situações de aprendizagem
situações de aprendizagem
situações de aprendizagem
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
– 11. o ANO<br />
Português<br />
CADERNO<br />
DE APOIO<br />
AO PROFESSOR<br />
CONCEIÇÃO COELHO • FÁTIMA AZÓIA • FÁTIMA SANTOS<br />
∫ Propostas <strong>de</strong> planificação<br />
∫ Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
∫ Recursos <strong>de</strong> apoio<br />
à <strong>aprendizagem</strong><br />
∫ Testes <strong>de</strong> avaliação<br />
com tipologia <strong>de</strong> exame
ÍNDICE<br />
NOTA INTRODUTÓRIA .................................................................. 3<br />
O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO NO SISTEMA EDUCATIVO PORTUGUÊS .... 4<br />
AULA DIGITAL ............................................................................ 8<br />
CONTRIBUTOS PARA O DESENVOLVIMENTO CURRICULAR.................. 10<br />
• Finalida<strong>de</strong>s da disciplina <strong>de</strong> Português .............................................. 10<br />
• Objetivos da disciplina <strong>de</strong> Português ................................................ 10<br />
EXPLORAÇÃO DAS SEQUÊNCIAS DE ENSINO<br />
Sequência <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />
A. Planificação ............................................................................. 12<br />
B. Em interação: Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ......................................... 13<br />
C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ...... 17<br />
D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ................. 24<br />
E. Teste <strong>de</strong> avaliação n. o 1 ................................................................. 32<br />
Sequência <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />
A. Planificação ............................................................................. 43<br />
B. Em interação: Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ......................................... 44<br />
C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ...... 46<br />
D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ................. 54<br />
E. Teste <strong>de</strong> avaliação n. o 2 ................................................................. 59<br />
Sequência <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />
A. Planificação.............................................................................. 72<br />
B. Em interação: Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ......................................... 73<br />
C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ...... 76<br />
D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ................. 81<br />
E. Teste <strong>de</strong> avaliação n. o 3 ................................................................ 87<br />
1
2<br />
Sequência <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />
A. Planificação ............................................................................. 98<br />
B. Em interação: Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ......................................... 99<br />
C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> .......... 102<br />
D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ................. 115<br />
E. Teste <strong>de</strong> avaliação n. o 4................................................................. 120<br />
Sequência <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong> n. o 5<br />
A. Planificação ............................................................................. 132<br />
B. Em interação: Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ......................................... 133<br />
C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ...... 136<br />
D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ................. 143<br />
E. Teste <strong>de</strong> avaliação n. o 5 ................................................................ 146<br />
SOLUÇÕES DOS RECURSOS DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO<br />
E À AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM ........................ 157<br />
Nota: Este Ca<strong>de</strong>rno encontra-se redigido conforme o novo Acordo Ortográfico.
NOTA INTRODUTÓRIA<br />
O Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Apoio ao Professor (CAP) do Interações do 11. o ano preten<strong>de</strong> ser um instrumento <strong>de</strong> apoio à ativida<strong>de</strong><br />
dos docentes na promoção <strong>de</strong> uma <strong>aprendizagem</strong> significativa e contextualizada. As propostas apresentadas<br />
configuram um paradigma fundamentado num mo<strong>de</strong>lo dinâmico <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, no qual o aluno (re)constrói o<br />
saber, partindo <strong>de</strong> um significado contextual e interacional e buscando a transformação para intervir na realida<strong>de</strong>.<br />
Sem este propósito <strong>de</strong> intervenção, qualquer <strong>aprendizagem</strong> é inócua.<br />
Mais do que um momento em que se apresentam conceitos, a aula <strong>de</strong> Português <strong>de</strong>ve provocar aprendizagens.<br />
Daí que este CAP proponha um trabalho em torno <strong>de</strong> <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> globais, progressivamente mais<br />
complexas e que exigem um olhar do aluno sobre os seus limites e potencialida<strong>de</strong>s, criando novas relações com o<br />
conhecimento.<br />
No <strong>de</strong>senvolvimento do processo <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong>, o professor busca formas criativas e estimulantes<br />
para <strong>de</strong>safiar as estruturas cognitivas dos alunos, procurando, simultaneamente, avaliar os procedimentos adotados<br />
na resolução das ativida<strong>de</strong>s. A avaliação é diversificada e emerge das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, apresentando<br />
o CAP instrumentos auxiliares da prática avaliativa, sob a forma <strong>de</strong> grelhas simplificadas, on<strong>de</strong> se procura averiguar<br />
do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das competências preconizadas pelo Programa. A avaliação mais formal surge<br />
em testes globais, no final <strong>de</strong> cada sequência, procurando familiarizar os alunos com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> exame <strong>de</strong> final<br />
<strong>de</strong> ciclo.<br />
Todas as propostas aqui apresentadas foram construídas na convicção <strong>de</strong> que a <strong>aprendizagem</strong> constitui um<br />
processo dialógico problematizador e que só é possível em sintonia e conexão com os outros. A língua portuguesa<br />
po<strong>de</strong> ser, afinal, o veículo <strong>de</strong> todas as interações!<br />
As Autoras<br />
3
4<br />
O novo acordo ortográfico no sistema educativo português<br />
Principais alterações<br />
Por Paulo Feytor Pinto<br />
A ortografia da língua portuguesa, tal como a própria língua, tem sofrido alterações ao longo do tempo. Em<br />
2011, com a entrada em vigor da nova ortografia que aqui se apresenta, chega ao fim um período <strong>de</strong> 100 anos durante<br />
o qual a língua portuguesa teve duas ortografias oficiais distintas. Este facto foi provocado pelos portugueses que,<br />
em 1911, adotaram uma nova ortografia, tornaram-na oficial e não consultaram os brasileiros.<br />
Apesar <strong>de</strong> a nova ortografia comum ter provocado alterações tanto na ortografia portuguesa como na brasileira,<br />
aqui apresentam-se apenas as regras que alteram a ortografia a utilizar no sistema educativo português. Todas as<br />
regras ortográficas que não são referidas mantêm-se, portanto, inalteradas. Também a terminologia utilizada<br />
nesta brochura é a adotada no ensino básico e secundário e não a do texto legal.<br />
As alterações introduzidas na ortografia são as seguintes:<br />
1. Introdução das letras k, w e y no alfabeto (Base I).<br />
2. Obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> inicial minúscula em alguns nomes próprios e formas <strong>de</strong> cortesia (Base XIX).<br />
3. Supressão das letras c e p em sequências <strong>de</strong> consoantes (Base IV).<br />
4. Supressão <strong>de</strong> acento em palavras graves (Base IX).<br />
5. Supressão e/ou substituição do hífen em palavras compostas e <strong>de</strong>rivadas, formas verbais e locuções (Bases<br />
XV-XVII).<br />
A consulta <strong>de</strong>ste texto po<strong>de</strong> ser complementada com a leitura do diploma legal que aprova a nova ortografia,<br />
em especial das bases ou regras acima i<strong>de</strong>ntificadas e das respetivas notas explicativas. A Resolução da<br />
Assembleia da República, <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1991, está permanentemente disponível em:<br />
http://dre.pt/pdf1sdip/1991/08/193A00/43704388.pdf<br />
A Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros que <strong>de</strong>termina a entrada em vigor da nova ortografia, <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2011,<br />
adotou também o Vocabulário Ortográfico do Português e o conversor Lince <strong>de</strong>senvolvidos pelo Instituto <strong>de</strong><br />
Linguística Teórica e Computacional, com financiamento público do Fundo da Língua Portuguesa. Uma vez que o<br />
texto legal que <strong>de</strong>screve a nova ortografia prevê exceções e não é exaustivo na exemplificação, estas duas ferramentas<br />
são muito úteis para esclarecer as inevitáveis dúvidas e estão disponíveis gratuitamente no sítio:<br />
Alfabeto<br />
www.portaldalinguaportuguesa.org<br />
k w y<br />
As letras k, w e y fazem parte do alfabeto da língua portuguesa. Apesar <strong>de</strong>sta novida<strong>de</strong>, as regras <strong>de</strong> utilização<br />
mantêm-se as mesmas. Estas três letras po<strong>de</strong>m, por exemplo, ser utilizadas em palavras originárias <strong>de</strong> outras línguas<br />
e seus <strong>de</strong>rivados ou em siglas, símbolos e unida<strong>de</strong>s internacionais <strong>de</strong> medida, como darwinismo, Kuwait, km<br />
ou watt.<br />
A posição <strong>de</strong>stas três letras no alfabeto é a seguinte: …j, k, l… …v, w, x, y, z.
Minúsculas<br />
sábado agosto verão sul senhor Silva<br />
A letra minúscula inicial é obrigatória nos:<br />
– nomes dos dias: sábado, domingo, segunda-feira, terça-feira, quarta-feira…<br />
– nomes dos meses: agosto, setembro, outubro, novembro, <strong>de</strong>zembro, janeiro…<br />
– nomes das estações do ano: verão, outono, inverno, primavera…<br />
– nomes dos pontos car<strong>de</strong>ais ou equivalentes, mas não quando eles referem regiões: sul, leste, oriente e oci<strong>de</strong>nte<br />
europeu, mas o Oci<strong>de</strong>nte.<br />
A letra minúscula inicial é obrigatória também nas formas <strong>de</strong> tratamento ou cortesia: senhor Silva, car<strong>de</strong>al<br />
Santos…<br />
A letra inicial tanto po<strong>de</strong> ser maiúscula como minúscula em:<br />
– títulos <strong>de</strong> livros, exceto na primeira palavra: Amor <strong>de</strong> perdição ou Amor <strong>de</strong> Perdição.<br />
– nomes que <strong>de</strong>signam cursos e disciplinas: matemática ou Matemática.<br />
– <strong>de</strong>signações <strong>de</strong> arruamentos: rua da Liberda<strong>de</strong> ou Rua da Liberda<strong>de</strong>.<br />
– <strong>de</strong>signações <strong>de</strong> edifícios: igreja do Bonfim ou Igreja do Bonfim.<br />
C & P<br />
ação facto ótimo apto<br />
As letras c e p são suprimidas sempre que não são pronunciadas pelos falantes mais instruídos, como acontece<br />
em algumas sequências <strong>de</strong> consoantes: ação, ótimo, ata, ator, adjetivo, antártico, atração, coletânea, conceção,<br />
letivo, noturno, perentório, sintático…<br />
As letras c e p mantêm-se apenas nos casos em que são pronunciadas: facto, apto, a<strong>de</strong>pto, compacto, contacto,<br />
corrupção, estupefacto, eucalipto, faccioso, fricção, núpcias, pacto, sumptuoso…<br />
Assim, tal como na oralida<strong>de</strong>, na escrita temos Egito e egípcio.<br />
Aceita-se a dupla grafia quando se verifica oscilação na pronúncia culta, como em sector e setor. Já existiam<br />
em português outras palavras com mais <strong>de</strong> uma grafia, como febra, fevra e fêvera.<br />
As letras b, g e m mantêm-se na escrita em português europeu padrão <strong>de</strong> sequências idênticas <strong>de</strong> consoantes:<br />
subtil, súbdito, amígdala, amnistia, omnipresente…<br />
A letra h mantém-se tanto no início e no fim <strong>de</strong> palavra como nos dígrafos ch, lh e nh: homem, oh, chega,<br />
mulher, vinho.<br />
5
6<br />
Acento<br />
joia heroico leem veem pera para<br />
O acento agudo é suprimido das palavras graves cuja sílaba tónica contém o ditongo oi. Generaliza-se portanto<br />
a regra já aplicada em <strong>de</strong>zoito e comboio. Assim, passamos a ter: joia, heroico, boia, lambisgoia, alcaloi<strong>de</strong>, paranoico…<br />
O acento circunflexo é suprimido das formas verbais graves, da terceira pessoa do plural, terminadas em<br />
eem. Assim, passamos a ter: leem, veem, creem, <strong>de</strong>em, preveem…<br />
O acento gráfico, agudo ou circunflexo, é suprimido das palavras graves que não têm homógrafas da<br />
mesma classe <strong>de</strong> palavras. Assim, para po<strong>de</strong> ser uma preposição ou uma forma do verbo parar, tal como acordo já<br />
podia ser um nome ou uma forma do verbo acordar. Outros exemplos são: acerto (verbo ou nome), coro (verbo ou<br />
nome), fora (verbo ou advérbio)…<br />
O acento agudo mantém-se na escrita em português europeu padrão das formas verbais da primeira pessoa<br />
do plural, do pretérito perfeito do indicativo, dos verbos da primeira conjugação: gostámos, levámos, entregámos,<br />
andámos, comprámos…<br />
Hífen<br />
autoavaliação paraquedas semirrígido suprassumo fim <strong>de</strong> semana hei <strong>de</strong><br />
O hífen é suprimido das palavras <strong>de</strong>rivadas em que a última letra do primeiro elemento – o elemento não<br />
autónomo – é diferente da primeira letra do segundo elemento: autoavaliação, autoestrada, agroindústria, antiamericano,<br />
bioalimentar, extraescolar, neoi<strong>de</strong>alismo…<br />
O hífen mantém-se nas <strong>de</strong>rivadas começadas por ex, vice, pré, pós, pró, circum seguido <strong>de</strong> vogal ou n, pan<br />
seguido <strong>de</strong> vogal ou m, ou ab, ad, ob, sob ou sub seguido <strong>de</strong> consoante igual, b ou r. Assim, continuamos a ter: pós -<br />
-graduação, pan-americano, sub-região…<br />
O hífen mantém-se nas <strong>de</strong>rivadas em que o segundo elemento começa por h, r ou s. No primeiro caso, mantém-se<br />
a regra anteriormente em vigor: anti-herói, pan-helénico…<br />
O hífen é suprimido <strong>de</strong> palavras cuja noção <strong>de</strong> composição se per<strong>de</strong>u, tal como já tinha acontecido com pontapé.<br />
Assim, passamos a ter: paraquedas, mandachuva…<br />
O hífen é substituído por r ou s, duplicando-o, nas palavras <strong>de</strong>rivadas e compostas acima referidas em que a<br />
última letra do primeiro elemento é uma vogal e a primeira letra do segundo elemento é um r ou um s : semirrígido,<br />
suprassumo, antirroubo, antissemita, girassol, madressilva, ultrassecreto…<br />
O hífen é substituído por um espaço em branco nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais,<br />
prepositivas ou conjuncionais: fim <strong>de</strong> semana, cão <strong>de</strong> guarda, cor <strong>de</strong> vinho…
O hífen é substituído por um espaço em branco nas quatro formas monossilábicas do verbo haver seguidas<br />
da preposição <strong>de</strong>: hei <strong>de</strong>, hás <strong>de</strong>, há <strong>de</strong> e hão <strong>de</strong>.<br />
Mantém-se a ortografia em exceções pontuais tais como <strong>de</strong>sumano, cor-<strong>de</strong>-rosa…<br />
O hífen mantém-se em todos os restantes casos:<br />
– generalida<strong>de</strong> das compostas: cobra-capelo, ervilha-<strong>de</strong>-cheiro, mal-estar, tenente-coronel…<br />
– <strong>de</strong>rivadas em que a última letra do primeiro elemento é igual à primeira letra do segundo elemento: anti-ibérico,<br />
hiper-realista…<br />
– formas verbais seguidas <strong>de</strong> pronome pessoal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte: disse-lhe, disse-o, dir-te-ei…<br />
– enca<strong>de</strong>amentos vocabulares: estrada Lisboa-Porto, ponte Rio-Niterói…<br />
7
8<br />
AULA DIGITAL<br />
A Aula Digital possibilita a fácil exploração do projeto Interações, através das novas tecnologias em sala <strong>de</strong><br />
aula. Utilize uma ferramenta inovadora que lhe permitirá tirar o melhor partido do seu projeto escolar, simplificando<br />
o seu trabalho diário.<br />
Explore e vá mais longe<br />
Projete e explore as páginas do manual na sala <strong>de</strong> aula e aceda a um conjunto <strong>de</strong> conteúdos multimédia integrados<br />
com o manual, para tornar a sua aula mais dinâmica:<br />
• Ví<strong>de</strong>os – documentários <strong>de</strong> divulgação científica, biografias dos autores abordados no Programa ou anúncios<br />
publicitários são alguns dos ví<strong>de</strong>os disponibilizados na Aula Digital, que permitem explorar, <strong>de</strong> forma original<br />
e criativa, os diferentes conteúdos programáticos.<br />
• Áudios – gravações <strong>de</strong> leituras expressivas <strong>de</strong> diversos textos do manual.<br />
• PowerPoint – apresentações multimédia sobre as principais obras e autores abordados no manual (Um<br />
olhar sobre…) e temas como publicida<strong>de</strong>, discurso político ou dramatização.<br />
• Testes Interativos – extenso banco <strong>de</strong> testes interativos personalizáveis e organizados <strong>de</strong> acordo com os<br />
diversos temas do manual.<br />
• Links Internet – sugestões <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> páginas na Internet com conteúdos <strong>de</strong> apoio às matérias exploradas<br />
em contexto <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula, com vista a complementar informação e a alargar conhecimento.<br />
Prepare as suas aulas em pouco tempo<br />
A Aula Digital simplifica a preparação <strong>de</strong> aulas com as novas tecnologias. Prepare facilmente sequências planeadas<br />
e personalizadas <strong>de</strong> recursos digitais, para exploração no quadro interativo ou com o projetor simples.<br />
Avalie os seus alunos <strong>de</strong> forma fácil<br />
• Utilize os testes pre<strong>de</strong>finidos ou crie um à medida da sua turma, a partir <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 300 questões.<br />
• Imprima os testes para distribuir, projete em sala <strong>de</strong> aula ou envie aos seus alunos com correção automática.<br />
• Acompanhe o progresso dos alunos através <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>talhados.<br />
Comunique e interaja<br />
Tire partido das funcionalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> interação que lhe permitem trocar mensagens e partilhar<br />
recursos com os seus alunos.
Materiais multimédia<br />
Sequência CD Áudio Ví<strong>de</strong>os PowerPoint Outros recursos<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
Singles e publicida<strong>de</strong><br />
radiofónica<br />
• Um mundo multirriscos<br />
• A herança <strong>de</strong> Padre<br />
António Vieira<br />
• Sermão <strong>de</strong> Santo<br />
António aos Peixes –<br />
Capítulo I<br />
• Sermão <strong>de</strong> Santo<br />
António aos Peixes –<br />
Capítulo V (excerto)<br />
• Sermão <strong>de</strong> Santo<br />
António aos Peixes –<br />
Capítulo IV<br />
• Memória ao<br />
Conservatório Real <strong>de</strong><br />
Lisboa<br />
• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, ato<br />
I, cena VIII<br />
• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, ato<br />
III, cena IV<br />
• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, ato<br />
III, cena XI<br />
• Louvor a Garrett, <strong>de</strong><br />
António Mega Ferreira<br />
• Ví<strong>de</strong>o Tvnet sobre<br />
a enzima protetora<br />
da malária<br />
• Eles andam aí<br />
(ví<strong>de</strong>os 1 e 2)<br />
• Pluralida<strong>de</strong> cultural –<br />
índios no Brasil, quem<br />
são eles<br />
• A arquitetura barroca<br />
• O problema da história<br />
única<br />
• Os Maias, capítulo VIII • Eça <strong>de</strong> Queirós,<br />
(excerto)<br />
realida<strong>de</strong> e ficção<br />
• Os Maias, capítulo XVII<br />
(excerto)<br />
• Os Maias, capítulo IV<br />
(excertos)<br />
• «Num bairro mo<strong>de</strong>rno»<br />
• «Cristalizações»<br />
• «Deslumbramentos»<br />
• «Contrarieda<strong>de</strong>s»<br />
• «De tar<strong>de</strong>»<br />
• «Provincianas»<br />
• Ler um artigo <strong>de</strong><br />
apreciação crítica<br />
• Um olhar sobre a<br />
publicida<strong>de</strong><br />
• Argumentar para<br />
convencer<br />
• Um olhar sobre o Sermão<br />
<strong>de</strong> Santo António aos<br />
Peixes<br />
• Tragédia e Drama<br />
• Um olhar sobre Frei Luís<br />
<strong>de</strong> Sousa<br />
• Conhecer Eça <strong>de</strong> Queirós<br />
• Um olhar sobre Os Maias<br />
• Nas nossas ruas,<br />
ao anoitecer<br />
• Um olhar sobre a poética<br />
<strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong><br />
• Código da Publicida<strong>de</strong><br />
(documento)<br />
• Formulário <strong>de</strong><br />
Reclamação do<br />
Consumidor<br />
(documento)<br />
• A retórica ou a arte<br />
<strong>de</strong> convencer<br />
(documento)<br />
• Testes interativos<br />
• Educação, um tesouro<br />
a <strong>de</strong>scobrir, <strong>de</strong> Jacques<br />
Delors (documento)<br />
• Testes interativos<br />
• Testes interativos<br />
• Testes interativos<br />
• Testes interativos<br />
9
10<br />
CONTRIBUTOS PARA<br />
O DESENVOLVIMENTO CURRICULAR<br />
«O programa <strong>de</strong> Português valoriza o exercício do pensamento reflexivo pela importância <strong>de</strong> que se reveste no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> valores, capacida<strong>de</strong>s e competências <strong>de</strong>correntes do processo <strong>de</strong> ensino formal, atribuindo à<br />
escola a função <strong>de</strong> incrementar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão e expressão oral e escrita do aluno.» 1<br />
Finalida<strong>de</strong>s da disciplina <strong>de</strong> Português:<br />
• «Assegurar o <strong>de</strong>senvolvimento das competências <strong>de</strong> compreensão e expressão em língua materna.<br />
• Desenvolver a competência <strong>de</strong> comunicação, aliando o uso funcional ao conhecimento reflexivo sobre a língua.<br />
• Formar leitores reflexivos e autónomos que leiam na Escola, fora da Escola e em todo o seu percurso <strong>de</strong> vida, conscientes<br />
do papel da língua no acesso à informação e do seu valor no domínio da expressão estético-literária.<br />
• Promover o conhecimento <strong>de</strong> obras/autores representativos da tradição literária, garantindo o acesso a um capital<br />
cultural comum.<br />
• Proporcionar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s ao nível da pesquisa, organização, tratamento e gestão <strong>de</strong> informação,<br />
nomeadamente através do recurso às Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação (TIC).<br />
• Assegurar o <strong>de</strong>senvolvimento do raciocínio verbal e da reflexão, através do conhecimento progressivo das potencialida<strong>de</strong>s<br />
da língua.<br />
• Contribuir para a formação do sujeito, promovendo valores <strong>de</strong> autonomia, <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> espírito crítico,<br />
através da participação em práticas <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quadas.<br />
• Promover a educação para a cidadania, para a cultura e para o multiculturalismo, pela tomada <strong>de</strong> consciência da<br />
riqueza linguística que a língua portuguesa apresenta.» 2<br />
Objetivos da disciplina <strong>de</strong> Português:<br />
• «Desenvolver os processos linguísticos, cognitivos e metacognitivos necessários à operacionalização <strong>de</strong> cada<br />
uma das competências <strong>de</strong> compreensão e produção nas modalida<strong>de</strong>s oral e escrita.<br />
• Interpretar textos/discursos orais e escritos, reconhecendo as suas diferentes finalida<strong>de</strong>s e as <strong>situações</strong> <strong>de</strong> comunicação<br />
em que se produzem.<br />
• Desenvolver capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão e <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong> textos/discursos com forte dimensão simbólica,<br />
on<strong>de</strong> predominam efeitos estéticos e retóricos, nomeadamente os textos literários, mas também os do domínio<br />
da publicida<strong>de</strong> e da informação mediática.<br />
1 Programa <strong>de</strong> Português do 10. o , 11. o e 12. o anos dos Cursos Científico-Humanísticos e Cursos Tecnológicos do Ensino Secundário, páginas 2 e 3.<br />
2 I<strong>de</strong>m, página 6.
• Desenvolver o gosto pela leitura dos textos <strong>de</strong> literatura em língua portuguesa e da literatura universal, como<br />
forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir a relevância da linguagem literária na exploração das potencialida<strong>de</strong>s da língua e <strong>de</strong> ampliar<br />
o conhecimento do mundo.<br />
• Expressar-se oralmente e por escrito com coerência, <strong>de</strong> acordo com as finalida<strong>de</strong>s e <strong>situações</strong> <strong>de</strong> comunicação.<br />
• Proce<strong>de</strong>r a uma reflexão linguística e a uma sistematização <strong>de</strong> conhecimentos sobre o funcionamento da língua,<br />
a sua gramática, o modo <strong>de</strong> estruturação <strong>de</strong> textos/discursos, com vista a uma utilização correta e a<strong>de</strong>quada dos<br />
modos <strong>de</strong> expressão linguística.<br />
• Utilizar métodos e técnicas <strong>de</strong> pesquisa, registo e tratamento <strong>de</strong> informação, nomeadamente com o recurso às TIC.<br />
• Desenvolver práticas <strong>de</strong> relacionamento interpessoal favoráveis ao exercício da autonomia, da cidadania, do sentido<br />
<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, cooperação e solidarieda<strong>de</strong>.» 3<br />
3 I<strong>de</strong>m, página 7.<br />
11
12<br />
SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N. o 1<br />
A. Planificação<br />
Competências transversais<br />
• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.<br />
• Estratégica: Estratégias <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escuta a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> texto e à finalida<strong>de</strong>; seleção e organização <strong>de</strong> informação;<br />
operações <strong>de</strong> planificação, execução e avaliação da escrita e da oralida<strong>de</strong>; pesquisa em vários suportes; conceção<br />
e utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise; elaboração <strong>de</strong> ficheiros; utilização das TIC.<br />
• Formação para a cidadania: Tomada <strong>de</strong> consciência e exercício <strong>de</strong> direitos e <strong>de</strong>veres; apresentação e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> opiniões;<br />
<strong>de</strong>senvolvimento do espírito crítico.<br />
COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />
Tipos <strong>de</strong> texto: Artigos científicos e técnicos, artigos <strong>de</strong> apreciação crítica, textos publicitários, reclamação/<br />
protesto<br />
COMPREENSÃO<br />
ORAL<br />
EXPRESSÃO<br />
ORAL<br />
EXPRESSÃO<br />
ESCRITA<br />
Testes <strong>de</strong> compreensão oral (CD áudio/<br />
manual):<br />
• Documentário <strong>de</strong> índole científica:<br />
A árvore genealógica da humanida<strong>de</strong>.<br />
• Publicida<strong>de</strong> (comercial e institucional):<br />
Jogos Santa Casa; Eles andam aí...; Água<br />
das Pedras.<br />
• Textos <strong>de</strong> apreciação crítica.<br />
• Textos publicitários.<br />
• Descrição e interpretação <strong>de</strong> imagens.<br />
• Artigos <strong>de</strong> apreciação crítica.<br />
• Texto publicitário.<br />
• Reclamação/Protesto.<br />
LEITURA Textos informativos (páginas 15 a 28)<br />
10 blocos 90 minutos (20 aulas)<br />
Escuta/visionamento:<br />
• Documentário <strong>de</strong> índole científica:<br />
A árvore genealógica da humanida<strong>de</strong>.<br />
• Publicida<strong>de</strong> (comercial e institucional):<br />
Jogos Santa Casa ; Eles andam aí...;<br />
Água das Pedras.<br />
• Outros documentários e exemplos <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> selecionados na comunicação<br />
social por professores e alunos.<br />
Leitura seletiva:<br />
• Loucos por anúncios, página 51.<br />
• A arte <strong>de</strong> chamar a atenção, página 52.<br />
• A retórica ou a arte <strong>de</strong> convencer<br />
(Aula Digital).<br />
(Continua)
COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />
LEITURA<br />
FUNCIONAMENTO<br />
DA LÍNGUA<br />
AVALIAÇÃO<br />
• Artigos científicos e técnicos.<br />
• Artigos <strong>de</strong> apreciação crítica (socieda<strong>de</strong>,<br />
economia, política, cultura); editorial.<br />
• Reclamação/Protesto.<br />
Leitura analítica:<br />
• Jovens cientistas europeus em Lisboa<br />
• Pura adrenalina<br />
• Está aí alguém?<br />
• Lugar ao sol<br />
• Direito à esperança<br />
• O meu avô, o meu pai e eu<br />
• As salas <strong>de</strong> aula, 50 anos <strong>de</strong>pois<br />
• Cinema e <strong>de</strong>mocracia<br />
• Sistemas quânticos e eterna juventu<strong>de</strong><br />
Leitura global: Textos do manual e outros<br />
selecionados pelo(a) professor(a) e pelos<br />
alunos em revistas e jornais da atualida<strong>de</strong>.<br />
Leitura recreativa: Contrato <strong>de</strong> Leitura.<br />
Imagem fixa e em movimento: Imagens <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> comercial e institucional.<br />
• Tempo, aspeto e modalida<strong>de</strong>.<br />
• Tropos e figuras retóricas.<br />
• Consolidação dos conteúdos <strong>de</strong> morfologia, classes <strong>de</strong> palavras, sintaxe.<br />
• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />
• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />
B. Em interação: <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
• Documentário <strong>de</strong> índole científica.<br />
• Artigos científicos e técnicos.<br />
• Artigos <strong>de</strong> apreciação crítica (socieda<strong>de</strong>, economia, política, cultura); editorial.<br />
• Publicida<strong>de</strong> (comercial/institucional); texto publicitário.<br />
• Reclamação/Protesto.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />
• Visionamento <strong>de</strong> documentário <strong>de</strong> índole científica (manual); tomada <strong>de</strong> notas.<br />
• Interação verbal em torno das i<strong>de</strong>ias expressas no documentário.<br />
• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> vocabulário específico e construção <strong>de</strong> glossário <strong>de</strong> termos científicos.<br />
• Deteção da estrutura do documentário.<br />
• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação):<br />
– Planificação <strong>de</strong> texto a partir das i<strong>de</strong>ias expressas no documentário: construção do universo <strong>de</strong> referência/<br />
tópico; <strong>de</strong>terminação da situação e objetivos <strong>de</strong> comunicação; construção <strong>de</strong> um plano-guia.<br />
13
14<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação da interação verbal.<br />
• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />
• Avaliação do plano construído.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />
• Pesquisa e constituição <strong>de</strong> Webfólio/Portefólio <strong>de</strong> artigos científicos e técnicos.<br />
• Seleção dos artigos por área <strong>de</strong> ciência/técnica.<br />
• Constituição <strong>de</strong> pequenos grupos por área científica/técnica <strong>de</strong> interesse dos alunos.<br />
• Leitura dos artigos selecionados para levantamento <strong>de</strong> vocabulário específico e informação.<br />
• Elaboração <strong>de</strong> glossário <strong>de</strong> termos científicos.<br />
• Produção <strong>de</strong> um PowerPoint com informação relevante extraída dos artigos para ser apresentado à turma.<br />
• Alargamento do conhecimento: pesquisa <strong>de</strong> um termo/experiência apresentado(a) nos artigos que suscite a<br />
curiosida<strong>de</strong> intelectual do grupo.<br />
• Apresentação à turma do resultado da pesquisa.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Produção <strong>de</strong> um texto individual, a partir <strong>de</strong> um dos artigos analisados e da informação recolhida, utilizando<br />
vocabulário específico.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />
• Leitura, em trabalho <strong>de</strong> pares, <strong>de</strong> um editorial apresentado pelo professor:<br />
– Deteção da opinião do meio <strong>de</strong> comunicação – ponto <strong>de</strong> vista da entida<strong>de</strong>/instituição.<br />
– Modo como influencia a opinião pública a tomar aquele posicionamento como verda<strong>de</strong>iro ou certo.<br />
– Relevância do tema tratado.<br />
– Afirmações que conferem ao editorial um estatuto <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>.<br />
– Enquadramento no género <strong>de</strong> discurso jornalístico que é persuasivo por natureza e visa orientar os indivíduos<br />
e a socieda<strong>de</strong> em geral.<br />
• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />
• Leitura analítica individual <strong>de</strong> um editorial trazido pelo par com quem o aluno trabalhou inicialmente – registo<br />
escrito.<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em pares.<br />
• Leitura analítica individual <strong>de</strong> um editorial.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />
• Constituição <strong>de</strong> quatro gran<strong>de</strong>s grupos para leitura <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> apreciação crítica (socieda<strong>de</strong>, economia, política,<br />
cultura).<br />
• Procedimentos <strong>de</strong> leitura para cada grupo:<br />
– I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> sequências informativas e <strong>de</strong> sequências argumentativas.<br />
– I<strong>de</strong>ntificação da tese <strong>de</strong>fendida.<br />
– Registo <strong>de</strong> argumentos que revelem a apreciação crítica do autor do artigo.<br />
– Levantamento <strong>de</strong> exemplos utilizados para comprovar a tese e ilustrar os argumentos.<br />
– Registo da utilização <strong>de</strong> linguagem valorativa ou <strong>de</strong>preciativa.<br />
– I<strong>de</strong>ntificação do tom utilizado, <strong>de</strong> acordo com a intenção da crítica.<br />
– Verificação da consecussão do objetivo <strong>de</strong> atingir a eficácia persuasiva, isto é, <strong>de</strong> influenciar o leitor.<br />
• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />
• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):<br />
– Elaboração <strong>de</strong> um artigo <strong>de</strong> apreciação crítica (manual):<br />
– Estrutura.<br />
– Características.<br />
– Expressão <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista e <strong>de</strong> juízos <strong>de</strong> valor.<br />
– Estratégias argumentativas.<br />
– Vocabulário (valorativo ou <strong>de</strong>preciativo).<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />
• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />
• Elaboração individual <strong>de</strong> um artigo <strong>de</strong> apreciação crítica.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 5<br />
• Trabalho em pequenos grupos em torno <strong>de</strong> anúncios publicitários escritos e audiovisuais.<br />
• Leitura <strong>de</strong> imagem.<br />
• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> características da linguagem publicitária/dos mecanismos <strong>de</strong> persuasão.<br />
• Levantamento dos recursos expressivos que suportam a informação/crítica/argumentação.<br />
• Ficha <strong>de</strong> funcionamento da língua a partir do anúncio.<br />
• Produção <strong>de</strong> um anúncio publicitário que evi<strong>de</strong>ncie a relação entre o verbal e o visual, com recurso à função<br />
informativa, crítica e argumentativa da imagem e a figuras <strong>de</strong> estilo/tropos a<strong>de</strong>quados.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Anúncio publicitário produzido.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
15
16<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 6<br />
• Leitura, em pares, <strong>de</strong> textos on<strong>de</strong> seja evi<strong>de</strong>nte a reclamação/o protesto: levantamento <strong>de</strong> factos/<strong>situações</strong>,<br />
razões apresentadas, argumentação evi<strong>de</strong>nciada, soluções alternativas propostas, linguagem que suporta a<br />
reclamação/o protesto.<br />
• Ficha <strong>de</strong> funcionamento da língua a partir do texto.<br />
• Elaboração, em pares, <strong>de</strong> reclamação/protesto sobre tema à escolha.<br />
Avaliação:<br />
• Produção individual <strong>de</strong> reclamação/protesto.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
Jovens i<strong>de</strong>ntificaram espécie <strong>de</strong> rã-<strong>de</strong>-focinho-pontiagudo<br />
Três alunos da Escola Secundária Dr. Manuel Can<strong>de</strong>ias Gonçalves conseguiram i<strong>de</strong>ntificar, na região <strong>de</strong><br />
O<strong>de</strong>mira, uma espécie <strong>de</strong> rã da família Discoglossidae – também chamada <strong>de</strong> rã-<strong>de</strong>-focinho-pontiagudo –, consi<strong>de</strong>rada<br />
espécie protegida, mas atualmente ameaçada por <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> habitat. A <strong>de</strong>scoberta valeu-lhes o terceiro<br />
lugar no Concurso Nacional para Jovens Cientistas e Investigadores e a participação na Semana Internacional<br />
<strong>de</strong> Investigação, na Suíça, que vai <strong>de</strong>correr entre 27 <strong>de</strong> junho e 3 <strong>de</strong> julho.<br />
Com o projeto Anfíbios e répteis: completar o atlas para a região <strong>de</strong> O<strong>de</strong>mira, Francisco Silva, João Pedro<br />
Pereira e Rúben Gonçalinho, todos da Escola Secundária Dr. Manuel Can<strong>de</strong>ias Gonçalves, conseguiram garantir a<br />
presença na Semana Internacional <strong>de</strong> Investigação que durante sete dias junta, na Suíça, mais <strong>de</strong> 20 jovens cientistas,<br />
entre os 17 e os 20 anos, <strong>de</strong> várias nacionalida<strong>de</strong>s.<br />
A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>sta Semana é promover o contacto com a natureza, <strong>de</strong>scobrir a vida selvagem alpina e, simultaneamente,<br />
<strong>de</strong>spertar os mais novos para os temas relacionados com a ecologia, a biodiversida<strong>de</strong>, o comportamento<br />
animal ou as diferentes espécies <strong>de</strong> plantas. O objetivo é que os participantes <strong>de</strong>senvolvam um trabalho <strong>de</strong> investigação<br />
sobre uma área, po<strong>de</strong>ndo fazer análises <strong>de</strong> campo para obter as conclusões necessárias.<br />
Em Portugal, os três alunos da Escola Secundária Dr. Manuel Can<strong>de</strong>ias Gonçalves i<strong>de</strong>ntificaram novas espécies<br />
<strong>de</strong> anfíbios e répteis da Região <strong>de</strong> O<strong>de</strong>mira, ajudando a valorizar o património natural daquela zona e, por<br />
outro lado, a promover a sua conservação efetiva. A i<strong>de</strong>ia surgiu quando «nos <strong>de</strong>parámos, pela primeira vez, com o<br />
Atlas editado em 2008 pelo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversida<strong>de</strong> e percebemos que espécies<br />
que estávamos habituados a ver na zona <strong>de</strong> O<strong>de</strong>mira não se encontravam registadas nas respetivas quadrículas»,<br />
explicam os alunos.<br />
Orientados pela professora Paula Canha, calçaram as botas <strong>de</strong> borracha e os impermeáveis e durante alguns<br />
meses percorreram vários charcos, munidos <strong>de</strong> recipientes para a i<strong>de</strong>ntificação das larvas <strong>de</strong> anfíbios, réguas,<br />
lanternas e máquina fotográfica.<br />
De entre as espécies com maior número <strong>de</strong> novos registos, isto é, que foram encontradas em quadrículas nas<br />
quais a equipa do Atlas não as <strong>de</strong>tetou, <strong>de</strong>stacam-se: o tritão-<strong>de</strong>-ventre-laranja (Lissotriton boscai ), a rã-<strong>de</strong>focinho<br />
-pontiagudo (Discoglossus galganoi ), a cobra-cega (Blanus cinereus ), a cobra-<strong>de</strong>-ferradura (Hemorrhois<br />
hippocrepis ) e a cobra-<strong>de</strong>-capuz (Macroprotodon brevis).<br />
A presença dos «jovens investigadores» na Suíça conta com o apoio da Fundação da Juventu<strong>de</strong>, entida<strong>de</strong> que<br />
vai promover a organização da Final Europeia para Jovens Cientistas, a <strong>de</strong>correr em Lisboa, no próximo mês <strong>de</strong><br />
setembro.<br />
Fonte: www.cienciahoje.pt<br />
17
18<br />
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
A dança das partículas fantasmas<br />
O neutrino é uma partícula engraçada. Teorizada pelo físico austríaco Wolfgang Pauli, em 1930, só viria a ser<br />
<strong>de</strong>tetada 30 anos mais tar<strong>de</strong>. Porém está em todo o lado: em cada segundo chegam até nós, vindas do Espaço,<br />
65 mil milhões <strong>de</strong>stas partículas por centímetro quadrado. As estrelas e as centrais nucleares produzem-nas, tal<br />
como a radioativida<strong>de</strong> natural e, até, o corpo humano.<br />
Estas partículas mínimas são impercetíveis. Como só raramente interagem com a matéria, atravessam-na<br />
como fantasmas inofensivos, quer estejamos a falar <strong>de</strong> uma pare<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma pessoa ou dos 732 quilómetros <strong>de</strong><br />
subsolo que separam o CERN (Centro Europeu <strong>de</strong> Física das Partículas), em Genebra, do laboratório <strong>de</strong> Gran<br />
Sasso, perto <strong>de</strong> Roma.<br />
Foram estes laboratórios a <strong>de</strong>tetar a metamorfose da partícula, como anunciaram os cientistas da equipa<br />
internacional da experiência Opera, iniciada em 2006.<br />
O neutrino apresenta-se sob três formas ou «sabores»: o neutrino do eletrão, o neutrino do muão e o neutrino<br />
do tau. Contudo, po<strong>de</strong> sofrer uma mutação brusca – oscilar, como dizem os físicos – <strong>de</strong> um tipo para outro.<br />
A experiência Opera teve início no CERN, on<strong>de</strong> se proce<strong>de</strong> à aceleração <strong>de</strong> protões – partículas elementares<br />
<strong>de</strong> carga positiva – contra um alvo <strong>de</strong> grafite. A colisão produz outras partículas elementares que se <strong>de</strong>sintegram<br />
rapidamente, fazendo <strong>de</strong>saparecer, sobretudo, os neutrinos do muão.<br />
Enterradas 1400 metros abaixo da superfície para ficarem protegidas dos raios cósmicos, as salas <strong>de</strong> teste<br />
do laboratório <strong>de</strong> Gran Sasso foram construídas viradas para Genebra. Dentro <strong>de</strong>las, um <strong>de</strong>tetor, constituído por<br />
150 mil tijolos <strong>de</strong> chumbo e por emulsões fotográficas, aguarda os biliões <strong>de</strong> biliões <strong>de</strong> neutrinos <strong>de</strong> muão enviados<br />
pelo CERN.<br />
Foi no meio <strong>de</strong>sta horda <strong>de</strong> partículas do tipo muão que os investigadores apanharam nas suas re<strong>de</strong>s uma<br />
partícula tau. «É quase como se um cão tivesse ido dar um passeio e voltado transformado num gato», dizem os<br />
físicos.<br />
Essa confirmação experimental é importante porque, segundo a teoria, para se po<strong>de</strong>r transformar, o neutrino<br />
precisa <strong>de</strong> ter massa. Acontece que o Mo<strong>de</strong>lo-Padrão, o sustentáculo em que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há décadas, assenta toda a<br />
física das partículas, presume que o neutrino não tem massa – tal como o fotão, a partícula mensageira da luz.<br />
Para Alain Blon<strong>de</strong>l, estamos a aproximar-nos <strong>de</strong> uma coisa fundamental: a física dos neutrinos com massa<br />
po<strong>de</strong>rá ter <strong>de</strong>sempenhado um papel no <strong>de</strong>sequilíbrio entre matéria e antimatéria, o <strong>de</strong>sequilíbrio que possibilitou<br />
que as duas entida<strong>de</strong>s não se tivessem aniquilado por completo <strong>de</strong>pois do Big Bang. «Isso po<strong>de</strong>ria permitir-nos<br />
compreen<strong>de</strong>r por que razão o mundo é feito <strong>de</strong> matéria e não <strong>de</strong> antimatéria.»<br />
Lucia Sillig, in Courrier Internacional, n. o 174, agosto <strong>de</strong> 2010 (texto com adaptações)
Leitura interativa<br />
1. Especifica o tema <strong>de</strong>ste artigo.<br />
2. Relaciona o título com o tema que indicaste na questão anterior.<br />
3. Atenta nas seguintes afirmações:<br />
a) «O neutrino é uma partícula engraçada» (linha 1).<br />
b) «atravessam-na como fantasmas inofensivos» (linha 5-6).<br />
c) «Essa confirmação experimental é importante» (linha 23).<br />
3.1 Explica cada uma <strong>de</strong>las, <strong>de</strong> acordo com o sentido do texto.<br />
4. Explicita o facto que leva os físicos a afirmar: «É quase como se um cão tivesse ido dar um passeio e voltado<br />
transformado num gato.»<br />
5. Faz três perguntas sugestivas a partir das informações contidas no artigo.<br />
6. Refere-te à relevância e atualida<strong>de</strong> do tema explorado.<br />
19
20<br />
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
Admirável mundo próprio<br />
Assíduas e pontuais, as pessoas afetadas por síndroma <strong>de</strong> Asperger adaptam-se surpreen<strong>de</strong>ntemente bem ao<br />
mundo digital. História <strong>de</strong> sucesso numa empresa suiça on<strong>de</strong> estão em maioria.<br />
Aos 37 anos, Susan Conza dirige, em Zurique, uma empresa <strong>de</strong> informática fora do comum: emprega técnicos<br />
com síndroma <strong>de</strong> Asperger, uma forma ligeira <strong>de</strong> autismo. Fundada há dois anos, a Asperger Informatik tem seis<br />
funcionários e dá lucro. «Não somos uma instituição social, mas uma socieda<strong>de</strong> anónima lucrativa», afirma a diretora<br />
que também sofre da doença.<br />
Antes <strong>de</strong> se lançar no web<strong>de</strong>sign, a firma especializara-se em testes aos programas informáticos, uma tarefa<br />
meticulosa e repetitiva que se a<strong>de</strong>qua na perfeição a um Asperger. Geralmente inteligentes, as pessoas com esta<br />
doença revelam competências em áreas técnicas, como a mecânica e a informática, as artes e as línguas.<br />
A empresa emprega dois «neurotípicos», o nome que os Asperger dão às pessoas normais: o sogro da diretora é<br />
o responsável pelos recursos humanos e pela gestão <strong>de</strong> projetos. Susan Conza acompanha os funcionários nas <strong>de</strong>slocações<br />
aos clientes, para evitar percalços que possam inviabilizar o trabalho, nomeadamente em gran<strong>de</strong>s gabinetes<br />
por on<strong>de</strong> circulam <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> pessoas. «Compreen<strong>de</strong>mos mal a linguagem corporal, as subtilezas da língua<br />
e as metafóras. A ambiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabiliza-nos: as coisas têm <strong>de</strong> ser claras, verda<strong>de</strong>iras ou falsas. O aparecimento<br />
da Internet ajudou-nos imenso: sentimo-nos mais à vonta<strong>de</strong> a comunicar por correio eletrónico do que por telefone.<br />
Estamos muito bem adaptados ao mundo digital e já me questionei se não seremos os representantes <strong>de</strong><br />
uma nova etapa na evolução da espécie humana», diz a sorrir Susan Conza, a quem não faltam humor e encanto.<br />
«A nossa franqueza total po<strong>de</strong> parecer brusca. Se pensamos que um chefe não tem razão, dizemos. Sem arrogância,<br />
mas também sem ro<strong>de</strong>ios...». Esta sincerida<strong>de</strong> e a criativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser uma vantagem na política e nas<br />
empresas. Damos connosco a sonhar: um mundo on<strong>de</strong> as manipulações dos políticos e as ligações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> darão<br />
lugar a trocas diretas, francas e unívocas... Medo da solidão, propensão para a mentira, hipersensibilida<strong>de</strong> e negação<br />
da realida<strong>de</strong>: os neurotípicos também têm alguns <strong>de</strong>feitos. Mas, ao contrário dos Asperger, nunca os reconhecem.<br />
Daniel Saraga, in Courrier International, n. o 174, agosto <strong>de</strong> 2010 (texto com adaptações)<br />
Leitura interativa<br />
1. A partir das i<strong>de</strong>ias contidas no texto, caracteriza:<br />
1.1 os Asperger;<br />
1.2 os neurotípicos.<br />
2. «(…) e já me questionei se não seremos os representantes <strong>de</strong> uma nova etapa na evolução da espécie humana»<br />
(linhas 16-17).<br />
2.1 Explica o contexto em que surge esta afirmação.<br />
3. Salienta as razões que permitem validar a opinião <strong>de</strong> que a sincerida<strong>de</strong> e a criativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser uma vantagem<br />
na política e nas empresas.<br />
4. Trabalho <strong>de</strong> grupo: Imagina que vais constituir uma empresa. Elabora um breve estudo <strong>de</strong> implementação:<br />
– Indica o ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. – Apresenta a tua visão <strong>de</strong> futuro, estabelecendo metas.<br />
– Estabelece o horário <strong>de</strong> trabalho. – Perspetiva a rentabilida<strong>de</strong>.<br />
– Traça o perfil dos funcionários. – Sê criativo.<br />
– Esboça a hierarquia.
