Discurso do Prof. Dr. Lauro Morhy, Ex-Reitor da UnB, proferido ao ...
Discurso do Prof. Dr. Lauro Morhy, Ex-Reitor da UnB, proferido ao ...
Discurso do Prof. Dr. Lauro Morhy, Ex-Reitor da UnB, proferido ao ...
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<strong>Discurso</strong> <strong>do</strong> <strong>Prof</strong>. <strong>Dr</strong>. <strong>Lauro</strong> <strong>Morhy</strong>, <strong>Ex</strong>-<strong>Reitor</strong> <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>, proferi<strong>do</strong> <strong>ao</strong><br />
receber o título de <strong>Prof</strong>essor Emérito <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Brasília,<br />
em sessão solene realiza<strong>da</strong> no Auditório <strong>da</strong> <strong>Reitor</strong>ia <strong>da</strong> <strong>UnB</strong> em 5<br />
de dezembro de 2006<br />
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Magnífico <strong>Reitor</strong> <strong>da</strong> <strong>UnB</strong> <strong>Prof</strong>. <strong>Dr</strong>.Timothy Martin Mulholland<br />
Ilustríssimo Senhor <strong>Prof</strong>.<strong>Dr</strong>. Edgard<br />
Ilustríssima Senhora <strong>Prof</strong>a.<strong>Dr</strong>a.Sônia<br />
<strong>Ex</strong>celentíssimas autori<strong>da</strong>des presentes ou representa<strong>da</strong>s<br />
Estima<strong>do</strong>s colegas professores, estu<strong>da</strong>ntes e servi<strong>do</strong>res técnicoadministrativos<br />
<strong>da</strong> <strong>UnB</strong><br />
Senhoras e Senhores<br />
Um <strong>do</strong>s primeiros deveres <strong>do</strong> homem é agradecer. Sejam, pois,<br />
as minhas primeiras palavras de agradecimento, <strong>do</strong> mais profun<strong>do</strong><br />
agradecimento, <strong>ao</strong>s que propuseram esta homenagem, <strong>ao</strong>s que a<br />
aprovaram em to<strong>do</strong>s os escalões desta universi<strong>da</strong>de, e especialmente<br />
<strong>ao</strong> Conselho Universitário e <strong>ao</strong> seu presidente e <strong>Reitor</strong> <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>,<br />
<strong>Prof</strong>.Timothy Martin Mulholland. Recebo agradeci<strong>do</strong> e com muita<br />
satisfação e orgulho, este honroso título de <strong>Prof</strong>essor Emérito <strong>da</strong><br />
Universi<strong>da</strong>de de Brasília.<br />
Agradeço de mo<strong>do</strong> especial à minha esposa Wilma <strong>Morhy</strong>,<br />
queri<strong>da</strong> companheira e apoia<strong>do</strong>ra de to<strong>da</strong>s as horas; <strong>ao</strong>s meus<br />
queri<strong>do</strong>s e sau<strong>do</strong>sos pais, Pedrina Hayden S.<strong>Morhy</strong>, minha mãe e<br />
grande educa<strong>do</strong>ra e incentiva<strong>do</strong>ra, <strong>ao</strong> meu pai Omar <strong>Morhy</strong>, grande<br />
educa<strong>do</strong>r e apoia<strong>do</strong>r ; <strong>ao</strong>s meus queri<strong>do</strong>s e sau<strong>do</strong>sos tios Adelina de<br />
Souza <strong>Morhy</strong> e Hassen <strong>Morhy</strong>; <strong>ao</strong>s meus queri<strong>do</strong>s irmãos Hegel e<br />
Nicinha, Omarzinho e Aliete, Sulamita e Rômulo e Jeny; <strong>ao</strong>s meus<br />
queri<strong>do</strong>s primos-irmãos Mustafá e Arlin<strong>da</strong>, Tereza, Adelino e Marita,<br />
José e Ana, Carlos e Marisa , Omar e Vera, Norma, Nazira e Ney; e<br />
<strong>Dr</strong>s.Murilo e Isabel pelo apoio, carinho e muito amor <strong>ao</strong> longo <strong>da</strong> minha<br />
caminha<strong>da</strong>. Agradeço fraternalmente a to<strong>do</strong>s os demais parentes.<br />
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Na impossibili<strong>da</strong>de de agradecer nominalmente a tantos que me<br />
aju<strong>da</strong>ram com a sua amizade, trabalho e soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de, apoio e<br />
ensinamentos em to<strong>da</strong>s as fases <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>, especialmente nos<br />
meus já quase trinta e sete anos de <strong>UnB</strong>, agradeço a to<strong>do</strong>s e de to<strong>do</strong><br />
coração. Posso dizer que sempre tive uma <strong>da</strong>s maiores fortunas que se<br />
pode ter na Terra: amigos, muitos amigos, muitos bons amigos. Amigos,<br />
diz a sabe<strong>do</strong>ria popular, são uma forma de Deus cui<strong>da</strong>r de nós.<br />
