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REFLEXÕES SOBRE A MORTE NA VISÃO SENEQUIANA - Cesumar

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PREOCUPAÇÃO COM A <strong>MORTE</strong> <strong>NA</strong> OBRA SENEQUIA<strong>NA</strong><br />

O tema da morte está presente em toda a obra de Sêneca, constituindose,<br />

para o pensador numa grande preocupação. Por isso, a maior parte de<br />

suas reflexões acaba de um modo ou de outro versando sobre o assunto da<br />

morte, seja da morte em si, como fim da existência, seja das pequenas<br />

“mortes”, perdas, males e dores com que o ser humano vai se deparando ao<br />

longo da vida. Assim, Sêneca descreve “[...] nós, homens, não caímos na<br />

morte de repente, antes avançamos gradualmente para ela. Morremos<br />

diariamente, já que diariamente ficamos privados de uma parte da vida [...]”.<br />

(Cartas a Lucílio, 1991, 24, 19-20,).<br />

O fato é que o conteúdo morte é algo que o homem sempre terá que<br />

considerar, querendo ou não, pois essa realidade é inevitável. Deste modo, a<br />

morte se faz presente como integrante da vida, constituindo-se na dimensão<br />

mais real da existência humana, como Sêneca afirma: “[...] Por sua vez virá a<br />

morte, à qual deverás te entregar, queiras ou não” (Sobre a brevidade da vida,<br />

1998, VIII, 5 ).<br />

Justamente por ser a morte inevitável, cabe ao homem preparar-se para<br />

enfrentar sua inexorável realidade, pois todos irão passar por ela, e para isso<br />

basta estar vivo.<br />

Por isso, no pensamento de Sêneca encontra-se uma filosofia da vida e<br />

também da morte. O homem deveria ser formado para essas duas realidades.<br />

A preocupação senequiana consiste na necessidade de uma boa meditação<br />

sobre a morte e para a morte, e o homem deveria ter essa aprendizagem ao<br />

longo da vida: “[...] Deve-se aprender a viver por toda a vida, e, por mais que tu<br />

talvez te espantes, a vida toda é um aprender a morrer” (Sobre a brevidade da<br />

vida, 1998, VII, 3).<br />

Assim, a grande lição a ser aprendida na formação do homem está em<br />

torno do saber morrer, o que está intrinsecamente ligado ao saber viver com<br />

sentido.<br />

O pensamento de Sêneca, que tem a sua expressão máxima na morte,<br />

não flui para uma moral da morte, mas para uma moral relacionada às leis<br />

elementares da vida. Por isso não há angústia, desespero e medo em suas<br />

reflexões, especialmente porque a vida é entendida como um exame, uma<br />

avaliação permanente e própria da sabedoria. Nela ancora a questão da vida,<br />

do bem e do mal, dos valores morais e éticos, do supremo bem, do que é<br />

imanente e possivelmente transcendente no homem. Seu ponto de partida é o<br />

saber-viver (PEREIRA MELO, 2007).<br />

ORIENTAÇÕES PARA ENFRENTAR A REALIDADE DA <strong>MORTE</strong><br />

Sêneca apresenta direcionamentos para o homem ao deparar-se com a<br />

realidade da morte.<br />

O filósofo, ao considerar a morte como um legado comum à humanidade,<br />

conseqüência natural do nascimento, aponta reflexões a todos que se sintam<br />

temerosos por sua presença. Assim, apresenta-se como um pedagogo<br />

consolador, procurando direcionar, oferecer subsídios àqueles que se<br />

angustiam diante dessa realidade.

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