Compreensão oral<br />
Filme publicitário Jogos Santa Casa<br />
Se eu ganhasse, a primeira coisa que fazia era comprar uma casa com piscina e com vista para o mar.<br />
Comprava um carro novo para a minha irmã e outro para o meu irmão. Comprava um barco para os meus pais.<br />
À Sara, comprava um colar <strong>de</strong> diamantes. Depois, pegava em todos os meus amigos e fazia uma festa numa ilha<br />
<strong>de</strong>serta.<br />
Este é o outro lado dos jogos, sempre que apostar está a apoiar inúmeras instituições que todos os dias levam<br />
esperança e sorrisos a milhares <strong>de</strong> pessoas. Aposte nos jogos da Santa Casa. Se ganhar, vai fazer muita gente feliz;<br />
se não ganhar, também.<br />
Filmes publicitários Eles Andam Aí<br />
a) Cheguei <strong>de</strong> manhãzinha. Já ali estava um objeto não i<strong>de</strong>ntificado, parecia uma pipa serrada ao meio que fazia<br />
UUUUUUUUUUUUUU!!!! Com medo que me roubassem as ameixas soltei os cães – era só o que faltava, não<br />
haver ameixas para o novo néctar da Compal. Abalaram, não levaram uma ameixa!<br />
A Compal orgulha-se <strong>de</strong> ter as ameixas mais procuradas <strong>de</strong> todas. Novo Compal Clássico Ameixa. Fruta que faz<br />
tão bem como sabe.<br />
b) Olhe, era p’ra aí <strong>de</strong>z p’ras cinco quando comecei a sentir os cães alvoraçados. Abateu-se uma luz, ficou dia,<br />
assim p’ro vermelho, aquilo parecia um ovo estrelado <strong>de</strong> ferro, parado ali por cima daquele carreiro. Pensei<br />
logo, mais uns maganos que vêm roubar as ameixas, atão e <strong>de</strong>pois, e se as roubam? O que é que digo aos senhores<br />
da Compal? Eles precisam das ameixas para fazer o novo néctar. Vai daí, <strong>de</strong>itei unhas à enxada, sumiram-se<br />
<strong>de</strong> tal maneira, nunca mais os vi!<br />
A Compal orgulha-se <strong>de</strong> ter as ameixas mais procuradas <strong>de</strong> todas. Novo Compal Clássico Ameixa. Fruta que faz<br />
tão bem como sabe.<br />
21
22<br />
Código da Publicida<strong>de</strong> 1<br />
Artigo 3. o<br />
Conceito <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
1. Consi<strong>de</strong>ra-se publicida<strong>de</strong>, para efeitos do presente diploma, qualquer forma <strong>de</strong> comunicação feita por entida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> natureza pública ou privada, no âmbito <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> comercial, industrial, artesanal ou liberal, com o<br />
objetivo direto ou indireto <strong>de</strong>:<br />
a) Promover, com vista à sua comercialização ou alienação, quaisquer bens ou serviços;<br />
b) Promover i<strong>de</strong>ias, princípios, iniciativas ou instituições.<br />
2. Consi<strong>de</strong>ra-se, também, publicida<strong>de</strong> qualquer forma <strong>de</strong> comunicação da Administração Pública, não prevista no<br />
número anterior, que tenha por objetivo, direto ou indireto, promover o fornecimento <strong>de</strong> bens ou serviços.<br />
3. Para efeitos do presente diploma, não se consi<strong>de</strong>ra publicida<strong>de</strong> a propaganda política.<br />
(…)<br />
Artigo 6. o<br />
Princípios da publicida<strong>de</strong><br />
A publicida<strong>de</strong> rege-se pelos princípios da licitu<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ntificabilida<strong>de</strong>, veracida<strong>de</strong> e respeito pelos direitos do consumidor.<br />
Artigo 7. o<br />
Princípio da licitu<strong>de</strong><br />
1. É proibida a publicida<strong>de</strong> que, pela sua forma, objeto ou fim, ofenda os valores, princípios e instituições fundamentais<br />
constitucionalmente consagrados.<br />
2. É proibida, nomeadamente, a publicida<strong>de</strong> que:<br />
a) Se socorra, <strong>de</strong>preciativamente, <strong>de</strong> instituições, símbolos nacionais ou religiosos ou personagens históricas;<br />
b) Estimule ou faça apelo à violência, bem como a qualquer ativida<strong>de</strong> ilegal ou criminosa;<br />
c) Atente contra a dignida<strong>de</strong> da pessoa humana;<br />
d) Contenha qualquer discriminação em relação à raça, língua, território <strong>de</strong> origem, religião ou sexo;<br />
e) Utilize, sem autorização da própria, a imagem ou as palavras <strong>de</strong> alguma pessoa;<br />
f) Utilize linguagem obscena;<br />
g) Encoraje comportamentos prejudiciais à proteção do ambiente;<br />
h) Tenha como objeto i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> conteúdo sindical, político ou religioso.<br />
3. Só é permitida a utilização <strong>de</strong> línguas <strong>de</strong> outros países na mensagem publicitária, mesmo que em conjunto com<br />
a língua portuguesa, quando aquela tenha os estrangeiros por <strong>de</strong>stinatários exclusivos ou principais, sem prejuízo<br />
do disposto no número seguinte.<br />
4. É admitida a utilização excecional <strong>de</strong> palavras ou <strong>de</strong> expressões em línguas <strong>de</strong> outros países quando necessárias<br />
à obtenção do efeito visado na conceção da mensagem.<br />
Artigo 8. o<br />
Princípio da i<strong>de</strong>ntificabilida<strong>de</strong><br />
1. A publicida<strong>de</strong> tem <strong>de</strong> ser inequivocamente i<strong>de</strong>ntificada como tal, qualquer que seja o meio <strong>de</strong> difusão utilizado.<br />
2. A publicida<strong>de</strong> efetuada na rádio e na televisão <strong>de</strong>ve ser claramente separada da restante programação, através<br />
da introdução <strong>de</strong> um separador no início e no fim do espaço publicitário.<br />
3. O separador a que se refere o número anterior é constituído, na rádio, por sinais acústicos e, na televisão, por<br />
sinais óticos ou acústicos, <strong>de</strong>vendo, no caso da televisão, conter, <strong>de</strong> forma percetível para os <strong>de</strong>stinatários, a<br />
palavra «publicida<strong>de</strong>» no separador que prece<strong>de</strong> o espaço publicitário.<br />
1 Decreto-Lei n. o 330/90 <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> outubro (excertos), com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n. o 74/93, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> março, n. o 6/95, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> janeiro e n. o<br />
61/97 <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> março, n. o 275/98, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> setembro.
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
30<br />
A retórica ou a arte <strong>de</strong> convencer<br />
O político quer mostrar a relevância das suas i<strong>de</strong>ias.<br />
O publicitário quer promover um produto.<br />
O advogado <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>monstrar a inocência do seu cliente.<br />
O adolescente quer convencer os pais a <strong>de</strong>ixá-lo sair à noite.<br />
O intelectual quer convencer o mundo da relevância da sua visão do mundo.<br />
A retórica está em toda parte e muito para além das suas áreas tradicionais (política, publicida<strong>de</strong> ou barra do<br />
tribunal). Consi<strong>de</strong>ra-se mesmo que ela está na base do discurso científico (persuasão implícita sob o disfarce <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>monstração) e que está na linguagem comum do dia a dia. Somos todos retóricos.<br />
Sempre que surge um problema na comunicação, as pessoas afirmam a sua posição ou tentam diminuir a distância<br />
que as separa. Neste sentido, a retórica não se limita às alegações jurídicas ou ao discurso político.<br />
Durante muito tempo, a retórica foi mal vista. Associada à propaganda, à manipulação, à publicida<strong>de</strong> (muitas<br />
vezes enganosa) e a muitas outras formas <strong>de</strong> sedução, muitas vezes enganadora, a retórica gozava <strong>de</strong> pouca consi<strong>de</strong>ração.<br />
Foi necessário que a socieda<strong>de</strong> se liberalizasse e se abrisse à pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opiniões, para que se aceitasse<br />
como normal e saudável que houvesse <strong>de</strong>bates contraditórios. Uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação, on<strong>de</strong> cada um<br />
tenta convencer, quando não seduzir, só po<strong>de</strong> ser dominada por uma retórica preocupada em criar acordos e consensos.<br />
A retórica serve, então, não apenas para propor respostas, mas, sobretudo, para negociar o que po<strong>de</strong> separar<br />
cada pessoa <strong>de</strong> outra pessoa. E po<strong>de</strong> também servir não só para esbater diferenças, mas para as reforçar. Quando<br />
insultamos alguém que acaba <strong>de</strong> provocar um aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> automóvel estamos a distanciarmo-nos <strong>de</strong>sse comportamento.<br />
E isso também é retórica.<br />
A retórica só adquire sentido em relação ao ato <strong>de</strong> questionar. Se assistimos a um <strong>de</strong>bate sobre educação, ou<br />
entre dois adversários políticos ou simplesmente um casal que discute a <strong>de</strong>coração da sala, isso acontece porque<br />
uma questão se impõe: é preciso reformular programas ou repensar a noção <strong>de</strong> escola; é necessária ou não a<br />
ajuda externa para a crise financeira que o país atravessa; que tipo <strong>de</strong> materiais vamos privilegiar num espaço a<br />
ser usado por crianças pequenas.<br />
Afinal, porque é que se diz, quando se fala <strong>de</strong> retórica, que a tónica <strong>de</strong>ve ser colocada nas perguntas? Quando<br />
as opiniões e os pontos <strong>de</strong> vista se tornam problemáticos, pe<strong>de</strong>-se para se justificarem as respostas para que elas<br />
sejam validadas (como respostas), o que obriga a encontrar argumentos. É esse o caráter racional da retórica.<br />
Mas como as respostas caducam e as respostas válidas ainda fazem pouco eco, há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipular<br />
o auditório fazendo-o acreditar em respostas que não o são. A forma, o estilo, a elegância, as figuras (<strong>de</strong> retórica)<br />
servem pois para fazer passar as respostas sem argumentar a questão. A publicida<strong>de</strong> é disso um exemplo por excelência.<br />
Texto adaptado <strong>de</strong> «La rhétorique d’Aristote à Obama» in Sciences Humaines, n. o 209,<br />
dossiê coor<strong>de</strong>nado por Jean François Dortier, novembro <strong>de</strong> 2009<br />
23
24<br />
D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral<br />
Ouve, atentamente, o editorial «Lugar ao sol», da autoria <strong>de</strong> Rui Cardoso. Assinala com uma X a opção que te parece<br />
correta.<br />
1. O Sol tem sido tema <strong>de</strong> reflexão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> épocas remotas.<br />
2. Para os gregos, o Sol era <strong>de</strong>signado <strong>de</strong> <strong>de</strong>us Rá.<br />
3. Os egípcios consi<strong>de</strong>ravam o sol como símbolo da vida.<br />
4. Segundo a mitologia clássica, Apolo, <strong>de</strong>us do Sol, tinha uma dupla função.<br />
5. Com o aparecimento das religiões monoteístas, o Sol ganha protagonismo como divinda<strong>de</strong>.<br />
6. No início do período do iluminismo, o rei Luís XVI passou a ser conhecido como o Rei-Sol.<br />
7. O telescópio <strong>de</strong> Galileu trouxe a Terra para o centro do universo visível, em <strong>de</strong>trimento<br />
do astro-rei.<br />
8. No contexto civilizacional atual, o homem faz o culto solar.<br />
9. Atualmente, o Sol <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia apenas <strong>situações</strong> funestas no ser humano.<br />
10. O <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia trouxe-nos privilégios, mas também graves prejuízos.<br />
11. A libertação <strong>de</strong> elevadas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono atenua os problemas<br />
ambientais.<br />
12. A solução para alguns dos problemas ambientais po<strong>de</strong> vir do Sol.<br />
13. O calor po<strong>de</strong> servir para obtermos água, através da <strong>de</strong>ssalinização.<br />
14. A ação do Sol na atmosfera terrestre impe<strong>de</strong> a expansão das energias renováveis.<br />
15. Na parte final do texto, o autor estabelece uma ligação entre o tema <strong>de</strong>senvolvido<br />
e outros assuntos da edição do jornal.<br />
16. Para terminar o editorial, o autor referencia publicações <strong>de</strong> jornais da atualida<strong>de</strong>.<br />
17. Um dos assuntos a abordar na edição é o dos protestos dos índios do Amazonas.<br />
18. Charles <strong>de</strong> Gaulle e Winston Churchill viveram no século XVIII.<br />
19. O editorial apresenta uma linguagem manifestamente objetiva.<br />
20. Em geral, o editorial é um texto jornalístico bastante relevante.<br />
V F
Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão oral<br />
Interação verbal<br />
Parâmetros<br />
a) Intervém voluntária e pertinentemente, mostrando segurança e compreensão dos assuntos<br />
colocados à discussão.<br />
b) Pronuncia as palavras com clareza, exprimindo-se num tom <strong>de</strong> voz audível e conjugando<br />
a<strong>de</strong>quadamente o acento, a entoação e o ritmo.<br />
c) Textualiza com coesão, coerência e sequencialização.<br />
d) Demonstra competência argumentativa na forma como sustém uma linha <strong>de</strong> argumentação.<br />
e) Manifesta, através da comunicação oral, interesses, hábitos e atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho, interagindo,<br />
com todos os intervenientes, <strong>de</strong> forma crítica e solidária.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
25
26<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> leitura<br />
Avaliação do trabalho <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> artigos científicos e técnicos em vários suportes<br />
Parâmetros<br />
a) Seleciona informação relevante.<br />
b) Mobiliza a informação <strong>de</strong> forma correta e a<strong>de</strong>quada.<br />
c) Organiza <strong>de</strong> forma coerente e estruturada um glossário <strong>de</strong> termos científicos.<br />
d) Produz um PowerPoint <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> com a síntese da informação recolhida.<br />
e) Apresenta <strong>de</strong> forma dinâmica e relevante os trabalhos realizados.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total
Textos científicos e técnicos<br />
Parâmetros<br />
a) I<strong>de</strong>ntifica as características específicas do tipo <strong>de</strong> texto.<br />
b) Explicita as questões organizadoras do texto.<br />
c) Salienta a relevância e a atualida<strong>de</strong> do tema.<br />
d) Distingue factos <strong>de</strong> opiniões.<br />
e) I<strong>de</strong>ntifica o contributo para a difusão da cultura científica.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
27
28<br />
Trabalho <strong>de</strong> grupo: Leitura <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> apreciação crítica (socieda<strong>de</strong>, economia, política,<br />
cultura)<br />
Grupos<br />
1. o<br />
2. o<br />
3. o<br />
4. o<br />
Grupos<br />
a) I<strong>de</strong>ntifica sequências informativas/sequências argumentativas.<br />
b) I<strong>de</strong>ntifica a tese <strong>de</strong>fendida.<br />
c) Seleciona os argumentos que revelam a apreciação crítica do autor do artigo.<br />
d) Deteta os exemplos utilizados para comprovar a tese e ilustrar os argumentos.<br />
e) Distingue a linguagem valorativa ou <strong>de</strong>preciativa utilizada.<br />
f) Reconhece a intencionalida<strong>de</strong> crítica, i<strong>de</strong>ntificando o tom utilizado.<br />
g) Verifica a eficácia das estratégias persuasivas na receção textual.<br />
a) b) c) d) e) f) g) Observações<br />
Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões<br />
1. o<br />
2. o<br />
3. o<br />
4. o<br />
a) Apresenta a tese <strong>de</strong>fendida pelo autor.<br />
b) Explicita os pontos <strong>de</strong> vista/argumentos evi<strong>de</strong>nciados pelo autor.<br />
c) Salienta a intencionalida<strong>de</strong> crítica.<br />
d) Sintetiza as estratégias persuasivas utilizadas.<br />
e) Usa um tom expressivo e um ritmo a<strong>de</strong>quados.<br />
f) Articula com clareza, rigor e correção.<br />
g) Regista as conclusões enunciadas pelos colegas.<br />
a) b) c) d) e) f) g) Observações
Publicida<strong>de</strong><br />
Parâmetros<br />
a) I<strong>de</strong>ntifica a intencionalida<strong>de</strong>.<br />
b) Descreve e analisa os constituintes verbais e visuais.<br />
c) Interpreta a mensagem, relacionando imagem e texto.<br />
d) I<strong>de</strong>ntifica os recursos expressivos (visuais e verbais) que servem a mensagem publicitária.<br />
e) Avalia a eficácia persuasiva.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
29
30<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão escrita<br />
Texto <strong>de</strong> apreciação crítica<br />
Parâmetros<br />
a) Evi<strong>de</strong>ncia uma estrutura formal (título/introdução/<strong>de</strong>senvolvimento/conclusão).<br />
b) Expressa um juízo <strong>de</strong> valor fundamentado em argumentos válidos.<br />
c) Articula com coerência, continuida<strong>de</strong> e progressão temática.<br />
d) Mobiliza recursos a<strong>de</strong>quados à intenção comunicativa.<br />
e) Utiliza, com correção linguística, uma linguagem valorativa/<strong>de</strong>preciativa.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total
Reclamação/Protesto<br />
Parâmetros<br />
a) Aplica a estrutura da reclamação/do protesto.<br />
b) Expõe com clareza e pertinência o(s) motivo(s) da reclamação/do protesto.<br />
c) Apresenta argumentação consistente para fundamentar a reclamação/o protesto.<br />
d) Demonstra capacida<strong>de</strong> crítica e interventiva, propondo soluções pertinentes.<br />
e) Redige com correção linguística.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
31
32<br />
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
30<br />
TESTE DE AVALIAÇÃO N. o 1<br />
GRUPO I<br />
A<br />
Lê, atentamente, o seguinte editorial, da autoria <strong>de</strong> José Carlos Vasconcelos. Se necessário, consulta o<br />
vocabulário que se apresenta nas notas <strong>de</strong> rodapé.<br />
A procura <strong>de</strong> «respostas»<br />
Portugal, a Europa e o mundo em geral passam por um momento especialmente difícil, para não dizer, em muitas<br />
circunstâncias, dramático. Aliás, miséria, fome, injustiça, iniquida<strong>de</strong> 1 , corrupção, tirania – às vezes, mormente em<br />
alguns países africanos, até massacres, genocídios –, têm sido e continuam a ser, em várias latitu<strong>de</strong>s, tristes realida<strong>de</strong>s<br />
do nosso tempo. De resto, isso não é <strong>de</strong> agora – e não convém esquecer o passado e suas lições: estudos credíveis<br />
(por exemplo do PNUD 2 ) mostram que, apesar <strong>de</strong> tudo, a miséria e a pobreza têm diminuído a nível mundial.<br />
No entanto, não sendo <strong>de</strong> agora, é cada vez mais incompreensível e insuportável que, apesar <strong>de</strong> todos os avanços<br />
e progressos globais, sobretudo a nível científico e tecnológico, ainda em tanto sítio se mantenham aquelas<br />
<strong>situações</strong>. E que o progressivo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> regiões, países, territórios, não seja acompanhado <strong>de</strong> uma<br />
melhor distribuição da riqueza, antes amiú<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> diminuir a miséria, ou aumentar o rendimento per capita,<br />
ainda cresçam as tremendas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais. Aliás, a nível europeu, Portugal é o país da UE em que as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />
sociais são maiores. (…)<br />
Algumas daquelas <strong>situações</strong> levaram ao promissor triunfo, na Tunísia e no Egito, <strong>de</strong> revoluções populares que<br />
já afastaram ditadores corruptos e, embora subsistam perigos, ameaças, abriram as portas a regimes mais <strong>de</strong>mocráticos<br />
e sérios. Enquanto serviram <strong>de</strong> exemplo, foram <strong>de</strong>tonadores da contestação a regimes iguais ou piores –<br />
na Líbia, no Iémen, no Barém, etc. Veremos como tudo vai terminar, <strong>de</strong>signadamente na Líbia, on<strong>de</strong> a ONU, muito<br />
bem, <strong>de</strong>cidiu intervir para evitar o bombar<strong>de</strong>amento e o extermínio <strong>de</strong> civis.<br />
Acrescendo à grave crise económica e financeira ainda não superada, e em Portugal muito grave, há ainda<br />
outras «<strong>de</strong>sgraças»: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a subida em flecha do preço do petróleo e dos alimentos até ao terrível sismo e tsunami<br />
no Japão, mais o subsequente aci<strong>de</strong>nte nuclear em Fukushima, que mostrou à exuberância a justeza do «nuclear<br />
não» e sobre cujos efeitos ainda há imensas dúvidas.<br />
Em Portugal estamos, aliás, à beira <strong>de</strong> uma crise política, com queda <strong>de</strong> governo e eleições antecipadas.<br />
Desconhecem-se as consequências, sabe-se a extrema dificulda<strong>de</strong> da situação. Este não é o local próprio para análises<br />
e comentários políticos. Creio, no entanto, não haver nenhuma resposta <strong>de</strong> fundo capaz e com resultados<br />
satisfatórios, perduráveis, <strong>de</strong>ntro do atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>. As muitas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas, sobretudo<br />
jovens, que há uma dúzia <strong>de</strong> dias encheram ruas e praças <strong>de</strong> Lisboa e do Porto, clamando contra a situação<br />
atual e reclamando melhores condições <strong>de</strong> vida, num misto <strong>de</strong> protesto e festa, com exemplar civismo, terão <strong>de</strong><br />
procurar novas respostas. Todos teremos <strong>de</strong> as procurar. Quando às vezes já nem se sabe quais são as perguntas.<br />
Entretanto, é saudável e indispensável que, com esse mesmo civismo e sem violência, os cidadãos se indignem.<br />
Dos mais jovens aos mais velhos, como o resistente ao nazismo Stephane Hessel, <strong>de</strong> 93 anos, que publicou em<br />
França o opúsculo Indignai-vos, que rápida e muito significativamente ven<strong>de</strong>u ali 1 milhão e 300 mil exemplares<br />
– e que foi agora editado em Portugal (pela Objetiva) com um certeiro prefácio <strong>de</strong> Mário Soares. A indignação como<br />
primeiro passo para a(s) mudança(s) necessárias – eis o que po<strong>de</strong>rá ser o início <strong>de</strong> um bom caminho, mesmo ignorando<br />
se alcançamos a meta...<br />
1 Iniquida<strong>de</strong> – injustiça.<br />
2 PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.<br />
José Carlos <strong>de</strong> Vasconcelos, in Jornal <strong>de</strong> Letras, 23 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011
Apresenta, <strong>de</strong> forma clara e bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem.<br />
1. Esclarece a situação socioeconómica <strong>de</strong> Portugal no contexto europeu.<br />
2. Justifica a opinião do autor face aos problemas que aborda no texto, relacionando-a com aspetos da linguagem<br />
valorativa e subjetiva presentes no editorial.<br />
3. Explica a estruturação lógica do editorial em análise.<br />
4. Explicita as razões que possibilitam classificar o texto transcrito como um editorial.<br />
«1. Consi<strong>de</strong>ra-se publicida<strong>de</strong>, para efeitos do presente diploma, qualquer forma <strong>de</strong> comunicação feita por entida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> natureza pública ou privada, no âmbito <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> comercial, industrial, artesanal ou liberal, com o<br />
objetivo direto ou indireto <strong>de</strong>:<br />
a) Promover, com vista à sua comercialização ou alienação, quaisquer bens ou serviços;<br />
b) Promover i<strong>de</strong>ias, princípios, iniciativas ou instituições.»<br />
B<br />
N. o 1 do artigo 3. o do Código da Publicida<strong>de</strong><br />
Fazendo apelo à tua experiência <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> visionamento/audição <strong>de</strong> textos publicitários, comenta,<br />
num texto <strong>de</strong> oitenta a cento e trinta palavras, as estratégias publicitárias que causam maior impacto no<br />
interlocutor/potencial consumidor.<br />
Observações relativas ao item B<br />
1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />
2. Um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.<br />
33
34<br />
5<br />
10<br />
15<br />
Lê atentamente o texto seguinte.<br />
GRUPO II<br />
Fomento <strong>de</strong> vocações científicas<br />
Uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida necessita <strong>de</strong> atrair para a ciência e tecnologia alunos em quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong><br />
suficientes. Isso pressupõe o fomento <strong>de</strong> vocações científicas, o que significa não só vocações para a criação da<br />
ciência, mas também para a aplicação da ciência na vida prática.<br />
Tem-se assistido em todo o mundo a um <strong>de</strong>clínio do número <strong>de</strong> jovens que procuram cursos e carreiras <strong>de</strong> ciência<br />
e tecnologia, no sentido estrito, em favor da procura <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> ciências sociais, artes, etc. E o problema atinge-nos<br />
também. Precisamos <strong>de</strong> mais cientistas e engenheiros, se compararmos os nossos índices <strong>de</strong>ssas profissões<br />
com os índices dos países mais <strong>de</strong>senvolvidos da Europa, a que pertencemos. Toda a Europa, para se <strong>de</strong>senvolver<br />
rumo à «economia mais <strong>de</strong>senvolvida do mundo» (um objetivo da Estratégia <strong>de</strong> Lisboa do ano 2000, cuja concretização<br />
ficou bastante aquém do previsto), necessita <strong>de</strong> mais pessoas com formação em ciência e tecnologia.<br />
Como superar este evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sfasamento entre oferta <strong>de</strong> jovens e procura pela socieda<strong>de</strong> e pelo mercado?<br />
Porque é que os jovens se afastam, po<strong>de</strong> mesmo dizer-se, se autoexcluem, da ciência e da tecnologia? As causas<br />
são várias, mas entroncam todas no distanciamento entre ciência e socieda<strong>de</strong>. Se é verda<strong>de</strong> que a ciência é impulsionadora<br />
do progresso social, proporcionando aos cidadãos níveis <strong>de</strong> conforto inalcançáveis sem o seu concurso<br />
(em múltiplos fatores: na saú<strong>de</strong>, alimentação, habitação, transportes, comunicações, lazer, etc.), não é menos certo<br />
que parte importante da socieda<strong>de</strong> receia a ciência, chegando mesmo em alguns casos extremos a recusá-la liminarmente.<br />
A ciência, <strong>de</strong>pois dos <strong>de</strong>sastres <strong>de</strong> Bhopal e Chernobyl (para não falar <strong>de</strong> outros mais recentes, como o<br />
<strong>de</strong>rrame petrolífero no golfo do México), está associada a perigos, não se encontrando interiorizada a noção <strong>de</strong> que<br />
o risco é inerente a qualquer ativida<strong>de</strong> humana e que a própria ciência, mais e melhor do que ninguém, po<strong>de</strong>rá prever,<br />
evitar e diminuir os riscos.<br />
Carlos Fiolhais (2011), A ciência em Portugal, Lisboa, Fundação Francisco Manuel dos Santos, páginas 63-64<br />
1. Seleciona, em cada um dos itens <strong>de</strong> 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao<br />
sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, o número do item e a letra que i<strong>de</strong>ntifica a opção correta.<br />
1. Segundo o autor do texto…<br />
a) há muitos jovens com gran<strong>de</strong> vocação científica.<br />
b) os jovens revelam reduzida vocação científica.<br />
c) é necessário <strong>de</strong>senvolver a vocação científica nos jovens.<br />
d) é imperativo inibir a vocação científica nos jovens.<br />
2. Para atingir um dos objetivos da Estratégia <strong>de</strong> Lisboa 2000, é prioritário…<br />
a) reduzir o tempo dos cursos para algumas profissões.<br />
b) circunscrever os currículos <strong>de</strong> alguns cursos superiores.<br />
c) diminuir o número <strong>de</strong> cientistas e <strong>de</strong> engenheiros.<br />
d) incrementar a formação em ciência e em tecnologia.
3. A superação do <strong>de</strong>sfasamento entre a lógica da procura <strong>de</strong> jovens com formação científica e a respetiva oferta<br />
po<strong>de</strong>rá residir…<br />
a) na total ausência <strong>de</strong> progresso social.<br />
b) na aproximação entre ciência e socieda<strong>de</strong>.<br />
c) no distanciamento entre ciência e socieda<strong>de</strong>.<br />
d) nas lacunas da socieda<strong>de</strong> do conhecimento.<br />
4. No discurso parentético (linha 14), encontramos…<br />
a) uma personificação.<br />
b) uma sinestesia.<br />
c) uma gradação.<br />
d) uma enumeração.<br />
5. A forma verbal «compararmos» (linha 6) encontra-se no…<br />
a) futuro do modo indicativo.<br />
b) presente do modo indicativo.<br />
c) futuro do modo conjuntivo.<br />
d) presente do modo conjuntivo.<br />
6. Em «a recusá-la liminarmente» (linhas 15-16), o constituinte «-la» <strong>de</strong>sempenha a função sintática <strong>de</strong>…<br />
a) complemento do adjetivo.<br />
b) complemento oblíquo.<br />
c) complemento indireto.<br />
d) complemento direto.<br />
7. Em «não se encontrando interiorizada a noção» (linha 17), o pronome encontra-se anteposto ao verbo, porque…<br />
a) o texto é <strong>de</strong> um autor brasileiro.<br />
b) a frase se encontra na negativa.<br />
c) há uma incorreção sintática.<br />
d) a oração é subordinada.<br />
2. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo<br />
a obteres uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, as letras e os<br />
números correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.<br />
Coluna A Coluna B<br />
1. Com a expressão entre aspas «economia mais<br />
<strong>de</strong>senvolvida do mundo» (linha 8),<br />
2. Com o advérbio «liminarmente» (linhas 15-16)<br />
3. Ao usar os parênteses (linha 14)<br />
4. Com a expressão «o risco é inerente a qualquer ativida<strong>de</strong><br />
humana» (linha 18)<br />
5. Com o segmento «a própria ciência, mais e melhor<br />
do que ninguém, po<strong>de</strong>rá prever, evitar e diminuir os<br />
riscos» (linhas 18-19)<br />
a) o enunciador recorre à ironia.<br />
b) o enunciador introduz um modificador do predicado.<br />
c) o enunciador introduz um modificador restritivo.<br />
d) o enunciador recorre ao aspeto gramatical genérico.<br />
e) o enunciador recorre à modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ôntica.<br />
f) o enunciador <strong>de</strong>marca uma citação.<br />
g) o enunciador faz uso da modalida<strong>de</strong> epistémica.<br />
h) o enunciador explicita a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> existirem<br />
outros exemplos.<br />
35
36<br />
GRUPO III<br />
Imagina que os laboratórios da tua escola se encontram <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> materiais essenciais para a realização<br />
<strong>de</strong> experiências.<br />
Escreve uma carta <strong>de</strong> reclamação, correta e bem estruturada, com um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo<br />
<strong>de</strong> trezentas palavras, dirigida à Direção da escola, aduzindo argumentos que sustentem a tua contestação<br />
e propondo uma solução para o problema.<br />
Respeita os aspetos formais da carta.<br />
Observações<br />
1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />
2. Relativamente ao <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados – um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo <strong>de</strong> trezentas palavras –,<br />
há que aten<strong>de</strong>r ao seguinte:<br />
• A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />
• Nos outros casos, um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do<br />
texto produzido.<br />
FIM
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
GRUPO I<br />
A<br />
1. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................... 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Apresenta, com pertinência e rigor, todos os aspetos inerentes à<br />
situação do país no contexto europeu.<br />
Apresenta, com pertinência e rigor, dois dos aspetos referentes à<br />
situação do país no contexto europeu.<br />
Apresenta, com imprecisão, dois dos aspetos relativos à situação<br />
do país no contexto europeu.<br />
Apresenta, com acentuadas imprecisões, um ou dois aspetos<br />
referentes à situação do país no contexto europeu.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Situação difícil <strong>de</strong> toda a Europa.<br />
• Portugal é o país da UE que apresenta maiores <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais.<br />
• Crise económica e financeira muito grave.<br />
• Crise política, com eleições antecipadas.<br />
• …<br />
9<br />
7<br />
5<br />
3<br />
37
38<br />
2. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />
– Estruturação do discurso ........................................................................................................................................................ 4 pontos<br />
– Correção linguística .................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Explicita, com clareza e pertinência, a opinião do autor, <strong>de</strong>stacando<br />
evidências da linguagem valorativa e subjetiva.<br />
Explicita, com clareza e pertinência, a opinião do autor, mas não<br />
<strong>de</strong>staca evidências da linguagem valorativa e subjetiva.<br />
Ou<br />
Destaca aspetos da linguagem valorativa e subjetiva, mas não<br />
explicita a opinião do autor, com clareza e pertinência.<br />
Expõe, com imprecisão, a opinião do autor, transcrevendo alguns<br />
exemplos da linguagem valorativa e subjetiva.<br />
Expõe, com muita imprecisão, a opinião do autor.<br />
Ou<br />
Transcreve alguns exemplos da linguagem valorativa e subjetiva.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Desencanto do autor perante as dificulda<strong>de</strong>s que assolam a humanida<strong>de</strong> («miséria, fome, injustiça, iniquida<strong>de</strong>,<br />
corrupção, tirania»; «massacres, genocídios»), i<strong>de</strong>ias marcadas pela subjetivida<strong>de</strong> da expressão «tristes realida<strong>de</strong>s<br />
do nosso tempo».<br />
• Consciência <strong>de</strong> que esta situação tem abrangido várias gerações.<br />
• Recurso à expressão valorativa e subjetiva «incompreensível e insuportável», para salientar que, numa socieda<strong>de</strong><br />
caracterizada pelo progresso científico e tecnológico, permanecem as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais.<br />
• Triunfo das revoluções em países subjugados a regimes ditatoriais («promissor triunfo»).<br />
• Aprovação, através da expressão «muito bem», da operação da ONU na Líbia.<br />
• Apologia da intervenção dos cidadãos em <strong>de</strong>fesa do interesse coletivo.<br />
• ...<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3
3. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 20 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />
– Estruturação do discurso ........................................................................................................................................................ 4 pontos<br />
– Correção linguística .................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Explica, com rigor e clareza, a estruturação do editorial, i<strong>de</strong>ntificando<br />
a introdução, o <strong>de</strong>senvolvimento (exposição, argumentação<br />
e exemplificação) e a conclusão.<br />
Explica, com rigor e clareza, as partes constituintes do discurso<br />
(introdução, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão), mas não explicita,<br />
com precisão, os argumentos.<br />
Explica, com algumas imprecisões, as partes constituintes do<br />
discurso (introdução, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão).<br />
Refere, com muitas imprecisões, as partes constituintes do discurso<br />
(introdução, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão)..<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Introdução (primeiro parágrafo): Apresentação sucinta do tema; generalização das dificulda<strong>de</strong>s e das injustiças<br />
sociais em Portugal, na Europa e no mundo.<br />
• Desenvolvimento (segundo, terceiro, quarto e quinto parágrafos): Referencial histórico (<strong>situações</strong> do passado<br />
que se repetem no presente; contexto político em Portugal); argumentação: injustiça das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais;<br />
continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas <strong>situações</strong> numa socieda<strong>de</strong> marcada pelo progresso científico e tecnológico; confirmação e<br />
exemplificação: revoluções populares que tentam inverter as assimetrias sociais; intervenção da ONU em <strong>de</strong>fesa<br />
<strong>de</strong> cidadãos comuns; retoma da referência à situação <strong>de</strong> Portugal (crise política; contestação)...<br />
• Conclusão: A atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> cidadania <strong>de</strong>ve pautar-se pela intervenção não violenta...<br />
• …<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3<br />
39
40<br />
4. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />
– Estruturação do discurso ........................................................................................................................................................ 3 pontos<br />
– Correção linguística .................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Explicita, com rigor e pertinência, as características do texto que<br />
permitem a sua integração no editorial, salientando tratar-se <strong>de</strong><br />
um género jornalístico que expressa opinião<br />
Explicita as características do texto que permitem a sua integração<br />
no editorial, referindo tratar-se <strong>de</strong> um género jornalístico que<br />
expressa opinião.<br />
Explicita, com algumas imprecisões, características do texto que<br />
possibilitam a sua classificação <strong>de</strong> editorial.<br />
Explicita, com muitas imprecisões, características do texto que<br />
possibilitam a sua classificação <strong>de</strong> editorial.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Género do discurso jornalístico que expressa a opinião através <strong>de</strong> uma linguagem valorativa e subjetiva.<br />
• Discurso sobre os factos mais importantes no espaço político-social-económico com abrangência nacional<br />
(Portugal) e internacional (a Europa e o mundo)<br />
• Preten<strong>de</strong> persuadir o público, levando-o a tomar aquele posicionamento como verda<strong>de</strong>iro ou certo.<br />
• Texto exortativo e persuasivo, visando a orientação dos indivíduos e da socieda<strong>de</strong> em geral.<br />
• ...<br />
9<br />
7<br />
5<br />
3
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
B<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 5 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Comenta, com rigor e pertinência, o impacto <strong>de</strong> diversas estratégias<br />
publicitárias no público, evi<strong>de</strong>nciando um excelente domínio<br />
do tema.<br />
Comenta, com rigor e pertinência, o impacto <strong>de</strong> diversas estratégias<br />
publicitárias no público, <strong>de</strong>monstrando um bom domínio do<br />
tema.<br />
Comenta, com algum rigor e alguma pertinência, o impacto <strong>de</strong><br />
diversas estratégias publicitárias no público, evi<strong>de</strong>nciando um<br />
bom domínio do tema.<br />
Comenta, com algum rigor e alguma pertinência, o impacto <strong>de</strong><br />
diversas estratégias publicitárias no público, evi<strong>de</strong>nciando um<br />
domínio suficiente do tema.<br />
Comenta, com imprecisão e pouco rigor, o impacto <strong>de</strong> diversas<br />
estratégias publicitárias no público, evi<strong>de</strong>nciando um domínio<br />
suficiente do tema.<br />
Comenta, com muita imprecisão, o impacto <strong>de</strong> diversas estratégias<br />
publicitárias no público, tecendo consi<strong>de</strong>rações gerais e incipientes.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• A mensagem publicitária contém uma significação indireta, aludindo e evocando, através da associação e da<br />
conotação…<br />
• Os argumentos recaem sobre a criação <strong>de</strong> um significado complexo, conotado positivamente, que se vem associar<br />
à marca e àqueles que a consomem. A beleza, a riqueza, a felicida<strong>de</strong> familiar, as férias ou a amiza<strong>de</strong> são<br />
<strong>de</strong>sta forma invocados, por metonímia, segundo mecanismos significantes que po<strong>de</strong>m parecer complicados, mas<br />
que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>arão no público a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada pelos objetivos da publicida<strong>de</strong>...<br />
• As imagens sonoras e visuais são estratégias publicitárias muito eficazes.<br />
• O método AIDMA (atenção, interesse, <strong>de</strong>sejo, memória e aquisição) e o método DDPC (dramático, <strong>de</strong>scritivo, persuasivo,<br />
compra) são recorrentes na publicida<strong>de</strong>.<br />
• …<br />
18<br />
15<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3<br />
41
42<br />
Chaves <strong>de</strong> correção:<br />
1.<br />
1. c); 2. d); 3. b); 4. d); 5. c); 6. c); 7. b).<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
GRUPO II<br />
Descritores do nível<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
Pontuação<br />
3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15<br />
2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9<br />
1 Estabelece uma correspondência correta. 3<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
2.<br />
1. g); 2. b); 3. h); 4. d); 5. e)<br />
GRUPO III<br />
• Estruturação temática e discursiva .......................................................................................................................................................................................... 30 pontos<br />
• Correção linguística .................................................................................................................................................................................................................................... 20 pontos<br />
Parâmetros Estruturação temática e discursiva Pontuação<br />
Tema e tipologia<br />
textual<br />
Coerência<br />
e pertinência<br />
da informação<br />
Estrutura<br />
e coesão<br />
Morfologia<br />
e sintaxe<br />
Repertório<br />
vocabular<br />
Ortografia<br />
e pontuação<br />
• Cumpre integralmente a instrução quanto a:<br />
– tema (escreve um texto sobre a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar aulas práticas nos laboratórios<br />
da escola);<br />
– tipo <strong>de</strong> texto – carta formal <strong>de</strong> reclamação com caráter expositivo-argumentativo.<br />
• Integra, pelo menos, uma sequência <strong>de</strong>scritiva relativa à situação exposta e dois argumentos.<br />
• Apresenta a disposição gráfica dos elementos distintivos da carta (<strong>de</strong>stinatário com<br />
fórmula <strong>de</strong> tratamento a<strong>de</strong>quada; assunto, data, fórmulas <strong>de</strong> abertura e <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida,<br />
assinatura...).<br />
• Redige um texto que respeita totalmente o tema.<br />
– Produz um discurso coerente:<br />
– com informação e argumentação pertinente;<br />
– com progressão temática evi<strong>de</strong>nte;<br />
– com abertura, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão a<strong>de</strong>quados.<br />
• Domina os mecanismos <strong>de</strong> coesão textual:<br />
– Recorre a processos variados <strong>de</strong> articulação interfrásica, <strong>de</strong>signadamente conetores<br />
diversificados <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong> sequencialização, …<br />
– Assegura a manutenção <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> referência (através <strong>de</strong> substituições nominais,<br />
pronominais…);<br />
– Garante a manutenção <strong>de</strong> conexões entre coor<strong>de</strong>nadas <strong>de</strong> enunciação (pessoa,<br />
tempo, espaço) ao longo do texto.<br />
• Recorre a estruturas sintáticas variadas e complexas.<br />
• Domina processos <strong>de</strong> conexão interfrásica (concordância, flexão verbal, proprieda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> seleção...)<br />
• Usa um registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto.<br />
• Recorre a um repertório lexical variado.<br />
• Não dá erros ortográficos.<br />
• Pontua <strong>de</strong> forma sistemática e pertinente.<br />
• Assinala, inequivocamente, as marcas <strong>de</strong> início <strong>de</strong> parágrafos.<br />
20<br />
5<br />
5<br />
5<br />
5<br />
10
SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N. o 2<br />
A. Planificação<br />
12 blocos <strong>de</strong> 90 minutos (24 aulas)<br />
Competências transversais:<br />
• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.<br />
• Estratégica: Estratégias <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escuta a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> texto e à finalida<strong>de</strong>; seleção e organização da<br />
informação; operações <strong>de</strong> planificação, execução e avaliação da escrita e da oralida<strong>de</strong>; pesquisa em vários suportes;<br />
conceção e utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise; elaboração <strong>de</strong> ficheiros; utilização das TIC.<br />
• Formação para a cidadania: Construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal e cultural através da reflexão sobre i<strong>de</strong>ias, motivações<br />