Como <strong>Reitor</strong> <strong>da</strong> <strong>UnB</strong> tive a oportuni<strong>da</strong>de de presidir inúmeras<br />
reuniões como esta. Sempre lembrava que elas não são apenas<br />
reuniões de homenagens formais e solenes. São muito mais <strong>do</strong> que<br />
isso: são momentos <strong>do</strong> coração. Trazem a beleza, a simplici<strong>da</strong>de e o<br />
perfume <strong>da</strong>s flores. Flores para quem as plantou, cultivou e colheu com<br />
a comuni<strong>da</strong>de. Flores para quem as plantou e muitas vezes nem as viu<br />
florescer... Floresceram talvez em outro lugar...ou, ain<strong>da</strong>, nem<br />
floresceram. Sim, as flores de novas alvora<strong>da</strong>s, <strong>da</strong>s novas vi<strong>da</strong>s. As<br />
flores para a PAZ e felici<strong>da</strong>de de to<strong>do</strong>s. Flores ficam bem em qualquer<br />
lugar, não requerem luxo e pompas... São em si a beleza e a<br />
simplici<strong>da</strong>de. Amigos, a simplici<strong>da</strong>de, a modéstia e a humil<strong>da</strong>de estão<br />
no mais eleva<strong>do</strong> degrau <strong>da</strong> sabe<strong>do</strong>ria. Compõem o cerne <strong>da</strong> maior<br />
felici<strong>da</strong>de.<br />
Preocupa<strong>do</strong> em cumprir a missão de <strong>Reitor</strong>, que a comuni<strong>da</strong>de<br />
me confiara, e à qual dediquei-me plenamente, não passava pela minha<br />
cabeça que um dia poderia ser um <strong>do</strong>s homenagea<strong>do</strong>s. E eis-me agora<br />
receben<strong>do</strong> esta honraria. Sei que ela brotou de jovens espíritos<br />
generosos que abun<strong>da</strong>m no mun<strong>do</strong> universitário, muitos <strong>do</strong>s quais<br />
estão no Laboratório que me aju<strong>da</strong>ram a fun<strong>da</strong>r, no Departamento de<br />
Biologia Celular e no Instituto de Ciências Biológicas.<br />
Os anos sabem mais <strong>do</strong> que os dias. Os mais vivi<strong>do</strong>s<br />
geralmente trazem a sabe<strong>do</strong>ria aprendi<strong>da</strong> na escola e <strong>ao</strong> longo <strong>do</strong>s<br />
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anos, com a grande mestra que é a vi<strong>da</strong>. Neste momento de<br />
homenagem e felici<strong>da</strong>de, lembro-me <strong>do</strong> meu sau<strong>do</strong>so pai à mesa de<br />
refeição em nossa casa. Com a família reuni<strong>da</strong> ele transmitia profun<strong>do</strong>s<br />
ensinamentos, por meio de histórias, reflexões diversas, filosofias e<br />
len<strong>da</strong>s <strong>do</strong> seu mun<strong>do</strong> árabe. Em um desses momentos ensinava, com<br />
o seu jeito simples de ser: “pode-se <strong>da</strong>r comi<strong>da</strong> <strong>ao</strong>s peixes de <strong>do</strong>is<br />
mo<strong>do</strong>s – jogan<strong>do</strong> o alimento no rio, para que qualquer peixe coma e<br />
siga o seu caminho ; ou colocan<strong>do</strong> o alimento em um anzol.”.. E<br />
concluía: “Devemos fazer o bem como quem joga alimento sem o anzol,<br />
para que qualquer um aproveite e siga a sua vi<strong>da</strong>”.<br />
Então amigos, eu recebi educação para aju<strong>da</strong>r, sem esperar<br />
agradecimento ou recompensa. Mas não posso deixar de receber de<br />
coração as flores que hoje me oferecem, pois elas são <strong>do</strong> jardim <strong>da</strong><br />
amizade e <strong>do</strong> amor. Nós as cultivamos juntos; eu não poderia fazê-lo<br />
sozinho. Elas são de to<strong>do</strong>s nós. Tu<strong>do</strong> que é ver<strong>da</strong>deiramente grande,<br />
nasce <strong>do</strong> amor. Tínhamos isso sempre em mente. Compartilho pois<br />
esta homenagem com to<strong>do</strong>s que estiveram comigo em minha<br />
caminha<strong>da</strong>.<br />
Em momentos como estes saem <strong>do</strong>s recantos escondi<strong>do</strong>s <strong>da</strong><br />
nossa memória até as mais distantes lembranças. Um ver<strong>da</strong>deiro filme<br />
sobre a nossa vi<strong>da</strong> se nos apresenta. E se revemos fotos e velhos<br />
alfarrábios que guar<strong>da</strong>mos, como fiz recentemente,essas lembranças<br />
se tornam realmente vivas. É o “recor<strong>da</strong>r é viver” de to<strong>do</strong>s nós. Mas,<br />
vejo que os meus dias felizes pre<strong>do</strong>minaram sobre os dias de<br />
tempestades e sofrimento. Sou grato a Deus e a to<strong>do</strong>s os parentes e<br />
