretada pela<br />

socieda<strong>de</strong> que conhece seus males e <strong>de</strong>sconhece seus méritos. Deve ser melhor<br />

pesquisada e estudada.<br />

• Males: Tem efeito tóxico e excitante ao organismo.<br />

• Méritos: Produz papel finíssimo, tecido, tinta, óleos, verniz e medicamentos<br />

<strong>de</strong> ação analgésica e ou rico em proteínas. Sua raiz impe<strong>de</strong> a erosão.<br />

8. Hidrocarbonetos ou Inalantes (cola, éter, clorofórmio, verniz, loló, merla,<br />

etc): São substâncias usa<strong>das</strong> na fabricação dos produtos acima citados. Quando<br />

inala<strong>das</strong> provocam excitações e <strong>de</strong>pendências;<br />

9. Vegetais amazônicos: Mariri, Chacrona e Cipó jagube usados nos rituais do<br />

Santo Daime;<br />

9. Outros & outros: Todos os dias surgem novas drogas <strong>de</strong> efeitos tóxicos,<br />

maléficos e doentios.<br />

PESADOS OU GRAVES: Opiáceos (Morfina, Heroína e Co<strong>de</strong>ína) * Cocaína<br />

(Crack e Merla) * LSD 25 * Mescalina * Êxtase * Muitos outros.<br />

1. Ópio: É um dos tóxicos mais antigos. Extraído <strong>de</strong> uma planta <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong><br />

Papoula (papaver somniferum) e absorvido por to<strong>das</strong> as vias.<br />

1.1.Morfina: É um alcalói<strong>de</strong> extraído do ópio. É um po<strong>de</strong>rosíssimo analgésico,<br />

porém leva ao hábito;<br />

1.2.Heroína: É um produto sintético <strong>de</strong>rivado da morfina, po<strong>de</strong>ndo ser aspirado<br />

e quando diluído na água, ingerido. Ao uso médico é analgésico;<br />

1.3.Co<strong>de</strong>ína: Produto extraído da morfina muito usado como calmante da tosse.<br />

Leva a <strong>de</strong>pendência.<br />

3. Cocaína: É um alcalói<strong>de</strong> extraído <strong>de</strong> uma planta <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> coca<br />

(erythroxylum coca). É <strong>de</strong> fácil acesso em to<strong>das</strong> as cama<strong>das</strong> da socieda<strong>de</strong>.<br />

Apresenta-se em forma <strong>de</strong> pó branco, ou diluído na água;<br />

3.1.Crack e Merla: É a borra da cocaína associada a produtos químicos<br />

principalmente ao bicarbonato <strong>de</strong> sódio. É usado em gran<strong>de</strong> escala pela pobreza;<br />

4. LSD 25 (Dietilamida do Ácido Lisérgico): É um produto semi-sintético<br />

extraído da ergotina do centeio. É usado em forma <strong>de</strong> tablete pelo viciado;<br />

5. Mescalina: Substância tóxica extraída dos cactos (mescal ou peiote).<br />

6. Êxtase ou MDMA (Ecstasy): É uma combinação da mescalina com a<br />

anfetamina (metileno-dioxi-metanfetamina);<br />

7. Muitos outros: Quase todos os dias aparecem substâncias novas extraí<strong>das</strong> <strong>de</strong><br />

cogumelos, cactos e até sintetiza<strong>das</strong>.<br />

VOCABULÁRIO LIGADO AOS VENENOS E TÓXICOS:<br />

1. Diluir: Misturar uma substância liquida com uma outra, também liquida.<br />

2. Dissolver: Misturar uma substância sólida com uma outra liquida.<br />

3. Pasteurizar: Aquecer por tempo <strong>de</strong>terminado uma substância diluída ou<br />

dissolvida e <strong>de</strong> imediato esfriar para torná-la viscosa.<br />

ABSORÇÃO DOS TÓXICOS: Pele, mucosas, tecido celular subcutâneo, e<br />

vias muscular, venosa, arterial, retal, etc.<br />

30


ELIMINAÇÃO DOS TÓXICOS: Através dos vômitos, evacuações, urina,<br />

suor, lágrimas, saliva, leite materno, fâneros (cabelos e unhas), placenta, etc.<br />

DIAGNÓSTICO<br />

Existem vários critérios <strong>de</strong> diagnóstico, todavia, estes são os principais:<br />

1. Critério Clinico: Ver a seguinte sintomatologia e sinais: Euforia / Excitações<br />

/ Pali<strong>de</strong>z / Insônias / Taquicardias / Tonturas / Caquexias / Boca seca /<br />

Impotência sexual / Envelhecimento precoce / Alucinações / Tremores labiais /<br />

Megalomanias / Marcas <strong>de</strong> injeções na superfície corporal / Coma / Morte.<br />

2. Critério Laboratorial: Fazer pesquisa cuidadosa <strong>de</strong> qualquer tóxico no<br />

sangue, urina, cabelos, lágrimas, saliva, fezes, suor, etc.<br />

3. Critério Medico Legal: O perito po<strong>de</strong>rá investigar a possível causa jurídica<br />

<strong>de</strong> morte. (homicídio, suicídio e aci<strong>de</strong>nte).<br />

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:<br />

1. Nas mortes por venenos ou tóxicos o resultado químico ou <strong>de</strong> anatomia<br />

patológica <strong>de</strong>mora a chegar. Nestes casos, o Atestado <strong>de</strong> Óbito será liberado<br />

com a causa da morte provisória: “A esclarecer”.<br />

2. Ao chegar o resultado do laboratório, coloca-se a verda<strong>de</strong>ira causa da morte e<br />

encaminha-se um oficio para o Cartório <strong>de</strong> Óbito com a observação: “On<strong>de</strong> se lê<br />

a esclarecer, leia-se intoxicação endógena por veneno <strong>de</strong> nome tal”.<br />

3. Quanto ao laudo necroscópico, só <strong>de</strong>verá ser liberado para justiça, quando<br />

estiver completo e com o resultado ou diagnóstico do exame toxicológico.<br />

LEGISLAÇÃO<br />

Temos a Lei n°. 11.343 <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2006. Essa lei e <strong>de</strong>mais normas<br />

fazem a diferença entre traficante e viciado.<br />

1. Ao traficante: Os rigores da lei com punições que variam <strong>de</strong> reclusão,<br />

<strong>de</strong>tenção, multa e outras sérias proibições.<br />

2. Ao viciado: Tratamento especializado nas clinicas médicas edifica<strong>das</strong> para<br />

estas finalida<strong>de</strong>s. Quase sempre são hospitais amplos, não psiquiátricos, em que<br />

o internado é tratado <strong>de</strong>senvolvendo algumas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recreação.<br />

COMPORTAMENTO DOS MAUS POLICIAIS:<br />

1. Muitos não conhecem os tóxicos ou até são também viciados;<br />

2. Sempre confun<strong>de</strong>m o traficante com o viciado<br />

3. Todos exageram ou abusam da autorida<strong>de</strong> torturando os doentes.<br />

COMO ADQUIRIR QUALQUER TÓXICO?<br />

2-Meio Legal: Com receitas apropria<strong>das</strong> prescritas por profissionais médicos. É<br />

<strong>de</strong> difícil aquisição e relativamente fiscalizado.<br />

1. Meio i<strong>legal</strong>: Através dos traficantes. É fácil até <strong>de</strong>mais, basta ter dinheiro.<br />

Todo tipo <strong>de</strong> tóxico é vendido acintosamente nas ruas, portas <strong>de</strong> colégios e até<br />

por correspondências.<br />

31


7ª CAPÍTULO:<br />

Asfixias Violentas.<br />

Energias Físico-Químicas<br />

CONCEITO<br />

ASFIXIA é a parada brusca ou abrupta cárdio respiratória<br />

1. Sintomas Gerais: Dispnéia, tonturas, convulsões, zumbido nos ouvidos,<br />

<strong>de</strong>smaio, coma e morte.<br />

2. Sinais Gerais Externos: Cianose <strong>de</strong> face e do leito ungueal (sinal <strong>de</strong><br />

Morestin), exoftalmia, petéquias nas conjuntivas, otorragias, procidência <strong>de</strong><br />

língua, espumas muco sanguinolentas na boca e nariz, livores <strong>de</strong> hipóstase <strong>de</strong><br />

extremida<strong>de</strong>s, etc.<br />

3. Sinais Gerais Internos: Congestão poli visceral, sangue fluido e escuro,<br />

petéquias róseas do tamanho <strong>de</strong> uma lentilha na pleura, epicrânio, pericárdio e<br />

coração <strong>de</strong>nomina<strong>das</strong> <strong>de</strong> manchas <strong>de</strong> Tardieu.<br />

TIPOS DE ASFIXIA VIOLENTA: * Enforcamento * Estrangulamento *<br />

Esganadura * Sufocação * Soterramento * Afogamento * Gases irrespiráveis *<br />

Confinamento.<br />

ENFORCAMENTO.<br />

CONCEITO: É a asfixia brusca provocada por um laço no pescoço, cujo aperto<br />

do laço se dá <strong>de</strong>vido o peso da vítima. O enforcado po<strong>de</strong>rá ser encontrado<br />

parcialmente ou totalmente suspenso.<br />

Sinais próprios: Cabeça fletida para o lado oposto ao laço, punhos cerrados,<br />

sulco irregular <strong>de</strong>scontinuo e ascen<strong>de</strong>nte na parte superior do pescoço, linha<br />

argentina brilhante e fina ao fundo do sulco, repuxamento <strong>das</strong> vértebras<br />

cervicais (sinal <strong>de</strong> Ambroise Paré), contusão <strong>de</strong> traquéia, fratura do osso hioi<strong>de</strong>,<br />

sufusões hemorrágicas externas da carótida (sinal <strong>de</strong> Friedberg) e rupturas<br />

parciais do epitélio da carótida (sinal <strong>de</strong> Amussat).<br />

• Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Execução Judicial, Suicídio, Aci<strong>de</strong>nte e raramente<br />

o Homicídio.<br />

ESTRANGULAMENTO.<br />

CONCEITO: É a asfixia violenta provocada por um laço no pescoço, cujas<br />

pontas do laço são traciona<strong>das</strong> pela vítima ou por estranhos;<br />

Sinais próprios: Escoriações, equimoses, sulco continuo duplo ou triplo<br />

transverso a toda extensão do pescoço e abaixo do pomo <strong>de</strong> Adão, fratura do<br />

osso hioi<strong>de</strong>, contusão <strong>de</strong> traquéia, sinal <strong>de</strong> Friedberg e Amussat, e mais, os sinais<br />

característicos <strong>de</strong> luta.<br />

Muitas vezes são encontra<strong>das</strong> lesões nas polpas digitais e marcas ungueais em<br />

torno do sulco do pescoço da vítima, caracteriza<strong>das</strong> como sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.<br />

• Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídio, Aci<strong>de</strong>nte e muito raro o Suicídio.<br />

32


ESGANADURA.<br />

CONCEITO: É a asfixia violenta provocada por mãos ou braços na face<br />

anterior do pescoço;<br />

Sinais próprios: Equimoses e escoriações na face anterior do pescoço (estigmas<br />

ungueais), fratura do osso hiói<strong>de</strong> e mui raramente, ruptura <strong>de</strong> forma ungueal da<br />

íntima da carótida (marcas <strong>de</strong> França).<br />

• Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídios e Aci<strong>de</strong>ntes.<br />

SUFOCAÇÃO.<br />

CONCEITO: É a asfixia por obstrução <strong>das</strong> vias respiratórias por corpos<br />

estranhos. A sufocação po<strong>de</strong>rá ser Direta (Obstrução da boca, nariz e<br />

engasgamento) e Indireta (Compressão torácica).<br />

1. Sufocação Direta: É a obstrução da boca, nariz e traquéia. Tem como sinais<br />

próprios equimoses e escoriações na boca e nariz. No engasgamento se encontra<br />

o corpo estranho obstruindo a traquéia.<br />

2. Sufocação Indireta: É a compressão com impedimentos dos movimentos<br />

torácicos. Os sinais próprios são coágulos hemorrágicos encontrados nos<br />

brônquios e bronqüiolos pulmonares e a máscara equimótica <strong>de</strong> Morestin.<br />

• Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídios, Aci<strong>de</strong>ntes e Suicídios.<br />

SOTERRAMENTO.<br />

CONCEITO: É a asfixia por <strong>de</strong>sabamento ou imersão do corpo por substâncias<br />

pulverulentas.<br />

Sinais próprios externos: Terra ou substâncias pulverulentas na superfície<br />

corporal, equimoses, escoriações e fraturas generaliza<strong>das</strong>.<br />

Sinais próprios internos: Presença <strong>de</strong> terra, pó ou fragmentos pulverulentos na<br />

boca, esôfago, estômago, etc.;<br />

• Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídios e Aci<strong>de</strong>ntes.<br />

AFOGAMENTO<br />

CONCEITO: É a obstrução <strong>das</strong> vias respiratória por líquido (Água) e ou<br />

semiliquido (Lama, fezes, vômitos);<br />

Sinais próprios externos: Destruição <strong>das</strong> partes moles por peixes ou crustáceos;<br />

mãos em conchas ou <strong>de</strong> lava<strong>de</strong>iras; cogumelo <strong>de</strong> espuma na boca e nariz; pele<br />

anserina, vermelha, engruvinhada e <strong>de</strong>scamativa; <strong>de</strong>scolamento da epi<strong>de</strong>rme<br />

palmar e plantar e muitos outros sinais. A putrefação do afogado inicia-se pela<br />

cabeça que fica <strong>de</strong> cor preta.<br />

Sinais próprios internos: Pulmão enfisemaquoso (hiperaeria <strong>de</strong> Casper);<br />

presença <strong>de</strong> água areia, lama, lodo e algas na traquéia, esôfago e estômago;<br />

equimoses amplas <strong>de</strong> coloração azulada no pulmão <strong>de</strong>nomina<strong>das</strong> <strong>de</strong> manchas <strong>de</strong><br />

Paltauf, e, muitos outros sinais.<br />

Exames <strong>de</strong> laboratório: Determinam o tipo <strong>de</strong> água (doce ou salgada), como<br />

também, através do plâncton, a região geográfica on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>u o afogamento.<br />

• Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Aci<strong>de</strong>nte, Suicídio e a Homicídio.<br />

Afogados Brancos <strong>de</strong> Parrot: São aqueles que morrem <strong>de</strong>ntro da água más não<br />

por asfixias e sim por infartes, aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral, embolias, etc. Nestes<br />

afogados os sinais clássicos <strong>de</strong> afogamento encontram-se ausentes.<br />

33


GASES IRRESPIRÁVEIS.<br />

CONCEITO: É a asfixia por inalação <strong>de</strong> monóxido <strong>de</strong> carbono encontrado nos<br />

produtos <strong>de</strong> combustão, gás <strong>de</strong> cozinha, gás dos pântanos e muitos outros;<br />

Sinais próprios: O cadáver se encontra <strong>de</strong> cor avermelhada e com o odor<br />

característico do gás.<br />

Exames <strong>de</strong> laboratório: O gás <strong>de</strong>verá ser pesquisado no pulmão e no sangue<br />

nas primeiras 24 horas;<br />

• Causas Jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídios, Aci<strong>de</strong>ntes e Suicídios.<br />

CONFINAMENTO.<br />

CONCEITO: É a asfixia por enclausuramento em locais pequenos e com baixo<br />

teor <strong>de</strong> oxigenação. Temos como exemplos minas <strong>de</strong> carvão, celas e cubículos.<br />

Sinais próprios: Não tem. O diagnóstico será feito por exclusão <strong>das</strong> outras<br />

asfixias violentas e o levantamento cuidadoso do local on<strong>de</strong> foi encontrado o<br />

cadáver.<br />

• Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídios e Aci<strong>de</strong>ntes.<br />

HOMICÍDIOS QUALIFICADOS<br />

1. Quesito da Necrópsia: Se a morte foi produzida por meio <strong>de</strong> veneno, fogo<br />

explosivo, asfixia, tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel.<br />

2. Resposta: Quando for sim nos homicídios por ASFIXIAS, estes serão sempre<br />

classificados como QUALIFICADOS.<br />

OBSERVAÇÃO: Durante a aula haverá projeção <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s sobre asfixias.<br />

34


8ª CAPÍTULO:<br />

Energias Bioquímicas.<br />

Energias Biodinâmicas.<br />

Energias Mistas.<br />

I - ENERGIAS BIOQUIMICAS.<br />

1. INANIÇÃO<br />

Conceito: É o enfraquecimento do ser humano <strong>de</strong>vido a falta <strong>de</strong> alimentação.<br />

A maior doença que assola qualquer país, infelizmente chama-se fome.<br />

Classificação:<br />

• Aci<strong>de</strong>ntais: Acontecem nos locais ermos on<strong>de</strong> não existem alimentos;<br />

• Voluntárias: Motiva<strong>das</strong> pelas célebres e ultrapassa<strong>das</strong> greves <strong>de</strong> fome;<br />

• Criminosas: Abandono proposital <strong>de</strong> crianças, <strong>de</strong> velhos, <strong>de</strong> doentes e <strong>de</strong><br />

encarcerados.<br />

Diagnóstico<br />

• Emagrecimento rápido, hálito fétido e astenias;<br />

• Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> urina aumentada, sonolência, fadiga, coma e morte.<br />

2. DOENÇAS CARENCIAIS:<br />

Conceito É a falta <strong>de</strong> vitaminas, proteínas e sais minerais <strong>de</strong> to<strong>das</strong> as espécies,<br />

<strong>de</strong>vido uma alimentação ina<strong>de</strong>quada.<br />

Classificação:<br />

• Aci<strong>de</strong>ntais: Alcoolismo, tuberculose, pelagra e <strong>de</strong>mais doenças;<br />

• Culposas: Dietas exagera<strong>das</strong> ou <strong>de</strong>vido à ignorância <strong>de</strong> terceiros;<br />

• Dolosas: Não fornecer a alimentação condizente e necessária aos pobres, aos<br />

presidiários ou aos necessitados.<br />

3. INTOXICAÇÃO ALIMENTAR:<br />

Conceito: É todo mal gástrico provocado por alimentos <strong>de</strong>teriorados.<br />

Classificação:<br />

• Aci<strong>de</strong>ntal: Quando se ignora que o alimento está contaminado;<br />

• Culposa: Quando a alimentação é fornecida em vasilhames sujos;<br />

• Dolosa: Quando alguém contamina a alimentação propositadamente.<br />

4. INFECÇÕES:<br />

Conceito: É quando a alimentação, os vasilhames domésticos e o ambiente estão<br />

contaminados por bactérias, vírus, fungos e protozoários.<br />

Classificação:<br />

• Aci<strong>de</strong>ntal: Há contágios <strong>de</strong>sconhecidos no meio ambiente e na alimentação;<br />

• Culposa: A pessoa sabe da existência <strong>de</strong> vacinas e não faz uso;<br />

• Voluntária: Quando <strong>das</strong> loucas experiências científicas;<br />

• Dolosa: Contágios através <strong>de</strong> doenças sexualmente transmissíveis.<br />

35


II - ENERGIAS BIODINÂMICAS<br />

CHOQUE:<br />

Conceito: A função do sangue é manter as células vivas. Há casos<br />

em que a vaso dilatação diminui a circulação, levando ao coma e a morte.<br />

Classificação <strong>de</strong> CHOQUE:<br />

1. Choque Cardiogênico: Deficiência do bombeamento do coração <strong>de</strong>vido<br />

infartes, arritmias e <strong>de</strong>sequilíbrio ácido básico.<br />

2. Choque obstrutivo: Tumores intras cardíacos, tromboses, etc.<br />

3. Choque Hipovolêmico: Nas hemorragias agu<strong>das</strong>.<br />

4. Choque periférico: A resistência periférica dos vasos está diminuída.<br />

Diagnóstico: Caberá a observação dos seguintes elementos clínicos:<br />

• A pressão arterial baixa com pulso rápido e fraco;<br />

• A pele e as mucosas estão <strong>de</strong>scora<strong>das</strong>, cianóticas e úmi<strong>das</strong>;<br />

• Existências <strong>de</strong> sonolência, apatia e inquietações;<br />

• A bioquímica sangüínea encontra-se totalmente alterada.<br />

Causas jurídicas <strong>de</strong> morte: Homicídios, Aci<strong>de</strong>ntes e Suicídios.<br />

III - ENERGIAS MISTAS.<br />

1. FADIGA:<br />

Conceito: São doenças ou indisposições psico somáticas que agri<strong>de</strong>m o<br />

organismo <strong>de</strong>ixando os portadores arrasados.<br />

Tipos <strong>de</strong> fadiga<br />

1. Agu<strong>das</strong>: Excessos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> musculares e mentais;<br />

2. Crônicas: Cansaço, tonturas, insônias, emagrecimentos, <strong>de</strong>smemória, etc.<br />

Importância Médico Legal: Tem valor nas doenças e aci<strong>de</strong>ntes do trabalho.<br />

2. DOENÇAS PARASITÁRIAS:<br />

Conceito: São as infestações orgânicas por vermes e protozoários.<br />

Importância Médico Legal: Doenças e aci<strong>de</strong>ntes do trabalho.<br />

3. SEVÍCIAS:<br />

Conceito: São as doenças produzi<strong>das</strong> dolosamente por agentes físicos, químicos<br />

e mecânicos.<br />

• Torturas <strong>de</strong> crianças pais, padrastos, babás e revoltados sociais;<br />

• Torturas <strong>de</strong> velhos pelos filhos e empregados;<br />

• Torturas <strong>de</strong> presos políticos e comuns.<br />

Valor médico <strong>legal</strong>: São consi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> crimes hediondos.<br />

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9ª CAPÍTULO:<br />

Infortunística:<br />

Aci<strong>de</strong>ntes do Trabalho.<br />

Doenças Profissionais.<br />

CONCEITO:<br />

INFORTUNÍSTICA é a parte da <strong>medicina</strong> <strong>legal</strong> que trata dos Aci<strong>de</strong>ntes do<br />

trabalho, <strong>das</strong> Doenças profissionais e seus relacionamentos com a justiça.<br />

1. Legislação: Lei especial sobre Aci<strong>de</strong>ntes e doenças profissionais<br />

nº. 9.732/98, regulamentada pelo <strong>de</strong>creto nº. 3.048/99 e as <strong>de</strong>cisões dos<br />

tribunais.<br />

2. Dados históricos: Des<strong>de</strong> que o ser humano passou a ser obrigado a trabalhar<br />

para se sustentar que surgiram as doenças e aci<strong>de</strong>ntes do trabalho. No Brasil<br />

chegou ao apogeu no Governo <strong>de</strong> Getúlio Vargas.<br />

A EMPRESA E O TRABALHADOR<br />

1. Empresa: É todo empreendimento que oferece trabalho e visa lucro mercantil<br />

ou social. Em outras palavras: Dá emprego.<br />

2. Trabalhador: É todo aquele que presta serviços à empresa, recebe<br />

remuneração e a ela está vinculado por contrato escrito e ou verbal.<br />

3. Exemplos <strong>de</strong> empresa: Pública, privada, economia mista ou limitada,<br />

filantrópica, socieda<strong>de</strong>s anônimas, etc.<br />

I - ACIDENTES DE TRABALHO<br />

CONCEITO<br />

É todo mal <strong>de</strong> evolução brusca motivado ou <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado pelo exercício<br />

profissional.<br />

CLASSIFICAÇÃO<br />

1. Direto: Acontece com o trabalho e no trabalho (um operário ao levantar um<br />

fardo pesado este cai sobre os seus pés);<br />

2. Indireto: Acontece no local do trabalho, porém motivado por outras<br />

ativida<strong>de</strong>s. (Esportes, lazer, agressões por companheiros, etc.);<br />

3. De percurso (In itinere): Do lar para a empresa e da empresa para o lar,<br />

pouco importando o tipo <strong>de</strong> transporte, se pertence à empresa ou ao trabalhador.<br />

II - DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO TRABALHO<br />

CONCEITO<br />

É todo mal <strong>de</strong> evolução paulatina provocada, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada ou agravada pelo<br />

exercício profissional.<br />

CLASSIFICAÇÃO<br />

1. Específicas: Quando são provoca<strong>das</strong> pelo próprio trabalho. Exemplos: As<br />

doenças provoca<strong>das</strong> por produtos químicos, físicos e ou biológicos;<br />

2. Genéricas: São aquelas <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>das</strong> por outros males localizados ou<br />

sistêmicos. (Cardiopatias, pneumopatias, psicopatias, etc.).<br />

37


CAUSAS QUE LEVAM A INFORTUNISTICA<br />

«TEORIA DA CULPA DIVIDIDA E DO RISCO PROFISSIONAL»<br />

1. TEORIA DA CULPA DIVIDIDA: Sempre foi uma <strong>das</strong> causas <strong>de</strong> motivação<br />

em moda, ora se responsabilizando a empresa, ora se castigando o trabalhador.<br />

Atualmente esta culpa existe, todavia, está dividida meio a meio.<br />

1.1.Culpa da Empresa: Falta <strong>de</strong> apetrechos técnicos, má remuneração, excessos<br />

<strong>de</strong> trabalho, trabalhos fatigantes e muitas outras motivações. O trabalhador é<br />

conivente, pois aceita tudo isto sem reclamar;<br />

1.2.Culpa do Trabalhador: Todo ser humano é dotado <strong>de</strong> imprudência, fadiga,<br />

hábitos errados, falta <strong>de</strong> aprendizado, pressa nas operações, inaptidões e coisas<br />

tais. Diante <strong>de</strong>stes casos a empresa se <strong>de</strong>scuida e finda contribuindo para que<br />

todos estes vexames doentios aconteçam.<br />

2. TEORIA DO RISCO PROFISSIONAL: É uma teoria aceita e respeitada<br />

nos dias atuais. Temos os seguintes tipos <strong>de</strong> risco valorizados <strong>de</strong> acordo com o<br />

trabalho realizado:<br />

2.1.Riscos Genéricos: São aqueles que inci<strong>de</strong>m em todos os trabalhos e sobre<br />

to<strong>das</strong> as pessoas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da natureza profissional <strong>de</strong>senvolvida;<br />

2.2.Riscos Específicos: São aqueles em que o trabalhador está exposto por força<br />

do trabalho ou ativida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>senvolve na empresa;<br />

2.3.Riscos Agravados. Acontecem quando as circunstâncias do trabalho<br />

executado aumentam as chances dos aci<strong>de</strong>ntes ou <strong>das</strong> doenças profissionais.<br />

ELEMENTOS DA INFORTUNÍSTICA<br />

• A existência <strong>de</strong> uma lesão;<br />

• Uma incapacida<strong>de</strong> temporária ou <strong>de</strong>finitiva;<br />

• O nexo que motivou o afastamento do trabalho.<br />

EXAMES PERICIAIS<br />

«Do local <strong>de</strong> trabalho e do trabalhador»<br />

1. EXAMES DO LOCAL DE TRABALHO:<br />

Conceito: São os espaços reservados para os exercícios profissionais.<br />

1.1.O QUE EXAMINAR: Serão examinados e analisados os principais<br />

elementos, tais como: * Temperatura ambiente * Oxigenação * Higienização *<br />

Área <strong>de</strong> trabalho * Iluminação * Acústica * Comodida<strong>de</strong> ou bem estar do<br />

servidor.<br />

1.2.COMO EXAMINAR: A supervisão dos locais <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>verá ser feita<br />

por profissionais especializados em Medicina, Engenharia e Direito do trabalho.<br />

2. EXAMES DO TRABALHADOR:<br />

Deverão ser <strong>de</strong>talhados e realizados por profissionais competentes. Serão<br />

procedi<strong>das</strong> as seguintes avaliações:<br />

38


2.1.AVALIAÇÃO DAS INCAPACIDADES:<br />

• Incapacida<strong>de</strong> temporária: Impossibilita para o trabalho até um ano;<br />

• Incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>finitiva ou duradoura impossibilita o servidor para o<br />

exercício profissional por todo o tempo.<br />

• Morte: Quando acontecer no local do trabalho a necropsia será obrigatória.<br />

2.2.AVALIAÇÃO DAS CONCAUSAS:<br />

• Pré-existentes: As doenças ou aci<strong>de</strong>ntes do trabalho são piorados porque o<br />

trabalhador quando assumiu suas funções já era portador <strong>de</strong> alguma doença.<br />

Exemplos: Diabete, Cardiopatias, Neuroses, etc.<br />

• Supervenientes: Um pequeno aci<strong>de</strong>nte foi transformado ou agravado por<br />

provocar uma doença mortal. Exemplo: Um pequeno ferimento infectado<br />

pelo bacilo do tétano.<br />

• Concomitantes: As doenças comuns surgem simultaneamente com os<br />

aci<strong>de</strong>ntes ou doenças do trabalho. Exemplos: Crises hipertensivas.<br />

2.3.AVALIAÇÃO DA DOR:<br />

A dor é um sintoma subjetivo e trabalhoso <strong>de</strong> ser pesquisada e <strong>de</strong>tectada. Usamse<br />

algumas técnicas especializa<strong>das</strong>:<br />

• Sinal <strong>de</strong> Mankof: Comprime-se o local da dor. Se realmente existir a<br />

pulsação radial aumentará;<br />

• Sinal <strong>de</strong> Levi: Quando se comprime o local da dor acontece a dilatação<br />

pupilar.<br />

• Sinal <strong>de</strong> Imbert: Coloca-se o paciente em repouso e conta-se sua pulsação<br />

radial. Caso existe realmente a dor, qualquer esforço que o mesmo<br />

<strong>de</strong>senvolver a pulsação do membro doloroso aumenta.<br />

2.3.AVALIAÇÃO DAS CHANTAGENS:<br />

• Simulação: É muito difícil <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir em se tratando <strong>de</strong> um bom<br />

simulador que age como se fosse um verda<strong>de</strong>iro ator.<br />

• Metassimulação: A lesão existe, porém o trabalhador exagera na falsa<br />

existência dos sinais e da sintomatologia;<br />

• Dissimulação: A lesão existe, todavia, o trabalhador nega ou omite e até se<br />

esquece <strong>de</strong> seu valor. Não quer per<strong>de</strong>r a produtivida<strong>de</strong> ou alguma função<br />

gratificada <strong>de</strong>ntro da empresa.<br />

OS BENEFICIOS<br />

São oferecidos e pagos pelo Estado. Temos os exemplos a seguir:<br />

• * Auxilio doença e aci<strong>de</strong>nte * Aposentadorias por invali<strong>de</strong>z<br />