e ações; conhecimento e aceitação das diferenças do outro; apresentação e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> opiniões; <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
capacida<strong>de</strong>s críticas.<br />
COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />
Tipos <strong>de</strong> texto: Sermão, exposição, textos expositivo-argumentativo<br />
COMPREENSÃO<br />
ORAL<br />
EXPRESSÃO<br />
ORAL<br />
EXPRESSÃO<br />
ESCRITA<br />
LEITURA<br />
FUNCIONAMENTO<br />
DA LÍNGUA<br />
AVALIAÇÃO<br />
Testes <strong>de</strong> compreensão oral<br />
(CD áudio/manual):<br />
• «Um mundo multirriscos».<br />
• «A herança do Padre<br />
António Vieira».<br />
• Sermão <strong>de</strong> Santo António<br />
aos Peixes (capítulo IV).<br />
Expressão oral<br />
• Exposição (a partir <strong>de</strong> plano-guia).<br />
• Texto expositivo-argumentativo.<br />
• Comunicado:<br />
– Planificação; textualização; revisão.<br />
Textos informativos:<br />
(páginas 68 a 72; 74 a 102)<br />
Leitura literária:<br />
• Sermão <strong>de</strong> Santo António<br />
aos Peixes, Padre António<br />
Vieira.<br />
• Discurso político.<br />
• Comunicado.<br />
Escuta/visionamento:<br />
• «Um mundo multirriscos».<br />
• «A herança do Padre António Vieira».<br />
• Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes (capítulo IV).<br />
• Ví<strong>de</strong>os da RTP2 selecionados pelos alunos e pelo(a)<br />
professor(a) e disponíveis no YouTube.<br />
Leitura seletiva:<br />
• Excerto <strong>de</strong> Carta sobre o achamento do Brasil.<br />
• «Entre o sonho e a realida<strong>de</strong>».<br />
• «Todo o discurso <strong>de</strong> Vieira é empolgante».<br />
Leitura analítica:<br />
• Discurso do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sobre<br />
os Objetivos <strong>de</strong> Desenvolvimento do Milénio ; «Educação,<br />
um tesouro a <strong>de</strong>scobrir»; «Objetivo: mudança»; Sermão<br />
<strong>de</strong> Santo António aos Peixes; «Comunicado dos povos<br />
indígenas do Xingu».<br />
Leitura global:<br />
• Outros discursos políticos e comunicados selecionados<br />
pelo(a) professor(a) e pelos alunos.<br />
Leitura recreativa:<br />
• Contrato <strong>de</strong> Leitura.<br />
• Processos fonológicos.<br />
• Processos irregulares <strong>de</strong> formação das palavras.<br />
• Relações semânticas entre palavras.<br />
• Coesão, coerência e progressão textual.<br />
• Consolidação <strong>de</strong> conteúdos: classes <strong>de</strong> palavras, morfologia e sintaxe.<br />
• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />
• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />
43
44<br />
B. Em interação<br />
• Texto argumentativo; texto expositivo-argumentativo.<br />
• Discurso político.<br />
• Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira (excertos).<br />
• Comunicado.<br />
• Exposição (a partir <strong>de</strong> um plano-guia previamente fornecido).<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />
• Audição <strong>de</strong> discurso político (manual); tomada <strong>de</strong> notas.<br />
• Interação verbal em torno das i<strong>de</strong>ias expressas no discurso.<br />
• Deteção da estrutura do discurso.<br />
• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> tese e estratégias <strong>de</strong> argumentação, persuasão e manipulação.<br />
• Redação <strong>de</strong> um comunicado a partir das i<strong>de</strong>ias transmitidas pelo discurso político.<br />
• Recolha e seleção <strong>de</strong> discursos políticos do passado e da atualida<strong>de</strong>: Semelhanças e diferenças na estrutura e nos<br />
temas abordados.<br />
• Enquadramento do discurso no seu tempo: Pesquisa sobre o autor e sobre o contexto <strong>de</strong> produção.<br />
• Apresentação oral dos resultados da pesquisa.<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />
• Avaliação do comunicado.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />
• Leitura, em trabalho <strong>de</strong> grupo, <strong>de</strong> um texto argumentativo/expositivo-argumentativo:<br />
– I<strong>de</strong>ntificação do tema.<br />
– Deteção do ponto <strong>de</strong> vista (explícito ou implícito) do autor.<br />
– Análise da ca<strong>de</strong>ia argumentativa: Argumentos e exemplos utilizados na <strong>de</strong>fesa do ponto <strong>de</strong> vista; possíveis contra-argumentações;<br />
recursos mobilizados para refutar as possíveis contra-argumentações.<br />
• Ficha <strong>de</strong> funcionamento da língua a partir do texto analisado.<br />
• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />
• Registo escrito individual – posicionamento crítico relativamente ao tema abordado no texto analisado.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />
• Avaliação da ficha <strong>de</strong> funcionamento da língua.<br />
• Produção <strong>de</strong> um texto individual – posicionamento crítico face ao tema exposto pelo autor do texto estudado em<br />
grupo.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />
• Leitura, em grupo, <strong>de</strong> um excerto do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes (louvor ou crítica a um peixe):<br />
– I<strong>de</strong>ntificação do peixe e do louvor/crítica respetivo/a.<br />
– Esquematização do excerto (estrutura e i<strong>de</strong>ias transmitidas).<br />
– Reconhecimento da argumentação e da exemplificação.<br />
– Levantamento dos princípios lógicos subjacentes à argumentação.<br />
– I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> marcadores e conetores discursivos.<br />
– Comparação do peixe em questão com Santo António.<br />
– Comparação do louvor/crítica com a atualida<strong>de</strong>.<br />
• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />
• Conceção <strong>de</strong> um quadro global analítico que evi<strong>de</strong>ncie os louvores e as críticas presentes no Sermão.<br />
• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):<br />
– Produção <strong>de</strong> um texto argumentativo individual que apresente um louvor ou uma crítica a uma situação da<br />
socieda<strong>de</strong> contemporânea.<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />
• Texto argumentativo individual.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />
• Exposição oral a partir <strong>de</strong> um plano guia previamente fornecido (manual) – trabalho <strong>de</strong> pares:<br />
– Preparação da exposição a partir do tema e do plano apresentado (seleção <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> apoio).<br />
– Discussão com o par do enfoque a emprestar ao tema.<br />
– Divisão lógica e coerente da parte da exposição que cabe a cada um.<br />
– Apresentação da exposição com os recursos <strong>de</strong> apoio.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em pares.<br />
• Avaliação da exposição oral.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
45
46<br />
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
30<br />
C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
Um mundo multirriscos<br />
A queda, em 1989, do bloco soviético virou uma página da história mas, paradoxalmente, o fim da Guerra Fria,<br />
que marcara os <strong>de</strong>cénios prece<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>u origem a um mundo mais complexo e inseguro e sem dúvida mais perigoso.<br />
Talvez a Guerra Fria encobrisse, há muito tempo já, as tensões latentes que existiam entre nações, etnias,<br />
comunida<strong>de</strong>s religiosas, que agora surgem à luz do dia, constituindo outros tantos focos <strong>de</strong> agitação ou causas <strong>de</strong><br />
conflitos <strong>de</strong>clarados. A entrada neste mundo «multirriscos», ou pressentido como tal, constituído por elementos<br />
ainda por <strong>de</strong>cifrar, é uma das características dos finais do século XX, que perturba e inquieta profundamente a<br />
consciência mundial.<br />
É correto, sem dúvida, consi<strong>de</strong>rar a queda <strong>de</strong> alguns regimes totalitários como um avanço da liberda<strong>de</strong> e da<br />
<strong>de</strong>mocracia. Mas há muito caminho a percorrer ainda, e a revelação da multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> riscos que pesam sobre o<br />
futuro do mundo coloca o observador perante numerosos paradoxos: o po<strong>de</strong>r totalitário revela-se frágil, mas os<br />
seus efeitos persistem; assiste-se, simultaneamente, ao <strong>de</strong>clínio da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Estado nacional e ao aumento dos<br />
nacionalismos; a paz parece, agora, menos impossível do que durante a Guerra Fria, mas a guerra surge, também,<br />
como menos improvável.<br />
A incerteza quanto ao <strong>de</strong>stino comum da humanida<strong>de</strong> assume novas e variadas formas. A acumulação <strong>de</strong><br />
armas, mesmo <strong>de</strong> armas nucleares, não tem o mesmo significado simples <strong>de</strong> dissuasão nem <strong>de</strong> segurança contra o<br />
risco <strong>de</strong> uma guerra entre dois blocos; é fruto <strong>de</strong> uma competição generalizada, para ver quem <strong>de</strong>tém as armas<br />
mais sofisticadas.<br />
Ora, esta corrida aos armamentos não diz respeito apenas a alguns Estados; implica entida<strong>de</strong>s não institucionais,<br />
como associações políticas ou grupos terroristas.<br />
Mesmo tendo resolvido o problema da não proliferação dos testes nucleares, o mundo não está livre dos efeitos<br />
<strong>de</strong> novas e sofisticadas armas químicas ou biológicas. Ao risco <strong>de</strong> conflitos entre as nações vem, pois, juntar-se<br />
o das guerras civis e da violência, mais ou menos generalizada, para os quais as gran<strong>de</strong>s organizações mundiais e,<br />
<strong>de</strong>signadamente a ONU, bem como as diversas chancelarias, não encontram solução.<br />
Além da incerteza sobre o próprio <strong>de</strong>stino, partilhada por todos os habitantes do planeta, pois ninguém está<br />
livre da violência, a impressão geral que se tem é ambígua: nunca anteriormente o sentimento <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> foi<br />
tão forte; mas, ao mesmo tempo, nunca foram tantas as ocasiões <strong>de</strong> divisão e <strong>de</strong> conflito.<br />
O medo <strong>de</strong>stes riscos, mesmo se universalmente partilhado, <strong>de</strong>vido, em especial, à gran<strong>de</strong> difusão das informações<br />
acerca dos efeitos da violência, não afeta com a mesma intensida<strong>de</strong> os que, <strong>de</strong> algum modo, tiram vantagens<br />
<strong>de</strong>sta evolução e os que apenas lhe sofrem os inconvenientes. Impelidos por estas rápidas alterações, todos sentimos<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> segurança contra estes riscos ou, pelo menos, <strong>de</strong> os controlar, a fim <strong>de</strong> os minimizar. Mas há<br />
quem, por razões económicas e políticas, seja incapaz <strong>de</strong> dominar estes fenómenos. Neste caso, o perigo para a<br />
humanida<strong>de</strong> é que estas pessoas se tornem reféns e <strong>de</strong>pois, eventualmente, mercenários daqueles que querem<br />
obter o po<strong>de</strong>r pela violência.<br />
Jacques Delors (coor<strong>de</strong>nação), Educação, um tesouro a <strong>de</strong>scobrir, Relatório para a UNESCO<br />
da Comissão Internacional sobre educação para o século XXI, Edições Asa, página 44
5<br />
10<br />
15<br />
Discurso político<br />
Na Grécia Antiga, o político era o cidadão da pólis (cida<strong>de</strong> entendida como comunida<strong>de</strong> organizada). Com o tempo,<br />
passou-se a utilizar a palavra para <strong>de</strong>signar os responsáveis pelos negócios públicos. Tudo era <strong>de</strong>cidido na Ágora, a<br />
praça on<strong>de</strong> se realizavam as assembleias, com a mediação <strong>de</strong> políticos, que utilizavam palavras persuasivas para<br />
obter <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> interesse para o bem comum ou para impor seus próprios pontos <strong>de</strong> vista ou os <strong>de</strong> quem representavam.<br />
Daí surgiu o discurso político, baseado na oratória (arte <strong>de</strong> falar em público) e na retórica (arte <strong>de</strong> convencer<br />
os outros através da oratória ou outras formas <strong>de</strong> comunicação).<br />
Para que os seus alunos tenham condições <strong>de</strong> analisar e <strong>de</strong>bater, em sala <strong>de</strong> aula, o discurso dos políticos,<br />
o professor po<strong>de</strong> recomendar que os alunos consultem, através dos vários meios <strong>de</strong> comunicação, incluindo a<br />
Internet, discursos proferidos em congressos partidários e na Assembleia da República, entre outros. Po<strong>de</strong>r-se-á<br />
também sugerir uma ida à Câmara Municipal da sua área <strong>de</strong> residência para assistirem a uma reunião da vereação<br />
camarária.<br />
O discurso seguinte, <strong>de</strong> Barack Obama, revela a força das palavras e como elas po<strong>de</strong>m aglutinar pessoas em torno<br />
<strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al.<br />
Caros compatriotas,<br />
Discurso <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> posse do presi<strong>de</strong>nte<br />
dos Estados Unidos da América Barack Obama 1<br />
Estou aqui hoje com humilda<strong>de</strong> perante a tarefa que nos é imposta, grato pela confiança que me conce<strong>de</strong>ram,<br />
consciente dos sacrifícios consentidos pelos nossos antepassados. Agra<strong>de</strong>ço ao Presi<strong>de</strong>nte Bush pelo serviço prestado<br />
ao nosso país e pela generosida<strong>de</strong> e cooperação <strong>de</strong>monstradas durante a transição. Quarenta e quatro americanos<br />
prestaram juramento como presi<strong>de</strong>ntes. Estas palavras foram proferidas em momentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
prosperida<strong>de</strong> e em águas calmas <strong>de</strong> paz. Contudo, quantas vezes o juramento é prestado no meio <strong>de</strong> nuvens acumuladas<br />
e tempesta<strong>de</strong>s violentas. Nestes momentos, a América prosseguiu não só <strong>de</strong>vido à competência e visão<br />
dos que estavam no po<strong>de</strong>r, mas também porque Nós o Povo nos mantivemos fiéis aos i<strong>de</strong>ais dos nossos antepassados<br />
e leais aos documentos fundadores. Assim tem sido. Assim <strong>de</strong>ve ser com esta geração <strong>de</strong> americanos.<br />
Que nos encontramos no meio <strong>de</strong> uma crise é agora bem compreendido. O nosso país está em guerra contra<br />
uma vasta re<strong>de</strong> <strong>de</strong> violência e ódio. A nossa economia está muito enfraquecida em consequência da ganância e da<br />
irresponsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns, mas também <strong>de</strong>vido ao nosso fracasso coletivo em fazer escolhas difíceis e preparar<br />
o país para uma nova era. Per<strong>de</strong>ram-se casas, eliminaram-se empregos, fecharam-se empresas. Os nossos cuidados<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> são <strong>de</strong>masiado caros, as nossas escolas falham muitas vezes e cada dia traz-nos mais provas <strong>de</strong> que<br />
as formas como utilizamos a energia fortalecem os nossos adversários e ameaçam o nosso planeta.<br />
Estes são indicadores <strong>de</strong> crise, sujeitos a dados e estatísticas. Menos mensurável mas não menos profunda é a<br />
falta <strong>de</strong> confiança em toda a nossa terra, um receio incómodo <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>clínio da América seja inevitável e a próxima<br />
geração tenha que diminuir as suas expetativas.<br />
1 Proferido a 20 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2009, em Washington, D. C., Estados Unidos da América.<br />
47
48<br />
20<br />
25<br />
30<br />
35<br />
40<br />
45<br />
50<br />
55<br />
60<br />
Hoje, digo-vos que os <strong>de</strong>safios que enfrentamos são reais. São graves e são muitos. Não será fácil vencê-los<br />
num curto período <strong>de</strong> tempo. Mas uma coisa é certa, América: serão vencidos.<br />
Hoje, estamos reunidos porque escolhemos a esperança ao medo, a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> objetivos ao conflito e à discórdia.<br />
Hoje, viemos proclamar o fim <strong>de</strong> pequenos agravos e falsas promessas, recriminações e dogmas gastos, que<br />
durante <strong>de</strong>masiado tempo estrangularam a nossa política.<br />
Continuamos a ser um país jovem, mas segundo as Sagradas Escrituras é chegado o momento <strong>de</strong> pôr <strong>de</strong> lado<br />
as criancices. É chegado o momento <strong>de</strong> reafirmar a nossa perseverança <strong>de</strong> espírito, <strong>de</strong> optar por melhorar a nossa<br />
história, <strong>de</strong> levar avante esse dom precioso, essa i<strong>de</strong>ia nobre, transmitida <strong>de</strong> geração em geração: a promessa feita<br />
por Deus <strong>de</strong> que todos são iguais, todos são livres e todos merecem uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar a felicida<strong>de</strong>.<br />
Ao reafirmar a gran<strong>de</strong>za da nossa nação, compreen<strong>de</strong>mos que a gran<strong>de</strong>za nunca é um dado adquirido. Tem <strong>de</strong><br />
ser ganha. A nossa jornada nunca foi <strong>de</strong> atalhos nem <strong>de</strong> nos contentarmos com pouco. Nem tem sido uma via para<br />
os <strong>de</strong> coração fraco, os que preferem o ócio ao trabalho ou que procuram apenas o prazer da riqueza e da fama.<br />
Pelo contrário, têm sido os que correm riscos, os que trabalham, os que fazem coisas, alguns celebrados, mas mais<br />
frequentemente homens e mulheres obscuros na sua tarefa, que nos levaram por caminhos longos e difíceis para a<br />
paz e a liberda<strong>de</strong>.<br />
Por nós, embalaram os seus parcos bens terrenos e atravessaram oceanos em busca <strong>de</strong> uma nova vida. Por<br />
nós, labutaram em fábricas e povoaram o Oeste, suportaram o chicote e lavraram a terra dura. Por nós, lutaram e<br />
pereceram em lugares como Concord e Gettysburg, Normandia e Khe Sahn. Várias vezes estes homens e mulheres<br />
lutaram e sacrificaram-se e trabalharam até ficarem com as mãos gretadas, para que pudéssemos ter uma vida<br />
melhor. Consi<strong>de</strong>raram a América maior do que a soma das nossas ambições individuais, maior do que todas as diferenças<br />
<strong>de</strong> berço, riqueza ou fação.<br />
Esta é a jornada que prosseguimos hoje. Continuamos a ser o país mais próspero e po<strong>de</strong>roso à face da Terra.<br />
Os nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando começou a crise. As nossas mentes não são<br />
menos criadoras, os nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada, no<br />
mês passado ou no ano passado. A nossa capacida<strong>de</strong> continua inalterável. Mas o nosso tempo <strong>de</strong> nos recusarmos a<br />
mudar <strong>de</strong> planos, <strong>de</strong> protegermos interesses mesquinhos e <strong>de</strong> adiarmos <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>sagradáveis, esse tempo sem<br />
dúvida que já passou.<br />
A partir <strong>de</strong> hoje, <strong>de</strong>vemos erguer-nos, sacudir a poeira e começar <strong>de</strong> novo o trabalho <strong>de</strong> reconstruir a América.<br />
Para on<strong>de</strong> olharmos, há trabalho a ser feito. O estado da economia exige ação arrojada e rápida e nós agiremos não<br />
só para criar novos empregos, mas para lançar novas bases para o crescimento. Construiremos estradas e pontes,<br />
re<strong>de</strong>s elétricas e linhas digitais que sustentem o nosso comércio e nos unam. Voltaremos a dar à ciência o lugar<br />
que merece e dominaremos as maravilhas da tecnologia para melhorar os cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a um custo menor.<br />
Aproveitaremos o sol e os ventos e o solo como combustível para os nossos carros e fábricas. E transformaremos<br />
as nossas escolas e universida<strong>de</strong>s para satisfazer as exigências <strong>de</strong> uma nova era. Po<strong>de</strong>mos fazer tudo isto. Faremos<br />
tudo isto.<br />
Há alguns que questionam a amplitu<strong>de</strong> das nossas ambições, que sugerem que o nosso sistema não po<strong>de</strong> suportar<br />
planos <strong>de</strong>masiado grandiosos. Têm a memória curta. Porque se esqueceram do que este país já fez, do que homens<br />
e mulheres livres po<strong>de</strong>m realizar quando a imaginação se junta a um fim comum e a necessida<strong>de</strong> à coragem.<br />
O que os cínicos não conseguem compreen<strong>de</strong>r é que a situação mudou, que os argumentos políticos viciados,<br />
que durante tanto tempo nos consumiram, já não se aplicam. A questão que se coloca hoje não é se o nosso governo<br />
é <strong>de</strong>masiado gran<strong>de</strong> ou pequeno, mas se funciona, se ajuda as famílias a arranjar empregos com um salário <strong>de</strong>cente,<br />
se po<strong>de</strong>m pagar os cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, se conseguem uma reforma digna. On<strong>de</strong> a resposta for afirmativa, tenciona-
65<br />
70<br />
75<br />
80<br />
85<br />
90<br />
95<br />
100<br />
mos avançar. Se a resposta for negativa, os programas serão terminados. E aqueles que gerem os dólares públicos<br />
terão <strong>de</strong> prestar contas, para gastarem com sensatez, <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> lado maus hábitos e fazermos o nosso trabalho<br />
com transparência, porque só assim po<strong>de</strong>mos restaurar a confiança vital entre o povo e o seu governo.<br />
Também a questão que nos é colocada não é se o mercado é uma força para o bem ou para o mal. O seu po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> gerar riqueza e aumentar a liberda<strong>de</strong> é ímpar, mas esta crise veio lembrar-nos que, sem um olhar atento, o mercado<br />
po<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontrolar-se, que um país não po<strong>de</strong> prosperar durante muito tempo quando só favorece os ricos.<br />
O êxito da nossa economia nunca <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>u apenas da dimensão do nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance<br />
da nossa prosperida<strong>de</strong>, da habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>rmos a oportunida<strong>de</strong> a todos os que a <strong>de</strong>sejarem, não por carida<strong>de</strong><br />
mas porque é a via mais segura para o nosso bem comum. Quanto à <strong>de</strong>fesa comum, rejeitamos como falsa a escolha<br />
entre a nossa segurança e os nossos i<strong>de</strong>ais.<br />
Os nossos Pais Fundadores… Os nossos Pais Fundadores, confrontados com perigos que dificilmente conseguimos<br />
imaginar, elaboraram uma carta para garantir o Estado <strong>de</strong> Direito e os Direitos do Homem, uma carta que se<br />
expandiu pelo sangue <strong>de</strong> gerações. Esses i<strong>de</strong>ais ainda iluminam o mundo e não <strong>de</strong>sistiremos <strong>de</strong>les por conveniência.<br />
E assim, a todos os outros povos e governos que nos estão a ver hoje, das maiores capitais à pequena al<strong>de</strong>ia em<br />
que o meu pai nasceu, fiquem a saber que a América é amiga <strong>de</strong> cada país, <strong>de</strong> cada homem, mulher e criança que<br />
procure um futuro <strong>de</strong> paz e dignida<strong>de</strong> e que estamos prontos a li<strong>de</strong>rar mais uma vez.<br />
Lembrem-se <strong>de</strong> que as gerações anteriores enfrentaram o fascismo e o comunismo não só com mísseis e tanques,<br />
mas também com alianças sólidas e convicções duradouras. Compreen<strong>de</strong>ram que só o nosso po<strong>de</strong>r não<br />
basta para proteger-nos, nem nos dá o direito <strong>de</strong> fazermos o que nos apetece. Pelo contrário, sabiam que o nosso<br />
po<strong>de</strong>r aumenta através <strong>de</strong> prudência na sua utilização, a nossa segurança resulta da justeza da nossa causa, a<br />
força do nosso exemplo das qualida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> e sobrieda<strong>de</strong>.<br />
Nós somos os <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong>ste legado. Guiados por estes princípios uma vez mais, po<strong>de</strong>mos enfrentar essas<br />
novas ameaças que exigem um esforço ainda maior, uma cooperação ainda maior e compreensão entre as nações.<br />
Começaremos responsavelmente por <strong>de</strong>ixar o Iraque para o seu povo e forjar uma paz duramente conquistada no<br />
Afeganistão. Com amigos antigos e antigos inimigos, trabalharemos incansavelmente para diminuir a ameaça<br />
nuclear, fazer recuar o espetro do aquecimento global. Não pediremos <strong>de</strong>sculpas pela nossa forma <strong>de</strong> viver, nem<br />
recuaremos na sua <strong>de</strong>fesa e para aqueles que procuram avançar os seus objetivos, provocando o terror e matando<br />
inocentes, dizemos que agora a nossa coragem é mais forte e não po<strong>de</strong> ser quebrada, não po<strong>de</strong>m sobreviver-nos e<br />
nós <strong>de</strong>rrotá-los-emos.<br />
Sabemos que a nossa herança <strong>de</strong> retalhos é uma força e não uma fraqueza. Somos uma nação <strong>de</strong> cristãos e<br />
muçulmanos, ju<strong>de</strong>us e hindus e <strong>de</strong>screntes. Somos moldados por todas as línguas e culturas <strong>de</strong> todos os cantos da<br />
Terra e, porque provámos o gosto amargo da Guerra Civil e da Segregação e emergimos <strong>de</strong>sse capítulo negro mais<br />
fortes e mais unidos, temos <strong>de</strong> acreditar que os ódios antigos um dia acabam, que as linhas da tribo em breve <strong>de</strong>saparecem,<br />
que à medida que o mundo fica mais pequeno a nossa bonda<strong>de</strong> comum se revela e que a América <strong>de</strong>ve<br />
<strong>de</strong>sempenhar o seu papel anunciando uma nova era <strong>de</strong> paz.<br />
Para o mundo muçulmano, procuramos um novo caminho a seguir baseado no interesse e respeito mútuos.<br />
Para os lí<strong>de</strong>res em todo o mundo que procuram semear o conflito ou culpar o Oci<strong>de</strong>nte pelos males da sua socieda<strong>de</strong>,<br />
fiquem a saber que o vosso povo irá julgar-vos por aquilo que conseguirem construir e não pelo que <strong>de</strong>stroem.<br />
Para aqueles que se agarram ao po<strong>de</strong>r através da corrupção, da frau<strong>de</strong> e do silenciamento <strong>de</strong> dissi<strong>de</strong>ntes, fiquem a<br />
saber que se encontram no lado errado da história, mas que vos daremos a mão se quiserem abrir o vosso punho.<br />
Aos povos <strong>de</strong> países pobres prometemos trabalhar convosco para fazer prosperar as vossas quintas e <strong>de</strong>ixar<br />
correr água limpa, para alimentar corpos famintos e nutrir espíritos famintos. E aos países como o nosso, que <strong>de</strong>s-<br />
49
50<br />
105<br />
110<br />
115<br />
120<br />
125<br />
130<br />
135<br />
140<br />
frutam <strong>de</strong> relativa abundância, dizemos que não po<strong>de</strong>mos continuar indiferentes ao sofrimento fora das nossas<br />
fronteiras, nem po<strong>de</strong>mos consumir os recursos mundiais sem nos preocuparmos com as consequências. Porque o<br />
mundo mudou e nós <strong>de</strong>vemos mudar também.<br />
Ao consi<strong>de</strong>rarmos o caminho que se esten<strong>de</strong> à nossa frente, lembramo-nos com humil<strong>de</strong> gratidão dos bravos<br />
americanos que, neste preciso momento, patrulham <strong>de</strong>sertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm algo a<br />
dizer-nos, tal como os heróis que tombaram e jazem em Arlington sussurram através dos séculos. Nós honramo -<br />
-los não só porque são os <strong>de</strong>fensores da nossa liberda<strong>de</strong>, mas porque encarnam o espírito <strong>de</strong> missão, uma vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> encontrar significado em algo maior do que eles próprios; é precisamente este espírito que todos <strong>de</strong>vemos ter.<br />
Porque por muito que o governo possa e <strong>de</strong>va fazer, em última análise, o nosso país conta com a fé e a <strong>de</strong>terminação<br />
do povo americano. É a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber um estranho quando os diques rebentam, o altruísmo do trabalhador<br />
que prefere trabalhar menos horas a ver um amigo per<strong>de</strong>r o emprego, que nos guiam nas horas mais<br />
difíceis. É a coragem do bombeiro <strong>de</strong> correr por uma escada cheia <strong>de</strong> fumo, mas também a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> um pai <strong>de</strong><br />
alimentar um filho, que finalmente <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m o nosso <strong>de</strong>stino.<br />
Os nossos <strong>de</strong>safios po<strong>de</strong>m ser novos. Os instrumentos que temos para os enfrentar po<strong>de</strong>m ser novos. Mas os<br />
valores dos quais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o nosso êxito – honestida<strong>de</strong> e trabalho árduo, coragem e jogo limpo, tolerância e curiosida<strong>de</strong>,<br />
lealda<strong>de</strong> e patriotismo –, estes são antigos. Estas são coisas verda<strong>de</strong>iras. Têm sido a força silenciosa do progresso<br />
ao longo da nossa história. O que é exigido é um regresso a estes princípios. O que nos é exigido agora é uma<br />
nova era <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, um reconhecimento da parte <strong>de</strong> cada americano <strong>de</strong> que temos <strong>de</strong>veres para connosco,<br />
para o nosso país e para o mundo, <strong>de</strong>veres que não aceitamos com relutância, mas que cumprimos alegremente,<br />
sabendo com toda a certeza que não há nada mais compensador para o espírito, que <strong>de</strong>fina tão bem o nosso caráter,<br />
do que entregarmo-nos <strong>de</strong> alma e coração a uma tarefa difícil.<br />
Este é o preço e a promessa <strong>de</strong> cidadania. Esta é a origem da nossa confiança: saber que Deus nos convida a<br />
moldar um <strong>de</strong>stino incerto. Este é o significado da nossa liberda<strong>de</strong> e do nosso credo – a razão pela qual homens,<br />
mulheres e criança <strong>de</strong> todas as raças e religiões se po<strong>de</strong>m unir em celebração ao longo <strong>de</strong>sta magnífica alameda e<br />
a razão pela qual um homem cujo pai há menos <strong>de</strong> sessenta anos não podia ser atendido num restaurante local,<br />
po<strong>de</strong> estar aqui à vossa frente a prestar o mais sagrado juramento.<br />
Portanto, assinalemos este dia com a memória <strong>de</strong> quem somos e do longo caminho percorrido. No ano do nascimento<br />
da América, nos meses mais frios, um pequeno grupo <strong>de</strong> patriotas estava apinhado à volta <strong>de</strong> fogueiras<br />
quase apagadas nas margens <strong>de</strong> um rio gelado. A capital estava abandonada. O inimigo avançava. A neve estava<br />
manchada <strong>de</strong> sangue. No momento em que o resultado da revolução estava mais em dúvida, o pai da nossa nação<br />
mandou que estas palavras fossem lidas ao povo: «Que se diga ao mundo futuro… que num inverno rigoroso, on<strong>de</strong><br />
nada a não ser a esperança e a virtu<strong>de</strong> podiam sobreviver… que a cida<strong>de</strong> e o país, alarmados com um perigo comum,<br />
saíram para enfrentá-lo».<br />
América, perante os perigos comuns, neste inverno <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s, lembremo-nos <strong>de</strong>stas palavras imortais.<br />
Com esperança e retidão, enfrentemos mais uma vez as correntes geladas e as tempesta<strong>de</strong>s que surgirem. Que os<br />
nossos filhos digam que quando fomos postos à prova recusámos <strong>de</strong>ixar terminar esta jornada, não voltámos as<br />
costas nem vacilámos, e <strong>de</strong> olhos postos no horizonte e com a graça <strong>de</strong> Deus transportámos essa gran<strong>de</strong> dádiva da<br />
liberda<strong>de</strong>, entregando-a com segurança às gerações futuras.<br />
Obrigado. Que Deus vos abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América.
Leitura interativa<br />
1. O discurso do presi<strong>de</strong>nte Obama foi escrito com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser «pregado» à semelhança do Sermão <strong>de</strong> Santo António<br />
aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira.<br />
1.1 Assinala as partes constituintes <strong>de</strong>ste discurso, propondo uma estrutura interna.<br />
2. Tal como no Sermão, também neste discurso po<strong>de</strong>mos verificar que o autor recorre a um conjunto <strong>de</strong> artifícios<br />
que, juntamente com o uso <strong>de</strong> variações <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> e inflexão da voz, asseguram, na perfeição, a atenção<br />
dos ouvintes.<br />
2.1 I<strong>de</strong>ntifica alguns <strong>de</strong>sses artifícios.<br />
3. Comenta este discurso, salientando a sua organização contrastiva.<br />
51
52<br />
Comunicado do Conselho <strong>de</strong> Ministros <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2011<br />
I. O Conselho <strong>de</strong> Ministros, reunido hoje na Presidência do Conselho <strong>de</strong> Ministros, aprovou os seguintes diplomas:<br />
1. Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros que autoriza a realização da <strong>de</strong>spesa com a aquisição <strong>de</strong> vacinas<br />
contra a infeção por vírus do papiloma humano, no âmbito do Plano Nacional <strong>de</strong> Vacinação.<br />
Esta Resolução autoriza a realização da <strong>de</strong>spesa, no valor global <strong>de</strong> 12 118 772,00 euros, com a aquisição <strong>de</strong><br />
vacinas contra a infeção por vírus do papiloma humano, no âmbito do Plano Nacional <strong>de</strong> Vacinação.<br />
2. Decreto-Lei que estabelece especificações técnicas para a análise e monitorização dos parâmetros<br />
químicos e físico-químicos caracterizadores do estado das massas <strong>de</strong> água superficiais e subterrâneas e<br />
proce<strong>de</strong> à transposição da Diretiva n. o 2009/90/CE, da Comissão, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2009<br />
Este Decreto-Lei estabelece as especificações técnicas para a análise e monitorização dos parâmetros químicos<br />
e físico-químicos, caracterizadores do estado das massas <strong>de</strong> água superficiais e subterrâneas, garantindo que<br />
se atinjam os objetivos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> estabelecidos numa diretiva comunitária sobre a matéria.<br />
Assim, em primeiro lugar, <strong>de</strong> modo a garantir a qualida<strong>de</strong> e a comparabilida<strong>de</strong> dos resultados analíticos dos<br />
laboratórios para efetuar a monitorização química do estado da água, <strong>de</strong>termina-se que todos os laboratórios<br />
<strong>de</strong>vem observar, para a validação dos métodos <strong>de</strong> análise utilizados, a norma NP EN ISO/IEC 17025, que estabelece<br />
requisitos gerais <strong>de</strong> competência para laboratório <strong>de</strong> ensaio e <strong>de</strong> calibração.<br />
Em segundo lugar, estabelece-se que os métodos <strong>de</strong> análise química da água <strong>de</strong>vem cumprir <strong>de</strong>terminados<br />
critérios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho mínimo.<br />
Determina-se ainda, em terceiro lugar, que para se efetuarem análises químicas, os laboratórios <strong>de</strong>vem<br />
<strong>de</strong>monstrar a sua competência, através <strong>de</strong> uma acreditação. No entanto, sempre que sejam introduzidos novos<br />
parâmetros a analisar, a <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> competência num período transitório <strong>de</strong> um ano po<strong>de</strong> ser efetuada através<br />
da participação em programas <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong> aptidão reconhecidos a nível internacional ou nacional.<br />
Atribui-se às administrações das regiões hidrográficas a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir a monitorização e a análise<br />
químicas do estado da água.<br />
3. Decreto-Lei que estabelece os procedimentos <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> listas e <strong>de</strong> publicação <strong>de</strong> informações<br />
nos domínios veterinário e zootécnico, aprova diversos regulamentos relativos a condições sanitárias, zootécnicas<br />
e <strong>de</strong> controlo veterinário e transpõe a Diretiva n. o 2008/73/CE, do Conselho, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2008<br />
Este Decreto-Lei estabelece a harmonização no domínio veterinário e no domínio zootécnico das regras relativas<br />
ao registo, elaboração, atualização, transmissão e publicação das listas dos estabelecimentos, bem como dos<br />
laboratórios nacionais <strong>de</strong> referência, <strong>de</strong> modo a assegurar um acesso mais simples a essas listas por parte dos operadores<br />
económicos, transpondo uma diretiva comunitária sobre a matéria.<br />
O diploma prevê também a simplificação dos procedimentos relativos às trocas <strong>de</strong> informação no domínio zootécnico,<br />
<strong>de</strong>signadamente no que se refere aos concursos <strong>de</strong> equinos, bem como à criação e manutenção <strong>de</strong> livros<br />
genealógicos por parte das organizações e associações <strong>de</strong> produtores ou por empresas privadas.<br />
4. Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros que autoriza a realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa com a aquisição <strong>de</strong> serviços<br />
<strong>de</strong> disponibilização e locação <strong>de</strong> meios aéreos <strong>de</strong>stinados ao combate aos incêndios florestais<br />
Esta Resolução autoriza a realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa, no montante global <strong>de</strong> 12 983 740,00 euros, valor ao qual<br />
acresce o IVA, com a aquisição <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> disponibilização e locação <strong>de</strong> meios aéreos necessários à prossecução
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
30<br />
das missões públicas <strong>de</strong> combate aos incêndios florestais atribuídas ao Ministério da Administração Interna, durante<br />
o ano <strong>de</strong> 2011.<br />
Os incêndios florestais constituem uma ameaça que afeta sazonalmente o nosso país, tal como acontece nos<br />
países da bacia mediterrânica em geral, obrigando à prossecução <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território,<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural, <strong>de</strong> sensibilização, <strong>de</strong> prevenção, <strong>de</strong> vigilância e fiscalização e <strong>de</strong> combate aos<br />
incêndios.<br />
Contextualização do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes<br />
É <strong>de</strong>ntro das lutas que divi<strong>de</strong>m os jesuítas e os colonos, por causa dos indígenas, que Vieira profere este sermão. (…)<br />
Os colonos exploravam <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>sumana os índios. Os jesuítas não podiam permitir tal atrocida<strong>de</strong>.<br />
Eram homens sem escrúpulos que enriqueciam à custa do suor e do sangue dos pobres índios. Vieira <strong>de</strong>fendia os<br />
seus direitos e pretendia a abolição <strong>de</strong> leis que os tornavam cativos. A palavra era (…) a maior arma [<strong>de</strong> Padre<br />
António Vieira]. No Sermão XIV, na Baía, refere: «E que cousa há na confusão <strong>de</strong>ste mundo mais semelhante ao<br />
inferno <strong>de</strong>stes nossos Engenhos, e tanto mais quanto <strong>de</strong> maior fábrica? Por isso tão bem recebida aquela breve e<br />
discreta <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> quem chamou a um Engenho do açúcar: doce inferno (…).»<br />
Tentou comunicar, por cartas, ao Rei D. João IV a insustentável situação. Enviou uma primeira carta em abril<br />
<strong>de</strong> 1654, na qual expunha todo o problema; na seguinte propunha possíveis soluções. Eis aqui excertos <strong>de</strong> algumas:<br />
«No estado do Maranhão, Senhor, não há outro ouro nem outra prata mais que o sangue e o suor dos Índios: o sangue<br />
se ven<strong>de</strong> nos que se cativam, e o suor se converte no tabaco, no açúcar e nas mais drogas que com os ditos<br />
Índios se lavram e fabricam (…) Des<strong>de</strong> o princípio do mundo, entrando o tempo dos Neros e Dioclecianos, não se executaram<br />
em toda a Europa tantas injustiças, cruelda<strong>de</strong>s e tiranias como executou a cobiça e impieda<strong>de</strong> dos chamados<br />
conquistadores do Maranhão. (…) nenhum <strong>de</strong>stes índios vai senão violentado e por força, e o trabalho é<br />
excessivo, e em todos os anos morrem muitos, por ser venenosíssimo o vapor do tabaco; o rigor com que são tratados<br />
é mais que <strong>de</strong> escravos; os nomes que lhes chamam e que eles muito sentem, feiíssimos; o comer é quase<br />
nenhum, a paga, tão limitada que não satisfaz a menor parte do tempo, nem do trabalho (…) Assim ausentes e divididos<br />
não po<strong>de</strong>m os índios ser doutrinados, e vivem sem conhecimento da fé, nem ouvem missa, nem a têm para a<br />
ouvir, nem se confessam pela Quaresma, nem recebem nenhum outro Sacramento, ainda na morte (…).»<br />
Não vendo progressos na sua resolução, [Padre António Vieira] <strong>de</strong>cidiu embarcar para o reino a 14 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong><br />
1654 e colocar o rei ao corrente <strong>de</strong> tudo. Aproveitando o facto <strong>de</strong> a 13 <strong>de</strong> junho ser o dia <strong>de</strong> Santo António, no calendário<br />
litúrgico, pronuncia o célebre Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, que <strong>de</strong>ixou enraivecidos os espíritos por<br />
aquelas paragens, tão profundas foram as suas palavras.<br />
Em Lisboa, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma atribulada viagem, tentou a alteração <strong>de</strong> algumas leis <strong>de</strong> forma a limitarem o po<strong>de</strong>r<br />
dos colonos que viam no índio mão <strong>de</strong> obra barata que exploravam sem pieda<strong>de</strong>. Esta contenda, entre jesuítas e<br />
colonos, remonta à época dos <strong>de</strong>scobrimentos.<br />
Finalmente, em abril <strong>de</strong> 1655, conseguiu que fosse dada «a exclusivida<strong>de</strong> da faina das missões» aos jesuítas.<br />
O tema do sermão é a <strong>de</strong>núncia das atrocida<strong>de</strong>s que os índios sofrem às mãos dos sanguinários colonos. Toda a<br />
crítica é feita sob a forma <strong>de</strong> alegoria na qual os peixes simbolizam os vícios dos homens.<br />
Rodrigues Lapa classifica o sermão como «uma obra-prima do humorismo». É, na verda<strong>de</strong>, um quadro interessante<br />
este pintado por Vieira. Igualmente interessante é o conhecimento que mostra ter da história natural que lhe<br />
permite uma <strong>de</strong>scrição tão viva e clara dos peixes retratados.<br />
Fernanda Carrilho (2008), Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, O texto em análise, Lisboa, Texto Editores, páginas 57-58.<br />
53
54<br />
D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação<br />
das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral<br />
Ouve, atentamente, uma breve contextualização da obra Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre<br />
António Vieira. Seleciona a opção que consi<strong>de</strong>rares correta.<br />
1. O Sermão <strong>de</strong> Santo António aos peixes é proferido<br />
num contexto <strong>de</strong> lutas entre...<br />
a) colonos e índios.<br />
b) missionários jesuítas.<br />
c) colonos e jesuítas.<br />
d) povos indígenas.<br />
2. Os jesuítas eram...<br />
a) complacentes face às atitu<strong>de</strong>s dos colonos.<br />
b) inflexíveis para com os indígenas.<br />
c) benévolos para com os marinheiros.<br />
d) intolerantes face às cruelda<strong>de</strong>s dos colonos.<br />
3. Os colonos...<br />
a) evangelizavam os indígenas.<br />
b) enriqueciam à custa dos índios.<br />
c) trabalhavam arduamente.<br />
d) divertiam-se com os jesuítas.<br />
4. O engenho do açúcar era consi<strong>de</strong>rado o...<br />
a) maravilhoso paraíso.<br />
b) <strong>de</strong>sumano inferno.<br />
c) doce inferno.<br />
d) ar<strong>de</strong>nte inferno.<br />
5. Padre António Vieira <strong>de</strong>nunciou as injustiças dos<br />
colonos a...<br />
a) Pêro Vaz <strong>de</strong> Caminha.<br />
b) D. João VI.<br />
c) D. João IV.<br />
d) D. Manuel I.<br />
6. Muitos índios morriam <strong>de</strong>vido a...<br />
a) não se converterem.<br />
b) lutas entre tribos.<br />
c) contendas com os missionários.<br />
d) inalarem o vapor do tabaco.<br />
7. Padre António Vieira viajou para Portugal no dia...<br />
a) 13 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1654.<br />
b) 14 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1654.<br />
c) do seu aniversário.<br />
d) <strong>de</strong> Santo António.<br />
8. O Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes foi pregado...<br />
a) em Lisboa.<br />
b) em São Paulo.<br />
c) no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
d) no Maranhão.<br />
9. Padre António Vieira consegue...<br />
a) completar legislação em <strong>de</strong>fesa dos índios.<br />
b) que seja alterada legislação em benefício dos índios.<br />
c) que seja alterada legislação em benefício dos<br />
colonos.<br />
d) aprovar novas leis no estado do Maranhão.<br />
10. Segundo o autor Rodrigues Lapa, o Sermão <strong>de</strong><br />
Santo António aos Peixes é...<br />
a) uma obra-prima da dramaturgia.<br />
b) uma obra-prima do lirismo.<br />
c) uma obra-prima do humorismo.<br />
d) uma obra-prima da narrativa.
Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão oral<br />
Exposição<br />
Parâmetros<br />
a) Apresenta e fundamenta o seu ponto <strong>de</strong> vista sobre um tema.<br />
a) Produz um discurso coerente e coeso, <strong>de</strong>senvolvido numa sequência lógica e apoiado em<br />
informação pertinente.<br />
a) Exprime-se com correção linguística, utilizando um vocabulário rico, diversificado, a<strong>de</strong>quado<br />
e pertinente.<br />
a) A<strong>de</strong>qua o discurso à situação, utilizando uma entoação e mímica expressivas, imprimindo<br />
um ritmo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> modo a persuadir o interlocutor.<br />
a) Revela autonomia e criativida<strong>de</strong>.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
55
56<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> leitura<br />
Texto expositivo-argumentativo<br />
Parâmetros<br />
a) I<strong>de</strong>ntifica o tema e o ponto <strong>de</strong> vista (explícito ou implícito).<br />
b) Reconhece a argumentação e a exemplificação.<br />
c) Salienta os princípios lógicos subjacentes à argumentação.<br />
d) Verifica o uso <strong>de</strong> marcadores e conetores discursivos ao serviço da exposição/argumentação.<br />
e) Regista os recursos linguísticos e expressivos que suportam o tipo <strong>de</strong> texto.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total
Trabalho em grupo<br />
Parâmetros<br />
a) Colabora <strong>de</strong> forma empenhada, dando opiniões pertinentes e aceitando/potenciando as<br />
opiniões dos colegas.<br />
b) Dinamiza o grupo, fomentando um ambiente <strong>de</strong> trabalho propício à evolução do trabalho.<br />
c) Planifica o trabalho a realizar e seleciona a informação recolhida <strong>de</strong> acordo com os objetivos.<br />
d) Organiza a informação <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, cumprindo o plano <strong>de</strong> trabalho ou propondo<br />
alterações/reajustamentos pertinentes.<br />
e) Contribui, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva, para a apresentação do produto final e para a partilha dos<br />
conhecimentos adquiridos.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
57
58<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão escrita<br />
Texto argumentativo<br />
Descritores Sem dificulda<strong>de</strong> Com dificulda<strong>de</strong> Com gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong><br />
a) I<strong>de</strong>ntifica a problemática para<br />
reflexão.<br />
b) Inicia o texto com uma introdução,<br />
apresentando a problemática.<br />
c) Textualiza, revelando<br />
• Coesão aspeto-temporal<br />
• Coerência lógica-concetual<br />
• Coesão lexical e interfrásica<br />
d) Revela progressão temática, introduzindo<br />
argumentos relevantes.<br />
e) Fundamenta opiniões e pontos<br />
<strong>de</strong> vista com exemplos elucidativos.<br />
f) Finaliza o texto com uma conclusão,<br />
sintetizando o raciocínio efetuado.<br />
g) Revela correção linguística<br />
h) Legibilida<strong>de</strong> gráfica:<br />
• Margens respeitadas.<br />
• Mancha gráfica organizada.<br />
• Grafia legível.<br />
• Apresentação cuidada.<br />
Estratégias <strong>de</strong> superação
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
30<br />
TESTE DE AVALIAÇÃO N. o 2<br />
Lê atentamente o texto seguinte.<br />
GRUPO I<br />
A<br />
Com os Voadores tenho também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, Voadores, não vos fez Deus<br />
para peixes; pois porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós, e o ar para elas. Contentai-vos com o<br />
mar, e com nadar, e não queirais voar, pois sois peixes. Se acaso vos não conheceis, olhai para as vossas espinhas,<br />
e para as vossas escamas, e conhecereis, que não sois ave, senão peixe, e ainda entre os peixes não dos melhores.<br />
Dir-me-eis, Voador, que vos <strong>de</strong>u Deus maiores barbatanas, que aos outros do vosso tamanho. Pois porque tivestes<br />
maiores barbatanas, por isso haveis <strong>de</strong> fazer das barbatanas asas? Mas ainda mal porque tantas vezes vos <strong>de</strong>sengana<br />
o vosso castigo. Quisestes ser melhor que os outros peixes, e por isso sois mais mofino que todos. Aos outros peixes<br />
do alto, mata-os o anzol, ou a fisga; a vós sem fisga, nem anzol, mata-vos a vossa presunção, e o vosso capricho.<br />
Vai o navio navegando, e o Marinheiro dormindo, e o Voador toca na vela, ou na corda, e cai palpitando. Aos outros<br />
peixes mata-os a fome, e engana-os a isca, ao Voador mata-o a vaida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voar, e a sua isca é o vento. Quanto<br />
melhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha, e viver, que voar por cima das antenas, e cair morto. Gran<strong>de</strong> ambição<br />
é, que sendo o mar tão imenso, lhe não basta a um peixe tão pequeno todo o mar, e queira outro elemento mais<br />
largo. Mas ve<strong>de</strong>, peixes, o castigo da ambição. O Voador fê-lo Deus peixe, e ele quis ser ave, e permite o mesmo Deus<br />
que tenha os perigos <strong>de</strong> ave, e mais os <strong>de</strong> peixe. Todas as velas para ele são re<strong>de</strong>s como peixe, e todas as cordas<br />
laços como ave. Vê, voador, como correu pela posta o teu castigo. Pouco há nadavas vivo no mar com as barbatanas,<br />
e agora jazes em um convés amortalhado nas asas. Não contente com ser peixe, quiseste ser ave, e já não és<br />
ave, nem peixe: nem voar po<strong>de</strong>rás já, nem nadar. A Natureza <strong>de</strong>u-te a água, tu não quiseste senão o ar, e eu já te<br />
vejo posto ao fogo. Peixes, contente-se cada um com o seu elemento. Se o Voador não quisera passar do segundo ao<br />
terceiro, não viera a parar no quarto. Bem seguro estava ele do fogo, quando nadavam na água, mas porque quis<br />
ser borboleta das ondas, vieram-se-lhe a queimar as asas.<br />
À vista <strong>de</strong>ste exemplo, Peixes, tomai todos na memória esta sentença. Quem quer mais do que lhe convém,<br />
per<strong>de</strong> o que quer, e o que tem. Quem po<strong>de</strong> nadar, e quer voar, tempo virá em que não voe nem na<strong>de</strong>. Ouvi o caso <strong>de</strong><br />
um Voador da terra. Simão Mago, a quem a Arte Mágica, na qual era famosíssimo, <strong>de</strong>u o sobrenome, fingindo-se,<br />
que ele era o verda<strong>de</strong>iro Filho <strong>de</strong> Deus, sinalou o dia, em que nos olhos <strong>de</strong> toda Roma havia <strong>de</strong> subir ao Céu, e com<br />
efeito começou a voar muito alto; porém a oração <strong>de</strong> S. Pedro, que se achava presente, voou mais <strong>de</strong>pressa que ele,<br />
e caindo lá <strong>de</strong> cima o Mago, não quis Deus que morresse logo, senão que nos olhos também <strong>de</strong> todos quebrasse,<br />
como quebrou, os pés. Não quero que repareis no castigo, senão no género <strong>de</strong>le. Que caia Simão, está muito bem<br />
caído; que morra, também, estaria muito bem morto, que o seu atrevimento e a sua arte diabólica o merecia. Mas<br />
que <strong>de</strong> uma queda tão alta não rebente, nem quebre a cabeça, ou os braços, senão os pés? (...) Eis aqui Voadores do<br />
mar, o que suce<strong>de</strong> aos da terra, para que cada um se contente com o seu elemento. Se o mar tomara exemplo nos<br />
rios, <strong>de</strong>pois que Ícaro 1 se afogou no Danúbio, não haveria tantos Ícaros no Oceano.<br />
Oh Alma <strong>de</strong> António, que só vós tivestes asas, e voastes sem perigo, porque soubestes voar para baixo, e não<br />
para cima!<br />
Padre António Vieira, Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, capítulo V (excerto)<br />
1 Ícaro – personagem da mitologia grega que tentou voar com asas <strong>de</strong> cera, mas estas <strong>de</strong>rreteram e Ícaro caiu no oceano e afogou-se.<br />
59
60<br />
Apresenta, <strong>de</strong> forma clara e bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem.<br />
1. Localiza o excerto transcrito na estrutura global da obra Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, tendo presente<br />
que o orador segue os preceitos da retórica clássica.<br />
2. Explica as consequências da ousadia dos voadores.<br />
3. Explicita o significado dos aforismos presentes no início do segundo parágrafo (linhas 21 e 22).<br />
4. Justifica a apóstrofe final a Santo António (linhas 32 e 33), tendo em atenção a globalida<strong>de</strong> do Sermão.<br />
B<br />
On<strong>de</strong> as leis, on<strong>de</strong> a justiça, on<strong>de</strong> a verda<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> a razão e on<strong>de</strong> o mesmo Deus parece estar longe (…) Não gastemos<br />
tempo, a verda<strong>de</strong> que vos digo é que no Maranhão não há verda<strong>de</strong>. Se o império da mentira não fora tão universal<br />
no mundo pu<strong>de</strong>ra-se suspeitar que nesta nossa ilha tinha a sua corte a mentira.<br />
Padre António Vieira, in J. Lúcio <strong>de</strong> Azevedo (1931), História <strong>de</strong> António Vieira,<br />
Lisboa, Livraria Clássica Editora, volume 1, página 209<br />
Comenta o excerto transcrito, tendo em conta a tua experiência <strong>de</strong> leitura da obra Sermão <strong>de</strong> Santo<br />
António aos Peixes.<br />
Escreve um texto bem estruturado, <strong>de</strong> oitenta a cento e trinta palavras.<br />
Observações relativas ao item B:<br />
1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />
2. Um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
Lê atentamente o texto seguinte.<br />
GRUPO II<br />
Outros passageiros<br />
Os navios trouxeram não apenas riquezas mas furtivos e clan<strong>de</strong>stinos passageiros que davam pelo nome <strong>de</strong><br />
ratos. Os ratos foram notáveis disseminadores <strong>de</strong> doenças e pragas. É difícil imaginar quantas trocas se faziam já<br />
no século XIV entre as mais longínquas paragens. Acreditamos que viagens tão difíceis exigem os atuais e sofisticados<br />
meios náuticos. Mas o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> cruzar os mares estimulou, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muito, o engenho e a arte <strong>de</strong> ser humano.<br />
Nunca nos conformámos com o <strong>de</strong>stino e o lugar que nos coube. Sempre partilhámos com os <strong>de</strong>uses o milagre <strong>de</strong><br />
caminhar sobre as águas.<br />
As embarcações trouxeram também enganos e mal-entendidos. Quando Colombo <strong>de</strong>sembarcou na Costa da<br />
América batizou os habitantes locais <strong>de</strong> «índios». Acreditava estar perante um povo das Índias, no oceano Índico.<br />
O nome, fruto <strong>de</strong> equívoco, não foi nunca retificado. Ficou para sempre e para todos (incluindo para os mal batizados<br />
«índios»). Outras marcas sobreviveram durante séculos. A história das navegações não é feita só <strong>de</strong> glórias.<br />
Os navegantes europeus trouxeram com eles doenças contra as quais as populações americanas não haviam<br />
adquirido resistências. Epi<strong>de</strong>mias mataram milhões <strong>de</strong>sses «índios». Acredita-se que, um século <strong>de</strong>pois da chegada<br />
<strong>de</strong> Colombo, alguns <strong>de</strong>stes povos tenham sido reduzidos a um décimo da sua população originária.<br />
As viagens realizaram trocas <strong>de</strong> produtos alimentares. Muito do que incorporamos na nossa dieta quotidiana<br />
vem <strong>de</strong>ssas américas. Foram os navegadores portugueses os maiores responsáveis por esta disseminação. Muitos<br />
moçambicanos acreditam que produtos como a mandioca, a batata-doce, o caju, o amendoim, a goiaba e a papaia<br />
são genuinamente africanos. Todos eles foram importados e chegaram a África no porão <strong>de</strong> alguma pequena nau<br />
lusitana. (...)<br />
Mais que obstáculo, o oceano Índico foi um caminho, um cruzamento <strong>de</strong> culturas. Por suas águas chegaram<br />
navegantes <strong>de</strong> outros continentes, <strong>de</strong> outras raças, <strong>de</strong> outras religiões. Na costa moçambicana os navios eram a<br />
agulha que costurava esse imenso pano on<strong>de</strong> ainda hoje se estampam diversida<strong>de</strong>s. Durante séculos não se proce<strong>de</strong>u<br />
apenas ao comércio <strong>de</strong> mercadorias, <strong>de</strong> línguas, <strong>de</strong> culturas e <strong>de</strong> genes. Construíram-se nações. Moçambique<br />
foi tecido do mar para o interior. A linha que costurou o nosso país veio da água, da viagem, do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser outro.<br />
A ban<strong>de</strong>ira que nos cobre é um pano <strong>de</strong> muitos variegados e fios.<br />
Mia Couto (2010), Pensageiro frequente, Lisboa, Editorial Caminho, páginas 65-67<br />
1. Seleciona, em cada um dos itens <strong>de</strong> 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido<br />
do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, o número do item e a letra que i<strong>de</strong>ntifica a opção correta.<br />
1. Os ratos eram...<br />
a) ambiciosos mercadores.<br />
b) roedores marinhos.<br />
c) viajantes ilegais.<br />
d) indígenas brasileiros.<br />
2. Colombo <strong>de</strong>signou os habitantes da costa da América <strong>de</strong> índios, porque…<br />
a) <strong>de</strong>scobriu o Brasil.<br />
b) <strong>de</strong>scobriu a Índia.<br />
c) pensava estar no Brasil.<br />
d) pensava estar na Índia.<br />
61
62<br />
3. Muitos nativos índios morreram <strong>de</strong>vido a…<br />
a) falta <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong>.<br />
b) agressões físicas.<br />
c) carências nutritivas.<br />
d) fenómenos da natureza.<br />
4. A papaia e a goiaba são frutos…<br />
a) genuinamente africanos.<br />
b) originários da Europa.<br />
c) provenientes da Ásia.<br />
d) proce<strong>de</strong>ntes das Américas.<br />
5. O pronome pessoal «eles» (linha 11) é um mecanismo <strong>de</strong> coesão…<br />
a) interfrásica.<br />
b) gramatical.<br />
c) lexical.<br />
d) temporal.<br />
6. Em «os navios eram a agulha que costurava esse imenso pano on<strong>de</strong> ainda hoje se estampam diversida<strong>de</strong>s»<br />
(linhas 20 a 21), i<strong>de</strong>ntificamos a presença da…<br />
a) hipálage.<br />
b) comparação.<br />
c) sinestesia.<br />
d) imagem.<br />
7. A palavra «variegados» (linha 24) significa<br />
a) matizados.<br />
b) calorosos.<br />
c) alegres.<br />
d) uniformes.<br />
2. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo a<br />
obteres uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, as letras e os números<br />
correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez..<br />
1. Com o uso <strong>de</strong> «também» (linha 7)<br />
Coluna A Coluna B<br />
2. Com a enumeração «a mandioca, a batata-doce, o caju, o<br />
amendoim, a goiaba e a papaia» (linha 16)<br />
3. Com a oração «Quando Colombo <strong>de</strong>sembarcou na Costa<br />
da América» (linhas 7 e 8)<br />
4. Com o grupo nominal «Os navios» (linha 1)<br />
5. Com o constituinte «um caminho, um cruzamento <strong>de</strong><br />
culturas» (linha 19)<br />
a) o enunciador estabelece uma referência temporal.<br />
b) o enunciador traduz um nexo <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong>.<br />
c) o enunciador recorre a uma conexão contrastiva.<br />
d) o enunciador faz uso <strong>de</strong> um mecanismo <strong>de</strong> coesão por<br />
meronímia.<br />
e) o enunciador introduz o sujeito da frase.<br />
f) o enunciador estabelece uma conexão aditiva.<br />
g) o enunciador introduz o predicativo do sujeito.<br />
h) o enunciador faz uso <strong>de</strong> um mecanismo <strong>de</strong> coesão referencial<br />
lexical por hiponimia
GRUPO III<br />
Partindo dos dois primeiros artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, escreve um texto<br />
expositivo-argumentativo, <strong>de</strong>vidamente estruturado, <strong>de</strong> duzentas a trezentas palavras, no qual fundamentes<br />
a tua perspetiva sobre a importância dos princípios consignados nos artigos transcritos.<br />
Fundamenta o teu ponto <strong>de</strong> vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um <strong>de</strong>les com,<br />
pelo menos, um exemplo significativo.<br />
Artigo 1. o<br />
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignida<strong>de</strong> e em direitos. Dotados <strong>de</strong> razão e <strong>de</strong> consciência,<br />
<strong>de</strong>vem agir uns para com os outros em espírito <strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong>.<br />
Artigo 2. o<br />
Todos os seres humanos po<strong>de</strong>m invocar os direitos e as liberda<strong>de</strong>s proclamados na presente Declaração, sem<br />
distinção alguma, nomeadamente <strong>de</strong> raça, <strong>de</strong> cor, <strong>de</strong> sexo, <strong>de</strong> língua, <strong>de</strong> religião, <strong>de</strong> opinião política ou outra, <strong>de</strong> origem<br />
nacional ou social, <strong>de</strong> fortuna, <strong>de</strong> nascimento ou <strong>de</strong> qualquer outra situação.<br />
Observações:<br />
Fonte: http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Portugal/SistemaPolitico/dudh/Pages/DeclaracaoUniversaldosDireitosHumanos.aspx<br />
1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />
2. Relativamente ao <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados – um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo <strong>de</strong> trezentas palavras –,<br />
há que aten<strong>de</strong>r ao seguinte:<br />
• A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />
• Nos outros casos, um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do<br />
texto produzido.<br />
FIM<br />
63
64<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
GRUPO I<br />
A<br />
1. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................... 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Localiza, com pertinência e rigor, o excerto na estrutura global<br />
do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, fazendo o respetivo<br />
enquadramento na obra.<br />
Localiza, com pertinência e rigor, o excerto na estrutura global<br />
do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes.<br />
Localiza, com algumas imprecisões, o excerto na estrutura global<br />
do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes.<br />
Localiza, com acentuadas imprecisões, o excerto na estrutura<br />
global do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• O Sermão apresenta três partes fundamentais: o exórdio (capítulo I, on<strong>de</strong> se encontra, também, a invocação),<br />
a argumentação (<strong>de</strong>senvolvimento do tema, através da exposição e confirmação: capítulos II, III, IV e V) e a peroração<br />
(conclusão exortativa).<br />
• O excerto localiza-se, pois, no capítulo V (repreensões em particular).<br />
• O orador apresenta os <strong>de</strong>feitos particulares dos peixes, metáfora dos homens.<br />
• …<br />
9<br />
7<br />
5<br />
3
2. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 20 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Explica, com pertinência e rigor, as consequências da ousadia dos<br />
voadores.<br />
Explica, com pertinência, as consequências da ousadia dos voadores.<br />
Explica, com esporádicas imprecisões, as consequências da ousadia<br />
dos voadores.<br />
Explica, com acentuadas imprecisões, as consequências da ousadia<br />
dos voadores.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Os voadores, porque têm maiores barbatanas do que os outros peixes, tentam voar.<br />
• Como os voadores não são aves, a sua ousadia, presunção e vaida<strong>de</strong> têm como consequências a sua <strong>de</strong>struição e<br />
a sua morte.<br />
• A excessiva ambição do voador é castigada: «Todas as velas para ele são re<strong>de</strong>s como peixe, e todas as cordas<br />
laços como ave.»<br />
• A tentativa <strong>de</strong> entrar num elemento que não é o seu (o ar) leva-o ao fogo, metáfora da morte.<br />
• ...<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3<br />
65
66<br />
3. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />
– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />
– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
Descritores Pontuação<br />
Explicita, com pertinência e rigor, o significado dos dois aforismos.<br />
3 Explicita, com pertinência, o significado dos dois aforismos. 7<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Explicita, com algumas imprecisões, o significado dos dois aforismos.<br />
Explicita, com acentuadas imprecisões, o significado dos dois<br />
aforismos.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Ambos os aforismos («Quem quer mais do que lhe convém, per<strong>de</strong> o que quer e o que tem»; «Quem po<strong>de</strong> nadar e<br />
quer voar, tempo virá em que não voe nem na<strong>de</strong>») constituem máximas <strong>de</strong> vida, alertando para o facto <strong>de</strong> a ambição,<br />
o capricho e a vaida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem originar a <strong>de</strong>sgraça, a perdição e, inclusivamente, a morte.<br />
• …<br />
9<br />
5<br />
3
4. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 20 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
Descritores Pontuação<br />
Justifica, com pertinência e rigor, a apóstrofe a Santo António,<br />
tendo em atenção a globalida<strong>de</strong> da obra.<br />
Justifica, com pertinência, a apóstrofe a Santo António, tendo<br />
em atenção a globalida<strong>de</strong> da obra.<br />
2 Justifica, com alguma pertinência, a apóstrofe a Santo António. 6<br />
1<br />
Justifica, com acentuadas imprecisões, a apóstrofe a Santo<br />
António.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Descontente com a violência e a exploração que os colonos do Maranhão exerciam sobre os índios, Padre António<br />
Vieira <strong>de</strong>cidiu embarcar para o reino, no dia 14 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1654, e dar a conhecer ao rei esta situação. No entanto,<br />
na véspera da sua partida, aproveita o facto <strong>de</strong> se comemorar o dia <strong>de</strong> Santo António, proferindo o Sermão <strong>de</strong><br />
Santo António aos Peixes, no dia 13 <strong>de</strong> junho.<br />
• A bonda<strong>de</strong> e a humilda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo António contrastavam com a ambição e a <strong>de</strong>sumanida<strong>de</strong> dos colonos do<br />
Maranhão.<br />
• Padre António Vieira estabelece um paralelo entre a ação do Santo medieval (Santo António) e as atitu<strong>de</strong>s dos<br />
homens seus contemporâneos, enaltecendo as virtu<strong>de</strong>s do primeiro («Oh Alma <strong>de</strong> António, que só vós tivestes<br />
asas, e voastes sem perigo, porque soubestes voar para baixo, e não para cima») e criticando os vícios e <strong>de</strong>feitos<br />
dos segundos.<br />
• ...<br />
12<br />
9<br />
3<br />
67
68<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
B<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos<br />
– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 5 pontos<br />
Níveis <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
Descritores Pontuação<br />
Comenta, com pertinência e rigor, o excerto transcrito, associando-o ao Sermão<br />
<strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira, fazendo referências que<br />
refletem um muito bom conhecimento da obra.<br />
Comenta, com pertinência e rigor, o excerto transcrito, associando-o ao Sermão<br />
<strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira, fazendo referências que<br />
refletem um bom conhecimento da obra.<br />
Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, o excerto transcrito, associando-o<br />
ao Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira, fazendo<br />
referências que refletem um conhecimento suficiente da obra.<br />
Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, o excerto transcrito, associando-o<br />
ao Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira, fazendo<br />
referências que refletem um conhecimento suficiente da obra.<br />
Comenta, com acentuadas imprecisões, o excerto transcrito, associando-o ao<br />
Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira, fazendo referências<br />
que refletem um conhecimento insuficiente da obra.<br />
Tece comentários gerais sobre o excerto transcrito, pouco relevantes para o tema<br />
proposto e que revelam um conhecimento incipiente do Sermão <strong>de</strong> Santo<br />
António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Padre António Vieira <strong>de</strong>dicou-se arduamente à sua vocação <strong>de</strong> missionário, difundindo a fé cristã e tentando proteger<br />
a vida dos indígenas.<br />
• Quando chegou ao Brasil, em 1653, Vieira <strong>de</strong>scobriu que mais <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> índios tinham sido mortos, situação<br />
que não era divulgada ao rei; a mentira e a insensatez dos colonos indignaram o missionário.<br />
• O Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, pregado no Maranhão, critica os <strong>de</strong>feitos dos homens e <strong>de</strong>nuncia a mentira<br />
e as atrocida<strong>de</strong>s dos que enriqueciam à custa dos in<strong>de</strong>fesos índios.<br />
• Através da alegoria, o missionário jesuíta atinge os <strong>de</strong>feitos dos homens que andam permanentemente à procura<br />
<strong>de</strong> «como hão <strong>de</strong> comer, e como se hão <strong>de</strong> comer».<br />
• Os peixes, metáfora dos homens, possibilitam a crítica à arrogância («roncadores»), ao parasitismo («pegadores»),<br />
à vaida<strong>de</strong> («voadores») e à traição («polvo»).<br />
• ...<br />
18<br />
15<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3
Chaves <strong>de</strong> correção:<br />
1.<br />
1. c); 2. d); 3. a); 4. d); 5. b); 6. d); 7. a).<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
GRUPO II<br />
Descritores do nível<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
2.<br />
1. f); 2. h); 3. a); 4. e); 5. g).<br />
Pontuação<br />
3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15<br />
2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9<br />
1 Estabelece uma correspondência correta. 3<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
GRUPO III<br />
Descritores do nível<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
• Trata, sem <strong>de</strong>svios, o tema proposto (liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
direitos humanos).<br />
• Mobiliza, sempre com eficácia argumentativa, uma informação<br />
ampla e diversificada:<br />
– Produz um discurso coerente e sem qualquer tipo <strong>de</strong> ambiguida<strong>de</strong>.<br />
– Define, <strong>de</strong> forma inequívoca, o seu ponto <strong>de</strong> vista.<br />
– Fundamenta a perspetiva adotada em (pelo menos) dois argumentos,<br />
distintos e pertinentes, cada um <strong>de</strong>les ilustrado com<br />
(pelo menos) um exemplo significativo.<br />
Pontuação<br />
9<br />
• Redige um texto estruturado, refletindo uma planificação prévia e<br />
evi<strong>de</strong>nciando um bom domínio dos mecanismos <strong>de</strong> coesão textual:<br />
– Apresenta um texto constituído por três partes (introdução,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento, conclusão), individualizadas, <strong>de</strong>vidamente proporcionadas<br />
e articuladas entre si <strong>de</strong> modo consistente.<br />
– Marca corretamente os parágrafos.<br />
– Utiliza, com a<strong>de</strong>quação, conetores diversificados e outros mecanismos<br />
<strong>de</strong> coesão textual.<br />
30<br />
• Faz uso correto do registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto, eventualmente<br />
com esporádicos afastamentos, que se encontram, no<br />
entanto, justificados pela intencionalida<strong>de</strong> do discurso e marcados<br />
(com aspas ou sublinhados).<br />
• Mobiliza expressivamente, com a<strong>de</strong>quação e intencionalida<strong>de</strong>,<br />
recursos da língua (repertório lexical variado e pertinente, figuras<br />
<strong>de</strong> estilo, procedimentos <strong>de</strong> modalização, pontuação,...).<br />
69
70<br />
8 27<br />
7<br />
• Trata, sem <strong>de</strong>svios, o tema proposto (liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
direitos humanos).<br />
• Mobiliza informação diversificada, com suficiente eficácia argumentativa:<br />
– Produz um discurso coerente, pontuado, no entanto, por ambiguida<strong>de</strong>s<br />
pouco relevantes.<br />
– Define com suficiente clareza o seu ponto <strong>de</strong> vista.<br />
– Fundamenta a perspetiva adotada em (pelo menos) dois argumentos<br />
a<strong>de</strong>quados, cada um <strong>de</strong>les documentado com (pelo<br />
menos) um exemplo apropriado.<br />
• Redige um texto estruturado, refletindo uma planificação e recorrendo<br />
a mecanismos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> coesão textual:<br />
– Apresenta um texto constituído por três partes (introdução, <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
conclusão), individualizadas, proporcionais e satisfatoriamente<br />
articuladas entre si.<br />
– Marca corretamente os parágrafos.<br />
– Utiliza a<strong>de</strong>quadamente conetores e outros mecanismos <strong>de</strong> coesão<br />
textual.<br />
• Utiliza o registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto, apesar <strong>de</strong> esporádicos<br />
afastamentos que não afetam, porém, a a<strong>de</strong>quação geral do discurso.<br />
• Mobiliza um repertório lexical a<strong>de</strong>quado e variado.<br />
6 21<br />
• Trata o tema proposto (liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos humanos),<br />
embora apresente <strong>de</strong>svios pouco relevantes.<br />
5<br />
• Mobiliza informação suficiente, nem sempre com eficácia argumentativa:<br />
– Produz um discurso globalmente coerente, apesar <strong>de</strong> algumas<br />
ambiguida<strong>de</strong>s evi<strong>de</strong>ntes.<br />
– Define o seu ponto <strong>de</strong> vista, eventualmente com lacunas que não<br />
afetam, porém, a inteligibilida<strong>de</strong>.<br />
– Fundamenta a perspetiva adotada em (pelo menos) dois argumentos<br />
a<strong>de</strong>quados, mas apresentando um único exemplo e<br />
pouco significativo.<br />
• Redige um texto pouco estruturado, refletindo uma escassa planificação<br />
e evi<strong>de</strong>nciando um domínio apenas suficiente dos mecanismos<br />
<strong>de</strong> coesão textual:<br />
– Apresenta um texto constituído por três partes (introdução,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento, conclusão), articuladas entre si <strong>de</strong> modo<br />
pouco consistente.<br />
– Marca, em geral, corretamente os parágrafos, mas com falhas<br />
esporádicas.<br />
– Utiliza apenas os conetores e os mecanismos <strong>de</strong> coesão textual<br />
mais comuns, embora sem incorreções graves.<br />
• Utiliza, em geral, o registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto, mas apresentando<br />
alguns afastamentos que afetam pontualmente a a<strong>de</strong>quação<br />
global.<br />
• Mobiliza um repertório lexical a<strong>de</strong>quado, mas pouco variado.<br />
24<br />
18
4 15<br />
3<br />
• Trata globalmente o tema (liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos), mas<br />
com <strong>de</strong>svios notórios.<br />
• Mobiliza pouca informação e com reduzida eficácia argumentativa:<br />
– Produz um discurso com alguma coerência, mas nem sempre<br />
claramente inteligível.<br />
– Define um ponto <strong>de</strong> vista i<strong>de</strong>ntificável, mas fá-lo <strong>de</strong> forma confusa.<br />
– Fundamenta a perspetiva adotada em um único argumento ou<br />
em dois argumentos redundantes e não apresenta exemplos, ou<br />
apresenta exemplos pouco a<strong>de</strong>quados.<br />
• Redige um texto com <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> estrutura, evi<strong>de</strong>nciando um<br />
domínio insuficiente dos mecanismos <strong>de</strong> coesão textual:<br />
– Apresenta um texto em que não distingue com clareza três partes<br />
(introdução, <strong>de</strong>senvolvimento, conclusão) ou em que as mesmas<br />
se encontram insuficientemente marcadas, com<br />
<strong>de</strong>sequilíbrios <strong>de</strong> proporção mais ou menos notórios e com <strong>de</strong>ficiências<br />
ao nível da articulação entre elas.<br />
– Marca parágrafos, mas com incorreções <strong>de</strong> alguma gravida<strong>de</strong>.<br />
– Utiliza poucos conetores, por vezes <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada e recorrendo,<br />
frequentemente, a construções paratáticas.<br />
• Apresenta, em número significativo, afastamentos do registo <strong>de</strong><br />
língua a<strong>de</strong>quado ao texto.<br />
• Utiliza um vocabulário simples e comum, com improprieda<strong>de</strong>s que<br />
não perturbam, porém, a comunicação.<br />
2 9<br />
1<br />
• Aborda lateralmente o tema (liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos<br />
humanos), porque o compreen<strong>de</strong>u mal ou porque não se cinge a<br />
uma linha condutora e se per<strong>de</strong> em digressões.<br />
• Mobiliza muito pouca informação e sem eficácia argumentativa:<br />
– Produz um discurso geralmente inconsistente e, por vezes, ininteligível.<br />
– Não <strong>de</strong>fine um ponto <strong>de</strong> vista i<strong>de</strong>ntificável.<br />
– Não cumpre a instrução no que diz respeito à tipologia textual ou<br />
apresenta um texto em que traços do tipo <strong>de</strong> texto solicitado se<br />
misturam, sem critério, com os <strong>de</strong> outros tipos textuais.<br />
• Redige um texto com estruturação muito <strong>de</strong>ficiente, <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong><br />
mecanismos elementares <strong>de</strong> coesão textual.<br />
• Utiliza, indiferenciadamente, registos <strong>de</strong> língua distintos, mas sem<br />
manifestar consciência do registo a<strong>de</strong>quado ao texto, ou um único<br />
registo ina<strong>de</strong>quado.<br />
• Utiliza vocabulário elementar e restrito, não raro redundante e/ou<br />
ina<strong>de</strong>quado.<br />
Ver critérios gerais <strong>de</strong> classificação das provas <strong>de</strong> Exame Nacional (http://www.gave.min-edu.pt/np3/exames)<br />
12<br />
6<br />
71
72<br />
SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N. o 3<br />
A. Planificação<br />
12 blocos <strong>de</strong> 90 minutos (24 aulas)<br />
Competências transversais:<br />
• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.<br />
• Estratégica: Estratégias <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escrita a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> texto e à finalida<strong>de</strong>; seleção e organização da<br />
informação; produção <strong>de</strong> resumo; operações <strong>de</strong> planificação, execução e avaliação da escrita e da oralida<strong>de</strong>; pesquisa<br />
em vários suportes; conceção e utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise; elaboração <strong>de</strong> ficheiros; utilização das TIC.<br />
• Formação para a cidadania: Construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural; apresentação e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> opiniões; reconhecimento<br />
da importância da herança do passado na construção do presente; assunção dos valores da <strong>de</strong>mocracia, da liberda<strong>de</strong><br />
e da responsabilida<strong>de</strong> como valores consensuais a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r.<br />
COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />
Tipos <strong>de</strong> texto: Drama, textos argumentativos, expositivo-argumentativos e resumo.<br />
COMPREENSÃO<br />
ORAL<br />
EXPRESSÃO<br />
ORAL<br />
EXPRESSÃO<br />
ESCRITA<br />
LEITURA<br />
Testes <strong>de</strong> compreensão oral:<br />
• A viagem <strong>de</strong> Almeida Garrett.<br />
• Memória ao Conservatório Real,<br />
<strong>de</strong> Almeida Garrett.<br />
• Louvor a Garrett, <strong>de</strong> António Mega<br />
Ferreira.<br />
Expressão oral:<br />
• Dramatização (páginas 191 e 192)<br />
• Texto expositivo-argumentativo.<br />
• Resumo <strong>de</strong> textos expositivo-argumentativos.<br />
Textos informativos:<br />
(páginas 198 a 199 (Em interação))<br />
Leitura literária:<br />
• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, <strong>de</strong> Almeida Garrett<br />
(leitura integral):<br />
– Categorias do texto dramático.<br />
– Intenção pedagógica.<br />
– Sebastianismo.<br />
– I<strong>de</strong>ologia romântica.<br />
– Valor simbólico <strong>de</strong> alguns elementos.<br />
Leitura <strong>de</strong> imagem fixa: Imagens do romantismo.<br />
Escuta/visionamento:<br />
• A viagem <strong>de</strong> Almeida Garrett – documentário.<br />
• Memória ao Conservatório Real <strong>de</strong> Lisboa,<br />
<strong>de</strong> Almeida Garrett.<br />
• Louvor a Garrett, <strong>de</strong> António Mega Ferreira.<br />
Leitura seletiva:<br />
• «Frei Luís <strong>de</strong> Sousa – personagem histórica».<br />
• «Drama, espetáculo teatral e Frei Luís <strong>de</strong> Sousa».<br />
• «Um <strong>de</strong>stino inflexível a pesar sobre os homens».<br />
Leitura analítica:<br />
• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (páginas 132 a 183).<br />
Leitura global:<br />
• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />
• Outros textos selecionados pelo(a) professor(a)<br />
e pelos alunos.<br />
Leitura recreativa:<br />
• Contrato <strong>de</strong> Leitura.<br />
(Continua)
FUNCIONAMENTO<br />
DA LÍNGUA<br />
AVALIAÇÃO<br />
B. Em interação<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />
Análise do discurso, pragmática e linguística textual:<br />
• Interação discursiva: Discurso.<br />
• A<strong>de</strong>quação discursiva (registos formal e informal; formas <strong>de</strong> tratamento).<br />
• Atos ilocutórios e força ilocutória:<br />
– Atos ilocutórios diretos e indiretos.<br />
– Tipologia dos atos ilocutórios (assertivos, diretivos; compromissivos; expressivos; <strong>de</strong>clarativos).<br />
– Princípios reguladores da interação discursiva (princípios <strong>de</strong> cooperação, máximas conversacionais,<br />
princípio <strong>de</strong> cortesia e saber compartilhado).<br />
• Processos interpretativos inferenciais:<br />
– Pressuposição.<br />
– Implicatura conversacional.<br />
• Elementos do discurso oral e <strong>de</strong>ixis.<br />
• Consolidação <strong>de</strong> conteúdos: morfologia, classes <strong>de</strong> palavras, sintaxe.<br />
• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />
• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />
• Documentário A viagem <strong>de</strong> Almeida Garrett.<br />
• Memória ao Conservatório Real <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> Garrett.<br />
• Leitura literária: Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (leitura integral).<br />
• Dramatização.<br />
• Texto expositivo-argumentativo.<br />
• Resumo <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo.<br />
• Visionamento <strong>de</strong> documentário sobre Almeida Garrett; tomada <strong>de</strong> notas.<br />
• Teste <strong>de</strong> compreensão oral (manual).<br />
• Interação verbal em torno das i<strong>de</strong>ias expressas no documentário.<br />
• Pesquisa em vários suportes sobre a vida e a obra <strong>de</strong> Garrett, nomeadamente a sua ligação ao teatro.<br />
• Apresentação oral dos resultados da pesquisa.<br />
• (Re)Construção em PowerPoint da biografia <strong>de</strong> Garrett a partir dos dados do documentário e da pesquisa efetuada<br />
(trabalho em gran<strong>de</strong>s grupos).<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação do teste <strong>de</strong> compreensão oral.<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
73
74<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />
• Audição do texto Memória ao Conservatório Real <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> Garrett.<br />
• Teste <strong>de</strong> compreensão oral (manual).<br />
• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> informação relevante que configure um momento <strong>de</strong> pré-leitura:<br />
– Assunto <strong>de</strong> índole trágica.<br />
– Ação simples.<br />
– Poucas personagens.<br />
– Contenção <strong>de</strong> cenas.<br />
– Recurso à prosa.<br />
– Assunto <strong>de</strong> caráter nacional e histórico.<br />
– Caráter didático.<br />
– Hibridismo <strong>de</strong> género – drama ou tragédia?<br />
• Interação verbal em torno da informação i<strong>de</strong>ntificada e <strong>de</strong> uma possível antecipação <strong>de</strong> conteúdo.<br />
• Construção <strong>de</strong> um guião orientador <strong>de</strong> dramatização (manual).<br />
• Dramatização.<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação do teste <strong>de</strong> compreensão oral.<br />
• Avaliação da interação verbal.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />
• Leitura analítica, em trabalho <strong>de</strong> grupo, das cenas I e II do Ato I <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (questionário no manual):<br />
– Importância da leitura e o seu reflexo cultural e moral.<br />
– Caracterização das personagens presentes em cena e ausentes.<br />
– O sebastianismo.<br />
– Os indícios trágicos.<br />
– Valor simbólico <strong>de</strong> alguns elementos/<strong>situações</strong>.<br />
– Enquadramento no modo dramático.<br />
– Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />
– Leitura dramatizada <strong>de</strong> um excerto da cena II.<br />
– Registo individual escrito das primeiras impressões <strong>de</strong> leitura da peça <strong>de</strong> Garrett.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />
• Avaliação do registo escrito das impressões <strong>de</strong> leitura.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />
• Constituição <strong>de</strong> quatro gran<strong>de</strong>s grupos para leitura da cena VIII do Ato I (questionário no manual):<br />
– Contraste entre as personagens em cena.<br />
– Classicismo e romantismo presentes na caracterização/atitu<strong>de</strong> das personagens.<br />
– Registo das <strong>de</strong>cisões tomadas pelas personagens e motivos que as impelem.<br />
• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />
• Pesquisa sobre romantismo e classicismo em Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.
• Elaboração <strong>de</strong> um PowerPoint <strong>de</strong> apresentação dos resultados da pesquisa.<br />
• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):<br />
– Elaboração <strong>de</strong> um texto argumentativo – discurso <strong>de</strong> Manuel <strong>de</strong> Sousa incitando a resistir ao invasor ou um<br />
apelo à luta contra uma situação da socieda<strong>de</strong> contemporânea que constitua um atentado aos direitos<br />
humanos:<br />
• Estrutura canónica <strong>de</strong> base da argumentação: tese, antítese, síntese.<br />
• Argumentação e contra-argumentação.<br />
• Estratégias do sujeito.<br />
• Alusões e subentendidos.<br />
• Processos <strong>de</strong> influência sobre o <strong>de</strong>stinatário.<br />
• Tipos <strong>de</strong> argumentos.<br />
• Progressão temática e discursiva.<br />
• conetores predominantes.<br />
• Figuras <strong>de</strong> retórica.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral dos resultados da leitura analítica e da pesquisa efetuada.<br />
• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />
• Avaliação do texto argumentativo.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 5<br />
• Leitura analítica, em trabalho <strong>de</strong> grupo, das cenas XI, XIV e XV do Ato II <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (questionário no<br />
manual):<br />
– Importância do diálogo travado entre as personagens Romeiro e D. Madalena.<br />
– Consequências do regresso do Romeiro.<br />
– Importância das didascálias.<br />
– A superstição popular como suporte i<strong>de</strong>ológico do romantismo.<br />
– O sebastianismo.<br />
– A anagnórise.<br />
– Valor simbólico <strong>de</strong> alguns elementos/<strong>situações</strong>.<br />
• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />
• Pesquisa sobre a batalha <strong>de</strong> Alcácer Quibir e o seu impacto na socieda<strong>de</strong> portuguesa da época.<br />
• Elaboração <strong>de</strong> um PowerPoint <strong>de</strong> apresentação dos resultados da pesquisa.<br />
• Dramatização da cena XV.<br />
• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):<br />
– Elaboração <strong>de</strong> um resumo <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo (manual):<br />
• Compreensão do(s) texto(s)-fonte (oral/escrito).<br />
• Reagrupamento das i<strong>de</strong>ias: observância das técnicas do resumo.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral dos resultados da leitura analítica e da pesquisa efetuada.<br />
• Avaliação do resumo.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
75
76<br />
C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
Memória ao Conservatório Real <strong>de</strong> Lisboa<br />
(...) Na história <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (...) há toda a simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma fábula trágica antiga. Casta e severa<br />
como as <strong>de</strong> Ésquilo, apaixonada como as <strong>de</strong> Eurípe<strong>de</strong>s, enérgica e natural como as <strong>de</strong> Sófocles, tem, <strong>de</strong>mais do que<br />
essoutras, aquela unção e <strong>de</strong>licada sensibilida<strong>de</strong> que o espírito do Cristianismo <strong>de</strong>rrama por toda ela... acen<strong>de</strong>ndo,<br />
até às últimas trevas da morte, a vela da esperança que se não apaga com a vida.<br />
A catástrofe é um duplo e tremendo suicídio; não se obra pelo punhal ou pelo veneno: foram duas mortalhas<br />
que caíram sobre dois cadáveres vivos...<br />
(...) Esta é uma verda<strong>de</strong>ira tragédia – se as po<strong>de</strong> haver, e como só imagino que as possa haver sobre factos e pessoas<br />
comparativamente recentes. Não lhe <strong>de</strong>i todavia esse nome porque não quis romper <strong>de</strong> vizeira com os estafermos<br />
respeitados dos séculos...<br />
Demais, posto que eu não creia no verso como língua dramática possível para assuntos tão mo<strong>de</strong>rnos, também<br />
não sou tão <strong>de</strong>sabusado contudo que me atreva a dar a uma composição em prosa o título solene que as musas<br />
gregas <strong>de</strong>ixaram consagrado à mais sublime e difícil <strong>de</strong> todas as composições poéticas. O que escrevi em prosa,<br />
pu<strong>de</strong>ra escrevê-lo em verso (...) E di-lo-ei porque é verda<strong>de</strong> – repugnava-me também pôr na boca <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong><br />
Sousa outro ritmo que não fosse o da elegante prosa portuguesa que ele, mais do que ninguém, <strong>de</strong>duziu com tanta<br />
harmonia e suavida<strong>de</strong>.<br />
(...) Contento-me para a minha obra com o título mo<strong>de</strong>sto <strong>de</strong> drama; só peço que a não julguem pelas leis que<br />
regem, ou <strong>de</strong>vem reger, essa composição <strong>de</strong> forma e índole nova; porque a minha, se na forma <strong>de</strong>smerece da categoria,<br />
pela índole há <strong>de</strong> ficar pertencendo sempre ao antigo género trágico.<br />
(...) Nenhuma ação mais dramática, mais trágica do que esta; mas as <strong>situações</strong> são poucas: esten<strong>de</strong>r estas <strong>de</strong><br />
invenção era a<strong>de</strong>lgaçar a força daquela, quebrar-lhe a energia.<br />
(...) Nem amores, nem aventuras, nem paixões, nem carateres violentos <strong>de</strong> nenhum género. Com a ação que se<br />
passa entre pai, mãe e filha, um fra<strong>de</strong>, um escu<strong>de</strong>iro velho, e um peregrino que apenas entra em duas ou três cenas<br />
– tudo gente honesta e temente a Deus – sem um mau para contraste, sem um tirano que se mate ou mate alguém<br />
pelo menos no último ato... eu quis ver se era possível excitar fortemente o terror e a pieda<strong>de</strong> ao cadáver das nossas<br />
plateias, gastas e caquéticas pelo uso contínuo <strong>de</strong> estimulantes violentos...<br />
(...) Para ensaiar estas minhas teorias <strong>de</strong> arte, que se reduzem a pintar do vivo, <strong>de</strong>senhar do nu e a não buscar<br />
poesia nenhuma nem <strong>de</strong> intervenção nem <strong>de</strong> estilo fora da verda<strong>de</strong> e do natural, escolhi este assunto, porque em<br />
suas mesmas dificulda<strong>de</strong>s estavam as condições <strong>de</strong> sua maior proprieda<strong>de</strong>.<br />
(...) Escuso dizer-vos, Senhores, que me não julguei obrigado a ser escravo da cronologia... Eu sacrifico às musas<br />
<strong>de</strong> Homero não às <strong>de</strong> Heródoto...<br />
Nem o drama, nem o romance, nem a epopeia são possíveis, se os quiserem fazer com a «Arte <strong>de</strong> verificar as<br />
datas» na mão...<br />
Almeida Garrett, Memória ao Conservatório Real <strong>de</strong> Lisboa, lido a 6 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1843
Louvor <strong>de</strong> Garrett<br />
Entre as muitas coisas novas e diferentes que então se praticavam no Pedro Nunes, havia um grupo <strong>de</strong> teatro,<br />
animado por Maria Helena Lucas, no qual, talvez a partir <strong>de</strong> 1963, participei ativamente. Aí fui escu<strong>de</strong>iro na Farsa <strong>de</strong><br />