amigos por isso. Vivi e plenitude <strong>da</strong> minha juventude e depois a<br />
maturi<strong>da</strong>de, cultivan<strong>do</strong> e pratican<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong>s ideais. E como sempre<br />
gostei <strong>do</strong> trabalho que faço, por esta suprema graça, não vivi o<br />
“tripolium”, o trabalho força<strong>do</strong>, que a tantos faz sofrer, mas a felici<strong>da</strong>de<br />
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de sonhar utopias e de lutar para realizá-las. Mas como “até as flores<br />
têm espinhos”, estes algumas vezes me feriram. Paguei então um<br />
pouco, pela ousadia e coragem de semeá-las e colhê-las, mas sempre<br />
procuran<strong>do</strong> sentir e compartilhar com to<strong>do</strong>s a sua beleza e o seu<br />
perfume. Sinto-me feliz por isso.<br />
Depois de passar por muitas experiências desde que saí <strong>da</strong><br />
minha terra amazônica, <strong>da</strong> minha casa, para estu<strong>da</strong>r fora, cheguei<br />
finalmente à <strong>UnB</strong> na vira<strong>da</strong> de 1969 para 1970. Acompanhara<br />
vivamente, como jovem estu<strong>da</strong>nte, a inauguração de Brasília, e a<br />
criação <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>. Ambas logo me cativaram. Passei por momentos<br />
difíceis, mas sempre fui movi<strong>do</strong> pelos sonhos e desafios, pela vontade e<br />
pela esperança , que ain<strong>da</strong> hoje cultivo.<br />
Fiquei inicialmente no Departamento de Química, mas depois<br />
migrei para o Instituto de Ciências Biológicas. Com o meu orienta<strong>do</strong>r<br />
científico e amigo <strong>Prof</strong>. <strong>Dr</strong>. Luiz Fernan<strong>do</strong> Gouvêa Labouriau, de<br />
sau<strong>do</strong>sa memória, a quem ren<strong>do</strong> homenagem neste momento, e à sua<br />
esposa <strong>Prof</strong>a.<strong>Dr</strong>a.Mariléa Salga<strong>do</strong> Labouriau, ambos também<br />
homenagea<strong>do</strong>s pela <strong>UnB</strong> como <strong>Prof</strong>essores Eméritos, fun<strong>da</strong>mos o<br />
Departamento de Biologia Vegetal. Com a saí<strong>da</strong> <strong>do</strong> <strong>Prof</strong>. Labouriau e<br />
esposa <strong>do</strong> Brasil, passei a trabalhar no Laboratório de Biofísica, <strong>do</strong><br />
Departamento de Biologia Celular e com proteínas. Contei com a<br />
experiente orientação <strong>do</strong> <strong>Prof</strong>.Manoel Mateus Ventura, também Emérito<br />
<strong>da</strong> <strong>UnB</strong>. Guar<strong>do</strong> boas lembranças desse tempo, e <strong>do</strong>s colegas<br />
<strong>do</strong>centes e pesquisa<strong>do</strong>res científicos <strong>do</strong> laboratório, <strong>Prof</strong>s. <strong>Dr</strong>s. Kumiko<br />
Mizuta, Celina Martin, Hiroaki Ikemoto e Jéferson Aragão.<br />
Atuei intensamente nos ensinos de graduação e pós-graduação, e na<br />
ativi<strong>da</strong>de científica, sobretu<strong>do</strong> nos vinte primeiros anos de <strong>UnB</strong>.<br />
Reestruturamos o Laboratório de Bioquímica, que passou a ser o<br />
Laboratório de Bioquímica-Química de Proteínas. Criamos o Centro<br />
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Brasileiro de Pesquisas e Serviços em Proteínas, inicialmente<br />
impulsiona<strong>do</strong> pela determinação <strong>da</strong> primeira seqüência de aminoáci<strong>do</strong>s<br />
de uma proteína realiza<strong>da</strong> no Brasil e na <strong>UnB</strong>. Esta foi minha Tese de<br />
Doutora<strong>do</strong>, defendi<strong>da</strong> na Escola Paulista de Medicina, acompanha<strong>da</strong><br />
com vivo interesse pelos <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> Laboratório de Biofísica <strong>da</strong>quela<br />
instituição, lidera<strong>do</strong> pelo <strong>Prof</strong>.<strong>Dr</strong>. Antonio C. de Matos Paiva, faleci<strong>do</strong><br />
este ano. Ren<strong>do</strong> a ele respeitosa homenagem neste momento, pela sua<br />
grande contribuição à ciência brasileira, reconheci<strong>da</strong> por to<strong>do</strong>s, e<br />
também à Fun<strong>da</strong>ção Universi<strong>da</strong>de de Brasília, <strong>da</strong> qual foi membro <strong>do</strong><br />
Conselho Diretor.<br />
Para a grande experiência de reestruturação <strong>do</strong> Laboratório de<br />
