11.05.2013 Views

LIV T35162 (com OCR).pdf

LIV T35162 (com OCR).pdf

LIV T35162 (com OCR).pdf

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

(ni)<br />

ARVORES E PLANTAS<br />

ÚTEIS<br />

Reservados os direitos do traducç&o<br />

o roproducçáo.


Do mesmo autor:<br />

CARTE du COURS «le L'AMAZONE, U*p«b "'Océan Jusqu' à Manáos et<br />

de la Guyane Brésilienne.<br />

I<br />

1906-Au- Edlt. Armand Colin — Paris. (Exgotada).<br />

2.000.000<br />

CARTE O" BAS AMAZONE, de Santarém ù Parlntlns.<br />

I<br />

1911 — Au- Archlvo publico do Estado do Pará.<br />

250.000<br />

L'AMAZONIE BRESILIENNE — '•«* pays — Ses habitants — Ses ressources<br />

192» 2 vol. ln.-8.° — 1025 p. — Gl photogravures et une carte.<br />

Edlt. Soc. d'Editions Géographiques, Maritimes et Coloniales. 17. rue Ja-<br />

cob — Paris.<br />

Trabalhos premiados prias Sociedades de Geographla de Pa-<br />

ris (Med. PRA.-1904 — Pr. LOGEROT-1920 — .Med. CREVAI X-<br />

1923) e pelo Instituto de França (Academia das Sclenclas, Pr. líl-<br />

NOUX-1923).<br />

\PONTAMENTOS SOBRE AS SEMENTES OLEAGINOSAS — BALSA-<br />

MOS — RESINAS — ESSENCIAS — BORRACHAS — GUTTAS<br />

e BALATAS «la Floresta amazônica. Publicado pelo Ministério d« Traba-<br />

lho. Industria e Commerclo. 4* Edição (1931) — I11.-8.® Ü0 p.—<br />

A CULTURA DO CACAU NA AMAZÔNIA. Publicado pelo Ministério da<br />

Agricultura - 2.» Edição (1931) _ ln.-8.«—50 p. (Imprlmlndo-se).


PAUL LE COINTE<br />

.Director do Museu Commercial do Pará e da<br />

Escola annexa de Chimica Industrial<br />

A AMAZONIA<br />

BRASILEIRA<br />

— III —<br />

ARVORES E PLANTAS<br />

ÚTEIS<br />

(Indígenas e acclimadas)<br />

Nomes vernáculos e nomes vulgares<br />

Classificação botanica<br />

Habitat<br />

Principaes applicações e propriedades<br />

1934-<br />

<strong>LIV</strong>RARIA CLASSICA<br />

Bolem-Para<br />

• •


S Ã O •<br />

o g v<br />

HiStfricJ<br />

Principaes" obras consultadas<br />

Publicações de J. HUBER, no w Boletim do Museu paraense<br />

E. Goeldi" e no ''Bulletin de l'herbier Boissier"<br />

de Paris.<br />

Publicações de AD. DUCKE, no 44 Boletim do Museu paraense<br />

E. Goeldi", nos 41 Archivos do Jardim Botânico"<br />

de Rio de Janeiro e na 44 Revue de Botanique Appliquée",<br />

de Paris.<br />

Histoire des plantes de la Guiane française, de F. AUBLET.<br />

Plantes usuelles des Brésiliens, de AUG. de SAINT-HI-<br />

LAIRE.<br />

Elementos de Botanica, de J. M. CAMIXHOA.<br />

Historia das plantas medicinaes e úteis do Brasil, de TH. e<br />

GUST. PECKOLT.<br />

Diccionario das plantas úteis do Brasil (Vol. l.° e 2.°, da<br />

letra A á letra E), de M. PIO CORRÊA.<br />

Flora amazônica, de A. da MATTA.<br />

Publicações nos 44 Archivos do Jardim Botânico" e identificações<br />

de Malvaceas, de J. G. KUHLMANN.<br />

Revista 14 Tropical Woods" (Yale University) - Identificações<br />

do material botânico colleccionado na concessão<br />

Ford, no Rio Tapajoz, p. R.*> MONTEIRO da COSTA.<br />

• * a<br />

1


ABREVIAÇÕES<br />

SVN" Synonymos, ou nomes em paizes vizinhos.<br />

CAR Caracteres notáveis Á primeira vista.<br />

HAB Habitat.<br />

Loc Localidades ou regiões onde tem sido identificado.<br />

Mad Informações sobre a madeira.<br />

D = Densidade•( Peso especifico médio ).<br />

Ind. Applicações industriaes.<br />

Ali tu Utilidade na alimentação do homem.<br />

Alini. anim... Utilidade na alimentação dos animaes.<br />

Med... Applicações na therapeutica.<br />

Med. pop Uso na medicina caseira, no interior amazonico.<br />

Orn Utilidade na ornamentação.<br />

M. C. P Observação feita no Museu Commercial do<br />

Pará.<br />

(a.) Arbusto.<br />

(a. g.) Arbusto grande.<br />

; PI. h.) Planta herbacea.<br />

( Cip.) Cipó.<br />

(A. p.) Arvore pequena.<br />

(A. m.) Arvore mediana.<br />

(A. g.) Arvore grande.<br />

(A. G.) Arvore muito grande.<br />

T. f Terra firme (terrenos não inundáveis).<br />

V Varzea (terrenos de alluvião).<br />

( G. fr. ) Na Guyana franceza.<br />

( Ingl.) Na Inglaterra.<br />

( Ali.) Na Allemanha.<br />

(Fr.)<br />

Ig<br />

Na França.<br />

Igarapé ( riacho).<br />

Igap Iírapó (Matta inundada).<br />

R<br />

A. R<br />

Rio.<br />

Alto rio.<br />

• 9<br />

•U. R Médio rio.<br />

B. R Baixo rio.<br />

L Lago<br />

J


VI A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

C Campo.<br />

( L. g.) Hm língua geral (Tupi). •<br />

Ale Alcalóide.<br />

Gluc Glucoside.<br />

(Alcobaça)... Localidade onde o nome anterior é empregado.<br />

Os nomes scientificos diversos dados á mesma planta<br />

são separados pelo signal = . As especies diversas que correspondem<br />

ao mesmo nome vulgar são separadas pela palavra<br />

e.<br />

Algumas plantas interessantes que não têm nome vulgar<br />

figuram <strong>com</strong> o nome scientifico, em tvpo differente no<br />

respectivo logar da ordem alphabetica.


INTRODUCÇÃO<br />

Este pequeno diccionario das plantas úteis, ou, antes,<br />

já de alguma forma utilisadas, da Amazônia brasileira, não<br />

tem a pretenção de constituir um elemento de documentação<br />

botanica; é um simples manual, <strong>com</strong>plemento do meu<br />

livro tl L'AMAZONIE BRESILIENNE" ( 1922), cujo fim<br />

principal é estabelecer, relativamente á Hora amazônica, tão<br />

variada e tão rica, uma ligação mais estreita entre os estudos<br />

puramente scicntificos dos especialistas e os conhecimentos<br />

práticos da população local.<br />

As obras magistraes dos scientistas que, successivamente,<br />

têm percorrido as diversas partes da immensa bacia do<br />

Rio Mar, ficam ignoradas do grande publico, em quanto,<br />

nas observações esparsas em relações de viagens ou artigos<br />

de revistas, mais á seu alcance, nota-se uma confusão enorme<br />

na determinação das especies vegetaes correspondente<br />

aos nomes vulgares, estes mesmos variaveis de um logar a<br />

outro, ou applicados, segundo a região, a plantas <strong>com</strong>pletamente<br />

differentes, sem contar a publicação frequente de<br />

classificações errôneas, baseadas somente numa supposta<br />

identidade <strong>com</strong> plantas, parecidas ou aparentadas, dos Estados<br />

do Sul do Brasil.<br />

Não obstante estar, ha mais de quarenta annos, lidando<br />

intimamente <strong>com</strong> a floresta amazônica, estudando-lhe o<br />

valor economico, não me teria sido possível fazer uma selecção<br />

rigorosa entre os dados, colhidos em fontes muito<br />

diversas e nem sempre insuspeitas, si a maior autoridade<br />

nesse assunto, meu muito distineto amigo Dr. Adolfo Ducke,<br />

não tivesse tido a gentileza de revêr o prcaeiTte trabalho,<br />

•especialmente no que toca á classificação das dicotyledoneas<br />

arbóreas. Seguindo os conselhos do eminente botânico,<br />

foram rectificadas muitas identificações e eliminadas as que<br />

pareciam por demais duvidosas, limitando-se ao minimo a


VIII<br />

^.•or.HfirAç mm a suporessãü dos<br />

tanto duvidosas, mas que merecem ser verincauas, tratando<br />

de plantas cujas propriedades medicmaes são assinaladas<br />

pelo povo, embora ás vezes por mera confusão <strong>com</strong> outras<br />

ou por abusão infantil, porque, em muitos casos também,<br />

as crenças populares poderão indicar o caminho para futuras<br />

pesquisas scientificas.<br />

Meu desejo é que, auxiliados por estas notas, possam<br />

mais rapidamente se familiarisar <strong>com</strong> a Grande Floresta<br />

tanto os que a percorrem em reconhecimentos geographicos,<br />

<strong>com</strong>o os que têm em vista a exploração dos innumeros produetos<br />

que ella offerece ao <strong>com</strong>mercio, á industria, á medicina<br />

e á alimentação.<br />

Naturalmente, um trabalho deste genero não podia<br />

sahir logo <strong>com</strong>pleto nem expurgado de qualquer engano;<br />

peço a collaboração dos meus leitores para que enxertem<br />

nas linhas deste primeiro esboço as emendas e os accrescimos<br />

que, reunidos, permittirão, mais tarde, organisar uma<br />

obra mais perfeita.<br />

As gravuras que illustram este livro e representam<br />

alguns vegetaes typicos da Amazônia, são reproducçôes de<br />

photographias tiradas, á meu pedido, nos arredores da cidade<br />

de Belcrn, pelo Sr. Louis H. Cordelier a quem apresento<br />

meus sinceros agradecimentos.<br />

I<br />

O<br />

Belem, 1 de Julho de 1932.<br />

ePauf â


A<br />

ABACATE — PERSEA GRATÍSSIMA Gaertn. (Lauraceas)<br />

Origin. do México onde é chamado Ahuacatl.—<br />

Cultivado<br />

(A. m j— Svn*. Avocai (Fr.) — AUigator pear (Ingl.)<br />

Alim.— O fructo é uma grossa baga pyriforme, verde<br />

lustroso ou roxo escuro» polpa abundante, semente volumosa.<br />

A polpa é amarello claro, butyrosa, <strong>com</strong>estível, saborosa;<br />

pode se <strong>com</strong>er só ou <strong>com</strong> sal, assucar, limão, vinho de Madeira,<br />

kirsch. &<br />

Ind.— O caroço contém 1,6 %> de tanino (E. Serfaty—<br />

M. C. P. —1929). O succo da semente pode servir para marcar<br />

a roupa branca.<br />

Med.— O chá das folhas é diurético e preconisado contra<br />

a inflammação do ligado.—O emplastro da massa ralada<br />

da semente tem propriedades cicatrisantes muito notáveis.<br />

— Com a semente cortada em fatias delgadas, torradas e<br />

moidas, prepara se um chá de gosto agradavel, considerado<br />

<strong>com</strong>o levemente aphrodisiaco e util nas dysenterias e doenças<br />

do fígado.<br />

ABACAXI—ANANÁS SAT1VUS Schult. var. PY<br />

RAM IDA LIS Arr. Cam. (Bromei iaceas).<br />

Alim.— Variedade de ananás muito estimada.<br />

Abacaxi amarello: fructo granel«. pyramiciafr; parte cariy>sa<br />

amarella, succulenta. aromatic^, de sabor muito doce,<br />

agradavel.<br />

Abacaxi branco: A parte carnosa é branca, succulenta.<br />

de sabor doce, agradavel.


ABATI - v. MILHO<br />

XVI A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

A<br />

ABATI-MIRIM, OU ABAXI — ORIZA<br />

var SUBÜLATA Nees. (Gramíneas)<br />

Sw. - Arroz silvestre<br />

SATIVA L.<br />

Variedade de arroz, de grão pequeno e avermchado,<br />

que parece ser indígena.<br />

ABIHY (Manaos) - v. PAO DOCE (Faro).<br />

ABIORY (R. Tapajoz) — MABEA PANICULATA<br />

Benth. (Euphorbiaceas).<br />

ABÍÜ— LUCUMA CAI MITO (Ruiz e Pavon) Roem<br />

e Schulth. (Sapotaceas). Orig. do Peru — Acclimado.<br />

Etym. (L. g.): amby — catarro e uá — frueto<br />

Sv.v. - Caimito (no* Peru).<br />

Alim.— Frueto ovoide, da grossura de um ovo de pata,<br />

ou espherico <strong>com</strong>o uma laranja — Pelle lisa, amarella quando<br />

maduro —polpa gelatinosa, de sabor adocicado, de cor branca<br />

esverdeada.<br />

Mad.— Madeira rósea pardacenta, <strong>com</strong>pacta, de dureza<br />

media, fácil a trabalhar, própria para cabos de ferramenta.<br />

D = 0,89.<br />

Lid.— Das feridas do tronco escorre um látex que contem<br />

gutta.<br />

ABÍU GRANDE —(R. Tapajoz) LUCUMA PARAEN-<br />

SIS Standl. (Sapotaceas).<br />

(A. g.) HAB. — Matta da t. f.<br />

Loc. - Bôa Vista (R. Tapajoz).<br />

Mad. — Empregada somente <strong>com</strong>o <strong>com</strong>bustível.<br />

Alim. — Frueto <strong>com</strong>estível.<br />

ABÍU-RANA — (Teffé) - (?) LUCUMA LASIOCARl<br />

A Mart. (Sapotaceas). Esta classificação é incerta; o nome<br />

«abíu-rana» pertence a numerosas sapotaceas amazônicas,<br />

principalmente do genero Luctima.<br />

CAR.— Fructos globosos, amarellos, cobertos de pellos.<br />

^J^HAB. - Nautas inundáveis.<br />

rnassj<br />

terra<br />

D = 1.19.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

Med. - Casca adstringente.<br />

Ind. — Dá látex que contem gutta.<br />

ABÍ URANA GRANDE — LUC UMA DISSEP ALA<br />

(Krause) Ducke (Sapotaceas).<br />

SY.W— Cutitiribá-rana — Guajará (Beiern) — Abiorana<br />

preta (R. Tapajoz).<br />

(A. g.) HAB. - Na terra firme arenosa.<br />

Loc. - Óbidos, Oriximiná, Faro. Rio Tapajoz.<br />

Aliai.— Fructos grandes, verde azulado, contem uma<br />

massa farinhenta, analoga a do cutitiribá, pouco aproveitável.<br />

Ma d. — Cor castanha avermelhada — parecida <strong>com</strong> maparajuba,<br />

mas inferior.— D=1,16.<br />

ABÍU-RANA MUCURA (Rio Jacundá) - LUCUMA<br />

(Sapotaceas).<br />

ABÍU-RANA GUTTA — ?<br />

Com o nome de abíu-rana têm sido assignaladas em diversas<br />

regiões da bacia amazônica arvores cujo látex é rico em<br />

gutta. O Snr. Raymundo Monteiro da Costa observou duas<br />

especies, no R. Tapajoz e no Rio Purús. A abíu-rana do<br />

Purüs é a mais leiteira; o látex de ambas as especies foi<br />

estudado no Museu Commercial do Pará; a proporção de<br />

gutta encontrada varia de 88 a 96 %> do produeto de coagulação<br />

secco no vácuo.<br />

ABOBORA— CUCURBITA PEPO L. (CucurbitaceasV<br />

Orig. da Africa.<br />

Na Amazônia reserva-se este nome á abobora de carne<br />

branca.<br />

Al im. — Legume ou doce.<br />

ABOBRINHA do MATTO — v. TAYUYA<br />

ABRICÒ— MAMMEA AMERICANA }acq. (Guttiferas).—Orig.<br />

das Antilhas.<br />

(A. m. ou g.) — Flor de perfume agradavel (Agaa dos<br />

creoulos, nas Antilhas) e folhagem muito densa.<br />

Vita.— Fructo globoso, pardo «imarellatfc)*quando maduro.<br />

de 8 a 16 cm. de diâmetro; cgsca espessa e resistente,<br />

polpa <strong>com</strong>pacta, amarella alaranjada, envolvendo 2 — 4 sementes<br />

volumosas.—Não se <strong>com</strong>e ao natural, mas excellente<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

.Ipnois de macerado em assucar e também em <strong>com</strong>potas.<br />

i^Temento Indispensável de uma boa "salada de fructas":<br />

ananás, laranja. mamão, abncó. bacury.<br />

\íed - A decocção da casca e do pericarpo é utilisada<br />

no tratamento das affecçôes parasitarias.- As sementes são<br />

anthelminticas.— O succo leitoso da arvore e do fructo é<br />

util contra as mordeduras de insectos.<br />

ABUTA ou ABUTUA verdadeira —<br />

ABU TA CONCOLOR Poepp. (Menispermaceas).<br />

ABUTA DUCKEI Diels. . id<br />

e, provavelmente, outras especies próximas.<br />

(Cip.) SYN. — Parreira brava — Caapeba (o verdadeiro<br />

"Caápeba" é o Pi per peltatuni).<br />

HAB. — Amazônia.<br />

Med.— A raiz tem casca violacea; o interior é amarello;<br />

ralada, serve a preparar cataplasmas resolutivos contra inflammações,<br />

contusões. — E' tônica, diurética (contra os<br />

cálculos renaes) e febrífuga.<br />

ABUTUA — v. PARREIRA BRAVA.<br />

ABUTUA PEQUENA— CISSAMPELOS OVALIFO-<br />

LIA D. C. (Menispermaceas).<br />

(a.) SYN. — Orelha de onça (Campos de S. José, de<br />

Óbidos).<br />

HAB.— NOS campos seccos, de Monte Alegre, Santarém,<br />

Óbidos.<br />

Med. — Mesmas propriedades da anterior, mas muito<br />

menos energicas.<br />

ABURIDAN ou ABORIDAN — v. ANDIROBA .<br />

E' o nome "andiroba" escripto ás avéssas <strong>com</strong> o fim de<br />

frustrar a fiscalisação no <strong>com</strong>mercio da madeira.<br />

ACAPORY-. POGONOPHORA SCHOMBURG-<br />

KIANA Miers (Luphorbiaceas).<br />

HAB. — Mattas de terras altas, seccas, no Baixo-Amazonas,<br />

frequente no Estado do Amazonas.<br />

Loc. — Faro.<br />

(A. v.)\\kid.-Madeira branca amarellada. bastante dura.<br />

(LegurSe^? UAbAP0UA AMnR,CANA AubT -


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

SYX. — Angelina ou Bois de perdvix, na G. Fr.— Brain-<br />

'wart, ou Partridge wood, na lngl.<br />

HAB. — Matta grande de t. f. <strong>com</strong> solo silico-argilToso<br />

ou argilloso.<br />

Loc. — Belem — E. de F. de Br.— Anajaz — R. Capim —<br />

R. Tocantins — Gurupá — Volta do Xingu — W. da I. de<br />

Marajó — R. Cussarv — R. Curuá do Sul — Almeirim — Alto<br />

Curuá de Alemquer — R. Erepecurú — R. Ariramba — R.<br />

Acapú.<br />

Mad. (A. m.) — Madeira de primeira qualidade; fibras<br />

grossas, apparentes, formando estrias apertadas (espigo de<br />

trigo) castanho escuro sobre pardo, virando ao preto pardacenta,<br />

<strong>com</strong> o tempo—dura, inalteravel— propria para a<br />

construcçào civil e naval, tanoaria, marcenaria, estacas e dormentes.<br />

D = l.— Muito empregada <strong>com</strong> o páo amarello, para<br />

fazer soalhos — Chamado algumas vezes: Teck brasileiro.<br />

(O nome de "acapú" é applicado, em Manáos, ao Vouacapoua<br />

pallidior Ducke; no Solimões, applica-se a uma<br />

Olacacea ainda não classificada).<br />

ACAPli (Manáos e M. rio Negro) — VOUACAPOUA<br />

PALLIDIOR Ducke (Legum. caesalp.).<br />

(A. m.) Mad. — A côr da madeira é castanho claro.<br />

ACAPU-RANA <strong>com</strong>mum — CAMPSIANDRA LAURI-<br />

FO LI A Benth. (Legum. caesalp.).<br />

SYX. — Manaidra — Comandd-assú ( Rio Negro) ou<br />

Cumandd—Capoerana ( R. Tocantins ) — Acapú-rana vermelha<br />

(R. Tapajoz).<br />

(A. p. ou m.) CAR — Flores róseas vistosas, em grandes<br />

bouquets.—O fructo é uma vagem alongada e chata.<br />

Loc.— Nas margens inundáveis de rios ou lagos, cm<br />

toda a Amazonia.<br />

Mad.— Madeira vermelho castanho claro, <strong>com</strong> veias<br />

quasi pretas. Para construcçào civil, marcenaria, dormentes.<br />

D =1,15.<br />

Med. pop. — A infusão concentrada do fructo addicionada<br />

de sal e vinagre é applicada sobre as empigens para<br />

curai-as radicalmente.<br />

ACAPÚ-RANA da T. f. — BATEfclA FLO KI BUN DA<br />

Ifcínth. (Leg. caes.) •<br />

SYX.— Tenteiro (em Faro)<br />

HAB. — Na t. f., em solo silico-humoso.<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Loc. - Estuário - Gurupá - Faro - Alto R. Negro -<br />

Solimões.— . . , ,<br />

iw íA ei-Madeira parda, virando ao castanho<br />

vermelho escuroT fácil de se trabalhar. D = 0,60.<br />

Sementes duras, vermelhas.<br />

ACAPli-RANA fedorenta — GALIPEA<br />

(Rutaceas).<br />

(A.) -<br />

ACARÀ-üASSü —SYMMERIA PANICULATA Benth.<br />

(Polygonaceas). .<br />

' (A. p.) HAB. — Nas margens alagadas dos nos d aguas<br />

estagnadas e dos lagos.<br />

Loc. — Óbidos — Faro — etc.<br />

Mad.— Madeira escura, flexível, para obras internas.<br />

ACARIQUÀRA—(Beiern — E. de F. de Br. e Estado<br />

do Amazonas), v. ACARIUBA<br />

ACARIQUÀRA — (Alcobaça)-- C ENOSTIGM A TO-<br />

CANTINUM Ducke (Leg. caes.)<br />

SYN.—Acarinha falsa.<br />

HAB.— Muito frequente nas mattas de t. f., no R. Tocantins,<br />

de Alcobaça a Itaboca.<br />

CAR. (A. M.) — Tronco semelhante ao da Acariuba.<br />

Mad.— Madeira castanho escuro, pesada, resistente, mas<br />

dando somente peças pequenas - para obras hydraulicas e<br />

externas — lenha excellente para fogo.— D = 1,22.<br />

ACARIUBA — (Baixo Amazonas) - MIN QUA RTIA<br />

GUIANENSIS Aubl. (Olacaceas).<br />

SYN. — Acariqnára (Beiern e E. do Amazonas) — Manwood<br />

(Ingl.) — Minqiiar (G. Fr.).<br />

HAB. — Na matta grande húmida da t. f. em toda a<br />

Amazônia.<br />

CAR.— O tronco é cavado de depressões irregulares<br />

e, mesmo, ás vezes, esburacado. (A. g).<br />

J/w/.—Madeira pardo claro, absolutamente incorruptível<br />

mas íífr» da peças grandes perfeitas. - Para estacas,<br />

cioi mentes. J) = 0,89. ,<br />

. Ca ^ C0S da mad e»a, fervidos, dào uma tinta<br />

pi eta para o algodão.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

ACARI-RANA — (Óbidos) - GEISSOSPERMUM SERI-<br />

CEUM Benth. e Hook (Apocynaceas). •<br />

Svx. — Qtiin i-rana (Gurupá) — raras vezes, Pereira<br />

(Gurupá).<br />

( A. p. ou m.) HAB. — Matta da t. f. cm todo o Estado.<br />

Loc.- E. de F. de Br. — Gurupá — Almeirim ~Med.<br />

Tapajoz — Óbidos — Faro.<br />

CAR. — Tror.co cavado <strong>com</strong>o o da Acariuba.<br />

Mad.— Sem valor.<br />

Me d. — Casca amarga, empregada contra as febres.<br />

ACAÚA, ou ACAIJ — (Gurupá) —FE R DINA ND USIA<br />

PA RAENS1S Ducke (Rubiaceas).<br />

Svx — Acaháa — Aca/aí.<br />

HAB. Na t. f.<br />

Loc. Belém — Gurupá — R. Xingu -E de F. de Br.<br />

(A. m.) Mad. - Madeira boa. para marcenaria.<br />

ACAYACÀ — v. CEDRO VERMELHO.<br />

ACHUÁ— SACCOGLOTTIS GUIANENSIS Benth.<br />

var. DOLICHOCARPA Ducke (Humiríaceas).<br />

Svx. - Parará (Salinas) — Uachiiá — Uaxuá — Axuá.<br />

(A. p. ou M.) — HAB. Nas campinas e nas praias.<br />

Mad.— Vermelho pardo escuro.<strong>com</strong> tons violáceos, dureza<br />

media. D =1.05 - para construcçáo civil e dormentes.<br />

Aliai.—Fructos maduros verde amarellado, <strong>com</strong>estíveis.<br />

Iad — A casca contém 4.1 °/o de tannino(E. Serfaty —<br />

M. C. P. 1929). No interior, extrahe-se da casca uma tinta<br />

vermelho escuro que vira ao preto brilhante pelo amoníaco<br />

e é empregada para tingir as cuias.<br />

ACHUÀ — SACCOGLOTTIS GUIANENSIS Benth.<br />

var. SPHAEROCARPA Ducke (Humiriaceas).<br />

Svx.— Caniaté (em Faro).<br />

(A p. ou m.) — HAB. Em capoeiras e matta secca.<br />

Mad. e Iad. — Mesmas applicações que a variedade<br />

precedente.<br />

Aliai. — Fructos mais seccos, não ou apenas <strong>com</strong>estíveis.<br />

ACHUÀ-RANA — SACCOGLCy TIS C US PI DAT A<br />

(Benth.) Urb. (Humiriaceas)<br />

Svx.— Ac/iud ( na E. de F. de Br. ).<br />

(A, g.)— HAB. Na terra firme húmida.<br />

11


A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

O - '*<br />

Loc.-E. de F. de Br. - Ilhas altas de Breves - Sul<br />

do Estuário— R. Negro. . .<br />

Aliai.- Fructos não <strong>com</strong>estíveis.<br />

ACHUÂ-RANA — VANTANEA CÜPÜLARIS Hub.<br />

(Humiriaceas). .<br />

1 ( \. M. OU g.) — SYN. Uchy-rana.<br />

HAB.-Nas mattas húmidas. . . . . . D _<br />

Loc.-E. de F. de Br.- Gurupá—Almeirim—R. Ir<br />

betas—Maués—Manáos - Solimòes.<br />

om-<br />

ACHUÂ-RANA - VANTANEA GUIANENS1S Aubl.<br />

íHumiriaceas>.<br />

SYN.— Uchyrana.<br />


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

SYN.— Estrella (no K. Branco de Óbidos).<br />

ia.) — HAB. Nas margens de certos rios. •<br />

Loc.— Rio Branco de Óbidos — M. rio Tapajoz (R.<br />

Cupary) — Cultivada em Belem.<br />

Õ/v/.— Flores abundantes, brancas, em forma de est<br />

rei la, de perfume suave.<br />

ACUCENA d*AGUA ( Marajó )<br />

CR IN UM ERUBESCENS Soland. (Amaryllidaceas) e<br />

CRI NUM UNDULATUM Mook, em Belem. "<br />

ACUCENA cr AGUA (Marajó) - PANCRATIUM GUIA-<br />

NENSE Ker. (Amaryllidaceas). v. CEBOLA BRAVA do<br />

PARA'<br />

AÇUCENA DO MATTO - POSOQUERIA LATI FO-<br />

LIA Roem e Schult. (Rubiaceas).<br />

(A. p.)<br />

0/7/.— Mores grandes, numerosas, muito aromaticas.<br />

ADIMA — v. HERVA de S. MARTINHO<br />

AGRIÃO da FONTE — NASTURTIUM OFFICINALE<br />

R. Bronn. (Cruciferas).<br />

HAB.—Originário da Europa — cultivado.<br />

Ali DL— Comestível, cru, em salada<br />

Meã. — Depurativo, antiscorbutico.<br />

AG RI AO do PARA — SPILANTHES OLERACEA L.<br />

(Compostas).<br />

SYN. - Jawbit-assú.<br />

HAB. — Espontâneo nos logares húmidos; ás vezes cultivado.<br />

(P. h.).<br />

Alini. - Toda a planta tem sabor acre; provoca a salivação<br />

quando mastigada — as folhas são empregadas na<br />

alimentação; <strong>com</strong>em-se cruas, misturadas <strong>com</strong> outras saladas,<br />

ou cozidas <strong>com</strong> a carne.<br />

Med — As flores são aromalicas; toda planta é antiscorbutica;<br />

utilisada contra as dores de dentes.<br />

AGROGANO — (Marajó) — (?; POLYPpilPHOLYX<br />

LACIXIATA Benj. (Lentibulariaceas).<br />

* ( P. h.— Om 15 a 0M2Õ) — HAB. NOS terrenos altos, mas<br />

encharcados.<br />

CAR.— Flôr amarella.<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

AGUANO — ( Peru ) — SWIETENIA TESSMANNII<br />

Harms. I.Meliaceas), proximo da SW. macrophylla.<br />

cvv — Moeno do rent. ,<br />

Loc! — Iquitos — R. Ucayali - Cabec. do Gy-parand-<br />

Alt ° J/ffrf. — E' um verdadeiro mogno (Acajou, em Fr.).<br />

AGUAPÉ - = UAPÉ<br />

AGUAPÉ - EI C H H O R NIA Dl VERSIFOLIA Urb.<br />

( Pontederiaceas ).<br />

SVN.— Violeta d'agua - miiniré.<br />

Mim. anim — Bôa forragem.<br />

AGUAPÉ-EICHHORNIA AZUREA Kunth (Pontederiaceas).<br />

, _ ,f<br />

SVN.— Mur u/é de flôr roxa—Mururé Ovelha de Veado<br />

— Rainha dos lagos.<br />

HAB.- Regos e baixas profundas; ilhas fluctuantes do<br />

Amazonas.-<br />

Alim. anim — Bôa forragem de inverno.<br />

Orn.— Flores violaceas delicadas e bel las. — Ornamental<br />

e util para tanques e lagoas de jardins.<br />

AGUAPÉ-EICHHORNIA CRASSIPES Solms. (Pontederiaceas).<br />

SVN. — Mururé de canudo - Murerú.<br />

HAB. — Planta aquatica, fluctuante.<br />

CAR.—Forma grandes tapagens.—Introduzida accidental<br />

mente no Tonkin, em 1903, ella invadiu os lagos e os<br />

canaes, cobrindo-os e embaraçando a navegação até em<br />

Cochinchina.<br />

Alim. anim.— Bôa forragem de inverno.<br />

AGUAPÉ —v. GOLPHO.<br />

da MEIA NOITE — v. GOLPHO - NYM-<br />

PHAEA RUDGEANA G. F. W. Meyer (Nymphaeaceas)<br />

AGUARAQUYIA -- V. HERVA MOURA<br />

AGUAXIMA - v. CAÀ PELA<br />

AIPÉ — v. IPE


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 11<br />

AIPO - APIUM GRAVEOLENS L. (Um bel li feras)<br />

HAB.— Originaria da Europa oriental e meridional -<br />

cultivado.<br />

Aliai.— As folhas são utilisadas <strong>com</strong>o condimento.<br />

AIPY — v. MACAXEIRA<br />

AITA — BROSIMUM LE COINTEI Ducke (Moraceas).<br />

(A. m.) —HAB. Em terra firme alta ou baixa, <strong>com</strong> solo<br />

silico argilloso.<br />

Loc.- Ilhas altas de Breves — Gurupá — R. Xingu - R.<br />

Tapajoz — R. Trombetas — Óbidos.<br />

SVN.— Uai tá — Cainibérana (Daquary, de Faro). Bois<br />

de lettres blanc, de Aublet ( G. Fr.).<br />

Mad.— Cerne bonito, vermelho claro, de grão muito<br />

fino, excessivamente duro, susceptível de um polido perfeito,<br />

imputrescivel. Bom para ebanisteria e marchetaria, mas dá<br />

somente peças pequenas, o a mago se encontrando somente<br />

nas arvores velhas e não adquirindo grandes dimensões. O<br />

alburno é de um branco amarellado, duro. <strong>com</strong>pacto, proprio<br />

para ebanisteria. D. (do cerne) = 1,34 — D (do alburno) = 1,16.<br />

AIUBA—(?) AYDENDRON PERMOLLE Nees


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

A TTTRA — AIOUEA GUIANENSIS Aubl. (Lauraceas).<br />

, Loc- Gurupá, ( <strong>com</strong> o nome de -louro" )<br />

(A p.) Vfl«- Branca, <strong>com</strong>pacta, para carpintaria.<br />

AJURÚ - v. MACUCÚ-RANA<br />

AJURÚ-( Praias de Soure) - CHRYSOBALANUS<br />

ICACO L. g - ^ Des(Je o ljtoral até G Xingü< nas<br />

praias. . , _ v<br />

SYN— Uajimí — Pninter cotou, ou aes anses (G. Fr.).<br />

Alim.— Fructos pequenos, aroxeados, quasi pretos, <strong>com</strong>estíveis,<br />

insípidos.<br />

AJÜRÜ - (Faro) - LIÇA NI A H ETEROMO R PH A,<br />

Benth. (Rosáceas) - v. MACUCU.<br />

LICANIA PARVIFLORA Benth. (Roseaceas).<br />

LICANIA APETALA E. Meyer id.<br />

LICANIA PÊNDULA Benth. id.<br />

LICANIA INCANA Aubl. id.<br />

e outras especies.<br />

(A. m.)- SYN. Licania Caligni


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 11<br />

ALCATIFA — (Marajó) — TRICHOSPIRA MENTI IOI-<br />

DES M. B. K. (Compostas). •<br />

CAR.— Planta rasteira.<br />

HAB.— Terrenos argillosos atolentos.<br />

ALECRIM dANGOLA —VITEX AGNUS - CASTUS<br />

L. (Verbenaceas) - Exótica.<br />

Orn.— Cultivada nos jardins.<br />

ALFACE — LACTUCA SATIVA L. (Compostas).—<br />

Origin. da Europa.— Cultivada.<br />

Alim.— Folhas, para salada.<br />

ALFAVACA —OCIMUM GRATISSIMUM L. (Labiadas),<br />

e O. OVATUM Benth. Indígenas.<br />

OCIMUM BASILICUM L. (Labiadas).-Cultivada.<br />

(PI. h.)— SYX. Mangericão de folha larga — (irand<br />

Basilio (Fr.).<br />

Alim — As folhas são muito empregadas <strong>com</strong>o condimento.<br />

MedAs folhas são aromaticas, estimulantes, carminativas,<br />

antiemeticas, sudoríficas e diuréticas.<br />

ALFAVACA do CAMPO —OCIMUM INCANESCENS<br />

M. (Labiadas).<br />

(P. h.) — SYX. Alfavaca de vaqueiro.<br />

Med. — Estimulante, carminativa; peitoral, sudorífica,<br />

aproveitada contra a coqueluche.<br />

ALFAVACA de COBRA — MONNIERA TRIPOLI A<br />

Aubl. (Rutaceas).<br />

(P. h.) — SYX. Jaborandi do Pará.—Jaborandi de 3<br />

folhas.<br />

HAB.—Commum nas capoeiras.<br />

CAR.—Cheiro forte.<br />

Med.— Amarga, tônica, sudorífica e diurética.<br />

ALGODAO— GOSSYPIUM esp. div. (Malvaceas).<br />

Svs.— Amaniií (L. g.). # #<br />

hid.— As sementes dão oleo que, depois de purificado,<br />

sTibstitue o azeite doce na alimentação.<br />

As fibras que envolvem as sementes são as de maior<br />

consumo na industria da tecelagem.


. 14 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

w "<br />

l.o — Algodoeiros de folhas grandes (de ori<br />

« cem americana) :<br />

GOSSYPIUM BARBADENSE L.- Origin.<br />

das Antilhas.<br />

SYN- Algodão de Barbados (Marajó)- Algodão<br />

seridóy ou Mocó (meio norte).<br />

* (p ht —CAR. Face inferior das folhas glabre,<br />

flores amarellas, fibras longas e finas, sem<br />

lanugem, sementes separadas, pretas.<br />

GOSSYPIUM PERUVIANUM DC. ou G.<br />

RELIGIOSUM L. ,<br />

SYN.— Algodão do Peru. (Alto Amazonas),<br />

(a.) —CAR. Fibras longas, sem lanugem; sementes<br />

agglomeracias, pretas. Flores amarellas.<br />

GOSSYPIUM HIRSUTUM L.- Origin. da<br />

America central.<br />

(a. de 2m.) — CAR. Face inferior das folhas<br />

e peciolos pubescentes — fibras curtas e lanugem<br />

esverdinhada ou cinzenta, adhérente ás sementes.<br />

— Sementes pretas. Flores brancas ou róseas.<br />

2.° — Algodoeiros de folhas pequenas ( de<br />

origem asiatica ) :<br />

GOSSYPIUM HERBACEUM L.-Origin.<br />

da índia ou da China.<br />

(a. p.) — CAR. Flores amarellas, <strong>com</strong> mancha<br />

purpurea na base.— Fibras curtas e lanugem<br />

adherente ás sementes.<br />

Med.— As raizes são diuréticas.<br />

GOSSYPIUM ARBOREUM L.-Origin.<br />

do golfo Persico.<br />

(a. de 4 a 6m.).— CAR. Flores vermelhas —<br />

sementes pretas. Fibras longas e lanugem adherente<br />

ás sementes.<br />

Med. pop.-Sementes galactogenas.- Casca<br />

da raiz contra a dysmenorrheia e a amenorrheia<br />

c—hemostajico uterino, abortivo; excellente emmenagogo.<br />

L O S A ^ a T ^ I P 0 M A E A FIS -


Aguapé, on M» ni ré de flor roxa (Eichkornia azur ca]


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

SYN. Majoram (Monte Alegre).- Canado (Sul e Ma<br />

rajój — Campainha de canudo. *<br />

(P. h. — lm 20) — HAB. NOS campos temporariamente<br />

inundados.<br />

CAR.—E' uma planta herbacea dos campos baixos, de<br />

caule grosso; ílores róseas—látex branco, amargo.—Aguenta<br />

o rigor da secca; é uma planta praga que invade os campos<br />

matando as outras hervas.<br />

Med.—Toxica para o gado (?).— Purgativa. O principio<br />

activo parece ser um glucoside: a orizabina, ou jalapina.<br />

lnd.— Do caule fazem-se tubos para cachimbo.<br />

ALGODÃO BRAVO — ( Marajó) - HIBISCUS FUR-<br />

CELLATUS Desr. (Malvaceas).<br />

(a.) — CAR. Flores róseas, <strong>com</strong> mancha vermelha na<br />

base das pétalas.<br />

ALGODAO BRAVO —v. PERIQUITEIRA.<br />

ALGODAO-RANA — PAVONIA PANICULATA Cav.<br />

(Malvaceas).<br />

SYN. — Malva algodão-rana.<br />

(a.) — CAR. Folhas alternas serradas, trilobadas.—Flores<br />

amarellas (15-22 mm.de diam).<br />

Loc.—Murutucú (no R. Guamá).<br />

lnd.— Dá bôas fibras (rendimento 5 °.'o — R. Monteiro<br />

da Costa).<br />

ALGODOEIRO BRAVO — v. FANFAN.<br />

ALGODOEIRO do BREJO —v. FANFAN<br />

ALGODOEIRO da PRAIA — v. UACIMA da PRAIA.<br />

ALIAMBA — v. LIAMBA<br />

ALMECEGUEIRA — v. BREU, div.<br />

ALMÍSCAR —v. AMBRETA.<br />

ALVARADO — (Marajó) — SCLÉRIA Hllfll-LLA Sw.<br />

e*S. TENELLA Kth. (Cyperaceas). #<br />

(P. h.) — HAB. NOS campos arenosos.<br />

Alini. anim.— Forragem de má qualidade.<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

\LLAiMANDA de FLÔit GRANDE (Marajó)- ALL.A-<br />

\I w\"D \ C XTHARTICA L. (Apocynaceas).<br />

SYN "Santa Maria (Gurupá)-£/////>67/ (Belem) - Cipó<br />

de leite '-- Camendara (R. I apajozj.<br />

(Cio ) — HAB. Nas capoeiras húmidas, na beira d'agua.<br />

C\K —Notável pelas flores grandes isoladas, amarellas<br />

— o frueto é uma capsula verde, ovoide, eriçada de pontas<br />

rígidas.<br />

Med. />op'— Toxica. O látex e emeto catarthico, re<strong>com</strong>mendâdo<br />

contra as cólicas saturninas; o extracto da<br />

casca e a infusAo das folhas são drásticos; o cosimento c<br />

usado em banhos contra as sarnas, piolhos..<br />

Qm. — Cultiva-se nos jardins pelo bello aspecto da<br />

planta e a abundancia das suas flores côr de ouro.<br />

AMA — THUMBERGIA COCCINEA (Acanthaceas).<br />

Exótica.<br />

(a)—O/v/. As flores são escarlatas e as antheras parecem<br />

formar as letras da palavra "ama' ; cultivada nos<br />

jardins.<br />

AMAIÚA — v. GOIABEIRA PRETA.<br />

AMAJOUVA— (?) A IO UE A BRASILIENSIS Meissn.<br />

(Lauraceas) —(Classific. m. duvidosa),<br />

(a.)<br />

AMANIÜ — v. ALGODAO<br />

AMAXOA — AMANOA GUIANENSIS Aubl. (Euphorbiaceas).<br />

In(i<br />

' dementes oleaginosas.<br />

•io flr l J r r a branCa ' muit0 coni Pacta, escurecendo<br />

ao ar, propna para construcçòes.<br />

AMAXDURAXA — (Marajó) — v. FANFAX<br />

AMAPA' (Hub.)<br />

zonas: ti. t0d ° ° Estad0 d0 Pará e n °<br />

te-A e


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

Alim. — O fructo é da grossura de uma maçã regular,<br />

roxo escuro quando maduro; a pelle contém um succo*leitoso,<br />

pegajoso; a polpa é doce, <strong>com</strong>estível, saborosa (mez<br />

de Março).<br />

Mcd.-*- Da casca cortada escorre um látex abundante,<br />

branco, amargo, usado <strong>com</strong>o peitoral e cicatrisante, contra<br />

a debilidade geral e <strong>com</strong>o resolutivo (em emplastros) das<br />

contusões.<br />

AMAPÁ DOCE — (Belém) MACOUBEA GUIANEN-<br />

SIS Aubl. (Apocynaceas).<br />

SYN. Moloagô (Almeirim, Gurupá).<br />

(A. m.) — HAB. Na matta húmida.<br />

Loc. Belem — Gurupá — Faro — B. R. Xingu — Almeirim<br />

— R. Tapajoz — I\. Solimões.<br />

CAR — Fructos da grossura de uma laranja, ocos no<br />

centro e contendo grande numero de sementes presas na<br />

parte interna da casca.— Toda a arvore dá um succo leitoso.<br />

Mad.— Côr amarella esverdeada, de cheiro agradavel<br />

quando não está secco.<br />

AMAPÁ DOCE — ( Faro) - BROSIMUM POTABILE<br />

Ducke (Moraceas).<br />

(A. g.) — HAB. Na terra firme.<br />

Loc.—Faro — R. Tapajoz.<br />

Me d. A casca, ferida, dá um látex branco muito abundante<br />

que se pode beber em pequena quantidade. Este látex<br />

não tem gosto especial; é considerado <strong>com</strong>o tonico.<br />

AMAPÁ DOCE — í Gurupá ) - BROSIMUM OVATI-<br />

FOLIUM Ducke (Moraceas).<br />

(A. g.) — HAB. Terra firme.<br />

Moi. pof).— Dá látex branco abundante <strong>com</strong> propriedades<br />

iguaes ás do látex de amapá doce de Faro.<br />

AMAPAIMA —V. CASCA PRECIOSA.<br />

AMAPÁ-RANA — (Rio Branco de Óbidos) — v. TATA<br />

JUBA de BELEM.<br />

• • o<br />

• AMAPÁ-RANA — (Óbidos) • BROSIMUM PARINARI-<br />

OIDES Ducke (Moraceas).<br />

Svx. — Mimiré-rami (Óbidos) — Amapá (Manáos).<br />

11


(<br />

10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

( A q ) _ HAB. Na terra firme alta, em terreno silico-<br />

argÍ! Loc - R. Tapajoz - R. Xingu - Óbidos - R. Trom-<br />

betaS ^-Brane"amelada. - Os troncos velhos têm<br />

um cerne vermelho, duro. <strong>com</strong>pacto, ás vezes disposto em<br />

camada annular e formando <strong>com</strong>o um tubo que envolve a<br />

parte central constituída de madeira branca, molle. .<br />

Med. pop. - Dá látex abundante <strong>com</strong> as propriedades<br />

do látex de amapá.<br />

AMARGOSO (R. Tapajoz) — TI PU AN A FUSCA Ducke<br />

(Legum. pap. dalb.K<br />

(A. g.) - HAB. Matta da t. f. do M. 1 apajoz.<br />

AMBAITINGA - v. IMBAÍTINGA<br />

AMBE — v. IMBE.<br />

AMBRETA — HIBISCUS ABELMOSCHUS L. (Malvaceas).<br />

Origin da índia.<br />

(P. h.) — Cultivada.—SVN. Quigombô de cheiro —Almíscar<br />

— Malva-algodão.<br />

CAR. — As sementes esfregadas exhalam cheiro de almíscar.<br />

Ind.— Das sementes extrahe se um oleo essencial estimado.—<br />

A casca fornece fibras fortes, de boa qualidade.<br />

AMEIJU — v. MEIJU.<br />

„AMEIXA do PARA — XIMENIA AMERICANA L. ou<br />

HEYMASSOLI SPINOSA Aubl. (Olacaceas).<br />

< \. p.)- SVN. Ameixieira de espinhos.<br />

CAR.—Flores <strong>com</strong> cheiro de cravo da índia.-Casca<br />

da arvore coberta de espinhos.<br />

Mad — Rósea, <strong>com</strong>pacta e leve, elastica, fácil de trabalhar.<br />

Alim.-O frueto é uma baga amarella, do feitio e ta-<br />

tTvel docV ,iP,a a/C,lon ' a; a amêndoa do caroço é <strong>com</strong>es-<br />

Ind.—As amendoís dão 70o/o de oleo.<br />

nfln , ° nome \ esta a, *vore, do sertão do Ceará,<br />

nao tem sido encontrada na Amazônia).


AMENDOEIRO — TERMINALIA C A T A P P A L.<br />

(Combretaceas). •<br />

(A. p.) - Originaria da Asia merid. e de Madagascar.—<br />

Cultivada no Brasil.<br />

SYN.— Chapéu de sol.—Badamier (G.Fr.).— Myrobolan<br />

ou myrobalan (Senegal e Antilhas fr.).<br />

Mad.— Própria para pequenas embarcações.<br />

Alim.— Amêndoas <strong>com</strong>estíveis.<br />

Itid.— A madeira dá matéria corante preta.—O pericarpo<br />

do fructo é rico em tannino.<br />

Med. popCasca adstringente contra febres biliosas<br />

e dysenteria.<br />

Oni.— A arvore ú cultivada para sombra; as folhas<br />

são grandes e os galhos dispostos horizontalmente, em verticilios<br />

regulares.<br />

AMENDOIM <strong>com</strong>mum — v. MENDUBI.<br />

AMENDOIM indígena (do limite sul da Amazônia)<br />

-ARACHIS NAMBYQUARAE Hoehne (Leg. Pap.).<br />

Alim.— Os grãos são 3 vezes maiores que os da A.<br />

Hypogaea L. geralmente cultivada.<br />

AMOR CRESCIDO—PO RTUL AC A PILOSA L.<br />

(Portulacaceas).<br />

(P. h ) — Med. A planta machucada é applicada sobre<br />

queimaduras: util também nas erysipelas.— O succo contra<br />

as hemoptvsis.<br />

AMOR DOS HOMENS —Hl BISCUS MUTABILIS L.<br />

(Malvaceas).—Origin da G. fr.—Cultivada nos jardins.—<br />

v. FIRMEZA DOS HOMENS.<br />

AMOR PERFEITO inglez - TORENIA FOURNIERI<br />

I Jnd. (Scrophulariaceas).<br />

(P. h.) — Oni. Cultivada nos jardins; flores numerosas,<br />

eorolla tubular; cores branca, rósea e roxa.<br />

AMOR de VAQUEIRO — ( Marajó ) - DES.MODIUM<br />

ASPERUM Desv. (Leg. pap. ). * #<br />

• (P. h —lm 70;. — CAR. O fruct£ é uma vagem chataa<br />

face superior da folha applicada sobre a roupa a ella<br />

adhere.<br />

19


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

HAB- Na beira de campos altos e em certas capoeiras<br />

«ecoas, no Baixo Amaz.<br />

AMOREIRA- MORUS NIGRA L. e MORUS ALBA<br />

L ' (N ÍA a m!) S) ' Originarios da Pérsia e da China.-Cultivâdos<br />

i<br />

4 Mim - O fructo do M nigra é uma drupa <strong>com</strong>posta,<br />

carnuda, vermelho escuro, de sabor acida, fresca e agradavel.-0<br />

fructo do M. alba (i branco ou róseo.<br />

/„,/ — \s folhas, principalmente as do Al. alba, servem<br />

para alimentar o 44 bicho de sêda " ( Bombyx mori.).-A<br />

casca dá fibras. . .<br />

Med.-- Os fructos do M. nigra constituem a base do<br />

"xarope peitoral de amoras". A casca da raiz é purgativa<br />

e vermífuga.—O sumo das folhas e a seiva fresca dos ramos<br />

são usados contra as conjunctivites.<br />

ANABI—POTALIA AMARA Aubl. (Loganiaceas).<br />

Sv.v— Pdo de cobra (R. Solimôes).<br />

HAB.— Frequente na submatta da t. f., no Pará e<br />

Amazonas.<br />

(a. p.)— CAR. Folhas muito grandes, coriaceas — Toda<br />

a planta, principalmente a casca, é muito amarga.— A haste<br />

deixa exsudar uma resina amarella, <strong>com</strong> cheiro de benjoim.<br />

Med.- Toxica.— As folhas e hastes novas, em infusão,<br />

são antisyphiliticas.— O cozimento das folhas usa-se em banhos<br />

contra as ophtalmias.—O chá das folhas ú vomitivo<br />

cm dóse forte e emprega-se para <strong>com</strong>bater o envenenamento<br />

pela mandioca. No Solimôes a raiz é re<strong>com</strong>mendada contra<br />

as mordeduras de cobra; o Dr. Vital Brasil não obteve<br />

nenhum resuitado <strong>com</strong> as raizes seccas.<br />

ANANAHY - ANANAS SATIVUS Schult. (Bromeliaceas).—<br />

hspontaneo.<br />

(P. h.)— HAB. Nas campinhas seccas de terra firme,<br />

ou no meio da matta rala, em terreno arenoso; cobre algumas<br />

vezes grandes extensões (ananahysaes) difliceis de se<br />

atravessar.<br />

A/tm.jr-p fructo çé pequeno, porém muito perfumoso.<br />

r^,f X *n A Z ~ AXAN!vS SATIVUS Schult. (Bromel.W<br />

ceas).— Origin. americana.<br />

Svx.— Pine applc (Ingl.).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 11<br />

(P. h.) — Cultivada; numerosas variedades.<br />

Alint.- Fructo grande e saboroso; e um dos melhores<br />

fruetos do mundo.--Pode pesar até 2 k.—A melhor variedade<br />

é o "abacaxi".<br />

lad. — As folhas dão fibras texteis, sedosas, finas, muito<br />

resistentes, próprias para a confecção de tecidos finos e de<br />

rendas.<br />

Mcd. - Fructo estomachico e digestivo; <strong>com</strong>bate a dyspepsia<br />

flatulenta.— O succo de ananaz aproveita no tratamento<br />

da diphteria e outras doenças da garganta, dissolvendo<br />

as membranas mórbidas.— Útil contra os cálculos na<br />

bexiga.<br />

ANANA AMARELLA—(Amazonas) — ?<br />

Mari.-- Castanho amarello claro, brilhante.— Dureza<br />

media.-Bella madeira para marcenaria.<br />

ANANI— SYMPHONIA GLOBULIFERA L. f. (Guttiferaceas).<br />

(A. m.) — Svx. Uanani. — Mani, Matiil, ou Moronobo,<br />

na G. Fr.<br />

CAR.—Arvore notável pelas suas flores escarlatas muito<br />

abundantes e pelas suas sapupemas em forma de joelhos.<br />

HAB.— NOS igapós, em toda a Amazônia.<br />

Maci.— Amarellada, tenra, de boa conservação nagua<br />

e na terra húmida; própria para tanoaria (estanca em todos<br />

os sentidos), marcenaria, molduras. D = 0.54.<br />

Ia d. — Todas as partes da arvore dão um látex resinoso<br />

amarello virando ao preto quando secca; esta resina<br />

serve a preparar um breu chamado " cerolproprio para<br />

calafetar as embarcações e substituir o pêz dos sapateiros.<br />

Madeira aproveitável para fabricação do papel: <strong>com</strong>prim.<br />

das fibras, lmmóó — diam. 0,022 = 7 75 (Art. Bastos<br />

M. C. P.).<br />

ANANI da Terra Firme — (Óbidos) — TOVOMITA sp.<br />

(Guttiferaceas).<br />

T. MACROPHYLLA Wallp. e T. AMAZÔNICA<br />

Wallp.<br />

(A. m.) — SYN. Paxiubarana, ou Mangue-rana (Gurupá<br />

e Breves). • •<br />

• HAB.— Na t. f. humosa e pant.aiosa.<br />

Mad.— Bõa madeira de cor.strucção.<br />

lad.— Látex idêntico ao do anani verdadeiro.


22<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

ANA NI da T. f. (Manáos) - MORONOBEA COCCI-<br />

^ ^ t l j ^ K s roseo saturado.<br />

;iIad - Pardo amarello claro, boa.<br />

ANANI-UANANI — V. AN ANI.<br />

AN AU ERA (Solimões) — ?<br />

(Lauraceas).<br />

CAR.— Fructos grandes.<br />

ANAUERA — LICANIA M AC RO PH Y L LA Benth.<br />

(Rosaceas)^. ^ ^ ^ ^ Frequente nas mattas alagadas do litoral<br />

e do estuário, até a foz do R. Xingu, <strong>com</strong>o no Município<br />

de Almeirim. .<br />

Qyti.— Arvore vistosa, frondosa, que se presta para a<br />

ornamentação. . .<br />

Mad— Vermelha, para construcçoes civis e navaes.-<br />

Dormentes.—Inatacavel pelo "turú ".<br />

ANAVINGA (Perú)-CASEARIA OVATA Willd.<br />

(Flacourtiaceas).<br />

HAB.— Alto Amazonas.<br />

Med. pop.— Casca tônica e amarga. — Infusão das folhas<br />

contra os rheumatismos.— Fructos diuréticos.<br />

ANDIRÂ-POAMPÊ — ( Amazônia ) —B1GNONIA YES-<br />

PERTILIA Barb. Rodr. (Bignoniaceas).<br />

(Cip.) — Sv.\ T . Unha de morcego.<br />

Med. pop.— As folhas são re<strong>com</strong>mendadas, em tintura,<br />

contra o rheumatismo chronico.<br />

ANDIRÀ-UCHY — AN DI RA INERMIS H. B. K. (Leg.<br />

pap. dalb.).<br />

g)~ Sv.v Angelim da varzea — St. Martin rouge,<br />

A\, br -— Q ! f T nanírana (Óbidos). - Avineira (Macapá).—<br />

Cabbage tree (Ingl.).<br />

HAB.- Xa matta de varzea ou t. f. baixa.<br />

Loc.-j Marajó - Macapá — Monte Alegre — Santarém.<br />

u H j~~ n cí l sca * cheiro de couve podre.<br />

r,rni;! • /r , a avefmelhada clara.—Forte.- Boa pafa<br />

ff; (Cubos de rodas - soalhos - embarcações-trabalhos<br />

de torno - bengalas e cabos de chapeos de sol).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

Me d.— A semente (amêndoa) é emetica e vermífuga.—<br />

A casca é purgativa e vermífuga, amarga, toxica, em alta<br />

dose; contém um alcalóide, a "berberina" (D. Schoer) e<br />

um glucoside, a " andirina " ( Bocquillon ).<br />

ANDIRÁ-UCHY — (Óbidos) — ANDIRÁ RETUSA<br />

(Lam.) H. B K. (Leg. dalb. ).<br />

(A. m. ou g.»—SYN. Morcegaeira — Uchy-rana — Aagelim<br />

( Marajó e litoral).— Lonibrigueira (Óbidos) — Andiroba<br />

jar eua.<br />

HAB. - Matta de várzea alta ou t. f. baixa, nas margens<br />

de rios e lagos e beirada de campo de varzea. (Amazonia)<br />

Mad.— Parecida <strong>com</strong> acapú, mas mais avermelhada e<br />

mais grosseira; fibras grossas muito apparentes -dura. nodosa.<br />

diflicil de se trabalhar. — Resiste bem á humidade;<br />

aproveitada para construcçào civil e marcenaria. D =0,90.<br />

Me d.— As amêndoas são vermífugas, mas, em alta<br />

dóse, produzem vomitos e dejecções alvinas abundantes.<br />

ANDIROBA—CARAPA GUIANENSIS Aubl. (Meliaceas<br />

>.<br />

SVN.— Aadiroba ai aba, ou A. saruba. — Carapd, cia<br />

G. Fr.— Crabwood, (Ingl.).<br />

(A. g.) - HAB. Nas várzeas e nos igapós; muito frequente<br />

no litoral norte do E. do Pará.<br />

Loc.—Litoral -Ilhas - Baixo R. Tocantins — B. Amazonas<br />

— R. Solimòes.<br />

CAR.- Ramificação vizinha da vertical; grandes folhas<br />

pennadas, escuras e pendentes.<br />

Mad. - Castanho vermelho brilhante, parecida <strong>com</strong> o<br />

cedro, mas mais <strong>com</strong>pacta e mais pesada — de qualidade<br />

superior; succcdaneo do mogno — não atacada pelo cupim —<br />

propria para marcenaria.—Assinalada <strong>com</strong>o "lire resisting",<br />

tendo ponto de inflammação elevado e <strong>com</strong>bustão lente.<br />

D = 0.70.<br />

lad — O frueto. capsula dchiscente de 7-8 cm. de diam.<br />

encerra varias amêndoas oleaginosas; o oleo (63 %>) é espesso,<br />

amareliaço e muito amargo, excellente para saboaria<br />

e illuminação.— Este oleo, misturado #<strong>com</strong> UI IK^Í. é utilisado<br />

em fricções pelos índios para se preservar das picadas dos<br />

insectos e da penetração do " bicho ?lo pé".— A casca contém<br />

5% de tanninos (E. Serfaty — M. C. P.). — Safra dos<br />

fruetos: em fevereiro e de junho a julho.<br />

11


24<br />

1íed 1)0t) - A casca, muito amarga, e, <strong>com</strong>o as folhas,<br />

utilfeada em cozimento <strong>com</strong>o febrífuga e anthelmint.ea ou.<br />

externamente, para lavagem das ulceras, contra o euipetigo<br />

e outras moléstias da pelle.<br />

ANDIROBA GRANDE OU ANDIROBA FALSA (R.<br />

Tapajoz) v. MACACO-CASTANHA.<br />

f<br />

ANDIROBA-JAREUA — v. ANDIRA-UCIIY (Andirá re-<br />

tusa).<br />

ANDIROBA-SARÚBA — v. ANDIROBA.<br />

ANDIROBINHA — GONIODISCUS ELAEOSPER-<br />

MUS Kuhlm. (Celastraceas).<br />

SVN.— Cabeça de cotia — Ma pui.<br />

(A. p.) — HAB. NOS igapós centraes de Mauhés e Canumá.<br />

CAH.— Fructo <strong>com</strong> uma amêndoa oleosa muito amarga.<br />

ANDORINHA — AMANOA<br />

(Euphorbiaceas).<br />

Ind. — Os fructos são capsulas dehiscentes que encerram<br />

tres sementes em forma de coração contendo, cada uma,<br />

uma pequena amêndoa oleaginosa: 55%. de gordura branca.<br />

ANDREQUICE — v. CAPIM CENEüÀUA.<br />

ANGELICA do IGAFÓ -(Belem - Bragança) v. MO-<br />

LONGO' (Ambelania).<br />

(Pernambuco)- GUETTARDA SPE-<br />

CIOSA Aubl. (Rubiaceas).<br />

(a. ou A p.).- HAB. Terra firme, em matta baixa.<br />

Mad — Branca e pouco <strong>com</strong>pacta; amarga.<br />

v i l<br />

fr ?,? lo . é uma ba « a de sabor doce, <strong>com</strong>estível.<br />

,Lflc ^ 1 onica (?' adstringente ; decocção das folhas<br />

contra as inchações.<br />

BU\DA G ^ A d A JA < PA -°r STEPHANOTIS FLORI-<br />

KUNUA Brogn. (Ascíepiadaceas).<br />

O r r ~ l<br />

d e Mada ascar<br />

" - Cultivada.<br />

fumada? J «nL iuhu] " v * s (,e branco puro, muito periumaoas,<br />

em numerosos bouquets".


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

ANGELICA dos JARDINS — POLYANTHES TU HE-<br />

ROS A L. (Amaryllideas).<br />

(P. h.) — Originaria da índia.— Cultivada.<br />

SVNJacinlho das índias.<br />

Orn.—Haste <strong>com</strong>prida <strong>com</strong> espigo de flores brancas,<br />

de perfume penetrante; estas flores dào oleo essencial para<br />

a perfumaria.<br />

ANGELICA do PARA — DICO R YNIA PARAENSIS<br />

Benth. (Legum. caesalp.).<br />

(A. G.)— Proximo do Angelique Jranc, ou Angélique<br />

rouge e A. gris, da G. fr.— Não se encontra no E. do Pará.<br />

Loc. — Commum por todo o R. Negro.<br />

Mad.- Côr vermelho castanho violáceo escuro — Substituto<br />

do teck.— Imputrescivel.— Bôa para construcção civil<br />

e naval, carpintaria, segeria, estacas, obras hydraulicas,<br />

dormentes; especial para tanoaria; flexível, elastica, estanca;<br />

não dá nem côr, nem gosto.— mais forte do que o carvalho<br />

(para cuvas e toneis».—Não varia <strong>com</strong> a humidade.— Resiste<br />

ao turú, mas enferruja os pregos.<br />

ANGÉLICO — v. URUBU -CAA.<br />

ANGELIM grande—HYMENOLOBIUM ELATUM<br />

Ducke. ( Legum. pap. dalb.).<br />

SYN.— Algumas vezes: Angelim pedra (Belem).<br />

(A. G.) — HAB. Na matta de terra firme.<br />

Mad.—Amarella pardacenta, <strong>com</strong> fibras grossas, muito<br />

apparentes; de côr vermelho castanho claro.— A madeira<br />

húmida tem um cheiro nauseabundo — própria para construcção<br />

civil e naval, marcenaria, dormentes.— D = 0.80.<br />

ANGELIM <strong>com</strong>mum— HYMENOLOBIUM EXCEL-<br />

SUM Ducke ( Leg. pap. dalb.).<br />

(A.G.) —CAR.- Uma das arvores maiores da Amazônia.<br />

HAB.— Na matta de terra firme.<br />

Loc.— Belem - R. Tocantins—Faro — Oriximiná.—Frequente<br />

no R. Trombetas.<br />

Mad.— Fibras grossas, trançadas, formando ondas vermelho<br />

castanho sobre fundo amarello pardacento claro, de<br />

b?>nito effeito, dura, própria para Carpintaria, marcenaria,<br />

construcção civil e naval, dormentes.— Dá peças de grandes<br />

dimensões.— D = 1,00.<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

ANGELIM P E D R A - H Y M E N O L O B I U M PETRA.<br />

E17M Ducke (Leg. pap..dalb ).<br />

Svx. - Murarêna ( Macapa).<br />

(A G ) — HAB.- Matta da terra nrme.<br />

Loc - Belem - Óbidos - Faro - Manáos.<br />

C\K - Fructos: vagens vermelho cie sangue; a copa<br />

é magnifica quando, despida das folhas, ella está coberta de<br />

fructos.<br />

Mad.- Dura, nodosa; fibras menos apparentes, mas<br />

ANGELIM—HYMENOLOBIUM MODESTUM Ducke<br />

(Leg. pap. dalb.).<br />

(A. m. ou g.) —HAB.- I erra firme.<br />

Loc.—Óbidos Faro — R. Tapajoz.<br />

Mad.— Semelhante á do H. excelsum, mas fibras menos<br />

grossas e mais direitas, castanho avermelhado claro, pouco<br />

apparentes sobre o fundo amarello pardacento — dura; bôa<br />

para construcçAo civil.<br />

ANGELIM— HYMENOLOBIUM PULCHERRIMUM<br />

Ducke (Leg. pap. dalb.).<br />

Svx. Sapu pira amarei!a (Manáos ).<br />

(A. G ) - HAB. Terra firme; em matta geral.<br />

Loc.—Sapucuá — Faro.—Frequente nos arredores de<br />

Manáos.<br />

CAR.—Fructos roseo-violaceò; a copa É linda durante<br />

a fructificaçáo.<br />

Mad. Parecida <strong>com</strong> a precedente, mas menos dura e<br />

libras mais amarelladas, <strong>com</strong> manchas irregulares castanho<br />

escuro que exhalam c heiro desagradavel quando se trabalha<br />

a madeira húmida.— 13 = 0,79.<br />

ANGELIM— HYMENOLOBIUM COMPLICATUM<br />

Ducke (Leg. pap. dalb.).<br />

\i -p^' ou (jr - 1 — HAB.- Na matta de terra firme húmida<br />

(Al. I apajoz ).<br />

Mad, -- Parecida <strong>com</strong> a do H. modestum, mas menos<br />

duia, castanho avermelhado claro. D = 0,80.<br />

ANGELIM — (Marajó e litoral) v. AXDIRA-UCHY (Anuna<br />

retusa).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

ANGELIM da varzea — v. ANDIRA-UCHY (Andirá<br />

i n e r m is). •<br />

ANGELIM falso — (Gurupá) — DINIZIA EXCELSA<br />

Ducke (Legum. mim.).<br />

(A. G.) — Altura de 55-60 m.<br />

SVN*. — Faveira grande ( R. Tapajoz. » — Favcira<br />

preta (?) (Estuário)- Angelim (Manáos e Mauhés).<br />

HAB. - Matta grande de t. f.<br />

Loc. - Gurupá — R. Xingu - R. Tapajoz — R. Trombetas—<br />

Faro — Manáos.<br />

Mad.— Cor castanho; fibras grossas; muito dura; imputrescivel.—<br />

Difficil de trabalhar, mas podendo dar peças de<br />

grandes dimensões. Construcçào civil, dormentes.— D = 1,15.<br />

ANGELIM RAJADO — PITHECOLOBIUM RACE-<br />

MOSUM Ducke (Legum. mim.).<br />

SYx—Ingá caetitú — Ingarana da T.f. — Bois serpent,<br />

da G. Fr.<br />

(A. m.; —HAB. Terra firme secca.<br />

Loc. - E. de F. de Br. - Baixo Amazonas —R. Trombetas<br />

- Médio Tapajoz —Almeirim — Gurupá — R. Ariramba<br />

— Faro — Manáos.<br />

Mad.— Bella madeira, <strong>com</strong>pacta, mas de fibras grossas,<br />

apparentes, castanho amarello claro sobre fundo amarello<br />

pardacento, <strong>com</strong> largos veios irregulares, sinuosos, de cor<br />

castanho violáceo escuro.— dura, trabalhando-se bem, muito<br />

resistente — para marcenaria e ebanisteria—As partes<br />

coloradas escuras, quando ainda verdes, tem cheiro repugnante.—D<br />

= 1,00.<br />

ANGICO — v. PARICÁ da T. f.<br />

ANGUSTURA VENENOSA — CUSPARIA TOXICA-<br />

RIA íSpr.) Engl. (Rutaccas).<br />

Loc.— S. Gabriel, do R. Negro.<br />

Med.-- Toxica — febrífuga e emmenagoga, em pequena<br />

dose.<br />

ANHAUINÁ — (?) A IO UE A t)ENSlFVORA Nees.<br />

(Lauraceas). — Classif. m. duvidosa?<br />

(A. p.) —IIAB. Amazônia (raro).<br />

Mad.- Madeira para construcçào e marcenaria.<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

ANIL TREPADOR - VITIS SICYOIDES Bak. var.<br />

CORDATA Bak. (Ampelidaceas)<br />

(PI. trep.).- Flores amarellas.<br />

Loc.-R. Counany.<br />

ANIL dc flores amarellas — C ROT AL ARI A ANAGY-<br />

ROIDES H B. K. (Leg. pap.).<br />

HAB. —Frequente em roças abandonadas.<br />

galeg.).<br />

ANIL verdadeiro-IN DI GO FE RA ANIL L. (Leg.<br />

SYN.— Caá-chica (Amazonas).<br />

(a. p.) —HAB. Muito <strong>com</strong>mum nos terrenos abandonados,<br />

depois de cultura.<br />

CAR.—Flores róseas.<br />

Ind. — Com esta planta prepara-se a matéria corante<br />

denominada indigô ( O principal fornecedor de indigó é o<br />

Indigofera tinetoria L., da índia).<br />

Med. pop.- A raiz é util contra a epilepsia e contra<br />

a icterícia. As folhas são antispasmodicas e sedativas, stomachicas,<br />

febrífugas, diuréticas e purgativas, <strong>com</strong> acção<br />

especial sobre a ultima parte do intestino; usadas ccntra as<br />

blenorrhagias.— As raízes e as sementes pulverisadas são<br />

insectifugas.—A planta é reputada antidota do mercúrio e<br />

do arsênico.<br />

ANINGA — MONTRICHARDIA ARBORESCENS<br />

Schott. (Araceas).<br />

f P. h., até 4-5 m. de altura e Om. 20 de diam.).<br />

S VN. • - An ingá • uba.<br />

HAB.—Abundante nas margens pantanosas dos lagos<br />

e rios e nas depressões dos campos de varzea (aningaes).<br />

Ind. — A massa esponjosa do tronco é atravessada longitudinalmente<br />

por fibras grossas e <strong>com</strong>pridas empregadas,<br />

ás vezes, na fabricação de cordas.<br />

/////;/. - As flores e os fruetos servem para isca, na<br />

pescaria.<br />

Med. pop.—A seiva é acre e caustica — as folhas contusas.<br />

em .cataplasma, são resolutivas — a raiz, em pó, é<br />

empregada <strong>com</strong>o diurético e drástico.<br />

C<br />

A NI NG A- PARA - DIEFFENBACHIA PICTA Schott.<br />

(Araceas).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

( P. h.— Om 50 a LM.) — HAB. Terrenos pantanosos<br />

abertos. •<br />

CAR.— Cresce sempre torta.<br />

Meei.— Toxica ( succo cáustico ).<br />

ANINGA-PÀRA — DIEFFENBACHIA SEGUINE<br />

Schott. (Araceas).<br />

Svx.— Caiu ia niaroua.<br />

(P. h.) — HAB.- NOS terrenos pantanosos abertos.<br />

Med. pop.— Nas folhas tem um succo acre, corrosivo,<br />

produzindo inflammação e erupção quando applicado sobre<br />

o epiderme; este succo é toxico.—O cozimento das folhas<br />

é usado em gargarejos na angina e util em loções para inflammações<br />

edematosas.— A tintura da raiz é util em loções<br />

contra o prurigo das partes genitaes.<br />

In d. — O succo da planta serve para marcar a roupa.<br />

ANICA-CAA — (?)<br />

Loc. — S. Caetano de Odivellas.<br />

(A.) — Mad.- Castanho roseo claro; dureza media.<br />

ANZOL de LONTRA— STRYCHNOS ERICETINA<br />

Barb. Rodr. ( Loganiaceas ).<br />

(Cip.)— Svx. Uirari tarerem — Yuakáka-pindd (L.g.).<br />

bui.— A casca da raiz contém uma matéria tinctorial<br />

vermelha. ( Somente encontrado por Bar. Rodr., em Manáos).<br />

ANONA — (Perú) — v. BIRIBA<br />

APÀ ou APAZEIRO — ( Cunani) — EPERUA FAL-<br />

CATA Aubl. ( Legum. caesalp.).<br />

SYN. — Uapd— Espadeira ( R. Trombetas).— Vou a pá<br />

tabaco, da G. Fr.- Wallaba, na G. Ingl. — Wallaba tree,<br />

(Ingl.) — Pois sabre ((i. Fr.).<br />

(A. p. ou m.) — HAB.- Margens dos rios e igarapés;<br />

<strong>com</strong>mum nas Guianas, mas somente encontrado no Pará no<br />

Aricary e no alto R. Trombetas.<br />

CAR.— O frueto é uma vagem dehiscente, <strong>com</strong> 15 cm.<br />

de <strong>com</strong>prido, 5 cm. de largura, em forma de foice acuminada.<br />

Mad.— Madeira avermelhada, Acura, dufa, <strong>com</strong>pacta,<br />

oíeosa, imputrescivel; excellente j&ra obras hydraulicas,<br />

estacas, dormentes.<br />

Mcd.— Casca amarga, emetica.<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

APAPA - (Terra-Santa)- EL VA SI A CALOPHYL-<br />

APE — (Marajó — v. UAPE.<br />

Terra firme, na margem dos lagos.<br />

APÈ — UROSPATHA CAUDATA Schott. (Araceas).<br />

pjAB _ Pará e Amazonas — ( P. h. ).<br />

Alim.— O rhizoma contem um succo acre, mas é <strong>com</strong>estível<br />

depois de cozido.<br />

Med. pop.— O succo do rhizoma é util contra as em<br />

pigens.<br />

APERANA - ( Marajó ) - LIMNANTHEMUM HUM-<br />

BOLDTIANUM Griseb. (Gentianaceas).<br />

Planta aquatica.<br />

SYN.— Soldanella d 'agmi.<br />

HAB.— Regos e terrenos baixos, nos campos de várzea.<br />

CAR.— Flor branca, cotonosa, lembrando o " edel weis"<br />

dos Alpes.<br />

Alim. anim.— Forragem regular.<br />

APIHY, ou APEHY, ou APII — v. CAAPlÀ.<br />

APIRANGA — (Santarém )-MOURIRIA A PIRANGA<br />

Spruce (Melastomaceas).<br />

(A. p.)—HAB.- Nas praias da foz do R. Tapajoz —<br />

Maués.<br />

Mo d.— Madeira dura.<br />

Alim— Fructo <strong>com</strong>estível, adocicado, mas adstringente.<br />

' o<br />

APIRANGA — (Óbidos) v. SOCOROZEIRO.<br />

APIRANGA - (Almeirim)-MAYTENUS<br />

(Lelastraceas).<br />

Tntnhíw P -r ] } AB ir n lat V} . secca c,as serras c,e Aramum e<br />

Jutahy (região da Velha Pobre).<br />

APIXUNA — v. PIXUNA.<br />

APIXUNA - SFDEROXYLON (?)<br />

v ;<br />

{Sapotaceas). <<br />

////i,, m ) p n } B ' Terras altas, ao norte de Faro<br />

Almi.-Fructos pequenos, doces, apreciados.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