• * Pensão por morte * Auxilio funeral * Assistência médica<br />

• * Reabilitação profissional * Décimo terceiro salário * Prótese ou Órtese.<br />

AS EXCEÇÕES DA LEI<br />

Não são consi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> pela Lei doenças profissionais ou do trabalho:<br />

1. As doenças <strong>de</strong>generativas: Osteoporoses, Câncer, etc.<br />

2. As doenças etárias: Catarata senil, osteoartrose da coluna, etc.<br />

3. As doenças endêmicas: Malária, febre amarela, lepra, etc.<br />

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10ª CAPÍTULO:<br />

As Lesões Corporais:<br />

Discussão prática <strong>de</strong> um Laudo médico-<strong>legal</strong>.<br />

NOTA EXPLICATIVA:<br />

Para que se entenda melhor as Lesões Corporais preferimos discutir um Laudo.<br />

A medida que forem sendo discutidos os quesitos do <strong>de</strong>ste laudo explicaremos o<br />

Artigo 129 e seus parágrafos do Código Penal.<br />

• Vamos ao laudo e em seguida aos seus respectivos quesitos:<br />

« João Pessoa, l6 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1993.<br />

1. Corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito, procedido na Pessoa <strong>de</strong> José Gomes <strong>de</strong> Albuquerque Silva,<br />

28 anos, brasileiro, paraibano, casado, cor parda, trabalhador braçal, resi<strong>de</strong>nte<br />

Rua Agostinho Lara, N.ºl.345, no bairro do Cristo Re<strong>de</strong>ntor, nesta Capital,<br />

requisitado pela 1ª Delegacia Distrital <strong>de</strong> João Pessoa.<br />

2. Histórico: Conta que às 22.00 horas do dia 31 <strong>de</strong> janeiro do corrente ano foi<br />

agredido a faca peixeira, paula<strong>das</strong>, socos e ponta pés, por indivíduos<br />

<strong>de</strong>sconhecidos, quando transitava nas imediações do estádio <strong>de</strong> futebol,<br />

conhecido por Almeidão.<br />

3. Exames Periciais: Ferida <strong>de</strong> cinco centímetros <strong>de</strong> extensão, bor<strong>das</strong> regulares<br />

e aproxima<strong>das</strong> por ponto <strong>de</strong> sutura, em sentido obliquo na região do hipocôndrio<br />

direito, que conforme consta <strong>de</strong> sua ficha <strong>de</strong> internamento hospitalar <strong>de</strong><br />

n.º.324/93 fornecida pelo Hospital Samaritano, foi penetrante a cavida<strong>de</strong><br />

abdominal, com lesões <strong>de</strong> alças intestinais, peritôneo e borda anterior do fígado.<br />

Equimoses, escoriações e feri<strong>das</strong> contusas distribuí<strong>das</strong> pelos cotovelos, joelhos,<br />

face anterior do tórax e terço médio da coxa esquerda. Ferida <strong>de</strong> vinte<br />

centímetros <strong>de</strong> extensão, bor<strong>das</strong> regulares e aproxima<strong>das</strong> por pontos <strong>de</strong> sutura,<br />

médio abdominal, com as características <strong>das</strong> produzi<strong>das</strong> nas cirurgias tipo<br />

Laparotomias Exploradoras ».<br />

DISCUSSÃO DOS QUESITOS:<br />

Passamos em seguida a discutir os quesitos do laudo. Estes quesitos são os <strong>de</strong><br />

lesões corporais.<br />

1 – Ofen<strong>de</strong>r a integrida<strong>de</strong> corporal ou a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> outrem? SIM<br />

Nota: Integrida<strong>de</strong> corporal - Significa o dano anatômico (forçar a rapar a<br />

cabeça). A saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> outrem - Quer dizer provocar qualquer lesão corporal.<br />

2 – Qual o meio que ocasionou? MEIO PERFURO CORTANTE<br />

Nota: Qualquer agente ou instrumento que provocar a lesão.<br />

• Observação: A resposta afirmativa somente aos quesitos 1º e 2º torna a<br />

Lesão Leve.<br />

3 – Houve Perigo <strong>de</strong> Vida? SIM – DEVIDO FERIDA PENETRANTE A<br />

CAVIDADE ABDOMINAL.<br />

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Nota: É todo ato criminoso que aconteceu e que possa levar ao êxito letal<br />

(feri<strong>das</strong> penetrantes as cavida<strong>de</strong>s, gran<strong>de</strong>s hemorragias, queimaduras<br />

generaliza<strong>das</strong>, etc).<br />

4 – Resultou <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> permanente <strong>de</strong> membro, sentido ou função? NÃO<br />

Nota: É o enfraquecimento duradouro dos membros (braços e pernas), sentidos<br />

(gustação, olfação, audição, visão e tato) e da função <strong>de</strong> qualquer órgão.<br />

5 – Resultou incapacida<strong>de</strong> para as ocupações habituais por mais <strong>de</strong> 30 dias?<br />

SIM – VIDE QUESITO DE Nº. TRÊS.<br />

Nota: É a inabilida<strong>de</strong> para exercer qualquer ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lazer ou profissional.<br />

Sim (Vi<strong>de</strong> quesito <strong>de</strong> Nº. três.).<br />

6 – Provocou aceleração <strong>de</strong> parto? PREJUDICADO.<br />

Nota: É a expulsão prematura do feto da cavida<strong>de</strong> uterina.<br />

• Observação: A resposta positiva a qualquer quesito 3º, 4º, 5º e 6º torna a<br />

Lesão Grave.<br />

7 – Resultou perda ou inutilização <strong>de</strong> membro, sentido ou função? NÃO.<br />

Nota: Quando há perda total dos membros, <strong>de</strong> algum dos sentidos ou função <strong>de</strong><br />

órgãos consi<strong>de</strong>rados nobres.<br />

8 – Originou incapacida<strong>de</strong> permanente para o trabalho ou enfermida<strong>de</strong><br />

incurável? NÃO.<br />

Nota: É a invali<strong>de</strong>z total para qualquer trabalho (perda total <strong>das</strong> pernas, braços,<br />

olhos, etc.). Quanto a enfermida<strong>de</strong> incurável é aquela doença que agri<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

maneira irreparável ao organismo (Câncer, sífilis, lepra, tromboses, etc).<br />

9 – Resultou <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> permanente? NÃO.<br />

Nota: É toda lesão duradoura que enfeia <strong>de</strong> forma repulsiva aos olhos do<br />

observador.<br />

10 - Provocou aborto? PREJUDICADO.<br />

Nota: Aborto é a morte dolosa do concepto, expulso ou não da cavida<strong>de</strong> uterina.<br />

• Observação: A resposta positiva a qualquer quesito <strong>de</strong> Nº. 7º, 8º, 9º e 10º<br />

torna a Lesão Gravíssima.<br />

EXAME COMPLEMENTAR:<br />

• O exame <strong>de</strong> lesões corporais é realizado até 30 dias da agressão.<br />

• Depois <strong>de</strong> 30 dias será realizado um outro exame <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong><br />

«complementar ou <strong>de</strong> sanida<strong>de</strong> física em que os quesitos são diferentes».<br />

POST SCRIPTUM:<br />

a) A palavra Prejudicado e ou a frase Sem Elementos são usa<strong>das</strong> pelos peritos,<br />

quando houver impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> justificativa <strong>de</strong> resposta.<br />

b) Corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito é o conjunto <strong>de</strong> vestígios <strong>de</strong>ixados pelo fato <strong>de</strong>lituoso.<br />

c) Acompanham o Laudo: Ilustrações, fotografias, contra-prova, etc.<br />

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11ª CAPÍTULO:<br />

Crimes Contra a Liberda<strong>de</strong> Sexual:<br />

Sedução 1 , Estupro, Frau<strong>de</strong> sexual, Atentado violento ao pudor, Ultraje<br />

público ao pudor, Prostituição, Rapto, Corrupção <strong>de</strong> menores e Assédio<br />

sexual.<br />

CONCEITO GERAL<br />

OS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL E OS COSTUMES são<br />

todos aqueles que atentam contra a moral, a tradição, a reputação, os sentimentos<br />

e a educação da família.<br />

TIPOS DE CRIME CONTRA A LIBERDADE SEXUAL:<br />

* Sedução (Revogado) * Estupro * Rapto * Atentados violentos ao pudor *<br />

Frau<strong>de</strong> sexual * Ultraje público ao pudor * Prostituição * Corrupção <strong>de</strong> menores<br />

* Assédio sexual.<br />

I – SEDUÇÃO<br />

CONCEITO: Seduzir é convencer através <strong>de</strong> gestos, palavras e promessas a<br />

uma mulher virgem maior <strong>de</strong> l4 anos e menor <strong>de</strong> l8 anos a manter relação sexual,<br />

aproveitando-se <strong>de</strong> sua inexperiência ou justificável confiança.<br />

LEGISLAÇÃO: Art. 217 do Código Penal<br />

Observação: O crime <strong>de</strong> sedução foi suprimido do Código Penal. Apesar da<br />

inexistência <strong>de</strong> sua <strong>legal</strong>ida<strong>de</strong> o valor moral continuará enraizado na socieda<strong>de</strong><br />

brasileira por algum tempo. Neste espaço preservamos integralmente o registro<br />

literário <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>talhes, simplesmente por conservantismo.<br />

ELEMENTOS DO CRIME<br />

• Conjunção carnal com mulher virgem;<br />

• Ida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> 14 e menor <strong>de</strong> 18 anos;<br />

• Que tenha inexperiência sexual;<br />

• Que haja justificável confiança.<br />

O QUE É A CONJUNÇÃO CARNAL:<br />

É o intromissio pênis in vaginam, ou melhor:<br />

O homem com pênis em ereção copula no canal vulvo vaginal da mulher.<br />

PERDA DA VIRGINDADE<br />

O hímen é uma estrutura mucosa localizado entre a vulva e o início do canal<br />

vaginal, dotado <strong>de</strong> uma orla com bor<strong>das</strong> livres e <strong>de</strong> um orifício <strong>de</strong>nominado<br />

óstio por on<strong>de</strong> passa a fluxo menstrual.<br />

Três itens, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente um do outro, caracterizam a perda da virginda<strong>de</strong>:<br />

1. Ruptura do Hímen: Os pesquisadores afirmam que em mil casos <strong>de</strong> ruptura,<br />

999 foram motivados por relações sexuais;<br />

1 O crime <strong>de</strong> sedução encontra-se revogado.<br />

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2. Presença <strong>de</strong> esperma no canal vaginal (intromissio seminis): Nos casos <strong>de</strong><br />

himens complacentes pesquisar a existência <strong>de</strong> sêmen ou da fosfatase ácida após<br />

a relação sexual. O perito <strong>de</strong>verá orientar a vítima para não se higienizar.<br />

3. Gravi<strong>de</strong>z com hímen íntegro: Acontece nas relações sexuais incompletas<br />

entre as coxas (interfêmures) e ao longo <strong>de</strong> toda vulva (coito vulvar).<br />

TIPOS DE HIMENS:<br />

Há quem diga <strong>de</strong> modo exagerado, que cada mulher tem um hímen diferente.<br />

1. Quanto ao formato do óstio: Anulares, septados, losangulares, cordiforme,<br />

em bolsa, cribriformes, labiados e muitos outros.<br />

2. Himens complacentes: São aqueles cujas orlas são tão pequenas que não<br />

oferecem o que se romper. A incidência é em torno <strong>de</strong> 25 por cento.<br />

3. Himens imperfurados: Aqueles que não apresentam o óstio. Nestes casos<br />

aconselha-se encaminhar a menina a um médico, antes <strong>de</strong> acontecer à primeira<br />

menstruação, para que este profissional faça uma pequena e necessária cirurgia.<br />

4. Carúnculas Mirtiformes: São os resquícios, partes ou cicatrizes <strong>de</strong> hímens.<br />

encontra<strong>das</strong> <strong>de</strong>pois do parto vulva vaginal.<br />

NOÇÕES DE CRIMINOSO E DE VÍTIMA<br />

1. Sujeito Ativo: Somente o homem <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> Sedutor.<br />

2. Sujeito Passivo: A mulher virgem maior <strong>de</strong> 14 e menor <strong>de</strong> 18 anos<br />

<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> seduzida.<br />

PERÍCIAS OU EXAMES DE SEDUÇÃO:<br />

• Locais apropriados com mesas ginecológicas, colposcópio, luz natural, etc.;<br />

• Participação necessária <strong>de</strong> uma auxiliar <strong>de</strong> enfermagem;<br />

• Presença <strong>de</strong> um familiar (mãe ou irmã);<br />

• O exame médico será com a examinada em posição ginecológica;<br />

• Ao se <strong>de</strong>screver a ruptura himenal, para que o intérprete entenda a sua<br />

localização, o perito indicará como se fosse a leitura <strong>das</strong> horas do mostrador<br />

do relógio. Exemplo: Ruptura himenal correspon<strong>de</strong>ndo às 7.00 horas.<br />

• A cicatrização da ruptura do hímen acontece em torno <strong>de</strong> 15 a 20 dias.<br />

FATOS FOLCLÓRICOS:<br />

• Há costumes que insinuam diferenciar as virgens <strong>das</strong> não virgens pelo andar.<br />

As virgens andam com passa<strong>das</strong> curtas e as não virgens dão passa<strong>das</strong> largas e<br />

apressa<strong>das</strong>.<br />

• Cela <strong>de</strong> cavalo ou <strong>de</strong> bicicleta, vestes íntimos apertados, saltos à distância e<br />

outras ativida<strong>de</strong>s esportivas, não rompem o hímen. Tudo é balela e muita<br />

conversa fiada para enganar os ingênuos.<br />

• A ruptura do hímen não tem obrigação <strong>de</strong> sangrar (50% não sangram). O<br />

macho crica que <strong>de</strong>sejar ver sangue na noite <strong>de</strong> núpcias, para não ficar<br />

frustado, <strong>de</strong>ve ser enganado pela esposa com o sangue <strong>de</strong> um frango morto <strong>de</strong><br />

véspera.<br />

43


ESCLARECIMENTOS OPORTUNOS<br />

1. Vagina: É um órgão muscular oco medindo <strong>de</strong> 05 a 08 centímetros <strong>de</strong><br />

extensão com po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> contractilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> relaxamentos.<br />

2. Pênis: É um órgão dotado <strong>de</strong> uretra e corpos cavernosos, quando flácido me<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 10 a 11 centímetros e em ereção entre 15 a 16 centímetros. Lembrete:<br />

Tamanho não é documento.<br />

• Cada sexo <strong>de</strong>ve se conformar com os favores que a natureza lhes conce<strong>de</strong>u.<br />

Postscriptum: Vi<strong>de</strong> observação no inicio do parágrafo sedução.<br />

II - ESTUPRO<br />

CONCEITO: É a conjunção carnal vulvo vaginal sob violência física, psíquica<br />

e presumida, pouco interessando a ida<strong>de</strong> da mulher.<br />

AS PRINCIPAIS VIOLÊNCIAS:<br />

1. Física: Agredir, dominar e praticar o ato sexual forçado.<br />

2. Presumida: Quando menor <strong>de</strong> 14 anos ou débil ou alienada mental<br />

3. Psíquica: É feita através <strong>de</strong> ameaças, chantagens, etc.<br />

Elementos do Crime: Coito sexual e vulvo vaginal mediante violência (física,<br />

presumida e psíquica) com mulher, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e virginda<strong>de</strong>.<br />

LEGISLAÇÃO: Art. 213 do Código Penal.<br />

CAUTELAS EXIGIDAS:<br />

• Ver se realmente foi estupro;<br />

• Realizar sempre um <strong>de</strong>talhado exame pericial.<br />

1. Sujeito ativo: Somente o Homem.<br />

2. Sujeito passivo: Somente a Mulher.<br />

EMPALAÇÃO ou EMPALAMENTO<br />

É a ruptura criminosa da vulva, vagina ou anus por objetos pontiagudos.<br />

III - FRAUDE SEXUAL<br />

CONCEITO: É enganar com boa aparência ou outros meios sensuais a<br />

uma mulher e manter com ela relações sexuais. Exemplos:<br />

• Irmão gêmeo do esposo com cunha<strong>das</strong> displicentes;<br />

• Curan<strong>de</strong>iros com aliena<strong>das</strong> fanaticamente crentes;<br />

• Padres e Bispos com beatas, freiras ou noviças ingênuas, etc.<br />

LEGISLAÇÃO: Art. 215 do Código Penal.<br />

1. Sujeito ativo: Somente o homem.<br />

2. Sujeito passivo: Só a mulher.<br />

IV - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR<br />

CONCEITO: É o ato sexual libidinoso praticado <strong>de</strong> modo diferente do normal.<br />

• Coitos sexuais no anus, nas coxas, nos seios, nas axilas, boca, etc.<br />

• Bolinagens, <strong>de</strong>da<strong>das</strong>, apalpa<strong>de</strong>las, etc.<br />

• Pedofilia, infelizmente esta prática, anda muito em moda.<br />

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LEGISLAÇÃO: Art. 214 do Código Penal.<br />

Sujeito ativo e passivo: Qualquer pessoa homem ou mulher.<br />

Observação: Tem muita gente confundindo ato libidinoso com estupro.<br />

V - ULTRAGE PÚBLICO AO PUDOR<br />

CONCEITO: São exposições obscenas ao público. Práticas – Quando alguém<br />

expõe a genitália externa. Teóricas – É feita através <strong>de</strong> atos simbólicos como,<br />

mímicas ridículas, figuras ou estampas, <strong>de</strong>senhos maliciosos, frases<br />

provocadoras, estatuetas inconvenientes e muitas outras.<br />

LEGISLAÇÃO: Art. 233 do Código Penal.<br />

1. Sujeito ativo: Qualquer pessoa in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sexo.<br />

2. Sujeito passivo: A coletivida<strong>de</strong>.<br />

Exemplos do dia a dia:<br />

• Andar nu. beijos <strong>de</strong>morados na boca. Vestes íntimos colados. Mímicas<br />

in<strong>de</strong>centes com as mãos, etc.<br />

• Exposição <strong>de</strong> revistas, jornais e estátuas em que são mostra<strong>das</strong> as partes<br />

íntimas do sexo.<br />

Observação: O nu visto pelo artista é arte. Visto pelo obsceno é<br />

imoralida<strong>de</strong>.<br />

VI - CORRUPÇÃO DE MENORES<br />

CONCEITO: Corromper ou facilitar a corrupção <strong>de</strong> menores <strong>de</strong> 18 e maiores<br />

<strong>de</strong> 14 anos induzindo a ver ou participar <strong>de</strong> atos libidinosos.<br />

• Exames periciais: Ver os vestígios <strong>de</strong>ixados na vítima.<br />

LEGISLAÇÃO: Artigo 218 do Código Penal.<br />

1. Sujeito ativo: Qualquer pessoa.<br />

2. Sujeito Passivo: Qualquer menor masculino ou feminino.<br />

VII - O RAPTO<br />

CONCEITO: Raptar mulher, mediante violência, para fins sexuais e ou práticas<br />

libidinosas.<br />

LEGISLAÇÃO: Art. 219 do Código Penal.<br />

• Sujeito ativo: Qualquer pessoa homem ou mulher:<br />

• Sujeito passivo: Só a mulher.<br />

VIII - A PROSTITUIÇÃO<br />

CONCEITO: É o coito sexual remunerado da mulher com parceiros diferentes.<br />

A mulher tem que ser maior <strong>de</strong> 18 anos.<br />

LEGISLAÇÃO: Art. 229 do Código Penal.<br />

1. Sujeito ativo: Qualquer mulher <strong>de</strong> maior ida<strong>de</strong>.<br />

2. Sujeito passivo: A coletivida<strong>de</strong>.<br />

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O que acontece com a prostituição?<br />

1. O bem – Instrui a mocida<strong>de</strong> masculina na prática sexual;<br />

2. O mal – Transmite doenças sexuais, arruína da socieda<strong>de</strong> e arrasa moralmente<br />

qualquer lar.<br />

Causas da prostituição:<br />

1. Predisposição: Já nasce com o estigma da prostituição,<br />

2. <strong>de</strong>ficiências mentais;<br />

3. Causas sociais principalmente a fome;<br />

4. Uso efetivo <strong>de</strong> tóxicos.<br />

Conduta que o Estado <strong>de</strong>ve seguir:<br />

1. Os governantes <strong>de</strong>verão permitir a existência <strong>de</strong> prostíbulos somente em<br />

lugares discretos e afastados do centro da cida<strong>de</strong>;<br />

2. Jamais <strong>de</strong>verão proibir, pois algumas prostitutas agem como verda<strong>de</strong>iras<br />

professoras na educação sexual dos jovens;<br />

3. Recordar que a existência da prostituição vem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo do mundo.<br />

• A Bíblia, (no Gênese e Josué), cita Tamar e Rahab como as mais antigas.<br />

• A literatura fala em Messalina, Salomé, Cleópatra, Madalena e Frinéia.<br />

• A Paraíba também já teve e ou tem suas prostitutas heróicas.<br />

4. É uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lazer e não <strong>de</strong> profissão. As autorida<strong>de</strong>s teimam em não<br />

regulamentar profissionalmente, inclusive com boa aposentadoria.<br />

5. A figura do prostituto, antes inexistente, está surgindo com todo gás e<br />

assumindo suas características próprias.<br />

COMO EVITAR A PROSTITUIÇÃO?<br />

• Orientações e educativas para as mulheres predispostas;<br />

• Trabalhos honestos para as mulheres pobres;<br />

• Amparo moral e social para as viúvas e divorcia<strong>das</strong>.<br />

Palavras <strong>de</strong> Santo Agostinho: “A prostituição é um mal necessário”.<br />

IX ASSÉDIO SEXUAL<br />

1. Conceito: É a coerção ou cantada sexual realizada por superiores<br />

hierárquicos contra seus subordinados no local <strong>de</strong> trabalho ou em ambientes<br />

acadêmicos.<br />

2. Sujeitos ativos: Superiores <strong>de</strong> ambos os sexos.<br />

3. Sujeitos passivos. Subordinados <strong>de</strong> ambos os sexos.<br />

4. Legislação: Art. 216-A do Código Penal e Lei <strong>de</strong> nº. 10.224 <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> maio<br />

<strong>de</strong> 2001. "Constranger alguém com intuito <strong>de</strong> obter vantagem ou<br />

favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente <strong>de</strong> sua condição <strong>de</strong> superior<br />

hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício <strong>de</strong> emprego, cargo ou<br />

função." Detenção: <strong>de</strong> um a dois anos.<br />

5. Exames periciais: Pesquisar resquícios <strong>de</strong> sêmen ou manchas <strong>de</strong> batom nas<br />

vestimentas <strong>das</strong> pessoas vítimas.<br />

OBSERVAÇÃO: Durante a aula haverá projeção <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s sobre crimes sexuais.<br />

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12ª CAPÍTULO:<br />

O Casamento.<br />

A Esterilização Humana.<br />

Medi<strong>das</strong> Anti Natalistas.<br />

I - O CASAMENTO<br />

CONCEITO<br />

CASAMENTO é a união solene religiosa ou contratual entre o Homem e a<br />

Mulher que se obrigam a viver juntos, satisfazer-se sexualmente e a constituir<br />

uma família.<br />

HIMENEOLOGIA: É o estudo do casamento. Não confundir com Hímen.<br />

IMPEDIMENTOS MATRIMUNIAIS:<br />

1- ABSOLUTOS: Parentescos consangüíneos que levam as incompatibilida<strong>de</strong>s<br />

genéticas. Deve-se evitar o casamento até o terceiro grau <strong>de</strong>vido o temor <strong>de</strong><br />

filhos <strong>de</strong>feituosos e também por causa do crime <strong>de</strong> Incesto. Aqui no Brasil o<br />

Decreto <strong>de</strong> n.º 3.200/41 permite o casamento entre o terceiro grau;<br />

2- RELATIVOS: Menorida<strong>de</strong>s: (Homem l8 anos – Mulher l6 anos), Loucuras<br />

<strong>de</strong> todos os gêneros, Surdimutismo, etc.<br />

3- PROIBITIVOS: Com a morte do esposo ou companheiro a mulher viúva só<br />

po<strong>de</strong>rá contrair novas núpcias se não estiver grávida.<br />

DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL<br />

1- Morte <strong>de</strong> um dos cônjuges: Quando acontecer morte violenta (Homicídio,<br />

suicídio e aci<strong>de</strong>nte), <strong>de</strong>verá haver a realização da necropsia. Nas mortes naturais<br />

exige-se o atestado <strong>de</strong> óbito.<br />

2- Anulação <strong>de</strong> Casamento: Acontece quando um dos cônjuges é portador <strong>de</strong><br />

doenças ou <strong>de</strong>feitos físicos irremediáveis.<br />

• Homem: Impotência coeundi, <strong>de</strong>feitos penianos (gigantismo e exiguida<strong>de</strong>),<br />

hérnias escrotais, etc.).<br />

• Mulher: Irregularida<strong>de</strong>s na vulva e vagina (atresia ou estreitamento,<br />

exiguida<strong>de</strong>, gigantismo, etc.).<br />

• Não são consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong>feitos físicos irremediáveis em ambos os sexos<br />

pernas tortas, nariz <strong>de</strong> papagaio, mamas pequenas ou gran<strong>de</strong>s, uso <strong>de</strong><br />

próteses, perucas ou outra qualquer assombração.<br />

• Exige-se também a anulação <strong>de</strong> casamento no <strong>de</strong>floramento anterior ao<br />

matrimônio (inconstitucional, Art. 5º Inciso I).<br />

• Existência <strong>de</strong> moléstia grave, contagiosas e loucuras <strong>de</strong> todos os gêneros.<br />

3- Separação Judicial e Divórcio: São observados nos casos <strong>de</strong> abuso <strong>de</strong><br />

tóxicos e <strong>de</strong>svios da sexualida<strong>de</strong> (homossexualismo, lesbianismo, sadismo,<br />

masoquismo...).<br />

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II - ESTERILIZAÇÃO HUMANA<br />

«Medi<strong>das</strong> anti natalistas»<br />

CONCEITO:<br />

É o conjunto <strong>de</strong> medi<strong>das</strong> ou meios empregados pela ciência com finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

impedir o nascimento <strong>de</strong> filhos.<br />

CLASSIFICAÇÃO DA ESTERILIZAÇÃO HUMANA.<br />

1- Eugênica: Tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impedir o nascimento <strong>de</strong> filhos geneticamente<br />

doentes <strong>de</strong>vido pais serem portadores <strong>de</strong> psicopatias, taras sexuais, etc. Este tipo<br />

<strong>de</strong> esterilização existe em muitos países.<br />

2- Forçada: Quando é exigida, para se exercer <strong>de</strong>termina<strong>das</strong> profissões, como:<br />

mo<strong>de</strong>los famosos, secretárias exóticas ou alguns trabalhos em que se <strong>de</strong>ve<br />

manter, na mulher, a permanência da silhueta física escultural.<br />

3- Coletiva: Quando se quer esterilizar em massa. Ao se procurar extinguir uma<br />

raça (índios, ciganos, etc), se comete o crime <strong>de</strong> genocídio.<br />

4- Espontânea: Cada qual planeja a família que achar conveniente.<br />

DURAÇÃO DA ESTERILIZAÇÃO<br />

1. Temporárias: Suspen<strong>de</strong>-se a esterilização quando se quiser;<br />

2. Definitivas: São as esterilizações masculinas e femininas duradouras.<br />

REQUISITOS PARA UMA ESTERILIZAÇÃO DEFINITIVA<br />

Legislação: Estes requisitos são exigidos pela Lei <strong>de</strong> N.º 9.263 <strong>de</strong> l2 <strong>de</strong> janeiro<br />

<strong>de</strong> 1996. Esta Lei recebeu apoio <strong>de</strong> D. Ruth Cardoso.<br />

1. Maiorida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> 25 anos;<br />

2. Ter no mínimo 2 filhos;<br />

3. Mútuo consentimento<br />

4. Abortos sucessivos.<br />

MEIOS DE ESTERILIZAÇÃO NA MULHER:<br />

1. Uso <strong>de</strong> duchas: Utiliza-se água fria ou associada a vinagre ou suco <strong>de</strong> limão<br />

no canal vaginal. É um método antigo, porém falho.<br />

2. Tabela: É o <strong>de</strong>cantado método <strong>de</strong> Ogino/Knaus. Consiste em evitar a<br />

gravi<strong>de</strong>z observando os dias ou período fértil da mulher. Este meio <strong>de</strong><br />

esterilização torna-se falho quando a ovulação é irregular;<br />

3. Anticoncepcionais É uma <strong>das</strong> maiores <strong>de</strong>scobertas do século 20. Existem<br />

como compridos, injeções e bastonetes intradérmicos;<br />

4. Espermatici<strong>das</strong> ou espermici<strong>das</strong>: Pomada ou Gel colocados no canal<br />

vaginal. São falhos, sebosos e encômodos;<br />

5. Dispositivos Intra Uterinos «DIU» É uma espiral <strong>de</strong> plástico, recoberta por<br />

cobre, colocada <strong>de</strong>ntro da cavida<strong>de</strong> uterina. A função do DIU na cavida<strong>de</strong><br />

uterina, através dos sais <strong>de</strong> cobre, é <strong>de</strong>struir ou matar os espermatozói<strong>de</strong>s,<br />

impedindo assim a fecundação do óvulo.<br />

6. Camisinhas femininas: Não prestam e incomodam. São saquinhos <strong>de</strong><br />

plástico coloca<strong>das</strong> no trajeto vaginal.<br />

7. Diafragmas: É um pequeno obturador <strong>de</strong> plástico para o orifício externo do<br />

colo uterino. É falho e incômodo.<br />

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8. Laqueaduras Bilaterais: É a ligadura <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong> ambas as trompas<br />

uterinas <strong>de</strong> Falopio. É um método irreversível e exigem-se os requisitos da Lei.<br />