Inês Pereira, aí li Tchekov pela primeira vez, aí disse poemas <strong>de</strong> Musset («Sobre os móveis, o pó, e o pálido fanal» é<br />
tudo o que me lembro, para lá da obsolescência adivinhável da tradução e da imagem nítida <strong>de</strong>, nesse espetáculo,<br />
ter contracenado com Ana Zanatti, minha colega <strong>de</strong> turma), aí fiz um papel em O Alfageme <strong>de</strong> Santarém. Dos<br />
ensaios do Alfageme, aliás, lembro-me bem: passavam-se na vastidão álgida do ginásio antigo, situado no primeiro<br />
andar <strong>de</strong> uma das alas do edifício principal, que dá para a Avenida Álvares Cabral, em frente do Jardim-Escola<br />
João <strong>de</strong> Deus. As récitas, essas, tinham normalmente lugar no pequeno palco arranjado para o efeito na sala dos<br />
professores.<br />
Aí – ou nas aulas <strong>de</strong> Português, mas é natural que ambas as experiências, a teatral e a literária, se tenham complementado<br />
– <strong>de</strong>vo ter caído na «poção mágica» do Romeiro <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa. Li o texto pela primeira vez quando<br />
tinha 13 ou 14 anos – e ainda não me refiz do fascínio inicial, aumentado pelas muitas releituras, não sei quantas<br />
representações teatrais, filmes e telefilmes. Aquele Romeiro, aquela «ameaça» à normalida<strong>de</strong> feliz do triângulo<br />
Maria-Madalena-Manuel <strong>de</strong> Sousa Coutinho, foi para mim uma fonte <strong>de</strong> mistério, o sinal <strong>de</strong> uma coisa que mais<br />
tar<strong>de</strong>, muito mais tar<strong>de</strong>, reconheceria como «<strong>de</strong>sassossego» (o livro do dito, convém que se recor<strong>de</strong>, só foi conhecido<br />
em 1982).<br />
Ao mesmo tempo, na quase impenetrável opacida<strong>de</strong> da literatura que íamos conhecendo (não chegáramos ao<br />
Eça, andávamos pelo Sá <strong>de</strong> Miranda e pelo Camões), o «Ninguém» carregado <strong>de</strong> presságio daquela espécie <strong>de</strong> fantasma<br />
<strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal era uma espécie <strong>de</strong> «buraco negro» pelo qual se esvaía a normalida<strong>de</strong> da literatura<br />
como corpus <strong>de</strong> coisas a apren<strong>de</strong>r – mas <strong>de</strong> cujo ensino, parece-me, estava ausente qualquer ligação com a vida,<br />
a quotidiana, corriqueira «vidinha» <strong>de</strong> todos e cada um <strong>de</strong> nós. Frei Luís <strong>de</strong> Sousa foi a primeira exceção a este distanciamento<br />
entre nós e a literatura que nos ensinavam.<br />
De forma evi<strong>de</strong>ntemente não consciente, o que o «Ninguém» do Romeiro me <strong>de</strong>ixava entrever é que, para lá do<br />
dito, do explícito, havia – há – no texto literário um amplo espaço <strong>de</strong> in<strong>de</strong>terminação, o espaço do mistério, <strong>de</strong> um<br />
segredo que nos cabe adivinhar ou (o que é ainda melhor) simplesmente reconhecer.<br />
Nessa altura, eu não sabia que algum fundo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> histórica existia naquele punhado <strong>de</strong> retratos apenas<br />
esboçados por Garrett. É claro que só muito mais tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobri em Manuel <strong>de</strong> Sousa Coutinho o soberbo prosador,<br />
cuja vida se dividiu entre a aventura e a literatura, a esta tendo legado a magistral Vida <strong>de</strong> Dom Frei<br />
Bartolomeu dos Mártires. Nem, por maioria <strong>de</strong> razão, podia saber que o episódio perturbador do Romeiro era<br />
enxerto sebastianista (o sebastianismo ficaria para mim envolto em nevoeiro até à leitura, no início dos anos 70,<br />
do estudo clássico <strong>de</strong> Joel Serrão), hoje atribuído a Frei António da Encarnação. O meu fascínio era, por isso, absoluta<br />
e exclusivamente literário, funcionando em estado puro <strong>de</strong> verosimilhança, fora <strong>de</strong> quaisquer consi<strong>de</strong>rações<br />
históricas ou i<strong>de</strong>ológicas.<br />
Quer dizer que, naquela in<strong>de</strong>cisão histórica que a figura do Romeiro vem transformar em autêntica tragédia,<br />
eu pressentia a vibração <strong>de</strong> uma outra literatura, uma literatura que não se esgotava na aparência da sua imaginária<br />
«perfeição», porque os textos literários nos eram dados como coisas finais, <strong>de</strong>finitivas. Ora, o Frei Luís <strong>de</strong><br />
Sousa foi, para mim, nessa altura, o primeiro texto «aberto» que me era dado ler: o suspense, a emoção, o <strong>de</strong>sconcerto,<br />
o excesso emocional, tudo estava lá, ou, pelo menos, tudo eu imaginava lá figurar. Leio o Frei Luís <strong>de</strong> Sousa<br />
antecipando sempre aquele momento catártico já prenunciado por mil e um sinais, mas adivinhado com a<br />
mesma excitação com que somos capazes <strong>de</strong> antecipar uma sequência já conhecida <strong>de</strong> um filme visto e amado<br />
mais <strong>de</strong> uma vez (...)<br />
77
78<br />
Dorme Maria, no <strong>de</strong>lírio que a febre e os seus sonhos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za alimentam? E Telmo conforta-se na sua apegada<br />
ternura pela menina, como se a pureza que ela lhe entrega limpasse a recordação <strong>de</strong> uma qualquer culpa<br />
passada? E Dona Madalena, quem po<strong>de</strong> dizer, entre os sustos cheios <strong>de</strong> presságio <strong>de</strong> Maria e as meias palavras <strong>de</strong><br />
Telmo, que realmente sossega nos braços <strong>de</strong> Manuel <strong>de</strong> Sousa? E Manuel <strong>de</strong> Sousa, quem aquieta esta extenuante<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação, que o leva <strong>de</strong> Lisboa à outra margem, uma vez e outra e outra?<br />
O espaço <strong>de</strong> representação <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa é atravessado por um vendaval permanente: ninguém está<br />
bem naquele lugar, ninguém está bem no seu papel e, por isso, Manuel <strong>de</strong> Sousa acaba por incendiar aquela casa,<br />
como se com isso quisesse exorcizar pelo fogo a causa <strong>de</strong> toda a inquietu<strong>de</strong>. E é extraordinária a curta frase com<br />
que Manuel <strong>de</strong> Sousa Coutinho, o autêntico, <strong>de</strong>screve o inci<strong>de</strong>nte, no prefácio às Obras Poéticas <strong>de</strong> Jaime Falcão:<br />
«Possuído <strong>de</strong> extraordinária exaltação, furtei as minhas pare<strong>de</strong>s a essa injúria (a requisição dos procuradores) com<br />
nova e inaudita metamorfose: foram-se abaixo em fumo e cinzas.»<br />
Frei Luís <strong>de</strong> Sousa é o livro do <strong>de</strong>sassossego português, antes <strong>de</strong> ser drama histórico, narrativa amorosa ou tragédia<br />
sebastiana. Todas as personagens vivem um mal-estar, cuja causa difusa, corporizada no fantasma <strong>de</strong><br />
D. João <strong>de</strong> Portugal, é, afinal <strong>de</strong> contas, «ninguém». E qual <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> dizer que nunca se sentiu, ainda que por instantes,<br />
prisioneiro <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> não ser, neste momento em que existe? «Eu só estou bem on<strong>de</strong> não estou», lembram-se?<br />
E é preciso ler Frei Luís <strong>de</strong> Sousa em voz alta, para ouvir o eco que o silêncio entre as palavras nos envia –<br />
ou a música que faria da obra-prima <strong>de</strong> Garrett a ópera portuguesa por excelência.<br />
Sei hoje – e sei dizê-lo – porque é que o Frei Luís <strong>de</strong> Sousa foi tão importante para mim: a partir daí, a literatura<br />
passou a ser, aos meus olhos, o terreno on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senhava o risco dos limites e a experiência do indivisível.<br />
Com Garrett comecei a apren<strong>de</strong>r o que quer dizer, literariamente, ser mo<strong>de</strong>rno.<br />
António Mega Ferreira, in Público, 8 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1999
Resposta à questão n. o 4 da leitura interativa da página 140:<br />
Caracterização D. Madalena Telmo Maria Manuel <strong>de</strong> Sousa<br />
Direta:<br />
Elementos fornecidos<br />
pelas personagens<br />
Indireta:<br />
Elementos <strong>de</strong>duzidos<br />
pelo leitor a<br />
partir das atitu<strong>de</strong>s,<br />
gestos e comportamentos<br />
das personagens<br />
Viúva, orfã e sem<br />
ninguém aos <strong>de</strong>zassete<br />
anos; obe<strong>de</strong>ce<br />
a Telmo<br />
como uma filha;<br />
chorou a perda do<br />
marido e procurou-o<br />
durante sete<br />
anos; nobre e honrada<br />
senhora.<br />
Nervosa, insegura,<br />
aterrada (comportamento<br />
muito<br />
agitado; falas entrecortadas;<br />
evita<br />
falar no assunto<br />
que a preocupa)).<br />
O escu<strong>de</strong>iro valido;<br />
o familiar quase<br />
parente; amigo velho<br />
e provado;<br />
acredita em agoiros<br />
e profecias; aio<br />
e amigo <strong>de</strong> D. João<br />
<strong>de</strong> Portugal; alcançou<br />
um po<strong>de</strong>r<br />
no espírito <strong>de</strong> D.<br />
Madalena; fiel servidor;<br />
inteligente;<br />
usa palavras misteriosas<br />
e alusões<br />
frequentes a D. Sebastião;<br />
amigo <strong>de</strong><br />
Maria.<br />
Crença no sebastianismo<br />
e no regresso<br />
do seu primeiro<br />
amo que<br />
muito ama, mais<br />
do que a Manuel<br />
<strong>de</strong> Sousa; respeita<br />
D. Madalena e por<br />
isso acaba também<br />
por evitar falar<br />
sobre o assunto-tabu,<br />
para não<br />
penalizar Maria, a<br />
quem muito ama.<br />
Tem crescido <strong>de</strong>mais;<br />
tem treze<br />
anos; um anjo,<br />
uma viveza, um<br />
espírito; está sempre<br />
a querer saber,<br />
a perguntar; não<br />
é muito forte, é<br />
<strong>de</strong>lgadinha; anjo<br />
<strong>de</strong> formosura e<br />
bonda<strong>de</strong>; compreen<strong>de</strong><br />
tudo; é<br />
sangue <strong>de</strong> Vilhenas<br />
e <strong>de</strong> Sousas;<br />
formosura, engenho,<br />
dotes admiráveis;<br />
inocente;<br />
curiosida<strong>de</strong>; espírito<br />
perspicaz.<br />
Um mistério parece<br />
ensombrar a<br />
vida <strong>de</strong>sta personagem;<br />
é ela o motivo<br />
principal da<br />
conversa entre as<br />
duas personagens<br />
em cena; pelo que<br />
sobre si é dito (ou<br />
escondido), percebe-se<br />
que é precoce.<br />
É instruído; sabe<br />
latim; fidalgo <strong>de</strong><br />
primor e <strong>de</strong> boa linhagem;<br />
guapo<br />
cavalheiro; honrado<br />
fidalgo; bom<br />
português; bom<br />
mareante; cavaleiro<br />
<strong>de</strong> Malta; caráter<br />
inflexível.<br />
A parte final da<br />
cena faz <strong>de</strong>duzir a<br />
questão política<br />
que virá a ser importante<br />
no final<br />
do capítulo.<br />
D. João<br />
<strong>de</strong> Portugal<br />
Primeiro marido<br />
<strong>de</strong> D. Madalena;<br />
<strong>de</strong>sapareceu na<br />
batalha com o pai<br />
e outros fidalgos;<br />
escreveu uma carta<br />
on<strong>de</strong> diz que vai<br />
voltar a ver a mulher<br />
vivo ou morto;<br />
amava muito D.<br />
Madalena; espelho<br />
<strong>de</strong> cavalaria e gentileza;<br />
flor dos<br />
bons; nobre amo,<br />
santo amo.<br />
A carta escrita na<br />
madrugada da batalha<br />
<strong>de</strong> Alcácer<br />
Quibir prepara o<br />
leitor/espetador<br />
para o <strong>de</strong>correr da<br />
«tragédia».<br />
79
80<br />
O romantismo<br />
O romantismo em Portugal está ligado à transformação revolucionária da socieda<strong>de</strong> portuguesa no início do<br />
século XIX. Deve notar-se, no entanto, que, anteriormente à revolução liberal, se vinham <strong>de</strong>senvolvendo temas e<br />
estilos que anteviam a criação <strong>de</strong> um novo conceito <strong>de</strong> literatura; já os árca<strong>de</strong>s procuravam um estilo mais direto,<br />
<strong>de</strong>scritivo e individualizante, oposto ao estilo clássico. Também eles atribuíram à literatura uma função social e<br />
nacional que será ponto <strong>de</strong> partida para os primeiros românticos.<br />
Na génese do romantismo está o acesso da burguesia à literatura, com o surto do jornalismo que nasce em<br />
meados do século XVII e se <strong>de</strong>senvolve durante o século XVII, apesar do controlo exercido pelo po<strong>de</strong>r central sobre as<br />
publicações periódicas. Com as revoluções ocorridas entre 1820-1831, verificam-se gran<strong>de</strong>s vagas <strong>de</strong> emigração,<br />
tendo os emigrados repartido-se entre França e Inglaterra, on<strong>de</strong> o romantismo estava em florescimento. É em<br />
plena emigração que Almeida Garrett publica as suas primeiras obras: Camões (1825) e D. Branca (1826), em Paris.<br />
Com o regresso dos emigrados, <strong>de</strong>vido à vitória dos liberais na guerra civil <strong>de</strong> 1832-34, o romantismo ganhou firmeza,<br />
com a participação ativa <strong>de</strong> Alexandre Herculano e Almeida Garrett, vindo a ter o seu apogeu com Camilo Castelo<br />
Branco e sendo substituído pelo realismo em 1871.<br />
O romantismo caracteriza-se pela rejeição, por um lado, das tradições do classicismo como mo<strong>de</strong>los e, por<br />
outro, do racionalismo do século XVIII. Vejamos as suas principais características:<br />
• Valoriza-se o indivíduo em si mesmo, a sensibilida<strong>de</strong>, o sentimento e a exaltação do eu interior, estando inerentes<br />
a inquietação e o <strong>de</strong>sequilíbrio, assim como o sofrimento, a melancolia, a fatalida<strong>de</strong>; da nostalgia causada pela<br />
impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar o absoluto e da frustração da condição humana, nasce o «mal du siècle» que po<strong>de</strong> ter<br />
como manifestação o protesto político.<br />
• Verifica-se o contraste entre a realida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>alizada e a história e privilegia-se a liberda<strong>de</strong> e o nacionalismo, não<br />
sendo a este alheio o interesse pela Ida<strong>de</strong> Média como época representativa do surgimento das nações, pela afirmação<br />
das nacionalida<strong>de</strong>s e in<strong>de</strong>pendências políticas, tão cara aos românticos que na sua época a<strong>de</strong>rem a causas<br />
autonomistas e liberais (…).<br />
• Privilegia-se a fuga no tempo e no espaço, a evasão no sonho, na meditação, no mistério, na morte, no fantástico e<br />
o gosto pela tradição, pelo pitoresco e popular, sintomático do que é próprio e nacional e não alheio, como se<br />
manifestavam os cânones do classicismo.<br />
• Enaltece-se a imaginação, a espontaneida<strong>de</strong>, o natural, o ser genial <strong>de</strong> cada indivíduo, a religião, o misticismo.<br />
• Centra-se nos jogos <strong>de</strong> contrastes e antíteses, registando-se com frequência a ironia e o sarcasmo, a fluência vocabular<br />
predominantemente emocional e o gosto pelo coloquialismo do discurso com marcas nítidas da oralida<strong>de</strong>;<br />
liberaliza-se a forma, nomeadamente no uso do verso livre, estrofes irregulares e da prosa no género dramático.<br />
• O herói romântico é incompreendido e perseguido pela sua singularida<strong>de</strong>: busca o infinito, o absoluto do amor, da<br />
justiça, da verda<strong>de</strong> e da beleza; é excessivo, fatal, solitário, dominado pelo coração, rebel<strong>de</strong>, procurando a sua<br />
pureza imaginária através <strong>de</strong> uma contestação às regras da socieda<strong>de</strong>; o homem transfere-se para a obra, fazendo<br />
<strong>de</strong>sta a realização imaginária da sua vida, dos seus <strong>de</strong>sejos ou da raiva contra os seus próprios limites enquanto<br />
ser humano; este é assumido como um misto <strong>de</strong> sublime e <strong>de</strong> grotesco.<br />
• A paisagem romântica é revolta, tumultuosa, agreste, sombria, povoada por seres selvagens, notívagos («locus<br />
horrendus»), associada aos estados <strong>de</strong> alma e capaz <strong>de</strong> provocar sensações violentas.<br />
Tendo em conta algumas características da época anterior (classicismo), que contrastam com as acima mencionadas,<br />
note-se que a natureza clássica («locus amoenus») é aprazível, primaveril, diurna, simétrica; os artistas do Renascimento<br />
(em Portugal sobretudo no século XVI, apresentando um cunho próprio resultante da expansão ultramarina) basearam a<br />
sua doutrina na imitação da Antiguida<strong>de</strong> Clássica (grega e romana, seus mo<strong>de</strong>los e regras), na imitação da Natureza, valorizando<br />
o primado da razão e daí o equilíbrio corpo/espírito, forma/conteúdo, harmonia, sobrieda<strong>de</strong> e serenida<strong>de</strong>.<br />
Dulce Pereira Teixeira; Lur<strong>de</strong>s Aguiar Trilho (2008), Frei Luís <strong>de</strong> Sousa <strong>de</strong> Almeida Garrett,<br />
O texto em análise, Lisboa, Texto Editores, páginas 146-149
D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral<br />
Ouve atentamente o texto «O romantismo». Assinala com X as respostas que consi<strong>de</strong>rares verda<strong>de</strong>iras (V) ou<br />
falsas (F). Corrige as afirmações falsas.<br />
1. Em Portugal, o romantismo emerge num clima <strong>de</strong> paz política.<br />
2. Para os primeiros escritores românticos, a literatura tinha uma função nacional e social.<br />
3. Em 1825 e 1826, Garrett publica os poemas Camões e D. Branca em Inglaterra.<br />
4. Em Portugal, o romantismo tem o seu apogeu com Camilo Castelo Branco.<br />
5. O romantismo caracteriza-se pela aceitação dos mo<strong>de</strong>los clássicos.<br />
6. Os românticos cultivaram os princípios do racionalismo iluminista do século XVIII.<br />
7. Os românticos valorizam o indivíduo, a sensibilida<strong>de</strong>, o sentimento e a exaltação do eu<br />
interior.<br />
8. No romantismo, privilegia-se a liberda<strong>de</strong> e o nacionalismo, evi<strong>de</strong>nciando-se o interesse<br />
pelo Renascimento.<br />
9. Tal como os escritores do classicismo, os românticos valorizam o que é alheio em <strong>de</strong>trimento<br />
do nacional.<br />
10. No romantismo, enaltece-se a imaginação, a espontaneida<strong>de</strong>, o natural, a religião e o<br />
misticismo.<br />
11. Os textos românticos apresentam marcas <strong>de</strong> oralida<strong>de</strong>, evi<strong>de</strong>nciando o gosto pelo coloquialismo.<br />
12. O herói romântico é dominado pela razão.<br />
13. O herói romântico procura o infinito, o absoluto do amor, da justiça, da verda<strong>de</strong> e da beleza.<br />
14. A paisagem romântica é revolta, tumultuosa, na esteira do locus amoenus do classicismo.<br />
15. A paisagem clássica é <strong>de</strong>signada <strong>de</strong> locus horrendus.<br />
16. Por oposição à natureza aprazível dos artistas do Renascimento, os românticos manifestam<br />
preferência pela natureza sombria e agreste.<br />
17 Os românticos optaram pelo versilibrismo e pela irregularida<strong>de</strong> estrófica.<br />
18. No texto dramático, os escritores românticos manifestam preferência pelo verso.<br />
19. Os românticos preocupam-se com a imitação dos textos da Antiguida<strong>de</strong> Clássica.<br />
20. Os escritores clássicos valorizam a razão e o equilíbrio entre forma e conteúdo.<br />
V F<br />
81
82<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão oral<br />
Dramatização<br />
Parâmetros<br />
a) Mobiliza informações relevantes contidas no texto representado.<br />
b) Manifesta eficácia comunicativa da organização e da estrutura do texto.<br />
c) Evi<strong>de</strong>ncia coor<strong>de</strong>nação da voz, do gesto e do movimento relativamente ao texto.<br />
d) Faz uso correto do registo <strong>de</strong> língua e do tom a<strong>de</strong>quados ao texto.<br />
e) Perspetiva o impacto geral da representação nos espetadores.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total
Avaliação da competência <strong>de</strong> leitura<br />
Ficha <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong> leitura<br />
1. Manuel <strong>de</strong> Sousa<br />
Coluna A Coluna B<br />
2. Dona Madalena <strong>de</strong> Vilhena<br />
3. Dona Maria <strong>de</strong> Noronha<br />
4. Frei Jorge Coutinho<br />
5. O Romeiro<br />
6. Telmo Pais<br />
Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, <strong>de</strong> Almeida Garrett<br />
1. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada nome <strong>de</strong> personagem da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo a<br />
obteres uma correspondência a<strong>de</strong>quada entre o nome e a fala da personagem. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas,<br />
as letras e os números correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.<br />
a) «Não digais mais, senhora, não me lembreis <strong>de</strong> tudo o que eu era.»<br />
b) «Meu senhor chegou: vi agora daquele alto entrar um bergantim, que é por força<br />
o nosso.»<br />
c) «Parentes!… os mais chegados, os que eu me importava achar… contaram com a<br />
minha morte, fizeram a sua felicida<strong>de</strong> com ela: hão <strong>de</strong> jurar que me não conhecem.»<br />
d) «(possuída <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> terror)»<br />
e) «Manuel <strong>de</strong> Sousa Coutinho, irmão Luís <strong>de</strong> Sousa, pois em tudo quisestes <strong>de</strong>spir<br />
o homem velho, abandonando também ao mundo o nome que nele tínheis! —<br />
Soror Madalena! Vós ambos que já fostes nobres senhores no mundo, e aqui<br />
estais prostrados no pó da terra, nesse humil<strong>de</strong> hábito <strong>de</strong> pobres noviços...»<br />
f) «Meu pai morreu <strong>de</strong>sastrosamente caindo sobre a sua própria espada: quem<br />
sabe se eu morrerei nas chamas ateadas por minhas mãos? Seja.»<br />
g) «Dúvida <strong>de</strong> fiel servidor, esperança <strong>de</strong> leal amigo, meu bom Telmo! que diz com<br />
vosso coração, mas que tem atormentado o meu…»<br />
h) «Minha senhora mana! — A bênção <strong>de</strong> Deus te cubra, filha!»<br />
i) «Voz do povo, voz <strong>de</strong> Deus, minha senhora mãe: eles que andam tão crentes nisto,<br />
alguma coisa há <strong>de</strong> ser.»<br />
2. Or<strong>de</strong>na as afirmações que se seguem, <strong>de</strong> acordo com a sequência cronológica dos acontecimentos em Frei Luís<br />
<strong>de</strong> Sousa.<br />
1 Maria mostra as papoilas murchas a D. Madalena.<br />
2 Maria e Manuel <strong>de</strong> Sousa vão a Lisboa.<br />
3 O Romeiro fala com D. Madalena e Frei Jorge.<br />
4 Manuel <strong>de</strong> Sousa <strong>de</strong>strói a sua casa para que os governadores não se instalem naquele espaço.<br />
5 Miranda anuncia a chegada <strong>de</strong> um peregrino vindo dos lados <strong>de</strong> Espanha.<br />
6 Dona Madalena lê dois versos d’Os Lusíadas.<br />
Maria diz a Telmo que Dona Madalena está muito angustiada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se mudaram para o palácio que<br />
7<br />
fora <strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal.<br />
8 Maria diz que morre «<strong>de</strong> vergonha».<br />
Telmo diz acreditar no regresso <strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal, <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> uma carta <strong>de</strong>ixada a Frei<br />
9<br />
Jorge, no dia da batalha.<br />
10 Dona Madalena e Manuel <strong>de</strong> Sousa vão para a capela, para professarem a vida religiosa.<br />
83
84<br />
3. Lê, atentamente, as afirmações transcritas. Assinala a opção que te parece correta.<br />
3.1 Frei Luís <strong>de</strong> Sousa é um texto...<br />
a) lírico.<br />
b) narrativo.<br />
c) dramático.<br />
3.2 A obra estrutura-se em...<br />
a) dois atos.<br />
b) três atos.<br />
c) quatro atos.<br />
3.3 No primeiro ato, a ação <strong>de</strong>corre...<br />
a) no palácio <strong>de</strong> Manuel <strong>de</strong> Sousa.<br />
b) na capela.<br />
c) no palácio <strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal.<br />
3.4 O texto está escrito...<br />
a) em verso.<br />
b) em prosa.<br />
c) predominantemente em verso.<br />
3.5 D. Madalena revela-se...<br />
a) receosa.<br />
b) corajosa.<br />
c) arrojada.<br />
3.6 Telmo Pais é...<br />
a) pai <strong>de</strong> Maria.<br />
b) cunhado <strong>de</strong> D. Madalena.<br />
c) um escu<strong>de</strong>iro da família.<br />
3.7 Frei Jorge é...<br />
a) tio <strong>de</strong> Miranda.<br />
b) irmão <strong>de</strong> Manuel <strong>de</strong> Sousa.<br />
c) irmão <strong>de</strong> D. Madalena.<br />
3.8 Maria <strong>de</strong> Noronha...<br />
a) tem oito anos.<br />
b) tem <strong>de</strong>zoito anos.<br />
c) tem treze anos.<br />
3.9 Manuel <strong>de</strong> Sousa é...<br />
a) o primeiro marido <strong>de</strong> D. Madalena.<br />
b) o segundo marido <strong>de</strong> D. Madalena.<br />
c) irmão <strong>de</strong> D. Madalena.<br />
3.10 O Romeiro é...<br />
a) um peregrino impostor.<br />
b) D. Sebastião.<br />
c) D. João <strong>de</strong> Portugal.<br />
3.11 O Romeiro é reconhecido quando profere a palavra...<br />
a) ninguém.<br />
b) rei.<br />
c) nobre.<br />
3.12 Maria <strong>de</strong> Noronha revela-se...<br />
a) imatura.<br />
b) precoce.<br />
c) impru<strong>de</strong>nte.
Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão escrita<br />
Texto expositivo-argumentativo<br />
Parâmetros<br />
a) Trata, sem <strong>de</strong>svios, o tema proposto.<br />
b) Mobiliza, sempre com eficácia argumentativa, uma informação ampla e diversificada.<br />
c) Redige um texto estruturado, refletindo uma planificação prévia e evi<strong>de</strong>nciando um bom<br />
domínio dos mecanismos <strong>de</strong> coesão textual.<br />
d) Faz uso correto do registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto.<br />
e) Mobiliza expressivamente, com a<strong>de</strong>quação e intencionalida<strong>de</strong>, recursos da língua.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
85
86<br />
Parâmetros<br />
a) Reconhece o assunto global do texto, i<strong>de</strong>ntificando as suas relações lógicas.<br />
b) Conserva as i<strong>de</strong>ias fundamentais e os exemplos importantes.<br />
c) Mantém a enunciação e a or<strong>de</strong>m do texto.<br />
d) Produz um texto conciso e coerente, mantendo a re<strong>de</strong> semântica e o limite <strong>de</strong> palavras.<br />
e) Utiliza corretamente a ortografia, a pontuação e os conetores frásicos.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
TESTE DE AVALIAÇÃO N. o 3<br />
Lê atentamente o texto a seguir transcrito.<br />
GRUPO I<br />
A<br />
Maria (entrando com umas flores na mão, encontra-se com Telmo, e o faz tornar para a cena) – Bonito! Eu há<br />
mais <strong>de</strong> meia hora no eirado passeando — e sentada a olhar para o rio a ver as faluas e os bergantins que andam<br />
para baixo e para cima — e já aborrecida <strong>de</strong> esperar… e o senhor Telmo, aqui posto a conversar com minha mãe,<br />
sem se importar <strong>de</strong> mim! — Que é do romance que me prometestes? não é o da batalha, não é o que diz:<br />
Postos estão, frente a frente,<br />
Os dois valorosos campos;<br />
é o outro, é o da ilha encoberta on<strong>de</strong> está el-rei D. Sebastião, que não morreu e que há <strong>de</strong> vir, um dia <strong>de</strong> névoa<br />
muito cerrada… Que ele não morreu: não é assim, minha mãe?<br />
Madalena – Minha querida filha, tu dizes coisas! Pois não tens ouvido, a teu tio Frei Jorge e a teu tio Lopo <strong>de</strong><br />
Sousa, contar tantas vezes como aquilo foi? O povo, coitado, imagina essas quimeras para se consolar na <strong>de</strong>sgraça.<br />
Maria – Voz do povo, voz <strong>de</strong> Deus, minha senhora mãe: eles que andam tão crentes nisto, alguma coisa há <strong>de</strong><br />
ser. Mas ora o que me dá que pensar é ver que, tirado aqui o meu bom velho Telmo (chega-se toda para ele, acarinhando-o),<br />
ninguém nesta casa gosta <strong>de</strong> ouvir falar em que escapasse o nosso bravo rei, o nosso santo rei<br />
D. Sebastião. — Meu pai, que é tão bom português, que não po<strong>de</strong> sofrer estes castelhanos, e que até às vezes dizem<br />
que é <strong>de</strong> mais o que ele faz e o que ele fala… em ouvindo duvidar da morte do meu querido rei D. Sebastião… ninguém<br />
tal há <strong>de</strong> dizer, mas põe-se logo outro, muda <strong>de</strong> semblante, fica pensativo e carrancudo: parece que o vinha<br />
afrontar, se voltasse, o pobre do rei. — Ó minha mãe, pois ele não é por D. Filipe; não é, não?<br />
Madalena – Minha querida Maria, que tu hás <strong>de</strong> estar sempre a imaginar nessas coisas que são tão pouco para<br />
a tua ida<strong>de</strong>! Isso é o que nos aflige, a teu pai e a mim; queria-te ver mais alegre, folgar mais, e com coisas menos…<br />
Maria – Então, minha mãe, então! — Veem, veem?… também minha mãe não gosta. Oh! essa ainda é pior, que<br />
se aflige, chora… ela aí está a chorar… (vai-se abraçar com a mãe, que chora) Minha querida mãe, ora pois então! —<br />
Vai-te embora, Telmo, vai-te: não quero mais falar, nem ouvir falar <strong>de</strong> tal batalha, nem <strong>de</strong> tais histórias, nem <strong>de</strong><br />
coisa nenhuma <strong>de</strong>ssas. — Minha querida mãe!<br />
Telmo – E é assim: não se fala mais nisso. E eu vou-me embora. (aparte, e indo-se <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> lhe tomar as mãos.)<br />
Que febre que ela tem hoje, meu Deus! queimam-lhe as mãos… e aquelas rosetas nas faces… Se o perceberá a pobre<br />
da mãe!<br />
Almeida Garrett, Frei Luís <strong>de</strong> Sousa<br />
Apresenta, <strong>de</strong> forma clara e bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem.<br />
1. Localiza o excerto transcrito na estrutura externa e na estrutura interna <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />
2. Explicita os argumentos utilizados por D. Madalena para dissuadir a filha <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas i<strong>de</strong>ias.<br />
3. Interpreta o provérbio «Voz do povo, voz <strong>de</strong> Deus», aten<strong>de</strong>ndo ao contexto em que é proferido.<br />
4. Caracteriza a personagem Maria <strong>de</strong> Noronha a partir do excerto transcrito.<br />
87
88<br />
B<br />
O mito <strong>de</strong> D. Sebastião percorre a literatura do século XIX como uma espécie <strong>de</strong> espetro, assumindo formas<br />
específicas que se cruzam com o nacionalismo romântico e com a forma como ele encarou a relação entre a literatura<br />
e o po<strong>de</strong>r.<br />
Teresa Almeida (1997), Dicionário do Romantismo literário português,<br />
Lisboa, Editorial Caminho, página 531<br />
Fazendo apelo à tua experiência <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, comenta, num texto <strong>de</strong> oitenta a cento e<br />
trinta palavras, a relevância do mito sebastianista para a compreensão da ação dramática.<br />
Observações relativas ao item B<br />
1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />
2. Um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.<br />
GRUPO II<br />
1. Relê a cena transcrita no Grupo I. Para cada um dos itens que se seguem, escreve, na tua folha <strong>de</strong> respostas,<br />
a letra correspon<strong>de</strong>nte à alternativa correta, <strong>de</strong> acordo com o sentido do texto.<br />
1. Na primeira fala <strong>de</strong> Maria, a palavra «Bonito!» (linha 1) é...<br />
a) um advérbio.<br />
b) um adjetivo.<br />
c) uma interjeição.<br />
d) um pronome.<br />
2. Na expressão «névoa muito cerrada» (linhas 7-8), o adjetivo «cerrada» está...<br />
a) no grau superlativo relativo <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong>.<br />
b) no grau superlativo absoluto analítico.<br />
c) no grau superlativo relativo <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong>.<br />
d) no grau superlativo absoluto sintético.<br />
3. Na expressão «em que escapasse o nosso bravo rei» (linha 13), o verbo está...<br />
a) no presente do indicativo.<br />
b) no presente do conjuntivo.<br />
c) no pretérito imperfeito do indicativo.<br />
d) no pretérito imperfeito do conjuntivo.
4. Com a questão «Que ele não morreu: não é assim, minha mãe?» (linha 8), o locutor realiza um ato...<br />
a) ilocutório assertivo.<br />
b) ilocutório compromissivo.<br />
c) ilocutório diretivo.<br />
d) ilocutório <strong>de</strong>clarativo.<br />
5. A frase «Minha querida filha, tu dizes coisas!» (linha 9) evi<strong>de</strong>ncia um ato...<br />
a) ilocutório expressivo.<br />
b) ilocutório assertivo.<br />
c) ilocutório compromissivo.<br />
d) ilocutório diretivo.<br />
6. Na expressão «Minha querida Maria» (linha 18), o locutor recorre a uma forma <strong>de</strong> tratamento...<br />
a) nobiliárquica.<br />
b) honorífica.<br />
c) eclesiástica.<br />
d) familiar.<br />
7. No segmento textual «e o senhor Telmo, aqui posto a conversar com minha mãe» (linha 3), a palavra «aqui» é<br />
um <strong>de</strong>ítico...<br />
a) pessoal.<br />
b) espacial.<br />
c) temporal.<br />
d) espácio-temporal.<br />
2. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo<br />
a obteres uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, as letras e os<br />
números correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.<br />
1. Ao usar parênteses (linha 1),<br />
2. Com o adjetivo «bravo» (linha 13)<br />
3. Com a palavra «minha» (linha 20),<br />
Coluna A Coluna B<br />
4. Com o constituinte «Minha querida Maria» (linha 18),<br />
5. Com a expressão «para se consolar na <strong>de</strong>sgraça»<br />
(linha 10),<br />
a) o enunciador traduz uma i<strong>de</strong>ia com valor não restritivo.<br />
b) o enunciador introduz um vocativo na frase.<br />
c) o enunciador recorre a um pronome possessivo.<br />
d) o enunciador traduz um nexo <strong>de</strong> fim.<br />
e) o enunciador introduz o sujeito da frase.<br />
f) o enunciador traduz uma i<strong>de</strong>ia com valor restritivo.<br />
g) o enunciador faz uso <strong>de</strong> uma didascália.<br />
h) o enunciador recorre a um <strong>de</strong>terminante possessivo.<br />
89
90<br />
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
GRUPO III<br />
Resume o texto a seguir transcrito, constituído por trezentas e cinquenta e seis palavras, num texto <strong>de</strong><br />
cento e cinco a cento e trinta palavras.<br />
A arte teatral nasce do encontro entre duas forças convergentes: a obra, concebida pelo poeta 1 dramático e<br />
animada sobre as tábuas do palco pelo encenador, e o público, a quem se dirige e <strong>de</strong>stina. O ator é o elo <strong>de</strong> ligação<br />
entre estes dois elementos: a ele compete produzir a <strong>de</strong>scarga elétrica resultante da aproximação <strong>de</strong>sses dois<br />
pólos; é por via <strong>de</strong>le que se transmite ao público o pensamento do autor, tornado, graças à sua intervenção, sensível<br />
e presente.<br />
Inicialmente um texto, o teatro não se esgota, contudo, nesse texto. A obra escrita pelo poeta implica a presença<br />
do ator (que emprestará a sua pessoa às personagens por aquele concebidas) e o mundo em que este há <strong>de</strong> evoluir<br />
e viver o conflito i<strong>de</strong>ado pelo autor. Assim, vem o teatro a resolver-se numa verda<strong>de</strong>ira síntese das artes, num modo<br />
superior <strong>de</strong> expressão em que todas as formas artísticas – da poesia 2 à <strong>de</strong>clamação e à mímica, da pintura e da<br />
arquitetura à música – colaboram e, unificadas no plano comum do espetáculo, harmoniosamente se fun<strong>de</strong>m.<br />
O ator, com a sua presença física, viva, real, a sua voz, os seus gestos, a sua marcha, é um dos elementos essenciais<br />
<strong>de</strong>ssa síntese. «O prazer da metamorfose – escreveu Nietzsche 3 em A origem da tragédia – é a condição prévia<br />
<strong>de</strong> toda a arte dramática. O fenómeno dramático primordial consiste em ver-se a si próprio metamorfoseado e agir<br />
como se realmente se vivesse <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um outro corpo, com um outro caráter.»<br />
Épocas houve da história do teatro em que o ator (...) ocupou o lugar predominante a<strong>de</strong>ntro da síntese teatral.<br />
Tais épocas, porém, não coinci<strong>de</strong>m com os períodos áureos da arte dramática, visto que esse predomínio <strong>de</strong> uma<br />
das partes do todo sobre o próprio todo equivale ao rompimento do equilíbrio pressuposto pela síntese das artes.<br />
Os momentos mais altos da história do teatro são aqueles em que – como suce<strong>de</strong>u na Grécia Antiga, no apogeu da<br />
Ida<strong>de</strong> Média ou na Inglaterra Isabelina 4 – todas as artes, e portanto também a do ator, embora gravitando em torno<br />
do texto e or<strong>de</strong>nadas em sua função, concorrem harmoniosa e proporcionalmente para atingir o objetivo comum:<br />
o espetáculo teatral.<br />
Luiz Francisco Rebello (1953), «O Ator» in Separata da Enciclopédia da Vida Corrente, Lisboa<br />
Observações:<br />
1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />
2. Relativamente ao <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados – um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo <strong>de</strong> trezentas palavras –,<br />
há que aten<strong>de</strong>r ao seguinte:<br />
– A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />
– Nos outros casos, um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do<br />
texto produzido.<br />
1 Poeta – neste contexto, significa autor.<br />
2 Poesia – neste contexto, significa literatura.<br />
3 Nietzsche – filósofo alemão.<br />
4 Isabelina – relativa ao reinado <strong>de</strong> Isabel.
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
GRUPO I<br />
A<br />
1. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................... 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />
– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />
– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Localiza, com pertinência e rigor, o excerto em Frei Luís <strong>de</strong><br />
Sousa, evi<strong>de</strong>nciando um muito bom conhecimento da obra.<br />
Localiza, com pertinência, o excerto em Frei Luís <strong>de</strong> Sousa,<br />
evi<strong>de</strong>nciando um bom conhecimento da obra.<br />
Localiza, com esporádicas imprecisões, o excerto em Frei Luís<br />
<strong>de</strong> Sousa, evi<strong>de</strong>nciando um conhecimento suficiente da obra.<br />
Localiza, com acentuadas imprecisões, o excerto em Frei Luís<br />
<strong>de</strong> Sousa, evi<strong>de</strong>nciando um conhecimento insuficiente da obra.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Estrutura externa: Ato I, <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />
• Estrutura interna: Exposição (apresentação do tema e das personagens).<br />
• Após o longo diálogo entre Dona Madalena e Telmo, que nos dá a conhecer o passado da família, na cena II, as<br />
palavras <strong>de</strong> Maria <strong>de</strong> Noronha vêm confirmar os receios da mãe.<br />
• …<br />
9<br />
7<br />
5<br />
3<br />
91
92<br />
2. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />
– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />
– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Explicita, com rigor e pertinência, os argumentos utilizados por<br />
Dona Madalena para dissuadir a filha da crença no regresso do<br />
rei.<br />
Explicita, com rigor, os argumentos utilizados por Dona<br />
Madalena para dissuadir a filha da crença no regresso do rei.<br />
Explicita, com algumas imprecisões, os argumentos utilizados<br />
por Dona Madalena para dissuadir a filha da crença no regresso<br />
do rei.<br />
Explicita, com acentuadas imprecisões, os argumentos utilizados<br />
por Dona Madalena para dissuadir a filha da crença no regresso<br />
do rei.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Dona Madalena evoca as palavras <strong>de</strong> Frei Jorge e do tio Lopo <strong>de</strong> Sousa, para dissuadir Maria.<br />
• A personagem argumenta que essas i<strong>de</strong>ias sobre o regresso do rei são crendices populares.<br />
• Dona Madalena diz que aqueles assuntos não são a<strong>de</strong>quados à ida<strong>de</strong> da filha.<br />
• …<br />
9<br />
7<br />
5<br />
3
3. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 20 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
Descritores Pontuação<br />
Interpreta, com rigor e pertinência, o provérbio, tendo em atenção<br />
o contexto em que é proferido.<br />
Interpreta, com rigor, o provérbio, tendo em atenção o contexto<br />
em que é proferido.<br />
Interpreta, com algum rigor, o provérbio, mas tem dificulda<strong>de</strong><br />
em enquadrá-lo no contexto em que é proferido.<br />
1 Interpreta, com acentuadas imprecisões, o provérbio. 3<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Maria manifesta crença na voz do povo, argumentando que a «voz do povo» terá algum fundamento.<br />
• Maria <strong>de</strong> Noronha é o protótipo da personagem romântica, revelando, por isso, o gosto por temas da história<br />
nacional, pela religiosida<strong>de</strong>, pelo popular e a crença em adágios.<br />
• …<br />
12<br />
9<br />
6<br />
93
94<br />
4. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 20 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />
– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />
– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 4 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Caracteriza, com pertinência e rigor, a personagem Maria <strong>de</strong><br />
Noronha, apoiando-se no excerto transcrito.<br />
Caracteriza, com pertinência, a personagem Maria <strong>de</strong> Noronha,<br />
apoiando-se no excerto transcrito.<br />
Caracteriza, com esporádicas imprecisões, a personagem Maria<br />
<strong>de</strong> Noronha.<br />
Caracteriza, com acentuadas imprecisões, a personagem Maria<br />
<strong>de</strong> Noronha.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Maria <strong>de</strong> Noronha interessa-se por assuntos da história nacional, manifestando um gran<strong>de</strong> patriotismo («o nosso<br />
bravo rei, o nosso santo rei D. Sebastião»).<br />
• É carinhosa, meiga e sensível («chega-se toda para ele, acarinhando-o»; «vai-se abraçar com a mãe, que chora»).<br />
• Revela perspicácia e sentido <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, sendo muito precoce e observadora para a sua ida<strong>de</strong> («meu pai<br />
(...) põe-se logo outro, muda <strong>de</strong> semblante, fica pensativo e carrancudo»).<br />
• Supersticiosa e crente na voz do povo («Voz do povo, voz <strong>de</strong> Deus»).<br />
• …<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
B<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 5 pontos<br />
Níveis <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
Descritores Pontuação<br />
Comenta, com rigor e pertinência, a relevância do mito sebastianista para a compreensão<br />
da ação dramática, fazendo referências que revelam um muito bom<br />
conhecimento da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />
Comenta, com rigor e pertinência, a relevância do mito sebastianista para a compreensão<br />
da ação dramática, fazendo referências que revelam um bom conhecimento<br />
da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />
Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, a relevância do mito sebastianista<br />
para a compreensão da ação dramática, fazendo referências que revelam<br />
um conhecimento suficiente da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />
Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, a relevância do mito sebastianista<br />
para a compreensão da ação dramática, fazendo referências que refletem<br />
um conhecimento suficiente da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />
Comenta, com acentuadas imprecisões, a relevância do mito sebastianista para a<br />
compreensão da ação dramática, fazendo referências que refletem um conhecimento<br />
insuficiente da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />
Tece comentários gerais sobre a relevância do mito sebastianista para a compreensão<br />
da ação dramática, pouco relevantes para a temática proposta, que<br />
refletem um conhecimento incipiente da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar quatro dos aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• O sebastianismo é um mito com origem no <strong>de</strong>saparecimento do rei D. Sebastião, na batalha <strong>de</strong> Alcácer Quibir, a 4<br />
<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1578.<br />
• D. João <strong>de</strong> Portugal, primeiro marido <strong>de</strong> Dona Madalena, tal como gran<strong>de</strong> parte da nobreza portuguesa, <strong>de</strong>saparecera<br />
nessa batalha.<br />
• O eventual regresso <strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal significaria a <strong>de</strong>struição do matrimónio <strong>de</strong> Dona Madalena e <strong>de</strong><br />
Manuel <strong>de</strong> Sousa Coutinho. Consequentemente, Dona Madalena revela-se supersticiosa e assustada com a possibilida<strong>de</strong><br />
da vinda <strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal. Por isso, não gosta que Telmo e Maria falem nesse assunto.<br />
• Telmo compromete-se a não verbalizar esse assunto junto <strong>de</strong> Maria; no entanto, manifesta a convicção <strong>de</strong> que o<br />
seu primeiro amo haveria <strong>de</strong> voltar.<br />
• Maria, crente na voz do povo, elogia o rei e acredita que ele há <strong>de</strong> voltar num «dia <strong>de</strong> névoa muito cerrada».<br />
• O regresso <strong>de</strong> D. Sebastião, para esta família, não significaria a salvação, mas sim a fatalida<strong>de</strong>.<br />
• …<br />
18<br />
15<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3<br />
95
96<br />
Chaves <strong>de</strong> correção:<br />
1.<br />
1. c); 2. b); 3. d); 4. c); 5. a); 6. d); 7. b).<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
Descritores Pontuação<br />
4 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15<br />
3 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9<br />
2 Estabelece uma correspondência correta. 3<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
GRUPO III<br />
• Estruturação informacional e discursiva .......................................................................................................................................................................... 30 pontos<br />
• Correção linguística .................................................................................................................................................................................................................................... 20 pontos<br />
Descritores do nível<br />
Parâmetros<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
Pontuação<br />
Preservação da informação<br />
nuclear do texto<br />
GRUPO II<br />
2.<br />
1. g); 2. a); 3. h); 4. b); 5. d).<br />
• Mantém a informação nuclear do texto, através da referência aos<br />
seguintes tópicos:<br />
– O encontro, através do ator, entre dramaturgo e público como<br />
princípio da arte teatral.<br />
– O espetáculo teatral como síntese das diferentes artes.<br />
– O ator como um dos elementos fundamentais <strong>de</strong>ssa síntese,<br />
constituindo a sua metamorfose em personagem a condição da<br />
arte dramática.<br />
– A contribuição harmoniosa <strong>de</strong> todas as artes na produção do<br />
espetáculo teatral, como característica dos momentos mais<br />
altos da história do teatro.<br />
– Preservação da re<strong>de</strong> semântica relativa ao tema, no todo ou em<br />
parte, a qual <strong>de</strong>verá integrar vocábulos e expressões constantes<br />
no texto, ou seus equivalentes, tais como: arte teatral, obra,<br />
público, ator, autor, texto, síntese das artes, espetáculo, metamorfose,<br />
arte dramática, equilíbrio, história do teatro.<br />
20<br />
(Continua)
Estratégias discursivas<br />
próprias do resumo<br />
Coerência e coesão<br />
Morfologia, sintaxe<br />
e repertório vocabular<br />
Ortografia<br />
e pontuação<br />
• Recorre a um discurso conciso, optando por construções mais económicas:<br />
supressão <strong>de</strong> expressões sintáticas ou lexicais repetitivas;<br />
uso <strong>de</strong> vocabulário genérico que substitua expressões<br />
nominais mais específicas (hiperónimos e expressões englobantes<br />
com valor anafórico).<br />
• Mantém o registo discursivo do texto-fonte, isento <strong>de</strong> marcas <strong>de</strong><br />
enunciação do sujeito produtor do resumo.<br />
• Mantém a or<strong>de</strong>m do texto-fonte.<br />
• Respeita o limite <strong>de</strong> palavras.<br />
• Produz um discurso coerente, mantendo informação e argumentação<br />
pertinente.<br />
• Domina os mecanismos <strong>de</strong> coesão textual:<br />
– Recorrendo a processos variados <strong>de</strong> articulação interfrásica,<br />
<strong>de</strong>signadamente conetores diversificados <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong> sequencialização…<br />
– Assegurando a manutenção <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> referência (através <strong>de</strong><br />
substituições nominais, pronominais…).<br />
• Recorre a estruturas sintáticas complexas.<br />
• Domina processos <strong>de</strong> conexão interfrásica (concordância, flexão<br />
verbal, proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seleção...).<br />
• Usa um registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto.<br />
• Recorre a um repertório lexical variado.<br />