A PO CU IT A — v. MEMBY.<br />

APOLÓ — v. MAIRÀ.<br />

APUHY — v. APUÍ.<br />

APUÍ-ASSU — v. CAXÍNGUBA.<br />

APUÍ CLUSIA INSIGNIS Mart. (Guttiferaceas )<br />

c CL. GRANDIFLORA Splitg.<br />

Svx. — Guapo-y — Apuhy — Cebola grande da malta.<br />

(a. trep.)—HAB.- Epiphyta, nas arvores altas, em matutas<br />

húmidas, ou pequenas arvores semiepiphyticas em capoeiras<br />

velhas.<br />

Ora. - Flores grandes e bonitas, de côr roseo-pallido,<br />

perfume persistente.<br />

Med. pop.— Das flores extrahe-se uma resina amarella<br />

avermelhada aromatica, usada, <strong>com</strong> banha de cacao, para<br />

curar as rachas do bico do peito. — Bolbo emetico e diurético.<br />

APUÍ — (R. Tapajoz) — FICUS TAPAJOZENSIS P.<br />

Standley (Moraceas).<br />

(Ã. m.) —HAB.- Matta de terra firme.<br />

Loc.—Bôa Vista (R.Tapajós).<br />

APUÍ—FICUSs. g. UROSTIGMA Miq. (Moraceas).<br />

(Cip. e, depois, A. g.)- E' uma planta epiphyta que<br />

se desenvolve sobre outras arvores, entrelaçando suas longas<br />

raizes aereas em redor dos troncos que mata; chegando<br />

até o solo, estas raizes engrossam, unem-se lateralmente,<br />

constituindo, mais tarde, um verdadeiro tronco independente.<br />

— Látex esbranquiçado abundante.<br />

Svx.— Uapuini — Apuhy.<br />

APUHY GRANDE - (R. Tapajoz) — COUSSAPOA NÍ-<br />

TIDA Miquel. (Moraceas).<br />

Planta epiphyta.<br />

APUI-RANA — ( Furos de Breves) — STRYCHNOS<br />

ROUHAMON Benth. (Loganiaceas<br />

# = ROUHAMON GUIANENSjS Aubl.<br />

(Cip.) — Frequente na Amazônia.<br />

SYN.— Urariuva.<br />

Med.—Toxica. — Contem estrychnina (?).<br />

11


39 A AMAZÔNIA BRASII.KIRA<br />

APURUHY - V. PURUHY.<br />

' AQUIQUY (R. Tapajoz) v. FACHEIRO —<br />

ARÁ —CALADIUM BICOLOR Vent. (Araceas).<br />

(p h ) - Tajâ cie folhas longamente pecioladas, ovaes,<br />

lanceoladas, manchadas de vermelho.<br />

ARAÇÀ <strong>com</strong>mum, do Pará — BRITO A ACIDA Berg.<br />

(Myrtaceas). . .<br />

(A. p. ou a.) — HAB.- Em toda a Amazônia.— Cultivado.<br />

Mad — Madeira forte, para pequenas peças; cabos de<br />

ferramentas, moitões, obras de torno — Boa lenha e carvão.<br />

Ali tu.— Fructo amarei lo pallido, globoso; polpa amarello<br />

claro, saborosa.<br />

ARAÇÀ do CAMPO — P SIDIU M A R A Ç Á R a d d i<br />

(Myrtaceas).<br />

(a. ou A. p.) —SYN.- Araçd iba —Araçá pedra—Araçd-i<br />

— Araçá-mirim.<br />

Mad.— Própria para moitões e cabos de ferramentas.<br />

Alim.— Fructos excellentes, parecidos <strong>com</strong> goiabas, mas<br />

mais ácidos; muito apreciados para doces.<br />

Ind. — Os renovos dão matéria tinctorial. — A casca<br />

pode ser utilisada para cortume.— Lenha e carvão de alto<br />

poder calorífico.<br />

Med-Folhas adstringentes.<br />

ARAÇÁ — (R. Branco de Óbidos) - PSIDIUM<br />

._.< Myrtaceas).<br />

Alim. - Fructos grandes, <strong>com</strong>estíveis.<br />

KM S t , -(Belém) - BELLUCIA IMPE-<br />

Ki.VLià bald. e Cogn. (Melastomaceas) e outras especies<br />

cio mesmo genero.<br />

Sv.v- Goiaba de anta-Muhuba (Rio Tapajoz).<br />

HAB.- Capoeiras velhas da t. f.- ( A. p.).<br />

bastame saborosa Ct ° é Uma baga amare,,a ' <strong>com</strong>estível,<br />

ARAÇ^ do Igap^ ( R. Tapajoz} _ Eugenia esp.<br />

Myrtaceas).<br />

taceas K AÇA " PKBA ~ PSIDIUM ARBOREUM Vell. (Myr-


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

(A. m.) — Tronco geralmente achatado e <strong>com</strong> leve<br />

torsão. •<br />

Mad.— Bôa madeira para marcenaria.<br />

Jad.— Casca rica em tannino.<br />

ARAÇÀ PIRANGA — v. GOIABARANA.<br />

ARACA-LIMA — v. PALILLO.<br />

ARAÇÁ-RANA — PSIDIUM div. e EUGENIA div.<br />

í Myrtaceas).<br />

Araçás diversos, nas praias e margens de rios de<br />

aguas limpas, de fructos muito azedos, pouco ou não <strong>com</strong>estíveis.<br />

ARAÇÀ-RANA — BEL LÚCIA<br />

esp. div (Melastomaceas).<br />

ARAÇANDEUA — v. GGIABARANA —<br />

ARAM IN A — (Sul) — v UACIMA (Urena lobata ).<br />

ARAPABACA — SPIGELIA ANTHELMIA L. ( Loganiaceas).<br />

( a. p.-de Om 50 a 0m 80 ).<br />

SY.W— I/erva lombrigiieira — Brinvillière, em Fr.<br />

Med. pop.— Toda a planta é vermífuga ( principalmente<br />

a raiz).— As folhas frescas espalhadas no chão afugentam<br />

as baratas. Em dose forte é venenosa; principio toxico<br />

(ale.): spigelina (Dudley).<br />

ARAPAPA - LU EH EOPSIS VIOLACEA Standl.<br />

(Tiliaceas).<br />

(A. M.) — HAB. - na t. f.<br />

Loc.—Bôa Vista ( R. Tapajoz).<br />

Mad.— Somente <strong>com</strong>o <strong>com</strong>bustível.<br />

ARAPARY da VARZEA - (B. Amazonas) - MACRO-<br />

LOBIUM ACACIAEFOLIUM Benth. (Leg. caesalp.).<br />

Svx.— Faveira ( Cach. do R. JTapajoz )«— Fava dc<br />

Tqjnbaqui. #<br />

(A. m. ou g. ).— HAB. - Margens dos rios c lagos.<br />

Mad.— Madeira ruiva, porosa, para caixas e cellulose<br />

para papel. - D = 0,43.<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Mim. anim. — Os fructos silo procurados pelas tarta-<br />

rUS


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

ARAPOCA de CHEIRO— RAPUTIA<br />

( Rutaceas ). •<br />

(a.). — HAB. - No alto amazonas.<br />

Meti. pop.-- Casca c amêndoas aromaticas. — Casca estomachica<br />

e febrífuga; os seringueiros do A. Amazonas<br />

usam, ás vezes, mascar as folhas, em substituição das de<br />

coca.<br />

ARARA-TUCUPY. ou A. TUCUPE — v. JAPACANIM e<br />

VISGUEIRO. —<br />

ARARACANGA — AS PI DOS PE RMA DESMAN<br />

TH UM Mucll. Arg. (Apocynaceas).<br />

SYNArarauba da T. F. (Mauhés).<br />

(A. g.) — HAB. - Terra firme húmida.<br />

Loc.— Frequente na região do estuário, nas mattas<br />

altas.— Salgado, E. de F. de Br., R. Tapajoz, R. Trombetas<br />

(I .ago Salgado).<br />

Ma d. - Castanho amarello claro, fibras trançadas, grão<br />

fino, dureza media; é uma verdadeira "peroba". Própria<br />

para construcção civil e naval, marcenaria, dormentes (de<br />

bôa conservação). D = 0.90.<br />

Med— As folhas são amargas, febrífugas.<br />

Ind.— A madeira pode servir para fabricação de pasta<br />

de cellulose para papel; <strong>com</strong>pr. das fibras, lmm. 76—diam.,<br />

0,026 D/C = 1.75 ( A. Bastos - M C. P.).<br />

ARARANDEUA — PITHECOLOBIUM CAULIFLO-<br />

RUM Mart. ( Legum. mim).<br />

(A. p.) — SYN. - Ingarana ( Pará ).—Jarandetia.<br />

Mad. — Madeira branco amarellado, <strong>com</strong>pacta —dura —<br />

de bôa conservação.<br />

ARARAUBA da T. F. (Mauhés) — v. ARARACANGA. -<br />

ARAREUA — v. P.VO de ARARA — (Sickingia ).<br />

ARARI U A — v. PA O de ARARA ( Sickingia ).<br />

ARARUTA—MAR ANTA ARUSDINACfcA L. ( Maragtaceas).<br />

#<br />

(P. h.—1 m ) — HAB. • Originaria das Antilhas. — Cultivada.<br />

Alini.— Dos rhizomas, brancos, <strong>com</strong>pridos de 25 a 30<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

cm e x t r a h e - s e a tapioca chamada arrow root , especial<br />

para alimentação de creanças c enfermos.- Estes rh.zomas<br />

contém um principio acre que é considerado <strong>com</strong>o antídoto<br />

do veneno dos insectos e das frechas, mas tornam-se <strong>com</strong>estíveis<br />

depois de cozidos ou assados.<br />

AIMKY — MUCUNA ROSTRATA Benth. (Leg. pap.).<br />

(Cipó) HAB. - Nas margens dos nos.<br />

I oc. - Macapá — Mazagào — K. Solimoes.<br />

CAK.— Flores grandes, cor de fogo.<br />

ARATACIU - SAGOTIA RACEMOSA Baill. (Euphorbiaceas).<br />

SYN - Urataciú.<br />

{\ g.) __ HAB.-Na rnatta grande de t. f. húmida, em<br />

todo o E. do Pará.<br />

lnd.— A raiz cheirosa de plantinhas novas se vende<br />

em Belem.<br />

ARATICÚ manso — v. JACA DO PARA.<br />

ARATICÚ do BREJO — í Marajó ) — ANONA GLA-<br />

BRA L. = ANONA PALUSTRIS L. ( Anonaccas >.<br />

SYN. — Araticú pana — Araticií-cortiça — Arati aí da<br />

praia (nos mangaes da Costa).— Corossol sauvage, da G. Fr.<br />

(a. ou A. p.) - Loc. • Bragança, Litoral, Marajó.<br />

Mad. — Pardo escuro, <strong>com</strong> veias amarelladas, flexível;<br />

bôa para carpintaria, caixotaria, para mastros pequenos e<br />

remos.<br />

Ind. — As raizes são esponjosas, substituindo a cortiça,<br />

menos para rolhas (demasiadamente porosas). — E' o "Corkwood<br />

' dos Ingl.<br />

Mim, - O fructo parece-se <strong>com</strong> a 44 jaca do Pará<br />

ou "graviola". mas é aredondado e muito menor; tem um<br />

cheiro muito forte, ethereo, sabor especial, deixando um<br />

gosto de menthol; é amarello quando maduro.<br />

LR, A R , ATI d0 MAT0 — ROLLINIA SILVATICA (St.<br />

nu.) M. (^Xnonaceq^ ).<br />

( A. ) — Mad.- Madeira branca, bôa para gravar (pranchas<br />

de impressão de tecidos) e esculpir.--Tenra, leve. r<br />

. K f w -Pructo da grossura de uma maçã, aveludado,<br />

coberto de escamas achatadas, espaçosas. - Com estes fruc-


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 11<br />

tos fermentados, prepara-se uma bebida refrigerante e estomachica.<br />

m<br />

AR ATI CIJ do MATO — (?) ANONA LONGIFOLIA<br />

Aubl. (Anonaceas).<br />

(A. m.) —SYN. - Envireira — Corossol pinai ou a, da G. Fr.<br />

Loc. - R. Cuminá-mirim.<br />

Alim.— Fructo da grossura de uma maçã, <strong>com</strong> epiderme<br />

fino cobrindo uma carne vermelha, delicada, viscosa,<br />

de gosto excellente.<br />

Mad.— Madeira branca, bastante dura.<br />

Me d. pop.— Folhas e fructos verdes silo usados <strong>com</strong>o<br />

anti-rheumaticos.<br />

ARATICU do PARA — (?) ANONA SERICEA Dun.<br />

( Anonaceas ).<br />

(A. p.) — SYN. - Guimané savane, da G. Fr.<br />

Med. pop.— Casca e folhas antirheumaticas.<br />

ARATICU GRANDE — ANONA MONTANA Macf. =<br />

ANONA MARCGRAVII Mart. (Anonaceas).<br />

SYN.— Arati cinn- ponhè.<br />

Aliai.— Fructo grande, <strong>com</strong>estível, de cheiro penetrante.<br />

— As vezes cultivado. (Fructo parecido <strong>com</strong> o da A. muricata,<br />

mas redondo e de sabor inferior).<br />

ARENARIA — ( Marajó) - CALYPTROCARYA<br />

(Cyperaceas).<br />

(P. h. rasteira). - Aliai, aniai. Pasto medíocre.<br />

ARENARENA — ?<br />

Mact.— Còv de rosa; para moveis e construcçôes.—<br />

Dormentes.<br />

ARIÀ — TH A LI A LUTEA Stend. = MARANTA<br />

LUTE A .lacq. (Marantaceas ).<br />

(P. h.) — Aliai O rhizoma dá pequenos tubérculos em<br />

forma dc peras, brancos, muito apreciados depois de cozidos.<br />

ARIAUÀ — (Mte. Alegre ).-Q m J ALEA* GRAN DI-<br />

FLORA Mart. (Vochvsiaceas). •<br />

IIAB.— Commum nos campos de t. f. em todo o 15.<br />

Amazonas.


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Mad.- Madeira tenra, usada para construir pequenas<br />

embarcações.<br />

ARIAUÁ — V. PAOARI -<br />

ARIMARU (?) —STRYCHNOS COGENS Schomb.<br />

(Loganiaceas).<br />

Loc. - E. do Amazonas. . . ,<br />

(Cip.) — Med. - Toxico; um dos pnncipaes elementos<br />

do 41 uirari" ou "curare".<br />

AROEIRA — (Mte Alegre) — v. GONÇALO ALVES.<br />

AROUROU — (?) BURSERA (PROTIUM* SCHOM-<br />

BURGKIANUM Engl. ( Burseraceas ), = ICICA ENNEAN-<br />

DRA Aubl. (Classif. m. duvidosa).<br />

( A.) -- SYN. - Arurú.<br />

Mad.- Boa madeira de construcçào.<br />

Jnd — A resina é o "incenso de Cay ena", ou "chipa".<br />

Med.— Esta resina é antiblennorrhagica.<br />

ARRANCA PEDRAS — PHYLLANTHUS NIRURI L.<br />

(Euphorbiaceas). = P. BRASILIENSIS Muell. Arg.<br />

( P. h.) — SYN. - Quebra pedras (Bahia ) — J/erva pombinha<br />

( R. de J.).<br />

Med. pop.— O succo dos fruetos e sementes preconisados<br />

contra o diabetes e a pedra da bexiga — o decocto<br />

da raiz é anti ictérico, diurético e purgativo — o cozimento<br />

das folhas e das sementes <strong>com</strong> xarope de laranjas, é indicado<br />

contra o diabetes e <strong>com</strong>o anti ictérico.<br />

ARROZ COMMUM - (Marajó - Lagos do Cuminá)-<br />

ORIZA SÜBULATA Nees.,= ORIZA SATIVA L. var.<br />

SUBULATA (Gramíneas).<br />

(P. h.) — O typo é originário da índia: foi importado<br />

no 1 ara em 1//2; esta variedade é espontanea.<br />

SYN. - Arroz silvestre - Arroz do mato -<br />

(L. g.).<br />

Abati-mirim<br />

HAB. NOS baixos atolentos, ou formando sociedades<br />

quasi puras nos lagos pouco fundos e cujas praias argillosas<br />

descobrem em temjfb de secca.<br />

c<br />

do Cuminá" Campos baixos cle Mte - - Marajó-Lagos


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

Aliai, aaiai. — E' boa forragem antes de fructificar; depois<br />

torna-se perigoso para o gado por causa das pragafrias<br />

muito desenvolvidas.<br />

O arroz typo é cultivado em grande escala para a<br />

alimentação.<br />

ARROZ BRAVO — v. CAPIM ANDREQUICE.<br />

ARROZ do CAMPO — < Marajó) — TRACHYPOGON<br />

PO L Y .\ IO R PH US Hack. (Gramíneas).<br />

( P. h.) — HAB. - Nos campos altos, meio arenosos.<br />

Alini. aaiai. Forragem coriacea.<br />

ARRUDA —RUTA GRAVEOLENS L. (Rutaceas).<br />

( P. h.) • HAB. - Originaria da região mediterrânea —<br />

cultivada.<br />

CAR. — Cheiro forte, desagradavel; sabor aromatico,<br />

amargo.<br />

Me d. Irritante do tubo digestivo e perigosa, podendo<br />

causar accidentes mortaes - emmenagoga e abortiva—utilisada<br />

na chlorose, amenorrhea e hysterismo.<br />

ARTEMIJA — ou ARTEMÍSIA — AMBROSIA AR-<br />

TEMISIAEFOLIA L. (Compostas).<br />

(P. h.) — HAB. • Abundante nos terrenos argillosos alagadiços<br />

da planície quando ficam fora da agua.<br />

CAR.—Cheiro forte, penetrante, desenvolvendo-se logo<br />

que se esbarra nella.<br />

Mc d. pop. — As summidades floridas e as folhas são tônicas,<br />

aromaticas. febrífugas, lombricidas e antileucorrheicas.—As<br />

fumigações provocam a menstruação.<br />

ARimiA — ISCHNOSIPHON OVATUS Kcke (Marantaceas).<br />

SVX. - Caeté—Banancirinha do aiato — ( P. h. ) —<br />

ARUMÁ-ASSli — ISCHNOSIPHON OBLIQUUS<br />

(Rudge) Koern (Marantaceas).<br />

(a. g.) —HAB. - Nos logares húmidos ou pantanosos<br />

(Baixo R. Ucayali). # #<br />

SYN T . — Uaraaid—Guarunui.<br />

• •<br />

ARUMÁ MEMBECA — ISCHNOSIPHON A R U M A<br />

(Aubl.) Koern. (Marantaceas).<br />

11


10 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

• &Í~-As hastes, partidas, fornecem bom material para<br />

tecer paneiros, tipitis, peneiras, esteiras... &; esta especie<br />

de arumá é a melhor para este fim.<br />

Alim.-O rhizoma é <strong>com</strong>estível.<br />

ARUMA- MIRIM - ISCHNOSIPHON SIMPLEX<br />

Hub. (Marantaceas).<br />

(a. p.)—Loc.—Nas mattas das margens do K. Arama-<br />

miry.<br />

bui.-Mesmos empregos.<br />

ARUMÁ-RANA — (Marajó) TH A LIA GENICLLATA<br />

L. var. PUBESCENS (Marantaceas).<br />

(a. de 2 m. a 3 m.)<br />

Alim— O rhizoma, assado, é <strong>com</strong>estível; elle da uma<br />

tapioca igual ao "arrow-root' - As folhas novas são<br />

também <strong>com</strong>estíveis; para o gado, ellas constituem uma<br />

bôa forragem.<br />

Ind.—As hastes servem para fazer frechas.<br />

Oni.—E' planta ornamental.<br />

ARUMA-RANA mirim. —THALIA GENICULATA L.<br />

(Marantaceas).<br />

(P. h.) — SYN. — Campará.<br />

HAB.—Abundante em campos inundados na região do<br />

estuário.<br />

Loc.-Mazagão - Gurupá—Marajó,<br />

/j/tf.—Poderia ser utilisada na fabricação dc papel.<br />

Alim. anim. — Bôa forragem, principalmente para os<br />

cavallos.<br />

ARVORE dos FEITICEIROS — CONNARUS PATRI-<br />

SII Planch. (Connaraceas).<br />

(A. p.)—Loc.- Sul da Amazônia—Goyaz.<br />

Med. pop.—E' planta inoffensiva (superstições)—As sementes<br />

são úteis contra a fraqueza geral, o abatimento.<br />

ARVORE de MACACO -v. ESPONJEIRA. —<br />

ARVORE dc TROMBETAS - v. IMBAUBEIRAS.<br />

ARVORE de S. SEBASTIÃO - EUPHORBIA TIRÜ-<br />

CALLl (huphorbiaceas), da índia.<br />

#


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

SYN.—Arvore de cor (d.<br />

CAR—Ramos verdes, sem folhas; látex branco, cáustico.—Cultivada<br />

no Pará.<br />

ARVORE de UMBELLA — CORDIA UMBRACULl-<br />

FERA DC. ( Borraginaceas).<br />

(A. p. ou m )—SYN. - Par d par d (Amazonas).<br />

HAB.—Beira dos rios e terras dos campos (Marajó).<br />

iMad. Madeira para construcção civil e marcenaria.<br />

Med. pop.—Usam da casca queimada para desinfectar<br />

as casas; a fumaça tem cheiro desagradavel.—O succo das<br />

folhas serve para lavar o globo ocular nas conjunctivites.<br />

—As raizes drenam o solo húmido.<br />

Ora.—Presta se para arborização das ruas.<br />

ARVORE de VELAS — PARMEXT1ERA CEREIFERA<br />

Secm. (Bignoniaceas).<br />

(A. p.)-Originaria de Panamá—Cultivada nos jardins<br />

Ora — Os fructos parecem uma quantidade de velas de<br />

cera amarella penduradas nos galhos pelo morrão.<br />

ASSACli — HURA CREPITANS L. (Euphorbiaceas).<br />

(A. g.)—Commum na varzea argillosa alagadiça.<br />

Sv.w- Sablicr, da G. Fr .—Possuía ivood, ou saudbox,<br />

dos Ingl. -Catauá (Perú)—Ra Kuda ivood (Estados Unidos).<br />

Mad.—Branca pardacenta, resistindo bem á humidade;<br />

própria para soalhos e forros, tamancos — deve se deixar<br />

alguns mezes n'agua. antes de serral-a, senão a poeira da<br />

serragem irrita os olhos. Também, antes de derrubar a arvore,<br />

convém sangral-a, cortando um annel da casca e deixando<br />

escorrer o látex. — D =0,50.<br />

Med.—Seiva muito caustica e venenosa, produzindo<br />

ulcerações quando cm contacto <strong>com</strong> as mucosas e até <strong>com</strong><br />

a pelle. O principio activo do látex é a "Hurina", ou "Crepitina"<br />

(Ch. Richet). Não tem fundamento a reputação que<br />

tem esta seiva de curar a morphea.<br />

Iad. O leite de assacú é, ás vezes, utilizado para tiaguijar<br />

peixe. O fructo é uma capsula dehiscente que. quando<br />

"madura e secca, arrebenta <strong>com</strong> uma pequena detonação,<br />

espalhando as sementes que são#oleagino^as (em junhojulho);<br />

as amêndoas limpas dão 40° o de oleo amarello, claro,<br />

inodoro—este oleo é venenoso nfi dose de 4 gr.—As sementes<br />

provocam vomitos, constricção da garganta, diarrhea,<br />

tenesmo e syneope.<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

ASSACÚ-RANA - ERYTHRINA GLAUCA Willü.<br />

Legum. P a P-u' m }_Hab.-Margens do Amazonas, na var-<br />

zea. ^ . ,<br />

SYN.—Suma. , , n .<br />

CAR.—Tronco aculeado, <strong>com</strong>o o do assacu — Bonitas<br />

flores alaranjadas.<br />

Mad.- Madeira branca, molle, leve para forros, ga-<br />

mellas... &• ,<br />

Med - Util contra as doenças hepaticas, mas narcotico<br />

—o chá das raizeséantirheumatico; purgativo em alta dose.<br />

ASSACU-Y - EUPHORBIÀ COTINOIDES Miq. (Euphorbiaceas).<br />

CAR.—Folhas quasi côr de cobre; látex branco, cáustico,<br />

(a. p. ).-SYN. -Maleiteira-Leiteira.<br />

Med— A raiz é purgativa, o succo leitoso das folhas,<br />

addicionado de mel,


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

(A. g. ou M.) HAB. - Frequente na T. f. de Beiern, Guru<br />

pá. „<br />

Mad. - Castanho claro, grosseira, porosa. D = 0,68.<br />

Orn — Esta arvore convém para arborisação publica.<br />

As flores são em espigas <strong>com</strong>pridas, vermelhas.<br />

ATEREUA — v. ATERIBA.<br />

ATERIBA — ESCH WEILER A, div. esp<br />

(Lecythidaceas).<br />

(A.)—Na região do Salgado.<br />

SYN.— Tiribá (E. F. Br.) —Aterebd—Atereua — Jatereua.<br />

ATURIÀ — MACHAERIUM LUNATUM (L.) Ducke,<br />

= DREPANOCARPUS LUNATUS Mcy. (Legum. dalberg.)<br />

(a. <strong>com</strong> longos ramos tortuosos). Loc. - No litoral e no<br />

estuário. No B. Amazonas até Mte. Alegre.<br />

CAR.—Espinhoso—Estende-se, ás vezes, na frente da<br />

matta marginal dos rios e furos, no estuário.<br />

ATURIÀ — DREPANOCARPUS FEROX. Mart. (Leg.<br />

dalb. ).= MACHAERIUM FEROX (Mart.) Ducke. (Leg.<br />

dalb.).<br />

(Cip.) — Em toda a Amazônia - SYN. - Juquiry.<br />

CAR.—Verdadeira peste que invade os campos de varzea<br />

quando se deixa florescer e fructificar. Os indivíduos<br />

velhos trepam em arvores <strong>com</strong>o cipós.<br />

Med— As folhas são resolutivas.<br />

AUATI — v, MILIIO.<br />

AUIBA (?) — X1LOSMA BENTHAMI Griseb., e X.<br />

DIGYNUM Benth. ( Flacourtiaceas).<br />

(A. p.)—SYN. - Aui-tiva.<br />

Loc.—Pará e Amazonas.<br />

Mg d.—Muito resistente, mas de pequenas dimensões.<br />

Bom <strong>com</strong>bustível.<br />

Med. - Aromatica— Casca adstringente.<br />

AVENCA — GYMNOGRAMMA^ CALOMELANOS<br />

Kaulf. (Polypodiaceas).<br />

# (P. h.). .<br />

Loc.—R. Anauerá-pucú.<br />

Ora.—Folhas brancas, orladas de verde e vermelho<br />

11


10<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

AVENCA - LYGODIUM VOLUBILE Sw. (Fetos).-<br />

• Loc. - Rio Counany.<br />

AVENCA miuda - ADIANTUM C UNE ATUM Fischer<br />

(Filicineas). ,<br />

Med.- A infusão das folhas e peitoral.<br />

Ont,—As folhas são delicadas, muito recortadas.<br />

AVENCA grande — ALSOPHILA FEROX Presl. Cvatheaceas)<br />

e HEMITELIA MULTIFLORA R. Br. (Cyatheaceas).<br />

r, N<br />

SYN. — Sa mamba ia grande — ronge re arborescente,<br />

em Fr.<br />

CAR.—Raras vezes chegam a ter um pequeno tronco<br />

de menos de 1 m. de altura ; nas cabeceiras do lago de<br />

Mariapixy (M. de Faro) encontram-se alguns exemplares<br />

<strong>com</strong> troncos de lm.70 a 2 m.<br />

AVI NEIRA — (Macapá) —v. ANDIRÁ-UCHY (Andirá<br />

inermis).<br />

AYAPÁNA — EUPATORIUM AYAPANA Vent.<br />

(Compostas).<br />

(a. p.—de lmõO a 2m.) — Espontâneo ou cultivado nos<br />

jardins.<br />

SYN .—Japona ou Ia pana (Amazonas) — I/erva de cobra.<br />

CAR.—Flores de cheiro agradavel.<br />

Med.—Antiscorbutico, tonico, estomachico, aromatico—<br />

adstringente energico contra a diarrhea c a dysenteria — A<br />

infusão das folhas é um poderoso sudorífico—As folhas frescas,<br />

ou o seu succo, ajudam a cicatrização das feridas—Empregada<br />

contra o veneno das cobras.<br />

AYOU — v. CANELLA PRETA.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 45


A AMAZOXIA BRASILEIRA


B<br />

BACOPA — BACOPA AQU ATIÇA Aubl. (Scrophulariaccas).<br />

(PI. h. rasteira).—HAB.- Nas margens dos rios.<br />

Med. pop.—Vulneraria—Em banhos contra rheumatismos;<br />

em gargarejos contra anginas e stomatitas—Applicam<br />

as folhas nas queimaduras.<br />

BACUPARY — SALACIA MICRANTHA Peyr. (Hippocrateaceas).<br />

(a. p.-0m30).<br />

BACUPARY—SALACIA COGNATA Peyr. (Hippocrateaceas).<br />

( a.).<br />

BACUPARY—SALACIA LAXIFLORA Peyr. (Hippocrateaceas).<br />

( a. ).<br />

BACUPARY—SALACIA COR YM BOS A Hub. (Hippocrateaceas).<br />

(A. p. ou a.) —Loc. - Alto Amazonas.<br />

BACUPARY — RHEEDIA MACROPHYI^LA (Mart.)<br />

PI. e I r. (Guttiferaceas).<br />

* (A. p.)—SYN. • Dacury-pary (BelCm-Baixo Amazonas).<br />

Mad.—Para marcenaria (obras pequenas).<br />

Ind.—A casca serve para cortume.


10 64 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mim -Fructo amarelio, liso, de grossura de um peqüfeno<br />

ovo de gallinha; polpa mais acida do que a doba-<br />

cury.—<br />

E outras especies do mesmo genero Rhecdia, <strong>com</strong><br />

fructos lisos ou ásperos, todos <strong>com</strong>estíveis.<br />

BACURY BRAVO -MORONOBEA CANDIDA Ducke<br />

(Guttifuaccas^^^ \|attas não inundáveis.<br />

Loc.—Mauhés, Juruty Velho.<br />

BACURUBIJ — (de Rio de Janeiro) — SCHIZOLOBI-<br />

ÜM EXCELSÜM Vogel (Leg, çaes )<br />

Na Amazônia (T. f. de Óbidos), encontra-se a especic<br />

SCHIZOLOBIÜM AMAZONICÜM Ducke - v. PARICA'.<br />

BACURY— PLATONIA INSIGNIS Mart. (Guttifera-<br />

CCÍLS.<br />

SYIx.-lbá-ciiry (L. g.)—Parcouri (G. Fr.) ou parcourisoufre.<br />

CAR.—Copa em forma de cone virado <strong>com</strong> a ponta<br />

para baixo.<br />

(A. g.).—HAB. - Mattas de T. f., de preferencia não<br />

muito afastadas de campos naturaes.<br />

Loc.—Salgado—Bragança—Costa S. E. de Marajó-R.<br />

Capim - R. Tocantins.<br />

Mo.d.—Madeira amarellajbôa para construcção naval,<br />

soalhos, carpintaria; própria para tanoaria e segeria.—<br />

D = 0.90.<br />

In d—As sementes são oleaginosas; as amêndoas dão<br />

65°/o de uma gordura de cor castanha avermelhada escura.<br />

Alim.—Fructos grandes, redondos, da grossura de<br />

uma laranja; a pelle, grossa, é resinosa, mas a polpa branca<br />

que envolve as sementes é agri-doce, perfumada, de<br />

gosto agradavel, utilisada para fabricar doces, <strong>com</strong>potas,<br />

xaropes e sorvetes saborosos.<br />

Ora.—A arvore é frondosa, magnifica quando coberta<br />

de flores róseas ou raramente brancas.<br />

M \ - r ' P A R * selvagem — RHEEDIA aff. ACUMI-<br />

INAIA 1 lanch. e l r. # (Guttiferaceas). •<br />

"Estr. de F. de Bragança.<br />

Mad.—resinosa; óptima lenha—carpintaria.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 49<br />

Ali ni— Fructos menores do que os do Rh. macrophylla;<br />

peile coriacea, rugosa ; polpa <strong>com</strong>estível, azeda. \<br />

BAGACEIRA — v. TATAJUBA, de Bclcm.—<br />

BALATA verdadeira — MIMUSOPS BIDENTATA DC.<br />

(Sapotaceas) = MANILKARA BIDENTATA (A. DC.) A.<br />

Chev.<br />

(A. G.)—SVN. - Balata franc, ou Balata rouge (G. Fr.)<br />

— Bullet tree (Ingl.)<br />

HAB.-Matta de T. f., numa zona bastante larga que<br />

se estende de cada lado das serras que separam do Brasil<br />

a Venezuela e as Guyanas.<br />

Loc. Altos R. Erepecurú, Curuá, Maicurú e Paru.<br />

— Rio Branco (nos limites <strong>com</strong> a Guyana Ingl.).<br />

yiad. — Vermelha, quasi roxa, muito <strong>com</strong>pacta e resistente;<br />

de primeira qualidade para construcçáo civil e naval,<br />

obras hydraulicas. dormentes—<strong>com</strong>bustível de alto poder calorífico<br />

(queimando, desprende cheiro de canella da índia).<br />

— D = 1,10.<br />

Ind.—O látex, branco, abundante, dá a verdadeira "balata'<br />

do <strong>com</strong>mercio, succedaneo da "Gutta - percha".<br />

BALATA ROSADA— SIDEROXYLON RESINIFE-<br />

RUM Ducke (Sapotaceas).<br />

SVN. - Rosadinha (Tonantins).<br />

(A. (}.)- Loc.-Matta não inundavel perto de Tonantins<br />

(Amazonas).<br />

Ind.— Dá uma balata de qualidade visinha da "coquirana",<br />

mas pouco abundante.<br />

BALATA ROSADA —SIDEROXYLON CYRTOBO-<br />

TRYUM Miq. (Sapotaceas).<br />

SYN — Rosadinha.<br />

(A. G.) —Loc.- Manáos, em matta não inundavel.<br />

lad.— Produz em pequena quantidade um succedaneo<br />

da balata, de qualidade inferior.<br />

BALATINIIA — Ao que parece, este nome é dado a<br />

varias Sapotaceas (conforme a localidade).<br />

• BALSAMINA—IMPATIENS BALSAMINA L. (Balsaminaceas).—Orig.<br />

da índia.<br />

(PI. h.) - Cultivada nos jardins.


50 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

SYN - Beijo de frade - Meli adro.<br />

orn — Muitas variedades, <strong>com</strong> flores bonitas, simples<br />

ou dobradas.<br />

BALSAMO - (R. Acre) - MYROXYLON PE RUI FE-<br />

R U M ( A L ' g ( V i g s K ^ m ^ (Estados do Sul) - /*,/.<br />

santo (Serras do Ceará). , D .<br />

Loc.— Não se encontra nos Estados do Pará e do<br />

Amazonas. . .<br />

Med — Dá um succo balsamico, de cor rubra-escura,<br />

cheiro agradavel, empregado <strong>com</strong>o peitoral e contra os catarrhos<br />

da bexiga.<br />

Mad.— Bonita madeira vermelha <strong>com</strong> manchas escuras,<br />

para obras de luxo.<br />

BALSAMO - ( R. Madeira ) - OGEODEIA AMARA<br />

Ducke ( Moraceas).<br />

SY.W— Quina<br />

BAMBU e BAMBUSINHO — v. TABOCA. —<br />

BANANEIRA—MUSA esp. div. que se dividem em<br />

numerosas variedades. (Musaceas) —Origin. da Asia meridional.<br />

I o . — Bananeira de fructos <strong>com</strong>estíveis:<br />

lad.— Do tronco pode se extrahir fibras fortes, mas<br />

cm muito pequena quantidade e deve notar-se que o melhor<br />

rendimento somente é obtido cortando a bananeira na época<br />

da florescência, não se podendo assim aproveitar os fructos.<br />

Aliai — Os fructos das bananeiras silo dos melhores e<br />

dos mais úteis; maduros, constituem uma excellente sobremesa<br />

e <strong>com</strong> elles preparam-se doces e <strong>com</strong>potas saborosas;<br />

verdes, as bananas grandes, cozidas ou fritas, são um legume<br />

apreciado, mas não de valor alimentar tão grande<br />

<strong>com</strong>o se acredita geralmente.<br />

a— Banana pequena — MUSA SAPIENTIUM L.<br />

r ~ ^ l u a n a fgo — Sweel plantain (Ingl.)<br />

LAR.—No cacholas bananas são viradas para cima.<br />

Aliai.—Os fructos se <strong>com</strong>em maduros c crus.<br />

Muitas variedades:


Cumaru (Cournarouna odorata)


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 51<br />

BANANA MAÇA ou BANANA BRANCA<br />

CAR.-- Tronco verde roseo ou verde amarello, tom<br />

manchas castanho — peciolos roseos — frueto quasi cylindrico;<br />

pelle fina, amarello claro quando maduro; polpa<br />

branca, sabor doce e agradavel; peso de 100 a 200 grs.-cacho<br />

de 10 a 30 ks. <strong>com</strong> 60 a 150 fruetos.<br />

BANANA PRATA -<br />

CAR.—Tronco verde claro—frueto <strong>com</strong> cinco quinas<br />

bem visíveis, amarello quando maduro—polpa branca, lustrosa,<br />

perfumada.<br />

BANANA INAJÁ —<br />

CAR. -Tronco vermelho escuro; folhas quasi verticaes<br />

—frueto pequeno, pesa de 30 a 60 grs, roliço; amarello vivo<br />

<strong>com</strong> pequenas manchas quasi pretas, quando maduro —<br />

polpa amarella de ouro, aromatica, doce, saborosa. E' talvez,<br />

a melhor banana de sobremesa e a que dá os doces<br />

mais delicados.<br />

BANANA PIRAUÁ —<br />

SYN —B. de Barbados—B. de Cayenna — B. chorona -<br />

B. de Tapaná.— Gros Michel, das Antilhas.<br />

CAR. - Tronco largamente manchado de castanho escuro<br />

; peciolo vermelho escuro nas margens — Frueto verde<br />

amarei lado quando maduro, <strong>com</strong>prido, um pouco arqueado<br />

— polpa branco rosado claro, fortemente perfumada. Cachos<br />

de 15 a 25 ks. (120-160 fruetos) - Tendo a pelle bastante<br />

espessa, esta banana transporta-se bem, mesmo sem emballagem<br />

especial.<br />

BANANA S. THOMfi —<br />

CAR.— Peciolo e folha vermelho-castanho por baixo —<br />

frueto grosso, amarello esverdeado quando maduro—cacho<br />

grande, mas pouco apertado-polpa rósea, aromatica.<br />

BANANA ROXA —<br />

CAR.—Tronco e folha vermelho - castanho escuro T<br />

frueto vermelho arroxeado - polpa amarello carregado, muito<br />

aromatica. • •<br />

BANANA SAPO-<br />

SYN.—Banana jadia.<br />

CAR.—Tronco e peciolo verde claro—frueto grosso e


52<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

curto, <strong>com</strong> 5 quinas salientes-pelle muito espessa, dura -<br />

polpa doce mais pouco saborosa-Utilisada somente para a<br />

alimentação dos animaes.<br />

liAiUNA FIFI - _ , . ,<br />

Cachos de 100 a 130 bananas viradas para cima, pequeninas.<br />

<strong>com</strong> 5 quinas bem acentuadas.-Sem valor-A bananeira<br />

cresce muito: o tronco é alto, as folhas grandes.<br />

b- Banana grande - MUSA PARADISÍACA L.<br />

SYN. Banana pacova—plantam (Ingl.)<br />

CAR.—No cacho, os fructos estão virados para a ponta<br />

da espiga floral. .<br />

Álini.— Os fructos se <strong>com</strong>em cosidos, fritos ou assados<br />

quando ainda verdes e crûs quando maduros.<br />

Diversas variedades:<br />

HA NANA PACOVA COM M LM -<br />

CAR.—Tronco e peciolo verdes, tendo estes as margens<br />

levantadas, formando bainha—fructo de 20 a 30 cms.<br />

de <strong>com</strong>prido e 5 a 6 cms. de diâmetro, <strong>com</strong> 3 ou 4 quinas<br />

bem apparentes, um pouco arqueado —Pelle grossa, amarella<br />

na madureza- polpa um pouco dura, branca amarellada,<br />

pouco assucarada, mas de gosto agradavel—Peso do fructo<br />

de 250 a 400 grs.-cachos de 20 a 35 bananas, pesando de<br />

7 a 14 kilos.<br />

BANANA PACOVV —<br />

CAR.— Folhas muito largas—Fructo fortemente arqueado,<br />

alongado, menor do que a pacova, mas cachos enormes,<br />

muito apertados.<br />

c~ Banana anã - MUSA CAVENDISHII Lamb. = M.<br />

SINENSIS Sweet.<br />

, Sy^.-Banana caturra — Banana cambota — Banana<br />

da Uiiiia— Banana nanica.<br />

CAR.—Tronco pouco elevado (Im.), forte; folhas verde<br />

escuro por cima, verde mar por baixo—Peciolo formando<br />

bainha cacho grande (25 a 40 ks.) indo até o chão-Fructo<br />

parecido cogi a banana pirauá, arqueado, roliço, verde-amarello<br />

quando maduro (fité mais de 200 em cada cacho).-O<br />

crescimento desta bananeira


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 53<br />

2 o . — Bananeiras de fructos não <strong>com</strong>estíveis:<br />

Abaca-MUSA TEXTILIS Née. Das Ilhas Philippinas.<br />

—A cultura desta bananeira ainda não foi experimentada<br />

na Amazonia, li' a única bananeira que dá boa fibra < Manilla-Chanvre<br />

de Manille, em Fr.) em proporção vantajosa<br />

para a exploração industrial.<br />

BANANEIRA BRAVA ou BANANEIRA de LEQUE —<br />

v. PACOVA SOROROCA.<br />

BANANEIRA do MATTO — HELICONIA BIHAI L.<br />

(Musaceas).<br />

(PI. h. até 4 m. de alt.).-Svx. - Balisier (G. Fr.).<br />

íad. Dá boa cellulosa para a fabricação de papel.<br />

. Mim.—As sementes são <strong>com</strong>estíveis<br />

Meei. -As raizes são um brando adstringente.<br />

Ora. -Cultivada <strong>com</strong>o planta ornamental.<br />

BANANEIRINHA do MATTO — HELICONIA BRA-<br />

SILIENSIS Hook (Musaceas).<br />

(PI. h.) —SYN. • Balisier (na G. Fr.)—Canna.<br />

Meei. pop. - As sementes contusas n'agua são usadas<br />

contra as diarrhéas —O cosimento da raiz é empregado cm<br />

injecções nas gonorrhéas.<br />

BANANEIRINHA do MATTO — Este nome applica-se<br />

ainda a varias outras especies do mesmo genero Helicouia;<br />

a mais <strong>com</strong>mum é a H. PSITTACORUM.<br />

BANANEIRINHA do MATTO — v. ARUMA. (Ischno<br />

siphon ovatus).<br />

BARATINHA— ( Breves) - CARAIPA MACRO-<br />

PHYLLA Mart. (Guttiferaceas).<br />

(A. m.).<br />

lad.— A semente, achatada de côr castanho, contem<br />

uma amêndoa oleaginosa que dá 60° o xle oleo espesso, solidificando-se<br />

em parte, côr castanho-esveyieado escura, de cheiro<br />

desagradavel — safra (cm Belem) de fevereiro até abril.—<br />

E varias outras especies do mesmo género Caraipa.


*<br />

54 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

BARATINHA-CASSIA FASTUOSA Willd (Legum.<br />

CaeSa ( 1P 4 'm.) —Indígena nas mattas, em terreno argilloso.<br />

SYS— Angico (por confusão <strong>com</strong> Piptadenia) — Barbatimão<br />

(Amazonas).- Chuva de ouro (Belem) - Faveirinha<br />

( Rio Tapajoz). ..<br />

Loc — Belem — Bragança — R. Moju — Mazagao — Almeirim<br />

- R. Xingu — Santarém — R. Trombetas.<br />

Om — Cultivada em Belem: llores amarellas em grandes<br />

cachos pendentes.<br />

BARBA de BARATA- CAESALPINIA PÜLCHER-<br />

RIMA Svv. ( Legum. caesalp.). #<br />

í A.) — Origin. das Antilhas.—Cultivada.<br />

Med. pop.- Raizes toxicas.— A infusão das flores e das<br />

folhas 6 emmenagoga e considerada <strong>com</strong>o abortiva.<br />

BARBA de BODE — (Marajó) - ERAGROSTIS REP-<br />

TANS Nees (Gramíneas).<br />

( PI. h., de Om 22 a Om 35 ).<br />

Loc.—Commum no baixo Amazonas e estuário.<br />

Alirn. anim.—P'orragem excellente para os cavallos:<br />

macio, substancial. — Nos campos baixos, resiste aos mais<br />

longos verões.<br />

BARBA de BODE — (Campos de Cunani) - ONCOS-<br />

TYLIS sp.<br />

BARBA de BODE — CYPERUS RADIATUS Vahl.<br />

(Cyperaceas).<br />

Svx. Capim cortante (PavX)—Tiririca do caaipo.<br />

Aliai, aairn.— Forragem.<br />

Ind.—Utilisado para a fabricação de esteiras—Poderia<br />

dar pasta para papel.<br />

BARBA de BOI — v. PARATURA.<br />

BARBA de CABRA - ARUNCUS AMERICA NUS Rafin.<br />

(Rosaceas).-Exótica.<br />

(a p.)•-- Svx. - Rarba de paca.<br />

Med. pop -Adstringente, tônica e febrífuga. *<br />

U/7L—Cultivada <strong>com</strong>o planta ornamental/<br />

BARBA de PACA - v. BARBA de CABRA.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 55<br />

BARBA de PACA — NEPSERA AQUATICA (Aubl.)<br />

Naud. (Melastomaceas). 9<br />

(a.)—HAB. - Nas capoeiras novas e na beira dos caminhos.<br />

Loc.— Muito abundante em Belem.<br />

Mcd. pop.— Toxica (?).— As folhas são usadas contra<br />

a hematúria intertropical.<br />

BARBA de VELHO — TILLANDSIA RECURVATA<br />

L. { Bromeliaceas).<br />

CAR.— Planta epiphyta, lembrando pequenas moitas de<br />

gramíneas.<br />

A TILL ANDSI A USNEOIDES L., muitas vezes citada<br />

<strong>com</strong>o amazoniense não se encontra na Amazônia; foi<br />

encontrada unicamente no Gurupy.<br />

BARBA de VELHO — ANDROPOGON VIRGINICUS<br />

L. (Gramíneas).—v. CAPIM MEMBECA.—<br />

BARBADINHO — v. CARRAPICHINHO.<br />

BAI IBADINHO — (Marajó) — DESMODIUM BAR-<br />

BA'TUM Benth. (Leg. hedys. >.<br />

. Htm. anini. — Forragem.<br />

BARBASCO —CLIBADIUM BIOCARPUM Mart.<br />

( Compostas).<br />

Meu.— Narcotico; o principio activo é a Clibadina<br />

( Ale. ?).— Utilisado para " tinguijar " peixe.<br />

BARBATIMÃO—(Nome dado no Sul ás plantas deste<br />

genero) STRYPHNODENDRON ANGUSTUM Benth.<br />

( Legum. mim.).<br />

Loc — No Amazonas.<br />

(A. m ).<br />

BARBATIMÃO — ( Nome dado no Sul ás plantas deste<br />

gênero) STRYPHNOI)EXI)RON MICROSTACIIVUM<br />

Benth. ( Legum. mim.).<br />

» BARBATIMÃO—(Nome dado r*> Sul ás plantas deste<br />

genero) STRYPHNODENDRON GUYANENSE Benth.<br />

[ Legum. mim.).


56<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

RARBATIMÃO—(Nome dado no Sul ás plantas deste<br />

e«ero) STR Y PI-1NODEN D RON GUYANENSE var. FLO-<br />

RIBUNDUM Benth. (Legum. mim.).<br />

Svx — Paticarana (Pará<br />

Jfi'd — A casca pode servir para cortume.<br />

1 led pop.—A casca 6 adstringente e amarga; a decoccào<br />

6 empregada em lavagens contra a leucorrhéa; em<br />

pó sobre as ulceras; em chá contra as hemoptyses; é chamada<br />

ás vezes casca da virgindade devido á sua energica<br />

acção styptica.<br />

BARBATIMÃO — (Mte. Alegre — Almeirim ) — JACA-<br />

RANDA' BRASILIANA (Bignoniaceas ).<br />

BARBATIMÃO — (Amazonas) v.— BARATINHA.<br />

BARBATIMÃO (Monte Alegre) - VATAI REA MA-<br />

CROCARPA (Benth.) Ducke (Leg. caes.)<br />

(A. m.).—HAB.-Campos altos arenosos.<br />

Loc.—Alcobaça—Serras de Almeirim —Santarém.<br />

CAR.—Flores azul-roxo claro.<br />

BATATA da PRAIA — v. SALSA da PRAIA.<br />

BATATA de CABOCLO — BIG NO NI A EXOLETA<br />

\ ell. (Bignoniaceas).<br />

(Cip.).<br />

SVN.—Jeticarana— Unha de morcego.<br />

Ind.—Dos tubérculos extrahe-se tinta.<br />

BATATA de PURGA — OPERCULINA ALTÍSSIMA<br />

Meissn. (Convolvulaceas).<br />

(Cip.).<br />

Med.—Raiz drastica.<br />

nrr r S BRAVA - (R. Tapajoz) -STIGMAPH YLLON<br />

rULOENS (Lam.) Juss. (Malpighiaceas).<br />

-IPOMAEA BATATAS Lam. (Con-<br />

0n - m v ,a °u da America; acclimada e<br />

cultivada em terrenas húmidos).<br />

ü 1. h. rasteira)-Svx. - Palate douce (Fr.) Sweet potato


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 57<br />

CAR.—Fructifica raras vezes; multiplica-se pelos renovos<br />

nascidos dos tubérculos. •<br />

Aliai.- O peso dos tubérculos alongados pode variar<br />

de 200 grs. até 5 ks.-Cosidos, constituem um alimento delicado<br />

e saboroso, <strong>com</strong> gosto intermediário entre o da castanha<br />

e o da batata. — Os tubérculos não se conservam e<br />

devem ser utilisados pouco depois de arrancal-os.—As folhas<br />

novas podem substituir os espinafres.<br />

íiul — Os tubérculos contem amido e assucar; prestamse<br />

para a fabricação de álcool.<br />

BATATÃO AMARELLO (Marajó) — OPERCULINA<br />

PTERODES Meissn. (Convolvulaceas).<br />

(Cip.).— CAR. - Flores amarellas.<br />

Me d.—A raiz é um purgativo violento.<br />

BATATÃO ROXO (Marajó) - IPOMAEA PENTA-<br />

PHYLLA .lacq (Convolvulaceas).<br />

(Cip.) — SYX. - Campainha dos tintureiros.<br />

CAK.—Flor roxa.<br />

Med. pop.—Às flores são usadas em banhos contra as<br />

conjunctivites.<br />

Jad.—Á planta dá matéria corante vermelha.<br />

BATATA - RANA (Marajó ) — VIGNA LUTEOLA<br />

Her.th. (Legum phas.).<br />

(Cip.)—HAB. - Nos campos argilosos húmidos e praias<br />

marítimas.<br />

Aliai. anim. - Bôa forragem para os cavallos.<br />

BATATA - RANA — IPOMAEA SETIFERA Poir.<br />

(Convolvulaceas).<br />

(Cip.)—Flores purpureas.<br />

SYX.—Campainha vermelha.<br />

BAUNILHA - VANILLA A ROM ATIÇA Swartz.<br />

(Orchidaceas).<br />

VANILLA GUYANENSIS L. (Orchidaceas).<br />

VANILLA DUCKEI Hub. (Orchidaceas).<br />

e outras V. « •<br />

(Cip)-HAB. - Commum nas mattas de t. f. e. sobretudo*<br />

de varzea. conforme as especies.<br />

Os fructos seccos em condições determinadas contem<br />

"vanilina".<br />

t


*<br />

58 A AMAZÔNIA BRASILEIRA _ _ _<br />

AHm— Serve de condimento.<br />

Xled.—Estimulante e aromatica.<br />

« /,„/-Empregada em perfumaria<br />

As especies de baunilha que se encontram na Amazônia<br />

são relativamente pouco aromaticas; a baunilha do México<br />

(Vanilla planifolia Andr.), de qualidade superior, é<br />

acclimada na Amazônia onde sua cultura poderia se desenvolver.<br />

BAUNILHA do CAÇADOR — v. PARASITAS.—<br />

BAUNILHASINHA — v. PARASITAS.—<br />

BEBERU— v. BI BI RU.—<br />

BEGÔNIA — (Bcgoniaceas).<br />

SYN.-Coração de estudante (no Sul).<br />

Numerosas variedades cultivadas.<br />

Orn.—Notáveis pelas folhas grandes, variadas de forma<br />

e de coloração e os belios cachos de flores brancas ou<br />

côr de rosa.<br />

BEIJO de FRADE — v. BALSAMINA.<br />

BELDROEGA— PORTULACA OLERACEA L. (Portulacaceas)—<br />

Origin. da Asia occidental; subespontanea e<br />

cultivada na Amazônia.<br />

(PI. h.).<br />

Aliai.—As folhas <strong>com</strong>em-se em salada ou cozidas.<br />

Med.—As sementes são diuréticas e emmenagogas.<br />

BELDROEGA DA FLÔR GRANDE — P O R T U L A C A<br />

GRANDIFLORA Hook. (Portulacaceas).-Orig. dos Andes.<br />

Aliai.— A raiz tuberosa é <strong>com</strong>estível.<br />

Ora.—Flores de cores diversas.<br />

NTVT?N L í( E ? NHA - < Rio Trombetas)- LOPHOSTOMA<br />

UlíSiJ/U Ducke (Thvmelaeaceas).<br />

7T. Car ' Magnifica folhagem encarnada.<br />

Loc.-kio Mapuera—O ri ximin á.<br />

BELLA — v. FL&R DE S. JOÃO.—<br />

• r<br />

-P n'twin L ra.T PLUMBAGO CAPENSIS Thbg.,<br />

- P. GRANDIFLORA Ten. (Piumbaginaceas).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 59<br />

(a.) - Orn. - Flores azul desmaiado abundantes e persistentes.<br />

BENJAMIN — FICUS BENJAMIN A L. (Moraceas)-<br />

Origin. da índia.<br />

(A. m.)—CAR. - Fructos muito pequenos, avermelhados<br />

<strong>com</strong> pontinhos brancos.<br />

Orn.— Muito aproveitado para arborisação das ruas e<br />

praças.<br />

BEQUE — TRICHANTERA GIGANTEA H. B. K.<br />

(Acanthaceas).<br />

BERINGELA — SOLANUM MELONGENA L. (Solanaceas).—Origin.<br />

da Índia.<br />

Cultivado.<br />

Alim.—O fructo é um bom legume; a variedade <strong>com</strong>prida,<br />

roxa, 6 a melhor. — Valor alimentar muito fraco. --<br />

Antes da madureza, a beringela contem uma proporção notável<br />

de "solanina", principio toxico bastante activo.<br />

BERTALHA — BASELLA RUBRA L. var CORDI-<br />

FOLIA (Chenopodiaceas). — Origin. da China.<br />

Alim— As largas folhas <strong>com</strong>em-se cosidas, <strong>com</strong>o espinafres.<br />

BETRE AROMATICO — v. JAMBU-RANA.<br />

BIBIRÚ — OCOTEA RODI A EI Mez. (Lauraceas).<br />

(A. g.) Ainda não foi identificada scientificamente<br />

Amazônia.<br />

na<br />

1<br />

SYN.—Ilauba branca (Amazônia)—Beberá-Louro bibirá<br />

— Jtauba<br />

(G. Fr.).<br />

vermelha — Greenheart (Ingl.) — Bois de fer<br />

Mad.—Madeira muito dura e densa, assetinada, de cor<br />

castanho esverdeado ou verde escuro, aromatica — de primeira<br />

qualidade para obras immersas (portas de represas,<br />

estacas, trapiches), construcções navaes; não é atacada pelo<br />

turá— marcenaria dormentes. .<br />

Med.-A casca é excitante, aromatica, tônica e febrífuga;<br />

contem os alcalóides beberina ^ nectandrina\ o sulfato<br />

de beberina 6 aconselhado nas febres intermittentes.<br />

BICUHYBA CHEIROSA — VIROLA THEIODORA<br />

Spruce (Myristicaceas).


#<br />

60 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Alim —As folhas seccas substituem o chá.<br />

. (A. .).<br />

BILIMBI—AVERRHO A BIL1MBI L. (Oxalidaceas)<br />

(A. p.) Origin. da Asia tropical. — Cultivada na Ama-<br />

zônia. ^<br />

SYN.-Limão de Cayenna<br />

Alim.—Fructos ovacs, de / cms. de <strong>com</strong>prido, parecidos<br />

<strong>com</strong> pequenos pepinos, de côr amarello-esverdeado;<br />

não se <strong>com</strong>em crus, mas prepara-se <strong>com</strong> elles doces, xarope,<br />

bebida fermentada e conserva 110 vinagre.<br />

M.-Com fructos verdes, limpa-se metaes e tira-se<br />

nodoas de ferrugem da roupa.<br />

BIRIBÀ — ROLLINIA aff. ORTHOPETALA A. DC.<br />

(Anonaceas).<br />

(A. m.).—Origem sul-americana — Cultivada na Amazônia.<br />

SYN . — Anona (Peru) — Fructa da Condessa (Rio de<br />

.Ian.)<br />

Aia d. — Dura. para esteios, pranchas, obras internas,<br />

caixas.<br />

Aliai. - Fructo do tamanho de uma laranja, de côr castanho-claro,<br />

de apparencia escamosa, polpa branca, <strong>com</strong>estível,<br />

acidulada, agradavel.<br />

BIRIBA-RANA — DUGUETIA SPIXIANA Mari. tAnonaceas).<br />

(A. m.)<br />

M(id.—Madeira branca amarellada. muito leve, para<br />

forros e caixas, bóias, jangadas, cellulose para papel.<br />

Alim.—Fructo <strong>com</strong>estível.<br />

BOA NOITE— IPOMAEA BONANOX L. (Convolvulaceas).<br />

(Cip.).<br />

Me d. pop. - Em banhos quentes <strong>com</strong>o antirheumatica.<br />

Um.-Flor bonita para jardins.<br />

BOCCA^de DRAGÃO - v. PARASITAS.<br />

• r<br />

BOCCA de LEÃO - ANTIRRHINUM M A .1 ü S L.<br />

(ocrophulanaceas).—Origin. da Europa


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

(PI. h.).<br />

Oni.—Flôr para jardins. •<br />

BOCHECHA de VELHO- (Amazonas) - SALACIA<br />

POLYANTHOM ANI ACA Barb. Rodr. (Hippocrateaceas).'<br />

SYN.— Tuyiié-tipi.<br />

(Cip.) — HAB. - Nos igapós.<br />

Alim — Fructo: drupa globosa.de cor alaranjada, <strong>com</strong><br />

polpa branca, esponjosa, <strong>com</strong>estível mas insípida.<br />

BOIA-CAA — v. PARACARY.<br />

BOIEIRA — SOLANUM<br />

Solanaceas).<br />

(a.).<br />

Mad.— O tecido da madeira 6 muito grosseiro, poroso,<br />

mas firme, de côr branco-pardacento, muito leve; ú utilisada<br />

para bóias de redes de pescar e para salva-vidas. D = 0,15.<br />

BOIUSSü— v. BUIUSSÜ.<br />

BOLAINA ( Amazonas) — (?) GUAZUMA RÓSEA<br />

Popp. e Endi. (Sterculiaceas).<br />

CAR.— Flores róseas.<br />

BOLOTEIRO — BOMBAX ?<br />

(Bombaceas).<br />

SYN. — Inibira-tanha. (Ceará).<br />

(A. G.) -CAR.- Parece <strong>com</strong> sumahumeira.<br />

Ind. — Dá kapok e oleo.<br />

Med. pop. -O cozimento da ca^ca é uzado para curar<br />

as queimaduras.<br />

BOLOTEIRO — v. VISGUEIRO.<br />

BOMBONASSA ( Amazonas ) — C A R L U D O V 1 C A<br />

PALM ATA R. e Pav. (Cyclanthaceas).<br />

SYN.— Jipijapá (Perú).<br />

Ind. - Com os grelos novos ou folhas do centro prepara-se<br />

uma palha para confecção de chapéus imos (de 1 anamá<br />

ou de Chile), v. JIPIJAPA.—<br />

BORBOLETA— HEDYCHIUM CORONARIUM Koen.<br />

(Zingiberaceas.).—Origin. da índia.<br />

61


62<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

SYN.— Lirio cio brejo (no Sul). . ... .<br />

, f p| h.)—HAB. - Alagadiços e margens dos rios. (Muito<br />

frequente^ hastes prestam-se para a fabricação do papel<br />

e dão boas fibras para tecelagem, tapeçaria, cordoalho.<br />

Alim.— Q rhizoma dá uma fécula alimentícia, <strong>com</strong> propriedades<br />

purgativas quando imperfeitamente lavada.<br />

Meei. />


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 63<br />

BOTA (R. Tapajoz) — PALICOUREA CORYMBIFE-<br />

RA (Muell. Arg.) Standl. (Rubiaceas).<br />

BOTÃO dc OURO — v. MAYACA.—<br />

BOTÃO de OURO— v. JUPICAHY—<br />

BOTÃO de OURO ( Marajó ) — X Y RIS PALLID A<br />

Mart. (Xyridaceas)<br />

(PI. h.)—HAB. - NOS solos argillosos encharcados.<br />

BOTÃO de OURO ( Marajó ) — X I RIS LAXIFOLIA<br />

Mart. (Xyridaceas)<br />

(PI. h.)-HAB.-Nos solos argillosos encharcados.<br />

() mesmo nome vulgar é applicado a outras especies<br />

do mesmo gênero. — v. JUPICAHY.—<br />

BOTUTO — v. PERIQUITEIRA (Cochlospermum orinocense).<br />

BOUGAINVILLA — BOUGAINVILLEA SPECTABI-<br />

LIS Willd. ( Nyctaginaceas ).<br />

SYN.—JRÍSO do prado.<br />

(Cip.) — Origin. do Brasil meridional.<br />

Ora. — Planta de adorno para parques em razão da<br />

belleza e duração das suas bracteas de côr violeta clara.<br />

BOUQUET de NOIVA — IXORA F1NLAYSONIA Wall.<br />

(Rubiaceas). — Exótica.<br />

(a. g.) - Ora.- Cultivada nos jardins.<br />

BRAZA — MARIPA SCANDENS Aubl. (Convolvulaceas).<br />

(Cip.) — HAB, - Matta pantanosa.<br />

Loc.- Estuário - Litoral — Porto de Moz — Mandos.<br />

Ora.— Flores róseas em grandes paniculas.<br />

BREU BRANCO verdadeiro— PROTIUM HEPTA-<br />

PHYLLUM (Aubl.) March. (Burseraceas), = ICICA HEP-<br />

TAPHYLLA Aubl.<br />

. SYN. - Cicaatad - ihuâ (L. g.) —éllaiecegacira - Brea<br />

braaco do caaipo (R. Tapajóz).<br />

(A. G.) - HAB. - Mattas da T. f. arenosa.<br />

Mad.— Madeira avermelhada, <strong>com</strong>pacta, bôa para mar-<br />

»


64 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

cenaria. construcçáo civil, torno-dá exccllente carvão.<br />

_Dá uma resina, a "resine tacamaqué jaune"<br />

da G Fr -Empregada no calafeto das embarcações.<br />

Aliai -O fructo é uma capsula vermelha contendo<br />

uma polpa branca de gosto bastante agradavel mas um<br />

pouco resinoso.<br />

BREU BRANCO ( Amazonas) - CREPIDOSPERMUM<br />

RHOIFOLIUM (Benth.) Tr. e Planch. < Burseraceas).<br />

(a.).-<br />

BREU BRANCO da malta (R. Tapajoz) — PROTIUM<br />

SAGOTIANUM March. (Burseraceas).<br />

BREU BRANCO da varzea — PROTIUM UNIFOLIA-<br />

TUM Engl. ( Burseraceas).<br />

(A. m.)— HAB.-Mattas de varzea do Baixo-Amazonas.<br />

Jnd. - O fructo dá um oleo semelhante ao azeite<br />

doce (?)<br />

BREU BRANCO dos campos de T. f. — P ROTI UM<br />

C O R D A T U M Hub. (Burseraceas).<br />

(a.)— Loc. - Campos de Faro.<br />

BREU JAUARICICA —PROTIUM ICICARIBA (D. C.)<br />

March. (Burseraceas).<br />

E outras especies do mesmo genero.<br />

(A. G.).<br />

Syx.— Almecegueira — Mescla — Arvore de incenso —<br />

Breu branco.<br />

fnd.- Dá resina aromatica, branca ou amareliada <strong>com</strong><br />

manchas esverdeadas e cheiro de funcho; é a "almecega",<br />

ou resina "elemi" do Brasil.<br />

A madeira, experimentada para preparar pasta para<br />

papel (M.C. P.) deu: humidade media 35 /o — cellulose<br />

48 o/o — <strong>com</strong>pr. das fibras 1,003 — -£- = .<br />

Med.— A resina serve a preparar emplastos e entra<br />

na <strong>com</strong>posição dos balsamos de Fioravanti e de Arceus.<br />

BREU*PRETO v. COQUILHEIRO (Protium spec.).<br />

BREU SUCURIUBA - v. COQUILHEIRO (Protium<br />

spec.).<br />

v


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 65<br />

BRUTO — ou PAO de RIPAS ? —<br />

BUCHA — (Marajó) LUFF A CYLINDRICA (L.) Roemer<br />

(Cucurbitaceas) = LUPI-A AEGYPTIACA Mill.<br />

(Cip.).— Origin. da índia.—Subespontanea no Brasil.<br />

SYN. - E' a "Courge torchon" das Antilhas — Gourd<br />

(Ingl.).<br />

HAB.—Solos argillosos.<br />

Ind. - Dá fruetos volumosos; depois de desembaraçado<br />

da polpa por maceração n'agua, o tecido reticular elástico<br />

e resistente que envolve as sementes é utilisado <strong>com</strong>o "esponja<br />

vegetal", fabricando-se <strong>com</strong> elle luvas para fricções,<br />

sandalias para banhos, chapéus etc.—As sementes dão oleo<br />

«siccativo.<br />

M ed.—A polpa do fructo maduro e a raiz são drásticos.<br />

Alini— O fructo é <strong>com</strong>estível quando ainda novo, antes<br />

da formação das fibras.<br />

BUCHEIRA — v. MUIRAJUSSÀRA verdadeira.<br />

BUCIIINHA— LUFFA OPERCULATA (L.) Cogn.<br />

(Cucurbitaceas)—Subespontanea no Brasil.<br />

(Cip. herb.) —Fruetos menores do que os da Bucha.<br />

SYN. - Cabacinha (Amazonas) — Bucha dos caçadores.<br />

HAB.—Nos terrenos altos, arenosos.<br />

Med. pop.—A polpa do fructo é re<strong>com</strong>mendada na hydropisia;<br />

o emprego deste medicamento exige cautela: é um<br />

drástico violento e inflamma as mucosas; o principio activo<br />

seria um alcalóide: a Buchinina (Soe. Pharm. Lusitana —<br />

1845).<br />

BUIUSSU — OK M OSI A COUTINHOI Ducke (Leg.<br />

pap soph.).<br />

SYN.—Boiussú — Tenteiro grande.<br />

(A. m.)—HAB.-No Salgado e no Estuário, até o Baixo<br />

Xingu, nos igapós e margens dos igarapés.<br />

Loc. - Cametá-Gurupá-Porto de Moz-Estuano-<br />

Belem—Estr. de F. de Br.—Furos. .<br />

CAR.-Sementes grossas, <strong>com</strong>primidas, vermelho pardo,<br />

corîl hilo preto semi-circular, parecidas <strong>com</strong> as favas do<br />

Mucuna altíssima, ou 4 Olho de boi"; encontram-se lluctuando.


66 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad —Madeira branco amarellada, fibrosa, grosseira;<br />

quando verde tem cheiro de cumaru. - D = 0,90.<br />

M Ò/v/.—Arvore de bello aspecto, <strong>com</strong> flores violáceo-<br />

escuro.<br />

BUIUSSU — v. ALLAMANDA.<br />

BURRA LEITEIRA— SAPIUM esp. div<br />

(Euphorbiaceas).<br />

(a.).—<br />

Svx.— Tapurú - Murupita—Burra de leite. - Estes nomes<br />

são dados ás diversas especies de "Sapium".<br />

CAR.- Látex abundante e toxico ( ? ).<br />

BUTEREIRO — BUETTNERIA AMAZÔNICA Poepp..<br />

(Sterculiaceas).<br />

(Cip.).—CAR. - Caule lenhoso pentágono.<br />

BUTUA CATINGUENTA - ( ? ) COCCULUS IMENE<br />

Mart. (Menispermaceas).<br />

(Cip.).<br />

Svx.—Imene - hncne ca d.<br />

Med. pop.—A raiz é considerada <strong>com</strong>o tônica, diurética<br />

(contra cálculos renaes) e resolutiva (contusões), mas é<br />

um emetico violento, toxico em dose elevada.<br />

A seiva e as sementes seccas são venenosos e servem<br />

para "tinguijar' peixe. — O principio activo, a %t cocculina"<br />

(Matta), é um alcalóide toxico; atraza o movimento cardiaco,<br />

produz a abolição dos movimentos dos musculos voluntários,<br />

convulções tetanicas e morte.<br />

Informam (Lacerda) que a casca é utilisada no R.<br />

Japurá e no alto R. Negro para a preparação do "curare".


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 67


68<br />

t<br />

f<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___


CAA-CAMBUHY —EUPHORBIA SERPENS fí. B. K<br />

( Euphorbiaceas ).<br />

( Pl. h. ).<br />

M ed. pop. — Hydragoga, diurética e drastica — Externamente<br />

contra as ulceras atônicas.<br />

CAÀ-CHICA — v. ANIL.<br />

CAA-CICA — v. MASTRUÇO.<br />

CAA-JUSSARA — (Amazonas) — DU ROI A SACCIFE-<br />

RA Benth. ( Rubiaceas ).<br />

( a. ). — SYN. - Folha de <strong>com</strong>ichão.<br />

CAR.— Planta myrmecophila (formigas «Azteca»).<br />

M ad. — Madeira dura, escura.<br />

CAA-JUSSARA — v. SACATRAPO. —<br />

CAÁ-MEMBECA — (Pará) — POLYGALA SPECTA-<br />

BÍLIS DC. ( Polygaiaceas ).<br />

( a. p. — I m. ).<br />

HAB. — Frequente nas capoeiras do estuário e do litoral<br />

paraense.<br />

Mcd. pop. — Expectorante, bechica e peitoral - refrigerante<br />

e util nas hemcrrhoidas. *<br />

CAÀ-PEBA do Norte — PIPER PELTATUM L. (Piperaceas).