MEIOS DE ESTERILIZAÇÃO PARA O HOMEM.<br />

1. Coito interrompido ou coitus interruptos: Consiste em ejacular fora do<br />

canal vaginal. É usado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo dos tempos.<br />

2. O Condon: É Também <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> camisinha masculina, conhecida há<br />

quase dois séculos. Assemelha-se a uma bainha que envolve a glan<strong>de</strong> impedindo<br />

assim que o sêmen ejaculado seja <strong>de</strong>positado no lago seminal da vagina<br />

3. Anticoncepcionais masculinos: São comprimidos que extinguem os<br />

espermatozói<strong>de</strong>s na fonte geradora. São rejeitados pelos machistas e são<br />

con<strong>de</strong>nados a mofar nas prateleiras porque os homens não compram.<br />

4. Vasectomias: Consistem em ligar cirurgicamente os canais <strong>de</strong>ferentes do<br />

homem. É uma operação simples com anestesia local. Por ser um método<br />

irreversível exigem-se os requisitos da Lei.<br />

CURIOSIDADES: A trajetória <strong>de</strong>senvolvida pelo espermatozói<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

origem: Testículo – epidídimo – canal <strong>de</strong>ferente – uretra – vagina – útero -<br />

trompas <strong>de</strong> falópio.<br />

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:<br />

Cada família ou cada casal <strong>de</strong>verá planejar espontaneamente como evitar ter<br />

filhos e escolher o método ou a maneira científica que melhor lhe convier.<br />

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13ª CAPÍTULO:<br />

Gravi<strong>de</strong>z – Parto – Puerpério:<br />

Simulação - Dissimulação - Metassimulação<br />

Gravi<strong>de</strong>z Assistida.<br />

PREÂMBULO:<br />

Os princípios gerais ou universais <strong>de</strong>claram: Existem mulheres que enganam,<br />

mulheres que se enganam e mulheres que são engana<strong>das</strong>.<br />

• As que enganam: tentam burlar a socieda<strong>de</strong>, dando trabalho à justiça e<br />

sendo objetos <strong>de</strong> exames periciais.<br />

• As que se enganam: pensam estar grávida e não estão. Estas não dão<br />

trabalho a ninguém, a não ser a si próprio, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>cepção<br />

(Pseudocieses).<br />

• As que são engana<strong>das</strong>: vão a um profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e este ao errar,<br />

diagnostica positivamente. Todavia é preferível dizer que uma mulher<br />

está grávida sem que esteja, do que negar ela estando. Na dúvida a<br />

mesma irá se precaver, e precaução e chá <strong>de</strong> laranja nunca fizeram mal a<br />

ninguém.<br />

I - A GRAVIDEZ<br />

CONCEITO: É o período em que a mãe mantém e alimenta em suas entranhas<br />

o produto da concepção. A sua duração média é <strong>de</strong> 280 dias.<br />

SINAIS DA GRAVIDEZ<br />

O Professor Fernando Magalhães já dizia: Não há gravi<strong>de</strong>z sem sinais, o que há<br />

são parteiros sem práticas e sem cuidados. Estes sintomas e sinais são chamados<br />

<strong>de</strong> Presunção, Probabilida<strong>de</strong>s, Certeza e <strong>de</strong> Laboratório.<br />

1. Presunção – (8 primeiras semanas) Pensa-se em gravi<strong>de</strong>z <strong>de</strong>vido a existência<br />

dos sintomas: Amenorréia, náuseas, tonturas, polaciúrias, sonolências,<br />

ingurgitamentos mamários, extremida<strong>de</strong>s frias, palpitações, sudorese, etc.<br />

2. Probabilida<strong>de</strong>s – (8ª a l6ª semanas) Os sinais são evi<strong>de</strong>ntes e já admitem a<br />

existência da gravi<strong>de</strong>z: Presenças dos tubérculos <strong>de</strong> Montgomery, Re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Haller, colostro, pigmentação da linha alba, estrias gravídicas, contrações e<br />

aumento do corpo uterino, amolecimento do colo, arrocheamento da vulva e<br />

vagina (Kluge-Jaquemier), pulsação da vagina (Ozean<strong>de</strong>r), cloasma gravídico,<br />

etc.<br />

3. Certeza – (da 16ª semana em diante) É aquilo que se vê, se palpa, se pega.<br />

Murmúrio cárdia fetal, movimentos ativos do feto, batimentos fetais, etc.<br />

4. Provas <strong>de</strong> laboratório: Ultra-sonografia, testes <strong>de</strong> urina e sangue, quando são<br />

positivos atestam a gravi<strong>de</strong>z.<br />

SIMULAÇÃO DA GRAVIDEZ:<br />

«A gravi<strong>de</strong>z inexiste, porque inventar?»<br />

1- Para antecipar-se (furar) à fila – Art. 307 CP<br />

2- Extorquir dinheiro do amante – Art. l58 CP<br />

3- Tentar indultos penais – Art. l07 CP<br />

4- Acusar alguém para se casar – Art. 217 CP (Revogado)<br />

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5- Insinuar violência carnal – Art. 213 CP<br />

6- Impedir anulação <strong>de</strong> casamento – Art. 1.551 CC<br />

7- Evitar ser <strong>de</strong>spedida sem justa causa – Art. l42 e 244 TST<br />

8- Evitar trabalhos insalubres – Art. 192 a 196 CLT<br />

9- Conseguir licença <strong>de</strong> gestação – Art. 7/XVIII CF e 392 CLT.<br />

10-Tentar fazer do filho her<strong>de</strong>iro – Art. 1.597-1.598 CC (Os nascidos 180 a 300<br />

dias, presumem-se gerados na constância do casamento ou concubinato).<br />

DISSIMULAÇÃO DA GRAVIDEZ<br />

«A gravi<strong>de</strong>z existe, porque negar?»<br />

1- Para provocar aborto Art. 124 a 127 CP<br />

2- Com vergonha da socieda<strong>de</strong> – Art. 307 CP<br />

3- Para adquirir um novo emprego – Art. 307 CP<br />

4- Quando provoca o Adultério (Revogado) – Art. 240 CP<br />

5- Submeter-se a exames médicos (Radiológicos, ginecológicos, etc).<br />

6- Contrair novas núpcias – Art. 1.523 CC (Só haverá um novo casamento se<br />

não estiver grávida ou parir antes)<br />

ANOMALIAS DA GRAVIDEZ<br />

1- Superfecundação - Quando dois óvulos são fecundados no mesmo coito ou<br />

em coitos diferentes. Há casos que os gêmeos bivitelinos são adulterinos, isto<br />

é <strong>de</strong> pais diferentes;<br />

2- Superfetação – Há fecundação <strong>de</strong> um óvulo no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> uma outra<br />

gravi<strong>de</strong>z. Casos raríssimos.<br />

3- Gravi<strong>de</strong>zes Extras Uterinas – São as ectópicas (tubárias e abdominais)<br />

4- Gravi<strong>de</strong>z molar – Mola Hidatiforme é a <strong>de</strong>generação hidrópica <strong>das</strong><br />

vilosida<strong>de</strong>s coriônicas. É um episódio sangrante da gravi<strong>de</strong>z.<br />

II - O PARTO<br />

CONCEITO: É a expulsão pelo útero do feto e seus anexos:<br />

Trabalho <strong>de</strong> Parto: Caracteriza-se por contrações uterinas ritma<strong>das</strong> e dolorosas,<br />

dilatação do colo e presença <strong>de</strong> tampão mucoso.<br />

III - O PUERPÉRIO<br />

CONCEITO: É o período em que os órgãos genitais externos e internos da<br />

mulher involuem para suas posições normais. Demora em torno <strong>de</strong> 45 dias.<br />

TIPOS DE PUERPÉRIO:<br />

1. Recente: (01 a 10 dias) Ver-se a presença <strong>de</strong> lóquios serosos e<br />

sanguinolentos, como também a existência <strong>de</strong> cicatrizes recentes no colo vagina<br />

e vulva;<br />

2. Tardio: (10 a 45 dias) O útero encontra-se aumentado <strong>de</strong> volume, presença <strong>de</strong><br />

estrias gravídicas e o colo uterino mostra-se entreaberto;<br />

3. Remoto: (Mais <strong>de</strong> 45 dias) É <strong>de</strong> difícil diagnóstico, salvo se a mãe continuar<br />

amamentando.<br />

51


SIMULAÇÃO DO PARTO E DO PUERPÉRIO<br />

«Por que afirmar o que não existe?»<br />

1. Subtração <strong>de</strong> recém nascidos – Art. 242 CP<br />

2. Registro <strong>de</strong> filhos inexistentes – Art. 241 CP<br />

• Para receber salário maternida<strong>de</strong> – Art. 71 da Lei 8.213/91<br />

• Para receber salário família – Art. 7/XII CF<br />

3. Reclamações <strong>de</strong> heranças – Art. 1.597 CC<br />

4. Para contrair novas núpcias – Art. 1.523 CC (Só po<strong>de</strong>rá se casar se<br />

parir antes do novo casamento)<br />

5. Registrar como legítimo um filho adotivo – Art. 1.618 a 1.629 CC.<br />

DISSIMULAÇÃO DO PARTO E DO PUERPÉRIO<br />

«Por que negar o que existe?»<br />

1- Quando pratica o infanticídio – At l23 CP<br />

2- Quando abandona o recém nascido – Art. 134 CP<br />

RESPONSABILIDADES MÉDICAS<br />

1- Pré-nupcial: O médico <strong>de</strong>verá orientar seus clientes em tudo que se fizer<br />

necessário durante a aproximação do casamento.<br />

2- Pré-natal: Combatendo todo uso <strong>de</strong> substâncias tóxicas durante a gravi<strong>de</strong>z.<br />

3- No parto: Orientando a paciente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras contrações uterinas ao<br />

período expulsivo e <strong>de</strong>quitação. Caso haja necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um parto cirúrgico<br />

(cesariana) indicar sem nenhum vacilo.<br />

4- Pós parto: Sabendo avisar a mãe nos casos <strong>de</strong> morte ou existências <strong>de</strong><br />

anomalias fetais congênitas.<br />

• Anomalias congênitas: Quando nascer um intersexual ou hermafrodita,<br />

improvisar um nome que pertença aos dois sexos, impedindo assim<br />

transtornos futuros quando o verda<strong>de</strong>iro sexo se estabilizar. Exemplos:<br />

Avani, Itamar, Juraci, Sacha, etc.<br />

• Impedir nomes ridículos <strong>de</strong> crianças que possam no futuro gerar apelidos.<br />

PERÍCIAS EXCEPCIONAIS<br />

1- Parto recente – Mulher viva;<br />

2- Parto antigo – Mulher morta;<br />

3- Parto recente – Mulher morta;<br />

4- Parto antigo – Mulher morta<br />

DIFERENÇAS DO ÚTERO VÍRGEM PARA O NÃO VÍRGEM<br />

1. Útero Virgem: Forma triangular, Peso entre 40 a 50 gramas,<br />

Comprimento entre 5.5 a 7 cm, Distâncias <strong>das</strong> trompas <strong>de</strong> 2.5 a 4 cm,<br />

Espessura <strong>de</strong> l cm e Colo <strong>de</strong> l cm. <strong>de</strong> formato arredondado.<br />

2. Útero não Virgem: Forma globosa, Peso entre 50 a 60 gramas,<br />

Comprimento <strong>de</strong> 8 a 9 cm, Distância <strong>das</strong> trompas <strong>de</strong> 4.5 a 6 cm, Espessura<br />

<strong>de</strong> 2 cm e Largura do colo <strong>de</strong> 2.5 em formato <strong>de</strong> fenda.<br />

• Parto Post Mortem Espontâneo: Devido a existência dos gases da<br />

putrefação o feto morto é expulso da cavida<strong>de</strong> uterina ficando entre as coxas<br />

maternas, gerando especulações <strong>de</strong> observadores ingênuos.<br />

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IV - GRAVIDEZ OU REPRODUÇÃO ASSISTIDA<br />

CONCEITO: É também chamada <strong>de</strong> Fertilização Artificial.<br />

1. IN VIVO – Faz-se a colheita do sêmen em seringas esteriliza<strong>das</strong> e habilmente<br />

injeta-se na cavida<strong>de</strong> uterina da mulher. Deve ser feita por médicos especialistas.<br />

1.1.Homóloga – O esposo é o doador e a esposa receptora. Não há problemas<br />

sociais, éticos ou jurídicos.<br />

1.2.Heteróloga – O doador do sêmen é um estranho. Este não <strong>de</strong>verá conhecer<br />

a receptora nem a receptora o conhecer. Para a sua realização exige-se o mútuo<br />

consentimento dos cônjuges.<br />

2. IN VITRO ou <strong>de</strong> Laboratório. (Gravi<strong>de</strong>z extra corpórea)<br />

2.1.Homóloga – O óvulo da esposa é fecundado fora do útero com o sêmen do<br />

esposo e implantado no endometrio uterino. Não há problemas ou pendências<br />

éticas ou judiciais.<br />

2.2.Heteróloga - Os óvulos são fecundados fora do útero por sêmen <strong>de</strong> doadores<br />

estranhos. Estes pré-embriões (no máximo quatro) crio preservados são<br />

implantados no endométrio uterino da receptora para ser nidado.<br />

• A polêmica, ética, social e jurídica sobre o assunto é gran<strong>de</strong>, com várias<br />

interpretações doutrinárias legais ou ilegais diferentes.<br />

INDAGAÇÕES AINDA SEM RESPOSTAS<br />

• A famosa barriga alheia ou hospe<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>ve existir?<br />

• Quem é a mãe verda<strong>de</strong>ira? A hospe<strong>de</strong>ira ou a que forneceu o óvulo?<br />

• O que fazer com o pré-embrião criopreservado? Conservá-lo ou <strong>de</strong>struí-lo?<br />

• A vida começa com a fecundação ou com a nidação?<br />

• Será que este pré-embrião tem direito à herança?<br />

• Caso tenha direito a herança, <strong>de</strong> quem herdar? Do médico?<br />

• Será que já tem alma?<br />

POST SCRIPTUM:<br />

Diante <strong>de</strong> tantas interrogações presentes e futuras, talvez fosse mais fácil<br />

recomendar uma ADOÇÃO.<br />

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14ª CAPÍTULO:<br />

O Crime <strong>de</strong> Aborto:<br />

Aborto Legal e Criminoso.<br />

Diário <strong>de</strong> um Feto.<br />

PREÂMBULO:<br />

Todos os seres vivos, existentes no mundo, gran<strong>de</strong>s ou pequenos, úteis ou<br />

insignificantes, nascem com o sublime direito dado pela natureza que é o direito<br />

<strong>de</strong> viver. Porque a vida é o maior bem que a natureza nos <strong>de</strong>u.<br />

Tomando como base que a vida é o maior bem que a natureza nos <strong>de</strong>u<br />

conversaremos um pouco sobre O ABORTO.<br />

DEFINIÇÃO:<br />

Aborto é a morte dolosa do ovo.<br />

Nota explicativa: Morte é a extinção da vida. Dolosa é a maneira criminosa <strong>de</strong><br />

ser praticado. Ovo é o produto da fecundação. Desta maneira: Aborto é a morte<br />

criminosa do produto da concepção, expulso ou não da cavida<strong>de</strong> uterina.<br />

TIPOS DE ABORTO SEGUNDO O CÓDIGO PENAL<br />

1-Aborto provocado pela própria gestante – Art. 124 do Código Penal;<br />

2-Aborto provocado sem o consentimento da gestante – Art.125 do C. Penal;<br />

3-Aborto provocado com o consentimento da gestante – Art. 126 do C. Penal;<br />

4-Aborto qualificado – Art. 127 do C. Penal;<br />

5-Aborto realizado pelo Médico – Art. 128 do código Penal.<br />

DIFERENÇA ENTRE ABORTO E ABORTAMENTO<br />

1. Abortamento é o meio ou técnica utilizada para que o aborto aconteça.<br />

2. Aborto é a morte do produto da fecundação eliminado ou não pelo útero.<br />

• O Código Penal em vigor só fala em ABORTO.<br />

PROIBIÇÕES<br />

Todos as legislações penais brasileiros são contrárias ao aborto.<br />

1-A legislação do império <strong>de</strong> 1830;<br />

2-A legislação republicana <strong>de</strong> 1890.<br />

3-O código Penal Vigente <strong>de</strong> 1940<br />

4-A legislação a viger (salvo se houver modificações no ante projeto).<br />

DIVISÃO DOUTRINÁRIA DO ABORTO:<br />

1 - CRIMINOSO:<br />

É aquele que é proibido por nossas leis, costumes, e religião. Ver Código Penal<br />

em seus artigos 124, 125, 126, 127.<br />

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1.1.Aborto SOCIAL – É aquele motivado por faltar recursos a mãe para ter,<br />

criar e educar o filho. É também usado para escon<strong>de</strong>r a honra pessoal. É<br />

muito <strong>de</strong>fendido pelos movimentos feministas.<br />

1.2.Aborto EUGÊNICO OU PIEDOSO – É aquele recomendado para<br />

evitar <strong>de</strong>feitos congênitos na espécie humana. Presume que o filho vai nascer<br />

<strong>de</strong>formado e procura abortar.<br />

• Se esta <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> estiver comprovada (anecéfalos, xifópagos, etc)<br />

através <strong>de</strong> diagnóstico médico, existem <strong>de</strong>cisões judiciais favoráveis a sua<br />

realização.<br />

• Todavia, abortar apenas com base na presunção <strong>de</strong> uma anomalia fetal, é<br />

crime.<br />

1.3.Aborto HONORIS CAUSA – É praticado com finalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocultar a<br />

<strong>de</strong>sonra da mulher gestante. Será uma inovação do Código Penal a viger.<br />

2 - LEGAL:<br />

É permitido por nossas leis, costumes e religião. Ver Código Penal, Artigo 128.<br />

2.1.Aborto TERAPÊUTICO OU NECESSÁRIO – Quando a futura mãe<br />

encontra-se em iminente perigo <strong>de</strong> vida motivado pela gestação. Caso a<br />

interrupção da gravi<strong>de</strong>z recupere a saú<strong>de</strong> da parturiente, o aborto está<br />

indicado. (cardiopatias graves, eclâmpsias, etc).<br />

Para sua realização está recomendada a formação <strong>de</strong> uma junta médica, e ao<br />

término da cirurgia, a transcrição <strong>de</strong>talhada e legível no prontuário hospitalar.<br />

2.2.Aborto SENTIMENTAL OU MORAL – É praticado nos casos <strong>de</strong><br />

Estupro. Alegam que um filho produto <strong>de</strong> violência sexual, em vez <strong>de</strong><br />

provocar felicida<strong>de</strong>s, trará contrarieda<strong>de</strong>s e tristezas à mãe. Justamente por<br />

estes hipotéticos motivos, foi <strong>legal</strong>izado.<br />

Nestes casos têm direito a <strong>de</strong>fesa o estuprador e a violentada. Somente o<br />

feto está con<strong>de</strong>nado a pena máxima <strong>de</strong> morte.<br />

Será que a Lei está certa? Exigem-se algumas reflexões!<br />

Para a realização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> aborto <strong>de</strong>verá haver uma perícia Médico<br />

Legal a fim <strong>de</strong> comprovar a existência <strong>de</strong> estupro.<br />

Quando possível esperar a <strong>de</strong>terminação da justiça para sua efetivação.<br />

MEIOS ABORTIVOS:<br />

1. Medicamentosos – Não existem medicamentos com estas finalida<strong>de</strong>s,<br />

todavia, se faz uso dos ocitócicos e da prostaglandine;<br />

2. Mecânicos. Através <strong>de</strong> son<strong>das</strong>, arames, estiletes aspas <strong>de</strong> sombrinhas ou<br />

objetos pontiagudos. Este método é muito usado nos dias atuais;<br />

3. Físicos – Tem mais um valor histórico. No passado provocavam-se contrações<br />

uterinas violentas aplicando choques elétricos no abdome <strong>de</strong> gestantes.<br />

4. Químicos – Tem também um valor histórico. Colocavam-se cáusticos ou<br />

venenos (o fósforo, o arsênico, o antimônio, os ácidos, etc), <strong>de</strong>ntro da cavida<strong>de</strong><br />

uterina. Ainda hoje se usa as famosas garrafa<strong>das</strong> <strong>de</strong> plantas tóxicas.<br />

5. Psíquicos – Sustos, emoções violentas, medo, etc.<br />

6. Cirúrgicos: Histerotomias ou micro cesarianas usa<strong>das</strong> nos meios médicos.<br />

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COMPLICAÇÕES:<br />

1. Medicamentosos – Além da morte fetal provocam hemorragias e aci<strong>de</strong>ntes<br />

vascular e cerebral nas gestantes;<br />

2. Mecânicos – Matam o feto e provocam infecções, perfurações uterinas com<br />

hemorragias e lesões <strong>de</strong> alças intestinais na mãe;<br />

3. Físicos – Existem casos <strong>de</strong> eletrocussão do feto, da parturiente e<br />

provavelmente do marido;<br />

4. Químicos – Destruem partes uterinas provocando a morte da gestante e do<br />

feto.<br />

5. Psíquicos – Infartes do miocárdio e aci<strong>de</strong>ntes vasculares cerebrais nas<br />

medrosas.<br />

6. Cirúrgicos: Morte durante a cirurgia.<br />

EXAMES PERICIAIS:<br />

1. Mulher viva: Examinar o útero, lacerações <strong>de</strong> colo e sinais <strong>de</strong> gestação.<br />

2. Mulher morta: Ver as lacerações <strong>de</strong> colo, útero e inserções placentárias.<br />

MORALIDADE<br />

Devemos combater todos os tipos <strong>de</strong> aborto e estimular as mães a ter filhos.<br />

Aquele filho in<strong>de</strong>sejado sempre será a felicida<strong>de</strong> da família e o futuro<br />

esperançoso <strong>de</strong> toda uma NAÇÃO.<br />

O ABORTO EM OBSTETRÍCIA<br />

É <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> natural ou espontâneo não tendo assim repercussão na<br />

Medicina Legal.<br />

DIÁRIO DE UM FETO<br />

«Inspirado no livro ABRINDO O JOGO SOBRE O ABORTO».<br />

Autor do livro: Caio Fábio D´Araújo Filho<br />

1º <strong>de</strong> maio:<br />

Dia do Trabalho. Mamãe e papai resolveram comemorar. Riram, cantaram,<br />

gritaram, gemeram...<br />

EU FUI GERADO.<br />

07 <strong>de</strong> maio:<br />

Fiz uma longa caminhada pelos corredores <strong>de</strong> minha nova casa e alojei-me<br />

em meus APOSENTOS.<br />

15 <strong>de</strong> maio:<br />

Recebo rica alimentação <strong>de</strong> mamãe.<br />

NÃO TENHO DE QUE RECLAMAR.<br />

21 <strong>de</strong> maio:<br />

Já cresci, tenho amor, alma e animação.<br />

ESTOU CONTENTE.<br />

01 <strong>de</strong> junho:<br />

Completei um mês <strong>de</strong> vida. Já vejo, respiro, movimento-me...<br />

SINTO-ME FELIZ.<br />

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07 <strong>de</strong> junho:<br />

Mamãe amanheceu preocupada e não se alimentou direito. Disse que ia ao<br />

médico para saber se estava doente.<br />

TOMARA QUE MAMÃE MELHORE LOGO.<br />

15 <strong>de</strong> junho:<br />

O médico pediu alguns exames, auscultou mamãe, me palpou e anunciou:<br />

VEM BEBÊ POR AÍ.<br />

22 <strong>de</strong> junho:<br />

Mamãe conversou com papai, ambos reclamaram muito. Não se alegraram<br />

com a minha chegada.<br />

Não <strong>de</strong>i bolas. ESTOU GOSTANDO MUITO É DE VIVER.<br />

01 <strong>de</strong> julho:<br />

Completei dois meses. Ando, vejo, sorrio, sinto os prazeres da vida... Mamãe<br />

resolveu voltar ao médico.<br />

ALGO DE NOVO ESTÁ PARA ACONTECER.<br />

15 <strong>de</strong> julho:<br />

Mamãe continua nervosa e irritada. Gritou em voz alta que estava<br />

INTRIGADA DE PAPAI.<br />

01 <strong>de</strong> agosto:<br />

Estou triste: HOJE MAMÃE RESOLVEU ME MATAR.<br />

OBSERVAÇÃO: Durante a aula haverá projeção <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s sobre aborto.<br />

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15ª CAPÍTULO:<br />

Infanticídio:<br />

Exames periciais e Docimasias principais.<br />

CONCEITO<br />

INFANTICÍDIO é o crime em que a mãe mata o próprio filho no parto ou logo<br />

após sob influência do Estado Puerperal.<br />

LEGISLAÇÃO: O Infanticídio está disciplinado no Código Penal, Artigo 123.<br />

CARACTERÍSTICAS DO DELITO:<br />

É um <strong>de</strong>lito chamado <strong>de</strong> excepcional ou fisio psicológico: Vejamos motivos:<br />

1- A ré é unicamente a mãe;<br />

2-A vítima é unicamente o filho;<br />

3- É praticado no parto ou logo após (02 a 03 horas);<br />

4- A mãe <strong>de</strong>ve estar sob influência do estado PUERPERAL;<br />

4.1 ESTADO PUERPERAL é um mal <strong>de</strong> evolução aguda, <strong>de</strong> causas<br />

<strong>de</strong>sconheci<strong>das</strong>, em que a parturiente inconsciente mata o próprio filho.<br />

• Po<strong>de</strong> ser uma psicose?<br />

• Uma neurose aguda?<br />

• Uma crise dolorosa aguda?<br />

5- Não há co-autoria. Alguns estudiosos acham que sim, todavia, caso exista<br />

passa a ser homicídio qualificado;<br />

6- A pena é relativamente pequena (<strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> 02 a 06 anos).<br />

ELEMENTOS DO CRIME:<br />

1. Feto nascente;<br />

2. Existência <strong>de</strong> vida extra uterina;<br />

3. A morte do feto executada pela própria mãe.<br />

FETO NASCENTE – INFANTE NASCIDO – RECÉM NASCIDO:<br />

• Feto nascente: É aquele que acabou <strong>de</strong> nascer, porém, não respirou.<br />

• Infante nascido: Acabou <strong>de</strong> nascer, respirou, porém não recebeu os primeiros<br />

cuidados maternos ou <strong>de</strong> auxiliares.<br />

• Recém nascido: Nasceu, respirou e recebeu os cuidados imediatos. Significa<br />

os 07 primeiros dias <strong>de</strong> nascido.<br />

EXISTÊNCIA DE VIDA EXTRA UTERINA:<br />

Atenção: Para que se caracterize o Infanticídio o feto <strong>de</strong>ve nascer com vida.<br />

• Esta vida significa respirar. A respiração é evi<strong>de</strong>nciada através do CHORO.<br />

• Há um significativo refrão popular que diz: “O chora é mais importante do<br />

que o riso, pois o choro nós já nascemos com ele e o riso apren<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>pois”.<br />

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CAUSAS DE MORTE FETAL PRATICADAS PELA MÃE:<br />

1. Esganadura: A mãe asfixia o filho com as mãos;<br />

2. Estrangulamento: Envolve o próprio cordão umbilical em torno do pescoço<br />

do feto e mata.<br />

3. Sufocação: A mãe obstrui os orifícios da respiração fetal com panos.<br />

4. Lesões corporais generaliza<strong>das</strong>: A mãe po<strong>de</strong>rá provocar várias lesões<br />

irreversíveis no feto.<br />

5. Omissão: A mãe <strong>de</strong>spreza o infante nascido até que o mesmo morra.<br />

Observação: O perito para chegar a qualquer uma <strong>de</strong>ssas conclusões<br />

<strong>de</strong>sempenha gran<strong>de</strong>s tarefas <strong>de</strong> trabalhos técnicos e científicos.<br />

PROVAS DE PUERPÉRIO RECENTE<br />

• Presença <strong>de</strong> lóquios sanguinolentos no colo, vagina e vulva;<br />

• Útero aumentado <strong>de</strong> volume;<br />

• Presença <strong>de</strong> cicatrizes e equimoses recentes no colo, vagina e fúrcula vulvar.<br />

PROVAS QUE O FETO É RECÉM NASCIDO<br />

• Presença no corpo <strong>de</strong> salpicos ou manchas sanguinolentas;<br />

• Existência <strong>de</strong> um verniz caseoso ou sebáceo distribuído na superfície<br />

corporal;<br />

• Tumor do parto ou bossa sero sangüínea na região frontal;<br />

• Cordão umbilical <strong>de</strong> coloração azulada e ainda preso à placenta;<br />

• Presença <strong>de</strong> mecônio (primeiras fezes do feto).<br />

EXAMES MÉDICOS LEGAIS:<br />

O feto ao dar entrada ao IML, será submetido a uma necropsia <strong>de</strong>talhada on<strong>de</strong> se<br />

fará realizar as DOCIMÁSIAS para se provar se o nascimento se <strong>de</strong>u com vida.<br />

TÉCNICAS DE NECROPSIA FETAL:<br />

1. Exame externo: Será feito com <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> toda estrutura da superfície<br />

corporal tanto em <strong>de</strong>cúbito ventral com em <strong>de</strong>cúbito dorsal;<br />

2. Exame da cavida<strong>de</strong> craniana: Incisão bi mastoi<strong>de</strong>, rebatimento do couro<br />

cabeludo, retirada da calvária e análise <strong>de</strong> toda massa encefálica;<br />

3. Exame <strong>das</strong> cavida<strong>de</strong>s torácica e abdominal: Incisão mento pubiana,<br />

remoção do plastrão condro esternal e análise <strong>de</strong> to<strong>das</strong> as vísceras;<br />

4. Retirada <strong>das</strong> vísceras para a realização <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> docimásia.<br />

