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situações de aprendizagem

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– 11. o ANO<br />

Português<br />

CADERNO<br />

DE APOIO<br />

AO PROFESSOR<br />

CONCEIÇÃO COELHO • FÁTIMA AZÓIA • FÁTIMA SANTOS<br />

∫ Propostas <strong>de</strong> planificação<br />

∫ Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

∫ Recursos <strong>de</strong> apoio<br />

à <strong>aprendizagem</strong><br />

∫ Testes <strong>de</strong> avaliação<br />

com tipologia <strong>de</strong> exame


ÍNDICE<br />

NOTA INTRODUTÓRIA .................................................................. 3<br />

O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO NO SISTEMA EDUCATIVO PORTUGUÊS .... 4<br />

AULA DIGITAL ............................................................................ 8<br />

CONTRIBUTOS PARA O DESENVOLVIMENTO CURRICULAR.................. 10<br />

• Finalida<strong>de</strong>s da disciplina <strong>de</strong> Português .............................................. 10<br />

• Objetivos da disciplina <strong>de</strong> Português ................................................ 10<br />

EXPLORAÇÃO DAS SEQUÊNCIAS DE ENSINO<br />

Sequência <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />

A. Planificação ............................................................................. 12<br />

B. Em interação: Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ......................................... 13<br />

C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ...... 17<br />

D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ................. 24<br />

E. Teste <strong>de</strong> avaliação n. o 1 ................................................................. 32<br />

Sequência <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />

A. Planificação ............................................................................. 43<br />

B. Em interação: Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ......................................... 44<br />

C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ...... 46<br />

D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ................. 54<br />

E. Teste <strong>de</strong> avaliação n. o 2 ................................................................. 59<br />

Sequência <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />

A. Planificação.............................................................................. 72<br />

B. Em interação: Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ......................................... 73<br />

C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ...... 76<br />

D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ................. 81<br />

E. Teste <strong>de</strong> avaliação n. o 3 ................................................................ 87<br />

1


2<br />

Sequência <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />

A. Planificação ............................................................................. 98<br />

B. Em interação: Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ......................................... 99<br />

C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> .......... 102<br />

D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ................. 115<br />

E. Teste <strong>de</strong> avaliação n. o 4................................................................. 120<br />

Sequência <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong> n. o 5<br />

A. Planificação ............................................................................. 132<br />

B. Em interação: Situações <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ......................................... 133<br />

C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ...... 136<br />

D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> ................. 143<br />

E. Teste <strong>de</strong> avaliação n. o 5 ................................................................ 146<br />

SOLUÇÕES DOS RECURSOS DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO<br />

E À AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM ........................ 157<br />

Nota: Este Ca<strong>de</strong>rno encontra-se redigido conforme o novo Acordo Ortográfico.


NOTA INTRODUTÓRIA<br />

O Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Apoio ao Professor (CAP) do Interações do 11. o ano preten<strong>de</strong> ser um instrumento <strong>de</strong> apoio à ativida<strong>de</strong><br />

dos docentes na promoção <strong>de</strong> uma <strong>aprendizagem</strong> significativa e contextualizada. As propostas apresentadas<br />

configuram um paradigma fundamentado num mo<strong>de</strong>lo dinâmico <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, no qual o aluno (re)constrói o<br />

saber, partindo <strong>de</strong> um significado contextual e interacional e buscando a transformação para intervir na realida<strong>de</strong>.<br />

Sem este propósito <strong>de</strong> intervenção, qualquer <strong>aprendizagem</strong> é inócua.<br />

Mais do que um momento em que se apresentam conceitos, a aula <strong>de</strong> Português <strong>de</strong>ve provocar aprendizagens.<br />

Daí que este CAP proponha um trabalho em torno <strong>de</strong> <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> globais, progressivamente mais<br />

complexas e que exigem um olhar do aluno sobre os seus limites e potencialida<strong>de</strong>s, criando novas relações com o<br />

conhecimento.<br />

No <strong>de</strong>senvolvimento do processo <strong>de</strong> ensino-<strong>aprendizagem</strong>, o professor busca formas criativas e estimulantes<br />

para <strong>de</strong>safiar as estruturas cognitivas dos alunos, procurando, simultaneamente, avaliar os procedimentos adotados<br />

na resolução das ativida<strong>de</strong>s. A avaliação é diversificada e emerge das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, apresentando<br />

o CAP instrumentos auxiliares da prática avaliativa, sob a forma <strong>de</strong> grelhas simplificadas, on<strong>de</strong> se procura averiguar<br />

do grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das competências preconizadas pelo Programa. A avaliação mais formal surge<br />

em testes globais, no final <strong>de</strong> cada sequência, procurando familiarizar os alunos com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> exame <strong>de</strong> final<br />

<strong>de</strong> ciclo.<br />

Todas as propostas aqui apresentadas foram construídas na convicção <strong>de</strong> que a <strong>aprendizagem</strong> constitui um<br />

processo dialógico problematizador e que só é possível em sintonia e conexão com os outros. A língua portuguesa<br />

po<strong>de</strong> ser, afinal, o veículo <strong>de</strong> todas as interações!<br />

As Autoras<br />

3


4<br />

O novo acordo ortográfico no sistema educativo português<br />

Principais alterações<br />

Por Paulo Feytor Pinto<br />

A ortografia da língua portuguesa, tal como a própria língua, tem sofrido alterações ao longo do tempo. Em<br />

2011, com a entrada em vigor da nova ortografia que aqui se apresenta, chega ao fim um período <strong>de</strong> 100 anos durante<br />

o qual a língua portuguesa teve duas ortografias oficiais distintas. Este facto foi provocado pelos portugueses que,<br />

em 1911, adotaram uma nova ortografia, tornaram-na oficial e não consultaram os brasileiros.<br />

Apesar <strong>de</strong> a nova ortografia comum ter provocado alterações tanto na ortografia portuguesa como na brasileira,<br />

aqui apresentam-se apenas as regras que alteram a ortografia a utilizar no sistema educativo português. Todas as<br />

regras ortográficas que não são referidas mantêm-se, portanto, inalteradas. Também a terminologia utilizada<br />

nesta brochura é a adotada no ensino básico e secundário e não a do texto legal.<br />

As alterações introduzidas na ortografia são as seguintes:<br />

1. Introdução das letras k, w e y no alfabeto (Base I).<br />

2. Obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> inicial minúscula em alguns nomes próprios e formas <strong>de</strong> cortesia (Base XIX).<br />

3. Supressão das letras c e p em sequências <strong>de</strong> consoantes (Base IV).<br />

4. Supressão <strong>de</strong> acento em palavras graves (Base IX).<br />

5. Supressão e/ou substituição do hífen em palavras compostas e <strong>de</strong>rivadas, formas verbais e locuções (Bases<br />

XV-XVII).<br />

A consulta <strong>de</strong>ste texto po<strong>de</strong> ser complementada com a leitura do diploma legal que aprova a nova ortografia,<br />

em especial das bases ou regras acima i<strong>de</strong>ntificadas e das respetivas notas explicativas. A Resolução da<br />

Assembleia da República, <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1991, está permanentemente disponível em:<br />

http://dre.pt/pdf1sdip/1991/08/193A00/43704388.pdf<br />

A Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros que <strong>de</strong>termina a entrada em vigor da nova ortografia, <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2011,<br />

adotou também o Vocabulário Ortográfico do Português e o conversor Lince <strong>de</strong>senvolvidos pelo Instituto <strong>de</strong><br />

Linguística Teórica e Computacional, com financiamento público do Fundo da Língua Portuguesa. Uma vez que o<br />

texto legal que <strong>de</strong>screve a nova ortografia prevê exceções e não é exaustivo na exemplificação, estas duas ferramentas<br />

são muito úteis para esclarecer as inevitáveis dúvidas e estão disponíveis gratuitamente no sítio:<br />

Alfabeto<br />

www.portaldalinguaportuguesa.org<br />

k w y<br />

As letras k, w e y fazem parte do alfabeto da língua portuguesa. Apesar <strong>de</strong>sta novida<strong>de</strong>, as regras <strong>de</strong> utilização<br />

mantêm-se as mesmas. Estas três letras po<strong>de</strong>m, por exemplo, ser utilizadas em palavras originárias <strong>de</strong> outras línguas<br />

e seus <strong>de</strong>rivados ou em siglas, símbolos e unida<strong>de</strong>s internacionais <strong>de</strong> medida, como darwinismo, Kuwait, km<br />

ou watt.<br />

A posição <strong>de</strong>stas três letras no alfabeto é a seguinte: …j, k, l… …v, w, x, y, z.


Minúsculas<br />

sábado agosto verão sul senhor Silva<br />

A letra minúscula inicial é obrigatória nos:<br />

– nomes dos dias: sábado, domingo, segunda-feira, terça-feira, quarta-feira…<br />

– nomes dos meses: agosto, setembro, outubro, novembro, <strong>de</strong>zembro, janeiro…<br />

– nomes das estações do ano: verão, outono, inverno, primavera…<br />

– nomes dos pontos car<strong>de</strong>ais ou equivalentes, mas não quando eles referem regiões: sul, leste, oriente e oci<strong>de</strong>nte<br />

europeu, mas o Oci<strong>de</strong>nte.<br />

A letra minúscula inicial é obrigatória também nas formas <strong>de</strong> tratamento ou cortesia: senhor Silva, car<strong>de</strong>al<br />

Santos…<br />

A letra inicial tanto po<strong>de</strong> ser maiúscula como minúscula em:<br />

– títulos <strong>de</strong> livros, exceto na primeira palavra: Amor <strong>de</strong> perdição ou Amor <strong>de</strong> Perdição.<br />

– nomes que <strong>de</strong>signam cursos e disciplinas: matemática ou Matemática.<br />

– <strong>de</strong>signações <strong>de</strong> arruamentos: rua da Liberda<strong>de</strong> ou Rua da Liberda<strong>de</strong>.<br />

– <strong>de</strong>signações <strong>de</strong> edifícios: igreja do Bonfim ou Igreja do Bonfim.<br />

C & P<br />

ação facto ótimo apto<br />

As letras c e p são suprimidas sempre que não são pronunciadas pelos falantes mais instruídos, como acontece<br />

em algumas sequências <strong>de</strong> consoantes: ação, ótimo, ata, ator, adjetivo, antártico, atração, coletânea, conceção,<br />

letivo, noturno, perentório, sintático…<br />

As letras c e p mantêm-se apenas nos casos em que são pronunciadas: facto, apto, a<strong>de</strong>pto, compacto, contacto,<br />

corrupção, estupefacto, eucalipto, faccioso, fricção, núpcias, pacto, sumptuoso…<br />

Assim, tal como na oralida<strong>de</strong>, na escrita temos Egito e egípcio.<br />

Aceita-se a dupla grafia quando se verifica oscilação na pronúncia culta, como em sector e setor. Já existiam<br />

em português outras palavras com mais <strong>de</strong> uma grafia, como febra, fevra e fêvera.<br />

As letras b, g e m mantêm-se na escrita em português europeu padrão <strong>de</strong> sequências idênticas <strong>de</strong> consoantes:<br />

subtil, súbdito, amígdala, amnistia, omnipresente…<br />

A letra h mantém-se tanto no início e no fim <strong>de</strong> palavra como nos dígrafos ch, lh e nh: homem, oh, chega,<br />

mulher, vinho.<br />

5


6<br />

Acento<br />

joia heroico leem veem pera para<br />

O acento agudo é suprimido das palavras graves cuja sílaba tónica contém o ditongo oi. Generaliza-se portanto<br />

a regra já aplicada em <strong>de</strong>zoito e comboio. Assim, passamos a ter: joia, heroico, boia, lambisgoia, alcaloi<strong>de</strong>, paranoico…<br />

O acento circunflexo é suprimido das formas verbais graves, da terceira pessoa do plural, terminadas em<br />

eem. Assim, passamos a ter: leem, veem, creem, <strong>de</strong>em, preveem…<br />

O acento gráfico, agudo ou circunflexo, é suprimido das palavras graves que não têm homógrafas da<br />

mesma classe <strong>de</strong> palavras. Assim, para po<strong>de</strong> ser uma preposição ou uma forma do verbo parar, tal como acordo já<br />

podia ser um nome ou uma forma do verbo acordar. Outros exemplos são: acerto (verbo ou nome), coro (verbo ou<br />

nome), fora (verbo ou advérbio)…<br />

O acento agudo mantém-se na escrita em português europeu padrão das formas verbais da primeira pessoa<br />

do plural, do pretérito perfeito do indicativo, dos verbos da primeira conjugação: gostámos, levámos, entregámos,<br />

andámos, comprámos…<br />

Hífen<br />

autoavaliação paraquedas semirrígido suprassumo fim <strong>de</strong> semana hei <strong>de</strong><br />

O hífen é suprimido das palavras <strong>de</strong>rivadas em que a última letra do primeiro elemento – o elemento não<br />

autónomo – é diferente da primeira letra do segundo elemento: autoavaliação, autoestrada, agroindústria, antiamericano,<br />

bioalimentar, extraescolar, neoi<strong>de</strong>alismo…<br />

O hífen mantém-se nas <strong>de</strong>rivadas começadas por ex, vice, pré, pós, pró, circum seguido <strong>de</strong> vogal ou n, pan<br />

seguido <strong>de</strong> vogal ou m, ou ab, ad, ob, sob ou sub seguido <strong>de</strong> consoante igual, b ou r. Assim, continuamos a ter: pós -<br />

-graduação, pan-americano, sub-região…<br />

O hífen mantém-se nas <strong>de</strong>rivadas em que o segundo elemento começa por h, r ou s. No primeiro caso, mantém-se<br />

a regra anteriormente em vigor: anti-herói, pan-helénico…<br />

O hífen é suprimido <strong>de</strong> palavras cuja noção <strong>de</strong> composição se per<strong>de</strong>u, tal como já tinha acontecido com pontapé.<br />

Assim, passamos a ter: paraquedas, mandachuva…<br />

O hífen é substituído por r ou s, duplicando-o, nas palavras <strong>de</strong>rivadas e compostas acima referidas em que a<br />

última letra do primeiro elemento é uma vogal e a primeira letra do segundo elemento é um r ou um s : semirrígido,<br />

suprassumo, antirroubo, antissemita, girassol, madressilva, ultrassecreto…<br />

O hífen é substituído por um espaço em branco nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais,<br />

prepositivas ou conjuncionais: fim <strong>de</strong> semana, cão <strong>de</strong> guarda, cor <strong>de</strong> vinho…


O hífen é substituído por um espaço em branco nas quatro formas monossilábicas do verbo haver seguidas<br />

da preposição <strong>de</strong>: hei <strong>de</strong>, hás <strong>de</strong>, há <strong>de</strong> e hão <strong>de</strong>.<br />

Mantém-se a ortografia em exceções pontuais tais como <strong>de</strong>sumano, cor-<strong>de</strong>-rosa…<br />

O hífen mantém-se em todos os restantes casos:<br />

– generalida<strong>de</strong> das compostas: cobra-capelo, ervilha-<strong>de</strong>-cheiro, mal-estar, tenente-coronel…<br />

– <strong>de</strong>rivadas em que a última letra do primeiro elemento é igual à primeira letra do segundo elemento: anti-ibérico,<br />

hiper-realista…<br />

– formas verbais seguidas <strong>de</strong> pronome pessoal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte: disse-lhe, disse-o, dir-te-ei…<br />

– enca<strong>de</strong>amentos vocabulares: estrada Lisboa-Porto, ponte Rio-Niterói…<br />

7


8<br />

AULA DIGITAL<br />

A Aula Digital possibilita a fácil exploração do projeto Interações, através das novas tecnologias em sala <strong>de</strong><br />

aula. Utilize uma ferramenta inovadora que lhe permitirá tirar o melhor partido do seu projeto escolar, simplificando<br />

o seu trabalho diário.<br />

Explore e vá mais longe<br />

Projete e explore as páginas do manual na sala <strong>de</strong> aula e aceda a um conjunto <strong>de</strong> conteúdos multimédia integrados<br />

com o manual, para tornar a sua aula mais dinâmica:<br />

• Ví<strong>de</strong>os – documentários <strong>de</strong> divulgação científica, biografias dos autores abordados no Programa ou anúncios<br />

publicitários são alguns dos ví<strong>de</strong>os disponibilizados na Aula Digital, que permitem explorar, <strong>de</strong> forma original<br />

e criativa, os diferentes conteúdos programáticos.<br />

• Áudios – gravações <strong>de</strong> leituras expressivas <strong>de</strong> diversos textos do manual.<br />

• PowerPoint – apresentações multimédia sobre as principais obras e autores abordados no manual (Um<br />

olhar sobre…) e temas como publicida<strong>de</strong>, discurso político ou dramatização.<br />

• Testes Interativos – extenso banco <strong>de</strong> testes interativos personalizáveis e organizados <strong>de</strong> acordo com os<br />

diversos temas do manual.<br />

• Links Internet – sugestões <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> páginas na Internet com conteúdos <strong>de</strong> apoio às matérias exploradas<br />

em contexto <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula, com vista a complementar informação e a alargar conhecimento.<br />

Prepare as suas aulas em pouco tempo<br />

A Aula Digital simplifica a preparação <strong>de</strong> aulas com as novas tecnologias. Prepare facilmente sequências planeadas<br />

e personalizadas <strong>de</strong> recursos digitais, para exploração no quadro interativo ou com o projetor simples.<br />

Avalie os seus alunos <strong>de</strong> forma fácil<br />

• Utilize os testes pre<strong>de</strong>finidos ou crie um à medida da sua turma, a partir <strong>de</strong> uma base <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 300 questões.<br />

• Imprima os testes para distribuir, projete em sala <strong>de</strong> aula ou envie aos seus alunos com correção automática.<br />

• Acompanhe o progresso dos alunos através <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>talhados.<br />

Comunique e interaja<br />

Tire partido das funcionalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong> interação que lhe permitem trocar mensagens e partilhar<br />

recursos com os seus alunos.


Materiais multimédia<br />

Sequência CD Áudio Ví<strong>de</strong>os PowerPoint Outros recursos<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

Singles e publicida<strong>de</strong><br />

radiofónica<br />

• Um mundo multirriscos<br />

• A herança <strong>de</strong> Padre<br />

António Vieira<br />

• Sermão <strong>de</strong> Santo<br />

António aos Peixes –<br />

Capítulo I<br />

• Sermão <strong>de</strong> Santo<br />

António aos Peixes –<br />

Capítulo V (excerto)<br />

• Sermão <strong>de</strong> Santo<br />

António aos Peixes –<br />

Capítulo IV<br />

• Memória ao<br />

Conservatório Real <strong>de</strong><br />

Lisboa<br />

• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, ato<br />

I, cena VIII<br />

• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, ato<br />

III, cena IV<br />

• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, ato<br />

III, cena XI<br />

• Louvor a Garrett, <strong>de</strong><br />

António Mega Ferreira<br />

• Ví<strong>de</strong>o Tvnet sobre<br />

a enzima protetora<br />

da malária<br />

• Eles andam aí<br />

(ví<strong>de</strong>os 1 e 2)<br />

• Pluralida<strong>de</strong> cultural –<br />

índios no Brasil, quem<br />

são eles<br />

• A arquitetura barroca<br />

• O problema da história<br />

única<br />

• Os Maias, capítulo VIII • Eça <strong>de</strong> Queirós,<br />

(excerto)<br />

realida<strong>de</strong> e ficção<br />

• Os Maias, capítulo XVII<br />

(excerto)<br />

• Os Maias, capítulo IV<br />

(excertos)<br />

• «Num bairro mo<strong>de</strong>rno»<br />

• «Cristalizações»<br />

• «Deslumbramentos»<br />

• «Contrarieda<strong>de</strong>s»<br />

• «De tar<strong>de</strong>»<br />

• «Provincianas»<br />

• Ler um artigo <strong>de</strong><br />

apreciação crítica<br />

• Um olhar sobre a<br />

publicida<strong>de</strong><br />

• Argumentar para<br />

convencer<br />

• Um olhar sobre o Sermão<br />

<strong>de</strong> Santo António aos<br />

Peixes<br />

• Tragédia e Drama<br />

• Um olhar sobre Frei Luís<br />

<strong>de</strong> Sousa<br />

• Conhecer Eça <strong>de</strong> Queirós<br />

• Um olhar sobre Os Maias<br />

• Nas nossas ruas,<br />

ao anoitecer<br />

• Um olhar sobre a poética<br />

<strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong><br />

• Código da Publicida<strong>de</strong><br />

(documento)<br />

• Formulário <strong>de</strong><br />

Reclamação do<br />

Consumidor<br />

(documento)<br />

• A retórica ou a arte<br />

<strong>de</strong> convencer<br />

(documento)<br />

• Testes interativos<br />

• Educação, um tesouro<br />

a <strong>de</strong>scobrir, <strong>de</strong> Jacques<br />

Delors (documento)<br />

• Testes interativos<br />

• Testes interativos<br />

• Testes interativos<br />

• Testes interativos<br />

9


10<br />

CONTRIBUTOS PARA<br />

O DESENVOLVIMENTO CURRICULAR<br />

«O programa <strong>de</strong> Português valoriza o exercício do pensamento reflexivo pela importância <strong>de</strong> que se reveste no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> valores, capacida<strong>de</strong>s e competências <strong>de</strong>correntes do processo <strong>de</strong> ensino formal, atribuindo à<br />

escola a função <strong>de</strong> incrementar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão e expressão oral e escrita do aluno.» 1<br />

Finalida<strong>de</strong>s da disciplina <strong>de</strong> Português:<br />

• «Assegurar o <strong>de</strong>senvolvimento das competências <strong>de</strong> compreensão e expressão em língua materna.<br />

• Desenvolver a competência <strong>de</strong> comunicação, aliando o uso funcional ao conhecimento reflexivo sobre a língua.<br />

• Formar leitores reflexivos e autónomos que leiam na Escola, fora da Escola e em todo o seu percurso <strong>de</strong> vida, conscientes<br />

do papel da língua no acesso à informação e do seu valor no domínio da expressão estético-literária.<br />

• Promover o conhecimento <strong>de</strong> obras/autores representativos da tradição literária, garantindo o acesso a um capital<br />

cultural comum.<br />

• Proporcionar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s ao nível da pesquisa, organização, tratamento e gestão <strong>de</strong> informação,<br />

nomeadamente através do recurso às Tecnologias <strong>de</strong> Informação e Comunicação (TIC).<br />

• Assegurar o <strong>de</strong>senvolvimento do raciocínio verbal e da reflexão, através do conhecimento progressivo das potencialida<strong>de</strong>s<br />

da língua.<br />

• Contribuir para a formação do sujeito, promovendo valores <strong>de</strong> autonomia, <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> espírito crítico,<br />

através da participação em práticas <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quadas.<br />

• Promover a educação para a cidadania, para a cultura e para o multiculturalismo, pela tomada <strong>de</strong> consciência da<br />

riqueza linguística que a língua portuguesa apresenta.» 2<br />

Objetivos da disciplina <strong>de</strong> Português:<br />

• «Desenvolver os processos linguísticos, cognitivos e metacognitivos necessários à operacionalização <strong>de</strong> cada<br />

uma das competências <strong>de</strong> compreensão e produção nas modalida<strong>de</strong>s oral e escrita.<br />

• Interpretar textos/discursos orais e escritos, reconhecendo as suas diferentes finalida<strong>de</strong>s e as <strong>situações</strong> <strong>de</strong> comunicação<br />

em que se produzem.<br />

• Desenvolver capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão e <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong> textos/discursos com forte dimensão simbólica,<br />

on<strong>de</strong> predominam efeitos estéticos e retóricos, nomeadamente os textos literários, mas também os do domínio<br />

da publicida<strong>de</strong> e da informação mediática.<br />

1 Programa <strong>de</strong> Português do 10. o , 11. o e 12. o anos dos Cursos Científico-Humanísticos e Cursos Tecnológicos do Ensino Secundário, páginas 2 e 3.<br />

2 I<strong>de</strong>m, página 6.


• Desenvolver o gosto pela leitura dos textos <strong>de</strong> literatura em língua portuguesa e da literatura universal, como<br />

forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir a relevância da linguagem literária na exploração das potencialida<strong>de</strong>s da língua e <strong>de</strong> ampliar<br />

o conhecimento do mundo.<br />

• Expressar-se oralmente e por escrito com coerência, <strong>de</strong> acordo com as finalida<strong>de</strong>s e <strong>situações</strong> <strong>de</strong> comunicação.<br />

• Proce<strong>de</strong>r a uma reflexão linguística e a uma sistematização <strong>de</strong> conhecimentos sobre o funcionamento da língua,<br />

a sua gramática, o modo <strong>de</strong> estruturação <strong>de</strong> textos/discursos, com vista a uma utilização correta e a<strong>de</strong>quada dos<br />

modos <strong>de</strong> expressão linguística.<br />

• Utilizar métodos e técnicas <strong>de</strong> pesquisa, registo e tratamento <strong>de</strong> informação, nomeadamente com o recurso às TIC.<br />

• Desenvolver práticas <strong>de</strong> relacionamento interpessoal favoráveis ao exercício da autonomia, da cidadania, do sentido<br />

<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, cooperação e solidarieda<strong>de</strong>.» 3<br />

3 I<strong>de</strong>m, página 7.<br />

11


12<br />

SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N. o 1<br />

A. Planificação<br />

Competências transversais<br />

• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.<br />

• Estratégica: Estratégias <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escuta a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> texto e à finalida<strong>de</strong>; seleção e organização <strong>de</strong> informação;<br />

operações <strong>de</strong> planificação, execução e avaliação da escrita e da oralida<strong>de</strong>; pesquisa em vários suportes; conceção<br />

e utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise; elaboração <strong>de</strong> ficheiros; utilização das TIC.<br />

• Formação para a cidadania: Tomada <strong>de</strong> consciência e exercício <strong>de</strong> direitos e <strong>de</strong>veres; apresentação e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> opiniões;<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do espírito crítico.<br />

COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />

Tipos <strong>de</strong> texto: Artigos científicos e técnicos, artigos <strong>de</strong> apreciação crítica, textos publicitários, reclamação/<br />

protesto<br />

COMPREENSÃO<br />

ORAL<br />

EXPRESSÃO<br />

ORAL<br />

EXPRESSÃO<br />

ESCRITA<br />

Testes <strong>de</strong> compreensão oral (CD áudio/<br />

manual):<br />

• Documentário <strong>de</strong> índole científica:<br />

A árvore genealógica da humanida<strong>de</strong>.<br />

• Publicida<strong>de</strong> (comercial e institucional):<br />

Jogos Santa Casa; Eles andam aí...; Água<br />

das Pedras.<br />

• Textos <strong>de</strong> apreciação crítica.<br />

• Textos publicitários.<br />

• Descrição e interpretação <strong>de</strong> imagens.<br />

• Artigos <strong>de</strong> apreciação crítica.<br />

• Texto publicitário.<br />

• Reclamação/Protesto.<br />

LEITURA Textos informativos (páginas 15 a 28)<br />

10 blocos 90 minutos (20 aulas)<br />

Escuta/visionamento:<br />

• Documentário <strong>de</strong> índole científica:<br />

A árvore genealógica da humanida<strong>de</strong>.<br />

• Publicida<strong>de</strong> (comercial e institucional):<br />

Jogos Santa Casa ; Eles andam aí...;<br />

Água das Pedras.<br />

• Outros documentários e exemplos <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> selecionados na comunicação<br />

social por professores e alunos.<br />

Leitura seletiva:<br />

• Loucos por anúncios, página 51.<br />

• A arte <strong>de</strong> chamar a atenção, página 52.<br />

• A retórica ou a arte <strong>de</strong> convencer<br />

(Aula Digital).<br />

(Continua)


COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />

LEITURA<br />

FUNCIONAMENTO<br />

DA LÍNGUA<br />

AVALIAÇÃO<br />

• Artigos científicos e técnicos.<br />

• Artigos <strong>de</strong> apreciação crítica (socieda<strong>de</strong>,<br />

economia, política, cultura); editorial.<br />

• Reclamação/Protesto.<br />

Leitura analítica:<br />

• Jovens cientistas europeus em Lisboa<br />

• Pura adrenalina<br />

• Está aí alguém?<br />

• Lugar ao sol<br />

• Direito à esperança<br />

• O meu avô, o meu pai e eu<br />

• As salas <strong>de</strong> aula, 50 anos <strong>de</strong>pois<br />

• Cinema e <strong>de</strong>mocracia<br />

• Sistemas quânticos e eterna juventu<strong>de</strong><br />

Leitura global: Textos do manual e outros<br />

selecionados pelo(a) professor(a) e pelos<br />

alunos em revistas e jornais da atualida<strong>de</strong>.<br />

Leitura recreativa: Contrato <strong>de</strong> Leitura.<br />

Imagem fixa e em movimento: Imagens <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> comercial e institucional.<br />

• Tempo, aspeto e modalida<strong>de</strong>.<br />

• Tropos e figuras retóricas.<br />

• Consolidação dos conteúdos <strong>de</strong> morfologia, classes <strong>de</strong> palavras, sintaxe.<br />

• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />

• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />

B. Em interação: <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

• Documentário <strong>de</strong> índole científica.<br />

• Artigos científicos e técnicos.<br />

• Artigos <strong>de</strong> apreciação crítica (socieda<strong>de</strong>, economia, política, cultura); editorial.<br />

• Publicida<strong>de</strong> (comercial/institucional); texto publicitário.<br />

• Reclamação/Protesto.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />

• Visionamento <strong>de</strong> documentário <strong>de</strong> índole científica (manual); tomada <strong>de</strong> notas.<br />

• Interação verbal em torno das i<strong>de</strong>ias expressas no documentário.<br />

• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> vocabulário específico e construção <strong>de</strong> glossário <strong>de</strong> termos científicos.<br />

• Deteção da estrutura do documentário.<br />

• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação):<br />

– Planificação <strong>de</strong> texto a partir das i<strong>de</strong>ias expressas no documentário: construção do universo <strong>de</strong> referência/<br />

tópico; <strong>de</strong>terminação da situação e objetivos <strong>de</strong> comunicação; construção <strong>de</strong> um plano-guia.<br />

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14<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação da interação verbal.<br />

• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />

• Avaliação do plano construído.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />

• Pesquisa e constituição <strong>de</strong> Webfólio/Portefólio <strong>de</strong> artigos científicos e técnicos.<br />

• Seleção dos artigos por área <strong>de</strong> ciência/técnica.<br />

• Constituição <strong>de</strong> pequenos grupos por área científica/técnica <strong>de</strong> interesse dos alunos.<br />

• Leitura dos artigos selecionados para levantamento <strong>de</strong> vocabulário específico e informação.<br />

• Elaboração <strong>de</strong> glossário <strong>de</strong> termos científicos.<br />

• Produção <strong>de</strong> um PowerPoint com informação relevante extraída dos artigos para ser apresentado à turma.<br />

• Alargamento do conhecimento: pesquisa <strong>de</strong> um termo/experiência apresentado(a) nos artigos que suscite a<br />

curiosida<strong>de</strong> intelectual do grupo.<br />

• Apresentação à turma do resultado da pesquisa.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Produção <strong>de</strong> um texto individual, a partir <strong>de</strong> um dos artigos analisados e da informação recolhida, utilizando<br />

vocabulário específico.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />

• Leitura, em trabalho <strong>de</strong> pares, <strong>de</strong> um editorial apresentado pelo professor:<br />

– Deteção da opinião do meio <strong>de</strong> comunicação – ponto <strong>de</strong> vista da entida<strong>de</strong>/instituição.<br />

– Modo como influencia a opinião pública a tomar aquele posicionamento como verda<strong>de</strong>iro ou certo.<br />

– Relevância do tema tratado.<br />

– Afirmações que conferem ao editorial um estatuto <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>.<br />

– Enquadramento no género <strong>de</strong> discurso jornalístico que é persuasivo por natureza e visa orientar os indivíduos<br />

e a socieda<strong>de</strong> em geral.<br />

• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />

• Leitura analítica individual <strong>de</strong> um editorial trazido pelo par com quem o aluno trabalhou inicialmente – registo<br />

escrito.<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em pares.<br />

• Leitura analítica individual <strong>de</strong> um editorial.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.


Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />

• Constituição <strong>de</strong> quatro gran<strong>de</strong>s grupos para leitura <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> apreciação crítica (socieda<strong>de</strong>, economia, política,<br />

cultura).<br />

• Procedimentos <strong>de</strong> leitura para cada grupo:<br />

– I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> sequências informativas e <strong>de</strong> sequências argumentativas.<br />

– I<strong>de</strong>ntificação da tese <strong>de</strong>fendida.<br />

– Registo <strong>de</strong> argumentos que revelem a apreciação crítica do autor do artigo.<br />

– Levantamento <strong>de</strong> exemplos utilizados para comprovar a tese e ilustrar os argumentos.<br />

– Registo da utilização <strong>de</strong> linguagem valorativa ou <strong>de</strong>preciativa.<br />

– I<strong>de</strong>ntificação do tom utilizado, <strong>de</strong> acordo com a intenção da crítica.<br />

– Verificação da consecussão do objetivo <strong>de</strong> atingir a eficácia persuasiva, isto é, <strong>de</strong> influenciar o leitor.<br />

• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />

• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):<br />

– Elaboração <strong>de</strong> um artigo <strong>de</strong> apreciação crítica (manual):<br />

– Estrutura.<br />

– Características.<br />

– Expressão <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> vista e <strong>de</strong> juízos <strong>de</strong> valor.<br />

– Estratégias argumentativas.<br />

– Vocabulário (valorativo ou <strong>de</strong>preciativo).<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />

• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />

• Elaboração individual <strong>de</strong> um artigo <strong>de</strong> apreciação crítica.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 5<br />

• Trabalho em pequenos grupos em torno <strong>de</strong> anúncios publicitários escritos e audiovisuais.<br />

• Leitura <strong>de</strong> imagem.<br />

• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> características da linguagem publicitária/dos mecanismos <strong>de</strong> persuasão.<br />

• Levantamento dos recursos expressivos que suportam a informação/crítica/argumentação.<br />

• Ficha <strong>de</strong> funcionamento da língua a partir do anúncio.<br />

• Produção <strong>de</strong> um anúncio publicitário que evi<strong>de</strong>ncie a relação entre o verbal e o visual, com recurso à função<br />

informativa, crítica e argumentativa da imagem e a figuras <strong>de</strong> estilo/tropos a<strong>de</strong>quados.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Anúncio publicitário produzido.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

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Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 6<br />

• Leitura, em pares, <strong>de</strong> textos on<strong>de</strong> seja evi<strong>de</strong>nte a reclamação/o protesto: levantamento <strong>de</strong> factos/<strong>situações</strong>,<br />

razões apresentadas, argumentação evi<strong>de</strong>nciada, soluções alternativas propostas, linguagem que suporta a<br />

reclamação/o protesto.<br />

• Ficha <strong>de</strong> funcionamento da língua a partir do texto.<br />

• Elaboração, em pares, <strong>de</strong> reclamação/protesto sobre tema à escolha.<br />

Avaliação:<br />

• Produção individual <strong>de</strong> reclamação/protesto.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.


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C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

Jovens i<strong>de</strong>ntificaram espécie <strong>de</strong> rã-<strong>de</strong>-focinho-pontiagudo<br />

Três alunos da Escola Secundária Dr. Manuel Can<strong>de</strong>ias Gonçalves conseguiram i<strong>de</strong>ntificar, na região <strong>de</strong><br />

O<strong>de</strong>mira, uma espécie <strong>de</strong> rã da família Discoglossidae – também chamada <strong>de</strong> rã-<strong>de</strong>-focinho-pontiagudo –, consi<strong>de</strong>rada<br />

espécie protegida, mas atualmente ameaçada por <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> habitat. A <strong>de</strong>scoberta valeu-lhes o terceiro<br />

lugar no Concurso Nacional para Jovens Cientistas e Investigadores e a participação na Semana Internacional<br />

<strong>de</strong> Investigação, na Suíça, que vai <strong>de</strong>correr entre 27 <strong>de</strong> junho e 3 <strong>de</strong> julho.<br />

Com o projeto Anfíbios e répteis: completar o atlas para a região <strong>de</strong> O<strong>de</strong>mira, Francisco Silva, João Pedro<br />

Pereira e Rúben Gonçalinho, todos da Escola Secundária Dr. Manuel Can<strong>de</strong>ias Gonçalves, conseguiram garantir a<br />

presença na Semana Internacional <strong>de</strong> Investigação que durante sete dias junta, na Suíça, mais <strong>de</strong> 20 jovens cientistas,<br />

entre os 17 e os 20 anos, <strong>de</strong> várias nacionalida<strong>de</strong>s.<br />

A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>sta Semana é promover o contacto com a natureza, <strong>de</strong>scobrir a vida selvagem alpina e, simultaneamente,<br />

<strong>de</strong>spertar os mais novos para os temas relacionados com a ecologia, a biodiversida<strong>de</strong>, o comportamento<br />

animal ou as diferentes espécies <strong>de</strong> plantas. O objetivo é que os participantes <strong>de</strong>senvolvam um trabalho <strong>de</strong> investigação<br />

sobre uma área, po<strong>de</strong>ndo fazer análises <strong>de</strong> campo para obter as conclusões necessárias.<br />

Em Portugal, os três alunos da Escola Secundária Dr. Manuel Can<strong>de</strong>ias Gonçalves i<strong>de</strong>ntificaram novas espécies<br />

<strong>de</strong> anfíbios e répteis da Região <strong>de</strong> O<strong>de</strong>mira, ajudando a valorizar o património natural daquela zona e, por<br />

outro lado, a promover a sua conservação efetiva. A i<strong>de</strong>ia surgiu quando «nos <strong>de</strong>parámos, pela primeira vez, com o<br />

Atlas editado em 2008 pelo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversida<strong>de</strong> e percebemos que espécies<br />

que estávamos habituados a ver na zona <strong>de</strong> O<strong>de</strong>mira não se encontravam registadas nas respetivas quadrículas»,<br />

explicam os alunos.<br />

Orientados pela professora Paula Canha, calçaram as botas <strong>de</strong> borracha e os impermeáveis e durante alguns<br />

meses percorreram vários charcos, munidos <strong>de</strong> recipientes para a i<strong>de</strong>ntificação das larvas <strong>de</strong> anfíbios, réguas,<br />

lanternas e máquina fotográfica.<br />

De entre as espécies com maior número <strong>de</strong> novos registos, isto é, que foram encontradas em quadrículas nas<br />

quais a equipa do Atlas não as <strong>de</strong>tetou, <strong>de</strong>stacam-se: o tritão-<strong>de</strong>-ventre-laranja (Lissotriton boscai ), a rã-<strong>de</strong>focinho<br />

-pontiagudo (Discoglossus galganoi ), a cobra-cega (Blanus cinereus ), a cobra-<strong>de</strong>-ferradura (Hemorrhois<br />

hippocrepis ) e a cobra-<strong>de</strong>-capuz (Macroprotodon brevis).<br />

A presença dos «jovens investigadores» na Suíça conta com o apoio da Fundação da Juventu<strong>de</strong>, entida<strong>de</strong> que<br />

vai promover a organização da Final Europeia para Jovens Cientistas, a <strong>de</strong>correr em Lisboa, no próximo mês <strong>de</strong><br />

setembro.<br />

Fonte: www.cienciahoje.pt<br />

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A dança das partículas fantasmas<br />

O neutrino é uma partícula engraçada. Teorizada pelo físico austríaco Wolfgang Pauli, em 1930, só viria a ser<br />

<strong>de</strong>tetada 30 anos mais tar<strong>de</strong>. Porém está em todo o lado: em cada segundo chegam até nós, vindas do Espaço,<br />

65 mil milhões <strong>de</strong>stas partículas por centímetro quadrado. As estrelas e as centrais nucleares produzem-nas, tal<br />

como a radioativida<strong>de</strong> natural e, até, o corpo humano.<br />

Estas partículas mínimas são impercetíveis. Como só raramente interagem com a matéria, atravessam-na<br />

como fantasmas inofensivos, quer estejamos a falar <strong>de</strong> uma pare<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma pessoa ou dos 732 quilómetros <strong>de</strong><br />

subsolo que separam o CERN (Centro Europeu <strong>de</strong> Física das Partículas), em Genebra, do laboratório <strong>de</strong> Gran<br />

Sasso, perto <strong>de</strong> Roma.<br />

Foram estes laboratórios a <strong>de</strong>tetar a metamorfose da partícula, como anunciaram os cientistas da equipa<br />

internacional da experiência Opera, iniciada em 2006.<br />

O neutrino apresenta-se sob três formas ou «sabores»: o neutrino do eletrão, o neutrino do muão e o neutrino<br />

do tau. Contudo, po<strong>de</strong> sofrer uma mutação brusca – oscilar, como dizem os físicos – <strong>de</strong> um tipo para outro.<br />

A experiência Opera teve início no CERN, on<strong>de</strong> se proce<strong>de</strong> à aceleração <strong>de</strong> protões – partículas elementares<br />

<strong>de</strong> carga positiva – contra um alvo <strong>de</strong> grafite. A colisão produz outras partículas elementares que se <strong>de</strong>sintegram<br />

rapidamente, fazendo <strong>de</strong>saparecer, sobretudo, os neutrinos do muão.<br />

Enterradas 1400 metros abaixo da superfície para ficarem protegidas dos raios cósmicos, as salas <strong>de</strong> teste<br />

do laboratório <strong>de</strong> Gran Sasso foram construídas viradas para Genebra. Dentro <strong>de</strong>las, um <strong>de</strong>tetor, constituído por<br />

150 mil tijolos <strong>de</strong> chumbo e por emulsões fotográficas, aguarda os biliões <strong>de</strong> biliões <strong>de</strong> neutrinos <strong>de</strong> muão enviados<br />

pelo CERN.<br />

Foi no meio <strong>de</strong>sta horda <strong>de</strong> partículas do tipo muão que os investigadores apanharam nas suas re<strong>de</strong>s uma<br />

partícula tau. «É quase como se um cão tivesse ido dar um passeio e voltado transformado num gato», dizem os<br />

físicos.<br />

Essa confirmação experimental é importante porque, segundo a teoria, para se po<strong>de</strong>r transformar, o neutrino<br />

precisa <strong>de</strong> ter massa. Acontece que o Mo<strong>de</strong>lo-Padrão, o sustentáculo em que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há décadas, assenta toda a<br />

física das partículas, presume que o neutrino não tem massa – tal como o fotão, a partícula mensageira da luz.<br />

Para Alain Blon<strong>de</strong>l, estamos a aproximar-nos <strong>de</strong> uma coisa fundamental: a física dos neutrinos com massa<br />

po<strong>de</strong>rá ter <strong>de</strong>sempenhado um papel no <strong>de</strong>sequilíbrio entre matéria e antimatéria, o <strong>de</strong>sequilíbrio que possibilitou<br />

que as duas entida<strong>de</strong>s não se tivessem aniquilado por completo <strong>de</strong>pois do Big Bang. «Isso po<strong>de</strong>ria permitir-nos<br />

compreen<strong>de</strong>r por que razão o mundo é feito <strong>de</strong> matéria e não <strong>de</strong> antimatéria.»<br />

Lucia Sillig, in Courrier Internacional, n. o 174, agosto <strong>de</strong> 2010 (texto com adaptações)


Leitura interativa<br />

1. Especifica o tema <strong>de</strong>ste artigo.<br />

2. Relaciona o título com o tema que indicaste na questão anterior.<br />

3. Atenta nas seguintes afirmações:<br />

a) «O neutrino é uma partícula engraçada» (linha 1).<br />

b) «atravessam-na como fantasmas inofensivos» (linha 5-6).<br />

c) «Essa confirmação experimental é importante» (linha 23).<br />

3.1 Explica cada uma <strong>de</strong>las, <strong>de</strong> acordo com o sentido do texto.<br />

4. Explicita o facto que leva os físicos a afirmar: «É quase como se um cão tivesse ido dar um passeio e voltado<br />

transformado num gato.»<br />

5. Faz três perguntas sugestivas a partir das informações contidas no artigo.<br />

6. Refere-te à relevância e atualida<strong>de</strong> do tema explorado.<br />

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Admirável mundo próprio<br />

Assíduas e pontuais, as pessoas afetadas por síndroma <strong>de</strong> Asperger adaptam-se surpreen<strong>de</strong>ntemente bem ao<br />

mundo digital. História <strong>de</strong> sucesso numa empresa suiça on<strong>de</strong> estão em maioria.<br />

Aos 37 anos, Susan Conza dirige, em Zurique, uma empresa <strong>de</strong> informática fora do comum: emprega técnicos<br />

com síndroma <strong>de</strong> Asperger, uma forma ligeira <strong>de</strong> autismo. Fundada há dois anos, a Asperger Informatik tem seis<br />

funcionários e dá lucro. «Não somos uma instituição social, mas uma socieda<strong>de</strong> anónima lucrativa», afirma a diretora<br />

que também sofre da doença.<br />

Antes <strong>de</strong> se lançar no web<strong>de</strong>sign, a firma especializara-se em testes aos programas informáticos, uma tarefa<br />

meticulosa e repetitiva que se a<strong>de</strong>qua na perfeição a um Asperger. Geralmente inteligentes, as pessoas com esta<br />

doença revelam competências em áreas técnicas, como a mecânica e a informática, as artes e as línguas.<br />

A empresa emprega dois «neurotípicos», o nome que os Asperger dão às pessoas normais: o sogro da diretora é<br />

o responsável pelos recursos humanos e pela gestão <strong>de</strong> projetos. Susan Conza acompanha os funcionários nas <strong>de</strong>slocações<br />

aos clientes, para evitar percalços que possam inviabilizar o trabalho, nomeadamente em gran<strong>de</strong>s gabinetes<br />

por on<strong>de</strong> circulam <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> pessoas. «Compreen<strong>de</strong>mos mal a linguagem corporal, as subtilezas da língua<br />

e as metafóras. A ambiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabiliza-nos: as coisas têm <strong>de</strong> ser claras, verda<strong>de</strong>iras ou falsas. O aparecimento<br />

da Internet ajudou-nos imenso: sentimo-nos mais à vonta<strong>de</strong> a comunicar por correio eletrónico do que por telefone.<br />

Estamos muito bem adaptados ao mundo digital e já me questionei se não seremos os representantes <strong>de</strong><br />

uma nova etapa na evolução da espécie humana», diz a sorrir Susan Conza, a quem não faltam humor e encanto.<br />

«A nossa franqueza total po<strong>de</strong> parecer brusca. Se pensamos que um chefe não tem razão, dizemos. Sem arrogância,<br />

mas também sem ro<strong>de</strong>ios...». Esta sincerida<strong>de</strong> e a criativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser uma vantagem na política e nas<br />

empresas. Damos connosco a sonhar: um mundo on<strong>de</strong> as manipulações dos políticos e as ligações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> darão<br />

lugar a trocas diretas, francas e unívocas... Medo da solidão, propensão para a mentira, hipersensibilida<strong>de</strong> e negação<br />

da realida<strong>de</strong>: os neurotípicos também têm alguns <strong>de</strong>feitos. Mas, ao contrário dos Asperger, nunca os reconhecem.<br />

Daniel Saraga, in Courrier International, n. o 174, agosto <strong>de</strong> 2010 (texto com adaptações)<br />

Leitura interativa<br />

1. A partir das i<strong>de</strong>ias contidas no texto, caracteriza:<br />

1.1 os Asperger;<br />

1.2 os neurotípicos.<br />

2. «(…) e já me questionei se não seremos os representantes <strong>de</strong> uma nova etapa na evolução da espécie humana»<br />

(linhas 16-17).<br />

2.1 Explica o contexto em que surge esta afirmação.<br />

3. Salienta as razões que permitem validar a opinião <strong>de</strong> que a sincerida<strong>de</strong> e a criativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser uma vantagem<br />

na política e nas empresas.<br />

4. Trabalho <strong>de</strong> grupo: Imagina que vais constituir uma empresa. Elabora um breve estudo <strong>de</strong> implementação:<br />

– Indica o ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. – Apresenta a tua visão <strong>de</strong> futuro, estabelecendo metas.<br />

– Estabelece o horário <strong>de</strong> trabalho. – Perspetiva a rentabilida<strong>de</strong>.<br />

– Traça o perfil dos funcionários. – Sê criativo.<br />

– Esboça a hierarquia.