#<br />

70 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

SYN. - Cad-peita—Malvar isco (Pará) — Catajé — Cadp) _ HAB. - Muito <strong>com</strong>mum nos Jogares húmidos, em<br />

terrenos cultivados. . .<br />

Med. pop.— Diurético, antiblennorhagico e tonico (bolhas<br />

é raiz). Folhas resolutivas — raiz aromatica, acre, estimulante,<br />

usada contra a opilaçào—succo da planta contra<br />

as queimaduras.<br />

CAÁ-PEBA — PIPER UMBELLATUM H. B. K. (Piperaceas)<br />

- P. SIDEFOL1UM LK.<br />

(a. p.— lm 20 a lm 50).<br />

SYN. - Aguaxima-Malvaisco.<br />

Med. pop. — Folhas emollientes—raiz sudorífica, estomachica,<br />

diurética e febrífuga, util nas moléstias do fígado<br />

e do baço e contra a icterícia—A raiz fresca


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 35<br />

que entra na <strong>com</strong>posição da beberragem preparada por<br />

algumas tribus de indios <strong>com</strong> o caápi. »<br />

CAR. — Flores em grandes paniculas pyramidaes. —<br />

Fructo: samara alada pilosa.<br />

Med.— Anesthesico local—Estimulante da memoria e<br />

das faculdades intellectuaes—Determina, cm estado de vigília,<br />

curiosas allucinações visuaes-O principio activo é um<br />

alcaloïde: a telepalhiua ( ou Yageina )% de E. Perrot e Rd.<br />

Hamet, ou Banisterina de Lewim ( 1928 ).<br />

CAÀPIÀ — DORSTENIA R ENI FOR M IS Pohl. (Moraceas.—Do<br />

Brasil central; cultivada na Amazônia.<br />

SYN. — Apihy, ou apii ( Pará).<br />

(PI. h. ) — CAR. -Folhas reniformes — Flores c fructos<br />

muito pequenos, grupados num receptáculo carnoso, achatado,<br />

orbicular, de 1 a 2cm. de diam. (svcono).<br />

Med pop. — A raiz ( rhizoma nodoso ) é excitante; empregase<br />

nas atonias do tubo digestivo, affecções gangrenosas,<br />

febre typhoïde, chlorose, e <strong>com</strong>o emmogagogo ; é<br />

também diurética; muito re<strong>com</strong>mendada contra as bronchites<br />

(infusão).<br />

CAÁ-PITIU — SI PA RUNA GUYANENSIS Aubl. (Monimiaceas<br />

), e especies afíins.<br />

SYN. — Vulnéraire ( G. Fr. )<br />

( A. p. ) — HAB. - Em matto de T. f.<br />

Loc. — Óbidos—Oriximiná—Faro.<br />

CAR.— Toda a planta tem um cheiro desagradavel.<br />

Med. pop. — Excitante, diffusiva, aromatica e carminativa.<br />

(Folhas e flores).<br />

CA.VPITlÙ — (Amazónia) - SIPARUNA MOLLI-<br />

COMA A. DC. ( Monimiaceas ).<br />

( A. p. ).<br />

Med. — Folhas e flores aromaticas.<br />

CAÀ-PITIÙ FEDORENTO - SIPARUNA FOETI-<br />

DA Barb. Rodr. (Monimiaceas).<br />

(a. i —CAR.-A casca é malodoro^a. #<br />

Mad. -Quando se corta, a madeira verde exhala um<br />

chefîo nauseoso de peixe; uma vez secca, cheira a mel de<br />

abelhas. E' parda, listada de preto pardacento ; presta-se para<br />

pequenos trabalhos de marcenaria.—D =0,95.<br />

89


72 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Me d. pop. — Util contra a cólica ventosa; antipasmodi%o<br />

poderoso. (Folhas e flores).<br />

CAÀ-PITIÚ - V. CAPITIU -<br />

CAÀ-POMONGA —(Amazônia) — PLUMBAGO SCA.V<br />

DENS L. (Plumbaginaceas).<br />

(Cip peq. ) — Sv.w - Caataya ( Amazonas ) — rolha de<br />

louco ou louco (Ceará) — Queimadeira - João de Mello -<br />

Herva do Diabo. .<br />

Mcd. — As folhas sào causticas, usadas para fazer<br />

abortar os panarícios e as unheiras; a tintura é empregada<br />

contra os rheumatismos • o succo é venenoso, cáustico (contra<br />

as verrugas)—a raiz é acre e vesicante, servindo de<br />

revulsivo enérgico - o principio activo é a pliimbagina<br />

(alcal. ?).<br />

Chamam louco, no Ceará, por pensar que as folhas<br />

applicadas na nuca das pessoas atacadas de doenças mentaes<br />

podem cural-as.<br />

CAÀ-POROROCA — ?<br />

(A. m.)-<br />

Syx. —Casca de anta — Casca de Winter (falsa ). —<br />

— Malambô (Amazonas)—Casca para tudo.<br />

- Me d.—A casca é um excellente estimulante e estornachico,<br />

antiscorbutico, util nas dyspepsias atônicas, catarrhos<br />

chronicos. fraqueza geral, anemia. — Substitue a verdadeira<br />

«casca de Winter»> (do Drimys winter Forst).<br />

Orn. — l ; lores grandes, brancas, numerosas.<br />

Alim. — A casca poderia ser empregada <strong>com</strong>o condimento.<br />

CAÁ-TAYA — V. CAÀ-POMONGO.<br />

CAÁ-UASSU — CALATHEA LUTEA G. F. W. Mey.<br />

(Marantaceas).<br />

Svx. - Cduassú<br />

(PI. h.) — HAB. - Na varzea alta (Gurupá e B. Amazonas).<br />

r<br />

C.AR.-1-olhas nfliito grandes e resistentes, empregadas<br />

para forrar os panei.f>s de farinha e os toldos (japás fios<br />

abrigos nas pequenas embarcações.<br />

Jnd. — A face inferior das folhas é coberta por uma


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 91<br />

pellicula de cera analoga á cera de carnaúba (ponto de fusão:<br />

7o° c.). o<br />

c." W AA " XI °, _,Paríi) - ' ? > CRYPTOCARIA GUIANEN-<br />

Sl=> Meissn. ( Lauraceas<br />

(A G.) — IIAB.<br />

Mad. - A madeira tem um cheiro agradavel* serve<br />

para marcenaria e construcção civil.<br />

Med. pop. — Fructos muito aromaticos, excitantes e<br />

carminativos.<br />

CABAÇA AMARGOSA— LAGENARIA VULGARIS<br />

Ser. (Cucurbitaceas).<br />

Svx. — Ciiicté— Taquêra —Piirunga—famará (var. de<br />

fructos grandes).<br />

(Cip.) — Originário das Molucas.<br />

Aliai. — A polpa dos fructos verdes e pequenos das<br />

variedades doces é <strong>com</strong>estível, mas de pouco sabor. As variedades<br />

amargas silo toxicas.<br />

Med. pop. -- A polpa verde é emolliente c maturativa;<br />

a polpa madura é amarga, purgativa—O cosimento das sementes<br />

usa se contra as nephritis.<br />

Jad. — A casca lenhosa dos fructos grandes (jamarús<br />

—até 8 litros ) serve para vasilhas de uso domestico.<br />

Ora. — A variedade de fructos pequenos é ornamental.<br />

CABACINIIA - (Amazonas) - v. BUCHINHA.<br />

CABARY - (A. Rio Negro) — v. TIMBO-PAO.<br />

CABEÇA I)E BOI - (Amazonas) — v. PARASITAS.<br />

CABEÇA DE CUTIA — v. ANDIROBINHA.<br />

CABECA DE NEGRO — v. TAYUYA.<br />

CABEÇA DE PREGUIÇA — (Pará) — APEIBA AL-<br />

BIFLORA Ducke (Tiliaceas).<br />

SYN. — Uaciaia (Óbidos). ,<br />

(A. m.).—HAB. - Na matta <strong>com</strong> solo argilloso.<br />

* Loc.-Est. de F. de Br. - R. Branco de Óbidos - k.<br />

Trombetas.<br />

CAR.—O fructo É parecido <strong>com</strong> os dos outros apeiba,<br />

c


74 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

mas coberto de longos filamentos sedosos e felpudos, esverdeados<br />

(Long. 2 a 3 cms.)- .<br />

Ind.-A casca dá fibras para cordoaria (superiores as<br />

do Pente de Macaco).<br />

CABEÇA DE URUBU — (Teffé)— THEOBROM A OBO-<br />

VATÜM Bern. (Sterculiaceas)<br />

Loc.-E. do Amazonas-R. Purus-Solimões.<br />

CAR.— Fructo pequeno, ovoide, de casca delgada e<br />

quebradiça. . .<br />

Alini.— Fructo: polpa <strong>com</strong>estível, doce mas sem aroma.<br />

CABEÇUDO -(Óbidos)<br />

CABUÇU -(Amazonas)-COCCOLOBA PANICULA-<br />

TA Meissn. (Polygonaceas).<br />

CABUÇU - (Pará )-COCCOLOBA MARTII Meissn.<br />

(Polygonaceas).<br />

(a ). .<br />

Med. pop.—A raiz é anti diarrhcica e anti-leucorrheica<br />

—util contra as anginas.—O succo dos fructos é refrigerante<br />

e levemente adstringente.<br />

CABUMBO DE AZEITE — (?) PROTIUM INSIGNE<br />

Engl. — (Burseraceas).<br />

(A. m.)—Loc. - Amazonas.<br />

Ittd.—Semente oleaginosa.<br />

CACÀOEIRO — THEOBROMA CACAO L. (Sterculia<br />

ceas)— Indígena na Amazónia.<br />

(A. p.)—SYN. - Cacáo verdadeiro.<br />

At/m. —O fructo tem a forma de um pepino mais ou<br />

menos alongado e sulcado, no <strong>com</strong>primento, de 6 a 10 depressões<br />

mais ou menos visíveis—10 a 25 cms. de <strong>com</strong>prido<br />

e / a 11 cms. de diâmetro; pesos de 300 a 1.100 grs.—<br />

casca espessa e carnuda, contendo 15 a 56 sementes envolvidas<br />

numa polpa branca. - A polpa é doce, acidulada, <strong>com</strong>estível;<br />

delia faz-se geleas, vinho, álcool e vinagre.-Das<br />

sementes torradas fa^-se o chocolate e extrae-se a "manteiga<br />

de cacáo".<br />

Med.—A "manteiga de cacáo" é usada contra as fÇridas<br />

dos lábios e do bico do peito, também no tratamento<br />

das hemorrhoides.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

Incl.- As sementes dão 45 a 55«/0 de uma gordura<br />

branca, de sabor doce e agradavel, a "manteiga de caoáo"<br />

\ ^ocrn tios fructos r rira Pm n^tocco • .i -<br />

CACAO AZUL - (Óbidos) — THEOBROMA SPRU-<br />

CEANUM Bern. iSterculiaceas).<br />

(A. p.) —Svx. • Cacdorana de fracto azul.<br />

CAR —Flores nos ramos, pequenas, de côr castanhoavermelhado<br />

claro, ou rósea.-Fructo verde-azulado quando<br />

maduro.<br />

Aliai. — Polpa escassa, <strong>com</strong>estível, doce, mas sem<br />

aroma.<br />

Mad.—Cerne pouco desenvolvido, duro, de grão fino,<br />

castanho-avermelhado. <strong>com</strong> manchas quasi brancas estriadas<br />

de castanho. D = 1,23.—Própria para marchetaria.<br />

CACÀO BRANCO - (Amazonas) — CARPOTROCHA<br />

LONGIFOLIA Benth. (Flacourtiaceas).<br />

(A. M.).—SYN. - Cacdoillo blaaco, do Perú—Fructa de<br />

cotia.<br />

CACÀO DO PERU —THEOBROMA BICOLOR H. e<br />

B. (Stercuiiaceas).<br />

(A. p.) — SYN. - Citftú -assa, na parte W. do E. do<br />

Amazonas—Ma cambo (Iquitosi— Cação de Caracas.<br />

Loc.—Solimões—R. Negro.» Cultivado na E. de F. de<br />

Bragança.<br />

CAR. — Folhas largas, cordiformas e fructo de casca<br />

lenhosa, grosseiramente reticulada, parecido <strong>com</strong> cupü-assú,<br />

mas não avelludado; polpa semelhante á da jaca da Bahia,<br />

aromatica, doce e enjoativa.<br />

Aliai.-- As sementes podem substituir o cacau verdadeiro<br />

para a fabricação do chocolate.<br />

CACÀO-RANA — THEOBROMA MICROCARPUM<br />

Bern. (Stercuiiaceas). . » i \<br />

SYN. — Macaca acau ( Cabeça de macaco, em L. g.).<br />

Câcáo-y. * i t r<br />

( A. p.). — HAB. - Frequente nas mattas de 1. t. no médio<br />

R. Tapajóz e no E. do Amazonas.<br />

c<br />

93


76 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR. — Fructo quasi redondo ou elliptico, coberto de<br />

peitos, escamoso, pequeno. .<br />

4lim. - Sementes de qualidade superior para a fabricação<br />

de chocolate. - Polpa do fructo <strong>com</strong>estível, doce,<br />

mas sem aroma.<br />

bid. — A casca dá fibra para cordoalha.<br />

CACÁO-RANA — (R. Branco, de Óbidos )— TEOBRO-<br />

MA, Sub-gen. HERRANIA sp. (Sterculiaceas).<br />

CACÀO-RANA da V. — T H E O B R O M A (Sub. gen.<br />

HERRANIA) ATRORUBENS Hub. (Sterculiaceas).<br />

( PJ — SYN. - Cacáo-y—cacáo quadrado—cacdo jacaré.<br />

HAB. — Varzeas da Amazônia — (nas mattas das restingas<br />

).<br />

CAR. — Flores no tronco, de côr castanho-escuro—fructo<br />

pequeno, acuminado, anguloso ( <strong>com</strong> 5 sulcos profundos<br />

alternando <strong>com</strong> 5 pouco marcados).<br />

CACÁO-Y — THEOBROMA SPECIOSUM Spreng.<br />

(Sterculiaceas).<br />

SYN. - - Cacáo rana de fructo amarello.<br />

( A. p.) das mattas de T. f. — Loc. • Em toda a Amazônia.<br />

CAR. — Flores vermelho escuro, em cachos, no tronco,<br />

<strong>com</strong> cheiro de limão. - Fructo pequeno (8-10 x 6-8 ems.),<br />

elliptico, globoso, coberto de pellos curtos, de côr amarella,<br />

quando maduro, <strong>com</strong> sulcos pouco prefundos.<br />

Aliiíi. — As sementes dão excellente chocolate.-Polpa<br />

<strong>com</strong>estível, doce mas sem aroma.<br />

Mad —Cerne muito pouco desenvolvido, duro, de grão<br />

fino, côr castanha.<br />

CACHACEIRO-(Gurupá) - HORTIA EXCELSA Ducke<br />

(Rutaceas).<br />

SYN .—PD O amarello (Gurupá).<br />

(A. G.) — H AB.-Matta alta de T. f. humosa. — Pouco<br />

<strong>com</strong>mum.<br />

Mad. — Côr branco-amarellado - A casca, quando fresca,<br />

cheira a cachaça. •<br />

Ora. — Arvore de bello aspecto, cujas folhas attingem<br />

Im. de <strong>com</strong>primento.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CACHACEIRO — ( B. Amazonas) — RHABDODEN-<br />

DRON AMAZONICUM (Benth). Hub. (Rutaceas).<br />

(A. p. ou a. ) — HAB.- Frequentes na matta de T. f., em<br />

capoeiras velhas e á margem dos campos, em terreno arenoso.<br />

CAR. —A casca também cheira a cachaça, quando<br />

fresca.<br />

CACHIMBO de JABOTS — v. JABOTY.<br />

CACHINCUBA — v. CAXINGUBA.<br />

CACHO VERMELHO — AMAZONIA PUNICEA Vahl.<br />

( Verbenaceas ).<br />

(a. p. — Im. ).<br />

O tu. — Planta bellissima para jardins: flores amarellas<br />

e bracteas escarlates.<br />

CACTUS — Diversos, dos generos CEREUS, OPUN-<br />

TIA e CACTUS. ( Cactaceas ).<br />

Os mais notáveis silo os seguintes:<br />

JARAMACARÚ — esp. div. ( CEREUS )<br />

CACTUS TREPADOR — (Cereus Wittei Schum. )<br />

PALMATÓRIA—< OPUNTIA, esp. div.).<br />

CAETÉ— v. ARUMÀ.<br />

CAETÉ— v. CANNA e BA N A N EI RINHA S DO MATTO.<br />

CAETÉ ou CAÀ-ETÈ — CALATHEA div. (Marantaceas<br />

).<br />

CAFÉ —COFFEA ARABICA L. (Rubiaceas) —Origin.<br />

da Abyssinia. Cultivado em toda a Amazonia.<br />

CAFÉ do DIABO — CASEARIA #GUIAN£NSIS Urb.<br />

( Flacourtiaceas ). .<br />

* ( a. gr. ou A. m. ) - Loc. - R. Ta^ajoz.<br />

Med. pop. - A casca é adstringente, usada contra os<br />

corrimentos.<br />

95


96 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAFÉ do MATTO — (Amazonas)-COR DI A SALICI<br />

F0LIA Cham. (Borraginaceas).<br />

(A. p. ) - OYN. - Laranja do aialto (Marajó).<br />

Mad. — Madeira branca, porosa.<br />

CAFE-RANA (nome errado) — TA CHI A GUIA-<br />

NENSIS Aubl. (Gentianaceas )<br />

SYX. _ Jacaré a rã ou facamar a -Quassia do Para -<br />

Oaiaa amargosa - Tachi (na G. Fr.).<br />

(a>_ i. 2m.) — Loc. - Gurupa -Amazonas.<br />

CAR—O tronco e os galhos são ocos e sempre habitados<br />

por formigas.—Flores amarellas.<br />

Med. pop.—Haste e raizes muito amargos; a infuzão<br />

é tônica e anti-febril—vermífuga e anti-dispeptica.<br />

CAFE-RANA — (Cunani-Santarém-Amazonas)—PICRO-<br />

LEMMA PSEUDOCOFFEA Ducke (Simarubaceas).<br />

(a. p.) —da T. f. — Loc. -Faro, Juruty velho, Sta. Julia,<br />

Parintins, Maués, Cunani, R. Tapajóz.<br />

CAR.— Raizes grossas, castanho amarello, muito amargas—<br />

fructo escarlate.<br />

Med. — E' o verdadeiro • cafcrana* do Pará e do <strong>com</strong>mercio<br />

do Rio.<br />

CAFE-RANA -(Óbidos) - FA R AME A<br />

(Rubiaceas).<br />

(A. p. ou a.) — Raizes brancas, insípidas. — As flores,<br />

brancas, cheirosas, parecem-se <strong>com</strong> as do café.<br />

Med. pop. — Haste e raizes em infusão: tonico e antifebril.<br />

CAFUZ -(Marajó )-SCIRPUS JUNCIFORMIS Poir.<br />

(Cyperaceas).<br />

(PI. h.) — 0m30 — HAB. • Nos terrenos altos arenosos.<br />

Aliai. anim. — Forragem ordinaria.<br />

npiií^ ü vT (Amazonas) - (?) FICUS RHODODEN-<br />

DRIFOLIA Kth. (Euphorbiaceas).<br />

(A.).<br />

Mad. * Madeira para marcenaria.<br />

niaceas*> IMBE CURATELLA AMERICANA L. (Dille-


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 97<br />

SYN. - Sambaiba (Ceará) - Folha de lixa - Carneiro<br />

bravo —Saad paper tree (Ingl.). 0<br />

(A. p.) —HAB.-Campos seccos e, ás vezes, campos<br />

de varzea alta.<br />

Mad. - Cor amarello-esverdeado, <strong>com</strong>pacta, incorruptível;<br />

própria para marcenaria, carpintaria, cavernas de<br />

canoas. — D = 0,71.<br />

lad. — Casca rica em tannino; folhas muito asperas,<br />

servindo de lixa. — Os fructos dão uma tinta escura.<br />

CAIMBÈ-RANA — COUSSAPOA ASPERIFOLIA Tréc.<br />

(Moraceas).<br />

(A. m. semiepiphy tica) — HAB. - Nos igapós de aguas<br />

escuras.<br />

Loc. — Ilhas, Matapy grande (Óbidos).<br />

Mad. — Madeira bôa para cavername, de côr amarellocastanho,<br />

dura, de grão fino, macia ao tocar, mas difficil<br />

de se trabalhar, cegando <strong>com</strong> rapidez a ferramenta.<br />

Med. pop. — Das feridas feitas ao tronco escoa uma<br />

seiva resinosa que tem propriedades detersivas e cicatrisantes.<br />

CAIMBÈ-RANA — ( Daquary, de Faro) — v. AITA.<br />

CAI MITO DO MONTE (W. do Amazonas e Peru)<br />

MOUTABEA ACULEATA Poepp. (Polygalaceas).<br />

(a.).<br />

Aliai. — Fructo <strong>com</strong>estível, da grossura de uma maçã<br />

e polpa amarella.<br />

CAIMITO — CHRYSOPHYLLUM CAINHO L. (Sapotaceas).<br />

— Origin. das Antilhas.<br />

SYN. — Caimitero - Camiquié—Cainitier ou Cainiitier<br />

{G. fr.) — Star apple (Ingl.).<br />

( A m.) - CAR. - folhas verde escuro na face superior,<br />

cobertas, na face inferior, de pellos curtos e sedosos, cor de<br />

ouro.<br />

Ali ai. — O fructo 6 uma baga arredondada que attinge<br />

a grossura de uma pequena laranja; a pelleé de,um branco<br />

esverdeado, ou purpureo escuro virando para o roxo escuro--A<br />

polpa é branca, gelatinosa, adocicada mas um pouco<br />

insulsa, saborosa para alguns—As amêndoas das sementes<br />

podem ser utilisadas em confeitaria.<br />

o


80 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad. — Serve para carpintaria.<br />

Ind. - O látex dá uma sorte de gutta.<br />

Med. — A casca é adstringente.<br />

CAJAZEIRO-(Ceará)- v. TAPERIBAZEIRO.<br />

CAJÁ MANGA — v. TA BE RIBA do SERTÃO.<br />

CAJU ou CAJUEIRO - ANACARDIUM OCCIDEX-<br />

TALE L. (Anacardiaceas).<br />

( A. M.) — Indígena. — HAB. - V cgeta em qualquer terreno<br />

secco.<br />

Aliai.— O fructo é o que chamam vulgarmente a «castanha»;<br />

contem uma amêndoa de gosto adocicado, agradavel,<br />

<strong>com</strong>estível (torrada — O pedunculo do fructo, hypertrophiado,<br />

em forma de pera, amarello ou vermelho, considerado<br />

pelo povo <strong>com</strong>o o verdadeiro fructo, é esponjoso,<br />

muito sumarento, doce e adstringente, <strong>com</strong>estível e serve<br />

para preparar bebidas fermentadas (vinho e álcool)<br />

Med. — O succo do pedunculo é um tonico do systema<br />

nervoso (A. da Matta); o vinho de caju e o succo passam<br />

por ser um depurativo energico (Salsaparilha dos pobres<br />

no Ceará,)—o macerato da casca é empregado contra o diabetes<br />

e, em gagarejos, contra o mau hálito — O pericarpo<br />

da «castanha» contem um succo oleoso, cáustico, rico em<br />

«cardol»; este succo é empregado para destruir os callos<br />

e as verrugas e applicado contra as dermatoses rebeldes,<br />

eczemas, acné, ulceras, lupo e mesmo a lepra — raiz purgativa.<br />

Iad. — Do tronco e dos galhos exsuda uma gomma<br />

analoga á goma arabica, pouco atacada pelos insectos—A<br />

amêndoa do fructo é oleaginosa; dá 42 a 48°/0 de oleo amarello<br />

claro, semelhante ao de amêndoas doces—A casca da<br />

arvore contem tannino (3,5 % —E. Serfaty — M. C. P.).<br />

—As cinzas da madeira são ricas em potassa.<br />

Mad. — Branca, molle, sem valor.<br />

Med. pop. — Attribuem ao caju a virtude de dar memoria<br />

aos que a perdem. (?).<br />

• »<br />

CAJÜ-ASSÜ .TXACARDIUM GIGANTEUM (IWnc.)<br />

bngl. (Anacardiaceas).<br />

Svx. - Cajá da matta-Caju-y (Belem).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

(A. G.)- HAB. - Matta da terra firme húmida, em toda<br />

a Amazônia.<br />

IUU


CAJUEIRO BRAVO — v. CAIMBE.<br />

CAJUEIRO MAR AJO AR A - v. CAIMBE.<br />

CA JUÇARA — (Pará)—CROTON CAJUÇÁRA Benth.<br />

(Euphorbiaceas).<br />

(a. g.).<br />

CAJUÇÁRA - ( Marajó ) - STIGMAPHYLLON aff.<br />

FULGENS' Juss. (Malpighiaceas).<br />

CAJU-RANA —SIMABA GUIANENSIS (Aubl.) Engl.<br />

(Simarubaceas).<br />

SYN. — Pitombeira (Marajó).<br />

( A. p.) — HAB. - Margens dos lagos de I . f. do B. Amazonas.<br />

Al im. anim. — Os fruetos são dos preferidos pelos<br />

peixes -tambaquis».<br />

Mad. — Aniarello claro, muito leve, tenra, fácil a trabalhar,<br />

para marcenaria fina—D =0,36.<br />

Ind. — A madeira podia servir para a fabricação de<br />

cellulose para papel: <strong>com</strong>primento das fibras, Omm.Tò—diâmetro,<br />

0,023—§- = 1/33. — ( Arth. Bastos—M. C. P.).<br />

CALABURA — (Alto Amazonas )- v. CURUMI—<br />

CALANDRINI — ( Fazendas do Marajó ) — DACTY-<br />

LOCTENIUM AEGYPTIACUM VVilld.<br />

(Gramíneas).<br />

( PI. h.) — HAB. - Nos solos um pouco arenosos, altos;<br />

em torno das habitações.<br />

Ahm. anim. — Bôa forragem, procurada pelos cavallos.<br />

OÍ<br />

'ti. — Nos jardins de Belem, este capim c conhecido<br />

sob o nome de -grama».<br />

CALLIANDRA TENUIFLORA Benth. (Legum. mimos.)<br />

Mad. — Cor creme, <strong>com</strong>pacta, dureza media.<br />

CALUNGA — v. URUBU-CAÀ.<br />

• •<br />

CAMAÀ-PSEüniMA FRUTESCENS Radek (Satfndaceas).<br />

SYN. — Fr acto de anel.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CAMAA — (Pará )— AEGIPHILA VILLOSA (Aubl)<br />

Vahl. (Verbenaceas). # -<br />

(a.) - SYN. - Bois tabac (G. Fr.) - Camar á-Cambará.<br />

CAMACAN — v. MUTAMBA.<br />

CAMAPU— PH YSA LIS ANGULATA L. (Solanaceas)<br />

(a. p.) — SYN.-Juá-poca.<br />

Alim. — Fructo <strong>com</strong>estível, de pouco valor.<br />

Med. pop. — A planta é um pouco narcótica—O succo<br />

é empregado nas dores de ouvido — A infusão das raízes é<br />

diurético activo, aproveitado contra rheumatismos e moléstias<br />

do fígado—Toda a planta contem um glucoside amargo,<br />

a physaliaa.<br />

CAMAPU — PHYSALIS PUBESCENS L. (Solanaceas<br />

).<br />

( a - P- ) —<br />

Alim. — Fructo <strong>com</strong>estível.<br />

Med. pop.—A seiva é usada nas doenças de ouvido —<br />

As folhas são diuréticas; empregam-se contra as inflammaçues<br />

da bexiga c contra a icterícia.<br />

CAMBARA AMARELLA — (R. Tapajóz) — WULFFIA<br />

BACCATA (L. f.) Kuntze. (Compostas).<br />

CAMARÁ, ou CAMBARÁ - LANTANA SPINOSA L.<br />

(Verbenaceas).<br />

SYN. - Herva sagrada—Cambará de folha grande.<br />

(a.) — HAB. - Commum nas capoeiras, na visinhança<br />

das habitações. , _ .<br />

Med. -Tônica (Affecções broncho-pulmonares)-Sudorifica-As<br />

folhas usam-se em banhos aromaticos.<br />

Toda a planta é amarga e, em 1886, Buiza isolou o<br />

principio activo, a «lantaaina>\ que se verificou, mais tarde,<br />

ser «indican».<br />

CAMBARÁ DE CHEIRO - ACRODICLIDIUM CA-<br />

MARA Schomb. (Lauraceas).<br />

* SYN. — Itauba camará. • .<br />

(A. m.)-Loc. - Conhecido na Guyana ingleza, existência<br />

ainda incerta na Amazônia.<br />

83


84 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad. — Madeira aromatica e amarga, escura, rija, para<br />

mafcenaria e vigamento. . .<br />

Med. pop. — Aromático, excitante, antipasmodico e<br />

antidvsentcrico.<br />

CAMBARÁ DE FOLHA GRANDE— LANTANA CA-<br />

MARA L. (Verbenaceas).<br />

SYN. — Camará de cheiro (Maraj6)—Chumbinho roxo<br />

(Bôa Vista, no R. Tapajóz).<br />

(a. - lm.20 a 2ms.).<br />

HAB. — Commum nas capoeiras.<br />

Med. pop. - As folhas, cheirosas, sáo empregadas em<br />

banhos contra as sarnas e contra o rheumatismo.<br />

CAMBOATÁ - (no Sul) GUAREA TRICHILIOI-<br />

DES L. (Meliaceas ). - v. JATUAUBA BRANCO.<br />

CAMBOATÁ -(Pará) - TRICHILIA EXCELSA<br />

Benh. (Meliaceas)<br />

(A. g.).<br />

CAMBUCÁ — EUGENIA EDU LIS Vell. (Myrtaceas).<br />

—Origin. do Sul do Brasil, cultivado, ás vezes, na Amazônia.<br />

( A- P- )• ^<br />

Alim. — Fructo espherico, de 6 a 9 cms. de diâmetro,<br />

amarello; polpa gelatinosa, amarello-avermelhado, espessa,<br />

doce e refrigerante. x<br />

CAMENDARA — ( R. Tapajóz) - v. ALLAMANDA de<br />

ílôr grande.—<br />

CAMIQUIE — v. CAINITO.—<br />

CAMPAINHA — MERREMIA CISSOIDES Hall. (Convolvulaeeas).<br />

(Cip.) — Flores brancas.<br />

CAMPAINHA AZJJI— I p O M A E A LONGICUSPIS<br />

Meissn. (Convolvulaceas). *<br />

(Cip.).<br />

CAR. —Flores roxas.


»<br />

Castanheira do Pará (BerthoUetia excelsa)


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 35<br />

Meei.-As sementes são drasticas; contem um alcalóide<br />

a «Pharbitina»>.<br />

au - a<br />

CAMPAINHA BRANCA - (Marajó)-IPOMAEA LIT-<br />

TORALLIS Choisy ( Convolvulaceas ).<br />

SVN. — Cipó da praia.<br />

(Cipó rasteiro)—E' de grande utilidade para fixar as<br />

dunas. Mcd. — Raízes feculentas e ligeiramente purgativas.<br />

CAMPAINHA de CANUDOS— v. ALGODÃO BRAVO.<br />

CAMPAINHA dos TINTUREIROS — v. BATATÃO<br />

KOXO.<br />

CAMPAINHA VERMELHA —(Marajó)- v. BATATA -<br />

RANA.<br />

CAMUCÁ — v. CUMACAÀ.<br />

CAMUTIM— (Gurupá)—MOURIRIA GR AN" DI ELO RA<br />

DC. (Melastomaceas).<br />

SYN.— Tuciuiaré niereçá (Breves).<br />

(A. p.)-HAB. - Varzea do Amazonas.<br />

Aliai. — Fructos <strong>com</strong>estíveis, mas insípidos.<br />

CANABEBY—(Ind.Mundurucús)—v. MATA-CACHORRO.<br />

CANARANA FLUVIAI<br />

TABILE Nees (Gramíneas).<br />

(Marajó) - PANICUM SPEC-<br />

SYN. - Capim<br />

Gramalotc (Peru).<br />

dc Angola — Capim de Pernambuco —<br />

(PI. H.)-CAR. - Forma tapagens ou "piriantans". nos<br />

igarapés da planície, e, no momento da enchente, verdadeiras<br />

jangadas ou<br />

do Amazonas.<br />

ilhas fluetuantes arrastadas pela corrente<br />

Aliai. aaim. — Forragem excellente para o gado bovino.<br />

medíocre para o equino — Sementes muito procuradas<br />

pelas marrecas.<br />

0 0<br />

CANARANA FINA - (Marajó)-PANICUM APPRES-<br />

SUM Lam., ou P. LAXUM Sw. (Gramíneas).<br />

1


86 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

HAB. — Em solos argilosos alagados.<br />

• (Pl. h.)-CAR.-Contribue á formação das ilhas fluctuantes<br />

do Amazonas. .<br />

Alim. anim.—Bòa forragem para o gado bovino e<br />

ca v aliar<br />

CANARANA DE FOLHA MIÚDA — (Marajó) - PANI-<br />

CUM AMPLEXICAULE Rudge (Gramíneas).<br />

SYN.—Rabo de raposa (B. Amaz.)-Capim camalote<br />

da agua. , .<br />

(PL h.)—HAB. - Sobrenada nas baixas, em tempo de<br />

inverno.<br />

Alim. anim — Forragem excellente para o gado bovino.<br />

CANARANA RASTEIRA —(Marajó)—PASPALUM RE-<br />

PENS Berg. (Gramíneas).<br />

SYN . — Capim pirimembeca—{ B. A maz. ).<br />

(PI. h.) — HAB. -Nas baixas ubertosas—Forma ilhas<br />

fluctuantes.<br />

Alim. anim. — Forragem excellente, tanto para o gado<br />

vaccum <strong>com</strong>o para o cavallar.<br />

CANARANA ROXA — (Marajó) - PANICUM ZIZA-<br />

NIOIDES H. B. K (Gramíneas).<br />

SYN. — Capim arroz.<br />

HAB. — Nas margens dos rios e nas baixas pouco alagadas.<br />

(PI. h. ím 50). — CAR.- Deitada—colmo roxo.<br />

Alim. anim. — Bôa forragem.<br />

CANARIA - (Marajó) - C ROT AL ARI A MAYPU-<br />

RENSIS H. B. K. (Legum. pap.).<br />

(a. — lm. 70) — HAB. - Nos tesos e campos altos arenosos<br />

e nas capoeiras em redor dos habitações.<br />

Loc.—Beiern, Marajó, Almeirim, Monte Alegre, Santarém.<br />

CAR.-«Flores anarellas.<br />

• •<br />

CANDEIA (?) - (Santarém) - SWARTZIA TOMEN-<br />

IOSA (Willd.) DC. (Legum. caes.— v. PANACOCO (G. fr.).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 87<br />

CANDEIA — v. PAO DE CANDEIA.<br />

r CANDELABRO -( Marajó ) - POLYGALA HYGRO-<br />

PHILA H. B. K. (Polygalaceas).<br />

(PI. h.)—HAB -Terrenos húmidos.<br />

CAXELLA — v. CASCA PRECIOSA.<br />

CANELLA verdadeira (da índia) — CINNAMOMUM<br />

ZEYLANICUM L. (Lauraceas).—Origin. da índia, cultivada<br />

nos jardins.<br />

(A. m. ou p.)<br />

Ali/n. - A casca é um condimento saboroso.<br />

Med.— Estimulante e tônica; bom carminativo (nas dyspepsias<br />

flatulentes).<br />

CANELLA DE GARÇA - (Pará) - TRICHANTHERA<br />

GIGANTEA H. B. K. (Acanttíaceas*.<br />

(A. m.)—HAB. - Nas margens alagadas.<br />

SYX. - Beque.<br />

CANELLA DE JACAMIN —PIPER (ARTHANTE)<br />

(Piperaceas).<br />

SVN.— Corimbô uassií.<br />

CANELLA DE VEADO - ( Amazônia ? ) ACTINOSTE-<br />

MON LANCEOLATUS Said. (Euphorbiaceas).<br />

( A. p. ou m.).<br />

Mad — Bonita madeira branca ou vermelho pardacente,<br />

dura. para marcenaria, vigamento, cabos de ferramenta<br />

—poleame.<br />

CANELLA DE VELIIA— (Amazônia )—MICONIA SE-<br />

RIALIS DC. (Melastomaceas).<br />

E muitas outras especies do mesmo gcnero.<br />

(A. p.).<br />

Mad.—Madeira para construcçilo civil.<br />

Ind.—Casca rica em tannino.<br />

CANELLA DE VELHA - ( Marajó )-CASSlPOUREA<br />

FLtfVIATILIS Aubl. (Rhizophoraceaá).<br />

(A. m ).<br />

SYN.- Mangue rfagua doce<br />

o<br />

»


#<br />

88 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

jntt-Casca adstringente mas menos rica em tanino<br />

qtfe o mangue verdadeiro.<br />

% 1<br />

CANELLA DE VELHO — v. MARA-MARA.<br />

CANIÇO BRANCO— DUGUETIA sp<br />

(Anonaccas).<br />

CANIÇO PRETO— DUGUETIA sp<br />

(Anonaceas).<br />

CANINANA — v. CIPO CRUZ.<br />

CANNA — CANNA EDULIS Ker. í Cannaceas) - Origin.<br />

do Perú.<br />

(Pl. h )—De 2 a 3ms. de altura. — Mores vermelhas.<br />

Alim. — O rhizoma, tuberoso, quando novo e antes<br />

de crescer as hastes, é tenro, <strong>com</strong>estível; cozido, tem sabor<br />

de alcachofre—Dá uma fécula analoga ao «arrow-root».<br />

CANNA —CANNA DISCOLOR Lind. (Cannaceas) —<br />

Origin. da Trindade.<br />

Alim. — O rhizoma dá a fécula conhecida pelo nome<br />

de «canna root». Das diversas cannas 6 esta a melhor para<br />

a alimentação, mas produz menos que a «canna edulis».<br />

CANNA —CANNA INDICA Lind (Cannaceas).<br />

( PI. h. ) - Svx. - Balisier ( G. fr. ).<br />

Alim.— O rhizoma assado é <strong>com</strong>estível; dá também<br />

uma fécula semelhante ao «arrowrot».<br />

Med. pop. — O cozimento das folhas 6 usado para lavar<br />

as ulceras de mau caracter e, em banhos, contra o<br />

rheumatismo — O rhizoma, em infusão, ú diaphoretico e excitante;<br />

a tintura é tônica.<br />

CANNA de ASSUCAR — SACCHARUM OFFICINA-<br />

RUM Lin. (Gramíneas ). —Origin. da Asia meridional; importada<br />

no Pará em 1667 (da Ilha da Madeira).<br />

(PI. h.) — Cultivada em todo o Brasil tropical.<br />

Alim.•— Dá aguçar e alcool (cachaça).<br />

CANNA BRANCA — v. CANNA DE MACACO. ( Costus<br />

spiralis ) e outras especies.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 89<br />

CANNA BRAVA — ( Norte do Br. ) - G Y N E R I U M<br />

PARVIFLORUM Nees ( Gramíneas \ .<br />

( Pl. h. ) - SYN. - Ubá ( Sul ).<br />

Incl. — Com as hastes íloraes fazem-se flechas e rabos<br />

de foguetes.<br />

Orn. — Grandes paniculos de flores muito ornamentaes.<br />

CANNA BRAVA legitima — ( Marajó - B. Amazonas ) —<br />

v. FRECHA VERDADEIRA.<br />

CANNA FISTULA -( Amazónia )- CASSIA GRAN-<br />

DIS L. f. ( Legum. caesalp. ).<br />

( A. m.).<br />

Mad. — Bonita madeira, forte.<br />

CANNA FISTULA — ( m. R. Tapajoz ) - C A S S I A<br />

SPRUCEANA Benth. í Legum. caes ).<br />

SYN. — Marimary da T. f. ( Óbidos ).<br />

( A. m. ) — HAB. - Nas regiões centraes altas e em beirada<br />

de campos.<br />

CANNA FISTULA — (Mte. Alegre) - CASSIA AMA-<br />

ZÔNICA Ducke ( Legum. caesalp. ).<br />

CANNA I)E MACACO - COSTUS AN AC Hl RI Jacq.<br />

(Zingiberaceas).<br />

( PI h. ) — Loc.-Pará-R. Negro.<br />

CANNA DE MACACO — (Amazónia) — COSTUS<br />

CILIATUS Miq. Zingiberaceas).<br />

(PI. h.).<br />

SYN. — Canna branca—Perina.<br />

Med. pop. — O succo da haste nova é mucilaginoso e<br />

acido; misturado <strong>com</strong> agua e assucar é usado <strong>com</strong>o limonada<br />

refrigerante; o succo expresso das hastcas velhas e<br />

das folhas é antigonorrheico.<br />

CANNA DE MACACO — (Amazonas) —COSTUS SPI-<br />

CATUS Rose. (Zingiberaceas). #<br />

< PI. h. ).<br />

* SYN.— Jacuacanga— Ubacaia-Canna roxa.<br />

Med. pop. — O rnizoma é diurético, diaphoretico, tonico<br />

e emmenagoga; usa-se infusão ou tintura. O succo das<br />

o


*<br />

90 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

hastens frescas é usado contra as gonorrheas, em bebida, e<br />

contra as leucorrheas, em injecções; em bebida também<br />

contra as dores nephreticas. O rhizoma pode ser empregado<br />

nos mesmos casos.<br />

lad. — Dá fibras.<br />

CANNA DE MACACO -COSTUS SPIRALIS Rose.<br />

(Zingiberaceas).<br />

' (PI. h.).<br />

SYN.—Cadtinga—Catina branca-Catina do inatto.<br />

Mcd. pop. - As folhas frescas em cataplasmas para resolver<br />

os tumores; infusão das hasteas nas affecções dos<br />

rins e da bexiga. O succo das hasteas velhas e das folhas<br />

é um poderoso diurético, usado nas gonorrheas.<br />

CANNA ROXA— v. CANNA DE MACACO - (Costus<br />

spicatus ).<br />

CANSANÇÃO - (Amazônia) - URERA BACCIFERA<br />

Gand. ( Urticaceas ).<br />

( a. g. ) — SYN. • Urtiga o.<br />

CAR. — Caule e ramos aculeados; folhas cobertas de<br />

pellos urticantes na face inferior.<br />

Mcd pop. — A decocção das folhas é diurética e antileucorrheica—O<br />

cosimento da raiz aproveita-se contra a<br />

amenorrhea.<br />

CANSANÇÃO - ( Amazônia ) - U R E R A CA R ACA-<br />

SANA Griseb. (Urticaceas).<br />

SYN. — Caracasaaa (Venezuela).<br />

( a. ff-)" CAR. — Haste aculeada, ramos novas<br />

cobertos de pellos urticantes.<br />

lad. — O liber dá fibras sedosas e resistentes.<br />

Mcd. pop. — A infusão das folhas contra as affecções<br />

pulmonares; a infusão das cascas e das hastes é antisvphilítica-O<br />

cosimento das folhas em loções contra as moléstias<br />

da peile. 9<br />

#><br />

r<br />

CANSANÇÃO DE LEITE - ( Bahia ) - v. URTIGA<br />

(Jatropha urens).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CANT AN — (Pará) —MONOTAGMA CONTR ACTUM<br />

Hub. (Marantaceaes). _<br />

(PI. h.).<br />

Loc. — Furos.<br />

CANUDO DE PITO —MABEA OCCIDENTALIS Muell.<br />

Arg. (Euphorbiaceas).<br />

SVN. — Piriri.<br />

(A. p.) -CAR. - A casca ferida dá latex branco.<br />

Ind. — Os ramos sào fistulosos e servem para tubos<br />

de cachimbo.<br />

CANUDO DE PITO — v. TAQUARI.<br />

CANUDO - (Marajó) - v. ALGODÃO BRAVO.<br />

CAOPIÀ — v. LACRE.<br />

CAPA HOMEM — v. URUBÍJ-CAÁ.<br />

CAPANÇA —(Rio Acre) —PATRISIA sp<br />

i Flacourtiaceas).<br />

(a)—CAR. - Parecido <strong>com</strong> um pequeno cafezeiro; muito<br />

differente do «matta-cachorro» do R. Tapajoz (Patrisia acuminata<br />

).<br />

Med. pop. — Veneno violento—No Acre, dá-se também<br />

o nome de capança, ou capansa, a uma euphorbiacea venenosa.<br />

CAPARROSA -(Amazonas) - VISMIA ACUMINATA<br />

Pers. (Guttiferaceas ).<br />

( a.) — CAR. - Ramos quadrangulares.<br />

Ind. — Dá gomma resina chamada «Gomma gutta»<br />

da America.<br />

CAPIM AMARGOSO — ANDROPOGON BICORNIS<br />

L. = SPOROBOLUS ASPERIFOLIUS Nees (Gramíneas).<br />

(PI. h.<br />

° SVN. — Capim sapé (Marajó) —Zapim péba.<br />

Ind. — Serve para cobrir casas e fazer esteiras.<br />

Alim. anim. — Bôa forragem.<br />

91


92 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Meei. pop. - A raiz é um diurético energico, dissolverfte,<br />

sudorífico, empregado nas febres biliosas e no beriberi.<br />

CAPIM AGRESTE — (Marajó ) — C YPERÜS DIFFU-<br />

SUS Vahl. (Cyperaceas).<br />

(PI. h. - Om. 50) —HAB.-Nos tesos e pastos altos cobertos.<br />

_ . . .<br />

Alim. anim. — Forragem inferior.<br />

CAPIM ANDREQUICE — ou CAPIM ANDREKICE —<br />

v. C. CENEUAUA.—<br />

CAPIM de ANGOLA -(Marajó)— v. CAPIM de GUINE.<br />

CAPIM ARROZ— v. CANARANA ROXA.<br />

CAPIM ASSÚ - (Marajó)- PANICÜM MEGISTON<br />

Schulth. (Gramíneas).<br />

SYN. — Capim lixa—Capim taboquinha (Óbidos).<br />

(PI. h.) — Om. 70 a lm. 10<br />

Alim. anim. — Forragem robusta dos terrenos altos;<br />

resiste ao pisar do gado. Parecido <strong>com</strong> o Capim de Guiné,<br />

mas mais duro.<br />

CAPIM BALSA—PASPALUM RIPA RI UM Nees.<br />

(Gramíneas).<br />

Alim. anim. — Forragem.<br />

CAPIM BARBA DE BODE — (Baixo Amazonas) — v.<br />

BARBA DE BODE (Marajó).<br />

CAPIM BENGALA — v. UDUNGA (Marajó). —<br />

CAPIM DE BOLOTA — í Marajó)- RHYNCHOSPO-<br />

RA CEPHALOTES Vahl. (Cyperaceas).<br />

SYN. Pi/y. #<br />

(PI. h. — lm.) —HAB.-Nos terrenos elevados.<br />

Alim. anim. — rouco apreciado pelo gado. •<br />

Ind. — Material para esteiras, capas de garrafas, obras<br />

trançadas diversas, cellulose para papel.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CAPIM DE BOTÃO - (Marajó) - CYPERUS LU-<br />

ZULAE Retz. (Cyperaceas).<br />

(PI. h.)— Om. 40) — HAB. - Nos campos altos e tesos.<br />

Alim. amai — Porragem inferior.<br />

•<br />

CAPIM DE UM SÒ BOTÃO — (Marajó) — KYL I IN-<br />

GA PUNGENS Link. (Cyperaceas) = KYLLINGA PUMI-<br />

LA Michaux.<br />

(PI. h. — 0m.20 a Om. 24) - HAB. - Nos campos altos.<br />

Ahm. atum. — Forragem inferior.<br />

Med. pop. — A raiz é aromatica. usada em infusáo ou<br />

tintura na grippe. constipações, febres.<br />

CAPIM DE BOTÃO GRANDE — v. CAPIM SERRA.<br />

CAPIM DE BURRO -CYNODOX DACTYLON<br />

Pcrs. (Gramíneas).<br />

SYN. — Capim da cidade - Graaia verdadeira — Chieadeat<br />

(Fr.) — Bera a ida grass (Ingl.).<br />

Plantado — Aguenta secca, mesmo cm terrenos arenosos.<br />

Aliai. aaim. — Bôa forragem, principalmente para cavai<br />

los.<br />

Iad. — A raiz secca ó utilisada na fabricação de escovas<br />

grosseiras.<br />

Med. pop. — A raiz é diurética.<br />

CAPIM CANNARONA — PASPALUM PUSILLUM<br />

Vent. (Gramíneas).<br />

CAPIM DE CHEIRO — ANDROPOGON NARDUS<br />

L. ( Gramíneas ).<br />

SYN. — Capim cheiroso—Capim santo—Capim marinho.<br />

Ind. — Dá, por distillação, o cleo de «citronella»; é o<br />

Lemon grass dos inglezes.<br />

CAPIM DE CHEIRO - KYLLINGA ODORATA<br />

Vahl. (Cyperaceas). , . , _ .<br />

SYN .-Capim cidreira-Capim limão-JaeA pó- Capim<br />

cheiroso 9 . .<br />

CAR. — O sabor e o aroma sáo iguaes aos da herva<br />

cidreira.<br />

93


»<br />

94 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Ind. — Pela distillaçfto dá um oleo para a perfumaria.<br />

—Serve a perfumar a roupa lavada.<br />

Med. -Aromático, antispasmodico, estomachico, sudorífico,<br />

diurético c óptimo carminativo (Dispepsia Hatulente);<br />

util no hysterismo e outras affecções nervosas.<br />

CAPIM CENÈUÀUA — (B. Amaz.) - LEERCIA HE-<br />

XANDRA Sw. (Gramíneas).<br />

(PI. h.-lm.). „ . . f<br />

SYN.— Capim peripomongo (Pará) - Capim andrekicé<br />

(Amazonas)—Arroz bravo-Arroz de Cayenna.<br />

Alim. anim. — Forragem excellente, muito nutritiva,<br />

mas resiste mal ao fogo e mesmo ao pisar do gado.<br />

CAPIM CHEIROSO — v. CAPIM DE CHEIRO.<br />

CAPIM CIDREIRA — v. CAPIM DE CHEIRO ( Kyllinga<br />

odorata ).<br />

CAPIM DA CIDADE — v. CAPIM DE BURRO<br />

CAPIM DE COLOXIA - - (Marajó) -PANICUM NIJMI-<br />

DIAXUM Lam. (Gramíneas).<br />

Plantado—Resiste pouco ao pisar do gado; é capim<br />

de varzeas, para campos cercados (para o corte).<br />

SYS.—Capim do Pará — Pará grass dos Ingl.<br />

Alim. anim. — Muito boa forragem, nutritiva e muito<br />

rendosa.<br />

CAPIM CORTANTE—(Marajó)— CYPERUS RADI-<br />

ATUS Yahl. (Cyperaceas).<br />

( PI. h.) — HAB. -Alagados e atoleiros.<br />

Alim. anim. — Forragem medíocre.<br />

CAPIM ELEPHANTE — PENNISETUM PURPUREUM<br />

Schumacher (Gramíneas).<br />

Herva de grandes dimensões e producçilo enorme.<br />

Alim. anim. — Forragem.<br />

r I I M c ^ ESTRELLA-(Marajó)- DICHROMENA<br />

CILIA TA Vahl. (Cyperaceas).<br />

( PI. h. rasteira ).<br />

Alim. anim. — Forragem pouco apreciada pelo gado.<br />

#


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CAPIM FOICE - (Marajó) - PASPALUM<br />

(Gramíneas).<br />

7'(P1 h -0m.30 a 0m.40)-C.AR.- Espigas arqueadas em<br />

forma de foice.<br />

Ali tu. anim.—Forragem regular.<br />

CA? GIGANTE - (Marajó) -TR1PSACUM DAC-<br />

T VLOIDES L. (Gramíneas).<br />

(PI. h.— 3m.)<br />

Alini. anim. — Forragem excellente para o gado<br />

vaccum e cavallar.<br />

CAPIM GORDURA- PANICUM MELI NUS Trin.<br />

(Gramíneas). — De plantação.<br />

SYN.—Capim mcllado.<br />

Aliai, aaim.— Bôa forragem - Bôa, verde ou secca—<br />

engorda e augmenta a secreção do leite — cresce bem em<br />

qualquer terra firme, mas prefere terrenos graníticos.— Excellente<br />

para as terras pobres.<br />

CAPIM de GUINE — PANICUM MAXIMUM .lacq.<br />

(Gram 1 neas). — De piantação.<br />

(PI. h.—até lm.50).<br />

SYN.—Capim de Angola.<br />

Aliai, anim. — Uma cias melhores forragens dos paizes<br />

equatoriaes, principalmente para o corte. - Muito nutritiva—<br />

Apreciada pelo gado vaccum e cavallar; Diz-se que 1 Km.<br />

q. plantado desta gramínea sustenta 303 rezes —Serve também<br />

<strong>com</strong>o pasto livre. — Prefere a terra firme um pouco<br />

arenosa.<br />

CAPIM GRAMA verdadeiro — v. CAPIM DE BURRO.<br />

CAPIM JARAGUÁ — ANDROPOGON<br />

(Gramíneas). — De plantação.<br />

RUFUS Kunt.<br />

Aliai, anim.— Bôa forragem, muito robusta; nutritiva,<br />

secca ou verde. Cresce bem em terra firme; é a melhor<br />

para as terras ricas.— 4 cortes por anno: 35-40.;» ' ) K. por<br />

h. a o<br />

para cada corte.<br />

t<br />

CAPIM LIMÃO— v. CAPIM DE CHEIRO (Kyllinga<br />

odorata).<br />

95


% A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

CAPIM LIMÃO- ANDROPOGON SCHOENAN-<br />

TflUS L. (Gramíneas).<br />

Ind. — Dá "oleo de citronella" —


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CAPIM MORY PASPALUM FASCICULATUM<br />

Willd. (Gramíneas).<br />

(PI. h.-de 1 até 3ms.) -HAB. - Nos campos baixos da<br />

várzea.<br />

Uni dos capins mais <strong>com</strong>muns nas margens de lagos<br />

e de rios.<br />

SYN .—Murim.<br />

Aliai- anim. — Forragem medíocre.<br />

CAPIM PANCUAN — (Baixo Amazonas) —PASPALUM<br />

FURCATUM Flueg. (Gramíneas).<br />

Aliai, auiai. — Bôa forragem. Invade as plantações em<br />

várzea alta.<br />

CAPIM PE DE GALLIMIA — ELEUS1NE INDICA L.<br />

(Gramíneas).<br />

(PI. h.—0m60) — IIAB. - Vive em qualquer terreno ao<br />

abrigo das inundações—E' muito <strong>com</strong>mum nas ruas de Belem,<br />

entre os parallelipipedos.<br />

Aliai aaiai — Bôa forragem.<br />

CAPIM PEBA — v. CAPIM AMARGOSO.<br />

CAPIM DO PARÁ — v. CAPIM COLOMA.—<br />

CAPIM PERIPOMONGO — (Baixo Amazonas) — v.<br />

CAPIM CENÉUÀUA.<br />

CAPIM DA PRAIA — (Marajó) — PASPALUM LIT-<br />

TORALE — Rich. (Gramíneas).<br />

(PI. h.-Om. 35).<br />

Aliai, anim.—Forragem medíocre<br />

CAPIM DA PRAIA - (Marajó) - SPARTINA BR A SI -<br />

LIEXSIS Raddi. (Gramíneas).<br />

SYN.—Par atará.<br />

HAB.—Nas praias de areia cobertas pela maré.<br />

CAR.—Raizes profundas e resistentes que muito concorrem<br />

para fixar a areia das dunas. (Marajó).<br />

TEIRA.<br />

CAPIM PIRIMEMBECA — v. CANNA-RANA RAS-<br />

97


98 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

CAPIM RASTEIRO — (Marajó) — RH\N^HOSPORA<br />

SSTACEA Bckl., = R. HIRSUTA Vahl.. = SPERMO-<br />

DON SETACEUS Benuv. (Cyperaceas).<br />

(PI. h.—relvosa)—IIAB. - Nos tesos e pastos altos.<br />

Alim. anim.— Forragem bem acceita pelos gados.<br />

Om— Suas espigas produzem um bello effeito ornamental.<br />

CAPIM de ROSA - (Marajó) - CYPERUS SURINA-<br />

MENSIS Rottb. (Cyperaceas).<br />

Alim. anim.— Forragem.<br />

CAPIM ROXO—(Marajó) — PASPALUM PARVI-<br />

FOLIUM Lam, (Gramíneas).<br />

Alim. anim— Boa forragem.<br />

CAPIM SANTO— v. CAPIM de CHEIRO.—<br />

CAPIM SAPE — (Marajó) — v. CAPIM AMARGOSO.—<br />

CAPIM SERRA — (Marajó) — CYPERUS LIGULA-<br />

RIS L. (Cyperaceas).<br />

SYs.—Capim de botão grande.<br />

CAR.— Folhas asperas, dentadas e cortantes.<br />

Alim. anim.—Pasto ordinário.<br />

CAPIM TABOQUINHA — (Óbidos) — v. CAPIM ASSU.-<br />

CAPIM TAQUARY dAGUA — PANICUM OPPRES-<br />

SUM Lemck. (Gramíneas)<br />

Alim. anim.—Forragem, quando verde e novo.<br />

CAPIM TAQUARYSINHO — ANDROPOGON SPA-<br />

THIFLORUS Kunth. (Gramíneas).<br />

Alim. anim— Forragem, quando verde e novo.<br />

CAPIM TARIPUCU — (Baixo Amazonas) — P A S P A -<br />

L U M...... # # (Gramíneas).<br />

Alim. anim. - Forragem excellente dos campos altos.<br />

dc TARTARUGA — PANICUM ELEPHANTI-<br />

PES Nees. (Gramíneas).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 119<br />

CAPIM da TERRA - PANICUM SETARIA<br />

(Gramineas).<br />

CAPIM dc TESO (Marajó) - PASPALUM SCOPA-<br />

RIUM Hugge. (Gramíneas).<br />

(PI- H. p.)—HAB - L esos de areia quasi pura.<br />

Alini anwi. -Bôa forragem.<br />

t<br />

CAPIM UAMA — (Baixo Amazonas) — LUZIDIA<br />

SPRUCEANA Benth. (Gramíneas).<br />

HAB. —Quando baixam as aguas, cresce nas margens<br />

dos lagos, cobrindo pouco a pouco grandes superfícies.<br />

Alini. aniai.—Tenro; produz primeiro no gado um<br />

effeito purgativo, sendo, depois, um dos melhores para<br />

engordai-o.<br />

CAPIM VILLOSO— (Marajó) — RHYNCHOSPORA<br />

HIRSUTA Vahl., e R. BARBATA K. (Cyperaceas).<br />

(PI. h.—Om. 40) HAB. - Nos campos altos húmidos<br />

Alii)i. ari////.—Forragem soffrivel.<br />

CAPIXORY — v. MUIRATINGA VERI). da V.<br />

CAPIRONA — (Perú) — v. PAO MULATO da VARZEA<br />

e P. M. da T. f. —<br />

CAPITARI — (Faro e E. do Amazonas) — COURALIA<br />

TOXOPHORA Benth. e Moock. ( Bignoniaceas),<br />

SYX.— Pão (farco branco.<br />

(a. ou A. p.) — HAB.-Margens das cabeceiras dos<br />

lagos.<br />

CAR.— Flores róseas.<br />

Ind. — As sementes fornecem um oleo siccativo.<br />

Mad. — Dura, castanho escuro—para marcenaria—D =<br />

1,03.<br />

CAPITIÚ ou CAÀ-PITIÚ — SIPARUNA sp. var. —<br />

(Monimiacias ). v>.<br />

A Siparaaa fétida (Barb. Rod.) tem madeira parda,<br />

listrada de preto pardacento; esta madeira exhala, quando<br />

se corta, um cheiro nauseoso de peixe; mas, quando secca,<br />

o cheiro lembra o de mel de abelhas. - D - 0,9o.


100 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAPITIU ou CAAPITIU - RENEALMIA OCCIDEX-<br />

TALIS Poepp. e Endt. (Zingiberaceas).<br />

( PI. h.).<br />

Med. - Sementes emmenagogas.<br />

CAPOERANA — (R. Tocantins) — v. ACAPURANA —<br />

(Campsiandra laurifolia).<br />

CAPOTE — (Gurupá —Estuário) — S T E R C U LI A<br />

SPECIOSA Schum. (Sterculiaceas).<br />

SYN. — Envira capote — Tacacaseiro.<br />

CAR. — Flores fétidas - Arvore muito frondosa.<br />

(A. G.) - HAH.-Nas mattas inundadas de varzeas (de<br />

Belem a Gurupá).<br />

Mad. — Pardoclaro, muito tenra e porosa, quasi esponjosa.<br />

de gráo grosseiro. — D = 0,45.<br />

Jad. — Dá boa envira.<br />

CAPUCHINA — TROPAEOLUM MAJUS L. (Tropaeolaceas<br />

). - Origin. do Perú.<br />

( Cip. herb.)—SVN.- Chagas (Bahia) — Cresson da Péroa<br />

(Fr.).<br />

Ora. — Grandes flores amarellas ou vermelhas.<br />

Aliai. — As flores <strong>com</strong>em-se em salada —Os botões e<br />

os fructos novos, em conserva no vinagre, são um bom succedaneo<br />

das alcaparras.<br />

Med. — Os renovos são antiscorbuticos.<br />

CAPYSCABA MIRIM — CYPERUS GRACILESCENS<br />

Roem. e Schult. (Cyperaceas).<br />

CARÁ— DIOSCOREA !<br />

div.— grande numero de especies e variedades.<br />

CARA do PARA — DIOSCORE A CAIE\ T NENSIS<br />

Lam. ( Dioscoreaceas)— Origin. da Africa<br />

d<br />

(Cip.) ~ CAR. - Caule cylindrico, aculeado.<br />

Aliai.- A raiz é um tubérculo alongado, <strong>com</strong>estível,<br />

de massa franca. *<br />

• «<br />

um í 1 ! - DIOSCOREA BRASILIENSIS<br />

\\ illa., = D. I RILOBA Lam. (Dioscoreaceas).


101<br />

(Cip.) — SYN. - Inhame—Cará doce.<br />

CAR. —Caule anguloso e, ás vezes, alado; folhas 2-ou<br />

5 lobadas.<br />

Aliai. — A raiz, de forma ovoide, é <strong>com</strong>estível, tenra,<br />

farinacea. —15 a 20cms. de <strong>com</strong>prido; a casca do tubérculo<br />

é quasi preta, mas, depois da primeira camada, é colorida<br />

de roxo.—Excellente qualidade. Principal especie cultivada.<br />

CARÁCHICIIÚ — v. HERVA MOURA. —<br />

CARAGUATÁ- BROMELIA Pinguin L. (Bromeliaceas).<br />

Svx. — Coroatd (Na Amazônia ).<br />

(PI. h. acaule) —CAR. - Folhas aculeadas, numerosas,<br />

de 2m. de <strong>com</strong>p. e 4cm. de largura.—Em terrenos seccos.<br />

Ind. — Dá fibras textis sedosas, <strong>com</strong>pridas, e muito<br />

resistentes.<br />

CARAIPÈ verdadeiro — LICANIA SCABRA Hoock.<br />

(Rosaceas) —Commum no Alto R. Capim e outros jogares<br />

do E. do Pará.<br />

LICANIA UTILIS Hook. Fritsch. = MO-<br />

QU1LEA UTILIS Hook.<br />

LICANIA MICROCARPA Hook.<br />

LICANIA SCLEROPHYLLA Mart.<br />

(A. m. ou g.) - SYN. - Caripè- Couépi ( G. fr.)<br />

Mad. — Castanho-vermelho claro, dura, boa para construcçào;<br />

a densidade da madeira de L. UTILIS é: D =0,80.<br />

Ind. — A casca é adstringente e contem tannino. A<br />

cinza da casca ú rica em potassa; mistura-se <strong>com</strong> a argilla<br />

destinada á fabricação dos potes para agua, das bilhas,<br />

das talhas, etc. para que não rachem no forno e se tornem<br />

mais porosos.<br />

CARAIPE-RANA — (Rio Tapajoz) — PA RI NA RI UM<br />

BARBATUM Ducke ( Rosaceas ).<br />

I A. M. )- HAB. - Em mattas não inundadas.<br />

Loc. -R. Tapajóz (Cach. Maranhãosinho-Bôa Vista).<br />

CARAIPE-RANA— ( Alto-Capim è Furos de Breves )—<br />

LICANIA (MOOUILEA) TURIUVA Hook (Rosaceas).<br />

( A. p. ou M.) — SYN.- Turiuva ( Óbidos).<br />

Med. — Casca adstringente.


102 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad. - Castanho avermelhado claro, dureza media,<br />

traftalhando-se bem; bôa para caibros de casa.<br />

Ind. — Lenha excellente (Is. de Breves); da carvão<br />

de superior qualidade.<br />

CARA IPE-R AXA — (O'oidos) — v. LICANIA.<br />

CARA IPE-R AN A — HIR T E L L A TENTACU LATA<br />

Poep. ( Rosaceas ), e outras especies do mesmo genero.<br />

CARA IPE-R AXA de FOLHAS LARGAS — LIC A XI A<br />

MICRANTHA Miq. (Rosaceas).<br />

Ind. — Dá carvão de grande poder calorifico.<br />

CARAÍ PE TARIIRA—LICANIA sp. (Rosaceas).<br />

CARAJURIJ — AR RABI DA EA CHICA (H. B. K.) Bur.<br />

( Bignoniaceas ).<br />

( a. p. trepad.) — SVN. - Piranga— Chica — Pariry ( Belem<br />

).<br />

lad.—Das folhas seccas extrahe-se, por maceração,<br />

(fermentação seguida de ebullição), uma tinta vermelha; é<br />

um pó encarnado, insolúvel n'agua, solúvel no alcool, no<br />

ether e no azeite; <strong>com</strong> elle e <strong>com</strong> azeite de andiroba, os<br />

índios fazem as suas pinturas nas faces e no corpo.<br />

Me d. />of>. — A tinta e as folhas são usadas contra a<br />

dysenteria e as empigens.—Considerado <strong>com</strong>o aphrodisiaco.<br />

CARAJURIJ da Costa — (Rio Tapajoz) — A R R A B I-<br />

DAEA sp.<br />

CARAMBOLA —A VER RH O A CARAMBOLA L.<br />

( Oxalidaceas) — Origin. da índia.<br />

( A. p. ) — Pouco cultivado na Amazônia.<br />

Aliai. — Fructo oblongo, côr de ambar, longo de 7 a<br />

12cms. <strong>com</strong> 5 gomos e saliências arrendondas longitudinaes;<br />

polpa muito succosa, acida, de sabor agradavel de groselha<br />

— Come-se cru, <strong>com</strong> assucar ou em <strong>com</strong>potas.<br />

lad.—succo#dos fruetos contem muito acido oxalico;<br />

tira as manchas Je tinta e de ferrugem dos tecidos e<br />

limpa o metal. •<br />

CARAMURU — v. JABOTY.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

CARAMURY - (Faro e Mauhés)- (Sapotaceas).<br />

SYN. - Guajará-çciraniurim.<br />

(A.) — HAB. - Matta grande da terra firme<br />

Loc— Gurupá, Faro, Med. Tapajoz, Mauhés.<br />

Mad. — Madeira muito leve (bóias para pescaria)<br />

Aliai.-Fructo <strong>com</strong>estível; de sabor delicado 'Março<br />

e Abril). — A casca da arvore e as sementes exhalam um<br />

cheiro desagradavel; as sementes dão á carne dos animaes<br />

que as <strong>com</strong>em um cheiro aliaceo muito desagradavel.<br />

CARAPANAUBA — ASPIDOSPERMA NITID U M<br />

Benth. (Apocynaceas).<br />

(A. g.) —HAB.-Nas florestas de T. f. de todo o Estado<br />

do Pará.<br />

SYs.-Pdo de vcaio-Sapapcaia (Rio Tapajóz) — Bois<br />

chapei Ir (G. fr.) —Paddle wood (Ingl.).<br />

CAR.—Tronco dividido longitudinalmente em lamellas<br />

delgadas.<br />

Mad — Côr pardo-amarellaço, amarga, resistente, não<br />

atacada pelos cupins; é uma verdadeira peroba, própria<br />

para marcenaria, cabos de ferramentas, remos.—D = 0,83.<br />

Med— Casca amargosa, febrífuga.<br />

CARAPANAUBA PRETA — LEPIDOCARDIA PUNC-<br />

TATA Ducke (Borraginaceas).<br />

(A. m.) -HAB. - Nas terras argillosas ferteis.<br />

Loc.—Rio Branco de Óbidos.<br />

CAR.—Tronco profundamente sulcado.<br />

CARAPARU — v. ARUMA-RANA mirim.—<br />

CARAPICU — v. UACIMA côr de rosa.—<br />

CARAUBA — JACARANDÁ COPAIA (Aubl.) D. Don.<br />

(Bignoniaceas). ..<br />

SYN. — Caroba-Pard-pará (B. Amazonas) — Mantpa<br />

falso—Co paia et Bois à piau ((r. fr.). .<br />

(A. g.) - HAB.-Matta da T. f. e capoenas velhas da<br />

T. f<br />

' Mad. - Branco-amarellado claro, pouco <strong>com</strong>pacto,<br />

para marcenaria; vendida, ás vezes, <strong>com</strong>o marupá (bimaruba<br />

amara), mas muito inferior.— D - 0,4-<br />

103


*<br />

104 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Ind.— A madeira pode servir para a fabricação do<br />

papel: <strong>com</strong>p. das fibras lmm.37, diâmetro 0,031 -f- = 1 44 (A.<br />

Bastos, M. C. P.). . ... . . .<br />

Meti. — A casca 6 um poderoso sudorífico, principalmente<br />

a casca da raiz que contem um alcalóide a carobina.<br />

A infusão das folhas é usada contra a syphilis e a<br />

decocção em lavatorios contra as boubas e as ulceras.<br />

Ora. — A arvore é linda quando coberta de flores de<br />

um azul violáceo.<br />

CARAUBA do CAMPO— TECOMA CARAÍBA Mart.<br />

Bignoniaceas).<br />

Svx. — Carobcira (Marajó) — Caroba ou caraubcira<br />

o campo.<br />

( A. p.) — HAB. - Campos firmes e de varzea alta, no<br />

litoral e no B. Amazonas.<br />

CAR. — Flores amarellas, grandes, vistosas.<br />

Med. pop. — Antisyphilitico.<br />

Mad — Branco pardacento, de textura bastante grosseira,<br />

mas trabalhando se bem e rachando dificilmente;<br />

muito empregada pelos vaqueiros para a armação das suas<br />

sellas. D = 0,71.<br />

CARDEIRO — (Manáos) — CATOSTEMMA MIC RA N-<br />

THUM Ducke (Bombaceas).<br />

( A. g.) — HAB - Matta da T. f. de Manáos.<br />

CARINIANA— Esp. div (Lecythidaceas) -Genero<br />

visinho do tauari.<br />

Svx. — Tauary (E. do Amazonas).<br />

CAR. — Os fruetos são receptáculos lenhosos de formas<br />

diversas, <strong>com</strong> tampa dehiscente. —(A. g.).<br />

Mad. — Boa para construcçáo civil.<br />

lad. — A casca dá estopa para calafetar embarcações.<br />

CARI PE — v. CARAIPE.—<br />

CAROÀ - (Meio Norte ) - NEOGL AZIOVIA VA-<br />

RIEGA I A #Mez. ( Bi/>meliaceas ).<br />

Planta fibrosa c^ue não deve ser confundida <strong>com</strong> o<br />

«curáuá». •<br />

CAROBA — v. CARAUBA.—


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

o<br />

105<br />

CAROBA do campo — CYBISTAX ANTISYPHII ITT<br />

CA Mart. (Bignoniaceas). M 1 1 , 1 U U -<br />

Loc. — Campos altos de Monte Alegre.<br />

CAR. — Flor verde pallido.<br />

Mad.— Branca; para obras internas, caixotaria e pasta<br />

para papel.<br />

Med. — Antisyphihtica (casca e renovos) e contra a<br />

moléstia chamada «bouba» ou «pian» (G. fr.).<br />

CAROBA DO CAMPO - v. CARAUBA DO CA."VIPO.<br />

CARQUEJA — (Marajó) - HYDROLEA SPINOSA L<br />

(Hydrophyllaceas).<br />

( a. p — 0m. 60 a lm. 30) — CAR. - Planta espinhosa, de<br />

lindas flores azul puro.<br />

HAB. - Nos terrenos baixos, humidos, argillosos (Marajó<br />

e B. Amaz.).<br />

CARRAPATEIRA — v. RÍCINO.<br />

CARRAPATINIIA — TRIC HOMAN ES REPTANS Sw.<br />

(Fetos).<br />

Loc. — Rio Capim.<br />

CARRAPETA — (Rio de Janeiro) — v. JATUAUBA<br />

(Belem).—<br />

CARRAPICHINHO branco — (RioTapajoz) — ?<br />

( Malvaceas).<br />

Loc. — Manáos—R. Tapajóz.'<br />

CAR.—Quando pequeno, parecido <strong>com</strong> a Urena lobata—Flores<br />

pequenas, amarellas, sementes <strong>com</strong>o as de<br />

paco-paco — folhas ovaes, lanceoladas, pardo-claro na face<br />

inferior.<br />

Ind. — Dá boas fibras.<br />

CARRAPICHINHO — (Marajó) — DESMODIUM BAR-<br />

BATUM L. (Lcgum. pap.).<br />

(PI. h.) —HAB.-Nos Jogares arenosos altos.<br />

Aliai. anim. — Forragem regular para o cavallo.<br />

> CARRAPICHINHO — (Belem) —- T RI U M F E T T A<br />

RHOMBOIDEA Jacq. (Tiliaceas). .<br />

SYN —Amor do campo-Barba de boi.


106 A AMAZônIA BRASILEIRA ___<br />

(a. até 2m.)—CAR. - Folhas verdes na face superior,<br />

esbranquiçadas e avelludadas na face inferior - Hores<br />

pequeninas, amarello alaranjado, em racimas axillares ou<br />

terminaes.<br />

Fructo: carrapicho <strong>com</strong> 3mm. de diam.<br />

Ind. — Dá fibras texteis resistentes.<br />

Med. pop — Folhas e raizes mucilagmosas e adstringentes<br />

(injecções contra as gonorrheas).<br />

CARRAPICHO— (Óbidos) —v. MALVA CARRAPICHO,<br />

CARRAPICHO do BREJO—(Belem) — v. MALVA<br />

CARRAPICHO.—<br />

CARRAPICHO de duas pontas— v. HERVA PICÃO.<br />

CARRAPICHO grande — TRIUMFETTA ALTII/EOI-<br />

DES Lamk. (Tiliaceas).<br />

(PI. h. ou a. até lm. 50) - Svx. - Malva preta (Belem)<br />

Carrapicho liso.<br />

HAB. — Logares abertos, ou cultivados.<br />

CAR.— Folhas grandes, verde escuro, lisas—Flores<br />

muito pequenas, amarello carregado, em bouquets—Fructo:<br />

carrapicho de 8 a lOmm. de diam.<br />

Ind. — Dá fibras finas, longas, luzentes e tenazes, para<br />

aniagem e confecção de cestinhos — Poderia servir para a<br />

fabricação de papel.<br />

Med. pop. — Folhas adstringentes; o cozimento é usado<br />

contra corrimentos purulentos.<br />

CARRAPICHO — CENCHRUS VIRIDIS Spreng. (Gramíneas).<br />

Svx. — Barbadinho.<br />

(PI. h.) —Loc. - Marajó.<br />

HAB. — Campos arenosos altos.<br />

Aliai, anini. - Forragem regular; o gado somente<br />

pode <strong>com</strong>ei-a antes da fructificação. As sementes ferem a<br />

bocca e agarram-se aos crinos dos animaes.<br />

CART^NlÈ — .v. PÀO RAINHA.—<br />

CARU-CAA - CORDIA MULTISPICATA Cham.<br />

(Borraginaceas).<br />

F


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

(a. p.) — SYN. - Cauariícad.<br />

W r A CaS A a s d ? ! \ haS 5 eS d Au ftbras P ara cordoaria.<br />

Meei. pop.~ A infusão das folhas é muito empregada<br />

corno tonico e fortificante e, também, nos casos de gripne<br />

pulmonar, bronchites. tosses rebeldes.-Nas folhas encontrouse<br />

um glycoside liquido de cheiro suave, a carucaina (D.<br />

Cl. Martins — M. C. P. 1929).<br />

v<br />

CARURU BRAVO — PH YTOLACCA DECANDRA L.<br />

(Phytolaccaceas).<br />

" (PI. h.). —Origin. da Amer. do Norte.<br />

SYN. - Carurú-assú - Caruru de cacho — Raisin<br />

dAmèriquc (Fr.).<br />

Ind. - Os fruetos maduros fornecem matéria corante<br />

violeta.<br />

Alita. -- Folhas <strong>com</strong>estíveis depois de cosidas e lavadas,<br />

venenosas quando verdes e cruas.—Os renovos podem<br />

substituir os espargos.<br />

Med. — Fruetos verdes purgativos.—Na raiz encontrase<br />

um alcalóide, a phytolaccimi, depurativo, mas toxico cm<br />

alta dose.<br />

CARURÚ AZEDO — v. VINAGREIRA.<br />

CARURU das CACHOEIRAS — (Rio Negro) —MOURE-<br />

RA FLUVIATILIS Aubl. (Podostemaceas).<br />

SYN. — Carerú ou carurô— Uapé de cachoeira ( E. e N.<br />

do Pará ).<br />

(PI. h.) — HAB.- Cresce nas pedras temporariamente<br />

cobertas pelas aguas, nas cachoeiras.<br />

CAR. — As folhas fluetuam na corrente; as llores róseas,<br />

<strong>com</strong> cheiro de violetas, emergem da agua.<br />

Aliai. — Os indios seccam a planta ao sói, queimamna<br />

e lavam as cinzas <strong>com</strong> agua; a lixívia, coada, é evaporada<br />

no fogo; o resíduo é um sal grosseiro que usam sem<br />

outra purificação.<br />

CARURÚ LÍNGUA de VACCA—TALINUM PATÉNS<br />

Jacq. (Portulacaceas).<br />

(PI. h.). . , • _ *<br />

Aliai. — Legume (folhas) superior a beldroega.<br />

CARURÚ MIÚDO COMMUM — AMARANTUS OLE-<br />

RACEUS L. (Amarantaceas).<br />

107


ias A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

(PI. h.) — Sv.w - Carini -Brêdo íBahia).<br />

• Alim. — Cultivado—Legume (folhas e haste nova, cozidas<br />

).<br />

e AMARANTUS VIRIDIS L. (Amarantaceas).<br />

(PI. h.) — Svx. - Caruru de soldado.<br />

Aliai. — Legume (folhas ).<br />

Aliai, atiini. — As sementes servem para a alimentação<br />

dos passarinhos.<br />

Med. pop. — Favorece a secreção do leite.<br />

CARURU de SAPO — OXALIS MARTIANA Zuec.<br />

(Oxalidaceas).<br />

(PI. h.) — HAB. - Nos terrenos cultivados, jardins.<br />

Med. pop. — O decocto das folhas, em gargarejos, contra<br />

anginas —antithermica.<br />

CARURU de SOLDADO — v. CARURU MIÚDO.<br />

CARVÃO DE FERREIRO v. TACHY BRANCO da T. f.<br />

CASCA AÇUCENA— ANIBA sp (Lauraceas).<br />

Loc. — Na terra firme da Cach. Porteira ( R. Trombetas<br />

).<br />

lad.—A casca é aromatica; reduzida a pó grosseiro,<br />

é empregada em saquinhos de cheiro para perfumar a roupa<br />

nas gavetas.<br />

CASCA de ANTA — v. CAA-POROROCA.—<br />

CASCA DOCE — v. PAO DOCE.—<br />

CASCA GAIVOTA— (Óbidos) — CROTON sp. í Euphorbiaceas<br />

).<br />

Ind. — A casca é aromatica; entra na <strong>com</strong>posição dos<br />

saquinhos de cheiro para perfumar a roupa nas gavetas.<br />

CASCAtPARA-TVDO — v. CAA-POROROCA—<br />

CASCA PRECIOSA —ANIBA CANELILLA (II. B. K.<br />

Mez. (Lauraceas).<br />

Svx. — Canella (Belem)-Amapdima—Pereiord.