CONCEITO DE DOCIMÁSIA<br />

É o conjunto <strong>de</strong> exames realizado nas vísceras fetais com finalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir se o mesmo nasceu com vida ou respirando.<br />

59


EXEMPLOS DE DOCIMÁSIA PULMONAR<br />

1. Docimásia hidrostática e pulmonar <strong>de</strong> Galeno: (Indicada até 24 horas da morte<br />

fetal) É a mais antiga e a mais utilizada. É composta <strong>de</strong> quatro fases.<br />

Primeira fase: Toma-se o bloco composto da língua, traquéia, coração, timo<br />

e pulmões e coloca-se em um bal<strong>de</strong> com água. Se este bloco emergir, a<br />

criança nasceu viva, se imergir, a criança nasceu morta;<br />

Segunda fase: Separa-se <strong>de</strong> todo o bloco os dois pulmões e coloca-se no<br />

bal<strong>de</strong> com água. Se os pulmões emergirem, a criança nasceu viva, se<br />

imergirem, a criança nasceu morta;<br />

Terceira fase: Cortam-se os pulmões em pedacinhos e coloca-se <strong>de</strong>ntro do<br />

bal<strong>de</strong> com água. Se alguns pedacinhos emergirem, a criança nasceu vivia. Se<br />

todos os pedacinhos imergirem, a criança nasceu morta;<br />

Quarta fase: Comprime-se cada pedacinho do pulmão <strong>de</strong> encontro à pare<strong>de</strong><br />

interna do bal<strong>de</strong> com água. Se surgirem pequenas bolhas <strong>de</strong> ar <strong>de</strong>ntro da<br />

água, a criança nasceu viva, caso contrário nasceu morta.<br />

Erros comuns: Esta docimásia está indicada até 24 horas da morte fetal.<br />

Depois <strong>de</strong>ste prazo, <strong>de</strong>vido à putrefação, o resultado será falso.<br />

2. Outras docimásias com o pulmão do feto:<br />

(Somente os nomes <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>scobridores):<br />

* Da água <strong>de</strong>slocada <strong>de</strong> Bernt * Pleurica <strong>de</strong> Placzec;<br />

* Tátil <strong>de</strong> Nerio Rojas * Pneuma hepática <strong>de</strong> Puccinoti;<br />

* Hemato pulmonar <strong>de</strong> Zalesk * Pon<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pulcquet.<br />

EXEMPLOS DE DOCIMÁSIA HISTOLÓGICA:<br />

1- BALTHAZARD – BOUCHUT – TAMASSIA - ICARD:<br />

Tomam-se fragmentos do pulmão, cora-se e olha-se ao microscópio. Se houver<br />

respiração observa-se a presença dos alvéolos pulmonares dilatados. Caso não<br />

tenha havido respiração estes alvéolos estão colabados. Esta docimásia é <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> valor, principalmente quando a putrefação fetal já estiver iniciada e a <strong>de</strong><br />

Galeno inviabilizada.<br />

2- Outras docimásias histológicas:<br />

«Apenas os nomes <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>scobridores».<br />

• Alimentar <strong>de</strong> Brothy * Bacteriana <strong>de</strong> Malvoz * Siálica <strong>de</strong> Souza Diniz;<br />

• Hidrostática Estomacal <strong>de</strong> Breslau * Hemato pneuma hepática <strong>de</strong> Severi;<br />

• Pneumo arquitetônica <strong>de</strong> Hilário Veiga <strong>de</strong> Carvalho.<br />

DOCIMÁSIAS COM OUTRAS VÍSCERAS FETAIS:<br />

«Citando somente os nomes <strong>de</strong> seus estudiosos»<br />

* Gastrintestinal <strong>de</strong> Breslau * Auricular <strong>de</strong> Vre<strong>de</strong>n-Wendt;<br />

* Úrica <strong>de</strong> Budin-Ziegler * Do nervo óptico <strong>de</strong> Mirto.<br />

ERROS MAIS COMUNS NAS DOCIMÁSIAS:<br />

• Carências <strong>de</strong> aprendizado e <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s técnicas profissionais;<br />

• Impaciência e ou preguiça do perito;<br />

• Falta <strong>de</strong> condições e ou <strong>de</strong> materiais necessários para a execução.<br />

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PROVAS OCASIONAIS DE VIDA ENCONTRADAS NO FETO:<br />

• Corpos estranhos no trajeto respiratório (pano, papel, algodão, etc);<br />

• Presença <strong>de</strong> alimentos no estômago (leite, mingau, pão, etc.);<br />

• Existência <strong>de</strong> lesões vitais no pescoço, crânio, face, etc.<br />

MORTES ACIDENTAIS DO FETO:<br />

• Nó real do cordão umbilical;<br />

• Parida<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong>ntro da bacia sanitária;<br />

• Doenças congênitas irremediáveis.<br />

FETOS CARBONIZADOS OU INCINERADOS<br />

1. Pesquisar sexo, raça, ida<strong>de</strong>, etc;<br />

2. Quando só existir cinzas fazer a diferença entre cinzas humanas e <strong>de</strong> vegetais<br />

encontra<strong>das</strong> no local.<br />

ESTUDO MENTAL DA PARTURIENTE<br />

1. Dificulda<strong>de</strong>s: E muito difícil uma vez que o Perito (Legista, Psicólogo ou<br />

Psiquiatra) só fará realizar este exame dias <strong>de</strong>pois do parto.<br />

2. O diagnóstico: O do Estado Puerperal é quase sempre presuntivo.<br />

3. Crucis Peritorum: Este estudo é chamado a cruz dos peritos, pois não se<br />

sabe realmente se a parturiente acusada estava ou não, sob efeito realmente do<br />

estado puerperal, quando matou o seu próprio filho.<br />

4. Jurisprudências: Já existem <strong>de</strong>cisões dispensando este tipo <strong>de</strong> exame.<br />

OBSERVAÇÃO: Aula com projeção <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s sobre infanticídio.<br />

61


16ª CAPÍTULO:<br />

Investigação do vínculo genético.<br />

Provas Sangüíneas e não Sangüíneas.<br />

Noções <strong>de</strong> DNA (Acido <strong>de</strong>soxirribonucléico).<br />

CONCEITO<br />

É investigar cientificamente o pai, a mãe e até os parentes próximos. É um<br />

sistema complexo, difícil e algumas vezes falho.<br />

IMPORTÂNCIA: Saber se aquele FILHO pertence àquele PAI ou àquela<br />

MÃE para fazer jus à herança, registro civil, apoio moral, etc.<br />

TIPOS DE INVESTIGAÇÃO: Paternas ou Maternas<br />

1- Judiciária: O juiz <strong>de</strong>termina a paternida<strong>de</strong> ou maternida<strong>de</strong> após ouvir<br />

testemunhas idôneas sobre o relacionamento sexual do casal investigado;<br />

2- Empírica: É <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong> acordo com as aparências físicas e<br />

fisionômicas. É bastante falha uma vez que existem os sósias que não têm<br />

nenhum vinculo <strong>de</strong> parentesco e se assemelham;<br />

3- Genética não sangüínea: Semelhança gera semelhança. É feita através<br />

<strong>das</strong> leis <strong>de</strong> Men<strong>de</strong>l com base nos caracteres dominantes e recessivos.<br />

Vejamos algumas:<br />

3.1-Pavilhão Auricular: O exame do lóbulo da Orelha.<br />

• Lóbulo livre é dominante, po<strong>de</strong>ndo aparecer filhos com Lóbulos<br />

Livres e Presos.<br />

• Lóbulos presos são Recessivos. O casal só po<strong>de</strong>rá ter filhos <strong>de</strong><br />

LÓBULOS PRESOS.<br />

3.2-Cor dos olhos: É o exame da cor da Íris<br />

• Olhos Castanhos são dominantes po<strong>de</strong>ndo aparecer filhos <strong>de</strong> olhos<br />

Castanhos e Azuis<br />

• Os olhos AZUIS são recessivos. O casal só po<strong>de</strong>rá ter filhos <strong>de</strong><br />

OLHOS AZUIS.<br />

3.3-Re<strong>de</strong>moinhos <strong>de</strong> Cabelo: É encontrado na região occipital<br />

• Re<strong>de</strong>moinho da esquerda para a direita (Direção dos ponteiros do<br />

relógio) é Dominante – po<strong>de</strong>ndo aparecer filhos Dextrógiros ou<br />

Levógiros<br />

• Re<strong>de</strong>moinho da direita para a esquerda é RECESSIVO. Os filhos<br />

terão <strong>de</strong> ser todos LEVÓGIROS.<br />

3.4-Cor da Pele: É baseada na pigmentação da pele.<br />

• Preto que cruza com branco – Terá filhos mulatos. Todavia po<strong>de</strong>rão<br />

nascer Preto Puro ou Branco Puro;<br />

• Mulato que cruza com Preto – Não po<strong>de</strong>rá ter filhos brancos<br />

• Mulato que cruza com Branco – Não po<strong>de</strong>rá ter filhos pretos.<br />

3.5-Doenças Congênitas dos <strong>de</strong>dos: São as anomalias DIGITAIS<br />

• Braquidactilias (<strong>de</strong>dos curtos), Sindactilias (<strong>de</strong>dos pegados),<br />

Polidactilias (<strong>de</strong>dos múltiplos).<br />

• Os filhos só po<strong>de</strong>rão nascer com estes <strong>de</strong>feitos se herdarem dos pais.<br />

62


4. PROVAS GENÉTICAS SANGUINEAS:<br />

Grupos Sangüíneos 0 – A – B – AB<br />

Pais Filhos Não filhos<br />

O + 0 0 A.B.AB<br />

O + A 0.A B.AB<br />

O + B 0.B A.AB<br />

A + A 0.A A.AB<br />

A + B 0.A.B.AB Nenhum<br />

B + B 0.B B..AB<br />

O + AB A.B 0.AB<br />

A + AB A.B.AB 0<br />

B + AB A.B.AB 0<br />

AB + AB A.B.AB 0<br />

5- OUTROS FATORES SANGÜÍNEOS:<br />

5.1.Fatores M e N. São falhos e complicados;<br />

5.2.Fatores Rh positivos e negativos – Os pais Rh negativos só terão filhos Rh<br />

negativos;<br />

5.3.Fatores Hr – surgiram após o <strong>de</strong>scobrimento do Rh. São falhos e<br />

complicados;<br />

5.4.Fatores <strong>das</strong> Haptoglobinas – São falhos e complicados;<br />

5.5.Fatores HLA – São falhos e complicados;<br />

6. PESQUISA DO DNA (Acido Desoxirribonucleico). É pesquisado no<br />

sangue, cabelos, sêmen, ossos, <strong>de</strong>ntes, pele, cinzas, etc.<br />

6.1.O código genético é responsável pelos caracteres <strong>de</strong> cada indivíduo. Está<br />

representado por 4 (quatro) blocos existentes nos cromossomas que são:<br />

A-A<strong>de</strong>nina, G-Guanidina, C-Citosina e T-Timina.<br />

6.2.A A<strong>de</strong>nina sempre se junta a Timina e a Citosina a Guanidina. Esta<br />

seqüência individual é <strong>de</strong>tectada com auxílio <strong>de</strong> Enzimas <strong>de</strong> restrição ou son<strong>das</strong><br />

do DNA.<br />

6.3.É um sistema tão perfeito que as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se encontrar dois<br />

indivíduos iguais são <strong>de</strong> um em 10 trilhões. Convencionou-se chamar <strong>de</strong><br />

Impressão Digital Genética.<br />

Tratando-se <strong>de</strong> ciência médica especializada, se existir da parte do leitor maiores<br />

interesses, consultar uma literatura própria.<br />

VALORIZAÇÃO<br />

• Este sistema DNA serve também para o rastreamento <strong>de</strong> to<strong>das</strong> as Perícias<br />

Criminais, quando há condições <strong>de</strong> se comparar sangue, liquido seminal,<br />

ossos, <strong>de</strong>ntes, cabelos, etc, com os da pessoa investigada.<br />

• Nas gran<strong>de</strong>s tragédias (carbonizações, mortes coletivas, etc.) po<strong>de</strong>mos<br />

também i<strong>de</strong>ntificar os cadáveres através dos parentes próximos (pais, filhos,<br />

sobrinhos, irmãos, etc.).<br />

• Com o surgimento do DNA, os outros métodos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e exclusão<br />

da paternida<strong>de</strong> anteriormente citados, tornaram-se obsoletas e quase sem<br />

valor.<br />

63


17ª CAPÍTULO:<br />

As Anomalias Sexuais:<br />

Desvios - Aberrações – Alterações Congênitas.<br />

Causas e Índices <strong>de</strong> Criminalida<strong>de</strong><br />

Diagnóstico e Prognóstico.<br />

PREÂMBULO:<br />

1. Sexualida<strong>de</strong> Normal – É aquela em que o Homem, com o pênis em ereção,<br />

copula na vulva e vagina da Mulher. É o Intromissio Pênis in vaginam. Esta<br />

cópula <strong>de</strong>verá ser espontânea e com mútuo consentimento.<br />

2. Sexualida<strong>de</strong> Anormal – É toda aquela que é exagerada, doentia e contrária<br />

aos padrões da normalida<strong>de</strong>. Assim sendo passa a ser criminosa.<br />

Quase todos os dias surgem fantasias sexuais diferentes, ora irrelevantes ora<br />

pecaminosas.<br />

VARIAÇÕES DE SEXO:<br />

Há quem afirme, <strong>de</strong> modo exagerado, existir 08 (oito) tipos <strong>de</strong> sexo:<br />

Somático * Cromossômico * Cromatínico * da genitália externa * da genitália<br />

interna * <strong>de</strong> comportamento ou moral * Jurídico * Médico Legal.<br />

«Os conceitos ou <strong>de</strong>finições <strong>de</strong>stes tipos <strong>de</strong> sexo encontram-se no Capítulo três<br />

que trata da I<strong>de</strong>ntificação».<br />

TIPOS TRADICIONAIS DE SEXO: MASCULINO e FEMININO.<br />

«Para o assunto em pauta abordaremos simplesmente estes dois sexos».<br />

CLASSIFICAÇÃO DAS ANOMALIAS SEXUAIS:<br />

A – Desvios, B – Perversões, C - Congênitas.<br />

A - DESVIOS DAS ANOMALIAS SEXUAIS<br />

«Apesar <strong>de</strong> absur<strong>das</strong> dificilmente levam a morte por Homicídio»<br />

1-Anafrodizia - É a diminuição do apetite sexual no homem;<br />

2-Frigi<strong>de</strong>z – É a diminuição do apetite sexual na mulher:<br />

3-Donjoanismo – É a mania do homem em comentar conquistas amorosas;<br />

4-Erotismo – É o aumento do apetite sexual no homem e na mulher;<br />

4.1.No homem é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> Satiríase que é a ereção quase contínua e<br />

dolorosa. Não confundir com priaprismo.<br />

4.2.Na mulher é chamada <strong>de</strong> Ninfomania ou uteromania que as torna<br />

insaciáveis pelo sexo. É o chamado furor uterino.<br />

5-Auto Erotismo – É a excitação sexual contemplativa do homem ou da mulher<br />

(retratos, esculturas, etc.);<br />

6-Erotomania – É a excitação sexual criativa ou imaginativa tanto do homem<br />

como da mulher (Criam personagens como sereias, índias, princesas etc.);<br />

7-Exibicionismo – É a excitação sexual do homem e da mulher em expor suas<br />

genitálias externas;<br />

64


8-Narcisismo – É a admiração pelo próprio corpo. Tem origem com o fidalgo<br />

Narcisus que um dia viu sua imagem refletida na água <strong>de</strong> um lago e logo se<br />

apaixonou. É mais comum nas mulheres.<br />

9-Mixoscopia ou voyeurismo – É a excitação em ambos os sexos <strong>de</strong> espreitar as<br />

relações sexuais <strong>de</strong> outras pessoas (são famosos brecheiros);<br />

10-Fetichismo – É a excitação sexual do homem e da mulher por objetos<br />

preferenciais ou partes físicas do corpo.<br />

10.1.Objetos: Calcinhas, cuecas, lenços, pentes, blusas, camisas, etc.<br />

10.2.Partes do corpo: Olhos, mãos, pés, cabelos e até os <strong>de</strong>feitos físicos.<br />

11-Lubricida<strong>de</strong> Senil – É a excitação sexual dos velhos (as) pelos jovens;<br />

12-Gerontofilia – É a paixão dos jovens, através <strong>de</strong> excitações sexuais, pelos<br />

velhos (as). Jovem rico (a) apaixonado (a) por velha (o) pobre só po<strong>de</strong> ser<br />

loucura;<br />

13-Cromo inversão – É a excitação sexual pela cor diferente da pele;<br />

14-Etno Inversão – É a excitação sexual por raças diferentes;<br />

15-Topo Inversão ou cópula ectópica – É o prazer sexual em região do corpo,<br />

diferente da região normal. Na boca (felação ou cunilingua), no anus (sodomia),<br />

nas axilas, nos seios, entre os <strong>de</strong>dos dos pés e em muitas outras regiões<br />

anatômicas.<br />

16-Urolagnia – É a excitação sexual do homem e da mulher vendo ou cheirando<br />

a urina do parceiro(a);<br />

17-Coprolalia – é a excitação sexual ouvindo ou pronunciando em voz alta<br />

nomes obscenos;<br />

18-Coprofilia – É a excitação sexual vendo ou machucando com o corpo as<br />

fezes do parceiro(a). Manda inclusive tomar <strong>de</strong> véspera um laxante, pois quanto<br />

mais diluída as fezes, melhor;<br />

19-Pigmalionismo – É a excitação sexual agarrado nas estátuas. Começou com<br />

o nobre Pigmaleão que se apaixonou por uma estátua (Galatéia) que mandou<br />

esculpir;<br />

20-Edipismo – é a excitação sexual do homem por sua própria mãe;<br />

21-Dolismo – É a excitação sexual por bonecas comuns e manequins;<br />

22-Pluralismo ou troca interconjugal – É o prazer sexual entre dois ou mais<br />

casais em forma <strong>de</strong> orgia ou sexo coletivo;<br />

23-Frotteurismo – É o prazer em roçar a genitália externa nas partes<br />

exuberantes dos outros (mais comum nos homens);<br />

24-Clismafilia – É o <strong>de</strong>sejo sexual <strong>de</strong> tomar clister (Água no anus);<br />

25-Onanismo ou coito interruptus – É a ejaculação fora da cavida<strong>de</strong> vaginal;<br />

26-Masturbação – É o prazer sexual do homem (pênis) e da mulher (clitóris)<br />

em friccionar estas genitálias externas.<br />

26.1.Auto masturbação: Usando as próprias mãos ou instrumentos mecânicos<br />

26.2.Hetero masturbação: Quando é executada por outra pessoa.<br />

27-Erotografia – É a excitação sexual em ler ou escrever trechos obscenos<br />

B - ABERRAÇÕES ou PERVERSÕES SEXUAIS<br />

«Facilmente levam a morte por homicídio»<br />

1-Pedofilia – É a excitação sexual por crianças masculinas ou femininas.<br />

Transforma-se sempre em violência;<br />

65


2-Riparofilia – É a excitação sexual do homem ou mulher pela falta <strong>de</strong> asseio,<br />

sujeiras, imundices, etc. Há homem que só procura a mulher quando esta está<br />

menstruada;<br />

3-Triolismo ou troilismo – É a relação sexual entre três pessoas, dois homens e<br />

uma mulher ou em sentido contrário. O francês prefere chamar <strong>de</strong> ménage à trois<br />

e o brasileiro <strong>de</strong> suruba;<br />

4-Vampirismo – É a excitação sexual masculina e feminina em ao ver sangue. È<br />

mais comum nos homens que se excitam por mulheres menstrua<strong>das</strong>. Po<strong>de</strong>m<br />

provocar <strong>de</strong>rrames sangüíneos;<br />

5-Bestialismo ou Zoofilia – É o prazer sexual do homem e da mulher com os<br />

animais (jumentas, cabras, cães treinados e outras bichara<strong>das</strong>);<br />

6-Necrofilia – É a excitação sexual <strong>de</strong> ambos os sexos por cadáveres. De início<br />

não per<strong>de</strong>m um velório e quando sozinhos se aproveitam do cadáver;<br />

7-Homossexualismo – É o prazer sexual com pessoas do mesmo sexo:<br />

7.1.Pe<strong>de</strong>rastia ou Uranismo - Relação sexual do homem com outro homem;<br />

7.2.Lesbianismo ou Safismo – Excitação sexual <strong>de</strong> uma mulher solteira ou<br />

casada com outra mulher;<br />

7.3.Travestismo – É o prazer em vestir roupas aconselha<strong>das</strong> ao sexo oposto;<br />

7.4.Transexualismo – São os revoltados com o próprio sexo.<br />

8-Sadismo – É prazer sexual vendo o sofrimento do parceiro(a);<br />

8.1.Pequeno sadismo: Beliscões, criticas, palavrões e unha<strong>das</strong>;<br />

8.2.Médio sadismo: Tapas, bufetes, mordi<strong>das</strong> e coices;<br />

8.3.Gran<strong>de</strong> sadismo: Homicídios ou até a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> animais domésticos.<br />

9-Masoquismo – É o prazer sexual sofrendo diante do parceiro(a).<br />

Não é tão raro. Os motéis famosos mantêm nos armários apetrechos como<br />

chibatas, palmatórias, chicotes ou outros excitadores preferenciais dos hóspe<strong>de</strong>s.<br />

C- ANOMALIAS CONGÊNITAS<br />

«Inviabilizam a relação sexual normal»<br />

1-Intersexualismo: São os portadores ao nascer, <strong>de</strong> sexo dúbio. Como exemplo,<br />

temos o pseudo-hermafroditismo;<br />

2-Impotência sexual masculina: 1-Coeundi ou instrumental, 2-Hipertrofia <strong>de</strong><br />

pênis, 3-Exiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pênis, 4-Ausência <strong>de</strong> pênis, 5-Hérnias gigantes escrotais;<br />

3-Acopulia Feminina: 1-Ausência congênita <strong>de</strong> vagina, 2-Atresias ou<br />

estreitamentos vulvo vaginais, 3-Gigantismo vaginal.<br />

CAUSAS DAS ANOMALIAS SEXUAIS<br />

Existem vários estudos <strong>de</strong>terminando suas causas. Por enquanto preferimos<br />

<strong>de</strong>ixar uma interrogação em cada item citado.<br />

1. Genéticas – Há um gene responsável por estas anomalias?<br />

2. Mentais – São os loucos <strong>de</strong> todos os gêneros?<br />

3. Endócrinas – O sistema grandular po<strong>de</strong>rá ser responsabilizado?<br />

4. Sociais – Os internatos, as promiscuida<strong>de</strong>s, a falta <strong>de</strong> educação sexual e a.<br />

marginalização po<strong>de</strong>rá provocá-las?<br />

66


TIPOS DE CRIMINALIDADE<br />

Os portadores <strong>de</strong>stas anomalias po<strong>de</strong>rão praticar qualquer crime:<br />

Homicídios e Suicídios;<br />

Anulação <strong>de</strong> casamento, separação judicial ou divórcio;<br />

Estupros, taras sexuais, vagabundagens, etc.<br />

DIAGNÓSTICO<br />

Não é preciso ser médico para diagnosticar estas anomalias. A socieda<strong>de</strong> como<br />

um todo, <strong>de</strong>verá observar as pessoas portadoras <strong>de</strong> alguns dos principais<br />

problemas abaixo relacionados:<br />

Pessoas complexados ou revolta<strong>das</strong> sociais;<br />

Vestimentas ou a<strong>de</strong>reços, tatuagens e pinturas exóticas;<br />

Hábitos, vícios ou toxicomanias;<br />

Vadiagens, vagabundagens, loucuras <strong>de</strong> todos os gêneros e o diabo a sete.<br />

COMO REDUZIR AS ANOMALIAS SEXUAIS<br />

É difícil, porém, <strong>de</strong>vemos tentar. Ainda não existem vacinas.<br />

• Orientar com uma boa educação na infância, juventu<strong>de</strong> e até na velhice;<br />

• Dar assistência social indistintamente e constante a todos;<br />

• Combater todo tipo <strong>de</strong> promiscuida<strong>de</strong>;<br />

• Esclarecer e orientar os tratamentos especializados existentes nas clinicas<br />

psicológicas e psiquiátricas.<br />

• Nas anomalias sexuais congênitas encaminhar a um médico especialista.<br />

67


18ª CAPÍTULO:<br />

Psiquiatria Forense:<br />

Relacionamento com a Socieda<strong>de</strong> e a Justiça.<br />

CONCEITO:<br />

PSIQUIATRIA FORENSE é a parte da Medicina Legal que trata <strong>das</strong><br />

perturbações do comportamento psíquico humano e suas relações com a<br />

socieda<strong>de</strong>.<br />

FINALIDADES<br />

Observar o relacionamento do enfermo mental com a Lei. É necessário um<br />

diagnóstico e prognóstico.<br />

RELACIONAMENTO<br />

A Psiquiatria está relacionada com todos os ramos do Direito. Vejamos alguns<br />

exemplos ilustrativos:<br />

• Direito Penal – Periculosida<strong>de</strong>s, embriaguês, simulações <strong>de</strong> doenças;<br />

• Direito Covil – Interdição, Pródigos, Toxicômanos, Anulação <strong>de</strong><br />

casamentos, etc;<br />

• Direito Administrativo – Aposentadorias por doenças mentais,<br />

simulações, etc;<br />

• Direito Trabalhista – Nas simulações, metassimulações e dissimulações<br />

<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e doenças do trabalho;<br />

• Direitos Processual Civil e Penal – Análises dos <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong><br />

psicopatas, dos senis, <strong>de</strong> testemunhas, <strong>de</strong> simuladores, etc.<br />

DADOS HISTÓRICOS<br />

Antigamente pensava-se que os doentes mentais eram pessoas <strong>de</strong>moníacas.<br />

Estes doentes eram torturados, algemados e colocados em camisas <strong>de</strong> força. Às<br />

vezes eram enjaulados e colocados nas praças públicas para distrair o povo.<br />

Com o passar dos tempos as coisas mudaram e estes doentes passaram a ter<br />

tratamentos humanizados e especializados.<br />

CAUSAS QUE DESENCADEIAM AS DOENÇAS MENTAIS<br />

01-Infecções: Sífilis, lepra, AIDS, tifo, tuberculoses, etc.;<br />

02-Intoxicações: Exógenas e endógenas, tireotóxicas (Cretinismo).<br />

03-Hetero Intoxicações: Alcoolismo, morfina, cocaína, etc.<br />

04-Psíquicas: Sustos, <strong>de</strong>cepções, terrorismos etc.<br />

05-Emotivas: Desgostos, contrarieda<strong>de</strong>s, etc.<br />

06-Sociais: Excessos <strong>de</strong> trabalho, estafas, <strong>de</strong>sempregos, barulhos, guerras, etc.<br />

07-Hereditárias: É transmitida <strong>de</strong> pais para filhos – Filho <strong>de</strong> neurótico sempre<br />

será um neurótico.<br />

08-Predisposição: Já nascem com todos os tipos <strong>de</strong> neuroses.<br />

09-Traumatizados: São apavorados por ter sido vítima <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />

rodoviários, ferroviários, aéreos, incendiários, etc.).<br />

68


10-Educação: Existem <strong>de</strong>feitos na educação, como excessos <strong>de</strong> castigo ou<br />

mimos.<br />

11-Doenças <strong>das</strong> raças: Há algumas raças com <strong>de</strong>termina<strong>das</strong> predisposições a<br />

doenças. Negra: Alcoolismo. Amarela: Paralisias gerais. Branca: Esquizofrenias.<br />

12-Ida<strong>de</strong>: Existem doenças <strong>de</strong> acordo com a faixa etária. Infância: Oligofrenias,<br />

Adolescência: Esquizofrenias – Velhice: Senilida<strong>de</strong>s.<br />

13-Profissão: Os trabalhadores <strong>das</strong> cida<strong>de</strong>s são diferentes dos <strong>das</strong> zonas rurais.<br />

Os militares são nervosos e os taberneiros têm predisposição para o alcoolismo.<br />

14-Estado Civil: Os solteiros temem doenças sexualmente transmissíveis. Os<br />

casados têm medo do adultério. Os viúvos têm medo <strong>de</strong> um novo casamento.<br />

15-Crenças: Levam a um verda<strong>de</strong>iro fanatismo religioso. Espiritismo, vi<strong>de</strong>ntes,<br />

feitiçarias, etc.<br />

16-Superstições: Não passar por baixo <strong>de</strong> escada, ter sempre o pé direito à<br />

frente.<br />

17-Doenças em Geral: To<strong>das</strong> as doenças perturbam o funcionamento físico e<br />

mental <strong>de</strong> qualquer pessoa principalmente dos hipocondríacos.<br />

A LINGUAGEM DOS CÓDIGOS<br />

01-Loucos <strong>de</strong> todos os gêneros: É um nome impróprio. Artigo cinco (5) do<br />

Código Civil<br />

02-Imbecilida<strong>de</strong> Nativa: Foi retirada <strong>de</strong> nossa legislação;<br />

03-Enfraquecimento senil: É uma expressão incorreta, se refere á senilida<strong>de</strong><br />

fisiológica;<br />

04-Perturbação completa dos sentidos e da inteligência: Só é possível nos<br />

cadáveres<br />

05-Doença mental: Artigo 26 do código Penal.<br />

06-Desenvolvimento mental incompleto ou retardado: Artigo 26 do Código<br />

Penal.<br />

07-Perturbação da saú<strong>de</strong> mental: Artigo 26 do Código Penal.<br />

08-Embriaguez Completa: Art. 28 do código Penal.<br />

09-Dependência tóxica: Artigo 19 da Lei 6.368<br />

10-Alienado: Artigo 224 do código Penal.<br />

11-Débil Mental: Artigo 224 do código Penal.<br />

12-Cessação da periculosida<strong>de</strong>: Artigo 97 do código Penal.<br />

13-Enfermida<strong>de</strong> incurável (Psíquica): Artigo 129 do código Penal.<br />