Compreensão oral<br />

Filme publicitário Jogos Santa Casa<br />

Se eu ganhasse, a primeira coisa que fazia era comprar uma casa com piscina e com vista para o mar.<br />

Comprava um carro novo para a minha irmã e outro para o meu irmão. Comprava um barco para os meus pais.<br />

À Sara, comprava um colar <strong>de</strong> diamantes. Depois, pegava em todos os meus amigos e fazia uma festa numa ilha<br />

<strong>de</strong>serta.<br />

Este é o outro lado dos jogos, sempre que apostar está a apoiar inúmeras instituições que todos os dias levam<br />

esperança e sorrisos a milhares <strong>de</strong> pessoas. Aposte nos jogos da Santa Casa. Se ganhar, vai fazer muita gente feliz;<br />

se não ganhar, também.<br />

Filmes publicitários Eles Andam Aí<br />

a) Cheguei <strong>de</strong> manhãzinha. Já ali estava um objeto não i<strong>de</strong>ntificado, parecia uma pipa serrada ao meio que fazia<br />

UUUUUUUUUUUUUU!!!! Com medo que me roubassem as ameixas soltei os cães – era só o que faltava, não<br />

haver ameixas para o novo néctar da Compal. Abalaram, não levaram uma ameixa!<br />

A Compal orgulha-se <strong>de</strong> ter as ameixas mais procuradas <strong>de</strong> todas. Novo Compal Clássico Ameixa. Fruta que faz<br />

tão bem como sabe.<br />

b) Olhe, era p’ra aí <strong>de</strong>z p’ras cinco quando comecei a sentir os cães alvoraçados. Abateu-se uma luz, ficou dia,<br />

assim p’ro vermelho, aquilo parecia um ovo estrelado <strong>de</strong> ferro, parado ali por cima daquele carreiro. Pensei<br />

logo, mais uns maganos que vêm roubar as ameixas, atão e <strong>de</strong>pois, e se as roubam? O que é que digo aos senhores<br />

da Compal? Eles precisam das ameixas para fazer o novo néctar. Vai daí, <strong>de</strong>itei unhas à enxada, sumiram-se<br />

<strong>de</strong> tal maneira, nunca mais os vi!<br />

A Compal orgulha-se <strong>de</strong> ter as ameixas mais procuradas <strong>de</strong> todas. Novo Compal Clássico Ameixa. Fruta que faz<br />

tão bem como sabe.<br />

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Código da Publicida<strong>de</strong> 1<br />

Artigo 3. o<br />

Conceito <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

1. Consi<strong>de</strong>ra-se publicida<strong>de</strong>, para efeitos do presente diploma, qualquer forma <strong>de</strong> comunicação feita por entida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> natureza pública ou privada, no âmbito <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> comercial, industrial, artesanal ou liberal, com o<br />

objetivo direto ou indireto <strong>de</strong>:<br />

a) Promover, com vista à sua comercialização ou alienação, quaisquer bens ou serviços;<br />

b) Promover i<strong>de</strong>ias, princípios, iniciativas ou instituições.<br />

2. Consi<strong>de</strong>ra-se, também, publicida<strong>de</strong> qualquer forma <strong>de</strong> comunicação da Administração Pública, não prevista no<br />

número anterior, que tenha por objetivo, direto ou indireto, promover o fornecimento <strong>de</strong> bens ou serviços.<br />

3. Para efeitos do presente diploma, não se consi<strong>de</strong>ra publicida<strong>de</strong> a propaganda política.<br />

(…)<br />

Artigo 6. o<br />

Princípios da publicida<strong>de</strong><br />

A publicida<strong>de</strong> rege-se pelos princípios da licitu<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ntificabilida<strong>de</strong>, veracida<strong>de</strong> e respeito pelos direitos do consumidor.<br />

Artigo 7. o<br />

Princípio da licitu<strong>de</strong><br />

1. É proibida a publicida<strong>de</strong> que, pela sua forma, objeto ou fim, ofenda os valores, princípios e instituições fundamentais<br />

constitucionalmente consagrados.<br />

2. É proibida, nomeadamente, a publicida<strong>de</strong> que:<br />

a) Se socorra, <strong>de</strong>preciativamente, <strong>de</strong> instituições, símbolos nacionais ou religiosos ou personagens históricas;<br />

b) Estimule ou faça apelo à violência, bem como a qualquer ativida<strong>de</strong> ilegal ou criminosa;<br />

c) Atente contra a dignida<strong>de</strong> da pessoa humana;<br />

d) Contenha qualquer discriminação em relação à raça, língua, território <strong>de</strong> origem, religião ou sexo;<br />

e) Utilize, sem autorização da própria, a imagem ou as palavras <strong>de</strong> alguma pessoa;<br />

f) Utilize linguagem obscena;<br />

g) Encoraje comportamentos prejudiciais à proteção do ambiente;<br />

h) Tenha como objeto i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> conteúdo sindical, político ou religioso.<br />

3. Só é permitida a utilização <strong>de</strong> línguas <strong>de</strong> outros países na mensagem publicitária, mesmo que em conjunto com<br />

a língua portuguesa, quando aquela tenha os estrangeiros por <strong>de</strong>stinatários exclusivos ou principais, sem prejuízo<br />

do disposto no número seguinte.<br />

4. É admitida a utilização excecional <strong>de</strong> palavras ou <strong>de</strong> expressões em línguas <strong>de</strong> outros países quando necessárias<br />

à obtenção do efeito visado na conceção da mensagem.<br />

Artigo 8. o<br />

Princípio da i<strong>de</strong>ntificabilida<strong>de</strong><br />

1. A publicida<strong>de</strong> tem <strong>de</strong> ser inequivocamente i<strong>de</strong>ntificada como tal, qualquer que seja o meio <strong>de</strong> difusão utilizado.<br />

2. A publicida<strong>de</strong> efetuada na rádio e na televisão <strong>de</strong>ve ser claramente separada da restante programação, através<br />

da introdução <strong>de</strong> um separador no início e no fim do espaço publicitário.<br />

3. O separador a que se refere o número anterior é constituído, na rádio, por sinais acústicos e, na televisão, por<br />

sinais óticos ou acústicos, <strong>de</strong>vendo, no caso da televisão, conter, <strong>de</strong> forma percetível para os <strong>de</strong>stinatários, a<br />

palavra «publicida<strong>de</strong>» no separador que prece<strong>de</strong> o espaço publicitário.<br />

1 Decreto-Lei n. o 330/90 <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> outubro (excertos), com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n. o 74/93, <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> março, n. o 6/95, <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> janeiro e n. o<br />

61/97 <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> março, n. o 275/98, <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> setembro.


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30<br />

A retórica ou a arte <strong>de</strong> convencer<br />

O político quer mostrar a relevância das suas i<strong>de</strong>ias.<br />

O publicitário quer promover um produto.<br />

O advogado <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>monstrar a inocência do seu cliente.<br />

O adolescente quer convencer os pais a <strong>de</strong>ixá-lo sair à noite.<br />

O intelectual quer convencer o mundo da relevância da sua visão do mundo.<br />

A retórica está em toda parte e muito para além das suas áreas tradicionais (política, publicida<strong>de</strong> ou barra do<br />

tribunal). Consi<strong>de</strong>ra-se mesmo que ela está na base do discurso científico (persuasão implícita sob o disfarce <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>monstração) e que está na linguagem comum do dia a dia. Somos todos retóricos.<br />

Sempre que surge um problema na comunicação, as pessoas afirmam a sua posição ou tentam diminuir a distância<br />

que as separa. Neste sentido, a retórica não se limita às alegações jurídicas ou ao discurso político.<br />

Durante muito tempo, a retórica foi mal vista. Associada à propaganda, à manipulação, à publicida<strong>de</strong> (muitas<br />

vezes enganosa) e a muitas outras formas <strong>de</strong> sedução, muitas vezes enganadora, a retórica gozava <strong>de</strong> pouca consi<strong>de</strong>ração.<br />

Foi necessário que a socieda<strong>de</strong> se liberalizasse e se abrisse à pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opiniões, para que se aceitasse<br />

como normal e saudável que houvesse <strong>de</strong>bates contraditórios. Uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação, on<strong>de</strong> cada um<br />

tenta convencer, quando não seduzir, só po<strong>de</strong> ser dominada por uma retórica preocupada em criar acordos e consensos.<br />

A retórica serve, então, não apenas para propor respostas, mas, sobretudo, para negociar o que po<strong>de</strong> separar<br />

cada pessoa <strong>de</strong> outra pessoa. E po<strong>de</strong> também servir não só para esbater diferenças, mas para as reforçar. Quando<br />

insultamos alguém que acaba <strong>de</strong> provocar um aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> automóvel estamos a distanciarmo-nos <strong>de</strong>sse comportamento.<br />

E isso também é retórica.<br />

A retórica só adquire sentido em relação ao ato <strong>de</strong> questionar. Se assistimos a um <strong>de</strong>bate sobre educação, ou<br />

entre dois adversários políticos ou simplesmente um casal que discute a <strong>de</strong>coração da sala, isso acontece porque<br />

uma questão se impõe: é preciso reformular programas ou repensar a noção <strong>de</strong> escola; é necessária ou não a<br />

ajuda externa para a crise financeira que o país atravessa; que tipo <strong>de</strong> materiais vamos privilegiar num espaço a<br />

ser usado por crianças pequenas.<br />

Afinal, porque é que se diz, quando se fala <strong>de</strong> retórica, que a tónica <strong>de</strong>ve ser colocada nas perguntas? Quando<br />

as opiniões e os pontos <strong>de</strong> vista se tornam problemáticos, pe<strong>de</strong>-se para se justificarem as respostas para que elas<br />

sejam validadas (como respostas), o que obriga a encontrar argumentos. É esse o caráter racional da retórica.<br />

Mas como as respostas caducam e as respostas válidas ainda fazem pouco eco, há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipular<br />

o auditório fazendo-o acreditar em respostas que não o são. A forma, o estilo, a elegância, as figuras (<strong>de</strong> retórica)<br />

servem pois para fazer passar as respostas sem argumentar a questão. A publicida<strong>de</strong> é disso um exemplo por excelência.<br />

Texto adaptado <strong>de</strong> «La rhétorique d’Aristote à Obama» in Sciences Humaines, n. o 209,<br />

dossiê coor<strong>de</strong>nado por Jean François Dortier, novembro <strong>de</strong> 2009<br />

23


24<br />

D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral<br />

Ouve, atentamente, o editorial «Lugar ao sol», da autoria <strong>de</strong> Rui Cardoso. Assinala com uma X a opção que te parece<br />

correta.<br />

1. O Sol tem sido tema <strong>de</strong> reflexão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> épocas remotas.<br />

2. Para os gregos, o Sol era <strong>de</strong>signado <strong>de</strong> <strong>de</strong>us Rá.<br />

3. Os egípcios consi<strong>de</strong>ravam o sol como símbolo da vida.<br />

4. Segundo a mitologia clássica, Apolo, <strong>de</strong>us do Sol, tinha uma dupla função.<br />

5. Com o aparecimento das religiões monoteístas, o Sol ganha protagonismo como divinda<strong>de</strong>.<br />

6. No início do período do iluminismo, o rei Luís XVI passou a ser conhecido como o Rei-Sol.<br />

7. O telescópio <strong>de</strong> Galileu trouxe a Terra para o centro do universo visível, em <strong>de</strong>trimento<br />

do astro-rei.<br />

8. No contexto civilizacional atual, o homem faz o culto solar.<br />

9. Atualmente, o Sol <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia apenas <strong>situações</strong> funestas no ser humano.<br />

10. O <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia trouxe-nos privilégios, mas também graves prejuízos.<br />

11. A libertação <strong>de</strong> elevadas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono atenua os problemas<br />

ambientais.<br />

12. A solução para alguns dos problemas ambientais po<strong>de</strong> vir do Sol.<br />

13. O calor po<strong>de</strong> servir para obtermos água, através da <strong>de</strong>ssalinização.<br />

14. A ação do Sol na atmosfera terrestre impe<strong>de</strong> a expansão das energias renováveis.<br />

15. Na parte final do texto, o autor estabelece uma ligação entre o tema <strong>de</strong>senvolvido<br />

e outros assuntos da edição do jornal.<br />

16. Para terminar o editorial, o autor referencia publicações <strong>de</strong> jornais da atualida<strong>de</strong>.<br />

17. Um dos assuntos a abordar na edição é o dos protestos dos índios do Amazonas.<br />

18. Charles <strong>de</strong> Gaulle e Winston Churchill viveram no século XVIII.<br />

19. O editorial apresenta uma linguagem manifestamente objetiva.<br />

20. Em geral, o editorial é um texto jornalístico bastante relevante.<br />

V F


Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão oral<br />

Interação verbal<br />

Parâmetros<br />

a) Intervém voluntária e pertinentemente, mostrando segurança e compreensão dos assuntos<br />

colocados à discussão.<br />

b) Pronuncia as palavras com clareza, exprimindo-se num tom <strong>de</strong> voz audível e conjugando<br />

a<strong>de</strong>quadamente o acento, a entoação e o ritmo.<br />

c) Textualiza com coesão, coerência e sequencialização.<br />

d) Demonstra competência argumentativa na forma como sustém uma linha <strong>de</strong> argumentação.<br />

e) Manifesta, através da comunicação oral, interesses, hábitos e atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho, interagindo,<br />

com todos os intervenientes, <strong>de</strong> forma crítica e solidária.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

25


26<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> leitura<br />

Avaliação do trabalho <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> artigos científicos e técnicos em vários suportes<br />

Parâmetros<br />

a) Seleciona informação relevante.<br />

b) Mobiliza a informação <strong>de</strong> forma correta e a<strong>de</strong>quada.<br />

c) Organiza <strong>de</strong> forma coerente e estruturada um glossário <strong>de</strong> termos científicos.<br />

d) Produz um PowerPoint <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> com a síntese da informação recolhida.<br />

e) Apresenta <strong>de</strong> forma dinâmica e relevante os trabalhos realizados.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total


Textos científicos e técnicos<br />

Parâmetros<br />

a) I<strong>de</strong>ntifica as características específicas do tipo <strong>de</strong> texto.<br />

b) Explicita as questões organizadoras do texto.<br />

c) Salienta a relevância e a atualida<strong>de</strong> do tema.<br />

d) Distingue factos <strong>de</strong> opiniões.<br />

e) I<strong>de</strong>ntifica o contributo para a difusão da cultura científica.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

27


28<br />

Trabalho <strong>de</strong> grupo: Leitura <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> apreciação crítica (socieda<strong>de</strong>, economia, política,<br />

cultura)<br />

Grupos<br />

1. o<br />

2. o<br />

3. o<br />

4. o<br />

Grupos<br />

a) I<strong>de</strong>ntifica sequências informativas/sequências argumentativas.<br />

b) I<strong>de</strong>ntifica a tese <strong>de</strong>fendida.<br />

c) Seleciona os argumentos que revelam a apreciação crítica do autor do artigo.<br />

d) Deteta os exemplos utilizados para comprovar a tese e ilustrar os argumentos.<br />

e) Distingue a linguagem valorativa ou <strong>de</strong>preciativa utilizada.<br />

f) Reconhece a intencionalida<strong>de</strong> crítica, i<strong>de</strong>ntificando o tom utilizado.<br />

g) Verifica a eficácia das estratégias persuasivas na receção textual.<br />

a) b) c) d) e) f) g) Observações<br />

Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões<br />

1. o<br />

2. o<br />

3. o<br />

4. o<br />

a) Apresenta a tese <strong>de</strong>fendida pelo autor.<br />

b) Explicita os pontos <strong>de</strong> vista/argumentos evi<strong>de</strong>nciados pelo autor.<br />

c) Salienta a intencionalida<strong>de</strong> crítica.<br />

d) Sintetiza as estratégias persuasivas utilizadas.<br />

e) Usa um tom expressivo e um ritmo a<strong>de</strong>quados.<br />

f) Articula com clareza, rigor e correção.<br />

g) Regista as conclusões enunciadas pelos colegas.<br />

a) b) c) d) e) f) g) Observações


Publicida<strong>de</strong><br />

Parâmetros<br />

a) I<strong>de</strong>ntifica a intencionalida<strong>de</strong>.<br />

b) Descreve e analisa os constituintes verbais e visuais.<br />

c) Interpreta a mensagem, relacionando imagem e texto.<br />

d) I<strong>de</strong>ntifica os recursos expressivos (visuais e verbais) que servem a mensagem publicitária.<br />

e) Avalia a eficácia persuasiva.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

29


30<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão escrita<br />

Texto <strong>de</strong> apreciação crítica<br />

Parâmetros<br />

a) Evi<strong>de</strong>ncia uma estrutura formal (título/introdução/<strong>de</strong>senvolvimento/conclusão).<br />

b) Expressa um juízo <strong>de</strong> valor fundamentado em argumentos válidos.<br />

c) Articula com coerência, continuida<strong>de</strong> e progressão temática.<br />

d) Mobiliza recursos a<strong>de</strong>quados à intenção comunicativa.<br />

e) Utiliza, com correção linguística, uma linguagem valorativa/<strong>de</strong>preciativa.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total


Reclamação/Protesto<br />

Parâmetros<br />

a) Aplica a estrutura da reclamação/do protesto.<br />

b) Expõe com clareza e pertinência o(s) motivo(s) da reclamação/do protesto.<br />

c) Apresenta argumentação consistente para fundamentar a reclamação/o protesto.<br />

d) Demonstra capacida<strong>de</strong> crítica e interventiva, propondo soluções pertinentes.<br />

e) Redige com correção linguística.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

31


32<br />

5<br />

10<br />

15<br />

20<br />

25<br />

30<br />

TESTE DE AVALIAÇÃO N. o 1<br />

GRUPO I<br />

A<br />

Lê, atentamente, o seguinte editorial, da autoria <strong>de</strong> José Carlos Vasconcelos. Se necessário, consulta o<br />

vocabulário que se apresenta nas notas <strong>de</strong> rodapé.<br />

A procura <strong>de</strong> «respostas»<br />

Portugal, a Europa e o mundo em geral passam por um momento especialmente difícil, para não dizer, em muitas<br />

circunstâncias, dramático. Aliás, miséria, fome, injustiça, iniquida<strong>de</strong> 1 , corrupção, tirania – às vezes, mormente em<br />

alguns países africanos, até massacres, genocídios –, têm sido e continuam a ser, em várias latitu<strong>de</strong>s, tristes realida<strong>de</strong>s<br />

do nosso tempo. De resto, isso não é <strong>de</strong> agora – e não convém esquecer o passado e suas lições: estudos credíveis<br />

(por exemplo do PNUD 2 ) mostram que, apesar <strong>de</strong> tudo, a miséria e a pobreza têm diminuído a nível mundial.<br />

No entanto, não sendo <strong>de</strong> agora, é cada vez mais incompreensível e insuportável que, apesar <strong>de</strong> todos os avanços<br />

e progressos globais, sobretudo a nível científico e tecnológico, ainda em tanto sítio se mantenham aquelas<br />

<strong>situações</strong>. E que o progressivo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> regiões, países, territórios, não seja acompanhado <strong>de</strong> uma<br />

melhor distribuição da riqueza, antes amiú<strong>de</strong>, apesar <strong>de</strong> diminuir a miséria, ou aumentar o rendimento per capita,<br />

ainda cresçam as tremendas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais. Aliás, a nível europeu, Portugal é o país da UE em que as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />

sociais são maiores. (…)<br />

Algumas daquelas <strong>situações</strong> levaram ao promissor triunfo, na Tunísia e no Egito, <strong>de</strong> revoluções populares que<br />

já afastaram ditadores corruptos e, embora subsistam perigos, ameaças, abriram as portas a regimes mais <strong>de</strong>mocráticos<br />

e sérios. Enquanto serviram <strong>de</strong> exemplo, foram <strong>de</strong>tonadores da contestação a regimes iguais ou piores –<br />

na Líbia, no Iémen, no Barém, etc. Veremos como tudo vai terminar, <strong>de</strong>signadamente na Líbia, on<strong>de</strong> a ONU, muito<br />

bem, <strong>de</strong>cidiu intervir para evitar o bombar<strong>de</strong>amento e o extermínio <strong>de</strong> civis.<br />

Acrescendo à grave crise económica e financeira ainda não superada, e em Portugal muito grave, há ainda<br />

outras «<strong>de</strong>sgraças»: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a subida em flecha do preço do petróleo e dos alimentos até ao terrível sismo e tsunami<br />

no Japão, mais o subsequente aci<strong>de</strong>nte nuclear em Fukushima, que mostrou à exuberância a justeza do «nuclear<br />

não» e sobre cujos efeitos ainda há imensas dúvidas.<br />

Em Portugal estamos, aliás, à beira <strong>de</strong> uma crise política, com queda <strong>de</strong> governo e eleições antecipadas.<br />

Desconhecem-se as consequências, sabe-se a extrema dificulda<strong>de</strong> da situação. Este não é o local próprio para análises<br />

e comentários políticos. Creio, no entanto, não haver nenhuma resposta <strong>de</strong> fundo capaz e com resultados<br />

satisfatórios, perduráveis, <strong>de</strong>ntro do atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>. As muitas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas, sobretudo<br />

jovens, que há uma dúzia <strong>de</strong> dias encheram ruas e praças <strong>de</strong> Lisboa e do Porto, clamando contra a situação<br />

atual e reclamando melhores condições <strong>de</strong> vida, num misto <strong>de</strong> protesto e festa, com exemplar civismo, terão <strong>de</strong><br />

procurar novas respostas. Todos teremos <strong>de</strong> as procurar. Quando às vezes já nem se sabe quais são as perguntas.<br />

Entretanto, é saudável e indispensável que, com esse mesmo civismo e sem violência, os cidadãos se indignem.<br />

Dos mais jovens aos mais velhos, como o resistente ao nazismo Stephane Hessel, <strong>de</strong> 93 anos, que publicou em<br />

França o opúsculo Indignai-vos, que rápida e muito significativamente ven<strong>de</strong>u ali 1 milhão e 300 mil exemplares<br />

– e que foi agora editado em Portugal (pela Objetiva) com um certeiro prefácio <strong>de</strong> Mário Soares. A indignação como<br />

primeiro passo para a(s) mudança(s) necessárias – eis o que po<strong>de</strong>rá ser o início <strong>de</strong> um bom caminho, mesmo ignorando<br />

se alcançamos a meta...<br />

1 Iniquida<strong>de</strong> – injustiça.<br />

2 PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.<br />

José Carlos <strong>de</strong> Vasconcelos, in Jornal <strong>de</strong> Letras, 23 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011


Apresenta, <strong>de</strong> forma clara e bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem.<br />

1. Esclarece a situação socioeconómica <strong>de</strong> Portugal no contexto europeu.<br />

2. Justifica a opinião do autor face aos problemas que aborda no texto, relacionando-a com aspetos da linguagem<br />

valorativa e subjetiva presentes no editorial.<br />

3. Explica a estruturação lógica do editorial em análise.<br />

4. Explicita as razões que possibilitam classificar o texto transcrito como um editorial.<br />

«1. Consi<strong>de</strong>ra-se publicida<strong>de</strong>, para efeitos do presente diploma, qualquer forma <strong>de</strong> comunicação feita por entida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> natureza pública ou privada, no âmbito <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> comercial, industrial, artesanal ou liberal, com o<br />

objetivo direto ou indireto <strong>de</strong>:<br />

a) Promover, com vista à sua comercialização ou alienação, quaisquer bens ou serviços;<br />

b) Promover i<strong>de</strong>ias, princípios, iniciativas ou instituições.»<br />

B<br />

N. o 1 do artigo 3. o do Código da Publicida<strong>de</strong><br />

Fazendo apelo à tua experiência <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> visionamento/audição <strong>de</strong> textos publicitários, comenta,<br />

num texto <strong>de</strong> oitenta a cento e trinta palavras, as estratégias publicitárias que causam maior impacto no<br />

interlocutor/potencial consumidor.<br />

Observações relativas ao item B<br />

1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />

2. Um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.<br />

33


34<br />

5<br />

10<br />

15<br />

Lê atentamente o texto seguinte.<br />

GRUPO II<br />

Fomento <strong>de</strong> vocações científicas<br />

Uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida necessita <strong>de</strong> atrair para a ciência e tecnologia alunos em quantida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong><br />

suficientes. Isso pressupõe o fomento <strong>de</strong> vocações científicas, o que significa não só vocações para a criação da<br />

ciência, mas também para a aplicação da ciência na vida prática.<br />

Tem-se assistido em todo o mundo a um <strong>de</strong>clínio do número <strong>de</strong> jovens que procuram cursos e carreiras <strong>de</strong> ciência<br />

e tecnologia, no sentido estrito, em favor da procura <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> ciências sociais, artes, etc. E o problema atinge-nos<br />

também. Precisamos <strong>de</strong> mais cientistas e engenheiros, se compararmos os nossos índices <strong>de</strong>ssas profissões<br />

com os índices dos países mais <strong>de</strong>senvolvidos da Europa, a que pertencemos. Toda a Europa, para se <strong>de</strong>senvolver<br />

rumo à «economia mais <strong>de</strong>senvolvida do mundo» (um objetivo da Estratégia <strong>de</strong> Lisboa do ano 2000, cuja concretização<br />

ficou bastante aquém do previsto), necessita <strong>de</strong> mais pessoas com formação em ciência e tecnologia.<br />

Como superar este evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sfasamento entre oferta <strong>de</strong> jovens e procura pela socieda<strong>de</strong> e pelo mercado?<br />

Porque é que os jovens se afastam, po<strong>de</strong> mesmo dizer-se, se autoexcluem, da ciência e da tecnologia? As causas<br />

são várias, mas entroncam todas no distanciamento entre ciência e socieda<strong>de</strong>. Se é verda<strong>de</strong> que a ciência é impulsionadora<br />

do progresso social, proporcionando aos cidadãos níveis <strong>de</strong> conforto inalcançáveis sem o seu concurso<br />

(em múltiplos fatores: na saú<strong>de</strong>, alimentação, habitação, transportes, comunicações, lazer, etc.), não é menos certo<br />

que parte importante da socieda<strong>de</strong> receia a ciência, chegando mesmo em alguns casos extremos a recusá-la liminarmente.<br />

A ciência, <strong>de</strong>pois dos <strong>de</strong>sastres <strong>de</strong> Bhopal e Chernobyl (para não falar <strong>de</strong> outros mais recentes, como o<br />

<strong>de</strong>rrame petrolífero no golfo do México), está associada a perigos, não se encontrando interiorizada a noção <strong>de</strong> que<br />

o risco é inerente a qualquer ativida<strong>de</strong> humana e que a própria ciência, mais e melhor do que ninguém, po<strong>de</strong>rá prever,<br />

evitar e diminuir os riscos.<br />

Carlos Fiolhais (2011), A ciência em Portugal, Lisboa, Fundação Francisco Manuel dos Santos, páginas 63-64<br />

1. Seleciona, em cada um dos itens <strong>de</strong> 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao<br />

sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, o número do item e a letra que i<strong>de</strong>ntifica a opção correta.<br />

1. Segundo o autor do texto…<br />

a) há muitos jovens com gran<strong>de</strong> vocação científica.<br />

b) os jovens revelam reduzida vocação científica.<br />

c) é necessário <strong>de</strong>senvolver a vocação científica nos jovens.<br />

d) é imperativo inibir a vocação científica nos jovens.<br />

2. Para atingir um dos objetivos da Estratégia <strong>de</strong> Lisboa 2000, é prioritário…<br />

a) reduzir o tempo dos cursos para algumas profissões.<br />

b) circunscrever os currículos <strong>de</strong> alguns cursos superiores.<br />

c) diminuir o número <strong>de</strong> cientistas e <strong>de</strong> engenheiros.<br />

d) incrementar a formação em ciência e em tecnologia.


3. A superação do <strong>de</strong>sfasamento entre a lógica da procura <strong>de</strong> jovens com formação científica e a respetiva oferta<br />

po<strong>de</strong>rá residir…<br />

a) na total ausência <strong>de</strong> progresso social.<br />

b) na aproximação entre ciência e socieda<strong>de</strong>.<br />

c) no distanciamento entre ciência e socieda<strong>de</strong>.<br />

d) nas lacunas da socieda<strong>de</strong> do conhecimento.<br />

4. No discurso parentético (linha 14), encontramos…<br />

a) uma personificação.<br />

b) uma sinestesia.<br />

c) uma gradação.<br />

d) uma enumeração.<br />

5. A forma verbal «compararmos» (linha 6) encontra-se no…<br />

a) futuro do modo indicativo.<br />

b) presente do modo indicativo.<br />

c) futuro do modo conjuntivo.<br />

d) presente do modo conjuntivo.<br />

6. Em «a recusá-la liminarmente» (linhas 15-16), o constituinte «-la» <strong>de</strong>sempenha a função sintática <strong>de</strong>…<br />

a) complemento do adjetivo.<br />

b) complemento oblíquo.<br />

c) complemento indireto.<br />

d) complemento direto.<br />

7. Em «não se encontrando interiorizada a noção» (linha 17), o pronome encontra-se anteposto ao verbo, porque…<br />

a) o texto é <strong>de</strong> um autor brasileiro.<br />

b) a frase se encontra na negativa.<br />

c) há uma incorreção sintática.<br />

d) a oração é subordinada.<br />

2. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo<br />

a obteres uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, as letras e os<br />

números correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.<br />

Coluna A Coluna B<br />

1. Com a expressão entre aspas «economia mais<br />

<strong>de</strong>senvolvida do mundo» (linha 8),<br />

2. Com o advérbio «liminarmente» (linhas 15-16)<br />

3. Ao usar os parênteses (linha 14)<br />

4. Com a expressão «o risco é inerente a qualquer ativida<strong>de</strong><br />

humana» (linha 18)<br />

5. Com o segmento «a própria ciência, mais e melhor<br />

do que ninguém, po<strong>de</strong>rá prever, evitar e diminuir os<br />

riscos» (linhas 18-19)<br />

a) o enunciador recorre à ironia.<br />

b) o enunciador introduz um modificador do predicado.<br />

c) o enunciador introduz um modificador restritivo.<br />

d) o enunciador recorre ao aspeto gramatical genérico.<br />

e) o enunciador recorre à modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ôntica.<br />

f) o enunciador <strong>de</strong>marca uma citação.<br />

g) o enunciador faz uso da modalida<strong>de</strong> epistémica.<br />

h) o enunciador explicita a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> existirem<br />

outros exemplos.<br />

35


36<br />

GRUPO III<br />

Imagina que os laboratórios da tua escola se encontram <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> materiais essenciais para a realização<br />

<strong>de</strong> experiências.<br />

Escreve uma carta <strong>de</strong> reclamação, correta e bem estruturada, com um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo<br />

<strong>de</strong> trezentas palavras, dirigida à Direção da escola, aduzindo argumentos que sustentem a tua contestação<br />

e propondo uma solução para o problema.<br />

Respeita os aspetos formais da carta.<br />

Observações<br />

1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />

2. Relativamente ao <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados – um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo <strong>de</strong> trezentas palavras –,<br />

há que aten<strong>de</strong>r ao seguinte:<br />

• A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />

• Nos outros casos, um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do<br />

texto produzido.<br />

FIM


Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

GRUPO I<br />

A<br />

1. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................... 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Apresenta, com pertinência e rigor, todos os aspetos inerentes à<br />

situação do país no contexto europeu.<br />

Apresenta, com pertinência e rigor, dois dos aspetos referentes à<br />

situação do país no contexto europeu.<br />

Apresenta, com imprecisão, dois dos aspetos relativos à situação<br />

do país no contexto europeu.<br />

Apresenta, com acentuadas imprecisões, um ou dois aspetos<br />

referentes à situação do país no contexto europeu.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Situação difícil <strong>de</strong> toda a Europa.<br />

• Portugal é o país da UE que apresenta maiores <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais.<br />

• Crise económica e financeira muito grave.<br />

• Crise política, com eleições antecipadas.<br />

• …<br />

9<br />

7<br />

5<br />

3<br />

37


38<br />

2. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />

– Estruturação do discurso ........................................................................................................................................................ 4 pontos<br />

– Correção linguística .................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Explicita, com clareza e pertinência, a opinião do autor, <strong>de</strong>stacando<br />

evidências da linguagem valorativa e subjetiva.<br />

Explicita, com clareza e pertinência, a opinião do autor, mas não<br />

<strong>de</strong>staca evidências da linguagem valorativa e subjetiva.<br />

Ou<br />

Destaca aspetos da linguagem valorativa e subjetiva, mas não<br />

explicita a opinião do autor, com clareza e pertinência.<br />

Expõe, com imprecisão, a opinião do autor, transcrevendo alguns<br />

exemplos da linguagem valorativa e subjetiva.<br />

Expõe, com muita imprecisão, a opinião do autor.<br />

Ou<br />

Transcreve alguns exemplos da linguagem valorativa e subjetiva.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Desencanto do autor perante as dificulda<strong>de</strong>s que assolam a humanida<strong>de</strong> («miséria, fome, injustiça, iniquida<strong>de</strong>,<br />

corrupção, tirania»; «massacres, genocídios»), i<strong>de</strong>ias marcadas pela subjetivida<strong>de</strong> da expressão «tristes realida<strong>de</strong>s<br />

do nosso tempo».<br />

• Consciência <strong>de</strong> que esta situação tem abrangido várias gerações.<br />

• Recurso à expressão valorativa e subjetiva «incompreensível e insuportável», para salientar que, numa socieda<strong>de</strong><br />

caracterizada pelo progresso científico e tecnológico, permanecem as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais.<br />

• Triunfo das revoluções em países subjugados a regimes ditatoriais («promissor triunfo»).<br />

• Aprovação, através da expressão «muito bem», da operação da ONU na Líbia.<br />

• Apologia da intervenção dos cidadãos em <strong>de</strong>fesa do interesse coletivo.<br />

• ...<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3


3. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 20 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />

– Estruturação do discurso ........................................................................................................................................................ 4 pontos<br />

– Correção linguística .................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Explica, com rigor e clareza, a estruturação do editorial, i<strong>de</strong>ntificando<br />

a introdução, o <strong>de</strong>senvolvimento (exposição, argumentação<br />

e exemplificação) e a conclusão.<br />

Explica, com rigor e clareza, as partes constituintes do discurso<br />

(introdução, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão), mas não explicita,<br />

com precisão, os argumentos.<br />

Explica, com algumas imprecisões, as partes constituintes do<br />

discurso (introdução, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão).<br />

Refere, com muitas imprecisões, as partes constituintes do discurso<br />

(introdução, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão)..<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Introdução (primeiro parágrafo): Apresentação sucinta do tema; generalização das dificulda<strong>de</strong>s e das injustiças<br />

sociais em Portugal, na Europa e no mundo.<br />

• Desenvolvimento (segundo, terceiro, quarto e quinto parágrafos): Referencial histórico (<strong>situações</strong> do passado<br />

que se repetem no presente; contexto político em Portugal); argumentação: injustiça das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais;<br />

continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas <strong>situações</strong> numa socieda<strong>de</strong> marcada pelo progresso científico e tecnológico; confirmação e<br />

exemplificação: revoluções populares que tentam inverter as assimetrias sociais; intervenção da ONU em <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>de</strong> cidadãos comuns; retoma da referência à situação <strong>de</strong> Portugal (crise política; contestação)...<br />

• Conclusão: A atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> cidadania <strong>de</strong>ve pautar-se pela intervenção não violenta...<br />

• …<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3<br />

39


40<br />

4. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />

– Estruturação do discurso ........................................................................................................................................................ 3 pontos<br />

– Correção linguística .................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Explicita, com rigor e pertinência, as características do texto que<br />

permitem a sua integração no editorial, salientando tratar-se <strong>de</strong><br />

um género jornalístico que expressa opinião<br />

Explicita as características do texto que permitem a sua integração<br />

no editorial, referindo tratar-se <strong>de</strong> um género jornalístico que<br />

expressa opinião.<br />

Explicita, com algumas imprecisões, características do texto que<br />

possibilitam a sua classificação <strong>de</strong> editorial.<br />

Explicita, com muitas imprecisões, características do texto que<br />

possibilitam a sua classificação <strong>de</strong> editorial.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Género do discurso jornalístico que expressa a opinião através <strong>de</strong> uma linguagem valorativa e subjetiva.<br />

• Discurso sobre os factos mais importantes no espaço político-social-económico com abrangência nacional<br />

(Portugal) e internacional (a Europa e o mundo)<br />

• Preten<strong>de</strong> persuadir o público, levando-o a tomar aquele posicionamento como verda<strong>de</strong>iro ou certo.<br />

• Texto exortativo e persuasivo, visando a orientação dos indivíduos e da socieda<strong>de</strong> em geral.<br />

• ...<br />

9<br />

7<br />

5<br />

3


Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

B<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 5 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Comenta, com rigor e pertinência, o impacto <strong>de</strong> diversas estratégias<br />

publicitárias no público, evi<strong>de</strong>nciando um excelente domínio<br />

do tema.<br />

Comenta, com rigor e pertinência, o impacto <strong>de</strong> diversas estratégias<br />

publicitárias no público, <strong>de</strong>monstrando um bom domínio do<br />

tema.<br />

Comenta, com algum rigor e alguma pertinência, o impacto <strong>de</strong><br />

diversas estratégias publicitárias no público, evi<strong>de</strong>nciando um<br />

bom domínio do tema.<br />

Comenta, com algum rigor e alguma pertinência, o impacto <strong>de</strong><br />

diversas estratégias publicitárias no público, evi<strong>de</strong>nciando um<br />

domínio suficiente do tema.<br />

Comenta, com imprecisão e pouco rigor, o impacto <strong>de</strong> diversas<br />

estratégias publicitárias no público, evi<strong>de</strong>nciando um domínio<br />

suficiente do tema.<br />

Comenta, com muita imprecisão, o impacto <strong>de</strong> diversas estratégias<br />

publicitárias no público, tecendo consi<strong>de</strong>rações gerais e incipientes.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• A mensagem publicitária contém uma significação indireta, aludindo e evocando, através da associação e da<br />

conotação…<br />

• Os argumentos recaem sobre a criação <strong>de</strong> um significado complexo, conotado positivamente, que se vem associar<br />

à marca e àqueles que a consomem. A beleza, a riqueza, a felicida<strong>de</strong> familiar, as férias ou a amiza<strong>de</strong> são<br />

<strong>de</strong>sta forma invocados, por metonímia, segundo mecanismos significantes que po<strong>de</strong>m parecer complicados, mas<br />

que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>arão no público a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada pelos objetivos da publicida<strong>de</strong>...<br />

• As imagens sonoras e visuais são estratégias publicitárias muito eficazes.<br />

• O método AIDMA (atenção, interesse, <strong>de</strong>sejo, memória e aquisição) e o método DDPC (dramático, <strong>de</strong>scritivo, persuasivo,<br />

compra) são recorrentes na publicida<strong>de</strong>.<br />

• …<br />

18<br />

15<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3<br />

41


42<br />

Chaves <strong>de</strong> correção:<br />

1.<br />

1. c); 2. d); 3. b); 4. d); 5. c); 6. c); 7. b).<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

GRUPO II<br />

Descritores do nível<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

Pontuação<br />

3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15<br />

2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9<br />

1 Estabelece uma correspondência correta. 3<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

2.<br />

1. g); 2. b); 3. h); 4. d); 5. e)<br />

GRUPO III<br />

• Estruturação temática e discursiva .......................................................................................................................................................................................... 30 pontos<br />

• Correção linguística .................................................................................................................................................................................................................................... 20 pontos<br />

Parâmetros Estruturação temática e discursiva Pontuação<br />

Tema e tipologia<br />

textual<br />

Coerência<br />

e pertinência<br />

da informação<br />

Estrutura<br />

e coesão<br />

Morfologia<br />

e sintaxe<br />

Repertório<br />

vocabular<br />

Ortografia<br />

e pontuação<br />

• Cumpre integralmente a instrução quanto a:<br />

– tema (escreve um texto sobre a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar aulas práticas nos laboratórios<br />

da escola);<br />

– tipo <strong>de</strong> texto – carta formal <strong>de</strong> reclamação com caráter expositivo-argumentativo.<br />

• Integra, pelo menos, uma sequência <strong>de</strong>scritiva relativa à situação exposta e dois argumentos.<br />

• Apresenta a disposição gráfica dos elementos distintivos da carta (<strong>de</strong>stinatário com<br />

fórmula <strong>de</strong> tratamento a<strong>de</strong>quada; assunto, data, fórmulas <strong>de</strong> abertura e <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedida,<br />

assinatura...).<br />

• Redige um texto que respeita totalmente o tema.<br />

– Produz um discurso coerente:<br />

– com informação e argumentação pertinente;<br />

– com progressão temática evi<strong>de</strong>nte;<br />

– com abertura, <strong>de</strong>senvolvimento e conclusão a<strong>de</strong>quados.<br />

• Domina os mecanismos <strong>de</strong> coesão textual:<br />

– Recorre a processos variados <strong>de</strong> articulação interfrásica, <strong>de</strong>signadamente conetores<br />

diversificados <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong> sequencialização, …<br />

– Assegura a manutenção <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> referência (através <strong>de</strong> substituições nominais,<br />

pronominais…);<br />

– Garante a manutenção <strong>de</strong> conexões entre coor<strong>de</strong>nadas <strong>de</strong> enunciação (pessoa,<br />

tempo, espaço) ao longo do texto.<br />

• Recorre a estruturas sintáticas variadas e complexas.<br />

• Domina processos <strong>de</strong> conexão interfrásica (concordância, flexão verbal, proprieda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> seleção...)<br />

• Usa um registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto.<br />

• Recorre a um repertório lexical variado.<br />

• Não dá erros ortográficos.<br />

• Pontua <strong>de</strong> forma sistemática e pertinente.<br />

• Assinala, inequivocamente, as marcas <strong>de</strong> início <strong>de</strong> parágrafos.<br />

20<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

10


SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N. o 2<br />

A. Planificação<br />

12 blocos <strong>de</strong> 90 minutos (24 aulas)<br />

Competências transversais:<br />

• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.<br />

• Estratégica: Estratégias <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escuta a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> texto e à finalida<strong>de</strong>; seleção e organização da<br />

informação; operações <strong>de</strong> planificação, execução e avaliação da escrita e da oralida<strong>de</strong>; pesquisa em vários suportes;<br />

conceção e utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise; elaboração <strong>de</strong> ficheiros; utilização das TIC.<br />

• Formação para a cidadania: Construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal e cultural através da reflexão sobre i<strong>de</strong>ias, motivações<br />

e ações; conhecimento e aceitação das diferenças do outro; apresentação e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> opiniões; <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong>s críticas.<br />

COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />

Tipos <strong>de</strong> texto: Sermão, exposição, textos expositivo-argumentativo<br />

COMPREENSÃO<br />

ORAL<br />

EXPRESSÃO<br />

ORAL<br />

EXPRESSÃO<br />

ESCRITA<br />

LEITURA<br />

FUNCIONAMENTO<br />

DA LÍNGUA<br />

AVALIAÇÃO<br />

Testes <strong>de</strong> compreensão oral<br />

(CD áudio/manual):<br />

• «Um mundo multirriscos».<br />

• «A herança do Padre<br />

António Vieira».<br />

• Sermão <strong>de</strong> Santo António<br />

aos Peixes (capítulo IV).<br />

Expressão oral<br />

• Exposição (a partir <strong>de</strong> plano-guia).<br />

• Texto expositivo-argumentativo.<br />

• Comunicado:<br />

– Planificação; textualização; revisão.<br />

Textos informativos:<br />

(páginas 68 a 72; 74 a 102)<br />

Leitura literária:<br />

• Sermão <strong>de</strong> Santo António<br />

aos Peixes, Padre António<br />

Vieira.<br />

• Discurso político.<br />

• Comunicado.<br />

Escuta/visionamento:<br />

• «Um mundo multirriscos».<br />

• «A herança do Padre António Vieira».<br />

• Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes (capítulo IV).<br />

• Ví<strong>de</strong>os da RTP2 selecionados pelos alunos e pelo(a)<br />

professor(a) e disponíveis no YouTube.<br />

Leitura seletiva:<br />

• Excerto <strong>de</strong> Carta sobre o achamento do Brasil.<br />

• «Entre o sonho e a realida<strong>de</strong>».<br />

• «Todo o discurso <strong>de</strong> Vieira é empolgante».<br />

Leitura analítica:<br />

• Discurso do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sobre<br />

os Objetivos <strong>de</strong> Desenvolvimento do Milénio ; «Educação,<br />

um tesouro a <strong>de</strong>scobrir»; «Objetivo: mudança»; Sermão<br />

<strong>de</strong> Santo António aos Peixes; «Comunicado dos povos<br />

indígenas do Xingu».<br />

Leitura global:<br />

• Outros discursos políticos e comunicados selecionados<br />

pelo(a) professor(a) e pelos alunos.<br />

Leitura recreativa:<br />

• Contrato <strong>de</strong> Leitura.<br />

• Processos fonológicos.<br />

• Processos irregulares <strong>de</strong> formação das palavras.<br />

• Relações semânticas entre palavras.<br />

• Coesão, coerência e progressão textual.<br />

• Consolidação <strong>de</strong> conteúdos: classes <strong>de</strong> palavras, morfologia e sintaxe.<br />

• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />

• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />

43


44<br />

B. Em interação<br />

• Texto argumentativo; texto expositivo-argumentativo.<br />

• Discurso político.<br />

• Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira (excertos).<br />

• Comunicado.<br />

• Exposição (a partir <strong>de</strong> um plano-guia previamente fornecido).<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />

• Audição <strong>de</strong> discurso político (manual); tomada <strong>de</strong> notas.<br />

• Interação verbal em torno das i<strong>de</strong>ias expressas no discurso.<br />

• Deteção da estrutura do discurso.<br />

• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> tese e estratégias <strong>de</strong> argumentação, persuasão e manipulação.<br />

• Redação <strong>de</strong> um comunicado a partir das i<strong>de</strong>ias transmitidas pelo discurso político.<br />

• Recolha e seleção <strong>de</strong> discursos políticos do passado e da atualida<strong>de</strong>: Semelhanças e diferenças na estrutura e nos<br />

temas abordados.<br />

• Enquadramento do discurso no seu tempo: Pesquisa sobre o autor e sobre o contexto <strong>de</strong> produção.<br />

• Apresentação oral dos resultados da pesquisa.<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />

• Avaliação do comunicado.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />

• Leitura, em trabalho <strong>de</strong> grupo, <strong>de</strong> um texto argumentativo/expositivo-argumentativo:<br />

– I<strong>de</strong>ntificação do tema.<br />

– Deteção do ponto <strong>de</strong> vista (explícito ou implícito) do autor.<br />

– Análise da ca<strong>de</strong>ia argumentativa: Argumentos e exemplos utilizados na <strong>de</strong>fesa do ponto <strong>de</strong> vista; possíveis contra-argumentações;<br />

recursos mobilizados para refutar as possíveis contra-argumentações.<br />

• Ficha <strong>de</strong> funcionamento da língua a partir do texto analisado.<br />

• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />

• Registo escrito individual – posicionamento crítico relativamente ao tema abordado no texto analisado.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />

• Avaliação da ficha <strong>de</strong> funcionamento da língua.<br />

• Produção <strong>de</strong> um texto individual – posicionamento crítico face ao tema exposto pelo autor do texto estudado em<br />

grupo.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.


Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />

• Leitura, em grupo, <strong>de</strong> um excerto do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes (louvor ou crítica a um peixe):<br />

– I<strong>de</strong>ntificação do peixe e do louvor/crítica respetivo/a.<br />

– Esquematização do excerto (estrutura e i<strong>de</strong>ias transmitidas).<br />

– Reconhecimento da argumentação e da exemplificação.<br />

– Levantamento dos princípios lógicos subjacentes à argumentação.<br />

– I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> marcadores e conetores discursivos.<br />

– Comparação do peixe em questão com Santo António.<br />

– Comparação do louvor/crítica com a atualida<strong>de</strong>.<br />

• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />

• Conceção <strong>de</strong> um quadro global analítico que evi<strong>de</strong>ncie os louvores e as críticas presentes no Sermão.<br />

• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):<br />

– Produção <strong>de</strong> um texto argumentativo individual que apresente um louvor ou uma crítica a uma situação da<br />

socieda<strong>de</strong> contemporânea.<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />

• Texto argumentativo individual.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />

• Exposição oral a partir <strong>de</strong> um plano guia previamente fornecido (manual) – trabalho <strong>de</strong> pares:<br />

– Preparação da exposição a partir do tema e do plano apresentado (seleção <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> apoio).<br />

– Discussão com o par do enfoque a emprestar ao tema.<br />

– Divisão lógica e coerente da parte da exposição que cabe a cada um.<br />

– Apresentação da exposição com os recursos <strong>de</strong> apoio.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em pares.<br />

• Avaliação da exposição oral.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

45


46<br />

5<br />

10<br />

15<br />

20<br />

25<br />

30<br />

C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

Um mundo multirriscos<br />

A queda, em 1989, do bloco soviético virou uma página da história mas, paradoxalmente, o fim da Guerra Fria,<br />

que marcara os <strong>de</strong>cénios prece<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>u origem a um mundo mais complexo e inseguro e sem dúvida mais perigoso.<br />

Talvez a Guerra Fria encobrisse, há muito tempo já, as tensões latentes que existiam entre nações, etnias,<br />

comunida<strong>de</strong>s religiosas, que agora surgem à luz do dia, constituindo outros tantos focos <strong>de</strong> agitação ou causas <strong>de</strong><br />

conflitos <strong>de</strong>clarados. A entrada neste mundo «multirriscos», ou pressentido como tal, constituído por elementos<br />

ainda por <strong>de</strong>cifrar, é uma das características dos finais do século XX, que perturba e inquieta profundamente a<br />

consciência mundial.<br />

É correto, sem dúvida, consi<strong>de</strong>rar a queda <strong>de</strong> alguns regimes totalitários como um avanço da liberda<strong>de</strong> e da<br />

<strong>de</strong>mocracia. Mas há muito caminho a percorrer ainda, e a revelação da multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> riscos que pesam sobre o<br />

futuro do mundo coloca o observador perante numerosos paradoxos: o po<strong>de</strong>r totalitário revela-se frágil, mas os<br />

seus efeitos persistem; assiste-se, simultaneamente, ao <strong>de</strong>clínio da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Estado nacional e ao aumento dos<br />

nacionalismos; a paz parece, agora, menos impossível do que durante a Guerra Fria, mas a guerra surge, também,<br />

como menos improvável.<br />

A incerteza quanto ao <strong>de</strong>stino comum da humanida<strong>de</strong> assume novas e variadas formas. A acumulação <strong>de</strong><br />

armas, mesmo <strong>de</strong> armas nucleares, não tem o mesmo significado simples <strong>de</strong> dissuasão nem <strong>de</strong> segurança contra o<br />

risco <strong>de</strong> uma guerra entre dois blocos; é fruto <strong>de</strong> uma competição generalizada, para ver quem <strong>de</strong>tém as armas<br />

mais sofisticadas.<br />

Ora, esta corrida aos armamentos não diz respeito apenas a alguns Estados; implica entida<strong>de</strong>s não institucionais,<br />

como associações políticas ou grupos terroristas.<br />

Mesmo tendo resolvido o problema da não proliferação dos testes nucleares, o mundo não está livre dos efeitos<br />

<strong>de</strong> novas e sofisticadas armas químicas ou biológicas. Ao risco <strong>de</strong> conflitos entre as nações vem, pois, juntar-se<br />

o das guerras civis e da violência, mais ou menos generalizada, para os quais as gran<strong>de</strong>s organizações mundiais e,<br />

<strong>de</strong>signadamente a ONU, bem como as diversas chancelarias, não encontram solução.<br />

Além da incerteza sobre o próprio <strong>de</strong>stino, partilhada por todos os habitantes do planeta, pois ninguém está<br />

livre da violência, a impressão geral que se tem é ambígua: nunca anteriormente o sentimento <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> foi<br />

tão forte; mas, ao mesmo tempo, nunca foram tantas as ocasiões <strong>de</strong> divisão e <strong>de</strong> conflito.<br />

O medo <strong>de</strong>stes riscos, mesmo se universalmente partilhado, <strong>de</strong>vido, em especial, à gran<strong>de</strong> difusão das informações<br />

acerca dos efeitos da violência, não afeta com a mesma intensida<strong>de</strong> os que, <strong>de</strong> algum modo, tiram vantagens<br />

<strong>de</strong>sta evolução e os que apenas lhe sofrem os inconvenientes. Impelidos por estas rápidas alterações, todos sentimos<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> segurança contra estes riscos ou, pelo menos, <strong>de</strong> os controlar, a fim <strong>de</strong> os minimizar. Mas há<br />

quem, por razões económicas e políticas, seja incapaz <strong>de</strong> dominar estes fenómenos. Neste caso, o perigo para a<br />

humanida<strong>de</strong> é que estas pessoas se tornem reféns e <strong>de</strong>pois, eventualmente, mercenários daqueles que querem<br />

obter o po<strong>de</strong>r pela violência.<br />

Jacques Delors (coor<strong>de</strong>nação), Educação, um tesouro a <strong>de</strong>scobrir, Relatório para a UNESCO<br />

da Comissão Internacional sobre educação para o século XXI, Edições Asa, página 44


5<br />

10<br />

15<br />

Discurso político<br />

Na Grécia Antiga, o político era o cidadão da pólis (cida<strong>de</strong> entendida como comunida<strong>de</strong> organizada). Com o tempo,<br />

passou-se a utilizar a palavra para <strong>de</strong>signar os responsáveis pelos negócios públicos. Tudo era <strong>de</strong>cidido na Ágora, a<br />

praça on<strong>de</strong> se realizavam as assembleias, com a mediação <strong>de</strong> políticos, que utilizavam palavras persuasivas para<br />

obter <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> interesse para o bem comum ou para impor seus próprios pontos <strong>de</strong> vista ou os <strong>de</strong> quem representavam.<br />

Daí surgiu o discurso político, baseado na oratória (arte <strong>de</strong> falar em público) e na retórica (arte <strong>de</strong> convencer<br />

os outros através da oratória ou outras formas <strong>de</strong> comunicação).<br />

Para que os seus alunos tenham condições <strong>de</strong> analisar e <strong>de</strong>bater, em sala <strong>de</strong> aula, o discurso dos políticos,<br />

o professor po<strong>de</strong> recomendar que os alunos consultem, através dos vários meios <strong>de</strong> comunicação, incluindo a<br />

Internet, discursos proferidos em congressos partidários e na Assembleia da República, entre outros. Po<strong>de</strong>r-se-á<br />

também sugerir uma ida à Câmara Municipal da sua área <strong>de</strong> residência para assistirem a uma reunião da vereação<br />

camarária.<br />

O discurso seguinte, <strong>de</strong> Barack Obama, revela a força das palavras e como elas po<strong>de</strong>m aglutinar pessoas em torno<br />

<strong>de</strong> um i<strong>de</strong>al.<br />

Caros compatriotas,<br />

Discurso <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> posse do presi<strong>de</strong>nte<br />

dos Estados Unidos da América Barack Obama 1<br />

Estou aqui hoje com humilda<strong>de</strong> perante a tarefa que nos é imposta, grato pela confiança que me conce<strong>de</strong>ram,<br />

consciente dos sacrifícios consentidos pelos nossos antepassados. Agra<strong>de</strong>ço ao Presi<strong>de</strong>nte Bush pelo serviço prestado<br />

ao nosso país e pela generosida<strong>de</strong> e cooperação <strong>de</strong>monstradas durante a transição. Quarenta e quatro americanos<br />

prestaram juramento como presi<strong>de</strong>ntes. Estas palavras foram proferidas em momentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

prosperida<strong>de</strong> e em águas calmas <strong>de</strong> paz. Contudo, quantas vezes o juramento é prestado no meio <strong>de</strong> nuvens acumuladas<br />

e tempesta<strong>de</strong>s violentas. Nestes momentos, a América prosseguiu não só <strong>de</strong>vido à competência e visão<br />

dos que estavam no po<strong>de</strong>r, mas também porque Nós o Povo nos mantivemos fiéis aos i<strong>de</strong>ais dos nossos antepassados<br />

e leais aos documentos fundadores. Assim tem sido. Assim <strong>de</strong>ve ser com esta geração <strong>de</strong> americanos.<br />

Que nos encontramos no meio <strong>de</strong> uma crise é agora bem compreendido. O nosso país está em guerra contra<br />

uma vasta re<strong>de</strong> <strong>de</strong> violência e ódio. A nossa economia está muito enfraquecida em consequência da ganância e da<br />

irresponsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns, mas também <strong>de</strong>vido ao nosso fracasso coletivo em fazer escolhas difíceis e preparar<br />

o país para uma nova era. Per<strong>de</strong>ram-se casas, eliminaram-se empregos, fecharam-se empresas. Os nossos cuidados<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> são <strong>de</strong>masiado caros, as nossas escolas falham muitas vezes e cada dia traz-nos mais provas <strong>de</strong> que<br />

as formas como utilizamos a energia fortalecem os nossos adversários e ameaçam o nosso planeta.<br />

Estes são indicadores <strong>de</strong> crise, sujeitos a dados e estatísticas. Menos mensurável mas não menos profunda é a<br />

falta <strong>de</strong> confiança em toda a nossa terra, um receio incómodo <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>clínio da América seja inevitável e a próxima<br />

geração tenha que diminuir as suas expetativas.<br />

1 Proferido a 20 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2009, em Washington, D. C., Estados Unidos da América.<br />

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Hoje, digo-vos que os <strong>de</strong>safios que enfrentamos são reais. São graves e são muitos. Não será fácil vencê-los<br />

num curto período <strong>de</strong> tempo. Mas uma coisa é certa, América: serão vencidos.<br />

Hoje, estamos reunidos porque escolhemos a esperança ao medo, a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> objetivos ao conflito e à discórdia.<br />

Hoje, viemos proclamar o fim <strong>de</strong> pequenos agravos e falsas promessas, recriminações e dogmas gastos, que<br />

durante <strong>de</strong>masiado tempo estrangularam a nossa política.<br />

Continuamos a ser um país jovem, mas segundo as Sagradas Escrituras é chegado o momento <strong>de</strong> pôr <strong>de</strong> lado<br />

as criancices. É chegado o momento <strong>de</strong> reafirmar a nossa perseverança <strong>de</strong> espírito, <strong>de</strong> optar por melhorar a nossa<br />

história, <strong>de</strong> levar avante esse dom precioso, essa i<strong>de</strong>ia nobre, transmitida <strong>de</strong> geração em geração: a promessa feita<br />

por Deus <strong>de</strong> que todos são iguais, todos são livres e todos merecem uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar a felicida<strong>de</strong>.<br />

Ao reafirmar a gran<strong>de</strong>za da nossa nação, compreen<strong>de</strong>mos que a gran<strong>de</strong>za nunca é um dado adquirido. Tem <strong>de</strong><br />

ser ganha. A nossa jornada nunca foi <strong>de</strong> atalhos nem <strong>de</strong> nos contentarmos com pouco. Nem tem sido uma via para<br />

os <strong>de</strong> coração fraco, os que preferem o ócio ao trabalho ou que procuram apenas o prazer da riqueza e da fama.<br />

Pelo contrário, têm sido os que correm riscos, os que trabalham, os que fazem coisas, alguns celebrados, mas mais<br />

frequentemente homens e mulheres obscuros na sua tarefa, que nos levaram por caminhos longos e difíceis para a<br />

paz e a liberda<strong>de</strong>.<br />

Por nós, embalaram os seus parcos bens terrenos e atravessaram oceanos em busca <strong>de</strong> uma nova vida. Por<br />

nós, labutaram em fábricas e povoaram o Oeste, suportaram o chicote e lavraram a terra dura. Por nós, lutaram e<br />

pereceram em lugares como Concord e Gettysburg, Normandia e Khe Sahn. Várias vezes estes homens e mulheres<br />

lutaram e sacrificaram-se e trabalharam até ficarem com as mãos gretadas, para que pudéssemos ter uma vida<br />

melhor. Consi<strong>de</strong>raram a América maior do que a soma das nossas ambições individuais, maior do que todas as diferenças<br />

<strong>de</strong> berço, riqueza ou fação.<br />

Esta é a jornada que prosseguimos hoje. Continuamos a ser o país mais próspero e po<strong>de</strong>roso à face da Terra.<br />

Os nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando começou a crise. As nossas mentes não são<br />

menos criadoras, os nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada, no<br />

mês passado ou no ano passado. A nossa capacida<strong>de</strong> continua inalterável. Mas o nosso tempo <strong>de</strong> nos recusarmos a<br />

mudar <strong>de</strong> planos, <strong>de</strong> protegermos interesses mesquinhos e <strong>de</strong> adiarmos <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>sagradáveis, esse tempo sem<br />

dúvida que já passou.<br />

A partir <strong>de</strong> hoje, <strong>de</strong>vemos erguer-nos, sacudir a poeira e começar <strong>de</strong> novo o trabalho <strong>de</strong> reconstruir a América.<br />

Para on<strong>de</strong> olharmos, há trabalho a ser feito. O estado da economia exige ação arrojada e rápida e nós agiremos não<br />

só para criar novos empregos, mas para lançar novas bases para o crescimento. Construiremos estradas e pontes,<br />

re<strong>de</strong>s elétricas e linhas digitais que sustentem o nosso comércio e nos unam. Voltaremos a dar à ciência o lugar<br />

que merece e dominaremos as maravilhas da tecnologia para melhorar os cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a um custo menor.<br />

Aproveitaremos o sol e os ventos e o solo como combustível para os nossos carros e fábricas. E transformaremos<br />

as nossas escolas e universida<strong>de</strong>s para satisfazer as exigências <strong>de</strong> uma nova era. Po<strong>de</strong>mos fazer tudo isto. Faremos<br />

tudo isto.<br />

Há alguns que questionam a amplitu<strong>de</strong> das nossas ambições, que sugerem que o nosso sistema não po<strong>de</strong> suportar<br />

planos <strong>de</strong>masiado grandiosos. Têm a memória curta. Porque se esqueceram do que este país já fez, do que homens<br />

e mulheres livres po<strong>de</strong>m realizar quando a imaginação se junta a um fim comum e a necessida<strong>de</strong> à coragem.<br />

O que os cínicos não conseguem compreen<strong>de</strong>r é que a situação mudou, que os argumentos políticos viciados,<br />

que durante tanto tempo nos consumiram, já não se aplicam. A questão que se coloca hoje não é se o nosso governo<br />

é <strong>de</strong>masiado gran<strong>de</strong> ou pequeno, mas se funciona, se ajuda as famílias a arranjar empregos com um salário <strong>de</strong>cente,<br />

se po<strong>de</strong>m pagar os cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, se conseguem uma reforma digna. On<strong>de</strong> a resposta for afirmativa, tenciona-


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mos avançar. Se a resposta for negativa, os programas serão terminados. E aqueles que gerem os dólares públicos<br />

terão <strong>de</strong> prestar contas, para gastarem com sensatez, <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> lado maus hábitos e fazermos o nosso trabalho<br />

com transparência, porque só assim po<strong>de</strong>mos restaurar a confiança vital entre o povo e o seu governo.<br />

Também a questão que nos é colocada não é se o mercado é uma força para o bem ou para o mal. O seu po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> gerar riqueza e aumentar a liberda<strong>de</strong> é ímpar, mas esta crise veio lembrar-nos que, sem um olhar atento, o mercado<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontrolar-se, que um país não po<strong>de</strong> prosperar durante muito tempo quando só favorece os ricos.<br />

O êxito da nossa economia nunca <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>u apenas da dimensão do nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance<br />

da nossa prosperida<strong>de</strong>, da habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>rmos a oportunida<strong>de</strong> a todos os que a <strong>de</strong>sejarem, não por carida<strong>de</strong><br />

mas porque é a via mais segura para o nosso bem comum. Quanto à <strong>de</strong>fesa comum, rejeitamos como falsa a escolha<br />

entre a nossa segurança e os nossos i<strong>de</strong>ais.<br />

Os nossos Pais Fundadores… Os nossos Pais Fundadores, confrontados com perigos que dificilmente conseguimos<br />

imaginar, elaboraram uma carta para garantir o Estado <strong>de</strong> Direito e os Direitos do Homem, uma carta que se<br />

expandiu pelo sangue <strong>de</strong> gerações. Esses i<strong>de</strong>ais ainda iluminam o mundo e não <strong>de</strong>sistiremos <strong>de</strong>les por conveniência.<br />

E assim, a todos os outros povos e governos que nos estão a ver hoje, das maiores capitais à pequena al<strong>de</strong>ia em<br />

que o meu pai nasceu, fiquem a saber que a América é amiga <strong>de</strong> cada país, <strong>de</strong> cada homem, mulher e criança que<br />

procure um futuro <strong>de</strong> paz e dignida<strong>de</strong> e que estamos prontos a li<strong>de</strong>rar mais uma vez.<br />

Lembrem-se <strong>de</strong> que as gerações anteriores enfrentaram o fascismo e o comunismo não só com mísseis e tanques,<br />

mas também com alianças sólidas e convicções duradouras. Compreen<strong>de</strong>ram que só o nosso po<strong>de</strong>r não<br />

basta para proteger-nos, nem nos dá o direito <strong>de</strong> fazermos o que nos apetece. Pelo contrário, sabiam que o nosso<br />

po<strong>de</strong>r aumenta através <strong>de</strong> prudência na sua utilização, a nossa segurança resulta da justeza da nossa causa, a<br />

força do nosso exemplo das qualida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> e sobrieda<strong>de</strong>.<br />

Nós somos os <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong>ste legado. Guiados por estes princípios uma vez mais, po<strong>de</strong>mos enfrentar essas<br />

novas ameaças que exigem um esforço ainda maior, uma cooperação ainda maior e compreensão entre as nações.<br />

Começaremos responsavelmente por <strong>de</strong>ixar o Iraque para o seu povo e forjar uma paz duramente conquistada no<br />

Afeganistão. Com amigos antigos e antigos inimigos, trabalharemos incansavelmente para diminuir a ameaça<br />

nuclear, fazer recuar o espetro do aquecimento global. Não pediremos <strong>de</strong>sculpas pela nossa forma <strong>de</strong> viver, nem<br />

recuaremos na sua <strong>de</strong>fesa e para aqueles que procuram avançar os seus objetivos, provocando o terror e matando<br />

inocentes, dizemos que agora a nossa coragem é mais forte e não po<strong>de</strong> ser quebrada, não po<strong>de</strong>m sobreviver-nos e<br />

nós <strong>de</strong>rrotá-los-emos.<br />

Sabemos que a nossa herança <strong>de</strong> retalhos é uma força e não uma fraqueza. Somos uma nação <strong>de</strong> cristãos e<br />

muçulmanos, ju<strong>de</strong>us e hindus e <strong>de</strong>screntes. Somos moldados por todas as línguas e culturas <strong>de</strong> todos os cantos da<br />

Terra e, porque provámos o gosto amargo da Guerra Civil e da Segregação e emergimos <strong>de</strong>sse capítulo negro mais<br />

fortes e mais unidos, temos <strong>de</strong> acreditar que os ódios antigos um dia acabam, que as linhas da tribo em breve <strong>de</strong>saparecem,<br />

que à medida que o mundo fica mais pequeno a nossa bonda<strong>de</strong> comum se revela e que a América <strong>de</strong>ve<br />

<strong>de</strong>sempenhar o seu papel anunciando uma nova era <strong>de</strong> paz.<br />

Para o mundo muçulmano, procuramos um novo caminho a seguir baseado no interesse e respeito mútuos.<br />

Para os lí<strong>de</strong>res em todo o mundo que procuram semear o conflito ou culpar o Oci<strong>de</strong>nte pelos males da sua socieda<strong>de</strong>,<br />

fiquem a saber que o vosso povo irá julgar-vos por aquilo que conseguirem construir e não pelo que <strong>de</strong>stroem.<br />

Para aqueles que se agarram ao po<strong>de</strong>r através da corrupção, da frau<strong>de</strong> e do silenciamento <strong>de</strong> dissi<strong>de</strong>ntes, fiquem a<br />

saber que se encontram no lado errado da história, mas que vos daremos a mão se quiserem abrir o vosso punho.<br />

Aos povos <strong>de</strong> países pobres prometemos trabalhar convosco para fazer prosperar as vossas quintas e <strong>de</strong>ixar<br />

correr água limpa, para alimentar corpos famintos e nutrir espíritos famintos. E aos países como o nosso, que <strong>de</strong>s-<br />

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frutam <strong>de</strong> relativa abundância, dizemos que não po<strong>de</strong>mos continuar indiferentes ao sofrimento fora das nossas<br />

fronteiras, nem po<strong>de</strong>mos consumir os recursos mundiais sem nos preocuparmos com as consequências. Porque o<br />

mundo mudou e nós <strong>de</strong>vemos mudar também.<br />

Ao consi<strong>de</strong>rarmos o caminho que se esten<strong>de</strong> à nossa frente, lembramo-nos com humil<strong>de</strong> gratidão dos bravos<br />

americanos que, neste preciso momento, patrulham <strong>de</strong>sertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm algo a<br />

dizer-nos, tal como os heróis que tombaram e jazem em Arlington sussurram através dos séculos. Nós honramo -<br />

-los não só porque são os <strong>de</strong>fensores da nossa liberda<strong>de</strong>, mas porque encarnam o espírito <strong>de</strong> missão, uma vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> encontrar significado em algo maior do que eles próprios; é precisamente este espírito que todos <strong>de</strong>vemos ter.<br />

Porque por muito que o governo possa e <strong>de</strong>va fazer, em última análise, o nosso país conta com a fé e a <strong>de</strong>terminação<br />

do povo americano. É a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber um estranho quando os diques rebentam, o altruísmo do trabalhador<br />

que prefere trabalhar menos horas a ver um amigo per<strong>de</strong>r o emprego, que nos guiam nas horas mais<br />

difíceis. É a coragem do bombeiro <strong>de</strong> correr por uma escada cheia <strong>de</strong> fumo, mas também a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> um pai <strong>de</strong><br />

alimentar um filho, que finalmente <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m o nosso <strong>de</strong>stino.<br />

Os nossos <strong>de</strong>safios po<strong>de</strong>m ser novos. Os instrumentos que temos para os enfrentar po<strong>de</strong>m ser novos. Mas os<br />

valores dos quais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o nosso êxito – honestida<strong>de</strong> e trabalho árduo, coragem e jogo limpo, tolerância e curiosida<strong>de</strong>,<br />

lealda<strong>de</strong> e patriotismo –, estes são antigos. Estas são coisas verda<strong>de</strong>iras. Têm sido a força silenciosa do progresso<br />

ao longo da nossa história. O que é exigido é um regresso a estes princípios. O que nos é exigido agora é uma<br />

nova era <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, um reconhecimento da parte <strong>de</strong> cada americano <strong>de</strong> que temos <strong>de</strong>veres para connosco,<br />

para o nosso país e para o mundo, <strong>de</strong>veres que não aceitamos com relutância, mas que cumprimos alegremente,<br />

sabendo com toda a certeza que não há nada mais compensador para o espírito, que <strong>de</strong>fina tão bem o nosso caráter,<br />

do que entregarmo-nos <strong>de</strong> alma e coração a uma tarefa difícil.<br />

Este é o preço e a promessa <strong>de</strong> cidadania. Esta é a origem da nossa confiança: saber que Deus nos convida a<br />

moldar um <strong>de</strong>stino incerto. Este é o significado da nossa liberda<strong>de</strong> e do nosso credo – a razão pela qual homens,<br />

mulheres e criança <strong>de</strong> todas as raças e religiões se po<strong>de</strong>m unir em celebração ao longo <strong>de</strong>sta magnífica alameda e<br />

a razão pela qual um homem cujo pai há menos <strong>de</strong> sessenta anos não podia ser atendido num restaurante local,<br />

po<strong>de</strong> estar aqui à vossa frente a prestar o mais sagrado juramento.<br />

Portanto, assinalemos este dia com a memória <strong>de</strong> quem somos e do longo caminho percorrido. No ano do nascimento<br />

da América, nos meses mais frios, um pequeno grupo <strong>de</strong> patriotas estava apinhado à volta <strong>de</strong> fogueiras<br />

quase apagadas nas margens <strong>de</strong> um rio gelado. A capital estava abandonada. O inimigo avançava. A neve estava<br />

manchada <strong>de</strong> sangue. No momento em que o resultado da revolução estava mais em dúvida, o pai da nossa nação<br />

mandou que estas palavras fossem lidas ao povo: «Que se diga ao mundo futuro… que num inverno rigoroso, on<strong>de</strong><br />

nada a não ser a esperança e a virtu<strong>de</strong> podiam sobreviver… que a cida<strong>de</strong> e o país, alarmados com um perigo comum,<br />

saíram para enfrentá-lo».<br />

América, perante os perigos comuns, neste inverno <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s, lembremo-nos <strong>de</strong>stas palavras imortais.<br />

Com esperança e retidão, enfrentemos mais uma vez as correntes geladas e as tempesta<strong>de</strong>s que surgirem. Que os<br />

nossos filhos digam que quando fomos postos à prova recusámos <strong>de</strong>ixar terminar esta jornada, não voltámos as<br />

costas nem vacilámos, e <strong>de</strong> olhos postos no horizonte e com a graça <strong>de</strong> Deus transportámos essa gran<strong>de</strong> dádiva da<br />

liberda<strong>de</strong>, entregando-a com segurança às gerações futuras.<br />

Obrigado. Que Deus vos abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América.


Leitura interativa<br />

1. O discurso do presi<strong>de</strong>nte Obama foi escrito com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser «pregado» à semelhança do Sermão <strong>de</strong> Santo António<br />

aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira.<br />

1.1 Assinala as partes constituintes <strong>de</strong>ste discurso, propondo uma estrutura interna.<br />

2. Tal como no Sermão, também neste discurso po<strong>de</strong>mos verificar que o autor recorre a um conjunto <strong>de</strong> artifícios<br />

que, juntamente com o uso <strong>de</strong> variações <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> e inflexão da voz, asseguram, na perfeição, a atenção<br />

dos ouvintes.<br />

2.1 I<strong>de</strong>ntifica alguns <strong>de</strong>sses artifícios.<br />

3. Comenta este discurso, salientando a sua organização contrastiva.<br />

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Comunicado do Conselho <strong>de</strong> Ministros <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2011<br />

I. O Conselho <strong>de</strong> Ministros, reunido hoje na Presidência do Conselho <strong>de</strong> Ministros, aprovou os seguintes diplomas:<br />

1. Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros que autoriza a realização da <strong>de</strong>spesa com a aquisição <strong>de</strong> vacinas<br />

contra a infeção por vírus do papiloma humano, no âmbito do Plano Nacional <strong>de</strong> Vacinação.<br />

Esta Resolução autoriza a realização da <strong>de</strong>spesa, no valor global <strong>de</strong> 12 118 772,00 euros, com a aquisição <strong>de</strong><br />

vacinas contra a infeção por vírus do papiloma humano, no âmbito do Plano Nacional <strong>de</strong> Vacinação.<br />

2. Decreto-Lei que estabelece especificações técnicas para a análise e monitorização dos parâmetros<br />

químicos e físico-químicos caracterizadores do estado das massas <strong>de</strong> água superficiais e subterrâneas e<br />

proce<strong>de</strong> à transposição da Diretiva n. o 2009/90/CE, da Comissão, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2009<br />

Este Decreto-Lei estabelece as especificações técnicas para a análise e monitorização dos parâmetros químicos<br />

e físico-químicos, caracterizadores do estado das massas <strong>de</strong> água superficiais e subterrâneas, garantindo que<br />

se atinjam os objetivos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> estabelecidos numa diretiva comunitária sobre a matéria.<br />

Assim, em primeiro lugar, <strong>de</strong> modo a garantir a qualida<strong>de</strong> e a comparabilida<strong>de</strong> dos resultados analíticos dos<br />

laboratórios para efetuar a monitorização química do estado da água, <strong>de</strong>termina-se que todos os laboratórios<br />

<strong>de</strong>vem observar, para a validação dos métodos <strong>de</strong> análise utilizados, a norma NP EN ISO/IEC 17025, que estabelece<br />

requisitos gerais <strong>de</strong> competência para laboratório <strong>de</strong> ensaio e <strong>de</strong> calibração.<br />

Em segundo lugar, estabelece-se que os métodos <strong>de</strong> análise química da água <strong>de</strong>vem cumprir <strong>de</strong>terminados<br />

critérios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho mínimo.<br />

Determina-se ainda, em terceiro lugar, que para se efetuarem análises químicas, os laboratórios <strong>de</strong>vem<br />

<strong>de</strong>monstrar a sua competência, através <strong>de</strong> uma acreditação. No entanto, sempre que sejam introduzidos novos<br />

parâmetros a analisar, a <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> competência num período transitório <strong>de</strong> um ano po<strong>de</strong> ser efetuada através<br />

da participação em programas <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong> aptidão reconhecidos a nível internacional ou nacional.<br />

Atribui-se às administrações das regiões hidrográficas a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir a monitorização e a análise<br />

químicas do estado da água.<br />

3. Decreto-Lei que estabelece os procedimentos <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> listas e <strong>de</strong> publicação <strong>de</strong> informações<br />

nos domínios veterinário e zootécnico, aprova diversos regulamentos relativos a condições sanitárias, zootécnicas<br />

e <strong>de</strong> controlo veterinário e transpõe a Diretiva n. o 2008/73/CE, do Conselho, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2008<br />

Este Decreto-Lei estabelece a harmonização no domínio veterinário e no domínio zootécnico das regras relativas<br />

ao registo, elaboração, atualização, transmissão e publicação das listas dos estabelecimentos, bem como dos<br />

laboratórios nacionais <strong>de</strong> referência, <strong>de</strong> modo a assegurar um acesso mais simples a essas listas por parte dos operadores<br />

económicos, transpondo uma diretiva comunitária sobre a matéria.<br />

O diploma prevê também a simplificação dos procedimentos relativos às trocas <strong>de</strong> informação no domínio zootécnico,<br />

<strong>de</strong>signadamente no que se refere aos concursos <strong>de</strong> equinos, bem como à criação e manutenção <strong>de</strong> livros<br />

genealógicos por parte das organizações e associações <strong>de</strong> produtores ou por empresas privadas.<br />

4. Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros que autoriza a realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa com a aquisição <strong>de</strong> serviços<br />

<strong>de</strong> disponibilização e locação <strong>de</strong> meios aéreos <strong>de</strong>stinados ao combate aos incêndios florestais<br />

Esta Resolução autoriza a realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa, no montante global <strong>de</strong> 12 983 740,00 euros, valor ao qual<br />

acresce o IVA, com a aquisição <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> disponibilização e locação <strong>de</strong> meios aéreos necessários à prossecução


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das missões públicas <strong>de</strong> combate aos incêndios florestais atribuídas ao Ministério da Administração Interna, durante<br />

o ano <strong>de</strong> 2011.<br />

Os incêndios florestais constituem uma ameaça que afeta sazonalmente o nosso país, tal como acontece nos<br />

países da bacia mediterrânica em geral, obrigando à prossecução <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento do território,<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural, <strong>de</strong> sensibilização, <strong>de</strong> prevenção, <strong>de</strong> vigilância e fiscalização e <strong>de</strong> combate aos<br />

incêndios.<br />

Contextualização do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes<br />

É <strong>de</strong>ntro das lutas que divi<strong>de</strong>m os jesuítas e os colonos, por causa dos indígenas, que Vieira profere este sermão. (…)<br />

Os colonos exploravam <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>sumana os índios. Os jesuítas não podiam permitir tal atrocida<strong>de</strong>.<br />

Eram homens sem escrúpulos que enriqueciam à custa do suor e do sangue dos pobres índios. Vieira <strong>de</strong>fendia os<br />

seus direitos e pretendia a abolição <strong>de</strong> leis que os tornavam cativos. A palavra era (…) a maior arma [<strong>de</strong> Padre<br />

António Vieira]. No Sermão XIV, na Baía, refere: «E que cousa há na confusão <strong>de</strong>ste mundo mais semelhante ao<br />

inferno <strong>de</strong>stes nossos Engenhos, e tanto mais quanto <strong>de</strong> maior fábrica? Por isso tão bem recebida aquela breve e<br />

discreta <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> quem chamou a um Engenho do açúcar: doce inferno (…).»<br />

Tentou comunicar, por cartas, ao Rei D. João IV a insustentável situação. Enviou uma primeira carta em abril<br />

<strong>de</strong> 1654, na qual expunha todo o problema; na seguinte propunha possíveis soluções. Eis aqui excertos <strong>de</strong> algumas:<br />

«No estado do Maranhão, Senhor, não há outro ouro nem outra prata mais que o sangue e o suor dos Índios: o sangue<br />

se ven<strong>de</strong> nos que se cativam, e o suor se converte no tabaco, no açúcar e nas mais drogas que com os ditos<br />

Índios se lavram e fabricam (…) Des<strong>de</strong> o princípio do mundo, entrando o tempo dos Neros e Dioclecianos, não se executaram<br />

em toda a Europa tantas injustiças, cruelda<strong>de</strong>s e tiranias como executou a cobiça e impieda<strong>de</strong> dos chamados<br />

conquistadores do Maranhão. (…) nenhum <strong>de</strong>stes índios vai senão violentado e por força, e o trabalho é<br />

excessivo, e em todos os anos morrem muitos, por ser venenosíssimo o vapor do tabaco; o rigor com que são tratados<br />

é mais que <strong>de</strong> escravos; os nomes que lhes chamam e que eles muito sentem, feiíssimos; o comer é quase<br />

nenhum, a paga, tão limitada que não satisfaz a menor parte do tempo, nem do trabalho (…) Assim ausentes e divididos<br />

não po<strong>de</strong>m os índios ser doutrinados, e vivem sem conhecimento da fé, nem ouvem missa, nem a têm para a<br />

ouvir, nem se confessam pela Quaresma, nem recebem nenhum outro Sacramento, ainda na morte (…).»<br />

Não vendo progressos na sua resolução, [Padre António Vieira] <strong>de</strong>cidiu embarcar para o reino a 14 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong><br />

1654 e colocar o rei ao corrente <strong>de</strong> tudo. Aproveitando o facto <strong>de</strong> a 13 <strong>de</strong> junho ser o dia <strong>de</strong> Santo António, no calendário<br />

litúrgico, pronuncia o célebre Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, que <strong>de</strong>ixou enraivecidos os espíritos por<br />

aquelas paragens, tão profundas foram as suas palavras.<br />

Em Lisboa, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma atribulada viagem, tentou a alteração <strong>de</strong> algumas leis <strong>de</strong> forma a limitarem o po<strong>de</strong>r<br />

dos colonos que viam no índio mão <strong>de</strong> obra barata que exploravam sem pieda<strong>de</strong>. Esta contenda, entre jesuítas e<br />

colonos, remonta à época dos <strong>de</strong>scobrimentos.<br />

Finalmente, em abril <strong>de</strong> 1655, conseguiu que fosse dada «a exclusivida<strong>de</strong> da faina das missões» aos jesuítas.<br />

O tema do sermão é a <strong>de</strong>núncia das atrocida<strong>de</strong>s que os índios sofrem às mãos dos sanguinários colonos. Toda a<br />

crítica é feita sob a forma <strong>de</strong> alegoria na qual os peixes simbolizam os vícios dos homens.<br />

Rodrigues Lapa classifica o sermão como «uma obra-prima do humorismo». É, na verda<strong>de</strong>, um quadro interessante<br />

este pintado por Vieira. Igualmente interessante é o conhecimento que mostra ter da história natural que lhe<br />

permite uma <strong>de</strong>scrição tão viva e clara dos peixes retratados.<br />

Fernanda Carrilho (2008), Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, O texto em análise, Lisboa, Texto Editores, páginas 57-58.<br />

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D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação<br />

das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral<br />

Ouve, atentamente, uma breve contextualização da obra Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre<br />

António Vieira. Seleciona a opção que consi<strong>de</strong>rares correta.<br />

1. O Sermão <strong>de</strong> Santo António aos peixes é proferido<br />

num contexto <strong>de</strong> lutas entre...<br />

a) colonos e índios.<br />

b) missionários jesuítas.<br />

c) colonos e jesuítas.<br />

d) povos indígenas.<br />

2. Os jesuítas eram...<br />

a) complacentes face às atitu<strong>de</strong>s dos colonos.<br />

b) inflexíveis para com os indígenas.<br />

c) benévolos para com os marinheiros.<br />

d) intolerantes face às cruelda<strong>de</strong>s dos colonos.<br />

3. Os colonos...<br />

a) evangelizavam os indígenas.<br />

b) enriqueciam à custa dos índios.<br />

c) trabalhavam arduamente.<br />

d) divertiam-se com os jesuítas.<br />

4. O engenho do açúcar era consi<strong>de</strong>rado o...<br />

a) maravilhoso paraíso.<br />

b) <strong>de</strong>sumano inferno.<br />

c) doce inferno.<br />

d) ar<strong>de</strong>nte inferno.<br />

5. Padre António Vieira <strong>de</strong>nunciou as injustiças dos<br />

colonos a...<br />

a) Pêro Vaz <strong>de</strong> Caminha.<br />

b) D. João VI.<br />

c) D. João IV.<br />

d) D. Manuel I.<br />

6. Muitos índios morriam <strong>de</strong>vido a...<br />

a) não se converterem.<br />

b) lutas entre tribos.<br />

c) contendas com os missionários.<br />

d) inalarem o vapor do tabaco.<br />

7. Padre António Vieira viajou para Portugal no dia...<br />

a) 13 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1654.<br />

b) 14 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1654.<br />

c) do seu aniversário.<br />

d) <strong>de</strong> Santo António.<br />

8. O Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes foi pregado...<br />

a) em Lisboa.<br />

b) em São Paulo.<br />

c) no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

d) no Maranhão.<br />

9. Padre António Vieira consegue...<br />

a) completar legislação em <strong>de</strong>fesa dos índios.<br />

b) que seja alterada legislação em benefício dos índios.<br />

c) que seja alterada legislação em benefício dos<br />

colonos.<br />

d) aprovar novas leis no estado do Maranhão.<br />

10. Segundo o autor Rodrigues Lapa, o Sermão <strong>de</strong><br />

Santo António aos Peixes é...<br />

a) uma obra-prima da dramaturgia.<br />

b) uma obra-prima do lirismo.<br />

c) uma obra-prima do humorismo.<br />

d) uma obra-prima da narrativa.


Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão oral<br />

Exposição<br />

Parâmetros<br />

a) Apresenta e fundamenta o seu ponto <strong>de</strong> vista sobre um tema.<br />

a) Produz um discurso coerente e coeso, <strong>de</strong>senvolvido numa sequência lógica e apoiado em<br />

informação pertinente.<br />

a) Exprime-se com correção linguística, utilizando um vocabulário rico, diversificado, a<strong>de</strong>quado<br />

e pertinente.<br />

a) A<strong>de</strong>qua o discurso à situação, utilizando uma entoação e mímica expressivas, imprimindo<br />

um ritmo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> modo a persuadir o interlocutor.<br />

a) Revela autonomia e criativida<strong>de</strong>.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

55


56<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> leitura<br />

Texto expositivo-argumentativo<br />

Parâmetros<br />

a) I<strong>de</strong>ntifica o tema e o ponto <strong>de</strong> vista (explícito ou implícito).<br />

b) Reconhece a argumentação e a exemplificação.<br />

c) Salienta os princípios lógicos subjacentes à argumentação.<br />

d) Verifica o uso <strong>de</strong> marcadores e conetores discursivos ao serviço da exposição/argumentação.<br />

e) Regista os recursos linguísticos e expressivos que suportam o tipo <strong>de</strong> texto.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total


Trabalho em grupo<br />

Parâmetros<br />

a) Colabora <strong>de</strong> forma empenhada, dando opiniões pertinentes e aceitando/potenciando as<br />

opiniões dos colegas.<br />

b) Dinamiza o grupo, fomentando um ambiente <strong>de</strong> trabalho propício à evolução do trabalho.<br />

c) Planifica o trabalho a realizar e seleciona a informação recolhida <strong>de</strong> acordo com os objetivos.<br />

d) Organiza a informação <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, cumprindo o plano <strong>de</strong> trabalho ou propondo<br />

alterações/reajustamentos pertinentes.<br />

e) Contribui, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva, para a apresentação do produto final e para a partilha dos<br />

conhecimentos adquiridos.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

57


58<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão escrita<br />

Texto argumentativo<br />

Descritores Sem dificulda<strong>de</strong> Com dificulda<strong>de</strong> Com gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong><br />

a) I<strong>de</strong>ntifica a problemática para<br />

reflexão.<br />

b) Inicia o texto com uma introdução,<br />

apresentando a problemática.<br />

c) Textualiza, revelando<br />

• Coesão aspeto-temporal<br />

• Coerência lógica-concetual<br />

• Coesão lexical e interfrásica<br />

d) Revela progressão temática, introduzindo<br />

argumentos relevantes.<br />

e) Fundamenta opiniões e pontos<br />

<strong>de</strong> vista com exemplos elucidativos.<br />

f) Finaliza o texto com uma conclusão,<br />

sintetizando o raciocínio efetuado.<br />

g) Revela correção linguística<br />

h) Legibilida<strong>de</strong> gráfica:<br />

• Margens respeitadas.<br />

• Mancha gráfica organizada.<br />

• Grafia legível.<br />

• Apresentação cuidada.<br />

Estratégias <strong>de</strong> superação


5<br />

10<br />

15<br />

20<br />

25<br />

30<br />

TESTE DE AVALIAÇÃO N. o 2<br />

Lê atentamente o texto seguinte.<br />

GRUPO I<br />

A<br />

Com os Voadores tenho também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, Voadores, não vos fez Deus<br />

para peixes; pois porque vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós, e o ar para elas. Contentai-vos com o<br />

mar, e com nadar, e não queirais voar, pois sois peixes. Se acaso vos não conheceis, olhai para as vossas espinhas,<br />

e para as vossas escamas, e conhecereis, que não sois ave, senão peixe, e ainda entre os peixes não dos melhores.<br />

Dir-me-eis, Voador, que vos <strong>de</strong>u Deus maiores barbatanas, que aos outros do vosso tamanho. Pois porque tivestes<br />

maiores barbatanas, por isso haveis <strong>de</strong> fazer das barbatanas asas? Mas ainda mal porque tantas vezes vos <strong>de</strong>sengana<br />

o vosso castigo. Quisestes ser melhor que os outros peixes, e por isso sois mais mofino que todos. Aos outros peixes<br />

do alto, mata-os o anzol, ou a fisga; a vós sem fisga, nem anzol, mata-vos a vossa presunção, e o vosso capricho.<br />

Vai o navio navegando, e o Marinheiro dormindo, e o Voador toca na vela, ou na corda, e cai palpitando. Aos outros<br />

peixes mata-os a fome, e engana-os a isca, ao Voador mata-o a vaida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voar, e a sua isca é o vento. Quanto<br />

melhor lhe fora mergulhar por baixo da quilha, e viver, que voar por cima das antenas, e cair morto. Gran<strong>de</strong> ambição<br />

é, que sendo o mar tão imenso, lhe não basta a um peixe tão pequeno todo o mar, e queira outro elemento mais<br />

largo. Mas ve<strong>de</strong>, peixes, o castigo da ambição. O Voador fê-lo Deus peixe, e ele quis ser ave, e permite o mesmo Deus<br />

que tenha os perigos <strong>de</strong> ave, e mais os <strong>de</strong> peixe. Todas as velas para ele são re<strong>de</strong>s como peixe, e todas as cordas<br />

laços como ave. Vê, voador, como correu pela posta o teu castigo. Pouco há nadavas vivo no mar com as barbatanas,<br />

e agora jazes em um convés amortalhado nas asas. Não contente com ser peixe, quiseste ser ave, e já não és<br />

ave, nem peixe: nem voar po<strong>de</strong>rás já, nem nadar. A Natureza <strong>de</strong>u-te a água, tu não quiseste senão o ar, e eu já te<br />

vejo posto ao fogo. Peixes, contente-se cada um com o seu elemento. Se o Voador não quisera passar do segundo ao<br />

terceiro, não viera a parar no quarto. Bem seguro estava ele do fogo, quando nadavam na água, mas porque quis<br />

ser borboleta das ondas, vieram-se-lhe a queimar as asas.<br />

À vista <strong>de</strong>ste exemplo, Peixes, tomai todos na memória esta sentença. Quem quer mais do que lhe convém,<br />

per<strong>de</strong> o que quer, e o que tem. Quem po<strong>de</strong> nadar, e quer voar, tempo virá em que não voe nem na<strong>de</strong>. Ouvi o caso <strong>de</strong><br />

um Voador da terra. Simão Mago, a quem a Arte Mágica, na qual era famosíssimo, <strong>de</strong>u o sobrenome, fingindo-se,<br />

que ele era o verda<strong>de</strong>iro Filho <strong>de</strong> Deus, sinalou o dia, em que nos olhos <strong>de</strong> toda Roma havia <strong>de</strong> subir ao Céu, e com<br />

efeito começou a voar muito alto; porém a oração <strong>de</strong> S. Pedro, que se achava presente, voou mais <strong>de</strong>pressa que ele,<br />

e caindo lá <strong>de</strong> cima o Mago, não quis Deus que morresse logo, senão que nos olhos também <strong>de</strong> todos quebrasse,<br />

como quebrou, os pés. Não quero que repareis no castigo, senão no género <strong>de</strong>le. Que caia Simão, está muito bem<br />

caído; que morra, também, estaria muito bem morto, que o seu atrevimento e a sua arte diabólica o merecia. Mas<br />

que <strong>de</strong> uma queda tão alta não rebente, nem quebre a cabeça, ou os braços, senão os pés? (...) Eis aqui Voadores do<br />

mar, o que suce<strong>de</strong> aos da terra, para que cada um se contente com o seu elemento. Se o mar tomara exemplo nos<br />

rios, <strong>de</strong>pois que Ícaro 1 se afogou no Danúbio, não haveria tantos Ícaros no Oceano.<br />

Oh Alma <strong>de</strong> António, que só vós tivestes asas, e voastes sem perigo, porque soubestes voar para baixo, e não<br />

para cima!<br />

Padre António Vieira, Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, capítulo V (excerto)<br />

1 Ícaro – personagem da mitologia grega que tentou voar com asas <strong>de</strong> cera, mas estas <strong>de</strong>rreteram e Ícaro caiu no oceano e afogou-se.<br />

59


60<br />

Apresenta, <strong>de</strong> forma clara e bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem.<br />

1. Localiza o excerto transcrito na estrutura global da obra Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, tendo presente<br />

que o orador segue os preceitos da retórica clássica.<br />

2. Explica as consequências da ousadia dos voadores.<br />

3. Explicita o significado dos aforismos presentes no início do segundo parágrafo (linhas 21 e 22).<br />

4. Justifica a apóstrofe final a Santo António (linhas 32 e 33), tendo em atenção a globalida<strong>de</strong> do Sermão.<br />

B<br />

On<strong>de</strong> as leis, on<strong>de</strong> a justiça, on<strong>de</strong> a verda<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> a razão e on<strong>de</strong> o mesmo Deus parece estar longe (…) Não gastemos<br />

tempo, a verda<strong>de</strong> que vos digo é que no Maranhão não há verda<strong>de</strong>. Se o império da mentira não fora tão universal<br />

no mundo pu<strong>de</strong>ra-se suspeitar que nesta nossa ilha tinha a sua corte a mentira.<br />

Padre António Vieira, in J. Lúcio <strong>de</strong> Azevedo (1931), História <strong>de</strong> António Vieira,<br />

Lisboa, Livraria Clássica Editora, volume 1, página 209<br />

Comenta o excerto transcrito, tendo em conta a tua experiência <strong>de</strong> leitura da obra Sermão <strong>de</strong> Santo<br />

António aos Peixes.<br />

Escreve um texto bem estruturado, <strong>de</strong> oitenta a cento e trinta palavras.<br />

Observações relativas ao item B:<br />

1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />

2. Um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.


5<br />

10<br />

15<br />

20<br />

Lê atentamente o texto seguinte.<br />

GRUPO II<br />

Outros passageiros<br />

Os navios trouxeram não apenas riquezas mas furtivos e clan<strong>de</strong>stinos passageiros que davam pelo nome <strong>de</strong><br />

ratos. Os ratos foram notáveis disseminadores <strong>de</strong> doenças e pragas. É difícil imaginar quantas trocas se faziam já<br />

no século XIV entre as mais longínquas paragens. Acreditamos que viagens tão difíceis exigem os atuais e sofisticados<br />

meios náuticos. Mas o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> cruzar os mares estimulou, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há muito, o engenho e a arte <strong>de</strong> ser humano.<br />