Bioquímica e Química de Proteínas, e <strong>do</strong> Centro Brasileiro de<br />
Pesquisas e Serviços em Proteínas, contei com a colaboração e<br />
estímulo de vários colegas e alunos. Vários deles são hoje <strong>do</strong>centes <strong>da</strong><br />
<strong>UnB</strong> e de outras instituições. Sou profun<strong>da</strong>mente grato a to<strong>do</strong>s, mas,<br />
especialmente <strong>ao</strong>s <strong>Prof</strong>essores Doutores Marcelo Valle de Sousa,<br />
Carlos André Ornelas Ricart, Wagner Fontes, Consuelo Medeiros<br />
Rodrigues de Lima, Mariana de Souza Castro, Ricar<strong>do</strong> Bastos Cunha e<br />
<strong>ao</strong> <strong>Prof</strong>. MSc. Pedro Portugal Zanotta, que hoje compõem esse<br />
importante centro de pesquisas <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>. Eles e outros numerosos ex-<br />
alunos que hoje estão em instituições importantes em Brasília e em<br />
outros Esta<strong>do</strong>s e países, muito me aju<strong>da</strong>ram e ensinaram. Agradeço a<br />
to<strong>do</strong>s e especialmente <strong>ao</strong>s que hoje me dão o privilégio de poder ver o<br />
laboratório e as principais ativi<strong>da</strong>des científicas que ali implantei serem<br />
continua<strong>da</strong>s. Sim, porque vi em minha vi<strong>da</strong>, aqui e em outros lugares,<br />
laboratórios e sonhos desapareceram quan<strong>do</strong> o seu cria<strong>do</strong>r ou<br />
implanta<strong>do</strong>r saiu ou afastou-se <strong>da</strong> cena por algum motivo. Estarei <strong>ao</strong><br />
seu la<strong>do</strong> sempre, como pesquisa<strong>do</strong>r voluntário e amigo. Não deixemos<br />
esse sonho desaparecer.<br />
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Passei por várias experiências na gestão administrativa <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>,<br />
como a de Sub-Chefe e Chefe <strong>do</strong> Depto. De Biologia Vegetal; Chefe <strong>da</strong><br />
Estação Biológica (Estação <strong>Ex</strong>perimental <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>), onde trabalhei com o<br />
sau<strong>do</strong>so <strong>Prof</strong>.Ezechias Paulo Heringer, grande conhece<strong>do</strong>r <strong>da</strong> flora e<br />
ecologia <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong>. Fui Presidente <strong>da</strong> Comissão Permanente de<br />
Vestibular- COPEVE; Diretor e fun<strong>da</strong><strong>do</strong>r <strong>da</strong> Diretoria de Acesso <strong>ao</strong><br />
Ensino Superior –DAES, que reestruturamos preparan<strong>do</strong> a criação <strong>do</strong><br />
Centro de Seleção e Promoção de Eventos- CESPE. Participei de<br />
vários Conselhos e Comissões <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>. Fui Decano de Pesquisa e Pós-<br />
Graduação e finalmente <strong>Reitor</strong> <strong>da</strong> <strong>UnB</strong> por <strong>do</strong>is man<strong>da</strong>tos.Não haveria<br />
tempo aqui para falar um pouco mais sobre estas e outras<br />
contribuições, mas elas estarão incluí<strong>da</strong>s em livros que estou<br />
escreven<strong>do</strong>. To<strong>da</strong>s elas foram muito ricas para mim, cheias de<br />
ensinamentos gratificantes e inesquecíveis. Sem falsa modéstia acho<br />
que posso dizer que, nesse tempo, com a aju<strong>da</strong> de to<strong>do</strong>s, a <strong>UnB</strong><br />
avançou muito e exerceu papel marcante na vi<strong>da</strong> brasiliense, e nos<br />
panoramas brasileiro e internacional. Em numerosos <strong>do</strong>cumentos e<br />
artigos divulga<strong>do</strong>s pela imprensa e em reuniões e debates públicos,<br />
pude divulgar e discutir os avanços <strong>da</strong> <strong>UnB</strong> e as dificul<strong>da</strong>des vivi<strong>da</strong>s,<br />
muitas <strong>da</strong>s quais foram impostas pelos acontecimentos conjunturais<br />
nacionais e mundiais.<br />
Mas não poderia deixar de registrar nesta ocasião alguns passos<br />
e boas lembranças vivi<strong>da</strong>s na <strong>UnB</strong>, ain<strong>da</strong> que resumi<strong>da</strong>mente, além<br />
<strong>da</strong>quelas satisfações quase rotineiras <strong>da</strong> sala de aula e <strong>do</strong> laboratório<br />
de pesquisa, com a alegria de resulta<strong>do</strong>s científicos favoráveis.<br />
Foi momento de satisfação o lançamento <strong>da</strong> proposta inicial <strong>do</strong><br />