14-Perda ou inutilização <strong>de</strong> função (Psíquica): Art. 129 do código Penal.<br />

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19ª CAPÍTULO:<br />

Psicopatologia Forense:<br />

Fatores: Biológicos – Mesológicos - Patológicos,<br />

Psiquiátricos - Legais.<br />

CONCEITO<br />

PSICOPATOLOGIA FORENSE é a parte da Medicina Legal que trata do<br />

estudo <strong>das</strong> doenças Físicas e Mentais e seus relacionamentos com a Justiça.<br />

RACIOCÍNIO RÁPIDO<br />

• As pessoas perante as Leis são Responsáveis ou Irresponsáveis;<br />

• Quando Responsáveis são consi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> Capazes;<br />

• Quando Irresponsáveis são consi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> Incapazes;<br />

• Se forem Capazes são IMPUTÁVEIS;<br />

• Se forem Incapazes são INIMPUTÁVEIS.<br />

1. Imputabilida<strong>de</strong>: É a compreensão do ato praticado. É atribuição pericial com<br />

diagnóstico e prognóstico.<br />

2. Responsabilida<strong>de</strong>: É a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>liberada e consciente <strong>de</strong> praticar o ato. Sua<br />

avaliação é <strong>de</strong> competência Judicial<br />

LEGISLAÇÃO: Código Penal em seus Artigos 26 – 27 – 28.<br />

FATORES MODIFICADORES<br />

1. Biológicos: Quando provocam a modificação na vida dos seres humanos;<br />

2. Mesológicos: O meio modifica a personalida<strong>de</strong> <strong>das</strong> pessoas;<br />

3. Patológicos: As doenças alteram a saú<strong>de</strong> e o bem estar <strong>das</strong> pessoas;<br />

4. Psiquiátricos: As alterações no comportamento são provoca<strong>das</strong> por<br />

<strong>de</strong>ficiências mentais. Psiquiatria significa doença mental.<br />

5. Legais: São assim <strong>de</strong>nominados por constar na Lei (Código Penal).<br />

I - MODIFICADORES BIOLÓGICOS<br />

São todos aqueles relacionados com a vida <strong>das</strong> pessoas.<br />

1– Ida<strong>de</strong>: Menorida<strong>de</strong> e maiorida<strong>de</strong>.<br />

• Os menores <strong>de</strong> 18 anos são disciplinados por legislações específicas A Lei<br />

do Menor e do Adolescente.<br />

• Os maiores <strong>de</strong> 70 anos são semi-imputáveis. Os casamentos, inventários e<br />

testamentos <strong>de</strong>verão ser analisados por peritos especializados.<br />

2- Sexo. Os homens e mulheres são iguais perante as leis. Todavia há crimes<br />

específicos para cada sexo.<br />

• Masculino: Sedução (Revogado) e Estupro.<br />

• Feminino: Infanticídio e Aborto<br />

3– Raças. Existem cinco tipos <strong>de</strong> raça:<br />

Mongólica, Indiana, Negrói<strong>de</strong>, Caucásica e Australói<strong>de</strong>.<br />

• Não existe raça melhor ou pior, existe sim raça privilegiada.<br />

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• Quando alguém pertencer a qualquer raça e cometer algum tipo <strong>de</strong> crime é<br />

consi<strong>de</strong>rado imputável.<br />

4- Agonia – É a morte agônica ou vagarosa em que a luci<strong>de</strong>z acompanha até a<br />

última fase da vida.<br />

• Existem os casamentos in extremis para <strong>de</strong>ixar a família <strong>legal</strong>izada;<br />

• Acontecem também os famosos testamentos que merecem ser analisados.<br />

5- Emoção: É a explosão dos sentimentos.<br />

• Temos alegrias, tristezas e ódios nos jogos, na política, e nas festas.<br />

• Quando dos crimes, estes são chamados <strong>de</strong> passionais e imputáveis.<br />

6 - Paixão: É a loucura do coração.<br />

• Os homossexuais por amor são violentos e agri<strong>de</strong>m.<br />

• Há quem mate por amor. É uma gran<strong>de</strong> mentira!<br />

• Os crimes são também chamados <strong>de</strong> passionais, porém, imputáveis.<br />

7– Genética XYY É provocada por Cromossomas supranumerários. São pessoas<br />

com índoles agressivas.<br />

• Nestes Cromossomas existem as presenças <strong>de</strong> um Y a mais.<br />

• Comprovada esta teoria, será um mal apenas do sexo masculino.<br />

8- Hereditarieda<strong>de</strong> – Há quem pense que a Criminogênese é hereditária.<br />

Alguém ao nascer tem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si alguns Gens responsáveis por todos os males<br />

da vida.<br />

II - MODIFICADORES MESOLÓGICOS:<br />

Depen<strong>de</strong>m da convivência ou do meio em que existencial.<br />

1– Civilização: Há diferenças entre o homem urbano e o homem do campo.<br />

• O Código Civil mantém os silvícolas inimputáveis.<br />

• Deve-se avaliar os costumes ou hábitos do campo e os <strong>das</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

metrópoles.<br />

2- Associações: O homem acompanhado <strong>de</strong> outros se torna perigoso.<br />

• A multidão comete <strong>de</strong>vaneios. A polícia pren<strong>de</strong> sempre os cabeças.<br />

• Alguns nas agitações chegam a agir irrefletidamente com violências.<br />

3– Vitimologia – As vítimas em muitos casos são responsáveis pelo crime.<br />

• Vítima <strong>de</strong>terminada (Infanticídio),<br />

• Vítimas seleciona<strong>das</strong> (Os latrocínios)<br />

• Vítimas aci<strong>de</strong>ntais (Os assaltos).<br />

4– Hipnotismo: São estados emocionais provocados por sugestões ou manobras<br />

mentais. É o po<strong>de</strong>r da mente influenciando na outra mente.<br />

• O hipnotizado(a) comete crime?<br />

• Po<strong>de</strong>rá se <strong>de</strong>ixar seduzir? Há quem diga que sim.<br />

5- Temperamento: É o estado <strong>de</strong> humor <strong>de</strong> cada um. Há momentos <strong>de</strong> reação<br />

classificados <strong>de</strong> acordo com a estatura corporal.<br />

• Os Picnicos ou Brevilíneos (até 1.55 m) são falastrões e bem humorados;<br />

• Os Atléticos ou Normolíneos (<strong>de</strong> 1.55 a 1.75 m) são explosivos e briguentos;<br />

• Os Leptossômicos ou Longilíneos (acima <strong>de</strong> 1.75 m) são frios, tímidos<br />

calculistas e guardam rancor.<br />

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III - MODIFICADORES PATOLÓGICOS<br />

Depen<strong>de</strong>m da saú<strong>de</strong> e do bem estar <strong>de</strong> todos indistintamente.<br />

1– Surdimutismo: A Surdo Mu<strong>de</strong>z é uma doença congênita. Não ouvem, por<br />

isso não falam. Atualmente existem escolas <strong>de</strong> treinamento para estes<br />

<strong>de</strong>ficientes.<br />

• São semi-imputáveis.<br />

• Não po<strong>de</strong>m testemunhar.<br />

2– Cegueira: É a perda da visão. Estes <strong>de</strong>ficientes são trabalhadores e<br />

inteligentes, porém não po<strong>de</strong>m testemunhar.<br />

3- Afasia: Perda total ou parcial da fala. Não po<strong>de</strong> testemunhar.<br />

4- Embriaguez: O alcoólatra po<strong>de</strong>rá praticar crimes imputáveis ou inimputáveis<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> embriaguez:<br />

• Embriaguez voluntária é aquela que alguém bebe porque quer brigar. São<br />

imputáveis.<br />

• Embriaguez aci<strong>de</strong>ntal acontece nos casos fortuitos (medicamentos) ou <strong>de</strong><br />

força maior (ser obrigado a beber álcool). São inimputáveis.<br />

5– Toxicômanos: São os viciados em tóxico <strong>de</strong> qualquer qualida<strong>de</strong>.<br />

• O traficante <strong>de</strong>verá sentir os rigores da Lei.<br />

• O Viciado <strong>de</strong>verá ter tratamento especializado. São semi-imputáveis.<br />

6– Epilepsia: É classificada em <strong>medicina</strong> em Gran<strong>de</strong>s e Pequenos mal. São<br />

doenças não contagiosas dota<strong>das</strong> <strong>de</strong> crises convulsivantes.<br />

• A capacida<strong>de</strong> civil está reduzida.<br />

• A imputabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ser avaliada consi<strong>de</strong>rando cada caso<br />

individualmente.<br />

• Há diferenças entre o epiléptico criminoso e o criminoso epiléptico.<br />

7– Perturbações do Sono. São contrarieda<strong>de</strong>s que impe<strong>de</strong>m o repouso e o<br />

dormir.<br />

• Sonambulismo: Caminha dormindo. Po<strong>de</strong>rá ocasionar a pratica <strong>de</strong> crimes?<br />

• Sonolências: Dormem até em pé. Levam ao crime? Não.<br />

• Pesa<strong>de</strong>los: Sentem-se agredidos por to<strong>das</strong> as espécies <strong>de</strong> bicho durante o<br />

sono. Os portadores <strong>de</strong>stes males po<strong>de</strong>rão matar? Há quem diga que sim.<br />

• Insônias: Passam a noite toda sem dar um cochilo. Os maus pensamentos<br />

po<strong>de</strong>rão o tornar criminoso?<br />

Obs: Todos os portadores <strong>de</strong>stes males são consi<strong>de</strong>rados saudáveis e imputáveis<br />

perante a Lei.<br />

8– Pródigos: Jovens ou velhos são gastadores compulsivos.<br />

• A família <strong>de</strong>ve vigiá-los? Claro que sim.<br />

• A capacida<strong>de</strong> civil está reduzida, pois não merecem confiança.<br />

IV - MODIFICADORES PSIQUIÁTRICOS<br />

Estão posicionados com o estado mental <strong>das</strong> pessoas.<br />

1– Oligofrenias: Tem QI muito pequeno.<br />

• São imbecis, idiotas e retardados mentais;<br />

• São semi-imputáveis ou inimputáveis;<br />

2– Esquizofrenias: Tem comportamentos estranhos e alucinatórios<br />

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• É uma doenças dos jovens. São ridículos e perigosos;<br />

• São semi-imputáveis ou inimputáveis.<br />

3– Psicose Maníaco Depressivo (PMD):<br />

• São extravagantes perante a socieda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>primidos.<br />

• Matam, <strong>de</strong>pois se suicidam.<br />

• São semi-imputáveis ou inimputáveis.<br />

4– Paranóia: Se julgam verda<strong>de</strong>iras majesta<strong>de</strong>s.<br />

• Tem como causas a educação infante juvenil <strong>de</strong>feituosa.<br />

• Acusam a mulher <strong>de</strong> infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />

• Apaixonam-se por pessoas famosas<br />

• São semi-imputáveis ou inimputáveis.<br />

5- Personalida<strong>de</strong>s Psicopáticas: É a distonia <strong>de</strong> caráter.<br />

• Não persistem em nenhum plano <strong>de</strong> vida social.<br />

• Ora são alegres, ora violentos, inseguros e fanáticos.<br />

• São semi-imputáveis ou inimputáveis.<br />

V - MODIFICADORES LEGAIS<br />

São assim citados por constarem na lei.<br />

AS REINCIDÊNCIAS: São assim intitulados <strong>de</strong>vido constar na Lei.<br />

Infelizmente a prisão em vez <strong>de</strong> educar, corrompe as pessoas. Os criminosos<br />

facilmente voltam à prisão por cometer outro <strong>de</strong>lito.<br />

• Reincidências específicas: Estando em liberda<strong>de</strong> cometem o mesmo tipo <strong>de</strong><br />

crime.<br />

• Reincidências genéricas: Estando em liberda<strong>de</strong> cometem um outro tipo <strong>de</strong><br />

crime para voltar ao presídio.<br />

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20ª CAPÍTULO:<br />

Tanatologia:<br />

Fenômenos Cadavéricos - Tipos <strong>de</strong> Morte<br />

Destino dos Cadáveres - Termos Tanatológicos<br />

Noções <strong>de</strong> Necropsia - Exumação – O Murmurar do cadáver<br />

PREÂMBULO<br />

A TANATOLOGIA é o estudo <strong>de</strong>talhado da morte. Esta, apesar <strong>de</strong> ser a única<br />

certeza que temos na vida, torna o assunto triste, macabro e horripilante.<br />

Prefiro assim dizer por que não existe morte bonita, salvo nos outros. É tanto<br />

que a sabedoria popular é clara e lógica quando diz: “Se morrer é <strong>de</strong>scansar,<br />

prefiro viver cansado”.<br />

CONCEITO DE VIDA E DE MORTE:<br />

Para que entendamos a morte, necessário se faz que se entenda a vida.<br />

1. O que é a vida? Existem várias <strong>de</strong>finições sobre a vida, <strong>de</strong>finições estas <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m literárias, científicas, filosóficas e até teológicas. A <strong>de</strong>finição melhor<br />

não tem dono e é atribuída a sabedoria popular:<br />

“A vida é o conjunto <strong>de</strong> fenômenos e fatores que se opõe à morte”.<br />

2. O que é a morte? O refrão popular não pestaneja e dispara:<br />

“A morte é o conjunto <strong>de</strong> fenômenos e fatores que se opõe à vida”.<br />

Ou simplesmente: A morte é a cessação <strong>das</strong> funções vitais.<br />

• As <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> morte variam <strong>de</strong> acordo com a inspiração e a<br />

coragem <strong>de</strong> cada estudioso.<br />

JUSTIFICANDO: O capítulo da Tanatologia tem como evidência os temas:<br />

1. Fenômenos Cadavéricos;<br />

2. Tipos <strong>de</strong> Morte;<br />

3. Destinos dos Cadáveres;<br />

4. Necropsia;<br />

5. Exumação;<br />

6. Apêndice Tanatológico.<br />

1 - FENÔMENOS CADAVÉRICOS<br />

CONCEITO: São séries <strong>de</strong> transformações Químicas, Físicas e Biológicas que<br />

passam o cadáver <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento do óbito até muito tempo <strong>de</strong>pois.<br />

Divisão: Abióticos ou Avitais e Transformativos.<br />

ABIÓTICOS OU AVITAIS:<br />

«São as provas que não mais existe vida»<br />

Subdivisão: IMEDIATOS e CONSECUTIVOS<br />

1.1. IMEDIATOS: Havendo o óbito eles logo aparecem. São consi<strong>de</strong>rados<br />

duvidosos por constatarem superficialmente a morte.<br />

• Parada cárdia respiratória irreversível;<br />

• Insensibilida<strong>de</strong>, inconsciência e imobilida<strong>de</strong>.<br />

• flaci<strong>de</strong>z muscular generalizada com relaxamento dos esfíncteres.<br />

• Fácies hipocrática ¹<br />

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¹ Fácies Hipocrática: Testa enrugada, cercado <strong>de</strong> coloração escura, têmporas<br />

<strong>de</strong>primi<strong>das</strong>, cavas e enruga<strong>das</strong>, queixo franzido e endurecido, epi<strong>de</strong>rme seca, lívida e<br />

plúmbea, pêlos <strong>das</strong> narinas e dos cílios cobertos por uma espécie <strong>de</strong> poeira <strong>de</strong> branco<br />

fosca, fisionomia nitidamente contornada e irreconhecível.<br />

1.2. CONSECUTIVOS: Demoram algumas horas para aparecer, porém,<br />

afirmam em <strong>de</strong>finitivo a inexistência da vida.<br />

• Desidratação: Há evaporação tegumentar do cadáver que se caracteriza<br />

pelos sinais: a) perda <strong>de</strong> peso b) pele pergaminhada, endurecida e<br />

sonora c) <strong>de</strong>ssecação da mucosa dos lábios d) modificação do globo<br />

ocular com falta <strong>de</strong> transparência ou opacificação da córnea.<br />

• Resfriamento progressivo (algor mortis): A temperatura corporal <strong>de</strong><br />

37 graus baixa paulatinamente além da temperatura ambiente.<br />

• Livores <strong>de</strong> Hipóstase (livor mortis): São manchas <strong>de</strong> coloração róseas,<br />

provoca<strong>das</strong> pelo sangue que, se <strong>de</strong>posita por gravida<strong>de</strong> nas regiões <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cúbito. Mudam <strong>de</strong> posição to<strong>das</strong> as vezes que o cadáver for<br />

manuseado. Depois <strong>de</strong> certo espaço <strong>de</strong> tempo se fixam em locais<br />

adversos não mais alterando <strong>de</strong> posição. São <strong>de</strong> difícil visualização nos<br />

melano<strong>de</strong>rmos.<br />

• Rigi<strong>de</strong>z cadavérica (rigor mortis): Acontece <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> oxigênio<br />

e a presença da acto miosina. Começa pelas extremida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>pois se<br />

generaliza.<br />

• Espasmo cadavérico: O cadáver assume posições atípicas ou <strong>de</strong><br />

boxeador.<br />

• Mancha ver<strong>de</strong> abdominal: É <strong>de</strong> coloração violácea sendo bem<br />

visualizada na fossa ilíaca direita motivada pelo excesso <strong>de</strong> vísceras ali<br />

existente.<br />

2. TRANSFORMATIVOS:<br />

«Destroem ou conservam em partes, o aspecto do cadáver».<br />

Divisão: DESTRUTIVOS e CONSERVADORES<br />

2.1. DESTRUTIVOS: Destroem parcial o totalmente o cadáver.<br />

Subdivisão: Autólise, Putrefação e Maceração.<br />

• Autólise: É a <strong>de</strong>struição celular por enzimas em torno <strong>de</strong> 24 horas.<br />

• Putrefação: É provocada por bactérias (aeróbias e anaeróbias), fauna<br />

cadavérica (alguns tipos <strong>de</strong> inseto), flora cadavérica (alguns fungos).<br />

• A putrefação apresenta quatro fases:<br />

1. Fase <strong>de</strong> coloração: Iniciando pela mancha ver<strong>de</strong> abdominal, o cadáver<br />

ganha uma cor esver<strong>de</strong>ada no período que vai <strong>de</strong> 01 a 07 dias;<br />

2. Fase gasosa: O Cadáver fica e<strong>de</strong>maciado ou inchado. Mostra a<br />

circulação póstuma <strong>de</strong> Brouar<strong>de</strong>l que é o <strong>de</strong>senho formado pelos vasos<br />

sanguíneos na superfície corporal. Vai <strong>de</strong> 07 a 21 dias;<br />

3. Fase coliquativa: As vísceras do cadáver amolecem e passam a ter uma<br />

consistência amolecida e gelatinosa entre 01 a 03 meses;<br />

4. Fase <strong>de</strong> esqueletização: O Cadáver é reduzido a uma ossada durante o<br />

tempo <strong>de</strong> 06 meses a 03 anos. Nesta fase po<strong>de</strong>rá haver auxilio dos<br />

75


animais predadores, como, pebas, ratos, urubus, etc. Todo cemitério que<br />

se preza <strong>de</strong>verá ter o cultivo <strong>de</strong>stes animais.<br />

• Maceração: É o <strong>de</strong>stacamento da pele do cadáver <strong>de</strong>vido ficar muito<br />

tempo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> água. A pele vai se soltando em blocos. Este fenômeno<br />

também é comum nos fetos retidos na cavida<strong>de</strong> uterina.<br />

2.2. CONSERVADORES:<br />

«Mantém a conservação total ou parcial do cadáver».<br />

• Mumificação: É a conservação do cadáver motivada pela temperatura<br />

ambiente alta, ventilação intensa e ou o sol causticante incidindo sobre<br />

algumas sepulturas consi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> rasas.<br />

• Saponificação ou Adipocera: É a preservação do cadáver, <strong>de</strong>vido<br />

temperatura baixa e ou por inumação em terrenos úmidos e argilosos.<br />

Ficam amarelados e com a semelhança <strong>de</strong> queijo rançoso.<br />

• Courificação ou corificação: Cadáveres sepultados em urnas metálicas<br />

ou em túmulos hermeticamente lacrados. Aparentam aspecto <strong>de</strong> couro<br />

curtido.<br />

• Calcificação: Os fetos são petrificados na cavida<strong>de</strong> uterina (litopédio).<br />

• Congelação: Os cadáveres são encontrados congelados nas geleiras ou<br />

em câmaras frigoríficas, daí os motivos <strong>de</strong> suas conservações.<br />

CRONOTANATOGNOSE ou CRONOTANATODIAGNOSE<br />

CONCEITO: É o diagnóstico do tempo <strong>de</strong> morte, i<strong>de</strong>ntificado através dos<br />

sinais externos e internos do cadáver. Exemplificando.<br />

1. Esfriamento progressivo: A temperatura corporal que normalmente é <strong>de</strong> 37<br />

graus, baixa no espaço consi<strong>de</strong>rado entre 02 a 17 horas.<br />

2. Desidratação: Per<strong>das</strong> <strong>de</strong> peso por evaporação <strong>de</strong> liquido tegumentar <strong>de</strong> 10 a<br />

18 gramas por quilo <strong>de</strong> peso dia;<br />

3. Rigi<strong>de</strong>z cadavérica: Começa pelas extremida<strong>de</strong>s dos membros superiores,<br />

inferiores e mandíbulas em 02 horas e generaliza-se entre 08 a 12 horas.<br />

4. Livores <strong>de</strong> hipóstase: São placas <strong>de</strong> coloração rósea nas regiões <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito<br />

visualiza<strong>das</strong> entre 30 minutos a 12 horas.<br />

5. Fixação dos livores: Depois <strong>de</strong> 12 horas.<br />

6. Mancha Ver<strong>de</strong> Abdominal: Aparece na fossa ilíaca direita entre 18 a 24<br />

horas <strong>de</strong>pois da morte. A maioria dos autores a consi<strong>de</strong>ra como início da<br />

putrefação.<br />

7. Gases da Putrefação: Surgem entre 09 a 12 horas.<br />

8. Perda da transparência da córnea: Acontecem <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 24 horas;<br />

9. Flaci<strong>de</strong>z Cadavérica: A rigi<strong>de</strong>z cadavérica se <strong>de</strong>sfaz entre 36 a 48 horas.<br />

10. Fauna Cadavérica: As larvas dos insetos se revezam. Conhecendo-se cada<br />

inseto <strong>de</strong>termina-se o tempo da morte.<br />

11. Esqueletização: Normalmente está completa <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 36 meses.<br />

Postscriptum: A <strong>medicina</strong> não é uma ciência exata como a matemática,<br />

po<strong>de</strong>ndo variar a apresentação dos sinais cadavéricos citados, para mais ou<br />

para menos, o tempo <strong>de</strong> apresentação, existência e <strong>de</strong>saparecimento.<br />

76


CAUSAS JURÍDICAS DE MORTE<br />

1. Natural: A morte acontece por motivos <strong>de</strong> doença comum ou <strong>de</strong>vido ao<br />

envelhecimento;<br />

2. Violenta: A morte é provocada por homicídios, suicídios e aci<strong>de</strong>ntes;<br />

3. In<strong>de</strong>terminada: Quando não se tem condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a Causa<br />

Mortis <strong>de</strong>vido falta <strong>de</strong> condições técnicas ou pelo o corpo se encontrar em<br />

estado <strong>de</strong> esqueletização.<br />

Observação: Não é atribuição <strong>de</strong> o médico perito <strong>de</strong>terminar a Causa Jurídica<br />

<strong>de</strong> Morte. Tanto é assim que, os quesitos oficiais do auto <strong>de</strong> exame cadavérico<br />

não incluem esta indagação.<br />

2. TIPOS DE MORTE<br />

Sob o ponto <strong>de</strong> vista Médico Legal existem <strong>de</strong>z tipos <strong>de</strong> morte.<br />

2.1. Aparente: Tem valor histórico. Antigamente nas epi<strong>de</strong>mias ou em ataques<br />

<strong>de</strong> catalepsias, alguém parecia está morto e não estava. Era então encaminhado<br />

à sepultura ainda em vida. O costume <strong>de</strong> inumar o cadáver somente <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

24 horas, remonta <strong>de</strong>sta época.<br />

2.2. Relativa ou In<strong>de</strong>terminada: É a parada cárdia respiratória nos aci<strong>de</strong>ntes<br />

cirúrgicos. Após massagens especializa<strong>das</strong>, o morto relativo, volta a viver.<br />

2.3. Anatômica ou Real: É a parada irreversível do coração.<br />

2.4. Histológica ou Celular: Algumas células vão morrendo paulatinamente<br />

como as do sistema piloso, sudoríparo e gastro-intestinais. Existem cadáveres<br />

que as vísceras continuam a digerir os alimentos. Durante o velório <strong>de</strong>vido à<br />

vida <strong>de</strong> algumas células e os gases da putrefação, arrotam e até soltam traques.<br />

Continuam exagerados e a fazerem vergonha a família;<br />

2.5. Súbita ou Rápida: Morre rapidamente. (enfarte, aci<strong>de</strong>ntes vasculares e<br />

mortes violentas). Mantêm as rugas na face, olhos entreabertos e ficam em<br />

posições <strong>de</strong> espasmo cadavérico;<br />

2.6. Agônica ou Lenta: Morre vagarosamente. Quando lúcidos, as <strong>de</strong>spedi<strong>das</strong><br />

para a família são emocionantes e <strong>de</strong> cortar o coração;<br />

2.7. Violenta: São as provoca<strong>das</strong> por Homicídios, Aci<strong>de</strong>ntes e Suicídios;<br />

2.8. Natural: Morre por doenças comuns ou velhice. (Não se faz necropsia);<br />

2.9. Eutanásia: É a morte sem dor e encomendada por interesse <strong>de</strong> alguém.<br />

• Eutanásia Ativa (Apressar a morte): É proibida por nossa legislação;<br />

• Eutanásia passiva ou ortotanásia (<strong>de</strong>ixar morrer em paz): Sempre existiu e<br />

não é proibida no meio médico;<br />

• Distanásia: É a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> prorrogar a vida.<br />

2.10. Cerebral ou Encefálica: É a morte <strong>das</strong> células do cérebro (coma<br />

profundo) em que a vida passa a ser vegetativa.<br />

• Está indicada para a retirada <strong>de</strong> órgãos quando dos transplantes. Ver Lei <strong>de</strong><br />

n.º 9.434/97 e o Decreto <strong>de</strong> n.º 2.268/97.<br />

• Por gerar polêmica, a vigência <strong>de</strong>sta lei encontra-se suspensa.<br />

2.11. Catastrófica: É toda morte violenta com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> vítimas.<br />

2.12. Presumida: É a morte que se verifica pelo <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> uma<br />

pessoa, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> transcorrido um prazo <strong>de</strong>terminado pela Lei.<br />

INTERESSAM AO PROCESSO SUCESSÓRIO<br />

1. Primoriência: Nas mortes coletivas, quando um cônjuge morre primeiro;<br />

2. Comoriência: Quando duas pessoas morrem simultaneamente.<br />

77


PESQUISAS PARA O DIAGNÓSTICO DE MORTE<br />

São chamados <strong>de</strong> testes ou docimásias. Tem apenas valor histórico.<br />

Citarei somente os nomes <strong>de</strong> seus pesquisadores: Bouchut / Mi<strong>de</strong>ldorf /<br />

Magnus / Malluin / Ott / Icard / Silvio Rabelo e muitos outros.<br />

3. DESTINO DOS CADÁVERES<br />

«O Direito Civil é bem claro quando afirma que o cadáver é coisa. Pela lógica,<br />

sendo coisa, <strong>de</strong>verá ter um <strong>de</strong>stino que obe<strong>de</strong>cerá aos costumes vigentes».<br />

3.1. Inumação: É o mais antigo dos <strong>de</strong>stinos cadavéricos.<br />

• Exigências: A Declaração ou Atestado <strong>de</strong> óbito é obrigatório conforme<br />

as Leis 60l5/73 e 6126/75. Esta <strong>de</strong>claração será encaminhada ao<br />

Cartório <strong>de</strong> Registro <strong>de</strong> Óbito que a transformará em Certidão <strong>de</strong> Óbito.<br />

• Prazo para a inumação: É <strong>de</strong> 24 horas, em túmulos ou covas simples,<br />

<strong>de</strong> preferência em cemitérios municipais, <strong>de</strong> acordo com a legislação<br />

específica <strong>de</strong> cada localida<strong>de</strong>.<br />

• Sepultura: A i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>verá ter 170 centímetros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, 80<br />

centímetros <strong>de</strong> largura e 60 centímetros <strong>de</strong> distância uma da outra.<br />

• Mortes violentas: Nestes casos o diagnóstico da causa da<br />

morte será confirmado após a realização da necropsia;<br />

3.2. Imersão: É <strong>de</strong>positar os cadáveres nos rios ou nos mares, em urnas<br />

funerárias previamente prepara<strong>das</strong>. Tem mais um valor histórico;<br />

3.3. Destruição por animais: Um costume, na Índia antiga e em algumas<br />

colônias africanas, exigia <strong>de</strong>ixar o cadáver exposto para ser <strong>de</strong>struído por<br />

animais predadores como sejam: cães, lobos, urubus, pebas, ratos e outros;<br />

3.4. Cremação: É reduzir o cadáver a cinzas. Nas mortes violentas a necropsia<br />

<strong>de</strong>talhada <strong>de</strong>verá ser antecipada.<br />

• Os fornos crematórios têm temperatura acima <strong>de</strong> l.000 Graus. A <strong>de</strong>mora<br />

para ser cremado é em torna <strong>de</strong> 90 a 120 minutos.<br />

• Logo após, as cinzas são coloca<strong>das</strong> em pequenas urnas e entregues a<br />

família que dará o <strong>de</strong>stino que achar melhor.<br />

• No país que não existir uma legislação específica, a cremação<br />

obe<strong>de</strong>cerá a um pedido do morto ainda quando em vida. Este <strong>de</strong>stino<br />

cadavérico ainda não está totalmente oficializado no Brasil.<br />

3.5. Veneração: Os cadáveres são embalsamados ou formolizados e colocados<br />

em criptas <strong>de</strong> vidro para a visitação pública.<br />

3.6. Estudo: Os cadáveres são formolizados, dissecados e colocados nos<br />

Anfiteatros <strong>de</strong> Anatomia, para o ensino dos alunos <strong>das</strong> áreas médicas e para<br />

médicas.<br />

4. NECROPSIA OU AUTÓPSIA<br />

4.1. CONCEITO: É a <strong>de</strong>scrição externa e interna do cadáver.<br />

4.2. INDICAÇÃO: Está indicada em todos os casos <strong>de</strong> morte violenta<br />

(homicídios, suicídios, aci<strong>de</strong>ntes) e nas mortes suspeitas.<br />