Nunca nos conformámos com o <strong>de</strong>stino e o lugar que nos coube. Sempre partilhámos com os <strong>de</strong>uses o milagre <strong>de</strong><br />

caminhar sobre as águas.<br />

As embarcações trouxeram também enganos e mal-entendidos. Quando Colombo <strong>de</strong>sembarcou na Costa da<br />

América batizou os habitantes locais <strong>de</strong> «índios». Acreditava estar perante um povo das Índias, no oceano Índico.<br />

O nome, fruto <strong>de</strong> equívoco, não foi nunca retificado. Ficou para sempre e para todos (incluindo para os mal batizados<br />

«índios»). Outras marcas sobreviveram durante séculos. A história das navegações não é feita só <strong>de</strong> glórias.<br />

Os navegantes europeus trouxeram com eles doenças contra as quais as populações americanas não haviam<br />

adquirido resistências. Epi<strong>de</strong>mias mataram milhões <strong>de</strong>sses «índios». Acredita-se que, um século <strong>de</strong>pois da chegada<br />

<strong>de</strong> Colombo, alguns <strong>de</strong>stes povos tenham sido reduzidos a um décimo da sua população originária.<br />

As viagens realizaram trocas <strong>de</strong> produtos alimentares. Muito do que incorporamos na nossa dieta quotidiana<br />

vem <strong>de</strong>ssas américas. Foram os navegadores portugueses os maiores responsáveis por esta disseminação. Muitos<br />

moçambicanos acreditam que produtos como a mandioca, a batata-doce, o caju, o amendoim, a goiaba e a papaia<br />

são genuinamente africanos. Todos eles foram importados e chegaram a África no porão <strong>de</strong> alguma pequena nau<br />

lusitana. (...)<br />

Mais que obstáculo, o oceano Índico foi um caminho, um cruzamento <strong>de</strong> culturas. Por suas águas chegaram<br />

navegantes <strong>de</strong> outros continentes, <strong>de</strong> outras raças, <strong>de</strong> outras religiões. Na costa moçambicana os navios eram a<br />

agulha que costurava esse imenso pano on<strong>de</strong> ainda hoje se estampam diversida<strong>de</strong>s. Durante séculos não se proce<strong>de</strong>u<br />

apenas ao comércio <strong>de</strong> mercadorias, <strong>de</strong> línguas, <strong>de</strong> culturas e <strong>de</strong> genes. Construíram-se nações. Moçambique<br />

foi tecido do mar para o interior. A linha que costurou o nosso país veio da água, da viagem, do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser outro.<br />

A ban<strong>de</strong>ira que nos cobre é um pano <strong>de</strong> muitos variegados e fios.<br />

Mia Couto (2010), Pensageiro frequente, Lisboa, Editorial Caminho, páginas 65-67<br />

1. Seleciona, em cada um dos itens <strong>de</strong> 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido<br />

do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, o número do item e a letra que i<strong>de</strong>ntifica a opção correta.<br />

1. Os ratos eram...<br />

a) ambiciosos mercadores.<br />

b) roedores marinhos.<br />

c) viajantes ilegais.<br />

d) indígenas brasileiros.<br />

2. Colombo <strong>de</strong>signou os habitantes da costa da América <strong>de</strong> índios, porque…<br />

a) <strong>de</strong>scobriu o Brasil.<br />

b) <strong>de</strong>scobriu a Índia.<br />

c) pensava estar no Brasil.<br />

d) pensava estar na Índia.<br />

61


62<br />

3. Muitos nativos índios morreram <strong>de</strong>vido a…<br />

a) falta <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong>.<br />

b) agressões físicas.<br />

c) carências nutritivas.<br />

d) fenómenos da natureza.<br />

4. A papaia e a goiaba são frutos…<br />

a) genuinamente africanos.<br />

b) originários da Europa.<br />

c) provenientes da Ásia.<br />

d) proce<strong>de</strong>ntes das Américas.<br />

5. O pronome pessoal «eles» (linha 11) é um mecanismo <strong>de</strong> coesão…<br />

a) interfrásica.<br />

b) gramatical.<br />

c) lexical.<br />

d) temporal.<br />

6. Em «os navios eram a agulha que costurava esse imenso pano on<strong>de</strong> ainda hoje se estampam diversida<strong>de</strong>s»<br />

(linhas 20 a 21), i<strong>de</strong>ntificamos a presença da…<br />

a) hipálage.<br />

b) comparação.<br />

c) sinestesia.<br />

d) imagem.<br />

7. A palavra «variegados» (linha 24) significa<br />

a) matizados.<br />

b) calorosos.<br />

c) alegres.<br />

d) uniformes.<br />

2. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo a<br />

obteres uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, as letras e os números<br />

correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez..<br />

1. Com o uso <strong>de</strong> «também» (linha 7)<br />

Coluna A Coluna B<br />

2. Com a enumeração «a mandioca, a batata-doce, o caju, o<br />

amendoim, a goiaba e a papaia» (linha 16)<br />

3. Com a oração «Quando Colombo <strong>de</strong>sembarcou na Costa<br />

da América» (linhas 7 e 8)<br />

4. Com o grupo nominal «Os navios» (linha 1)<br />

5. Com o constituinte «um caminho, um cruzamento <strong>de</strong><br />

culturas» (linha 19)<br />

a) o enunciador estabelece uma referência temporal.<br />

b) o enunciador traduz um nexo <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong>.<br />

c) o enunciador recorre a uma conexão contrastiva.<br />

d) o enunciador faz uso <strong>de</strong> um mecanismo <strong>de</strong> coesão por<br />

meronímia.<br />

e) o enunciador introduz o sujeito da frase.<br />

f) o enunciador estabelece uma conexão aditiva.<br />

g) o enunciador introduz o predicativo do sujeito.<br />

h) o enunciador faz uso <strong>de</strong> um mecanismo <strong>de</strong> coesão referencial<br />

lexical por hiponimia


GRUPO III<br />

Partindo dos dois primeiros artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, escreve um texto<br />

expositivo-argumentativo, <strong>de</strong>vidamente estruturado, <strong>de</strong> duzentas a trezentas palavras, no qual fundamentes<br />

a tua perspetiva sobre a importância dos princípios consignados nos artigos transcritos.<br />

Fundamenta o teu ponto <strong>de</strong> vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um <strong>de</strong>les com,<br />

pelo menos, um exemplo significativo.<br />

Artigo 1. o<br />

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignida<strong>de</strong> e em direitos. Dotados <strong>de</strong> razão e <strong>de</strong> consciência,<br />

<strong>de</strong>vem agir uns para com os outros em espírito <strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong>.<br />

Artigo 2. o<br />

Todos os seres humanos po<strong>de</strong>m invocar os direitos e as liberda<strong>de</strong>s proclamados na presente Declaração, sem<br />

distinção alguma, nomeadamente <strong>de</strong> raça, <strong>de</strong> cor, <strong>de</strong> sexo, <strong>de</strong> língua, <strong>de</strong> religião, <strong>de</strong> opinião política ou outra, <strong>de</strong> origem<br />

nacional ou social, <strong>de</strong> fortuna, <strong>de</strong> nascimento ou <strong>de</strong> qualquer outra situação.<br />

Observações:<br />

Fonte: http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Portugal/SistemaPolitico/dudh/Pages/DeclaracaoUniversaldosDireitosHumanos.aspx<br />

1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />

2. Relativamente ao <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados – um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo <strong>de</strong> trezentas palavras –,<br />

há que aten<strong>de</strong>r ao seguinte:<br />

• A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />

• Nos outros casos, um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do<br />

texto produzido.<br />

FIM<br />

63


64<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

GRUPO I<br />

A<br />

1. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................... 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Localiza, com pertinência e rigor, o excerto na estrutura global<br />

do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, fazendo o respetivo<br />

enquadramento na obra.<br />

Localiza, com pertinência e rigor, o excerto na estrutura global<br />

do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes.<br />

Localiza, com algumas imprecisões, o excerto na estrutura global<br />

do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes.<br />

Localiza, com acentuadas imprecisões, o excerto na estrutura<br />

global do Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• O Sermão apresenta três partes fundamentais: o exórdio (capítulo I, on<strong>de</strong> se encontra, também, a invocação),<br />

a argumentação (<strong>de</strong>senvolvimento do tema, através da exposição e confirmação: capítulos II, III, IV e V) e a peroração<br />

(conclusão exortativa).<br />

• O excerto localiza-se, pois, no capítulo V (repreensões em particular).<br />

• O orador apresenta os <strong>de</strong>feitos particulares dos peixes, metáfora dos homens.<br />

• …<br />

9<br />

7<br />

5<br />

3


2. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 20 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Explica, com pertinência e rigor, as consequências da ousadia dos<br />

voadores.<br />

Explica, com pertinência, as consequências da ousadia dos voadores.<br />

Explica, com esporádicas imprecisões, as consequências da ousadia<br />

dos voadores.<br />

Explica, com acentuadas imprecisões, as consequências da ousadia<br />

dos voadores.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Os voadores, porque têm maiores barbatanas do que os outros peixes, tentam voar.<br />

• Como os voadores não são aves, a sua ousadia, presunção e vaida<strong>de</strong> têm como consequências a sua <strong>de</strong>struição e<br />

a sua morte.<br />

• A excessiva ambição do voador é castigada: «Todas as velas para ele são re<strong>de</strong>s como peixe, e todas as cordas<br />

laços como ave.»<br />

• A tentativa <strong>de</strong> entrar num elemento que não é o seu (o ar) leva-o ao fogo, metáfora da morte.<br />

• ...<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3<br />

65


66<br />

3. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />

– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />

– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

Descritores Pontuação<br />

Explicita, com pertinência e rigor, o significado dos dois aforismos.<br />

3 Explicita, com pertinência, o significado dos dois aforismos. 7<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Explicita, com algumas imprecisões, o significado dos dois aforismos.<br />

Explicita, com acentuadas imprecisões, o significado dos dois<br />

aforismos.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Ambos os aforismos («Quem quer mais do que lhe convém, per<strong>de</strong> o que quer e o que tem»; «Quem po<strong>de</strong> nadar e<br />

quer voar, tempo virá em que não voe nem na<strong>de</strong>») constituem máximas <strong>de</strong> vida, alertando para o facto <strong>de</strong> a ambição,<br />

o capricho e a vaida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem originar a <strong>de</strong>sgraça, a perdição e, inclusivamente, a morte.<br />

• …<br />

9<br />

5<br />

3


4. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 20 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

Descritores Pontuação<br />

Justifica, com pertinência e rigor, a apóstrofe a Santo António,<br />

tendo em atenção a globalida<strong>de</strong> da obra.<br />

Justifica, com pertinência, a apóstrofe a Santo António, tendo<br />

em atenção a globalida<strong>de</strong> da obra.<br />

2 Justifica, com alguma pertinência, a apóstrofe a Santo António. 6<br />

1<br />

Justifica, com acentuadas imprecisões, a apóstrofe a Santo<br />

António.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Descontente com a violência e a exploração que os colonos do Maranhão exerciam sobre os índios, Padre António<br />

Vieira <strong>de</strong>cidiu embarcar para o reino, no dia 14 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1654, e dar a conhecer ao rei esta situação. No entanto,<br />

na véspera da sua partida, aproveita o facto <strong>de</strong> se comemorar o dia <strong>de</strong> Santo António, proferindo o Sermão <strong>de</strong><br />

Santo António aos Peixes, no dia 13 <strong>de</strong> junho.<br />

• A bonda<strong>de</strong> e a humilda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo António contrastavam com a ambição e a <strong>de</strong>sumanida<strong>de</strong> dos colonos do<br />

Maranhão.<br />

• Padre António Vieira estabelece um paralelo entre a ação do Santo medieval (Santo António) e as atitu<strong>de</strong>s dos<br />

homens seus contemporâneos, enaltecendo as virtu<strong>de</strong>s do primeiro («Oh Alma <strong>de</strong> António, que só vós tivestes<br />

asas, e voastes sem perigo, porque soubestes voar para baixo, e não para cima») e criticando os vícios e <strong>de</strong>feitos<br />

dos segundos.<br />

• ...<br />

12<br />

9<br />

3<br />

67


68<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

B<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos<br />

– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 5 pontos<br />

Níveis <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

Descritores Pontuação<br />

Comenta, com pertinência e rigor, o excerto transcrito, associando-o ao Sermão<br />

<strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira, fazendo referências que<br />

refletem um muito bom conhecimento da obra.<br />

Comenta, com pertinência e rigor, o excerto transcrito, associando-o ao Sermão<br />

<strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira, fazendo referências que<br />

refletem um bom conhecimento da obra.<br />

Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, o excerto transcrito, associando-o<br />

ao Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira, fazendo<br />

referências que refletem um conhecimento suficiente da obra.<br />

Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, o excerto transcrito, associando-o<br />

ao Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira, fazendo<br />

referências que refletem um conhecimento suficiente da obra.<br />

Comenta, com acentuadas imprecisões, o excerto transcrito, associando-o ao<br />

Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira, fazendo referências<br />

que refletem um conhecimento insuficiente da obra.<br />

Tece comentários gerais sobre o excerto transcrito, pouco relevantes para o tema<br />

proposto e que revelam um conhecimento incipiente do Sermão <strong>de</strong> Santo<br />

António aos Peixes, <strong>de</strong> Padre António Vieira.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Padre António Vieira <strong>de</strong>dicou-se arduamente à sua vocação <strong>de</strong> missionário, difundindo a fé cristã e tentando proteger<br />

a vida dos indígenas.<br />

• Quando chegou ao Brasil, em 1653, Vieira <strong>de</strong>scobriu que mais <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> índios tinham sido mortos, situação<br />

que não era divulgada ao rei; a mentira e a insensatez dos colonos indignaram o missionário.<br />

• O Sermão <strong>de</strong> Santo António aos Peixes, pregado no Maranhão, critica os <strong>de</strong>feitos dos homens e <strong>de</strong>nuncia a mentira<br />

e as atrocida<strong>de</strong>s dos que enriqueciam à custa dos in<strong>de</strong>fesos índios.<br />

• Através da alegoria, o missionário jesuíta atinge os <strong>de</strong>feitos dos homens que andam permanentemente à procura<br />

<strong>de</strong> «como hão <strong>de</strong> comer, e como se hão <strong>de</strong> comer».<br />

• Os peixes, metáfora dos homens, possibilitam a crítica à arrogância («roncadores»), ao parasitismo («pegadores»),<br />

à vaida<strong>de</strong> («voadores») e à traição («polvo»).<br />

• ...<br />

18<br />

15<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3


Chaves <strong>de</strong> correção:<br />

1.<br />

1. c); 2. d); 3. a); 4. d); 5. b); 6. d); 7. a).<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

GRUPO II<br />

Descritores do nível<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

2.<br />

1. f); 2. h); 3. a); 4. e); 5. g).<br />

Pontuação<br />

3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15<br />

2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9<br />

1 Estabelece uma correspondência correta. 3<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

GRUPO III<br />

Descritores do nível<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

• Trata, sem <strong>de</strong>svios, o tema proposto (liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

direitos humanos).<br />

• Mobiliza, sempre com eficácia argumentativa, uma informação<br />

ampla e diversificada:<br />

– Produz um discurso coerente e sem qualquer tipo <strong>de</strong> ambiguida<strong>de</strong>.<br />

– Define, <strong>de</strong> forma inequívoca, o seu ponto <strong>de</strong> vista.<br />

– Fundamenta a perspetiva adotada em (pelo menos) dois argumentos,<br />

distintos e pertinentes, cada um <strong>de</strong>les ilustrado com<br />

(pelo menos) um exemplo significativo.<br />

Pontuação<br />

9<br />

• Redige um texto estruturado, refletindo uma planificação prévia e<br />

evi<strong>de</strong>nciando um bom domínio dos mecanismos <strong>de</strong> coesão textual:<br />

– Apresenta um texto constituído por três partes (introdução,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, conclusão), individualizadas, <strong>de</strong>vidamente proporcionadas<br />

e articuladas entre si <strong>de</strong> modo consistente.<br />

– Marca corretamente os parágrafos.<br />

– Utiliza, com a<strong>de</strong>quação, conetores diversificados e outros mecanismos<br />

<strong>de</strong> coesão textual.<br />

30<br />

• Faz uso correto do registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto, eventualmente<br />

com esporádicos afastamentos, que se encontram, no<br />

entanto, justificados pela intencionalida<strong>de</strong> do discurso e marcados<br />

(com aspas ou sublinhados).<br />

• Mobiliza expressivamente, com a<strong>de</strong>quação e intencionalida<strong>de</strong>,<br />

recursos da língua (repertório lexical variado e pertinente, figuras<br />

<strong>de</strong> estilo, procedimentos <strong>de</strong> modalização, pontuação,...).<br />

69


70<br />

8 27<br />

7<br />

• Trata, sem <strong>de</strong>svios, o tema proposto (liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

direitos humanos).<br />

• Mobiliza informação diversificada, com suficiente eficácia argumentativa:<br />

– Produz um discurso coerente, pontuado, no entanto, por ambiguida<strong>de</strong>s<br />

pouco relevantes.<br />

– Define com suficiente clareza o seu ponto <strong>de</strong> vista.<br />

– Fundamenta a perspetiva adotada em (pelo menos) dois argumentos<br />

a<strong>de</strong>quados, cada um <strong>de</strong>les documentado com (pelo<br />

menos) um exemplo apropriado.<br />

• Redige um texto estruturado, refletindo uma planificação e recorrendo<br />

a mecanismos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> coesão textual:<br />

– Apresenta um texto constituído por três partes (introdução, <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

conclusão), individualizadas, proporcionais e satisfatoriamente<br />

articuladas entre si.<br />

– Marca corretamente os parágrafos.<br />

– Utiliza a<strong>de</strong>quadamente conetores e outros mecanismos <strong>de</strong> coesão<br />

textual.<br />

• Utiliza o registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto, apesar <strong>de</strong> esporádicos<br />

afastamentos que não afetam, porém, a a<strong>de</strong>quação geral do discurso.<br />

• Mobiliza um repertório lexical a<strong>de</strong>quado e variado.<br />

6 21<br />

• Trata o tema proposto (liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos humanos),<br />

embora apresente <strong>de</strong>svios pouco relevantes.<br />

5<br />

• Mobiliza informação suficiente, nem sempre com eficácia argumentativa:<br />

– Produz um discurso globalmente coerente, apesar <strong>de</strong> algumas<br />

ambiguida<strong>de</strong>s evi<strong>de</strong>ntes.<br />

– Define o seu ponto <strong>de</strong> vista, eventualmente com lacunas que não<br />

afetam, porém, a inteligibilida<strong>de</strong>.<br />

– Fundamenta a perspetiva adotada em (pelo menos) dois argumentos<br />

a<strong>de</strong>quados, mas apresentando um único exemplo e<br />

pouco significativo.<br />

• Redige um texto pouco estruturado, refletindo uma escassa planificação<br />

e evi<strong>de</strong>nciando um domínio apenas suficiente dos mecanismos<br />

<strong>de</strong> coesão textual:<br />

– Apresenta um texto constituído por três partes (introdução,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, conclusão), articuladas entre si <strong>de</strong> modo<br />

pouco consistente.<br />

– Marca, em geral, corretamente os parágrafos, mas com falhas<br />

esporádicas.<br />

– Utiliza apenas os conetores e os mecanismos <strong>de</strong> coesão textual<br />

mais comuns, embora sem incorreções graves.<br />

• Utiliza, em geral, o registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto, mas apresentando<br />

alguns afastamentos que afetam pontualmente a a<strong>de</strong>quação<br />

global.<br />

• Mobiliza um repertório lexical a<strong>de</strong>quado, mas pouco variado.<br />

24<br />

18


4 15<br />

3<br />

• Trata globalmente o tema (liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos), mas<br />

com <strong>de</strong>svios notórios.<br />

• Mobiliza pouca informação e com reduzida eficácia argumentativa:<br />

– Produz um discurso com alguma coerência, mas nem sempre<br />

claramente inteligível.<br />

– Define um ponto <strong>de</strong> vista i<strong>de</strong>ntificável, mas fá-lo <strong>de</strong> forma confusa.<br />

– Fundamenta a perspetiva adotada em um único argumento ou<br />

em dois argumentos redundantes e não apresenta exemplos, ou<br />

apresenta exemplos pouco a<strong>de</strong>quados.<br />

• Redige um texto com <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> estrutura, evi<strong>de</strong>nciando um<br />

domínio insuficiente dos mecanismos <strong>de</strong> coesão textual:<br />

– Apresenta um texto em que não distingue com clareza três partes<br />

(introdução, <strong>de</strong>senvolvimento, conclusão) ou em que as mesmas<br />

se encontram insuficientemente marcadas, com<br />

<strong>de</strong>sequilíbrios <strong>de</strong> proporção mais ou menos notórios e com <strong>de</strong>ficiências<br />

ao nível da articulação entre elas.<br />

– Marca parágrafos, mas com incorreções <strong>de</strong> alguma gravida<strong>de</strong>.<br />

– Utiliza poucos conetores, por vezes <strong>de</strong> forma ina<strong>de</strong>quada e recorrendo,<br />

frequentemente, a construções paratáticas.<br />

• Apresenta, em número significativo, afastamentos do registo <strong>de</strong><br />

língua a<strong>de</strong>quado ao texto.<br />

• Utiliza um vocabulário simples e comum, com improprieda<strong>de</strong>s que<br />

não perturbam, porém, a comunicação.<br />

2 9<br />

1<br />

• Aborda lateralmente o tema (liberda<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos<br />

humanos), porque o compreen<strong>de</strong>u mal ou porque não se cinge a<br />

uma linha condutora e se per<strong>de</strong> em digressões.<br />

• Mobiliza muito pouca informação e sem eficácia argumentativa:<br />

– Produz um discurso geralmente inconsistente e, por vezes, ininteligível.<br />

– Não <strong>de</strong>fine um ponto <strong>de</strong> vista i<strong>de</strong>ntificável.<br />

– Não cumpre a instrução no que diz respeito à tipologia textual ou<br />

apresenta um texto em que traços do tipo <strong>de</strong> texto solicitado se<br />

misturam, sem critério, com os <strong>de</strong> outros tipos textuais.<br />

• Redige um texto com estruturação muito <strong>de</strong>ficiente, <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong><br />

mecanismos elementares <strong>de</strong> coesão textual.<br />

• Utiliza, indiferenciadamente, registos <strong>de</strong> língua distintos, mas sem<br />

manifestar consciência do registo a<strong>de</strong>quado ao texto, ou um único<br />

registo ina<strong>de</strong>quado.<br />

• Utiliza vocabulário elementar e restrito, não raro redundante e/ou<br />

ina<strong>de</strong>quado.<br />

Ver critérios gerais <strong>de</strong> classificação das provas <strong>de</strong> Exame Nacional (http://www.gave.min-edu.pt/np3/exames)<br />

12<br />

6<br />

71


72<br />

SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N. o 3<br />

A. Planificação<br />

12 blocos <strong>de</strong> 90 minutos (24 aulas)<br />

Competências transversais:<br />

• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.<br />

• Estratégica: Estratégias <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escrita a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> texto e à finalida<strong>de</strong>; seleção e organização da<br />

informação; produção <strong>de</strong> resumo; operações <strong>de</strong> planificação, execução e avaliação da escrita e da oralida<strong>de</strong>; pesquisa<br />

em vários suportes; conceção e utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise; elaboração <strong>de</strong> ficheiros; utilização das TIC.<br />

• Formação para a cidadania: Construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural; apresentação e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> opiniões; reconhecimento<br />

da importância da herança do passado na construção do presente; assunção dos valores da <strong>de</strong>mocracia, da liberda<strong>de</strong><br />

e da responsabilida<strong>de</strong> como valores consensuais a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r.<br />

COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />

Tipos <strong>de</strong> texto: Drama, textos argumentativos, expositivo-argumentativos e resumo.<br />

COMPREENSÃO<br />

ORAL<br />

EXPRESSÃO<br />

ORAL<br />

EXPRESSÃO<br />

ESCRITA<br />

LEITURA<br />

Testes <strong>de</strong> compreensão oral:<br />

• A viagem <strong>de</strong> Almeida Garrett.<br />

• Memória ao Conservatório Real,<br />

<strong>de</strong> Almeida Garrett.<br />

• Louvor a Garrett, <strong>de</strong> António Mega<br />

Ferreira.<br />

Expressão oral:<br />

• Dramatização (páginas 191 e 192)<br />

• Texto expositivo-argumentativo.<br />

• Resumo <strong>de</strong> textos expositivo-argumentativos.<br />

Textos informativos:<br />

(páginas 198 a 199 (Em interação))<br />

Leitura literária:<br />

• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, <strong>de</strong> Almeida Garrett<br />

(leitura integral):<br />

– Categorias do texto dramático.<br />

– Intenção pedagógica.<br />

– Sebastianismo.<br />

– I<strong>de</strong>ologia romântica.<br />

– Valor simbólico <strong>de</strong> alguns elementos.<br />

Leitura <strong>de</strong> imagem fixa: Imagens do romantismo.<br />

Escuta/visionamento:<br />

• A viagem <strong>de</strong> Almeida Garrett – documentário.<br />

• Memória ao Conservatório Real <strong>de</strong> Lisboa,<br />

<strong>de</strong> Almeida Garrett.<br />

• Louvor a Garrett, <strong>de</strong> António Mega Ferreira.<br />

Leitura seletiva:<br />

• «Frei Luís <strong>de</strong> Sousa – personagem histórica».<br />

• «Drama, espetáculo teatral e Frei Luís <strong>de</strong> Sousa».<br />

• «Um <strong>de</strong>stino inflexível a pesar sobre os homens».<br />

Leitura analítica:<br />

• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (páginas 132 a 183).<br />

Leitura global:<br />

• Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />

• Outros textos selecionados pelo(a) professor(a)<br />

e pelos alunos.<br />

Leitura recreativa:<br />

• Contrato <strong>de</strong> Leitura.<br />

(Continua)


FUNCIONAMENTO<br />

DA LÍNGUA<br />

AVALIAÇÃO<br />

B. Em interação<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />

Análise do discurso, pragmática e linguística textual:<br />

• Interação discursiva: Discurso.<br />

• A<strong>de</strong>quação discursiva (registos formal e informal; formas <strong>de</strong> tratamento).<br />

• Atos ilocutórios e força ilocutória:<br />

– Atos ilocutórios diretos e indiretos.<br />

– Tipologia dos atos ilocutórios (assertivos, diretivos; compromissivos; expressivos; <strong>de</strong>clarativos).<br />

– Princípios reguladores da interação discursiva (princípios <strong>de</strong> cooperação, máximas conversacionais,<br />

princípio <strong>de</strong> cortesia e saber compartilhado).<br />

• Processos interpretativos inferenciais:<br />

– Pressuposição.<br />

– Implicatura conversacional.<br />

• Elementos do discurso oral e <strong>de</strong>ixis.<br />

• Consolidação <strong>de</strong> conteúdos: morfologia, classes <strong>de</strong> palavras, sintaxe.<br />

• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />

• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />

• Documentário A viagem <strong>de</strong> Almeida Garrett.<br />

• Memória ao Conservatório Real <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> Garrett.<br />

• Leitura literária: Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (leitura integral).<br />

• Dramatização.<br />

• Texto expositivo-argumentativo.<br />

• Resumo <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo.<br />

• Visionamento <strong>de</strong> documentário sobre Almeida Garrett; tomada <strong>de</strong> notas.<br />

• Teste <strong>de</strong> compreensão oral (manual).<br />

• Interação verbal em torno das i<strong>de</strong>ias expressas no documentário.<br />

• Pesquisa em vários suportes sobre a vida e a obra <strong>de</strong> Garrett, nomeadamente a sua ligação ao teatro.<br />

• Apresentação oral dos resultados da pesquisa.<br />

• (Re)Construção em PowerPoint da biografia <strong>de</strong> Garrett a partir dos dados do documentário e da pesquisa efetuada<br />

(trabalho em gran<strong>de</strong>s grupos).<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação do teste <strong>de</strong> compreensão oral.<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

73


74<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />

• Audição do texto Memória ao Conservatório Real <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> Garrett.<br />

• Teste <strong>de</strong> compreensão oral (manual).<br />

• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> informação relevante que configure um momento <strong>de</strong> pré-leitura:<br />

– Assunto <strong>de</strong> índole trágica.<br />

– Ação simples.<br />

– Poucas personagens.<br />

– Contenção <strong>de</strong> cenas.<br />

– Recurso à prosa.<br />

– Assunto <strong>de</strong> caráter nacional e histórico.<br />

– Caráter didático.<br />

– Hibridismo <strong>de</strong> género – drama ou tragédia?<br />

• Interação verbal em torno da informação i<strong>de</strong>ntificada e <strong>de</strong> uma possível antecipação <strong>de</strong> conteúdo.<br />

• Construção <strong>de</strong> um guião orientador <strong>de</strong> dramatização (manual).<br />

• Dramatização.<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação do teste <strong>de</strong> compreensão oral.<br />

• Avaliação da interação verbal.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />

• Leitura analítica, em trabalho <strong>de</strong> grupo, das cenas I e II do Ato I <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (questionário no manual):<br />

– Importância da leitura e o seu reflexo cultural e moral.<br />

– Caracterização das personagens presentes em cena e ausentes.<br />

– O sebastianismo.<br />

– Os indícios trágicos.<br />

– Valor simbólico <strong>de</strong> alguns elementos/<strong>situações</strong>.<br />

– Enquadramento no modo dramático.<br />

– Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />

– Leitura dramatizada <strong>de</strong> um excerto da cena II.<br />

– Registo individual escrito das primeiras impressões <strong>de</strong> leitura da peça <strong>de</strong> Garrett.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />

• Avaliação do registo escrito das impressões <strong>de</strong> leitura.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />

• Constituição <strong>de</strong> quatro gran<strong>de</strong>s grupos para leitura da cena VIII do Ato I (questionário no manual):<br />

– Contraste entre as personagens em cena.<br />

– Classicismo e romantismo presentes na caracterização/atitu<strong>de</strong> das personagens.<br />

– Registo das <strong>de</strong>cisões tomadas pelas personagens e motivos que as impelem.<br />

• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />

• Pesquisa sobre romantismo e classicismo em Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.


• Elaboração <strong>de</strong> um PowerPoint <strong>de</strong> apresentação dos resultados da pesquisa.<br />

• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):<br />

– Elaboração <strong>de</strong> um texto argumentativo – discurso <strong>de</strong> Manuel <strong>de</strong> Sousa incitando a resistir ao invasor ou um<br />

apelo à luta contra uma situação da socieda<strong>de</strong> contemporânea que constitua um atentado aos direitos<br />

humanos:<br />

• Estrutura canónica <strong>de</strong> base da argumentação: tese, antítese, síntese.<br />

• Argumentação e contra-argumentação.<br />

• Estratégias do sujeito.<br />

• Alusões e subentendidos.<br />

• Processos <strong>de</strong> influência sobre o <strong>de</strong>stinatário.<br />

• Tipos <strong>de</strong> argumentos.<br />

• Progressão temática e discursiva.<br />

• conetores predominantes.<br />

• Figuras <strong>de</strong> retórica.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral dos resultados da leitura analítica e da pesquisa efetuada.<br />

• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />

• Avaliação do texto argumentativo.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 5<br />

• Leitura analítica, em trabalho <strong>de</strong> grupo, das cenas XI, XIV e XV do Ato II <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (questionário no<br />

manual):<br />

– Importância do diálogo travado entre as personagens Romeiro e D. Madalena.<br />

– Consequências do regresso do Romeiro.<br />

– Importância das didascálias.<br />

– A superstição popular como suporte i<strong>de</strong>ológico do romantismo.<br />

– O sebastianismo.<br />

– A anagnórise.<br />

– Valor simbólico <strong>de</strong> alguns elementos/<strong>situações</strong>.<br />

• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />

• Pesquisa sobre a batalha <strong>de</strong> Alcácer Quibir e o seu impacto na socieda<strong>de</strong> portuguesa da época.<br />

• Elaboração <strong>de</strong> um PowerPoint <strong>de</strong> apresentação dos resultados da pesquisa.<br />

• Dramatização da cena XV.<br />

• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):<br />

– Elaboração <strong>de</strong> um resumo <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo (manual):<br />

• Compreensão do(s) texto(s)-fonte (oral/escrito).<br />

• Reagrupamento das i<strong>de</strong>ias: observância das técnicas do resumo.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral dos resultados da leitura analítica e da pesquisa efetuada.<br />

• Avaliação do resumo.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

75


76<br />

C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

Memória ao Conservatório Real <strong>de</strong> Lisboa<br />

(...) Na história <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (...) há toda a simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma fábula trágica antiga. Casta e severa<br />

como as <strong>de</strong> Ésquilo, apaixonada como as <strong>de</strong> Eurípe<strong>de</strong>s, enérgica e natural como as <strong>de</strong> Sófocles, tem, <strong>de</strong>mais do que<br />

essoutras, aquela unção e <strong>de</strong>licada sensibilida<strong>de</strong> que o espírito do Cristianismo <strong>de</strong>rrama por toda ela... acen<strong>de</strong>ndo,<br />

até às últimas trevas da morte, a vela da esperança que se não apaga com a vida.<br />

A catástrofe é um duplo e tremendo suicídio; não se obra pelo punhal ou pelo veneno: foram duas mortalhas<br />

que caíram sobre dois cadáveres vivos...<br />

(...) Esta é uma verda<strong>de</strong>ira tragédia – se as po<strong>de</strong> haver, e como só imagino que as possa haver sobre factos e pessoas<br />

comparativamente recentes. Não lhe <strong>de</strong>i todavia esse nome porque não quis romper <strong>de</strong> vizeira com os estafermos<br />

respeitados dos séculos...<br />

Demais, posto que eu não creia no verso como língua dramática possível para assuntos tão mo<strong>de</strong>rnos, também<br />

não sou tão <strong>de</strong>sabusado contudo que me atreva a dar a uma composição em prosa o título solene que as musas<br />

gregas <strong>de</strong>ixaram consagrado à mais sublime e difícil <strong>de</strong> todas as composições poéticas. O que escrevi em prosa,<br />

pu<strong>de</strong>ra escrevê-lo em verso (...) E di-lo-ei porque é verda<strong>de</strong> – repugnava-me também pôr na boca <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong><br />

Sousa outro ritmo que não fosse o da elegante prosa portuguesa que ele, mais do que ninguém, <strong>de</strong>duziu com tanta<br />

harmonia e suavida<strong>de</strong>.<br />

(...) Contento-me para a minha obra com o título mo<strong>de</strong>sto <strong>de</strong> drama; só peço que a não julguem pelas leis que<br />

regem, ou <strong>de</strong>vem reger, essa composição <strong>de</strong> forma e índole nova; porque a minha, se na forma <strong>de</strong>smerece da categoria,<br />

pela índole há <strong>de</strong> ficar pertencendo sempre ao antigo género trágico.<br />

(...) Nenhuma ação mais dramática, mais trágica do que esta; mas as <strong>situações</strong> são poucas: esten<strong>de</strong>r estas <strong>de</strong><br />

invenção era a<strong>de</strong>lgaçar a força daquela, quebrar-lhe a energia.<br />

(...) Nem amores, nem aventuras, nem paixões, nem carateres violentos <strong>de</strong> nenhum género. Com a ação que se<br />

passa entre pai, mãe e filha, um fra<strong>de</strong>, um escu<strong>de</strong>iro velho, e um peregrino que apenas entra em duas ou três cenas<br />

– tudo gente honesta e temente a Deus – sem um mau para contraste, sem um tirano que se mate ou mate alguém<br />

pelo menos no último ato... eu quis ver se era possível excitar fortemente o terror e a pieda<strong>de</strong> ao cadáver das nossas<br />

plateias, gastas e caquéticas pelo uso contínuo <strong>de</strong> estimulantes violentos...<br />

(...) Para ensaiar estas minhas teorias <strong>de</strong> arte, que se reduzem a pintar do vivo, <strong>de</strong>senhar do nu e a não buscar<br />

poesia nenhuma nem <strong>de</strong> intervenção nem <strong>de</strong> estilo fora da verda<strong>de</strong> e do natural, escolhi este assunto, porque em<br />

suas mesmas dificulda<strong>de</strong>s estavam as condições <strong>de</strong> sua maior proprieda<strong>de</strong>.<br />

(...) Escuso dizer-vos, Senhores, que me não julguei obrigado a ser escravo da cronologia... Eu sacrifico às musas<br />

<strong>de</strong> Homero não às <strong>de</strong> Heródoto...<br />

Nem o drama, nem o romance, nem a epopeia são possíveis, se os quiserem fazer com a «Arte <strong>de</strong> verificar as<br />

datas» na mão...<br />

Almeida Garrett, Memória ao Conservatório Real <strong>de</strong> Lisboa, lido a 6 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1843


Louvor <strong>de</strong> Garrett<br />

Entre as muitas coisas novas e diferentes que então se praticavam no Pedro Nunes, havia um grupo <strong>de</strong> teatro,<br />

animado por Maria Helena Lucas, no qual, talvez a partir <strong>de</strong> 1963, participei ativamente. Aí fui escu<strong>de</strong>iro na Farsa <strong>de</strong><br />

Inês Pereira, aí li Tchekov pela primeira vez, aí disse poemas <strong>de</strong> Musset («Sobre os móveis, o pó, e o pálido fanal» é<br />

tudo o que me lembro, para lá da obsolescência adivinhável da tradução e da imagem nítida <strong>de</strong>, nesse espetáculo,<br />

ter contracenado com Ana Zanatti, minha colega <strong>de</strong> turma), aí fiz um papel em O Alfageme <strong>de</strong> Santarém. Dos<br />

ensaios do Alfageme, aliás, lembro-me bem: passavam-se na vastidão álgida do ginásio antigo, situado no primeiro<br />

andar <strong>de</strong> uma das alas do edifício principal, que dá para a Avenida Álvares Cabral, em frente do Jardim-Escola<br />

João <strong>de</strong> Deus. As récitas, essas, tinham normalmente lugar no pequeno palco arranjado para o efeito na sala dos<br />

professores.<br />

Aí – ou nas aulas <strong>de</strong> Português, mas é natural que ambas as experiências, a teatral e a literária, se tenham complementado<br />

– <strong>de</strong>vo ter caído na «poção mágica» do Romeiro <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa. Li o texto pela primeira vez quando<br />

tinha 13 ou 14 anos – e ainda não me refiz do fascínio inicial, aumentado pelas muitas releituras, não sei quantas<br />

representações teatrais, filmes e telefilmes. Aquele Romeiro, aquela «ameaça» à normalida<strong>de</strong> feliz do triângulo<br />

Maria-Madalena-Manuel <strong>de</strong> Sousa Coutinho, foi para mim uma fonte <strong>de</strong> mistério, o sinal <strong>de</strong> uma coisa que mais<br />

tar<strong>de</strong>, muito mais tar<strong>de</strong>, reconheceria como «<strong>de</strong>sassossego» (o livro do dito, convém que se recor<strong>de</strong>, só foi conhecido<br />

em 1982).<br />

Ao mesmo tempo, na quase impenetrável opacida<strong>de</strong> da literatura que íamos conhecendo (não chegáramos ao<br />

Eça, andávamos pelo Sá <strong>de</strong> Miranda e pelo Camões), o «Ninguém» carregado <strong>de</strong> presságio daquela espécie <strong>de</strong> fantasma<br />

<strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal era uma espécie <strong>de</strong> «buraco negro» pelo qual se esvaía a normalida<strong>de</strong> da literatura<br />

como corpus <strong>de</strong> coisas a apren<strong>de</strong>r – mas <strong>de</strong> cujo ensino, parece-me, estava ausente qualquer ligação com a vida,<br />

a quotidiana, corriqueira «vidinha» <strong>de</strong> todos e cada um <strong>de</strong> nós. Frei Luís <strong>de</strong> Sousa foi a primeira exceção a este distanciamento<br />

entre nós e a literatura que nos ensinavam.<br />

De forma evi<strong>de</strong>ntemente não consciente, o que o «Ninguém» do Romeiro me <strong>de</strong>ixava entrever é que, para lá do<br />

dito, do explícito, havia – há – no texto literário um amplo espaço <strong>de</strong> in<strong>de</strong>terminação, o espaço do mistério, <strong>de</strong> um<br />

segredo que nos cabe adivinhar ou (o que é ainda melhor) simplesmente reconhecer.<br />

Nessa altura, eu não sabia que algum fundo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> histórica existia naquele punhado <strong>de</strong> retratos apenas<br />

esboçados por Garrett. É claro que só muito mais tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobri em Manuel <strong>de</strong> Sousa Coutinho o soberbo prosador,<br />

cuja vida se dividiu entre a aventura e a literatura, a esta tendo legado a magistral Vida <strong>de</strong> Dom Frei<br />

Bartolomeu dos Mártires. Nem, por maioria <strong>de</strong> razão, podia saber que o episódio perturbador do Romeiro era<br />

enxerto sebastianista (o sebastianismo ficaria para mim envolto em nevoeiro até à leitura, no início dos anos 70,<br />

do estudo clássico <strong>de</strong> Joel Serrão), hoje atribuído a Frei António da Encarnação. O meu fascínio era, por isso, absoluta<br />

e exclusivamente literário, funcionando em estado puro <strong>de</strong> verosimilhança, fora <strong>de</strong> quaisquer consi<strong>de</strong>rações<br />

históricas ou i<strong>de</strong>ológicas.<br />

Quer dizer que, naquela in<strong>de</strong>cisão histórica que a figura do Romeiro vem transformar em autêntica tragédia,<br />

eu pressentia a vibração <strong>de</strong> uma outra literatura, uma literatura que não se esgotava na aparência da sua imaginária<br />

«perfeição», porque os textos literários nos eram dados como coisas finais, <strong>de</strong>finitivas. Ora, o Frei Luís <strong>de</strong><br />

Sousa foi, para mim, nessa altura, o primeiro texto «aberto» que me era dado ler: o suspense, a emoção, o <strong>de</strong>sconcerto,<br />

o excesso emocional, tudo estava lá, ou, pelo menos, tudo eu imaginava lá figurar. Leio o Frei Luís <strong>de</strong> Sousa<br />

antecipando sempre aquele momento catártico já prenunciado por mil e um sinais, mas adivinhado com a<br />

mesma excitação com que somos capazes <strong>de</strong> antecipar uma sequência já conhecida <strong>de</strong> um filme visto e amado<br />

mais <strong>de</strong> uma vez (...)<br />

77


78<br />

Dorme Maria, no <strong>de</strong>lírio que a febre e os seus sonhos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za alimentam? E Telmo conforta-se na sua apegada<br />

ternura pela menina, como se a pureza que ela lhe entrega limpasse a recordação <strong>de</strong> uma qualquer culpa<br />

passada? E Dona Madalena, quem po<strong>de</strong> dizer, entre os sustos cheios <strong>de</strong> presságio <strong>de</strong> Maria e as meias palavras <strong>de</strong><br />

Telmo, que realmente sossega nos braços <strong>de</strong> Manuel <strong>de</strong> Sousa? E Manuel <strong>de</strong> Sousa, quem aquieta esta extenuante<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação, que o leva <strong>de</strong> Lisboa à outra margem, uma vez e outra e outra?<br />

O espaço <strong>de</strong> representação <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa é atravessado por um vendaval permanente: ninguém está<br />

bem naquele lugar, ninguém está bem no seu papel e, por isso, Manuel <strong>de</strong> Sousa acaba por incendiar aquela casa,<br />

como se com isso quisesse exorcizar pelo fogo a causa <strong>de</strong> toda a inquietu<strong>de</strong>. E é extraordinária a curta frase com<br />

que Manuel <strong>de</strong> Sousa Coutinho, o autêntico, <strong>de</strong>screve o inci<strong>de</strong>nte, no prefácio às Obras Poéticas <strong>de</strong> Jaime Falcão:<br />

«Possuído <strong>de</strong> extraordinária exaltação, furtei as minhas pare<strong>de</strong>s a essa injúria (a requisição dos procuradores) com<br />

nova e inaudita metamorfose: foram-se abaixo em fumo e cinzas.»<br />

Frei Luís <strong>de</strong> Sousa é o livro do <strong>de</strong>sassossego português, antes <strong>de</strong> ser drama histórico, narrativa amorosa ou tragédia<br />

sebastiana. Todas as personagens vivem um mal-estar, cuja causa difusa, corporizada no fantasma <strong>de</strong><br />

D. João <strong>de</strong> Portugal, é, afinal <strong>de</strong> contas, «ninguém». E qual <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> dizer que nunca se sentiu, ainda que por instantes,<br />

prisioneiro <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> não ser, neste momento em que existe? «Eu só estou bem on<strong>de</strong> não estou», lembram-se?<br />

E é preciso ler Frei Luís <strong>de</strong> Sousa em voz alta, para ouvir o eco que o silêncio entre as palavras nos envia –<br />

ou a música que faria da obra-prima <strong>de</strong> Garrett a ópera portuguesa por excelência.<br />

Sei hoje – e sei dizê-lo – porque é que o Frei Luís <strong>de</strong> Sousa foi tão importante para mim: a partir daí, a literatura<br />

passou a ser, aos meus olhos, o terreno on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senhava o risco dos limites e a experiência do indivisível.<br />

Com Garrett comecei a apren<strong>de</strong>r o que quer dizer, literariamente, ser mo<strong>de</strong>rno.<br />

António Mega Ferreira, in Público, 8 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1999


Resposta à questão n. o 4 da leitura interativa da página 140:<br />

Caracterização D. Madalena Telmo Maria Manuel <strong>de</strong> Sousa<br />

Direta:<br />

Elementos fornecidos<br />

pelas personagens<br />

Indireta:<br />

Elementos <strong>de</strong>duzidos<br />

pelo leitor a<br />

partir das atitu<strong>de</strong>s,<br />

gestos e comportamentos<br />

das personagens<br />

Viúva, orfã e sem<br />

ninguém aos <strong>de</strong>zassete<br />

anos; obe<strong>de</strong>ce<br />

a Telmo<br />

como uma filha;<br />

chorou a perda do<br />

marido e procurou-o<br />

durante sete<br />

anos; nobre e honrada<br />

senhora.<br />

Nervosa, insegura,<br />

aterrada (comportamento<br />

muito<br />

agitado; falas entrecortadas;<br />

evita<br />

falar no assunto<br />

que a preocupa)).<br />

O escu<strong>de</strong>iro valido;<br />

o familiar quase<br />

parente; amigo velho<br />

e provado;<br />

acredita em agoiros<br />

e profecias; aio<br />

e amigo <strong>de</strong> D. João<br />

<strong>de</strong> Portugal; alcançou<br />

um po<strong>de</strong>r<br />

no espírito <strong>de</strong> D.<br />

Madalena; fiel servidor;<br />

inteligente;<br />

usa palavras misteriosas<br />

e alusões<br />

frequentes a D. Sebastião;<br />

amigo <strong>de</strong><br />

Maria.<br />

Crença no sebastianismo<br />

e no regresso<br />

do seu primeiro<br />

amo que<br />

muito ama, mais<br />

do que a Manuel<br />

<strong>de</strong> Sousa; respeita<br />

D. Madalena e por<br />

isso acaba também<br />

por evitar falar<br />

sobre o assunto-tabu,<br />

para não<br />

penalizar Maria, a<br />

quem muito ama.<br />

Tem crescido <strong>de</strong>mais;<br />

tem treze<br />

anos; um anjo,<br />

uma viveza, um<br />

espírito; está sempre<br />

a querer saber,<br />

a perguntar; não<br />

é muito forte, é<br />

<strong>de</strong>lgadinha; anjo<br />

<strong>de</strong> formosura e<br />

bonda<strong>de</strong>; compreen<strong>de</strong><br />

tudo; é<br />

sangue <strong>de</strong> Vilhenas<br />

e <strong>de</strong> Sousas;<br />

formosura, engenho,<br />

dotes admiráveis;<br />

inocente;<br />

curiosida<strong>de</strong>; espírito<br />

perspicaz.<br />

Um mistério parece<br />

ensombrar a<br />

vida <strong>de</strong>sta personagem;<br />

é ela o motivo<br />

principal da<br />

conversa entre as<br />

duas personagens<br />

em cena; pelo que<br />

sobre si é dito (ou<br />

escondido), percebe-se<br />

que é precoce.<br />

É instruído; sabe<br />

latim; fidalgo <strong>de</strong><br />

primor e <strong>de</strong> boa linhagem;<br />

guapo<br />

cavalheiro; honrado<br />

fidalgo; bom<br />

português; bom<br />

mareante; cavaleiro<br />

<strong>de</strong> Malta; caráter<br />

inflexível.<br />

A parte final da<br />

cena faz <strong>de</strong>duzir a<br />

questão política<br />

que virá a ser importante<br />

no final<br />

do capítulo.<br />

D. João<br />

<strong>de</strong> Portugal<br />

Primeiro marido<br />

<strong>de</strong> D. Madalena;<br />

<strong>de</strong>sapareceu na<br />

batalha com o pai<br />

e outros fidalgos;<br />

escreveu uma carta<br />

on<strong>de</strong> diz que vai<br />

voltar a ver a mulher<br />

vivo ou morto;<br />

amava muito D.<br />

Madalena; espelho<br />

<strong>de</strong> cavalaria e gentileza;<br />

flor dos<br />

bons; nobre amo,<br />

santo amo.<br />

A carta escrita na<br />

madrugada da batalha<br />

<strong>de</strong> Alcácer<br />

Quibir prepara o<br />

leitor/espetador<br />

para o <strong>de</strong>correr da<br />

«tragédia».<br />

79


80<br />

O romantismo<br />

O romantismo em Portugal está ligado à transformação revolucionária da socieda<strong>de</strong> portuguesa no início do<br />

século XIX. Deve notar-se, no entanto, que, anteriormente à revolução liberal, se vinham <strong>de</strong>senvolvendo temas e<br />

estilos que anteviam a criação <strong>de</strong> um novo conceito <strong>de</strong> literatura; já os árca<strong>de</strong>s procuravam um estilo mais direto,<br />