109<br />

(A. m. ou g.) —HAB. - Matta grande da T. f<br />

Loc: -R. Xingú-R Tapajóz-R. Trombetas-R. .íamunda—R.<br />

Negro-R. Madeira.<br />

Mad. — Pardo escuro ou amarello castanho. dura, de<br />

grão muno fino, aromatica, imputrescivel, para marcenaria<br />

e ebanisteria. — D = 1,00.<br />

Ind. — Por distillação da casca e do lenho, extrahe-se<br />

um oleo essencial perfumado.<br />

Med. pop. — A casca é aromatica (cheiro de canella<br />

e rosa misturadas)— a infusão é excitante, digestiva, antispasmodica<br />

c peitoral, util na chlorose e na cachexia palustre—As<br />

sementes raladas são usadas contra a dysenteria.<br />

CASCA SACACA — CROTON (Euphorbiaceas).<br />

( A. p.) — HAB. - No barro vermelho ( R. Branco de<br />

Óbidos).<br />

Sacaca significa feitiçaria, em L. g.—Cultivada em Manáos.<br />

Ind. — A casca é aromatica; entra na <strong>com</strong>posição dos<br />

saquinhos de cheiro para perfumar a roupa nas gavetas.<br />

CASCA de WINTER (falsa) — v. CAA-POROROCA.<br />

CASINGA CHEIROSA — (Amazonas) LAETI A<br />

SUAVEOLENS Benth. (Flacourtiaceas ).<br />

(a.).<br />

Ind. — Flores aromaticas, podem ser aproveitadas para<br />

a perfumaria (cheiro de flores de laranjeira).<br />

CASSIA de EMPIGENS — (Marajó) — CASSIA MI-<br />

MUSOIDES L. (Legum. caesalp.).<br />

(a. p.—LM.20a 1 M.40) — HAB. - Em terrenos pouco alagados.<br />

Med. — Planta antiherpetica.<br />

CASTANHA de ANTA— v. CUMARU-RANA.<br />

CASTANHA de ARARA - JOANNESIA HEVEOI-<br />

DES Ducke (Euphorbiaceas). » 5<br />

O (A. g.)—HAB. - Na matta da Terra firme<br />

Loc.—Santarém — R. Tapajoz-Juruty Velho-Mauhés<br />

CAR.—Fructos semelhantes aos da seringueira, <strong>com</strong> 14<br />

a 18 cms. de diâmetro-Safra de Dezembro a Abril.


ias A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

Mad,-Branca, parecida <strong>com</strong> a da seringueira.<br />

* Ind.-As amêndoas dão 47 a 56°/o de oleo claro, um<br />

• pouco siccativo<br />

A madeira, branca, poderia dar cellulose para papel;<br />

Comprim. das fibras-1,43-diam. 0,025—f- = 1/58. (M.C.P.).<br />

Mcd. pop. - As amêndoas oleosas são vomitivas e purgativas;<br />

são <strong>com</strong>idas sem inconveniente pelas araras.<br />

CASTANHA CAYATK — v. COMADRE DE AZEITE —<br />

CASTANHA de COTIA — v. CUMARU-RANA.<br />

CASTANHA de COTIA —v. QUINQUlÒ. —<br />

CASTANHA de MACACO v. CUMARURANA.<br />

CASTANHA de MACACO v. MACACO-CASTANIIA.<br />

CASTANHA de MACACO — COUROÜPITA GUIA-<br />

NENSIS Aubl. ( Lecythidaceas ).<br />

SVN. — Boulet de cânon (G. fr.)— Cannon bali trec<br />

(Ingl.).<br />

( A. g.)— HAB.-NOS igapós do Salgado e do Estuário.<br />

CAR. — As flores nascem sobre o tronco e sobre os<br />

galhos; são côr de rosa, grandes, lindas, de cheiro suave.<br />

— Os fructos contem uma polpa <strong>com</strong>estível, mas pouco agravei,<br />

que, <strong>com</strong> alguns dias, torna-se liquida, de cheiro acido,<br />

côr vmosa.<br />

Mad. — Molle, sem valor.<br />

Ind. — O liber dá bôa estopa.<br />

Alini. — As sementes são <strong>com</strong>estíveis.<br />

CASTANHA de MACACO - COUROÜPITA SUBSES-<br />

SILIS Pilg. (Lecythidaceas).<br />

(A. g.) — HAB. - Varzeas do Amazonas.<br />

Loc. — Cacaoal Imperial (Óbidos).<br />

CAR Flores c*uasi brancas—Fructos volumosos.<br />

Mad. — Madeira#parda <strong>com</strong> veias castanho c^aro, jjara<br />

marcenaria.<br />

Alim. anini. — A polpa dos fructos é utilisada para a<br />

alimentação dos porcos e das gallinhas.<br />


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

CASTANHA SAPUCAIA — LECYTHIS PARAENSIS<br />

Hub. ( Lecythidaceas ).<br />

SYN - Quatelé ( G. fr ) - Marmite de singe ( G. fr. )<br />

notando-se que as «Lecythis» da Guiana são outras especies.<br />

I<br />

(A. g. ) — HAB.-V arzeas do B. Amazonas.<br />

Mad. - Vermelho-amarellado claro; resistente, mas fácil<br />

de se trabalhar, para construcção civil e naval, obras<br />

immersas, segeria. - D = 1,02.<br />

Ind. — As amêndoas contem 51 0 0 de oleo <strong>com</strong>estível.<br />

—A casca dá estopa e o liber pode substituir a mortalha<br />

de cigarros.<br />

Alint. — O frueto (ouriço), 6 uma capsula lenhosa,<br />

quasi espherica, de 18 a 22cms. de diâmetro, fechado por<br />

uma tampa dehiscer.te; contem de 35 a 40 nozes cujas<br />

amêndoas são <strong>com</strong>estíveis, muito apreciadas.<br />

Esta cspecie fornece a totalidade da Castanha sapucaia<br />

do <strong>com</strong>mercio, no E. do Pará.<br />

Med pop. — A casca em decocçáo 6 tónica e diurética<br />

(Icterícia, hepatite, depois de febres intermittentes) — A<br />

agua de maceração dos ouriços é utilisada contra o diabetes,<br />

as areias a albuminuria e o catarrho vesical; usam<br />

também para lavar o rosto e curar os pannos, empigens...<br />

CASTANHA SAPUCAIA — LECYTHIS USITATA<br />

Miers. ( Lecythidaceas ).<br />

E outras especies pouco estudadas do mesmo género.<br />

(A. g. )—HAB. - Matta da Terra firme alta.<br />

CAR.— As castanhas são pequenas, de pouco valor; a<br />

madeira é excellente.<br />

CASTANHA verdadeira, ou C. do PARA — BERTHOL-<br />

LETIA EXCELSA H. B. K. (Lecythidaceas).<br />

SYN . — Castanha do Maranhão-Tucary-Nhã — Noix<br />

du Brésil (Fr.)—Brasil nut (Ingl.)- Yuvid (Venezuela).<br />

(A. G.) —HAB. - Na matta grande da Terra firme alta,<br />

argillosa ou argillo-silicosa, em toda a Amazonia, desde o<br />

sul da Venezueia (alto Orenoco) até o alto Bem (13° a<br />

14o de Lat. S.).<br />

Segundo Miers, haveria duas esperes de Fíertholletia:<br />

a B? excelsa H. B. K., no sul da Venezuela, e a Berth, nobilis<br />

Miers, na Amazonia; esta distineção ainda não esta<br />

confirmada.<br />

111


112 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR. —E' uma arvore de porte magnifico, de dimensões<br />

notáveis, <strong>com</strong>o grossura do tronco (até 4 m. de diam.)<br />

e altura (até 60 m.).<br />

Mu d. — Madeira castanho-claro, de pouco valor.<br />

bld. — Das amêndoas, extrahe-se 67°/o de oleo claro,<br />

inodoro, insípido, <strong>com</strong>estível quando fresco, excellente para<br />

saboaria fina. O liber da casca dá estopa excellente e fibras<br />

para a cordoaria.<br />

Ali m. — O fructo (ouriço) é esphenco, de 11 a 14 cm.<br />

de diam. <strong>com</strong> um peso de 0 k.700 a 1 k.500, contendo, numa<br />

casca lenhosa muito dura, 12 a 22 nozes, ou castanhas, angulosas,<br />

cujas amêndoas são <strong>com</strong>estíveis, saborosas, 1 hectol.<br />

de castanhas em casca = 50 kilos = 11 kilos de castanha<br />

descascada—de valor alimentício bastante elevado <strong>com</strong>o<br />

o das outras amêndoas (nozes, amêndoas, avelas).<br />

Med. pop. — O chá da casca é usado contra as moléstias<br />

chronicas do ligado.<br />

C AT AGE — v. CAAPEBA I)() NORTE.—<br />

CATAUA— (Alto Amazonas - Peru) — v. ASSACU.—<br />

CATAUARY — CRATAEVA BENTHAMI Eichl. (Capparidaceas).<br />

SYN. — 1rapid dos Cearenses, por confusão <strong>com</strong> outra<br />

especie de fructos <strong>com</strong>estíveis — Nina caspi (Peru).<br />

(A. p.) — HAB.• Margens inundadas.<br />

lad. - Sementes oleaginosas: oleo viscoso, de cheiro<br />

desagrada vel.<br />

Aliai anim. — O fructo tem gosto execrável, mas é<br />

procurado por certos peixes (tambaquis).<br />

Med. pop. — As folhas e as raízes são tónicas e estomachicas;<br />

o sumo das folhas é usado externamente contra<br />

dores rheumaticas.<br />

CATINGA DE MULATA — TANACETUM VULGARE<br />

L. (Compostas). —Origin. da Europa.<br />

(PI. hr) Svx.r 7asneira — Tanaisie (Fr.).<br />

Med. — Tónica, amarga, aromatica, emmenagoga,» ar.thelmintica,<br />

abortiva, de uso perigoso. —As folhas são insecti<br />

fugas.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

CATINGA DE MULATA — TAX ACHTUM BAI SA<br />

MIT A L. (Compostas) - Origin. da Huropa.<br />

( PI. h.) - Svx. • Balsamita vulgar—Atanasia dos jardins.<br />

Med. — Aromatica, antispasmodica.<br />

CATINGA DE MULATA - 1TXCAS MARTINICEN-<br />

S1S R. IV —(Labiadas). Cosmopolita tropical.<br />

( PI. h.) - Svx. - Cordão de frade.<br />

Med pop. — O cozimento é usado em banhos contra o<br />

rheumatismo gotoso e articular. - Aromatica, tónica e antispasmodica.<br />

CATINGA DE NEGRO — v. MUSSAMBE.—<br />

CATINGUEIRA — CAESALPIXIA P A R A E X SIS<br />

Ducke (Legum. caesalp.)— v. MUIRAPIXUNA.—<br />

113<br />

C AT IPÊ — ? (Anonaceas).<br />

(A p.) — Loc.-Campos geraes do Rio Erepecurú.<br />

CÀUASSÚ — v. CAA-UASSU.—<br />

CAUASSU — COCCOLOBA LATIFOLIA Lam. (Polygon<br />

aceas).<br />

(A. p.) — HAB.-NO litoral do Estado do Pará.<br />

Mad.— Madeira resistente e flexível, para arcos de<br />

barricas, de pipas.<br />

CAUCHO —CASTILLO A ULEI Warb. (Moraceas).<br />

(A. g.) - HAB.-Na matta grande das terras firmes,<br />

entre os grandes aflluentes meridionaes do Amazonas e<br />

entre os cursos inferiores do R. Trombetas e do R. Curuá<br />

(Rio Branco de Óbidos, Rio Mamiá).<br />

Mad. — Branca, molle. .<br />

Ind. —O látex, abundante, dá a borracha denominada<br />

«caucho». j<br />

Alim. anim. —Fructos pequenos, encarnados, doces,<br />

<strong>com</strong>estíveis, procurados pela caça. o •<br />

* CAUCHO MACHO - B R O SIM Ü M AMPLICOMA<br />

Ducke (Moraceas).<br />

(A. G.).


#<br />

114 A AMAZÔNIA BRASILEIRA _ _ _ _<br />

Loc. — Rio Solimòes, cm matta nâo inundada.<br />

• CAR. —Copa muito larga látex branco, espesso, abundante.<br />

Afad.—Branco -ama rei 1 ado.<br />

CAUCHO-RANA — PER EBE A GUIANENSIS Aubl.<br />

(Moraceas). _ , ^ _ . _,.<br />

(A. m.) — HAB. - Na matta de 1. f. (R. Branco de Óbidos<br />

e Almeirim.<br />

CAR.— Tem os raminhos caducos e as folhas parecidas<br />

<strong>com</strong> as do caucho.<br />

CAUCHO-RANA — v. MUIRATINGA da T. f. —<br />

CAURE — (Amazonas, Pará) — ?<br />

v. PÀO CABOCLO.—<br />

CAXINGUBA — FICUS (sub. gcn. PHARMACOSY-<br />

CEA) AN I HELMINTHICA Mart. (Moraceas).<br />

SYX. Cachingttba Ciiaxingiiba - Coajmguva—Guaxinguba<br />

— Lombrigucira — Uapuim-assú — Gamelleira<br />

(Ceará) - Ojé (Peru).<br />

(A. g.) — HAB. - Varzeas das margens do Amazonas.<br />

Aíad. — Muito branca e leve, fácil a trabalhar.<br />

Ind. - A casca serve para os índios do Rio Negro<br />

fazer tangas e mantas, raspando o epiderme e batendo o<br />

entrecasca para tornai o macio.<br />

Alim. — A amêndoa do fructo, assada e pelada é <strong>com</strong>estível.<br />

Afed. pop. — A amêndoa passa por ligeiramente aphrodisiaca<br />

e por activar a memoria—O látex (leite) é anthelmintico<br />

energico (Anchylostomiase), mas deve ser empregado<br />

<strong>com</strong> cuidado porque pode tornar-se drástico e mesmo<br />

cáustico. O principio activo parece ser um alcalóide (Caxinguvina,<br />

de D. Cl. Martins-M. C. P.-1929).<br />

CAYAPIÁ — v. CAAPlÀ.—<br />

CAYÁTE — vTCOMADRE DE AZEITE.—<br />

• »<br />

CAZUMBRA — (Marajó) — P A S P A L U M<br />

(Gramíneas).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

(PI h. rasteira).<br />

Alim. atxiai. Parecido <strong>com</strong> o pancuan-Forragem regular.<br />

BRAVA doPARA — PANCRATIUM GUI-<br />

ANENbb Ker. (Amaryllidaceas).<br />

(PI. h.) - SYN. Sc/lla da terra — Acaçcaa d'agua (Marajó).<br />

Med. pop — O bulbo é emetico, espectorante e diurético.<br />

Ora.-Flores grandes, brancas.<br />

CEBOLA BRAVA — v. APUI. - (Clusia, esp. div.).<br />

CEBOLA CECEM- AMARYLLIS BELLADONA L.<br />

(Amary llidaceas).<br />

(PI. h.) — SYN. - Cebola do aiatto.<br />

Med. pop. - O bulbo é excitante, hydragogo e emetico;<br />

toxico em dose mais forte; util na asthma.<br />

CEBOLA GRANDE da matta — v. APUI. — (Clusia,<br />

esp. div.).<br />

CEBOLA DO MATTO — v. CEBOLA CECEM.—<br />

CEBOLINHA —ALLIUM FISTULOSUM L. (Liliaceas).<br />

— Origin. da Sibéria.<br />

( PI. h. )<br />

A cebola <strong>com</strong>mum não se acclima na Amazônia, mas<br />

a cebolinha cresce bem. — Condimento (as folhas têm gosto<br />

de cebola) para saladas.<br />

CEDRO BORDADO — (Belem) — CEDRELA ODO-<br />

RATA L. (Meliaceas).<br />

Mad. — Variedade de cedro vermelho <strong>com</strong> as fibras<br />

trançadas e brilho maior, ondeado.<br />

CEDRO BORDADO — (Óbidos) — ROUP A L A<br />

(Proteaceas).<br />

SYN.—Louro faia. '<br />

• (A. m.)-Loc. • Lago grande de Villafranca.<br />

Mad.-Vermelho-castanho claro, mosqueado de manchas<br />

pardo claro, brilhantes. Para marcenaria.-1 > - ü,0ü.<br />

115


t<br />

116 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

CEDRO BRANCO — CEDRELA HUBERI Ducke (Meliacxas).<br />

.<br />

SYN -Cedro vermelho (R. Branco de Óbidos).<br />

(A. g.)—HAB. - Matta grande de terra firme alta.<br />

Loc. -R. Tapajóz—R. Xingu-R. Capim - R. Branco<br />

de Óbidos.<br />

Mad. —Avermelhada; para marcenaria.<br />

CEDRO BRANCO — (Varzeas de Óbidos) — GUAREA<br />

TRICHILIOIDES L. (Meliaceas).<br />

SYN.— Cedro rana (Óbidos) —Jatuauba (Belem) — Carrapeta<br />

(Sul)—Gitô.<br />

(A. g.)-HAB.-Em terrenos de varzea.<br />

Mad.—Parecida <strong>com</strong> a do cedro <strong>com</strong>mum, mas menos<br />

castanho, antes vermelho e pouco brilhante—Resiste mal aos<br />

insectos — Para marcenaria. — D = 0,60.<br />

CEDRO BRANCO — (R. Branco de Óbidos — L. do<br />

Salgado) - POUPARTIA AMAZÔNICA Ducke (Ar.acar<br />

diaceas).<br />

SYN. — Taperibd-assá (R. Trombetas) — Fructa de cedro—<br />

Cedro rana — Taperibd-cedro — Yacayacá.<br />

(A. g.) — IIAB.-Na matta virgem, em solo argilloso<br />

fértil.<br />

Loc. — Macapá — Muaná — Vigia — L. do Salgado (R.<br />

Trombetas)—R. Branco de Óbidos —R. Madeira.<br />

CAR.—Parecido <strong>com</strong> o cedro <strong>com</strong>mum.<br />

Mad.—Branco-pardacento, molle, fendendo-se difficilmentc,<br />

sem valor, de cheiro desagradavel.<br />

Mim. —Eructos (drupas) achatados, pentágonos, amarellos,<br />

<strong>com</strong>estíveis, de gosto acido e cheiro de taberibá.<br />

CEDRO BRANCO — (Arumanduba) — v. CEDRO<br />

VERMELHO (Cedrela macrocarpa).<br />

CEDRO FAIA — (Óbidos) — v. LOURO FAIA.<br />

CEDRO-RANA —POUPARTIA AMAZÔNICA Ducke<br />

(Anacardiaccas) — v. CEDRO BRANCO.<br />

D n rf; R A N A - , ( S a n t a r e m ) - VOCHYSIA FER-<br />

RUGINEA Mart. (V ochysiaceas)— v. QUARUBA.—


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

CEDRO-RANA — (Santarém) — VOCHYSI \ M \ \ I<br />

MA Ducke (Vochysiaceas) — v. QUARUBA.—<br />

CEDRO-RANA — (Óbidos) — v. LOI RO FAIA.<br />

CEDRO-RANA — v. CEDRO BRANCO (Guarea trichilioides).<br />

CEDRO-RANA — (Óbidos e R. Solimões) — r F D R F -<br />

LINGA CATENAEFORMIS Ducke (Legum. mim.).<br />

(A. G.)—HAB. - 1 . f. húmida, ao longo de riachos<br />

Loc.-Ba '.xo R. 1 rombetas—Óbidos —Gurupá—Breves<br />

R. Negro - R. Solimões.<br />

Mad. — Textura do cedro, mas grilo mais grosseiro,<br />

pardacento, brilhante, exhalando cheiro desagradavel quando<br />

húmida. — D = 0,65.<br />

Ind.-Cellulose para papel: <strong>com</strong>prim. das fibras, 1,17;<br />

diam. 0,026. -f- = 1/46.<br />

CEDRO-RANA do Igapó — (Santarém) — ANDRIPE-<br />

TALUM RUBESCENS Schott. (Proteaceas).<br />

Mad.— Analoga á do cedro-rana da T. f. (Gen. Roupala<br />

e Andripetalum), mas mais escura e tecido menos<br />

<strong>com</strong>pacto. — D. = 0,49.<br />

CEDRO VERMELHO — CEDRELA ODOR ATA L.<br />

(Meliaceas).<br />

SYX.- Acnjou femelle (G. fr.) — Odre acajou (G. fr.)—<br />

Cedar (Ingl.) — Cederholz (Aliem.).<br />

(A. G.) - HAB. - Matta da T. f. e da varzea alta.<br />

Loc.-Gurupá-R. Trombetas-R. Acre-R. Madeira—<br />

R. Ucayali — Belem — Bragança.<br />

.1/^/.—Vermelho - castanho claro, resinosa, aromatica,<br />

nào atacada pelos cupins, de sabor amarga, tenra; para<br />

marcenaria, caixas de charutos e de assucar,_ moveis (succedanço<br />

do mogno), embarcações leves. D = 0,55 a 0,64.<br />

Med. pof). A casca 6 aromatica, adstringente, tônica<br />

e febrífuga. O cosimento da madeira é re<strong>com</strong>irfendado nas<br />

orcllítes (uso externo) e, internamenie, age <strong>com</strong>o emetico<br />

violento; o oleo das sementes e a casca em pó servem para<br />

detergir as ulceras atônicas e as feridas gangrenosas.<br />

117


118 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CEDRO VERMELHO — (Santarém — Monte Alegre —<br />

Aljneirim) — CEDRELA MA CROC ARPA Ducke iMeliaceas).<br />

Svx. — Cedro branco (Arumanduba).<br />

(A. g.) - HAB. - Terra firme montanhosa<br />

CAR. — A casca exala um forte cheiro aliaceo.<br />

Mad.—Avermelhada e aromatica.<br />

CEDRO ROXO — CEDRELA (Meliaceas).<br />

Mad.—Madeira de textura idêntica á do cedro vermelho,<br />

mas de côr roxo pardacento; apreciado para marcenaria<br />

fina.<br />

CEDRO-Y — (R. Tapajoz) — v. PAO POMBO.—<br />

CEDRO-Y, ou CEDROHY — G U A R E A G U A R A<br />

(Jacq.) P. Wilson (Meliaceas).<br />

(A. g.)-Loc. • Bôa Vista (R. Tapajóz).<br />

Mad. - Bonita madeira vermelha, imitando o mogno.<br />

CEGA-OLHO — v. PAINA.—<br />

CELIDÔNIA — v. SOLIDONIA.—<br />

CENOURA— DAUCUS CAROTTA L. (Ombelhferas)<br />

— Origin. da Europa Central.<br />

Alim. — Legume ainda pouco cultivado na Amazônia;<br />

o crescimento ú lento, irregular e as raizes apodrecem<br />

quando as chuvas sAo muito abundantes; nào fructiííca,<br />

sendo necessário importar as sementes.<br />

CEREJEIRA das Antilhas — (Belém) — MALPIGHIA<br />

PUNICIFOLIA L. (Malpighiaceas).<br />

(a. de 2m. 50 a 3m.) — Svx. - Cerejeira do Pard - Cerise<br />

carrée (Antilhas francezas).<br />

Mad. — Muito rica em tannino; dá uma matéria corante<br />

vermelha.<br />

Alim. — Fructos da apparencia de cerejas; <strong>com</strong>estíveis,mas<br />

laxativos em dose considerável; bons para confeitos.<br />

* •<br />

CEREJEIRA DA» ANTILHAS — (Belém) — \1 \ 1 •!> I-<br />

GHIA COCCIFERA L. (Malpighiaceas).<br />

(a. de 2m. 50 a 3m.).


119<br />

Aliai. — P ructos da apparencia de cerejas, <strong>com</strong>estíveis,<br />

de polpa succulenta, acidulada, adstringente e antidvsenterica-<br />

Flores róseas, procuradas pelas abelhas que fazem<br />

mel delicioso <strong>com</strong> iguaes propriedades.<br />

Orn. — Cultivada nos jardins <strong>com</strong>o planta ornamental.<br />

CERU—(Belem) — v. CHURU.—<br />

%<br />

CERUAIA — ( Monte Alegre ) v. MARIMARY da V.—<br />

CHÁ de MARAJÓ —CAPRA RI A BIFLORA L. (Scrophulariaceas).<br />

Med. f)0f>. — A infusão é sudorífica.<br />

CHAPÉU de NAPOLEÃO — v. JORRO-JORRO.—<br />

CHAPÉU de SOL— CORDIA TETRANDRA Aubl.<br />

Borraginaceasi.<br />

(A. g.) —HAB.-Na margem dos cursos de agua.<br />

Mad Madeira esbranquiçada, pouco <strong>com</strong>pacta, quebradiça<br />

Ora. — Copa larga — Arvore boa para arborisação.<br />

CHAYOTE— v. CHUCHU.—<br />

CHERIMOIA— v. ATA.—<br />

CHICA— v. CARAJURIJ.—<br />

CHICHA BRAVA — v. TACACAZEIRO.<br />

CHICLE — (Perú) — v. TAMANQUEIRA de LEITE.<br />

CH1COREA—CICHORIUM INTYBUS L. (Compostas)<br />

—Origin. da Europa, ou da índia (Ch. endiva L.).<br />

Alitn. — As C. endiva e C. crespa podem ser cultivadas<br />

durante a estação secca, para saladas.<br />

CHIQUE-CHIQUE — CROTALARIA RETUSA (Leg.<br />

papj— Cosmopolita tropical. ? •<br />

(PI. h., até lm.). ^<br />

° SYN. - Chocalho Guiso de cascavel.<br />

Ind. — Do caule extrahem-se fibras para cordoalha.<br />

Aliai. anim. — Forragem, quando nova.


120 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CHOPE — (Peru) — GUSTAVIA LONG1FOLIA<br />

Potpp. (Lecvthidaceas). —-(A. p.)<br />

CHOCALHO— v. CHIQUE-CHIQUE.—<br />

CHORÃO— v. OEIRANA (Salix martiana).<br />

CHRYSANTHEMO —Cl IRYSANTHEMUM INDICUM<br />

L. (Compostas) — Origin. da índia e do Japfto.—Raras vezes<br />

cultivado na Amazônia.<br />

Orn. — As flores não se desenvolvem bem; as amar<br />

relias são as mais notáveis.<br />

CHUCHU— SECHIUM EDULE Sw. (Cucurbitaceas).<br />

Origin. do México e America Central.<br />

(PI. trepadeira) — SYN. - Chciyotte ( Fr.) — Vegetahle<br />

pear (Ingl.).<br />

Cultura fácil; produz muito (até 603 fruetos).-Plantase<br />

o frueto inteiro (uma só semente).<br />

bui. - Das hasteas seccas extrahe-se bonitas fibras<br />

prateadas (palha de chuchu), utilisadas para a fabricação de<br />

chapéus de luxo, muito leves. Para este fim, as hasteas novas<br />

(de 1 a 3 mezes) são simplesmente partidas de <strong>com</strong>prido<br />

entre os nós e raspadas depois de uma immersão em<br />

agua de sabão.<br />

Alim — Frueto grande, de 10 a 15 cm. de <strong>com</strong>prido,<br />

<strong>com</strong>estível crü ou cozido (gosto de feijão verde).—A raiz<br />

cresce muito e dá uma tapioca deliciosa; os tubérculos cozidos<br />

são saborosos <strong>com</strong>o a batata.<br />

CHUMBINHO ROXO— v. CAMBARA de FOLHA<br />

GRANDE.—<br />

CHUCHUHUASCA — (Alto Amazonas e Peru) — MAY-<br />

TENUS sp (Celastraceas).<br />

Me d. pop. — A casca é considerada <strong>com</strong>o estimulante.<br />

CHUPA-GUSTAVIA SPECIOSA DC. (Lecythida*<br />

ceas;.—Origin. da CoU>mbia; ás vezes indicada <strong>com</strong>o existindo<br />

nas Guianas e na Amazônia onde ainda não foi identificada<br />

(A. xx\.) —Alim.' Frueto <strong>com</strong>estível; dizem que depois


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

cie ter <strong>com</strong>ido fructos de chupa a pelle torna-se amarelia,<br />

voltando á cor natural depois de dois dias, sem provocar<br />

in<strong>com</strong>modos.<br />

CHURU - (Belem) - A L L A N T O M A LINEATA<br />

(Berg.) Miers. (Lecythidaceas).<br />

SYX.- Cherú—Cerú — lanary (Belem).<br />

(A. m.) —HAB -Igapós das margens, na região do estuário.<br />

Loc.-Belem-E. de Ferro de Bragança—Ilhas-E. do<br />

Amazonas.<br />

CAR. — Nas margens dos canaes de Breves e nos<br />

igapós de Utinga nota-se a folhagem nova, de bonita cor<br />

castanho-violáceo (abril).<br />

Mad. — Branco-roseo; para caixotaria.<br />

Alim. — Fructo: pyxidio lenhoso, cylindrico, de 10-15<br />

cm. de <strong>com</strong>pr. 5-6 cm. de diam., munido de tampa; sementes<br />

<strong>com</strong>estíveis.<br />

CHUVA de OURO — v. BARATINHA.—<br />

CHUVIRINGANA — VALLESIA CHIOCOCCOIDES<br />

Kth. (Apocynaceas).<br />

(a. ou A. p.).<br />

HAB. — No Estado do Amazonas (?).<br />

Mad. — Amarellada - fraca.<br />

lnd. — O látex contem um pouco de borracha.<br />

CICANTAÀ-IHUÁ — v. BREU.—<br />

CIDREIRA BRAVA — v. II KR VA CIDREIRA BRAVA.<br />

CINNAMOMO — v. LYRIO — (Melia azedarach).<br />

CINZEIRO — (Belem - Breves) — TER MIN ALI A TA-<br />

NIBOUCA Smith. (Combretaceas).<br />

SYX.-Cuia-rana— Tanibouca - Páo Joffrey IE. de t.<br />

de Bragança). , . ,<br />

(A. m. ou g.)—HAB. - Nas varzeas do estuário e da região<br />

costeira do Estado-No Alto Amazonas.<br />

Mad.—Imita o freijó.<br />

Med. pop.— Casca adstringente, utilisada contra a diarrhea.<br />

121


I<br />

122 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

CIPO d'AGUA — (?) DOLIOCARPUS ROLANDRI<br />

Grifei. (Dilleniaccas) e outras Dilleniaceas.<br />

Svx — Cipó vermelho — Muiraqueleca — Murucutua —<br />

Sambahiba—Cipó caboclo venenoso.<br />

HAB.—Cipó grande da T. f. m<br />

Alim.-Cortando rapidamente pedaços (Om. 50 a 1 m.)<br />

dos grossos sarmentos e virando-os por cima de um recipiente<br />

qualquer, obtemse, em abundancia, uma agua fresca,<br />

clara e de gosto agradavel.<br />

Meei. pop. — A casca é adstringente e o pó passa por<br />

ser util nas febres palustres; a raiz é diurética e um pouco<br />

purgativa; os fructos são venenosos (r).<br />

CIPÓ d ALHO— ADENOCALYMNA ALLIACEUM<br />

Miers. (Bignoniaceas).<br />

(Cipó grande).<br />

CAR.—Toda a planta, quando machucada, exhala forte<br />

cheiro de alho — Bonitas flores róseas.<br />

Meei. pop.— Infusão das folhas <strong>com</strong>o febrífuga e contra<br />

os resfriados.<br />

CIPÓ AMARGOSO —(?) ABUTA CANDICANS Rich.<br />

(Menispermaceas).<br />

Me d. pop. — Raizes tónicas, diuréticas, usadas contra<br />

os cálculos renaes. — O caule e as raizes são venenosos<br />

em alta dose, entrando, ás vezes, na <strong>com</strong>posição do "curare".<br />

CIPO de AMBE— v. IM BE.—<br />

CIPO de BAMBURRAL — (Marajó) — CYDISTA AE-<br />

QUINOCTIALIS Mik. (Bignoniaceas).<br />

CAR. — Cipó de grandes dimensões que se cobre de<br />

flores brancas e lilaz, revestindo, ás vezes, em longas<br />

extensões, a frente das mattas marginaes de terra firme.<br />

CIPO da BEIRA MAR — (Litoral) —<br />

LYSTACHYA (L.) tyC (Leg. mim.).<br />

EN TADA PO-<br />

Cipó grande muito <strong>com</strong>mum.<br />

#<br />

Loc. — Estuário — Litoral — Marajó - Amazonas — R.<br />

Branco.


ou<br />

ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

C AR. —- Nu merosas espigas de pequenas flores brancas<br />

esverdeadas.<br />

Med. pop. Raiz usada contra as doenças venereas.<br />

Sch.eE SsS^S A S T R Ü M CLAUSUM ('•**><br />

Loc.—Rio I apajóz.<br />

CIPÓ CABELLUDO - MIKANIA SETIGERA Schult/<br />

(Compostas.)<br />

JAv/. pop— Bom diurético-antialbuminurico-Usa-se a<br />

infusão de toda a planta.<br />

CIPO CABOCLO- D A VILLA RUGOSA Poir. (Dilleniaceas).<br />

SY.W—Sambaibinha-Folha de lixa - Muiraqueteca—<br />

Capa-homem.<br />

CAR. — Cipó grande da T. f.—Flores amarello-pallido<br />

— Ramos cobertos de pellos ásperos.<br />

Ind.—0« galhos, muito flexíveis, servem para amarrar<br />

e poderiam substituir o vime.<br />

Med. pop. \s folhas são empregadas nas orchites e<br />

lymphatites, em banhos—A raiz é um purgativo drástico —<br />

i oda a planta passa por estimulante e aphrodisiaca.<br />

o<br />

123<br />

CIPO CABOCLO VENENOSO — v. CIPO d'AGUA.—<br />

CIPO CATINGA —MIK AMA AMARA Will. (Compostas).-Cultivado<br />

no Pará.<br />

SYN.—Gtiaco (no Sul).<br />

CAR. Folhas e ramos novos muito aromaticos quando<br />

frescos—Flores brancas, em capitulos.<br />

Med. pop. -Toda a planta em banhos aromaticos contra<br />

rheumatismos, gotta - Infusão contra syphilis, febres intermittentes,<br />

tosse, coqueluche.<br />

CIPÓ de CHUMBO - CUSCUTA UMBELLATA Kent.<br />

(Co*hvolvulaceas). , " ...<br />

Planta parasitaria, apresentando longos filamentos sem<br />

folhas, de cor verde passando ao amarello claro.


124 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Med. pop.—O pó é applicado sobre as feridas e ulceras-para<br />

cicatrisal-as-Adstringente e diurético, em infusfto<br />

-Usa-se contra as hemoptyses e a diarrhea sanguinolenta<br />

— Hm gargarejos nas amygdalites e laryngites.<br />

CIPO CRUZ — Nome dado a diversas Bignoniaceas<br />

cujo caule cortado transversalmente apresenta um desenho<br />

em forma de cruz de Malta.<br />

CIPÓ CRUZ — CHIQCOCCA BRACHIATA R. e P.<br />

(Rubiaceas).<br />

ía. sarmentoso, de 2 a 4 m.).<br />

SYX. — Raiz preta — Raiz fedorenta — Caninana —<br />

Cainca.<br />

Loc. — Arumateua (R. Tocantins) — Mte. Alegre, na<br />

matta marginal de campos.<br />

CAR.-Flores brancas pequenas, em racimos-o fructo<br />

é uma baga branca.<br />

Med. pop— Diurético, purgativo, emmenagoga, antihydropico;<br />

usado contra a hypoemia intertropical — Os Índios<br />

empregam a casca da raiz contusa na agua contra o<br />

veneno das cobras. Toxico em alta dose (Glycosidc: caincina).<br />

CIPO CURIMBÓ — TANAECIUM N O C T U R N U M<br />

(Barb. Rodr.) Bur. e Schum. (Bignoniaceas).<br />

SVN.—Cipó puré — Corimbô.<br />

HAB. e Loc. — Na matta de terras altas nos R. Capim—R.<br />

Tapajóz—R. Trombetas—N. de Óbidos.<br />

CAR. - Quando fresco, tem um cheiro forte de amêndoas<br />

amargas. Grandes flores brancas odoríferas que abrem<br />

somente de noite, de corolla cadaca desprendendo se ao<br />

despontar do dia.<br />

Med. pop. — A infusfto da casca é usada contra a gastralgia<br />

e a gastrite.<br />

CIPO CURURU—(?) ECHITES CU RU RU Mart.<br />

(Apocynaceas ).<br />

CAR. — Cipó lactescente — Flores grandes, campanuladas.<br />

Med. {top.—A infusão do caule 6 um purgativo drástico,<br />

de emprego perigoso. O leite ó venenoso; serve para #, tinguijar"<br />

peixe. O principio activo é um glycoside, a Cururina<br />

(Cl. Martins - M. C. P. — 1929).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 125<br />

CIPO EM —SMILAX PAPYRACEA — v. SALSAPAR<br />

RILHA cio Pará.<br />

CIPÓ de FOGO—CISSUS EROSA L. C. Rich. (Ampelidaceas).<br />

E outras especies do mesmo genero.<br />

Loc. — Marajó. — No Amazonas, o nome de cipó de<br />

fogo parece ser dado a uma dilleniacea.<br />

CAR. — Ramos pubescentes — Flores vermelhas ou roxas,<br />

abundantes.<br />

CIPÓ de GATO — v. UNHA DE GATO.—<br />

CIPÓ de IMBÈ— v. IMBÉ.—<br />

CIPÓ de JABOTI — v. PACAPlÁ.—<br />

CIPÓ de JABOTI — v. ESCADA de JABOTI.—<br />

CIPO de LEITE— v. ALLAMANDA.—<br />

CIPÓ LÍNGUA — ELISSARRHENA GRANDIFOLIA<br />

(Eichl.) Diels (Menispermaceas).<br />

Loc. — R. Branco de Óbidos — R. Mamiá.<br />

CAR. — Cipó de grandes dimensões cuja madeira é formada<br />

de camadas concêntricas e se divide facilmente em<br />

laminas concavas, de espessura variavel, rigidas, cuja face<br />

interna é coberta de rugosidades formadas de concreções<br />

mineraes muito duras e que podem servir de ralo.<br />

CL'Ó MILHOMENS — v. URUBU-CAA.—<br />

CIPO de MORCEGO— v. UNHA DE MORCEGO.—<br />

CIPÓ PITOMBA— AEGIPHILA (Verbenaceas<br />

).<br />

* *<br />

" CIPÓ cie POITA — ADENOCALVMMA FOVEOLA-<br />

TUM Bur. ( Bignoniaceas).<br />

S/x. — Cipó de canôa.<br />

I


(<br />

126 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR. - Flores vermelhas em pequenos racimos — O<br />

fructo é uma capsula ionga de 10-14 cms.<br />

Jnd.—Utilisado na espartaria e na cordoaria.<br />

CIPÓ da PRAIA— v. CAMPAINHA BRANCA.—<br />

CIPÓ de S. JOÃO — v. FLOR dc S. JOÃO.—<br />

CIPÓ TAIA—CAPPA RIS URENS Barb. Rodr. (Capparidaceasj.<br />

. .<br />

Cipó de flores brancas cuja raiz contem um principio<br />

activo, volátil e irritante, a capparina (A. Matta); as folhas<br />

sâo menos activas.<br />

Med. pop. - A raiz triturada, ou em pó. <strong>com</strong> agua. faz<br />

effeito de sinapismo — Para dores rheumaticas substitue o<br />

salicylato de methyla — Usado <strong>com</strong> êxito no Beribéri, junto<br />

<strong>com</strong> a mucura-caá — O succo <strong>com</strong> oleo de amêndoas contra<br />

a otite suppurada.<br />

CIPÓ TIMBÒ — v. TIMBO-ASSU.—<br />

CIPÓ TITICA — HETEROPSIS afl. JENMANI. Oliv.<br />

(Araceas)<br />

SVN.—Arame de lavadeira— Timbô titica.<br />

CAR.—Epiphyta.<br />

lad. — As raizes aereas são <strong>com</strong>pridas e delgadas,<br />

muito resistentes e flexíveis; servem para fazer paneiros,<br />

tipitis (os melhores), laço seguro para qualquer uso, não<br />

apodrecendo facilmente; fervido, descascado e partido em litas<br />

estreitas, serve á confecção de chapéus muito leves.<br />

CIPÓ TRACUA— PHILODENDROX MYRMECOPHI-<br />

LUM Engl. (Araceas).<br />

Loc.—Óbidos, Belem .etc<br />

CAR.-Epiphyta; raizes aereas pendentes e delgadas,<br />

muito <strong>com</strong>pridas — Habita os ninhos da formiga "tracuá"<br />

(Camponotus femoratus).<br />

CIPÓ de TUCÜNARÈ — (Obicos) — D A L B E R GI A<br />

INUNDATA Ben th' (Lcg. dalb.).<br />

(a. g. <strong>com</strong> ramos <strong>com</strong>pridos e escandentes).<br />

HAB. —Nas praias de lagos e rios.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 127<br />

Loc.—Santarém — M. R. Tapajóz— lg. do Sapucua —<br />

L. de Faro.<br />

CAR —Abundantes flores atropurpureas.<br />

CIPÓ TUIRA — ...? (Convolvulaceas).<br />

Loc.—Mandos — R. SolimOes.<br />

Me d. pop.-Adstringente; o cozimento usa-se em banhos<br />

contra a leucorrhea.<br />

CIPÓ UIRA, ou CIPÓ IRA —(Ilhas, Belem) — GUAT-<br />

TERIA SCANDENS Ducke (Anonaceas).<br />

Cipó aromatico.<br />

CIPÓ UNA —(L. de Mamahurü, de Óbidos) — ?<br />

Ind.— A raiz é um tubérculo alongado; serve para<br />

preparar uma tinta preta.<br />

CIPÓ de VAQUEIRO — (R. Tapajoz) — SABICEA AS-<br />

PERA Aubl. (Rubiaceas).<br />

Planta sarmentosa.<br />

CAR. — Folhas asperas <strong>com</strong> nervuras avermelhadas,<br />

flores tubulosas, brancas, felpudas; fructo: baga vermelha,<br />

molle, felpuda.<br />

CIPÓ VERMELHO— v. CIPO d AGUA.—<br />

CIRICÒ — (R. Tapajoz) — GUAREA PARAENSIS<br />

C. DC. (Meliaceas).<br />

Cl RI UB A — AVICEXXIA NÍTIDA Jacq. (Verbenaceas).<br />

SYX. — Siri ubá—Mangue am are/lo—Mangue branco—<br />

Guapird (G. fr.) Blak inangrove (Ingl.).<br />

(A. m.) — HA». - Predomina nos mangaes de Marajó e<br />

na parte septentrional do litoral paraense.<br />

Mad. — Pardo • escuro; para construcção civil, dormentes.<br />

D = 0,95 —O lenho é optimo <strong>com</strong>bustível.<br />

Ind. — A casca 6 rica em tannino.<br />

Me d. — Adstringente poderoso, antihemorrhagico, antidiarrheico.<br />

CIRUELA — (B. Amazonas)—BIJXCHOSIA sp<br />

(Malpighiaceas).<br />

Cultivada em toda a Amazônia.<br />

(a.) — Alini. - Fructos <strong>com</strong>estíveis.


I<br />

128 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

COATA BRANCO — (Óbidos)<br />

0 Mad. — Branca, leve.<br />

COATA-QUICAUA — (Óbidos) — PELTOGVNE PÂ-<br />

NICO LATA Benth. í Leg. caesalp.).<br />

SYN.- Pão fervo (Cearenses, por confusão <strong>com</strong> a caesalpinia<br />

ferrea, ou jucá) — Pdo mulato da I. f (Manáos).<br />

(A. g)—HAB. - Mattas da T. f.<br />

Mad.—Castanho -avermelhado escuro, virando ao roxo<br />

escuro e. <strong>com</strong> o tempo, ao preto; muito dura. resistente, inputrescivel;<br />

excellente para construcção civil, estacas, segeria,<br />

dormentes. D = 1,20.<br />

COATÁ-QUICAUA — (Macapá — Almeirim — Monte<br />

Alegre ) — PELTOGVNE PARADOX A Ducke ( Leg.<br />

caesalp.).<br />

(A. g.) — Nas collinas, de Macapá até Mte. Alegre.-Estende<br />

seus ramos ferteis flexíveis acima da matta—Coatáquiçáua<br />

= rede de coatá, em L. g.<br />

Mad.- Madeira cinzenta violacca; no mais semelhante<br />

á precedente.<br />

COCA— v. IPADÚ.—<br />

COCO de COTIA — v. CUMARU-RANA.— ( C ouepia<br />

COEIRANA — CESTRUM POEPPIGII Steudt. (Solanaceas.<br />

(a ) — SYN. - Coerana.<br />

Med. pop — Fructos suspeitos — Folhas emollientes, sedativas.<br />

antispasmodicas (em cataplasmas e em banhos),<br />

contra os rheumatismos, contra a dificuldade de urinar<br />

(banhos) e contra diversas affeçòes cutaneas; antihemorrhoidarias<br />

(em banhos).<br />

COEIRANA— CESTRUM SALICIFOLIUM Kunth.<br />

(Solanace^s). #<br />

(a.)—CAR.-Extremamente fétida.<br />

Med. pop. - As folhas são parasiticidas e sedativas<br />

Bom eliminador de bilis nas congestões do fígado. (A. Matta).—Uso<br />

interno perigoso, contendo um principio tóxico.<br />

t


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 129<br />

COENTRO de CABOCLO — ERYNGIUM FOETIDUM<br />

(Umbelliferas).<br />

(Pl. h.) — CAR. -Toda a planta (princip. a raiz) tem<br />

cheiro forte e desagradavel.<br />

Med. pop. — Diurético, antihydropico; antidoto do veneno<br />

das cobras ().<br />

COLA ou KOLA— COLA ACUMINATA R. Br.<br />

(Sterculiaceas).<br />

Origin. da Africa — Acclimada, mas raras vezes cultivada<br />

na Amazónia.<br />

(A. m.) Med. - Os fructos (nozes de cola) são excitantes,<br />

aromaticos e estomachicos.<br />

COLHER I)E VAQUEIRO — v. FOLHA LARGA verdu -<br />

deira.<br />

COMADRE de AZEITE — OM PH A LEA DIA N D R A<br />

Aubl. ( Euphorbiaceas).<br />

SVN.—Castanha cayaté — Cayaté—Cast. caeté (Amazonas)—<br />

draine de /'anse. Liane papaye, Oiiabé ou Omp/ialier,<br />

na G. fr.<br />

(Cip. g.)—HAH. - Terrenos argillosos alagadiços.—Toda<br />

a Amazónia.<br />

bui.—Fructo espherico, de 10 a 14 cm. de diam., amarei<br />

lo, dchiscente, contendo 3 a 4 sementes cujas amêndoas<br />

são oleaginosas, dando 67 ° o de oleo claro, ambreado,<br />

excellente para a illuminação, a saponificação e a lubrificação<br />

das machinas delicadas — Safra : fevereiro a julho.<br />

Mim.— A massa branca que envolve as amêndoas é<br />

<strong>com</strong>estível e também as amêndoas, tendo o cuidado de separai-<br />

a radicula e os cotyledones que são purgativos. O<br />

oleo torna-se <strong>com</strong>estível pela ebullição.<br />

Med.—O oleo pode substituir o oleo de ricino <strong>com</strong>o<br />

purgativo, tendo a vantagem de não ter nem cheiro, nem<br />

sabor e de ser menos viscoso.<br />

COMANDA — v. C UM ANDA.— •<br />

• •<br />

COMANDA-ASSÙ — (B. Amazonas) — v. ACAPU-<br />

KANA (Campsiandra laurifolia).<br />

r


(<br />

130 A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

COMANDATUBA — HIRTELLA MARTIANA Hk.<br />

(Rcfsaceas), no Pará (?) e no Sul.<br />

(A. m.).<br />

Ind.—Casca adstringente; pode servir para cortume.<br />

Alim.- Fructo <strong>com</strong>estível.<br />

COMANDATUBA-MIRIM — (Amazônia) — HIRTEL-<br />

LA BRACTEATA Mart. e Zucc. (Rosaceas).<br />

(A. p.). .<br />

Ind — Casca adstringente.<br />

COMER de ARARA — (Almeirim) — v. JUTAHY PO-<br />

ROROCA.—<br />

COMPADRE de AZEITE—(Ilhas)—ELAEOPHORA<br />

ABUTAEFOLIA Ducke (Euphorbiaceas).<br />

(Cip.) - Loc. - Belem—Ilhas—Macapá—R. Xingu.<br />

Ind. — Fructo volumoso, de 8 a 11 cm. de diâmetro,<br />

<strong>com</strong> 4 gomos e arestas salientes — As amêndoas contem<br />

42°/o de oleo amarello, de cheiro desagradavel, que se solidifica<br />

somente na temperatura de (— 17°).<br />

CONABI — CLIBADIUM SURINAMEXSE L. (Compostas).<br />

SYN.— Couaambi (G. fr.) — Tinibô.<br />

( a.) — Loc. - Barcarena.<br />

CAR.—Flores de cheiro penetrante e desagradavel.<br />

Ind. — Toxico — Usam-se os galhos e as folhas para<br />

"tinguijar" peixe.<br />

CONABI —PHYLLANTHUS COXAMI (Aubl.) Muell.<br />

Arg., = COXAMI BRASILIENSIS Aubl. (Euphorbiaceas).<br />

( a.).<br />

SYN .—Cona mi • Pa rd — Conambi — Timbó.<br />

CAR.— Flores de cheiro penetrante e desagradavel.<br />

Ind—Toda a planta serve para "tinguijar" peixe.<br />

Med.—Raiz diurética e narcótica; a infusão é utilisada<br />

nas moléstias das vias urinarias.<br />

CONAMI — BAJLLIERIA ASPERA Aubl. (Compostas).<br />

SYN. —Conaaii franc (G. fr.)- Timbó— Tingal.<br />

CAR. —Flores brancas, folhas asperas, cheiro de aipo.<br />

Ind.— Toxico — Serve para "tinguijar" peixe.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 131<br />

CONDURU de SANGUE —(Conceição de Araguaya)v.<br />

MUIRAPIRANGA.—<br />

CONGONHA — (de Goyaz) — ILEX AFFINIS Gardn.<br />

(Aquifoliaceas).<br />

(a. g.).<br />

Alim. — Substitue a herva-niaíe; a infusão das folhas<br />

é tônica, diurética, alimentar, digestiva.<br />

CONTRA-COBRA — AEGIPHIL A S ALUT A RIS<br />

H. B. K. (Verbenaceas).<br />

Loc.—Amazonas.<br />

CAR.—'I oda a planta É fedorenta.<br />

Med. pop. — Passa por antídoto poderoso do veneno<br />

das cobras.<br />

CONTRA HERVA — v. CAAPlÀ.—<br />

COPAHYBA — (Alto Tapajóz) — COPAIFERA MUL-<br />

TIJUGA Hayne (Leg. caesalp.).<br />

SVN.—Copahyba marimary (Sta. Julia e Mauhés)—Copahyba<br />

angelini (Mauhés).<br />

(A. gO — HAB. - Matta de T. f.<br />

Loc.-A. e M. Tapajóz — R. Tocantins — Serra de Parintins—M.<br />

R. Madeira —R. Solimões.<br />

Mad.—Textura analoga a do cedro, pardo - amarellado<br />

<strong>com</strong> linhas onduladas castanho claro, quasi branco, fibrosa,<br />

mas não diflicil de se trabalhar, cheirando a cinnafina.<br />

Med. — Oleo abundante, muito liquido e claro, de cheiro<br />

mais agradavel do que o oleo das outras variedades; é<br />

a especie que predomina no mercado de Manáos.<br />

COPAHYBA MARIMARY — (E. do Pará) — COPA-<br />

IF ERA R ETIC U L A T A Ducke (Leg. caesalp.).<br />

SYX.—Copahyba mariniary (R. Trombetas)—Copahyba<br />

jutahx (Mauhés).<br />

Loc.—Óbidos—Alcobaça R. Tapajóz— R. Xingu — R.<br />

Cuminá-mirim—R. Solimões —R. Purús.<br />

Mad. — Analoga á precedente. — Cheiro resinoso.—<br />

D * 0,72.<br />

Med.—E' a copahybeira que dá a maior parte do "balsamo<br />

de copahyba' do Pará; o oleo-resina é grosso, de<br />

t


I<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

côr castanho amarellado, de cheiro forte e desagradavel,<br />

sabttr acre e amargo; é um excellente antiblennorrhagico;<br />

emprega - se nas gonorrheas agudas e chronicas, nas leucorrheas<br />

e, também, na bronchorrea. — Applica-se nas feridas<br />

<strong>com</strong>o detersivo e cicatrizante e contra a psoriasis.<br />

COPAHYBA BRANCA — (Foz do R. Jutahy) — COPA-<br />

IFERA GUIANENSIS Desf. (Leg. caesalp.).<br />

(A. g.)—HAB. - Na margem dos igapós.<br />

Loc. —R. .Iutahy-R. Negro (frequente em S. Izabel).<br />

Mad. — Madeira branca, de cheiro agradavel de cumarina.<br />

COPAHYBA CU IA RAN A — (Mauhés) — COPAI FERA<br />

GLYCYCARPA Ducke (Leg. caesalp.).<br />

SY.W - Copahvba preta (R. Tapajoz).<br />

(A. G.) -- HAB.-Na T. f. alta.<br />

Loc. -Mauhés-M. R. Tapajoz — M. R. Xingu - R. Ma<br />

deira.<br />

CAR.— O frueto é uma vagem ellipsoide que se abre<br />

em duas volvas lenhosas, parecidas <strong>com</strong> pequenas "cuias".<br />

Mad. — Branco, pardacento.<br />

Med. — Balsamo pouco abundante, espesso, viscoso,<br />

muito escuro.<br />

COPAHYBA JUTAHY— v. COP AI IY BA RANA.—<br />

COPAHYBA PRETA — (R. Taoajoz) — v. COPAHYBA<br />

CUIARANA.—<br />

COPAHYBA-RANA — (Santarém — Óbidos) — COPA-<br />

IFF. RA MARTI I Hayne (Leg. caesalp.).<br />

( A. m. ou g.)— Na T. f. arenosa do B. Amazonas.<br />

,. ~ Copahyba jatahy (Óbidos) — Jutahy pororoca<br />

(Mte. Alegre). •<br />

Mad—Vermelho escuro, oleosa, dura, absolutamente<br />

Ano 01 ' excellente para esteios, estacas, dormentes.—<br />

I) — (),Vo.<br />

Med.—Dú., em pequena quantidade, oleo liquido e claro.<br />

• •<br />

COPAHYBA-RANA — (A. rio Negro) — EP E R 4J \<br />

PURPUREA Benth (Leg. caesalp..<br />

SYN.— Yebaro (A. R. Negro).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 133<br />

( A. g.) — CAR. - Notável quando coberto de flores<br />

roxo purpureo esplendidas. #<br />

Mad. — Muito resinosa, mas não fornece balsamo.<br />

COPA IA — v. M ARU PÁ FALSO.—<br />

COPUDA — (Marajó) — LICANIA PARINARIOIDES<br />

Hub. (Rosaceas).<br />

SYX. — Cutimandioca ( R. Capim) — Pajurd-rana (R.<br />

Tapajoz).<br />

( A. p.) — I IAB.- Praias e campos arenosos.<br />

Loc.— R. Jamundá — R. Mapuera — R. Trombetas —<br />

R. Tapajoz — R. Capim — Cametá — Marajó.<br />

CAR.— Copa escura, de folhas largas.<br />

Ind.— Sementes oleaginosas.<br />

Alim.— Sementes <strong>com</strong>estíveis.<br />

COPUDA MIÚDA — (Marajó) — LICANIA<br />

(Rosaceas).<br />

CO QU IDA — (R. Negro) — SWARTZIA CHRYSAN-<br />

THA Harb. Rodr. (Legum. caesalp.).<br />

(A. p.) - HAB.-Igapó da T. f.—Commum no R. Negro.<br />

Med. f>o/).— Cozimento para banhos contra a amenorrhea<br />

e a dysmenorrhea.<br />

COQUILHEIRO — (Óbidos) — PROT1UM spec.<br />

( Burseraceas ).<br />

Svx. - Sucurubeiro — Sucuriuba — Pdo de pombas —<br />

Breu preto.<br />

(A. g.) — HAB.-Na T. f.<br />

COQUILHO— v. CUMARU-RANA (Couepia).<br />

COQUILIIO— (Marajó) — CANNA GLAUCA Rose.<br />

(Cannaceas), v. HERVA DOS FERIDOS.—<br />

COQUIRANA — (B. Trombetas, L. de Faro, Juruty<br />

velho) — ECCLINUSIA BALATA Ducke (Sapotaceas).<br />

(A. m. ou g.) —SYN.- Ukukirana ( L. g.) ou Ucuquirana<br />

( Manáos) — Balata (R. Içá ) — Abi ura na \ R. Erepecuri».<br />

HAB. — Em mattas humosas, não inundadas mas húmidas,<br />

e, ás vezes, um pouco paludosas, ao longo dos igarapés.


134 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Loc. - Juruty Velho - R. Erepecuru - R. Trombetas,<br />

(Cax. Porteira) — R. Jamundá (Cab. Infiry) — Manáos -<br />

Borba — B. rio Içá — Tonantins.<br />

bid. - O latex dá uma pseudo-balata de qualidade regular,<br />

contendo cerca de 40 °/o de gutta.<br />

COQUIRANA BRAVO — (Manáos) — ECCLINUSIA<br />

SPURIA Ducke (Sapotaceas). .<br />

(A. M.)- HA».- Mattas não inundadas (Manaos — K.<br />

Tarumá).<br />

CAR.—Latex pouco abundante.<br />

bid. — O leite nAo é aproveitado.<br />

CORAÇÃO de BOI — ANONA RETICULATA L.<br />

(Anonaceas). — Orig. das Antilhas.<br />

( A. p. de 5-8 m.).<br />

SYX. — Fructa de Conde — Araticú — Uichiman ou Corosso/<br />

sauvage (G. fr.).<br />

Alim — Fructos globulosos de casca amarello-castanho<br />

ou amarellado, massa branca ou avermelhada, de sabor e<br />

perfume menos agradavel do que a ata, um pouco enjoativos.<br />

CORAÇÃO de NEGRO — (Breves) — v. MUIRAPA -<br />

XI UB A (Cassia adiantifolia).<br />

CORACÃO de NEGRO — ( Monte Alegre ) — v.<br />

ARAPARY da TERRA FIRME.—<br />

CORAÇÃO dc NEGRO — ( E. do Maranhão ) — v.<br />

MEMBY.—<br />

CORAÇÃO de NEGRO — ( R. Xingú ) — CASSIA<br />

SCLEROXYLOX Ducke (Leg. caesalp.).<br />

Svx.—Muirapixuna


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 135<br />

Loc.— R. Branco de Óbidos—R. Cuminá— Faro.<br />

Mad. — Vermelho • escuro, <strong>com</strong> largas manchas ca


I<br />

136 A AMAZÔNIA BRASILEIRA _<br />

CORÈ-MIRÀ— (Faro) — v. PAO CABOCLO.—<br />

COREOPSIS — COREOPSIS TINCTORIA (Compostas).<br />

— Origin. dos E. Unidos.<br />

(PI. h.).<br />

Oyn. — Flor para jardins.<br />

COROA de ESPINHOS — (Óbidos) — SM ILAX, var.<br />

esp. (Liliaceas).<br />

(Cipó).<br />

COROA de FRADE - MELOCACTUS iXERVI (Cactaceas).<br />

Loc. - Campos geraes do R. Erepecuru.<br />

COROATÀ — v. CURAUA —<br />

COROATÀ, ou CARAGUATÁ - v. GRAVATA de GAN-<br />

CHO.—<br />

CORONHA—(Cearenses)— v. ESPONJEIRA (Acacia<br />

farnesiana).<br />

CORTA-ASTHMA — PSYCHOTRIA TOXICA A. St.<br />

Hil. (Rubiaceas).<br />

SYN — Asier à Vastlime (G. fr.).<br />

Meã. pop.— A infusão das folhas passa por antiasthmatica,<br />

sendo que em dose elevada produz symptomas de envenenamento.<br />

CORTIÇA — v. PENTE de MACACO ( Apeiba tibourbou).<br />

CORTIÇA — v. ARATICÚ do BREJO—<br />

CORTIÇA — (Marajó e Belem) —v. PARICASINHO.—<br />

CORTICEIRA — (Belem) — PTEROCARPUS DRACO<br />

L. (Legunj dalb.). #<br />

SYN. - Mututy (greves) - Tinteira (Belem). .<br />

T m " ni ' " , ' ltoral e igapós do estuário.<br />

Loc.— Belem - Collares — Aramá -Gurupá —Bragança<br />

— Prequente nos mangaes do litoral.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 137<br />

CAR. — Vistosos racimos de flores amarellas alaranjadas.<br />

•<br />

Intl.— A casca e o alburno sào leves e retractis, podendo<br />

servir para fazer rolhas.<br />

Med.— Das incisões da casca escorre um liquido vermelho<br />

de sangue, limpido, cujas gottas coagulam-se e constituem<br />

o "sangue de drago", sang-dragon em Fr., resina<br />

empregada <strong>com</strong>o adstringente.<br />

CORTICEIRA do CAMPO — v. PARICASINHO.—<br />

COSMOS — ( Compostas ).<br />

( PI. h. ).<br />

Orn. - Flor para jardins.<br />

COSTUS PULCHRIFLORUS Ducke (Zingiberaceas<br />

).<br />

Origin. de Alcobaça {R. Tocantins).<br />

CAR.—Flor vermelho-salmão vivo, muito bonita, alta<br />

de 30 a 40 cm.<br />

F •<br />

COTO-COTO — (Nas fronteiras boliviana, peruana e<br />

colombiana ) — PALICOUREA DENSIFLORA Mart.<br />

(Rubiaceas) = RUDGEA V1BURXOIDES Benth.<br />

SY.W— Tangaracd-assú — Congonha de gentio e Cha<br />

de bugre, no Sul.<br />

Med. pop. ( Raiz e casca) - Contra a diarrhea, o rheumatismo,<br />

a gotta. os suores nocturnos dos tisicos.— Depurativa.—Contem<br />

os alcalóides: Cotoina e Paracotoina.<br />

Orn. - Planta muito ornamental, para jardins.<br />

COUVE — BRASSICA OLERACEA L. (Cruciferas.)<br />

— Origin. da Europa occidental e meridional.<br />

Alini. — Cultivam principalmente as couves verdes, as<br />

couves gallegas e a couve tronchuda; durante a estação<br />

secca pode se obter também pequenos repolhos, importando<br />

as sementes í c. Coração de boi e c. Joanet); a couve flor e<br />

a couve de Bruxellas desenvolvem-se mal e produzem pouco;<br />

o mesmo se dá <strong>com</strong> a couve-rabão ; a couve-nabo ( Brassica<br />

campestris L.) é de cultura mais fácil. #<br />

* COUVE da CHINA— BRASSICA CHINENSIS L.<br />

(Cruciferas).—Origin. do Extremo-Oriente.<br />

SYX.— Pé- 7sai. e a variedade inferior Pak-choï.<br />

c


138 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mm.— Legume excellente; cresce rapidamente ( 2 a 3<br />

); se <strong>com</strong>e cru, em salada, ou cozido, preparado de<br />

diversos modos.<br />

CRAVINA do CAMPO, amarclla — (Marajó) —SCHUL-<br />

THESIA STENO PH Y1X A M. ( Gentianaceas ).<br />

(Pl. h.-0,18 a 0,30).<br />

SYN.— Fel da tetra - Centaurelle (G. fr.).<br />

Loc.— Nos campos altos de Marajó e do Matapi. —<br />

Encontra-se no Pará e no Amazonas.<br />

Meã. pof).— Amarga, tónica e febrífuga.<br />

Orn.— Flores bastante vistosas.<br />

CRAVINA do CAMPO, cor dc rosa — (Marajó) —<br />

SCHULTHESIA BRACHYPTERA Cham. (Gentianaceas).<br />

Como a precedente.<br />

CRAVINHO — DIANTHUS CHINENS1S L. (Caryophyllaceas).<br />

SYN.— Cravo da China.<br />

Ont.- Flôr para jardins; dá-se bem e fructifica.<br />

CRAVO — DIANTHUS CARYOPH YLLUS L. (Caryophyllaceas).-<br />

Origin. da Europa meridional.<br />

Orn.— Flôr para jardins. — As variedades que se cultivam<br />

mais facilmente são o cravo Margarita e o cravo<br />

perpetuo.<br />

E' preciso importar as sementes.<br />

CRAVO de DEFUNTO — TAGETES PATULA L. e<br />

T. ERECTA L. (Compostas).—Origin. do Mexico.<br />

( Pl. h. de 0m. 60) —Toda a planta tem um cheiro forte,<br />

desagrada vel.<br />

Ora. - Flores amarellas, ás vezes maculadas de castanho.<br />

dobradas.—As do T. patula são pequenas, as do T.<br />

erecta são maiores, amarello vivo. ( Rose d'Inde, em Fr. ).<br />

M ed.— As raízes são laxativas.<br />

CRAVO do MAxTO — v. PAO CRAVO.—<br />

CRISTA de GALLO — CELOSIA CRISTATA Moq.<br />

(Amarantaceas).— Origin. da Índia.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 139<br />

Ont. — As flores, de cores variadas, são de bello effeito<br />

nos jardins. •<br />

Ali m. — N'a índia, as folhas e os renovos são usados<br />

<strong>com</strong>o legumes.<br />

CRISTA de GALLO — (Marajó) — v. BORRAGEM<br />

BRAVA.—<br />

CROTON— CODIAEUM VARIEGATUM L. ( Euphorbiaceas<br />

).— Ongin. da índia,<br />

(a. ou A. p.) — Cultivado.<br />

0/7.'.— Folhas de colorido variado, de effeito muito<br />

decorativo.<br />

CROTON do CAMPO — CROTON CHAMAEDRY-<br />

FOLIÜS Griseb. (Euphorbiaceas).<br />

(Pl. h.).— HAB.- Commum nos logares abandonados.<br />

CROCUS — CROCUS VERNUS.<br />

(Pl. h. bulbosa).<br />

Ont — Flôr para jardins.— Numerosas variedades.<br />

CRUZ de MALTA — JUSS1AEA PILOSA H, B.. K.<br />

( Onagraceas ).<br />

( Pl. h. ).— Loc.- Marajó.<br />

/mi.— Dos fructos prepara-se uma matéria corante<br />

amarella; por maceração, toda a planta dá tinta.<br />

CRUZEIRO—EUPATORIUM ODORATUM L.<br />

(Compostas).<br />

(a) —Loc.- Boa Vista, no R. Tapajoz.<br />

CUANBÚ — v. HERVA PICÀO.— i<br />

CUANDÙ — v. GUANDU.—<br />

CUAXINGUBA — v. CAXINGUBA.—<br />

ÇUBÍU —SOLANUM SESSILIFl^ORUM Dun (Solanac^as).<br />

( a. ) — Loc. - Pará e Amazonas.<br />

Alim. — Os fructos são bagas polposas; servem para<br />

fazer conservas e doces.<br />

o<br />

• • s


I<br />

140 A AMAZÔNIA BRASILEIRA _<br />

CUBÍU — v. FAO I)E CUBIU.—<br />

CUCÍJRA - v. MAPATY.—<br />

CUIA de MACACO - JUGASTRUM OBTECTUM<br />

Miers. (Lecythidaceas). .<br />

(A. p.)—SYN. - Pdo de macaco—Cmarana.<br />

HAB.—Commum nas cabeceiras cios lagos <strong>com</strong> aguas<br />

estagnadas.<br />

Loc.— R. Trombetas-Óbidos—Faro.<br />

CUIARANA — (Marajó e litoral) — v. CINZEIRO.—<br />

CUIARANA — v. CUIA de MACACO.—<br />

CUIARANA — (Santarém) — v. MIRINDIBA. (Buchenavia<br />

grandis).<br />

CUIEIRA — CRESCENTIA CÜJETE L. (Bignoniaceas).<br />

SYN.—Cuité.<br />

(A. p.)—Loc. - Cultivada em toda a Amazônia.<br />

In d. — Os fructos sAo globulosos, podendo attingir 25<br />

cm. de diâmetro.—Da casca, dura e resistente, fazem-se diversos<br />

utensilios domésticos (cuias).<br />

Med. pop. - A polpa dos fructos é purgativa; quando<br />

verde, misturada <strong>com</strong> assucar, usa-se internamente <strong>com</strong>o<br />

febrífuga e expectorante; quando madura é usada em cataplasmas<br />

<strong>com</strong>o emolliente.<br />

CUITE — V. CUIEIRA.—<br />

CUJUBA — (R. Tapajoz) — AC ACI A GLOMEROSA<br />

Benth. (Legum. mim.).<br />

CUJUMARY AYDENDRON CUJUMARY Meissn.<br />

(Lauraceas).<br />

(A.).<br />

Mad.-Madeira para construcções civis e navaes; marcenaria.<br />

o ~ — As artlbndoas silo aromaticas e oleaginosas,<br />

semelhantes ás de puthuri. - Casca e sementes excitantes,<br />

ato^a imesfina^ eStlVaS ' bÔaS -appetencia e


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 141<br />

CU JU MA R Y-R A NA — v. LOURO TAMANCO.—<br />

CUMA — v. SORVA PEQUENA.—<br />

CUMÀ-ASSÚ— v. SORVA GRANDE.—<br />

CUMÀ-CAÀ — ELCOMARHYZA AMYLACEA Barb.<br />

Rodr. (Asclepiadaceas).<br />

SYN. — Camacá.<br />

(Cip.)— Loc. -1. de Marajó — Manáos.<br />

Me d.—O sueco leitoso da planta é empregado <strong>com</strong><br />

successo para curar o pterygion (carne crescida, nos olhos);<br />

este succo e a fécula resinosa (cumacaina) extrahidos das<br />

raizes, deram resultado contra as ulceras dos paizes quentes<br />

(leishmanioses). — O principio activo é a El<strong>com</strong>arhysina<br />

(A. Matta) que tem uma acção destruidora sobre os tecidos<br />

de neo-formação.<br />

CUM AC A-1 — LOPHOSTOMA CALOPI1YLLOIDES<br />

Meissn (Thymelaceas).<br />

(Cipó grande).<br />

HAB.—Mattos pantanosos de Beiern e das Ilhas.<br />

CAR.—Notável pelos seus paniculos de flores brancas<br />

esverdeadas, muito odoríferas.<br />

Ind. — Os fructos contêm uma amêndoa oleaginosa —<br />

oleo: 34°/o do peso dos fructos, ou 53° o do peso das amêndoas<br />

seccas (56,õ°/o pelos solventes).<br />

Med. pop. — O cosimento das folhas contra as caspas<br />

e a queda do Cabello.<br />

CUMAHY— v. MOLONGÓ.—<br />

CUMANDÀ-ASSÙ — (Rio Negro) — CAMPSIANDRA<br />

LAU RI FOLIA Benth. (Legum.) v. ACAPU'- RANA —<br />

CUMANDATlÁ — LABLAD VULGARIS Pinson (Legum.<br />

pap.) = DOLICHOS LABLAD L.<br />

Origin. da Africa tropical.<br />

(PI. h. trepadeira). — Cultivada. #<br />

Ali/n. Vagens verdes e feijões maduros, <strong>com</strong>estíveis.<br />

CUMANDÀ-Y — (R. Tapajoz) —SECURIDACA VO-<br />

LUBILIS L. (Polygalaceas).<br />

c


(<br />

142 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CUMARU — COUMAROUNA ODORATA Aubl., =<br />

DI l TER IX ODORATA Willd. (Leg. dalb.).<br />

SYN. -Fève tonka e Gaiac em G. ir.-Cumbari (L. g.)<br />

—Muirapagé.<br />

Mad —Castanho amarellado escuro.--Compacta, muito<br />

dura, de cheiro agradavel de cumarina, diflicil de se trabalhar,<br />

imputrescivel; para ebanisteria, construcção naval,<br />

moitões, dormentes, carroçaria e eixos de moinhos.—D=l, 10.<br />

(A. g)-HAB. - Matta da T. f.—Em toda a Amazônia.<br />

Zn d.—As amêndoas (favas) dos fruetos têm um aroma<br />

delicioso e são utilisadas em perfumaria (Cumarina). — Extrahe<br />

se delias um oleo amarello claro, perfumado, que se<br />

altera rapidamente ao contacto do ar.-O frueto inteiro tem<br />

5-7 cm. de <strong>com</strong>prim.<br />

Med. — A tintura das favas é antispasmodica e tônica.<br />

—E' um moderador dos movimentos cardíacos.<br />

CUMARU FERRO — (R. Acre) — CO UM A ROUX A<br />

FERRE A Ducke (Leg. pap. dalb).<br />

(A. G.)-CAR.-AS amêndoas são parecidas <strong>com</strong> as do<br />

"Coumarouna odorata", mas inodoras e <strong>com</strong>estíveis.<br />

Mad.—Madeira muito dura.<br />

CUMARU — (Faro, Óbidos, R. Trombetas, Gurupá, E.<br />

do A mazonas — Mauhés) — CO UM A RO UN A PO L Y-<br />

PHYLLA. (Hub.) Ducke (Leg. dalb.) = DI PTE RYX<br />

POLYPHYLLA Hub.<br />

(A. g. ou A. G.).<br />

SYN\— Camar úrana da t. f. (Mauhés).<br />

CAR.— A copa cobre-se de llores de um bello roseo<br />

vivo.<br />

Mad.-O cerne é pardo escuro, pesado, duríssimo.<br />

Ind.— Fruetos menores: 4 cm. de <strong>com</strong>prim. inodoros.<br />

%<br />

(OWdos,Paro,R. Trombetas) — COUMA-<br />

# R T 0Ü NA ODORATA,<br />

(Leg. dalb.).<br />

var. TETRA PHYLLA Spruce r<br />

Mesmas propriedades que o Coumarouna odorata.<br />

CUMARU cie CHEIRO - TORRESIA...<br />

( Leg. pap. soph.).<br />

(A. g.).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 143<br />

SYN.— Imburana de cheiro.<br />

CAR.—Todas as partes tem cheiro de cumarina. •<br />

Mad.— Branco-pardo-roseo; para marcenaria. — D =<br />

0,62.— Manchada de vermelho ao contacto da agua e virando<br />

ao amarello avermelhado claro.<br />

CUMARÚ-RANA — T A R A LEA O P P O SITIFO LI A<br />

Aubl. = DIPTERYX OPPOSITIFOLIA Willd. - (Leg. pap.<br />

gal.).<br />

SYN.— Tarale ou St. Martin gris, da G. fr.<br />

( A. g. ou m.). — Hab.- Nos igapós.<br />

Loc. - Estuário — M. rio Tapajoz — R. Xingu — Bragança<br />

— A. Amazonas.<br />

CAR.—Flores em bellos paniculos roxos, de cheiro<br />

agradavel que se espalha longe.<br />

Mad.— Brancoamarellado, dura, pesada e <strong>com</strong>pacta.<br />

Ind.-O fructo é uma fava grande, dehiscente; as<br />

amêndoas sAo inodoras, oleaginosas; o oleo é verde amarello<br />

escuro.<br />

CUMARÚ-RANA — ? (Rosaceas).<br />

SYN. - Castanha de a ata — Castanha de macaco—Coco<br />

de cotia - Coquiüo.<br />

Duas qualidades: a mais interessante provém do Alto-<br />

Amazonas; os íructos, ovoides alongados, tem 9 a 10 cm./<br />

5 a 6 cm. — e encerram uma grossa amêndoa branca que<br />

dá60°/ode oleo incolor, brilhante, inodoro.—No B. Amazonas,<br />

ha uma variedade menor, de 6 a 7 cm./4 cm.<br />

CUMARÚ-RANA — (R. Acro) — v. MUIRAJUBA.—<br />

CUMARÚ-RANA da V ARZE A (Óbidos) — v. ANDIRÁ-<br />

UCHY.—<br />

CUMARU de RATO — (E. de Ferro de Bragança) —<br />

AMPHIODON EFFUSUS Hub.- í Leg. pap. gal. ).<br />

A. P.)-HAB.- Matta da T. f.<br />

^oc.— Bragança — Santarém - R. Xingu — Itaituba —<br />

Cuminá-mirim.<br />

Mad. — Cor de laranja viva, teciil^» fino.<br />

• CUM ATE — (Serra de Paranaquára) — MAÇAI REA<br />

VISCOSA Ducke (Melastomaceas ).<br />

(A. p.) —HAB.- Em terrenos frescos.<br />

ê


144 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad.- Ruivo-violaceo. — Muito dura.<br />

» Ind.— A casca dá tinta preta.<br />

0,,L— Arvore de ornamento, para parques.<br />

CUMATE — (Manáos) — MYRCIA ATR A MENTI-<br />

FERA Barb. Rodr. (Myrtaceas).<br />

(A. m.) —Loc.- Manáos - B. Amazonas.<br />

Mad.— Escura, rija.<br />

Ind.— Com a casca prepara-se uma tinta roxo-escuro,<br />

virando ao preto pelo ammoniaco, solida, servindo de mordante<br />

para tingir as cuias <strong>com</strong> urucü, carajurú,<br />

ou simplesmente em preto brilhante.— A tinta extrahida<br />

da casca ó muito vizinha da do "cacluí" (do Acacia catechú,<br />

da índia), bastante empregada na tinturaria (A. Callier<br />

-M. C. R- 1930).<br />

CUMATÊ— (Faro) — v. ACHUÁ.—<br />

CUMATE — (Gurupá) — M ACA IR E A G L A B R ES-<br />

CENS Pilg. (Melastomaceas).<br />

(A. p.)—Loc.- Nos campos de Faro — em Gurupá —<br />

Manáos.<br />

Mad.— Vermelho-castanho-violaceo.— Grão íino, dureza<br />

media, trabalhando-se bem.— D = 0,90.<br />

Ind.— A casca dá tinta preta.<br />

CUMATERANA — (R. Tapajoz) — MYRCIA sp<br />

(Myrtaceas).<br />

CUNABI — ICHTHYOTHERA CUNABI Mart. (Compostas<br />

).<br />

(PI- h. >7 Loc.- Campos firmes do B. Amazonas.<br />

CAR.—Toda a planta tem um cheiro forte e désagradavel.—<br />

Toxica (Dr. J. B. de Lacerda ). —Serve para "tinguijar<br />

o peixe.<br />

CUMEEIRA — (Santarém) — v. ARAPARY da TERRA<br />

I' III ME.—<br />

CUMINHO BRAVO — PECTIS ELONGATA H. ft. K.<br />

( Compostas ).<br />

Loc.— Nos campos de Marajó — Prainha.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 145<br />

CUNURY — OUNURIA SPRUCEANA Baill. (Euphorbiaceas).<br />

•<br />

(A. G.) — Loc.- No alto R. Negro.<br />

CAR.— Enormes sapupemas.<br />

Alim.— Os fruetos sào parecidos <strong>com</strong> os da seringueira;<br />

as amêndoas são amargas e tidas <strong>com</strong>o venenosas;<br />

cs Índios as <strong>com</strong>em cozidas (A. Ducke).<br />

CUPAUBA — (Furos) — v. COPAIIYBA.<br />

CUPIUBA — GOUP1A GLABRA Aubl. (Celastraceas).<br />

(A. g.)—HAB. - Matta da T. f. em terreno arenoso.<br />

Loc. —Bolem - Gurupá — B. Amazonas.<br />

\lcid—Vermelho - castanho claro — dureza media, muito<br />

fácil de se trabalhar; exhala um cheiro desagradavel de<br />

cupim * principalmente quando molhada — Marcenaria, dormentes.<br />

D = 0,88.<br />

CUPUAHY — THEOBROMA SUBINCANÜM M.<br />

(Sterculiaceas).<br />

HAB. — Frequente em toda a Amazônia, na T. f. húmida.<br />

(A. p.) — Alim. - Fructo de lOcm./ócm.; serve para<br />

doces e <strong>com</strong>potas <strong>com</strong>o o cupú-assú, mas sem perfume—Sementes<br />

<strong>com</strong>estíveis, inferiores ás do cacáo.<br />

CUPÚ-ASSÚ — THEOBROMA GRANDIFLORUM<br />

(Spreng.) Schum. (Sterculiaceas).<br />

(A. p.)—HAB. - Matta da T. f.<br />

Loc.—M. R. Tapajóz—R. Xingu—Alcobaça-B. Amazonas—Bragança—Ourem—Alto<br />

R. Anapú (muito abundante<br />

e variedade de fruetos muito grandes).<br />

Ind. — As sementes dão 48 %> de gordura branca analoga<br />

á manteiga de cacáo.<br />

Alim.—Fruetos ellipticos grandes (24/12 cm.), pesando<br />

de 1 a 1,5 kgr. — Casca dura, lenhosa, de côr castanho<br />

escuro. A polpa que envolve as sementes é abundante e<br />

exhala, quando madura, um aroma agradavel; serve para<br />

preparar deliciosos refrescos, sorvetes,# <strong>com</strong>pota — Com as<br />

sementes pode-se fazer chocolate.<br />

CUPU-ASSÜ —(Alto Amazonas brasileiro)—v. CACAO<br />

do PERU'.