4.3. VALOR PARA A JUSTIÇA: Descobrir a causa da morte física e se<br />

possível pesquisar as causas jurídicas <strong>de</strong> morte.<br />

4.4. PRAZO PARA REALIZAÇÃO: De acordo com Código <strong>de</strong> Processo<br />

Penal sua realização será <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 6 (seis) horas do óbito.<br />

78


4.5. SOLICITAÇÃO: É requerida pelo Tribunal <strong>de</strong> Justiça, Ministério Público<br />

e Secretaria <strong>de</strong> Segurança Pública, através <strong>de</strong> seus representantes da fase <strong>de</strong><br />

inquérito (Juizes, Promotores <strong>de</strong> Justiça e Delegados). Todo e qualquer exame<br />

cadavérico só po<strong>de</strong>rá ser iniciado mediante esta requisição.<br />

4.6. LOCAL IDEAL PARA REALIZAÇÃO: Nos necrotério do Instituto<br />

Médico Legal, Hospitais, Cemitérios e Capelas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam higienizados,<br />

iluminados e ventilados.<br />

NECRÓPSIA: RESUMO TÉCNICO<br />

1. IDENTIFICAÇÃO DO CADÁVER: Será feita a pesquisa: do nome,<br />

ida<strong>de</strong>, cor, estado civil, nacionalida<strong>de</strong>, naturalida<strong>de</strong>, en<strong>de</strong>reço e motivos do<br />

óbito. Esta sumária i<strong>de</strong>ntificação será conseguida através <strong>de</strong> documentos e<br />

informações da família ou <strong>de</strong> conhecidos.<br />

2. DESCRIÇÃO EXTERNA DO CADÁVER:<br />

2.1.Vestimentas: Tipos <strong>de</strong> roupa, calçados, cor, conservação, a<strong>de</strong>reços, etc;<br />

2.2.Superfície corporal: Verificação <strong>de</strong>talhada da cabeça (crânio e face),<br />

pescoço, tórax (face anterior e posterior), abdome, genitália externa, dorso<br />

(ná<strong>de</strong>gas e anus), membros superiores, e inferiores.<br />

2.3.Lesões existentes: Serão <strong>de</strong>scritas to<strong>das</strong> as lesões encontra<strong>das</strong>,<br />

pormenorizando o tamanho, cor, forma, e suas localizações anatômicas.<br />

2.4.Estatura e peso: Serão avaliados através <strong>de</strong> fitas métricas e balanças <strong>de</strong><br />

precisão.<br />

3. DESCRIÇÃO INTERNA DO CADÁVER:<br />

3.1.Cavida<strong>de</strong> craniana: Incisão bi mastoi<strong>de</strong> com rebatimento do couro<br />

cabeludo e, retirada da calvária com uma serra elétrica ou comum. Em seguida,<br />

exames <strong>de</strong>talhados dos ossos, meninges, cérebro, cerebelo e bulbo.<br />

3.2.Cavida<strong>de</strong>s torácica e abdominal: Incisão mento pubiana e retirada do<br />

plastrão condro esternal e pesquisa pormenorizada do,<br />

• Tórax: Exames do coração, pulmão, pleura, etc;<br />

• Abdome Exames <strong>de</strong> to<strong>das</strong> as vísceras (estômago, intestinos, fígado, baço,<br />

bexiga, rins, útero, etc).<br />

4. EXAMES DA CAVIDADE RAQUIDIANA: Com o cadáver em <strong>de</strong>cúbito<br />

ventral e incisão em toda a extensão da coluna vertebral (da região occipital ao<br />

cóccix) faz-se análise <strong>de</strong>talhada da medula.<br />

5. RECONSTITUIÇÃO ESTÉTICA DO CADÁVER: Terminada a<br />

necrópsia será efetivada a repristinação cadavérica, com a volta <strong>das</strong> vísceras às<br />

respectivas cavida<strong>de</strong>s e sutura com agulha e fio apropriado <strong>de</strong> algodão.<br />

OBSERVAÇÃO: Existem ainda as necrópsias chama<strong>das</strong> <strong>de</strong> Clinicas ou<br />

anátomo patológicas. São executa<strong>das</strong> nos hospitais universitários e têm como<br />

finalida<strong>de</strong>s esclarecer as patologias que motivaram a morte. São <strong>de</strong> interesse ao<br />

aprendizado e realiza<strong>das</strong> <strong>de</strong> acordo com a legislação específica a cada hospital.<br />

ATESTADO DE ÓBITO:<br />

Será assinado pelo perito que comandou a necropsia e entregue aos familiares.<br />

Com assinatura do Atestado <strong>de</strong> Óbito o cadáver voltará a pertencer à família.<br />

79


PERINECROSCOPIA<br />

É o isolamento e o estudo do local on<strong>de</strong> aconteceu a morte. Este local <strong>de</strong>verá<br />

ser analisada e pesquisada por peritos em <strong>medicina</strong> <strong>legal</strong> e em criminalística.<br />

5. EXUMAÇÃO<br />

5.1. CONCEITO: É o <strong>de</strong>senterramento do cadáver por solicitação da justiça. É<br />

o pior <strong>de</strong> todos os exames médico legais.<br />

5.2. CLASSIFICAÇÃO DAS EXUMAÇÕES:<br />

• Médico Legal ou Judiciária, quando <strong>de</strong>terminada pela justiça.<br />

• Administrativa ou Particular quando a família <strong>de</strong>seja transferir os<br />

<strong>de</strong>spojos para um novo túmulo ou para um outro cemitério local ou<br />

alhures. Existe legislação específica sobre o assunto.<br />

5.3. NDICAÇÃO: Nos casos <strong>de</strong> dúvi<strong>das</strong> quanto à causa mortis;<br />

5.4. TÉCNICA: Deverá ser feita por peritos oficiais, <strong>de</strong>scrita em amplo e<br />

circunstanciado relatório e documentada por fotografias ou filmagens;<br />

5.5. VALOR PARA A JUSTIÇA: Esclarecer aquele tipo <strong>de</strong> morte que a<br />

socieda<strong>de</strong> não se convenceu no primeiro diagnóstico, muitas vezes errado.<br />

O MURMURAR DO CADÁVER<br />

Ontem fui alegre, saudável e bonito,<br />

De passa<strong>das</strong> firmes e andar fagueiro.<br />

Hoje estou rijo e estirado na pedra,<br />

Sendo cortejado por imenso mosqueiro.<br />

Antes fui risonho e cheio <strong>de</strong> esperança,<br />

De olhar atraente e sorriso moço.<br />

Agora estou pútrido com odor fétido,<br />

De silhueta transformada em osso.<br />

Tímidos curiosos olham e me fitam,<br />

Alguns falam, outros riem e até gritam:<br />

Luvas, serra e bisturi para autópsia<br />

Vejo servidores vestidos <strong>de</strong> branco,<br />

Ouço pisa<strong>das</strong> fortes e em solavancos,<br />

E a triste sentença: começar a necropsia.<br />

6. APÊNDICE: TERMOS TANATOLÓGICOS<br />

«O médico e o advogado <strong>de</strong>vem apren<strong>de</strong>r a conviver com este vocabulário»<br />

01. Autópsia ou Necropsia 02. Ataú<strong>de</strong>, Urna, Féretro, ou Esquife.<br />

03. Adipocera ou Saponificação 04. Anasarca ou Fase gasosa<br />

05. Autocida ou Suicida 06. Autólise ou Decomposição<br />

07. Avitais ou Abióticos 08. Atestado ou Declaração <strong>de</strong> óbito<br />

09. Afogado branco ou azul 10. Causa Mortis ou Causa da morte<br />

80


11. Calvária ou Calota craniana 12. Cremação e Incineração<br />

13. Coliquação e Maceração 14. Comoriência e Primoriência<br />

15. Carbonização e Queima <strong>de</strong> Arquivo 16. Circ. Póstuma <strong>de</strong> Brouar<strong>de</strong>l<br />

17. Cronotanatognose ou Diagnose 18. Carpi<strong>de</strong>iras, Grinal<strong>das</strong> e Mortalhas<br />

19. Câmara Frigorífica ou Gela<strong>de</strong>ira 20. Decúbito dorsal, Supina ou Ventral<br />

21. Despojos ou Ossa<strong>das</strong> 22. Retalhar e Dissecar e Vilipendiar<br />

23. Cortejo, Traslado e Procissão 24. Embalsamamento ou Formolização<br />

25. Eutanásia Ativa e Passiva 26. Inumação ou Sepultamento<br />

27. Espostejamento e Esquartejamento 28. Esqueletização, Ossada e Caveira<br />

29. Espasmo, Algi<strong>de</strong>z e Rigi<strong>de</strong>z 30. Fauna e Flora cadavérica<br />

31. Falecimento, Óbito ou Morte 32. Exumação ou Desenterramento<br />

33. Hipóstase ou Livores 34. Feticídio, Infanticídio e Docimásias<br />

35. Sumiço e Ocultação <strong>de</strong> cadáver 36. Fácies Hipocrática ou Cadavérica<br />

37. Perinecroscopia ou Local <strong>de</strong> Crime 38. Gás pútrido, Poudrão e Putrefação<br />

39. Natimorto e Aborto 40. Cesariana e Parto Post Mortem<br />

41. Velas <strong>de</strong> Círio e Castiçal 42. Pergaminhamento, Pele anserina<br />

43. Genuflexo e Extrema unção 44. Necropsia Branca ou In<strong>de</strong>terminada<br />

45. Laudo, Auto ou Relatório 46. Repristinação ou Reconstituição<br />

47. Litopédio ou Calcificação 48. Rabecão e Carro funerário<br />

49. Lápi<strong>de</strong>s, Lousas ou Epitáfios 50. Sepulcro, Túmulo ou Mausoléu<br />

51. Lesões post morten e Intra vitam 52. Serv. <strong>de</strong> Verificação <strong>de</strong> óbito<br />

53. Ultimum Moriens ou Agonia 54. Mumificação e Corificação<br />

55. Uxorici<strong>das</strong> e Fratrici<strong>das</strong> 56. Miiase, Larvas e Predadores<br />

57. Cemitério e Campo Santo 58. Catacumbas, Carneiras e Ossário<br />

OBSERVAÇÃO:<br />

Durante o curso sobre tanatologia haverá projeções <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s sobre os itens principais:<br />

1. Fenômenos cadavéricos;<br />

2. Necrópsias;<br />

3. Destino dos cadáveres;<br />

4. Exumação.<br />

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21ª CAPÍTULO:<br />

Deontologia e Diceologia Médica - I<br />

Ética Médica – Exercício Legal e I<strong>legal</strong> da Medicina<br />

Curan<strong>de</strong>irismo - Charlatanismo Consciente e Inconsciente<br />

Exemplos <strong>de</strong> Exercício Legal e I<strong>legal</strong> da Medicina.<br />

I - ÉTICA MÉDICA<br />

CONCEITO<br />

É a parte da ciência e da moral que estuda e se preocupa com o comportamento<br />

humano. É a ciência do Bem.<br />

1. Princípios da ética médica:<br />

• Reflexão: Refletir to<strong>das</strong> as vezes que praticar um ato médico;<br />

• Bom relacionamento: Com os colegas, pacientes, a socieda<strong>de</strong>, etc;<br />

• Consciência: Ver até on<strong>de</strong> vai as limitações profissionais;<br />

• Humilda<strong>de</strong>: Simplicida<strong>de</strong> sem confundir com humilhação;<br />

• Sincerida<strong>de</strong>: Franqueza, sem exagerar nas verda<strong>de</strong>s;<br />

• Honestida<strong>de</strong>: Quem sabe, sabe sem <strong>de</strong>ixar dúvi<strong>das</strong>;<br />

• Dedicação: Com alma ao trabalho e <strong>de</strong> modo incansável aos pacientes;<br />

• Discrição: Ser simples <strong>de</strong>ntro <strong>das</strong> proporções comedi<strong>das</strong>.<br />

2. Formação física e intelectual do Médico:<br />

• Saudável – Alegre – Jovial: São predicados obrigatórios;<br />

• Disposição e coragem: O trabalho médico é diurno e noturno;<br />

• Vocação: Ter a <strong>medicina</strong> como um verda<strong>de</strong>iro apostolado;<br />

• Conduta Exemplar: No consultório, no trabalho e na socieda<strong>de</strong>;<br />

• Conhecimentos: Conseguirá com estudos, estágios e reciclagens.<br />

3. Crise Médica – Existe, não po<strong>de</strong>mos ignorar e os motivos principais:<br />

• Falta <strong>de</strong> vocação médica (?);<br />

• Descrédito: Muitos não mais acreditam nos médicos;<br />

• Mercantilismo: Vários médicos só pensam em ganhar dinheiro;<br />

• Escolas médicas <strong>de</strong>sprepara<strong>das</strong>. Pensam na quantida<strong>de</strong> e não na qualida<strong>de</strong>;<br />

• Sucateamento dos hospitais públicos e privados.<br />

II - EXERCÍCIO LEGAL DA MEDICINA<br />

ESTUDO COMPARATIVO COM OUTRAS PROFISSÕES<br />

Se a Engenharia, o Direito, a Arquitetura, a Pintura, a Agricultura, o Clero e<br />

muitas outras profissões são <strong>legal</strong>iza<strong>das</strong>, quanto mais a Medicina que lida com o<br />

ser humano na fase <strong>de</strong> maior aflição que é a da DOENÇA. É tanto que ninguém<br />

gosta <strong>de</strong> ser chamado <strong>de</strong> doente. Caso tenha dúvida, comece hoje mesmo a<br />

chamar o seu vizinho <strong>de</strong> doente.<br />

82


A LEGALIZAÇÃO DA PROFISSÃO MÉDICA:<br />

1. Exigência curricular: O estudante <strong>de</strong> <strong>medicina</strong> terá <strong>de</strong> cursar e ser aprovado<br />

em to<strong>das</strong> as disciplinas que formam o curso médico. Ser um médico, <strong>de</strong> início<br />

generalista, pois a especialização virá com o tempo e <strong>de</strong>pois da graduação;<br />

2. Exigência Formal: Colação <strong>de</strong> Grau pública ou na secretaria da Faculda<strong>de</strong><br />

testemunhada por professores. A socieda<strong>de</strong> terá <strong>de</strong> saber quem é o médico;<br />

3. Exigência obrigatória ou jurídica: Registro no Conselho Regional <strong>de</strong><br />

Medicina do respectivo do Estado, Território ou Distrito Fe<strong>de</strong>ral (Lei <strong>de</strong> n.º<br />

3.268/57) on<strong>de</strong> toda documentação é exigida e comprovada;<br />

4. Exigência Administrativa: Registro do diploma nos órgãos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.<br />

O médico só po<strong>de</strong>rá prescrever medicamentos controlados <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> oficializar<br />

este registro, autenticando inclusive o seu autógrafo (Assinatura).<br />

MÉDICO DIPLOMADO NO EXTERIOR:<br />

1. Brasileiro ou Estrangeiro fará obrigatoriamente a revalidação cuidadosa <strong>de</strong><br />

seu diploma e <strong>de</strong> seus títulos idôneos, obe<strong>de</strong>cendo todos os requisitos legais:<br />

2. Será argüido sobre as matérias básicas da especialida<strong>de</strong> médica que escolheu;<br />

3. Participará também <strong>de</strong> prova escrita, oral e <strong>de</strong> títulos na disciplina Medicina<br />

Legal, a fim <strong>de</strong> se atualizar com a legislação brasileira.<br />

4. Seus títulos serão traduzidos para o português e será exigido o domínio (falar,<br />

enten<strong>de</strong>r e escrever) da língua Pátria.<br />

♦ Ao cumprir estas exigências:<br />

1. Fará o registro no Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina;<br />

2. A inscrição nos órgãos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública e vigilância sanitária, cuja tramitação<br />

já foi anteriormente citada.<br />

O REGISTRO NO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA<br />

O Médico po<strong>de</strong>rá se inscrever em mais <strong>de</strong> um Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina,<br />

contanto que mantenha quites to<strong>das</strong> as anuida<strong>de</strong>s.<br />

A MEDICINA E AS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS<br />

1. Tratado <strong>de</strong> Montevidéu:<br />

Foi celebrado entre os países Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru e<br />

Uruguaio. Os médicos <strong>de</strong>stes países estão dispensados da revalidação do<br />

respectivo diploma. O Brasil esteve presente, porém não aceitou, talvez por ser<br />

na América Latina o único país que adota uma língua diferente do espanhol.<br />

2. Tratado <strong>de</strong> Santiago:<br />

Foi firmado entre o Brasil, Chile e Bolívia: Os Professores Universitários <strong>de</strong>stes<br />

países po<strong>de</strong>rão exercer suas ativida<strong>de</strong>s médicas fora <strong>de</strong> seu território, sem<br />

precisar da revalidação do diploma. Presume-se que o Professor Universitário<br />

tenha conhecimentos médicos necessários.<br />

3. Convênio entre Brasil e Portugal.<br />

Existe <strong>de</strong>ntro <strong>das</strong> formalida<strong>de</strong>s fraternas. Os médicos <strong>de</strong>stes países irmãos, estão<br />

dispensados da revalidação do diploma profissional.<br />

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III - EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA<br />

«A legislação específica sobre i<strong>legal</strong>ida<strong>de</strong> da Profissão Médica está no Artigo<br />

282 do Código Penal».<br />

ITENS MAIS DESRESPEITADOS:<br />

• Falta <strong>de</strong> Colação <strong>de</strong> Grau: Muitos sequer, ao término do curso, retiram o<br />

diploma da secretaria da escola;<br />

• Conclusão do curso em escolas não reconheci<strong>das</strong> pelo Governo Fe<strong>de</strong>ral;<br />

• O não registro da documentação no Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina;<br />

• Inadimplências com o Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina (CRM). Não pagam<br />

regularmente a anuida<strong>de</strong> obrigatória a esta autarquia;<br />

• Falta <strong>de</strong> inscrição nos órgãos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública do estado ou município.<br />

IV - CHARLATANISMO CONSCIENTE E INCONSCIENTE<br />

CONCEITO:<br />

É originário da Palavra Italiana Ciarlare que passou para o português como<br />

Charlar. Significa iludir, exagerar-se na postura, falar muito, mentir, etc.<br />

Charlatanismo Consciente:<br />

• Anunciar tratamentos por meios secretos, infalíveis e miraculosos;<br />

• Vestir-se com exagero ou por meios exóticos;<br />

• Inventar nomes <strong>de</strong> drogas ou ginásticas sofistica<strong>das</strong>;<br />

• Tratamentos avantajados com toques elétricos ou mágicos (Assuero)<br />

• Colocar a placa do consultório com pisca ou setas <strong>de</strong> boates.<br />

Charlatanismo Inconsciente:<br />

É próprio <strong>de</strong> médicos ingênuos, que agem com displicência sem saber que estão<br />

cometendo um crime. Porém, “A ninguém cabe <strong>de</strong>sconhecer a Lei”.<br />

Classificação do charlatanismo inconsciente:<br />

1. Estacionário – Formou-se, porém <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> estudar ou <strong>de</strong> se reciclar;<br />

2. Superficial - Olha o paciente rapidamente, não examina e logo prescreve<br />

qualquer tipo <strong>de</strong> medicação;<br />

3. Sistemático – Prescreve a mesma medicação para todos os tipos <strong>de</strong> males e<br />

doenças. Suas receitas se assemelham a um simples carimbo burocrático.<br />

«Legislação específica sobre Charlatanismo: Artigo 283 do Código Penal».<br />

V - CURANDEIRISMO<br />

CONCEITO: É prescrever habitualmente medicamentos sem ser médico. Daí o<br />

refrão: “<strong>de</strong> médico e <strong>de</strong> doido todos nós temos um pouco”;<br />

Tradição: O Brasil é um país rico em entendidos em tudo principalmente na arte<br />

médica <strong>de</strong> curar os males físicos e mentais.<br />

Tipos <strong>de</strong> Curan<strong>de</strong>irismo:<br />

• Bruxarias, espiritismo, candomblés, horóscopos, adivinhações, etc.<br />

• Amiza<strong>de</strong>s: O problema <strong>de</strong> vizinhos que ensinam todos os medicamentos;<br />

• Receitas gratuitas ou a preços vis <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> droga;<br />

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• Reza para combater o mau olhado, quebrantes, espinhela caída, dores <strong>de</strong><br />

cabeça, etc.<br />

«Legislação sobre Curan<strong>de</strong>irismo: Art. 284 do Código Penal».<br />

VI - EXEMPLOS DE EXERCÍCIO LEGAL DA MEDICINA<br />

1. Liberalismo Médico: É o conjunto <strong>de</strong> princípios que o médico <strong>de</strong>ve se basear<br />

para exercer condignamente a profissão.<br />

• Liberda<strong>de</strong> para clinicar e realizar cirurgias;<br />

• Permitir a livre escolha. O doente escolhe o médico que confia;<br />

• Aten<strong>de</strong>r fora da urgência a quem <strong>de</strong>sejar;<br />

• Ser sindicalizado – O sindicato é um órgão <strong>de</strong> classe;<br />

• Discutir livremente os seus honorários ou vencimentos;<br />

• Pertencer a to<strong>das</strong> as socieda<strong>de</strong>s (Médicas, maçônica, Lions, etc.).<br />

• Cultivar até duas especialida<strong>de</strong>s médicas;<br />

• Recusar atos médicos que contrariem sua consciência. (aborto <strong>legal</strong><br />

sentimental).<br />

2. Tratamento Arbitrário – Fazer uso <strong>de</strong>sta prerrogativa quando se fizer<br />

necessário à saú<strong>de</strong> do paciente:<br />

• Testemunhas <strong>de</strong> Jeová: Caso o paciente precise <strong>de</strong> sangue, <strong>de</strong>ve fazer.<br />

Existem <strong>de</strong>cisões judiciais autorizando ao médico assim proce<strong>de</strong>r.<br />

• Intervir sem o consentimento do paciente ou da família nas urgências<br />

médicas. Urgência é urgência, o médico não <strong>de</strong>ve vacilar;<br />

• Aten<strong>de</strong>r nas urgências médicas em qualquer hospital, público ou privado.<br />

VII - EXEMPLOS DE EXERCICIO ILEGAL DA MEDICINA<br />

• Emissão <strong>de</strong> atestados graciosos;<br />

• Emissão <strong>de</strong> atestados <strong>de</strong> óbito sem ver o cadáver;<br />

• Deixar as atenções do doente pela da família;<br />

• Antes <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r, perguntar: Tem convênio? Po<strong>de</strong> pagar?<br />

• Quando contratado por empresas, rasgar atestados <strong>de</strong> colegas;<br />

• Cobrar consultas que <strong>de</strong>u pelo telefone;<br />

• Fazer empreita<strong>das</strong> para tratar doentes;<br />

• Fazer experiências científicas sem o consentimento do paciente;<br />

• Forçar a realização <strong>de</strong> perícias médicas “Ninguém está obrigado a fornecer<br />

provas contra si mesmo”;<br />

• Portar-se como policial <strong>de</strong>ntro da socieda<strong>de</strong> (Dopar pacientes para que ele<br />

confesse crime)<br />

• Alimentar compulsoriamente alguém em greve <strong>de</strong> fome;<br />

• Discriminar paciente por sexo, raça, ida<strong>de</strong>, enfermida<strong>de</strong>s, etc.<br />

• Praticar a Eutanásia Ativa<br />

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22ª CAPÍTULO:<br />

Deontologia e Diceologia Médica - II<br />

Responsabilida<strong>de</strong>s e Irresponsabilida<strong>de</strong>s Médicas<br />

Segredos e Honorários Médicos<br />

Publicida<strong>de</strong>s e Publicações Médicas.<br />

I - RESPONSABILIDADES MÉDICAS<br />

PREÂMBULO:<br />

Se as outras profissões têm responsabilida<strong>de</strong>s, quanto mais a <strong>medicina</strong> que lida<br />

com o ser humano na fase <strong>de</strong> maior aflição: A da doença.<br />

1. Por que procuramos as outras profissões?<br />

Resposta: Porque temos vaida<strong>de</strong> ou condições econômicas.<br />

• Em <strong>medicina</strong> é diferente. Procuramos porque estamos doentes.<br />

• É tanto que a palavra Doente passou ser apelido.<br />

• Ninguém gosta <strong>de</strong> por esta maneira <strong>de</strong> ser interrogado.<br />

2. Leis que disciplinam a Responsabilida<strong>de</strong> Médica.<br />

• Código Penal – Artigo - 18<br />

• Código civil – Artigos - 159 e l.545<br />

• Código <strong>de</strong> Ética Médica – Artigos 29 e 45<br />

3. Quando começa a Responsabilida<strong>de</strong> Médica?<br />

Começa quando aquele menino por vocação, diz aos pais:<br />

---Eu quero ser médico.<br />

4. Como se escolhe a Profissão Médica?<br />

4.1.Método errado<br />

Imposição dos pais;<br />

Buscando status social;<br />

Para viver bem;<br />

A convite <strong>de</strong> um amigo.<br />

4.2.Método certo:<br />

Por Vocação<br />

5. Como se i<strong>de</strong>ntifica uma vocação?<br />

A voz do povo é a voz <strong>de</strong> Deus. Vejamos os ditos populares:<br />

Riscador <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s: Vocação para arquiteto, <strong>de</strong>senhista, pintor, etc.<br />

• Falador: Vocação para locutor, pastor, sacerdote, professor, etc.<br />

• Resador: Vocação para padre, freira, etc.<br />

• Fofoqueiro e mentiroso: Aptidão para político.<br />

• Letra RUIM: Vocação para Médico.<br />

Nota Explicativa: Uma profissão bonita e <strong>de</strong> tantas responsabilida<strong>de</strong>s, alguns<br />

profissionais ainda insistem em escrever ilegível. Existe uma resolução do CFM<br />

punitiva a esta prática.<br />

6. Quais os requisitos da responsabilida<strong>de</strong> Médica?<br />

• Tratar bem o paciente: To<strong>das</strong> as pessoas gostam <strong>de</strong> ser respeita<strong>das</strong> e<br />

atendi<strong>das</strong> pelo nome;<br />

• Ouvir pacientemente as queixas, doenças aperreios, etc;<br />

• Firmar pelo menos um diagnóstico hipotético;<br />

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• Orientar a terapêutica certa;<br />

• Manter letra legível nas receitas e prontuários médicos;<br />

• Visitar o paciente quando se fizer necessário;<br />

• Medicar o doente ao pé do leito e nunca à distância;<br />

• Quando se ausentar recomendar o cliente aa colega que fica;<br />

• Ter o diploma juridicamente aceito e registrado;<br />

• Ter tranqüilida<strong>de</strong>, consciência e <strong>de</strong>terminação;<br />

• Evitar erros e falhas médicas.<br />

II - CONCEITOS DE ACIDENTE E DE ERRO MÉDICO<br />

1. ACIDENTES: Acontecem inesperadamente e sem aviso prévio.<br />

1.1.Aci<strong>de</strong>ntes medicamentosos – Há pacientes com reações imprevisíveis a<br />

algum tipo <strong>de</strong> droga. Os choques anafiláticos são irreversíveis;<br />

1.2.Aci<strong>de</strong>ntes médicos – Uma simples <strong>de</strong>scuido ou distração médica po<strong>de</strong> levar<br />

a morte do paciente.<br />

2. ERRO MÉDICO: Êrro... é êrro. Não existe <strong>de</strong>finição para as coisas erra<strong>das</strong>.<br />

• Extirpar o órgão são, em vez do que está lesado;<br />

• Deixar corpos estranhos <strong>de</strong>ntro <strong>das</strong> cavida<strong>de</strong>s cirúrgicas;<br />

Lembrete: Todo médico irresponsável merece punições éticas e jurídicas.<br />

Elementos da Responsabilida<strong>de</strong> Médica:<br />

• O Agente, O Ato, O Dano, A Culpa, O Nexo Causal.<br />

III - IRRESPONSABILIDADES MÉDICAS<br />

«Todo aquele que estiver enquadrado <strong>de</strong>ntre <strong>de</strong> um <strong>de</strong>stes itens»<br />

1. Imprudência Médica – Quando há precipitação dos atos médicos. Exemplos:<br />

Múltiplas cirurgias, fórceps sem indicações, ser cirurgião e anestesista ao mesmo<br />

tempo.<br />

2. Negligência Médica – Quando abandona o paciente, se omite no tratamento,<br />

atrasa constantemente ao plantão, etc.<br />

3. Imperícia Médica – É a falta <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong> suficiente. É o <strong>de</strong>spreparo<br />

profissional. Exemplo: Um pediatra exercendo as funções do cirurgião. O<br />

Médico po<strong>de</strong> ser chamado <strong>de</strong> Imperito? Há quem diga que não.<br />

4. Omissão <strong>de</strong> Socorro – Se todo o mundo <strong>de</strong>ve socorrer a vítima, quanto mais<br />

o médico que conhece dos perigos iminentes da vida.<br />

Indagação: O Estudante <strong>de</strong> Medicina tem Responsabilida<strong>de</strong> Médica?<br />

• Moralmente sim: O bom estudante busca sábios e honestos princípios;<br />

• Legalmente não: Ainda não é médico.<br />

IV - HONORÁRIOS MÉDICOS<br />

Preâmbulo: Santo Agostinho dizia: Assim como o padre vive do altar o médico<br />

vive <strong>de</strong> seu consultório. Honorário significa, a honra que está em jogo.<br />