Programa de Avaliação Seria<strong>da</strong> (PAS) em 1985, que logo contou com a<br />
simpatia <strong>do</strong>s estu<strong>da</strong>ntes de segun<strong>do</strong> grau e <strong>da</strong> opinião pública em<br />
geral. Relembro o grande passo que demos com o Planejamento<br />
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Estratégico e a implantação <strong>do</strong>s Planos Qüinqüenal e de<br />
Desenvolvimento Institucional, que prosseguem na nossa <strong>UnB</strong>. Foram<br />
então realiza<strong>do</strong>s intensivos trabalhos pela Assessoria de Planejamento,<br />
em parceria com as uni<strong>da</strong>des e sub-uni<strong>da</strong>des acadêmicas,<br />
administrativas e com a comuni<strong>da</strong>de universitária. Recor<strong>do</strong> a criação e<br />
implantação <strong>do</strong> Centro Brasileiro de Pesquisas e Serviços em Proteínas<br />
e a construção <strong>da</strong> nova rede de informática, a nossa RED<strong>UnB</strong>, em<br />
meio a tantas limitações de recursos e necessi<strong>da</strong>des freqüentes de<br />
modernização de equipamentos, face <strong>ao</strong>s rápi<strong>do</strong>s avanços nos campos<br />
<strong>da</strong> instrumentação científica e <strong>da</strong> tecnologia <strong>da</strong> informação. Rememoro<br />
as obras de recuperação, melhorias e modernização de dezenas de<br />
laboratórios e prédios, como os <strong>do</strong> Centro de <strong>Ex</strong>celência em Turismo,<br />
<strong>da</strong> Biblioteca Central (inclusive os esforços para a extinção <strong>do</strong> “lago<br />
subterrâneo” e seus prejuízos, realiza<strong>do</strong>s pela Prefeitura <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>, com o<br />
apoio de setores técnicos e de engenharia <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>). Devo lembrar ain<strong>da</strong><br />
reformas como as <strong>do</strong>s prédios <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Medicina e Facul<strong>da</strong>de<br />
de Ciências <strong>da</strong> Saúde, <strong>da</strong> Biblioteca Central, <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de<br />
Tecnologia, <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Educação Física e vários setores <strong>do</strong><br />
Centro Olímpico (inclusive <strong>do</strong> sistema de tratamento de água <strong>da</strong>s<br />
piscinas), além de importantes melhorias em outros prédios.<br />
Melhoramos muito a base física <strong>do</strong> Hospital Universitário de Brasília<br />
bem como a sua infra-estrutura de equipamentos e outros recursos.<br />
Foram avanços importantes a reestruturação <strong>do</strong> Centro de<br />
Planejamento liga<strong>do</strong> <strong>ao</strong> Gabinete <strong>do</strong> <strong>Reitor</strong>, que produziu o<br />
replanejamento <strong>do</strong> Campus, incluin<strong>do</strong> reformas e novas edificações,<br />
várias delas em an<strong>da</strong>mento na atual administração <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>.<br />
É para mim especialmente gratificante destacar a nossa iniciativa<br />
<strong>do</strong> Plano de <strong>Ex</strong>pansão <strong>da</strong> <strong>UnB</strong> para o Distrito Federal e a construção,<br />
inicialmente, <strong>do</strong> Campus <strong>UnB</strong>-Planaltina. O primeiro grande passo<br />
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institucional nesse senti<strong>do</strong> foi <strong>da</strong><strong>do</strong> em cafés <strong>da</strong> manhã na <strong>Reitor</strong>ia, com<br />
os Deputa<strong>do</strong>s Distritais e com os Deputa<strong>do</strong>s Federais <strong>da</strong> banca<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />
Distrito Federal. Lembro-me <strong>do</strong> apelo em tom amigo, mas histórico, que<br />
fiz a to<strong>do</strong>s que iam chegan<strong>do</strong> para aqueles encontros matinais<br />
memoráveis: que fique o político partidário de fora e entre o<br />
ESTADISTA. A Universi<strong>da</strong>de, o <strong>Reitor</strong> e os seus projetos são supra-<br />
partidários. A proposta de expansão foi bem recebi<strong>da</strong> e logo apoia<strong>da</strong><br />
por to<strong>do</strong>s. Seguiu-se uma dura luta para obter os terrenos e recursos<br />
mínimos necessários. Foi possível construir o campus de Planaltina e<br />