\<br />

14(J A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

CUPU-ASSÚ-RANA ou CUPU-RANA — (Estuário) —<br />

MTTISIA PARAENSIS Hub. (Bombaceas).<br />

(A. p.) - Loc.- Ilhas de Breves até Gurupá.<br />

— Fructo de mais de 0m.20 de <strong>com</strong>pr.<br />

friãd.— Branca e molle; para pasta de cellulose.<br />

íud. — \ casca dá uma fibra muito resistente, para<br />

cordoaria. O fructo, não <strong>com</strong>estível, contem numerosas sementes<br />

envoltas numa espessa camada lanuginosa de libras<br />

curtas e moiles; estas amêndoas dão 24,6 %> de um oleo<br />

amarello viscoso que somente se solidilica a uma temperatura<br />

inferior a ( — 15°).<br />

CUPU-ASSU-RANA — (Alto Amazonas) — MATISIA<br />

LASIOCALYX Schum. (Bombaceas).<br />

CUPUDA — v. COPUDA.—<br />

CURACY — (Manáos) — v. RABO DE ARARA.-<br />

(Belem).<br />

CURARE — v. URARI.—<br />

CURAUA — ANANASSA (Bromeliaceas).<br />

(PI. h.) -Matta de T. f., em terreno arenoso.<br />

CAR.-16-25 Folhas estreitas (4 5 cm.), longas de 2m.,<br />

sem espinhos lateraes.<br />

Ind. — Por maceração ou raspagem, extrahem-se das<br />

folhas fibras brancas, <strong>com</strong>pridas, de uma resistencia extraordinana.<br />

usadas, no interior, para a fabricação de cordas<br />

para redes e para arcos<br />

Mim.—O fructo é um pequeno ananaz (8 cm /5,5 cm.),<br />

amarello quando maduro — Na ponta do fructo, e não na<br />

base, os filhos em numero de 20-25, formam um volumoso<br />

bouquet.<br />

CURCUMA-CURCUMA TINCTORIA Gubi. Uingiberaceas).—Origin,<br />

da Asia Meridional.<br />

(* n. )•


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 147<br />

Ind.— A raiz (rhizoma) dá tinta amarella própria para<br />

tingir productos de alimentação, vernizes, papel. — Serve<br />

<strong>com</strong>o reactivo dos alcalis.<br />

CURICIUBA = CURUCIUBA — ?<br />

Loc.— Santarém — Mauhés.<br />

Mad.— Dura, vermelha <strong>com</strong>o a da muirapiranga.<br />

CURIMBO da MAITA— v. CIPO CURIMBO.—<br />

CURUMI — (Pará) — MUNTINGIA CALABURA L.<br />

( Tiliaceas).<br />

( A. m.).<br />

SYN. — PdO de seda — Calabura (A. Amazonas) -r-Jtois<br />

ramier (G. fr.).<br />

HAB.— Varzea do Amazonas e terrenos argillosos elevados.<br />

Mad.— Bôa para tanoaria.—Muito leve.<br />

hid. Liber para cordas: fibras sedosas.<br />

Mim.— Fructos <strong>com</strong>estíveis (bagos vermelhos).<br />

Med. pop.— Flores antispasmodicas.<br />

CURUPIRA — COUEPIA (Rosaceas).<br />

Loc. — Teffé.<br />

In d. — Fructos piriformes, de 6/4 cm., côr castanhoavermelhado<br />

escuro; encerram, numa casca lenhosa, uma<br />

grossa amêndoa oleaginosa que dá 61 °/o de um oleo muito<br />

espesso, viscoso, de côr amarelloavermelhado.<br />

CURUPITA— v. MURUPITA.—<br />

CURURU — (Óbidos) — CYLINDROSPERMA . .ANO-<br />

M A LU M (Muell. Arg.) Ducke (Apoc$*naceas).<br />

• (A. P.). ;<br />

HAB.— Matta da varzea inundada. ,<br />

Loc. — W. do E. do Pará, e até o R. Negro. i,.<br />

)


148 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Tnd __ As vergonteas, direitas e <strong>com</strong>pridas, descascando-^<br />

facilmente quando colhidas ha pouco, fendendo se <strong>com</strong><br />

regularidade e sem esforço, flexíveis, fortes, sao empregadas<br />

para fazer caniços de pescar e mesmo arcos para creanças.<br />

CURURÚ— v. CIPÓ CURURÚ.<br />

CURURÚ — (Faro) — v. POROROCA.—<br />

CÜRURU-APÈ— V. TIMBO CIPO —<br />

CUTIMANDIOCA — v. COPUDA.—<br />

CUTI MANDIOCA — LICANIA PARINARIOIDES<br />

Hub. (Rosaceas).<br />

(A. m.)—HAB. - Matta de V.-No alto R. Capim.<br />

CAR.—Copa escura; folhas largas.<br />

CUTITI, ou CUTITEIRO— v. CUTITIRIBÂ.—<br />

CUTITIRIBÀ — LUCUMA RI VICO A Gaertn. (Sapotaceas).<br />

SYN.—Cutiti—Cainilo ou jaune d'oeuf\ na G. fr.<br />

(A. g. ou m.)—HAB. - Nas mattas das restingas argillosas<br />

altas das varzeas do R. Amazonas.<br />

CAR.—Arvore muito frondosa.<br />

Mad— Para construcção, carpintaria, marcenaria. (Côr<br />

amarellada).<br />

Alim.—Fructos de côr verde, <strong>com</strong>estíveis; a massa interna<br />

parece se <strong>com</strong> gemma de ovo, é adocicada, saborosa,<br />

de cheiro forte.<br />

Med. pop. — Casca antidysenterica — A casca e as sementes,<br />

raladas e postas <strong>com</strong> agua morna ou leite num<br />

pouco de algodão, contra as otites.<br />

rPnrY»»!*^


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 149<br />

CUTITIRIBA-RANA — v. ABIU-RANA GRANDE.—<br />

C UTI UB A— ( Monte Alegre ) — v. SAPUPIRA do<br />

CAMPO.—<br />

CUTIUBA— (S. Caetano de Odivellas, Beiern) — QUA-<br />

LEA PARAE.MSIS Ducke (Vochysiaceas).<br />

(A. m.»—HAB. - Matta da T. f.<br />

SYx.—Quaruba (Gurupá).<br />

Mild. —V ermelho-pardo.<br />

CYCAS —CYCAS CIRCINALIS L. (Cycadaceas).-<br />

Origin. das Molucas e Ceylão.<br />

SYN.— Sagú das Molucas.<br />

Alim.— Os cycas contem na medula dos troncos uma<br />

fécula analoga ao Sagú (da Malasia), mas de qualidade um<br />

pouco inferior.<br />

Med.—As sementes contem um glucoside toxico a l\ikoina<br />

(Dongen—1903).<br />

O/'//.—Planta de ornamento, cultivada nos jardins.<br />

»


150


D<br />

DAHLIA —DAHLIA VARIA BÍLIS W. Desf. (Compostas<br />

) — Origin. do Mexico.<br />

(Pl. h.).<br />

Orn.— Flôr para jardins; numerosas variedades; perfeitamente<br />

acclimada.<br />

DAMIANA. — TU RN ER A DIFFUSA Willd. (Turneraceas).<br />

(a).— Med. pop.- Aromatica, cheiro e sabor de camphora;<br />

estimulante, tonico nervoso, aphrodisiaco, diurético.<br />

DEDOS de BRANCO — ALSTROEMERIA A M AZ O-<br />

N1C A Ducke ( Amaryliidaceas).<br />

(PI. h. ) —Loc.- R. Branco de Óbidos — R. Ariramba<br />

( R. Trombetas ).<br />

Oui.— As flores, de cor vermelho esverdeado, formam<br />

uma coroa na extremidade de uma haste <strong>com</strong>prida.<br />

DEDAL — v. PACARI. —<br />

DIAMBA — v. LIAMBA. —<br />

# DIAMBARANA — ( R. Tapajoz ) — COUT O U B EA<br />

R AM O S A Aublet ( Gentianaceas).<br />

( a ) — H AH.- Nas margens dos igarapés.<br />

Loc.— R. Tapajóz.<br />

ê


152 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR.— Flores purpurinas; toda a planta É muito amarga.<br />

- Med pop.— \3sada nas doenças do estomago e contra<br />

os vermes.<br />

DIRIJO v. LIAMBA. —<br />

DOURADINHA - (Marajó) — LIN DER NI A CRUS-<br />

TÁCEAS F. v. Mull. (Scrophulariaceas), = VAN-<br />

DELIA CRUSTACEA Benth.<br />

e LIN DER NI A DIFFUSA Wittst., = VANDE-<br />

LIA DIFFUSA L.<br />

SYx.—Douradinha do campo (C. do Matapi)— Orelha<br />

de rato — Papa terra — Mata ca nua ( Bahia).<br />

CAR. e HAB.—Hervas pequenas, rasteiras, do campo<br />

e logares abertos. Flores azues.— Em campos argillosos<br />

seccos.<br />

Med. pop.— Diuréticas, purgativas, emeticas, emmenagogas<br />

e antibiliosas (as folhas). — Em alta dose são venenosas.—<br />

Perigosas para o gado, principalmente para os<br />

carneiros.<br />

DOURADINHA FALSA — BYRSONIMA VERBAS-<br />

Cl FOLIA Rich. (Malpighiaceas).—v. MURUCY.—<br />

DURÀCA — ?<br />

CAR.— Uma das arvores mais altas das mattas do R.<br />

Negro ( S. Gabriel).<br />

Mad.- - Avermelhada, lembrando a da maparajuba (Inf.<br />

F J<br />

A. Ducke, 1932).


E<br />

EMBAÚBA — v. IIUBAUBA. —<br />

E M BIR AT A N H A — v. BOLOTEIRO. —<br />

EMBIRA ou ENVIRA ou ENV1REIRA —Nome generico<br />

dado ás arvores cuja parte interna da casca é fibrosa e<br />

utilisada para cordas e ligaduras.<br />

ENVIRA - (Beiern) — v. TACACAZEIRO. (Sterculia<br />

pruriens).<br />

ENVIRA — (Marajó) — v. MUTAMBA ( Guazuma ulmifolia).<br />

ENVIRA - (Marajó) — v. UACIMA da PRAIA (Hibiscus<br />

tiliaceus).<br />

ENVIRA — (R. Cuminá mirim) — v. ARATICU do<br />

Matto (Anona longifolia).<br />

ENVIRA —(E. de F. de Bragança, R. Cuminá - mirim)<br />

-ANAXAGOREA PHAEOCARPA Mart. (Anonaceas.)<br />

ENVIRA - ( Faro ) -- XYLOPf V BRASILIENSIS<br />

Sprdfig. (Anonaceas).<br />

SY.W—Inibira -Pindahiba de folha pequena.<br />

Mad.—Leve e duradoura, para jangadas.


J54 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

Ind — Dá bôas fibras para cordoaria.<br />

Mim.-Os fructos são aromáticos e podem servir de<br />

condimento em vez de pimenta (to reino.<br />

Med. pop. — Sementes carminativas.<br />

EKVIRA - (Furos) - GUATTERIA OUREGOÜ<br />

(Aubl.) Dunel. (Anonaceas).<br />

(A. g)—SYN. - Ott regou (G. fr.).<br />

CAR.-AS folhas e os fructos tem um sabor picante e<br />

um pouco aromatico.<br />

Mad.-Alvacenta, dura e <strong>com</strong>pacta, ligeiramente aromatica.<br />

Ind- Dá fibras e estopa.<br />

ENVIRA — ROLLINIA, div. esp<br />

(Anonaceas).<br />

ENVIRA — XYLOPIA BENTHAMI Rob. Frics.<br />

( Anonaceas >.<br />

( A. da T. f.).<br />

Loc.— Faro.<br />

ENVIRA — XYLOPIA FRUTESCENS Aubl. (Anonaceas<br />

).<br />

SVN.— Pindahiba - Pindduba— Jejerecú — Pimenta de<br />

gentio.<br />

(A. m.) — Loc.- Rio de Faro.<br />

Mad.— Alvacenta.<br />

Ind.— A casca dá fibras para cordoaria e estopa.<br />

Mim.—Os fructos podem substituir a pimenta do reino:<br />

as sementes são picantes e aromaticas.<br />

Med. pop.— As sementes são carminativas; a casca é<br />

picante e aromatica.— Os fructos substituem o cubeba\ as<br />

capsulas encarnadas tem um gosto acre, picante, c cheiro<br />

de terebenthina.<br />

VNRMRFA.AMARGOSA -


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 155<br />

HAB.— Nas capoeiras (Óbidos, Faro).<br />

Ind.— Madeira própria para fabricação do papel; "rendimento<br />

em cellulose 41,8 %> (A. Bastos— M. C. P. ).<br />

Alini. — Os fructos podem substituir a pimenta do reino,<br />

<strong>com</strong>o condimento.<br />

.!/


c<br />

156 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

ENVIREIRA do CAMPO — v. AÇOITA CAVALLO. -<br />

ENXERTO, ou ENXERTO de PASSARINHO — v.<br />

HERVA de PASSARINHO. —<br />

ESCADA de JABOTY — BAUHINIA SPLENDENS<br />

H. B. K. (Leg. m | • a * » / I / .<br />

SYN. — Cipó de jcibotx — Cipo escada (Cearenses) —<br />

Matd-matd (Marajó)— Cipó florão-Cipó unha de boi.<br />

(Cip.)-RIAB. -Matta e capoeira de T. f.<br />

E' a especie mais frequente — Caule achatado e <strong>com</strong><br />

curvas alternadas dando o aspecto de uma escada.<br />

Loc.— Beiern -E. de F. de Br.—R. Tocantins—Santarém—R.<br />

Tapaioz—Óbidos - Faro.<br />

Mad. — O lenho dos caules velhos e grossos é escuro,<br />

duro, apresentando, nos cortes transversaes, veias e rosetas<br />

de lindo effeito; utilisado para fabricar diversos objectos<br />

curiosos (caixas, bandejas, etc.).<br />

ESCADA de JABOTY — B A U HINIA R ü TIL A X S<br />

Benth. (Leg. caesalp.).<br />

(Cipó da T. f.).<br />

Loc.—E. de F. de Br.—Beiern—Gurupá—M. R. Xingu.<br />

ESCOVA de MACACO — COMBRETUM AUBLETII<br />

DC. (Combretaceas).<br />

(Cipó) —Loc.- Nas margens do Amazonas—Almeirim.<br />

CAK.— Magnificas llores vermelhas.<br />

ESCOVA de MACACO — v. PENTE de MACACO. —<br />

ESPADANA - (Marajó)-SAGITTARIA ACUTIFO-<br />

L1A L. t. ( Alismaceas).<br />

( PI. h.) —HAB.- NOS alagados atolantcs.<br />

A/nu. a nun. - Os cavai los <strong>com</strong>em as llores.<br />

ESPADEIRA - (R. Mapuera) - EPERUA FALCATA<br />

.\ubl. (Leg. caesalp.).— v. APA'.<br />

ESPELINA FALSA — CLITORIA GUIANEÜSIS<br />

Benth. (Leg. pap. )<br />

(PI - h > Alim. anim.' Forragem procurada principalmente<br />

pelo gado equino, mas suspeita depois da florescência.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 157<br />

Med. pof).—Raiz e sementes consideradas <strong>com</strong>o cathartico<br />

muito util nos cystites e urethrites.<br />

ESPADEIRA— (Faro)-EPERUA BIJUGA Benth.<br />

A<br />

( Leg. caesalp.). — v. IPE.<br />

Loc.— Faro — nas Ilhas — Manáos.<br />

ESPERA PRIMEIRO — (Óbidos) — OUROUPAR1A<br />

GÜIANENSIS Aubl. (Rubiaceas).<br />

SYN.—Jupindâ ( Marajó ).<br />

(Cip.)—HAB.- Commum na várzea do Amazonas e<br />

logares de solo argilloso e temporariamente inundados.<br />

CAR.—Tem ganchos em forma de unhas, de ponta acerada.<br />

Alim.— O caule dá agua potável.<br />

ESPIGA de SANGUE — H E L O SIS GÜIANENSIS<br />

Rieh. (Balanophoraceas).<br />

Planta parasita das raizes de diversas arvoras (Imbaubeiras).<br />

CAR.—Succo adstringente e stiptico; flores vermelhas,<br />

pequenas.<br />

Alim. anim — Pedunculos. procurados pelas cotias.<br />

ESPINAFRE de CAYENNA ou da GOYANA— (Amazonas<br />

)- PHYTOLACCA OCTANDRA L. (Phytolaccaceas).<br />

(a. — até 3m.) — Cosmopolita. — Invasora das plantações.<br />

Alim.— As folhas são <strong>com</strong>estíveis.<br />

Med. pop.— O succo da raiz e dos fructos verdes é<br />

purgativo.<br />

ESPINHEIRO PRETO — (Mte Alegre) — v. PARICA<br />

BRANCO<br />

. ESPINHO de AGULHA — A C A NTHOS PE R M U M<br />

XANTI 1 ION )HS DC. (Compostas).<br />

Loc. —Tesos de Maguary (Marajó).<br />

Med. pop.— Folhas e raizes amargas e tónicas.


ias A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

ESPONJA do MATTO - BOTRYTIS FOMENTARIA<br />

Mart. (Fungos). , . ,<br />

Svx - Isco do moto — Tabaco de judeu.<br />

Loc-Cabec. do Sellé (L. gr. de \ illafrança).<br />

CAR—Cogumelo em forma de grande esponja arredondada<br />

de eôr castanho-pardo, muito leve, de tacto macio,<br />

liso.— Attinge 12 a 15 cm. de diâmetro, pesando uma de<br />

11 cm. somente 10 gr.<br />

ESPONJEIRA - (Pará) -ACACIA FARNESIAXA<br />

Willd. (Leg. mim.).<br />

( A. m.) — Cultivada.<br />

Svx.—Coronha (dos Cearenses) — Cassier ( Fr.).<br />

Mad.— Amarellada, própria para segeria, construcçào<br />

civil.<br />

Ind.— A casca dá tannino.—Os fructos dão mutilagem<br />

emolliente. — Das flores extrahe-se oleo essencial para<br />

a perfumaria.— Da casca exsuda gomma.<br />

ESPONJEIRA — (Mte. Alegre) - PITHECOLOBIUM<br />

ACACIOIDES Ducke. (Leg. mim.).<br />

S\s.—Arapiraca (R. Tapajoz)—Jurema branca (Vizeu<br />

e Mte. Alegre)—Arvore de macaco.'<br />

(A. m.) — Matta de T. f., nos pontos mais seccos<br />

do Estado e de verão mais rigoroso, visinhos de campos<br />

arenosos.<br />

Loc. — Bragança—Vizeu — Mte. Alegre — Almeirim-<br />

Santarem-Óbidos.<br />

CAR.-Arvore espinhenta, de copa disposta em umbella<br />

grande, sem folhas no verão.<br />

Mad. Para carpintaria e marcenaria.<br />

Med.—Casca adstringente.<br />

Alim. anim.-Os macacos procuram muito os fructos.<br />

ESPONJEIRA - (Almeirim) — v. PARICA de ESPON<br />

JAS —<br />

lanacea S sT RAM n? 10 7 D ; V ?URA STRAMONIUM L.#.Solanaceas).<br />

-— Origin, da Asia.<br />

t| 1. h.)—Cultivada.<br />

SYx.-ligueira do inferno.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 159<br />

Med.-Toxica- Narcótica cm dose pequena; acção semelhante<br />

á da bdladona Preconisada contra o asthma a<br />

coqueluche, a epilepsia, as nevralgias e o rheumatismo.<br />

Contem os alcalóide: Hyoscyamina, d a tu ri na e scopo-<br />

Ia mind.<br />

ESTRELLA —RANDIA FORMOSA (Jacq.) Schum.<br />

(Rubiaceas).<br />

SYN.—Açucena,<br />

(a.)—Loc. - Margens do R. Branco de Óbidos — M. R.<br />

Tapaioz.<br />

CAR.—Flores brancas perfumadas.<br />

ESTRELLA do NORTE. — E U C H A RIS GR A N DI -<br />

FLORA Planch. (Amaryllidaceas).-Indígena (E. do Pará).<br />

(PI. bulbosa)—Orn. - Grandes flores brancas, aromaticas,<br />

em umbellas de 36 flores.—Muito ornamental; cultivada<br />

na Europa.<br />

EUCALYPTUS — EUCALYPTUS esp. div. (Myrtaceas).<br />

— Origin, da Australia.<br />

As especies E. GLOBULUS Labill. e E. CITRIODO-<br />

RA Hook podem ser cultivadas nos jardins, na Amazonia,<br />

mas não adquirem grande desenvolvimento.<br />

Med.—As folhas do E. GLOBULUS são usadas em<br />

infusões e tintura nas febres intermittentes, bronchites, e<br />

<strong>com</strong>o antiseptico do intestino.<br />

EUPHORBIAS — EUPHORBIA esp. div<br />

(Euphorbiaceas).<br />

EUPHORBIA PULCHERRIMA Willd., = POIN-<br />

S ET TI A PULCHERRIMA Grah.—Origin, do Mexico.<br />

( a.) — Orn.— Notável pelas suas largas bracteas escarlates.<br />

EUPHORBIA TIRUCALLI L. - Origin, da Africa<br />

ou da índia, cultivada na Amazonia.<br />

SYN. - Arvore de S. Sebastião.<br />

( a.) — CAR.—Tem o aspecto cie um pé de coral <strong>com</strong>posto<br />

de pequenas varinhas verdes<br />

Med — Latex branco, cáustico, purgativo e antisyphilitico,<br />

mas venenoso. #<br />

• Orn.— Arbusto elegante.


F<br />

FAGUEIRO - (Óbidos) — LONCHOCARPUS SPRU-<br />

CEANUS Benth. (Leg. pap. daib.).<br />

Svx. — Aquíquy (R. Tapajóz).<br />

(A. m. ou p. ) — HAB.- Em capoeiras e beira de campos.<br />

Loc.— Belem — Santarém — R. Tocantins — Óbidos.<br />

Mad. Branco-roseo-amarello claro. — Para marcenaria<br />

- D = 0.98.<br />

Orn — Flores róseas abundantes.<br />

FACHEIRO — XYLOPIA LIGUSTRIFOLIA Dunal<br />

í Anonaceas).<br />

(A. g.)—Loc.- R. Tapajóz (Bôa Vista).<br />

bui. — A madeira ú preferida para fazer fachos.<br />

FAIA — v. LOURO FAIA. —<br />

FALSA ESPELINA — CLITORIA GUIANENSIS<br />

Benth. ( Leg. pap.).<br />

Herva volúvel, de campos altos.<br />

Loc.— Mazagilo — Monte Alegre.<br />

Med. pop. — Raiz diurética; a infusão 6 empregada<br />

contra as cystites e urethrites.— Usam-se as sementes em<br />

pó <strong>com</strong>o purgativo.<br />

FANFAN - ( Marajó) — HIBISCUS BIFURCATUS<br />

Cav. (Malvaceas).


(<br />

162 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

(a de 1 a 2 m. <strong>com</strong> longos galhos escandentes).<br />

f 3v'x _ \l


ARVORES E PLAnTAS LJTEIS 163<br />

Ind. — As amêndoas dão 50%> de oleo avermelhado,<br />

<strong>com</strong>estível. •<br />

Alim.—As amêndoas são <strong>com</strong>estíveis, mas ligeiramente<br />

amargas.—A safra é de fevereiro a julho.<br />

FAVA de BEZOURO — CASSIA XINGUENSIS<br />

Ducke (Leg. caesalp.).<br />

(A. p.)—HAB. - \*as capoeiras, em terrenos argillosos.<br />

Loc.—M. R. Xingu-M. R. Tapajoz.<br />

Mad.—Branca e molle.<br />

FAVA de S. IGNACIO FALSA— v. PACAPIA. —<br />

FAVEIRA- (R. Tocantins) — v. VISGUEIRO.—<br />

FA VEIRA — (Alcobaça) — v. PARICÀ (Schizolobium<br />

amazonicum).<br />

FAVEIRA - (Belem) — VATAIREA PARAENSIS<br />

Ducke (Leg. pap. dalb.).<br />

(A. g.)—HAB. - Matta da T. f.—Pouco frequente.<br />

FAVEIRA — (Cach. do R. Tapajóz) — v. ARAPARY<br />

da V ARZE A. —<br />

FAVEIRA — (R. Tapajóz) — v. ANGELIM FALSO. —<br />

FAVEIRA AMARELLA — v. FAVEIRA GRANDE do<br />

IGAPO' —<br />

FAVEIRA — (Óbidos) — P1THECOLOBIUM CORYM-<br />

BOSUM (Rich.) Benth. (Leg. mim.).<br />

FAVEIRA (Rio Tapajoz) — VATAIREA ERYTHRO-<br />

CA RPA Ducke (Leg. caesalp.) = TIPUANA ERYTHkO-<br />

CARPA Ducke.<br />

(A. g.) — HAB. - Na matta virgem da T. f. alta.<br />

" Loc. - Rio Tapajoz.<br />

Mad— Castanho, <strong>com</strong> vasos apparentes de um amareilo<br />

vivo, de grão muito grosseiro, dura e nodosa.—D = 1,10.


164 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

*<br />

FAVEIRA de EMPIGEM - (Belem, Estuário) - v.<br />

FAVEIRA GRANDE do IGAPO. —<br />

FAVEIRA BRANCA - (Rio Tapajóz) — v. VISGUEIRO<br />

(Parkia ingens.).<br />

FAVEIRA GRANDE do IGAPO — V AT AIR EA GUI-<br />

ANENSIS Aubl. (Leg. pap. dalb.). .<br />

Svx.-Fava de empigem (Belem) — Dartrier, ou Bois<br />

à dartres, da G. fr. — Faveira amareUa (Ilhas de Breves).<br />

(A. m. ou g.)—HAB.-Em todo o Estado, nas margens<br />

dos rios e nos igapós.—Muito frequente.<br />

Loc. — Gurupá — Belem -Ilhas-Almeirim —R. Xingú-<br />

M. Tapajoz — Cuminá— L. de Adauacá — E. do Amazonas.<br />

Mad. — Côr castanho claro, <strong>com</strong> estrias amarellas,<br />

para construcçAo civil, marcenaria; é resistente, mas de<br />

textura grosseira.-D = 0,80.<br />

Ind.— Por incisão da casca, obtem-se uma gomma vermelho-escuro,<br />

pouco solúvel nagua, adocicada e adstringente.<br />

Med.— As sementes piladas <strong>com</strong> banha, ou vinagre,<br />

constituem uma pomada usada para curar empigens; o<br />

succo acre do fructo emprega-se contra as ephelides.<br />

FAVEIRA do IGAPO — ( R. Tapajóz) — C RU DI A<br />

AMAZÔNICA Benth. (Legum. caesalp.).<br />

HAB.—Nas margens arenosas de alguns rios e lagos.<br />

Loc.—Almeirim — Santarém — Óbidos — B. rio Trombetas.<br />

t i p I R A do MATTO - PIT H ECO LO BIU M MUL-<br />

TIFLORUM Benth. (Leg. mim.).<br />

Loc.-Nos E. do Amazonas e do Pará—Nas varzeas<br />

dos grandes rios — Faro — Óbidos — Mte. Alegre.<br />

, r I>ara construcçAo civil, carpintaria, marcenaria<br />

e para lenha.<br />

Med. pop.— Cí^ca adstringente. — Passa por toxica (?)<br />

M \ \ w r n P S QlJENA DA T F - — CL1TORIA HOFF-<br />

MANSEGGII Benth. (Leg. pap.).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 165<br />

( A. p.)— HAB.- Nas capoeiras velhas, em terrenos argillosos.<br />

•<br />

Loc.—K. Tocantins Almeirim — Mte. Alegre —Alemquer<br />

- Faro - E. do Amazonas.<br />

FA VEIRA PEQUENA da V. — CLITO RI A AMAZO-<br />

NUM (Mart.) Benth. (Leg. pap.).<br />

(a. g.)—HAB.- Commum nas margens dos rios e lagos.<br />

Loc.— B. rio Tapajoz — B. rio Trombetas — Faro.<br />

Mad.— Castanho avermelhado, de grão regular, fácil<br />

a trabalhar.<br />

FA VEIRA de ROSCA - (Óbidos) — ENTEROLOBIUM<br />

SCHOMBURGKII Benth. (Leg. mim.).<br />

Svx. — Timbô-rana, ou Timbô da malta ou Timbauba<br />

(Belem) — Acacia fraiic, ou poiricr — ( G. fr.).<br />

( A. G.) — HAB.- Matta da T. f.-- Frequente nos solos<br />

arenosos.<br />

CAR.—Favas pequenas, enroscadas.<br />

Mad.— Castanhoclaro —dureza media, fibrosa. -- Para<br />

construcçüo civil e naval, marcenaria, dormentes. D = 0,


(<br />

190 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

FEDEGOSO - (Óbidos) — v. CRISTA dc GALLO.<br />

(Marajó).—<br />

FEIJÃO - PHASEOLUS VULGARIS L. (Leg. pap.)<br />

—De Origem sul-americana. E' o feijão <strong>com</strong>mum.<br />

PHASEOLUS LUNATUS L., ou feijão de Lima, de<br />

origem americana. _ „„„,<br />

PHASEOLUS MULTIFLORUS Willd. - Chamado<br />

vulgarmente fava; sementes brancas ou pintadas de castanho<br />

escuro.<br />

DOLICHOS e VIGNA, numerosas variedades, de origem<br />

asiatica ou sul-americana.<br />

Alim.—Cultivam-se todo o anno.<br />

FEIJÃO BRAVO — CENTROSEMA BRASILIANUM<br />

(L) Benth. (Leg. pap phas.).<br />

(Cipó) — CAR. - Rasteiro no meio das hervas, ou trepando<br />

em pequenos arbustos — Flores roxas — Muito frequente.<br />

FEIJÃOSINHO RASTEIRO — CANA VALIA ALBI-<br />

FLORA Ducke (Leg.).<br />

(a. p. voluv.) — HAB.- Na argilla vermelha, em capoeiras<br />

da T. f.<br />

Loc.-R. Tapajoz—R. Tocantins—B. R. Trombetas—<br />

Mte. Alegre.<br />

FEIJÃO BRAVO — v. OLHO de BOI FALSO. —<br />

..... FEIJÃOSINHO da matta - CALOPOGON1UM CAL-<br />

KULbuM (Benth)—Hernsl. (Legum. pap. phas.).<br />

B ---Frequente em capoeiras húmidas.<br />

(^'PO-LOC. - R. Tapajoz-Marajó-Obidos.<br />

CAR.—Mores azues.<br />

FEL da TERRA — v. CRAVINA do CAMPO. —<br />

(PterKtaT, A S P I D I U M SUBQUINQUEFIDUM «Hook<br />

CAR.-Pequeno, mas muito elegante e delicado.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 167<br />

FETO — (Belem).— ADIANTUM POLYPHYLLUM<br />

(Pteridophytas). *<br />

Loc.—Muito <strong>com</strong>mum nas mattas do Pará.<br />

FETO ARBORESCENTE — (Cabeceiras nos campos de<br />

Mariapixy) — HEMITELIA MULTIFLORA R. Br. (Pteridophytas).<br />

CAR.—Tronco de 1 m. 60 a 2 m., nas margens das cabeceiras,<br />

nos campos do Mariapixy.<br />

FETO ARBORESCENTE — (B. Amazonas — Furos de<br />

Breves) - ALSOPHILA FEROX Presl. — v. AVENCA<br />

grando.<br />

FETO GRANDE — ( Cunani ) -ACROSTICHUM AU-<br />

REUM L. (Pteridophytas).<br />

CAR.— Foliolos verdes de um lado e amarellos do outro,<br />

pontilhados de amarello escuro.<br />

FETO MACHO do PARA — ASPLENIUM SERRA-<br />

TUM L. (Pteridophytas).<br />

CAR.—Folhas muito recortadas, elegantes.<br />

FIGUEIRA COMMUM — FICUS CARICA L. (Moraceas).—<br />

Origin. da bacia do Mediterrâneo.<br />

(A. p.) — Cultivada, cresce na Amazônia, mas dá poucos<br />

fructos de qualidade inferior. Exige uma estação secca<br />

bem marcada.<br />

Meã. pop.- O látex do tronco é cáustico e usado para<br />

destruir calíos e verrugas; o fructo maduro 6 emolliente e<br />

peitoral.<br />

FIGUEIRA BRANCA —v. GAMELLEIRA BRANCA. —<br />

FIRMEZA dos HOMENS — HIBISCUS MUTABÍLIS<br />

L. (Malvaceas).— Origin. da G. fr. •<br />

«í a.) — Cultivada.<br />

Svx.— Amor dos homens.<br />

bui — O liber dá bonitas fibras para cordoaria.<br />

Med. pop.— Folhas e flores emollientes


1<br />

16S A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

Om.—Planta de jardins ; as flores, brancas de manha,<br />

sáb cor de rosa pela tarde.<br />

FLABELLO - (Marajó) - PASPALUM CHRYSO-<br />

DACTYLON Doll. (Gramíneas).<br />

(PI. h. em forma de leque).<br />

HAB.- NOS terrenos altos, arenosos.<br />

Alim. anim.— Forragem de má qualidade.<br />

FLAMBOYANT—PO IN CI AN A REGIA L. (Leg.<br />

caesalp. ).— Origin, de Madagascar.<br />

Mad — Leve. quebradiça.<br />

Om.— Magnifica arvore ornamental. Compridos cachos<br />

de flores escarlate vivo e amarello; empregadas em alamedas,<br />

mas tem o inconveniente de levantar o calçamento <strong>com</strong><br />

as raizes.<br />

FLOR d'AGUA — PISTIA STRATIOTES (Aroideas).<br />

(PI. h. aquatica).<br />

Me d. pop — As folhas são emollientes.<br />

FLOR de BEZOURO - (dos Cearenses) - C ASSIA<br />

HOFFMANSEGGII Benth. (Leg caesalp.).<br />

(a.)— Commum nos arredores de Belem e Bragança,<br />

mais raro no B. Amazonas.<br />

FLOR de CAMPA — YUCCA GLORIOSA L. (Lilia<br />

ceas ).<br />

Iiid.— As folhas dão boas fibras texteis- A pellicula<br />

que reveste as folhas é utilisada para a fabricação de flores<br />

artinciaes.<br />

Om.— As folhas largas, coriaceas, terminadas por uma<br />

ponta aguda, formam um ''bouquet" no meio do qual ergue-se<br />

uma haste <strong>com</strong> numerosas flores brancas em forma<br />

de campas viradas para baixo.<br />

FLOR de CARDEAL — IPOMAEA QUAMOCLU L.<br />

( Lonvolvulaceas ).<br />

(Cip.).<br />

OniLinda planta de adorno.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 169<br />

FLOR de CERA — H O V A C A R N O S A Rob. Br.<br />

(Asclepiadaceas) — Origin. da índia. •<br />

(Cip.).<br />

OrnFlores curiosas, para jardins.<br />

FLOR de S. JOÃO — , R. de Janeiro) — PYROSTE-<br />

GIA YENUSTA (Ker.) Baillon (Bignoniaceas). — Origin.<br />

do centro e do sul do Brasil.<br />

(Cip. grande)— Cultivado.<br />

SYX. — Cipó de S. João — Bellas (S. Paulo).<br />

CAR.—Flores tubulosas, de côr vermelho-laranja, avelludadas,<br />

em paniculas terminaes muito abundantes.<br />

Oni.— Planta ornamental vistosa, própria para caramanchões.<br />

FLOR de S. MIGUEL, de folha grande — PETRAEA<br />

INSIGXIS Sch. (Verbenaceas).<br />

(Cip.).<br />

SYX.— Viuvinha ( R. Mapuera ).<br />

Orn.— Cachos abundantes de flores côr de lilaz.<br />

FLOREXA —(Marajó)-RIENCOURTIA aff. GLO-<br />

MERATA Cass. (Compostas).<br />

(PI. h.) —HAB.- Nos montículos ou aterroadas dos terrenos<br />

altos.<br />

Alini. anini.— Forragem para cavallos.<br />

FOLHA CHEIROSA — (Amazonas) — ANTHURIUM<br />

OXYCARPUM Poepp.<br />

Ind.— As folhas seccas tem cheiro de baunilha e sAo<br />

utilizadas para perfumar o tabaco.<br />

FOLHA da FORTUNA — BRYOPHYLLUM CALY-<br />

CINUM Salisb.— ( Crassulaceas).<br />

SYX. — Folha de pirarucu.<br />

Med. pop. — Folhas sedativas.<br />

FOLHA LARGA verdadeira - (Santarém) — v. PÃO<br />

DE £RARA ( B. Amazonas ).<br />

FOLHA de LOUCO — v. LOUCO. —<br />


194 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

FOLHA de OURO, ou FOLHA DOURADA — ACRODI-<br />

CLsIDIUM AUREUM Hub.( Lauraceas).<br />

( A. p. ou m.) - HAB.- Matta da 1 f.<br />

Loc.— Belem. a . . .<br />

Orn — As folhas seccas tem a face inferior sedosa, de<br />

cor castanho claro, ou amarello dourado brilhante; sào<br />

flexíveis e se prestam para trabalhos de ornamento.<br />

FOLHA de OURO - AULOMYRCIA CUPREA Berg.<br />

(Myrtaceas). . . .<br />

(A. p. ou a.) - HAB.- NOS campos e praias da regulo<br />

litoral. ,<br />

Orn.— A face inferior das folhas é cor de cobre, mas<br />

as folhas seccas são duras e quebradiças.<br />

FOLHA de PIRARUCU — v. FOLHA da FORTUNA. -<br />

FOLHA de PRATA, ou FOLHA PRATEADA — OCO-<br />

TEA ARGYROPHYLLA Ducke (Lauraceas).<br />

(A. m.) -HAB. - Nas mattas de T. f.<br />

Loc.—Belem—E. de F. de Bragança.<br />

Orn. - A face inferior das folhas é de um bonito branco<br />

prateado, sedoso — Estas folhas silo utilisadas para trabalhos<br />

de ornamento, mas tornam-se muito quebradiças.<br />

FOLHA de URUBU — PHILODENDRON LACINIA-<br />

TUM Engl. (Araceas).<br />

(Cip.).<br />

Med. pop.—As folhas seccas untadas de azeite quente<br />

applicam-se contra as nevralgias — o cosimento das folhas<br />

usa-se em banhos contra o rheumatismo.<br />

FORNO — v. UAPE (Victoria regia). —<br />

eTT r QUILHA - (Marajó) - PASPALUM PAPILLO<br />

bUM Spreng. (Gramíneas).<br />

(PI. h. de 0,25 a 0,35)-HAB. - Nos terrenos altos.<br />

Afim. anim, - Forragem bôa para cavallos.<br />

FRECHA (Sul; — v. CANNA BRAVA (Norte do Brasil).<br />

FRECHA de URUBU — (Óbidos) — GYNERIUM sp.<br />

(Gramíneas).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 171<br />

CAR. — A haste das flores nào tem consistência, não<br />

servindo para fazer frechas. •<br />

FRECHA VERDADEIRA - (do Norte) - GYNERIUM<br />

SAGITTATUM Beauv., = GYNERIUM SACCHAROI-<br />

DES H. B. K. (Gramíneas).<br />

(PI. h.- 3 a 4 m.)— HAB. - Commum no Alto Amazonas;<br />

cultivada no B. Amazonas.<br />

Ina. — A haste das flores é direita, <strong>com</strong>prida, rigida,<br />

sem nós; serve para fazer frechas.<br />

FREIJÒ — CORDIA GOELDIANA Hub. (Borraginaceas).<br />

(A. G.) — Em Baião, A. Lange observou uma arvore<br />

que media Om.85 de diam. e44m50 até os primeiros galhos,<br />

sendo 33 m. de tronco direito.<br />

Srs.—Frei Jorge — Jennie wood (Ingl.).<br />

Loc.—Região de Bragança — Volta do Xingu.<br />

CAR.—Notável pelas intlorescencias muito densas, de<br />

flores alvas, bastante grandes e duradouras.<br />

Mad.— Excellente qualidade, côr parda, dureza media,<br />

trabalhando-se bem: procurada para tanoaria — carpintaria,<br />

marcenaria.— D = 0,65.<br />

FRUCTA de ANNEL — (Capoeiras de Óbidos)-PSEU-<br />

DIMA FRUTESCENS (Aubl.) Rad. (Sapindaceas).<br />

CAR. - Arvore pequena, não ramificada, esguia, <strong>com</strong><br />

folhas e inflorescencia no ápice do tronco.<br />

FRUCTA de CONDE — v. CORAÇÃO de BOI - ANONA<br />

RETICULATA L. (Anonaceas) Origin. das Antilhas.—<br />

Cultivada na Amazônia.<br />

' FRUCTA de COTIA — CARPOTROCHE LONGIFO-<br />

LIA Benth. (Flacourtiaceas)<br />

Svx.— Cacaoillo (Peru ).<br />

(A. m.) —Loc.- R. Autaz — B. Amazonas—A. Amazonas.<br />

Med. pop.— O frueto é uma baga*do tamanho de uma<br />

laranja contendo grande numero de sementes oleaginosas;<br />

o oleo (50 a 70 %) é espesso, amarello, de cheiro especial,<br />

sabor particular; contem Carpotrochina (Th. Peckolt);


172<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

insecticida e parasiticida. - Poderá talvez ser empregado<br />

no Tratamento da morphéa <strong>com</strong>o substituto do oleo de Chaulmogra.<br />

FRUCTA de JABOTY —í Óbidos) - EUGENIA<br />

(Mvrtaceas).<br />

7A.')— HAB.- NOS logares arenosos.<br />

4Uiti.— Fructos vermelhos, <strong>com</strong>estíveis, mas insípidos.<br />

FRUCTA de PÃO (de massa) — ARTOCARPUS IN-<br />

CISA L. (Artocarpeas), var. AP Y R EN A.- Origin. de<br />

Java e Sumatra.<br />

( A. m. ). .<br />

Ind—O liber da casca dá uma sorte de tecido (depois<br />

de batido ).<br />

Ali m.—Fructo globòso, de 15 a 20 cm. de diam.. verde,<br />

eriçado de pequenas asperidades, pesando de 1 a 2 kilos;<br />

contem polpa esponjosa, farinacea, antes de madura; se<br />

<strong>com</strong>e assada ou torrada em fatias e tem gosto de pão <strong>com</strong><br />

alcachofre. Depois de madura, a massa torna-se aromatica<br />

e assucarada, sendo menos apreciada.<br />

FRUCTA de PAO (de castanhas) — ARTOCARPUS<br />

INCISA L. ( Artocarpeas ).<br />

///


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 173<br />

FRUCTEIRA de BURRO —CAPPARIS PULCHER-<br />

RIMA .lacq. ( Capparidaceas). •<br />

Meei.— Fructos e sementes venenosos (?).<br />

Oni.— Planta ornamental pelas suas lindas flores.<br />

FUMO de ANGOLA — v. LIAMBA. —<br />

FUNCHO — ANETUM FUNICULUM L. (Umbelliferas).—<br />

Origin. da Europa.<br />

Alim.— As folhas são, ás vezes, empregadas <strong>com</strong>o condimento.<br />

Mcd.— Fructos aromaticos.<br />

«d


174 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___


GAILLARDA — GAILLARDA PICTA (Compostas) -<br />

Origin. da America boreal.<br />

Otn.- Flor para jardins.<br />

GAIVOTIXHA — (R. Tapajóz) - CROTON NERYO-<br />

SUS Klotzsch (Euphorbiaceas ).<br />

GAMELLEIRA BRANCA — FICUS D O LI A RIA<br />

Mart. (Moraceas).<br />

Encontra-se no centro e no sul do Brasil, mas não na<br />

Amazônia onde a Caxinguba é, algumas vezes, confundida<br />

<strong>com</strong> ella.<br />

pohy (em L. g.). ... f<br />

Mad. — Branco-amarellado, porosa ; utilisa-sd para forros,<br />

caixoteria, gamellas...<br />

Med.— O succo leitoso é drástico e vermífugo, especifico<br />

contra a hypoemia intertropical e ankilostomiase; o<br />

principio activo é um alcalóide, a Doliarina (Ih. e W.<br />

Peckolt ).<br />

GAMELLEIRA (dos Cearenses) — v. CAXINGUBA. —<br />

^ GAMELLEIRA de VENENO — FICUS ATROX Mart.<br />

( Mo*raceas ).<br />

( A. ).<br />

SYN. — Taemagh.


c<br />

176 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Med. - Toxico; citada <strong>com</strong>o entrando na <strong>com</strong>posição<br />

do curare<br />

GAPÜI CIPO — ( R Tapajóz ) - M A R T1N E L L A<br />

OBOVATA (H. B. K.) B. e S. ( Bignoniaceas).<br />

SYN.- Guapui. .<br />

(a.) — HAB.- Nas baixadas da 1. L<br />

O sueco da raiz é utilisado nas conjunctivites catar-<br />

rhaes.<br />

GENCIANA do BRASIL - C O U T O U B E A SPICATA<br />

Aubl. (Gencianaceas).<br />

SYN — Rais amargoso.<br />

(a. p. LM.) HAB.- Em toda a Amazônia.<br />

CAR.— Flores brancas.<br />

Med. pop.— Toda a planta é muito amargosa; bom<br />

emmenagogo, tônica, febrífuga e anthelmintica.<br />

GENERAL — GARDÊNIA FLORIDA L. (Rubiaceas).<br />

— Origin. da China.<br />

0/7/.— Flores brancas, perfumadas.<br />

GENIPAPIM — v. GENIPAPO do CAMPO. —<br />

GENIPAPO — GENIPA AMERICANA L. (Rubiaceas).<br />

(A. m.)— Indígena, nos terrenos argillosos de varzea.<br />

— Cultivado.<br />

Mad.— Boa madeira branca, de grão fino, fácil a<br />

trabalhar <strong>com</strong> faca quando verde; própria para esculptura,<br />

torno, coronhas de espingardas.— D = 0,80.<br />

Ind.— A casca e os fructos verdes contêm uma matéria<br />

corante azul escuro ou violeta <strong>com</strong> que os índios pintam<br />

a pelle e tingem tecidos.<br />

A casca 6 adstringente, encontrando-se nella 0,75°/o<br />

de taninos (E. Serfaty — M. C. P.— 1929).<br />

Alim — Fructo redondo, um pouco alongado, de 10 a<br />

12 cm., côr pardo-amarellado, poeirento ; polpa esponjosa,<br />

acre e doce, succulenta — <strong>com</strong>estível em <strong>com</strong>potas, sorvetes;<br />

<strong>com</strong> elle preparam-se vinho, licor e refresco.<br />

Med. pop.—O fructo ú refrigerante; maduro, é usado<br />

cm limonadas contra a enterite chronica. Raiz purgativa.<br />

As folhas são ricas em mannita (Peckolt-1896).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 201<br />

GENIPAPO do CAMPO — (campos de Santarém* do<br />

Ariramba. etc.)- TOCO VEN A FORMOS A (Cham.)<br />

Schum. (Rubiaceas).<br />

(a.) — HAB.- NOS campos altos.<br />

Alini.— Fructos <strong>com</strong>estíveis, de sabor <strong>com</strong>paravel cá<br />

do piiruy ( Alibertia ).<br />

Or//.—Flores bonitas.<br />

GENIPAPO ROSA - ( R. Tapajóz ) - PALICOURE A<br />

CORYMBIFERA (Mueller) Standley (Rubiaceas).<br />

GENIPARANA — GUSTAVIA AUGUSTA L. (Lecythidaceas).<br />

SYN. — Genipaporana — Pão fedorento — Janiparindiba<br />

— Bois puant ( G. fr.<br />

(A. p.).— HAB.- NOS igapós.<br />

CAR.— Flor grande, branca e rósea, bonita.<br />

Mad.— Branca, flexível; exhala um cheiro fétido quando<br />

húmida e queimada.— Própria para marcenaria, ornamentação,<br />

bengalas.<br />

In d.— Casca tannifera.<br />

Med. pop. — Raiz acre, amargosa, aromatica e laxativa.—<br />

Fructos emeticos.— Folhas descongestionantes e resolutivas.—<br />

Utilisado contra a icterícia (folhas em cataplasmas<br />

sobre o fígado).<br />

GENIPARANA da MATTA — G U S T A VI A PTE RO-<br />

ÇAR PA Poct. (Lecythidaceas).<br />

í A. p. >— Loc.- "Óbidos.<br />

Mesmas applicações <strong>com</strong>o a Guslavia augusta.<br />

GENIPARANA da T. F. - ESCHWEILERA CARRII<br />

Standl. ( Lecythidaceas).<br />

HAB. — Na terra firme.<br />

(A. m.) —Loc.- Boa Vista (R. Tapajóz).<br />

GERATACÀ — v. MANACÁ. —<br />

GERGELIM — SESAMUM INDIGUM DC. (Pedaliaceas^.—Origin.<br />

da Índia.<br />

(a. p.) — SYN - Sésamo.<br />

Alini - As sementes contem 44 a 52 °/o de oleo <strong>com</strong>estível<br />

que rança diflicilmente, excellente, também, para a


178<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

saboaria e a illuminação.—Com a farinha das sementes<br />

torfadas preparam-se diversos bolos.<br />

GERVÃO— STACHYTARPHETA JAMAICENSIS<br />

Vahl. (Verbenaceas).<br />

(a. p.).<br />

SYN.— Hervão. .<br />

Jíed. pop.— As folhas silo sudoríficas e estimulantes;<br />

o chá substitue o da índia e usa-se em casos de hepatite<br />

chronica. Externamente, as folhas applicam-se nas contusões<br />

e são cicatrizantes.<br />

GERVÃO verdadeiro — STACHYTARPHA CA1EN-<br />

NENSIS Cham. (Verbenaceas).<br />

(a. p.—Om. 70).<br />

Ind.— Dá uma tinta preta.<br />

Med. pop.— Sudorífico, diurético, febrífugo, tonico e<br />

estimulante. Dá bons resultados contra as pyrexias, mesmo<br />

na febre amarella.<br />

GINGIBRE — v. MANGAR ATA IA. —<br />

GINJA — EUGENIA sp (Myrtaceas).<br />

(A. p.) - Loc.- R. Trombetas — Belem (cultivada).<br />

Alini.— Fructos vermelhos bonitos mas pouco saborosos.<br />

GINJA - PHYLLANTHUS<br />

(Euphorbiaceas ).<br />

Alim.— Fructo muito adstringente, bom para doce em<br />

calda.<br />

m, w C A - (B - Amazonas) - E N T A D A P O L Y-<br />

PHYLLA Benth. (Leg. mim.).<br />

SYN.— Gipioca.<br />

(Cip. g.) — HAB.- Em terrenos de varzea, nas margens<br />

do Amazonas.<br />

Loc.— Estuário — Prainha — Santarém — Óbidos -<br />

Manaos.<br />

Med. pop.— A raiz espuma <strong>com</strong> a agua (saponina),<br />

sendo usada para lavar a cabeça, contra a caspa.<br />

GIPOUBA (Óbidos) — v. MANOPE da PRAIA. —


179<br />

GIPY — SIDEROXYLON sp<br />

(Sapotaceas ). •<br />

(A. M.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

Mad'.— Branco-amarellado, de grão fino. dureza media,<br />

trabalhando-se bem; para carpintaria. D = 0,50.<br />

GIPY VERMELHO — SIDEROXYLON<br />

( Sapotaceas).<br />

GIPY do IGAPÓ — SIDEROXYLON<br />

( Sapotaceas ).<br />

GIRASOL — HELIANTHUS ANNUUS L. (Compostas).—Orig.<br />

da Amer, do Norte.<br />

(PI. h.—até 2-3 m. ) — Sv.w- Soleil (Fr.) Sim/lower<br />

( Ingl. ).<br />

bld.— O oleo é siccativo e pode substituir o oleo de<br />

linhaça na preparação dos vernizes e das tintas.<br />

Ali m.— As sementes contêm 26 a 28 %> de oleo <strong>com</strong>estível.<br />

Ont.—A fiôr pode alcançar até 30 cm. de diâmetro.<br />

GIRASOL do campo — ( R. Tapajóz) - ZECMENIA<br />

R U DIS Baker ( Compostas ).<br />

GIRIMU — v. JURUMU. —<br />

GITÒ — v. JATUAUBA BRANCA. —<br />

GOGO de GUARIBA — MOÜTABEA CHODATIANA<br />

Hub. (Polygalaceas). _<br />

e MOUTABEA ANGUSTIFOLIA Hub. < Polygalaceas<br />

).<br />

(O nome vulgar de "gogo de guariba" é dado a todas<br />

as especies de Moutabea).<br />

(Cip.)— Locv- Ilhas de Breves, etc.<br />

Alii/i.— Fructo <strong>com</strong>estível.<br />

GOLPHO - NYMPHAEA RUDÇEANA G. F. W.<br />

Mey^r. ( Nympheaceas ).<br />

(PI. h.)—Planta aquatica.<br />

SYN.— Lyrio da agua - Agua pé - Aguapé da meia<br />

noite.


(<br />

180 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Med. pop.— Toda a planta é usada em banhos contra<br />

os ftccessôs de hemorrhoides; o succo da raiz em injecções<br />

contra a blennorrhagia — Em cataplasmas contra ulceras<br />

chronicas.<br />

GOMAVEL — v. GONÇALO ALVES. —<br />

GONÇALO ALVES - (Óbidos, Faro) - ASTRONIUM<br />

FRAXINIFOLIUM Schott. (Anacardiaceas).<br />

SYX — Gomavel — Pão Gonçalo — Aroeira ( Mte. Alegre<br />

)_ fejuira (Mte. Alegre) — Bois de zèbre (G. fr.).<br />

(A. m. ou g.)—HAB- Matta um tanto secca da T. f.,<br />

quasi sempre perto de campos altos.<br />

Loc.— R. Xingu — Mte. Alegre — Faro — Almeirim —<br />

Óbidos — Macapá.<br />

Mad.—Linda madeira, de côr parda avermelhada <strong>com</strong><br />

estrias e fitas quasi pretas; para marcenaria fina. D = 1,00.<br />

Ind.— Casca rica em tannino.<br />

Med. pop.— Fructos pequenos ricos em oleo cáustico<br />

usado contra callos, dores de dentes.<br />

GONÇALO ALVES — (Marajó) — v. PAO de ARARA<br />

(Salvertia convallariodora).<br />

GOYABA (le ANTA — v. ARAÇA de ANTA. — BELLU-<br />

CIA IMPERIAL1S Seld. e Cogn. e especies aflins. (Melastomaceas).<br />

GOYABARANA — (Óbidos) - MOURIRIA sp<br />

(Melastomaceas).<br />

(A. m.).<br />

Mad.— Branca, dura e <strong>com</strong>pacta.<br />

Med — Casca adstringente.<br />

GOYABARANA — v. PAO MULATO. —<br />

GOYABARANA - (?) PSIDIUM ACUTANGULUM<br />

Mart. (Myrtaceas).<br />

í A.).<br />

SYN.- Araçd piranga — Araçandeua.<br />

i.oc.— K. Negro.<br />

Mad. - Bonita madeira vermelhoclaro, <strong>com</strong> veias castanho,<br />

para marcenaria de luxo.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 181<br />

GOYABEIRA — PSIDIUM GUAYAVA ( L.) Raddi<br />

( Myrtaceas). • ,<br />

( A. p. ) — CAR.- Cresce rapidamente, dando desde o<br />

segundo ou terceiro anno, fructos abundantes, da grossura<br />

de um limão, amarellos.<br />

Duas variedades: Goiaba maçã, <strong>com</strong> polpa encarnada<br />

(fructos em grupos de 2-3).<br />

e Goiaba pera, <strong>com</strong> polpa branca<br />

ou rosada (fructos isolados).<br />

Ind.— A casca da goiabeira />.— A casca, os brotos e as folhas são aproveitados<br />

contra a dysenteria, a cholerina, as hemoptyses e<br />

a diarrhea das creanças.<br />

GOYABEIRA PRETA — AM AIOUA GUIANENSIS<br />

Aubl. ( Rubiaceas >.<br />

(a.—de 1 m 20-1 m80).<br />

SVN.— Amaiúa.— Graine à talou (G. fr.).<br />

Alini.— Fructos <strong>com</strong>estíveis, sem grande valor.<br />

GOYABIXHA — branca, vermelha e amarella. — ?<br />

(A. g.)— HAB.- Logares alagadiços.<br />

Loc. — Abundante em todo o E. do Amazonas.<br />

Mad — Boa, parecida <strong>com</strong> a itauba. mas menos durável.<br />

Ind. - Os indígenas preferem esta madeira para fazer<br />

suas pequenas canoas porque torna-se muito flexível <strong>com</strong> o<br />

calor do fogo.<br />

GRAMA — (Marajó) — v. CAPIM de BURRO. —<br />

GRAMA — (Belem) — v. CALANDRINI. —<br />

GRAMA-ASSÚ - ( Marajó) - IÍEMIARTHRIA FAS-<br />

CICÜLATA Kunth. (Gramíneas).<br />

(PI. h.)— Cresce a lm. de altura.<br />

Alitn. anim.— Forragem.<br />

0<br />

»


182 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

GRÃO de PORCO -TABERNAEMONTANA<br />

var. especies. ( Apocvnaceas).<br />

Ssx.-Tàberné (G. fr.).<br />

( \ P ) _ CAR.- Toda a planta dá succo leitoso, branco.<br />

GRAVATA <strong>com</strong>mum — v. GRAVATA de GANCHOS. -<br />

GRAVATA de GANCHOS — BROMELIA K A R ATAS<br />

L. ( Bromcliaceas).<br />

SYN.— Cento-pcs — Banana dc raposa ( bui) — Silk<br />

S ( Pi" h! i— CAR.- Quasi acaule; folhas de 2m50/0m05.<br />

coriaceas, bordadas de fortes espinhas, <strong>com</strong> ponta recurvada,<br />

terminadas por uma longa ponta aguda. Mores dispostas<br />

em paniculas de lm. de altura, roxas ç brancas;<br />

frueto: baga amarella, ovoide, ás vezes <strong>com</strong>primida.<br />

Ind — Das folhas extrahem se fibras fortes e sedosas.<br />

GRAVATA BRAVO — ?<br />

(Bromeliaceas).<br />

Planta epiphyta.— CAR.- Folhas verdes, manchadas de<br />

vermelho, formando bainha.<br />

Ind.— As folhas dão, por maceração e battagem, fibras<br />

muito fortes.<br />

Med. pop — Os fruetos são considerados <strong>com</strong>o peitoraes.<br />

GRAVIOLA —v. JACA (Pará).<br />

GROSELHA — PHYLLANTHUS DISTICHUS Muell.<br />

Arg. (Euphorbiaceas).— Origin. da Malasia.<br />

(a.).<br />

/Vim. - Frueto redondo, da grossura de uma uva, <strong>com</strong><br />

3 ou 4 saliências longitudinaes, de cor verde-claro, muito<br />

acido, mas delicioso em <strong>com</strong>potas.<br />

GRUMIXAMA — STENOCALYX BRASILIENSIS<br />

Berg (Myrtaceas).-Origin. do Sul do Brasil.<br />

(A. p.).<br />

Al' 1-<br />

escuro ALim.—Frueto,: baga de côr roxo-escuro ou carmesim-<br />

gente. o, polpa macia, doce, um pouco acidulada e a^trin-<br />

GUACO — v. CIPÓ CATINGA. —<br />

1


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 183<br />

GUADUA — v. TABOCA. —<br />

GUADUA-MORIM — v. TABOCA. —<br />

GUAJARA — (Faro-Solimões) — v. SORVA do PERU. —<br />

GUAJARÁ = U A JARÀ = AJA RA.—<br />

GUAJAR.i — v. ABIURANA GRANDE. — (Belem) — LU-<br />

CUMA DISSEPALA (Krause) Ducke (Sapotaceas).<br />

GUAJARÁ BRANCO — C H R Y S O P H Y L L U M SE-<br />

RICEUM A. DC. (Sapotaceas).<br />

( A. m.) — Matta da V.<br />

Loc. - Cacaoal Imperial, de Óbidos.<br />

Mad.— Branco-amarellado, fendcndo-se facilmente.—<br />

D = 0,90.— Pode ser utilisada para pasta de cellulosa; <strong>com</strong>primento<br />

das fibras— 1,38 —diam. 0,016 1- = 1/66. ( A.<br />

Bastos.- M. C. P.).<br />

GUAJARÁ CARAMURY — v. CARAMURY. —<br />

GUAJARA-POCA — ?<br />

GUAJARÁ PRETO — CHRYSOPHYLLUM<br />

(Sapotaceas).<br />

(A. da T. f.).<br />

Mad — Castanho-avermelhado-pardo; para construcçfio<br />

civil. Não resiste na terra.— D = 1,11.<br />

GUAJARÁ TUIRA — ?<br />

GUAJARÁ VERMELHO — CHRYSOPHYLLUM<br />

(Sapotaceas ).<br />

( A. m.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

Mad— Branco-avermelhado, virando ao castanho claro.<br />

D = 0.97.<br />

GUAJURU — CHRYSOBALANU§ ICACO L. (Rosaceí^<br />

).<br />

(A. m.). _<br />

SYN.— Guagerú — Uajurú - Ajurú — Pnine-coton, ou<br />

priinc de 1'anse (G. fr.).


184<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Tnd __ ,\s amêndoas são oleaginosas. A casca é empregada<br />

para tingir os fios das redes de pescar e tornal-os<br />

mais resistentes. .<br />

Alim — Os fructos bem maduros sao <strong>com</strong>estíveis e<br />

saborosos mas adstringentes; servem para fazer doces (polpa<br />

DOUCO abundante). ,<br />

Med.— As folhas, as ilores e a casca sao adstringentes.<br />

GUANANDI — v. JACAREUBA —<br />

GUANDU — CA.IANUS INDICUS Spreng. (Legum.<br />

pap.) Origin. da índia.<br />

(a.—até 3m.)—2 var.: Com flores amarellas e bicolor,<br />

<strong>com</strong> flores amarellas e vermelhas.<br />

Sv.\.— Ervilha de Angola — Cuandií — Coandú Inibrevadc,<br />

de Madagascar — Pigeon-pea < Ingl.) —<br />

Alitn.- Fructos abundantes, parecendo ervilhas; as sementes<br />

ainda verdes são tenras e de gosto agradavel; uma<br />

vez maduras, parecem-se <strong>com</strong> lentilhas.<br />

Med. pop— Folhas adstringentes; o cozimento é usado<br />

em bochechos e gargarejos para curar as dores de dentes,<br />

a frouxidão das gengivas e as anginas.<br />

GUAPIRÁ — v. CIRIUBA. —<br />

GUAPUI, ou GUAPOI — v. GAMELLEIRA BRANCA. -<br />

GUARANA — PAULLINIA CUPANA H. B. K., = P.<br />

SORBILIS Mart. (Sapindaceas).<br />

(Arbusto sarmentoso) -CAR.- Fructos encarnados, em<br />

cachos.<br />

Loc. - Cultivado em Mauhés - R. Tapajoz - R. Acará<br />

— Belem — Itacoatiara.<br />

Med.— As sementes maceradas nagua para separar o<br />

anilo polposo. lavadas, deseccadas, torradas, trituradas num<br />

pilão e redusidas a pó, misturadas, ou não, <strong>com</strong> cacáo ou<br />

<strong>com</strong> mandioca, e <strong>com</strong> agua, servem a preparar pães, ou<br />

bastões, que constituem o guaraná do <strong>com</strong>mercio.<br />

O guaraná é# refrigerante, reconstituinte, tonico, calmante<br />

para o coração; <strong>com</strong>bate a artcrio-sclerose; é r^<strong>com</strong>mendado<br />

contra a diarrhea e a dvsenteria. contra as nevralgias<br />

e a enxaqueca.- E' um estimulante notável, eflicaz<br />

contra a fraqueza geral proveniente da idade; passa por


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 185<br />

ser leve aphrodisiaco.—Contem um único alcalóide: a cafeína<br />

(4,8%>).- Para o uso, os piles são reduzidos a »pó<br />

que se mistura <strong>com</strong> agua e assucar (4 — 6 gr. de pó num<br />

copo dagua).<br />

Semeado, o guaranáseiro <strong>com</strong>eça a produzir no terceiro<br />

anno, dando em media, no quinto anno, 3 ks. de fructos<br />

por pé.—Floresce em agosto - setembro; os fructos estão<br />

maduros em novembro - dezembro.<br />

GUARARIBA — QUARARIBEA GUIANENSIS Aubi.<br />

(Bombaceas).<br />

HAB.—Nas margens dos rios.<br />

(A. p.) — Loc.- Pará e Amazonas.<br />

CAR.—Flores grandes, brancas.<br />

Mad.— Madeira branca, leve, para bóias, gamellas.<br />

Ind. — A casca dá uma envira.<br />

GUARE — v. GITÒ. —<br />

GUARIUBA — CLARIS1A RACEMOSA R. e Pav.<br />

(Moraceas).<br />

(A. g.) — HAB.- Matta da V. alta.— Em toda a Amazônia,<br />

em solo silicoargilloso, ou argilloso. Também se encontra<br />

nos arredores do Rio de Janeiro <strong>com</strong> o nome de<br />

oiticica.<br />

CAR.— Casca interior e raizes vermelho vivo — látex<br />

branco muito abundante. Fructos vermelhos.—As raizes, cobertas<br />

de lenticellas, extendem se a grande distancia á flôr<br />

da terra.<br />

Mad.— Amarello-castanho-claro, ondeada, <strong>com</strong>pacta;<br />

conserva-se menos do que a itauba mas é preferida pelos<br />

índios para fazer pequenas canoas porque trabalha-se <strong>com</strong><br />

facilidade no fogo. D = 0,70.<br />

GUARUMÁ — v. ARUiMA. —<br />

GUAXINGUBA — v. CAXINGUBA. —


186<br />

A AMAZONIA BRASI<br />


H<br />

HERVA ANDORINHA — EUPHORBIA PILULIFERA<br />

L. ( Euphorbiaceas).<br />

Svx.— H erva de Si a. Luzia.<br />

Med. pop.— O succo e o decocto empregam-se nas<br />

doenças dos olhos.— A decocção é util no tratamento da<br />

asthma.<br />

IIERVA de BICIIO — POLYGONUM ACRE H. B. K.<br />

( Polygonaceas ).<br />

Svx.— Cataya — Acataya — Pimenta d'agi m.<br />

Med. pop.— O succo é acre, vermicida.— As folhas e<br />

o caule são estimulantes e diuréticos, úteis nas moléstias<br />

das vias urinarias; empregam-se em clysteres e banhos contra<br />

as hemorrhoidas.— O succo usa-se em clysteres em caso<br />

de febres perniciosas e congestões cerebraes; é um excitante<br />

geral.—Emmenagoga e abortiva de primeira ordem.<br />

HERVA de CHUMBO — CASSYTHA AMERICANA<br />

Nees. ( Lauraceas ).<br />

(Cipó rasteiro)—HaB.- Nos campos de T. f. arenosos.<br />

( Ariramba — Faro ).<br />

CAR.—Estende seus caules filiformes, <strong>com</strong>pridos, amarellos,<br />

sobre as outras plantas.<br />

Med. pop.— A infusão é tónica e passa por provocar<br />

a expulsão dos cálculos biliares.<br />

HERVA CIDREIRA — (Marajó) —LAN T A N A CA-<br />

NESCENS H. B. K. ( Yerbenaceas ).


188<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Med. pop.— Antispasmodica, estomachica, aromatica e<br />

emmenagoga.<br />

HERVA CIDREIRA BRAVA — (Marajó) - LIPPIA BE-<br />

TULAEFOLIA H. B. K. (Verbenaceas).<br />

HERVA CIDREIRA do CAMPO — (Marajó ) — LIPPIA<br />

GEMINATA H. B. K. (Verbenaceas).<br />

SYN.— Salva do Brasil.<br />

CAR.— Cheiro de Melissa.—Cresce até lm. de altura.<br />

Med.— Antispasmodica, estomachica, aromatica, emmenagoga<br />

e peitoral.<br />

HERVA CIDREIRA dos CAMPOS — (R. Tocantins,<br />

Almeirim) — SIPARUNA (CITRIOSMA) CAMPORUM<br />

Tui. (Monimiaceas).<br />

Med. pop.— Excitante, estomachica, antispasmodica e<br />

carminativa.<br />

HERVA CIDREIRA verdadeira — MELISSA OFFICI-<br />

NALIS L. (Labiadas). Origin. da região mediterrânea.<br />

Cultivada nos jardins.<br />

SYN. — Mdisse < Fr.).<br />

Med — Aromatica, excitante e antispasmodica; emmenagoga;<br />

usada nas digestões difficeis e nas affecções nervosas.<br />

HERVA do DIABO — v. LOUCO.—<br />

HERVA DOCE—PIMPINELLA AXISUM L. (1'mbelhferas).—Origin.<br />

da Africa.<br />

Med.— Chá contra as perturbações gastricas.<br />

Alim.— Utilisada (as sementes) na culinaria e confeitaria.<br />

HERVA de EMPIGEM — v. JUPICAHY.—<br />

"ERVA GROSSA - ELEPHANTOPUS SCABER L.<br />

var. TOMENTOSUS Schultz (Compostas).<br />

bYN.—Suasstecaá — Sussuaia - Jlei va collesio -Suçitaia<br />

— Língua de vacca. •<br />

(a. de Om.60 a 0M.80)-H.\B.- Commurn nos terrenos<br />

abandonados.<br />

Alim. anim.— Pastagem para cabras.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

Med. pop.-Passa por curar a elephantiasis.-Folhas<br />

emollientes. rcsolutivas e sudoríficas — raiz adstringente,<br />

amarga, febrífuga.<br />

HERVA de GUINE — v. MUCURA-CAA.—<br />

HERVA dos FERIDOS - CANNA GLAUCA L. (Cannaceas<br />

).<br />

SYN.— Inibi ri — Aibar d — Coquilho (Marajó).<br />

(PI. h. de lm. a lm.30) — CAR.- Folhas invaginantes,<br />

de 50cm./13cm.; flores amarellas.<br />

Alini. anim — As sementes são alimento dos palmipedes<br />

silvestres.— Rhizomas <strong>com</strong>estíveis; delles extrahe-se<br />

fécula.<br />

Med. pop.— As folhas frescas applicam-se sobre as feridas,<br />

as ulceras, as queimaduras, os logares vesicados.—A<br />

raiz ( rhizoma) é diurética e aromatica.<br />

Oru. — Muito ornamental, cultivada nos jardins (numerosas<br />

variedades).<br />

HERVA de JABOTY — PEPEROMIA sp<br />

( Piperaceas).<br />

Espontanea, nos jardins.<br />

Alim.— As folhas <strong>com</strong>em-se, em salada.<br />

HERVA de LAGARTO — TOURNEFORTIA LAEVI-<br />

GA T A Lam. (Borraginaceas).<br />

Med. pop.—O cozimento das folhas e da raiz é usada<br />

contra as nydropisias e a syphiiis.<br />

HERVA LOMBRIGUEIRA — v. ARAPABACA.—<br />

HERVA MIJONA — (Aveiros ) — MICROTEA<br />

(Phvtolacaceas).<br />

Med. pop.— Contra a retençüo de urinas.<br />

HERVA MOURA — SOLANUM NIGRUM L<br />

( Solanaceas ). — Origin. da Europa. —Subespontanea.<br />

SYN— Pimenta de gallinhãs—Pimenta de cachorro-<br />

Pimenta de rato — Aguaraqnyia — Carachichú.<br />

HAB.—Encontra-se perto das habitações.<br />

Med. pop. - Sedativa, narcótica, toxica em dose elevada<br />

(Convulsões, paralysia e morte); perde as propriedades<br />

189


f<br />

190 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

toxicas depois de cozida.- Folhas em cozimento e banhos<br />

contra as dores rheumaticas.- Fructo vermelho, preto quando<br />

maduro, venenoso; produz dilatação da pupila.<br />

• li KR VA de PASSARINHO - ORYCTANTHUS RUFI-<br />

CAULIS Eichl. (Loranthaceas).<br />

CAR.— Como as outras "hervas de passarinho , arbustos<br />

parasitas.— Pertencem quasi todas a fam. das Loranthaceas<br />

e têm. mais ou menos, as mesmas propriedades.<br />

Ind. - Dos fructos tira-se um visgo e mesmo um pouco<br />

de borracha ( Labrov ).<br />

Med. pof). - As folhas são um resolvente energico (Orchitas,<br />

tumores diversos).<br />

HERVA de PASSARINHO amarella — PHORADEX-<br />

DROX PLATYCAULON Eichl. (Loranthaceas).<br />

HERVA de PASSARINHO—PHO RA DEN D RON TU-<br />

NAEFORME (DC.) Eichl. (Loranthaceas).<br />

Loc.— Rio Mapuera.<br />

Med. pop.— As folhas são úteis nos defluxos e nos<br />

pleurizes.<br />

HERVA de PASSARINHO — ( Campos de Marajó) —<br />

PHORADENDRON CORIACEUM Mart. (Loranthaceas).<br />

CAR.—Parasita do mangue.<br />

HERVA de PASSARINHO—STRUTANTHUS FLE-<br />

XICAULIS M. (Loranthaceas).<br />

Ind.— As folhas servem para cortume.<br />

Med. pop.—As folhas são anti-leucorrheicas--usadas<br />

contra bronchites, hemoptvses (o cozimento).<br />

. „ „ P ^ PASSARINHO encarnada — PS ITT ACA X-<br />

IHUS BIIERNATUS Blume. (Loranthaceas).<br />

1 arasita das arvores do campo.<br />

i>PMu^r Vi » d í. P ^ SSARINII °-- PHTHIRUSA THEO-<br />

BROMAE Baill. ( Loranthaceas).<br />

Parasita dos cscaueiros.<br />

borracha" f, uctos contem uma pequena quantidade de<br />

. . Med. pop.- Flôres e folhas vulnerarias e anti-hemop-<br />

CclS.