1. COMO COBRAR?<br />

• Ver as condições financeiras do lugar;<br />

• Observar a distância do chamado;<br />

• Evitar dicotomias ou duplicida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> honorário;<br />

• Respeitar os costumes do lugar;<br />

87


• Não cobrar quando o serviço for gratuito.<br />

2. DE QUEM NÃO COBRAR?<br />

A <strong>de</strong>cisão é pessoal e espontânea. O Código <strong>de</strong> Ética Médica se omite.<br />

• De colegas e suas esposas;<br />

• Dos pais <strong>de</strong> colegas quando por estes acompanhados;<br />

• Quando praticar imprudência, imperícia e negligência Médica;<br />

• De quem não po<strong>de</strong> pagar (pobres, estudantes <strong>de</strong> <strong>medicina</strong>, etc.);<br />

• Da própria esposa, filhos, noras e genros (quando conveniados);<br />

3. O PROFISSIONAL MÉDICO DEVE EVITAR:<br />

• Honorários ridículos: Pague do jeito que quiser.<br />

• Cobranças Judiciais: Pense muito antes <strong>de</strong> fazê-las.<br />

• Empreita<strong>das</strong> médicas: Não <strong>de</strong>vem ser sequer cogita<strong>das</strong>.<br />

V - SEGREDO MÉDICO<br />

PREÂMBULO: Toda profissão, por mais humil<strong>de</strong> ou sofisticada que seja, para<br />

ter progresso, visar lucro mercantil ou social, <strong>de</strong>verá ter e manter SEGREDO <strong>de</strong><br />

tudo que realiza ou faz.<br />

1. Justificativas: Se to<strong>das</strong> as profissões têm segredo, quanto mais a <strong>medicina</strong><br />

que lida com o ser humano na fase <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aflição – a da DOENÇA.<br />

2. O que é o Segredo Médico?<br />

É todo ato médico que não é dito ou revelado a ninguém.<br />

Máxima <strong>de</strong> Santo Agostinho: O que sei através do confessionário, sei muito<br />

menos do que aquilo que nunca soube.<br />

3. Legislações específicas:<br />

• Código Penal: Artigo 154<br />

• Código Civil: Artigo 144<br />

• Código <strong>de</strong> Ética Médica: Artigos 102 ao 109<br />

• Lei <strong>das</strong> Contravenções Penais: Artigo 66<br />

4. Como anda o Segredo Médico nos dias atuais?<br />

Horrível ou muito mal, <strong>de</strong>vido os boletins médicos. Os noticiários da<br />

imprensa atrapalham muito o sigilo profissional médico.<br />

ESCOLAS DOUTRINÁRIAS SOBRE O SEGREDO MÉDICO<br />

1. Absolutistas: O Segredo Médico não <strong>de</strong>verá ser divulgado a ninguém.<br />

2. Abolicionistas: O Segredo Médico é uma farsa entre o doente e seu médico.<br />

Esta escola e <strong>de</strong>fendida por Charles Valentino.<br />

3. Intermediárias ou Ecléticas: Alguns itens do segredo <strong>de</strong>vem ser revelados,<br />

outros não. Esta escola é a adotada no Brasil<br />

EXCEÇÕES DO SEGREDO MÉDICO<br />

• Nos nascimentos;<br />

• Casamentos – quando houver doenças graves;<br />

• Atestados <strong>de</strong> óbito<br />

• Doenças infecto contagiosas<br />

• Crimes – Quando o médico aten<strong>de</strong>u a uma <strong>das</strong> partes<br />

• Perícias Médicas – O laudo é enviado a justiça<br />

• Abortos criminosos.<br />

88


1. O estudante <strong>de</strong> <strong>medicina</strong> está obrigado a guardar o Segredo Médico?<br />

• Moralmente sim: Faz parte <strong>de</strong> seus princípios vocacionais.<br />

• Legalmente não: Ainda não é médico.<br />

2. A quem confiar o Segredo Médico?<br />

• A um dos cônjuges, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que este seja esclarecido;<br />

• Aos familiares íntimos e imediatos do paciente;<br />

• Ao próprio doente. Ver o tipo <strong>de</strong> doença que <strong>de</strong>ve ser revelada;<br />

• A um colega médico;<br />

• Ao cerimonial: Quando se trata <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s;<br />

• Cada caso é um novo caso e exige bom senso.<br />

3. Segredo Médico Post Mortem<br />

• Não é quebra <strong>de</strong> segredo, e sim violação ao respeito aos mortos.<br />

• O médico po<strong>de</strong>rá ser processado por vilipêndio ao cadáver.<br />

4. Elementos do crime da quebra do segredo médico:<br />

• O fato – Deverá haver uma consulta médica;<br />

• O ato – Desta consulta <strong>de</strong>verá resultar um diagnóstico;<br />

• O autor – O médico revelar o segredo a alguém;<br />

• A intenção – Provocar danos morais ao paciente;<br />

• A possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dano – Que possa Prejudicar ao paciente.<br />

VI - PUBLICIDADES e PUBLICAÇÕES MÉDICAS<br />

CONCEITO:<br />

É anunciar na imprensa (escrita, falada e televisionada) o seu nome, consultório<br />

ou clinica, tendo como finalida<strong>de</strong>s adquirir prestígio e clientela.<br />

1. O que é permitido dar publicida<strong>de</strong>?<br />

• Tratamentos clínicos e cirúrgicos que tenha condições <strong>de</strong> realizar;<br />

• Títulos universitários idôneos.<br />

2. O que é proibido dar publicida<strong>de</strong>?<br />

• Operações ou tratamentos mentirosos;<br />

• Consultas e tratamentos gratuitos ou a preços vis;<br />

• Vincular o seu nome ou <strong>de</strong> seu consultório na telinha dos cinemas.<br />

3. Comportamento do médico diante da imprensa<br />

• Ser discreto ao anunciar suas <strong>de</strong>scobertas.<br />

• Falar pouco, tendo certeza no que está dizendo.<br />

• Não omitir o nome <strong>de</strong> seus colaboradores.<br />

• Citar a diagnóstico e não o nome do paciente.<br />

• Publicar suas pesquisas nas Revistas Médicas.<br />

4. Como o médico adquire prestígio e respeitabilida<strong>de</strong>s?<br />

• Aten<strong>de</strong>ndo bem aos pacientes;<br />

• Acertando o diagnóstico e o tratamento;<br />

• Sendo sincero com seus princípios vocacionais e <strong>de</strong> educação doméstica.<br />

89


Anexo I<br />

QUESITOS OFICIAIS<br />

«Variam <strong>de</strong> Estado para Estado»<br />

AUTO DE EXAME CADAVÉRICO (Aborto)<br />

Primeiro: Se houve morte;<br />

Segundo: Se a morte foi precedida <strong>de</strong> provocação <strong>de</strong> aborto;<br />

Terceiro: Qual o meio empregado para a provocação <strong>de</strong> aborto;<br />

Quarto: Qual a causa da morte;<br />

Quinto: Se a morte da gestante sobreveio em conseqüência do aborto ou outro<br />

meio empregado para provocá-lo.<br />

AUTO DE EXAME DE ABORTO<br />

Primeiro: Se há vestígios <strong>de</strong> provocação <strong>de</strong> aborto;<br />

Segundo: Qual o meio empregado;<br />

Terceiro: Se em conseqüência do aborto ou meio empregado para provocá-lo,<br />

sofreu a gestante incapacida<strong>de</strong> para as ocupações habituais por mais <strong>de</strong> trinta<br />

dias ou perigo <strong>de</strong> vida ou <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> permanente ou perda ou inutilização <strong>de</strong><br />

membro, sentido ou função ou incapacida<strong>de</strong> permanente para o trabalho ou<br />

enfermida<strong>de</strong> incurável ou <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> permanente (resposta especificada);<br />

Quarto: Se não havia outro meio <strong>de</strong> salvar a vida da gestante (no caso <strong>de</strong> aborto<br />

praticado por médico);<br />

Quinto: Se a gestante é alienada ou débil mental<br />

AUTO DE EXAME DE ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR<br />

Primeiro: Se há vestígios <strong>de</strong> atos libidinosos;<br />

Segundo: Se há vestígios <strong>de</strong> violência e, no caso afirmativo, qual o meio<br />

empregado;<br />

Terceiro: Se da violência resultou para a vítima incapacida<strong>de</strong> para as ocupações<br />

habituais por mais <strong>de</strong> trinta dias ou perigo <strong>de</strong> vida ou <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> permanente ou<br />

perda ou inutilização <strong>de</strong> membro, sentido ou função ou incapacida<strong>de</strong> permanente<br />

para o trabalho ou enfermida<strong>de</strong> incurável ou <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> permanente (resposta<br />

especificada);<br />

Quarto: Se a vítima é alienada ou débil mental;<br />

Quinto: Se houve outra causa diversa <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> não maior <strong>de</strong> quatorze anos,<br />

alienação ou <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> mental que a impossibilitasse <strong>de</strong> oferecer resistência;<br />

Sexto: Se resultou aceleração <strong>de</strong> parto ou aborto.<br />

AUTO DE EXAME DE LESÃO CORPORAL<br />

Primeiro: Se há ofensa à integrida<strong>de</strong> corporal ou à saú<strong>de</strong> do paciente;<br />

Segundo: Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa;<br />

Terceiro: Se resultou incapacida<strong>de</strong> para as ocupações habituais por mais <strong>de</strong><br />

trinta dias;<br />

Quarto: Se resultou perigo <strong>de</strong> vida;<br />

Quinto: Se resultou <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> permanente <strong>de</strong> membro, sentido ou função;<br />

Sexto: Se resultou aceleração do parto;<br />

Sétimo: Se resultou perda ou inutilização <strong>de</strong> membro, sentido ou função;<br />

90


Oitavo: Se resultou incapacida<strong>de</strong> permanente para o trabalho ou enfermida<strong>de</strong><br />

incurável;<br />

Nono: Se resultou <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> permanente,<br />

Décimo: Se resultou aborto.<br />

AUTO DE EXAME DE EMBRIAGUEZ<br />

Primeiro: O paciente apresentado a exame está embriagado;<br />

Segundo: No caso afirmativo, que espécie <strong>de</strong> embriaguez;<br />

Terceiro: No estado em que se acha, po<strong>de</strong> o mesmo pôr em risco a segurança<br />

própria ou alheia,<br />

Quarto: É possível <strong>de</strong>terminar se o paciente se embriaga habitualmente;<br />

Quinto: No caso afirmativo, qual p prazo aproximadamente em que <strong>de</strong>ve ficar<br />

internado para o necessário tratamento.<br />

AUTO DE EXAME DE VALIDEZ<br />

Quesito único: Se o examinado tem saú<strong>de</strong> e aptidão para trabalhar.<br />

AUTO DE EXAME DE CONJUNÇÃO CARNAL<br />

Primeiro: Se houve conjunção carnal;<br />

Segundo: Qual o tempo <strong>de</strong>ssa conjunção;<br />

Terceiro: Se houve violência;<br />

Quarto: Qual o meio empregado para a violência;<br />

Quinto: Se da violência resultou para a vítima incapacida<strong>de</strong> para as ocupações<br />

habituais por mais <strong>de</strong> trinta dias ou perigo <strong>de</strong> vida ou <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> permanente ou<br />

perda ou inutilização <strong>de</strong> membro, sentido ou função ou incapacida<strong>de</strong> permanente<br />

para o trabalho ou enfermida<strong>de</strong> incurável ou <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> permanente (resposta<br />

especificada);<br />

Sexto: Se a vítima é alienada ou débil mental;<br />

Sétimo: Se houve outra causa que impossibilitasse a vítima <strong>de</strong> oferecer<br />

resistência.<br />

AUTO DE EXAME CADAVÉRICO (Infanticídio)<br />

Primeiro: Se houve morte;<br />

Segundo: Se a morte foi ocasionada durante ou logo após o parto;<br />

Terceiro: Qual a causa da morte;<br />

Quarto: Qual o instrumento ou meio que produziu a morte;<br />

Quinto: Se foi produzida por meio <strong>de</strong> veneno, fogo explosivo, asfixia ou tortura<br />

ou por outro meio insidioso ou cruel (reposta especificada).<br />

AUTO DE EXAME PSIQUICO DA PARTURIENTE (Infanticídio)<br />

Quesito único: A paciente se encontrava sob influência do estado puerperal ao<br />

tempo do fato que lhe é imputado?<br />

AUTO DE EXAME CADAVÉRICO<br />

Primeiro: Se houve morte;<br />

Segundo: Qual a causa da morte;<br />

Terceiro: Qual o instrumento ou meio que produziu a morte;<br />

Quarto: Se foi produzida por meio <strong>de</strong> veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura<br />

ou outro meio insidioso ou cruel (resposta especificada).<br />

91


AUTO DE EXAME COMPLEMETAR<br />

Primeiro: O paciente acha-se curado <strong>das</strong> ofensas físicas recebi<strong>das</strong>,<br />

Segundo: No caso negativo, quantos dias mais serão necessários para sua<br />

completa cura;<br />

Terceiro: Resultou <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> permanente <strong>de</strong> membro, sentido ou função;<br />

Quarto: Resultou perda ou inutilização <strong>de</strong> membro, sentido ou função;<br />

Quinto: Originou incapacida<strong>de</strong> permanente para o trabalho ou enfermida<strong>de</strong><br />

incurável;<br />

Sexto: Resultou <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> permanente.<br />

AUTO DE EXAME DE ACIDENTE DO TRABALHO<br />

Primeiro: O paciente apresenta alguma lesão no corpo, perturbação funcional<br />

ou qualquer moléstia capaz <strong>de</strong> ter sido ocasionado em aci<strong>de</strong>nte do trabalho;<br />

Segundo: Da lesão po<strong>de</strong> resultar a morte;<br />

Terceiro: No caso contrário, em que tempo se operará a cura;<br />

Quarto: O paciente po<strong>de</strong> voltar ao trabalho antes <strong>de</strong> completamente curado,<br />

Quinto: Depois <strong>de</strong> curado, o paciente po<strong>de</strong>rá ficar incapaz para o seu trabalho, e<br />

qual o grau e a duração <strong>de</strong>ssa incapacida<strong>de</strong>;<br />

Sexto: No caso <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> parcial e permanente, o paciente po<strong>de</strong>rá<br />

acomodar-se com segurança à mesma profissão;<br />

AUTO DE EXAME DE PARTO PREGRESSO<br />

Primeiro. Houve parto;<br />

Segundo: Qual a data provável do parto.<br />

AUTO DE EXAME DE DETERMINAÇÃO DE IDADE<br />

Primeiro: Se a ou o paciente é menor <strong>de</strong> 18 anos;<br />

Segundo: Em caso afirmativo, se é maior <strong>de</strong> 14 anos.<br />

QUESITOS NOS FOROS CIVIS E TRABALHISTAS<br />

Não existem quesitos oficiais.<br />

Estes são elaborados pelo juiz ou pelas partes.<br />

92


Anexo II<br />

QUESITOS APLICADOS AOS CURSOS DE MEDICINA E DIREITO<br />

QUESITOS SUBJETIVOS:<br />

• Comentar a relação da <strong>medicina</strong> <strong>legal</strong> com as ciências médicas.<br />

• Comentar a relação da <strong>medicina</strong> <strong>legal</strong> com as ciências jurídicas e sociais.<br />

• O quê é perícia médico <strong>legal</strong>?<br />

• Quem <strong>de</strong>ve requisitar a perícia médico <strong>legal</strong>?<br />

• Fazer a diferença entre corpo <strong>de</strong> <strong>de</strong>lito e corpo da vítima.<br />

• Perícias Contraditórias: Conceito e soluções jurídicas.<br />

• Definir e compor o laudo médico <strong>legal</strong>.<br />

• Por que a <strong>de</strong>scrição é a parte mais importante do laudo?<br />

• O que é I<strong>de</strong>ntificação médico <strong>legal</strong>?<br />

• Como i<strong>de</strong>ntificar a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um indivíduo?<br />

• Datiloscopia: Conceito e estudo <strong>das</strong> papilas digitais.<br />

• Instrumento contun<strong>de</strong>nte: Conceito e tipos <strong>de</strong> lesões.<br />

• Instrumento cortante: Conceito e tipos <strong>de</strong> lesões.<br />

• Instrumento perfurante: Conceito e tipos <strong>de</strong> lesões.<br />

• Instrumento perfuro-cortante: Conceito e tipos <strong>de</strong> lesões.<br />

• Instrumento corto-contun<strong>de</strong>nte: Conceito e tipos <strong>de</strong> lesões.<br />

• Instrumento pérfuro-contun<strong>de</strong>nte: Conceito e tipos <strong>de</strong> lesões.<br />

• Quais as características <strong>das</strong> feri<strong>das</strong> contusas?<br />

• Quais as características <strong>das</strong> feri<strong>das</strong> incisas?<br />

• Fazer a diferença entre ferida contusa e ferida incisa.<br />

• Fazer a diferença entre esquartejamento e espostejamento.<br />

• Conceituar: esgorjamento, <strong>de</strong>golamento, espostejamento e esquartejamento.<br />

• Quais as características dos tiros encostados?<br />

• Tiro a distância: Conceito e diferenças entre trajeto e trajetória.<br />

• Equimose: Conceito e <strong>de</strong>talhes do espectro equimótico.<br />

• Quais as características do carbonizado?<br />

• Diferenciar as lesões <strong>de</strong> Jellinek <strong>das</strong> lesões <strong>de</strong> Lichtenberg.<br />

• Quais as características <strong>das</strong> radio<strong>de</strong>rmites?<br />

• Queimaduras <strong>de</strong> 3º e 4º graus: Conceitos e valor nas <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s permanentes.<br />

• Geladuras: Classificação e características primordiais.<br />

• Definir e classificar os Cáusticos.<br />

• O quê é a Vitriolagem?<br />

• Quais os critérios <strong>de</strong> diagnóstico <strong>de</strong> morte pelos tóxicos?<br />

• Quais os sinais gerais externos e internos <strong>das</strong> asfixias violentas?<br />

• Enforcamento: Conceito e sinais próprios.<br />

• Estrangulamento: Conceito e sinais próprios:<br />

• Esganadura: Conceito e sinais próprios.<br />

• Sufocação: Conceito e sinais próprios.<br />

• Soterramento: Conceito e sinais próprios.<br />

• Afogamento. Conceito e sinais próprios.<br />

• Gases Irrespiráveis: Conceito e sinais próprios.<br />

• Confinamento: Conceito e sinais próprios.<br />

• Características <strong>das</strong> lesões <strong>de</strong> Amussat e Friedberg e on<strong>de</strong> são encontra<strong>das</strong>.<br />

93


• Características <strong>das</strong> manchas <strong>de</strong> Paltauf e tipos <strong>de</strong> morte encontra<strong>das</strong>.<br />

• Quais as causas dos aci<strong>de</strong>ntes e doenças do trabalho?<br />

• Conceituar simulação, dissimulação e metassimulação nos aci<strong>de</strong>ntes do trabalho.<br />

• Doenças do trabalho: Conceito e classificação.<br />

• Comentar os fenômenos cadavéricos abióticos consecutivos.<br />

• Comentar os fenômenos cadavéricos abióticos imediatos.<br />

• Cronotanatognose: Determinar a ida<strong>de</strong> da morte.<br />

• Necropsia: Conceito, indicação, técnica e valor para a justiça.<br />

• Exumação: Conceito, indicação, técnica e valor para a justiça.<br />

• Descrever as causas e apresentação da circulação póstuma <strong>de</strong> Brouar<strong>de</strong>l.<br />

• Comentar os fenômenos cadavéricos <strong>de</strong>strutivos.<br />

• Comentar os fenômenos cadavéricos conservadores.<br />

• Comentar as fases da putrefação.<br />

• Perinecroscopia. Conceito e importância médico <strong>legal</strong>.<br />

• O quê significa repristinação cadavérica?<br />

• Fazer a diferença entre autólise e maceração.<br />

• Inumação: Como proce<strong>de</strong>r nos casos <strong>de</strong> morte violenta.<br />

• Quais as causas do sado-masoquismo?<br />

• Fazer a diferença entre triolismo e pluralismo.<br />

• Auto erotismo: Conceito e causas predisponentes.<br />

• Homossexualismo: Conceito, tipos e causas predisponentes.<br />

• Erotomania: Conceito e causas.<br />

• Fazer a diferença entre urolagnia e coprofilia.<br />

• Fazer a diferença entre mixoscopia e fetichismo.<br />

• Quais as exigências legais para a esterilização <strong>de</strong>finitiva?<br />

• Quais os meios anti natalistas para o homem?<br />

• Fazer a diferença entre masturbação mecânica e empalamento.<br />

• Fazer a diferença entre coprolalia e coprofilia.<br />

• Superfecundação: Conceito e importância para a justiça.<br />

• Aborto Legal: Como o médico <strong>de</strong>ve proce<strong>de</strong>r?<br />

• Aborto sentimental: Conceito e procedimentos médicos e jurídicos.<br />

• Aborto Terapêutico: Conceito e procedimentos médicos.<br />

• Aborto por meios mecânicos: Conceito e complicações.<br />

• Meios abortivos criminosos: Comentar os tipos e as respectivas complicações.<br />

• Fazer a diferença entre estupro e ato libidinoso.<br />

• Hímen complacente: Conceito e localização.<br />

• Por que o infanticídio é consi<strong>de</strong>rado um <strong>de</strong>lito excepcional?<br />

• Estado puerperal: Conceito e valor para a justiça.<br />

• Quais as características do feto nascido?<br />

• Por que a mulher simula a gravi<strong>de</strong>z?<br />

• Por que a mulher dissimula uma gravi<strong>de</strong>z?<br />

• Quais os motivos da simulação do parto e do puerpério?<br />

• Quais os motivos da dissimulação do parto e do puerpério?<br />

• Descrever uma <strong>das</strong> fases da docimásia hidrostática pulmonar <strong>de</strong> Galeno.<br />

• Fazer a diferença entre superfetação e superfecundação.<br />

• Sado-Masoquismo: Conceito, causas e perigos para a socieda<strong>de</strong>.<br />

• Quais os fatores <strong>de</strong>terminantes da psicopatologia forense.<br />

94


• Como exercer <strong>legal</strong>mente a <strong>medicina</strong>?<br />

• Charlatanismo Inconsciente: Conceito e classificação.<br />

• Curan<strong>de</strong>irismo: Conceito e importância médico <strong>legal</strong>.<br />

• Comentar a irresponsabilida<strong>de</strong> médica.<br />

• Segredo Médico: Conceito e escolas doutrinárias.<br />

• Fazer a diferença entre erro e aci<strong>de</strong>nte médico.<br />

• De quem não cobrar honorários médicos?<br />

• Conceituar: Esgorjamento, esganadura e espostejamento.<br />

• Instrumentos contun<strong>de</strong>ntes: Conceito, exemplos e características da ferida contusa.<br />

• Conceituar: Perícia contraditória, vitriolagem e metassimulação.<br />

• Conceituar: Degolamento, esquartejamento e vitriolagem.<br />

• Instrumentos contun<strong>de</strong>ntes: Conceito, exemplos e características <strong>das</strong> equimoses.<br />

• Lesões <strong>de</strong> Jellineck: Conceito, localização e características próprias.<br />

• Conceituar: Sinal <strong>de</strong> Amussat, sinal <strong>de</strong> Benassi e sinal <strong>de</strong> Montalti.<br />

• Conceituar: Marcas <strong>de</strong> Jellineck, sinal <strong>de</strong> Montalti e sinal <strong>de</strong> Benassi.<br />

• Conceituar: Rubefação, queimadura do 2º grau e geladura do 3º grau.<br />

• Definir <strong>de</strong>talhadamente: Vida intra-uterina, recém nascido e envergadura.<br />

• Cáusticos: Conceito, classificação <strong>de</strong>talhada e vitriolagem.<br />

• Aborto Legal: Conceito, classificação <strong>de</strong>talhada e conduta pericial respectiva.<br />

• Dar o conceito: Estado puerperal, puerpério e superfecundação.<br />

• Dar o conceito: Masoquismo, narcisismo e acopolia.<br />

• Aborto criminoso: Conceito, classificação <strong>de</strong>talhada e conduta pericial respectiva.<br />

• Infanticídio: Conceito, motivos <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>lito excepcional e valor <strong>das</strong> docimasias.<br />

• Conceituar: Superfecundação, fecundação homóloga e infante nascido.<br />

• Dar o conceito: Fetichismo, coprofilia e erotomania.<br />

• Dar o conceito: Superfecundação, infante nascido e fecundação heteróloga.<br />

• Dar o conceito: Anafrodisia, riparofilia e mixoscopia.<br />

• Dar o conceito: Puerpério, estado puerperal e infante nascido.<br />

• Dar o conceito: Erotomania, acopulia e mixoscopia.<br />

• Dar o conceito: Superfecundação, Nidação e fecundação heteróloga.<br />

• Dar o conceito: Perinecroscopia, autólise, circulação <strong>de</strong> Brouar<strong>de</strong>l.<br />

• Putrefação: Conceito, causas da putrefação e <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> suas fases.<br />

• Dar o conceito: Saponificação, repristinação, anasarca e litopédio.<br />

• Fenômenos abióticos: Conceito e <strong>de</strong>terminação do tempo <strong>de</strong> mote.<br />

• Conceituar: Livor hipostático, circulação <strong>de</strong> Brouar<strong>de</strong>l e necropsia branca.<br />

• Inumação: Conceito. Diferenças entre repristinação e adipocera.<br />

• Putrefação: Conceito. Diferenças entre autólise e peri-necroscopia.<br />

• Necropsia: Conceito e técnicas para o exame da cavida<strong>de</strong> craniana.<br />

• Mumificação: Conceito. Diferença entre anasarca e circulação <strong>de</strong> Brouar<strong>de</strong>l.<br />

• Exumação: Conceito. Diferença entre morte histológica e Mancha ver<strong>de</strong> abdominal.<br />

• Fenômenos abióticos: Conceito. Diferenças entre adipocera e coliquação.<br />

• Necrópsia: Conceito e técnicas para o exame tóraco abdominal.<br />

95


QUESITOS OBJETIVOS<br />

01) Nas energias mecânicas, estes são consi<strong>de</strong>rados instrumentos corto-contun<strong>de</strong>ntes:<br />

A - Machado, martelo, guilhotina<br />

B - Faca, foice, punhal.<br />

C - Enxada, foice, machado*.<br />

D - Machado, facão, martelo<br />

E - Martelo, facão, enxada.<br />

02) As lesões arboriformes <strong>de</strong> Lichtemberg são encontra<strong>das</strong> nas pessoas vítimas <strong>de</strong>:<br />

A - Asfixia<br />

B – Fulguração*<br />

C - Eletroplessão<br />

D - Envenenamento<br />

E - Explosão<br />

03) As incrustações <strong>de</strong> pólvora incombusta na pele, em torno do orifício <strong>de</strong> entrada do<br />

projétil <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo, <strong>de</strong>nomina-se:<br />

A – Enxugo*<br />

B - Contusão<br />

C - Tatuagem<br />

D - Chamuscamento<br />

E – Calefação.<br />

04) Os sulcos oblíquos, <strong>de</strong>scontínuos, <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual localizados no pescoço,<br />

são características <strong>das</strong> asfixias por:<br />

A - Sufocação<br />

B - Esganadura<br />

C - Confinamento<br />

D – Enforcamento*<br />

E - Estrangulamento<br />

05) Chama-se vitriolagem as lesões criminosas produzi<strong>das</strong> por:<br />

A – Calor difuso<br />

B – Veneno animais<br />

C - Agentes Mecânicos<br />

D – Eletricida<strong>de</strong> natural<br />

E - Substâncias cáusticas*<br />

06) Os ferimentos pérfuros contusos têm obrigatoriamente:<br />

A - Orla <strong>de</strong> Contusão e enxugo*<br />

B - Zona <strong>de</strong> chamuscamento e esfumaçamento.<br />

C - Zona <strong>de</strong> tatuagem e <strong>de</strong> chamuscamento.<br />

D - Buraco <strong>de</strong> mina e trajeto na cavida<strong>de</strong> corporal.<br />

E – To<strong>das</strong> as respostas estão corretas.<br />

07) A equimose <strong>de</strong> pequena intensida<strong>de</strong> e extensão, em forma <strong>de</strong> grãos é chamada <strong>de</strong>:<br />

A - Rubefação<br />

B - Víbice<br />

C – Sugilação*<br />

D - Bossa<br />

E – Livi<strong>de</strong>z.<br />

96


08) O anel enegrecido ou halo fuliginoso na tábua óssea externa do crânio ou nos arcos<br />

costais em tiros encostados é chamado <strong>de</strong> sinal <strong>de</strong>:<br />

A - Hoffiman<br />

B – Benassi*<br />

C - Nério Rojas<br />

D - Paltauf<br />

E – Muntalti.<br />

09) A lesão da túnica interna da carótida nos casos <strong>de</strong> enforcamento refere-se a:<br />

A - Sinal <strong>de</strong> Niles<br />

B - Sinal <strong>de</strong> Vargas Alvarado<br />

C - Sinal <strong>de</strong> Tardieu<br />

D - Sinal <strong>de</strong> Amussat*<br />

E - Sinal <strong>de</strong> Friedberg<br />

10) A lesão produzida por instrumento cortante na parte anterior do pescoço é chamada:<br />

A - Esganadura.<br />

B - Degolamento.<br />

C - Esgorjamento.*<br />

D - Empalamento.<br />

E – Esquartejamento.<br />

11) Uma paciente informa ter sido atingida por água fervente. O perito diagnostica sinal<br />

<strong>de</strong> Chambert. Assinale a lesão correspon<strong>de</strong>nte:<br />

A) eritema;<br />

B) escarificação;<br />

C) <strong>de</strong>generação;<br />

D) carbonização;<br />

E) flictenas.*<br />

12) As incapacida<strong>de</strong>s permanentes para o trabalho e o perigo <strong>de</strong> vida caracterizam,<br />

respectivamente, lesões corporais <strong>de</strong> natureza:<br />

A - Gravíssima e grave*<br />

B - Leve e gravíssima<br />

C - Grave e leve<br />

D – Somente Gravíssima<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

13) A faca é um instrumento cortante:<br />

A - Em qualquer circunstância<br />

B - Sempre que seu gume participa na produção <strong>de</strong> um ferimento<br />