encaminhar favoravelmente a cessão de terrenos em Taguatinga-<br />
Ceilância e no Gama. E a luta continúa, ten<strong>do</strong> agora à frente os nossos<br />
novos heróicos e competentes dirigentes <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>, lidera<strong>do</strong>s pelo<br />
<strong>Prof</strong>.Timothy.<br />
Guar<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> boas lembranças <strong>da</strong> criação <strong>do</strong> Laboratório de<br />
Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Futuro com as suas preocupações estratégicas e o<br />
programa Brasil em Questão, incluin<strong>do</strong> o Universi<strong>da</strong>de em Questão.<br />
Essa iniciativa, segui<strong>da</strong> por outras instituições, com os seus Núcleos e<br />
Programas de Estu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Futuro, foi para mim grande significa<strong>do</strong>, pois<br />
permite ampliar os horizontes e comprometer mais ain<strong>da</strong> a universi<strong>da</strong>de<br />
com o porvir.<br />
Ao receber <strong>do</strong> Governo Federal e <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Tocantins a<br />
missão de ser o <strong>Reitor</strong> implanta<strong>do</strong>r <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>do</strong><br />
Tocantins, logo compreendi a importância de colaborar para a<br />
implantação dessa instituição, no único Esta<strong>do</strong> que ain<strong>da</strong> não possuía<br />
uma universi<strong>da</strong>de federal. Foram grandes as dificul<strong>da</strong>des, mas<br />
cumprimos a nossa missão, conforme o Relatório Final apresenta<strong>do</strong>,<br />
apesar <strong>do</strong>s dias difíceis que marcam as mu<strong>da</strong>nças de governo.<br />
A criação <strong>do</strong> Curso de Medicina na Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>do</strong> Acre<br />
sob a tutela <strong>da</strong> <strong>UnB</strong> foi outra missão que cumprimos com alegria, com o<br />
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imprescindível apoio <strong>da</strong> sau<strong>do</strong>sa <strong>Prof</strong>a.Vanize Mace<strong>do</strong> e equipe. Essa<br />
missão representava um passo ousa<strong>do</strong> e difícil, em favor <strong>do</strong><br />
desenvolvimento de um <strong>do</strong>s mais distantes pontos <strong>da</strong> Amazônia<br />
Brasileira. Isso fazia parte <strong>do</strong> sonho <strong>UnB</strong> e não hesitamos em aceitar o<br />
desafio, proposto pelo Sena<strong>do</strong>r Tião Viana e apoia<strong>do</strong> pelo Governa<strong>do</strong>r<br />
Jorge Viana.<br />
Outros momentos desafia<strong>do</strong>res como a experiência <strong>da</strong>s cotas no<br />
vestibular, a questão <strong>da</strong> reforma universitária e a posição <strong>da</strong> <strong>UnB</strong> nesse<br />
contexto, a ampliação e o fortalecimento <strong>da</strong> nossa pós-graduação não<br />
podem ser esqueci<strong>do</strong>s. Lembramos também neste momento, com<br />
sensação de dever cumpri<strong>do</strong> pela instituição, <strong>do</strong> importante trabalho de<br />
seleção e treinamento de servi<strong>do</strong>res públicos realiza<strong>do</strong>s pela <strong>UnB</strong>-<br />
CESPE em to<strong>do</strong> o país. Entre centenas de contribuições nesse campo,<br />
foi historicamente marcante a realização exitosa <strong>do</strong> primeiro concurso<br />
público no Esta<strong>do</strong> de Roraima.<br />
Com o cartaz ASAS ABERTAS PARA VOCÊ anunciávamos a<br />
52ª.Reunião Anual <strong>da</strong> SBPC que tivemos a satisfação de realizar em<br />
julho <strong>do</strong> ano 2000 na Universi<strong>da</strong>de de Brasília. Que alegria lembrar<br />
esse grandioso evento, precedi<strong>do</strong> de amplo périplo nacional que presidi,<br />
com visitas e debates a numerosas universi<strong>da</strong>des e centros de<br />
pesquisa em to<strong>do</strong> o País. Propunhamos e discutíamos naquela ocasião<br />
a a<strong>do</strong>ção de um novo plano nacional de Ciência e Tecnologia. Pouco<br />
depois o Ministério de Ciência e Tecnologia realizou a 2ª.Conferência<br />
Nacional de Ciência e Tecnologia e publicou os Livros Branco e Verde,<br />
conheci<strong>do</strong>s de to<strong>do</strong>s <strong>do</strong> nosso mun<strong>do</strong> científico. O assunto continua em<br />