Castanheira sapucaia (Lecythis paraensis)


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 191<br />

HERVA PIPI — v. MUCURACAA.—<br />

HERVA PICÃO — BIDENS P1LOSUS L. (Compostas).<br />

SYN.—Carrapicho de duas pontas.— Ctiambít.<br />

CAR.-O fructo É preto, <strong>com</strong> 2-4 arestas amarellas,<br />

recurvadas; adherente á roupa.<br />

Med. pop.— Estimulante, antjscorbutica e anti-leucorrheica.—<br />

Re<strong>com</strong>mcndado contra a icterícia e o diabetes, nas<br />

inflammaçôes da garganta.<br />

11 ERVA de RATO — PALICOUREAGUIANENSIS<br />

Aubl. (Rubiaceas).<br />

PALICOUREA MARCGRAVII St. Hil. (Rubiaceas)<br />

e outras especies do mesmo genero.<br />

(a. de 2M. a 2M.Õ0).— HAB.- Nas orlas da matta grande<br />

de T. f.— Fruetos e sementes venenosos; perigosos para o<br />

gado.<br />

CAR.—Folhas grandes, ovaes, inteiras, de 30 cm. 12 cm.<br />

— Flores vistosas, amarellas, vermelhas ou róseas, de cheiro<br />

suave, em grandes paniculas terminaes.<br />

IIERVA de RATO — PSYCHOTRIA NOXIA A. St.<br />

Hil., = URAGOGA NOXIA Baill. (Rubiaceas).<br />

SYN. — Tangaraca.<br />

FYuctos e sementes venenosos. — Misturados <strong>com</strong> toucinho<br />

servem para matar ratos.<br />

HERVA SAGRADA— v. CAMARA.—<br />

HERVA de S. CAETANO— MOMORDICA CHARAN-<br />

TIA L. ( Cucurbitaceas ). - Origin. da índia.<br />

SYN. — Melão de S. Caetano.<br />

(Cipó herbáceo)—HAB.- Muito <strong>com</strong>mum em terrenos<br />

abandonados.<br />

CAR.— Cheiro desagradavel.<br />

Ind.— As folhas clareiam a roupa e tiram nodoas.<br />

Med. pop — As folhas e os fruetos são vermífugos e<br />

úteis na cura do gogo das aves domesticas.— O succo misturado<br />

<strong>com</strong> oleo de amêndoas doces é usado contra as<br />

queimaduras — A infusão das folhas 6 «útil nas leucorrheas<br />

e menstruação a<strong>com</strong>panhadas de cólicas.-O succo das folhas<br />

é ainda aconselhado contra a sarna.<br />

Alim — Os fruetos novos são <strong>com</strong>estíveis, crus (salada)


192 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

ou cozidos, depois de desembaraçados das sementes e escaldados<br />

para tirar a amargura.<br />

HERVA de S. JOÃO — (Marajó) — AGERATUM CO-<br />

NIZOIDES L. (Compostas).<br />

(PI. h.— até lm.).<br />

SVN.— Mcntrasto - Catinga de bode.<br />

Med. pop.— Tônica; preconisada contra o beribéri (alcoolatura<br />

em fricções) e o rheumatismo.— Estimulante, em<br />

banhos. A infusão nas cólicas e diarrheas.—Amarga e aromatica;<br />

util nas febres malignas.— Excellente contra o catarrho<br />

da bexiga.<br />

HERVA de SANTA LUZIA — EUPHORBIA BRASI-<br />

LIENSIS Lam. ( Euphorbiaceas).<br />

Svx.— Herva andorinha.<br />

HAB.—Nos logares húmidos.<br />

Med. pop.— O succo e decocto são usados contra as<br />

belidas dos olhos, mas <strong>com</strong> muita cautela. Cataplasmas das<br />

folhas nas ulceras chronicas.— Util na amenorrhea e para<br />

facilitar a expulsão de fetos mortos.<br />

HERVA de SANTA MARIA — v. MASTRUÇO.— CHE-<br />

NOPODIUM AMBROSIOIDES L. (Chenopodiaceas).<br />

HERVA de S. MARTINHO —SAUVAGESIA ERECTA<br />

L. (Ochnaceas).<br />

Svx — Adinui.<br />

Med. pop.— Anti-ophtalmica e diurética.<br />

HERVA de SOLDADO — PIPER E LONG ATUM \'ahl.<br />

(riperaceas).<br />

(a.).<br />

Svx.— Matico.<br />

Med. pop.— As folhas são hemostaticas, anti-blennorrnagicas<br />

e anti-leucorrheicas.— Os fruetos substituem a<br />

cuoeoa. Infusão contra diarrheas, dysenteria.<br />

HERVÂO — v. GERVÃO —<br />

caesa"o T E R ° S T E M O N MIMUSOIDES Desf. (Leg.<br />

dp rií A J' °» u a -' ) 7 Hab -- NO terreno rochoso da margem<br />

ue rio encachoeirado.'


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 193<br />

Loc.— R. Mapuera (A. Trombetas) — R. Negro — R.<br />

Japurá •<br />

Orn. - Folhagem elegante e abundante, flores grandes<br />

e bellissimas, brancas e azul arroxeado claro.<br />

HORTELÃ — MENTHA, esp. div. ( Labiadas ).-Todas<br />

as especies de mentha são exóticas.<br />

HORTELÃ BRAVA, ou do MATTO — v. PARACARY.—<br />

HORTELÃ BRAVA — (Marajó) — H Y PTIS ATRO-<br />

RUBENS Port. (Labiadas).<br />

(PI. h. rasteira) —HAB.- Commum nos arredores de<br />

Belem, á beira das estradas e cm terrenos abandonados.<br />

Med. pop.— Sudorífica, bechica, antispasmodica (folhas<br />

e summidades floridas, em infusão.<br />

HORTELÃ das HORTAS — MENTHA GE NT ILIS L.<br />

(Labiadas).<br />

Ali/n.— Serve para temperar a <strong>com</strong>ida.<br />

HORTELÃ PIMENTA —MENTHA PIPERITA L. (Labiadas).—Cultivada.—Origin.<br />

da Inglaterra.<br />

(PI. h.) — SYN.— Peppermint (Ingl.) — Menthe poivrée<br />

(Fr.).<br />

Med. — Aromatica, antispasmodica, tónica e excitante.<br />

— Dá um oleo essencial muito aromatico.<br />

HORTELÃ VERDE — M E N T H A VIRIDIS L. ( Labiadas<br />

).<br />

(PI. h.) — SYN.- Menthe verte (Fr.).<br />

índ. - O oleo volátil da Hortelã é extrahido da Mentha<br />

viridis e da M. piperita.<br />

Med. pop.— Aromatica e carminativa.


IAPANA — v. AYAPAXA —<br />

IAPANA-CAA — v. UAPE — (Victoria regia).<br />

I BIX UMA — v. MUTAMBA —<br />

ICACORE-C A ATING A — A RDISIA SEMICRENATA<br />

Mart. ( Mvrsinaceas) = ICACOREA GUIANENSIS Aubl.<br />

(a. ).<br />

Alim.— Fructos <strong>com</strong>estíveis, mas pouco saborosos.<br />

Meti. pop.— A casca é usada <strong>com</strong>o refrigerante.<br />

IMBAUBA de CHEIRO — POUROUMA sp.<br />

(Moraceas).<br />

( A. m.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

Loc.— Faro.<br />

CAR.— As folhas esmagadas desprendem um cheiro<br />

bastante agradavel (salicylato de methyle).<br />

Ind.— A madeira serve para fabricar carvão.<br />

Alim.— Fructos em cachos, <strong>com</strong>estíveis, doces, acidulos<br />

e mucilaginosos.<br />

IMBAUBA MANSA, ou IMBAUBA de VINHO — v. MA<br />

PATY.—<br />

o<br />

IMBAUBA, ou EMBAÚBA — CECROPIA,<br />

div.


196 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

cyx —Arvore da preguiça.—Cetico (Peru) — Ambaiba<br />

I ) — Bois canon (G. fr.) — Trumpet-wood (Ingl.).<br />

' CAR.—A maioria das especies de " imbaubas ' sào myrmecophilas<br />

(form. Azteca Miilleri). — Os índios utilizam a<br />

madeira para fazer fogo por fricção <strong>com</strong> outra madeira dura.<br />

Jndj— A madeira, branca e leve. presta-se para a fabricação<br />

do papel e de carvão para polvora. A casca dá<br />

estopa fina. . , , . , ,<br />

Med.— Todas as imbaubas possuem propriedades semelhantes.—<br />

O succo da raiz é um poderoso diurético; augmenta<br />

a energia do musculo cardíaco sem multiplicar os<br />

batimentos do coração (A. da Matta).—O principio activo<br />

parece ser um glucoside; a cecropina.<br />

IMBAUBA — CECROPIA PACHYSTACHYA Tréc.<br />

(Moraceas).<br />

Ind.— A parte interna da casca dá boas cordas.<br />

IMBAUBA BRANCA — (Belem e E. de F. de Br.) — CE-<br />

CROPIA PALM ATA Willd. (Moraceas).<br />

SYN.— Ambaia-tinga.<br />

(A. M.) — HAB.- Frequente nas capoeiras.<br />

CAR.— Face inferior das folhas, branca.<br />

Mad.— Branca, leve; D = 0,33. Dá carvão leve para<br />

polvora.<br />

Ind — Propria para pasta de cellulose: <strong>com</strong>prim. das<br />

fibras 1,45 —diam. 0,040 = 1 36. - Rendimento em cellulose<br />

42 o/o.— ( Benj. Cordeiro - M.-C. P.).<br />

Med. pop.— Succo (seiva) dos renovos contra dysenteria,<br />

gonorrhea e leucorrhea — Bom vulnerário - A medulla,<br />

côr de chocolate, é um excellente hemostatico.<br />

IMBAUBA BRANCA — (B. Amazonas) — CECROPIA<br />

PARAENSIS Hub. ( Moraceas)<br />

(A. M.) — HAB.- Nas margens de varzea do B. Amazonas<br />

e de muitos rios da Amazonia.<br />

CAR.—Folhas brancas por baixo e verdes por cima.—<br />

Myrmecophila.<br />

Mad — Branca e leve — D = 0,28.<br />

Ind.— Propria para papel e carvão leve (p. polvora).<br />

D I S T ^ R H ^ r l S í 6<br />

SYN.—Imbauba da malta.<br />

R dC B '- ) - CECR0PIA


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

( \. g.) - HAB.- Acha-se principalmente dentro e na<br />

beira da matta da I. f.<br />

CAR.~Folhas grandes, brancas na face inferior.-Não<br />

myrmecophua.<br />

Ma d. — Branca e leve.<br />

Ind. — Madeira para pasta de cellulose; <strong>com</strong>prim. das<br />

fibras: 1,11 — diam. 0,021.— Rendimento em cellulose 42° 0 —<br />

( B. Cordeiro — M. C. P.).<br />

1MBAUBA BRANCA — (B. rio Purús) — C E C R O PIA<br />

STENOSTACHYA Warb. (Moraceas).<br />

HAB. - Substitue a C. Paraensis do B. Amazonas nas<br />

praias do Baixo Purús.<br />

IMBAUBA da 31 ATTA — v. I MB AHB A BRANCA — ( C.<br />

distachya).<br />

IMBAUBA da MATTA — (Beiern, E. de F. de Br.)- CE-<br />

CROPIA .) UR AN YAN A Rieht. (Moraceas).<br />

Sv.w— Imbanbilo.<br />

(A. g.)— HAB.- Dentro da matta de T. f.<br />

CAR.— Folhas enormes, digitadas, verdes de ambos os<br />

lados.<br />

Mad.-~ Branca e leve; própria para carvão (Polvora)<br />

- D = 0,30.<br />

Ind.— Madeira para pasta de cellulose; <strong>com</strong>prim. das<br />

fibras 1,28-diam. 0,039 (B. Cordeiro - M. C. P.).<br />

IMBAUBA da MATTA —(Alto Amazonas) — CECRO-<br />

PIA SCIADOPHYLLA Mart. (Moraceas).<br />

Ind.—Os índios aproveitam o succo leitoso para collar<br />

os seus ornamentos de pennas.<br />

IMBAUBA da MATTA —(Alte Amazonas) — CECRO-<br />

PIA FICJFOLIA (Moraceas).<br />

IMBAUBA da MATTA — (Manáos — Tezos de Marajó )<br />

— CEC RO PI A LEUCOCOMA Miq. (Moraceas).<br />

IMBAUBA VERDE — (B. Amazonas) — C E C R O PIA<br />

ROBUSTA Hub. (Moraceas). j .<br />

(A. m.) - HAB.- Frequente nas margens do no e nos<br />

campos inundáveis da varzea.<br />

•<br />

197


198 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR.-Folhas coriaceas, verdes de ambos os lados.-<br />

Não» myrmecophila.<br />

IMBAUBA VERDE — (Belem) - C E C R O PIA B U-<br />

REAUIANA Richt. (Moraceas).<br />

IMBAUBA VERDE — (A. Amazonas e A. rio Purús) —<br />

CECROPIA LAETEVIRENS Hub. (Moraceas).<br />

HAB.—Muito abundante nas praias do A. Purús e do<br />

Acre.<br />

CAR.— Folhas verde claro de ambos os lados. Myrmecophila.<br />

IMBAUBA VERDE (B. rio Purús e R. Solimões) —<br />

CECROPIA BIFURCATA Hub. (Moraceas).<br />

(A. p. ou m.) —HAB.- Substitue no B. rio Purús a C.<br />

robusta do B. Amazonas.<br />

CAR.-Myrmecophila.—Folhas verdes de ambos os lados<br />

e face superior lisa.<br />

IMBE—PHILODENDRON IMBE Schott. (Araceas),<br />

e outras especies do mesmo genero.<br />

( Cipó).<br />

SYN.— Cipó imbé — Ambé— Tracuá — Curttba.<br />

CAR. — Planta epiphyta.<br />

lnd.— As raizcs aereas, <strong>com</strong>pridas, delgadas e resistentes,<br />

servem de cordas, e, partidas, para tecer paneiros,<br />

jamachins — a casca das mesmas raizes 6 utilisada para tecer<br />

cestos.<br />

Med.pop.-O succo acre das folhas é detersivo; o<br />

cozimento das folhas frescas é re<strong>com</strong>mendado, em banhos,<br />

nas orchites. A raiz, em pó, é um purgativo drástico util<br />

na hydropisia, mas deve ser empregado <strong>com</strong> cautela por<br />

ser corosivo.<br />

IMBIRI — v. IIERVA dos FERIDOS.—<br />

IMENE — (Amazônia - ?) — v. BUTUA CATINGUENTA.<br />

(A. p.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

MA-


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

INAJA-RANA — QUARARIBEA DUCKEI Hub. (Bombaceas).<br />

«<br />

J A ' p -\~}l Ai Y Nos casta "haes do R. Trombetas e do<br />

R. Branco de Óbidos.<br />

%<br />

INAJA-RANA — (Furos — B. Amazonas) — OU AR \RI-<br />

BEA GUIANENSIS Aubl. (Bombaceas). V<br />

(a. de 2m.50 a 3m.) —HAB.- Frequente nas margens<br />

dos igarapés.<br />

CAR.—O fructo dos inajáranas lembra um pouco, no<br />

aspecto, um pequeno coco de palmeira.— Flores brancas<br />

e odoríferas, de forma muito original.<br />

Mad.— Branca, pouco <strong>com</strong>pacta.<br />

hid.— A casca dá envira.<br />

INAMBU-QUIÇAUA — RINOREA GUIANENSIS Aubl.<br />

= ALSODEIA GUIANENSIS (Aubl.) Eichl. (Violaceas).<br />

(A. p.).<br />

Mad.— Branca, tenra.<br />

INAMUHY — (Manáos) — v. LOURO NHAMUHY.—<br />

INGA — INGA, esp. div.— (Leg. mim.).<br />

Mad. - A madeira é avermelhada, nodosa; serve para<br />

lenha.<br />

bui.— A casca dos ingás é adstringente e serve para<br />

cortume.<br />

Alim.— A polpa que envolve as sementes é muitas<br />

vezes aromatica, doce e <strong>com</strong>estível.<br />

INGA —INGA MARGINATA Willd. (Leg. Mim.).<br />

(A. m.) —HAB.- Commum em toda a Amazônia em<br />

terrenos argillosos, na varzea e na T. f.<br />

Loc.—Óbidos — R. Tapajóz— Gurupá — R. Xingu —<br />

E. de F. de Bragança.<br />

INGÂ-ASSÚ — INGA CINNAMOMEA Benth. (Legum.<br />

mim.). r.<br />

.( A. g. ou m.) — HAB.- Espontâneo nas mattas das varzeas<br />

do R. Amazonas; algumas vezes cultivado.<br />

Loc.— Gurupá — Munie, de Almeirim — R. Solimões.<br />

CAR.— Na matta, os galhos novos silo quasi sempre<br />

199


200 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

ocos e habitados por formigas "tachys" (gen. Pseudomyrmal<br />

cuja picada é bastante • I %<br />

AUm.— Fructo grande, <strong>com</strong>estível, doce.<br />

INGÁ - (Rio Tapajoz) — IN G A C A P üC HOI<br />

P. Standley {Leg. mim.).<br />

(A. m.) —HAB.- Matta da 1. f.<br />

Loc.-Bôa Vista (Rio Tapajoz).<br />

CAR.- Flores vermelho e branco, inodoras.<br />

Mad— Somente utilisada <strong>com</strong>o lenha para queimar.<br />

INGÀ-CAETETU — v. ANGELIM RAJADO. —<br />

INGÁ-CHICHI, ou ING Á CHI CHICA — ING A HETE-<br />

ROPHYLLA Willd. (Leg. mim.).<br />

HAB.—Nas capoeiras de T. f.<br />

Loc.— Em toda a Amazônia.<br />

CAR.—Folhas e fructos pequenos.<br />

INGÁ-CHICHI — INGA SERTULIFERA- DC. (Leg.<br />

mim.).<br />

HAB.— Em terrenos argillosos, em beiras dagua e<br />

capoeiras.<br />

CAR.— Folhas e fructos pequenos.<br />

INGÁ-CHICHI — (Faro) — INGA ALBA ( Sw.) Willd.<br />

(Leg. mim.)<br />

(A. g.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

INGÁ-CHICHI-INGA FAGIFOLIA (L.) Willd.<br />

(Leg. mim.).<br />

SVN.rIngá ciirurú — Ingá-y (Ceará).<br />

Cultivado em Belem, Gurupá.<br />

Ind - A casca secca dá 10, 1 *>/ de tanninos ( E. Serfaty<br />

— M. C. P.).<br />

Alim.— Fructos pequenos, mas <strong>com</strong> polpa <strong>com</strong>estível,<br />

doce.<br />

INGÁ-CIPÓ — INGA EDULIS Mart. (Leg. mim.).<br />

( A. P-i — Arvore copuda; a forma tvpica e uma variedade<br />

<strong>com</strong> fructos menores são espontaneas na Amazônia.<br />

bvN.-Guabo (no Perú)—Pois sucré ( G. fr.).<br />

Ob" 1 0C '~ m Alcoba Ç a — Almeirim - R. Branco de


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

CAR.— São os fructos muito <strong>com</strong>pridos da forma cultivada<br />

que parecem cipós. *<br />

Alim.— E' a especie mais frequente, cultivada no Pará;<br />

a polpa que envolve as sementes é doce, saboroso.<br />

201<br />

INGÁ-CURURÚ — v. INGA CHICHI — (I. fagifolia).<br />

INGÁ de FOGO — INGA VELUTINA Willd. ( Leg.<br />

(mim.).<br />

Indígena na região do estuário e no B. Amazonas; ás<br />

vezes cultivado.<br />

INGA-RANA — (Belem — E. de F. de Br. — Gurupá)—<br />

PITHECOLOBIUM PEDICELLARE (DC.) Benth. (Leg.<br />

mim.).<br />

SYN. — Bois la monte, ou Bois macaque rouge ( G. fr.)<br />

— Cambuí ( R. de .1.)<br />

Mad.— Madeira branco roseo, muito fibrosa, para marcenaria<br />

e construcçôes. D = 0,80 a 0,90.<br />

INGA-RANA — PITHECOLOBIUM UNIFOLIATUM<br />

Benth. (Leg. mim.).<br />

( A. m.) — HAB.- Matta da varzea.<br />

Loc.~ B. Amazonas — B. rio Tocantins — B. rio Xingu<br />

—M. rio Tapajóz — R. Madeira—R. Negro.<br />

Mad — Cerne pesado, avermelhado <strong>com</strong> veios escuros.<br />

INGA-RANA — (Lago de Óbidos -Margens do R. Trombetas)—INGA<br />

DISTICHA Benth. (Leg. mim.).<br />

INGA-RANA — (Estuário) — PITHECOLOBIUM LA-<br />

TIFOLIUM (L) Benth. (Leg. mim.).<br />

SYN.- Jarandeua.<br />

Mad. - Para carpintaria e construcção civil (obras internas).<br />

INGA-RANA — (L. do Salgado) - PITHECOLOBIUM<br />

DINIZII Ducke (Leg. mim.).<br />

(A. p.) - HAB.- Matta pantanosa da 1. f.<br />

Ora. -Arvore de porte gracioso; flpres roscas.<br />

INGA-RANA—(Amazônia) - PITHECOLOBIUM<br />

CAULIFLORUM (Willd.) Benth. (Leg. mim.).<br />

SYN.-Jarandeua — Ararandeua.


202 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

(A. p.)—HAB.- O mais <strong>com</strong>mum dos "Ingá-ranas", nas<br />

praias e margens de rios.<br />

C-\R.—Flores róseas muito abundantes.<br />

Ma d. Madeira branco - amarellado, <strong>com</strong>pacta, dura,<br />

de boa conservação.<br />

INGARANA da beira — (R. Tapajoz) — PITHECOLO-<br />

BIUM PANURENSE Spruce (Leg. num.).<br />

INHAME—DIOSCOREA BRASILIENSIS Willd. (Dioscoreaceas)<br />

— v. CARA MIMOSO.—<br />

INHAME — DIOSCOREA LAXIFLORA Mart. (Dioscoreaceas).<br />

SYN.—Cará-tinga bravo, ou do ma lio.<br />

Loc.—Rio Cuminá-mirim.<br />

(Cip.)— CAR.- Caule cylindrico.<br />

AlimOs tubérculos tem pouco valor e devem ser<br />

submettidos á cocção prolongada.<br />

INHAME — (Varzeas de Obidcs) — DIOSCOREA PI-<br />

PERIFOLIA Willd. (Dioscoreaceas).<br />

(Cip.)—CAR.- Caule anguloso.<br />

Alim.— Rhizomas tuberculosos, alimentares depois de<br />

cocçào prolongada.<br />

Me d. pop.—Folhas emollientes.<br />

INHAME BRANCO — COLOCASIA ANTIQÜORUM<br />

Schott. var. TYPICA Engl. (Aroideas) — Origin. da Asia<br />

Menor.<br />

SYN —Inhame da costa—Taro.<br />

(PI. h.) — CAR.- Sorte de "tajá", de folhas grandes; o<br />

peciolo e a bainha são coloridos de vermelho ou roxo.<br />

Alim.—Rhizoma globuloso, constituindo um excellente<br />

alimento, sem sabor particular. As folhas são também <strong>com</strong>estíveis,<br />

substituindo os "espinafres".<br />

INHAME da COSTA — v. INIIAME BRANCO.—<br />

INHAME da ItJDIA — DIOSCOREA ALATA L. (Dioscoreaceas)<br />

— Origin. da Malasia.<br />

SYN.-Cara-inhame— Igname franche, da G. fr.<br />

(Up.)—CAR.- Haste verde ou roxa, quadrangular, <strong>com</strong><br />

os ângulos alados; folhas inteiras, cordiformes.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

Muitas variedades.<br />

Ali/n.—-Rhizomas tuberosos e feculentos, de grandes<br />

dimensões (de ó a lo k.), brancos, avermelhados ou roxospreciosos<br />

para a alimentação; <strong>com</strong>em-se assados ou cosido«'<br />

Conservam-se mal depois de arrancados.<br />

INHAME TAYOBA — COLOCASIA ANTIOUORUM<br />

Schott. var. ESCULENTA Engl. (Aroideas). — Origin. da<br />

Asia Menor.<br />

(PI. h.) — CAR.- Sorte de "tajá", de folhas grandes,<br />

verde claro, jaspeadas de verde escuro (attingem algumas<br />

vezes 1 m. na maior dimensão).<br />

Alim. — Rhizoma e folhas <strong>com</strong>estíveis, <strong>com</strong>o no Inhame<br />

Branco. —Excellente variedade.<br />

203<br />

IOIOCA —EUGENIA (Myrtaceas).<br />

(a. g.)—HAB.- Margens inundadas de riachos e furos.<br />

IOIOCA — v. RABO de ARARA.—<br />

IPADU — ERYTHROXYLUM COCA Lamk. (Erythroxvlaceas.<br />

Subespontaneo e cultivado.<br />

(A. p.).—<br />

Svx.— Coca.<br />

Med. — As folhas são estimulantes do systema nervoso;<br />

o principio activo ó um alcalóide, a COCAÍNA.<br />

Os índios do Perü e da Bolívia mascam estas folhas que<br />

parecem augmentar as forças, attenuando a sensação de<br />

fome e produzindo uma especie de embriaguez agradavel;<br />

costumam misturar <strong>com</strong> as folhas de coca um pouco de<br />

cinza do espatho da palmeira molacit (Attalea princeps<br />

Mart.) e um pequeno pedaço de cipó amargo, chamado<br />

Tchamarú, na Bolivia e que é provavelmente abata (Abuta<br />

concolor Poepp.).<br />

IPADÚ-MIRIM -ER YT H ROXYLUM CATAR AC -<br />

TARUM Spr. (Ervthroxvlaceas).<br />

ia. de 1 a 2 m.) —Loc.- Alto R. Negro.<br />

Mcd— As folhas têm as mesmas propriedades que as<br />

da especie anterior, mas menos activas.<br />

o<br />

IPÊ — (Marajó — R. Aramá ~ Belem, no Igapó do Catú)<br />

-EPERUA BIJUGA Benth. (Leg. caesalp.).


A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

SYs.—Aipé - Espadeira (Faro) - Muirapiranga ( Manáoj,<br />

Soure).<br />

L0Ci—Ilhas — Marajó —raro— Manaos.— Estuário<br />

tocantino.<br />

(A. M.) — CAR.- Bellas flores.<br />

Mad — Avermelhada, <strong>com</strong> veios resinosos mais escuros.<br />

IPÊ—(Litoral, estuário e B. Amazonas)— MACROLO-<br />

BIUM PENDULUM Willd. v. ARAPARY- RANA —<br />

IPÊ— (Breves) — MACROLOBIUM BREVENSE<br />

Ducke (Leg. caesalp.).<br />

(a. g.).<br />

Mad.—Madeira avermelhada.<br />

IPÊ— (Breves) — MACROLOBIUM CAMPESTRE<br />

Hub. ( Leg caesalp ).<br />

v(a., até A. g.).—Nào passa de um arbusto nos campos<br />

e nas campinas arenosas, tornando-se arvore na matta humosa<br />

e pantanosa.<br />

Loc.— Belem — Gurupá — R. Trombetas — Faro.<br />

Mad.— V T ermelho-pardacento claro.<br />

IPÊ_(A. rio Capim)—MACROLOBIUM BIFO-<br />

LI UM í Aubl.) Pers. = MACROLOBIUM HYMENAE-<br />

OIDES Willd. ( Leg. caesalp.).<br />

SY.W— Ipê verdadeiro. ( Furos ).<br />

(A. p. ou a.)— HAB.- Igapós e margens de riachos silvestres.<br />

IPÊ dc FOLHA MIÚDA — (A rio Capim) — M A C RO-<br />

LO BI UM CHRYSOSTACHYUM ( Miq.) Benth. (Leg.<br />

caesalp.).<br />

SYN.-Aipé — Ipê da varsea.<br />

( A. m.) — HAB.- Nas margens dos rios claros ou de<br />

agua preta..<br />

IPÊ da VARZEA— v. IPÊ de FOLHA MIÚDA.—<br />

^ /v <<br />

. , IPE ' J ^ ^ N A — (Breves) — v. JUTAHY-RANA<br />

(Óbidos)—CRUDIA PUBESCENS Benth.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

IPE, ou IPERANA—(Breves) — CRUDIA SPICATA<br />

(Aubl.) Benth. íLeg. caesalp.).<br />

Loc.—Margens de igarapés, nas ilhas altas de Breves<br />

—R. Mapuera.<br />

205<br />

IPÊ ROXO — (Gurupá) - v. PÁO ROXO do IGAPO.—<br />

IPE-UBA — MACROLOBIUM BIFOLIUM (Aubl.)<br />

Pers. íLeg. caesalp.).<br />

SYN. -Jatobarana - R. Tapajoz.<br />

(A. p. ou a.) — HAB.- Igapós e logares pantanosos em<br />

campos arenosos.<br />

Loc.—Belem- Bragança-Marajó — M. Rio Tocantins<br />

M. R. Xingú—M. R. Tapajoz — Campos de Óbidos e Faro.<br />

IPECACONHA de FLOR ROXA —(Marajó)— RUEL-<br />

LIA GEMINIFLORA H. B. K. (Acanthaceas).<br />

(PI. h. deOm. 60 a 0m.70)—HAB.-Nos campos altos<br />

arenosos.<br />

Med. - A raiz é vomitiva.<br />

IPECACONHA de FLOR BRANCA —(Marajó) — IONI-<br />

DIUM IPECACUANHA Vent. = HYBANTHUS IPECA-<br />

CUANHA Bail. (Violaceas).<br />

(Sub. a.)— SYN.- Poaia ou Poaya da praia —Ipôca<br />

branca—Jpéca do Marajó—Poaia branca—Parga do campo—Purga<br />

da praia—Piraaya.<br />

Med.—Raiz emetica—Indicada contra as dysenterias e<br />

a gotta.<br />

E' considerada <strong>com</strong>o podendo substituir a ipéca verdadeira.<br />

IPÈCA FALSO— v. OFFICIAL DA SALA. — ASCLE-<br />

PIAS CURASSAVICA L. (Asclepiadaceas).<br />

IPECACUANHA FALSA - BOERBHAVIA DIFFUSA<br />

L. Píyctaginaceas).<br />

(PI. h.)— Loc.- Amazônia (?)—Sul do Brasil.<br />

Med. pop.-Raiz purgativa e emetica.


206 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

IPECACUANHA FALSA — BOER RH A VIA DECUM-<br />

BENS Vahl. (Nyctaginaceas).<br />

(PI. h.)-Loc.-Amazonia (.•';—Sul cio Brasil.<br />

Med. pop.—Vomitiva.<br />

IPECA VERDADEIRA — (Alto R. Madeira) — CE-<br />

PHAELIS IPECACUANHA Rich. = PSYCHOTRIA IPE-<br />

CACUANHA Mull. Arg. (Rubiaceas).<br />

SYN. — Ipecacuanha verdadeira (Ipê-caá-coêna em<br />

L. g.)—Poaya verdadeira—Ipeca annelé (Pr.).<br />

CAR.—Flôr branca, raiz annelada.<br />

Med— A raiz contem tres alcalóides: emetina (l,45°/0)t<br />

cephaelina (0,52 °/o) e psychotrina (0,4 ° o). — Vomitiva em<br />

alta dose, tónica e expectorante em dose pequena; em dose<br />

elevada produz na^eas, pallidez, vomitos e, ás vezes, evacuações<br />

alvinas. — Usada contra dysenteria, asthma, catarrho<br />

suffocante, bronchite, pneumonia.<br />

IPECACUANHA PRETA — PSYCHOTRIA EMETIC A<br />

Mutis. (Rubiaceas) = URAGOGA EMETIC A Baill.<br />

SYN.— Ipecacuanha estriada major.<br />

(PI. h.) — Loc.- Amazonia (?) — Colombia -- Amer.<br />

Central.<br />

Mesmas applicações que a Ipeca verdadeira.<br />

IRARY — (R. Tapajoz) — v. MEMBY.—<br />

ISCA do MATTO — v. ESPONJA do MATTO. —<br />

ISQUEIRO — (Anauerapucú)— ( ?)<br />

ITAPEUÀ — (R. Tapajoz) — COUMA RÍGIDA Muell.<br />

Arg. (Apocynaceas).<br />

SYN .-Marfim (R. Tapajoz) - Mocuge (Bahia).<br />

(/V. m. ou gr.)—Ahm.- Fructo globoso, saboroso,. fermentando<br />

<strong>com</strong> grande facilidade.<br />

A/r / T 5 B A ** (R - Branco, do Amazonas — Almeirim —<br />

Monte Alegre - Santarém) - SILVIA DUCKEI A. Sampaio<br />

(Lauraceas). ,<br />

a b a c ^ l a ^ r ^ " " ^<br />

de AlmeÍrÍm) ~~


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 207<br />

(A. m.) -HAB.- Matta da T. f.-Rara—Na floresta seçca,<br />

visinha dos campos.<br />

Mad. — Parecida <strong>com</strong> a da Itaüba amarella <strong>com</strong>mum<br />

(Silvia itauba).<br />

ITAUBA ABACATE — (Santarém) — id.<br />

id<br />

ITAUBA AMARELLA — (Almeirim — Prainha ) —<br />

id id<br />

ITAUBA AMARELLA <strong>com</strong>mum— SILVIA ITAUBA<br />

(Meissn.) Pax. (Lauraceas).<br />

(A. g.)—HAB.- Matta da T. f. em terreno silico-argilloso.<br />

Loc."Commum em Óbidos—Santarém — Villa Braga<br />

(R. Tapajoz)—Existe no R. Negro.<br />

Mad. —O nome %t itaúba" significa "páo pedra" (Itá-üba,<br />

pedra-arvore, em L. g.). — Madeira de primeira ordem. —<br />

Cor amarello pardo claro, virando rapidamente, na luz, ao<br />

pardo escuro; macia, gorda mesmo, ao tocar. — Imputrescivel,<br />

fendendo-se pouco, de dureza media, muito resistente,<br />

elastica, deixando-se trabalhar <strong>com</strong> facilidade pela ferramenta<br />

manual, mas gastando muito os dentes das serras<br />

mecanicas rapidas. — A melhor para construcções navaes,<br />

grandes e pequenas; os galhos principaes,diversamente arqueados,<br />

fornecem boas curvas — Carpintaria — Dormentes.<br />

— D. = 0,93.<br />

ITAUBA BRANCA — (Manáos) — v. BIBIRU.—<br />

ITAUBA PRETA — ?<br />

(Lauraceas).—Até agora classificada erradamente <strong>com</strong>o<br />

OREODAPHNE HOOKER1ANA Nees<br />

(A. g.).<br />

Mad.— Madeira analoga á da Itaüba amarella, mas<br />

castanho-amarellado, virando ao pardo escuro, quasi preto,<br />

e mais pesada. - De qualidade superior para a construcçào<br />

civil.— fmputrescivel.— D = 1,05.<br />

»ITAUBA SURUBIM — ?<br />

Loc. —Oriximiná—Munie, de Borba.<br />

Mad.-A madeira, analoga á Itaúba amarella <strong>com</strong>mum,<br />

é grosseiramente mosqueada de preto.


A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

ITAUBA VERMELHA— v. BIBIRÚ.—<br />

ITAUBARANA da V. — SWEETIA N ITENS (Vog.)<br />

Benth (Lcg. soph.).<br />

(A. p. ou m.) — HAB.- Em todo o Estado, nas margens<br />

arenosas dos lagos e rios, mas não nas margens do Amazonas,<br />

nem do estuário.—Muito <strong>com</strong>mum cm todo o R.<br />

Negro. , , . . .<br />

Mad.— Pardo-cinzento, nodosa, muito resistente, imputrescivel.<br />

Para construcçílo civil, moirôes, dormentes.—Nào<br />

se parte facilmente e deixa-se bem penetrar pelos pregos —<br />

D = 1,00.<br />

ITUÀ — (R. Mapuera) — GNETUM NO DI FLOR UM<br />

Brougn. (Gnetaceas).<br />

(Cipó).<br />

ITUA-ASSU — GNETUM URENS Blume, (Gnetaceas).<br />

SYN.— Thoá (G. fr.).<br />

(Cipó grande) — HAB.- Na margem dos rios.<br />

Ind.-r O tronco e os ramos podem dar grande quantidade<br />

de fibras resistentes, próprias para cordas, tecidos e<br />

pasta para papel.<br />

A casca, ferida, exsuda um liquido claro e viscoso<br />

que, seccando, constitue uma gomma transparente.<br />

E' um dos cipós do caçador: os pedaços do tronco<br />

cortados rapidamente e virados, a extremidade superior<br />

para baixo, dAo agua potável abundante.<br />

Aliai.—- O fructo, ovoide alongado, contem uma amêndoa<br />

<strong>com</strong>estível depois de assada.— No interior da casca do<br />

iructo tem uma camada de pellos picantes que se evitará<br />

de tocar.<br />

ITUÀ-MIRIM - (Gnetaceas)<br />

ITUÀ PRETO - (Gnetaceas).<br />

(Cip.) - CAR .- Os fructos são pretos.<br />

IURARY - v. - TIMBÒ. - (Paullinia grandiflora).<br />

IVITINGA - 7. AÇOITA-CAVALLO.—


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS


A AMAZOXIA BRASILEIRA


J<br />

JABORANDY do PARA, ou de 3 folhas.—v. ALFAVACA<br />

de COBRA. —<br />

JABOTÀ — v. PACAPIÀ. —<br />

JABOTICABA — MYRCIARIA CAULIFLORA Berg.<br />

( Myrtaceas).— Origin. do Sul do Brasil; pouco cultivada no<br />

Norte.<br />

(A. p.) —CAR.- AS flores nascem no tronco e nos galhos<br />

principaes.<br />

Alim.— Fructo : baga vermelho violaceo, globulosa.de<br />

2 a 2.5 cm. de diam., pelle coriacea, polpa quasi liquida,<br />

doce e agradavel, lembrando a uva; producção abundante.<br />

JABOTY-MIRÁ (Mauhés) — ?<br />

(A.).<br />

MG d.— A madeira tem cor de labaredas.<br />

JABOTY da T. f. (Belem) — ERISMA UNCINATUM<br />

Warm. ( Vochvsiaceas).<br />

\ mi ' D<br />

(A. m.).<br />

SYN.— Qiiaruba de flores roxas (Belem).<br />

Ind— As amêndoas contem 50° o de um sebo branco<br />

análogo ao "sebo de jabotv"; ponto de fusão: 43°;).<br />

o


212 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

JABOTY da V. — ERISMA CALCARATUM (Link).<br />

Wnrrn. (Vochysiaceas).<br />

SYN.-Jaboti araconha - Cachimbo de jaboti — Caramuru.<br />

(A. m.).— HAB.- Abundante nas varzeas do estuário e<br />

nos igapós marginaes dos riachos de agua clara ou escura,<br />

no E. do Amazonas (R. Negro.—Alguns affluentes do Solimões,<br />

<strong>com</strong>o o R. Javary ), mas não no B. Amazonas.<br />

Mad — Branca, grosseira, leve e tenra. D = 0,52. Bôa<br />

para a fabricação de papel.<br />

Ind.—. O fructo, rugoso, recurvado em forma de cachimbo.<br />

contem uma amêndoa oleaginosa que dá 51 °/o de<br />

matéria graxa branca, de consistência de sebo ( Ponto de<br />

fusão; 45° C.).- Safra de fevereiro a julho.<br />

Orn.— Arvore ornamental, de bellas e abundantes flores<br />

azues, em grandes paniculas.<br />

JACA da BAHIA — ARTOCARPÜS INTEGRIFOLIA<br />

L. ( Moraceas ).— Origin. da índia.<br />

(A. g )—Cultivada na Amazônia.<br />

Alim. - Fructo globuloso, enorme ( até 15 ks.), verde<br />

amarellado, eriçado de verrugas, agarrado directamente no<br />

tronco ou nos galhos grossos da arvore; a pelle é molle.<br />

pouco resistente; a polpa branco amarellado, visguenta, doce,<br />

de cheiro pouco agradavel, envolve sementes grossas e numerosas<br />

que se podem também <strong>com</strong>er cozidas ou assadas e<br />

passam por serem ligeiramente aphrodisiacas. A polpa não<br />

•é apreciada por todos; é enjoativa.<br />

Mad. — A madeira 6 amareila, brilhante, própria para<br />

marcenaria; é o jack-wood dos Inglezes.<br />

Orn.— Bonita arvore para sombra.<br />

JACA do PARA — ANONA MURICATA L. (Anonaceas).—Origin.<br />

das Antilhas.<br />

(A. p. de 4 a 5 m. ).<br />

SYN.— AratiCÚ manso — Craviola ( Belem ) — Cachiman<br />

morveux, ou cachiman épineux, ou CorossoU ou Corossol<br />

épineux. da,.G. fr.<br />

Alim.- Fructo grande, cordiforme, alongado, yerde,<br />

coberto de pontas molles, curvas.-Polpa branca, perfumada,<br />

agridoce, de sabor agradavel; pesa até 2 ks.—Excellente<br />

para sorvetes.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

213<br />

J AC AI AC A —(Cametá) — v. CEDRO BRANCO —<br />

(Poupartia amazônica).<br />

JACA MIM — v. MAPARANÁ.-<br />

JACAMIM-RENEPEA — RINOREA FLAVESCENS<br />

= ALSODEIA FLAVESCENS Spreng. (Violaceas).<br />

(a. de 1 m. a 1 m.50).<br />

CAR.—As flôres, amarelladas, tem cheiro de cera.<br />

JAÇAPÉ — v. CAPIM de CHEIRO - (Killinga odorata).<br />

JACA-RANA — ? ,<br />

JACARANDÁ (Mte Alegre) — v. ARAPARY da T. f.—<br />

SWARTZIA FUGAX Benth. (Leg. caesalp.).<br />

JACARANDÁ BRANCO —SWARTZIA PSILONEMA<br />

Harms. (Leg. caesalp.)<br />

(A. m.) —HAB.- Matta da T. f.<br />

Loc.— Cametá— R. Tocantins — R. Xingu — R. Mojú.<br />

Mad. — Madeira branca.<br />

JACARANDÁ do COBERTO, ou do CAMPO COBERTO<br />

— v. ARAPARY da T. f. —<br />

JACARANDÁ do PARA — DALBERGIA SPRUCE-<br />

ANA Benth. (Leg. pap. dalb.).<br />

SYN.— Palissandre (Fr.) - Rosc-ivood, ou Blak-ivood<br />

< Ingl.).<br />

(A. m. ou g.) — HAB.- Matta de T. f. secca, em terreno<br />

arenoso.<br />

Loc.- Belem - Óbidos — Mazagáo - Monte Alegre —<br />

Santarém — Faro — M. rio Tapajoz.<br />

Mad. - Castanho escuro, <strong>com</strong> finas listras quasi pretas,<br />

muito dura, mas se trabalhando bem, <strong>com</strong> ligeiro cheiro de<br />

violeta; para ebanisteria, segeria. — D = 1,10.<br />

JACARANDÁ PRETO — SWARTZIA CORftUGATA<br />

Benth, ( Lejnim. caesalp.). 0<br />

,Loc\—Óbidos —Oriximiná.<br />

JACARANDÁ ROXO - MACHAERIUM ACUTIFO-<br />

LIUM Vog. ( Leg. pap. dalb.).


214 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

(A. m.) —HAB.- Matta da T f. em terrenos argillosos,<br />

na beira dos campos.<br />

Loc.— Monte Alegre — Alemquer — Óbidos.<br />

Mail. -Castanho escuro, largamente manchado de preto<br />

violáceo; para ebanisteria.— D = 1,15.<br />

JACARÉ-ARU — v. CAFERANA (Tachia guianensis).<br />

JAC ARE-COPAIIY BA — (Juruty Velho) — EPE RUA<br />

OL EIFER A Ducke (Leg. caes.)<br />

HAB.-Matta da T. f. na vizinhança dos igapós.<br />

Loc.—Maués — R. Madeira — R. Canumá.<br />

(A. g.)—CAR.- Bonitas llôres lilaz; folhas semeadas de<br />

pontos transparentes.<br />

Ind. — Do tronco extrahe se um oleo resina muito<br />

espesso, de côr negro esverdinhado, de cheiro forte e desagradavel,<br />

utilisado para o calafeto das embarcações, para<br />

preparar tintas e vernizes.<br />

JACARÈUBA — CALO PH YLLUM BRASILIENSE<br />

Camb. (Guttiferaceas).<br />

SYX.—Landim (Brasil central).<br />

(A. g.)—Loc.- Amazónia e Brasil central.<br />

Alad.—Amarello-avermelhado, de fibras trançadas, imitando<br />

o cedro, mas mais dura e menos flexível, mais revessa.<br />

Para marcenaria. — D = 0,64.<br />

Med.—A casca dá um balsamo resinoso, liquido, amarello,<br />

aromatico, amargoso e acidulo, utilisado contra as<br />

ulceras chronicas do gado; é o "Balsamo de Landim" (ou<br />

Lantim).<br />

JACATIRÄO - MICONIA PRASINA DC. (Melastomaceas).<br />

Ind.-Dá uma tinta preta.<br />

r\fn JAClACANGA — (Amazonas) — v. CANNA de MA-<br />

JACUNDÁ-CALATHEA ORNATA Kcke. (Marantaceas).<br />

«<br />

vulaceS APINHA ~ IP0MAEA S I N U A T A ° rtcg ' (CoSvol-<br />

Med. — Drástico.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

JAMARU — v. CABAÇA AMARGOSA. —<br />

. .JAMBO -JAMipSA VÜLGARIS DC. (Myrtaceas)-<br />

Origin. das Ilhas da Sonda.<br />

SYN.—Pomme rose (G. fr.).<br />

(A. m.)— Cultivada.<br />

Mim.—Fructo globoso da grossura de uma ameixa,<br />

branco - amarellado tingido de roseo—Polpa esponjosa, quasi<br />

secca, de gosto e cheiro de rosa; pouco apreciado; preferível<br />

em marmeladas.<br />

O Jambo vermelho (EUGENIA MALACCENSIS L.)<br />

é uma arvore pequena, de folhas grandes, copa muito fechada;<br />

o fructo tem a forma de uma pera pequena, côr<br />

purpurea, polpa branca, esponjosa, de pouco sabor.<br />

JAMBÚ — WULFFIA STENOGLOSSA (DC.) Hub.<br />

(Compostas).<br />

(Cip.)-SVN.- Jambü-rana (Belem).<br />

CAR.—Folhas muito asperas.<br />

Mim. — Fructo: drupa <strong>com</strong>posta, succulenta, insípida.<br />

Med.—Bom diurético.<br />

215<br />

JAMBÙ-ASSÙ — v. AGRIÃO do PARA. — SPILAN<br />

THES OLERACEA L. (Compostas).<br />

JAMBÚ-RANA — v. JAMBU —<br />

JAMBÙ-RANA — PIPER (ARTHANTE) TUBERCU-<br />

LATA Miq. (Piperaceas).<br />

(a. ou A. p.).<br />

SYN.—Betre aromalico.<br />

Med.—Raiz de sabor picante; as folhas e as raízes são<br />

sedativas e calmantes (Rheumatismos).<br />

JAMBU-Y — PIPER (Piperaceas).<br />

(a. p. da matta de T. f.i — Loc.-Cametá.<br />

Med. pop-Chá da raiz contra inflammações do ligado<br />

e hydropisia - Produz salivação <strong>com</strong>o o "jaborandy — Apontado<br />

<strong>com</strong>o tendo virtudes extraordinarftis para a conservação<br />

tia virilidade.<br />

JANIPARINDIBA — v. GENI PAR AN A. —


216 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

JANITÀ —SAHAGUNIA RACEMIFERA Hub. (Moraccas).<br />

., _<br />

(A. p.)-Loc.- Óbidos - Santarém.<br />

Mad.— Branco-amarellado.<br />

Alini.—O fructo <strong>com</strong>e-se cozido.<br />

JAPACANIM - PARKIA OPPOSITIFOLIA Benth.<br />

(Leg. mim.).<br />

SYXArara-tucupy (E. do Amazonas)—/anca (Pará)<br />

— Visgueiro (E. do Pará).<br />

(A. g.) — HAB.- Matta da T. í. arenosa.<br />

Loc.—Óbidos-Porto de Moz-Muito frequente em Gurupá.<br />

C.\R.-Copa larga, chata, em chapéu de sol.<br />

Mad— Branca e leve; pode servir para a fabricação<br />

de papel: rendimento em cellulose 46,9 °/o — <strong>com</strong>prim. das<br />

fibras 1,04 —diam. 0,020. (A. Bastos —M. C. P.) — D = 0,37.<br />

Ind — A casca contem tannino.<br />

Alim. anitn.— As araras <strong>com</strong>em a polpa que envolve<br />

as sementes.<br />

Med. pop.— A casca fresca tem cheiro de salicylato<br />

de methyla; é adstringente e antihemorrhagica; util para<br />

lavagem de feridas e ulceras.<br />

JAPANA — (Amazonas) - EUPATORIÜM AYAPANA<br />

Venten. (Compostas).<br />

( a. p., de lm.50 a 2m.).—Duas variedades : fiôres roxas<br />

ou brancas.<br />

Sv s.-fapdna — Ayaptnia.<br />

Med — A infusão das folhas ú um sudorífico poderoso.<br />

— O succo das folhas ajuda a cicatrisaçào das feridas.—<br />

Ionica, estomachica e aromatica.-Adstringente energico<br />

contra diarrhea e dysenteria.— Em bochecho nas anginas,<br />

gengivites, aphtas e escorbuto. A japatia roxa é a mais<br />

activa.<br />

JAPECANGA — v. SALSA. —<br />

. >. > x ~ ( R - Tapajoz) - PSVCHOTRIA RU-<br />

BRA (Willd) Muell.c Arg. (Rubiaceas).<br />

JARACATIÀ — v. MAMÃO BRAVO. —<br />

JARAGUA — v. CAPIM JARAGUA. —


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

JARAMACARU — CEREUS sp.<br />

(Cactaceas ). O<br />

PI. que pode attingir grandes dimensões (Serra do<br />

Ereré.).<br />

SYX. - Untmbeba — Jamacarú — Mandacaru (dos<br />

Cearenses).<br />

HAB. - Em terrenos seccos e mesmo rochosos.<br />

Med. pop. — O sueco dos fructos é antiscorbutico —a<br />

decocçào da planta é refrigerante (febres gastricas e biliosas)—o<br />

succo da mesma cozida, em xarope, é bom nas<br />

affecções pulmonares. —A massa do caule applicada quente<br />

nos abcessos e ulceras actua <strong>com</strong>o sedativo e emolliente —<br />

A tintura das flores é diurética e cardio-tonica.<br />

JARAMANTAIA — v. TAROU do IGAPO —<br />

JARANA ESC HW EI LER A (CHVTROMA) JA-<br />

RANA í Hub.) Ducke, = CHVTROMA JARANA Hub.-<br />

= HOLOPVXIDIUM JARANA (Huber) Ducke. (Lecythidaceas).<br />

(A. g.) —HAB.-Mattas da T. f.<br />

Loc.— E. de F. de Br. — Santarém — muito abundante<br />

no Baixo-Tapajoz.<br />

CAR.— Fructos de 3 a 7 cm. de diam. indehiscentes.<br />

Ma d.— Vermelho claro ou roseo-amarellado, dura, resistente;<br />

excellente para carpintaria e dormentes. D = 0,85.<br />

JARANDEUA — v. INGA-RANA — (Estuário).<br />

JARANDEUA — v. ARARANDEUA. —<br />

JARARACA-MIRIM — DRACONTIUM POLYPHYL-<br />

LUM L. (Araceas).<br />

(PI. h.) - SYX.- Jirdca.<br />

CAR—As flores tem cheiro de carne putrefacta.<br />

Med. pop. — O cozimento da raiz serve para limpar as<br />

feridas velhas.<br />

217<br />

JARINA — PHYTHELEPHAS M^CROCARPA R. e<br />

P. (Palmeiras); e ^ A _ __ /r4 . . N<br />

PHYTELEPHAS MICROCARPA R. e P. (Palmeiras).<br />

O primeiro no Alto Amazonas e no Alto 1 urus (seg.<br />

•I. Huber), o segundo no R. Javary (seg. Ad. Ducke)..<br />

O


218 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

Palm. acaule, ou de caule curto (os machos).<br />

* SYN.—Marfim vegetal -Corozo (Pr.) — Varina ou ta-<br />

< r ita (Peru).<br />

HAB.-Cresce em grandes famílias, na sombra das arvores<br />

altas, nos logares frescos. ^<br />

Loc.—No Alto-Amazonas-Alto-Purus- Abundante em<br />

Esperança (Bocca do R. Javary).<br />

Jnd. —A amêndoa é dura, branca, <strong>com</strong>o marfim, e se<br />

trabalha bem no torno (botões).<br />

JARRINHA — v. URUBU-CAA. —<br />

JASMIM da BEIRADA —SALACIA sp.<br />

Hippocrateaceas).<br />

Loc.—Beira do R. Aramá (Furos) de Breves.<br />

(Cip.).<br />

JASMIM BOGARI — JASMINÜM SAMBAC L. (Oleaceas).—Origin.<br />

da Asia Oriental.<br />

Ind — As flores silo extremamente abundantes e perfumadas;<br />

di\o uma essencia preciosa para a perfumaria.<br />

JASMIM de CACHORRO — ISOTOMA LONGIFLORA<br />

(Lobeliaceas).<br />

(PI. h.) —CAR.- Toxica — Toda a planta tem um succo<br />

lácteo narcotico-acre-Fiôres de um branco puro.<br />

JASMIM de CAYENNA — PLUMIERA ALBA L.<br />

(Apocynaceas).<br />

(A. p.) — Introduzido das Antilhas.<br />

SYN —Frangipane, da Martinica.<br />

(>«.—Flôres grandes, brancas, muito odorantes.<br />

Meã. pop.—A casca das raizes é drastica, depurativa,<br />

anti-blennorrhagica.<br />

Pela cor das flores distinguem-se as duas outras especies<br />

cultivadas: •<br />

PLUMIERA RÓSEA L. de flores róseas, e<br />

PLUMIERA RUBRA L. de flores vermelhas.<br />

JASMIM COMMUM - JASMINUM OFFICI^ALE<br />

(Oleaceas).<br />

P.) —Cultivado nos jardins.<br />

Orn. Flôres brancas muito perfumadas.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 219<br />

.,r T,/^ S M d a I T A L I A - JASMIN UM GRANDIFLO.<br />

RUM !.. (Oleaceas). — Origin. da Índia.<br />

Jiui. — E' a especie mais utilisada na perfumaria.<br />

Orn. — Cultivado nos jardins; flores de perfume forte.<br />

JASMIM LARANJA — MURRAYA EXÓTICA L.<br />

(Rutaceas) — Origin da Asia.<br />

(A. p.)<br />

Orn. — Elegante, de folhas miúdas; cobre-se de flores<br />

brancas muito perfumadas, diversas vezes por anno.<br />

JASMIM da niatta — (R. Tapajoz)—TABERNA EMON-<br />

TANA FLAYICAXS R. e S. (Apocynaceas).<br />

JASMIM VERMELHO — IXORA STRICT A Roxb. e<br />

IXORA COCCINEA L. (Rubiaceas).<br />

(a. p.)-Origin. de Java—Cultivados.<br />

Oni. — Dão bouquets de flores vermelho-vivo.<br />

JATEREUA — v. ATEREUA. --<br />

JATOBÁ — v. JUTAIIY-ASSU. —<br />

JATOBÁ PEQUENO —(M. rio Tocantins) — v. JUTAHY<br />

POROROCA. —<br />

JATOBARANA — (R. Tapajoz) — IPE-UBA (Macrolobium<br />

bifolium).<br />

JATOBAZINHO — (R. Tapajoz)— v. JUTAHY do IGAPO.<br />

JATUARANA — TRICHILIA SINGULARIS C. DC.<br />

(Meliaceas).<br />

HAB.—Nas margens alagadas do R. I rombetas.<br />

JATUAUBA BRANCA— (Furos) -GUAREA TRICHI-<br />

LIOIDES L. (Meliaceas). ^ 7<br />

SVN.— Gitô — Camboatá (no Sul )-Cedro-vana (Óbidos<br />

) - Cedro branco - Carrapeta ( R. db Jan. ) —.Bots balte,<br />

ou Gitaré (G. fr.). , _ . ..<br />

(A. p. ou m.) —HAB.- Matta da 1. f. e varzeas argillosas.


220 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad.— Madeira vermelha, rija, parecida <strong>com</strong> o cedro,<br />

mas não resinosa e menos resistente; atacada pelos insectos.<br />

— Para carpintaria e marcenaria. . .<br />

Med. pop.— Casca e raízes para vomitorio; acre,<br />

amarga, drastica e abortiva em fortes doses (propriedades<br />

analogas ás da ergotina).<br />

JATUAI!BA PRETA - (Furos) - GUAKEA COSTU-<br />

LATA C. DC. (Meliaceas).<br />

(A. m.).<br />

Med. pop.—Casca do tronco amarga e adstringente.<br />

Orn.— Arvore frondosa, para alamedas.<br />

JATUAUBA VERMELHA-(Belem) —GUAREA SUB-<br />

SESSILIFLORA Hub. (Meliaceas).<br />

(A. g.) —Loc.- Marco da legoa e Una (Belem).<br />

Med. pop.— A raiz é empregada <strong>com</strong>o substituto da<br />

ergotina.<br />

Orn.— Arvore frondosa, própria para alamedas-<br />

JEJERECU — v. ENVIRA (Xylopia frutescens).<br />

JEJUIRA — v. GONÇALO-ALVES. —<br />

JEJUUBA— (Alemquer) — ?<br />

Mad — Madeira para construcção civil.<br />

JENEUNA — v. MARIMARY GRANDE. —<br />

JERATACÀ — v. MANACÁ. —<br />

JEREQUITI — v. TENTO PEQUENO. —<br />

U A T J p À r - (Colombia) - CARLUDOVICA PAL-<br />

MA J A R. e P. (Cyclanthaceas ).<br />

HAB.— Indígena na região subandina.<br />

Loc.—No Alto-Amazonas.—As vezes cultivada <strong>com</strong>o<br />

planta de ornamento.<br />

Syx -~J >al/ !íl


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

ra; cortam-se os toliolos em tiras mais ou menos estreitas<br />

que se deixam apegadas ao peciolo; por diversas vezes as<br />

folhas assim divididas são mettidas alternativamente em<br />

agua fria addicionada de succo de limão e nagua bastante<br />

quente. Seccamse as folhas que ficaram perfeitamente<br />

brancas e as tirinhas enroladas, cylindricas.<br />

JIPÒOCA — v. GIPÓOCA. —<br />

JIQUIRITY — v. TEXTO PEQUENO. —<br />

JITO — v. GITÓ. —<br />

JOÃO MOLLE — (?)<br />

Loc —Igarapé-assú (abundante).<br />

Meã. pop.—Anti febril e depurativo.<br />

JORRO-JORRO — THEVETIA NERHFOLIA Juss.<br />

(Apocy naceas>.<br />

(a. g.) — De origem exótica.<br />

SYX. — Chapéu de Napoleão—Ahohai mi rim.<br />

Ind.—As sementes contem 57 0 0 de oleo claro, transparente.<br />

Com os fruetos os indios fazem maracás.<br />

Med. pop —Toxico tetanisante e veneno cardíaco (Látex,<br />

casca e sementes). -Em pequena dose, a tintura cerneto-cathartica.—O<br />

principio activo é um glucoside, a Thevetina<br />

de Blas e De Vry, veneno paralysante.<br />

Om.—Arbusto muito ornamental; flores grandes, abundantes,<br />

amarellas, aromaticas.<br />

JUÀ - (Marajó) — SOLANUM TOXICARIUM Lam.<br />

(Solanaceas).<br />

S\x.-furubeba do campo.<br />

(a. p.)—HAB.- Pequena planta espinhosa dos tesos e dos<br />

roçados. .<br />

Alirn. — Fruetos pequenos, vermelhos, adocicados, <strong>com</strong>estíveis.<br />

JUA-POCA — v. CAMAPU - PHYSALIS ANGULA-<br />

TA L. (Solanaceas). #<br />

JUCÁ - (Ceará) -CAESALPINIA FERREA Mart.<br />

var. cearensis Hub. (Leg. caesalp.).<br />

221


222 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

(\ m.)—Cultivado na Amazônia, nos jardins.<br />

C SYN.— Pd o ferro (Ceará).<br />

Med pop - Infusão da casca nas affecçoes broncopulmonares.-<br />

A raiz é desobstruenta, quando nova.<br />

JUNCO AGRESTE - (Marajó ) -HELEOCHARIS<br />

OCHREATA Nees. (Cyperaceas).<br />

( PI. h. de 0,25 a Om.35 ).<br />

Alim. anim.— Forragem ordinarià.<br />

JUNCO ANANICO - (Marajó) -HELEOCHARIS CA-<br />

PITATA R. Br. (Cyperaceas).<br />

(Pl. h.).<br />

Alim. anim.— Forragem má.<br />

JUNCO BRAVO — (Marajó) — CYPERUS ARTICU-<br />

LATUS L. (Cvperaceas).<br />

(Pl. h.— 2m.).<br />

Ind — Serve para fazer esteiras de sellas.<br />

Alim. anim.— Forragem pouco aproveitada pelo gado<br />

bovino.<br />

JUNCO BRAVO - (Marajó) — CYPERUS NODOSUS<br />

Willd. ( Cvperaceas ).<br />

( Pl. h. ).<br />

Alim. anim.— Forragem.<br />

JUNCO MANSO — (Marajó) — HELEOC H A R IS<br />

MUT ATA R. Br. (Cyperaceas).<br />

SYN.— Junco popoca.<br />

(Pl. h.) —HAB.- NOS altos dos campos.<br />

Ind.— Com este junco fazem-se esteiras para as sellas.<br />

Alim. anim.— Forragem soffrivel.<br />

JUNCO MIÚDO — CYPERUS GRACILESCENS R. e<br />

Schult. ( Cyperaceas ).<br />

(Pl. h.").<br />

Alim.— Rhizonîas <strong>com</strong>estíveis.<br />

Med. pot).—A tintura dos rhizomas e a massa filada<br />

são empregados contra as mordeduras de cobras; os tubérculos<br />

dos rhizomas são analepticos e aphrodisiacos.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 223<br />

JUNCO MIÚDO do CAMPO — (Cunany) — RHYN-<br />

CHOSPORA GLOBOSA Roem. e Sch. (Cyperaceas).<br />

HAB.— Nos campos, em logares húmidos.<br />

Loc.— Campos de Ariramba, do Calçoene, de Cunany.<br />

JUNCO POPOCA - (Marajó) - HELEOCHARIS GE-<br />

NICULATA R. Br. (Cvperaceas).<br />

( PI. h.).<br />

SYN — Junco manso.<br />

Alim. anim. — Forragem ruim.<br />

JUNCO da PRAIA — (Marajó) —CYPERUS SCHOE-<br />

NOMORPHUS Steud. (Cvperaceas).<br />

(PI. h. - 0m.80).<br />

Alim. anim. — Forragem péssima.<br />

JUNCO de TRES QUINAS — (Marajó) — RHYNCHOS-<br />

PORA CYPEROIDES Mart. (Cvperaceas).<br />

(PI. h., de lm.20).<br />

Alim. anim.— Forragem péssima.<br />

JUPICAHY — XYRIS<br />

ceas)<br />

sp (Xyrida-<br />

SYN .-//erva de empigem—Botão de ouro.<br />

(PI. h.)—HAB.- Em logares húmidos.<br />

Med. pop. — A<br />

eczemas, empigens.<br />

seiva applica-se contra os darthros,<br />

JUPINDÁ — (Marajó) — CLEOME PSORALEAEFO-<br />

LIA DC. (Capparidaceas;.<br />

SYN. — Mussambê (dos Cearenses)<br />

HAB.—Nos aningaes. .<br />

(a. de LM.30) — CAR.-Espinhos de gancho; cheiro<br />

desagradavel.<br />

JUPINDÁ - (Gurupá) - v. ESPERA PRIMEIRO<br />

— (Óbidos) —<br />

JUPUUBA —(Breves) — v. VISOU EIRO — (Óbidos) —<br />

.JUQUIRY - MACHAERIUM (ÓREPANOCARPUS)<br />

ARISTULATUM (Benth.) Ducke (Leg. dalb.).<br />

(a. trepador)—Loc.-R. Tocantins-Mte. Alegre-Santarem.


224 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

JUQUIRY - MACHAERIÜM (DREPANOCARPUS)<br />

FEROX (Mart.) Ducke (Leg. dalb.).<br />

(a. trepador grande)-J IA«.- NOS Iogares húmidos.<br />

Loc.- Bragança - R. Capim—Ilhas - M. R. 1 apajoz -<br />

R. Mapuera- R. Erepecurú - R. Jamundá.<br />

J/


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 253<br />

JUQUIRY RASTEIRO-v. MALÍCIA das MULHERES.<br />

JUQUIRYSINHO- (R. Tapajoz)- MIMOSA ORTHO-<br />

CARPA Spruce (Legum. mim.).<br />

( a. p. ) - HAB.- Campos de varzea, beiras de rios e<br />

lagos.<br />

Loc.—Almeirim — Monte Alegre —B. rio Tapajoz —<br />

Faro — B. rio Trombetas.<br />

JUREMA BRANCA — v. ESPONJEIRA. —<br />

JURI PEBA — v. JURUBEBA c JUUxNA. —<br />

JII RU BE BA - (Pará — Alto Purus — Manáos) — SO-<br />

LANUM GR A N DI FLO RUM Ruiz e Pav. ( Solanaceas).<br />

(a. g.)— E' a especie mais <strong>com</strong>mum dos arredores de<br />

Beiern.<br />

SYN.— Juri peba — Fr acto de lobo.<br />

Med. pop.— O frueto esverdeado, as folhas (succo) e a<br />

raiz (extracto), são amargos, tonicos, úteis contra o engorgitamento<br />

e as inflammaçòes do ligado e do baço.<br />

JURUBEBA do campo — v. JUA. —<br />

JURUBEBA verdadeira —SOLANUM P ANI CU-<br />

LATUM L. (Solanaceas).<br />

(a. g.) — SYN - Jurubebinha.<br />

Med. pop. — Antiperiodico e desobstruente.—Infusão da<br />

raiz contra a hepatite.— O succo dos fruetos é um poderoso<br />

remedio contra a icterícia.- Externamente empregamse<br />

as folhas contra as ulceras.<br />

JURUMÚ — ou GIRIMU — CUCURBITA MAX IMA<br />

Duch. e CUCURBITA PEPO L. (Cucurbitaceas).<br />

(PI. h. rasteira).<br />

Aliai— O frueto é uma especie de abobora, de carne<br />

vermelha ou amarella, mais ou menos adocicada; <strong>com</strong>e-se<br />

cozida<br />

JURUPARI — EPERUA sp (Leg. caesalp.).<br />

(A. g.).


226 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad.— Madeira boa, avermelhada, forte e <strong>com</strong>pacta —<br />

resiste bem á agua.<br />

O///.— Flores encarnado-purpureo.<br />

JUTAHY-MIRIM — (M. R. Tocantins). — v. PORO-<br />

ROCA —<br />

JUTAHY-ASSÜ - (Óbidos) — HYMENAEA COUR-<br />

BARIL L. (Leg. caesalp.).<br />

SYx.—Jatobd (N. E.) —Jatahy (Sul) -Courharil (G. fr.)<br />

Locust-tree (Ingl.).<br />

(A. g. ou G.) — HAB.- Matta da T. f., em solo srgilloso.<br />

Mad. — Côr vermelhoescuro dura, muito resistente,<br />

de grande duração, mas muito pesada; é o courharil da G.<br />

fr. ou locust tree dos Ingleses. — Para engenhos, rodas<br />

e eixos de carros, esteios, wagons, vigamento (obras externas).<br />

— D = 1,22.<br />

Itid.— Dá uma resina: a jutahycica, ou copal da America<br />

( copal meioduro, ou resina anirné); é empregado na<br />

fabricação dos vernizes para o interior, sendo menos coloridos,<br />

mas menos resistentes que os preparados <strong>com</strong> o copal<br />

duro da Africa. A resina mais estimada é a variedade meio<br />

fóssil que se encontra enterrada ao pcí das arvores. — Ponto<br />

de fusão desta resina: 190° c.— Com a casca espessa da<br />

arvore os índios fazem canoas leves.<br />

Alim.— A polpa do fructo é <strong>com</strong>estível, farinhosa, adocicada.<br />

Med. pop. — A casca e a resina são adstringentes e<br />

peitoraes. A casca interna é vermífuga. — O extracto fluido<br />

da casca é um bom sedativo arterial — A resina em pó é<br />

utilisada contra a hemoptyse—A seiva aproveita-se no tratamento<br />

da cystite chronica, dor na micção, retensão de urina,<br />

prostatite, blennorrhagia, bronchite chronica—Usa-se a<br />

seiva ainda liquida, <strong>com</strong> agua e assucar, <strong>com</strong>o refrigerante<br />

— A seiva resinosa produz effeitos extraordinários nas creanças,<br />

agindo <strong>com</strong>o tonico, estimulando as digestões, fortificando<br />

o organismo.<br />

4<br />

JUTAHY — (R. Jamundá — R. Tapajoz —- Obidor —<br />

Manáos) - HYMENAEA INTERMEDIA Ducke (Leg.<br />

caes.).


227<br />

JUTAHY do IGAPÒ -(Gurupá-Belem - Anajaz) —<br />

HYMENAEA PALÜSTRIS Ducke (Leg. caes.).<br />

SYX.—Jaiobasinho (R. Tapajoz).<br />

(A. g.) — HAB.- Margens inundadas de riachos de agua<br />

escura.<br />

Loc—R. Anajaz-Utinga (Belem)—M. R. Tapajoz.<br />

CAR. — A face inferior das folhas é coberta de uma<br />

densa pilosidade dourada.<br />

Mad.— Vermelho-castanho, mais claro que do J. pororoca,<br />

dura e pesada. — D = 1,09.<br />

JUTAHY-MIRY — v. JUTAHY da VARZEA. —<br />

JUTAHY POROROCA — (Mte Alegre) — v. COPA-<br />

HYBARANA. —<br />

JUTAHY POROROCA — (Óbidos) —HYMENAEA<br />

PA R VI POLI A Hub. (Leg. caesalp.).<br />

Syx.—Jutahy pequeno (Mte. Alegre) — Comer de<br />

arara (Almeirim).<br />

(A. G.) — HAB.- Matta da T. f.; frequente em todo o<br />

Estado do Pará em solo arenoso secco.<br />

Mad.—Castanho-vermelho escuro, dura, resinosa, trabalhando-se<br />

dificilmente - imputrescivel.- Própria para obras<br />

hydraulicas e para dormentes.— D = 1,05.<br />

Ind. — Dá resina jutahycica <strong>com</strong>o o Jutahy-assú.— Esta<br />

resina pode ainda ser empregada em vez do balsamo do<br />

Canadá, dissolvida em xylol, para as preparações microscópicas.—<br />

A casca das Hymenaeas dá uma boa tinta de<br />

escrever.<br />

Med. pop.- Mesmas propriedades que o Jutahy-assú.<br />

JUTAHY-PEBA — v. POROROCA. —<br />

JUTAHY da VARZEA — (Gurupá) — HYMENAEA<br />

OBLONGIFOLIA Hub. (Leg. caesalp.).<br />

(A. g.)—SYX.- Jutahy-miry.<br />

HAB.—Frequente nas varzeas e também na l. t. argiilosa<br />

do R. Solimões.<br />

CAR.—Fructo pouco maior que do J. pororoca.<br />

Mad. - Vermelho-castanho, de dureza media, tecido<br />

muito menos <strong>com</strong>pacto do que dos outros jutahys.


228 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

JUTAHY-RANA - CYNOMETRA SPRUCEANA<br />

Beffth. (Leg. caesalp.).<br />

< J\ M ) __ HAB.- Matta das margens arenosas do L. de<br />

Faro e de certos affluentes do B. Amazonas.<br />

Mad.—Pardo-escuro, dureza media; para marcenaria.<br />

D = 0,88.<br />

JUTAHY-RANA — CYNOMETRA BAUHINIAE-<br />

FOLIA Benth. ( Leg. caesalp.).<br />

( M ) __ HAB.- Nas margens do B. Amazonas.<br />

Mad — Branca, molle.<br />

JUTAHY-RANA— (Marajó) — CRUDIA PARIVOA<br />

DC. (Leg. caesalp.).<br />

(A. m. ou g.) — Arvore elegante.<br />

HAB.— NOS tesos dos campos.<br />

Loc. — Mte. Alegre — R. Tapajoz — Marajó (Parte oriental<br />

) — Mosqueiro.<br />

Mad.— Castanho-claro, para marcenaria D = 0,96.<br />

Orn.— Própria para alamedas por causa da sombra<br />

espessa da sua folhagem.<br />

JUTAHY-RANA — (Óbidos) —CRUDIA PUBES-<br />

CENS Benth (Leg. caesalp.).<br />

í A. p. até m.), da Varzea.<br />

SYN\ — Ipê ou Ipcvana (de Breves).<br />

Loc. — Nos furos de Breves — Guru pá — Santarém —<br />

Óbidos — Faro.<br />

JUÚNA — (Marajó) — SOLANUM JURIPEBA Rich.<br />

(Solanaceas).<br />

SYN .—Juripéba — Junibéba.<br />

(a. p.) — CAR.- 1 ronco e folhas espinhosos; fructos<br />

sempre verdes, amargos.<br />

Med. pop.— Os fructos são desobstruentes do fígado.