<strong>de</strong>scritivo e individualizante, oposto ao estilo clássico. Também eles atribuíram à literatura uma função social e<br />

nacional que será ponto <strong>de</strong> partida para os primeiros românticos.<br />

Na génese do romantismo está o acesso da burguesia à literatura, com o surto do jornalismo que nasce em<br />

meados do século XVII e se <strong>de</strong>senvolve durante o século XVII, apesar do controlo exercido pelo po<strong>de</strong>r central sobre as<br />

publicações periódicas. Com as revoluções ocorridas entre 1820-1831, verificam-se gran<strong>de</strong>s vagas <strong>de</strong> emigração,<br />

tendo os emigrados repartido-se entre França e Inglaterra, on<strong>de</strong> o romantismo estava em florescimento. É em<br />

plena emigração que Almeida Garrett publica as suas primeiras obras: Camões (1825) e D. Branca (1826), em Paris.<br />

Com o regresso dos emigrados, <strong>de</strong>vido à vitória dos liberais na guerra civil <strong>de</strong> 1832-34, o romantismo ganhou firmeza,<br />

com a participação ativa <strong>de</strong> Alexandre Herculano e Almeida Garrett, vindo a ter o seu apogeu com Camilo Castelo<br />

Branco e sendo substituído pelo realismo em 1871.<br />

O romantismo caracteriza-se pela rejeição, por um lado, das tradições do classicismo como mo<strong>de</strong>los e, por<br />

outro, do racionalismo do século XVIII. Vejamos as suas principais características:<br />

• Valoriza-se o indivíduo em si mesmo, a sensibilida<strong>de</strong>, o sentimento e a exaltação do eu interior, estando inerentes<br />

a inquietação e o <strong>de</strong>sequilíbrio, assim como o sofrimento, a melancolia, a fatalida<strong>de</strong>; da nostalgia causada pela<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar o absoluto e da frustração da condição humana, nasce o «mal du siècle» que po<strong>de</strong> ter<br />

como manifestação o protesto político.<br />

• Verifica-se o contraste entre a realida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>alizada e a história e privilegia-se a liberda<strong>de</strong> e o nacionalismo, não<br />

sendo a este alheio o interesse pela Ida<strong>de</strong> Média como época representativa do surgimento das nações, pela afirmação<br />

das nacionalida<strong>de</strong>s e in<strong>de</strong>pendências políticas, tão cara aos românticos que na sua época a<strong>de</strong>rem a causas<br />

autonomistas e liberais (…).<br />

• Privilegia-se a fuga no tempo e no espaço, a evasão no sonho, na meditação, no mistério, na morte, no fantástico e<br />

o gosto pela tradição, pelo pitoresco e popular, sintomático do que é próprio e nacional e não alheio, como se<br />

manifestavam os cânones do classicismo.<br />

• Enaltece-se a imaginação, a espontaneida<strong>de</strong>, o natural, o ser genial <strong>de</strong> cada indivíduo, a religião, o misticismo.<br />

• Centra-se nos jogos <strong>de</strong> contrastes e antíteses, registando-se com frequência a ironia e o sarcasmo, a fluência vocabular<br />

predominantemente emocional e o gosto pelo coloquialismo do discurso com marcas nítidas da oralida<strong>de</strong>;<br />

liberaliza-se a forma, nomeadamente no uso do verso livre, estrofes irregulares e da prosa no género dramático.<br />

• O herói romântico é incompreendido e perseguido pela sua singularida<strong>de</strong>: busca o infinito, o absoluto do amor, da<br />

justiça, da verda<strong>de</strong> e da beleza; é excessivo, fatal, solitário, dominado pelo coração, rebel<strong>de</strong>, procurando a sua<br />

pureza imaginária através <strong>de</strong> uma contestação às regras da socieda<strong>de</strong>; o homem transfere-se para a obra, fazendo<br />

<strong>de</strong>sta a realização imaginária da sua vida, dos seus <strong>de</strong>sejos ou da raiva contra os seus próprios limites enquanto<br />

ser humano; este é assumido como um misto <strong>de</strong> sublime e <strong>de</strong> grotesco.<br />

• A paisagem romântica é revolta, tumultuosa, agreste, sombria, povoada por seres selvagens, notívagos («locus<br />

horrendus»), associada aos estados <strong>de</strong> alma e capaz <strong>de</strong> provocar sensações violentas.<br />

Tendo em conta algumas características da época anterior (classicismo), que contrastam com as acima mencionadas,<br />

note-se que a natureza clássica («locus amoenus») é aprazível, primaveril, diurna, simétrica; os artistas do Renascimento<br />

(em Portugal sobretudo no século XVI, apresentando um cunho próprio resultante da expansão ultramarina) basearam a<br />

sua doutrina na imitação da Antiguida<strong>de</strong> Clássica (grega e romana, seus mo<strong>de</strong>los e regras), na imitação da Natureza, valorizando<br />

o primado da razão e daí o equilíbrio corpo/espírito, forma/conteúdo, harmonia, sobrieda<strong>de</strong> e serenida<strong>de</strong>.<br />

Dulce Pereira Teixeira; Lur<strong>de</strong>s Aguiar Trilho (2008), Frei Luís <strong>de</strong> Sousa <strong>de</strong> Almeida Garrett,<br />

O texto em análise, Lisboa, Texto Editores, páginas 146-149


D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral<br />

Ouve atentamente o texto «O romantismo». Assinala com X as respostas que consi<strong>de</strong>rares verda<strong>de</strong>iras (V) ou<br />

falsas (F). Corrige as afirmações falsas.<br />

1. Em Portugal, o romantismo emerge num clima <strong>de</strong> paz política.<br />

2. Para os primeiros escritores românticos, a literatura tinha uma função nacional e social.<br />

3. Em 1825 e 1826, Garrett publica os poemas Camões e D. Branca em Inglaterra.<br />

4. Em Portugal, o romantismo tem o seu apogeu com Camilo Castelo Branco.<br />

5. O romantismo caracteriza-se pela aceitação dos mo<strong>de</strong>los clássicos.<br />

6. Os românticos cultivaram os princípios do racionalismo iluminista do século XVIII.<br />

7. Os românticos valorizam o indivíduo, a sensibilida<strong>de</strong>, o sentimento e a exaltação do eu<br />

interior.<br />

8. No romantismo, privilegia-se a liberda<strong>de</strong> e o nacionalismo, evi<strong>de</strong>nciando-se o interesse<br />

pelo Renascimento.<br />

9. Tal como os escritores do classicismo, os românticos valorizam o que é alheio em <strong>de</strong>trimento<br />

do nacional.<br />

10. No romantismo, enaltece-se a imaginação, a espontaneida<strong>de</strong>, o natural, a religião e o<br />

misticismo.<br />

11. Os textos românticos apresentam marcas <strong>de</strong> oralida<strong>de</strong>, evi<strong>de</strong>nciando o gosto pelo coloquialismo.<br />

12. O herói romântico é dominado pela razão.<br />

13. O herói romântico procura o infinito, o absoluto do amor, da justiça, da verda<strong>de</strong> e da beleza.<br />

14. A paisagem romântica é revolta, tumultuosa, na esteira do locus amoenus do classicismo.<br />

15. A paisagem clássica é <strong>de</strong>signada <strong>de</strong> locus horrendus.<br />

16. Por oposição à natureza aprazível dos artistas do Renascimento, os românticos manifestam<br />

preferência pela natureza sombria e agreste.<br />

17 Os românticos optaram pelo versilibrismo e pela irregularida<strong>de</strong> estrófica.<br />

18. No texto dramático, os escritores românticos manifestam preferência pelo verso.<br />

19. Os românticos preocupam-se com a imitação dos textos da Antiguida<strong>de</strong> Clássica.<br />

20. Os escritores clássicos valorizam a razão e o equilíbrio entre forma e conteúdo.<br />

V F<br />

81


82<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão oral<br />

Dramatização<br />

Parâmetros<br />

a) Mobiliza informações relevantes contidas no texto representado.<br />

b) Manifesta eficácia comunicativa da organização e da estrutura do texto.<br />

c) Evi<strong>de</strong>ncia coor<strong>de</strong>nação da voz, do gesto e do movimento relativamente ao texto.<br />

d) Faz uso correto do registo <strong>de</strong> língua e do tom a<strong>de</strong>quados ao texto.<br />

e) Perspetiva o impacto geral da representação nos espetadores.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total


Avaliação da competência <strong>de</strong> leitura<br />

Ficha <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong> leitura<br />

1. Manuel <strong>de</strong> Sousa<br />

Coluna A Coluna B<br />

2. Dona Madalena <strong>de</strong> Vilhena<br />

3. Dona Maria <strong>de</strong> Noronha<br />

4. Frei Jorge Coutinho<br />

5. O Romeiro<br />

6. Telmo Pais<br />

Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, <strong>de</strong> Almeida Garrett<br />

1. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada nome <strong>de</strong> personagem da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo a<br />

obteres uma correspondência a<strong>de</strong>quada entre o nome e a fala da personagem. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas,<br />

as letras e os números correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.<br />

a) «Não digais mais, senhora, não me lembreis <strong>de</strong> tudo o que eu era.»<br />

b) «Meu senhor chegou: vi agora daquele alto entrar um bergantim, que é por força<br />

o nosso.»<br />

c) «Parentes!… os mais chegados, os que eu me importava achar… contaram com a<br />

minha morte, fizeram a sua felicida<strong>de</strong> com ela: hão <strong>de</strong> jurar que me não conhecem.»<br />

d) «(possuída <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> terror)»<br />

e) «Manuel <strong>de</strong> Sousa Coutinho, irmão Luís <strong>de</strong> Sousa, pois em tudo quisestes <strong>de</strong>spir<br />

o homem velho, abandonando também ao mundo o nome que nele tínheis! —<br />

Soror Madalena! Vós ambos que já fostes nobres senhores no mundo, e aqui<br />

estais prostrados no pó da terra, nesse humil<strong>de</strong> hábito <strong>de</strong> pobres noviços...»<br />

f) «Meu pai morreu <strong>de</strong>sastrosamente caindo sobre a sua própria espada: quem<br />

sabe se eu morrerei nas chamas ateadas por minhas mãos? Seja.»<br />

g) «Dúvida <strong>de</strong> fiel servidor, esperança <strong>de</strong> leal amigo, meu bom Telmo! que diz com<br />

vosso coração, mas que tem atormentado o meu…»<br />

h) «Minha senhora mana! — A bênção <strong>de</strong> Deus te cubra, filha!»<br />

i) «Voz do povo, voz <strong>de</strong> Deus, minha senhora mãe: eles que andam tão crentes nisto,<br />

alguma coisa há <strong>de</strong> ser.»<br />

2. Or<strong>de</strong>na as afirmações que se seguem, <strong>de</strong> acordo com a sequência cronológica dos acontecimentos em Frei Luís<br />

<strong>de</strong> Sousa.<br />

1 Maria mostra as papoilas murchas a D. Madalena.<br />

2 Maria e Manuel <strong>de</strong> Sousa vão a Lisboa.<br />

3 O Romeiro fala com D. Madalena e Frei Jorge.<br />

4 Manuel <strong>de</strong> Sousa <strong>de</strong>strói a sua casa para que os governadores não se instalem naquele espaço.<br />

5 Miranda anuncia a chegada <strong>de</strong> um peregrino vindo dos lados <strong>de</strong> Espanha.<br />

6 Dona Madalena lê dois versos d’Os Lusíadas.<br />

Maria diz a Telmo que Dona Madalena está muito angustiada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se mudaram para o palácio que<br />

7<br />

fora <strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal.<br />

8 Maria diz que morre «<strong>de</strong> vergonha».<br />

Telmo diz acreditar no regresso <strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal, <strong>de</strong>vido à existência <strong>de</strong> uma carta <strong>de</strong>ixada a Frei<br />

9<br />

Jorge, no dia da batalha.<br />

10 Dona Madalena e Manuel <strong>de</strong> Sousa vão para a capela, para professarem a vida religiosa.<br />

83


84<br />

3. Lê, atentamente, as afirmações transcritas. Assinala a opção que te parece correta.<br />

3.1 Frei Luís <strong>de</strong> Sousa é um texto...<br />

a) lírico.<br />

b) narrativo.<br />

c) dramático.<br />

3.2 A obra estrutura-se em...<br />

a) dois atos.<br />

b) três atos.<br />

c) quatro atos.<br />

3.3 No primeiro ato, a ação <strong>de</strong>corre...<br />

a) no palácio <strong>de</strong> Manuel <strong>de</strong> Sousa.<br />

b) na capela.<br />

c) no palácio <strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal.<br />

3.4 O texto está escrito...<br />

a) em verso.<br />

b) em prosa.<br />

c) predominantemente em verso.<br />

3.5 D. Madalena revela-se...<br />

a) receosa.<br />

b) corajosa.<br />

c) arrojada.<br />

3.6 Telmo Pais é...<br />

a) pai <strong>de</strong> Maria.<br />

b) cunhado <strong>de</strong> D. Madalena.<br />

c) um escu<strong>de</strong>iro da família.<br />

3.7 Frei Jorge é...<br />

a) tio <strong>de</strong> Miranda.<br />

b) irmão <strong>de</strong> Manuel <strong>de</strong> Sousa.<br />

c) irmão <strong>de</strong> D. Madalena.<br />

3.8 Maria <strong>de</strong> Noronha...<br />

a) tem oito anos.<br />

b) tem <strong>de</strong>zoito anos.<br />

c) tem treze anos.<br />

3.9 Manuel <strong>de</strong> Sousa é...<br />

a) o primeiro marido <strong>de</strong> D. Madalena.<br />

b) o segundo marido <strong>de</strong> D. Madalena.<br />

c) irmão <strong>de</strong> D. Madalena.<br />

3.10 O Romeiro é...<br />

a) um peregrino impostor.<br />

b) D. Sebastião.<br />

c) D. João <strong>de</strong> Portugal.<br />

3.11 O Romeiro é reconhecido quando profere a palavra...<br />

a) ninguém.<br />

b) rei.<br />

c) nobre.<br />

3.12 Maria <strong>de</strong> Noronha revela-se...<br />

a) imatura.<br />

b) precoce.<br />

c) impru<strong>de</strong>nte.


Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão escrita<br />

Texto expositivo-argumentativo<br />

Parâmetros<br />

a) Trata, sem <strong>de</strong>svios, o tema proposto.<br />

b) Mobiliza, sempre com eficácia argumentativa, uma informação ampla e diversificada.<br />

c) Redige um texto estruturado, refletindo uma planificação prévia e evi<strong>de</strong>nciando um bom<br />

domínio dos mecanismos <strong>de</strong> coesão textual.<br />

d) Faz uso correto do registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto.<br />

e) Mobiliza expressivamente, com a<strong>de</strong>quação e intencionalida<strong>de</strong>, recursos da língua.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

85


86<br />

Parâmetros<br />

a) Reconhece o assunto global do texto, i<strong>de</strong>ntificando as suas relações lógicas.<br />

b) Conserva as i<strong>de</strong>ias fundamentais e os exemplos importantes.<br />

c) Mantém a enunciação e a or<strong>de</strong>m do texto.<br />

d) Produz um texto conciso e coerente, mantendo a re<strong>de</strong> semântica e o limite <strong>de</strong> palavras.<br />

e) Utiliza corretamente a ortografia, a pontuação e os conetores frásicos.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total


5<br />

10<br />

15<br />

20<br />

25<br />

TESTE DE AVALIAÇÃO N. o 3<br />

Lê atentamente o texto a seguir transcrito.<br />

GRUPO I<br />

A<br />

Maria (entrando com umas flores na mão, encontra-se com Telmo, e o faz tornar para a cena) – Bonito! Eu há<br />

mais <strong>de</strong> meia hora no eirado passeando — e sentada a olhar para o rio a ver as faluas e os bergantins que andam<br />

para baixo e para cima — e já aborrecida <strong>de</strong> esperar… e o senhor Telmo, aqui posto a conversar com minha mãe,<br />

sem se importar <strong>de</strong> mim! — Que é do romance que me prometestes? não é o da batalha, não é o que diz:<br />

Postos estão, frente a frente,<br />

Os dois valorosos campos;<br />

é o outro, é o da ilha encoberta on<strong>de</strong> está el-rei D. Sebastião, que não morreu e que há <strong>de</strong> vir, um dia <strong>de</strong> névoa<br />

muito cerrada… Que ele não morreu: não é assim, minha mãe?<br />

Madalena – Minha querida filha, tu dizes coisas! Pois não tens ouvido, a teu tio Frei Jorge e a teu tio Lopo <strong>de</strong><br />

Sousa, contar tantas vezes como aquilo foi? O povo, coitado, imagina essas quimeras para se consolar na <strong>de</strong>sgraça.<br />

Maria – Voz do povo, voz <strong>de</strong> Deus, minha senhora mãe: eles que andam tão crentes nisto, alguma coisa há <strong>de</strong><br />

ser. Mas ora o que me dá que pensar é ver que, tirado aqui o meu bom velho Telmo (chega-se toda para ele, acarinhando-o),<br />

ninguém nesta casa gosta <strong>de</strong> ouvir falar em que escapasse o nosso bravo rei, o nosso santo rei<br />

D. Sebastião. — Meu pai, que é tão bom português, que não po<strong>de</strong> sofrer estes castelhanos, e que até às vezes dizem<br />

que é <strong>de</strong> mais o que ele faz e o que ele fala… em ouvindo duvidar da morte do meu querido rei D. Sebastião… ninguém<br />

tal há <strong>de</strong> dizer, mas põe-se logo outro, muda <strong>de</strong> semblante, fica pensativo e carrancudo: parece que o vinha<br />

afrontar, se voltasse, o pobre do rei. — Ó minha mãe, pois ele não é por D. Filipe; não é, não?<br />

Madalena – Minha querida Maria, que tu hás <strong>de</strong> estar sempre a imaginar nessas coisas que são tão pouco para<br />

a tua ida<strong>de</strong>! Isso é o que nos aflige, a teu pai e a mim; queria-te ver mais alegre, folgar mais, e com coisas menos…<br />

Maria – Então, minha mãe, então! — Veem, veem?… também minha mãe não gosta. Oh! essa ainda é pior, que<br />

se aflige, chora… ela aí está a chorar… (vai-se abraçar com a mãe, que chora) Minha querida mãe, ora pois então! —<br />

Vai-te embora, Telmo, vai-te: não quero mais falar, nem ouvir falar <strong>de</strong> tal batalha, nem <strong>de</strong> tais histórias, nem <strong>de</strong><br />

coisa nenhuma <strong>de</strong>ssas. — Minha querida mãe!<br />

Telmo – E é assim: não se fala mais nisso. E eu vou-me embora. (aparte, e indo-se <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> lhe tomar as mãos.)<br />

Que febre que ela tem hoje, meu Deus! queimam-lhe as mãos… e aquelas rosetas nas faces… Se o perceberá a pobre<br />

da mãe!<br />

Almeida Garrett, Frei Luís <strong>de</strong> Sousa<br />

Apresenta, <strong>de</strong> forma clara e bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem.<br />

1. Localiza o excerto transcrito na estrutura externa e na estrutura interna <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />

2. Explicita os argumentos utilizados por D. Madalena para dissuadir a filha <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas i<strong>de</strong>ias.<br />

3. Interpreta o provérbio «Voz do povo, voz <strong>de</strong> Deus», aten<strong>de</strong>ndo ao contexto em que é proferido.<br />

4. Caracteriza a personagem Maria <strong>de</strong> Noronha a partir do excerto transcrito.<br />

87


88<br />

B<br />

O mito <strong>de</strong> D. Sebastião percorre a literatura do século XIX como uma espécie <strong>de</strong> espetro, assumindo formas<br />

específicas que se cruzam com o nacionalismo romântico e com a forma como ele encarou a relação entre a literatura<br />

e o po<strong>de</strong>r.<br />

Teresa Almeida (1997), Dicionário do Romantismo literário português,<br />

Lisboa, Editorial Caminho, página 531<br />

Fazendo apelo à tua experiência <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa, comenta, num texto <strong>de</strong> oitenta a cento e<br />

trinta palavras, a relevância do mito sebastianista para a compreensão da ação dramática.<br />

Observações relativas ao item B<br />

1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />

2. Um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.<br />

GRUPO II<br />

1. Relê a cena transcrita no Grupo I. Para cada um dos itens que se seguem, escreve, na tua folha <strong>de</strong> respostas,<br />

a letra correspon<strong>de</strong>nte à alternativa correta, <strong>de</strong> acordo com o sentido do texto.<br />

1. Na primeira fala <strong>de</strong> Maria, a palavra «Bonito!» (linha 1) é...<br />

a) um advérbio.<br />

b) um adjetivo.<br />

c) uma interjeição.<br />

d) um pronome.<br />

2. Na expressão «névoa muito cerrada» (linhas 7-8), o adjetivo «cerrada» está...<br />

a) no grau superlativo relativo <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong>.<br />

b) no grau superlativo absoluto analítico.<br />

c) no grau superlativo relativo <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong>.<br />

d) no grau superlativo absoluto sintético.<br />

3. Na expressão «em que escapasse o nosso bravo rei» (linha 13), o verbo está...<br />

a) no presente do indicativo.<br />

b) no presente do conjuntivo.<br />

c) no pretérito imperfeito do indicativo.<br />

d) no pretérito imperfeito do conjuntivo.


4. Com a questão «Que ele não morreu: não é assim, minha mãe?» (linha 8), o locutor realiza um ato...<br />

a) ilocutório assertivo.<br />

b) ilocutório compromissivo.<br />

c) ilocutório diretivo.<br />

d) ilocutório <strong>de</strong>clarativo.<br />

5. A frase «Minha querida filha, tu dizes coisas!» (linha 9) evi<strong>de</strong>ncia um ato...<br />

a) ilocutório expressivo.<br />

b) ilocutório assertivo.<br />

c) ilocutório compromissivo.<br />

d) ilocutório diretivo.<br />

6. Na expressão «Minha querida Maria» (linha 18), o locutor recorre a uma forma <strong>de</strong> tratamento...<br />

a) nobiliárquica.<br />

b) honorífica.<br />

c) eclesiástica.<br />

d) familiar.<br />

7. No segmento textual «e o senhor Telmo, aqui posto a conversar com minha mãe» (linha 3), a palavra «aqui» é<br />

um <strong>de</strong>ítico...<br />

a) pessoal.<br />

b) espacial.<br />

c) temporal.<br />

d) espácio-temporal.<br />

2. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo<br />

a obteres uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, as letras e os<br />

números correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.<br />

1. Ao usar parênteses (linha 1),<br />

2. Com o adjetivo «bravo» (linha 13)<br />

3. Com a palavra «minha» (linha 20),<br />

Coluna A Coluna B<br />

4. Com o constituinte «Minha querida Maria» (linha 18),<br />

5. Com a expressão «para se consolar na <strong>de</strong>sgraça»<br />

(linha 10),<br />

a) o enunciador traduz uma i<strong>de</strong>ia com valor não restritivo.<br />

b) o enunciador introduz um vocativo na frase.<br />

c) o enunciador recorre a um pronome possessivo.<br />

d) o enunciador traduz um nexo <strong>de</strong> fim.<br />

e) o enunciador introduz o sujeito da frase.<br />

f) o enunciador traduz uma i<strong>de</strong>ia com valor restritivo.<br />

g) o enunciador faz uso <strong>de</strong> uma didascália.<br />

h) o enunciador recorre a um <strong>de</strong>terminante possessivo.<br />

89


90<br />

5<br />

10<br />

15<br />

20<br />

GRUPO III<br />

Resume o texto a seguir transcrito, constituído por trezentas e cinquenta e seis palavras, num texto <strong>de</strong><br />

cento e cinco a cento e trinta palavras.<br />

A arte teatral nasce do encontro entre duas forças convergentes: a obra, concebida pelo poeta 1 dramático e<br />

animada sobre as tábuas do palco pelo encenador, e o público, a quem se dirige e <strong>de</strong>stina. O ator é o elo <strong>de</strong> ligação<br />

entre estes dois elementos: a ele compete produzir a <strong>de</strong>scarga elétrica resultante da aproximação <strong>de</strong>sses dois<br />

pólos; é por via <strong>de</strong>le que se transmite ao público o pensamento do autor, tornado, graças à sua intervenção, sensível<br />

e presente.<br />

Inicialmente um texto, o teatro não se esgota, contudo, nesse texto. A obra escrita pelo poeta implica a presença<br />

do ator (que emprestará a sua pessoa às personagens por aquele concebidas) e o mundo em que este há <strong>de</strong> evoluir<br />

e viver o conflito i<strong>de</strong>ado pelo autor. Assim, vem o teatro a resolver-se numa verda<strong>de</strong>ira síntese das artes, num modo<br />

superior <strong>de</strong> expressão em que todas as formas artísticas – da poesia 2 à <strong>de</strong>clamação e à mímica, da pintura e da<br />

arquitetura à música – colaboram e, unificadas no plano comum do espetáculo, harmoniosamente se fun<strong>de</strong>m.<br />

O ator, com a sua presença física, viva, real, a sua voz, os seus gestos, a sua marcha, é um dos elementos essenciais<br />

<strong>de</strong>ssa síntese. «O prazer da metamorfose – escreveu Nietzsche 3 em A origem da tragédia – é a condição prévia<br />

<strong>de</strong> toda a arte dramática. O fenómeno dramático primordial consiste em ver-se a si próprio metamorfoseado e agir<br />

como se realmente se vivesse <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um outro corpo, com um outro caráter.»<br />

Épocas houve da história do teatro em que o ator (...) ocupou o lugar predominante a<strong>de</strong>ntro da síntese teatral.<br />

Tais épocas, porém, não coinci<strong>de</strong>m com os períodos áureos da arte dramática, visto que esse predomínio <strong>de</strong> uma<br />

das partes do todo sobre o próprio todo equivale ao rompimento do equilíbrio pressuposto pela síntese das artes.<br />

Os momentos mais altos da história do teatro são aqueles em que – como suce<strong>de</strong>u na Grécia Antiga, no apogeu da<br />

Ida<strong>de</strong> Média ou na Inglaterra Isabelina 4 – todas as artes, e portanto também a do ator, embora gravitando em torno<br />

do texto e or<strong>de</strong>nadas em sua função, concorrem harmoniosa e proporcionalmente para atingir o objetivo comum:<br />

o espetáculo teatral.<br />

Luiz Francisco Rebello (1953), «O Ator» in Separata da Enciclopédia da Vida Corrente, Lisboa<br />

Observações:<br />

1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />

2. Relativamente ao <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados – um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo <strong>de</strong> trezentas palavras –,<br />

há que aten<strong>de</strong>r ao seguinte:<br />

– A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />

– Nos outros casos, um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do<br />

texto produzido.<br />

1 Poeta – neste contexto, significa autor.<br />

2 Poesia – neste contexto, significa literatura.<br />

3 Nietzsche – filósofo alemão.<br />

4 Isabelina – relativa ao reinado <strong>de</strong> Isabel.


Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

GRUPO I<br />

A<br />

1. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................... 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />

– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />

– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Localiza, com pertinência e rigor, o excerto em Frei Luís <strong>de</strong><br />

Sousa, evi<strong>de</strong>nciando um muito bom conhecimento da obra.<br />

Localiza, com pertinência, o excerto em Frei Luís <strong>de</strong> Sousa,<br />

evi<strong>de</strong>nciando um bom conhecimento da obra.<br />

Localiza, com esporádicas imprecisões, o excerto em Frei Luís<br />

<strong>de</strong> Sousa, evi<strong>de</strong>nciando um conhecimento suficiente da obra.<br />

Localiza, com acentuadas imprecisões, o excerto em Frei Luís<br />

<strong>de</strong> Sousa, evi<strong>de</strong>nciando um conhecimento insuficiente da obra.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Estrutura externa: Ato I, <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />

• Estrutura interna: Exposição (apresentação do tema e das personagens).<br />

• Após o longo diálogo entre Dona Madalena e Telmo, que nos dá a conhecer o passado da família, na cena II, as<br />

palavras <strong>de</strong> Maria <strong>de</strong> Noronha vêm confirmar os receios da mãe.<br />

• …<br />

9<br />

7<br />

5<br />

3<br />

91


92<br />

2. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />

– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />

– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Explicita, com rigor e pertinência, os argumentos utilizados por<br />

Dona Madalena para dissuadir a filha da crença no regresso do<br />

rei.<br />

Explicita, com rigor, os argumentos utilizados por Dona<br />

Madalena para dissuadir a filha da crença no regresso do rei.<br />

Explicita, com algumas imprecisões, os argumentos utilizados<br />

por Dona Madalena para dissuadir a filha da crença no regresso<br />

do rei.<br />

Explicita, com acentuadas imprecisões, os argumentos utilizados<br />

por Dona Madalena para dissuadir a filha da crença no regresso<br />

do rei.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Dona Madalena evoca as palavras <strong>de</strong> Frei Jorge e do tio Lopo <strong>de</strong> Sousa, para dissuadir Maria.<br />

• A personagem argumenta que essas i<strong>de</strong>ias sobre o regresso do rei são crendices populares.<br />

• Dona Madalena diz que aqueles assuntos não são a<strong>de</strong>quados à ida<strong>de</strong> da filha.<br />

• …<br />

9<br />

7<br />

5<br />

3


3. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 20 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

Descritores Pontuação<br />

Interpreta, com rigor e pertinência, o provérbio, tendo em atenção<br />

o contexto em que é proferido.<br />

Interpreta, com rigor, o provérbio, tendo em atenção o contexto<br />

em que é proferido.<br />

Interpreta, com algum rigor, o provérbio, mas tem dificulda<strong>de</strong><br />

em enquadrá-lo no contexto em que é proferido.<br />

1 Interpreta, com acentuadas imprecisões, o provérbio. 3<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Maria manifesta crença na voz do povo, argumentando que a «voz do povo» terá algum fundamento.<br />

• Maria <strong>de</strong> Noronha é o protótipo da personagem romântica, revelando, por isso, o gosto por temas da história<br />

nacional, pela religiosida<strong>de</strong>, pelo popular e a crença em adágios.<br />

• …<br />

12<br />

9<br />

6<br />

93


94<br />

4. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 20 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />

– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />

– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 4 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Caracteriza, com pertinência e rigor, a personagem Maria <strong>de</strong><br />

Noronha, apoiando-se no excerto transcrito.<br />

Caracteriza, com pertinência, a personagem Maria <strong>de</strong> Noronha,<br />

apoiando-se no excerto transcrito.<br />

Caracteriza, com esporádicas imprecisões, a personagem Maria<br />

<strong>de</strong> Noronha.<br />

Caracteriza, com acentuadas imprecisões, a personagem Maria<br />

<strong>de</strong> Noronha.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Maria <strong>de</strong> Noronha interessa-se por assuntos da história nacional, manifestando um gran<strong>de</strong> patriotismo («o nosso<br />

bravo rei, o nosso santo rei D. Sebastião»).<br />

• É carinhosa, meiga e sensível («chega-se toda para ele, acarinhando-o»; «vai-se abraçar com a mãe, que chora»).<br />

• Revela perspicácia e sentido <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, sendo muito precoce e observadora para a sua ida<strong>de</strong> («meu pai<br />

(...) põe-se logo outro, muda <strong>de</strong> semblante, fica pensativo e carrancudo»).<br />

• Supersticiosa e crente na voz do povo («Voz do povo, voz <strong>de</strong> Deus»).<br />

• …<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3


Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

B<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 5 pontos<br />

Níveis <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

Descritores Pontuação<br />

Comenta, com rigor e pertinência, a relevância do mito sebastianista para a compreensão<br />

da ação dramática, fazendo referências que revelam um muito bom<br />

conhecimento da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />

Comenta, com rigor e pertinência, a relevância do mito sebastianista para a compreensão<br />

da ação dramática, fazendo referências que revelam um bom conhecimento<br />

da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />

Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, a relevância do mito sebastianista<br />

para a compreensão da ação dramática, fazendo referências que revelam<br />

um conhecimento suficiente da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />

Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, a relevância do mito sebastianista<br />

para a compreensão da ação dramática, fazendo referências que refletem<br />

um conhecimento suficiente da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />

Comenta, com acentuadas imprecisões, a relevância do mito sebastianista para a<br />

compreensão da ação dramática, fazendo referências que refletem um conhecimento<br />

insuficiente da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />

Tece comentários gerais sobre a relevância do mito sebastianista para a compreensão<br />

da ação dramática, pouco relevantes para a temática proposta, que<br />

refletem um conhecimento incipiente da obra Frei Luís <strong>de</strong> Sousa.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar quatro dos aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• O sebastianismo é um mito com origem no <strong>de</strong>saparecimento do rei D. Sebastião, na batalha <strong>de</strong> Alcácer Quibir, a 4<br />

<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1578.<br />

• D. João <strong>de</strong> Portugal, primeiro marido <strong>de</strong> Dona Madalena, tal como gran<strong>de</strong> parte da nobreza portuguesa, <strong>de</strong>saparecera<br />

nessa batalha.<br />

• O eventual regresso <strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal significaria a <strong>de</strong>struição do matrimónio <strong>de</strong> Dona Madalena e <strong>de</strong><br />

Manuel <strong>de</strong> Sousa Coutinho. Consequentemente, Dona Madalena revela-se supersticiosa e assustada com a possibilida<strong>de</strong><br />

da vinda <strong>de</strong> D. João <strong>de</strong> Portugal. Por isso, não gosta que Telmo e Maria falem nesse assunto.<br />

• Telmo compromete-se a não verbalizar esse assunto junto <strong>de</strong> Maria; no entanto, manifesta a convicção <strong>de</strong> que o<br />

seu primeiro amo haveria <strong>de</strong> voltar.<br />

• Maria, crente na voz do povo, elogia o rei e acredita que ele há <strong>de</strong> voltar num «dia <strong>de</strong> névoa muito cerrada».<br />

• O regresso <strong>de</strong> D. Sebastião, para esta família, não significaria a salvação, mas sim a fatalida<strong>de</strong>.<br />

• …<br />

18<br />

15<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3<br />

95


96<br />

Chaves <strong>de</strong> correção:<br />

1.<br />

1. c); 2. b); 3. d); 4. c); 5. a); 6. d); 7. b).<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

Descritores Pontuação<br />

4 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15<br />

3 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9<br />

2 Estabelece uma correspondência correta. 3<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

GRUPO III<br />

• Estruturação informacional e discursiva .......................................................................................................................................................................... 30 pontos<br />

• Correção linguística .................................................................................................................................................................................................................................... 20 pontos<br />

Descritores do nível<br />

Parâmetros<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

Pontuação<br />

Preservação da informação<br />

nuclear do texto<br />

GRUPO II<br />

2.<br />

1. g); 2. a); 3. h); 4. b); 5. d).<br />

• Mantém a informação nuclear do texto, através da referência aos<br />

seguintes tópicos:<br />

– O encontro, através do ator, entre dramaturgo e público como<br />

princípio da arte teatral.<br />

– O espetáculo teatral como síntese das diferentes artes.<br />

– O ator como um dos elementos fundamentais <strong>de</strong>ssa síntese,<br />

constituindo a sua metamorfose em personagem a condição da<br />

arte dramática.<br />

– A contribuição harmoniosa <strong>de</strong> todas as artes na produção do<br />

espetáculo teatral, como característica dos momentos mais<br />

altos da história do teatro.<br />

– Preservação da re<strong>de</strong> semântica relativa ao tema, no todo ou em<br />

parte, a qual <strong>de</strong>verá integrar vocábulos e expressões constantes<br />

no texto, ou seus equivalentes, tais como: arte teatral, obra,<br />

público, ator, autor, texto, síntese das artes, espetáculo, metamorfose,<br />

arte dramática, equilíbrio, história do teatro.<br />

20<br />

(Continua)


Estratégias discursivas<br />

próprias do resumo<br />

Coerência e coesão<br />

Morfologia, sintaxe<br />

e repertório vocabular<br />

Ortografia<br />

e pontuação<br />

• Recorre a um discurso conciso, optando por construções mais económicas:<br />

supressão <strong>de</strong> expressões sintáticas ou lexicais repetitivas;<br />

uso <strong>de</strong> vocabulário genérico que substitua expressões<br />

nominais mais específicas (hiperónimos e expressões englobantes<br />

com valor anafórico).<br />

• Mantém o registo discursivo do texto-fonte, isento <strong>de</strong> marcas <strong>de</strong><br />

enunciação do sujeito produtor do resumo.<br />

• Mantém a or<strong>de</strong>m do texto-fonte.<br />

• Respeita o limite <strong>de</strong> palavras.<br />

• Produz um discurso coerente, mantendo informação e argumentação<br />

pertinente.<br />

• Domina os mecanismos <strong>de</strong> coesão textual:<br />

– Recorrendo a processos variados <strong>de</strong> articulação interfrásica,<br />

<strong>de</strong>signadamente conetores diversificados <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong> sequencialização…<br />

– Assegurando a manutenção <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> referência (através <strong>de</strong><br />

substituições nominais, pronominais…).<br />

• Recorre a estruturas sintáticas complexas.<br />

• Domina processos <strong>de</strong> conexão interfrásica (concordância, flexão<br />

verbal, proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seleção...).<br />

• Usa um registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto.<br />

• Recorre a um repertório lexical variado.<br />

• Não dá erros ortográficos.<br />

• Pontua <strong>de</strong> forma sistemática e pertinente.<br />

• Assinala as marcas <strong>de</strong> início <strong>de</strong> parágrafos.<br />

Cf. Critérios <strong>de</strong> correção da Prova Escrita <strong>de</strong> Português <strong>de</strong> 2001, 1. a fase, 1. a chamada<br />

10<br />

5<br />

5<br />

5<br />

97


98<br />

SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N. o 4<br />

A. Planificação<br />

16 blocos <strong>de</strong> 90 minutos (32 aulas)<br />

Competências transversais:<br />

• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.<br />

• Estratégica: Estratégias <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escuta a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> texto e à finalida<strong>de</strong>; seleção e organização da<br />

informação; produção <strong>de</strong> síntese; operações <strong>de</strong> planificação, execução e avaliação da escrita e da oralida<strong>de</strong>; pesquisa em<br />

vários suportes; conceção e utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise; elaboração <strong>de</strong> ficheiros; utilização das TIC.<br />

• Formação para a cidadania: Construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural; <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s críticas; apresentação<br />

e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> opiniões pessoais relevantes sobre <strong>situações</strong> diversas e reflexão sobre pontos <strong>de</strong> vista.<br />

COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />

Tipos <strong>de</strong> texto: Romance, <strong>de</strong>bate, síntese.<br />

COMPREENSÃO<br />

ORAL<br />

EXPRESSÃO<br />

ORAL<br />

EXPRESSÃO<br />

ESCRITA<br />

LEITURA<br />

Testes <strong>de</strong> compreensão oral:<br />

• Eça <strong>de</strong> Queirós, realida<strong>de</strong> ou ficção.<br />

• Excerto do capítulo IV d’Os Maias.<br />

• Debate (páginas 266 a 268).<br />

• Síntese <strong>de</strong> textos expositivo-argumentativos.<br />

Textos informativos:<br />

(páginas 281 a 282 (Em interação))<br />

Leitura literária:<br />

• Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós:<br />

– Categorias do texto narrativo.<br />

– Contexto i<strong>de</strong>ológico e sociológico.<br />

– Valores e atitu<strong>de</strong>s culturais.<br />

– Características da prosa queirosiana.<br />

Escuta/visionamento:<br />

• Eça <strong>de</strong> Queirós, realida<strong>de</strong> ou ficção – documentário.<br />

• Excerto do capítulo IV d’Os Maias.<br />

• Excertos gravados no CD áudio <strong>de</strong> Interações.<br />

Leitura seletiva:<br />

• Texto <strong>de</strong> Carlos Reis sobre Eça <strong>de</strong> Queirós.<br />

• «O realismo como nova expressão <strong>de</strong> arte».<br />

Leitura analítica:<br />

• Excertos d’Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós (páginas 214 a<br />

261).<br />

Leitura global:<br />

• Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós.<br />

Leitura recreativa:<br />

• Contrato <strong>de</strong> Leitura.<br />

Leitura <strong>de</strong> imagem fixa: Caricaturas, <strong>de</strong>senhos humorísticos (função crítica da imagem).<br />

(Continua)


(Continuação)<br />

FUNCIONAMENTO<br />

DA LÍNGUA<br />

AVALIAÇÃO<br />

B. Em interação<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />

• Lexicologia:<br />

– Neologia.<br />

– Polissemia.<br />

• Análise do discurso, pragmática e linguística textual:<br />

– Reprodução do discurso no discurso (citação, discurso direto, discurso indireto, discurso<br />

indireto livre).<br />

• Semântica:<br />

– Valor dos adjetivos (valor restritivo e não restritivo).<br />

– Valor das orações relativas (valor restritivo/explicativo).<br />

• Consolidação <strong>de</strong> conteúdos: Morfologia, classes <strong>de</strong> palavras, sintaxe.<br />

• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />

• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />

• Documentário sobre a vida e obra <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós.<br />

• Leitura literária: Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós.<br />

• Leitura <strong>de</strong> imagem: caricaturas, <strong>de</strong>senhos humorísticos (função crítica da imagem).<br />

• Debate.<br />

• Síntese <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo<br />

• Visionamento <strong>de</strong> documentário sobre a vida e obra <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós; tomada <strong>de</strong> notas.<br />

• Teste <strong>de</strong> compreensão oral (manual).<br />

• Interação verbal em torno das i<strong>de</strong>ias expressas no documentário.<br />

• Interação verbal em torno do PowerPoint sobre a biografia <strong>de</strong> Eça.<br />

• Eça visto por outros : Constituição <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> recursos, a incluir no Webfólio/Portefólio, representativos<br />

da receção pelo público/crítica literária da obra do escritor ao longo dos tempos.<br />

99


100<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação do teste <strong>de</strong> compreensão oral.<br />

• Avaliação da interação verbal.<br />

• Apreciação crítica dos recursos constantes do Webfólio/Portefólio.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />

• Leitura analítica, em trabalho <strong>de</strong> grupo, <strong>de</strong> excertos selecionados d’Os Maias, <strong>de</strong> acordo com os temas sugeridos<br />

(manual):<br />

– Realismo e naturalismo.<br />

– A intriga principal.<br />

– A crónica <strong>de</strong> costumes.<br />

– O histórico, o simbólico e o trágico.<br />

– Narrador e processo narrativo.<br />

– Linguagem e estilo queirosianos.<br />

• Apresentação oral num PowerPoint sugestivo e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />

• Registo individual escrito <strong>de</strong> um texto expositivo-argumentativo sobre o tema do trabalho realizado em grupo.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />

• Produção <strong>de</strong> um texto expositivo-argumentativo individual.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />

• Leitura <strong>de</strong> imagem: caricaturas, <strong>de</strong>senhos humorísticos (função crítica da imagem).<br />

• Pesquisa e constituição <strong>de</strong> Webfólio/Portefólio <strong>de</strong> caricaturas/<strong>de</strong>senhos humorísticos.<br />

• Seleção das caricaturas/dos <strong>de</strong>senhos por área (por exemplo, política).<br />

• Constituição <strong>de</strong> pequenos grupos e trabalho em torno <strong>de</strong> uma das caricaturas selecionadas ou <strong>de</strong> um dos cartoons<br />

selecionados.<br />

• I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> características da linguagem visual/verbal utilizada;<br />

• Levantamento dos recursos expressivos e dos mecanismos <strong>de</strong> persuasão que suportam a crítica.<br />

• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />

• Seleção <strong>de</strong> excertos d’Os Maias que configurem um exemplo <strong>de</strong> caricatura escrita.<br />

• Produção e apresentação <strong>de</strong> um esquema que exemplifique essa caricatura.<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral;<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo;<br />

• Avaliação do esquema/leitura <strong>de</strong> uma caricatura;<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.


Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />

• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):<br />

– Síntese <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo (manual) em trabalho <strong>de</strong> pares.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho <strong>de</strong> pares.<br />

• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 5<br />

• Constituição <strong>de</strong> quatro gran<strong>de</strong>s grupos para preparação prévia <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate.<br />

– Discussão em torno do tema apresentado (manual).<br />

– Registo escrito dos melhores argumentos/contra-argumentos e exemplos.<br />

• Seleção <strong>de</strong> um aluno mo<strong>de</strong>rador e dois alunos secretários, encarregados <strong>de</strong> tirar notas durante o <strong>de</strong>bate para, no<br />

final, elaborarem a síntese oral do processo e das conclusões do <strong>de</strong>bate.<br />

• Debate no grupo-turma:<br />

– Discussão das i<strong>de</strong>ias-força <strong>de</strong> cada grupo.<br />

– Verificação da eficácia argumentativa.<br />

– Dinâmica que o mo<strong>de</strong>rador imprime ao <strong>de</strong>bate, não o <strong>de</strong>ixando esmorecer, através da introdução <strong>de</strong> questões<br />

pertinentes que relancem a discussão.<br />

• Síntese oral final.<br />

• Síntese escrita das conclusões do <strong>de</strong>bate.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Avaliação da participação no <strong>de</strong>bate e da síntese oral final.<br />

• Avaliação da síntese escrita.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

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C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

Ví<strong>de</strong>o-documentário: O homem que nunca se maçava<br />

Nas palavras da filha, Dona Maria Eça <strong>de</strong> Queirós (falecida em 1970), adivinha-se a personalida<strong>de</strong> do escritor<br />

subjacente à sua obra. Mesmo na tarefa árdua <strong>de</strong> burilar a escrita, guardava um sorriso para os seus quatro filhos,<br />

um ensinamento como esse <strong>de</strong> que a vida é <strong>de</strong>masiado preciosa para que nos <strong>de</strong>ixemos maçar. Recordações como<br />

esta surgem no filme da SinalVí<strong>de</strong>o, produzido e financiado pelo Instituto Camões, Eça <strong>de</strong> Queirós, realida<strong>de</strong> e ficção.<br />

Com guião e apresentação do reputado queirosiano A. Campos Matos (autor <strong>de</strong> várias obras, entre as quais o<br />

Dicionário <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós ), este trabalho (que tem edições legendadas em inglês, francês e castelhano) traça o<br />

perfil biográfico do autor d’Os Maias.<br />

A ação do filme começa na Póvoa <strong>de</strong> Varzim. Filho dos amores <strong>de</strong> Carolina Pereira d’Eça e <strong>de</strong> José Teixeira <strong>de</strong><br />

Queirós, José Maria <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós, nascido naquela cida<strong>de</strong> costeira a 25 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1845, teve uma infância<br />

<strong>de</strong>certo confortável, mas <strong>de</strong>sprovida do afeto dos pais. Dos cuidados <strong>de</strong> uma ama, resi<strong>de</strong>nte em Vila do Con<strong>de</strong>,<br />

passará para casa dos avós paternos em Ver<strong>de</strong>milho (Aveiro) e, à morte <strong>de</strong>stes quando contava <strong>de</strong>z anos, para o<br />

colégio da Lapa no Porto, on<strong>de</strong>, sob gran<strong>de</strong> austerida<strong>de</strong>, viverá a adolescência. Em 1861, ruma a Coimbra, on<strong>de</strong> cursará<br />

Direito e encontrará Antero <strong>de</strong> Quental, circunstância que terá profundas consequências na evolução literária<br />

<strong>de</strong> ambos. Fazendo juz ao seu título – Eça: realida<strong>de</strong> e ficção – o filme cruzará a partir <strong>de</strong> então a vida e a obra do<br />

escritor, lendo frequentemente passagens <strong>de</strong> livros, cartas e testemunhos. Sobre esses anos vividos em Coimbra,<br />

recordará: «Também me sentei num <strong>de</strong>grau, quase aos pés <strong>de</strong> Antero que improvisava, a escutar, num enlevo,<br />

como um discípulo. E para sempre assim me conservei na vida.»<br />

Segue-se nova «viagem» para o espetador. Aos 21 anos, Eça terá uma experiência inédita: ruma a Lisboa para,<br />

finalmente, viver com os pais e com os irmãos. Com morada na Praça do Rossio, n. o 26, torna-se um janota (como<br />

recorda a filha), frequentando os lugares da boémia chique da capital – o Grémio Literário, a Casa Havaneza,<br />

o Passeio Público, o Aterro, o Café Martinho (supremamente elogiado no romance A Capital ), lugares que <strong>de</strong>pois se<br />

tornarão o palco <strong>de</strong> personagens inesquecíveis como João da Ega, Carlos da Maia, Maria Eduarda, Dâmaso Salce<strong>de</strong>,<br />

Palma Cavalão, Artur Corvelo, Luísa e o seu primo Basílio. O essencial da formação do escritor estava assegurado.<br />

Ao longo dos anos acumulará funções oficiais com a escrita. Em 1872, torna-se diplomata, assumindo o cargo <strong>de</strong><br />

cônsul em Havana. Seguir-se-ão os postos <strong>de</strong> Newcastle, Bristol e Paris, on<strong>de</strong> falecerá em 1900. As funções diplomáticas<br />

nunca se mostraram incompatíveis com a escrita e a publicação – a sua bibliografia é publicada por esta<br />

or<strong>de</strong>m: O Crime do Padre Amaro (1876); O Primo Basílio (1878); A Relíquia (1887); Os Maias (1888).<br />

Embora nunca <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> assinalar a importância literária <strong>de</strong>stas obras e do seu autor, Eça <strong>de</strong> Queirós: realida<strong>de</strong><br />

e ficção nunca per<strong>de</strong> <strong>de</strong> vista o homem. Aborda a sua profunda e longuíssima amiza<strong>de</strong> por Ramalho Ortigão, com<br />

quem escreveu As Farpas e O Crime da Estrada <strong>de</strong> Sintra, o modo como se indignou contra as condições <strong>de</strong> trabalho<br />

dos trabalhadores macaenses em Havana e o profundo amor e respeito que <strong>de</strong>votou à esposa, Emília, e aos quatro<br />

filhos do casal.<br />

Ao contrário <strong>de</strong> muitos outros artistas do século XIX, os seus contemporâneos não tardaram a reconhecer-lhe o<br />

talento. Cem anos <strong>de</strong>pois, a homenagem é completa. A sua obra continua perfeitamente atual.<br />

Fonte: www.instituto-camoes.pt/encarte/ecasempre.htm


5<br />

10<br />

15<br />

20<br />

As Farpas<br />

Crónica mensal da política, das letras e dos costumes<br />

Ah! É verda<strong>de</strong>, já nos esquecia! Este mês caiu um ministério e subiu outro! Também – se pomos aqui este facto<br />

trivial, é só para completar a crónica do mês. De resto estamos como o país: que caiam ministérios ou que subam,<br />

que é que isso nos faz a nós – a vós, pobres homens da província que trabalhais e pagais, a vós burgueses que gozais<br />

as vossas rendas, a vós comerciantes que ven<strong>de</strong>is as vossas peças <strong>de</strong> pano cru, a vós árvores que ramalhais, a ti sol<br />

que nos crias? Um ministério vai, outro vem; uns têm, outros não, são bens <strong>de</strong> sacristão, cantando vêm cantando<br />

vão. Pobres <strong>de</strong>les! Vivem e não têm vida; pousam o pé e não <strong>de</strong>ixam pegada; morrem e nada nos falta.<br />

Este outono vai bom: as colheitas no Douro não foram más, e algumas árvores, já meias <strong>de</strong>sfolhadas, começam<br />

a <strong>de</strong>stacar, no tom outonal, sobre a pali<strong>de</strong>z do ar!<br />

Oh! Eles também não são precisos para nada, os ministérios! Tire-se o ministério, e o país continuará a viver, as<br />

sementeiras fazem-se, os tributos pagam-se, os pobres enterram-se, os rios <strong>de</strong>scem para o mar, os agiotas vencem!<br />

É sempre o mesmo! Se têm minoria, dissolvem, fazem outra câmara com maioria, mas daí a pouco, essa maioria<br />

tornou-se minoria, e como não po<strong>de</strong>m dissolver outra vez – caem! Ocupados nisto não po<strong>de</strong>m fazer mais nada!<br />

Ele, até o melhor era <strong>de</strong>ixar que cada ministério dissolvesse as câmaras que quisesse! Ficava um ministério para<br />

sempre. Já a gente os conhecia. É verda<strong>de</strong> que assim também os conhece. De mais! Pobre gente! entretém-se<br />

naquilo! Também se não fosse a política que seria <strong>de</strong> muita gente? Que seria do sr…. Por exemplo? Ele não é agricultor,<br />

ele não é escritor, ele não é tenor, ele não é Cora Pearl, ele não é a corveta Estefânia… Se não fosse político…<br />

credo, que o pobre homem era capaz <strong>de</strong> não ser coisa nenhuma! Ah! A política: excelente arrumação! Pu<strong>de</strong>ra! Ela é<br />

a posição dos nulos, a ocupação dos vadios, a ciência dos ignorantes, o préstimo dos inúteis, a gran<strong>de</strong>za dos medíocres,<br />

a renda dos que não têm renda!... Mas em que estávamos nós a falar? No ministério. Sim, coitado, foi feliz,<br />

subiu!»<br />

Eça <strong>de</strong> Queiroz; Ramalho Ortigão, in Maria Filomena Mónica (2004) (coor<strong>de</strong>nação),<br />

As Farpas, Lisboa, Publicações Principia, páginas 201-202<br />

103


104<br />

Ficha <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong> leitura d’Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós<br />

Capítulo I<br />

1. Indica a data em que tem início a narração d’Os Maias.<br />

a) 1820. c) 1875.<br />

b) 1870. d) 1887.<br />

2. Assinala o subtítulo do romance Os Maias.<br />

a) Cenas da vida doméstica.<br />

b) Episódios da vida romântica.<br />

c) Episódios da vida aristocrática.<br />

d) Cenas da vida oitocentista.<br />

3. Os Maias são uma família. Explicita o seu estatuto social e as três últimas gerações <strong>de</strong>ssa família.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

4. I<strong>de</strong>ntifica o nome da casa que os Maias foram habitar e on<strong>de</strong> se situava.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

5. Assinala o nome da estátua que existia no jardim <strong>de</strong>ssa casa.<br />

a) Cupido.<br />

b) Vénus.<br />

c) D. Afonso Henriques.<br />

6. I<strong>de</strong>ntifica o elemento mais novo da família.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

7. Determina o que era Santa Olávia e on<strong>de</strong> se situava.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

8. Explica quem era o Reverendo Bonifácio.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

9. I<strong>de</strong>ntifica o país estrangeiro em que Afonso e a sua mulher viveram.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________


10. Nomeia o filho <strong>de</strong> ambos, sintetizando, numa frase, a maneira como foi educado.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

11. Indica o nome da mulher por quem este se viria a apaixonar.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

12. Clarifica o motivo pelo qual lhe chamavam negreira.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

13. Descreve a reação <strong>de</strong> Afonso quando o filho lhe pediu autorização para se casar.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

Capítulos II, III e IV<br />

1. Explicita os países que Pedro da Maia e Maria Monforte visitaram após o casamento.<br />

______________________________________________________________________________________________________________________<br />

2. Assinala o bairro <strong>de</strong> Lisboa on<strong>de</strong> o casal se instalou.<br />

a) Santos.<br />

b) Janelas Ver<strong>de</strong>s.<br />

c) Arroios.<br />

d) Campo <strong>de</strong> Ourique.<br />

3. I<strong>de</strong>ntifica o amigo do casal que virá a conhecer Carlos quando adulto.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

4. Explica o motivo da escolha do nome <strong>de</strong> Carlos.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

5. Assinala o número <strong>de</strong> filhos que Pedro da Maia e Maria Monforte tiveram.<br />

a) Um filho.<br />

b) Dois filhos.<br />

c) Quatro filhos.<br />

105


106<br />

6. Descreve a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pedro após a fuga <strong>de</strong> Maria, sua esposa.<br />

___________________________________________________________________________________________________________________________<br />

7. Assinala os aspetos que po<strong>de</strong>m caracterizar o tipo <strong>de</strong> educação que Afonso quis proporcionar ao neto.<br />

Estudo do latim<br />

Exercício físico<br />

Estudo <strong>de</strong> línguas vivas<br />

Conhecimentos teóricos<br />

Conhecimentos práticos<br />

8. I<strong>de</strong>ntifica os filhos <strong>de</strong> D. Eugénia Silveira.<br />

___________________________________________________________________________________________________________________________<br />

9. Explicita as revelações feitas a Afonso acerca do para<strong>de</strong>iro da neta.<br />

___________________________________________________________________________________________________________________________<br />

10. Carlos formou-se em Medicina. Especifica os seus projetos.<br />

___________________________________________________________________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________________________________________________________________<br />

11. Ega é o gran<strong>de</strong> amigo e companheiro <strong>de</strong> Carlos. Refere os planos daquele.<br />

___________________________________________________________________________________________________________________________<br />

___________________________________________________________________________________________________________________________<br />

12. I<strong>de</strong>ntifica o local do consultório <strong>de</strong> Carlos.<br />

___________________________________________________________________________________________________________________________<br />

13. Preenche o seguinte quadro acerca das personagens indicadas.<br />

Steinbroken<br />

Craft<br />

Cruges<br />

Cohen<br />

Aspetos Sim Não<br />

Personagem Profissão/Ocupação Nacionalida<strong>de</strong>


Capítulos V, VI e VII<br />

1. Sintetiza como eram passados os serões em casa dos Maias, mencionando quem os frequentava.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

2. Assinala o teatro que Carlos frequentava.<br />

a) Dona Maria.<br />

b) São Luís.<br />

c) São Carlos.<br />

d) Trinda<strong>de</strong>.<br />

3. Refere alguns locais <strong>de</strong> Lisboa por on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ambulam as personagens.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

4. Clarifica o que preten<strong>de</strong> dizer Ega com a expressão «Vamo-nos gouvarinhar».<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

5. I<strong>de</strong>ntifica a quem pertencia a famosa Vila Balzac.<br />

a) Aos Cohen.<br />

b) Aos Maias.<br />

c) A Alencar.<br />

d) A João da Ega.<br />

6. Indica o sítio on<strong>de</strong> viu Carlos, pela primeira vez, uma mulher que o impressionou.<br />

a) No Hotel Central.<br />

b) No Chiado.<br />

c) Na Rua <strong>de</strong> São Francisco.<br />

d) No Teatro São Luís.<br />

7. Menciona o sítio on<strong>de</strong> <strong>de</strong>corre o jantar organizado por Ega.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

7.1 Explicita os objetivos <strong>de</strong>sse jantar.<br />

________________________________________________________________________________________________________________________<br />

8. Nesse jantar discutiram-se vários assuntos. I<strong>de</strong>ntifica-os.<br />

a) As mulheres.<br />

b) Os menus.<br />

c) Teorias literárias.<br />

d) Desportos.<br />

9. Determina quem é que entra em conflito nesse jantar e o motivo <strong>de</strong> tal confronto.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

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108<br />

10. I<strong>de</strong>ntifica a personagem que repete, com frequência, a expressão «Chique a valer!».<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

11. Explica o que <strong>de</strong>signa a expressão Petits Pois à la Cohen.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

12. Explicita as revelações que são feitas a Carlos acerca do seu passado.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

13. Carlos volta a encontrar a mulher que o tinha impressionado muito, na companhia <strong>de</strong>:<br />

a) Ega.<br />

b) Dâmaso.<br />

c) Alencar.<br />

d) Eusebiozinho.<br />

14. Indica on<strong>de</strong> Carlos <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> ir e o objetivo que o leva a fazer esta viagem.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

Capítulos VIII, IX e X<br />

1. Indica quem acompanha Carlos a Sintra e a recomendação que lhe é feita ao sair <strong>de</strong> casa.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

2. I<strong>de</strong>ntifica o trajeto percorrido pelos dois amigos até chegarem a Sintra.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

3. Assinala o que, durante o percurso, o amigo <strong>de</strong> Carlos comeu.<br />

a) Coelho à caçador.<br />

b) Coelho guisado.<br />

c) Ovos com chouriço.<br />

d) Fruta.<br />

4. Indica três locais <strong>de</strong> Sintra referidos neste capítulo.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

5. Assinala on<strong>de</strong> Carlos e o amigo ficam instalados.<br />

a) No Central. b) Na Lawrence. c) No Nunes. d) No Tivoli.


6. I<strong>de</strong>ntifica quem lá encontram, relevando o aspeto <strong>de</strong>ssas personagens.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

7. A <strong>de</strong>terminada altura, os dois companheiros encontram um amigo comum. I<strong>de</strong>ntifica-o.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

8. Assinala o sítio para on<strong>de</strong> se dirigem <strong>de</strong> seguida.<br />

a) Seteais.<br />

b) Palácio da Pena.<br />

c) Monserrate.<br />

d) Lawrence.<br />

9. Explica o estado <strong>de</strong> espírito com que Carlos <strong>de</strong>ixa Sintra e a sua origem.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

10. Descreve a reação do amigo <strong>de</strong> Carlos no final <strong>de</strong>ste passeio.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

11. Apresenta o motivo que leva Carlos a sentir, a certa altura, um «<strong>de</strong>sejo brutal <strong>de</strong> espancar» Dâmaso.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

12. Sintetiza o que acontece <strong>de</strong> inesperado no início da soirée dos Cohens.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

13. Assinala a mulher com quem Carlos tem uma relação adúltera.<br />

a) Raquel Cohen.<br />

b) Con<strong>de</strong>ssa da Gouvarinho.<br />

c) D. Maria da Cunha.<br />

d) Ministra da Baviera.<br />

14. Descreve o sítio on<strong>de</strong> <strong>de</strong>correm as corridas <strong>de</strong> cavalos e o ambiente que as ro<strong>de</strong>ia.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

15. Descreve em que consiste a agradável surpresa <strong>de</strong> Carlos, após a corrida <strong>de</strong> cavalos.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

109


110<br />

Capítulos XI, XII e XIII<br />

1. Indica o local <strong>de</strong> Lisboa on<strong>de</strong> morava a mulher que atraía Carlos.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

2. Explicita o motivo da ida <strong>de</strong> Carlos a casa <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

3. Um acontecimento inesperado verifica-se na estação <strong>de</strong> Santa Apolónia. Indica-o.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

4. Refere como passava, agora, Carlos as suas tar<strong>de</strong>s e que tipo <strong>de</strong> sentimentos o dominava.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

5. I<strong>de</strong>ntifica quem veio também numa <strong>de</strong>ssas tar<strong>de</strong>s e que ambiente se gerou.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

6. Menciona on<strong>de</strong> se instalou Ega, após regressar do seu exílio em Celorico.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

7. Indica qual a personagem que, ao dirigir-se a Carlos e Ega, disse: «Pois então façam vocês essa revolução.<br />

Mas pelo amor <strong>de</strong> Deus, façam alguma coisa.»<br />

a) Cruges. b) Alencar. c) Dâmaso. d) Afonso.<br />

8. Assinala o tema abordado durante o jantar em casa dos Gouvarinhos.<br />

a) A escravatura. b) As teorias literárias. c) A ópera. d) A moda.<br />

9. Explica o comportamento da Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Gouvarinho em relação a Carlos, durante e após este jantar.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

10. Refere <strong>de</strong> que modo evoluiu a relação <strong>de</strong> Carlos e Madame Castro Gomes e o que ambos <strong>de</strong>cidiram.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

11. Explicita como evoluiu a amiza<strong>de</strong> entre Carlos e Dâmaso.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________


12. Explica o que era a «Toca».<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

13. Assinala o que representava o quadro que impressionou Madame Castro Gomes na visita à casa dos Olivais.<br />

a) Vénus e Marte. b) S. João Batista. c) S. António. d) Guerra <strong>de</strong> Troia.<br />

14. Menciona a razão pela qual ficou impressionada com tal quadro.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

15. Explica o que aconteceu à Gouvarinho.<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

__________________________________________________________________________________________________________________________<br />

Capítulos XIV e XV<br />

1. I<strong>de</strong>ntifica e situa a nova casa <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

2. Explica como <strong>de</strong>corria a relação entre Carlos e Maria Eduarda e qual a sua intenção.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

3. I<strong>de</strong>ntifica a personagem que revelou a Carlos aspetos <strong>de</strong>sconhecidos sobre Maria Eduarda.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

4. Explicita as revelações feitas por essa personagem.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

5. Assinala o verda<strong>de</strong>iro nome <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />

a) Mac Cartney. c) MacDonald.<br />

b) Mac Gren. d) Mac Green.<br />

6. Explica como reagiu Carlos.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

7. Refere outras revelações feitas posteriormente por Maria Eduarda.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

111


112<br />

8. Assinala o nome do jornal que publicou um artigo sobre Carlos.<br />

a) Sentinela do Diabo. b) Corneta do Diabo. c) A Tar<strong>de</strong>. d) O Diabo.<br />

9. I<strong>de</strong>ntifica o redator do artigo.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

10. Menciona o conteúdo do artigo.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

11. I<strong>de</strong>ntifica a personagem que mandara publicar tal artigo.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

12. Explica como acabou a questão.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

13. Indica o motivo pelo qual também Ega se quis vingar <strong>de</strong>ssa personagem.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

Capítulos XVI a XVIII<br />

1. Refere-te ao modo como <strong>de</strong>correu o sarau do Teatro da Trinda<strong>de</strong>.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

2. I<strong>de</strong>ntifica a personagem que fala com Ega sobre Maria Eduarda.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

3. Explicita a revelação feita e os argumentos existentes que confirmavam essa revelação.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

4. I<strong>de</strong>ntifica a personagem que conta toda a verda<strong>de</strong> a Carlos.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

5. Clarifica o que se passa a seguir entre Carlos e Maria Eduarda.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________


6. Menciona o que acontece a Afonso e on<strong>de</strong>.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

7. Explica o que faz Carlos <strong>de</strong>pois do gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgosto.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

8. Indica ao fim <strong>de</strong> quanto tempo se reencontram <strong>de</strong> novo Carlos e Ega.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

9. Ao passearem por Lisboa, Carlos e Ega encontram pessoas conhecidas. I<strong>de</strong>ntifica essas pessoas, explicando em<br />

que sentido tinham evoluído.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

10. Refere a opinião <strong>de</strong> Carlos sobre a capital após todos aqueles anos.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

11. Explicita o que aconteceu a Maria Eduarda.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

12. Refere o que acontece <strong>de</strong> inesperado quando os dois amigos visitam o Ramalhete.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

13. Indica a teoria <strong>de</strong> vida referida pelos dois e que, naquele momento, pauta as suas vidas. Conseguem levar essa<br />

teoria à prática? Porquê?<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

14. Explicita <strong>de</strong> que maneira termina o romance.<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

____________________________________________________________________________________________________________________________<br />

113


114<br />

Roteiro queirosiano em Lisboa<br />

Lisboa serve <strong>de</strong> cenário ao capítulo final d’O Crime do Padre Amaro, a O Primo Basílio, a A Capital, a A Tragédia<br />

da Rua das Flores, a Os Maias, a Alves & Cia., a José Matias, a Singularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma Rapariga Loira e a<br />

A Catástrofe. Também com Lisboa se relacionam O Mandarim, A Relíquia, O Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abranhos, A Ilustre Casa <strong>de</strong><br />

Ramires e Correspondência <strong>de</strong> Fradique Men<strong>de</strong>s.<br />

• Rossio:<br />

– No n. o 26, 4. o andar, sobre o atual café Nicola, situava-se a residência dos pais <strong>de</strong> Eça.<br />

– Espaço central por on<strong>de</strong> passam todas as personagens queirosianas.<br />

Era no Rossio que se situava:<br />

– o consultório <strong>de</strong> Carlos da Maia (Os Maias);<br />

– o escritório do Dr. Vaz Correia (Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abranhos);<br />

– o Gonçalinho (A Ilustre Casa <strong>de</strong> Ramires);<br />

– o Raposão – «como o Rossio não há» (A Relíquia).<br />

• Restauradores:<br />

«Um obelisco, com borrões <strong>de</strong> bronze no pe<strong>de</strong>stal, erguia um traço cor <strong>de</strong> açúcar na vibração fina da luz <strong>de</strong> inverno;<br />

e os largos globos dos can<strong>de</strong>eiros que o cercavam, batidos do sol, brilhavam» (Os Maias).<br />

• Praça da Figueira:<br />

Aqui funcionava o mercado, <strong>de</strong>molido em 1949.<br />

«Maria Eduarda viera indignada da Praça da Figueira» (Os Maias ).<br />

• Largo do Pelourinho (Praça do Município):<br />

«Como estavam no Pelourinho [o senhor Guimarães], rogou a Ega que esperasse um bocadinho, enquanto ele corria,<br />

acima, buscar os papéis da Monforte» (Os Maias ).<br />

• Avenida da Liberda<strong>de</strong>:<br />

«Ora aí tens tu essa Avenida, hem?... Já não é mau!» (Os Maias ).<br />

• Teatro da Trinda<strong>de</strong>:<br />

«Ega voltou a falar dos inundados do Ribatejo e do sarau literário e artístico que em benefício <strong>de</strong>les se ia cometer<br />

no salão da Trinda<strong>de</strong>» (Os Maias ).<br />

• Hotel Central:<br />

«Então, couraçado <strong>de</strong> libras, corri a saciar-me! Ah, que dia! Jantei num gabinete do Hotel Central, solitário e<br />

egoísta, com a mesa alastrada <strong>de</strong> Bordéus, Borgonha, Champagne, Reno...» (O Mandarim).<br />

«Ega oferece o Jantar a Cohen no Hotel Central» (Os Maias ).<br />

• Hipódromo <strong>de</strong> Belém (atual zona resi<strong>de</strong>ncial a oeste do Mosteiro dos Jerónimos):<br />

«Estavam todas as senhoras que vêm no high life dos jornais, as dos camarotes <strong>de</strong> São Carlos, as das terças-feiras<br />

dos Gouvarinhos. A maior parte tinha vestidos sérios <strong>de</strong> missa.» (Os Maias ).<br />

• Alto do Chiado:<br />

On<strong>de</strong> acaba Os Maias .<br />

A expressão do tempo – o tempo psicológico – 2 anos = toda a vida.<br />

• Hotel Bragança:<br />

O hotel dos vencidos da vida.<br />

• Largo do Pelourinho:<br />

On<strong>de</strong> João da Ega encontra o Sr. Guimarães, portador <strong>de</strong> toda a «tragédia» (Os Maias).<br />

• Rampa <strong>de</strong> Santos (atual Calçada Ribeiro Santos)/Aterro (avenida 24 <strong>de</strong> Julho)<br />

«Ainda o apanhamos! De novo a lanterna <strong>de</strong>slizou e fugiu. Então, para apanhar o americano, os dois amigos romperam<br />

a correr <strong>de</strong>sesperadamente pela Rampa <strong>de</strong> Santos e pelo Aterro sob a primeira clarida<strong>de</strong> luar que subia.»<br />

(Os Maias ).


D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>:<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral<br />

Ouve atentamente o excerto do capítulo XVII d’Os Maias, <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós. Seleciona a opção que consi<strong>de</strong>rares<br />

correta.<br />

1. A ação <strong>de</strong>corre...<br />

a) nos Olivais. c) no Ramalhete.<br />

b) em Santa Olávia. d) em Celas.<br />

2. Quando entrou em casa e avistou a figura do avô, Carlos...<br />

a) cumprimentou-o com muito afeto. c) esgueirou-se rapidamente para o salão.<br />

b) proferiu uma saudação em voz baixa. d) recuou e parou num recanto.<br />

3. Carlos entrou no quarto às escuras e...<br />

a) tropeçou num sofá. c) bateu na cómoda.<br />

b) esbarrou na porta. d) tropeçou na cama.<br />

4. Compreen<strong>de</strong>ndo que o seu segredo fora <strong>de</strong>scoberto, Carlos...<br />

a) <strong>de</strong>seja repousar num local longínquo. c) lembra-se dos seus tempos <strong>de</strong> estudante.<br />

b) pensa realizar uma viagem pela Europa. d) consi<strong>de</strong>ra que a solução seria o suicídio.<br />

5. De manhã, Carlos é interpelado por...<br />

a) Vilaça. c) Ega.<br />

b) Batista. d) Dâmaso.<br />

6. A governanta pe<strong>de</strong> a um moço que...<br />

a) levante Afonso da Maia. c) vá chamar o doutor Azevedo.<br />

b) vá acordar Carlos da Maia. d) se dirija para a padaria.<br />

7. Afonso da Maia estava tombado sobre a mesa...<br />

a) do quintal. c) da sala.<br />

b) da cozinha. d) <strong>de</strong> bilhar.<br />

8. Para <strong>de</strong>screver a barba <strong>de</strong> Afonso, o narrador recorre a uma...<br />

a) hipálage. c) antítese.<br />

b) metáfora. d) comparação.<br />

9. Para tentar salvar o avô, Carlos...<br />

a) vai ao consultório. c) leva-o para casa.<br />

b) borrifa-o <strong>de</strong> água. d) tenta levantá-lo.<br />

10.Neste excerto, o narrador é...<br />

a) autodiegético. c) heterodiegético.<br />

b) homodiegético. d) protagonista.<br />

115


116<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão oral<br />

Debate (participação)<br />

Parâmetros<br />

a) Gere com pertinência o tempo que tem para intervir.<br />

b) Mobiliza informação a<strong>de</strong>quada ao tema em <strong>de</strong>bate.<br />

c) Defen<strong>de</strong> os seus pontos <strong>de</strong> vista, argumentando e <strong>de</strong>senvolvendo estratégias discursivas<br />

persuasivas.<br />

d) Interage produtiva e corretamente com os outros.<br />

e) Evita interromper a intervenção dos restantes intervenientes e repetir o que já foi dito.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total


Debate (mo<strong>de</strong>rador)<br />

Parâmetros<br />

a) Expõe sumariamente o assunto a <strong>de</strong>bater.<br />

b) Mobiliza informação a<strong>de</strong>quada ao tema em <strong>de</strong>bate.<br />

c) Estabelece uma relação entre as diversas opiniões expressas, procurando ser imparcial.<br />

d) Evita que os intervenientes se <strong>de</strong>sviem do assunto.<br />

e) Apresenta as conclusões.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

Debate (secretário)<br />

Parâmetros<br />

a) Regista com rigor os pedidos <strong>de</strong> intervenção.<br />

b) Colabora com o mo<strong>de</strong>rador na gestão do tempo e da or<strong>de</strong>m das intervenções.<br />

c) Regista, por escrito, os aspetos relevantes da discussão.<br />

d) Colabora com o mo<strong>de</strong>rador na dinamização da discussão.<br />

e) Apresenta oralmente a síntese dos aspetos relevantes da discussão.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

117


118<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> leitura<br />

Leitura <strong>de</strong> imagem<br />

Parâmetros<br />

a) Descreve os elementos constitutivos da imagem.<br />

b) Mobiliza recursos linguísticos a<strong>de</strong>quados à leitura <strong>de</strong> imagem.<br />

c) Analisa os constituintes da imagem, procurando as suas relações e a sua função.<br />

d) Constrói, com pertinência e criativida<strong>de</strong>, hipóteses <strong>de</strong> leitura interpretativa.<br />

e) Descodifica a simbologia subjacente à imagem.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total


Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão escrita<br />

Síntese<br />

Parâmetros<br />

a) Reconhece o assunto global do texto, i<strong>de</strong>ntificando as suas relações lógicas.<br />

b) Conserva as i<strong>de</strong>ias fundamentais e os exemplos importantes.<br />

f) Apresenta o texto na terceira pessoa com indicação do(s) autor(es), respeitando o limite <strong>de</strong><br />

palavras.<br />

c) Produz um texto conciso e coerente, mantendo a re<strong>de</strong> semântica.<br />

d) Utiliza corretamente a ortografia, a pontuação e os conetores frásicos.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

119


120<br />

5<br />

10<br />

15<br />

20<br />

25<br />

30<br />

TESTE DE AVALIAÇÃO N. o 4<br />

Lê atentamente o texto a seguir transcrito.<br />

GRUPO I<br />

A<br />

O aposento, a que as velhas estantes <strong>de</strong> pau-preto davam um ar severo, estava adormecido tepidamente, na<br />

penumbra suave, com as cortinas bem fechadas, um resto <strong>de</strong> lume na chaminé, e o globo do can<strong>de</strong>eiro pondo a sua<br />

clarida<strong>de</strong> serena na mesa coberta <strong>de</strong> livros. Em baixo, os repuxos cantavam alto no silêncio da noite.<br />

Enquanto o escu<strong>de</strong>iro rolava para o pé da poltrona <strong>de</strong> Afonso, numa mesa baixa, os cristais e as garrafas <strong>de</strong><br />

soda, Vilaça, com as mãos nos bolsos, <strong>de</strong> pé e pensativo, olhava a brasa da acha que morria na cinza branca. Depois<br />

ergueu a cabeça, para murmurar, como ao acaso:<br />

– Aquele rapazito é esperto...<br />

– Quem? O Eusebiozinho? – disse Afonso, que se acomodava junto ao fogão, enchendo alegremente o<br />

cachimbo. – Eu tremo <strong>de</strong> o ver cá, Vilaça! O Carlos não gosta <strong>de</strong>le, e tivemos aí um <strong>de</strong>sgosto horroroso... Foi já<br />

há meses. Havia uma procissão e o Eusebiozinho ia <strong>de</strong> anjo... As Silveiras, excelentes mulheres, coitadas, mandaram-no<br />

cá para o mostrar à viscon<strong>de</strong>ssa, já vestido <strong>de</strong> anjo. Pois senhores, distraímo-nos, e o Carlos, que o<br />

andava a rondar, apo<strong>de</strong>ra-se <strong>de</strong>le, leva-o para o sótão, e, meu caro Vilaça... Em primeiro lugar ia-o matando<br />

porque embirra com anjos... Mas o pior não foi isso. Imagine você o nosso terror, quando nos aparece o<br />

Eusebiozinho aos berros pela titi, todo <strong>de</strong>sfrisado, sem uma asa, com a outra a bater-lhe os calcanhares<br />

<strong>de</strong>pendurada <strong>de</strong> um barbante, a coroa <strong>de</strong> rosas enterrada até ao pescoço, e os galões <strong>de</strong> ouro, os tules, as lentejoulas,<br />

toda a vestimenta celeste em frangalhos!... Enfim, um anjo <strong>de</strong>penado e sovado... Eu ia dando cabo do<br />

Carlos.<br />

Bebeu meta<strong>de</strong> da sua soda e, passando a mão pelas barbas, acrescentou, com uma satisfação profunda:<br />

– É levado do Diabo, Vilaça!<br />

O administrador, sentado agora à borda <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ira, esboçou uma risadinha muda; <strong>de</strong>pois ficou calado,<br />

olhando Afonso, com as mãos nos joelhos, como esquecido e vago. Ia abrir os lábios, hesitou ainda, tossiu <strong>de</strong> leve; e<br />

continuou a seguir pensativamente as faíscas que erravam sobre as achas.<br />

Afonso da Maia, no entanto, com as pernas estiradas para o lume, recomeçara a falar do Silveirinha. Tinha<br />

três ou quatro meses mais que Carlos, mas estava enfezado, estiolado, por uma educação à portuguesa: daquela<br />

ida<strong>de</strong> ainda dormia no choco com as criadas, nunca o lavavam para o não constiparem, andava couraçado <strong>de</strong><br />

rolos <strong>de</strong> flanelas! Passava os dias nas saias da titi a <strong>de</strong>corar versos, páginas inteiras do Catecismo <strong>de</strong><br />

Perseverança. Ele por curiosida<strong>de</strong> um dia abrira este livreco e vira lá «que o Sol é que anda em volta da Terra<br />

(como antes <strong>de</strong> Galileu), e que Nosso Senhor todas as manhãs dá as or<strong>de</strong>ns ao Sol, para on<strong>de</strong> há <strong>de</strong> ir e on<strong>de</strong> há <strong>de</strong><br />

parar, etc., etc.» E assim lhe estavam arranjando uma armazinha <strong>de</strong> bacharel...<br />

Vilaça teve outra risadinha silenciosa. Depois, como subitamente <strong>de</strong>cidido, ergueu-se, fez estalar os <strong>de</strong>dos,<br />

disse estas palavras:<br />

– Vossa Excelência sabe que apareceu a Monforte?<br />

Afonso, sem mover a cabeça, reclinado para as costas da poltrona, perguntou tranquilamente, envolvido no<br />

fumo do cachimbo:


35<br />

40<br />

– Em Lisboa?<br />

– Não senhor, em Paris. Viu-a lá o Alencar, esse rapaz que escreve, e que era muito <strong>de</strong> Arroios... Esteve até em<br />

casa <strong>de</strong>la.<br />

E ficaram calados. Havia anos que entre eles se não pronunciava o nome <strong>de</strong> Maria Monforte. Ao princípio, quando<br />

se retirara para Santa Olávia, a preocupação ar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Afonso da Maia fora tirar-lhe a filha que ela levara. Mas<br />

a esse tempo ninguém sabia on<strong>de</strong> Maria se refugiara com o seu príncipe: nem pela influência das legações, nem<br />

pagando regiamente a polícia secreta <strong>de</strong> Paris, <strong>de</strong> Londres, <strong>de</strong> Madrid, se pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir a «toca da fera», como<br />

dizia então o Vilaça.<br />

Eça <strong>de</strong> Queirós (2004), Os Maias (prefácio e cronologia <strong>de</strong> Maria Filomena Mónica),<br />

Lisboa, Texto Editores, páginas 64-65<br />

Apresenta, <strong>de</strong> forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.<br />

1. Esclarece a reação (ou reações) que as palavras iniciais <strong>de</strong> Vilaça provocam em Afonso da Maia.<br />

2. Expõe sucintamente o episódio humorístico protagonizado por Carlos e Eusebiozinho.<br />

3. Explicita o efeito expressivo da personificação na expressão «os repuxos cantavam alto no silêncio da noite»<br />

(linha 3)<br />

4. Eusebiozinho «tinha três ou quatro meses mais que Carlos, mas estava enfezado, estiolado, por uma educação<br />

à portuguesa» (linhas 23-24). Explica as características da tradicional educação portuguesa oitocentista presentes<br />

no texto.<br />

B<br />

Tido como obra-prima do romance português, Gaspar Simões consi<strong>de</strong>rou-o (...) «a mais perfeita obra <strong>de</strong> arte<br />

literária que ainda se escreveu em Portugal <strong>de</strong>pois d’Os Lusíadas».<br />

A. Campos Matos (1988), Dicionário <strong>de</strong> Eça <strong>de</strong> Queirós, Lisboa, Editorial Caminho, página 389<br />

Fazendo apelo à tua experiência <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> Os Maias, comenta, num texto <strong>de</strong> oitenta a cento e trinta<br />

palavras, a relação que existe entre a personagem Alencar e a família Maia.<br />

Observações relativas ao item B<br />

1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo<br />

quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />

2. Um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.<br />

121


122<br />

GRUPO II<br />

1. Relê o excerto d’Os Maias transcrito no Grupo I. Para cada um dos itens que se seguem, escreve, na tua<br />

folha <strong>de</strong> respostas, a letra correspon<strong>de</strong>nte à alternativa correta, <strong>de</strong> acordo com o sentido do texto.<br />

1. O primeiro parágrafo do texto é uma sequência textual...<br />

a) expositiva.<br />

b) <strong>de</strong>scritiva.<br />

c) narrativa.<br />

d) preditiva.<br />

2. O segmento «Bebeu meta<strong>de</strong> da sua soda e, passando a mão pelas barbas, acrescentou» (linha 18) atualiza o<br />

protótipo textual...<br />

a) argumentativo.<br />

b) conversacional.<br />

c) instrucional.<br />

d) narrativo.<br />

3. No segmento textual «Quem? O Eusebiozinho? – disse Afonso» (linha 8), está presente um verbo...<br />

a) <strong>de</strong> sentimento.<br />

b) <strong>de</strong> dimensão interativa.<br />

c) dicendi.<br />

d) <strong>de</strong> opinião.<br />

4. No segmento textual «Eu tremo <strong>de</strong> o ver cá, Vilaça!» (linha 9), o constituinte «Vilaça» <strong>de</strong>sempenha a função<br />

sintática <strong>de</strong>...<br />

a) sujeito.<br />

b) complemento direto.<br />

c) complemento indireto.<br />

d) vocativo.<br />

5. Na expressão «uma risadinha muda» (linha 20), i<strong>de</strong>ntificamos uma...<br />

a) personificação.<br />

b) hipálage.<br />

c) sinestesia.<br />

d) antítese.<br />

6. O processo <strong>de</strong> formação da palavra «Eusebiozinho» <strong>de</strong>signa-se...<br />

a) <strong>de</strong>rivação por sufixação.<br />

b) <strong>de</strong>rivação por prefixação.<br />

c) composição morfológica.<br />

d) composição morfossintática.<br />

7. A forma verbal «recomeçara» (linha 23) encontra-se...<br />

a) no pretérito imperfeito do indicativo.<br />

b) no futuro do indicativo.<br />

c) no pretérito mais-que-perfeito do indicativo.<br />

d) no pretérito perfeito do indicativo.


5<br />

10<br />

2. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo<br />

a obteres uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, as letras e os<br />

números correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.<br />

Coluna A Coluna B<br />

1. Ao usar o nome Eusebiozinho (linha 8),<br />

2. Com o pronome pessoal «o», em «Eu tremo <strong>de</strong> o ver cá»<br />

(linha 9),<br />

3. Com as palavras «asa», «barbante», «coroa <strong>de</strong> rosas»,<br />

«galões <strong>de</strong> ouro», «tules», «lentejoulas» (linhas 14-16),<br />

4. Ao usar o adjetivo em posição pré-nominal, em «velhas<br />

estantes» (linha 1),<br />

5. Ao usar o verbo haver no singular, em «Havia anos»<br />

(linha 38),<br />

GRUPO III<br />

a) o enunciador recorre a um mecanismo <strong>de</strong> coesão interfrásica.<br />

b) o enunciador contrói o campo lexical <strong>de</strong> «vestimenta<br />

celeste».<br />

c) o enunciador traduz subjetivida<strong>de</strong>.<br />

d) o enunciador recorre a um mecanismo <strong>de</strong> coesão referencial<br />

gramatical.<br />

e) o enunciador põe em evidência que se trata <strong>de</strong> uma<br />

exceção à regra <strong>de</strong> concordância.<br />

f) o enunciador contrói o campo semântico <strong>de</strong> «vestimenta<br />

celeste».<br />

g) o enunciador recorre a um mecanismo <strong>de</strong> coesão<br />

frásica.<br />

h) o enunciador retoma o referente «Aquele rapazito»<br />

(linha 7)<br />

Faz uma síntese do texto a seguir transcrito, constituído por quinhentas e vinte e duas palavras, num<br />

texto <strong>de</strong> cento e vinte a cento e quarenta palavras.<br />

Whisky duplo, por favor!<br />

Luís Afonso é um exemplo <strong>de</strong> humor minimalista: tudo começa pela mudança <strong>de</strong> uma letra (diríamos melhor<br />

<strong>de</strong> «um fonema») que nos faz saltar do «cartoon» para o «bartoon», <strong>de</strong> um «p» para um «b», e assim cria um cenário<br />

conhecido, o da «conversa <strong>de</strong> bar». É uma pausa no dia, um lugar <strong>de</strong> confidências ou invenções pessoais, um<br />

comentário dos acontecimentos, e é nesta aceção que surge como personagem central «o leitor <strong>de</strong> jornais». Para<br />

Luís Afonso, a atualida<strong>de</strong> não se obtém através <strong>de</strong> uma participação nos factos, mas, sim, através <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong><br />

distanciamento e envolvimento que é da or<strong>de</strong>m do que oscila entre o jornal e a televisão, a «conversa fiada» e a<br />

«conversa afiada».<br />

Uma das características que distinguem os <strong>de</strong>senhos (...) é o <strong>de</strong> terem todos o mesmo cenário, o <strong>de</strong> um balcão<br />

<strong>de</strong> um bar, três bancos em que quase sempre apenas um está ocupado, uma máquina <strong>de</strong> cervejas, um dono ou<br />

empregado <strong>de</strong>sse mesmo bar, às vezes acompanhado pela mulher, e um interlocutor. Alguns dos interlocutores<br />

reinci<strong>de</strong>m, embora o mais frequente seja aquele que duplica o próprio dono do bar, se bem que com uma pequena<br />

123


124<br />

15<br />

20<br />

25<br />

30<br />

diferença <strong>de</strong> cabelos. Mas há a mulher <strong>de</strong> calças e longa cabeleira negra e frisada (mas <strong>de</strong> tempos a tempos muda<br />

<strong>de</strong> roupa e põe uma saia), há o jovem <strong>de</strong> camisola e calças às riscas, há o intelectual <strong>de</strong> gravata com flores e óculos,<br />

há o jovem robusto e mal barbeado com um gorro na cabeça, representante estudantil da chamada «geração<br />

rasca», há o marialva endividado e o homem <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> óculos escuros. (...) E temos ainda uma longa teoria <strong>de</strong><br />

personagens que simbolizam os gran<strong>de</strong>s protagonistas da atualida<strong>de</strong> política, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o homem das cavernas que<br />

faz as gravuras <strong>de</strong> Foz Côa até às mulheres <strong>de</strong> burka, e o próprio Deus em pessoa numa versão <strong>de</strong> Pai Natal. É a<br />

este, aliás, que cabe a frase <strong>de</strong>cisiva, quando vê o estado do mundo que criou: «um whisky duplo, por favor!» (...)<br />

O leitor po<strong>de</strong>rá nem reparar, mas estes <strong>de</strong>senhos conseguem criar a sua própria banda sonora através dos gestos<br />

e dos movimentos dos olhos. Por vezes o olhar é frontal, por vezes volta-se para <strong>de</strong>ntro como quem fica perplexo<br />

e reflete, por vezes há pálpebras que <strong>de</strong>scem sobre o olhar, ou os olhos ficam mais próximos <strong>de</strong> espanto ou emoção,<br />

ou o olhar ganha uma espécie <strong>de</strong> lateralida<strong>de</strong> como quem insinua o que está a dizer. Por vezes o espanto configura-se<br />

na mão segurando o queixo.<br />

O prazer que resulta <strong>de</strong>stes «cartoons» vem, como se disse, da sua matriz extremamente reduzida.<br />

Reencontramos um cenário idêntico, as mesmas <strong>situações</strong>, as mesmas personagens anónimas ou representativas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados grupos sociais (militares americanos, talibans, padres) – e nunca nos surge uma pessoa concreta<br />

(não há caricaturas, há apenas amostras <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> complexa). O código comunicacional é extremamente<br />

escasso e feito <strong>de</strong> discretas marcas quase subliminares. A realida<strong>de</strong> é concentrada e <strong>de</strong>purada através da sua<br />

medição discursiva: existe na medida em que é dita, comentada, transformada em lugar-comum. O trabalho <strong>de</strong><br />

Luís Afonso é um trabalho sobre lugares-comuns da vida coletiva.<br />

Eduardo Prado Coelho (prefácio) in Luís Afonso, 10 anos <strong>de</strong> Bartoon,<br />

Lisboa, Publicações Dom Quixote<br />

Observações:<br />

1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />

2. Relativamente ao <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados – um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo <strong>de</strong> trezentas palavras –,<br />

há que aten<strong>de</strong>r ao seguinte:<br />

– A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />

– Nos outros casos, um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do<br />

texto produzido.<br />

FIM


Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

GRUPO I<br />

A<br />

1. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................... 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Esclarece, com pertinência e rigor, os efeitos que as palavras<br />

<strong>de</strong> Vilaça provocam em Afonso da Maia.<br />

Esclarece, com pertinência, os efeitos que as palavras <strong>de</strong> Vilaça<br />

provocam em Afonso da Maia.<br />

Esclarece, com esporádicas imprecisões, os efeitos que as palavras<br />

<strong>de</strong> Vilaça provocam em Afonso da Maia.<br />

Esclarece, com acentuadas imprecisões, os efeitos que as palavras<br />

<strong>de</strong> Vilaça provocam em Afonso da Maia.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• A afirmação <strong>de</strong> Vilaça («Aquele rapazito é esperto») <strong>de</strong>sperta a satisfação <strong>de</strong> Afonso, que enche «alegremente o<br />

cachimbo» e aproveita para narrar um episódio que ridiculariza Eusebiozinho e a educação retrógrada que lhe é<br />

ministrada.<br />

• A evocação do episódio narrado provoca uma «satisfação profunda» em Afonso, que se orgulha da inteligência e<br />

<strong>de</strong>streza do neto («É levado do Diabo»).<br />

• …<br />

9<br />

7<br />

5<br />

3<br />

125


126<br />

2. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 20 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Expõe sintetizadamente, com rigor e pertinência, o episódio<br />

protagonizado por Carlos e Eusebiozinho.<br />

Expõe sintetizadamente e com pertinência, o episódio protagonizado<br />

por Carlos e Eusebiozinho.<br />

Expõe, com pertinência, o episódio protagonizado por Carlos e<br />

Eusebiozinho, mas revela pouca capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> síntese.<br />

Expõe, com acentuada imprecisão, o episódio protagonizado<br />

por Carlos e Eusebiozinho, revelando muita dificulda<strong>de</strong> na elaboração<br />

da síntese.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Eusebiozinho vai a Santa Olávia para mostrar a «vestimenta» <strong>de</strong> anjo que iria levar na procissão, mas Carlos, que<br />

não simpatizava com Eusebiozinho e que embirrava com anjos, levou-o para o sótão e <strong>de</strong>struiu toda a indumentária<br />

do pequeno Silveirinha.<br />

• …<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3


3. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

Descritores Pontuação<br />

Explicita, com rigor e pertinência, o efeito expressivo da personificação.<br />

3 Explicita, com pertinência, o efeito expressivo da personificação. 7<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Explicita, com algumas imprecisões, o efeito expressivo da personificação.<br />

Explicita, com acentuadas imprecisões, o efeito expressivo da<br />

personificação.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Na expressão «os repuxos cantavam alto no meio da noite», a personificação sugere alegria, tranquilida<strong>de</strong>, harmonia.<br />

• Esta personificação <strong>de</strong>sperta a sensação <strong>de</strong> uma perfeita comunhão entre a Natureza e a paz que se vivia naquele<br />

lar.<br />

• A água, símbolo <strong>de</strong> vida, canta e, por isso, sobrepõe-se às trevas («noite»), sugerindo o bem-estar <strong>de</strong> Afonso e do<br />

neto.<br />

• …<br />

9<br />

5<br />

3<br />

127


128<br />

4. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 20 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Explica, com rigor e pertinência, as características da tradicional<br />

educação portuguesa oitocentista presentes no texto.<br />

Explica, com pertinência, as características da tradicional educação<br />

portuguesa oitocentista presentes no texto.<br />

Explica, com alguma imprecisão, as características da tradicional<br />

educação portuguesa oitocentista presentes no texto.<br />

Explica, com acentuadas imprecisões, as características da tradicional<br />

educação portuguesa oitocentista presentes no texto.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Superproteção feminina («ainda dormia no choco com as criadas»).<br />