pauta e requer novos esforços <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de científica e<br />
conscientização <strong>do</strong>s nossos dirigentes públicos e setores influentes <strong>da</strong><br />
socie<strong>da</strong>de brasileira.<br />
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Disse o poeta popular que “Quem viaja com rancores/<br />
maldizen<strong>do</strong> a caminha<strong>da</strong>/ não pode ver quantas flores/ brotam na beira<br />
<strong>da</strong> estra<strong>da</strong>”. Ver e sentir a vi<strong>da</strong> é preciso, em to<strong>da</strong> a sua dimensão. É<br />
necessário ter paciência e persistência, recursos <strong>da</strong> esperança que<br />
devemos renovar to<strong>do</strong>s os dias. Amigos, de esperança em esperança<br />
exorcizamos o pessimismo, vivemos “pra frente” e construímos o bom<br />
futuro. Sem esperança não há sonhos, apenas terríveis pesadelos.<br />
Assim acreditan<strong>do</strong> cunhei esta frase, que já compartilhei com to<strong>do</strong>s, e<br />
que me alerta e renova a ca<strong>da</strong> dia: “Quan<strong>do</strong> paramos de sonhar, o<br />
Diabo faz e gente ter pesadelos”.<br />
Que bom é desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de ouvir o silêncio nos dias<br />
rui<strong>do</strong>sos de hoje. É quan<strong>do</strong> podemos ver enfim o mun<strong>do</strong> e sentir melhor<br />
o universo. É o silêncio “audível” que nos pode permitir ver e ouvir a<br />
to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s. Aqueles sete la<strong>do</strong>s: o <strong>da</strong> direita, o <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>, o <strong>da</strong><br />
frente, o de traz, o de cima, o de baixo e o sétimo la<strong>do</strong>, talvez o mais<br />
importante de to<strong>do</strong>s: o la<strong>do</strong> de dentro. É quan<strong>do</strong> vemos a nossa maior<br />
dimensão com to<strong>da</strong>s as suas potenciali<strong>da</strong>des, limitações e também<br />
pequenez...É quan<strong>do</strong> nos deparamos com difíceis interrogações tais<br />
como: quem somos ? de onde viemos ? para onde vamos ? To<strong>da</strong> a<br />
nossa sabe<strong>do</strong>ria ain<strong>da</strong> está longe de responder a essas perguntas.<br />
Vemos que somos apenas uma minúscula ilha num infinito oceano de<br />
ignorância, que ultrapassa em muito os limites <strong>da</strong> Terra.<br />
Como seres que mais usam a inteligência para <strong>do</strong>minar as<br />
forças hostis <strong>da</strong> natureza e as dificul<strong>da</strong>des <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, sabemos que é o<br />
cérebro o maior de to<strong>do</strong>s os recursos de que dispomos. Mas, foi<br />
demora<strong>da</strong> e penosa a evolução <strong>do</strong> homem até os nossos dias. As<br />
transições por que passou a humani<strong>da</strong>de envolveram inúmeros<br />
deslocamentos com avanços e retrocessos, e o progresso alcança<strong>do</strong><br />
apresenta distorções graves. Há uma distância grande entre o que se<br />
10
diz e o que se faz nas ações <strong>da</strong>s governanças, onde isso não poderia<br />
acontecer tão frequentemente.<br />
Um mun<strong>do</strong> novo está se forman<strong>do</strong>, embora ain<strong>da</strong> com muitos<br />
genes já conheci<strong>do</strong>s e que devem ser substitui<strong>do</strong>s. Trata-se de uma<br />
reengenharia difícil e para várias gerações. Novos valores estão sen<strong>do</strong><br />
engendra<strong>do</strong>s, e deverão incluir mais o social e o respeito à natureza. A<br />
inteligência humana poderá chegar a caminhos melhores, e já sabe que<br />
não haverá democracia e paz social, onde a distribuição <strong>da</strong> riqueza seja<br />
muito desigual. Cabe à universi<strong>da</strong>de destacadissimo papel nesse<br />
processo.<br />
Disse o sábio que é fácil escrever. Começa-se com uma letra<br />
maiúscula e termina-se com um ponto final. Entre a letra e o ponto,<br />
colocam-se idéias... A nossa vi<strong>da</strong> é assim: chegamos, escrevemos a<br />
nossa história, aju<strong>da</strong>mos na história de to<strong>do</strong>s e ponto, em ca<strong>da</strong> capítulo,<br />
até que se chega <strong>ao</strong> ponto final. Outros então continuarão esse<br />
interminável romance <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> que terá sempre bons e maus momentos.<br />