A AMAZONIA BRASILEIRA


L<br />

LABAÇA — RUMEX CR1SPUS L. (Polygonaceas)-<br />

Origin. da Europa Occidental.<br />

(a.—2 m.).<br />

Alim — As folhas acidas são <strong>com</strong>estíveis <strong>com</strong>o verdura,<br />

em salada.<br />

Meei. pop. — A tintura da raiz é purgativa e re<strong>com</strong>mendada<br />

contra a obesidade; o principio activo é um alcalóide.<br />

a Rumicina (Boucquillon).<br />

LABLAD. — DOLICHOS LABLAD L. (Legum. pap.<br />

phas.) — Origin. da índia. — Acclimado.<br />

(pl. herb. voluv.) — Alim.- visinha do feijão.<br />

LAÇO de AMOR — EPISC1A (Gesneraceas).<br />

HAB. —Mattas do alto Amazonas; cultivada nos jardins.<br />

Orn.—Piores pequenas encarnadas; folhas avelludadas,<br />

castanho-esverdeado, <strong>com</strong> nervuras verde claro.<br />

LACRE — (Marajó — Óbidos) —VISMIA GUIANEN-<br />

SIS Choisy (Guttiferaceas).<br />

E outras especies do mesmo genero.<br />

Svx. — Caáopiá—Páo de lacre—Bois cossais e Bois<br />

à dartres (G. fr.)—Blood-ivood (Ingl.). •<br />

•A. ou A. p.)—HAB.- Muito <strong>com</strong>mum nas capoeiras.<br />

Mad.—A1 bumo amarello; cerne castanho — empregada<br />

em marcenaria e carpintaria. — D = 0,55.


232 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Ind. — Para pasta de cellulose: Comprim. das fibras,<br />

0,83—d iam. 0,017 (B. Cordeiro — M. C. P.).<br />

A entrecasca 6 fibrosa.<br />

Med.—Por incisão do tronco, obtem-se um succo que,<br />

coagulado, constitue uma resina amarello - alaranjado chamada<br />

gonima-lacre (Gomma resina) dotada de propriedades<br />

drásticas-a casca é tónica e febrífuga — O cozimento<br />

das folhas é considerado <strong>com</strong>o antirheumatic©.<br />

LACRE BRANCO (?) — BAN AR A GUIANENSIS<br />

Aubl. (Flacourtiaceas).<br />

(A. p.)—Locv Commum no Pará.<br />

Mad.— Alvacente-pardo, pouco <strong>com</strong>pacta.<br />

LAGRIMAS de NOSSA SENHORA —COIX LAGRIMA<br />

L. ( Gramíneas).<br />

í PI. h.).<br />

SYN. - Capim de N. Senhora — Capim missa nga (Pará)<br />

— Larme de lob ( G. fr.).<br />

bid. — Os fructos, duros, esbranquiçados ou ligeiramente<br />

azulados, lustrosos, servem aos índios para confeccionar<br />

ornamentos, collares, rosários...<br />

Alim.—Estes fructos, da grossura de uma ervilha, dão<br />

uma farinha <strong>com</strong>estível.<br />

Med. pop. — As sementes são diuréticas e emollientes,<br />

úteis nas affecções catarrhaes (tintura).—Fricções <strong>com</strong> a<br />

tintura contra rheumatismos.<br />

LAGRIMAS, ou CONTAS de N. SENHORA — v. TENTO<br />

AZUL. —<br />

LANDIM — v. JACARÈUBA —<br />

LARANJA da CHINA — CITRUS AURANTIUM Risso<br />

(Kutaceas).— Origin, da China.<br />

( A. p.).<br />

SYN.— Laranja doce.<br />

Alim.— Na Amazonia, a laranjeira dá fructos todo o<br />

anno; em Belem o tempo de maior producção é de Setembro<br />

a Outubro.- Quando maduras, as laranjas são ainda de<br />

cor verde, somente *<strong>com</strong> algumas manchas amarellas.— Encontram-se,<br />

tanto no Pará <strong>com</strong>o no Amazonas, excelentes<br />

variedades de laranjas, mas não ha ainda cultura methodica<br />

para a producção industrial.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 233<br />

LARANJA do MATTO — (Marajó) — SAL ACI A<br />

(Hippocrateaceas).<br />

LARANJA do MATTO — (Furos) — CASSIPOUREA<br />

GUIANENSIS Aubl. (Rhizophoraceas).<br />

(A. m.)<br />

Sv.w-Laranja rana—Mangue d'agua doce.<br />

Mad. — Branca — Serve para lenha e carvão.<br />

Jfid.—A casca contem tannino.<br />

LARANJA-RANA — v. LARANJA do MATTO (Cassipourca<br />

guianensis).<br />

LARANJA de ONÇA — (Rio Tapajoz) — ?<br />

(Myrtaceas).<br />

Arvore da T. f.<br />

Mad. — Branca, para lenha.<br />

LARANJA da TERRA — CITRUS VULGARIS Risso<br />

(Rutaceas)—Origin. da índia; cultivada em toda a Amazônia.<br />

(A. p.).<br />

SYX.—Laranja amarga—Bigaradier (I r.)<br />

Jnd. — Pela distillação a casca dos fructos verdes e as<br />

folhas dão a esse neta de "petit grain"; a flor dá a agua<br />

dislillada de /Jôres de laranja e a "essencia de Néroli".<br />

Alitn.—Fructo maior do que a laranja doce; polpa vermelho<br />

alaranjado, acida e amarga—serve para preparar bebidas<br />

refrigerante; a pelle, sem o epiderme, serve para fazer<br />

doce excellente, preparar o curaçdo.<br />

Med.—O chá das folhas ú usado contra as perturbações<br />

digestivas e <strong>com</strong>o sudorifico.<br />

LARANJINHA — GUAITE RI A CITRIODORA Ducke<br />

(Anonaceas).<br />

V. m.).<br />

oc.—Faro (Serra do Dedal)—Juruty-\ elho — Mauhés.<br />

CAR.—As folhas e a casca tem um forte cheiro de<br />

limão.<br />

'LEITEIRA — SAPIUM sp (Euphorbiaceas).<br />

Svs.—/ J do de colher.


234 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Jjid.—O látex dá uma borracha vendida <strong>com</strong>o de "tapuriT<br />

(Sapium biglandulosum).<br />

Med.—Fructos venenosos — da casca exsuda um látex<br />

viscoso e elástico, acre e cáustico — As folhas servem ao<br />

tratamento da sarna.<br />

LEITEIRA — v. PAO de COLHER ( Tabernaemontana<br />

sp.).<br />

LENTILHA do CAMPO — (Marajó) — AESCHYXO-<br />

MENE BRASILIANA DC. (Leg. pap. hed.).<br />

Alim. anim.— Forragem soffrivel dos campos altos.<br />

LENTILHA do CAMPO — (Marajó) — AESCHYNO-<br />

MENE HYSTRIX Poir. (Leg. pap. hed.).<br />

Alim. anim.— Forragem soffrivel dos campos altos.<br />

LIAMBA — CANNAB1S SATIVA var. INDICA L.<br />


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 235<br />

LIMA — CITRUS MEDICA LIMETTA Brand. (Rutaceas).—Origin.<br />

do norte da índia.<br />

Alim.— O succo do fructo é adocicado, um pouco<br />

insípido.<br />

LIMÃO—CITRUS MEDICA ACIDA Brand. (Rutaceas).<br />

- Origin. da índia.<br />

(A. p.).<br />

Alim — hructo menor do que o limão <strong>com</strong>mum (Citrus<br />

medica limonum Brand),—espherico, pelle lisa, sumarento,<br />

de bom gosto.— Dá todo o anno.— Serve <strong>com</strong>o tempero e<br />

para fazer refrescos.<br />

Med.— O succo do fructo é antiscorbutico ; a infusão<br />

do fructo e das folhas é sudorífica e antifebril. —A limonada<br />

é estomachica e o primeiro dos desalterantes; é indicado<br />

seu uso no rheumatismo; favorece a circulação, diminuindo<br />

o trabalho do coração.—A mistura do succo de<br />

limão e do alho é efficaz contra o crup.— O succo de limão<br />

é util para destruir as caspas.— O uso da limonada é aconselhado<br />

para os impaludados que usam a quinina por via<br />

gastrica.<br />

LIMÃO de CAYENNA — v. BILIMBI. —<br />

LIMÃO do MATTO — v. LIMAO-RANA da T. f. —<br />

LI MÃO-RANA — (B. Amazonas) — CHLOROPHORA<br />

TINCTORIÁ (L.) Gaudich. (Moraceas).<br />

SYN*.— Tatajuba de espinho — Fustic ( Fr. ) — Fusticwood<br />

( Ingl. ).<br />

(A. p. ou m. ) — HAB - Matta das varzeas argillosas.<br />

Loc.— B. Amazonas — R. Madeira — R. Tapajoz.<br />

Mad.— Bella madeira, de côr amarello-vivo, trabalhandose<br />

facilmente; para ebanisteria.— D = 0,68.<br />

lnd — O extracto aquoso constitue uma materia corante<br />

amarella utilisada na industria.<br />

LIMÃO-RANA — ( R. Tapajoz) — K ANDIA ARMAT A<br />

(Swartz) DC. ( Rubiaceas).<br />

LIMÃO-RANA da T. f. — (Óbidos) — BASANACAN-<br />

THA SPINOSA Schum. (Rubiaceas).


235 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

y —" • • • J - — • — * * r "<br />

SYN.— Fructa de cachorro—Jasmim do matto —Limão<br />

do viatto — Mororô (Cearenses, por confusão <strong>com</strong> uma<br />

bauhinia aculeata do N. E.).<br />

(A. p.) — HAB.- Capoeiras da 1. f.<br />

Mad — Madeira branca, mas rija, lascando muito; para<br />

cabos de ferramentas, carvão e lenha.<br />

Ind.— As folhas dão, pela distillação, um oleo essencial<br />

para perfumaria.—A casca secca contem 1,2 °/o de tanninos<br />

(E. Serfaty — M. C. P.).<br />

LI MÃO-RANA da V. — CHOMELIA AXISOMERIS<br />

(Rubiaceas).<br />

(A.) — CAR.— Espinhos <strong>com</strong>pridos.<br />

LIMAORANASINIIO — (Rio Tapajoz) — M ACHA-<br />

O NI A SPINOSA Chan. e Schl. (Rubiaceas).<br />

SYNi.—Poaya da praia ou do rio.<br />

LÍNGUA de TUCANO — (Mazagão) — TRICHOMA-<br />

NES VITTA RIA DC. (Pteridophytas).<br />

(PI. h.) — Feto pequeno, elegante.<br />

LÍNGUA de TUCANO — SIDA LAXIFOLIA var. AN-<br />

GUSTISSIMA (Malvaceas).<br />

(PI. h.)—SYN.- Malva língua de tucano.<br />

Ind—Dá 4% de fibras (hastes sem folhas).<br />

LÍNGUA de VACCA—(Marajó)— v. HERVA GROSSA. —<br />

LÍRIO — MELIA AZEDARACH L. (Meliaceas)-Origin.<br />

da Syria.<br />

(A. p.) —Cultivado nos jardins-Flores pequenas, roxo<br />

claro, em cachos.<br />

SYN. — Cinnamomo (no Sul)—Lilás das índias ou da<br />

China — Lilás do Japon (Fr.).<br />

Ind— Das sementes extrahe-se um oleo siccativo para<br />

pintura a oleo.<br />

Med.-Casca amarga, adstringente e antihelminthica;<br />

a raiz e os fructos têm as mesmas propriedades, mas são<br />

mais energicos; á dose elevada, são abortivos. — Externamente,<br />

em cataplasmas para adenites e bubòes.<br />

LOMBRIGUEIRA — v. CAXLNGUBA. —


237<br />

LOMBRIGUEIRA -(Óbidos) - v. ANDIRA-UCIIY. —<br />

LOUCO — v. CAA-POMONGO. —<br />

LOUCURA — LAGERSTROEMIA INDICA L. (Lythraceas).<br />

(a.) — Origin. da China ou da índia.<br />

SYN\—Escumilha (no Sul)— Extremosa — Crepe flower<br />

(Ingl.).<br />

Meã. pop. — O decocto das raizes contra as stomatites<br />

e as aphtas. — Casca, folhas e flores: purgativas-drasticas.<br />

Orn. — Cachos terminaes de flores roseo-vivo, grandes<br />

e lindas (pétalas frisadas). — Os ramos devem ser podados<br />

depois da florescência.<br />

LOURO - (Óbidos) — OCOTEA CAUDATA Mez.<br />

(Lauraceas).<br />

E muitas outras lauraceas de generos botânicos diversos.<br />

LOURO ABACATE — (?) PLEUROTHRYUM MA-<br />

CRANTHUM Nees. (Lauraceas).<br />

Mad. — Bonita madeira amarello, claro, lustrosa. —<br />

D = 0,68.<br />

LOURO AMARELLO do IGAPÒ —v. LOURO da VARZEA.<br />

LOURO AMARELLO da T. f.—ANIBA sp. (Lauraceas).<br />

(A. g.) — Loc.- Mandos.<br />

Mad. - Bôa madeira para construcção e marcenaria.<br />

LOURO ARITli. — ?<br />

(A. g.) — Loc.- Manáos — Teffé.<br />

Mad. — Madeira muito bôa para construcção e marcenaria;<br />

amarello claro, assetinado.<br />

LOURO da BEIRA —OCOTEA LAXIFLORA Mez.<br />

(Lauraceas). .<br />

SYN. — Louro da varsea (Alto K. Capim).<br />

TLQC — Faro — Oriximiná - R. Cuminá - R. Mapuera —<br />

R. Negro. , A<br />

Mad.-Branca, ligeiramente pardacenta, tenra—D = UVX>.


266 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

LOURO BIBIRÚ — v. BIBIRU. —<br />

t<br />

LOURO BRANCO — OCOTEA GUIANENSIS Aubl.<br />

(Lauraceas).<br />

SYN.— Louro tamanco — Cujumary-rana.<br />

(A. g.) — HAB.- Matta da T f.<br />

CAR.— AS folhas silo notáveis pela alvura da face inferior<br />

coberta de pellos curtos e sedosos; flores muito pequenas,<br />

mas de cheiro agradavel.<br />

Alá d.— Branca, leve, fácil de se trabalhar.—Para marcenaria,<br />

pasta de cellulose (rendimento em cellulose: 42,8%<br />

— A. Bastos—M. C. P.).- D = 0,44.<br />

Me d. pop — Casca aromatica e excitante, resolutiva<br />

(abcessos); as folhas tem as mesmas propriedades.<br />

LOURO CAMPHORA — v. LOURO ROSA ( Ocotea<br />

costulata).<br />

LOURO de CHEIRO —(Pará) — ? OCOTEA OPIFE-<br />

RA Mart. (Lauraceas).<br />

(A. g.)—Loc.- Faro —Óbidos.<br />

Mad.— Bôa para construcção civil.<br />

Me d.— Pela distillaçáo pode se extrahir dos fructos um<br />

oleo aromatico usado em fricções contra dores rheumaticas<br />

e beriberi.<br />

LOURO CHUMBO — (Lauraceas).<br />

(A. g.) - HAB.- Nas terras altas.<br />

Loc.— Margens do R. Amazonas e do R. Negro.<br />

Mad.— Amarello-pardo-escuro, pesada.<br />

LOURO CRAVO — (Mauhés) — ?<br />

(Lauraceas).<br />

LOURO CRAVO — v. PAO CRAVO. —<br />

LOURO CUJUMARY — v. CUJUMARY —<br />

LOURO CUMARU (Belem) —<br />

( Lauraceas).<br />

Mad.- Castanho-claro, dura, grão fino: para marce-<br />

nana la. — D = 0,6o.<br />

r


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 239<br />

LOURO FAIA — Gen. ANDRIPETALUM e ROUPA-<br />

LA (Proteaceas). o<br />

SYN—Cedro-rana - Cedro-faia—Cedro bordado.<br />

Encontram-se, na Amazônia, diversas espccies pertencentes<br />

a estes dois generos, tanto na terra firme (madeiras<br />

duras de côr parda, rósea ou arroxeada), <strong>com</strong>o na varzea<br />

(madeiras da consistência e da côr do cedro), todas notáveis<br />

pelo aspecto mosqueado de manchas mais claras, assetioadas.<br />

Em Santarém, uma especie de louro faia é denominada<br />

" Patuquiry" \ a madeira é dura, muito bonita.<br />

LOURO INIIAMUHY — NECTANDRA ELAIOPHO-<br />

RA Barb. Rod. (Lauraceas).<br />

SYN.— Louro uhamuhy (Manáos)—Louro mu morim.<br />

(A. g.)—HAB. — Nas mattas inundadas do R. Negro —<br />

R. Solimões — Paraná do Careiro—Mauhés.<br />

Iud.—Furando o tronco de certas arvores, extrahe-se<br />

um liquido abundante, quasi incolor, movei, de cheiro de<br />

terebenthina, que 6 uma mistura quasi pura de pinenas u/p/ia<br />

e beta.<br />

Os naturaes utilisam-se algumas vezes deste oleo volátil<br />

para substituir o kerosene.<br />

Med. pop. — O oleo é empregado contra as manifestações<br />

darthrosas e contra as lendeas da pediculose ou phthiriase<br />

da cabeça.<br />

LOURO ITAUBA - (Óbidos) — (Lauraceas).<br />

(A. g.)—SYN.- Muirapury-assú (L. de Mamahuni, de<br />

Óbidos).<br />

^íad-—Amarcllo-pardo, passando ao castanho escuro.<br />

— D = 0,84 a 1,07.<br />

LOURO LIMÃO — (Lauraceas).<br />

Mad.-Côr castanho; dura, para marcenaria; cheiro de<br />

limão. — D = 0,93.<br />

LOURO NHAMUHY — v. LOURO INIIAMUHY —<br />

„LOURO PIMENTA (Belem) — OCCfrEA CANALICU-<br />

LATA Mez. (Lauraceas).<br />

Mad. — Pardo-escuro; para marcenaria, ebanisteria.<br />

- D = 1,05.


240 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

LOURO PRETO — NECTANDRA MOLLIS Nees.<br />

(Lauraceas).<br />

(A. M.) — SVN.- Louro de casca preta.<br />

Alad.— Amarello-pardacente, <strong>com</strong> grandes manchas escuras<br />

— Bôa para construcçilo civil e naval, marcenaria,<br />

vigamento, soalhos, dormentes (de grande duração).<br />

Aíed. pop. — Folhas diuréticas, carminativas e emmenagogas.<br />

LOURO PUXURY— 2 Esp.: ACRODICLIDIUM Pü-<br />

CHURY MAJOR (Nees e Mart. Mez. (Lauraceas).<br />

SYN*.— Puchuri grosso—Puchurim — Pichurim.<br />

Aíed.—Os fructôs, ou "favas de puxury", sito aromáticos,<br />

tonicos e estimulantes.— Usados na dyspepsia, diarrhea,<br />

leucorrhea e contra o meteorismo e paresia dos intestinos.<br />

Ala d.— Amarello-pardo, tenra, sedosa.— D = 0.63.<br />

e ANIBA PUCHURY MINOR (Nees e Mart.). Mez.<br />

SYX.— Puchuri miúdo — Puchuri bastardo.<br />

Aíed. — As sementes silo menores que as precedentes,<br />

mas mais aromaticas; têm as mesmas propriedades.<br />

O. Acr. P. major encontra-se no R. Negro, nas cabeceiras<br />

do Lago Grande de Yillafranca, nas do lago de Terra<br />

Santa (Faro ) etc.<br />

O Acr. P. minor foi encontrado uma única vez por<br />

Martins, no R. Japurá.<br />

LOURO ROSA — (Santarém) — v. MACACAPORANGA.<br />

LOURO ROSA — (Serra de Santarém) — ANIBA<br />

PANURENSIS (Meissn.) Mez. (Lauraceas).<br />

LOURO ROSA - (Óbidos) - ANIBA PARVIFLORA<br />

(Meissn.) Mez. ( Lauraceas).<br />

SYX.— Pdo rosa.<br />

(A. p.) — H AH.- Nos logares humosos e húmidos da<br />

matta de terra firme.<br />

Loc.—Santarém —Óbidos - Faro—Médio R. Tapajoz.<br />

Alad.— Amarello-enxofre-esverdeado claro, virando ao<br />

castanho claro, chçjro de rosa, facit a trabalhar.—D = 0.60.<br />

v%l LOURO ROSA - (Belem, Ilhas) - ANIBA TiÍRMI-<br />

JNALIb lJucke (Lauraceas).<br />

SYX. - Pdo rosa (no estuário.)


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 269<br />

(A. g.) —HAB.- Km mattas nilo inundáveis, mas muito<br />

húmidas. •<br />

Loc.— No estuário e no litoral — Beiern — E. de F. de<br />

Br.— Breves — Furos — Gurupá.<br />

Mad.— Côr castanho escuro, cheirosa, imputrescivel;<br />

bôa para construcçào.<br />

LOURO ROSA — (R. Trombetas — Juruty Velho) —<br />

OCOTEA COSTULATA (Nees.) Mez. (Lauraceas).<br />

SYN.— Pão rosa — Louro camphora (Juruty Velho).<br />

( A. g. ) — Matta da T. f.<br />

CAR. — O cheiro da casca ú bastante agradavel; o da<br />

madeira é de camphora.<br />

Ind.— Por distillação, extrahe-se da madeira um oleo<br />

volátil que contem 45 %> de essencia de terebenthina ou<br />

agua raz (M. C. P.-1930).<br />

LOURO ROSA — NERIUM OLEANDER L. (Apocvnaceas)<br />

— Origin. do Sul da Europa e do Norte da Africa,<br />

(a.) —Cultivado.<br />

S YN.—Es pi nadei ra.<br />

Med. —Toda a planta (principalmente as flores) é venenosa<br />

; o látex contem os glucosides: Oleandrina, Neriina,<br />

Nerianthina, e o alcalóide Strophantina (Dubigadoux e<br />

Durieu —1898); a casca contem o glucoside: Rosaginina.<br />

O pó das folhas torradas é um violento sternutatorio.<br />

Em pequena dose, a infusão é um tonico cardíaco.<br />

O decocto das folhas é insecticida e usado contra os<br />

piolhos, as sarnas.<br />

Orn.—Planta de ornamento pela abundancia de suas<br />

bonitas flores, côr e forma de rosa.<br />

LOURO ROSA amarello — THEVETIA AMAZÔNICA<br />

Ducke (Apocvnaceas).<br />

SYN. — Mamma de cachorro (Marajó).<br />

HAB.—Nas depressões dos campos de varzea (Alemquer—<br />

Almeirim—Mte. Alegre—Marajó).<br />

CAR.—Flores amarei las.<br />

Med.—Latex amargo, toxico.<br />

LOURO SASSAFRAZ do Amazonas— NECTANDRA<br />

CYMBARUM Nees. (Lauraceas).


242 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

SYN.—Pdo sassafras- Sassafras dc VOrénoque (Fr.).<br />

, (A. g.)—Loc.- E. do Amazonas.<br />

Mad.— Dura, aromatica, empregada na construcçào<br />

de canoas. .<br />

Med. pop.—Casca amarga, cheiro aromatico, em infusílo<br />

contra a debilidade dos orgãos digestivos.<br />

O verdadeiro "sassafraz" é da America do Norte.<br />

LOURO TAMANCO — v. LOURO BRANCO. —<br />

LOURO TAMANCÃO —OCOTEA aff. ACUTANGU-<br />

LA Mez. (Lauraceas).<br />

LOURO da VARZEA — NECTANDRA AMAZON UM<br />

Nees. (Lauraceas).<br />

SYN.— Louro amarello do igapó.<br />

(A. p.)— HAB.- Muito <strong>com</strong>mum nas varzeas.<br />

Loc.— Monte Alegre —Óbidos, etc.<br />

Mad.— Amarella ; para carpintaria e caixotaria.— Rendimento<br />

em cellulose para papel: 40 °/o.<br />

LOURO da VARZEA — (Rio Capim) — v. LOURO da<br />

BEIRA. —<br />

LOURO VERMELHO — (?) OCOTEA RUBRA Mez.<br />

(Lauraceas).<br />

SYN.— Grignon franc (G. fr.).<br />

Mad.— Vermelha; succedaneo do mogno; para construcção<br />

civil e marcenaria (parecida <strong>com</strong> o mogno "tabasco").<br />

D = 0,64.<br />

Para pasta de cellulose: <strong>com</strong>prim. das fibras 1,77<br />

- diam. 0,032 (A. Bastos — M. C. P.).<br />

LYRIO da AGUA — v. GOLPHO. —<br />

LYRIO do BREJO — v. BORBOLETA. —<br />

LYRIO do CAMPO — ^<br />

(PI. h.) — HAB.- T. f. aita. '<br />

CAR.—Hastes felpudas.—Folhas muito estreitas, lomyas.<br />

— Mores pequenas.» brancas.<br />

Ind.— Fornece fibras texteis. «


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 243<br />

C


M<br />

MACACA-ACAN — v. CACÂO-RANA. —<br />

MACACAHUBA PRETA - PLATVMISCIÜM DUCK El<br />

Hub. var. NIGRUM Ducke ( Leg. pap. dalb. ).<br />

Í A. ni. ) — HAB.- Nas capoeiras velhas de T. f.<br />

Loc.— Monte Alegre — Óbidos — Faro.<br />

M(id.— Castanho escuro <strong>com</strong> veias pretas pouco apparentes.<br />

muito dura e pesada, parecida <strong>com</strong> o jacarandá. Para<br />

marcenaria e ebanisteria. — D = 1,20.<br />

MACACAHUBA da T. f. — PLATVMISCIÜM DUCKEI<br />

Hub. ( Leg. pap. dalb. ).<br />

( A. p. ou m. ) — HAB.- Nas capoeiras e margens de<br />

campos.<br />

( A. g ) — id.- Na matta alta de T. f. argillosa.<br />

Loc.— Bragança — Teffé.<br />

.l/w/.—Castanho-claro-avermelhado, <strong>com</strong> veias pretas<br />

largas; grão fina, dura. Excellente para marcenaria de<br />

luxo. — D = 0,95.<br />

MACACAHUBA da V. — PLATVMISCIÜM ULEI<br />

Harms (Leg. pap. dalb.).<br />

7 A. m. ou g. ) — Commum nas varzeas do B. Amazonas.<br />

nos cacauaes, em solo argilloso <strong>com</strong>pacto.<br />

Loc.—B. Amazonas —Gurupá— Rio Tajapurú.<br />

c


246<br />

fcSSSSSk^.<br />

274 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

CAR. — Mvrmecophila (formigas do gen. Asteca, raras<br />

vezes formigas " tachy do gen. Pseitdomyrma.).<br />

Mad.— Pouco alburno, cerne desenvolvido; bella madeira<br />

castanho-avermelhado claro, <strong>com</strong> largas veias castanho-escuro,<br />

dureza media, trabalhando-se bem; é uma das<br />

melhores madeiras da varzea do B. Amazonas para marcenaria<br />

e ebanisteria. — D = 0,80.<br />

MACACA-PORANGA — (Serra de Santarém) — ANI BA<br />

FRAGRANS Ducke (Lauraceas).<br />

SYN.— Páo rosa ( Santarém ).<br />

(A. p. ) — HAU.- Nas terras pretas da Serra de Santarém<br />

e nas collinas situadas ao sul do Lago Grande de<br />

Villafranca.<br />

Itid.— Todas as partes são aromaticas, <strong>com</strong> cheiro de<br />

rosa muito delicado ; a madeira em pó é empregada para<br />

perfumar a roupa nas gavetas<br />

MACACARECUIA — ESCHWEILERA (JUGAS-<br />

TRUM) sp.<br />

( A. m.) — Commum nos igapós do Amazonas.<br />

MACACO CASTANHA — SALACIA<br />

( Hippocrateaceas ).<br />

(Cipó).<br />

Loc.— R. Tapajoz — L. José-Assü (Parintins).<br />

hid.— O fructo 6 lenticular, maior do que uma laranja,<br />

contendo 2 a 4 castanhas de forma prismatica <strong>com</strong>o as de<br />

andiroba; as amêndoas destas castanhas são oleaginosas.<br />

MACACO CIPO — (Marajó) — MARSDENIA<br />

(Asclepiadaceas).<br />

Passa por venenoso.<br />

CAR.— Folhas muito largas; fructos pendentes, em<br />

forma de beringela.<br />

MACACO PATRONA — (Rio Negro) — HENRIQUEZIA<br />

VERTICILL AT A (Spruce) Benth. (Rubiaceas).<br />

(A. g.)—HAB.- Mattas húmidas das terras altas.<br />

MACAMBIRA — BROMELÍA LACINIOSA Arr.-Cam.<br />

( Bromeiiaceas).<br />

Ind.— Das folhas extrahemse boas fibras (Maca-embira,<br />

íibra para rede — L. g.).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 247<br />

No nordeste secco (Serras do Ceará etc.)<br />

o nome de macambira corresponde ao Eucholirion speotabile.<br />

MACAXERA — MANIHOT PALM ATA Muell. Arg.,<br />

= MANIHOT AYPI Pohl. (Euphorbiaceas).<br />

(a.) —<br />

CAR.— Especie de mandioca cuja raiz não contem princípios<br />

venenosos. A planta é menor do que a mandioca amarga,<br />

as hastes não são angulosas, os fructos não tem alas.<br />

SYN.— Aipim — Mandioca doce.<br />

Alim. — Os turberculos podem se <strong>com</strong>er assados, cozidos<br />

ou fritos, <strong>com</strong>o a batata.<br />

MACELLA da TERRA — EGLETES VISCOS A<br />

Less. (Compostas).—Origin. do E. da Bahia (?).<br />

SYN. — Losna do matto.<br />

Med.— Amarga, estomachica e antidiarrheica; em chá,<br />

nos embaraços gástricos.<br />

MACELLA do CAMPO — ACHYROCLINE SATU-<br />

REIOIDES DC. (Compostas).<br />

Ind. — Bom material para encher colchões e travesseiros,<br />

para estofagem de mobílias.<br />

Med.— Aromatica.<br />

MACIEIRA de BOI — (?) SIDEROXYLON RUGO-<br />

SUM Roem. e Sch. (Sapotaceas).<br />

Loc. —E. do Amazonas.<br />

Mad. — Madeira bôa para construcção civil e marcenaria.<br />

Ind. — O látex contem gntla.<br />

Alim. — Fructos <strong>com</strong>estíveis, sem valor (maçã de boi).<br />

Med. —A casca é adstringente.<br />

MACUCU — LICANIA GLABRA Mart. (Rosaceas).<br />

Ind. — O fructo dá um verniz preto para pintar as<br />

"cuias"; a casca dá uma tinta para tingir as redes de pescar<br />

e as linhas.<br />

MACUCÚ—LICANIA ELATA J?ilg. (Rosaceas).<br />

MACUCU— LICANIA HETEROMORPHA Benth.<br />

(Rosaceas).


276<br />

A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

SYN. — Macè de fogo (Amazonas).<br />

(A. m. ou p.) — HAB.- Frequente nas praias de areia.<br />

CAR. — O tronco é, ás vezes, aguentado a 60 ou 80 cm.<br />

acima do solo por um feixo de raizes aereas.<br />

Mdd. — Vermelho-castanho claro, bastante dura e <strong>com</strong>pacta,<br />

trabalhando se bem.—Para marcenaria. — D = 1,00.<br />

Os varejões de macucú são apreciados para a navegação<br />

nas cachoeiras.<br />

Ind. — A madeira queima facilmente e serve para fazer<br />

archotes. O fructo dá um verniz preto utilisado na pintura;<br />

a infusão da entrecasca serve de mordente para tingir<br />

as "cuias".<br />

MACUCÚ — (R. Negro) — ALDINA HETEROPHYL-<br />

LA Benth. (Leg. caesalp.) e ALDINA LATI FOLIA Benth.<br />

(A. g.»—Commum no Baixo R. Negro — a l. a especie<br />

na margem dos pequenos igarapés da T. f., a 2 a nas bacias<br />

alagadas dos igarapés grandes.<br />

Mod.—Dura e extremamente revessa.<br />

MACUCÚ— HIRTELLA ERIANDRA Benth. (Rosáceas).<br />

MACUCÚ — COUEPIA DIVARICATA Hub. var.<br />

STRICTIUSCULA Hub. (Kosaceas).<br />

(A. G.)—Loc. —E. de Fer. de Bragança.<br />

MACUCÚ — (R. Tapajoz) - PARIXARIUM BARBAl<br />

UM Ducke (Kosaceas).<br />

(A. m.)—HAB.- Florestas não inundadas do M. R. Tapajoz.<br />

MACUCÚ — LICANIA (MOQUILEA)<br />

esp. div (Rosaceas).<br />

MACUCÚ verdadeiro — ILEX MACOUCOUA Pers.<br />

(Aquifoliaceas).<br />

SYN. — Pão inacacú.<br />

(A. g.) - Loc.- E. do Amazonas (?)<br />

Ind. — Na G. fr. a casca é empregada na fabricação<br />

dos vasos de barro, <strong>com</strong>o a do cavaipé na Amazónia. — O<br />

fructo dá uma bella tinta negra para o algodão.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

R Y I - J T T E . YGV — ar«t- - IGNAR-— — a—gs^j. •" • CS<br />

249<br />

A lenha serve para archotes.<br />

Med. pop. — A infusão das folhas é excitante, c-stomachica.<br />

MACUCU-RANA — HIRTELLA AMERICANA Aubl.<br />

(Rosaceas).<br />

(A. m.).<br />

SYN.—Ajurú — Bois de gaiilette (G. fr.).<br />

Mad. — Boa madeira para ripas (se fende facilmente).<br />

MADRESILVA do JAPÃO — LONICERA JAPONICA<br />

Thunbg. (Caprifoliaceas).<br />

(Cip.).<br />

Orn. — Bonita planta de jardim; flores branco-amarellado,<br />

<strong>com</strong> perfume fraco.<br />

MÃE de AZEITE — v. COMADRE de AZEITE. —<br />

i «<br />

MAFlíRA ou MAFUA — (Campos de Almeirim e<br />

Santarém) — v. PAO de ARARA. —<br />

MANGERICÃO do Campo - (Marajó) — v. TRIFOLIO<br />

COMMUM. —<br />

MAHUBA — CLINOSTEMON MAHUBA A. Samp.<br />

(Lauraceas).<br />

(A. m.)—HAB.— Mattas de varzea da região do estuário<br />

(Gurupá—R. Guamá— Ilhas de Breves).<br />

Mad. — Cheiro desagradavel (de raizes de Orchideas),<br />

amarello-pardo, tenra, trabalhando-se facilmente — Para<br />

cdnstrucção civil. - D = 0.66.<br />

Ind. — As sementes são oleaginosas; as amêndoas<br />

seccas dão 71 %> de sebo amarello escuro, de cheiro particular.<br />

contendo 45%> de trilaurina (E. André); ponto de fusão<br />

: 42' C. — A safra é de novembro a fevereiro.<br />

MAIRÂ — (Óbidos) — HUMIRIANTHERA DUCKEI<br />

Hub. (Icacinaceas).<br />

SYN.— Apolô (Faro) — Mandioca assú (Mte. Alegre<br />

— por confusão).<br />

(a. trepador ) — HAB.- Em matta baixa, de terrenos férteis,<br />

de preferencia argillosos, na T. f.


250 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Loc.— Óbidos — Santarém — Monte Alegre — Cuminámirim<br />

— Faro. .<br />

AlimO rhizoma é um tubérculo enorme ( de 20 a<br />

40 cm. de diam.) donde se pode extrahir até 16 k. de amido;<br />

este amido, lavado diversas vezes por decantação, pode servir<br />

para a alimentação. Esta raiz contem um principio venenoso<br />

que as lavagens eliminam. - O fructo, da grossura<br />

de um ovo de gallinha, dá também amido.<br />

MAJORANA — (Mte Alegre) — v. ALGODÃO BRAVO.<br />

MAJORANA — (Furos) — v. FANFAN. —<br />

MAJUBA — (Marajó) — SPHENOCLEA ZEYLA-<br />

NICA Gaertn. (Campanulaceas).<br />

(a. de lm.60).<br />

sUim. airim.— Pastagem de pouco valor para o gado<br />

bovino.<br />

MALAGUETA — CAPSICUM FRUTESCENS Willd<br />

( Solanaceas).<br />

(a.).<br />

SYX.— Pimenta malagueta.<br />

Alim.— Os fruetos são condimentos, excitantes do apparelho<br />

digestivo.<br />

Med.— Para sinapismos efficazes em caso de meningites<br />

e congestões cerebraes. — Os fruetos contêm 2 alcalóides: a<br />

Capsaicina e a Capsicina.<br />

MALAMBO, ou MELAMBO — v. CAA-POROROCA. —<br />

MALEITEIRA — v. ASSACU-Y. — EUPHORBIA CO-<br />

TINOIDES Miq. (Euphorbiaceas).<br />

MALÍCIA — MIMOSA SENSITIVA L. (Leg. mim.),<br />

a. p.) — HAB.- Nas capoeiras de Belem.<br />

CAR.— Fiôr rósea.<br />

MALÍCIA — (Bôa Vista, no H. Tapajoz) — A C A CIA<br />

RIPARIA Benth. : Leg. mim.).<br />

Cipó grande # da matta.—CAR.- Armado de espinhos<br />

curtos e recurvados. *<br />

MALÍCIA d'AGUA — (Óbidos) — v. JUQUIRY MANSO.


251<br />

MALÍCIA das MULHERES — MIMOSA PUDICA L.<br />

(Legum. mimos.).<br />

SY.W— Sensitiva —Juquiry rasteiro.<br />

HAB.— Margens dos cursos d'agua e campos alagados<br />

onde forma extensas manchas.<br />

(a. p.) — Loc.- Monte Alegre (nos campos) — Gurupá<br />

(na cidade) — Marajó.<br />

CAR.— Flores branco-roseo; É a verdadeira "sensitiva",<br />

murchando ao menor toque<br />

Med. pop.— O cozimento da planta emprega-se no tratamento<br />

das anginas, em gargarejos; o extracto íluido, em<br />

cataplasmas, nas ulceras cancerosas e moléstias do útero.<br />

— A raiz é purgativa; o succo das folhas é também purgativo;<br />

este succo passa por toxico, em alta dose, provocando<br />

priapismo violento e morte, a raiz servindo de antídoto.—<br />

O chá, ou cozimento da raiz, passa por ser um energico<br />

tonico dos vasos seminaes cuja funcçào acha-se enfraquecida<br />

pela idade.<br />

MALÍCIA das MULHERES — V. JUQUIRY RASTEIRO.<br />

MALMEQUER do CAMPO — TIBOUCHINA ASPERA<br />

Aubl. (Melastomaceas).<br />

(A.) — CAR.- Flores bonitas, purpureas —Toda a planta<br />

é aromatica.<br />

Med. popA infusão das folhas e summidades floridas<br />

é bechica e sedativa.<br />

MALVA ALGODÃO-RANA — PAVOXIA PANICU-<br />

L.YTA Cav. (Malvaceas).<br />

Loc.—Murutucú (R. Guamá).<br />

CAR.— Folhas trilobadas, serreadas, escuras por cima<br />

e verde claro por baixo, flores amarello claro, de 1,5 a 2<br />

cm. de diam.<br />

MALVA BRANCA — (Marajó) — W A L T H E R IA<br />

AMERICANA L. f Sterculiaceas).<br />

SY.W— Malva branca de Santarém — Malva velludo<br />

( R. J apajoz ).<br />

HAB.— Commum em capoeiras, em terrenos estereis.<br />

('a. p. até 2M.50) CAR.- Haste castanho avermelhado,<br />

vergonteas brancas, folhas ovaes oblongas, pilosas nas duas


252 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

faces, até 7 cm. de <strong>com</strong>primento. Flores reunidas cm Cymas<br />

axilfôres ou terminaes, pequenas, cor amarello palha; sementes<br />

miúdas. , .<br />

Ind — A casca fornece bôas libras para cordoaria,<br />

aniagem.<br />

MALVA BRANCA — SIDA CORDIFOLIA L. (Malvaceas).—<br />

Origin. da índia.<br />

SYN.— Malva branca sedosa (R. Tapajoz).<br />

HAB.—Planta muito robusta, crescendo em todos os<br />

terrenos.<br />

(a. até 2 mts.)—• CAR.- Folhas verde claro, cordiformes,<br />

serreadas, oval oblongas, revestidas de tomento macio,<br />

acinzentado, em ambas as paginas. — Flôres pedunculadas,<br />

(6—8mm. de diâmetro) em racimos axillares ou terminaes,<br />

sementes <strong>com</strong> 2 aristas.<br />

Ind — Dá bôas fibras para cordoaria, aniagem, tecidos<br />

div., papel.<br />

Med. pop — As folhas são emollientes: mastigadas, applicam-se<br />

sobre as picadas de vespas.— O decocto da raiz<br />

é usado externamente na blennorrhagia.<br />

MALVA BRANCA do SALGADO — v. PACO-PACO. —<br />

MALVA CAÁ-JUSSÁRA — (Óbidos) — v. SACA TRAPO<br />

— HELICTERES PENTANDRA L. (Sterculiaceas).<br />

SYN.— Uaicima (M. Tapajoz).<br />

Med. pop.— As flores são peitoraes e emollientes.<br />

MALVA CARRAPICHO — (Óbidos) — PAVONIA<br />

TYPHALEA (Malvaceas).<br />

(a.) —SYN.- Carrapicho do brejo (Belem)— Carrapicho<br />

(Óbidos).<br />

CAR.— Folhas asperas, serreadas. Flôres brancas, em<br />

bouquets nas extremidades de longos pedunculos.<br />

Ind.—A casca das hastes dá fibras (Rendimento 4%<br />

— R.do Monteiro da Costa).<br />

MALVA CARRAPICHO do BREJO — (Belem) — v<br />

MALVA CARRAPICHO. —<br />

MALVA ESTRELLA — (Óbidos) — ABUTILON" UM-<br />

BELLATUM Sweet. (Malvaceas).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 253<br />

MALVA FELPUDA — SIDA GLOMERATA (Malva-<br />

ceas). Loc.— Bel em.<br />

MALVA GRANDE — (R. Tapajoz) — ABUTILON<br />

SCHENCKII Schumann ( Maivaceas).<br />

(a. gr.) —CAR.- Folhas muito grandes.—Grandes flores<br />

amarellas.<br />

Ind.— Fibras muito resistentes.<br />

MALVA de MARAJÓ — SIDA ACUTA — (Maivaceas)<br />

v. MALVA RELOGINHO. —<br />

MALVA LÍNGUA de TUCANO—v. LÍNGUA de TUCANO<br />

MALVA de MARRECA — ?<br />

MALVA de PENDÃO — v. PACO-PACO (Wissadula spicata).<br />

MALVA PIRANGA— WISSADULA EXCELSIOR<br />

(Cav.) Presl. (Maivaceas).<br />

Loc.— R. Solimões.<br />

CAR.— Cresce alta sem ramificações.<br />

Ind. — Dá bôas fibras.<br />

MALVA da PRAIA — v. MALVA RELOGIO GRANDE. —<br />

MALVA PRETA — (Marajó — SIDA RHOMBIFOLIA<br />

L. -(Maivaceas), var. canariensis e subtomentosa.<br />

SYN.— Vassoura — Vassourinha.<br />

(a. até 2 mts.) — HAB.- Em terrenos abandonados estereis.<br />

CAR.— Hastes vermelho escuro, avelludadas.— Flores<br />

axillares, solitarias, num peciolo <strong>com</strong>prido, apenas medias;<br />

amarellas, mas, ao centro, a base das pétalas é vermelho<br />

arroxeado escuro.— Sementes: capsulas <strong>com</strong> muitas sementes<br />

munidas de 2 aculeos curtos.<br />

Ind.— Serve para fazer vassouras.—A casca das hastes<br />

tf á bôas fibras, superiores á juta ao ponto de vista da<br />

resistencia e da conservação.<br />

Alini. aniín.— Forragem, quando nova, apreciada pelos<br />

carneiros.


254 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

MALVA PRETA — v. CARRAPICHO GRANDE —<br />

MALVA RABO dc FOGUETE — (Óbidos) — v. PACO-<br />

PACO ( Wissadula hernandioides ).<br />

MALVA RABO dc FOGUETE — (Marajó) — v. PACO-<br />

PACO (Wissadula spicata).<br />

MALVA RABO dc FOGUETE — (Beiern)— v. UACIMA<br />

ROXA. —<br />

MALVA RELOGINHO — SIDA ACUTA Burm. var.<br />

carpinifolia (Malvaceas).<br />

(a. p.) — SYX.- Vassoura — Tupichd ( L. g.).<br />

Loc.— Belem.<br />

CAR.— Flores axillares ou terminaes, dispostas em grupos,<br />

inteiramente amarello claro (diam. S mm.). Folhas pecioladas.<br />

alternas, serradas.<br />

Ind.— Dá fibras excellentes.<br />

Med. pop.— As folhas são emollientes.<br />

MALVA RELOGIO GRANDE — SIDA RHOMBIFO-<br />

LIA L. var. guianensis (Malvaceas).<br />

SYX. — Malva da praia (Belem) — Vassourinha — Uacima<br />

da praia.<br />

HAB.— Abundante nas margens de rios e nas barreiras.<br />

(a. até 2m.50)—CAR.- Flores amarello claro (diam.<br />

8 mm.), longamente pedicelladas; sementes abundantes, pretas,<br />

<strong>com</strong> 2 pontas. — Folhas oblongas, lanceoladas, verde<br />

claro, serreadas.<br />

Ind.— A casca das hastes fornece fibras de primeira<br />

qualidade para cordoaria, aniagem e tecidos diversos.<br />

MALVA ROSA — ALTHAEA ROSE A DC. (Malvaceas).—<br />

Origin.. da China.<br />

Ind.— Fornece boas fibras texteis.<br />

( PI. h.) — Om.' Cultivada nos jardins.<br />

MALVA ROXA G— URENA LOBATA L.-v. UACIMA<br />

ROXA (Marajó) -^(Malvaceas).<br />

MALVA ROSADA, de folhas grandes—PAVONIA MA-<br />

LACOPHYLLA (NeeseMart.) Gurke (Malvaceas).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 255<br />

SYN.— Uacima verdadeira (R. Tapajoz)—Malva vellado.<br />

Loc.— Belem — Maracanã — Rio Tapajoz.<br />

(a. até 2 mts.)— CAR.- Folhas grandes avelludadas<br />

nas duas faces; face superior castànho-avermelhado escuro,<br />

face inferior pardacenta; nervuras roscas; hastes avelludadas<br />

—Flôres grandes, rosco-roxo, axillares. isoladas fdiam. 2 cm.).<br />

Ind.— Dá bôas fibras; é uma das plantas fibrosas mais<br />

interessantes da Amazônia.<br />

MALVA TAQUARY — WISSADULA AMPLÍSSIMA<br />

( L.) Fries.<br />

SYN.—Malva eslrella.<br />

MALVA ISCO — SIDA MICRANTHA A. St. Hil.<br />

(Malvaceas).<br />

SYN.— Vassourinha de flôr miúda.<br />

Ind. —Serve para fazer vassouras—do caule extrahese<br />

bella fibra têxtil.<br />

Med. pop.— O xarope é empregado nas bronchites.<br />

MALVARISCQ —(Pará) —v. CAA-PEBA do NORTE. —<br />

MALVA-Y — SIDA SALVIAEFOLIA Presl. (Malvaceas).<br />

MAL VINHA — SIDA URENS L. (Malvaceas).<br />

(a.).<br />

Loc.— Rio Tapajóz.<br />

CAR.—Folhas e hastes felpudas — Folhas lanccoladas<br />

pequenas, dentadas — Flôres roxo claro (diam. 7-10 mm.)<br />

<strong>com</strong> a base interna das pétalas roxo purpureo escuro.<br />

Ind.— Dá bôas fibras têxteis muito finas e resistentes.<br />

— Rendimento em fibras 4,5 °/o (R. do Monteiro da Costa).<br />

MAMÃO BRAVO — CARICA HETEROPHYLLA<br />

Poepp. e Endi. (Caricaceas).<br />

(PI. h.).<br />

Loc.—Rio Branco de Óbidos —Alemquer.<br />

MAMÃO BRAVO, ou do MATTO JACARATIA SPI-<br />

NOSA (Aubl.) . . . (Caricaceas).<br />

SYN. — Chaniburú — Manulo-rana (Bôa Vista, no R.<br />

Tapajoz).


A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

Loc.-R. Branco de Óbidos —Srs. de Almeirim — M.<br />

^ * (A.^m.) — CAR.- Casca avermelhada, lisa, coberta de<br />

aculeos; a seiva leitosa é caustica.<br />

Mad. — Branca, esponjosa.<br />

Alim. — Exgottado o succo leitoso da casca por meio<br />

de incisões e sendo bem maduro, o' fructo é inoffensivo,<br />

utilisado para preparar <strong>com</strong>potas.—O fructo é amarello, liso,<br />

ovoide. marcado de sulcos longitudinaes pouco accentuados.<br />

Ale d.—O succo do fructo é drástico e hvdragogo.<br />

MAMÃO BRAVO — (A. Amazonas) — J AC AR ATI A<br />

DIGITATA (Poepp.) . . . (Caricaceas).<br />

(A. g.)—SYN.- Chambiirit.<br />

MAMMA de CACHORRO — V. LOURO ROSA AMA-<br />

RELLO.<br />

MAMMEIRA — (Macapá e Mazagão) — v. TARUMÃ<br />

GRANDE do CAMPO. —<br />

MAMOEIRO — CARICA PAPAVA L. (Papayaceas).<br />

-Origin. do México.<br />

(A. p.).<br />

Ind. — Os indígenas usam, ás vezes, as folhas do mamoeiro<br />

para envolver a carne de caça e tornal-a macia.<br />

As lavadeiras lavam a roupa <strong>com</strong> as folhas contusas<br />

afim de tirar as manchas<br />

Alim.—O fructo é uma baga globulosa ou alongada,<br />

em forma de enorme pera, de peso de 1 até 3 k., verde, virando<br />

ao amarello; por dentro parece melão, mas as sementes<br />

são pequenas, pretas, <strong>com</strong>o pimenta do reino; a polpa<br />

é amarello-alaranjado, perfumada, assucarada, de sabor<br />

agradavel, de digestão fácil.—Do fructo verde <strong>com</strong>o maduro<br />

fazem-se dôces; verde e cosido é um bom legume.<br />

Aled. — Os fructos passam por desobstruentes do ligado,<br />

as sementes por vermífugas.—O succo latescente da arvore<br />

e do fructo contem papaina, ou pepsina vegetal que<br />

e um fermento digestivo de alto valor.<br />

O succo é aconselhado contra as sardas; elle é um<br />

pouco cáustico e deve ser usado em solução; puro elle serve<br />

para destruir os callos, as verrugas. *<br />

MAMONEIRA — v. RÍCINO.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 257<br />

MAMORANA — BOMBAX AQUATICUM (Aubl.)<br />

Schum. (Bombacèas) = CAROLINEA PRINCEPS L. f. = ?A-<br />

CHI RA AQUATICA Aubl.<br />

SYN. —Painera de Cuba (Rio de Janeiro) -Castanheira<br />

das Guyunas— Provisiontree (Ing!.).<br />

(A. p. ou m.) — HAB - Commum em toda a Amazônia<br />

principalmente no estuário, nas margens argillosas alagadiças<br />

dos igarapés da varzea.<br />

CAR. —Flores amarelloclaro — Fructo semelhante ao<br />

de cupú-assü.<br />

Mad. — Branca, molle, esponjosa, para papel, gameilas<br />

Para pasta de cellulose: rendimento, 36%— Comprim.<br />

das fibras: 1,8S (B. Cordeiro— M. C. P.) — D = 0,46.<br />

Ind.—A casca dá bôa estopa para calafetar embarcações<br />

e fabricar cordas. — A casca secca contem 2,7 % de<br />

tanninos (E. Serfaty — M. C. P.); dá também uma tinta<br />

vermelho escuro, <strong>com</strong>o a do murucv, que serve para tingir<br />

as velas de canoas, linhas e redes de pescar.<br />

As amêndoas dão 58 °/o de gordura branca, inodora;<br />

a safra é de fevereiro a julho.<br />

Alini.—As sementes são <strong>com</strong>estíveis, principalmente<br />

quando verdes, assadas ou cosidas.<br />

Orn. — Arvore ornamental, para parques.<br />

MAMORANA — BOMBAX (PACHIRA) RIGIDIFO-<br />

L1UM Ducke (Bombacèas).<br />

(A. m.)—HAB.- Nos pantanos e margens de igarapés de<br />

agua escura, na parte oriental do E. do Pará e cm Manáos.<br />

Parecido <strong>com</strong> o Bombax aquaticum — Fructo do<br />

mesmo tamanho.<br />

MAMORANA GRANDE — BOMBAX SPRUCEANUM<br />

(Dcsne) Ducke (Bombacèas) = PACHIRA ÍNSIGNIS Schum.<br />

(em parte).<br />

(A. m. ou g.) —HAB.-Commum na matta marginal inundada<br />

do Amazonas e de certos rios (Cuminá —Jauary, da<br />

Prainha — Uaupés— Abuná - Acre) em terrenos de varzea<br />

argillosa.<br />

CAR.—As llôres, purpureas, são notáveis entre as maiores<br />

do mundo (30 a 40 cm. de <strong>com</strong>prido). — Fructo ovoide,<br />

parecido <strong>com</strong> o do Bombax aquaticum, mas maior, mais<br />

escuro.


258 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad.—Leve, para jangadas, bóias ,molle, esponjosa,<br />

para papel.<br />

Ind.—Amêndoas oleaginosas, tornando-se rapidamente<br />

rançosas. Do fructo tira-se fibras curtas e macias para<br />

colchoaria. . . .<br />

Alim—As amêndoas sAo <strong>com</strong>estíveis depois de assadas;<br />

as folhas também depois de cosidas.<br />

Orn.—Árvore ornamental para parques.<br />

MAMORANA, ou MAMÃO - RANA —- v. MAMÃO<br />

BRAVO. —<br />

MANACÁ — BRUNFELSIA HOOPEANA Benth. (Solanaceas)<br />

= BRUNFELSIA LATIFOLIA Pohl. - Origin.<br />

do Sul.<br />

SYN.—Geratacd, ou Jerataca— Cad-gambd.<br />

(a.)—CAR.-Flores isoladas azul-arroxeado claro, virando<br />

pouco a pouco ao branco, de perfume penetrante.<br />

Mcd.—Raiz purgativa e emetica, abortiva e depurativa.<br />

O principio activo é um alcalóide, a Manacina\ encontra-se<br />

também um glucoside visinho da Eseldin a.<br />

E' um antisyphilitico, antirheumatico e emmenagogo<br />

efficaz, venenoso em dose elevada (lethargia).<br />

MANACÁ — BRUNFELSIA GUIANENSIS Benth.<br />

(Solanaceas).<br />

(a.)—HAB.- Na T. f.<br />

SYN.— G cr ataca, ou Jeratacd.<br />

Loc.— Faro — Cuminá-mirim.<br />

CAR.— Flores esverdeadas, pequenas.<br />

Mcd.— Depurativo muito activo (raiz), antisyphilitico,<br />

antirheumatico; toxico em alta dose (lethargia)<br />

MANACÁ grande — BRUNFELSIA GRANDIFLORA<br />

(Solanaceas). Origin. do Perú.<br />

(a. g.) — CAR.- Flores grandes, inodoras, em grupos<br />

de duas cores, branco e azul, abundantes.<br />

Orn.— Planta muito ornamental.<br />

MANACÁ-RANA — PAYPAYROLA GRANDIFLORA<br />

lul. (Yiolaceas). •<br />

(A. p.) —Loc.- Commum no submatto da T. f. em<br />

Belem e Manáos.<br />

CAR.— Flores amarei las.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 259<br />

MANAIARA — (B. Amazonas) — v. ACAPU-RANA. —<br />

MANDACARU — v. JARAMA CARU. —<br />

MANDINGA — (Marajó) — RHVNCHOSPORA aff.<br />

HIRSUTA Vahl. (Cyperaceas).<br />

(PI. h. de Om.30).<br />

MANDIOCA—MANIHOT UTILÍSSIMA Pohl. (Euphorbiaceas).—<br />

Deve ser originaria da America tropical,<br />

mas nfto tem sido ainda encontrada no estado selvagem.<br />

(a.) — Sy.w- Mandioca amargosa.<br />

CAR. — Hastes tortuosas, angulosas, de 2 a 4 m. de<br />

alt.— O fructo é uma capsula <strong>com</strong> expansões lateraes em<br />

forma de alas.— Tubérculos pesando até 3 k.—Prod. 3.000<br />

ks. por hec.<br />

Alim.— Os tubérculos, muito volumosos, contem um<br />

succo venenoso, mas o principio toxico é um glucoside<br />

cyanogenetico, a Manihotoxina, agindo somente pelo acido<br />

cyanhydrico que produz e que, sendo volátil, desapparece<br />

pela torrefacçâo.— Com estes tubérculos ralados prepara-se<br />

a farinha de mandioca, precioso alimento em todas as regiões<br />

tropicaes ; delles cxtrahe-se fécula (tapioca); os renovos da<br />

planta são <strong>com</strong>estíveis (maniçoba); a farinha fermentada<br />

dá um álcool, o cauim.<br />

Me d.— Com a farinha preparam-se cataplasmas emollientes.<br />

MANDIOCA-ASSÚ — (Mte. Alegre) — HUMIRIAN-<br />

THERA RUPESTRIS Ducke Loc.— Belem — E. de F. de Br. — Região do estuário<br />

e litoral — Gurupá.<br />

Ma d.— Roseo-pardacento, fibrosa, tenra mas bastante<br />

resistente — para marcenaria, caixas.— D = 0.74.


260 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

fnd.— Para pasta de cellulose; <strong>com</strong>prim. das fibras,<br />

1,201—diam. 0,026 (A. Bastos —M. C. P.).<br />

MANDIOQUEIRA — (Porto de Moz — Almeirim) —<br />

QUALEA WITTROCKH Malm. (Vochysiaceas).<br />

SYN.— Umiry-rana (Monte Alegre).<br />

(A. m. ou g.J — HAB.- NO igapó dos riachos de campos,<br />

no B. Amazonas e affluentes.<br />

MANGABA-RANA — (E de F. de Br.) — SIDEROXY-<br />

LON aff. GUIANENSE A. DC. (Sapotaceas).-v. GIPY —<br />

(B. Amazonas). —<br />

MANGABEIRA — HANCORNIA SPECIOSA Gom.<br />

(Apocynaceas).<br />

(a. p.) — HAB.- NOS campos da parte E. e S. E. do<br />

Estado do Pará.<br />

Loc.—M. rio Tapajoz — E. da I. de Marajó — Salgado<br />

— B. rio Tocantins — Arravollos — Macapá.<br />

Mad. — Vermelha e rija, para rodas, poleame, marcenaria.<br />

Ind. — Pela incisão da casca escorre um látex de cor<br />

rósea pallida que, pela coagulação, dá uma borracha de<br />

qualidade inferior.<br />

Alim.— O fructo é espherico, amarello estriado de vermelho,<br />

tem succo viscoso na casca e polpa acidulada, de<br />

gosto agradavel; serve para a fabricação de doces, <strong>com</strong>potas<br />

e sorvetes; fermentado, dá um vinho apreciado.<br />

MANGARA— CALADIUM BICOLOR Vent. var.<br />

VELLOSIANUM Engl. (Aroideas).<br />

SYN .— Tajd.<br />

(PI. h.) — CAR.- Folhas grandes, verde escuro, <strong>com</strong> as<br />

nervuras manchadas de vermelho<br />

MANGARATAIA — ZINGIBER OFFICIXALIS Rose.<br />

(Zingiberaceas) — Origin. da índia.<br />

(PI. h.).<br />

SYN.— Girtgibre.<br />

Alim — O rhizoma é carnudo, branco ou amarellado<br />

por dentro, de sabor quente e um pouco acre, de cheiro<br />

aromatico picante; <strong>com</strong> elle prepara-se uma bebida fermentada<br />

agradavel, o "Gengibirra" (Ginger-beer, dos Ingl. ).<br />

Med. — Mastigada, produz salivação; ingerida, dá sen-


ARVORES E PLANTAS LJTEIS<br />

sação de calor, augmenta a secreção gastrica, estimula as<br />

funcções digestivas.—Preconisada contra os catarrhos chronicos,<br />

contra dyspepsias, cólicas flatulentas. A tintura é<br />

usada externamente em fricções nas dores rheumaticas e<br />

nas polynevrites (beriberi).<br />

MANGERICÁO —OCIMUM MINIMUM L. (Labiadas).<br />

—Origin, da Europa.<br />

(PI. h.) — Cultivada nos jardins.<br />

Med.— Aromatica; em banhos <strong>com</strong>o estimulante.<br />

MANGERONA — ORIGANUM MAJORANUM L. (Labiadas<br />

— Origin, da Europa.<br />

(PI. h.) - Cultivada nos jardins.<br />

Med— Aromatica; usada em banhos <strong>com</strong>o estimulante;<br />

a infusão é carminativa e sudorífica.<br />

261<br />

MANGUE d'AGUA DOCE —v. CANELLA de VELHA. —<br />

MANGUE d'AGUA DOCE-v. LARANJA do MATTO. —<br />

MANGUE AMARELLO — v. CIRIUBA. —<br />

MANGUE BRANCO — v. CIRIUBA. —<br />

MANGUE BRANCO — LAGUNCULARIA RACE-<br />

MOS A Gaernt. ( Combretaceas ).<br />

SYN.—7 inteira dos manga es ( Marajó ) — Palétuvier<br />

gris ( G. fr. ) — White mangrove ( Ingl. ).<br />

(A. m.) - HAH.- NO mangal da região litoral.<br />

Mad.—Para carpintaria, caibros, vigotas, lenha, carvão.<br />

In d.— A casca serve para tinturaria e cortume; a<br />

casca secca dá 10,3° o de tanninos, os galhos 10.7 %> e as<br />

folhas 16,8° o (E. Serfaty-M. C. P.).<br />

MANGUE do MATTO — v. FARINHA SECCA. —<br />

MANGUE PRETO — v. MANGUE VERMELHO. —<br />

. MANGUE VERMELHO — RHIZOPHORA MANGLE<br />

L. typo ( Rhizophoraceas ).<br />

SYN.—Mangue preto.<br />

(A. m.)—HAB.- Costa do Salgado.


262 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

Mad.— Bôa para tanoaria. — Roseo-pardo, densa e<br />

dura.—Dormentes.<br />

but — A casca serve para cortume; a casca secca dá<br />

24,2% de tanninos, as raizes aereas <strong>com</strong>pletas dào 10,5°/0.<br />

(E. Serfaty — M. C. P.); pouco procurada porque <strong>com</strong>munica<br />

ao couro uma coloração vermelha intensa.<br />

Alim.— Os fructos fermentados dão uma bebida apreciada<br />

pelos indígenas.<br />

Me d. pop.— A casca é adstringente e serve no tratamento<br />

das dysenterias, diarrheas, hemorrhagias passivas.—<br />

A seiva dá o "Kino" da America.<br />

MANGUE VERMELHO — RHIZOPHORA MANGLE<br />

L. var. RACEMOSA (Rhizophoraceas).<br />

SYN.— Mangue sapateiro—Red mangrove (Ingl.).<br />

( A. ro.) — HAB.- Nas costas da I. de Marajó, da Guyana<br />

brasileira e nos furos de Breves.<br />

Mad.— Bôa para construcçáo civil, lenha, dormentes.<br />

lnd — A casca secca dá 16 °/o de tanninos (E. Serfatv<br />

— M. C. P.).<br />

MANGUEIRA — MANGIFERA INDICA L. (Terebinthaceas).—<br />

Origin, da Asia meridional.<br />

(A. g.) — Cultivada nos jardins e <strong>com</strong>o arvore de sombra<br />

nos parques e nas avenidas.<br />

il/^.-Madeira de pouco valor, para marcenaria.<br />

Alim.— Fructos <strong>com</strong>estíveis e saborosos, de perfume<br />

especial, um pouco resinoso.— Fructificaçáo em Belem:<br />

março e abril.— ( Flores em dezembro ).<br />

Me d. pop.— Os fructos são antiscorbuticos; a casca<br />

emprega-se contra as febres, a metrorrhagia, a leucorrhea,<br />

a sarna e as moléstias cutaneas cm geral.<br />

Orn.— Copa frondosa; bella arvore para sombra.<br />

MANGUERANA — (Estuário) — TOVOMITA BRA-<br />

SILIENSIS (Mart.) Walp. ( Guttiferaceas).<br />

A. m.).<br />

Y.W— Paxiuba-rana miúda.<br />

Loc.— Soure—Mosqueiro.<br />

Mad.— Bôa madeira para marcenaria.<br />

Med. pop. —A infusão das flores, adstringente, contra<br />

diarrheas.— O oleo dos fructos em fricções no rheumatismo<br />

articular.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 263<br />

MANGUERANA — (R. Tapajoz) — SYMMERIA PA-<br />

NICULATA Benth. ( Polygonaceas).<br />

MANIÇOBA — MANIHOT GLAZOVII Muell. Arg.<br />

(Euphorbiaceas).— Origin. do N. E. brasileiro.<br />

(A. p.).<br />

Ind.— O látex dá borracha.— As sementes silo oleaginosas.<br />

Med. — As raizes são feculentas, mas muito venenosas.<br />

MANIVA do CAMPO — (Marajó) — MANIHOT sp.<br />

í Euphorbiaceas).<br />

(a. de lm.20 a 2m.20).<br />

Ali in. anini.— Forragem aproveitada pelos bovinos.<br />

MANIVA dos INDIOS — (Amapá) —MANIHOT<br />

(Euphorbiaceas).<br />

(a.)—Provavelmente a mesma "Maniva do campo<br />

de Marajó.<br />

MANIVA de VEADO — MANIHOT<br />

(Euphorbiaceas).<br />

(a.) — Arbusto trepador, das mattas do R. Tapajoz.<br />

MANOPE da PRAIA — (Faro) — PARK IA DISCO-<br />

LOR Benth. ( Legum. mim.).<br />

SYN —Gipôuha (Óbidos)—Sipôuba, ou Cipóuba.<br />

HAB— Nas praias e nos igapós arenosos.<br />

Loc.—L. de Sapucuá-R. .lamundá—B. R. Trombetas<br />

—Óbidos.<br />

(A. p.) —CAR.- Baixa, <strong>com</strong> longos ramos floriferos horizontaes,<br />

alargando a copa; flores em grandes capítulos<br />

purpureos.<br />

Mad.—Para construcçáo civil.<br />

MÃO de BRANCO — (Óbidos) — ALSTROEMERIA<br />

AMAZÔNICA Ducke (Amaryllidaceas).<br />

(a. p.)—Origin. do R. Branco de Óbidos e dos Campos<br />

do Ariramba.<br />

Orn— Planta ornamental, cultivada em jardins.<br />

MÃO de GATO — (Óbidos) — CONNARUS ERIAN-<br />

THUS Benth. (Connaraceas).


264 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

(a D.V-HAH.- Em terrenos arenosos, altos, seccos.<br />

. 0;//.-Os ramos e as folhas novas silo muito lanosos<br />

e empregados para confecção de enfeites.<br />

MÃO de ONÇA — MARCGRAVIA CORIACEA Vahl.<br />

( Marcgraviaceas), e outras especies do mesmo genero.<br />

CAR.—Planta epiphyta; encontra-se nos troncos de<br />

arvores, nas margens dos rios.<br />

Meei. pop.— O caule e as folhas são anti-rheumaticos<br />

e úteis contra o defluxo.<br />

MÃO de ONÇA — (Marajó) - MAR ANTA aff. NOC-<br />

TIFLORA Reg/e Ker. (Marantaceas).<br />

( PI. h.).<br />

MAPARAJUBA — (E. do Pará) — MIMUSOPS AMA-<br />

ZÔNICA Hub. (Sapotaceas) = MANILKARA AMAZÔ-<br />

NICA (Huber).<br />

SVN*.— Massaranduba de pequenos, fruetos prelos.<br />

(A. G.) — HAB.- Na matta de T. f., em terreno arenoso,<br />

secco ou húmido.<br />

Loc.— Em todo o Estado.<br />

CAR.—Folhas glabras, da mesma cor dos dois lados.<br />

Fruetos globulosos de 1,5 cm. de d iam., preto violáceo.<br />

Mad.— Vermelho vivo, passando ao vermelho-castanhovioláceo,<br />

dura, de grão homogeneo, trabalhandose bem;<br />

resiste bem na agua, no ar, ou na terra húmida da varzea,<br />

não na terra firme.- Inferior á da massaranduba verdadeira.<br />

- D = 1,05.<br />

MAPARAJUBA — (E. de F. de Br. — Estuário) — MI-<br />

MUSOPS PARAENSIS Hub. (Sapotaceas) = MANIL-<br />

KARA PARAENSIS (Huber).<br />

( A. g.) — HAB.- Mattas da varzea, huniosas e pantanosas,<br />

da região do estuário e do litoral.<br />

CAR.— Folhas amarellas na face inferior, viscosa, pilosa.<br />

MAPARAJUBA — (M. rio Tapajoz) — v. MASSARAN-<br />

DUBA ( Mimusops excelsa).<br />

TV T - - (Gurupá) - ASPIDOSPEf^M A<br />

I M \ D A1 l M Ducke ( Apocvnaceas).<br />

SYN.—Jacamim ( Breves).<br />

(A. p. ou m.) - HAB.- Matta da varzea.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 265<br />

Mad.— E' uma peroba; madeira esbranquiçada, de grilo<br />

muito fino; excellente lenha para fogo ( Gurupá).<br />

MAPATY — POUROUMA CECROPIAEFOLIA Mart.<br />

(Moraceas).<br />

í A. m.).<br />

SVN.— Cucúra—Imbauba mansa — Imbauba de vinho<br />

— Uvilla (Peru).<br />

Alim.— Os fructos silo doces, acidulos, mucilaginosos;<br />

fermentados, dão uma bebida vinhosa.<br />

MAPlÀ — v. ANDIROBINHA. —<br />

MAPUÁ — (Amazonas — R. Solimões) — CYCLAN-<br />

THUS B1PARTITUS ( Cyclanthaceas).<br />

HAB.— Frequente no Pará e no Amazonas, nos igapós<br />

de agua preta.<br />

CAR.— Parecido <strong>com</strong> uma palmeira pequena Flores de<br />

perfume muito forte, agradavel ao longe, gosando da reputação<br />

de aphrodisiacas; afugentam os mosquitos (Poeppig.).<br />

MAPUXIQUY — (Mte Alegre) — v. PARICA GRANDE<br />

da V ARZE A. —<br />

MARA-ÇACACA — CONNARUS sp.<br />

(Connaraceas).<br />

SYN.— Muira-çacaca — Vacca preta ( Belem ).<br />

Mad. - Para construcções civis.<br />

MARACUJÁ <strong>com</strong>mum — PASSIFLORA LAURIFO-<br />

LIA L. (Passifloraceas).<br />

SYN.— Pomme liane (G. fr.).<br />

HAB.-Frequente nas capoeiras.—Cultivado nos jardins.<br />

(Cipó). — CAR.- Haste de secção circular; bonitas flores<br />

azul arroxeado — folhas inteiras, ovaes.<br />

Alim.— Fructo quasi espherico, da grossura de um ovo<br />

de gallinha, amarello ou avermelhado, <strong>com</strong>estível — contem<br />

grande numero de pequenas sementes envolvidas numa polpa<br />

pardoesverdeado, gelatinosa, acidulada, doce, de aroma<br />

agraciavel.— Fructo refrigerante, bom para convalescenças.<br />

Med. pop.— Folhas amargas e adstringentes. — Raiz<br />

vermífuga.


266 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

-Uma especie visinha, a FASSI FLOR A TINI FOLIA<br />

lussieu, é conhecida nas Antilhas francezas <strong>com</strong> o nome de<br />

Marie-tambour; o frueto é menor, a polpa mais delicada.<br />

MARACUJÁ — PASSIFLORA CANDIDA (Poepp.)<br />

Mast. (Passifloraceas).<br />

JLoc.— Fm toda a Amazônia, mas rara.<br />

CAR.— Flores alvíssimas, perfumadas.<br />

MARACUJÀ-ASSÚ — PASSIFLORA QUADRANGU-<br />

LARIS L. (Passifloraceas).<br />

SYN.— Barbadine ( G. fr.).<br />

(Cipó) - CAR.- Haste de secção quadrada, flores róseas<br />

— folhas grandes, inteiras, cordiformes. — Cultivado.<br />

Alim.— Frueto grande, ovoide, maior que um ovo de<br />

ganso, amarelloesverdeado quando maduro, <strong>com</strong>estivcl; a<br />

polpa (arilho que envolve as sementes > é fresca, acidula,<br />

apreciada <strong>com</strong> assucar; em grande quantidade é indigesto<br />

e provoca o somno.<br />

Med. pop. — As raízes passam por narcóticas e venenosas.<br />

MARACUJÁ-ASSU redondo - PASSIFLORA MACRO-<br />

CARPA Masters (Passifloraceas).<br />

(Cipó) —SYN.- Maracujá-mamão — Barbadine (Colonias<br />

francezas).— Esp. visinha da precedente.<br />

Alim.— Frueto ovoide, da grossura de uma pequena<br />

melancia (até 2-3 kilos). amarello esbranquiçado quando<br />

maduro, liso.— A polpa ( arilhos das sementes) é <strong>com</strong>estível,<br />

de gosto agradavel, principalmente addicionando-a de assucar<br />

e de Kirsch ou Rhum.— O pericarpo do frueto, espesso<br />

de 4 a 5 cm., é aproveitado para preparar doces e <strong>com</strong>potas.<br />

MARACUJÁ CASCUDO — (Marajó) — PASSIFLORA<br />

(Passifloraceas)<br />

MARACUJÁ GRANDE, ou COMPRIDO — PASSIFLO-<br />

RA ALATA Ait. (Passifloraceas).<br />

(Cipó).<br />

Alim.— Frueto*do tamanho de um ovo de ganso, <strong>com</strong>estível,<br />

muito apreciado. v.<br />

Med. pop.—As folhas são tônicas, usadas nas convalescenças<br />

e no marasmo senil (em banhos).