• Não dá erros ortográficos.<br />
• Pontua <strong>de</strong> forma sistemática e pertinente.<br />
• Assinala as marcas <strong>de</strong> início <strong>de</strong> parágrafos.<br />
Cf. Critérios <strong>de</strong> correção da Prova Escrita <strong>de</strong> Português <strong>de</strong> 2001, 1. a fase, 1. a chamada<br />
10<br />
5<br />
5<br />
5<br />
97
98<br />
SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N. o 4<br />
A. Planificação<br />
16 blocos <strong>de</strong> 90 minutos (32 aulas)<br />
Competências transversais:<br />
• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.<br />
• Estratégica: Estratégias <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escuta a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> texto e à finalida<strong>de</strong>; seleção e organização da<br />
informação; produção <strong>de</strong> síntese; operações <strong>de</strong> planificação, execução e avaliação da escrita e da oralida<strong>de</strong>; pesquisa em<br />
vários suportes; conceção e utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise; elaboração <strong>de</strong> ficheiros; utilização das TIC.<br />
• Formação para a cidadania: Construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural; <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s críticas; apresentação<br />
e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> opiniões pessoais relevantes sobre <strong>situações</strong> diversas e reflexão sobre pontos <strong>de</strong> vista.<br />
COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />
Tipos <strong>de</strong> texto: Romance, <strong>de</strong>bate, síntese.<br />
COMPREENSÃO<br />
ORAL<br />
EXPRESSÃO<br />
ORAL<br />
EXPRESSÃO<br />
ESCRITA<br />
LEITURA<br />
Testes <strong>de</strong> compreensão oral:<br />
• Eça <strong>de</strong> Queirós, realida<strong>de</strong> ou ficção.<br />
• Excerto do capítulo IV d’Os Maias.<br />
• Debate (páginas 266 a 268).<br />
• Síntese <strong>de</strong> textos expositivo-argumentativos.<br />
Textos informativos:<br />
(páginas 281 a 282 (Em interação))<br />
Leitura literária:<br />
• Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós:<br />
– Categorias do texto narrativo.<br />
– Contexto i<strong>de</strong>ológico e sociológico.<br />
– Valores e atitu<strong>de</strong>s culturais.<br />
– Características da prosa queirosiana.<br />
Escuta/visionamento:<br />
• Eça <strong>de</strong> Queirós, realida<strong>de</strong> ou ficção – documentário.<br />
• Excerto do capítulo IV d’Os Maias.<br />
• Excertos gravados no CD áudio <strong>de</strong> Interações.<br />
Leitura seletiva:<br />
• Texto <strong>de</strong> Carlos Reis sobre Eça <strong>de</strong> Queirós.<br />
• «O realismo como nova expressão <strong>de</strong> arte».<br />
Leitura analítica:<br />
• Excertos d’Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós (páginas 214 a<br />
261).<br />
Leitura global:<br />
• Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós.<br />
Leitura recreativa:<br />
• Contrato <strong>de</strong> Leitura.<br />
Leitura <strong>de</strong> imagem fixa: Caricaturas, <strong>de</strong>senhos humorísticos (função crítica da imagem).<br />
(Continua)
(Continuação)<br />
FUNCIONAMENTO<br />
DA LÍNGUA<br />
AVALIAÇÃO<br />
B. Em interação<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />
• Lexicologia:<br />
– Neologia.<br />
– Polissemia.<br />
• Análise do discurso, pragmática e linguística textual:<br />
– Reprodução do discurso no discurso (citação, discurso direto, discurso indireto, discurso<br />
indireto livre).<br />
• Semântica:<br />
– Valor dos adjetivos (valor restritivo e não restritivo).<br />
– Valor das orações relativas (valor restritivo/explicativo).<br />
• Consolidação <strong>de</strong> conteúdos: Morfologia, classes <strong>de</strong> palavras, sintaxe.<br />
• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />
• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />
• Documentário sobre a vida e obra <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós.<br />
• Leitura literária: Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós.<br />
• Leitura <strong>de</strong> imagem: caricaturas, <strong>de</strong>senhos humorísticos (função crítica da imagem).<br />
• Debate.<br />
• Síntese <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo<br />
• Visionamento <strong>de</strong> documentário sobre a vida e obra <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós; tomada <strong>de</strong> notas.<br />
• Teste <strong>de</strong> compreensão oral (manual).<br />
• Interação verbal em torno das i<strong>de</strong>ias expressas no documentário.<br />
• Interação verbal em torno do PowerPoint sobre a biografia <strong>de</strong> Eça.<br />
• Eça visto por outros : Constituição <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> recursos, a incluir no Webfólio/Portefólio, representativos<br />
da receção pelo público/crítica literária da obra do escritor ao longo dos tempos.<br />
99
100<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação do teste <strong>de</strong> compreensão oral.<br />
• Avaliação da interação verbal.<br />
• Apreciação crítica dos recursos constantes do Webfólio/Portefólio.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />
• Leitura analítica, em trabalho <strong>de</strong> grupo, <strong>de</strong> excertos selecionados d’Os Maias, <strong>de</strong> acordo com os temas sugeridos<br />
(manual):<br />
– Realismo e naturalismo.<br />
– A intriga principal.<br />
– A crónica <strong>de</strong> costumes.<br />
– O histórico, o simbólico e o trágico.<br />
– Narrador e processo narrativo.<br />
– Linguagem e estilo queirosianos.<br />
• Apresentação oral num PowerPoint sugestivo e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />
• Registo individual escrito <strong>de</strong> um texto expositivo-argumentativo sobre o tema do trabalho realizado em grupo.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />
• Produção <strong>de</strong> um texto expositivo-argumentativo individual.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />
• Leitura <strong>de</strong> imagem: caricaturas, <strong>de</strong>senhos humorísticos (função crítica da imagem).<br />
• Pesquisa e constituição <strong>de</strong> Webfólio/Portefólio <strong>de</strong> caricaturas/<strong>de</strong>senhos humorísticos.<br />
• Seleção das caricaturas/dos <strong>de</strong>senhos por área (por exemplo, política).<br />
• Constituição <strong>de</strong> pequenos grupos e trabalho em torno <strong>de</strong> uma das caricaturas selecionadas ou <strong>de</strong> um dos cartoons<br />
selecionados.<br />
• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> características da linguagem visual/verbal utilizada;<br />
• Levantamento dos recursos expressivos e dos mecanismos <strong>de</strong> persuasão que suportam a crítica.<br />
• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />
• Seleção <strong>de</strong> excertos d’Os Maias que configurem um exemplo <strong>de</strong> caricatura escrita.<br />
• Produção e apresentação <strong>de</strong> um esquema que exemplifique essa caricatura.<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral;<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo;<br />
• Avaliação do esquema/leitura <strong>de</strong> uma caricatura;<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />
• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):<br />
– Síntese <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo (manual) em trabalho <strong>de</strong> pares.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho <strong>de</strong> pares.<br />
• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 5<br />
• Constituição <strong>de</strong> quatro gran<strong>de</strong>s grupos para preparação prévia <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate.<br />
– Discussão em torno do tema apresentado (manual).<br />
– Registo escrito dos melhores argumentos/contra-argumentos e exemplos.<br />
• Seleção <strong>de</strong> um aluno mo<strong>de</strong>rador e dois alunos secretários, encarregados <strong>de</strong> tirar notas durante o <strong>de</strong>bate para, no<br />
final, elaborarem a síntese oral do processo e das conclusões do <strong>de</strong>bate.<br />
• Debate no grupo-turma:<br />
– Discussão das i<strong>de</strong>ias-força <strong>de</strong> cada grupo.<br />
– Verificação da eficácia argumentativa.<br />
– Dinâmica que o mo<strong>de</strong>rador imprime ao <strong>de</strong>bate, não o <strong>de</strong>ixando esmorecer, através da introdução <strong>de</strong> questões<br />
pertinentes que relancem a discussão.<br />
• Síntese oral final.<br />
• Síntese escrita das conclusões do <strong>de</strong>bate.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Avaliação da participação no <strong>de</strong>bate e da síntese oral final.<br />
• Avaliação da síntese escrita.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
101
102<br />
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
30<br />
C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
Ví<strong>de</strong>o-documentário: O homem que nunca se maçava<br />
Nas palavras da filha, Dona Maria Eça <strong>de</strong> Queirós (falecida em 1970), adivinha-se a personalida<strong>de</strong> do escritor<br />
subjacente à sua obra. Mesmo na tarefa árdua <strong>de</strong> burilar a escrita, guardava um sorriso para os seus quatro filhos,<br />
um ensinamento como esse <strong>de</strong> que a vida é <strong>de</strong>masiado preciosa para que nos <strong>de</strong>ixemos maçar. Recordações como<br />
esta surgem no filme da SinalVí<strong>de</strong>o, produzido e financiado pelo Instituto Camões, Eça <strong>de</strong> Queirós, realida<strong>de</strong> e ficção.<br />
Com guião e apresentação do reputado queirosiano A. Campos Matos (autor <strong>de</strong> várias obras, entre as quais o<br />
Dicionário <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós ), este trabalho (que tem edições legendadas em inglês, francês e castelhano) traça o<br />
perfil biográfico do autor d’Os Maias.<br />
A ação do filme começa na Póvoa <strong>de</strong> Varzim. Filho dos amores <strong>de</strong> Carolina Pereira d’Eça e <strong>de</strong> José Teixeira <strong>de</strong><br />
Queirós, José Maria <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós, nascido naquela cida<strong>de</strong> costeira a 25 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1845, teve uma infância<br />
<strong>de</strong>certo confortável, mas <strong>de</strong>sprovida do afeto dos pais. Dos cuidados <strong>de</strong> uma ama, resi<strong>de</strong>nte em Vila do Con<strong>de</strong>,<br />
passará para casa dos avós paternos em Ver<strong>de</strong>milho (Aveiro) e, à morte <strong>de</strong>stes quando contava <strong>de</strong>z anos, para o<br />
colégio da Lapa no Porto, on<strong>de</strong>, sob gran<strong>de</strong> austerida<strong>de</strong>, viverá a adolescência. Em 1861, ruma a Coimbra, on<strong>de</strong> cursará<br />
Direito e encontrará Antero <strong>de</strong> Quental, circunstância que terá profundas consequências na evolução literária<br />
<strong>de</strong> ambos. Fazendo juz ao seu título – Eça: realida<strong>de</strong> e ficção – o filme cruzará a partir <strong>de</strong> então a vida e a obra do<br />
escritor, lendo frequentemente passagens <strong>de</strong> livros, cartas e testemunhos. Sobre esses anos vividos em Coimbra,<br />
recordará: «Também me sentei num <strong>de</strong>grau, quase aos pés <strong>de</strong> Antero que improvisava, a escutar, num enlevo,<br />
como um discípulo. E para sempre assim me conservei na vida.»<br />
Segue-se nova «viagem» para o espetador. Aos 21 anos, Eça terá uma experiência inédita: ruma a Lisboa para,<br />
finalmente, viver com os pais e com os irmãos. Com morada na Praça do Rossio, n. o 26, torna-se um janota (como<br />
recorda a filha), frequentando os lugares da boémia chique da capital – o Grémio Literário, a Casa Havaneza,<br />
o Passeio Público, o Aterro, o Café Martinho (supremamente elogiado no romance A Capital ), lugares que <strong>de</strong>pois se<br />
tornarão o palco <strong>de</strong> personagens inesquecíveis como João da Ega, Carlos da Maia, Maria Eduarda, Dâmaso Salce<strong>de</strong>,<br />
Palma Cavalão, Artur Corvelo, Luísa e o seu primo Basílio. O essencial da formação do escritor estava assegurado.<br />
Ao longo dos anos acumulará funções oficiais com a escrita. Em 1872, torna-se diplomata, assumindo o cargo <strong>de</strong><br />
cônsul em Havana. Seguir-se-ão os postos <strong>de</strong> Newcastle, Bristol e Paris, on<strong>de</strong> falecerá em 1900. As funções diplomáticas<br />
nunca se mostraram incompatíveis com a escrita e a publicação – a sua bibliografia é publicada por esta<br />
or<strong>de</strong>m: O Crime do Padre Amaro (1876); O Primo Basílio (1878); A Relíquia (1887); Os Maias (1888).<br />
Embora nunca <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> assinalar a importância literária <strong>de</strong>stas obras e do seu autor, Eça <strong>de</strong> Queirós: realida<strong>de</strong><br />
e ficção nunca per<strong>de</strong> <strong>de</strong> vista o homem. Aborda a sua profunda e longuíssima amiza<strong>de</strong> por Ramalho Ortigão, com<br />
quem escreveu As Farpas e O Crime da Estrada <strong>de</strong> Sintra, o modo como se indignou contra as condições <strong>de</strong> trabalho<br />
dos trabalhadores macaenses em Havana e o profundo amor e respeito que <strong>de</strong>votou à esposa, Emília, e aos quatro<br />
filhos do casal.<br />
Ao contrário <strong>de</strong> muitos outros artistas do século XIX, os seus contemporâneos não tardaram a reconhecer-lhe o<br />
talento. Cem anos <strong>de</strong>pois, a homenagem é completa. A sua obra continua perfeitamente atual.<br />
Fonte: www.instituto-camoes.pt/encarte/ecasempre.htm
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
As Farpas<br />
Crónica mensal da política, das letras e dos costumes<br />
Ah! É verda<strong>de</strong>, já nos esquecia! Este mês caiu um ministério e subiu outro! Também – se pomos aqui este facto<br />
trivial, é só para completar a crónica do mês. De resto estamos como o país: que caiam ministérios ou que subam,<br />
que é que isso nos faz a nós – a vós, pobres homens da província que trabalhais e pagais, a vós burgueses que gozais<br />
as vossas rendas, a vós comerciantes que ven<strong>de</strong>is as vossas peças <strong>de</strong> pano cru, a vós árvores que ramalhais, a ti sol<br />
que nos crias? Um ministério vai, outro vem; uns têm, outros não, são bens <strong>de</strong> sacristão, cantando vêm cantando<br />
vão. Pobres <strong>de</strong>les! Vivem e não têm vida; pousam o pé e não <strong>de</strong>ixam pegada; morrem e nada nos falta.<br />
Este outono vai bom: as colheitas no Douro não foram más, e algumas árvores, já meias <strong>de</strong>sfolhadas, começam<br />
a <strong>de</strong>stacar, no tom outonal, sobre a pali<strong>de</strong>z do ar!<br />
Oh! Eles também não são precisos para nada, os ministérios! Tire-se o ministério, e o país continuará a viver, as<br />
sementeiras fazem-se, os tributos pagam-se, os pobres enterram-se, os rios <strong>de</strong>scem para o mar, os agiotas vencem!<br />
É sempre o mesmo! Se têm minoria, dissolvem, fazem outra câmara com maioria, mas daí a pouco, essa maioria<br />
tornou-se minoria, e como não po<strong>de</strong>m dissolver outra vez – caem! Ocupados nisto não po<strong>de</strong>m fazer mais nada!<br />
Ele, até o melhor era <strong>de</strong>ixar que cada ministério dissolvesse as câmaras que quisesse! Ficava um ministério para<br />
sempre. Já a gente os conhecia. É verda<strong>de</strong> que assim também os conhece. De mais! Pobre gente! entretém-se<br />
naquilo! Também se não fosse a política que seria <strong>de</strong> muita gente? Que seria do sr…. Por exemplo? Ele não é agricultor,<br />
ele não é escritor, ele não é tenor, ele não é Cora Pearl, ele não é a corveta Estefânia… Se não fosse político…<br />
credo, que o pobre homem era capaz <strong>de</strong> não ser coisa nenhuma! Ah! A política: excelente arrumação! Pu<strong>de</strong>ra! Ela é<br />
a posição dos nulos, a ocupação dos vadios, a ciência dos ignorantes, o préstimo dos inúteis, a gran<strong>de</strong>za dos medíocres,<br />
a renda dos que não têm renda!... Mas em que estávamos nós a falar? No ministério. Sim, coitado, foi feliz,<br />
subiu!»<br />
Eça <strong>de</strong> Queiroz; Ramalho Ortigão, in Maria Filomena Mónica (2004) (coor<strong>de</strong>nação),<br />
As Farpas, Lisboa, Publicações Principia, páginas 201-202<br />
103
104<br />
Ficha <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong> leitura d’Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós<br />
Capítulo I<br />
1. Indica a data em que tem início a narração d’Os Maias.<br />
a) 1820. c) 1875.<br />
b) 1870. d) 1887.<br />
2. Assinala o subtítulo do romance Os Maias.<br />
a) Cenas da vida doméstica.<br />
b) Episódios da vida romântica.<br />
c) Episódios da vida aristocrática.<br />
d) Cenas da vida oitocentista.<br />
3. Os Maias são uma família. Explicita o seu estatuto social e as três últimas gerações <strong>de</strong>ssa família.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
4. I<strong>de</strong>ntifica o nome da casa que os Maias foram habitar e on<strong>de</strong> se situava.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
5. Assinala o nome da estátua que existia no jardim <strong>de</strong>ssa casa.<br />
a) Cupido.<br />
b) Vénus.<br />
c) D. Afonso Henriques.<br />
6. I<strong>de</strong>ntifica o elemento mais novo da família.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
7. Determina o que era Santa Olávia e on<strong>de</strong> se situava.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
8. Explica quem era o Reverendo Bonifácio.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
9. I<strong>de</strong>ntifica o país estrangeiro em que Afonso e a sua mulher viveram.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________
10. Nomeia o filho <strong>de</strong> ambos, sintetizando, numa frase, a maneira como foi educado.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
11. Indica o nome da mulher por quem este se viria a apaixonar.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
12. Clarifica o motivo pelo qual lhe chamavam negreira.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
13. Descreve a reação <strong>de</strong> Afonso quando o filho lhe pediu autorização para se casar.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
Capítulos II, III e IV<br />
1. Explicita os países que Pedro da Maia e Maria Monforte visitaram após o casamento.<br />
______________________________________________________________________________________________________________________<br />
2. Assinala o bairro <strong>de</strong> Lisboa on<strong>de</strong> o casal se instalou.<br />
a) Santos.<br />
b) Janelas Ver<strong>de</strong>s.<br />
c) Arroios.<br />
d) Campo <strong>de</strong> Ourique.<br />
3. I<strong>de</strong>ntifica o amigo do casal que virá a conhecer Carlos quando adulto.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
4. Explica o motivo da escolha do nome <strong>de</strong> Carlos.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
5. Assinala o número <strong>de</strong> filhos que Pedro da Maia e Maria Monforte tiveram.<br />
a) Um filho.<br />
b) Dois filhos.<br />
c) Quatro filhos.<br />
105
106<br />
6. Descreve a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pedro após a fuga <strong>de</strong> Maria, sua esposa.<br />
___________________________________________________________________________________________________________________________<br />
7. Assinala os aspetos que po<strong>de</strong>m caracterizar o tipo <strong>de</strong> educação que Afonso quis proporcionar ao neto.<br />
Estudo do latim<br />
Exercício físico<br />
Estudo <strong>de</strong> línguas vivas<br />
Conhecimentos teóricos<br />
Conhecimentos práticos<br />
8. I<strong>de</strong>ntifica os filhos <strong>de</strong> D. Eugénia Silveira.<br />
___________________________________________________________________________________________________________________________<br />
9. Explicita as revelações feitas a Afonso acerca do para<strong>de</strong>iro da neta.<br />
___________________________________________________________________________________________________________________________<br />
10. Carlos formou-se em Medicina. Especifica os seus projetos.<br />
___________________________________________________________________________________________________________________________<br />
___________________________________________________________________________________________________________________________<br />
11. Ega é o gran<strong>de</strong> amigo e companheiro <strong>de</strong> Carlos. Refere os planos daquele.<br />
___________________________________________________________________________________________________________________________<br />
___________________________________________________________________________________________________________________________<br />
12. I<strong>de</strong>ntifica o local do consultório <strong>de</strong> Carlos.<br />
___________________________________________________________________________________________________________________________<br />
13. Preenche o seguinte quadro acerca das personagens indicadas.<br />
Steinbroken<br />
Craft<br />
Cruges<br />
Cohen<br />
Aspetos Sim Não<br />
Personagem Profissão/Ocupação Nacionalida<strong>de</strong>
Capítulos V, VI e VII<br />
1. Sintetiza como eram passados os serões em casa dos Maias, mencionando quem os frequentava.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
2. Assinala o teatro que Carlos frequentava.<br />
a) Dona Maria.<br />
b) São Luís.<br />
c) São Carlos.<br />
d) Trinda<strong>de</strong>.<br />
3. Refere alguns locais <strong>de</strong> Lisboa por on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ambulam as personagens.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
4. Clarifica o que preten<strong>de</strong> dizer Ega com a expressão «Vamo-nos gouvarinhar».<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
5. I<strong>de</strong>ntifica a quem pertencia a famosa Vila Balzac.<br />
a) Aos Cohen.<br />
b) Aos Maias.<br />
c) A Alencar.<br />
d) A João da Ega.<br />
6. Indica o sítio on<strong>de</strong> viu Carlos, pela primeira vez, uma mulher que o impressionou.<br />
a) No Hotel Central.<br />
b) No Chiado.<br />
c) Na Rua <strong>de</strong> São Francisco.<br />
d) No Teatro São Luís.<br />
7. Menciona o sítio on<strong>de</strong> <strong>de</strong>corre o jantar organizado por Ega.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
7.1 Explicita os objetivos <strong>de</strong>sse jantar.<br />
________________________________________________________________________________________________________________________<br />
8. Nesse jantar discutiram-se vários assuntos. I<strong>de</strong>ntifica-os.<br />
a) As mulheres.<br />
b) Os menus.<br />
c) Teorias literárias.<br />
d) Desportos.<br />
9. Determina quem é que entra em conflito nesse jantar e o motivo <strong>de</strong> tal confronto.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
107
108<br />
10. I<strong>de</strong>ntifica a personagem que repete, com frequência, a expressão «Chique a valer!».<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
11. Explica o que <strong>de</strong>signa a expressão Petits Pois à la Cohen.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
12. Explicita as revelações que são feitas a Carlos acerca do seu passado.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
13. Carlos volta a encontrar a mulher que o tinha impressionado muito, na companhia <strong>de</strong>:<br />
a) Ega.<br />
b) Dâmaso.<br />
c) Alencar.<br />
d) Eusebiozinho.<br />
14. Indica on<strong>de</strong> Carlos <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> ir e o objetivo que o leva a fazer esta viagem.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
Capítulos VIII, IX e X<br />
1. Indica quem acompanha Carlos a Sintra e a recomendação que lhe é feita ao sair <strong>de</strong> casa.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
2. I<strong>de</strong>ntifica o trajeto percorrido pelos dois amigos até chegarem a Sintra.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
3. Assinala o que, durante o percurso, o amigo <strong>de</strong> Carlos comeu.<br />
a) Coelho à caçador.<br />
b) Coelho guisado.<br />
c) Ovos com chouriço.<br />
d) Fruta.<br />
4. Indica três locais <strong>de</strong> Sintra referidos neste capítulo.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
5. Assinala on<strong>de</strong> Carlos e o amigo ficam instalados.<br />
a) No Central. b) Na Lawrence. c) No Nunes. d) No Tivoli.
6. I<strong>de</strong>ntifica quem lá encontram, relevando o aspeto <strong>de</strong>ssas personagens.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
7. A <strong>de</strong>terminada altura, os dois companheiros encontram um amigo comum. I<strong>de</strong>ntifica-o.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
8. Assinala o sítio para on<strong>de</strong> se dirigem <strong>de</strong> seguida.<br />
a) Seteais.<br />
b) Palácio da Pena.<br />
c) Monserrate.<br />
d) Lawrence.<br />
9. Explica o estado <strong>de</strong> espírito com que Carlos <strong>de</strong>ixa Sintra e a sua origem.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
10. Descreve a reação do amigo <strong>de</strong> Carlos no final <strong>de</strong>ste passeio.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
11. Apresenta o motivo que leva Carlos a sentir, a certa altura, um «<strong>de</strong>sejo brutal <strong>de</strong> espancar» Dâmaso.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
12. Sintetiza o que acontece <strong>de</strong> inesperado no início da soirée dos Cohens.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
13. Assinala a mulher com quem Carlos tem uma relação adúltera.<br />
a) Raquel Cohen.<br />
b) Con<strong>de</strong>ssa da Gouvarinho.<br />
c) D. Maria da Cunha.<br />
d) Ministra da Baviera.<br />
14. Descreve o sítio on<strong>de</strong> <strong>de</strong>correm as corridas <strong>de</strong> cavalos e o ambiente que as ro<strong>de</strong>ia.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
15. Descreve em que consiste a agradável surpresa <strong>de</strong> Carlos, após a corrida <strong>de</strong> cavalos.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
109
110<br />
Capítulos XI, XII e XIII<br />
1. Indica o local <strong>de</strong> Lisboa on<strong>de</strong> morava a mulher que atraía Carlos.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
2. Explicita o motivo da ida <strong>de</strong> Carlos a casa <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
3. Um acontecimento inesperado verifica-se na estação <strong>de</strong> Santa Apolónia. Indica-o.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
4. Refere como passava, agora, Carlos as suas tar<strong>de</strong>s e que tipo <strong>de</strong> sentimentos o dominava.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
5. I<strong>de</strong>ntifica quem veio também numa <strong>de</strong>ssas tar<strong>de</strong>s e que ambiente se gerou.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
6. Menciona on<strong>de</strong> se instalou Ega, após regressar do seu exílio em Celorico.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
7. Indica qual a personagem que, ao dirigir-se a Carlos e Ega, disse: «Pois então façam vocês essa revolução.<br />
Mas pelo amor <strong>de</strong> Deus, façam alguma coisa.»<br />
a) Cruges. b) Alencar. c) Dâmaso. d) Afonso.<br />
8. Assinala o tema abordado durante o jantar em casa dos Gouvarinhos.<br />
a) A escravatura. b) As teorias literárias. c) A ópera. d) A moda.<br />
9. Explica o comportamento da Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Gouvarinho em relação a Carlos, durante e após este jantar.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
10. Refere <strong>de</strong> que modo evoluiu a relação <strong>de</strong> Carlos e Madame Castro Gomes e o que ambos <strong>de</strong>cidiram.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
11. Explicita como evoluiu a amiza<strong>de</strong> entre Carlos e Dâmaso.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________
12. Explica o que era a «Toca».<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
13. Assinala o que representava o quadro que impressionou Madame Castro Gomes na visita à casa dos Olivais.<br />
a) Vénus e Marte. b) S. João Batista. c) S. António. d) Guerra <strong>de</strong> Troia.<br />
14. Menciona a razão pela qual ficou impressionada com tal quadro.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
15. Explica o que aconteceu à Gouvarinho.<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
__________________________________________________________________________________________________________________________<br />
Capítulos XIV e XV<br />
1. I<strong>de</strong>ntifica e situa a nova casa <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
2. Explica como <strong>de</strong>corria a relação entre Carlos e Maria Eduarda e qual a sua intenção.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
3. I<strong>de</strong>ntifica a personagem que revelou a Carlos aspetos <strong>de</strong>sconhecidos sobre Maria Eduarda.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
4. Explicita as revelações feitas por essa personagem.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
5. Assinala o verda<strong>de</strong>iro nome <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />
a) Mac Cartney. c) MacDonald.<br />
b) Mac Gren. d) Mac Green.<br />
6. Explica como reagiu Carlos.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
7. Refere outras revelações feitas posteriormente por Maria Eduarda.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
111
112<br />
8. Assinala o nome do jornal que publicou um artigo sobre Carlos.<br />
a) Sentinela do Diabo. b) Corneta do Diabo. c) A Tar<strong>de</strong>. d) O Diabo.<br />
9. I<strong>de</strong>ntifica o redator do artigo.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
10. Menciona o conteúdo do artigo.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
11. I<strong>de</strong>ntifica a personagem que mandara publicar tal artigo.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
12. Explica como acabou a questão.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
13. Indica o motivo pelo qual também Ega se quis vingar <strong>de</strong>ssa personagem.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
Capítulos XVI a XVIII<br />
1. Refere-te ao modo como <strong>de</strong>correu o sarau do Teatro da Trinda<strong>de</strong>.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
2. I<strong>de</strong>ntifica a personagem que fala com Ega sobre Maria Eduarda.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
3. Explicita a revelação feita e os argumentos existentes que confirmavam essa revelação.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
4. I<strong>de</strong>ntifica a personagem que conta toda a verda<strong>de</strong> a Carlos.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
5. Clarifica o que se passa a seguir entre Carlos e Maria Eduarda.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________
6. Menciona o que acontece a Afonso e on<strong>de</strong>.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
7. Explica o que faz Carlos <strong>de</strong>pois do gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgosto.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
8. Indica ao fim <strong>de</strong> quanto tempo se reencontram <strong>de</strong> novo Carlos e Ega.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
9. Ao passearem por Lisboa, Carlos e Ega encontram pessoas conhecidas. I<strong>de</strong>ntifica essas pessoas, explicando em<br />
que sentido tinham evoluído.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
10. Refere a opinião <strong>de</strong> Carlos sobre a capital após todos aqueles anos.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
11. Explicita o que aconteceu a Maria Eduarda.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
12. Refere o que acontece <strong>de</strong> inesperado quando os dois amigos visitam o Ramalhete.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
13. Indica a teoria <strong>de</strong> vida referida pelos dois e que, naquele momento, pauta as suas vidas. Conseguem levar essa<br />
teoria à prática? Porquê?<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
14. Explicita <strong>de</strong> que maneira termina o romance.<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
____________________________________________________________________________________________________________________________<br />
113
114<br />
Roteiro queirosiano em Lisboa<br />
Lisboa serve <strong>de</strong> cenário ao capítulo final d’O Crime do Padre Amaro, a O Primo Basílio, a A Capital, a A Tragédia<br />
da Rua das Flores, a Os Maias, a Alves & Cia., a José Matias, a Singularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma Rapariga Loira e a<br />
A Catástrofe. Também com Lisboa se relacionam O Mandarim, A Relíquia, O Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abranhos, A Ilustre Casa <strong>de</strong><br />
Ramires e Correspondência <strong>de</strong> Fradique Men<strong>de</strong>s.<br />
• Rossio:<br />
– No n. o 26, 4. o andar, sobre o atual café Nicola, situava-se a residência dos pais <strong>de</strong> Eça.<br />
– Espaço central por on<strong>de</strong> passam todas as personagens queirosianas.<br />
Era no Rossio que se situava:<br />
– o consultório <strong>de</strong> Carlos da Maia (Os Maias);<br />
– o escritório do Dr. Vaz Correia (Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abranhos);<br />
– o Gonçalinho (A Ilustre Casa <strong>de</strong> Ramires);<br />
– o Raposão – «como o Rossio não há» (A Relíquia).<br />
• Restauradores:<br />
«Um obelisco, com borrões <strong>de</strong> bronze no pe<strong>de</strong>stal, erguia um traço cor <strong>de</strong> açúcar na vibração fina da luz <strong>de</strong> inverno;<br />
e os largos globos dos can<strong>de</strong>eiros que o cercavam, batidos do sol, brilhavam» (Os Maias).<br />
• Praça da Figueira:<br />
Aqui funcionava o mercado, <strong>de</strong>molido em 1949.<br />
«Maria Eduarda viera indignada da Praça da Figueira» (Os Maias ).<br />
• Largo do Pelourinho (Praça do Município):<br />
«Como estavam no Pelourinho [o senhor Guimarães], rogou a Ega que esperasse um bocadinho, enquanto ele corria,<br />
acima, buscar os papéis da Monforte» (Os Maias ).<br />
• Avenida da Liberda<strong>de</strong>:<br />
«Ora aí tens tu essa Avenida, hem?... Já não é mau!» (Os Maias ).<br />
• Teatro da Trinda<strong>de</strong>:<br />
«Ega voltou a falar dos inundados do Ribatejo e do sarau literário e artístico que em benefício <strong>de</strong>les se ia cometer<br />
no salão da Trinda<strong>de</strong>» (Os Maias ).<br />
• Hotel Central:<br />
«Então, couraçado <strong>de</strong> libras, corri a saciar-me! Ah, que dia! Jantei num gabinete do Hotel Central, solitário e<br />
egoísta, com a mesa alastrada <strong>de</strong> Bordéus, Borgonha, Champagne, Reno...» (O Mandarim).<br />
«Ega oferece o Jantar a Cohen no Hotel Central» (Os Maias ).<br />
• Hipódromo <strong>de</strong> Belém (atual zona resi<strong>de</strong>ncial a oeste do Mosteiro dos Jerónimos):<br />
«Estavam todas as senhoras que vêm no high life dos jornais, as dos camarotes <strong>de</strong> São Carlos, as das terças-feiras<br />
dos Gouvarinhos. A maior parte tinha vestidos sérios <strong>de</strong> missa.» (Os Maias ).<br />
• Alto do Chiado:<br />
On<strong>de</strong> acaba Os Maias .<br />
A expressão do tempo – o tempo psicológico – 2 anos = toda a vida.<br />
• Hotel Bragança:<br />
O hotel dos vencidos da vida.<br />
• Largo do Pelourinho:<br />
On<strong>de</strong> João da Ega encontra o Sr. Guimarães, portador <strong>de</strong> toda a «tragédia» (Os Maias).<br />
• Rampa <strong>de</strong> Santos (atual Calçada Ribeiro Santos)/Aterro (avenida 24 <strong>de</strong> Julho)<br />
«Ainda o apanhamos! De novo a lanterna <strong>de</strong>slizou e fugiu. Então, para apanhar o americano, os dois amigos romperam<br />
a correr <strong>de</strong>sesperadamente pela Rampa <strong>de</strong> Santos e pelo Aterro sob a primeira clarida<strong>de</strong> luar que subia.»<br />
(Os Maias ).
D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>:<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral<br />
Ouve atentamente o excerto do capítulo XVII d’Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós. Seleciona a opção que consi<strong>de</strong>rares<br />
correta.<br />
1. A ação <strong>de</strong>corre...<br />
a) nos Olivais. c) no Ramalhete.<br />
b) em Santa Olávia. d) em Celas.<br />
2. Quando entrou em casa e avistou a figura do avô, Carlos...<br />
a) cumprimentou-o com muito afeto. c) esgueirou-se rapidamente para o salão.<br />
b) proferiu uma saudação em voz baixa. d) recuou e parou num recanto.<br />
3. Carlos entrou no quarto às escuras e...<br />
a) tropeçou num sofá. c) bateu na cómoda.<br />
b) esbarrou na porta. d) tropeçou na cama.<br />
4. Compreen<strong>de</strong>ndo que o seu segredo fora <strong>de</strong>scoberto, Carlos...<br />
a) <strong>de</strong>seja repousar num local longínquo. c) lembra-se dos seus tempos <strong>de</strong> estudante.<br />
b) pensa realizar uma viagem pela Europa. d) consi<strong>de</strong>ra que a solução seria o suicídio.<br />
5. De manhã, Carlos é interpelado por...<br />
a) Vilaça. c) Ega.<br />
b) Batista. d) Dâmaso.<br />
6. A governanta pe<strong>de</strong> a um moço que...<br />
a) levante Afonso da Maia. c) vá chamar o doutor Azevedo.<br />
b) vá acordar Carlos da Maia. d) se dirija para a padaria.<br />
7. Afonso da Maia estava tombado sobre a mesa...<br />
a) do quintal. c) da sala.<br />
b) da cozinha. d) <strong>de</strong> bilhar.<br />
8. Para <strong>de</strong>screver a barba <strong>de</strong> Afonso, o narrador recorre a uma...<br />
a) hipálage. c) antítese.<br />
b) metáfora. d) comparação.<br />
9. Para tentar salvar o avô, Carlos...<br />
a) vai ao consultório. c) leva-o para casa.<br />
b) borrifa-o <strong>de</strong> água. d) tenta levantá-lo.<br />
10.Neste excerto, o narrador é...<br />
a) autodiegético. c) heterodiegético.<br />
b) homodiegético. d) protagonista.<br />
115
116<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão oral<br />
Debate (participação)<br />
Parâmetros<br />
a) Gere com pertinência o tempo que tem para intervir.<br />
b) Mobiliza informação a<strong>de</strong>quada ao tema em <strong>de</strong>bate.<br />
c) Defen<strong>de</strong> os seus pontos <strong>de</strong> vista, argumentando e <strong>de</strong>senvolvendo estratégias discursivas<br />
persuasivas.<br />
d) Interage produtiva e corretamente com os outros.<br />
e) Evita interromper a intervenção dos restantes intervenientes e repetir o que já foi dito.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total
Debate (mo<strong>de</strong>rador)<br />
Parâmetros<br />
a) Expõe sumariamente o assunto a <strong>de</strong>bater.<br />
b) Mobiliza informação a<strong>de</strong>quada ao tema em <strong>de</strong>bate.<br />
c) Estabelece uma relação entre as diversas opiniões expressas, procurando ser imparcial.<br />
d) Evita que os intervenientes se <strong>de</strong>sviem do assunto.<br />
e) Apresenta as conclusões.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
Debate (secretário)<br />
Parâmetros<br />
a) Regista com rigor os pedidos <strong>de</strong> intervenção.<br />
b) Colabora com o mo<strong>de</strong>rador na gestão do tempo e da or<strong>de</strong>m das intervenções.<br />
c) Regista, por escrito, os aspetos relevantes da discussão.<br />
d) Colabora com o mo<strong>de</strong>rador na dinamização da discussão.<br />
e) Apresenta oralmente a síntese dos aspetos relevantes da discussão.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
117
118<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> leitura<br />
Leitura <strong>de</strong> imagem<br />
Parâmetros<br />
a) Descreve os elementos constitutivos da imagem.<br />
b) Mobiliza recursos linguísticos a<strong>de</strong>quados à leitura <strong>de</strong> imagem.<br />
c) Analisa os constituintes da imagem, procurando as suas relações e a sua função.<br />
d) Constrói, com pertinência e criativida<strong>de</strong>, hipóteses <strong>de</strong> leitura interpretativa.<br />
e) Descodifica a simbologia subjacente à imagem.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total
Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão escrita<br />
Síntese<br />
Parâmetros<br />
a) Reconhece o assunto global do texto, i<strong>de</strong>ntificando as suas relações lógicas.<br />
b) Conserva as i<strong>de</strong>ias fundamentais e os exemplos importantes.<br />
f) Apresenta o texto na terceira pessoa com indicação do(s) autor(es), respeitando o limite <strong>de</strong><br />
palavras.<br />
c) Produz um texto conciso e coerente, mantendo a re<strong>de</strong> semântica.<br />
d) Utiliza corretamente a ortografia, a pontuação e os conetores frásicos.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
119
120<br />
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
30<br />
TESTE DE AVALIAÇÃO N. o 4<br />
Lê atentamente o texto a seguir transcrito.<br />
GRUPO I<br />
A<br />
O aposento, a que as velhas estantes <strong>de</strong> pau-preto davam um ar severo, estava adormecido tepidamente, na<br />
penumbra suave, com as cortinas bem fechadas, um resto <strong>de</strong> lume na chaminé, e o globo do can<strong>de</strong>eiro pondo a sua<br />
clarida<strong>de</strong> serena na mesa coberta <strong>de</strong> livros. Em baixo, os repuxos cantavam alto no silêncio da noite.<br />
Enquanto o escu<strong>de</strong>iro rolava para o pé da poltrona <strong>de</strong> Afonso, numa mesa baixa, os cristais e as garrafas <strong>de</strong><br />
soda, Vilaça, com as mãos nos bolsos, <strong>de</strong> pé e pensativo, olhava a brasa da acha que morria na cinza branca. Depois<br />
ergueu a cabeça, para murmurar, como ao acaso:<br />
– Aquele rapazito é esperto...<br />
– Quem? O Eusebiozinho? – disse Afonso, que se acomodava junto ao fogão, enchendo alegremente o<br />
cachimbo. – Eu tremo <strong>de</strong> o ver cá, Vilaça! O Carlos não gosta <strong>de</strong>le, e tivemos aí um <strong>de</strong>sgosto horroroso... Foi já<br />
há meses. Havia uma procissão e o Eusebiozinho ia <strong>de</strong> anjo... As Silveiras, excelentes mulheres, coitadas, mandaram-no<br />
cá para o mostrar à viscon<strong>de</strong>ssa, já vestido <strong>de</strong> anjo. Pois senhores, distraímo-nos, e o Carlos, que o<br />
andava a rondar, apo<strong>de</strong>ra-se <strong>de</strong>le, leva-o para o sótão, e, meu caro Vilaça... Em primeiro lugar ia-o matando<br />
porque embirra com anjos... Mas o pior não foi isso. Imagine você o nosso terror, quando nos aparece o<br />
Eusebiozinho aos berros pela titi, todo <strong>de</strong>sfrisado, sem uma asa, com a outra a bater-lhe os calcanhares<br />
<strong>de</strong>pendurada <strong>de</strong> um barbante, a coroa <strong>de</strong> rosas enterrada até ao pescoço, e os galões <strong>de</strong> ouro, os tules, as lentejoulas,<br />
toda a vestimenta celeste em frangalhos!... Enfim, um anjo <strong>de</strong>penado e sovado... Eu ia dando cabo do<br />
Carlos.<br />
Bebeu meta<strong>de</strong> da sua soda e, passando a mão pelas barbas, acrescentou, com uma satisfação profunda:<br />
– É levado do Diabo, Vilaça!<br />
O administrador, sentado agora à borda <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ira, esboçou uma risadinha muda; <strong>de</strong>pois ficou calado,<br />
olhando Afonso, com as mãos nos joelhos, como esquecido e vago. Ia abrir os lábios, hesitou ainda, tossiu <strong>de</strong> leve; e<br />
continuou a seguir pensativamente as faíscas que erravam sobre as achas.<br />
Afonso da Maia, no entanto, com as pernas estiradas para o lume, recomeçara a falar do Silveirinha. Tinha<br />
três ou quatro meses mais que Carlos, mas estava enfezado, estiolado, por uma educação à portuguesa: daquela<br />
ida<strong>de</strong> ainda dormia no choco com as criadas, nunca o lavavam para o não constiparem, andava couraçado <strong>de</strong><br />
rolos <strong>de</strong> flanelas! Passava os dias nas saias da titi a <strong>de</strong>corar versos, páginas inteiras do Catecismo <strong>de</strong><br />
Perseverança. Ele por curiosida<strong>de</strong> um dia abrira este livreco e vira lá «que o Sol é que anda em volta da Terra<br />
(como antes <strong>de</strong> Galileu), e que Nosso Senhor todas as manhãs dá as or<strong>de</strong>ns ao Sol, para on<strong>de</strong> há <strong>de</strong> ir e on<strong>de</strong> há <strong>de</strong><br />
parar, etc., etc.» E assim lhe estavam arranjando uma armazinha <strong>de</strong> bacharel...<br />
Vilaça teve outra risadinha silenciosa. Depois, como subitamente <strong>de</strong>cidido, ergueu-se, fez estalar os <strong>de</strong>dos,<br />
disse estas palavras:<br />
– Vossa Excelência sabe que apareceu a Monforte?<br />
Afonso, sem mover a cabeça, reclinado para as costas da poltrona, perguntou tranquilamente, envolvido no<br />
fumo do cachimbo:
35<br />
40<br />
– Em Lisboa?<br />
– Não senhor, em Paris. Viu-a lá o Alencar, esse rapaz que escreve, e que era muito <strong>de</strong> Arroios... Esteve até em<br />
casa <strong>de</strong>la.<br />
E ficaram calados. Havia anos que entre eles se não pronunciava o nome <strong>de</strong> Maria Monforte. Ao princípio, quando<br />
se retirara para Santa Olávia, a preocupação ar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Afonso da Maia fora tirar-lhe a filha que ela levara. Mas<br />
a esse tempo ninguém sabia on<strong>de</strong> Maria se refugiara com o seu príncipe: nem pela influência das legações, nem<br />
pagando regiamente a polícia secreta <strong>de</strong> Paris, <strong>de</strong> Londres, <strong>de</strong> Madrid, se pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir a «toca da fera», como<br />
dizia então o Vilaça.<br />
Eça <strong>de</strong> Queirós (2004), Os Maias (prefácio e cronologia <strong>de</strong> Maria Filomena Mónica),<br />
Lisboa, Texto Editores, páginas 64-65<br />
Apresenta, <strong>de</strong> forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.<br />
1. Esclarece a reação (ou reações) que as palavras iniciais <strong>de</strong> Vilaça provocam em Afonso da Maia.<br />
2. Expõe sucintamente o episódio humorístico protagonizado por Carlos e Eusebiozinho.<br />
3. Explicita o efeito expressivo da personificação na expressão «os repuxos cantavam alto no silêncio da noite»<br />
(linha 3)<br />
4. Eusebiozinho «tinha três ou quatro meses mais que Carlos, mas estava enfezado, estiolado, por uma educação<br />
à portuguesa» (linhas 23-24). Explica as características da tradicional educação portuguesa oitocentista presentes<br />
no texto.<br />
B<br />
Tido como obra-prima do romance português, Gaspar Simões consi<strong>de</strong>rou-o (...) «a mais perfeita obra <strong>de</strong> arte<br />
literária que ainda se escreveu em Portugal <strong>de</strong>pois d’Os Lusíadas».<br />
A. Campos Matos (1988), Dicionário <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós, Lisboa, Editorial Caminho, página 389<br />
Fazendo apelo à tua experiência <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> Os Maias, comenta, num texto <strong>de</strong> oitenta a cento e trinta<br />
palavras, a relação que existe entre a personagem Alencar e a família Maia.<br />
Observações relativas ao item B<br />
1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo<br />
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />
2. Um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.<br />
121
122<br />
GRUPO II<br />
1. Relê o excerto d’Os Maias transcrito no Grupo I. Para cada um dos itens que se seguem, escreve, na tua<br />
folha <strong>de</strong> respostas, a letra correspon<strong>de</strong>nte à alternativa correta, <strong>de</strong> acordo com o sentido do texto.<br />
1. O primeiro parágrafo do texto é uma sequência textual...<br />
a) expositiva.<br />
b) <strong>de</strong>scritiva.<br />
c) narrativa.<br />
d) preditiva.<br />
2. O segmento «Bebeu meta<strong>de</strong> da sua soda e, passando a mão pelas barbas, acrescentou» (linha 18) atualiza o<br />
protótipo textual...<br />
a) argumentativo.<br />
b) conversacional.<br />
c) instrucional.<br />
d) narrativo.<br />
3. No segmento textual «Quem? O Eusebiozinho? – disse Afonso» (linha 8), está presente um verbo...<br />
a) <strong>de</strong> sentimento.<br />
b) <strong>de</strong> dimensão interativa.<br />
c) dicendi.<br />
d) <strong>de</strong> opinião.<br />
4. No segmento textual «Eu tremo <strong>de</strong> o ver cá, Vilaça!» (linha 9), o constituinte «Vilaça» <strong>de</strong>sempenha a função<br />
sintática <strong>de</strong>...<br />
a) sujeito.<br />
b) complemento direto.<br />
c) complemento indireto.<br />
d) vocativo.<br />
5. Na expressão «uma risadinha muda» (linha 20), i<strong>de</strong>ntificamos uma...<br />
a) personificação.<br />
b) hipálage.<br />
c) sinestesia.<br />
d) antítese.<br />
6. O processo <strong>de</strong> formação da palavra «Eusebiozinho» <strong>de</strong>signa-se...<br />
a) <strong>de</strong>rivação por sufixação.<br />
b) <strong>de</strong>rivação por prefixação.<br />
c) composição morfológica.<br />
d) composição morfossintática.<br />
7. A forma verbal «recomeçara» (linha 23) encontra-se...<br />
a) no pretérito imperfeito do indicativo.<br />
b) no futuro do indicativo.<br />
c) no pretérito mais-que-perfeito do indicativo.<br />
d) no pretérito perfeito do indicativo.