Trabalhemos sempre para que pre<strong>do</strong>minem os bons momentos.<br />
Cultivemos as boas idéias, os bons ensinamentos e os bons exemplos.<br />
O bom exemplo vale mais <strong>do</strong> que letras mortas e mil palavras <strong>ao</strong> vento.<br />
Sejamos autênticos, sejamos nós mesmos, e não aquele outro<br />
que a mídia e as vai<strong>da</strong>des projetam, pois, quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> acaba, vê-se<br />
que não se fez na<strong>da</strong>. O tempo passa, mas com o tempo aprendemos<br />
que nós é que passamos. Estas são velhas sabe<strong>do</strong>rias que muitos<br />
esquecem ou que não aprenderam.<br />
Creio que a minha história ain<strong>da</strong> não acaba por aqui. Ela<br />
continuará na <strong>UnB</strong>. Poderei incluir outros capítulos, de preferência com<br />
causas de interesse relevante, como a que abracei neste ano, como<br />
Vice-Presidente <strong>do</strong> CNPq. Quanto a essa oportuni<strong>da</strong>de agradeço <strong>ao</strong><br />
Ministro <strong>Prof</strong>.<strong>Dr</strong>.Sérgio Rezende e <strong>ao</strong> Presidente <strong>do</strong> CNPq<br />
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<strong>Prof</strong>.<strong>Dr</strong>.Erney Camargo, ambos reconheci<strong>do</strong>s cientistas, pelo convite,<br />
oportuni<strong>da</strong>de e confiança. Agradeço o amplo apoio recebi<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />
comuni<strong>da</strong>de científica e a to<strong>do</strong>s <strong>do</strong> CNPq.<br />
Finalmente, mas não por último, volto a agradecer a to<strong>do</strong>s os<br />
professores, servi<strong>do</strong>res, alunos, aposenta<strong>do</strong>s, ex-alunos por tu<strong>do</strong> que<br />
fizeram para construir e fortalecer esta grande universi<strong>da</strong>de pública.<br />
Agradeço fraternalmente a to<strong>do</strong>s que comigo trabalharam mais de<br />
perto, na pessoa <strong>da</strong> Senhora Viviane Sabino, ex-Chefa de Gabinete <strong>do</strong><br />
<strong>Reitor</strong>; à equipe <strong>do</strong> Laboratório, <strong>ao</strong>s que trabalharam ombro a ombro<br />
comigo na COPEVE-DAES-CESPE; à equipe <strong>do</strong> Decanato de Pesquisa<br />
e Pós-Graduação; <strong>ao</strong>s que atuaram em to<strong>do</strong>s os órgãos nos meus oito<br />
anos como <strong>Reitor</strong>; <strong>ao</strong> ex-Vice-<strong>Reitor</strong> Timothy e a to<strong>do</strong>s os Decanos; e<br />
<strong>ao</strong>s membros <strong>do</strong> Conselho Diretor <strong>da</strong> FUB.<br />
Preza<strong>do</strong>s amigos <strong>da</strong> <strong>UnB</strong>. Sempre soubemos crescer mesmo<br />
nos momentos adversos. O passa<strong>do</strong> é invencível, aconteceu e não<br />
pode ser mu<strong>da</strong><strong>do</strong>, a não ser artificialmente pela mentira ou má<br />
interpretação <strong>do</strong>s fatos O passa<strong>do</strong> nos ensinou muito. É também<br />
importante saber onde estamos no presente.<br />
Mas, sempre achei que é mais importante decidir e saber para<br />
onde vamos. Assim sen<strong>do</strong> dirigi a <strong>UnB</strong> mais volta<strong>do</strong> para o futuro, com<br />
os planos denomina<strong>do</strong>s <strong>UnB</strong> à Frente <strong>do</strong> seu Tempo e <strong>UnB</strong> mais à<br />
Frente, com os Planos Estratégico, Qüinqüenal e de Desenvolvimento<br />
Institucional, e com o apoio sempre próximo <strong>do</strong> Laboratório de Estu<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> Futuro. E, simbolicamente, no fim <strong>do</strong> nosso man<strong>da</strong>to à frente <strong>da</strong><br />
<strong>Reitor</strong>ia, lançamos a obra História <strong>do</strong> Futuro, <strong>do</strong> Pe, Antõnio Vieira.<br />
Estima<strong>do</strong>s amigos. Um mun<strong>do</strong> novo e melhor sempre poderá<br />
ser cria<strong>do</strong>. De fato, o futuro só é possível porque sempre se renova. O<br />
futuro está no nascente, onde há luz nova e muitas auroras que ain<strong>da</strong><br />
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não raiaram. Lá está o futuro <strong>do</strong>s nossos sonhos, que podemos<br />
construir. Mãos à obra.<br />
Saúde, entusiasmo e felici<strong>da</strong>des para to<strong>do</strong>s! Obriga<strong>do</strong>!<br />
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