• Afastamento da higiene diária para não contrair doenças («nunca o lavavam para o não constiparem, andava<br />

couraçado <strong>de</strong> rolos <strong>de</strong> flanelas»).<br />

• Memorização em <strong>de</strong>trimento do <strong>de</strong>senvolvimento do espírito crítico («Passava os dias nas saias da titi a <strong>de</strong>corar<br />

versos»).<br />

• Culto exacerbado da religiosida<strong>de</strong> («páginas inteiras do Catecismo <strong>de</strong> Perseverança»).<br />

• Aprendizagem <strong>de</strong> conceitos retrógrados («vira lá “que o Sol é que anda em volta da Terra (como antes <strong>de</strong><br />

Galileu)”»).<br />

• Consequências: Criança atrofiada, medrosa, enfezada, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das «saias da titi» e da mamã.<br />

• …<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3


Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

B<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 5 pontos<br />

Níveis <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Comenta, com rigor e pertinência, a relação que existe entre a personagem<br />

Alencar e a família Maia, fazendo referências que revelam um muito bom<br />

conhecimento da obra Os Maias.<br />

Comenta, com rigor e pertinência, a relação que existe entre a personagem<br />

Alencar e a família Maia, fazendo referências que revelam um bom conhecimento<br />

da obra Os Maias.<br />

Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, a relação que existe entre a<br />

personagem Alencar e a família Maia, fazendo referências que revelam um<br />

conhecimento suficiente da obra Os Maias.<br />

Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, a relação que existe entre a<br />

personagem Alencar e a família Maia, fazendo referências que refletem um<br />

conhecimento suficiente da obra Os Maias.<br />

Comenta, com acentuadas imprecisões, a relação que existe entre a personagem<br />

Alencar e a família Maia, fazendo referências que refletem um conhecimento<br />

insuficiente da obra Os Maias.<br />

Tece comentários gerais sobre a personagem Alencar, pouco relevantes para a<br />

temática proposta, que refletem um conhecimento incipiente da obra Os Maias.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os dois primeiros aspetos que a seguir se enunciam e/ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Personagem secundária do romance Os Maias; no entanto, associa-se à geração <strong>de</strong> Pedro da Maia, <strong>de</strong> quem era<br />

amigo. Frequentava a casa <strong>de</strong> Arroios, <strong>de</strong> Pedro e Maria Monforte, tinha lá «o seu talher», proclamava-se «cavaleiro<br />

e poeta» <strong>de</strong> Maria, <strong>de</strong>dicando-lhe, numa paixão inocente, o seu poema «Flor <strong>de</strong> Martírio». Acompanha o <strong>de</strong>sfecho<br />

trágico <strong>de</strong> Pedro da Maia.<br />

• No episódio do Hotel Central, Alencar, emocionado, abraça Carlos e evoca saudosamente o passado e o seu gran<strong>de</strong><br />

amigo Pedro da Maia. O poeta <strong>de</strong> Vozes <strong>de</strong> Aurora, Elvira, «Flor <strong>de</strong> Martírio» e O Segredo do Comendador é inimigo<br />

da literatura realista e naturalista.<br />

• Quando Carlos vai a Sintra à procura <strong>de</strong> Maria Eduarda, encontra Alencar.<br />

• Na noite em que Guimarães revela o grau <strong>de</strong> parentesco entre Carlos e Maria Eduarda, Alencar estivera a <strong>de</strong>clamar<br />

os seus românticos versos no sarau do Teatro da Trinda<strong>de</strong>.<br />

• …<br />

18<br />

15<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3<br />

129


130<br />

Chaves <strong>de</strong> correção:<br />

1.<br />

1. b); 2. d); 3. c); 4. d); 5. b); 6. a); 7. c).<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

GRUPO II<br />

Descritores do nível<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

Pontuação<br />

3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15<br />

2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9<br />

1 Estabelece uma correspondência correta. 3<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

GRUPO III<br />

2.<br />

1. h); 2. d); 3. b); 4. c); 5. e).<br />

• Estruturação informacional e discursiva .......................................................................................................................................................................... 30 pontos<br />

• Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................... 20 pontos<br />

Estrutura informacional,<br />

Parâmetros Pontuação<br />

discursiva e linguística<br />

Preservação da informação<br />

nuclear do<br />

texto<br />

Estratégias discursivas<br />

próprias da síntese<br />

• Preserva a informação nuclear do texto, através <strong>de</strong>:<br />

– manutenção dos tópicos:<br />

• Luís Afonso é um mo<strong>de</strong>lo do humor, através dos cartoons, conseguindo<br />

excelentes resultados com técnicas minimalistas.<br />

• O recurso aos mesmos cenários e às mesmas personagens<br />

constitui traço distintivo dos seus <strong>de</strong>senhos.<br />

• Os olhos e o movimento das personagens são pormenores a que<br />

o leitor <strong>de</strong>ve estar atento.<br />

• O cartoonista apresenta vários tipos sociais, nomeadamente os<br />

protagonistas da atualida<strong>de</strong> política.<br />

– manutenção da re<strong>de</strong> semântica relativa ao tema, no todo ou em<br />

parte, a qual <strong>de</strong>verá integrar vocábulos e expressões constantes<br />

no texto, ou seus equivalentes, tais como: Luís Afonso, cartoon,<br />

atualida<strong>de</strong>, cenário, personagens, <strong>de</strong>senhos, gestos, movimentos,<br />

protagonistas da atualida<strong>de</strong>.<br />

• Recorre a um discurso conciso, optando por construções mais económicas:<br />

supressão <strong>de</strong> expressões sintáticas ou lexicais repetitivas;<br />

uso <strong>de</strong> vocabulário genérico que substitua expressões<br />

nominais mais específicas (hiperónimos e expressões englobantes<br />

com valor anafórico).<br />

• O texto po<strong>de</strong> apresentar marcas <strong>de</strong> enunciação do sujeito produtor<br />

da síntese e fazer referências diretas ao autor do texto-fonte<br />

(«Segundo o autor...»).<br />

• A or<strong>de</strong>m do texto-fonte po<strong>de</strong> ser alterada.<br />

20<br />

10


Coerência e coesão<br />

Morfologia, sintaxe e<br />

repertório vocabular<br />

Ortografia<br />

e pontuação<br />

• Produz um discurso coerente mantendo informação e argumentação<br />

pertinente.<br />

• Domina os mecanismos <strong>de</strong> coesão textual:<br />

– recorrendo a processos variados <strong>de</strong> articulação interfrásica,<br />

<strong>de</strong>signadamente conetores diversificados <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong> sequencialização…;<br />

– assegurando a manutenção <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> referência (através <strong>de</strong><br />

substituições nominais, pronominais…)<br />

• Recorre a estruturas sintáticas complexas.<br />

• Domina processos <strong>de</strong> conexão interfrásica (concordância, flexão<br />

verbal, proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seleção...).<br />

• Usa um registo <strong>de</strong> língua a<strong>de</strong>quado ao texto.<br />

• Recorre a um repertório lexical variado.<br />

• Não dá erros ortográficos.<br />

• Pontua <strong>de</strong> forma sistemática e pertinente.<br />

• Assinala as marcas <strong>de</strong> início <strong>de</strong> parágrafos.<br />

5<br />

10<br />

131


132<br />

SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM N. o 5<br />

A. Planificação<br />

10 blocos <strong>de</strong> 90 minutos (20 aulas)<br />

Competências transversais:<br />

• Comunicação: Componentes linguística, discursiva/textual, sociolinguística, estratégica.<br />

• Estratégica: Estratégias <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> escuta a<strong>de</strong>quadas ao tipo <strong>de</strong> texto e à finalida<strong>de</strong>; seleção e organização da informação;<br />

operações <strong>de</strong> planificação, execução e avaliação da escrita e da oralida<strong>de</strong>; pesquisa em vários suportes; conceção<br />

e utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise; elaboração <strong>de</strong> ficheiros; utilização das TIC.<br />

• Formação para a cidadania: Construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural; apresentação e <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> opiniões; interação com<br />

a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma crítica e criativa.<br />

COMPETÊNCIAS NUCLEARES<br />

Tipos <strong>de</strong> texto: Textos líricos; textos expressivos e criativos; textos argumentativos e expositivo-argumentativos.<br />

COMPREENSÃO<br />

ORAL<br />

EXPRESSÃO<br />

ORAL<br />

EXPRESSÃO<br />

ESCRITA<br />

LEITURA<br />

Testes <strong>de</strong> compreensão oral:<br />

• Home – O mundo é a nossa casa.<br />

• «Provincianas».<br />

• Exposição oral.<br />

• Debate.<br />

• Texto expressivo e criativo.<br />

• Resumo e síntese <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo.<br />

• Texto argumentativo e expositivo-argumentativo.<br />

Textos informativos:<br />

(páginas 329 a 331 (Em interação))<br />

Leitura literária:<br />

• Poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>:<br />

– O repórter do quotidiano.<br />

– A oposição cida<strong>de</strong>/campo.<br />

Escuta/visionamento:<br />

• Home – O mundo é a nossa casa.<br />

• Produções áudio e audiovisuais diversas.<br />

• Audição <strong>de</strong> poemas do CD áudio do manual.<br />

Leitura seletiva:<br />

• «Cesário Ver<strong>de</strong>», <strong>de</strong> Jacinto do Prado Coelho.<br />

• «A cida<strong>de</strong> e o campo», <strong>de</strong> Hél<strong>de</strong>r Macedo.<br />

Leitura analítica:<br />

• Poemas <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong> (páginas 296 a 317).<br />

Leitura global:<br />

• Poemas <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong> e poemas <strong>de</strong> homenagem<br />

a Cesário Ver<strong>de</strong>, <strong>de</strong> autores do século XX.<br />

Leitura recreativa:<br />

• Contrato <strong>de</strong> Leitura.<br />

Leitura <strong>de</strong> imagem fixa: Imagens do impressionismo, realismo, surrealismo e fotografias<br />

<strong>de</strong> Lisboa Antiga.<br />

(Continua)


FUNCIONAMENTO<br />

DA LÍNGUA<br />

AVALIAÇÃO<br />

• Paratextos.<br />

• Tipologia textual (protótipos textuais).<br />

• Noções <strong>de</strong> versificação.<br />

• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />

• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />

• Avaliação das competências e avaliação do Webfólio/Portefólio (facultativo).<br />

• Autoavaliação e coavaliação para regulação das aprendizagens.<br />

B. Em interação: <strong>situações</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

• Documentário Home – O mundo é a nossa casa.<br />

• Audição <strong>de</strong> poemas.<br />

• Leitura literária: Poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />

• Exposição oral.<br />

• Debate.<br />

• Texto expressivo e criativo.<br />

• Resumo e síntese <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo.<br />

• Texto argumentativo e expositivo-argumentativo.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 1<br />

• Visionamento <strong>de</strong> documentário; tomada <strong>de</strong> notas.<br />

• Teste <strong>de</strong> compreensão oral (manual).<br />

• Deteção da estrutura do documentário.<br />

• Debate sobre as i<strong>de</strong>ias expressas no documentário.<br />

• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização, revisão):<br />

– Produção <strong>de</strong> texto expositivo-argumentativo a partir das i<strong>de</strong>ias expressas no documentário: construção do universo<br />

<strong>de</strong> referência/tópico; <strong>de</strong>terminação da situação e objetivos <strong>de</strong> comunicação; construção <strong>de</strong> um plano -<br />

-guia; <strong>de</strong>teção <strong>de</strong> ina<strong>de</strong>quações e <strong>de</strong> insuficiências e <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> aperfeiçoamento.<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação do teste <strong>de</strong> compreensão oral.<br />

• Avaliação da participação no <strong>de</strong>bate.<br />

133


134<br />

• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />

• Avaliação do texto expositivo-argumentativo.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 2<br />

• Constituição <strong>de</strong> antologia <strong>de</strong> poemas <strong>de</strong> e sobre Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />

• Audição <strong>de</strong> poemas (manual).<br />

• Constituição <strong>de</strong> grupos para trabalho sobre a poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>:<br />

– Leitura analítica <strong>de</strong> um poema.<br />

– Produção <strong>de</strong> um PowerPoint com dados sobre a análise efetuada para ser apresentado à turma.<br />

– Seleção do verso preferido <strong>de</strong> cada elemento do grupo.<br />

– Apresentação, por cada elemento do grupo, das razões da sua escolha.<br />

– Mobilização criativa dos versos <strong>de</strong> Cesário – «O poema da turma, à maneira <strong>de</strong> Cesário...».<br />

• Elaboração <strong>de</strong> um texto expressivo e criativo individual a partir do verso selecionado.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Avaliação da leitura analítica.<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />

• Avaliação <strong>de</strong> texto expressivo e criativo.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 3<br />

• Leitura <strong>de</strong> imagem, em trabalho <strong>de</strong> grupo (manual), e associação com a poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>:<br />

– Leitura das imagens apresentadas, convocando o estudo da poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />

– Integração das imagens em três grupos, dando-lhes um título, <strong>de</strong> acordo com as temáticas estudadas.<br />

– Associação <strong>de</strong> cada conjunto <strong>de</strong> imagens a um poema, justificando a escolha.<br />

• Apresentação oral e registo <strong>de</strong> conclusões.<br />

• Pesquisa sobre o impressionismo: características, autores mais representativos...<br />

• Recolha e seleção <strong>de</strong> imagens representativas do impressionismo.<br />

• Seleção <strong>de</strong> excertos <strong>de</strong> poemas representativos da linguagem impressionista.<br />

• Construção <strong>de</strong> PowerPoint que evi<strong>de</strong>ncie as aprendizagens realizadas sobre o impressionismo para ser apresentado<br />

à turma.<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação da interação verbal e da apresentação oral.<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em grupo.<br />

• Avaliação da correção e da pertinência das informações contidas no PowerPoint.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 4<br />

• Exposição oral sobre o tema futuro das cida<strong>de</strong>s (manual), relembrando o processo <strong>de</strong> operacionalização das suas<br />

diversas fases: enunciar uma tese, <strong>de</strong>monstrando-a com argumentos, confirmando-a com exemplos e apresentando<br />

uma conclusão.<br />

• Oficina <strong>de</strong> escrita (planificação, textualização e revisão):


– Elaboração <strong>de</strong> um texto expositivo-argumentativo individual, expondo, argumentando e concluindo o ponto <strong>de</strong><br />

vista do aluno sobre o que po<strong>de</strong>rá/<strong>de</strong>verá ser o futuro das cida<strong>de</strong>s.<br />

Avaliação:<br />

• Avaliação da exposição oral.<br />

• Participação ativa no trabalho da oficina <strong>de</strong> escrita.<br />

• Elaboração individual <strong>de</strong> um texto expositivo-argumentativo.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

Situação <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> n. o 5<br />

• Trabalho em pares: Resumo e síntese (semelhanças e diferenças no manual) <strong>de</strong> um mesmo texto, cujo tema esteja<br />

relacionado com a poesia <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />

Avaliação:<br />

• Auto e coavaliação do trabalho em pares.<br />

• Avaliação do resumo e da síntese.<br />

• Balanço individual do trabalho <strong>de</strong>senvolvido e das aprendizagens realizadas.<br />

135


136<br />

C. Recursos <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>situações</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

Home – O mundo é a nossa casa (introdução):<br />

O documentário começa com «Ouça-me, por favor» numa personificação evi<strong>de</strong>nte do<br />

próprio planeta como se este, agonizante, clamasse por ajuda. As imagens aéreas em mais<br />

<strong>de</strong> cinquenta países traçam o percurso da humanida<strong>de</strong>, coadjuvadas por uma narração em<br />

voz off e uma banda sonora que salienta a urgência do agir em <strong>de</strong>fesa do planeta. O mundo<br />

é a nossa casa, mas está tão fragilizado que, sem uma ação rápida e eficaz, corre o risco <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>saparecer. Semelhante ao teor <strong>de</strong> Uma verda<strong>de</strong> inconveniente, Home vai mais longe na<br />

sua abrangência. As imagens selecionadas são <strong>de</strong> uma beleza comovedora, mesmo na sua<br />

tragicida<strong>de</strong>. A palavra, muitas vezes poética, impele-nos à reflexão, questionando as nossas<br />

ações coletivas e individuais, pois, tal como se diz no filme, «é tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais para ser pessimista».<br />

Leitura <strong>de</strong> imagem móvel<br />

1. Acabaste <strong>de</strong> ler/ver Home. Assinala o que te parecer mais apropriado.<br />

Suporte<br />

Televisão<br />

Ví<strong>de</strong>o<br />

Proximida<strong>de</strong>/distância da câmara<br />

Plano <strong>de</strong> conjunto<br />

Plano semiconjunto<br />

Plano médio<br />

Informática (Internet/DVD)<br />

Cinema<br />

Plano americano<br />

Plano aproximado<br />

Gran<strong>de</strong> plano/Insert


Ângulo <strong>de</strong> visão<br />

Horizontal<br />

Cima para baixo<br />

Baixo para cima<br />

Movimentos da câmara<br />

Género<br />

Panorâmico<br />

Travelling<br />

Policial<br />

Documentário<br />

Comédia<br />

Drama psicológico<br />

Funções da imagem<br />

Referencial ou <strong>de</strong>scritiva<br />

Narrativa<br />

Argumentativa<br />

Estética<br />

Musical<br />

Ficção científica<br />

Suspense<br />

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138<br />

2. Exprime, agora, as tuas impressões sobre o documentário, tendo em conta os seguintes aspetos:<br />

Título<br />

Banda sonora<br />

Discurso<br />

Impacto das imagens<br />

Estratégias persuasivas<br />

Propostas <strong>de</strong> implicação do espetador/ouvinte.<br />

3. O documentário quer sublinhar um ponto <strong>de</strong> vista. Expõe o teu sobre o mesmo assunto.<br />

4. Refere-te a duas ou três medidas imprescindíveis para minorar os «males» da «nossa casa».<br />

Aluno: ___________________________________________________________________________________________________________________


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Olá! Bons dias! Em março<br />

Que mocetona e que jovem<br />

A terra! Que amor esparso<br />

Corre os trigos, que se movem<br />

Às vagas dum ver<strong>de</strong> garço!<br />

Como amanhece! Que meigas<br />

As horas antes <strong>de</strong> almoço!<br />

Fartam-se as vacas nas veigas<br />

E um pasto orvalhado e moço<br />

Produz as novas manteigas.<br />

Toda a paisagem se doura;<br />

Tímida ainda, que fresca!<br />

Bela mulher, sim senhora,<br />

Nesta manhã pitoresca,<br />

Primaveril, criadora!<br />

Bom Sol! As sebes <strong>de</strong> encosto<br />

Dão madressilvas cheirosas<br />

Que entontecem como um mosto.<br />

Floridas, às espinhosas<br />

Subiu-lhes o sangue ao rosto.<br />

Cresce o relevo dos montes,<br />

Como seios ofegantes;<br />

Murmuram como umas fontes<br />

Os rios que dias antes<br />

Bramiam galgando pontes.<br />

E os campos, milhas e milhas,<br />

Com povos <strong>de</strong> espaço a espaço.<br />

Fazem-se às mil maravilhas;<br />

Dir-se-ia o mar <strong>de</strong> sargaço<br />

Glauco, ondulante, com ilhas!<br />

Pois bem. O inverno <strong>de</strong>ixou-nos.<br />

É certo. E os grãos e as sementes<br />

Que ficam doutros outonos<br />

Acordam hoje frementes<br />

Depois duns poucos <strong>de</strong> sonos.<br />

Provincianas<br />

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50<br />

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65<br />

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Mas nem tudo são <strong>de</strong>scantes<br />

Por esses longos caminhos;<br />

Entre favais palpitantes<br />

Há solos bravos, maninhos,<br />

Que expulsam seus habitantes<br />

É nesta quadra <strong>de</strong> amores<br />

Que emigram os jornaleiros<br />

Ganhões e trabalhadores!<br />

Passam clãs forasteiros<br />

Nas terras <strong>de</strong> lavradores.<br />

Tal como existem mercados<br />

Ou feiras, semanalmente,<br />

Para comprarmos os gados,<br />

Assim há praças <strong>de</strong> gente<br />

Pelos domingos calados!<br />

Enquanto a ovelha arredonda,<br />

Vão tribos <strong>de</strong> sete filhos,<br />

Por várzeas que fazem onda,<br />

Para as <strong>de</strong>rregas dos milhos<br />

e molha<strong>de</strong>las da monda.<br />

De roda pulam borregos;<br />

Enchem então as cardosas<br />

As moças <strong>de</strong>sses labregos<br />

Com altas botas barrosas<br />

De se atirarem aos regos!<br />

Ei-las que vêm às manadas<br />

Com caras <strong>de</strong> sofrimento,<br />

Nas gran<strong>de</strong>s marchas forçadas!<br />

Vêm ao trabalho, ao sustento,<br />

Com fouces, sachos, enxadas!<br />

Ai o palheiro das servas<br />

Se o feitor lhe tira as chaves!<br />

Elas chegam às catervas,<br />

Quando acasalam as aves<br />

E se fecundam as ervas!...<br />

Cesário Ver<strong>de</strong>, O livro <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>,Assírio & Alvim, 2009, páginas 127-130<br />

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Texto para resumo e síntese<br />

Evocação <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong><br />

Na reedição da Poesia Completa <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>, livro que trago <strong>de</strong>baixo do braço <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> passar pela<br />

«Bertrand» da avenida <strong>de</strong> Roma (passe a publicida<strong>de</strong>), paro junto do pequeno jardim na rua Dona Estefânia que tem<br />

o seu nome, observo o busto <strong>de</strong> bronze que permanece aqui <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o centenário do nascimento, revejo Cesário na<br />

memória dos anos e dos tempos, e sei do prazer que tive na <strong>de</strong>scoberta dos seus poemas, sonhados para lá dos limites<br />

da vida prática que levou, e ainda o posso imaginar ao balcão da loja <strong>de</strong> ferragens <strong>de</strong> seu pai, na rua dos<br />

Fanqueiros, mesmo no centro da Baixa Pombalina e lisboeta. E não sei entabular outro diálogo a não ser pela leitura<br />

dos seus poemas ou no olhar atento do retrato <strong>de</strong> Columbano que por aí anda espalhado em vários livros ou <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>senho sério e grave <strong>de</strong> António Fernando. Porque a provada amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> Silva Pinto, seu irmão <strong>de</strong> jornada e <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stino, tudo pô<strong>de</strong> recuperar da poeira das revistas e dos jornais em que ficaram muitos dos seus poemas, e houve<br />

quem amasse tanto Cesário ao ponto <strong>de</strong> fixar o texto correto ou anotar muitas das suas cartas aos amigos. E por<br />

isso o Livro <strong>de</strong> Cesário se lê e relê no anseio <strong>de</strong> reinventar o tempo e po<strong>de</strong>r imaginá-lo perdido ou não nesta Lisboa,<br />

tantos anos passados, quando as pessoas já não andam ao ritmo do coupé ou do landau, mas ainda se vestem pelos<br />

sinais que foram do seu <strong>de</strong>slumbramento e cristalização: os anos passaram e mais atento parece ter ficado ao que<br />

corresse à sua volta – levou para a cova a sentida <strong>de</strong>silusão <strong>de</strong> não lhe ligarem muito, não serem lidos os seus versos<br />

e por isso sempre <strong>de</strong>sabafava nas cartas aos amigos, e numa <strong>de</strong>las dizia a Macedo Papança, que foi o con<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Monsaraz, em agosto <strong>de</strong> 1880, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter publicado esse belo poema «Sentimento dum oci<strong>de</strong>ntal» em homenagem<br />

a Camões: «Ah! Quanto eu ia indisposto contra tudo e contra todos! Uma poesia minha, recente, publicada<br />

numa folha bem impressa, limpa, comemorativa <strong>de</strong> Camões, não obteve um olhar, um sorriso, um <strong>de</strong>sdém, uma<br />

observação! Ninguém escreveu, ninguém falou, nem num noticiário, nem numa conversa comigo; ninguém disse<br />

bem, ninguém disse mal!»<br />

Fonte: Serafim Ferreira, in www.apagina.pt<br />

Impressionismo<br />

O impressionismo é um movimento artístico surgido em França, no século XIX, que criou uma nova visão concetual<br />

da natureza utilizando pinceladas soltas, enfatizando a luz e o movimento. Geralmente as telas eram pintadas<br />

ao ar livre para que o pintor pu<strong>de</strong>sse captar melhor as nuances da luz e da natureza.<br />

A arte alegre e vibrante dos impressionistas enche os olhos <strong>de</strong> cor e luz. A presença dos contrastes, da natureza,<br />

transparências luminosas, clarida<strong>de</strong> das cores, sugestão <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> vida harmoniosa transparecem nas<br />

imagens criadas pelos impressionistas.<br />

Os impressionistas retratam os reflexos e efeitos que a luz do Sol produz nas cores da natureza. A fonte das<br />

cores estava nos raios do Sol. Uma mudança no ângulo <strong>de</strong>stes raios implica uma alteração <strong>de</strong> cores e tons.<br />

É comum um mesmo motivo ser retratado diversas vezes no mesmo local, porém com as variações causadas pela<br />

mudanças das horas do dia e das estações ao longo do ano.<br />

O impressionismo mostra a graciosida<strong>de</strong> das pinceladas, a intensida<strong>de</strong> das cores e a sensibilida<strong>de</strong> do artista,<br />

que em conjunto emocionam quem contempla as suas obras.


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35<br />

Paula Rego<br />

Ela estava fatigada e feliz. A casa encheu-se <strong>de</strong> gente, e mais gente, e mais gente. Toda essa gente obe<strong>de</strong>cia aos<br />

quadros. Subjugada, olhava-os como se olham as imagens nas igrejas antigas. Corria um silêncio murmurado <strong>de</strong><br />

exclamações. Cá fora, no jardim, existia o movimento dos corpos e dos copos, que põem a vista num turbilhão <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> não sai mais. Havia a festa da festa: os braços dançavam em vez das pernas. Os gestos cruzavam-se e<br />

colidiam. A montanha-russa das vozes andava para cima e para baixo. As conversas caíam umas sobre as outras,<br />

acabavam antes do fim, começavam <strong>de</strong>pois do princípio. Tudo se cruzava e se cortava. Todos estavam alegres por<br />

estarem ali e todos estavam ali para estarem alegres. Todos cumprimentavam todos com o sorriso <strong>de</strong> todos.<br />

Nestas alturas, a malícia segue a alegria. Dizem-se palavras que a mostram, fazem-se sinais que a escon<strong>de</strong>m.<br />

A consciência da seleção torna quem foi selecionado ainda mais seletivo. Este darwinismo mundano tem as suas<br />

leis, e uma <strong>de</strong>las diz que aqui não ganha o mais inteligente, o mais forte, ou o mais sábio. Ganha o mais ágil, o mais<br />

surpreen<strong>de</strong>nte, o que melhor se sabe adaptar.<br />

Foi Proust quem empurrou os mundanos e a mundanida<strong>de</strong>, essa <strong>de</strong>socupação tão ocupada, para um vazio <strong>de</strong><br />

que teve longamente a experiência, o gosto e, finalmente, o remorso. A sua obra é escrita contra esse vazio, mas,<br />

sem a memória <strong>de</strong>le, não seria o que é. Proust dizia que o artista é o escravo <strong>de</strong> uma rainha chamada solidão.<br />

Ela sabe isso.<br />

O jardim estava cheio <strong>de</strong> gente que a ocultava. Mas, <strong>de</strong> repente, como num filme, surgia <strong>de</strong>la um gran<strong>de</strong> plano.<br />

Batia-nos no rosto, contente e cansada. Estava com os amigos, ou com os amigos dos amigos – e isso lhe bastava!<br />

Todos a queriam ver, todos lhe queriam falar, todos a queriam ouvir, todos a queriam tocar. Estava vestida como<br />

para uma peça <strong>de</strong> teatro em que fizesse <strong>de</strong> Paula Rego. A sua aura, o valor da obra, a ênfase da ocasião davam<br />

àquele dia o prestígio da História. Quem lá estava não queria esquecer que lá esteve. E queria levar consigo a frase<br />

ouvida, a mão agarrada, a face beijada, o quadro olhado. Queria levar isso na memória disso. Paula Rego estava ali e<br />

estava fora dali. Sabe aproximar-se com distância. E sabe distanciar-se com proximida<strong>de</strong>. Sabe falar com silêncios<br />

que a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m. Sabe rir com risos que a protegem. Sabe andar com passos que a recuam. Em todo aquele dia,<br />

naquela peça, fazia <strong>de</strong> Paula Rego – Branca <strong>de</strong> Neve na casa da floresta. E nós éramos os seus anões. Não sete,<br />

nem setenta, nem setecentos – mas sete mil!<br />

Eu estava lá, e ela chamou-me. Então, escolheu as palavras certas para não dizer o que se costuma dizer<br />

(«Obrigado por ter vindo», por exemplo).<br />

A Paula não diz lugares-comuns, mesmo quando os ouviu durante horas a fio. Ela é sempre ela, com o seu<br />

génio ágil e uma estratégia exata para que não a culpem <strong>de</strong> o ter. Quando saí, voltei a olhá-la. Estava ainda mais<br />

cansada e mais feliz, como que suspensa. Penso que, em momentos assim, olha e vê animais: «Este é um gato;<br />

aquela, um cão; aquele, um porco; aquela ali, um coelho... não, um rato.» No dia seguinte, falei-lhe pelo telefone:<br />

estava tão atordoada que ia fugir. Fugir para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si, fugir para a pintura, fugir para Londres. É lá que é a sua<br />

casa, o seu castelo, a sua prisão – nesse ateliê que parece os bastidores <strong>de</strong> um teatro, cheio <strong>de</strong> bonecos sob a luz.<br />

A Casa das Histórias, em Cascais, também lhe pertence, porque é verda<strong>de</strong>ira e imaginativa como ela. Vi aquela<br />

arquitetura que tem o rigor na imaginação e às vezes mesmo no <strong>de</strong>sespero. As cores exteriores, o ver<strong>de</strong> do jardim e<br />

o almagre das pare<strong>de</strong>s encontram-se e festejam-se. A casa está cheia <strong>de</strong> génios bons e maus. Cheia <strong>de</strong> histórias.<br />

Isto é, <strong>de</strong> segredos, <strong>de</strong> suspeitas, <strong>de</strong> ameaças, <strong>de</strong> cruelda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> crimes, <strong>de</strong> castigos. E <strong>de</strong> memórias, <strong>de</strong> enigmas,<br />

<strong>de</strong> adivinhas, <strong>de</strong> narrativas, <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong>s. Tudo o que lá está mostra que os gran<strong>de</strong>s artistas são capazes <strong>de</strong><br />

alcançar o mundo. De o dominar. De o <strong>de</strong>struir. De o substituir.<br />

José Manuel dos Santos, in Expresso, 3 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009<br />

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10<br />

Leitura interativa<br />

José Manuel dos Santos escreveu este texto a propósito da inauguração da Casa das Histórias, museu da pintura<br />

<strong>de</strong> Paula Rego, a mais conceituada e internacional pintora portuguesa.<br />

1. Analisa cuidadosamente o comportamento dos convidados tendo em atenção a ironia do autor do texto. Não te<br />

esqueças <strong>de</strong> ilustrar as tuas afirmações com exemplos textuais.<br />

2. Explica o que pensa o autor da «mundanida<strong>de</strong>».<br />

3. «Penso que, em momentos assim, olha e vê animais.» Exprime a tua opinião sobre o que Paula Rego veria nas<br />

pessoas ao pensar:<br />

a) «Este é um gato.» c) «Aquele, um porco.»<br />

b) «Aquela, um cão.» d) «Aquela ali, um coelho... não, um rato.»<br />

4. Interpreta a seguinte afirmação: «Tudo o que lá está mostra que os gran<strong>de</strong>s artistas são capazes <strong>de</strong> alcançar o<br />

mundo. De o dominar. De o <strong>de</strong>struir. De o substituir.»<br />

5. Refere o que significa para ti a arte.<br />

6. Traça o perfil <strong>de</strong> Paula Rego <strong>de</strong> acordo com a visão <strong>de</strong> José Manuel dos Santos.<br />

7. Esta crónica revela características literárias. Aponta três aspetos da escrita <strong>de</strong> José Manuel dos Santos que<br />

confirmem esta opinião.<br />

8. A literatura/pintura revela sempre, <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong> outra, uma observação do mundo. Paula Rego/ Cesário<br />

Ver<strong>de</strong>. Dois artistas, dois olhares.<br />

8.1 Num texto organizado e estruturado, apresenta a tua reflexão sobre a realida<strong>de</strong> filtrada/subjetivada pelo<br />

olhar <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les.<br />

A cida<strong>de</strong> feliz<br />

A minha utopia urbana é a cida<strong>de</strong> do encontro. Não necessariamente constante mas sempre possível. Pois a<br />

solidão imposta é das mais duras formas <strong>de</strong> pobreza. E é gran<strong>de</strong> a solidão no Portugal cheio <strong>de</strong> urbanização e com<br />

pouca cida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>ixou irem-se fragmentando os espaços e as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>, dos afetos e das amiza<strong>de</strong>s.<br />

Sim, os idosos – mas muitos mais.<br />

Somos, recorrentemente, referidos nos estudos da felicida<strong>de</strong> como uma socieda<strong>de</strong> pouco feliz. A solidão é uma<br />

tragédia. E, para muitos, uma tragédia banalizada em paisagens <strong>de</strong> asfaltos, <strong>de</strong> consumos, <strong>de</strong> televisões e <strong>de</strong> futebóis<br />

sempre iguais.<br />

A solidão <strong>de</strong>ve ser uma escolha e não uma imposição, a nossa liberda<strong>de</strong>, a nossa intimida<strong>de</strong> necessitam do<br />

encontro com o outro para crescer e ser mais humanas. E combater a solidão no Portugal urbanizado <strong>de</strong>veria ser<br />

das nossas maiores priorida<strong>de</strong>s. (…)<br />

João Seixas, in Público, 13 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011<br />

9. Num texto bem estruturado, <strong>de</strong> cento e cinquenta a duzentas e cinquenta palavras, apresenta uma reflexão<br />

sobre a temática da cida<strong>de</strong>, partindo da perspetiva exposta no excerto transcrito e da leitura dos textos <strong>de</strong><br />

Cesário Ver<strong>de</strong>. Fundamenta o teu ponto <strong>de</strong> vista, recorrendo a argumentos e exemplos significativos.


D. Recursos <strong>de</strong> apoio à avaliação das <strong>situações</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong><br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral<br />

Ouve, atentamente, o poema «Deslumbramentos», <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>. Seleciona a opção que consi<strong>de</strong>rares correta.<br />

1. O sujeito poético...<br />

a) sente-se seguro quando observa «Milady». c) expressa que o<strong>de</strong>ia contemplar «Milady».<br />

b) refere que é perigoso contemplar «Milady». d) sente que abomina contemplar «Milady».<br />

2. A mulher referida pelo «eu» poético integra-se...<br />

a) no povo. c) na aristocracia.<br />

b) no clero. d) na plebe.<br />

3. Po<strong>de</strong>mos inferir que esta mulher é...<br />

a) gentil e afetuosa. c) artificial e carinhosa.<br />

b) sofisticada e gélida. d) nobre e terna.<br />

4. O sujeito poético sente-se atraído pela mulher como se esta fosse um...<br />

a) diamante. c) tesouro.<br />

b) palácio. d) brilhante.<br />

5. O poeta refere que encontrou aquela mulher...<br />

a) no dia anterior. c) havia muito tempo.<br />

b) em Inglaterra. d) na Áustria.<br />

6. O olhar <strong>de</strong> «Milady» é...<br />

a) carinhoso e amável. c) indiferente e arrogante.<br />

b) distante e gélido. d) agressivo e confortador.<br />

7. A altivez da figura feminina é comparada...<br />

a) ao orgulho <strong>de</strong> Ana <strong>de</strong> Áustria. c) à simpatia <strong>de</strong> Ana <strong>de</strong> Áustria.<br />

b) à sensatez <strong>de</strong> Ana <strong>de</strong> Áustria. d) à agressivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ana <strong>de</strong> Áustria.<br />

8. O sujeito poético adverte a mulher, para que...<br />

a) esta não se isole. c) esta tenha cuidado.<br />

b) esta prossiga outro caminho. d) esta não circule <strong>de</strong> noite.<br />

9. A metáfora «flor <strong>de</strong> luxo» sugere...<br />

a) a classe aristocrata. c) o aroma da mulher.<br />

b) a beleza feminina. d) o amor avassalador.<br />

10. Para concluir o poema, o sujeito poético...<br />

a) passa do plano coletivo para o individual. c) faz uma alusão ao ambiente campestre.<br />

b) passa do plano individual para o coletivo. d) sente-se um farrapo humilhado.<br />

143


144<br />

Avaliação das competências <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong> expressão oral<br />

Apresentação do livro do Contrato <strong>de</strong> Leitura<br />

Parâmetros<br />

a) Comprova a leitura do livro, apresentando referências pertinentes.<br />

b) Produz um discurso coerente, recorrendo a informações relevantes.<br />

d) Expõe com clareza, utilizando um tom <strong>de</strong> voz audível.<br />

d) Mobiliza um vocabulário a<strong>de</strong>quado, pertinente e variado.<br />

e) Exprime-se com fluência e expressivida<strong>de</strong>, motivando os colegas para a leitura.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total


Avaliação da competência <strong>de</strong> expressão escrita<br />

Texto expressivo e criativo<br />

Parâmetros<br />

a) Apresenta uma estrutura a<strong>de</strong>quada à tipologia textual escolhida.<br />

b) Desenvolve um tema, mobilizando recursos expressivos pertinentes e referências culturais.<br />

c) Utiliza um tom a<strong>de</strong>quado ao tema.<br />

d) Revela criativida<strong>de</strong> na forma que escolheu.<br />

e) Redige com correção linguística e legibilida<strong>de</strong> gráfica.<br />

Alunos a) 40 b) 40 c) 40 d) 40 e) 40 Total<br />

145


146<br />

TESTE DE AVALIAÇÃO N. o 5<br />

GRUPO I<br />

A<br />

Lê atentamente o texto a seguir transcrito. Em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>, consulta o vocabulário que se apresenta<br />

nas notas <strong>de</strong> rodapé.<br />

Em Petiz<br />

I<br />

De tar<strong>de</strong><br />

Mais morta do que viva, a minha companheira<br />

Nem força teve em si para soltar um grito;<br />

E eu, nesse tempo, um <strong>de</strong>stro e bravo rapazito,<br />

Como um homenzarrão servi-lhe <strong>de</strong> barreira!<br />

Em meio <strong>de</strong> arvoredo, azenhas 1 e ruínas,<br />

Pulavam para a fonte as bezerrinhas brancas;<br />

E, tetas a abanar, as mães, <strong>de</strong> largas ancas,<br />

Desciam mais atrás, malhadas e turinas 2 .<br />

Do seio do lugar – casitas com postigos –<br />

Vem-nos o leite. Mas batizam-no primeiro.<br />

Leva-o, <strong>de</strong> madrugada, em bilhas, o leiteiro,<br />

Cujo pregão vos tira ao vosso sono, amigos!<br />

Nós dávamos, os dois, um giro pelo vale:<br />

Várzeas, povoações, pegos, silêncios vastos!<br />

E os fartos animais, ao recolher dos pastos,<br />

Roçavam pelo teu «costume <strong>de</strong> percale 3 ».<br />

Já não receias tu essa vaquita preta,<br />

Que eu seguirei, prendi por um chavelho? Juro<br />

Que estavas a tremer, cosida com o muro,<br />

Ombros em pé, medrosa, e fina, <strong>de</strong> luneta!<br />

Cesário Ver<strong>de</strong>, O livro <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>,<br />

Assírio & Alvim, 2009, páginas 90-91<br />

Apresenta, <strong>de</strong> forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.<br />

1. Sintetiza o episódio apresentado pelo sujeito poético neste poema.<br />

2. Explicita o efeito expressivo das sensações presentes na composição poética, transcrevendo um exemplo <strong>de</strong><br />

cada uma <strong>de</strong>las.<br />

1 Azenhas – moinhos movidos a água.<br />

2 Turinas – raça <strong>de</strong> gado bovino.<br />

3 Percale – ou percal é um tecido <strong>de</strong> algodão, fino e liso.<br />

5<br />

10<br />

15<br />

20


5<br />

10<br />

15<br />

3. Caracteriza, a partir do poema, a figura feminina.<br />

4. Explica a presença dos dois momentos temporais a que o sujeito poético se reporta.<br />

B<br />

A participação ativa na vida rural levou (...) Cesário a reformular o básico contraste entre campo e cida<strong>de</strong>, alargando-o<br />

para abranger as realida<strong>de</strong>s da experiência rural em contraste com a abstração metafórica do campo<br />

bucólico.<br />

Hél<strong>de</strong>r Macedo (1986), Nós, uma leitura <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>,<br />

Lisboa, Publicações Dom Quixote, páginas 45-46<br />

Fazendo apelo à tua experiência <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> O livro <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>, comenta o excerto acima transcrito,<br />

num texto <strong>de</strong> oitenta a cento e trinta palavras.<br />

Observações relativas ao item B<br />

1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />

2. Um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do texto produzido.<br />

Lê antentamente o seguinte texto.<br />

GRUPO II<br />

Fortifique o cérebro!<br />

A plasticida<strong>de</strong> do cérebro continua a surpreen<strong>de</strong>r-nos, muito embora Santiago Ramón y Cajal, consi<strong>de</strong>rado<br />

o pai da neurologia mo<strong>de</strong>rna, já o tivesse afirmado há um século: os neurónios po<strong>de</strong>m trocar <strong>de</strong> ligações entre si,<br />

pelo que convém exercitá-los. Se moldamos com a experiência o órgão pensante, até que ponto será possível<br />

melhorá-lo? Po<strong>de</strong>mos fazer algo para evitar que as doenças <strong>de</strong> Parkinson ou <strong>de</strong> Alzheimer nos esvaziem a mente<br />

quando formos idosos ou, pelo menos, para retardar o seu aparecimento? Uma montanha <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e soluções<br />

ro<strong>de</strong>ia a tão propagan<strong>de</strong>ada ginástica cerebral. Sim, ninguém tem dúvidas sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exercitar a<br />

massa cinzenta. O problema é saber como.<br />

A revista Nature fez eco <strong>de</strong> um estudo que <strong>de</strong>monstrava a ineficácia dos vi<strong>de</strong>ojogos cujos anúncios mostravam<br />

adultos muito felizes quando conseguem «distinguir maçãs <strong>de</strong> peras» num ecrã. A fim <strong>de</strong> comprová-lo, 11.430<br />

voluntários entre os 18 e os 60 anos tiveram <strong>de</strong> se entreter com um dos referidos programas; embora a pontuação<br />

que obtinham fosse cada vez melhor (como seria <strong>de</strong> esperar quando se apanha o jeito <strong>de</strong> matar marcianos),<br />

os resultados não se refletiam nos testes que avaliavam <strong>de</strong> modo científico a memória, o raciocínio e a <strong>aprendizagem</strong>.<br />

«Não houve absolutamente nenhum efeito <strong>de</strong> transferência», esclareceu um dos autores da investigação, o<br />

neurocientista Adrian Owen, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cambridge (Inglaterra).<br />

Será que isso significa que a ginástica mental é inútil? De modo algum: Cajal tinha razão. O cérebro opera em<br />

função das ligações que estabelece entre os neurónios. É aquilo que nos faz ser como somos. Nesse caso, o que<br />

147


148<br />

20<br />

25<br />

falha? A carga intelectual <strong>de</strong> um vi<strong>de</strong>ojogo, ou <strong>de</strong> um documentário, é bastante menor do que a proporcionada<br />

por um livro. Foram feitas experiências para observar o que acontece quando se lê: o cérebro recria paisagens e<br />

emoções, e são ativadas áreas cerebrais relacionadas com a informação que se está a obter. Em contrapartida,<br />

quando vemos algo num ecrã, a única coisa que se «acen<strong>de</strong>» é a zona visual. (...)<br />

Primeira lição: quer manter o cérebro em forma? Pois arranje um bom livro e mergulhe nas suas páginas;<br />

ou então uma revista com histórias surpreen<strong>de</strong>ntes que estimulem a sua curiosida<strong>de</strong> e imaginação (...). Po<strong>de</strong> também<br />

<strong>de</strong>ixar momentaneamente <strong>de</strong> lado a máquina <strong>de</strong> calcular e fazer algumas contas; ou tentar apren<strong>de</strong>r outra<br />

língua, ou tocar um instrumento musical. O cérebro agra<strong>de</strong>ce os <strong>de</strong>safios e, numa época ultratecnológica, o leitor<br />

não tem necessariamente <strong>de</strong> envergar um traje virtual e ser protagonista <strong>de</strong> Tron para pô-lo à prova.<br />

Além disso, não se instale no sofá. Correr um pouco não mata. Passeie ou frequente aulas <strong>de</strong> dança. Compre<br />

uma bola <strong>de</strong> fitness e faça ginástica. As experiências efetuadas com pacientes e, sobretudo, em animais submetidos<br />

a exercício físico mo<strong>de</strong>rado mostram claramente um aumento do respetivo rendimento cerebral. O exercício<br />

muda a face dos nossos neurónios: os vínculos aumentam e tornam-se mais ricos.<br />

Luís Miguel Ariza, in Super Interessante, n. o 156, abril <strong>de</strong> 2011, página 26<br />

1. Seleciona, em cada um dos itens <strong>de</strong> 1 a 7, a única opção que permite obter uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao<br />

sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, o número do item e a letra que i<strong>de</strong>ntifica a opção correta.<br />

1. O estudo <strong>de</strong> problemas neurológicos teve início...<br />

a) recentemente.<br />

b) há um século.<br />

c) há meio século.<br />

d) na antiguida<strong>de</strong>.<br />

2. Para exercitar os neurónios, é aconselhável...<br />

a) a prática <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ojogos.<br />

b) o visionamento <strong>de</strong> documentários.<br />

c) a leitura <strong>de</strong> um livro.<br />

d) a ausência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>.<br />

3. No estudo sobre o impacto dos vi<strong>de</strong>ojogos na <strong>aprendizagem</strong> foi divulgado...<br />

a) na revista Nature.<br />

b) por Santiago Ramón y Cajal.<br />

c) pela revista Super Interessante .<br />

d) pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cambridge.<br />

4. Quando lemos, …<br />

a) o cérebro reduz a criação <strong>de</strong> imagens.<br />

b) é cancelada a ativida<strong>de</strong> cerebral.<br />

c) os neurónios ficam inertes.<br />

d) são estimuladas as áreas cerebrais.<br />

5. No início do texto (linhas 1 a 3), o autor recorre a um...<br />

a) argumento por analogia.<br />

b) argumento <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>.<br />

c) argumento <strong>de</strong>dutivo.<br />

d) argumento sobre causas.