5<br />
10<br />
2. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo<br />
a obteres uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, as letras e os<br />
números correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.<br />
Coluna A Coluna B<br />
1. Ao usar o nome Eusebiozinho (linha 8),<br />
2. Com o pronome pessoal «o», em «Eu tremo <strong>de</strong> o ver cá»<br />
(linha 9),<br />
3. Com as palavras «asa», «barbante», «coroa <strong>de</strong> rosas»,<br />
«galões <strong>de</strong> ouro», «tules», «lentejoulas» (linhas 14-16),<br />
4. Ao usar o adjetivo em posição pré-nominal, em «velhas<br />
estantes» (linha 1),<br />
5. Ao usar o verbo haver no singular, em «Havia anos»<br />
(linha 38),<br />
GRUPO III<br />
a) o enunciador recorre a um mecanismo <strong>de</strong> coesão interfrásica.<br />
b) o enunciador contrói o campo lexical <strong>de</strong> «vestimenta<br />
celeste».<br />
c) o enunciador traduz subjetivida<strong>de</strong>.<br />
d) o enunciador recorre a um mecanismo <strong>de</strong> coesão referencial<br />
gramatical.<br />
e) o enunciador põe em evidência que se trata <strong>de</strong> uma<br />
exceção à regra <strong>de</strong> concordância.<br />
f) o enunciador contrói o campo semântico <strong>de</strong> «vestimenta<br />
celeste».<br />
g) o enunciador recorre a um mecanismo <strong>de</strong> coesão<br />
frásica.<br />
h) o enunciador retoma o referente «Aquele rapazito»<br />
(linha 7)<br />
Faz uma síntese do texto a seguir transcrito, constituído por quinhentas e vinte e duas palavras, num<br />
texto <strong>de</strong> cento e vinte a cento e quarenta palavras.<br />
Whisky duplo, por favor!<br />
Luís Afonso é um exemplo <strong>de</strong> humor minimalista: tudo começa pela mudança <strong>de</strong> uma letra (diríamos melhor<br />
<strong>de</strong> «um fonema») que nos faz saltar do «cartoon» para o «bartoon», <strong>de</strong> um «p» para um «b», e assim cria um cenário<br />
conhecido, o da «conversa <strong>de</strong> bar». É uma pausa no dia, um lugar <strong>de</strong> confidências ou invenções pessoais, um<br />
comentário dos acontecimentos, e é nesta aceção que surge como personagem central «o leitor <strong>de</strong> jornais». Para<br />
Luís Afonso, a atualida<strong>de</strong> não se obtém através <strong>de</strong> uma participação nos factos, mas, sim, através <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong><br />
distanciamento e envolvimento que é da or<strong>de</strong>m do que oscila entre o jornal e a televisão, a «conversa fiada» e a<br />
«conversa afiada».<br />
Uma das características que distinguem os <strong>de</strong>senhos (...) é o <strong>de</strong> terem todos o mesmo cenário, o <strong>de</strong> um balcão<br />
<strong>de</strong> um bar, três bancos em que quase sempre apenas um está ocupado, uma máquina <strong>de</strong> cervejas, um dono ou<br />
empregado <strong>de</strong>sse mesmo bar, às vezes acompanhado pela mulher, e um interlocutor. Alguns dos interlocutores<br />
reinci<strong>de</strong>m, embora o mais frequente seja aquele que duplica o próprio dono do bar, se bem que com uma pequena<br />
123
124<br />
15<br />
20<br />
25<br />
30<br />
diferença <strong>de</strong> cabelos. Mas há a mulher <strong>de</strong> calças e longa cabeleira negra e frisada (mas <strong>de</strong> tempos a tempos muda<br />
<strong>de</strong> roupa e põe uma saia), há o jovem <strong>de</strong> camisola e calças às riscas, há o intelectual <strong>de</strong> gravata com flores e óculos,<br />
há o jovem robusto e mal barbeado com um gorro na cabeça, representante estudantil da chamada «geração<br />
rasca», há o marialva endividado e o homem <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> óculos escuros. (...) E temos ainda uma longa teoria <strong>de</strong><br />
personagens que simbolizam os gran<strong>de</strong>s protagonistas da atualida<strong>de</strong> política, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o homem das cavernas que<br />
faz as gravuras <strong>de</strong> Foz Côa até às mulheres <strong>de</strong> burka, e o próprio Deus em pessoa numa versão <strong>de</strong> Pai Natal. É a<br />
este, aliás, que cabe a frase <strong>de</strong>cisiva, quando vê o estado do mundo que criou: «um whisky duplo, por favor!» (...)<br />
O leitor po<strong>de</strong>rá nem reparar, mas estes <strong>de</strong>senhos conseguem criar a sua própria banda sonora através dos gestos<br />
e dos movimentos dos olhos. Por vezes o olhar é frontal, por vezes volta-se para <strong>de</strong>ntro como quem fica perplexo<br />
e reflete, por vezes há pálpebras que <strong>de</strong>scem sobre o olhar, ou os olhos ficam mais próximos <strong>de</strong> espanto ou emoção,<br />
ou o olhar ganha uma espécie <strong>de</strong> lateralida<strong>de</strong> como quem insinua o que está a dizer. Por vezes o espanto configura-se<br />
na mão segurando o queixo.<br />
O prazer que resulta <strong>de</strong>stes «cartoons» vem, como se disse, da sua matriz extremamente reduzida.<br />
Reencontramos um cenário idêntico, as mesmas <strong>situações</strong>, as mesmas personagens anónimas ou representativas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados grupos sociais (militares americanos, talibans, padres) – e nunca nos surge uma pessoa concreta<br />
(não há caricaturas, há apenas amostras <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> complexa). O código comunicacional é extremamente<br />
escasso e feito <strong>de</strong> discretas marcas quase subliminares. A realida<strong>de</strong> é concentrada e <strong>de</strong>purada através da sua<br />
medição discursiva: existe na medida em que é dita, comentada, transformada em lugar-comum. O trabalho <strong>de</strong><br />
Luís Afonso é um trabalho sobre lugares-comuns da vida coletiva.<br />
Eduardo Prado Coelho (prefácio) in Luís Afonso, 10 anos <strong>de</strong> Bartoon,<br />
Lisboa, Publicações Dom Quixote<br />
Observações:<br />
1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />
2. Relativamente ao <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados – um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo <strong>de</strong> trezentas palavras –,<br />
há que aten<strong>de</strong>r ao seguinte:<br />
– A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />
– Nos outros casos, um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do<br />
texto produzido.<br />
FIM
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
GRUPO I<br />
A<br />
1. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................... 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Esclarece, com pertinência e rigor, os efeitos que as palavras<br />
<strong>de</strong> Vilaça provocam em Afonso da Maia.<br />
Esclarece, com pertinência, os efeitos que as palavras <strong>de</strong> Vilaça<br />
provocam em Afonso da Maia.<br />
Esclarece, com esporádicas imprecisões, os efeitos que as palavras<br />
<strong>de</strong> Vilaça provocam em Afonso da Maia.<br />
Esclarece, com acentuadas imprecisões, os efeitos que as palavras<br />
<strong>de</strong> Vilaça provocam em Afonso da Maia.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• A afirmação <strong>de</strong> Vilaça («Aquele rapazito é esperto») <strong>de</strong>sperta a satisfação <strong>de</strong> Afonso, que enche «alegremente o<br />
cachimbo» e aproveita para narrar um episódio que ridiculariza Eusebiozinho e a educação retrógrada que lhe é<br />
ministrada.<br />
• A evocação do episódio narrado provoca uma «satisfação profunda» em Afonso, que se orgulha da inteligência e<br />
<strong>de</strong>streza do neto («É levado do Diabo»).<br />
• …<br />
9<br />
7<br />
5<br />
3<br />
125
126<br />
2. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 20 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Expõe sintetizadamente, com rigor e pertinência, o episódio<br />
protagonizado por Carlos e Eusebiozinho.<br />
Expõe sintetizadamente e com pertinência, o episódio protagonizado<br />
por Carlos e Eusebiozinho.<br />
Expõe, com pertinência, o episódio protagonizado por Carlos e<br />
Eusebiozinho, mas revela pouca capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> síntese.<br />
Expõe, com acentuada imprecisão, o episódio protagonizado<br />
por Carlos e Eusebiozinho, revelando muita dificulda<strong>de</strong> na elaboração<br />
da síntese.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Eusebiozinho vai a Santa Olávia para mostrar a «vestimenta» <strong>de</strong> anjo que iria levar na procissão, mas Carlos, que<br />
não simpatizava com Eusebiozinho e que embirrava com anjos, levou-o para o sótão e <strong>de</strong>struiu toda a indumentária<br />
do pequeno Silveirinha.<br />
• …<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3
3. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
Descritores Pontuação<br />
Explicita, com rigor e pertinência, o efeito expressivo da personificação.<br />
3 Explicita, com pertinência, o efeito expressivo da personificação. 7<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Explicita, com algumas imprecisões, o efeito expressivo da personificação.<br />
Explicita, com acentuadas imprecisões, o efeito expressivo da<br />
personificação.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Na expressão «os repuxos cantavam alto no meio da noite», a personificação sugere alegria, tranquilida<strong>de</strong>, harmonia.<br />
• Esta personificação <strong>de</strong>sperta a sensação <strong>de</strong> uma perfeita comunhão entre a Natureza e a paz que se vivia naquele<br />
lar.<br />
• A água, símbolo <strong>de</strong> vida, canta e, por isso, sobrepõe-se às trevas («noite»), sugerindo o bem-estar <strong>de</strong> Afonso e do<br />
neto.<br />
• …<br />
9<br />
5<br />
3<br />
127
128<br />
4. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 20 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Explica, com rigor e pertinência, as características da tradicional<br />
educação portuguesa oitocentista presentes no texto.<br />
Explica, com pertinência, as características da tradicional educação<br />
portuguesa oitocentista presentes no texto.<br />
Explica, com alguma imprecisão, as características da tradicional<br />
educação portuguesa oitocentista presentes no texto.<br />
Explica, com acentuadas imprecisões, as características da tradicional<br />
educação portuguesa oitocentista presentes no texto.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Superproteção feminina («ainda dormia no choco com as criadas»).<br />
• Afastamento da higiene diária para não contrair doenças («nunca o lavavam para o não constiparem, andava<br />
couraçado <strong>de</strong> rolos <strong>de</strong> flanelas»).<br />
• Memorização em <strong>de</strong>trimento do <strong>de</strong>senvolvimento do espírito crítico («Passava os dias nas saias da titi a <strong>de</strong>corar<br />
versos»).<br />
• Culto exacerbado da religiosida<strong>de</strong> («páginas inteiras do Catecismo <strong>de</strong> Perseverança»).<br />
• Aprendizagem <strong>de</strong> conceitos retrógrados («vira lá “que o Sol é que anda em volta da Terra (como antes <strong>de</strong><br />
Galileu)”»).<br />
• Consequências: Criança atrofiada, medrosa, enfezada, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das «saias da titi» e da mamã.<br />
• …<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
B<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 5 pontos<br />
Níveis <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Comenta, com rigor e pertinência, a relação que existe entre a personagem<br />
Alencar e a família Maia, fazendo referências que revelam um muito bom<br />
conhecimento da obra Os Maias.<br />
Comenta, com rigor e pertinência, a relação que existe entre a personagem<br />
Alencar e a família Maia, fazendo referências que revelam um bom conhecimento<br />
da obra Os Maias.<br />
Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, a relação que existe entre a<br />
personagem Alencar e a família Maia, fazendo referências que revelam um<br />
conhecimento suficiente da obra Os Maias.<br />
Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, a relação que existe entre a<br />
personagem Alencar e a família Maia, fazendo referências que refletem um<br />
conhecimento suficiente da obra Os Maias.<br />
Comenta, com acentuadas imprecisões, a relação que existe entre a personagem<br />
Alencar e a família Maia, fazendo referências que refletem um conhecimento<br />
insuficiente da obra Os Maias.<br />
Tece comentários gerais sobre a personagem Alencar, pouco relevantes para a<br />
temática proposta, que refletem um conhecimento incipiente da obra Os Maias.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os dois primeiros aspetos que a seguir se enunciam e/ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Personagem secundária do romance Os Maias; no entanto, associa-se à geração <strong>de</strong> Pedro da Maia, <strong>de</strong> quem era<br />
amigo. Frequentava a casa <strong>de</strong> Arroios, <strong>de</strong> Pedro e Maria Monforte, tinha lá «o seu talher», proclamava-se «cavaleiro<br />
e poeta» <strong>de</strong> Maria, <strong>de</strong>dicando-lhe, numa paixão inocente, o seu poema «Flor <strong>de</strong> Martírio». Acompanha o <strong>de</strong>sfecho<br />
trágico <strong>de</strong> Pedro da Maia.<br />
• No episódio do Hotel Central, Alencar, emocionado, abraça Carlos e evoca saudosamente o passado e o seu gran<strong>de</strong><br />
amigo Pedro da Maia. O poeta <strong>de</strong> Vozes <strong>de</strong> Aurora, Elvira, «Flor <strong>de</strong> Martírio» e O Segredo do Comendador é inimigo<br />
da literatura realista e naturalista.<br />
• Quando Carlos vai a Sintra à procura <strong>de</strong> Maria Eduarda, encontra Alencar.<br />
• Na noite em que Guimarães revela o grau <strong>de</strong> parentesco entre Carlos e Maria Eduarda, Alencar estivera a <strong>de</strong>clamar<br />
os seus românticos versos no sarau do Teatro da Trinda<strong>de</strong>.<br />
• …<br />
18<br />
15<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3<br />
129
130<br />
Chaves <strong>de</strong> correção:<br />
1.<br />
1. b); 2. d); 3. c); 4. d); 5. b); 6. a); 7. c).<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
GRUPO II<br />
Descritores do nível<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
Pontuação<br />
3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15<br />
2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9<br />
1 Estabelece uma correspondência correta. 3<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
GRUPO III<br />
2.<br />
1. h); 2. d); 3. b); 4. c); 5. e).<br />
• Estruturação informacional e discursiva .......................................................................................................................................................................... 30 pontos<br />
• Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................... 20 pontos<br />
Estrutura informacional,<br />
Parâmetros Pontuação<br />
discursiva e linguística<br />
Preservação da informação<br />
nuclear do<br />
texto<br />
Estratégias discursivas<br />
próprias da síntese<br />
• Preserva a informação nuclear do texto, através <strong>de</strong>:<br />
– manutenção dos tópicos:<br />
• Luís Afonso é um mo<strong>de</strong>lo do humor, através dos cartoons, conseguindo<br />
excelentes resultados com técnicas minimalistas.<br />
• O recurso aos mesmos cenários e às mesmas personagens<br />
constitui traço distintivo dos seus <strong>de</strong>senhos.<br />
• Os olhos e o movimento das personagens são pormenores a que<br />
o leitor <strong>de</strong>ve estar atento.<br />
• O cartoonista apresenta vários tipos sociais, nomeadamente os<br />
protagonistas da atualida<strong>de</strong> política.<br />
– manutenção da re<strong>de</strong> semântica relativa ao tema, no todo ou em<br />
parte, a qual <strong>de</strong>verá integrar vocábulos e expressões constantes<br />
no texto, ou seus equivalentes, tais como: Luís Afonso, cartoon,<br />
atualida<strong>de</strong>, cenário, personagens, <strong>de</strong>senhos, gestos, movimentos,<br />
protagonistas da atualida<strong>de</strong>.<br />
• Recorre a um discurso conciso, optando por construções mais económicas:<br />
supressão <strong>de</strong> expressões sintáticas ou lexicais repetitivas;<br />
uso <strong>de</strong> vocabulário genérico que substitua expressões<br />
nominais mais específicas (hiperónimos e expressões englobantes<br />
com valor anafórico).<br />
• O texto po<strong>de</strong> apresentar marcas <strong>de</strong> enunciação do sujeito produtor<br />
da síntese e fazer referências diretas ao autor do texto-fonte<br />
(«Segundo o autor...»).<br />
• A or<strong>de</strong>m do texto-fonte po<strong>de</strong> ser alterada.<br />
20<br />
10
Coerência e coesão<br />
Morfologia, sintaxe e<br />
repertório vocabular<br />
Ortografia<br />
e pontuação<br />
• Produz um discurso coerente mantendo informação e argumentação<br />
pertinente.<br />
• Domina os mecanismos <strong>de</strong> coesão textual:<br />
– recorrendo a processos variados <strong>de</strong> articulação interfrásica,<br />
<strong>de</strong>signadamente conetores diversificados <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong> sequencialização…;<br />
– assegurando a manutenção <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> referência (através <strong>de</strong><br />
substituições nominais, pronominais…)<br />
• Recorre a estruturas sintáticas complexas.<br />
• Domina processos <strong>de</strong> conexão interfrásica (concordância, flexão<br />
verbal, proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seleção...).<br />
• Usa um registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto.<br />
• Recorre a um repertório lexical variado.<br />
• Não dá erros ortográficos.<br />
• Pontua <strong>de</strong> forma sistemática e pertinente.<br />
• Assinala as marcas <strong>de</strong> início <strong>de</strong> parágrafos.<br />
5<br />
10<br />
131
132<br />
SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N. o 5<br />
A. Planificação<br />
10 blocos <strong>de</strong> 90 minutos (20 aulas)<br />
Competências transversais:<br />
• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.<br />
• Estratégica: Estratégias <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escuta a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> texto e à finalida<strong>de</strong>; seleção e organização da informação;<br />
operações <strong>de</strong> planificação, execução e avaliação da escrita e da oralida<strong>de</strong>; pesquisa em vários suportes; conceção<br />
e utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise; elaboração <strong>de</strong> ficheiros; utilização das TIC.<br />
• Formação para a cidadania: Construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural; apresentação e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> opiniões; interação com<br />
a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma crítica e criativa.<br />
COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />
Tipos <strong>de</strong> texto: Textos líricos; textos expressivos e criativos; textos argumentativos e expositivo-argumentativos.<br />
COMPREENSÃO<br />
ORAL<br />
EXPRESSÃO<br />
ORAL<br />
EXPRESSÃO<br />
ESCRITA<br />
LEITURA<br />
Testes <strong>de</strong> compreensão oral:<br />
• Home – O mundo é a nossa casa.<br />
• «Provincianas».<br />
• Exposição oral.<br />
• Debate.<br />
• Texto expressivo e criativo.<br />
• Resumo e síntese <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo.<br />
• Texto argumentativo e expositivo-argumentativo.<br />
Textos informativos:<br />
(páginas 329 a 331 (Em interação))<br />
Leitura literária:<br />
• Poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>:<br />
– O repórter do quotidiano.<br />
– A oposição cida<strong>de</strong>/campo.<br />
Escuta/visionamento:<br />
• Home – O mundo é a nossa casa.<br />
• Produções áudio e audiovisuais diversas.<br />
• Audição <strong>de</strong> poemas do CD áudio do manual.<br />
Leitura seletiva:<br />
• «Cesário Ver<strong>de</strong>», <strong>de</strong> Jacinto do Prado Coelho.<br />
• «A cida<strong>de</strong> e o campo», <strong>de</strong> Hél<strong>de</strong>r Macedo.<br />
Leitura analítica:<br />
• Poemas <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong> (páginas 296 a 317).<br />
Leitura global:<br />
• Poemas <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong> e poemas <strong>de</strong> homenagem<br />
a Cesário Ver<strong>de</strong>, <strong>de</strong> autores do século XX.<br />
Leitura recreativa:<br />
• Contrato <strong>de</strong> Leitura.<br />
Leitura <strong>de</strong> imagem fixa: Imagens do impressionismo, realismo, surrealismo e fotografias<br />
<strong>de</strong> Lisboa Antiga.<br />
(Continua)
FUNCIONAMENTO<br />
DA LÍNGUA<br />
AVALIAÇÃO<br />
• Paratextos.<br />
• Tipologia textual (protótipos textuais).<br />
• Noções <strong>de</strong> versificação.<br />
• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />
• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />
• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />
• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />
B. Em interação: <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
• Documentário Home – O mundo é a nossa casa.<br />
• Audição <strong>de</strong> poemas.<br />
• Leitura literária: Poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />
• Exposição oral.<br />
• Debate.<br />
• Texto expressivo e criativo.<br />
• Resumo e síntese <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo.<br />
• Texto argumentativo e expositivo-argumentativo.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />
• Visionamento <strong>de</strong> documentário; tomada <strong>de</strong> notas.<br />
• Teste <strong>de</strong> compreensão oral (manual).<br />
• Deteção da estrutura do documentário.<br />
• Debate sobre as i<strong>de</strong>ias expressas no documentário.<br />
• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização, revisão):<br />
– Produção <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo a partir das i<strong>de</strong>ias expressas no documentário: construção do universo<br />
<strong>de</strong> referência/tópico; <strong>de</strong>terminação da situação e objetivos <strong>de</strong> comunicação; construção <strong>de</strong> um plano -<br />
-guia; <strong>de</strong>teção <strong>de</strong> ina<strong>de</strong>quações e <strong>de</strong> insuficiências e <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> aperfeiçoamento.<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação do teste <strong>de</strong> compreensão oral.<br />
• Avaliação da participação no <strong>de</strong>bate.<br />
133
134<br />
• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />
• Avaliação do texto expositivo-argumentativo.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />
• Constituição <strong>de</strong> antologia <strong>de</strong> poemas <strong>de</strong> e sobre Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />
• Audição <strong>de</strong> poemas (manual).<br />
• Constituição <strong>de</strong> grupos para trabalho sobre a poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>:<br />
– Leitura analítica <strong>de</strong> um poema.<br />
– Produção <strong>de</strong> um PowerPoint com dados sobre a análise efetuada para ser apresentado à turma.<br />
– Seleção do verso preferido <strong>de</strong> cada elemento do grupo.<br />
– Apresentação, por cada elemento do grupo, das razões da sua escolha.<br />
– Mobilização criativa dos versos <strong>de</strong> Cesário – «O poema da turma, à maneira <strong>de</strong> Cesário...».<br />
• Elaboração <strong>de</strong> um texto expressivo e criativo individual a partir do verso selecionado.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Avaliação da leitura analítica.<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />
• Avaliação <strong>de</strong> texto expressivo e criativo.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />
• Leitura <strong>de</strong> imagem, em trabalho <strong>de</strong> grupo (manual), e associação com a poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>:<br />
– Leitura das imagens apresentadas, convocando o estudo da poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />
– Integração das imagens em três grupos, dando-lhes um título, <strong>de</strong> acordo com as temáticas estudadas.<br />
– Associação <strong>de</strong> cada conjunto <strong>de</strong> imagens a um poema, justificando a escolha.<br />
• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />
• Pesquisa sobre o impressionismo: características, autores mais representativos...<br />
• Recolha e seleção <strong>de</strong> imagens representativas do impressionismo.<br />
• Seleção <strong>de</strong> excertos <strong>de</strong> poemas representativos da linguagem impressionista.<br />
• Construção <strong>de</strong> PowerPoint que evi<strong>de</strong>ncie as aprendizagens realizadas sobre o impressionismo para ser apresentado<br />
à turma.<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />
• Avaliação da correção e da pertinência das informações contidas no PowerPoint.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />
• Exposição oral sobre o tema futuro das cida<strong>de</strong>s (manual), relembrando o processo <strong>de</strong> operacionalização das suas<br />
diversas fases: enunciar uma tese, <strong>de</strong>monstrando-a com argumentos, confirmando-a com exemplos e apresentando<br />
uma conclusão.<br />
• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):
– Elaboração <strong>de</strong> um texto expositivo-argumentativo individual, expondo, argumentando e concluindo o ponto <strong>de</strong><br />
vista do aluno sobre o que po<strong>de</strong>rá/<strong>de</strong>verá ser o futuro das cida<strong>de</strong>s.<br />
Avaliação:<br />
• Avaliação da exposição oral.<br />
• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />
• Elaboração individual <strong>de</strong> um texto expositivo-argumentativo.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 5<br />
• Trabalho em pares: Resumo e síntese (semelhanças e diferenças no manual) <strong>de</strong> um mesmo texto, cujo tema esteja<br />
relacionado com a poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />
Avaliação:<br />
• Auto e coavaliação do trabalho em pares.<br />
• Avaliação do resumo e da síntese.<br />
• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />
135
136<br />
C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
Home – O mundo é a nossa casa (introdução):<br />
O documentário começa com «Ouça-me, por favor» numa personificação evi<strong>de</strong>nte do<br />
próprio planeta como se este, agonizante, clamasse por ajuda. As imagens aéreas em mais<br />
<strong>de</strong> cinquenta países traçam o percurso da humanida<strong>de</strong>, coadjuvadas por uma narração em<br />
voz off e uma banda sonora que salienta a urgência do agir em <strong>de</strong>fesa do planeta. O mundo<br />
é a nossa casa, mas está tão fragilizado que, sem uma ação rápida e eficaz, corre o risco <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>saparecer. Semelhante ao teor <strong>de</strong> Uma verda<strong>de</strong> inconveniente, Home vai mais longe na<br />
sua abrangência. As imagens selecionadas são <strong>de</strong> uma beleza comovedora, mesmo na sua<br />
tragicida<strong>de</strong>. A palavra, muitas vezes poética, impele-nos à reflexão, questionando as nossas<br />
ações coletivas e individuais, pois, tal como se diz no filme, «é tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais para ser pessimista».<br />
Leitura <strong>de</strong> imagem móvel<br />
1. Acabaste <strong>de</strong> ler/ver Home. Assinala o que te parecer mais apropriado.<br />
Suporte<br />
Televisão<br />
Ví<strong>de</strong>o<br />
Proximida<strong>de</strong>/distância da câmara<br />
Plano <strong>de</strong> conjunto<br />
Plano semiconjunto<br />
Plano médio<br />
Informática (Internet/DVD)<br />
Cinema<br />
Plano americano<br />
Plano aproximado<br />
Gran<strong>de</strong> plano/Insert
Ângulo <strong>de</strong> visão<br />
Horizontal<br />
Cima para baixo<br />
Baixo para cima<br />
Movimentos da câmara<br />
Género<br />
Panorâmico<br />
Travelling<br />
Policial<br />
Documentário<br />
Comédia<br />
Drama psicológico<br />
Funções da imagem<br />
Referencial ou <strong>de</strong>scritiva<br />
Narrativa<br />
Argumentativa<br />
Estética<br />
Musical<br />
Ficção científica<br />
Suspense<br />
137
138<br />
2. Exprime, agora, as tuas impressões sobre o documentário, tendo em conta os seguintes aspetos:<br />
Título<br />
Banda sonora<br />
Discurso<br />
Impacto das imagens<br />
Estratégias persuasivas<br />
Propostas <strong>de</strong> implicação do espetador/ouvinte.<br />
3. O documentário quer sublinhar um ponto <strong>de</strong> vista. Expõe o teu sobre o mesmo assunto.<br />
4. Refere-te a duas ou três medidas imprescindíveis para minorar os «males» da «nossa casa».<br />
Aluno: ___________________________________________________________________________________________________________________
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
30<br />
35<br />
Olá! Bons dias! Em março<br />
Que mocetona e que jovem<br />
A terra! Que amor esparso<br />
Corre os trigos, que se movem<br />
Às vagas dum ver<strong>de</strong> garço!<br />
Como amanhece! Que meigas<br />
As horas antes <strong>de</strong> almoço!<br />
Fartam-se as vacas nas veigas<br />
E um pasto orvalhado e moço<br />
Produz as novas manteigas.<br />
Toda a paisagem se doura;<br />
Tímida ainda, que fresca!<br />
Bela mulher, sim senhora,<br />
Nesta manhã pitoresca,<br />
Primaveril, criadora!<br />
Bom Sol! As sebes <strong>de</strong> encosto<br />
Dão madressilvas cheirosas<br />
Que entontecem como um mosto.<br />
Floridas, às espinhosas<br />
Subiu-lhes o sangue ao rosto.<br />
Cresce o relevo dos montes,<br />
Como seios ofegantes;<br />
Murmuram como umas fontes<br />
Os rios que dias antes<br />
Bramiam galgando pontes.<br />
E os campos, milhas e milhas,<br />
Com povos <strong>de</strong> espaço a espaço.<br />
Fazem-se às mil maravilhas;<br />
Dir-se-ia o mar <strong>de</strong> sargaço<br />
Glauco, ondulante, com ilhas!<br />
Pois bem. O inverno <strong>de</strong>ixou-nos.<br />
É certo. E os grãos e as sementes<br />
Que ficam doutros outonos<br />
Acordam hoje frementes<br />
Depois duns poucos <strong>de</strong> sonos.<br />
Provincianas<br />
40<br />
45<br />
50<br />
55<br />
60<br />
65<br />
70<br />
Mas nem tudo são <strong>de</strong>scantes<br />
Por esses longos caminhos;<br />
Entre favais palpitantes<br />
Há solos bravos, maninhos,<br />
Que expulsam seus habitantes<br />
É nesta quadra <strong>de</strong> amores<br />
Que emigram os jornaleiros<br />
Ganhões e trabalhadores!<br />
Passam clãs forasteiros<br />
Nas terras <strong>de</strong> lavradores.<br />
Tal como existem mercados<br />
Ou feiras, semanalmente,<br />
Para comprarmos os gados,<br />
Assim há praças <strong>de</strong> gente<br />
Pelos domingos calados!<br />
Enquanto a ovelha arredonda,<br />
Vão tribos <strong>de</strong> sete filhos,<br />
Por várzeas que fazem onda,<br />
Para as <strong>de</strong>rregas dos milhos<br />
e molha<strong>de</strong>las da monda.<br />
De roda pulam borregos;<br />
Enchem então as cardosas<br />
As moças <strong>de</strong>sses labregos<br />
Com altas botas barrosas<br />
De se atirarem aos regos!<br />
Ei-las que vêm às manadas<br />
Com caras <strong>de</strong> sofrimento,<br />
Nas gran<strong>de</strong>s marchas forçadas!<br />
Vêm ao trabalho, ao sustento,<br />
Com fouces, sachos, enxadas!<br />
Ai o palheiro das servas<br />
Se o feitor lhe tira as chaves!<br />
Elas chegam às catervas,<br />
Quando acasalam as aves<br />
E se fecundam as ervas!...<br />
Cesário Ver<strong>de</strong>, O livro <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>,Assírio & Alvim, 2009, páginas 127-130<br />
139
140<br />
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
5<br />
10<br />
Texto para resumo e síntese<br />
Evocação <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong><br />
Na reedição da Poesia Completa <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>, livro que trago <strong>de</strong>baixo do braço <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> passar pela<br />
«Bertrand» da avenida <strong>de</strong> Roma (passe a publicida<strong>de</strong>), paro junto do pequeno jardim na rua Dona Estefânia que tem<br />
o seu nome, observo o busto <strong>de</strong> bronze que permanece aqui <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o centenário do nascimento, revejo Cesário na<br />
memória dos anos e dos tempos, e sei do prazer que tive na <strong>de</strong>scoberta dos seus poemas, sonhados para lá dos limites<br />
da vida prática que levou, e ainda o posso imaginar ao balcão da loja <strong>de</strong> ferragens <strong>de</strong> seu pai, na rua dos<br />
Fanqueiros, mesmo no centro da Baixa Pombalina e lisboeta. E não sei entabular outro diálogo a não ser pela leitura<br />
dos seus poemas ou no olhar atento do retrato <strong>de</strong> Columbano que por aí anda espalhado em vários livros ou <strong>de</strong><br />
um <strong>de</strong>senho sério e grave <strong>de</strong> António Fernando. Porque a provada amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> Silva Pinto, seu irmão <strong>de</strong> jornada e <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>stino, tudo pô<strong>de</strong> recuperar da poeira das revistas e dos jornais em que ficaram muitos dos seus poemas, e houve<br />
quem amasse tanto Cesário ao ponto <strong>de</strong> fixar o texto correto ou anotar muitas das suas cartas aos amigos. E por<br />
isso o Livro <strong>de</strong> Cesário se lê e relê no anseio <strong>de</strong> reinventar o tempo e po<strong>de</strong>r imaginá-lo perdido ou não nesta Lisboa,<br />
tantos anos passados, quando as pessoas já não andam ao ritmo do coupé ou do landau, mas ainda se vestem pelos<br />
sinais que foram do seu <strong>de</strong>slumbramento e cristalização: os anos passaram e mais atento parece ter ficado ao que<br />
corresse à sua volta – levou para a cova a sentida <strong>de</strong>silusão <strong>de</strong> não lhe ligarem muito, não serem lidos os seus versos<br />
e por isso sempre <strong>de</strong>sabafava nas cartas aos amigos, e numa <strong>de</strong>las dizia a Macedo Papança, que foi o con<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Monsaraz, em agosto <strong>de</strong> 1880, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter publicado esse belo poema «Sentimento dum oci<strong>de</strong>ntal» em homenagem<br />
a Camões: «Ah! Quanto eu ia indisposto contra tudo e contra todos! Uma poesia minha, recente, publicada<br />
numa folha bem impressa, limpa, comemorativa <strong>de</strong> Camões, não obteve um olhar, um sorriso, um <strong>de</strong>sdém, uma<br />
observação! Ninguém escreveu, ninguém falou, nem num noticiário, nem numa conversa comigo; ninguém disse<br />
bem, ninguém disse mal!»<br />
Fonte: Serafim Ferreira, in www.apagina.pt<br />
Impressionismo<br />
O impressionismo é um movimento artístico surgido em França, no século XIX, que criou uma nova visão concetual<br />
da natureza utilizando pinceladas soltas, enfatizando a luz e o movimento. Geralmente as telas eram pintadas<br />
ao ar livre para que o pintor pu<strong>de</strong>sse captar melhor as nuances da luz e da natureza.<br />
A arte alegre e vibrante dos impressionistas enche os olhos <strong>de</strong> cor e luz. A presença dos contrastes, da natureza,<br />
transparências luminosas, clarida<strong>de</strong> das cores, sugestão <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> vida harmoniosa transparecem nas<br />
imagens criadas pelos impressionistas.<br />
Os impressionistas retratam os reflexos e efeitos que a luz do Sol produz nas cores da natureza. A fonte das<br />
cores estava nos raios do Sol. Uma mudança no ângulo <strong>de</strong>stes raios implica uma alteração <strong>de</strong> cores e tons.<br />
É comum um mesmo motivo ser retratado diversas vezes no mesmo local, porém com as variações causadas pela<br />
mudanças das horas do dia e das estações ao longo do ano.<br />
O impressionismo mostra a graciosida<strong>de</strong> das pinceladas, a intensida<strong>de</strong> das cores e a sensibilida<strong>de</strong> do artista,<br />
que em conjunto emocionam quem contempla as suas obras.
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
30<br />
35<br />
Paula Rego<br />
Ela estava fatigada e feliz. A casa encheu-se <strong>de</strong> gente, e mais gente, e mais gente. Toda essa gente obe<strong>de</strong>cia aos<br />
quadros. Subjugada, olhava-os como se olham as imagens nas igrejas antigas. Corria um silêncio murmurado <strong>de</strong><br />
exclamações. Cá fora, no jardim, existia o movimento dos corpos e dos copos, que põem a vista num turbilhão <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> não sai mais. Havia a festa da festa: os braços dançavam em vez das pernas. Os gestos cruzavam-se e<br />
colidiam. A montanha-russa das vozes andava para cima e para baixo. As conversas caíam umas sobre as outras,<br />
acabavam antes do fim, começavam <strong>de</strong>pois do princípio. Tudo se cruzava e se cortava. Todos estavam alegres por<br />
estarem ali e todos estavam ali para estarem alegres. Todos cumprimentavam todos com o sorriso <strong>de</strong> todos.<br />
Nestas alturas, a malícia segue a alegria. Dizem-se palavras que a mostram, fazem-se sinais que a escon<strong>de</strong>m.<br />
A consciência da seleção torna quem foi selecionado ainda mais seletivo. Este darwinismo mundano tem as suas<br />
leis, e uma <strong>de</strong>las diz que aqui não ganha o mais inteligente, o mais forte, ou o mais sábio. Ganha o mais ágil, o mais<br />
surpreen<strong>de</strong>nte, o que melhor se sabe adaptar.<br />
Foi Proust quem empurrou os mundanos e a mundanida<strong>de</strong>, essa <strong>de</strong>socupação tão ocupada, para um vazio <strong>de</strong><br />
que teve longamente a experiência, o gosto e, finalmente, o remorso. A sua obra é escrita contra esse vazio, mas,<br />
sem a memória <strong>de</strong>le, não seria o que é. Proust dizia que o artista é o escravo <strong>de</strong> uma rainha chamada solidão.<br />
Ela sabe isso.<br />
O jardim estava cheio <strong>de</strong> gente que a ocultava. Mas, <strong>de</strong> repente, como num filme, surgia <strong>de</strong>la um gran<strong>de</strong> plano.<br />
Batia-nos no rosto, contente e cansada. Estava com os amigos, ou com os amigos dos amigos – e isso lhe bastava!<br />
Todos a queriam ver, todos lhe queriam falar, todos a queriam ouvir, todos a queriam tocar. Estava vestida como<br />
para uma peça <strong>de</strong> teatro em que fizesse <strong>de</strong> Paula Rego. A sua aura, o valor da obra, a ênfase da ocasião davam<br />
àquele dia o prestígio da História. Quem lá estava não queria esquecer que lá esteve. E queria levar consigo a frase<br />
ouvida, a mão agarrada, a face beijada, o quadro olhado. Queria levar isso na memória disso. Paula Rego estava ali e<br />
estava fora dali. Sabe aproximar-se com distância. E sabe distanciar-se com proximida<strong>de</strong>. Sabe falar com silêncios<br />
que a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m. Sabe rir com risos que a protegem. Sabe andar com passos que a recuam. Em todo aquele dia,<br />
naquela peça, fazia <strong>de</strong> Paula Rego – Branca <strong>de</strong> Neve na casa da floresta. E nós éramos os seus anões. Não sete,<br />
nem setenta, nem setecentos – mas sete mil!<br />
Eu estava lá, e ela chamou-me. Então, escolheu as palavras certas para não dizer o que se costuma dizer<br />
(«Obrigado por ter vindo», por exemplo).<br />
A Paula não diz lugares-comuns, mesmo quando os ouviu durante horas a fio. Ela é sempre ela, com o seu<br />
génio ágil e uma estratégia exata para que não a culpem <strong>de</strong> o ter. Quando saí, voltei a olhá-la. Estava ainda mais<br />
cansada e mais feliz, como que suspensa. Penso que, em momentos assim, olha e vê animais: «Este é um gato;<br />
aquela, um cão; aquele, um porco; aquela ali, um coelho... não, um rato.» No dia seguinte, falei-lhe pelo telefone:<br />
estava tão atordoada que ia fugir. Fugir para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si, fugir para a pintura, fugir para Londres. É lá que é a sua<br />
casa, o seu castelo, a sua prisão – nesse ateliê que parece os bastidores <strong>de</strong> um teatro, cheio <strong>de</strong> bonecos sob a luz.<br />
A Casa das Histórias, em Cascais, também lhe pertence, porque é verda<strong>de</strong>ira e imaginativa como ela. Vi aquela<br />
arquitetura que tem o rigor na imaginação e às vezes mesmo no <strong>de</strong>sespero. As cores exteriores, o ver<strong>de</strong> do jardim e<br />
o almagre das pare<strong>de</strong>s encontram-se e festejam-se. A casa está cheia <strong>de</strong> génios bons e maus. Cheia <strong>de</strong> histórias.<br />
Isto é, <strong>de</strong> segredos, <strong>de</strong> suspeitas, <strong>de</strong> ameaças, <strong>de</strong> cruelda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> crimes, <strong>de</strong> castigos. E <strong>de</strong> memórias, <strong>de</strong> enigmas,<br />
<strong>de</strong> adivinhas, <strong>de</strong> narrativas, <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong>s. Tudo o que lá está mostra que os gran<strong>de</strong>s artistas são capazes <strong>de</strong><br />
alcançar o mundo. De o dominar. De o <strong>de</strong>struir. De o substituir.<br />
José Manuel dos Santos, in Expresso, 3 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009<br />
141
142<br />
5<br />
10<br />
Leitura interativa<br />
José Manuel dos Santos escreveu este texto a propósito da inauguração da Casa das Histórias, museu da pintura<br />
<strong>de</strong> Paula Rego, a mais conceituada e internacional pintora portuguesa.<br />
1. Analisa cuidadosamente o comportamento dos convidados tendo em atenção a ironia do autor do texto. Não te<br />
esqueças <strong>de</strong> ilustrar as tuas afirmações com exemplos textuais.<br />
2. Explica o que pensa o autor da «mundanida<strong>de</strong>».<br />
3. «Penso que, em momentos assim, olha e vê animais.» Exprime a tua opinião sobre o que Paula Rego veria nas<br />
pessoas ao pensar:<br />
a) «Este é um gato.» c) «Aquele, um porco.»<br />
b) «Aquela, um cão.» d) «Aquela ali, um coelho... não, um rato.»<br />
4. Interpreta a seguinte afirmação: «Tudo o que lá está mostra que os gran<strong>de</strong>s artistas são capazes <strong>de</strong> alcançar o<br />
mundo. De o dominar. De o <strong>de</strong>struir. De o substituir.»<br />
5. Refere o que significa para ti a arte.<br />
6. Traça o perfil <strong>de</strong> Paula Rego <strong>de</strong> acordo com a visão <strong>de</strong> José Manuel dos Santos.<br />
7. Esta crónica revela características literárias. Aponta três aspetos da escrita <strong>de</strong> José Manuel dos Santos que<br />
confirmem esta opinião.<br />
8. A literatura/pintura revela sempre, <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong> outra, uma observação do mundo. Paula Rego/ Cesário<br />
Ver<strong>de</strong>. Dois artistas, dois olhares.<br />
8.1 Num texto organizado e estruturado, apresenta a tua reflexão sobre a realida<strong>de</strong> filtrada/subjetivada pelo<br />
olhar <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les.<br />
A cida<strong>de</strong> feliz<br />
A minha utopia urbana é a cida<strong>de</strong> do encontro. Não necessariamente constante mas sempre possível. Pois a<br />
solidão imposta é das mais duras formas <strong>de</strong> pobreza. E é gran<strong>de</strong> a solidão no Portugal cheio <strong>de</strong> urbanização e com<br />
pouca cida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>ixou irem-se fragmentando os espaços e as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>, dos afetos e das amiza<strong>de</strong>s.<br />
Sim, os idosos – mas muitos mais.<br />
Somos, recorrentemente, referidos nos estudos da felicida<strong>de</strong> como uma socieda<strong>de</strong> pouco feliz. A solidão é uma<br />
tragédia. E, para muitos, uma tragédia banalizada em paisagens <strong>de</strong> asfaltos, <strong>de</strong> consumos, <strong>de</strong> televisões e <strong>de</strong> futebóis<br />
sempre iguais.<br />
A solidão <strong>de</strong>ve ser uma escolha e não uma imposição, a nossa liberda<strong>de</strong>, a nossa intimida<strong>de</strong> necessitam do<br />
encontro com o outro para crescer e ser mais humanas. E combater a solidão no Portugal urbanizado <strong>de</strong>veria ser<br />
das nossas maiores priorida<strong>de</strong>s. (…)<br />
João Seixas, in Público, 13 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011<br />
9. Num texto bem estruturado, <strong>de</strong> cento e cinquenta a duzentas e cinquenta palavras, apresenta uma reflexão<br />
sobre a temática da cida<strong>de</strong>, partindo da perspetiva exposta no excerto transcrito e da leitura dos textos <strong>de</strong><br />
Cesário Ver<strong>de</strong>. Fundamenta o teu ponto <strong>de</strong> vista, recorrendo a argumentos e exemplos significativos.
D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral<br />
Ouve, atentamente, o poema «Deslumbramentos», <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>. Seleciona a opção que consi<strong>de</strong>rares correta.<br />
1. O sujeito poético...<br />
a) sente-se seguro quando observa «Milady». c) expressa que o<strong>de</strong>ia contemplar «Milady».<br />
b) refere que é perigoso contemplar «Milady». d) sente que abomina contemplar «Milady».<br />
2. A mulher referida pelo «eu» poético integra-se...<br />
a) no povo. c) na aristocracia.<br />
b) no clero. d) na plebe.<br />
3. Po<strong>de</strong>mos inferir que esta mulher é...<br />
a) gentil e afetuosa. c) artificial e carinhosa.<br />
b) sofisticada e gélida. d) nobre e terna.<br />
4. O sujeito poético sente-se atraído pela mulher como se esta fosse um...<br />
a) diamante. c) tesouro.<br />
b) palácio. d) brilhante.<br />
5. O poeta refere que encontrou aquela mulher...<br />
a) no dia anterior. c) havia muito tempo.<br />
b) em Inglaterra. d) na Áustria.<br />
6. O olhar <strong>de</strong> «Milady» é...<br />
a) carinhoso e amável. c) indiferente e arrogante.<br />
b) distante e gélido. d) agressivo e confortador.<br />
7. A altivez da figura feminina é comparada...<br />
a) ao orgulho <strong>de</strong> Ana <strong>de</strong> Áustria. c) à simpatia <strong>de</strong> Ana <strong>de</strong> Áustria.<br />
b) à sensatez <strong>de</strong> Ana <strong>de</strong> Áustria. d) à agressivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ana <strong>de</strong> Áustria.<br />
8. O sujeito poético adverte a mulher, para que...<br />
a) esta não se isole. c) esta tenha cuidado.<br />
b) esta prossiga outro caminho. d) esta não circule <strong>de</strong> noite.<br />
9. A metáfora «flor <strong>de</strong> luxo» sugere...<br />
a) a classe aristocrata. c) o aroma da mulher.<br />
b) a beleza feminina. d) o amor avassalador.<br />
10. Para concluir o poema, o sujeito poético...<br />
a) passa do plano coletivo para o individual. c) faz uma alusão ao ambiente campestre.<br />
b) passa do plano individual para o coletivo. d) sente-se um farrapo humilhado.<br />
143
144<br />
Avaliação das competências <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> expressão oral<br />
Apresentação do livro do Contrato <strong>de</strong> Leitura<br />
Parâmetros<br />
a) Comprova a leitura do livro, apresentando referências pertinentes.<br />
b) Produz um discurso coerente, recorrendo a informações relevantes.<br />
d) Expõe com clareza, utilizando um tom <strong>de</strong> voz audível.<br />
d) Mobiliza um vocabulário a<strong>de</strong>quado, pertinente e variado.<br />
e) Exprime-se com fluência e expressivida<strong>de</strong>, motivando os colegas para a leitura.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total
Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão escrita<br />
Texto expressivo e criativo<br />
Parâmetros<br />
a) Apresenta uma estrutura a<strong>de</strong>quada à tipologia textual escolhida.<br />
b) Desenvolve um tema, mobilizando recursos expressivos pertinentes e referências culturais.<br />
c) Utiliza um tom a<strong>de</strong>quado ao tema.<br />
d) Revela criativida<strong>de</strong> na forma que escolheu.<br />
e) Redige com correção linguística e legibilida<strong>de</strong> gráfica.<br />
Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />
145
146<br />
TESTE DE AVALIAÇÃO N. o 5<br />
GRUPO I<br />
A<br />
Lê atentamente o texto a seguir transcrito. Em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>, consulta o vocabulário que se apresenta<br />
nas notas <strong>de</strong> rodapé.<br />
Em Petiz<br />
I<br />
De tar<strong>de</strong><br />
Mais morta do que viva, a minha companheira<br />
Nem força teve em si para soltar um grito;<br />
E eu, nesse tempo, um <strong>de</strong>stro e bravo rapazito,<br />
Como um homenzarrão servi-lhe <strong>de</strong> barreira!<br />
Em meio <strong>de</strong> arvoredo, azenhas 1 e ruínas,<br />
Pulavam para a fonte as bezerrinhas brancas;<br />
E, tetas a abanar, as mães, <strong>de</strong> largas ancas,<br />
Desciam mais atrás, malhadas e turinas 2 .<br />
Do seio do lugar – casitas com postigos –<br />
Vem-nos o leite. Mas batizam-no primeiro.<br />
Leva-o, <strong>de</strong> madrugada, em bilhas, o leiteiro,<br />
Cujo pregão vos tira ao vosso sono, amigos!<br />
Nós dávamos, os dois, um giro pelo vale:<br />
Várzeas, povoações, pegos, silêncios vastos!<br />
E os fartos animais, ao recolher dos pastos,<br />
Roçavam pelo teu «costume <strong>de</strong> percale 3 ».<br />
Já não receias tu essa vaquita preta,<br />
Que eu seguirei, prendi por um chavelho? Juro<br />
Que estavas a tremer, cosida com o muro,<br />
Ombros em pé, medrosa, e fina, <strong>de</strong> luneta!<br />
Cesário Ver<strong>de</strong>, O livro <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>,<br />
Assírio & Alvim, 2009, páginas 90-91<br />
Apresenta, <strong>de</strong> forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.<br />
1. Sintetiza o episódio apresentado pelo sujeito poético neste poema.<br />
2. Explicita o efeito expressivo das sensações presentes na composição poética, transcrevendo um exemplo <strong>de</strong><br />
cada uma <strong>de</strong>las.<br />
1 Azenhas – moinhos movidos a água.<br />
2 Turinas – raça <strong>de</strong> gado bovino.<br />
3 Percale – ou percal é um tecido <strong>de</strong> algodão, fino e liso.<br />
5<br />
10<br />
15<br />
20
5<br />
10<br />
15<br />
3. Caracteriza, a partir do poema, a figura feminina.<br />
4. Explica a presença dos dois momentos temporais a que o sujeito poético se reporta.<br />
B<br />
A participação ativa na vida rural levou (...) Cesário a reformular o básico contraste entre campo e cida<strong>de</strong>, alargando-o<br />
para abranger as realida<strong>de</strong>s da experiência rural em contraste com a abstração metafórica do campo<br />
bucólico.<br />
Hél<strong>de</strong>r Macedo (1986), Nós, uma leitura <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>,<br />
Lisboa, Publicações Dom Quixote, páginas 45-46<br />
Fazendo apelo à tua experiência <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> O livro <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>, comenta o excerto acima transcrito,<br />
num texto <strong>de</strong> oitenta a cento e trinta palavras.<br />
Observações relativas ao item B<br />
1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />
2. Um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.<br />
Lê antentamente o seguinte texto.<br />
GRUPO II<br />
Fortifique o cérebro!<br />
A plasticida<strong>de</strong> do cérebro continua a surpreen<strong>de</strong>r-nos, muito embora Santiago Ramón y Cajal, consi<strong>de</strong>rado<br />
o pai da neurologia mo<strong>de</strong>rna, já o tivesse afirmado há um século: os neurónios po<strong>de</strong>m trocar <strong>de</strong> ligações entre si,<br />
pelo que convém exercitá-los. Se moldamos com a experiência o órgão pensante, até que ponto será possível<br />
melhorá-lo? Po<strong>de</strong>mos fazer algo para evitar que as doenças <strong>de</strong> Parkinson ou <strong>de</strong> Alzheimer nos esvaziem a mente<br />
quando formos idosos ou, pelo menos, para retardar o seu aparecimento? Uma montanha <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e soluções<br />
ro<strong>de</strong>ia a tão propagan<strong>de</strong>ada ginástica cerebral. Sim, ninguém tem dúvidas sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exercitar a<br />
massa cinzenta. O problema é saber como.<br />
A revista Nature fez eco <strong>de</strong> um estudo que <strong>de</strong>monstrava a ineficácia dos vi<strong>de</strong>ojogos cujos anúncios mostravam<br />
adultos muito felizes quando conseguem «distinguir maçãs <strong>de</strong> peras» num ecrã. A fim <strong>de</strong> comprová-lo, 11.430<br />
voluntários entre os 18 e os 60 anos tiveram <strong>de</strong> se entreter com um dos referidos programas; embora a pontuação<br />
que obtinham fosse cada vez melhor (como seria <strong>de</strong> esperar quando se apanha o jeito <strong>de</strong> matar marcianos),<br />
os resultados não se refletiam nos testes que avaliavam <strong>de</strong> modo científico a memória, o raciocínio e a <strong>aprendizagem</strong>.<br />
«Não houve absolutamente nenhum efeito <strong>de</strong> transferência», esclareceu um dos autores da investigação, o<br />
neurocientista Adrian Owen, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cambridge (Inglaterra).<br />
Será que isso significa que a ginástica mental é inútil? De modo algum: Cajal tinha razão. O cérebro opera em<br />
função das ligações que estabelece entre os neurónios. É aquilo que nos faz ser como somos. Nesse caso, o que<br />
147
148<br />
20<br />
25<br />
falha? A carga intelectual <strong>de</strong> um vi<strong>de</strong>ojogo, ou <strong>de</strong> um documentário, é bastante menor do que a proporcionada<br />
por um livro. Foram feitas experiências para observar o que acontece quando se lê: o cérebro recria paisagens e<br />
emoções, e são ativadas áreas cerebrais relacionadas com a informação que se está a obter. Em contrapartida,<br />
quando vemos algo num ecrã, a única coisa que se «acen<strong>de</strong>» é a zona visual. (...)<br />
Primeira lição: quer manter o cérebro em forma? Pois arranje um bom livro e mergulhe nas suas páginas;<br />
ou então uma revista com histórias surpreen<strong>de</strong>ntes que estimulem a sua curiosida<strong>de</strong> e imaginação (...). Po<strong>de</strong> também<br />
<strong>de</strong>ixar momentaneamente <strong>de</strong> lado a máquina <strong>de</strong> calcular e fazer algumas contas; ou tentar apren<strong>de</strong>r outra<br />
língua, ou tocar um instrumento musical. O cérebro agra<strong>de</strong>ce os <strong>de</strong>safios e, numa época ultratecnológica, o leitor<br />
não tem necessariamente <strong>de</strong> envergar um traje virtual e ser protagonista <strong>de</strong> Tron para pô-lo à prova.<br />
Além disso, não se instale no sofá. Correr um pouco não mata. Passeie ou frequente aulas <strong>de</strong> dança. Compre<br />
uma bola <strong>de</strong> fitness e faça ginástica. As experiências efetuadas com pacientes e, sobretudo, em animais submetidos<br />
a exercício físico mo<strong>de</strong>rado mostram claramente um aumento do respetivo rendimento cerebral. O exercício<br />
muda a face dos nossos neurónios: os vínculos aumentam e tornam-se mais ricos.<br />
Luís Miguel Ariza, in Super Interessante, n. o 156, abril <strong>de</strong> 2011, página 26<br />
1. Seleciona, em cada um dos itens <strong>de</strong> 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao<br />
sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, o número do item e a letra que i<strong>de</strong>ntifica a opção correta.<br />
1. O estudo <strong>de</strong> problemas neurológicos teve início...<br />
a) recentemente.<br />
b) há um século.<br />
c) há meio século.<br />
d) na antiguida<strong>de</strong>.<br />
2. Para exercitar os neurónios, é aconselhável...<br />
a) a prática <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ojogos.<br />
b) o visionamento <strong>de</strong> documentários.<br />
c) a leitura <strong>de</strong> um livro.<br />
d) a ausência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>.<br />
3. No estudo sobre o impacto dos vi<strong>de</strong>ojogos na <strong>aprendizagem</strong> foi divulgado...<br />
a) na revista Nature.<br />
b) por Santiago Ramón y Cajal.<br />
c) pela revista Super Interessante .<br />
d) pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cambridge.<br />
4. Quando lemos, …<br />
a) o cérebro reduz a criação <strong>de</strong> imagens.<br />
b) é cancelada a ativida<strong>de</strong> cerebral.<br />
c) os neurónios ficam inertes.<br />
d) são estimuladas as áreas cerebrais.<br />
5. No início do texto (linhas 1 a 3), o autor recorre a um...<br />
a) argumento por analogia.<br />
b) argumento <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>.<br />
c) argumento <strong>de</strong>dutivo.<br />
d) argumento sobre causas.