C - Sempre que seu gume atua por <strong>de</strong>slizamento em linha*<br />

D - Apenas se tiver ponta e gume muito afiado<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

14) A morte provocada por esganadura é:<br />

A - Sempre suicídio<br />

B - Aci<strong>de</strong>ntal na maioria dos casos<br />

C - Sempre homicídio*<br />

D - Homicídio ou suicídio a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do caso<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

97


15) Uma criança morreu asfixiada por um caramelo que lhe obstruiu a traquéia.<br />

Verificou-se, portanto, um caso <strong>de</strong>:<br />

A - Sufocação Direta*<br />

B - Sufocação Indireta<br />

C - Afogamento<br />

D - Esganadura<br />

E – Estrangulamento.<br />

16) Um ferimento produzido por projétil <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo disparado à distância é<br />

caracterizado por:<br />

A - Orla <strong>de</strong> contusão, zona <strong>de</strong> enxugo e <strong>de</strong> tatuagem.<br />

B - Orla <strong>de</strong> contusão, aréola equimótica e zona <strong>de</strong> enxugo. *<br />

C - Zona <strong>de</strong> tatuagem, zona <strong>de</strong> esfumaçamento e aréola equimótica.<br />

D - Zona <strong>de</strong> enxugo, aréola equimótica e zona <strong>de</strong> esfumaçamento.<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

17) O orifício <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> um projétil <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo na região posterior do tórax é:<br />

A - Geralmente maior que o <strong>de</strong> entrada*<br />

B - Sempre menor que o <strong>de</strong> entrada<br />

C - Não há relação em referência ao tamanho do orifício<br />

D - É igual ao orifício <strong>de</strong> entrada<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

18) Constitui uma técnica para <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> tiro nas armas <strong>de</strong> fogo, nas<br />

mãos, vestes e objetos suspeitos:<br />

A - Rodizonato <strong>de</strong> sódio. *<br />

B - Óxido <strong>de</strong> zinco.<br />

C - Alumínio em pó.<br />

D - Peróxido <strong>de</strong> manganês.<br />

E - Io<strong>de</strong>to <strong>de</strong> amido.<br />

19) Quando o perito dita as informações a um escrivão e este reduz as informações a<br />

termo, o documento recebe o nome <strong>de</strong>:<br />

A – Auto*<br />

B - Laudo<br />

C - Relatório<br />

D - Atestado<br />

E – Notificação.<br />

20) Das opções abaixo apenas uma não é observada habitualmente nas feri<strong>das</strong> contusas.<br />

A - Bor<strong>das</strong> regulares*<br />

B - Bor<strong>das</strong> equimosa<strong>das</strong><br />

C - Bor<strong>das</strong> escoria<strong>das</strong><br />

D - Bor<strong>das</strong> irregulares<br />

E - Fundo irregular<br />

21) A enxada, a foice e o machado são classificados como instrumentos:<br />

A - Perfuro - cortantes.<br />

B - Cortos - contun<strong>de</strong>ntes.*<br />

C - Perfurantes.<br />

D - Perfuro - contun<strong>de</strong>ntes.<br />

E - Nenhuma <strong>das</strong> alternativas.<br />

98


22) O orifício <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> um projétil <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo disparado á 10 metros <strong>de</strong><br />

distância se caracteriza por apresentar:<br />

A - Orla <strong>de</strong> contusão e orla enxugo, zona <strong>de</strong> tatuagem e zona <strong>de</strong> chamuscamento.<br />

B - Orla <strong>de</strong> contusão e orla <strong>de</strong> enxugo.*<br />

C - Não apresenta nenhuma <strong>de</strong>stas orlas ou zonas.<br />

D - Orla <strong>de</strong> contusão, zona <strong>de</strong> tatuagem e zona chamuscamento.<br />

E - Nenhuma <strong>das</strong> alternativas.<br />

23) No trabalho, um operador <strong>de</strong> forno <strong>de</strong> fundição teve parte do pé esquerdo queimada<br />

apresentando varias lesões bolhosas. O operário sofreu uma queimadura <strong>de</strong>:<br />

A - Primeiro grau.<br />

B - Segundo grau.*<br />

C - Terceiro grau.<br />

D - Quarto grau.<br />

E - Nenhuma <strong>das</strong> alternativas.<br />

25) Os sulcos cervicais típicos <strong>de</strong> enforcamento e <strong>de</strong> estrangulamento são,<br />

respectivamente,<br />

A - Horizontal <strong>de</strong>scontínuo e oblíquo contínuo.<br />

B - Oblíquo contínuo e horizontal <strong>de</strong>scontínuo.<br />

C - Horizontal <strong>de</strong>scontínuo e oblíquo <strong>de</strong>scontínuo.<br />

D - Oblíquo <strong>de</strong>scontínuo e horizontal contínuo. *<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

26) Um lutador <strong>de</strong> boxe, durante uma contenda, mutilou a orelha do adversário com<br />

uma <strong>de</strong>ntada. Que tipo <strong>de</strong> ferida provocou:<br />

A - Incisa.<br />

B - Corto-contusa.*<br />

C - Cortante.<br />

D - Pérfuro-cortante.<br />

E – Lacerante.<br />

27) O médico-legista po<strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir que o tiro foi disparado com a boca do cano da arma<br />

encostada na cabeça da vítima se observar:<br />

A - Hematoma subcutâneo.<br />

B - Zona <strong>de</strong> esfumaçamento sobre a pele.<br />

C - Esfumaçamento na superfície óssea.*<br />

D - Zona <strong>de</strong> tatuagem sobre o couro cabeludo.<br />

E – Sinais <strong>de</strong> ricochete.<br />

28) Na eletrocussão não é raro observar-se intensa cianose no cadáver. Nestes casos<br />

po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir que a morte foi provocada por<br />

A - Parada cardíaca imediata, por ação da eletricida<strong>de</strong>.<br />

B - Asfixia mecânica por sufocação indireta.*<br />

C - Paralisação do tronco encefálico (bulbo), por ação da eletricida<strong>de</strong>.<br />

D - Por alteração química do sangue, por ação direta da eletricida<strong>de</strong>.<br />

E – Para cardíaca e pulmonar respectivamente<br />

29) O sulco cervical encontrado no cadáver <strong>de</strong> enforcamento por suspensão completa é:<br />

A - Horizontal, interrompido e <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual.<br />

B - Oblíquo, interrompido e <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual.*<br />

C - Horizontal, contínuo e <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> uniforme.<br />

D - Oblíquo, contínuo e <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> uniforme.<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

99


30) Através <strong>de</strong> Espectro Equimótico, o perito po<strong>de</strong> avaliar:<br />

A - o tempo <strong>de</strong> evolução da equimose.*<br />

B - os limites da equimose.<br />

C - a intensida<strong>de</strong> da equimose.<br />

D - a extensão da equimose.<br />

E – o objeto provocador da equimose.<br />

31) A Sra. M.J.S. teve sua casa invadida por marginais que a obrigaram a praticar com<br />

eles coito anal e oral sob a mira <strong>de</strong> um revólver. Tal fato caracteriza crime <strong>de</strong>:<br />

A - Aborto<br />

B - Estupro<br />

C - Atentado violento ao pudor*<br />

D - Posse sexual mediante frau<strong>de</strong><br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão certas<br />

32) Um marginal que mantém conjunção carnal com uma senhora paraplégica, sem<br />

efetiva violência física, comete crime <strong>de</strong>:<br />

A - Frau<strong>de</strong> sexual<br />

B - Estupro<br />

C - Atentado violento ao pudor<br />

D - Posse sexual mediante frau<strong>de</strong><br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão erra<strong>das</strong>.*<br />

33) Em <strong>medicina</strong> <strong>legal</strong>, conceitua-se o aborto como interrupção da gravi<strong>de</strong>z, por morte<br />

do concepto:<br />

A - Em qualquer fase da gestação*<br />

B - A partir do primeiro trimestre da gestação<br />

C - Apenas no primeiro trimestre da gestação<br />

D - A partir do segundo trimestre da gestação.<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

34) O distúrbio da sexualida<strong>de</strong> através da paixão por estatuas sacras significa:<br />

A - Fetichismo<br />

B - Mixoscopia<br />

C - Exibicionismo<br />

D – Pigmalionismo*<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

35) Quando o aborto resulta em lesão corporal grave prevista no artigo 129 § 1º do<br />

C.P.B. trata-se <strong>de</strong> aborto:<br />

A - Sofrido<br />

B – Qualificado*<br />

C - Eugênico<br />

D - Honoris causa<br />

E - Presumido<br />

366) A impotência coeundi masculina consiste:<br />

A - Na incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar a conjunção carnal*<br />

B - Na ausência <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s no líquido seminal<br />

C - Na incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ejacular<br />

D - Na aversão ao ato sexual com mulher<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

100


37) No atentado violento ao pudor, o elemento material do crime é representado por:<br />

A - Coito anal.<br />

B - Coito oral.<br />

C - Coito interfemural.<br />

D - Hetero-masturbação.<br />

E - To<strong>das</strong> as alternativas estão corretas.*<br />

38) Para se comprovar que o feto nasceu com vida, o médico legista recorrerá:<br />

A - Ao Sinal <strong>de</strong> Benassi<br />

B - Ao Sinal <strong>de</strong> Bonnet<br />

C - Às provas hipocráticas<br />

D - Às docimásias <strong>de</strong> Galeno.*<br />

E – Ao exame da placenta.<br />

39) Configura-se o crime <strong>de</strong> estupro com a ação <strong>de</strong>:<br />

A - Constranger mulher honesta à conjunção anal, mediante violência ou grave ameaça.<br />

B - Constranger mulher, mediante violência ato libidinoso diverso da conjunção carnal.<br />

C - Constranger mulher à conjunção carnal se aproveitado da justificável confiança.<br />

D - Constranger mulher à conjunção carnal, mediante emprego <strong>de</strong> meio fraudulento.<br />

E - Constranger mulher à conjunção vaginal, mediante violência ou grave ameaça.*<br />

40) A docimásia respiratória <strong>de</strong> Galeno é baseada:<br />

A - Na <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do pulmão*<br />

B - Presença <strong>de</strong> ar no ouvido médio<br />

C - No exame histológico do pulmão<br />

D - Na presença do ar no estômago<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

41) Po<strong>de</strong>-se admitir que a ré matou próprio filho, estava inteiramente privada da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o caráter criminoso <strong>de</strong> seu ato, se:<br />

A - Era portadora <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> psicopática.<br />

B - Estava influenciada pelo estado puerperal.<br />

C - Sofria <strong>de</strong> esquizofrenia.*<br />

D - Sofria <strong>de</strong> neurose compulsiva.<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

42) Certas pessoas sofrem <strong>de</strong> um <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> conduta sexual que as po<strong>de</strong> levar a furtar e a<br />

colecionar peças <strong>de</strong> vestuário íntimo. Tal <strong>de</strong>svio recebe o nome <strong>de</strong><br />

A - Voyeurismo".<br />

B - Mixoscopia.<br />

C - Fetichismo.*<br />

D - Uranismo.<br />

E – Cleptomania.<br />

43) A pesquisa <strong>de</strong> espermatozói<strong>de</strong>s nas secreções vaginais são realiza<strong>das</strong> para a<br />

comprovação <strong>de</strong> conjunção carnal, <strong>de</strong>ve ser feita através <strong>de</strong>:<br />

A - Exame ao microscópio.*<br />

B - Dosagem <strong>de</strong> fosfatase ácida.<br />

C - Análise <strong>de</strong> DNA.<br />

D – Através da observação <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong> Teichmann.<br />

E – Analise anátomo patológica.<br />

101


44) Um homem é encontrado morto, vítima <strong>de</strong> morte violenta. Na sua mão esquerda vários<br />

fios <strong>de</strong> cabelo liso, finos e castanho-claros. O exame dos cabelos permite:<br />

A - Evi<strong>de</strong>nciar que se trata <strong>de</strong> cabelo feminino baseado no estudo da cutícula capilar;<br />

B - Determinar o intervalo <strong>de</strong> tempo em que os cabelos foram arrancados;<br />

C - Individualizar o cabelo pelo estudo médico-<strong>legal</strong> da DNA; *.<br />

D - Individualizar o cabelo pelo estudo do sangue do bulbo capilar;<br />

E - Determinar, através do estudo da medular, se eram tingidos.<br />

45) Indique a opção que caracteriza, corretamente, o crime <strong>de</strong> infanticídio:<br />

A - Mulher mata criança em qualquer ida<strong>de</strong>;<br />

B - Mãe mata o próprio filho após o estado puerperal;<br />

C - Mulher mata criança recém-nascida;<br />

D - Mãe mata o próprio filho por processo asfixico;<br />

E - Mãe mata o próprio filho sob influência do estado puerperal.*<br />

46) Cópula anal em mulher menor <strong>de</strong> quatorze anos caracteriza crime <strong>de</strong>:<br />

A - Estupro;<br />

B - Conjunção carnal;<br />

C - Atentado violento ao pudor;*<br />

D - Atentado ao pudor e estupro;<br />

E - Atentado ao pudor e conjunção carnal.<br />

47) Consi<strong>de</strong>ra-se estupro:<br />

A - Qualquer ato sexual mediante violência<br />

B - Conjunção vaginal mediante violência ou grave ameaça.*<br />

C - Apenas atos libidinosos mediante violência<br />

D - Coitos ectópicos mediante violência.<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão erra<strong>das</strong>.<br />

48) A Legislação Brasileira permite o aborto:<br />

A - Terapêutica e honoris causa<br />

B – Piedoso, sentimental e eugênico<br />

C - Terapêutico e sentimental.*<br />

D - Eugênico e honoris causa<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

49) Homem é flagrado em praça pública mantendo relações sexuais com uma estátua.<br />

Ao exame constatou-se que a substância esbranquiçada encontrada na estátua era<br />

liquido seminal. Que crime o mesmo cometeu:<br />

A - Estupro<br />

B - Ato libidinoso<br />

C - Atentado violento ao pudor<br />

D - Ultraje público ao pudor*<br />

E – Fantasia pigmalionica.<br />

50) São sinônimos <strong>de</strong> homossexualismo feminino:<br />

A - Lesbianismo, safismo, pe<strong>de</strong>rastia.<br />

B - Uranismo, safismo, travestismo.<br />

C - Safismo, lesbianismo, tribadismo.*<br />

D - Safismo, uranismo, tribadismo.<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão erra<strong>das</strong>.<br />

102


51) Levada a um motel, uma mulher <strong>de</strong> maior ida<strong>de</strong>, virgem e em estado <strong>de</strong> embriaguez<br />

completa, manteve conjunção carnal com seu acompanhante. Ao exame médico-<strong>legal</strong><br />

constatou-se ruptura himenal recente. O crime cometido se refere a:<br />

A – Estupro*<br />

B - Lenocínio<br />

C - Atentado violento ao pudor<br />

D - Ultraje público ao pudor<br />

E – Conjunção carnal normal.<br />

52) O aborto realizado pelo médico para salvar a vida da gestante é chamado:<br />

A - Aborto sentimental<br />

B - Aborto terapêutico*<br />

C - Aborto social<br />

D - Aborto Eugênico<br />

E - Aborto moral<br />

53) A mulher acometida <strong>de</strong> psicose puerperal mata o filho logo após o parto. Este ato é<br />

capitulado como:<br />

A - Aci<strong>de</strong>nte<br />

B – Homicídio*<br />

C – Infanticídio<br />

D - Inimputabilida<strong>de</strong><br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

54) Em uma perícia <strong>de</strong> infanticídio:<br />

A - É obrigatória a perícia da mãe.<br />

B - É obrigatória a perícia do feto.<br />

C - É obrigatória a perícia da placenta.<br />

D – É obrigatória a perícia da placenta.<br />

E - Há mais <strong>de</strong> uma alternativa correta.*<br />

55) Para que um indivíduo seja consi<strong>de</strong>rado inimputável, é preciso que:<br />

A - Por doença mental esteja impossibilitado <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a natureza do ato praticado.<br />

B - Não compreenda que está sendo acusado.<br />

C - Por <strong>de</strong>senvolvimento mental incompleto não entenda o caráter criminoso do fato.<br />

D - Mais <strong>de</strong> uma resposta estão corretas.<br />

E - To<strong>das</strong> as respostas estão corretas.*<br />

56) Exclui a imputabilida<strong>de</strong> penal:<br />

A - A embriaguez incompleta em caso fortuito.<br />

B - A embriaguez voluntária incompleta.<br />

C - A embriaguez pré or<strong>de</strong>nada.<br />

D - A embriaguez completa por força maior.*<br />

E - Nenhuma resposta está correta.<br />

57) Em casos <strong>de</strong> estupro a violência é presumida quando a vítima:<br />

A - Tem menos <strong>de</strong> 18 anos.<br />

B - Tem ruptura recente do hímen.<br />

C - Tem ferimentos variados no pescoço, tórax, abdome e coxa.<br />

D - Tem alienação mental.*<br />

E – To<strong>das</strong> as alternativas estão corretas.<br />

103


58) Os cristais <strong>de</strong> Florence são encontrados nas perícias médico-legais <strong>de</strong>:<br />

A - Leite.<br />

B - Sangue.<br />

C - Urina.<br />

D - Esperma.*<br />

E - Saliva<br />

59) Hímen verda<strong>de</strong>iramente complacente é aquele que:<br />

A - Não se contrai durante a penetração do pênis.<br />

B - Se refaz espontaneamente após a conjunção carnal.<br />

C - Não se rompe durante o parto normal.<br />

D - Não se rompe durante a conjunção carnal.*<br />

E – Se contrai durante a penetração do pênis<br />

60) Não se pune o aborto praticado por médico:<br />

A - Se não há outro meio <strong>de</strong> salvar a vida da mãe.*<br />

B - Se o feto apresenta anencefalia.<br />

C - Se a gravi<strong>de</strong>z não é <strong>de</strong>sejada.<br />

D - Se há incompatibilida<strong>de</strong> sanguínea.<br />

E - Se a mulher tem uma doença transmissível por herança.<br />

61) Na putrefação, o aparecimento <strong>de</strong> vesículas escuras marca o aparecimento do<br />

seguinte período:<br />

A - Gasoso<br />

B – Coliquativo*<br />

C - Cromático<br />

D - Esqueletização<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

62) O coágulo <strong>de</strong> sangue fica fortemente a<strong>de</strong>rido aos tecidos se o sangramento ocorreu:<br />

A - Em vida*<br />

B - Pós morte<br />

C - Como resultado <strong>de</strong> uma intoxicação exógena.<br />

D - Como resultado da ação <strong>de</strong> um instrumento contun<strong>de</strong>nte<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

63) O primeiro sinal evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> putrefação do cadáver é:<br />

A - A hipóstase<br />

B - A mancha ver<strong>de</strong> abdominal*<br />

C - O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> bolhas gasosas<br />

D - A liquefação dos tecidos moles<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

64) As hipóstases resultam:<br />

A - Do resfriamento cadavérico<br />

B - Cessação da circulação sanguínea*<br />

C - Do início da putrefação<br />

D - Da coagulação do sangue<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

65) A maceração da pele indica que:<br />

A - A morte se <strong>de</strong>u por afogamento<br />

B – A morte ocorreu há algumas horas<br />

C - Houve ação dos gases tóxicos<br />

D - O cadáver permaneceu imerso em meio hídrico.*<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

104


66) São fenômenos abióticos consecutivos <strong>de</strong> morte:<br />

A - Hipóstase, mancha ver<strong>de</strong> abdominal, rigi<strong>de</strong>z.*<br />

B - Insensibilida<strong>de</strong>, mancha ver<strong>de</strong>, maceração.<br />

C - Rigi<strong>de</strong>z muscular, resfriamento, parada cardíaca.<br />

D – Dissecação da pele, imobilida<strong>de</strong> e resfriamento cadavérico.<br />

E – Resfriamento, rigi<strong>de</strong>z, insensibilida<strong>de</strong>.<br />

67) Na chamada morte relativa:<br />

A - Os tecidos morrem paulatinamente<br />

B - O indivíduo está vivo por débil persistência da circulação<br />

C - As células cerebrais morrem em alguns minutos*<br />

D - A recuperação é impossível.<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

68) A fase cromática cadavérica caracteriza:<br />

A - Um fenômeno abiótico consecutivo<br />

B - Um fenômeno abiótico conservativo<br />

C – Um período da putrefação*<br />

D – O inicio da mumificação<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão erra<strong>das</strong>.<br />

69) Em uma exumação verificou-se que os tecidos do cadáver estavam transformados<br />

em adipocera, concluindo-se que:<br />

A - O cadáver foi embalsamado<br />

B - Houve saponificação do cadáver.*<br />

C - O Cadáver é <strong>de</strong> uma vítima <strong>de</strong> envenenamento<br />

D - O cadáver está na fase final <strong>de</strong> putrefação<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

70) Em relação à morte, consi<strong>de</strong>ra-se sinal abiótico tardio:<br />

A - A perda da consciência<br />

B - A maceração do cadáver<br />

C - A parada da circulação sangüínea<br />

D - O resfriamento do cadáver*<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

71) A mumificação é um processo <strong>de</strong> conservação que ocorre quando o cadáver<br />

encontra-se:<br />

A - Sepultado em solo arenoso e úmido<br />

B - Sepultado em solo argiloso e seco;<br />

C - Sepultado em solo argiloso e úmido;<br />

D - Insepulto em região intensamente ventilada.*<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

72) O processo transformativo do cadáver fetal no ventre materno é chamado <strong>de</strong>:<br />

A - Adipocera.<br />

B - Mumificação.<br />

C - Maceração.*<br />

D - Putrefação.<br />

E – Courificação.<br />

73) Como se faz a distinção entre uma equimose e uma área <strong>de</strong> hipóstase:<br />

A - Colocando o cadáver em <strong>de</strong>cúbito oposto e aguardar a mudança <strong>de</strong> colocação.*<br />

B - Retirando a área suspeita e fazer um exame contra a luz.<br />

C - Injetando na região um corante específico para essa diferenciação.<br />

D - Retirar um fragmento da área suspeita e realizar um exame toxicológico.<br />

E - To<strong>das</strong> as alternativas estão corretas.<br />

105


74) São consi<strong>de</strong>rados fenômenos transformativos <strong>de</strong>strutivos:<br />

A - Mumificação e maceração.<br />

B - Autólise e saponificação.<br />

C - Autólise, putrefação e maceração.*<br />

D - Autólise, putrefação e saponificação.<br />

E - Nenhuma alternativa está correta<br />

75) A necropsia médico-<strong>legal</strong>, conforme preceitua o Código <strong>de</strong> Processo Penal, po<strong>de</strong> ser<br />

realizada quando da constatação do óbito da vítima.<br />

A - A qualquer hora que se constata a morte.<br />

B - Duas horas após quando surgem os sinais abióticos mediatos.<br />

C - Seis horas após, quando fenômenos abióticos consecutivos estão evi<strong>de</strong>ntes.*<br />

D - Doze horas após, quando o início da putrefação já é evi<strong>de</strong>nte.<br />

E – Na hora em que o médico legista se encontrar disponível.<br />

76) São fenômenos abióticos consecutivos<br />

A - A insensibilida<strong>de</strong>, a imobilida<strong>de</strong> e a rigi<strong>de</strong>z cadavéricas.<br />

B - A imobilida<strong>de</strong>, a rigi<strong>de</strong>z e o espasmo cadavéricos.<br />

C - A parada circulatória, a hipóstase e o resfriamento cadavérico.<br />

D - O resfriamento, a <strong>de</strong>ssecação e a rigi<strong>de</strong>z cadavérica.*<br />

E – To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

77) No exame <strong>de</strong> uma ossada humana, a <strong>de</strong>terminação do sexo po<strong>de</strong> ser feita através <strong>de</strong>:<br />

A - Exame dos ossos da bacia.*<br />

B - Exame dos ossos do crânio.<br />

C - Exame dos ossos longos.<br />

D - Nenhuma <strong>das</strong> alternativas está correta.<br />

E - To<strong>das</strong> alternativas estão corretas.<br />

78) Em relação à putrefação po<strong>de</strong>mos afirmar:<br />

A – Inicia-se com a mancha ver<strong>de</strong> abdominal.*<br />

B - É precoce em ambientes frios.<br />

C - Tem início precoce em ambientes ventilados.<br />

D - Po<strong>de</strong> não ter relação com a temperatura.<br />

E - Inicia-se com mancha ver<strong>de</strong> no tórax.<br />

79) É caracterizado como sinal abiótico imediato <strong>de</strong> morte<br />

A – Inconsciência*<br />

B - Espasmo cadavérico<br />

C - Hipóstases<br />

D – Rigi<strong>de</strong>z<br />

E – Livores <strong>de</strong> hipóstase<br />

80) Não é um fenômeno abiótico consecutivo:<br />

A - O resfriamento cadavérico<br />

B - Rigi<strong>de</strong>z Cadavérica<br />

C - Formação <strong>de</strong> hipóstases<br />

D - Mancha ver<strong>de</strong> abdominal.<br />

E – Fácies hipocráticas*<br />

81) Não constitui fenômeno cadavérico <strong>de</strong>strutivo:<br />

A – Fase coliquativa<br />

B – Fase cromática<br />

C – Fase gasosa<br />

D – Fase <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z*<br />

E – Fase <strong>de</strong> esqueletização.<br />

106


82) Não constitui fenômeno cadavérico conservador:<br />

A - A saponificação.<br />

B – A mumificação<br />

C – A corificação<br />

D – A maceração*<br />

E – A adipocera.<br />

83) Constitui homicídio praticado pelo médico quando a morte do paciente acontecer:<br />

A – Por eutanásia ativa*<br />

B – Por eutanásia passiva<br />

C – Por distanásia<br />

D – Por ortotanásia<br />

E – Mais <strong>de</strong> uma alternativa está correta.<br />

84) Não são consi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> lesões post mortem:<br />

A - Resfriamento.<br />

B - Rigi<strong>de</strong>z.<br />

C - Hipóstases.<br />

D - Equimoses.*<br />

E - Opacificação <strong>de</strong> córnea<br />

85) Após a morte o corpo per<strong>de</strong> água por evaporação provocando um fenômeno<br />

cadavérico <strong>de</strong>nominado:<br />

A - Resfriamento;<br />

B - Livores hipostáticos;<br />

C - Opacificação da córnea;*<br />

D - Rigi<strong>de</strong>z muscular;<br />

E - Mancha ver<strong>de</strong> abdominal.<br />

86) A necropsia médico-<strong>legal</strong>, conforme preceitua o Código <strong>de</strong> Processo Penal, po<strong>de</strong><br />

ser realizada, do momento da constatação do óbito da vítima:<br />

A - A qualquer hora, pois já se constatou a morte.<br />

B - Apenas 2 horas após, quando aparecem os últimos fenômenos abióticos imediatos.<br />

C - Apenas 6 horas após, os fenômenos abióticos consecutivos estão bem evi<strong>de</strong>ntes.*<br />

D - Apenas 12 horas após, quando o início da putrefação já é evi<strong>de</strong>nte.<br />

E - A qualquer hora por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> superiores hierárquicos.<br />

87) São fenômenos abióticos consecutivos:<br />

A - A insensibilida<strong>de</strong>, a imobilida<strong>de</strong> e a rigi<strong>de</strong>z cadavéricas.<br />

B - A imobilida<strong>de</strong>, a rigi<strong>de</strong>z e o espasmo cadavéricos.<br />

C - A parada circulatória, a hipóstase e o resfriamento cadavérico.<br />

D - O resfriamento, a <strong>de</strong>ssecação e a rigi<strong>de</strong>z cadavéricos.*<br />

E – Flaci<strong>de</strong>z muscular, relaxamento dos esfíncteres e rigi<strong>de</strong>z.<br />

88) Após a morte, o corpo ten<strong>de</strong> a entrar em equilíbrio físico com o meio ambiente.<br />

Sofre a ação da gravida<strong>de</strong>, troca calor com o exterior, per<strong>de</strong> água por evaporação, etc. O<br />

fenômeno cadavérico que resulta basicamente da <strong>de</strong>sidratação do corpo <strong>de</strong>nomina-se:<br />

A – Resfriamento;<br />

B – Livores hipostáticos;<br />

C – Opacificação da córnea; *<br />

D – Rigi<strong>de</strong>z muscular;<br />

E – Mancha ver<strong>de</strong> abdominal.<br />

107


89) Assinale a opção, corretamente or<strong>de</strong>nada, <strong>das</strong> fases da putrefação:<br />

A - Autólise, maceração, coliquação, esqueletização;<br />

B - Coloração, enfisema, coliquação, esqueletização;*<br />

C - Enfisema, coloração, coliquação, esqueletização;<br />

D - Enfisema, coliquação, coloração, esqueletização;<br />

E - Coloração, coliquação, enfisema, esqueletização.<br />

90) Assinale, entre as opções abaixo, a única que correspon<strong>de</strong> a um processo natural que<br />

conserva o cadáver:<br />

A - Coliquação;<br />

B - Embalsamamento;<br />

C - Maceração;<br />

D - Saponificação;*<br />

E - Formolização.<br />

91) São consi<strong>de</strong>rados sinais abióticos Imediatos:<br />

A - Maceração, inconsciência e parada <strong>de</strong> circulação;<br />

B - Hipóstase, rigi<strong>de</strong>z cadavérica, mancha ver<strong>de</strong> abdominal;<br />

C - Parada da circulação, parada da respiração, fácies hipocrática<br />

D - Mumificação, saponificação, maceração;<br />

E - Flaci<strong>de</strong>z cadavérica, parada <strong>de</strong> circulação, imobilida<strong>de</strong>.*<br />

OBSERVAÇÃO: Existem quesitos que o professor po<strong>de</strong>rá solicitar o conceito ou a<br />

<strong>de</strong>finição ou a justificativa da alternativa escolhida.<br />

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