6. O segmento textual «consi<strong>de</strong>rado o pai da neurologia mo<strong>de</strong>rna» (linha 2) tem...<br />

a) valor restritivo.<br />

b) valor causal.<br />

c) valor consecutivo.<br />

d) valor explicativo.<br />

7. A palavra «Sim» (linha 6) é...<br />

a) um advérbio <strong>de</strong> inclusão.<br />

b) um advérbio <strong>de</strong> frase.<br />

c) um advérbio <strong>de</strong> afirmação.<br />

d) um advérbio conetivo.<br />

2. Faz correspon<strong>de</strong>r a cada segmento textual da coluna A um único segmento textual da coluna B, <strong>de</strong> modo<br />

a obteres uma afirmação a<strong>de</strong>quada ao sentido do texto. Escreve, na folha <strong>de</strong> respostas, as letras e os<br />

números correspon<strong>de</strong>ntes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.<br />

Coluna A Coluna B<br />

1. Com o constituinte «-los» (linha 3)<br />

2. Ao usar a palavra «cujos» (linha 8),<br />

3. Com as conjunções «ou» (linha 22)<br />

4. Ao usar o segmento «para pô-lo à prova» (linha 25),<br />

5. Ao usar os verbos «passear» e «frequentar» (linha 26)<br />

GRUPO III<br />

a) o enunciador apresenta alternativas.<br />

b) o enunciador retoma o referente «a plasticida<strong>de</strong> do<br />

cérebro».<br />

c) o enunciador introduz um nexo <strong>de</strong> fim.<br />

d) o enunciador introduz uma oração subordinada adverbial<br />

concessiva.<br />

e) o enunciador exorta à realização <strong>de</strong> ações.<br />

f) o enunciador introduz uma oração relativa.<br />

g) o enunciador traduz um nexo <strong>de</strong> causa.<br />

h) o enunciador retoma o referente «os neurónios».<br />

Escreve um texto, <strong>de</strong>vidamente estruturado, <strong>de</strong> duzentas a trezentas palavras, no qual apresentes uma<br />

apreciação crítica sobre um dos livros que leste no âmbito do Contrato <strong>de</strong> Leitura. Refere o(s) elemento(s)<br />

paratextuais que, <strong>de</strong> algum modo, contribuíram para a tua opção <strong>de</strong> leitura.<br />

Observações:<br />

1. Para efeitos <strong>de</strong> contagem, consi<strong>de</strong>ra-se uma palavra qualquer sequência <strong>de</strong>limitada por espaços em branco, mesmo quando<br />

esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos algarismos que o constituam (ex.: /2011/).<br />

2. Relativamente ao <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados – um mínimo <strong>de</strong> duzentas e um máximo <strong>de</strong> trezentas palavras –,<br />

há que aten<strong>de</strong>r ao seguinte:<br />

– A um texto com extensão inferior a oitenta palavras é atribuída a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />

– Nos outros casos, um <strong>de</strong>svio dos limites <strong>de</strong> extensão indicados implica uma <strong>de</strong>svalorização parcial (até cinco pontos) do<br />

texto produzido.<br />

FIM<br />

149


150<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

GRUPO I<br />

A<br />

1. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................... 20 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 4 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Sintetiza, com pertinência e com rigor, o episódio apresentado<br />

pelo sujeito poético no poema.<br />

Sintetiza, com pertinência, o episódio apresentado pelo sujeito<br />

poético no poema.<br />

Sintetiza, com esporádicas imprecisões, o episódio apresentado<br />

pelo sujeito poético no poema.<br />

Sintetiza, com acentuadas imprecisões, o episódio apresentado<br />

pelo sujeito poético no poema<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Durante um passeio pelo campo, o sujeito poético e a sua companheira foram surpreendidos por uma «vaquita<br />

preta», que se aproximou e assustou a rapariga. Porém, o jovem rapaz, assumindo a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um «homenzarrão»,<br />

agarrou o animal, para proteger a companheira. O poema apresenta-nos um cenário rural, fazendo alusão<br />

ao momento em que o gado recolhe aos estábulos, evi<strong>de</strong>nciado, também, a ativida<strong>de</strong> dos leiteiros que ven<strong>de</strong>m o<br />

leite, nas povoações, pela manhã.<br />

• …<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3


2. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 20 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 8 pontos<br />

– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 4 pontos<br />

– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 4 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Explicita, com rigor e pertinência, o efeito expressivo das sensações<br />

presentes na composição poética, transcrevendo um exemplo<br />

<strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las.<br />

Explicita, com pertinência, o efeito expressivo das sensações presentes<br />

na composição poética, transcrevendo um exemplo <strong>de</strong><br />

cada uma <strong>de</strong>las.<br />

Explicita, com algumas imprecisões, o efeito expressivo das sensações<br />

presentes na composição poética, mas não transcreve um<br />

exemplo <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las.<br />

Ou<br />

Transcreve um exemplo <strong>de</strong> cada uma das sensações presentes no<br />

poema, mas não explicita o respetivo efeito expressivo.<br />

Explicita, com acentuadas imprecisões, o efeito expressivo das<br />

sensações presentes na composição poética, mas não transcreve<br />

um exemplo <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las.<br />

Ou<br />

Transcreve alguns exemplos <strong>de</strong> sensações presentes no poema,<br />

mas não explicita o respetivo efeito expressivo.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• As expressões que remetem para as sensações contribuem para que o leitor participe no «quadro» impressionista,<br />

percecionando o espaço rural apresentado.<br />

• Veem-se as «bezerrinhas brancas» e as «malhadas turinas», «Em meio <strong>de</strong> arvoredo, azenhas e ruínas»; ao longe,<br />

avistam-se «várzeas, povoações, pegos» (sensações visuais).<br />

• Ouvem-se «silêncios vastos», naquele cenário rural, mas, <strong>de</strong> manhã, o pregão do leiteiro entrará no ambiente<br />

urbano (sensações auditivas: «o leiteiro / cujo pregão vos tira ao vosso sono, amigos!»).<br />

• A figura feminina assusta-se aquando da aproximação <strong>de</strong> um animal (sensação tátil: «E os fartos animais,<br />

ao recolher dos pastos, / Roçavam pelo teu “costume <strong>de</strong> percale”»).<br />

• …<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3<br />

151


152<br />

3. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />

– Estruturação do discurso ................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />

– Correção linguística ............................................................................................................................................................................................................................... 3 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

Descritores Pontuação<br />

4 Caracteriza, com rigor e pertinência, a figura feminina. 12<br />

3 Caracteriza, com pertinência, a figura feminina. 9<br />

2 Caracteriza, com alguma imprecisão, a figura feminina. 6<br />

1 Caracteriza, com acentuadas imprecisões, a figura feminina. 3<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• A figura feminina pertenceria, provavelmente, à burguesia ou à aristocracia, não estando familiarizada com o<br />

ambiente rural, o que se reflete no seu comportamento aquando da aproximação <strong>de</strong> uma «vaquita preta»: «estavas<br />

a tremer, cosida com o muro, / Ombros em pé, medrosa, e fina, <strong>de</strong> luneta!».<br />

• O facto <strong>de</strong> a rapariga vestir um «costume <strong>de</strong> percale» e usar «luneta» permite traçar o retrato <strong>de</strong> uma figura feminina<br />

urbana.<br />

• Ao longo da composição poética, é reiterado o seu receio dos animais («Nem força teve em si para soltar um<br />

grito»).<br />

• …


4. ................................................................................................................................................................................................................................................................<br />

............................. 15 pontos<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 9 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 6 pontos<br />

– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 3 pontos<br />

– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 3 pontos<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Explica, com rigor e pertinência, a presença dos dois momentos<br />

temporais a que o sujeito poético se reporta.<br />

Explica, com pertinência, a presença dos dois momentos temporais<br />

a que o sujeito poético se reporta.<br />

Explica, com algumas imprecisões, a presença dos dois momentos<br />

temporais a que o sujeito poético se reporta.<br />

Explica, com acentuadas imprecisões, a presença dos dois<br />

momentos temporais a que o sujeito poético se reporta.<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Construção do poema em dois tempos: o da escrita e o da história.<br />

• O poeta evoca um episódio passado, fazendo o seu autorretrato, com alguma ironia: perante uma situação <strong>de</strong><br />

perigo imaginário, sentiu-se um «<strong>de</strong>stro e bravo rapazito», que protegeu a sua assustada companheira.<br />

• No presente, o sujeito poético, através da memória, evoca o passado, e pergunta se a figura feminina ainda receia<br />

aquela «vaquita preta», sugerindo a contextualização do episódio na infância <strong>de</strong> ambos.<br />

• …<br />

9<br />

7<br />

5<br />

3<br />

153


154<br />

Critérios específicos <strong>de</strong> classificação<br />

B<br />

• Aspetos <strong>de</strong> conteúdo (C) ......................................................................................................................................................................................................................... 18 pontos<br />

• Aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (F) ................................................................................................................................................... 12 pontos<br />

– Estruturação do discurso .................................................................................................................................................................................................................. 7 pontos<br />

– Correção linguística ................................................................................................................................................................................................................................ 5 pontos<br />

Níveis <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

Descritores Pontuação<br />

Comenta, com rigor e pertinência, o excerto transcrito, revelando um muito bom<br />

conhecimento da obra <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />

Comenta, com rigor e pertinência, o excerto transcrito, fazendo referências que<br />

revelam um bom conhecimento da obra <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />

Comenta, com alguma pertinência e menor rigor, o excerto transcrito, fazendo<br />

referências que revelam um conhecimento suficiente da obra <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />

Comenta, com ligeiras ou esporádicas imprecisões, o excerto transcrito, fazendo<br />

referências que refletem um conhecimento suficiente da obra <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />

Comenta, com acentuadas imprecisões, o excerto transcrito, fazendo referências<br />

que refletem um conhecimento insuficiente da obra <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />

Tece comentários gerais sobre Cesário Ver<strong>de</strong>, pouco relevantes para a temática<br />

proposta, que refletem um conhecimento incipiente da poética do autor.<br />

Cenário <strong>de</strong> resposta<br />

A resposta <strong>de</strong>ve contemplar os dois primeiros aspetos que a seguir se enunciam, e/ou outros consi<strong>de</strong>rados relevantes:<br />

• Cesário apresenta o contraste entre a socieda<strong>de</strong> industrial e a socieda<strong>de</strong> agrária e, consequentemente, a dicotomia<br />

cida<strong>de</strong>/campo.<br />

• A sua integração e a sua experiência rural levam a que o poeta se i<strong>de</strong>ntifique com o povo comum e se sinta fortalecido<br />

em contacto com a natureza.<br />

• O campo não é apresentado apenas como um espaço idílico e bucólico, mas, essencialmente, como uma realida<strong>de</strong><br />

concreta, associada ao trabalho duro dos trabalhadores rurais.<br />

• No poema «Nós», por exemplo, a cida<strong>de</strong> surge conotada com a repressão, confinamento, doença e morte e o<br />

campo é exaltado como símbolo <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, saú<strong>de</strong> e vida.<br />

• Em «Provincianas», o trabalho rural é apresentado em primeiro plano, salientando-se a ru<strong>de</strong>za da ativida<strong>de</strong> das<br />

personagens e algumas injustiças e conflitos sociais.<br />

• …<br />

18<br />

15<br />

12<br />

9<br />

6<br />

3


Chaves <strong>de</strong> correção:<br />

1.<br />

1. b); 2. c); 3. a); 4. d); 5. b); 6. d); 7. c).<br />

Níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

GRUPO II<br />

Descritores do nível<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

Pontuação<br />

3 Estabelece quatro ou cinco correspondências corretas. 15<br />

2 Estabelece duas ou três correspondências corretas. 9<br />

1 Estabelece uma correspondência correta. 3<br />

Critérios gerais <strong>de</strong> classificação dos testes<br />

GRUPO III<br />

1. Fatores <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização no domínio da correção linguística:<br />

• Por cada erro <strong>de</strong> sintaxe ou <strong>de</strong> improprieda<strong>de</strong> lexical, são <strong>de</strong>scontados dois (2) pontos.<br />

• Por cada erro inequívoco <strong>de</strong> pontuação ou por cada erro <strong>de</strong> ortografia (incluindo erro <strong>de</strong> acentuação, erro por<br />

ausência <strong>de</strong> letra maiúscula quando obrigatória e erro <strong>de</strong> translineação), é <strong>de</strong>scontado um (1) ponto.<br />

• Por cada erro <strong>de</strong> ortografia repetido (incluindo acentuação, usos convencionais <strong>de</strong> letra maiúscula e erro <strong>de</strong><br />

translineação), apenas é <strong>de</strong>scontada uma ocorrência.<br />

• Por cada erro por incumprimento das regras <strong>de</strong> citação <strong>de</strong> texto (ausência ou uso in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> aspas, ausência<br />

<strong>de</strong> indicador(es) <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> texto, etc.) ou <strong>de</strong> referência a uma obra (ausência <strong>de</strong> sublinhado ou <strong>de</strong> uso <strong>de</strong><br />

aspas no título, etc.), é <strong>de</strong>scontado um (1) ponto.<br />

• Os <strong>de</strong>scontos por erro <strong>de</strong> citação <strong>de</strong> texto ou <strong>de</strong> referência a uma obra são efetuados até ao máximo <strong>de</strong> cinco<br />

(5) pontos na totalida<strong>de</strong> do instrumento <strong>de</strong> avaliação.<br />

• Os <strong>de</strong>scontos por aplicação dos fatores <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização, no domínio da correção linguística, são efetuados<br />

até ao limite das pontuações indicadas para este critério.<br />

Nos itens <strong>de</strong> resposta aberta <strong>de</strong> composição curta/composição extensa, a cotação é percentualmente distribuída<br />

pelos seguintes parâmetros:<br />

a) aspetos <strong>de</strong> conteúdo (60%);<br />

b) aspetos <strong>de</strong> organização e correção linguística (40%).<br />

2.<br />

1. h); 2. f); 3. a); 4. c); 5. e).<br />

Se o aluno obtiver 1/3 nos aspetos <strong>de</strong> conteúdo, a cotação relativa a aspetos <strong>de</strong> correção linguística será igualmente<br />

proporcional a 1/3.<br />

155


156<br />

Sempre que for indicado um número mínimo e/ou máximo <strong>de</strong> palavras para a elaboração da resposta, <strong>de</strong>ve ser tido<br />

em conta o seguinte:<br />

a) Os limites explicitados correspon<strong>de</strong>m a requisitos relativos à extensão <strong>de</strong> texto, que <strong>de</strong>vem ser respeitados.<br />

b) O incumprimento dos limites <strong>de</strong> extensão implica o <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> (1) um ponto por cada palavra a mais ou a<br />

menos, até ao máximo <strong>de</strong> (5) cinco pontos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aplicados todos os critérios <strong>de</strong>finidos para o item. Se da<br />

aplicação <strong>de</strong>ste fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização resultar uma classificação inferior a zero pontos, é atribuída à resposta<br />

a classificação <strong>de</strong> zero pontos.<br />

O afastamento integral dos aspetos <strong>de</strong> conteúdo relativos a cada um dos itens implica a <strong>de</strong>svalorização total da<br />

resposta.<br />

Fonte: http://www.gave.min-edu.pt/np3/294.html


SOLUÇÕES DOS RECURSOS DE APOIO<br />

AO DESENVOLVIMENTO E À AVALIAÇÃO<br />

DAS SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM<br />

Sequência 1<br />

«A dança das partículas fantasmas» (página 18)<br />

1. O tema é a mutação dos neutrinos.<br />

2. O título A dança das partículas fantasmas relaciona-se com o tema na medida em que, como o texto especifica,<br />

os neutrinos raramente interagem com a matéria, atravessando-a, seja ela qual for, como um fantasma inofensivo,<br />

ou seja, não lhe provoca nenhuma alteração.<br />

3.1<br />

a) É uma partícula engraçada pois está em todo o lado, é produzida até pelo corpo humano, porém é impercetível<br />

e sofre metamorfoses.<br />

b) Não se <strong>de</strong>tetam pois raramente interagem com a matéria. Por isso são como fantasmas, inofensivos por<br />

atravessarem a matéria sem nela provocarem alterações.<br />

c) A experiência Opera <strong>de</strong>u conta da mutação das partículas <strong>de</strong> neutrinos muão, ao <strong>de</strong>tetarem uma partícula <strong>de</strong><br />

neutrino tau. Neste caso a confirmação da experiência é importante porque toda a física das partículas presume<br />

que o neutrino não tem massa. No entanto, para se transformar o neutrino precisa <strong>de</strong> possuir massa.<br />

4. A metamorfose levada a cabo pela dança das partículas fantasma é tão surpreen<strong>de</strong>nte, como nos surpreen<strong>de</strong>ríamos<br />

se assistíssemos à transformação <strong>de</strong> um cão em gato.<br />

5. Exemplos <strong>de</strong> perguntas:<br />

– Que relação tem o CERN com o laboratório San Sasso?<br />

– E se, tal como o neutrino, o fotão sofresse mutações como se tivesse massa?<br />

– On<strong>de</strong> nos po<strong>de</strong>rá levar a física dos neutrinos com massa?<br />

6. Contributo para a construção <strong>de</strong> novas teorias sobre matéria e antimatéria; relação com o Big Bang; compreensão<br />

das razões do mundo ser constituído por matéria e não antimatéria.<br />

«Admirável mundo próprio» (página 20)<br />

1.1 São assíduos, pontuais, adaptam-se muito bem ao mundo digital, são inteligentes, revelam competências em<br />

áreas técnicas, a<strong>de</strong>quam-se a tarefas meticulosas e repetitivas, compreen<strong>de</strong>m mal a linguagem corporal, as<br />

subtilezas da língua e as metáforas, a ambiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabiliza-os, sentem-se mais à vonta<strong>de</strong> a comunicar por<br />

correio eletrónico do que por telefone, são francos e falam sem ro<strong>de</strong>ios.<br />

1.2 Têm medo da solidão, propensão para a mentira, hipersensibilida<strong>de</strong> e negação da realida<strong>de</strong>. Ao contrário dos<br />

Asperger, não reconhecem os seus <strong>de</strong>feitos.<br />

2.1 Ao explicar a sua adaptação ao mundo digital, Susan Conza ventila a hipótese <strong>de</strong> os Asperger constituírem uma<br />

nova fase da espécie humana, com uma nova forma <strong>de</strong> comunicação.<br />

157


158<br />

3. As razões consistem na possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> erradicar as manipulações da política e das ligações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

construir relações diretas, francas e unívocas.<br />

Compreensão oral (página 24)<br />

1. V; 2. F; 3. V; 4. V; 5. F; 6. V; 7. F; 8. V; 9. F; 10. V; 11. F; 12. V; 13. V; 14. F; 15. V; 16. F; 17. V; 18. F; 19. F; 20. V.<br />

Sequência 2<br />

Discurso <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> posse <strong>de</strong> Barack Obama (página 47)<br />

1.1<br />

• De «Estou aqui hoje com humilda<strong>de</strong>…» (linha 2) até «…esta geração <strong>de</strong> americanos.» (linha 9): Agra<strong>de</strong>cimento e<br />

homenagem à história, à Constituição, aos Pais Fundadores e aos seus representantes ao longo dos tempos.<br />

• De «Que nos encontramos no meio <strong>de</strong> uma crise…» (linha 10) até «…tenha <strong>de</strong> diminuir as suas expetativas.» (linha 18):<br />

Diagnóstico do estado <strong>de</strong> coisas; ponto <strong>de</strong> partida; o que está em jogo.<br />

• De «Hoje, digo-vos que os <strong>de</strong>safios…» (linha 19) até «…uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar a felicida<strong>de</strong>.» (linha 27):<br />

Promessa <strong>de</strong> vencer apesar das dificulda<strong>de</strong>s; a fé inabalável no povo americano.<br />

• De «Ao reafirmar a gran<strong>de</strong>za da nossa nação…» (linha 28) até «…por caminhos longos e difíceis para a paz e a liberda<strong>de</strong>.»<br />

(linha 33): A força está nos novos <strong>de</strong>safios e em não <strong>de</strong>sistir. A história da América foi feita por todos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos seus ofícios.<br />

• De «Por nós, embalaram os seus parcos bens terrenos…» (linha 34) até «…sem dúvida que já passou.» (linha 45):<br />

O sacrifício dos que foram para a América como o sonho da terra prometida.<br />

• De «A partir <strong>de</strong> hoje, <strong>de</strong>vemos erguer-nos…» (linha 46) até «Faremos tudo isto.» (linha 53): Projeção do futuro; o<br />

que tem <strong>de</strong> ser feito.<br />

• De «Há alguns que questionam a amplitu<strong>de</strong> das nossas ambições…» (linha 54) até «…entre a nossa segurança e os<br />

nossos i<strong>de</strong>ais.» (linha 70): Concessão aos adversários.<br />

• De «Os nossos Pais Fundadores…» (linha 71) até «…qualida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> e sobrieda<strong>de</strong>.» (linha 81):<br />

A lição e o exemplo da história; carta; Constituição.<br />

• De «Nós somos os <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong>ste legado…» (linha 82) até «…anunciando uma nova era <strong>de</strong> paz.» (linha 95):<br />

Continuação do legado herdado, do modo <strong>de</strong> vida americano; a diversida<strong>de</strong> étnica e cultural é uma força e não<br />

uma fraqueza.<br />

• De «Para o mundo muçulmano…» (linha 96) até «…nós <strong>de</strong>vemos mudar também.» (linha 105): As parcerias e as<br />

promessas aos seus aliados e amigos.<br />

• De «Ao consi<strong>de</strong>rarmos o caminho…» (linha 106) até «…prestar o mais sagrado juramento.» (linha 128): Com o exemplo<br />

dos bravos e a ajuda <strong>de</strong> todos será possível ser melhor; apesar <strong>de</strong> instrumentos e <strong>de</strong>safios novos, estes <strong>de</strong>vem<br />

ser travados com os mesmos valores.<br />

• De «Portanto, assinalemos este dia…» (linha 129) até «…os Estados Unidos da América.» (linha 141): Assinalar este<br />

acontecimento como a revalidação <strong>de</strong> todos os princípios da luta pela liberda<strong>de</strong> e dos valores <strong>de</strong>mocráticos que<br />

fizeram da América o que ela é.<br />

2.1<br />

• A voz po<strong>de</strong>rosa e invulgar, a articulação e a excelente dicção do orador <strong>de</strong>vem ser assinaladas como um fator<br />

<strong>de</strong>terminante na captação da atenção dos ouvintes, assim como o seu carisma e a sua presença física, a boa figura,


a elegância, o sorriso, a tranquilida<strong>de</strong> que inspira confiança; po<strong>de</strong>r-se-á ainda acrescentar que a sua origem africana<br />

personifica o caráter multicultural que caracteriza os Estados Unidos.<br />

• A confissão <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> e agra<strong>de</strong>cimento, a emotivida<strong>de</strong>, o uso do nós em vez do eu, o apelo às referências e<br />

aos fundamentos da nação americana.<br />

• A repetição anafórica: Hoje – presentificação do momento da sua eleição como início <strong>de</strong> mudança e rutura<br />

com o passado. Este/estes – enunciação e enumeração das suas priorida<strong>de</strong>s.<br />

• Construções simétricas: «Construiremos estradas e pontes, re<strong>de</strong>s elétricas e linhas digitais que sustentem o<br />

nosso comércio e nos unam. Voltaremos a dar à ciência o lugar que merece e dominaremos as maravilhas da<br />

tecnologia para melhorar os cuidados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a um custo menor. Aproveitaremos o sol e os ventos e o solo<br />

como combustível para os nossos carros e fábricas. E transformaremos as nossas escolas e universida<strong>de</strong>s<br />

para satisfazer as exigências <strong>de</strong> uma nova era.»<br />

• O uso <strong>de</strong> metáforas, <strong>de</strong> enumerações e <strong>de</strong> comparações.<br />

3. Sugestão <strong>de</strong> resposta: O discurso do presi<strong>de</strong>nte americano ao ser iniciado com as palavras «Estou aqui hoje com<br />

humilda<strong>de</strong> perante a tarefa que nos é imposta, grato pela confiança que me conce<strong>de</strong>ram, consciente dos sacrifícios<br />

consentidos pelos nossos antepassados» <strong>de</strong>nota uma extraordinária capacida<strong>de</strong> oratória (potenciada pela<br />

sua formação em Direito), que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o famoso «yes we can» (que ficou para a posterida<strong>de</strong>), galvanizou não só os<br />

americanos mas todo o planeta. A sua sensibilida<strong>de</strong> faz <strong>de</strong>le um cidadão <strong>de</strong> perfil conciliador, capaz <strong>de</strong> convocar<br />

para o seu discurso parceiros e adversários. As suas palavras são profundamente marcadas pela negociação, mas<br />

também pelos aspetos programáticos: é importante o que vamos fazer e como vamos fazer.<br />

A construção rigorosa do seu discurso assenta em oposições simples e binárias para <strong>de</strong>marcar as suas priorida<strong>de</strong>s,<br />

favorecendo a coerência e a clareza da sua mensagem: a cada progressão temática das suas intenções políticas,<br />

opõe o que os seus potenciais opositores criticam, apontando soluções para cada um dos problemas<br />

diagnosticados, <strong>de</strong>marcando-se claramente <strong>de</strong> um passado <strong>de</strong> estagnação e <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> confiança para um<br />

futuro <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> esperança, invocando as gran<strong>de</strong>s personalida<strong>de</strong>s e os homens e as mulheres anónimos<br />

que fizeram e fazem a gran<strong>de</strong>za da América.<br />

Para além das técnicas retóricas e da eloquência do orador, a quem alguém já chamou o novo Cícero, a construção<br />

do seu discurso gira em torno <strong>de</strong> três i<strong>de</strong>ias-chave: a esperança num mundo melhor; a capacida<strong>de</strong> do povo<br />

americano para fazer o impossível; a união <strong>de</strong> todos para forjar a mudança tendo como referência os valores<br />

fundadores da nação americana.<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral (página 54)<br />

1. c); 2. d); 3. b); 4. c); 5. c); 6. d); 7. b); 8. d); 9. b); 10. c).<br />

Sequência 3<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral (página 81)<br />

1. F – Em Portugal, o romantismo emerge num clima revolucionário.<br />

2. V<br />

3. F – Em 1825 e 1826, Garrett publica os poemas «Camões» e «D. Branca» em Paris.<br />

159


160<br />

4. V<br />

5. F – O romantismo caracteriza-se pela rejeição dos mo<strong>de</strong>los clássicos.<br />

6. F – Os românticos rejeitaram os princípios racionalistas do século XVIII.<br />

7. V<br />

8. F – No romantismo, revela-se gosto pela Ida<strong>de</strong> Média.<br />

9. F – Tal como os escritores do classicismo, os românticos valorizam o que é próprio e nacional e não alheio.<br />

10. V<br />

11. V<br />

12. F – O herói romântico é dominado pelo sentimento.<br />

13. V<br />

14. F – A paisagem romântica é revolta e tumultuosa, é o locus horrendus.<br />

15. F – A paisagem clássica é <strong>de</strong>signada <strong>de</strong> locus amoenus.<br />

16. V<br />

17. V<br />

18. F – No texto dramático, os escritores românticos manifestam preferência pela prosa.<br />

19. F – Os escritores clássicos preocupam-se com a imitação dos mo<strong>de</strong>los da Antiguida<strong>de</strong> Clássica.<br />

20. V<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> leitura<br />

Verificação <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> Frei Luís <strong>de</strong> Sousa (página 83)<br />

1.<br />

1. f); 2. g); 3. i); 4. h); 5. c); 6. a).<br />

2.<br />

6; 9; 1; 4; 7; 2; 5; 3; 10; 8.<br />

3.<br />

3.1. c); 3.2. b); 3.3. a); 3.4. b); 3.5. a); 3.6. c); 3.7. b); 3.8. c); 3.9. b); 3.10. d); 3.11. a); 3.12. b).<br />

Sequência 4<br />

Verificação <strong>de</strong> leitura d’Os Maias (páginas 104 a 113)<br />

1. a).<br />

2. b).<br />

3. Os Maias são uma família lisboeta, representante da alta burguesia, num conjunto <strong>de</strong> três gerações sucessivas:<br />

Afonso da Maia (primeira geração), Pedro da Maia (segunda geração) e Carlos da Maia (terceira geração).<br />

4. Afonso da Maia e seu neto Carlos instalam-se no Ramalhete, em Lisboa, na rua <strong>de</strong> São Francisco, às Janelas<br />

Ver<strong>de</strong>s, no outono <strong>de</strong> 1875.<br />

5. b).


6. Carlos da Maia<br />

7. Santa Olávia era uma enorme quinta, o solar que a família possuía, na margem esquerda do Douro,<br />

em Resen<strong>de</strong>.<br />

8. Era o gato «pesado e enorme angorá, branco com malhas louras», que acompanha a família para a nova morada,<br />

«o fiel companheiro <strong>de</strong> Afonso».<br />

9. Afonso e Eduarda Runa viveram em Inglaterra.<br />

10. Pedro é o filho <strong>de</strong> ambos e teve uma educação à antiga portuguesa, privilegiando o latim e algumas práticas<br />

fossilizadas. Maria Eduarda Runa, a sua mãe, impõe este tipo <strong>de</strong> educação ao filho, o que o «con<strong>de</strong>na» ao suicídio<br />

por não o ter preparado para enfrentar as adversida<strong>de</strong>s da vida.<br />

11. Apaixona-se por Maria Monforte.<br />

12. Esta alcunha pejorativa <strong>de</strong>ve-se ao facto <strong>de</strong> o seu pai estar ligado ao comércio <strong>de</strong> escravos, <strong>de</strong> ter feito fortuna<br />

como comandante <strong>de</strong> um navio <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> escravos.<br />

13. Afonso reage muito mal e não lhe dá a pretendida autorização.<br />

Capítulos II, III e IV<br />

1. Pedro casa com Maria Monforte contra a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu pai e partem para Itália, <strong>de</strong>pois para França.<br />

2. c).<br />

3. Tomás <strong>de</strong> Alencar, o poeta.<br />

4. A escolha do nome Carlos Eduardo <strong>de</strong>ve-se ao facto <strong>de</strong> Maria Monforte estar a ler uma novela cujo herói tinha<br />

este nome.<br />

5. b).<br />

6. Pedro fica completamente transtornado, incapaz <strong>de</strong> enfrentar e resolver a adversida<strong>de</strong>, acaba por se suicidar,<br />

<strong>de</strong>ixando uma carta para o pai.<br />

7. Estudo do latim: não; exercício físico: sim; estudo <strong>de</strong> línguas vivas: sim; conhecimentos teóricos: não; conhecimentos<br />

práticos: sim.<br />

8. Eusébio Silveira (Eusebiozinho) e Teresinha.<br />

9. Após as diligências <strong>de</strong> Afonso para encontrar a sua neta, foi-lhe transmitido que esta morrera em Londres.<br />

10. Carlos queria exercer a sua profissão, ser útil, o que o seduzia na medicina era essa vida a sério, prática e útil;<br />

atraiam-no agora estes lados militantes e heroicos da ciência.<br />

11. Ega queria escrever um livro, Memórias <strong>de</strong> um Átomo.<br />

12. Carlos montou o seu consultório num lugar nobre da capital, em pleno Rossio.<br />

13. Steinbroken: Diplomata da Finlândia; finlandês. Craft: Sem profissão, diletante, coleciona obras; inglês.<br />

Cruges: Pianista; português. Cohen: Banqueiro; português.<br />

Capítulos V, VI e VII<br />

1. O avô fazia o seu whist com os velhos parceiros: D. Diogo, o Sequeira e o con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Steinbroken, o Taveira,<br />

o Cruges, o marquês <strong>de</strong> Souselas.<br />

161


162<br />

2. c).<br />

3. O teatro, o Grémio Literário, a casa dos Gouvarinhos (às terças-feiras), o Hotel Central, o Aterro…<br />

4. Ega quer dizer que se vão à procura <strong>de</strong> companhia feminina para se divertirem.<br />

5. d).<br />

6. a).<br />

7. No Hotel Central.<br />

7.1 Neste jantar, Ega preten<strong>de</strong> homenagear Cohen, o marido <strong>de</strong> Raquel, por quem Ega está apaixonado e com a<br />

qual mantinha uma relação; o outro objetivo é o <strong>de</strong> apresentar Carlos à socieda<strong>de</strong> lisboeta.<br />

8. c) teorias literárias.<br />

9. Confrontam-se Ega e Alencar por <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem teorias literárias diferentes: Ega é <strong>de</strong>fensor das novas teorias da<br />

literatura, do realismo e naturalismo, ao contrário <strong>de</strong> Alencar que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o ultrarromantismo; esta discussão<br />

revela uma socieda<strong>de</strong> dominada por valores tradicionais, a que se opõe uma nova geração, representante da<br />

geração <strong>de</strong> 70.<br />

10. É Dâmaso Salce<strong>de</strong>.<br />

11. Esta expressão é o nome <strong>de</strong> um prato (ervilhas) à Cohen, pois assim presta homenagem ao Cohen e à esposa.<br />

12. Carlos conhece, por Alencar, alguns aspetos da vida <strong>de</strong> seus pais com os quais ele convivera, durante o período<br />

em que viveram em Lisboa.<br />

13. b).<br />

14. Carlos <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> ir a Sintra com o objetivo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ver Maria Eduarda.<br />

Capítulos VIII, IX e X<br />

1. É Cruges, pois nunca tinha ido a Sintra e sua mãe recomenda-lhe que traga as queijadas.<br />

2. Carlos saiu <strong>de</strong> casa, passou pela rua <strong>de</strong> São Francisco para apanhar Cruges, passaram pela estrada <strong>de</strong> Benfica,<br />

seguiram via Porcalhota e finalmente o break foi penetrando sob as árvores do Ramalhão, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> avistarem<br />

as primeiras casa <strong>de</strong> Sintra.<br />

3. c).<br />

4. Lawrence, Nunes, castelo da Pena.<br />

5. c).<br />

6. Encontraram o Eusebiozinho e o amigo Palma acompanhados <strong>de</strong> duas espanholas, a Lola e a Concha.<br />

7. Encontraram Alencar, o poeta.<br />

8. a).<br />

9. Carlos <strong>de</strong>ixa Sintra <strong>de</strong>solado por não ter visto ou encontrada a <strong>de</strong>usa, a brasileira que esperava encontrar.<br />

10. O amigo <strong>de</strong> Carlos, já no regresso, sucumbido exclamou – «Esqueceram-me as queijadas».<br />

11. Por ele estar perto da brasileira e Carlos não a ter visto.<br />

12. O romance entre Ega e Raquel Cohen é <strong>de</strong>scoberto e Ega é posto fora <strong>de</strong> casa dos Cohen. «Você, seu infame,<br />

ponha-se já no meio da rua!»


13. b) .<br />

14. As corridas <strong>de</strong> cavalos <strong>de</strong>correm numa quintarola arranjada para o efeito.<br />

15. Carlos recebe um bilhete da Senhora Castro Gomes, <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />

Capítulos XI, XII e XIII<br />

1. Maria Eduarda morava na rua <strong>de</strong> São Francisco.<br />

2. Carlos vai a casa <strong>de</strong> Maria Eduarda a seu pedido para consultar a governanta inglesa, Miss Sara.<br />

3. O con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gouvarinho <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> acompanhar a esposa ao Porto que ia aos anos do pai.<br />

4. Carlos passava as suas tar<strong>de</strong>s na rua <strong>de</strong> São Francisco em gran<strong>de</strong> enlevo amoroso.<br />

5. Foi Dâmaso que também por lá apareceu e houve algum <strong>de</strong>sagrado, tornando-se o ambiente um pouco pesado.<br />

6. Instalou-se no Ramalhete.<br />

7. d).<br />

8. a).<br />

9. A Con<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong> Gouvarinho faz alusões indiretas às novas ocupações <strong>de</strong> Carlos, acusando-o <strong>de</strong> passar o seu<br />

tempo com a brasileira.<br />

10. Carlos compra uma casa nos Olivais para Maria Eduarda se instalar.<br />

11. Dâmaso revela o seu mau caráter e má formação e difama Carlos cheio <strong>de</strong> <strong>de</strong>speito, sentindo-se preterido por<br />

Maria Eduarda.<br />

12. A Toca era o recanto idílico, nos Olivais, on<strong>de</strong> Maria Eduarda e Carlos da Maia partilharam as suas juras <strong>de</strong><br />

amor. Objetivamente ligada à habitação <strong>de</strong> alguns animais, a toca representa simbolicamente o território <strong>de</strong><br />

Carlos da Maia e <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />

13. b).<br />

14. Por causa da cabeça cortada e do sangue…<br />

15. A Gouvarinho pe<strong>de</strong> explicações a Carlos, discutem e terminam a relação.<br />

Capítulos XIV e XV<br />

1. Maria Eduarda muda-se para a Toca nos Olivais.<br />

2. A relação amorosa <strong>de</strong> Carlos e Maria Eduarda evolui e têm a intenção <strong>de</strong> ficar juntos.<br />

3. Foi Joaquim Álvares <strong>de</strong> Castro Gomes.<br />

4. Ele revela-lhe que Maria Eduarda não é sua mulher e que ela é afinal Madame Mac Gren, que veio para os braços<br />

<strong>de</strong>le, vindos <strong>de</strong> outros, que ela era uma mulher a quem ele pagava.<br />

5. b).<br />

6. Carlos ficou lívido, assombrado «só lhe restava o sentimento atordoado <strong>de</strong> uma coisa muito bela, resplan<strong>de</strong>cendo<br />

muito alto, e que caia <strong>de</strong> repente, se fazia em pedaços <strong>de</strong> lama…» Carlos revolta-se e pensa na rutura.<br />

7. Maria Eduarda conta a Carlos a sua infância, a vida atribulada com sua mãe, a sua fuga com o irlandês que<br />

morre na guerra, a filha Rosa a seu cargo; procura dar aulas <strong>de</strong> piano em Londres mas nada dá certo, a sua mãe<br />

está doente e falida, passa fome e vê a sua filha a passar privações e é aí que conhece Castro Gomes.<br />

163


164<br />

8. b).<br />

9. Palma Cavalão.<br />

10. São uns ditos difamatórios e injuriosos a respeito <strong>de</strong> Carlos da Maia.<br />

11. Dâmaso Salce<strong>de</strong>, cheio <strong>de</strong> <strong>de</strong>speito.<br />

12. Cruges e Ega vão a casa <strong>de</strong> Dâmaso <strong>de</strong>safiá-lo, a pedido <strong>de</strong> Carlos. Ega convence-o a escrever uma carta na<br />

qual se retratava e refere que estava bêbedo quando proferiu as injúrias sobre Carlos.<br />

13. Devido ao facto <strong>de</strong> Dâmaso ter acompanhado os Cohen e a Raquel, a Sintra durante o verão.<br />

Capítulos XVI a XVIII<br />

1. O sarau foi um verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>sastre, evi<strong>de</strong>nciando o gosto convencional e fossilizado dos portugueses dominados<br />

por valores caducos, enraizados num sentimentalismo educacional e sociais ultrapassados.<br />

2. É o Senhor Guimarães, o tio <strong>de</strong> Dâmaso, que vive em Paris.<br />

3. Ele revela que Maria Eduarda é filha <strong>de</strong> Maria Monforte e <strong>de</strong> Pedro da Maia e entrega a Ega uma caixa com documentos<br />

comprovativos.<br />

4. É Ega que conta a Carlos toda a verda<strong>de</strong>.<br />

5. Carlos, após uma primeira reação <strong>de</strong> revolta, continua a manter a relação incestuosa.<br />

6. Afonso morre <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgosto, <strong>de</strong> ataque <strong>de</strong> apoplexia, no jardim do Ramalhete.<br />

7. Carlos reconhece e aceita o castigo e <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> afastar-se <strong>de</strong> Maria Eduarda.<br />

8. Passados <strong>de</strong>z anos, Carlos regressa a Lisboa e reencontra Ega.<br />

9. Essas pessoas evoluíram para pior, ajudando a retocar a imagem soturna da socieda<strong>de</strong> portuguesa, em contraste<br />

com a beleza da terra.<br />

10. Que está <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte, cada vez pior – «arrasta os seus <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iros dias, caquética e caturra, a velha Lisboa fidalga».<br />

11. Ia casar com alguém mais velho do que ela, um casamento <strong>de</strong> conveniência «para afrontar juntos a velhice».<br />

12. Ambos começam a dar espirros aflitivos, pois Vilaça, seguindo uma receita <strong>de</strong> almanaque, fizera espalhar<br />

camadas espessas <strong>de</strong> pimenta branca sobre os móveis, os lençóis, as roupas…<br />

13. As suas vidas parecem pautar-se por uma espécie <strong>de</strong> fanatismo muçulmano – «Nada <strong>de</strong>sejar e nada recear…<br />

Não se abandonar a uma esperança nem a um <strong>de</strong>sapontamento». Porém, logo a seguir correm para apanhar o<br />

«americano» que lhes permitirá chegar a horas ao jantar que marcaram no Hotel Central.<br />

14. O romance acaba com uma nota irónica <strong>de</strong> Carlos e Ega correndo atrás do «americano» enquanto convictamente<br />

proclamavam que nada na vida os faria apressar o passo. Po<strong>de</strong>mos então concluir que a teoria que tentavam<br />

pôr em prática era apenas uma <strong>de</strong>fesa para evitar novos fracassos. Talvez ambos precisassem <strong>de</strong> uma<br />

luz, <strong>de</strong> um estímulo que os fizesse sair da <strong>de</strong>cadência em que se encontravam.<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral (página 115)<br />

1. c); 2. d); 3. a); 4. d); 5. b); 6. c); 7. a); 8. b); 9. b); 10. c).


Sequência 5<br />

Leitura interativa (página 141)<br />

1. Aquando da inauguração da Casa das Histórias, museu da pintura <strong>de</strong> Paula Rego, os convidados observavam a<br />

pintura <strong>de</strong> Paula Rego com exclamações <strong>de</strong> aprovação e até com alguma reverência, colocando a sua pintura<br />

(mo<strong>de</strong>rna) ao lado pintura antiga, conferindo-lhe, pois, a mesma importância. Havia, no entanto a «festa da<br />

festa», ou seja o lado social, o estar ali para se mostrar e para ser visto, as conversas <strong>de</strong> circunstância, os sorrisos,<br />

os gestos, o barulho <strong>de</strong> vozes que se entrecruza, o ruído <strong>de</strong> «copos e <strong>de</strong> corpos» <strong>de</strong> «braços que dançam em<br />

vez <strong>de</strong> pernas».<br />

2. Segundo o autor a mundanida<strong>de</strong>, inventada por Proust é uma maneira <strong>de</strong> estar <strong>de</strong> quem nada faz/produz a que<br />

ele chama «<strong>de</strong>socupação», mas, no entanto, muito «ocupada» a gerar vazios. Afinal, mundanida<strong>de</strong> é o mundo<br />

das aparências e do jogo social.<br />

3. a) felino, arisco, inteligente…; b) fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, amiga, solidária…; c) prosperida<strong>de</strong>, poupança, economicista…; d)<br />

in<strong>de</strong>finição, ambiguida<strong>de</strong>, esperteza…<br />

4. Tudo o que está naquela Casa, tudo o que a pintura <strong>de</strong> Paula Rego representa é, afinal, a visão do homem na<br />

socieda<strong>de</strong> com as suas forças e as suas fraquezas, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se superar, mas também <strong>de</strong> se violentar a si<br />

ou a outrem. Assim, o génio artístico <strong>de</strong> alguns criadores tem o privilégio <strong>de</strong> tocar o mundo, ou seja, <strong>de</strong> o<br />

apreen<strong>de</strong>r na sua totalida<strong>de</strong> e, consequentemente, <strong>de</strong> o dominar para o <strong>de</strong>struir e para o substituir, pois, mostrando,<br />

<strong>de</strong>nunciando, através da arte, contribui para que cada um se veja com maior niti<strong>de</strong>z no espelho da pintura,<br />

neste caso, nesta casa, da pintura <strong>de</strong> Paula Rego.<br />

5. Resposta pessoal.<br />

6. De acordo com a visão <strong>de</strong> José Manuel dos Santos, Paula Rego faz o que quer e não os que os outros esperam<br />

<strong>de</strong>la. É distante e próxima, é sempre genuína, embora saiba sempre o que dizer <strong>de</strong> modo a proteger-se, não se<br />

expondo <strong>de</strong>masiado. Não diz lugares-comuns, é muito perspicaz para tudo o que está à sua volta, analisando o<br />

comportamento das pessoas como se fizesse um estudo para os seus quadros.<br />

7. Visualismo <strong>de</strong>scritivo: Escrita cinematográfica em planos sucessivos <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong> pessoas como se fossem<br />

quadros sociais. Primeiro plano <strong>de</strong> Paula Rego.<br />

Recursos expressivos (exemplos):<br />

• Aliteração («cruzavam-se e colidiam.»).<br />

• Repetição expressiva («A casa encheu-se <strong>de</strong> gente, e mais gente, e mais gente.»).<br />

• Antítese («Paula Rego estava ali e estava fora dali. Sabe aproximar-se com distância. E sabe distanciar-se com<br />

proximida<strong>de</strong>.»).<br />

• Enumeração («E queria levar consigo a frase ouvida, a mão agarrada, a face beijada, o quadro olhado.»; «Isto é,<br />

<strong>de</strong> segredos, <strong>de</strong> suspeitas, <strong>de</strong> ameaças, <strong>de</strong> cruelda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> crimes, <strong>de</strong> castigos. E <strong>de</strong> memórias, <strong>de</strong> enigmas,<br />

<strong>de</strong> adivinhas, <strong>de</strong> narrativas, <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong>s.»).<br />

• Quiasmo («Todos estavam alegres por estarem ali e todos estavam ali para estarem alegres.»).<br />

• Comparação.<br />

• Ironia («Cá fora, no jardim, existia o movimento dos corpos e dos copos.»; «Havia a festa da festa: os braços<br />

dançavam em vez das pernas. Os gestos cruzavam-se e colidiam.»).<br />

• Dupla adjetivação («fatigada e feliz»).<br />

165


166<br />

Simetrias nas construções frásicas. («Fugir para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si, fugir para a pintura, fugir para Londres.»; «Todos a<br />

queriam ver, todos lhe queriam falar, todos a queriam ouvir, todos a queriam tocar.»).<br />

8.1 Tópicos:<br />

• A pintura <strong>de</strong> Paula Rego traduz um olhar lúcido e cru da realida<strong>de</strong> social.<br />

• Desenvolve temas difíceis <strong>de</strong> ver «retratados» que nos perturbam e nos emocionam.<br />

• Os seus quadros são cheios <strong>de</strong> imaginação e ousadia que exprimem por vezes um olhar infantil. Os seus<br />

transbordam <strong>de</strong> emoções: ironia, medo, revolta e terror.<br />

• A sua enorme capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observar criticamente o que vê lembra os «quadros revoltados» <strong>de</strong> Cesário<br />

Ver<strong>de</strong>.<br />

• As suas figuras são pessoas vulgares, como as que habitam a poesia narrativa <strong>de</strong> Cesário Ver<strong>de</strong>.<br />

• Na sua <strong>de</strong>ambulação, Cesário também apreen<strong>de</strong> <strong>de</strong> modo lúcido e crítico a vida social, colocando-se sempre<br />

do lado dos mais fracos e mais <strong>de</strong>sfavorecidos, exprimindo as suas emoções.<br />

• Elogia os trabalhadores que honestamente ganham o seu pão e critica os que nada fazem e que exploram os<br />

mais fracos.<br />

• O poeta foca lugares nauseabundos que nunca tinham sido colocados em verso, <strong>de</strong>nuncia o outro lado que<br />

sustenta a ostentação e a gran<strong>de</strong>za.<br />

• O poeta transfigura o que observa, filtrando a realida<strong>de</strong> através dos sentidos.<br />

• Cesário pinta com palavras à maneira dos impressionistas.<br />

• Paula Rego conta-nos autênticas histórias nos seus quadros.<br />

9. Tópicos:<br />

• A busca <strong>de</strong> melhores condições <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s leva as pessoas a imigrar para as gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s.<br />

• Cada vez mais populosas, as cida<strong>de</strong>s são espaços <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, mas também <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação, <strong>de</strong> opulência<br />

e <strong>de</strong> miséria, on<strong>de</strong> os contrastes são cada vez mais violentos.<br />

• As cida<strong>de</strong>s tornaram-se em lugares <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencontros e <strong>de</strong> solidão, espaços <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iras tragédias sociais,<br />

on<strong>de</strong> os idosos engrossam as estatísticas <strong>de</strong> suicídios, <strong>de</strong> maus tratos, <strong>de</strong> negligência ou <strong>de</strong> indiferença.<br />

• a inclusão é uma miragem, tal como a proximida<strong>de</strong> e as relações sociais, o encontro <strong>de</strong> culturas quase não<br />

acontece.<br />

• Na cida<strong>de</strong>, o fosso entre o egoísmo e a bonda<strong>de</strong> parece muito maior e a batalha que se trava é a da humanida<strong>de</strong>.<br />

• A cida<strong>de</strong> do encontro po<strong>de</strong> também ser urbana, próxima <strong>de</strong> cada um, com gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong><br />

relacional.<br />

• A cida<strong>de</strong> do futuro po<strong>de</strong> ser uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> e <strong>de</strong> educação permanente; uma cida<strong>de</strong> nova e<br />

madura na sua liberda<strong>de</strong> e na sua intimida<strong>de</strong>. A cida<strong>de</strong> do encontro po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser utopia e passar a ser<br />

possível.<br />

Avaliação da competência <strong>de</strong> compreensão oral (página 143)<br />

1. b); 2. c); 3. b); 4. c); 5. a); 6. d); 7. a); 8. c); 9. a); 10. b).


Interações 11. o ano • Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Apoio ao Professor

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