6. O segmento textual «consi<strong>de</strong>rado o pai da neurologia mo<strong>de</strong>rna» (linha 2) tem...<br />
a) valor restritivo.<br />
b) valor causal.<br />
c) valor consecutivo.<br />
d) valor explicativo.<br />
7. A palavra «Sim» (linha 6) é...<br />
a) um advérbio <strong>de</strong> inclusão.<br />
b) um advérbio <strong>de</strong> frase.<br />
c) um advérbio <strong>de</strong> afirmação.<br />
d) um advérbio conetivo.<br />
2. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo<br />
a obteres uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, as letras e os<br />
números correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.<br />
Coluna A Coluna B<br />
1. Com o constituinte «-los» (linha 3)<br />
2. Ao usar a palavra «cujos» (linha 8),<br />
3. Com as conjunções «ou» (linha 22)<br />
4. Ao usar o segmento «para pô-lo à prova» (linha 25),<br />
5. Ao usar os verbos «passear» e «frequentar» (linha 26)<br />
GRUPO III<br />
a) o enunciador apresenta alternativas.<br />
b) o enunciador retoma o referente «a plasticida<strong>de</strong> do<br />
cérebro».<br />
c) o enunciador introduz um nexo <strong>de</strong> fim.<br />
d) o enunciador introduz uma oração subordinada adverbial<br />
concessiva.<br />
e) o enunciador exorta à realização <strong>de</strong> ações.<br />
f) o enunciador introduz uma oração relativa.<br />
g) o enunciador traduz um nexo <strong>de</strong> causa.<br />
h) o enunciador retoma o referente «os neurónios».<br />
Escreve um texto, <strong>de</strong>vidamente estruturado, <strong>de</strong> duzentas a trezentas palavras, no qual apresentes uma<br />
apreciação crítica sobre um dos livros que leste no âmbito do Contrato <strong>de</strong> Leitura. Refere o(s) elemento(s)<br />
paratextuais que, <strong>de</strong> algum modo, contribuíram para a tua opção <strong>de</strong> leitura.<br />
Observações:<br />
1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />
2. Relativamente ao <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados – um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo <strong>de</strong> trezentas palavras –,<br />
há que aten<strong>de</strong>r ao seguinte:<br />
– A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />
– Nos outros casos, um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do<br />
texto produzido.<br />
FIM<br />
149
150<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
GRUPO I<br />
A<br />
1. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................... 20 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Sintetiza, com pertinência e com rigor, o episódio apresentado<br />
pelo sujeito poético no poema.<br />
Sintetiza, com pertinência, o episódio apresentado pelo sujeito<br />
poético no poema.<br />
Sintetiza, com esporádicas imprecisões, o episódio apresentado<br />
pelo sujeito poético no poema.<br />
Sintetiza, com acentuadas imprecisões, o episódio apresentado<br />
pelo sujeito poético no poema<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Durante um passeio pelo campo, o sujeito poético e a sua companheira foram surpreendidos por uma «vaquita<br />
preta», que se aproximou e assustou a rapariga. Porém, o jovem rapaz, assumindo a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um «homenzarrão»,<br />
agarrou o animal, para proteger a companheira. O poema apresenta-nos um cenário rural, fazendo alusão<br />
ao momento em que o gado recolhe aos estábulos, evi<strong>de</strong>nciado, também, a ativida<strong>de</strong> dos leiteiros que ven<strong>de</strong>m o<br />
leite, nas povoações, pela manhã.<br />
• …<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3
2. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 20 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />
– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />
– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 4 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Explicita, com rigor e pertinência, o efeito expressivo das sensações<br />
presentes na composição poética, transcrevendo um exemplo<br />
<strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las.<br />
Explicita, com pertinência, o efeito expressivo das sensações presentes<br />
na composição poética, transcrevendo um exemplo <strong>de</strong><br />
cada uma <strong>de</strong>las.<br />
Explicita, com algumas imprecisões, o efeito expressivo das sensações<br />
presentes na composição poética, mas não transcreve um<br />
exemplo <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las.<br />
Ou<br />
Transcreve um exemplo <strong>de</strong> cada uma das sensações presentes no<br />
poema, mas não explicita o respetivo efeito expressivo.<br />
Explicita, com acentuadas imprecisões, o efeito expressivo das<br />
sensações presentes na composição poética, mas não transcreve<br />
um exemplo <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las.<br />
Ou<br />
Transcreve alguns exemplos <strong>de</strong> sensações presentes no poema,<br />
mas não explicita o respetivo efeito expressivo.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• As expressões que remetem para as sensações contribuem para que o leitor participe no «quadro» impressionista,<br />
percecionando o espaço rural apresentado.<br />
• Veem-se as «bezerrinhas brancas» e as «malhadas turinas», «Em meio <strong>de</strong> arvoredo, azenhas e ruínas»; ao longe,<br />
avistam-se «várzeas, povoações, pegos» (sensações visuais).<br />
• Ouvem-se «silêncios vastos», naquele cenário rural, mas, <strong>de</strong> manhã, o pregão do leiteiro entrará no ambiente<br />
urbano (sensações auditivas: «o leiteiro / cujo pregão vos tira ao vosso sono, amigos!»).<br />
• A figura feminina assusta-se aquando da aproximação <strong>de</strong> um animal (sensação tátil: «E os fartos animais,<br />
ao recolher dos pastos, / Roçavam pelo teu “costume <strong>de</strong> percale”»).<br />
• …<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3<br />
151
152<br />
3. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />
– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />
– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
Descritores Pontuação<br />
4 Caracteriza, com rigor e pertinência, a figura feminina. 12<br />
3 Caracteriza, com pertinência, a figura feminina. 9<br />
2 Caracteriza, com alguma imprecisão, a figura feminina. 6<br />
1 Caracteriza, com acentuadas imprecisões, a figura feminina. 3<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• A figura feminina pertenceria, provavelmente, à burguesia ou à aristocracia, não estando familiarizada com o<br />
ambiente rural, o que se reflete no seu comportamento aquando da aproximação <strong>de</strong> uma «vaquita preta»: «estavas<br />
a tremer, cosida com o muro, / Ombros em pé, medrosa, e fina, <strong>de</strong> luneta!».<br />
• O facto <strong>de</strong> a rapariga vestir um «costume <strong>de</strong> percale» e usar «luneta» permite traçar o retrato <strong>de</strong> uma figura feminina<br />
urbana.<br />
• Ao longo da composição poética, é reiterado o seu receio dos animais («Nem força teve em si para soltar um<br />
grito»).<br />
• …
4. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />
............................. 15 pontos<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />
– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />
– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Explica, com rigor e pertinência, a presença dos dois momentos<br />
temporais a que o sujeito poético se reporta.<br />
Explica, com pertinência, a presença dos dois momentos temporais<br />
a que o sujeito poético se reporta.<br />
Explica, com algumas imprecisões, a presença dos dois momentos<br />
temporais a que o sujeito poético se reporta.<br />
Explica, com acentuadas imprecisões, a presença dos dois<br />
momentos temporais a que o sujeito poético se reporta.<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Construção do poema em dois tempos: o da escrita e o da história.<br />
• O poeta evoca um episódio passado, fazendo o seu autorretrato, com alguma ironia: perante uma situação <strong>de</strong><br />
perigo imaginário, sentiu-se um «<strong>de</strong>stro e bravo rapazito», que protegeu a sua assustada companheira.<br />
• No presente, o sujeito poético, através da memória, evoca o passado, e pergunta se a figura feminina ainda receia<br />
aquela «vaquita preta», sugerindo a contextualização do episódio na infância <strong>de</strong> ambos.<br />
• …<br />
9<br />
7<br />
5<br />
3<br />
153
154<br />
Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />
B<br />
• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos<br />
• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos<br />
– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos<br />
– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 5 pontos<br />
Níveis <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
Descritores Pontuação<br />
Comenta, com rigor e pertinência, o excerto transcrito, revelando um muito bom<br />
conhecimento da obra <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />
Comenta, com rigor e pertinência, o excerto transcrito, fazendo referências que<br />
revelam um bom conhecimento da obra <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />
Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, o excerto transcrito, fazendo<br />
referências que revelam um conhecimento suficiente da obra <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />
Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, o excerto transcrito, fazendo<br />
referências que refletem um conhecimento suficiente da obra <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />
Comenta, com acentuadas imprecisões, o excerto transcrito, fazendo referências<br />
que refletem um conhecimento insuficiente da obra <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />
Tece comentários gerais sobre Cesário Ver<strong>de</strong>, pouco relevantes para a temática<br />
proposta, que refletem um conhecimento incipiente da poética do autor.<br />
Cenário <strong>de</strong> resposta<br />
A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os dois primeiros aspetos que a seguir se enunciam, e/ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />
• Cesário apresenta o contraste entre a socieda<strong>de</strong> industrial e a socieda<strong>de</strong> agrária e, consequentemente, a dicotomia<br />
cida<strong>de</strong>/campo.<br />
• A sua integração e a sua experiência rural levam a que o poeta se i<strong>de</strong>ntifique com o povo comum e se sinta fortalecido<br />
em contacto com a natureza.<br />
• O campo não é apresentado apenas como um espaço idílico e bucólico, mas, essencialmente, como uma realida<strong>de</strong><br />
concreta, associada ao trabalho duro dos trabalhadores rurais.<br />
• No poema «Nós», por exemplo, a cida<strong>de</strong> surge conotada com a repressão, confinamento, doença e morte e o<br />
campo é exaltado como símbolo <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, saú<strong>de</strong> e vida.<br />
• Em «Provincianas», o trabalho rural é apresentado em primeiro plano, salientando-se a ru<strong>de</strong>za da ativida<strong>de</strong> das<br />
personagens e algumas injustiças e conflitos sociais.<br />
• …<br />
18<br />
15<br />
12<br />
9<br />
6<br />
3
Chaves <strong>de</strong> correção:<br />
1.<br />
1. b); 2. c); 3. a); 4. d); 5. b); 6. d); 7. c).<br />
Níveis<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
GRUPO II<br />
Descritores do nível<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
Pontuação<br />
3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15<br />
2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9<br />
1 Estabelece uma correspondência correta. 3<br />
Critérios gerais <strong>de</strong> classificação dos testes<br />
GRUPO III<br />
1. Fatores <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização no domínio da correção linguística:<br />
• Por cada erro <strong>de</strong> sintaxe ou <strong>de</strong> improprieda<strong>de</strong> lexical, são <strong>de</strong>scontados dois (2) pontos.<br />
• Por cada erro inequívoco <strong>de</strong> pontuação ou por cada erro <strong>de</strong> ortografia (incluindo erro <strong>de</strong> acentuação, erro por<br />
ausência <strong>de</strong> letra maiúscula quando obrigatória e erro <strong>de</strong> translineação), é <strong>de</strong>scontado um (1) ponto.<br />
• Por cada erro <strong>de</strong> ortografia repetido (incluindo acentuação, usos convencionais <strong>de</strong> letra maiúscula e erro <strong>de</strong><br />
translineação), apenas é <strong>de</strong>scontada uma ocorrência.<br />
• Por cada erro por incumprimento das regras <strong>de</strong> citação <strong>de</strong> texto (ausência ou uso in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> aspas, ausência<br />
<strong>de</strong> indicador(es) <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> texto, etc.) ou <strong>de</strong> referência a uma obra (ausência <strong>de</strong> sublinhado ou <strong>de</strong> uso <strong>de</strong><br />
aspas no título, etc.), é <strong>de</strong>scontado um (1) ponto.<br />
• Os <strong>de</strong>scontos por erro <strong>de</strong> citação <strong>de</strong> texto ou <strong>de</strong> referência a uma obra são efetuados até ao máximo <strong>de</strong> cinco<br />
(5) pontos na totalida<strong>de</strong> do instrumento <strong>de</strong> avaliação.<br />
• Os <strong>de</strong>scontos por aplicação dos fatores <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização, no domínio da correção linguística, são efetuados<br />
até ao limite das pontuações indicadas para este critério.<br />
Nos itens <strong>de</strong> resposta aberta <strong>de</strong> composição curta/composição extensa, a cotação é percentualmente distribuída<br />
pelos seguintes parâmetros:<br />
a) aspetos <strong>de</strong> conteúdo (60%);<br />
b) aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (40%).<br />
2.<br />
1. h); 2. f); 3. a); 4. c); 5. e).<br />
Se o aluno obtiver 1/3 nos aspetos <strong>de</strong> conteúdo, a cotação relativa a aspetos <strong>de</strong> correção linguística será igualmente<br />
proporcional a 1/3.<br />
155
156<br />
Sempre que for indicado um número mínimo e/ou máximo <strong>de</strong> palavras para a elaboração da resposta, <strong>de</strong>ve ser tido<br />
em conta o seguinte:<br />
a) Os limites explicitados correspon<strong>de</strong>m a requisitos relativos à extensão <strong>de</strong> texto, que <strong>de</strong>vem ser respeitados.<br />
b) O incumprimento dos limites <strong>de</strong> extensão implica o <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> (1) um ponto por cada palavra a mais ou a<br />
menos, até ao máximo <strong>de</strong> (5) cinco pontos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aplicados todos os critérios <strong>de</strong>finidos para o item. Se da<br />
aplicação <strong>de</strong>ste fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização resultar uma classificação inferior a zero pontos, é atribuída à resposta<br />
a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />
O afastamento integral dos aspetos <strong>de</strong> conteúdo relativos a cada um dos itens implica a <strong>de</strong>svalorização total da<br />
resposta.<br />
Fonte: http://www.gave.min-edu.pt/np3/294.html
SOLUÇÕES DOS RECURSOS DE APOIO<br />
AO DESENVOLVIMENTO E À AVALIAÇÃO<br />
DAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM<br />
Sequência 1<br />
«A dança das partículas fantasmas» (página 18)<br />
1. O tema é a mutação dos neutrinos.<br />
2. O título A dança das partículas fantasmas relaciona-se com o tema na medida em que, como o texto especifica,<br />
os neutrinos raramente interagem com a matéria, atravessando-a, seja ela qual for, como um fantasma inofensivo,<br />
ou seja, não lhe provoca nenhuma alteração.<br />
3.1<br />
a) É uma partícula engraçada pois está em todo o lado, é produzida até pelo corpo humano, porém é impercetível<br />
e sofre metamorfoses.<br />
b) Não se <strong>de</strong>tetam pois raramente interagem com a matéria. Por isso são como fantasmas, inofensivos por<br />
atravessarem a matéria sem nela provocarem alterações.<br />
c) A experiência Opera <strong>de</strong>u conta da mutação das partículas <strong>de</strong> neutrinos muão, ao <strong>de</strong>tetarem uma partícula <strong>de</strong><br />
neutrino tau. Neste caso a confirmação da experiência é importante porque toda a física das partículas presume<br />
que o neutrino não tem massa. No entanto, para se transformar o neutrino precisa <strong>de</strong> possuir massa.<br />
4. A metamorfose levada a cabo pela dança das partículas fantasma é tão surpreen<strong>de</strong>nte, como nos surpreen<strong>de</strong>ríamos<br />
se assistíssemos à transformação <strong>de</strong> um cão em gato.<br />
5. Exemplos <strong>de</strong> perguntas:<br />
– Que relação tem o CERN com o laboratório San Sasso?<br />
– E se, tal como o neutrino, o fotão sofresse mutações como se tivesse massa?<br />
– On<strong>de</strong> nos po<strong>de</strong>rá levar a física dos neutrinos com massa?<br />
6. Contributo para a construção <strong>de</strong> novas teorias sobre matéria e antimatéria; relação com o Big Bang; compreensão<br />
das razões do mundo ser constituído por matéria e não antimatéria.<br />
«Admirável mundo próprio» (página 20)<br />
1.1 São assíduos, pontuais, adaptam-se muito bem ao mundo digital, são inteligentes, revelam competências em<br />
áreas técnicas, a<strong>de</strong>quam-se a tarefas meticulosas e repetitivas, compreen<strong>de</strong>m mal a linguagem corporal, as<br />
subtilezas da língua e as metáforas, a ambiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabiliza-os, sentem-se mais à vonta<strong>de</strong> a comunicar por<br />
correio eletrónico do que por telefone, são francos e falam sem ro<strong>de</strong>ios.<br />
1.2 Têm medo da solidão, propensão para a mentira, hipersensibilida<strong>de</strong> e negação da realida<strong>de</strong>. Ao contrário dos<br />
Asperger, não reconhecem os seus <strong>de</strong>feitos.<br />
2.1 Ao explicar a sua adaptação ao mundo digital, Susan Conza ventila a hipótese <strong>de</strong> os Asperger constituírem uma<br />
nova fase da espécie humana, com uma nova forma <strong>de</strong> comunicação.<br />
157
158<br />
3. As razões consistem na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicar as manipulações da política e das ligações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />
construir relações diretas, francas e unívocas.<br />
Compreensão oral (página 24)<br />
1. V; 2. F; 3. V; 4. V; 5. F; 6. V; 7. F; 8. V; 9. F; 10. V; 11. F; 12. V; 13. V; 14. F; 15. V; 16. F; 17. V; 18. F; 19. F; 20. V.<br />
Sequência 2<br />
Discurso <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> posse <strong>de</strong> Barack Obama (página 47)<br />
1.1<br />
• De «Estou aqui hoje com humilda<strong>de</strong>…» (linha 2) até «…esta geração <strong>de</strong> americanos.» (linha 9): Agra<strong>de</strong>cimento e<br />
homenagem à história, à Constituição, aos Pais Fundadores e aos seus representantes ao longo dos tempos.<br />
• De «Que nos encontramos no meio <strong>de</strong> uma crise…» (linha 10) até «…tenha <strong>de</strong> diminuir as suas expetativas.» (linha 18):<br />
Diagnóstico do estado <strong>de</strong> coisas; ponto <strong>de</strong> partida; o que está em jogo.<br />
• De «Hoje, digo-vos que os <strong>de</strong>safios…» (linha 19) até «…uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar a felicida<strong>de</strong>.» (linha 27):<br />
Promessa <strong>de</strong> vencer apesar das dificulda<strong>de</strong>s; a fé inabalável no povo americano.<br />
• De «Ao reafirmar a gran<strong>de</strong>za da nossa nação…» (linha 28) até «…por caminhos longos e difíceis para a paz e a liberda<strong>de</strong>.»<br />
(linha 33): A força está nos novos <strong>de</strong>safios e em não <strong>de</strong>sistir. A história da América foi feita por todos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
dos seus ofícios.<br />
• De «Por nós, embalaram os seus parcos bens terrenos…» (linha 34) até «…sem dúvida que já passou.» (linha 45):<br />
O sacrifício dos que foram para a América como o sonho da terra prometida.<br />
• De «A partir <strong>de</strong> hoje, <strong>de</strong>vemos erguer-nos…» (linha 46) até «Faremos tudo isto.» (linha 53): Projeção do futuro; o<br />
que tem <strong>de</strong> ser feito.<br />
• De «Há alguns que questionam a amplitu<strong>de</strong> das nossas ambições…» (linha 54) até «…entre a nossa segurança e os<br />
nossos i<strong>de</strong>ais.» (linha 70): Concessão aos adversários.<br />
• De «Os nossos Pais Fundadores…» (linha 71) até «…qualida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> e sobrieda<strong>de</strong>.» (linha 81):<br />
A lição e o exemplo da história; carta; Constituição.<br />
• De «Nós somos os <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong>ste legado…» (linha 82) até «…anunciando uma nova era <strong>de</strong> paz.» (linha 95):<br />
Continuação do legado herdado, do modo <strong>de</strong> vida americano; a diversida<strong>de</strong> étnica e cultural é uma força e não<br />
uma fraqueza.<br />
• De «Para o mundo muçulmano…» (linha 96) até «…nós <strong>de</strong>vemos mudar também.» (linha 105): As parcerias e as<br />
promessas aos seus aliados e amigos.<br />
• De «Ao consi<strong>de</strong>rarmos o caminho…» (linha 106) até «…prestar o mais sagrado juramento.» (linha 128): Com o exemplo<br />
dos bravos e a ajuda <strong>de</strong> todos será possível ser melhor; apesar <strong>de</strong> instrumentos e <strong>de</strong>safios novos, estes <strong>de</strong>vem<br />
ser travados com os mesmos valores.<br />
• De «Portanto, assinalemos este dia…» (linha 129) até «…os Estados Unidos da América.» (linha 141): Assinalar este<br />
acontecimento como a revalidação <strong>de</strong> todos os princípios da luta pela liberda<strong>de</strong> e dos valores <strong>de</strong>mocráticos que<br />
fizeram da América o que ela é.<br />
2.1<br />
• A voz po<strong>de</strong>rosa e invulgar, a articulação e a excelente dicção do orador <strong>de</strong>vem ser assinaladas como um fator<br />
<strong>de</strong>terminante na captação da atenção dos ouvintes, assim como o seu carisma e a sua presença física, a boa figura,
a elegância, o sorriso, a tranquilida<strong>de</strong> que inspira confiança; po<strong>de</strong>r-se-á ainda acrescentar que a sua origem africana<br />
personifica o caráter multicultural que caracteriza os Estados Unidos.<br />
• A confissão <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> e agra<strong>de</strong>cimento, a emotivida<strong>de</strong>, o uso do nós em vez do eu, o apelo às referências e<br />
aos fundamentos da nação americana.<br />
• A repetição anafórica: Hoje – presentificação do momento da sua eleição como início <strong>de</strong> mudança e rutura<br />
com o passado. Este/estes – enunciação e enumeração das suas priorida<strong>de</strong>s.<br />
• Construções simétricas: «Construiremos estradas e pontes, re<strong>de</strong>s elétricas e linhas digitais que sustentem o<br />
nosso comércio e nos unam. Voltaremos a dar à ciência o lugar que merece e dominaremos as maravilhas da<br />
tecnologia para melhorar os cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a um custo menor. Aproveitaremos o sol e os ventos e o solo<br />
como combustível para os nossos carros e fábricas. E transformaremos as nossas escolas e universida<strong>de</strong>s<br />
para satisfazer as exigências <strong>de</strong> uma nova era.»<br />
• O uso <strong>de</strong> metáforas, <strong>de</strong> enumerações e <strong>de</strong> comparações.<br />
3. Sugestão <strong>de</strong> resposta: O discurso do presi<strong>de</strong>nte americano ao ser iniciado com as palavras «Estou aqui hoje com<br />
humilda<strong>de</strong> perante a tarefa que nos é imposta, grato pela confiança que me conce<strong>de</strong>ram, consciente dos sacrifícios<br />
consentidos pelos nossos antepassados» <strong>de</strong>nota uma extraordinária capacida<strong>de</strong> oratória (potenciada pela<br />
sua formação em Direito), que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o famoso «yes we can» (que ficou para a posterida<strong>de</strong>), galvanizou não só os<br />
americanos mas todo o planeta. A sua sensibilida<strong>de</strong> faz <strong>de</strong>le um cidadão <strong>de</strong> perfil conciliador, capaz <strong>de</strong> convocar<br />
para o seu discurso parceiros e adversários. As suas palavras são profundamente marcadas pela negociação, mas<br />
também pelos aspetos programáticos: é importante o que vamos fazer e como vamos fazer.<br />
A construção rigorosa do seu discurso assenta em oposições simples e binárias para <strong>de</strong>marcar as suas priorida<strong>de</strong>s,<br />
favorecendo a coerência e a clareza da sua mensagem: a cada progressão temática das suas intenções políticas,<br />
opõe o que os seus potenciais opositores criticam, apontando soluções para cada um dos problemas<br />
diagnosticados, <strong>de</strong>marcando-se claramente <strong>de</strong> um passado <strong>de</strong> estagnação e <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> confiança para um<br />
futuro <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> esperança, invocando as gran<strong>de</strong>s personalida<strong>de</strong>s e os homens e as mulheres anónimos<br />
que fizeram e fazem a gran<strong>de</strong>za da América.<br />
Para além das técnicas retóricas e da eloquência do orador, a quem alguém já chamou o novo Cícero, a construção<br />
do seu discurso gira em torno <strong>de</strong> três i<strong>de</strong>ias-chave: a esperança num mundo melhor; a capacida<strong>de</strong> do povo<br />
americano para fazer o impossível; a união <strong>de</strong> todos para forjar a mudança tendo como referência os valores<br />
fundadores da nação americana.<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral (página 54)<br />
1. c); 2. d); 3. b); 4. c); 5. c); 6. d); 7. b); 8. d); 9. b); 10. c).<br />
Sequência 3<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral (página 81)<br />
1. F – Em Portugal, o romantismo emerge num clima revolucionário.<br />
2. V<br />
3. F – Em 1825 e 1826, Garrett publica os poemas «Camões» e «D. Branca» em Paris.<br />
159
160<br />
4. V<br />
5. F – O romantismo caracteriza-se pela rejeição dos mo<strong>de</strong>los clássicos.<br />
6. F – Os românticos rejeitaram os princípios racionalistas do século XVIII.<br />
7. V<br />
8. F – No romantismo, revela-se gosto pela Ida<strong>de</strong> Média.<br />
9. F – Tal como os escritores do classicismo, os românticos valorizam o que é próprio e nacional e não alheio.<br />
10. V<br />
11. V<br />
12. F – O herói romântico é dominado pelo sentimento.<br />
13. V<br />
14. F – A paisagem romântica é revolta e tumultuosa, é o locus horrendus.<br />
15. F – A paisagem clássica é <strong>de</strong>signada <strong>de</strong> locus amoenus.<br />
16. V<br />
17. V<br />
18. F – No texto dramático, os escritores românticos manifestam preferência pela prosa.<br />
19. F – Os escritores clássicos preocupam-se com a imitação dos mo<strong>de</strong>los da Antiguida<strong>de</strong> Clássica.<br />
20. V<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> leitura<br />
Verificação <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (página 83)<br />
1.<br />
1. f); 2. g); 3. i); 4. h); 5. c); 6. a).<br />
2.<br />
6; 9; 1; 4; 7; 2; 5; 3; 10; 8.<br />
3.<br />
3.1. c); 3.2. b); 3.3. a); 3.4. b); 3.5. a); 3.6. c); 3.7. b); 3.8. c); 3.9. b); 3.10. d); 3.11. a); 3.12. b).<br />
Sequência 4<br />
Verificação <strong>de</strong> leitura d’Os Maias (páginas 104 a 113)<br />
1. a).<br />
2. b).<br />
3. Os Maias são uma família lisboeta, representante da alta burguesia, num conjunto <strong>de</strong> três gerações sucessivas:<br />
Afonso da Maia (primeira geração), Pedro da Maia (segunda geração) e Carlos da Maia (terceira geração).<br />
4. Afonso da Maia e seu neto Carlos instalam-se no Ramalhete, em Lisboa, na rua <strong>de</strong> São Francisco, às Janelas<br />
Ver<strong>de</strong>s, no outono <strong>de</strong> 1875.<br />
5. b).
6. Carlos da Maia<br />
7. Santa Olávia era uma enorme quinta, o solar que a família possuía, na margem esquerda do Douro,<br />
em Resen<strong>de</strong>.<br />
8. Era o gato «pesado e enorme angorá, branco com malhas louras», que acompanha a família para a nova morada,<br />
«o fiel companheiro <strong>de</strong> Afonso».<br />
9. Afonso e Eduarda Runa viveram em Inglaterra.<br />
10. Pedro é o filho <strong>de</strong> ambos e teve uma educação à antiga portuguesa, privilegiando o latim e algumas práticas<br />
fossilizadas. Maria Eduarda Runa, a sua mãe, impõe este tipo <strong>de</strong> educação ao filho, o que o «con<strong>de</strong>na» ao suicídio<br />
por não o ter preparado para enfrentar as adversida<strong>de</strong>s da vida.<br />
11. Apaixona-se por Maria Monforte.<br />
12. Esta alcunha pejorativa <strong>de</strong>ve-se ao facto <strong>de</strong> o seu pai estar ligado ao comércio <strong>de</strong> escravos, <strong>de</strong> ter feito fortuna<br />
como comandante <strong>de</strong> um navio <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> escravos.<br />
13. Afonso reage muito mal e não lhe dá a pretendida autorização.<br />
Capítulos II, III e IV<br />
1. Pedro casa com Maria Monforte contra a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu pai e partem para Itália, <strong>de</strong>pois para França.<br />
2. c).<br />
3. Tomás <strong>de</strong> Alencar, o poeta.<br />
4. A escolha do nome Carlos Eduardo <strong>de</strong>ve-se ao facto <strong>de</strong> Maria Monforte estar a ler uma novela cujo herói tinha<br />
este nome.<br />
5. b).<br />
6. Pedro fica completamente transtornado, incapaz <strong>de</strong> enfrentar e resolver a adversida<strong>de</strong>, acaba por se suicidar,<br />
<strong>de</strong>ixando uma carta para o pai.<br />
7. Estudo do latim: não; exercício físico: sim; estudo <strong>de</strong> línguas vivas: sim; conhecimentos teóricos: não; conhecimentos<br />
práticos: sim.<br />
8. Eusébio Silveira (Eusebiozinho) e Teresinha.<br />
9. Após as diligências <strong>de</strong> Afonso para encontrar a sua neta, foi-lhe transmitido que esta morrera em Londres.<br />
10. Carlos queria exercer a sua profissão, ser útil, o que o seduzia na medicina era essa vida a sério, prática e útil;<br />
atraiam-no agora estes lados militantes e heroicos da ciência.<br />
11. Ega queria escrever um livro, Memórias <strong>de</strong> um Átomo.<br />
12. Carlos montou o seu consultório num lugar nobre da capital, em pleno Rossio.<br />
13. Steinbroken: Diplomata da Finlândia; finlandês. Craft: Sem profissão, diletante, coleciona obras; inglês.<br />
Cruges: Pianista; português. Cohen: Banqueiro; português.<br />
Capítulos V, VI e VII<br />
1. O avô fazia o seu whist com os velhos parceiros: D. Diogo, o Sequeira e o con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Steinbroken, o Taveira,<br />
o Cruges, o marquês <strong>de</strong> Souselas.<br />
161
162<br />
2. c).<br />
3. O teatro, o Grémio Literário, a casa dos Gouvarinhos (às terças-feiras), o Hotel Central, o Aterro…<br />
4. Ega quer dizer que se vão à procura <strong>de</strong> companhia feminina para se divertirem.<br />
5. d).<br />
6. a).<br />
7. No Hotel Central.<br />
7.1 Neste jantar, Ega preten<strong>de</strong> homenagear Cohen, o marido <strong>de</strong> Raquel, por quem Ega está apaixonado e com a<br />
qual mantinha uma relação; o outro objetivo é o <strong>de</strong> apresentar Carlos à socieda<strong>de</strong> lisboeta.<br />
8. c) teorias literárias.<br />
9. Confrontam-se Ega e Alencar por <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem teorias literárias diferentes: Ega é <strong>de</strong>fensor das novas teorias da<br />
literatura, do realismo e naturalismo, ao contrário <strong>de</strong> Alencar que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o ultrarromantismo; esta discussão<br />
revela uma socieda<strong>de</strong> dominada por valores tradicionais, a que se opõe uma nova geração, representante da<br />
geração <strong>de</strong> 70.<br />
10. É Dâmaso Salce<strong>de</strong>.<br />
11. Esta expressão é o nome <strong>de</strong> um prato (ervilhas) à Cohen, pois assim presta homenagem ao Cohen e à esposa.<br />
12. Carlos conhece, por Alencar, alguns aspetos da vida <strong>de</strong> seus pais com os quais ele convivera, durante o período<br />
em que viveram em Lisboa.<br />
13. b).<br />
14. Carlos <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> ir a Sintra com o objetivo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ver Maria Eduarda.<br />
Capítulos VIII, IX e X<br />
1. É Cruges, pois nunca tinha ido a Sintra e sua mãe recomenda-lhe que traga as queijadas.<br />
2. Carlos saiu <strong>de</strong> casa, passou pela rua <strong>de</strong> São Francisco para apanhar Cruges, passaram pela estrada <strong>de</strong> Benfica,<br />
seguiram via Porcalhota e finalmente o break foi penetrando sob as árvores do Ramalhão, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> avistarem<br />
as primeiras casa <strong>de</strong> Sintra.<br />
3. c).<br />
4. Lawrence, Nunes, castelo da Pena.<br />
5. c).<br />
6. Encontraram o Eusebiozinho e o amigo Palma acompanhados <strong>de</strong> duas espanholas, a Lola e a Concha.<br />
7. Encontraram Alencar, o poeta.<br />
8. a).<br />
9. Carlos <strong>de</strong>ixa Sintra <strong>de</strong>solado por não ter visto ou encontrada a <strong>de</strong>usa, a brasileira que esperava encontrar.<br />
10. O amigo <strong>de</strong> Carlos, já no regresso, sucumbido exclamou – «Esqueceram-me as queijadas».<br />
11. Por ele estar perto da brasileira e Carlos não a ter visto.<br />
12. O romance entre Ega e Raquel Cohen é <strong>de</strong>scoberto e Ega é posto fora <strong>de</strong> casa dos Cohen. «Você, seu infame,<br />
ponha-se já no meio da rua!»
13. b) .<br />
14. As corridas <strong>de</strong> cavalos <strong>de</strong>correm numa quintarola arranjada para o efeito.<br />
15. Carlos recebe um bilhete da Senhora Castro Gomes, <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />
Capítulos XI, XII e XIII<br />
1. Maria Eduarda morava na rua <strong>de</strong> São Francisco.<br />
2. Carlos vai a casa <strong>de</strong> Maria Eduarda a seu pedido para consultar a governanta inglesa, Miss Sara.<br />
3. O con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gouvarinho <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> acompanhar a esposa ao Porto que ia aos anos do pai.<br />
4. Carlos passava as suas tar<strong>de</strong>s na rua <strong>de</strong> São Francisco em gran<strong>de</strong> enlevo amoroso.<br />
5. Foi Dâmaso que também por lá apareceu e houve algum <strong>de</strong>sagrado, tornando-se o ambiente um pouco pesado.<br />
6. Instalou-se no Ramalhete.<br />
7. d).<br />
8. a).<br />
9. A Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Gouvarinho faz alusões indiretas às novas ocupações <strong>de</strong> Carlos, acusando-o <strong>de</strong> passar o seu<br />
tempo com a brasileira.<br />
10. Carlos compra uma casa nos Olivais para Maria Eduarda se instalar.<br />
11. Dâmaso revela o seu mau caráter e má formação e difama Carlos cheio <strong>de</strong> <strong>de</strong>speito, sentindo-se preterido por<br />
Maria Eduarda.<br />
12. A Toca era o recanto idílico, nos Olivais, on<strong>de</strong> Maria Eduarda e Carlos da Maia partilharam as suas juras <strong>de</strong><br />
amor. Objetivamente ligada à habitação <strong>de</strong> alguns animais, a toca representa simbolicamente o território <strong>de</strong><br />
Carlos da Maia e <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />
13. b).<br />
14. Por causa da cabeça cortada e do sangue…<br />
15. A Gouvarinho pe<strong>de</strong> explicações a Carlos, discutem e terminam a relação.<br />
Capítulos XIV e XV<br />
1. Maria Eduarda muda-se para a Toca nos Olivais.<br />
2. A relação amorosa <strong>de</strong> Carlos e Maria Eduarda evolui e têm a intenção <strong>de</strong> ficar juntos.<br />
3. Foi Joaquim Álvares <strong>de</strong> Castro Gomes.<br />
4. Ele revela-lhe que Maria Eduarda não é sua mulher e que ela é afinal Madame Mac Gren, que veio para os braços<br />
<strong>de</strong>le, vindos <strong>de</strong> outros, que ela era uma mulher a quem ele pagava.<br />
5. b).<br />
6. Carlos ficou lívido, assombrado «só lhe restava o sentimento atordoado <strong>de</strong> uma coisa muito bela, resplan<strong>de</strong>cendo<br />
muito alto, e que caia <strong>de</strong> repente, se fazia em pedaços <strong>de</strong> lama…» Carlos revolta-se e pensa na rutura.<br />
7. Maria Eduarda conta a Carlos a sua infância, a vida atribulada com sua mãe, a sua fuga com o irlandês que<br />
morre na guerra, a filha Rosa a seu cargo; procura dar aulas <strong>de</strong> piano em Londres mas nada dá certo, a sua mãe<br />
está doente e falida, passa fome e vê a sua filha a passar privações e é aí que conhece Castro Gomes.<br />
163
164<br />
8. b).<br />
9. Palma Cavalão.<br />
10. São uns ditos difamatórios e injuriosos a respeito <strong>de</strong> Carlos da Maia.<br />
11. Dâmaso Salce<strong>de</strong>, cheio <strong>de</strong> <strong>de</strong>speito.<br />
12. Cruges e Ega vão a casa <strong>de</strong> Dâmaso <strong>de</strong>safiá-lo, a pedido <strong>de</strong> Carlos. Ega convence-o a escrever uma carta na<br />
qual se retratava e refere que estava bêbedo quando proferiu as injúrias sobre Carlos.<br />
13. Devido ao facto <strong>de</strong> Dâmaso ter acompanhado os Cohen e a Raquel, a Sintra durante o verão.<br />
Capítulos XVI a XVIII<br />
1. O sarau foi um verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>sastre, evi<strong>de</strong>nciando o gosto convencional e fossilizado dos portugueses dominados<br />
por valores caducos, enraizados num sentimentalismo educacional e sociais ultrapassados.<br />
2. É o Senhor Guimarães, o tio <strong>de</strong> Dâmaso, que vive em Paris.<br />
3. Ele revela que Maria Eduarda é filha <strong>de</strong> Maria Monforte e <strong>de</strong> Pedro da Maia e entrega a Ega uma caixa com documentos<br />
comprovativos.<br />
4. É Ega que conta a Carlos toda a verda<strong>de</strong>.<br />
5. Carlos, após uma primeira reação <strong>de</strong> revolta, continua a manter a relação incestuosa.<br />
6. Afonso morre <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgosto, <strong>de</strong> ataque <strong>de</strong> apoplexia, no jardim do Ramalhete.<br />
7. Carlos reconhece e aceita o castigo e <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> afastar-se <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />
8. Passados <strong>de</strong>z anos, Carlos regressa a Lisboa e reencontra Ega.<br />
9. Essas pessoas evoluíram para pior, ajudando a retocar a imagem soturna da socieda<strong>de</strong> portuguesa, em contraste<br />
com a beleza da terra.<br />
10. Que está <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte, cada vez pior – «arrasta os seus <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iros dias, caquética e caturra, a velha Lisboa fidalga».<br />
11. Ia casar com alguém mais velho do que ela, um casamento <strong>de</strong> conveniência «para afrontar juntos a velhice».<br />
12. Ambos começam a dar espirros aflitivos, pois Vilaça, seguindo uma receita <strong>de</strong> almanaque, fizera espalhar<br />
camadas espessas <strong>de</strong> pimenta branca sobre os móveis, os lençóis, as roupas…<br />
13. As suas vidas parecem pautar-se por uma espécie <strong>de</strong> fanatismo muçulmano – «Nada <strong>de</strong>sejar e nada recear…<br />
Não se abandonar a uma esperança nem a um <strong>de</strong>sapontamento». Porém, logo a seguir correm para apanhar o<br />
«americano» que lhes permitirá chegar a horas ao jantar que marcaram no Hotel Central.<br />
14. O romance acaba com uma nota irónica <strong>de</strong> Carlos e Ega correndo atrás do «americano» enquanto convictamente<br />
proclamavam que nada na vida os faria apressar o passo. Po<strong>de</strong>mos então concluir que a teoria que tentavam<br />
pôr em prática era apenas uma <strong>de</strong>fesa para evitar novos fracassos. Talvez ambos precisassem <strong>de</strong> uma<br />
luz, <strong>de</strong> um estímulo que os fizesse sair da <strong>de</strong>cadência em que se encontravam.<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral (página 115)<br />
1. c); 2. d); 3. a); 4. d); 5. b); 6. c); 7. a); 8. b); 9. b); 10. c).
Sequência 5<br />
Leitura interativa (página 141)<br />
1. Aquando da inauguração da Casa das Histórias, museu da pintura <strong>de</strong> Paula Rego, os convidados observavam a<br />
pintura <strong>de</strong> Paula Rego com exclamações <strong>de</strong> aprovação e até com alguma reverência, colocando a sua pintura<br />
(mo<strong>de</strong>rna) ao lado pintura antiga, conferindo-lhe, pois, a mesma importância. Havia, no entanto a «festa da<br />
festa», ou seja o lado social, o estar ali para se mostrar e para ser visto, as conversas <strong>de</strong> circunstância, os sorrisos,<br />
os gestos, o barulho <strong>de</strong> vozes que se entrecruza, o ruído <strong>de</strong> «copos e <strong>de</strong> corpos» <strong>de</strong> «braços que dançam em<br />
vez <strong>de</strong> pernas».<br />
2. Segundo o autor a mundanida<strong>de</strong>, inventada por Proust é uma maneira <strong>de</strong> estar <strong>de</strong> quem nada faz/produz a que<br />
ele chama «<strong>de</strong>socupação», mas, no entanto, muito «ocupada» a gerar vazios. Afinal, mundanida<strong>de</strong> é o mundo<br />
das aparências e do jogo social.<br />
3. a) felino, arisco, inteligente…; b) fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, amiga, solidária…; c) prosperida<strong>de</strong>, poupança, economicista…; d)<br />
in<strong>de</strong>finição, ambiguida<strong>de</strong>, esperteza…<br />
4. Tudo o que está naquela Casa, tudo o que a pintura <strong>de</strong> Paula Rego representa é, afinal, a visão do homem na<br />
socieda<strong>de</strong> com as suas forças e as suas fraquezas, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se superar, mas também <strong>de</strong> se violentar a si<br />
ou a outrem. Assim, o génio artístico <strong>de</strong> alguns criadores tem o privilégio <strong>de</strong> tocar o mundo, ou seja, <strong>de</strong> o<br />
apreen<strong>de</strong>r na sua totalida<strong>de</strong> e, consequentemente, <strong>de</strong> o dominar para o <strong>de</strong>struir e para o substituir, pois, mostrando,<br />
<strong>de</strong>nunciando, através da arte, contribui para que cada um se veja com maior niti<strong>de</strong>z no espelho da pintura,<br />
neste caso, nesta casa, da pintura <strong>de</strong> Paula Rego.<br />
5. Resposta pessoal.<br />
6. De acordo com a visão <strong>de</strong> José Manuel dos Santos, Paula Rego faz o que quer e não os que os outros esperam<br />
<strong>de</strong>la. É distante e próxima, é sempre genuína, embora saiba sempre o que dizer <strong>de</strong> modo a proteger-se, não se<br />
expondo <strong>de</strong>masiado. Não diz lugares-comuns, é muito perspicaz para tudo o que está à sua volta, analisando o<br />
comportamento das pessoas como se fizesse um estudo para os seus quadros.<br />
7. Visualismo <strong>de</strong>scritivo: Escrita cinematográfica em planos sucessivos <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong> pessoas como se fossem<br />
quadros sociais. Primeiro plano <strong>de</strong> Paula Rego.<br />
Recursos expressivos (exemplos):<br />
• Aliteração («cruzavam-se e colidiam.»).<br />
• Repetição expressiva («A casa encheu-se <strong>de</strong> gente, e mais gente, e mais gente.»).<br />
• Antítese («Paula Rego estava ali e estava fora dali. Sabe aproximar-se com distância. E sabe distanciar-se com<br />
proximida<strong>de</strong>.»).<br />
• Enumeração («E queria levar consigo a frase ouvida, a mão agarrada, a face beijada, o quadro olhado.»; «Isto é,<br />
<strong>de</strong> segredos, <strong>de</strong> suspeitas, <strong>de</strong> ameaças, <strong>de</strong> cruelda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> crimes, <strong>de</strong> castigos. E <strong>de</strong> memórias, <strong>de</strong> enigmas,<br />
<strong>de</strong> adivinhas, <strong>de</strong> narrativas, <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong>s.»).<br />
• Quiasmo («Todos estavam alegres por estarem ali e todos estavam ali para estarem alegres.»).<br />
• Comparação.<br />
• Ironia («Cá fora, no jardim, existia o movimento dos corpos e dos copos.»; «Havia a festa da festa: os braços<br />
dançavam em vez das pernas. Os gestos cruzavam-se e colidiam.»).<br />
• Dupla adjetivação («fatigada e feliz»).<br />
165
166<br />
Simetrias nas construções frásicas. («Fugir para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si, fugir para a pintura, fugir para Londres.»; «Todos a<br />
queriam ver, todos lhe queriam falar, todos a queriam ouvir, todos a queriam tocar.»).<br />
8.1 Tópicos:<br />
• A pintura <strong>de</strong> Paula Rego traduz um olhar lúcido e cru da realida<strong>de</strong> social.<br />
• Desenvolve temas difíceis <strong>de</strong> ver «retratados» que nos perturbam e nos emocionam.<br />
• Os seus quadros são cheios <strong>de</strong> imaginação e ousadia que exprimem por vezes um olhar infantil. Os seus<br />
transbordam <strong>de</strong> emoções: ironia, medo, revolta e terror.<br />
• A sua enorme capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observar criticamente o que vê lembra os «quadros revoltados» <strong>de</strong> Cesário<br />
Ver<strong>de</strong>.<br />
• As suas figuras são pessoas vulgares, como as que habitam a poesia narrativa <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />
• Na sua <strong>de</strong>ambulação, Cesário também apreen<strong>de</strong> <strong>de</strong> modo lúcido e crítico a vida social, colocando-se sempre<br />
do lado dos mais fracos e mais <strong>de</strong>sfavorecidos, exprimindo as suas emoções.<br />
• Elogia os trabalhadores que honestamente ganham o seu pão e critica os que nada fazem e que exploram os<br />
mais fracos.<br />
• O poeta foca lugares nauseabundos que nunca tinham sido colocados em verso, <strong>de</strong>nuncia o outro lado que<br />
sustenta a ostentação e a gran<strong>de</strong>za.<br />
• O poeta transfigura o que observa, filtrando a realida<strong>de</strong> através dos sentidos.<br />
• Cesário pinta com palavras à maneira dos impressionistas.<br />
• Paula Rego conta-nos autênticas histórias nos seus quadros.<br />
9. Tópicos:<br />
• A busca <strong>de</strong> melhores condições <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s leva as pessoas a imigrar para as gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s.<br />
• Cada vez mais populosas, as cida<strong>de</strong>s são espaços <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, mas também <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação, <strong>de</strong> opulência<br />
e <strong>de</strong> miséria, on<strong>de</strong> os contrastes são cada vez mais violentos.<br />
• As cida<strong>de</strong>s tornaram-se em lugares <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencontros e <strong>de</strong> solidão, espaços <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iras tragédias sociais,<br />
on<strong>de</strong> os idosos engrossam as estatísticas <strong>de</strong> suicídios, <strong>de</strong> maus tratos, <strong>de</strong> negligência ou <strong>de</strong> indiferença.<br />
• a inclusão é uma miragem, tal como a proximida<strong>de</strong> e as relações sociais, o encontro <strong>de</strong> culturas quase não<br />
acontece.<br />
• Na cida<strong>de</strong>, o fosso entre o egoísmo e a bonda<strong>de</strong> parece muito maior e a batalha que se trava é a da humanida<strong>de</strong>.<br />
• A cida<strong>de</strong> do encontro po<strong>de</strong> também ser urbana, próxima <strong>de</strong> cada um, com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong><br />
relacional.<br />
• A cida<strong>de</strong> do futuro po<strong>de</strong> ser uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> e <strong>de</strong> educação permanente; uma cida<strong>de</strong> nova e<br />
madura na sua liberda<strong>de</strong> e na sua intimida<strong>de</strong>. A cida<strong>de</strong> do encontro po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser utopia e passar a ser<br />
possível.<br />
Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral (página 143)<br />
1. b); 2. c); 3. b); 4. c); 5. a); 6. d); 7. a); 8. c); 9. a); 10. b).
Interações 11. o ano • Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Apoio ao Professor