267<br />

MARACUJA PEROBA — PASSIFLORA EDULIS<br />

Sims. (Passifloraceas).— Origin. do Brasil,<br />

í Cipó)— Cultivado.<br />

SYX.— Grenadillc (G. fr.).<br />

CAR.— Folhas trilobadas; flores brancas e purpureas.<br />

AlimFructo ovoide, de 5 a 6 cm. de diam. amarello<br />

claro, de polpa amarellada, acida, perfumada, utilisada para<br />

preparar sorvetes e refrescos saborosos.<br />

MARACUJÁ PORANGA—PASSIFLORA COCCINEÀ<br />

Aubl. (Passifloraceas).<br />

(Cipó)—CAR.- Flor escarlate.<br />

Al im. - Fructo verde amarellado, extremamente acido,<br />

não <strong>com</strong>estível.<br />

O///. - Planta ornamental, pelas flores.<br />

MARACUJÁ — PASSIFLORA GLANDULOSA Cav.<br />

(Passifloraceas).<br />

(Cipó) — Nos arredores de Belem.<br />

CAR.—Flores vermelho-claro, quasi róseas.— Fructos<br />

não <strong>com</strong>estíveis.<br />

MARACUJÁ de RATO — ( Belem — Marajó, etc.) —<br />

PASSIFLORA (Passifloraceas).<br />

Este nome é dado a todas as especies cujos fructos<br />

não são <strong>com</strong>estíveis (P. coccinea, P. glandulosa, etc.);<br />

alguns destes fructos passam por venenosos.<br />

MARACUJÁ SUSPIRO — (Belem) —<br />

PASSIFLORA LAURIFOLIA L. (Passifloraceas)<br />

PASSIFLORA NITIDA H. B. K. id<br />

e raras vezes PASSIFLORA RIPARIA Mart. id.<br />

(Cipós).<br />

Altui. -Fructos <strong>com</strong>estíveis, doces.<br />

0/7/.—Flores roxas ou azues, bonitas.<br />

MARACUJÁ-RANA — OPERCULINA PASSIFLO-<br />

ROIDES (Benth.) Ducke (Convolvulaceas), = MARIPA<br />

PASHFLOROIDES Benth.<br />

SYX. — Mari pá.<br />

Loc.— Mandos.<br />

(Cipó) —CAR.- Flores grandes, azul magnifico.<br />

%


268<br />

MARÀ-GONÇALO — HIERONYMA ALCHORNEOI-<br />

DES Fr. Aliem. (Euphorbiaceas).<br />

SYN.—Muird-Gonçalo — Urnciirana — Magonçalo (Ilhas<br />

de Breves). .<br />

(A. M.)—HAB.- Commum na região do estuário (Is. de<br />

Breves). , .<br />

Mad.- Vermelho castanho claro, grão bastante grosseiro,<br />

muito rigida, não se fendendo facilmente—empregada<br />

para carpintaria, pontes, estacadas, construcção de wagons,<br />

segeria; excellente para dormentes. — D = 0,69.<br />

MARÀ-MARÀ — MICONIA (Melastomaceas).<br />

SYN.— Cartel la de velho.<br />

(A. p. ou m.) - HAB.- Matta da T. f.<br />

CAR.—Tronco anguloso.<br />

Mad.— Amarello-pardo, dura. partindo-se facilmente,<br />

nodosa; imputrescivel ao ar, apodrece na terra húmida;<br />

aproveitada na construcção de barracas, telheiros; dá excellentes<br />

varas. — D = 1,05.<br />

MARAVILHA — MIRABILIS D1CHOTOMA L. (Nyctaginaceas).<br />

SYN .—Bonina—Bôas ou Bellas noites.<br />

(PI. h.)—De origem exótica<br />

Med. bop.—Raízes purgativas (Jalapa falsa) e diuréticas,<br />

contra hydropisia, leucorrhea, affecções herpeticas. —<br />

O polvilho (amido) das sementes, misturado <strong>com</strong> succo de<br />

limão, usa-se para tirar as sardas.<br />

Orn. — Flores vermelhas, amarellas, ou raiadas de<br />

branco-vermelho, ou branco-amarello; abrem somente de<br />

noite — Cultivada nos jardins.<br />

MARAVILHA do CAMPO — HYPOLYTRUM sp. (Cyperaceas).<br />

(PI. h.)— Loc.- Frequente nos logares seccos das campinas<br />

de Counany.<br />

MARFIM — v. PÁO MARFIM verdadeiro. —<br />

MARFIM — (R. Tapajoz) — v. ITAPEUÀ. —<br />

MARFIM VEGETAL — v. JARINA. —


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 269<br />

MARGARIDA — (Marajó) — TIBOUCHINA AS PE-<br />

RA Aubl. (Melastomaceas).<br />

(a. p. de 0m.70 a lm.)<br />

Mcd. pop. — Folhas e summidades floridas: bechicas e<br />

sedativas.<br />

Oiti.—Flores purpureas.<br />

MARGARIDA — ASTER AMALLUS L. (Compostas).<br />

Origin. da Europa.<br />

Cultivada—Flôr para jardins.<br />

MARGARIDINHA — v. OFFICIAL da SALA. —<br />

MARIA-MOLLE — (Marajó) —<br />

COM MELINA VIRGINICA L. (Commelinaceas),<br />

e COMMELINA XUD1 FLORA L. id.<br />

Svx. —Marianinha.<br />

(PI. h.)—CAR.- Pequenas flores azues.<br />

Alim. anint.— Forragem.<br />

MARIA MOLLE — (R. Tapajoz) — NEEA DIVARI-<br />

CATA Poepp e Endi. (Nyctaginaceas).<br />

MARIANINHA — v. MARIA-MOLLE. —<br />

MARIA-PRETA — VITEX (Verbenaceas).<br />

Loc. —Campos geraes do R. Erepecurú.<br />

MARICAUA — DATURA INSIGNIS Barb. Rodr. (Solanaceas).<br />

SYN.— Toé.<br />

Loc.—Itacoatiara—B. Solimòes—Tonantins—Iquitos.<br />

(a.) — CAR.- Flores lindas, muito grandes, brancas <strong>com</strong><br />

limbo encarnado, inodores.<br />

Mcd. pop.—Toxico.—Folhas narcóticas, sedativas, calmantes.—<br />

A infusão de 3 a 6 folhas em 200 gr. d'agua produz<br />

a hypnose, <strong>com</strong> sensação de bem estar, abolição da<br />

vontade, a pessoa respondendo ás perguntas <strong>com</strong>o um médium<br />

(adivinhação).<br />

MARI-MARY GRANDE da T. f. — (Óbidos) — CAS-<br />

SIA SPRUCEANA Benth. (Legum. caesalp.).<br />

SCanna-fistula (R. Tapajoz).


270 A AMAZOXIA BRASILEIRA<br />

(A. g.) — MAU.- Matta da T. f.<br />

Loc.— Óbidos — Oriximiná.<br />

CAR.-Fructos nào <strong>com</strong>estíveis.<br />

MARI-MARY GRANDE da V. — CASSIA GRANDIS<br />

L. f. ( Legum. caesalp.).<br />

Svx. - Mari-uiary sarro — Mari-mary preto — Marimary-rana<br />

- Jencúna - Stinking toe (Ingl.).<br />

(A. g.) -HAB- Matta da varzea; frequente nas margens<br />

do Amazonas.<br />

Mad. — Castanho-claro, dureza media, trabalhando se<br />

bem.<br />

Mcd.— Fructos não <strong>com</strong>estíveis; polpa amarga e adstringente,<br />

<strong>com</strong> cheiro forte de " sarro<br />

Orn.— Flores róseas, ás vezes brancas, de lindo aspecto;<br />

esta arvore é cultivada no Rio de Janeiro, em parques<br />

e jardins públicos.<br />

MARI-MARY PRETO — v. MARI-MARY GRANDE<br />

da V. —<br />

MARI-MARY SARRO - v. MARI-MARY GRANDE<br />

da V. —<br />

MARI-MARY da V. — (Óbidos - B. Amazonas) — CAS-<br />

SIA LEIANDRA Benth. (Legum. caesalp.).<br />

Svx.— Seruaia% ou Ceruaia < Mte. Alegre).<br />

í A. p. ) — HAB - Beiras d'agua, na varzea argillosa do<br />

B. Amazonas e do curso inferior dos aflluentes.<br />

Mad.— Para obras internas, marcenaria.<br />

Ind.—A casca contem 4,5o/o de tanninos (E. Serfatv<br />

- M. C. P.). '<br />

Mim— O fructo é uma vagem <strong>com</strong>prida, quasi cylindrica,<br />

que contem grande numero de sementes chatas envolvidas<br />

numa polpa verde, doce, <strong>com</strong>estível.<br />

Med. pop.- A polpa dos fructos é laxativa, substituindo<br />

o manná.<br />

Orn.— Cultivada: bonitos e abundantes cachos de flores<br />

amarellas.<br />

MARTIUSIA ÊLATA Ducke. (Legum. caesalp.*<br />

(A. g) —Loc.- Medio R. Tapajoz.<br />

Mad.— Castanho vermelho claro — muito dura. —


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 271<br />

MARIPÀ — v. MARACUJÃ-RANA e BRAZA. —<br />

MARUPÀ — SIMARUBA AMARA Aubl. (Simarubaceas<br />

Svx.— Papariuba (Maranhão ).<br />

(A. g.)— HAIJ.- Matta da T. f.<br />

Med.— A casca, principalmente da raiz. é um tonico<br />

energico, analogo á quassia; usada em cozimento ou extracto<br />

contra os fluxos serosos, as hemorrhagias, as dysenterias,<br />

a febre intermittente, as affecções verminosas e a<br />

debilidade. — Purgativa e vomitiva em alta dose.— O sabor<br />

6 muito amargo. - O pó é um bom cicatrizante.<br />

Mad.— Branca, ligeiramente manchada de amarello claro,<br />

leve, tenra, trabalhando-se facilmente, muito amarga,<br />

não atacada pelos cupins; muito empregada para forros,<br />

malas, caixas, phosphoros, molduras.— rara papel, o rendimento<br />

em eellulose ó de 44° 0.— Comprim. das fibras<br />

1/24 - diam. 0,020.— D * 0,50.— ( \. Bastos - M. C. P.).<br />

MARUPÀ do CAMPO — SI MA RU BA VERSICOLOR<br />

St. Hil. (Simarubaceas).<br />

Svx.— Marupd-y do campo — Pdo paraliiba ( nos Est.<br />

do N. E.) — Matta barata (Minas).<br />

(A. p., de 4 a 5 m.) — HAB.- Campos e campinas arenosas<br />

da r. f.<br />

Med. pop.— Decocção da casca, principalmente das<br />

raizes, contra as diarrheas sanguinolentas.— Tonico, antifebril<br />

(casca e fructos).— Os fructos, em pó, passam por<br />

insecticidas, fermifugos e antisyphiliticos.<br />

MARUPAHY — ELEUTHERINA PLICATA Herb.<br />

(Iridaceas ).— Origin. exótica.<br />

Svx.— Li rio folha de palmeira.<br />

(PI h.)—CAR.- AS flores, brancas, tem um cheiro<br />

repugnante; as folhas são enrugadas longitudinalmente.<br />

Med. pop.— A decocção da raiz é re<strong>com</strong>mcndada na<br />

dysenteria; 6 um poderoso remedio contra as diarrheas;<br />

considerada antihisterica.<br />

MARUPA-RANA -— v. iMOROTOTC. —<br />

c<br />

MARUPÀ-RANA — (E. de F. de Br.), ou MARUPA<br />

FALSO — v. CARAUBA. —


272 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

MARUPA-Y do CAMPO — v. MARUPA do CAMPO, —<br />

MARY GORDO — v. UMARY (Poraqueiba paracnsis).<br />

MARY-RANA — (Amazônia) — v. UMARY-RANA. —<br />

MASSAPÉ — (Marajó) — IMPE RATA BRASILI-<br />

ENSIS Trin. (Gramíneas).<br />

(PI. h.) — HAB.- Nos tesos e campos altos.<br />

CAR.—Os brotos novos tem ponta dura e aguda que,<br />

apontando na superfície da terra, ferem os pés descalços.<br />

Alini. anim — E' forragem somente aproveitada pelo<br />

gado quando é nova.<br />

MASSARANDUBA — (M. rio Tapajoz) — MIMUSOPS<br />

EXCELSA Ducke (Sapotaceas) = MANILKA RA EX-<br />

CELSA (Ducke) A. Chev.<br />

SYN*.— Maparajiiba.<br />

(A. G.) —HAB.- Matta da varzea marginal do M. rio<br />

Tapajoz.<br />

Mad.- Semelhante á do Mimusops amazônica Hub.;<br />

inferior á da massaranduba verdadeira.<br />

Ind — Látex pouco abundante e muito viscoso.<br />

MASSARANDUBA verdadeira — (Belem) — MIM U-<br />

SOPS H U BE RI Ducke = MANILKARA HUBERI<br />

(Ducke) A. Chev. (Sapotaceas)<br />

(A. G.) - HAB.- Matta da T. f.<br />

Loc.— Belem — Monte Alegre — Óbidos — Abundante<br />

em todo o R. Jamundá, no Paraná-pitinga (R. Jamunilá),<br />

na T. f. do R. Parú e do R. Tapajoz.<br />

CAR.— Folhas grandes, <strong>com</strong> face inferior amarella. —<br />

Confundido muitas vezes <strong>com</strong> o Mimusops elata, de Rio<br />

de Janeiro.<br />

Mad. — Vermelho escuro, dura, grão fino, homogeneo;<br />

fendendo-se facilmente e <strong>com</strong> regularidade; própria para<br />

segeria, para cercas, estacas <strong>com</strong>pletamente cobertas d'agua;<br />

apodrecendo rapidamente ao nivel do solo, na terra firme,<br />

resistindo bem nas terras húmidas da varzea — dormentes.<br />

- D = 1,14. •<br />

Ind.— O látex, ou leite, é resinoso, não fornecendo<br />

41 balata" <strong>com</strong>o a da Mimusops bidentata.— A casca contem<br />

7,5 o/o de tanninos (E. Serfaty — M. C. P.).


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 273<br />

Alini.— Fructos globosos, amarello-violáceo, de 3 cm.<br />

de (liam. polpa doce e saborosa, mas succo pegajoso.—O<br />

látex


274 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

a PATRISIA PYRIFERA L. C. Rich. = RYANIA<br />

SPFCIOSA Vahl.<br />

' Loc __ Arredores de Belem e mattas ao norte- de<br />

Óbidos. . . . _<br />

\feii _ Toxica, mas muito menos activa que a R.<br />

acuminata.<br />

e a RYANIA SAGOTIANA<br />

Frequente em todo o Baixo Amazonas.<br />

Também toxica, mas pouco activa.<br />

No Acre dá-se, ás vezes, o nome de 44 Ca pausa" a<br />

a uma outra Patrisia.<br />

MATA CALADO — v. MATA CACHORRO. —<br />

MATA CANNA — v. DOURADINHA —<br />

MATÀ-MATÁ — (Marajó) — v. CIPÓ ESCADA de<br />

JABOTY.—<br />

MATÁ-MATÀ —


ARVORES E PLAXTAS ÜTECS 275<br />

Med. pop.— Sementes fermifugas.— Folhas contundidas<br />

e maceradas contra a tinha e nas feridas syphiliticas;<br />

a infusão é depurativa e purgativa; o succo das folhas <strong>com</strong><br />

limão é antidarthroso.—A raiz é tônica.— As folhas são diaphoreticas.<br />

MATA-PASTO GRANDE — v. MATA-PASTO ( Cassia<br />

alata ).<br />

MATA-PASTO GRANDE — (Amazônia) — CASSIA<br />

R E TIC U L A T A Willd. ( Lcg. caesalp. ).<br />

(a. g. ou A. p. ) — HAB.- Charcos e campos de varzea.<br />

Loc.— Commum em toda a Amazônia.<br />

Med.— Mesmas propriedades que a C. alata.<br />

MATICO—PIPER ANGUSTIFOLIUM R. e P. (Piperaceas<br />

).<br />

Med. pop.— Antiblcnnorrhagico e antileucorrheico.<br />

MATICO — v. IIERVA de SOLDADO. —<br />

MAXIXE— CUCUMIS ANGURIA L. (Cucurbitaceas).<br />

(PI. h. rasteira) — Cultivado.<br />

Alim.— O frueto, da grossura de uma noz, coberto<br />

de pequenos espinhos molles, se <strong>com</strong>e cozido <strong>com</strong> a carne,<br />

ou cru, em salada, quando ainda não <strong>com</strong>pletamente desenvolvido.<br />

MAYACÀ — v. BOTÃO de OIJRO. —<br />

MEIJÙ — DUGUETIA sp. (Anonaceas).<br />

(A. m.)~Svx.- Ameijú.<br />

Loc. — R. Tapajoz (Boa Vista).<br />

MELANCIA — CITRULLUS VULGARIS Schrad.<br />

(Cucurbitaceas). — Origin. da Africa.<br />

Svx. —Pastèque* ou Melon d eau (Fr.).<br />

,


976 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

MELÃO — CüCUMIS MELO L. (Curcubitaceas)<br />

Origin. da Africa ou Sul c'a Asia.<br />

(PI. h. rasteira) —Cultivado (dá-se bem nas regiões da<br />

Amazônia onde costuma ter uma estação secca prolongada).<br />

i4//;n.-Fructo grande, perfumado, ás vezes excellente,<br />

<strong>com</strong>o na Europa<br />

MELÃO de S. CAETANO - v. HERVA de S. CAETANO.<br />

MELINDRO — v. BALSAMINA. —<br />

MEMBECA — v. CANARANA RASTEIRA. —<br />

MEMBY — (Gurupá) — CASSIA APOUCOUITA<br />

Aubl. (Legum caesalp.).<br />

SVN.—Apocoiiita (G. ir.)—Caneficier ((i. fr.) - Irar y ou<br />

Pixuneirarana


ARVORES F. PLANTAS ÚTEIS 277<br />

Mcd. /)()/>. - Fraco excitante do system a nervoso, mas<br />

não aphrodisiaca.— Util na tuberculose.<br />

— No Estado de Matto Grosso foi encontrada por Kuhlniann,<br />

em 1919 (Expedição Rondon), uma outra especie de<br />

arachis cujas sementes são muito maiores que as do mendubi<br />

<strong>com</strong>mum. attingindo 2-3 cm. de <strong>com</strong>primento; foi classificada<br />

ARACHIS NAMBVQUARAE Hoehne; seria interessante<br />

propagar a cultura deste mendubi grande.<br />

MENDUBI-RANA — (Marajó) — CASSIA DIPHYL-<br />

LA L. (Legum. caesalp.).<br />

SYN. - Miindubi (Marajó).<br />

(a. de lm. a 1 ni.70) — HAB.- NOS tesos e campos altos,<br />

nos terrenos abandonados.<br />

CAR.— Planta reptante que invade os campos e deve<br />

ser arrancada pé por pé antes de amadurecer os fruetos.<br />

MENTRASTO — v. HERVA de S. JOÃO. — AGE R A-<br />

TUM CONVZOIDES L. (Compostas).<br />

IV1ENTRUZ — v. HERVA de Sta. MARIA. —<br />

MERECEM — v. PAO DOCE — ( Glycoxylon sp.).<br />

MERli-CAÀ = MERUCÁ — ? Planta<br />

<strong>com</strong>mum no Pará; o cozimento é re<strong>com</strong>mendado contra as<br />

hemorrhoides K clysteres e banhos).<br />

MERUKIÀ — (Marajó) — ERAGROSTIS VAHLII<br />

Nees. (Gramíneas).<br />

(PI. h. de Om.25 a 0m.30) — HAB.- NOS tesos pouco<br />

sombreados.<br />

Aliui. aliini. - Forragem bôa.<br />

MESCLA — v. BREU BRANCO. —<br />

MILHO—ZEA MAÍS L. (Gramíneas).—Origin. da<br />

America intertropical.<br />

(PI. h. de 2 a 3 m.) - Cultivado.— Producção: 10.000<br />

ks. por ha.<br />

o S YX.—Abaty, ou Avaíy (L. g.) — Milho grosso — Mais<br />

(Fr.) — C


278 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

gas; diversas variedades: amarella. branca ou roxa; contem<br />

uma massa farinacea, muito nutriente.<br />

MILHO de ANGOLA —SORGHUM VÜLGARE Pers.<br />

(Gramíneas)— Origin. da Africa.<br />

(PI. h. até 4 m. de alt.)— Pouco cultivado.<br />

SYX. - Sorgho — Trigo da Guiné.<br />

Alim. — Sementes nutritivas (pilo, biscoutos, mingáos),<br />

brancas, amarellas, vermelhas e pretas.<br />

Alim. anim. - Bôa forragem secca. — A planta verde<br />

contem um glucoside que produz acido prussico; este principio<br />

toxico desapparece <strong>com</strong> a madureza e por dessecação.<br />

MILIIO COZIDO PRETO — V. LICANIA. —<br />

MILHO MIÚDO —PANICUM MILIACEUM L. (Gramíneas)—Origin.<br />

da índia.<br />

(PI. h. de lm.50 a 2m.) — Raras vezes cultivado na<br />

Amazônia.<br />

índ. — As hastes seccas servem para fazer vassouras.<br />

Alim.— As sementes reunidas em paniculas, são achatadas,<br />

ovadas, negras, branco ou amarello-claro; dão uma<br />

farinha branca, adocicada.<br />

MILHO PAINÇO — PANICUM ITALICUM L. (Gramíneas)<br />

— Origin. da índia.<br />

(PI. h )—Pouco cultivado na Amazônia.<br />

lnd.-Com a palha fazem-se vassouras.<br />

Alim. — As sementes são reunidas em grande numero,<br />

formando espigas grossas, <strong>com</strong>pridas, de ramificações curtas<br />

e apertadas, de côr amareliada ou purpurea; são quasi<br />

redondas, miúdas.— Comestíveis.<br />

Alim. anim. —As sementes são principalmente utilisadas<br />

para a alimentação dos passarinhos creados em gaiolas<br />

(canarios).<br />

MILIIOMENS — v. URUBU-CAA —<br />

MILOCA - (Marajó) -MELOCHIA PARVIFLCJRA<br />

ü. 15. K. (bterculiaceas).<br />

(PI. h) — HAB.- NOS tesos.


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 279<br />

MIMOSA — (Marajó) — CASSIA FLEXUOSA L.<br />

(Leg. caesalp.).<br />

(a. até lm.50)—HAB.-Nos terrenos cie pura areia e nas<br />

dunas.<br />

MIRINDIBA — (Óbidos, R. Trombetas). — BUCHE-<br />

NAVÍA GRANDIS Ducke (Combretaceas).<br />

SYN. — Cuia-rana (Santarém).<br />

(A. G.)—CAR.- Fructo <strong>com</strong> forma, côr e dimensões de<br />

uma azeitona pequena ou media.<br />

Mad.— Amarello - palha pardacento, fibras grossas,<br />

rectilíneas, dureza media; bôa para carpintaria, marcenaria.<br />

— D = 0,82.<br />

Ind. — A madeira dá uma tinta vermelho-arroxeado.<br />

Aliin. anim. — Fructos de sabor adstringente e muito<br />

desagradavel, procurados pela caça.<br />

MIRINDIBA DOCE — (Óbidos) — GLYCYDENDRON<br />

AMAZONICUM Ducke (Euphorbiaceas).<br />

SYN. — Muirapixy (Santarém).<br />

(A. g.)-HAB.-Matta da T. f.<br />

Mad.—Castanho claro, bonita. — D = 0,93.<br />

MIRIXI — v. MURUCY. —<br />

MIRIXI-RANA — (Santarém) — ?<br />

MIUM — v. CAPIM MIUM. —<br />

MOELLA de MUTUM — (E. do Amazonas) —<br />

LACUNA RI A GR ANDOLOR A Ducke (Quiinaceas)<br />

LACUNARIA JENMANI (Oliv.) Ducke id.<br />

E outras especies do mesmo genero.<br />

(A. m.).<br />

sl/iin.—Fructos <strong>com</strong>estíveis, <strong>com</strong> polpa agri doce.<br />

MOGNO do PERU. — v. AGUANO. —<br />

•WOLONGO — (Gurupá, Breves) ~ AM BEL A NI A<br />

(. R A N DIF L O R A Hub. (Apocynaceas).<br />

(a.) --HAB.- Nos igapós e nas margens dos riachos de<br />

agua escura.


280 A AMAZÔNIA BRASILEIRA ___<br />

ÇARí _ Flôres grandes, de um branco puro, cheirosas.<br />

Fructos ellipticos de 7 cm./3,5 cm., de gosto muito desagradavel;<br />

látex abundante.<br />

MOLONGÓ — (Gurupá, Breves) — v. PEPINO do<br />

MATTO (Ambelania tenuiflora).<br />

MOLONGÓ de COLHER — (Kio Tapajoz) — MALOU-<br />

ETIA TAMAQUARINA (Aubl.) A. DC. (Apocynaceas).<br />

MOLONGÓ — (Almeirim, Gurupá) - ZSCHOKKEA<br />

ACULEATA Ducke (Apocinaceas).<br />

(A. p.) — HAB.- Na matta de T. f. húmida, em todo o<br />

estuário.<br />

CAR.—O tronco é coberto de aculeos conicos <strong>com</strong>o o<br />

dos tamanqueiros.<br />

MOLONGÓ — (Almeirim, Gurupá) — ZSCHOKKEA<br />

ARBORESCENS Muell. Arg. ; Apocynaceas ).<br />

Svx.— Tucujá (Óbidos e Faro) - Pd o de colher (Gurupá)<br />

— Sorvin ha — Cumahy ( Almeirim ) — Guajará y (Paraná<br />

do Urariá).<br />

(A. g.) — HAB.- Na. T. f.<br />

Ma d.— Branca, molle, muito leve.<br />

Ind.— Látex abundante, viscoso, empregado em Óbidos<br />

<strong>com</strong>o visgo para pegar passarinhos.<br />

Aliai — Fructos ama rei los, doces, <strong>com</strong>estíveis.<br />

MOLONGÓ —(Almeirim, Gurupá) — v. AMAPA DOCE,<br />

de Belcm. —<br />

MOLONGÓ — (Faro) — v. SUCUHUBA de FLORES<br />

GRANDES. —<br />

MORCEGIJEIRA — v.ANDIRÁ-UCHY (Andirá retusa).<br />

MORCEGUINHO — v. AND1R Á-POAMPÊ. —<br />

MORORÓ — (Ceará) — v. PE de BOI. -<br />

C 'r'I- MORORÒSINHO - (Rio Tapajoz) - B A U M UNI A<br />

ENOCAl^DIA P. Standley (Legum. caesalp).<br />

J a.) — HAB.- I erras altas.<br />

Loc.—Aramanahy (R. Tapajoz).


ARVORES E PLAnTAS LJTEIS 281<br />

MOROTOTO — DIDYMOPANAX MOROTOTONI<br />

Aubl. (Araliaceas).<br />

SYN*.— Pará-pará— Maritpáitba falsa — Bois St.<br />

Jean (G. fr.).<br />

(A. g.) —HAB.- Matta da T. f.<br />

Loc.— Frequente entre os rios Mapuéra ' e Jamundá —<br />

R. Tapajoz.<br />

Mad.— Madeira branca virando ao pardo claro, homogênea.<br />

mas tenra e porosa; para marcenaria. — D = 0,53.<br />

In d. — Para papel, rendimento em cellulose : 52,5% —<br />

<strong>com</strong>prim. das fibras, 1,62 —diam. 0,034. (A. Bastos—M.C. P.).<br />

MORRÃO BRANCO — (Obidcs) — ESCHWEILERA<br />

( Lecythidaceas).<br />

Svx.— Matá-niatd da casca branca.<br />

(A. g.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

CAR.— O frueto parece <strong>com</strong> uma pequena sapucaia.<br />

Mad. — Amarello-roseo pardacento, ligeiramente violáceo,<br />

fibrosa, de dureza media.— O alburno, ainda verde,<br />

deixa-se partir em <strong>com</strong>pridas laminas pela simples tracção<br />

á mão, servindo para a confecção rapida de ripas que endurecem<br />

quando seccam.<br />

MORRÃO VERMELHO — (Óbidos) — v. MATA-MATA.<br />

— ESCHWEILERA (Lecythidaceas.<br />

MORURÈ — v. MURURÈ. —<br />

MORY — v. CAPIM MORY. —<br />

MOSTARDA da CIIINA — S1NAPIS CHINENSIS L.<br />

(Cruciferas). — Orig. da China.<br />

(PI. h.)—Cultivada.<br />

Alim.— As folhas são um cxcellente legume, preparadas<br />

<strong>com</strong>o Med. — espinafres. Antiscorbutico.<br />

MUCUNÀ — DIOCLEA LASIOCARPA Benth. (Legum.<br />

phas.). •<br />

(Cipó)- HAB.-E' a especie mais frequente deste genero;<br />

na T. f. e na varzoa, em capoeiras novas, plantações<br />

e margens de rios. Toda a Amazônia.<br />

CAR.—Grandes flores vistosas^violaceas ou lilazes.


282 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

MUCUNÀ - -DIOCLEA SCLEROCARPA Ducke<br />

(Lecr. pap. phas.) . , ^ ,<br />

(Cipó) — HAB.- Em capoeiras e na matta de 1. f. de<br />

Bragança, M. R. Tapajoz e M. R. Tocantins. B. Amazonas.<br />

XAR. — Vagens duras, quasi lenhosas, indehiscentes,<br />

<strong>com</strong> sementes duras.<br />

MUCUNÁ — DIOCLEA GLABRA Benth. (Legum.<br />

phas.). . . .<br />

(Cipó grande)—HAB - Na matta baixa, junto a campos,<br />

ou em capoeiras, campinas, na T. f. do Baixo Amazonas.—<br />

Frequente.<br />

CAR.—Grandes flores vistosas, brancas, ou roseo - violáceo<br />

claro.<br />

MUCURA-CAA — (Marajó) — PETIVERIA ALLI-<br />

ACEA L. (Phytolaccaceas).<br />

(Cipó).<br />

Svx. — Herva de Guiné — Pipi, ou Tipy — Amansasenhor.<br />

Me d. pop. — Toda a planta tem cheiro aliaceo; as folhas<br />

e, principalmente, as raizes são sudoríficas, diuréticas,<br />

antispasmodicas e emmenagogas.— A tintura e o cozimento<br />

são estimulantes e usados contra as paralysias, o rheumatismo,<br />

a inchação das pernas, o beriberi. (em uso externo).<br />

— Tintura em fricções e pequenas doses internas em caso<br />

de baixa anormal de temperatura do corpo.— Em cataplasmas<br />

contra o rheumatismo articular. — Folhas antiparalyticas<br />

e abortivas (injecções na vagina). — A raiz é ainda<br />

mais energica; a raiz em pó, em doses fraccionadas, determina<br />

á principio superexcitaçào, insomnia, allucinações; depois<br />

manifesta-se indifferença e até imbecillidade, em seguida<br />

amollescimento cerebral, convulsões tetaniformes, mudez<br />

por paralysia da larynge e a morte, depois de um anno ou<br />

mais, ou menos, conforme as doses. — Esta acção toxica<br />

não tem sido ainda bem estudada e precisa confirmação.—<br />

As folhas são, ás vezes, empregadas <strong>com</strong>o insecticidas.<br />

MUCURY — (Almeirim) — v PALMEIRA JARA. —<br />

MUHUBA — (R. Tapajoz) - v. ARAÇA de ANTA. -<br />

BELLUCIA IMPERIALIS Said. (Meíastomaceas)<br />

e BELLUCIA DICl#}TOMA Cogn. id


ARVORES E PLANTAS LJTEIS 283<br />

MUIRA, ou YMIRA, ou MIRA, ou MARA, — significa<br />

"madeira" ou "páo", em L. g.<br />

MUIRÀ-ÇACACA —(Amazonas) —v. MARA-SACACA.—<br />

MUIRÂ-CATlÀRA — v. MUÍRÀ-QUATIÀRA. —<br />

MUI R AC AU A — (R. Tapajoz) — R H A BDO DEN DRON<br />

PANICULATUM Huber (Rutaceas).<br />

HAB.—Em capoeiras.<br />

Loc. — Óbidos— R. Tapajoz.<br />

MUIRA-CEHIMA — v. PÁO DOCE (Glycoxylon sp.).<br />

MUIRÀ-CURUCÀUA — ?<br />

(A.).<br />

Ma d.— Pardo avermelhado — rija, mas atravessada no<br />

sentido longitudinal por veios de parenchyme molle.<br />

MUIRÀ-CUTACA — S W A R T ZIA A C U MIN A T A<br />

Willd (Legum. caesalp.).<br />

SYX. - Pitai ca (nas Ilhas) — Pilai ca do campo—Pitaica<br />

da varsea.<br />

(A. m. ou p.)— II.AB.-Em toda a Amazônia, nas mattas<br />

de V.<br />

CAR. — Tronco profundamente sulcado <strong>com</strong>o o da<br />

paracuhuba cheirosa.<br />

Ma d.—Branca, de pouco valor, para carpintaria, esteios,<br />

remos.<br />

Ind.— Para pasta de cellulose: Comprim. das fibras<br />

1.10 — diam. 0,018 (A. Bastos - M. C. P.)<br />

MUIRÀ-GIBOIA — (Pará) — ?<br />

(A. m.) — Loc.- E. do Amazonas (R. Preto) —W. do<br />

E. do Pará.<br />

Mad. — Preta, <strong>com</strong> manchas amarello-avermelhado,<br />

muito dura, para ebanisteria — Algumas vezes o alburno se<br />

entrelaça <strong>com</strong> o cerne, produzindo effeitos curiosos. — Hm<br />

Manáos c no SolimÕes da se este nome a diversas especies<br />

de " Sxvartsia" \ em Fontebôa: Swartsia cinerea Ducke<br />

Leg. Caesalp.).<br />

MUIRA GONÇALO — v. MARA GONÇALO. —


284 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

MUIRÁ-JUBA — A PULEI A MOLARIS Benth. (Legum<br />

caesalp.). . • i<br />

SYN. — Muirataua (Almeirim—Santarém-Óbidos—Cuminá)<br />

_ Pdo mulato (M. R. Tapajoz — muito frequente) —<br />

1 íuiraruira (Faro) -Cumanírana ou Pdo selim (R. Acre).<br />

(A. g. ou G.) - HAB.- Em matta de T. f. ou de V alta,<br />

<strong>com</strong> solo argilloso fértil.<br />

Loc. — Belem—R. Tocantins (Alcobaça e Itaboca» —<br />

R. Xingu (Altamira) — R. Parü (Cax. Panama)— Mte. Alegre<br />

—Santarém—R. Tapajoz (Cax. inf.) —Óbidos — B. R.<br />

Trombetas — Faro — listado do Amazonas.<br />

CAR.-Casca lisa, cor de ferrugem clara até vermelha<br />

— Ramos principaes muito <strong>com</strong>pridos, flexuosos, dispostos<br />

quasi verticalmente.<br />

Mad. — Amarello-pardo claro, dureza media, trabalha-se<br />

bem, para marcenaria, construcçào civil — Utilisada<br />

no R. Tocantins para preparar os cascos de canoas de cachoeiras.<br />

— D = 0,89.<br />

MUIRÁ-JUSSARA falsa — (Óbidos) — RAUWOLFIA<br />

PENTAPHYLLA Ducke (Apocynaceas).<br />

(A. g.)—HAB.- Na T. f. alta.<br />

Loc.—Óbidos-B. R. Trombetas—Manáos.<br />

CAR. — Tem látex — A casca é suberosa e profundamente<br />

enrugada, <strong>com</strong>o da muirájussara verdadeira ou do<br />

páo marfim.— Flores grandes, amarello-pallido, perfumados.<br />

Mad.—Pardo-amarello.<br />

Alim. anim. — FYuctos esphericos, verde - castanho,<br />

succosos, de cheiro repugnante, mas procurados pela caça.<br />

MUIRÁ-JUSSARA verdadeira (Óbidos) — ASPIDOS-<br />

PERMA DUCKEI Hub. (Apocynaceas).<br />

SYN. — Buchcira (Óbidos).<br />

(A. g.)—HAB.- Na T. f. alta.<br />

Loc.—B. Amazonas e aflluentes—Óbidos-R. Trombetas<br />

— Mte. Alegre-R. Tapajoz.<br />

CAR.—Casca espessa, profundamente sulcada, amarello-claro.<br />

Mad. — Pardo-claro, nodosa, <strong>com</strong>pacta, de fibras entrelaçadas<br />

e onduladas, clifficil de rachar, gri\o fino, dura,<br />

imputrescivel, de primeira qualidade para construcçào civil,<br />

estacas, dormentes, obras internas ou externas. — E' uma<br />

variedade de peroba. — D = 0,89.<br />

lnd. — A casca suberosa serve para buchas de espin-


ARVORES E PLANTAS (JTELS 315<br />

garda. O pó da parte interna da casca produz irritação na<br />

pelle (muirá-jussára = páo-<strong>com</strong>ichão, em L. g.).<br />

MUIRANTA — ?<br />

(A. m.)—Loc.- E. do Amazonas.<br />

Mad.—Dura e <strong>com</strong>pacta—côr vermelho escuro—Para<br />

marcenaria.<br />

MUIRÁ-PAGÈ — v. CUMARU —<br />

MUIRÀ-PAXIUBA — (Breves, Gurupá) — CASSIA<br />

ADIANTIFOLIA Benth. (Legum. caesalp.).<br />

SVN.—Coração de negro (Breves)— Memby (Gurupá)—<br />

Pdo preto (E. de F. de Br.).<br />

(A. m.)—HAB.- Na T. f. arenosa, humosa, pantanosa ou<br />

húmida.<br />

Loc.—E. de F. de Br.—Ilhas altas de Breves-Gurupá<br />

— R. Uaupés.<br />

Mad.— Pardo-vermelho escuro, muito dura, resistente,<br />

imputrescivel; para marcenaria e ebanisteria. — D = 1,02.<br />

Orn. — Arvore bonita, <strong>com</strong> folhagem graciosa e flores<br />

abundantes.<br />

MUIRÀ-PINIMA — BROSIMUM GUIANENSE (Aubl.)<br />

Hub. = PiRATINERA GUIANENSIS Aubl. (Moraceas).<br />

SYX.—PÓO tartaruga -Bois de tettres (G. fr.) — Lctter<br />

wood (Ingl.) — Snake wood (Ingl).<br />

(A. M.) — HAB.- Na T. f. alta.<br />

Loc. — R. Trombetas — Juruty Velho — Parintins —<br />

Paraná de Ramos — R. Branco.<br />

Mad.— A mais curiosa das madeiras de côr da Amazônia;<br />

o cerne 6 pequeno, de côr vermelha ou amarelloavermelhado,<br />

muito regularmente mosqueado de pequenas<br />

manchas pretas, algumas vezes oceladas, muito dura, pesada,<br />

<strong>com</strong>pacta, imputrescivel.— Própria para bengalas, réguas e<br />

pequenos objectos de ebanisteria.<br />

Ha variedades quasi pretas (R. Trombetas), excessivamente<br />

duras e difficil de se trabalhar. — D = 1,32.<br />

#<br />

MUIRÀ-PINIMA PRETA — v. PÃO SANTO. —<br />

MUIRÀ-PIRANGA — (Rio Trombetas, Gurupá) —<br />

BROSIMUM PARAENSE Hub. (Moraceas).


286 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

SYN.— Condurú de sangue (Conceição do Araguaya)<br />

— Pdo rainha (Manáos) — Satiné (G. fr.).<br />

(A. G )_ HAB.- Na matta virgem de I. f. arenosa ou<br />

silico-argillosa, <strong>com</strong> forte camada de humus.<br />

Loc.- Bel em - li. de F. de Br. — Is. de Breves - B. R.<br />

Trombetas — M. R. Tapajoz — N. de Manáos.<br />

CAR. — Látex branco, raizes avermelhadas.<br />

Mad— O cerne é desenvolvido e pode dar peças largas<br />

e <strong>com</strong>pridas; cor vermelho escuro vivo, grão lino, dura<br />

e pesada, mas trabalhandose bem. - Para marcenaria fina.<br />

— Exhala um cheiro aromatico desagradavel quando se<br />

queima. — D-= 1,10. .<br />

Ind.— A madeira dá uma matéria corante vermelha<br />

idêntica á santalina (i\ Le Coinic — M. C. P.).<br />

MUIRÁ-PIRANGA — (Gurupá. Estuário) — BROSI-<br />

MUM ANGÜSTIFOLIÜM Ducke (Moraceas).<br />

(A. g.)'—HAB.- Na T. f. húmida. •<br />

Ma d.— A madeira é inferior á do Br. paraense, de côr<br />

castar.ho-vermelho-amarellado claro, de grão menos fino.<br />

MUIRA-PIRANGA — (de Soure e Manáos) — v. IPÊ<br />

( Eperua bijuga ).<br />

MUIRÁ-PIXUNA — (R. Trombetas) — v. CORAÇÃO<br />

de NEGRO — (Almeirim, Gurupá)<br />

MUIRÁ-PIXUNA — (Santarém) — v. CORACÂO de<br />

NEGRO — (R. Xingu) —<br />

MUIRÁ-PIXUNA — (Mte Alegre, Óbidos) — CAESAL-<br />

PINIA PARAENSIS Ducke (Leg. caesalp.).<br />

Svx.— Catingueira (dos Cearenses).<br />

(A. m.) — IIAB.- Na T. f.<br />

Ma d. - Pardo-castanho, <strong>com</strong> riscos longitudinaes mais<br />

escuros, pouco apparentes; dureza media, quasi imputrescivel.<br />

- D = 0,95.<br />

MUIRÁ-PIXI - (Mte Alegre) - LUCUMA PAR\'I-<br />

FLORA Miq. í Sapótaceas).<br />

, -S^- P->—HAB.- Frequente em quasi todos os campos<br />

de I. f. do Estado.<br />

Alini.— Fructos pequenos, doces, <strong>com</strong>estíveis.


ARVORES E PLANTAS (JTELS 287<br />

MUIRÁ-PIXY — (Santarém)—v. MIRINDIBA DOCE<br />

— (Ooidos) —<br />

MU IR Á-PU AMA — (Serra de Santarém) — ?<br />

• (Moraceas).<br />

MUIRÁ-PUAMA— LIRIOSMA sp<br />

(Olacaceas).<br />

Loc.— Manáos.<br />

MUIRÁ-PUAMA— PTYCHOPETALUM UNCINA-<br />

TUM E. Anselmino (Olacaceas).<br />

SYN.— Mara pitam — Mn irai an.<br />

(A. p. ou a.) — HAB.- Hm logares humosos da matta<br />

de T. f., na beira de campinas.<br />

Loc. — R. Jamundá (margens) — L. de Sapucuá (abundante<br />

nas cabeceiras) — Cuminá mirim — R. Tapajoz — R.<br />

Trombetas —S. Paulo de Olivença.<br />

Mat.- Utilisam se as hastes e, principalmente, as raizes<br />

das plantas novas.— E' um tonico neuromuscular de primeira<br />

ordem. A decocçào da raiz é empregada em banhos<br />

e em fricções contra a paralysia e o beriberi.— Internamente,<br />

o extracto produz effeitos notáveis na debilidade, na<br />

impotência (neurasthenia sexual), na ataxia lo<strong>com</strong>otriz, no<br />

rheumatismo chronico, nas paralysias parciaes, na grippe,<br />

nas asthenias (cardíaca e gastro intestinal).—- Loção contra<br />

a queda dos cabellos (A. Matta).—O principio activo do<br />

muirápuama seria um alcalóide analoga á Yohimbina encontrada<br />

no %t (ohimbihe", do Cameroun (fam. das Apocynaceas),<br />

no Corynantlie johimbe (Rúbia ceas) e outras plantas<br />

africanas, um dos mais notáveis aphrodisiacos (Mayer).<br />

MUIRÁ-PUAMA — PT YCHOPET ALUM OLACOI-<br />

DES Benth. (Olacaceas).<br />

Loc.— Manáos — R. Negro — Coary — Belem.<br />

Mcd.— Propriedades idênticas.<br />

MUIRAPUCÚ — LAETIA CORYMBULOSA Benth.<br />

(Flacourtiaceas).<br />

( A. p. ou m.) —HAB.- Na varzeç.<br />

•Loc. —No B. Amazonas (varzeas do Gurupatuba, em<br />

Mte. Alegre).<br />

Alint. anim.— Fructos azedos, procurados pelos peixes<br />

(tambaquis).


318 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

MUIRAPURY-ASSÚ — v. LOURO ITAUBA. —<br />

MUIRA-QUATIARA — A ST KONIU M LE COINTEI<br />

Ducke (Anacardiaceas).<br />

S\x.-Muirdcatiara — banguesttgtteira (R. trombetas)<br />

— Satitié rubané (G. fr.).<br />

(A. g.) — HAB.- Na T. f. alta.<br />

Loc.- Altamira (R. Xingú ) — Óbidos— E. do L. do<br />

Salgado—Alto R. Branco de Óbidos — M. rio 1 apajoz.<br />

Mad. — Uma das mais lindas madeiras de côr da Amazónia,<br />

amarello-claro, virando ao amarello-vermelho, <strong>com</strong><br />

listras castanho-escuro virando ao preto; grão muito fino,<br />

sedoso, dura mas trabalhando-se bem; para ebanisteria. —<br />

D = 1,05.<br />

MUIRA-QUETECA — v. CIPO d'AGUA. —<br />

MUIRAQUYIA — v. PAO CRAVO. —<br />

MUIRA-RENA — (Macapá) — v. ANGELIM PEDRA.<br />

MUIRARUIRA — (Faro) — v. MUIRAJUBA. —<br />

MUIRA SACACA — (Santarém, Óbidos) — v. CASCA<br />

SACACA. —<br />

MUIRÀ-TAUÁ — (Faro) — Y. MUIRAJUBA. —<br />

MUIRA-TINGA — (R. Trombetas) — OLMEDIOPE-<br />

REBEA SCLEROPHVLLA Ducke (Moraceas ).<br />

(A. g.) — HAB.- Na T. f.<br />

Loc.— R. Branco de Óbidos — Santarém, etc.<br />

CAR.— Látex amarello.<br />

MUIRÀ-TINGA da T. f. — (Óbidos) — N O V E R A<br />

MOLL IS (Poepp.). Ducke (Moraceas).<br />

SYN.— Cauchorana.<br />

( A. m.) —CAR.- Raminhos caducos, <strong>com</strong>o no caucho,<br />

e tolhas parecidas cçm as desta arvore.<br />

Mad . eira branca, sem valor. •<br />

Ind.— Por incisão da casca, dá látex muito abundante,<br />

cor castanho-amarello claro, resinoso, que constitue um<br />

verdadeiro verniz natural.


ARVORES E PLANTAS (JTELS 289<br />

MUIRA-TJNGA verdadeira da V. — OLMEDIA MA-<br />

XIM A Ducke (Moraceas).<br />

SVN.— Cá pi no ry (parte W. do SolimOes).<br />

(A. G.) — HAB.- Na varzea.<br />

CAR;—Arvore notável; casca branca <strong>com</strong> manchas<br />

avermelhadas, copa pequena, escura; látex amarellaço; raminhos<br />

caducos.<br />

Mad. - Branca, sem valor.<br />

MUIRA-TINGA da T. f. — (Cuminá, L. do Salgado) —<br />

ÔGCODEIA CALONEURA (Hub.) Ducke (Moraceas);<br />

(A. p. ou m.) — CAR.- Látex amarellaço.<br />

MUIRA-UBA — MOURIRIA PLASSCHAERTI Pull.<br />

( Melastomaceas ).<br />

E diversas outras especies do mesmo genero botânico.<br />

( A. g.)-HAB.- Na T. f.<br />

Mad. — Pardo-escuro, dura, <strong>com</strong>pacta, nodosa, resistente.--<br />

Para construcçào civil e naval, mastros de pequenas<br />

embarcações. — D = 1,20.<br />

MUIRÀUBA da varzea — ?<br />

MUIRÁ-XIMBÈ — EMMOTUM FAGIFOLIUM Desv.<br />

(Icacinaceas).<br />

Svx.— Pd o de remo.<br />

(A. m.) — HAB.- Na T. f. em matta arenosa e humosa.<br />

Loc—Belem— E. de F. de Br.— S. Caetano de Odivellas—L.<br />

de Faro.<br />

CAR.— Tronco esburacado^ • . Í<br />

Mad.— Amarello castanho; para marcenaria.— Excellente<br />

<strong>com</strong>bustível para embarcação a vapor. D = 0,95.<br />

MULATINHO — RU DG EA DAHLGRENII Standley<br />

(Rubiaceas).<br />

(a.) —Loc.- M. rio Tapajoz.<br />

MULUNGU (Nome do meio-nerte) — E R V T H RIN A<br />

XIN G U E N SIS Ducke ( Leg. pap.) #<br />

ÍA. m.) — HAB - Capoeiras da T. f.<br />

Loc.—M. R. Xirigú — M. R. Tapajoz.<br />

0/7/.— Flores amarello alaranjado, lindas quando a arvore<br />

está <strong>com</strong>pletamente desfolhada.


290 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

MULUNGU (Nome do mcio-norte) — E R Y T H RIN A<br />

CORALLODENDRON L. (Leg. pap.). .<br />

( Y M.) - CAR.- Casca esverdeada, <strong>com</strong> espinhos pouco<br />

adherentcs.—Flores carmesim, sementes arredondadas,<br />

lisas, vermelho-escuro <strong>com</strong> manchas pretas e hilo quasi<br />

^^Med — Sementes venenosas — Casca e folhas hypnoticas<br />

e sedativas; o extracto da casca usa-se em banhos<br />

contra a excitação do systema nervoso, nas insomnias; o<br />

cozimento <strong>com</strong>o emolliente nos abcessos dentários, nas inflam<br />

mações do fígado e do baço, depois de febres intermittentes.<br />

MUNGUBA— BOMBAX MUNGUBA Mart. (Bombaceas).<br />

SYN.— Ih tira ( Perií).<br />

(A. m.) —HAB.- Varzèa amazônica; nas margens alagadiças<br />

do rio.<br />

CAR.— Arvore typica das margens; tronco grosso,<br />

casca verde, flores brancas, fructos em forma de pera alongada<br />

de cor vermelha.<br />

Mad. — Branca, tenra. — D = 0,18. Para papel, o rendimento<br />

em cellulose é somente de 19 %>, o <strong>com</strong>primento das<br />

fibras 1,60 e o diam. 0,022. ( B. Cordeiro - M. C. P. ).<br />

Ind.— A casca dá boas fibras para cordoaria; a paina<br />

que envolve as sementes é um excellente kapok para cordoaria<br />

— As sementes contem 20 a 25 °/o de oleo amarelloclaro,<br />

<strong>com</strong>estível.<br />

MUNGUBARANA — (R. Tapajoz)-BOMBAX PA-<br />

RAENSE Ducke (Bombaceas).<br />

( A. m.) — HAB.- Floresta não inundada, em logares<br />

húmidos.<br />

Loc.- R. Tapajoz - Óbidos.<br />

MURERU — V. AGUAPÉ — (Eichhornia crassipes, e<br />

outras especies fluctuantes).<br />

p n r r v m ^ 7, (Par - de Adauacá ) ~ PONTEDERIA<br />

ROTUNDIFOLfA L. (Pontedericaceas ).<br />

(Herva fluctuante dos paranás).<br />

MURERU — v. MURURÊ. -


ARVORES E PLANTAS (JTELS 291<br />

MURTA — MOURIRIA GUIANENSIS Aubl. (Melastomaceas).<br />

SVN.— Murteiro — Murta de parida — Muriri.<br />

Í A. g.) — HAB.- Região litoral do Pará.<br />

Mad.— Pardo-violáceo claro, dura e <strong>com</strong>pacta; para<br />

construcção civil.<br />

Med. pop — Planta muito adstringente, usada em lavagens<br />

e banhos após o parto.<br />

MURTA — v. MURIRI. —<br />

MURTA CABELLUDA — (R. Tapajoz) — MYRCIA<br />

sp. ( Myrtaceas).<br />

MURTA de PARIDA — v. MURIRI. —<br />

MURTA — (Marajó) — MYRCIA<br />

esp. div. (Myrtaceas).<br />

(a.).<br />

MURTA — (Marajó) — EUGENIA .„:..<br />

esp. div. (Myrtaceas).<br />

(A. p.),<br />

Mad.— A madeira das murtas é, em geral, <strong>com</strong>pacta,<br />

homogênea, de grão fino, própria para obras de torno.<br />

MURTEIRO — v. MURIRI. —<br />

MURTEIRO — v. SOCOROZEIRO. —<br />

MURTINHA ITALIANA — (Óbidos) — LI PP IA sp.<br />

( Yerbenaceas).<br />

(a.) — Oin.- Flores pequenas, roxo-pallido, de cheiro<br />

suave, em cachos.—<br />

De origem Sul-americana; muito cultivada em S.<br />

Paulo.<br />

MURÚ— CANNA A UR A NT I.\£ A Hort. (Cannaceas<br />

f.<br />

(PI. h.) —SVN.- Bananeirinha do mato.— Subespontanea<br />

no Amazonas; cultivada em todo o Brasil.<br />

Ind.— Dá libras texteis e cellulose.


292<br />

. A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Med pof>.— O cozimento é diurético; é também utilizado<br />

em banhos contra as dores rheumaticas.<br />

Orthr- Planta ornamental.<br />

MURUCUTUA — v. CIPÓ d'AGUA. —<br />

MURUCY —BVRSONIMA VERBASCIFOLIA Rich.<br />

(Malpighiaceas). .<br />

SYN.— Murttcy rasteiro— Murucy pequeno — Murucyuassú<br />

— Douradinha falsa - Muricy - Murixi — Orelha de<br />

veado (C. do R. Branco).<br />

(a. rasteiro) — Loc.- Marajó— Campos altos da Guyana<br />

Brasileira. (Campos do R. Branco.—Campos geraes).'<br />

Ind.— Da casca extrahe-se uma matéria corante e tannino.—A<br />

tinta natural é castanho-vermelho, virando ao preto<br />

<strong>com</strong> mordante de sulfato de ferro. — E' <strong>com</strong> esta tinta que<br />

os indígenas tingem as velas das canoas, as linhas e as<br />

redes de pescar, ou tingem de preto a roupa clara, em<br />

caso de luto.<br />

Alim — Os fruetos sí\o <strong>com</strong>estíveis, agri-doces, <strong>com</strong><br />

propriedades laxativas.<br />

Med. pop.—Toda a planta é diurética e emetica.—A<br />

casca é febrífuga.<br />

MURUCY do CAMPO - BVRSONIMA CRASSI-<br />

FOLIA H. B K. (Malpighiaceas).<br />

(A. p., torta) — HAB.- Campos altos e litoral.<br />

Loc. — Campos do Itapecurú (R. Trombetas) — Mte.<br />

Alegre — Marajó — Cametá.<br />

Mad.—Boa madeira para construcção civil.<br />

Alim.—E' este murucy que fornece os fruetos apreciados<br />

para doces; a polpa 6 agridoce, de sabor agradavel;<br />

é considerada pelos indios <strong>com</strong>o alimento de poupança e de<br />

reserva, inoffensivo.<br />

Med. pop. — A casca é adstringente, tônica e febrífuga,<br />

aproveitada para <strong>com</strong>bater a marcha da tuberculose.<br />

IYM T ^ U C Y das .CAPOEIRAS - BVRSONIMA LAXCI-<br />

FOLIA Juss. (Malpighiaceas).<br />

SYN. — Murucy miúdo — Murucy de frueto miúdo.<br />

-o r P A, 0U , Hab -" Commum nas capoeiras de terra<br />

firme (Óbidos) - Frueto mio <strong>com</strong>estível.


ARVORES E PLANTAS (JTELS 293<br />

MURUCY de FLOR BRANCA — BYRSONIMA CO-<br />

NIOPHYLLA A. Juss. (Malpighiaceas).<br />

(A. m.) — HAB.- Campos arenosos e humosos da T. f.<br />

CAR. — Fruetinhos pretos, mio <strong>com</strong>estíveis.<br />

MURUCY de FRUCTO MIÚDO — v. MURUCY das<br />

CAPOEIRAS. —<br />

MURUCY de FRUCTO MIÚDO — BYRSONIMA SE-<br />

RICE A DC. (Malpighiaceas).<br />

Svx. — Murucy pinima.<br />

Loc. — I. de Marajó.<br />

Ind. — Casca para tinturaria e cortume.<br />

MURUCY PINIMA-v. MURUCY de FRUCTO MIÚDO.<br />

MURUCY VERMELHO — BYRSONIMA SPICATA<br />

Rich. (Malpighiaceas)<br />

Svx. — Pão de cortume.<br />

( A. p.)— Loc.- Nos campos de Cunani.<br />

Ind.—Casca para cortume (matéria corante e tanninos).<br />

Med. — Fructos e casca adstringentes.<br />

MURUCY da MATTA — BYRSONIMA CRISPA Juss.<br />

(Malpighiaceas).<br />

(A. m.) — HAB.- Matta de T. f.<br />

Alini. — Fructos <strong>com</strong>estíveis.<br />

Med. — Mesmas propriedades que o Murucy do campo.<br />

MURUPITA— (B. Amazonas) — SAP1UM BIGLAN-<br />

DULOSUM, var. AUCUPARIUM Mull. Arg. (Euphorbiaceas).<br />

SAPIUM LANCEOLATUM Hub.<br />

SAPIUM MARMIERI Hub.<br />

e SAPIUM C URU PITA Hub.<br />

SVN.— Curupita — Tapurú—Páo de. bicho — Burra leiteira-<br />

Seringara na.<br />

(A. M.) — HAB. — Varzeas.<br />

Ind. — O látex dá borracha dc qualidade (mistura-se*<br />

ao da hevea).<br />

Mad.— Leve, branca, virando ao amarello claro, homogênea,<br />

para marcenaria, caixas, lenha c carvão. E' elastica<br />

(mastros de pequenas embarcações).


294 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

MURURÉ — BROSIMOPSIS ACÜTIFOLIA (Hub.)<br />

Ducke (Moraceas).<br />

SVN.—Moruré — Mercúrio vegetal<br />

( ^ g.) — HAB.- Na matta grande de 1. f., em terrenos<br />

argillosos.<br />

Loc.—R. Branco de Óbidos — E. de F. de Br. —Volta<br />

do Xingu— Juruty Velho. .<br />

Mad. — Amarellado-pardacento claro, estriada de cores<br />

castanho-a vermelhado.; não tem cerne.—Dureza media: fácil<br />

de trabalhar. — D = 0,69.<br />

Med.— Látex, ou seiva, abundante, côr de tijollos, alterando-se<br />

facilmente por fermentação, salvo addicionando o<br />

de álcool.— Estimulante energico do systema muscular e<br />

nervoso, depurativo e antisyphilitico poderoso; produz effeito<br />

extraordinário no tratamento dos rheumatismos de origem<br />

syphilitica (5 gr. por dia).-Tem dado bons resultados em<br />

certos casos de morphéa.—O principio activo seria um alcalóide,<br />

a murerina, de Oliveira.<br />

MURURÉ — BROSIMOPSIS OBOVATA Ducke (Moraceas<br />

).<br />

HAB. — Florestas não inundadas.<br />

( A. g.) — Loc.- R. Solimões — R. Içá.— Substitue, no<br />

alto Amazonas, o Br. acutifolia do Pará.<br />

MURURÉ da AGUA — v. MURERU. —<br />

MURURÉ de CANUDO — v. AGUAPÉ — ( Eichhornia<br />

crassipes).<br />

MURURÉ CARRAPATINHO — (Marajó) — SAL VIM A<br />

AL RICULATA Aubl. (Salviniaceas).<br />

SVN.— Aguapé.<br />

(PI. h. fluctuante).<br />

9<br />

MURURE ORELHA de VEADO — v. AGUAPÉ — (Eichhornia<br />

azurea).<br />

TEC MURURÉ PAGE - (Marajó) - PISTIA STRATIOibb<br />

L. (Araceas). o<br />

SVN.— Aguapé.<br />

„•li H.).-ÇAR.- Fluctua na superfície das aguas tranquillas<br />

mas límpidas e não estagnadas.


+<br />

Palm. Patauã (Oenocarpus baiana)<br />

/


ARVORES E PLANTAS (JTELS 295<br />

Med. />


296<br />

. A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

nurativo.— Contra a syph.lis e as doenças da pelle.-Contra<br />

i uueda do cabello e as affecçôes parasitarias do couro<br />

cabelludo. — O xarope do entrecasco nas bronchites.<br />

MUTAMBA PRETA — v. AÇOITA CAVALLO. — ( Luhea<br />

speciosa Willd ).<br />

MUTUTY da T. f. - (Belem) - PTEROC A R P l* S<br />

ROHRII Vahl. (Legum. dalb.).<br />

(A. m.) — HAB.- NO capoeirão, em terra tirme argillosa.<br />

Loc.— Belem — Sta. Isabel — Monte Alegre—Óbidos<br />

— Marajó. . . ,<br />

CAR.— Fructo ehato, <strong>com</strong> ala circular muito larga.<br />

AIaci.— Branca, molle.<br />

Para papel: rendimento em cellulose 44 °/0 (A. Bastos<br />

-M. C. P.).<br />

MUTUTY — (Breves) — v. CORTICEIRA. — PTERO-<br />

CARPÜS DRACO L. (Leg. dalb.).<br />

MUTUTY da VARZEA — PTEROCARPUS AMAZO-<br />

N1CUS Hub. (Legum. dalb.).<br />

(A. p. ou m.)— HAB.- Nas margens alagadas dos lagos<br />

e dos rios.<br />

Loc.— Belem — M. rio Tocantins — Marajó — Ilhas —<br />

Amapá — Almeirim — Mte. Alegre— R. Trombetas —L. de<br />

Faro.<br />

CAR.—Flores amarellas.— FYuctos apropriados ao transporte<br />

por agua, grandes, espessos, esponjosos, <strong>com</strong> ala rudimentar.—Base<br />

da arvore munida de sapupemas muito<br />

grandes.<br />

Mad.— Madeira molle, branca.<br />

Ind — As amêndoas dos fruetos sào oleaginosas, dando<br />

/ a 8°/o de sebo amarellado.<br />

MUTUTY da margem da T. í. — (Óbidos, Faro) - ETA-<br />

BALLIA GUIANENSIS Benth. (Legum. pap.).<br />

SVN.-Bois de Chatousieux (G. fr.).<br />

i \ ,!!*') — HAB.- Margens inundáveis de canaes vizinhos<br />

da I. f.<br />

„ • Amazonas - Volta do Xingu-M. R* 'l* a ;<br />

Paoz-B. 1 rombetas — Rio de Faro —lg. de Mamahuru<br />

(Óbidos) — Coary — R. Purüs - R. Negro.


ARVORES E PI.AXTAS ÚTEIS<br />

Mcid. Magnífica madeira ondeada amarello-castanho<br />

claro e vermelho-castanhoarroxeado, de grão muito fino.<br />

dura. para ebanisteria. — D = 1,05. Queima <strong>com</strong> grande<br />

facilidade.<br />

MYOSOTIS - MYOSOTIS PALUSTRE L. (Borraginaceas).—<br />

Origin. da Europa central - Na Amazônia, é,<br />

ás vezes cultivado, mas dá poucas flores.<br />

(PI. h.).<br />

Oni. - Flor delicada, azul claro, para jardins.<br />

297


298<br />

A AMAZONIA BRASILEIRA


ARVORES E PLANTAS (JTELS 299


N<br />

NABO — BRASSICA NA PUS L. (Cruciferas).<br />

Origin. da Europa.<br />

(PI. h.)—Cultivado. A variedade que parece dar melhor<br />

resultado, na Amazônia, é o "nabo <strong>com</strong>prido das virtudes",<br />

(raça Marteau).<br />

NHÀ — (em L. g.).— v. CASTANHEIRA do PARA<br />

NHAMUIIY — v. LOURO INIIAMUIIY. —<br />

NHANDI — v. CAA-PEBA CHEIROSA. —<br />

NHANDI — PIPER CAUDATUM Vahl. (Piperaceas).<br />

(PI. h).<br />

Ssx.—Betre —Pimenta dos índios—Nhandú (R. Negro)<br />

— Caá-peba cheirosa.<br />

Alim.—Fructos usados <strong>com</strong>o a pimenta da índia.<br />

Med. pop. — Fructos excitantes, aromaticos — Raiz<br />

aromatica, de sabor acre, carminativa, entrando, ás vezes,<br />

na <strong>com</strong>posição do curare.<br />

NHANDIROBA — (Bahia) — v. PACAPlÀ. —<br />

NHANDÚ — v. NHANDI. —<br />

NUMBÚ — (Marajó) ?<br />

(PI. h.) — HAB.- Nos tesos e roçados da I. f.


o<br />

OEIRANA — SALIX MARTI AN A Leyb. (Salicaceas).<br />

SYN.— Churäo — Oirana, ou Uirana (de ami, cabello<br />

— e rana% parecido <strong>com</strong> em L. g.).<br />

(a. g. ou A. p.).— HAB - Nas varzeas novas e baixas<br />

dos grandes rios. — No E. do Pará, somente nas varzeas<br />

do R. Amazonas, descendo até a foz do R. Xingu e o Paraná<br />

de Almeirim.<br />

Med. pop — Folhas e casca: sudorifico, antihemorrhagico<br />

(Hcmoptyses) e antigonorrheico.<br />

OEIRANA — ALCHORNEA C A STA N E A E FOLIA<br />

Benth. (Euphorbiaceas).<br />

(a. g. ou A. p.) - HAB.- Nas margens do Rio Amazonas<br />

e dos affluentes importantes.<br />

CAR.— Tem latex branco.<br />

OFFICIAL de SALA — ASCLEPIAS CURASSA-<br />

YICA L. í Asclepiadaceas).<br />

SYN.— Faina — Seda vegetal — Cega olho— Falsa ipecacuanha<br />

— Margaridinha.<br />

a. p.) — HAB.- Vulgar nos logares abandonados.<br />

CAR.— Flores vermelhas E amarellas. Tem latex.<br />

Ind.- O caule dá fibras para papel e para tecidos;<br />

nos fluctos, as sementes sáo envolvidas em paina sedosa,<br />

(pennachos) propria para enchimento de travesseiros.<br />

Med. pop.— Planta toxica.—A raiz é purgativa e emetica,<br />

em doses moderadas; em doses mais elevadas, é vene-


304 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

nosa <strong>com</strong> acçAo directa e rapida sobre o coração, analoga<br />

á da digital— O látex contem um glucoside, a curaçavina<br />

ou asclepiadina.<br />

OITEIRA — (Mte Alegre) — v. PAO de CANDEIA —<br />

(Óbidos)—<br />

OITICICA — V. OITISEIRO —<br />

OITISEIRO — (Pará) — LIGA NI A ( MOQUILEA)<br />

TOMENTOSA (Rosaceas). . .<br />

( A. m.) — Loc.- Bragança ( cultiv. ). — E origin. do<br />

Nordeste (Oity da praia).<br />

AlimFructo <strong>com</strong>estível.<br />

O//.— No sul ( R. de Jan.) é uma das principaes arvores<br />

para arborisaçào das ruas: resiste ao calor eá poeira.<br />

No Rio, o nome é oity<br />

A OrriCICA verdadeira, do meio-norte, é a LICA-<br />

NI A SCLEROPHYLLA;<br />

No Sul (Rio de Janeiro) chama se oiticica á Guariuba.<br />

OLEO PARDO—MVROCARPUS FASTIGIATUS Fr.<br />

Aliem. ( Leg. pap.).<br />

Svx.— Caburéiba.<br />

(A. m.) —Loc.- Bacia do R. Negro.<br />

Ind.— Sementes oleaginosas.<br />

Med.— Dá um balsamo medicinal.<br />

OLEO VERMELHO. — v. BAl SAMO. -<br />

OLHO de BOI — v. PITOMBMRA— (Talisia esculenta).<br />

. OLHO de BOI — Algumas vezes: sementes de "BUIUS<br />

§ —<br />

OLHO de BOI —MUCUNA URENS DC. (Legum.<br />

pap.).<br />

(Cipó).<br />

Svx.— Pó de mico.<br />

HAB.— Nas capoeiras — Pouco <strong>com</strong>mum na Amazônia<br />

(Bel em - Alcobaça - Marajó).


305<br />

CAR.—Flores amarellas, grandes. — Fructos: vagens<br />

cobertas de pellos urticantes.— Sementes grandes e duras.<br />

OLHO de BOI —MUCUNA ALTÍSSIMA (iacq.) DC.<br />

(Legum. pap).<br />

(Cipó).<br />

HAB.—Margem dos rios e capoeiras de varzeas argillosas.<br />

Loc.— Frequente nas margens dos furos de Breves —<br />

Belem — Estuário — Gurupá — Mte. Alegre — Rio Branco de<br />

Óbidos.<br />

CAR.— Flores roxoesverdeado; vagens cobertas de pellos<br />

ruivos que provocam <strong>com</strong>ichão. Sementes grandes e<br />

duras.<br />

OLHO de BOI falso — CENTROSEMA LATISSIMUM<br />

Ducke ( Leg. pap. phas.).<br />

(Cipó).<br />

SYX.— Feijão bravo.<br />

HAB.— Margens de varzea alagada.<br />

CAR.—As sementes confundem-se <strong>com</strong> as de u olho de<br />

boi verdadeiro " (Mucuna altíssima ).<br />

ORELHA de BURRO — CISSAMPELOS AMAZÔNI-<br />

CA Miers (Menispermaceas).<br />

(a.).<br />

SYX.— Orelha de onça.<br />

Med. pof>.—A raiz é tônica, febrífuga e dissolve as pedras<br />

da bexiga.<br />

ORELHA de ONÇA — v. ABUTUA PEQUENA. —<br />

ORELHA de ONÇA — v. ORELHA de BURRO. -<br />

ORELHA de PRETO — (Mte Alegre) — v. TIMBOUVA—<br />

(Santarém) —<br />

ORELHA de RATO — v. DOURADINHA. —<br />

ORELHA de VEADO — v. MURURE ORELHA de VEA-<br />

DO. —


306 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

ORELHA de VEADO — (C. do R. Branco) —- v. MüRU-<br />

CY rasteiro —<br />

ORELHA de VEADO da Praia — (Marajó) — POXTF<br />

DERIA CORDATA L. (Pontederiaceas).<br />

ORTIGA — v. CANSANÇÃO (Urera.... esp. div. -<br />

Urticaceas).


p<br />

PACAPEÜA — (Gurupá, Breves) — SWARTZIA RA-<br />

CEMOSA Benth. (Legum. caes.).<br />

Svx.— Palapcuá.<br />

(A. m. ou p.)—HAB.- Mattas inundadas das varzeas<br />

da região do estuário.<br />

Loc.— Furos de Breves.<br />

Mad.— Para carpintaria<br />

Ind.— Boa lenha para queimar.— A casca é rica em<br />

tanninos.<br />

PACAPEÜA — (Belem) — v. PACAPIA. —<br />

PACAPIÀ — FEVILLEA sp. (Cucurbitaceas).-A Fevillea<br />

uncipetala Kuhlni encontra-se no rio Trombetas.<br />

A Fevillea trüobata Linné (Nhandiroba, da Bahia) é dos<br />

Estados marítimos.<br />

Svx. - JShandiroba ( Bahia) — Fava de S. Ignacio falsa<br />

(Minas) — Jabotá ou cipó Jabotd (Pará) — Gnapéva (S.<br />

Paulo).<br />

(Cipó) — HAB.- Nas varzeas do estuário.<br />

CAR.— Fructos esphericos, de 11 a 12 cm. de diam.,<br />

marcados <strong>com</strong> uma cicatriz circular mediana, encerrando 4<br />

a 8 sementes em forma de disco achatado de 5 a 6 cm. de<br />

diam.«<br />

Ind.— As amêndoas são oleaginosas, dando 65% do<br />

seu peso seccas de sebo branco amareilado, de cheiro desagrada<br />

vel, amargo.


308 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Med. pop.— Sementes amargas, tônicas e estomachicas;<br />

purgativo energico; toxicas em alta dose. — Empregadas<br />

contra a inflammaçâo do ligado e a icterícia.— A gordura<br />

é amarga, purgativa, usada em fricções na erysipela, as impigens.<br />

PACARI da matta — (Minas Geraes) — L AFOENSIA<br />

DENSIFLORA Pohl. (Lythraceas).<br />

SYX.— Ariauá (Mte. Alegre) — Dedal.<br />

(A. p.) — HAB.- NOS campos cobertos.<br />

Mad — Branca amarellada, bastante resistente, mas de<br />

qualidade inferior.<br />

j)id.— Fornece matéria corante amarella (a madeira).<br />

Med. pop.— Raiz tônica e antifebril. O cozimento interna<br />

e externamente contra a morphéa.<br />

Orn.— Dá flores bcllas e abundantes; é ornamental,<br />

proprio para parques.<br />

PACHIUBA-RANA — v. PAXIUBA-RANA. —<br />

PACO-PACO — WISS ADULA H E R NA N DIOIDES<br />

Greke (Malvaceas), no B. Amazonas.<br />

e WISSADULA SPICATA H. B. K. (Malvaceas), em<br />

Marajó = PSEUDO -ABUTÍLON SPICATUM (H. B. K.)<br />

Frics.<br />

SYN.— Malva de pendão (Marajó) — Malva branca do<br />

salgado ( Marajó) — Rabo de foguetes (Belem e Marajó).<br />

(PI. h.) — CAR.- Folhas grandes, molles, lisas, arredondadas<br />

<strong>com</strong> ponta obtusa.— Flores amarellas pequenas em<br />

longas espigas terminaes.<br />

fnd.—As hastes dão boa fibra, <strong>com</strong>paravel á juta, mas<br />

menos resistente.<br />

PACOVA — v. BANANA GRANDE. —<br />

P < ; T T T ( M a r a j ó ) - H ELI CONIÃ<br />

PSIT1 ACORUM L. f. (Musaceas).<br />

BYN. — Sororóquinha.<br />

(PI. h.— lm.) — HAB.- Tesos, montículos de capim.—<br />

Mui <strong>com</strong>mum tanto na I. de Marajó <strong>com</strong>o no Continente.<br />

— 1'ornece fibras texteis.<br />

Um.— Planta ornamental, de flores escarlates.


309<br />

PACOVA CATINGA — RENEALMIA EXALTATA<br />

L. (Zingiberaceas).<br />

SYX.— Cardamoma do Brasil.<br />

(PI. h.) — HAB.- Frequente nos logares húmidos ou pantanosos,<br />

na matta clara.<br />

CAR.— Flores vermelhas.—Toda a planta tem cheiro<br />

desagradavel.<br />

Med. pop.— Os rhizomas silo tonicos, estomachicos, carminativos,<br />

excitantes; externamente o cozimento é usado<br />

para banhar as feridas de mau caracter, e, em cataplasmas<br />

contra o câncer.— Os fructos dão resultado contra os vermes<br />

das creanças (sementes, em infusão ou em tintura).—<br />

As sementes substituem as da cardamoma verdadeira (Elettaria<br />

cardamomum Whit.).<br />

PACOVA SOROROCA — RAVENALA GUIANENSIS<br />

Benth. (Musaceas).<br />

Svx. - Bananeira de leque — Bananeira brava.<br />

(Arborescente)—HAB.- NOS igapós de T. f. e nas beiradas<br />

de riachos na matta (abundante na região do Guamá).<br />

— Em Marajó e até a cordilheira dos Andes<br />

índ.— As folhas dão fibras e são boa matéria prima<br />

para a fabricação do papel.<br />

As sementes, numerosas, de côr preta, lustrosas, <strong>com</strong><br />

arilho vermelho luzidio, são utilisadas pelos indígenas para<br />

fazer collares, pulseiras.<br />

PACURINA — PACOURINA EDULIS Aubl. (Compostas<br />

).<br />

(a.— lm. a lm.50).<br />

Alimentar e medicinal.<br />

PAINA — v. OFFICIAL de SALA. —<br />

PAINEIRA de CUBA — (R. de Janeiro) — v. MAMORA-<br />

NA — ( Bombax aquaticum ).<br />

PAIRA — BROSIMUM sp (Moraceas).<br />

Loc.—R. Branco (Amazonas).<br />

Mad.— Castanho vermelho claro, <strong>com</strong> listas pretas, dura,<br />

gjão fino, pesada.<br />

PAJAMARIOBA — (Rio Capim) — C A S SIA HIR-<br />

SU TA L. (Legum. caesalp.).


310 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

PAJAMARIOBA — (Óbidos) — v. FEDEGOSA. —<br />

PAJURA da matta - PA RINA RI UM MONTANUM<br />

Aubl. ( Rosaceas ). „ .<br />

SYN.— Paranari, ou Parinari.<br />

(A. g.) — HAB.- Na matta grande de terra firme, em<br />

toda a Amazônia.<br />

Loc.— Belem — E. de F. de Br. — Gurupá — Almeirim<br />

R. Tapajoz — Óbidos.<br />

\fad.— Amarellada, dura e <strong>com</strong>pacta, pouco durável.<br />

/;/,/.— A amêndoa contem 74 %> de oleo.<br />

Alim.— Fructos ellipticos, de 8 a 15 cm. de diam., pardacentos,<br />

caroço bilocular; maduros, em Belem, de abril a<br />

junho, <strong>com</strong>estíveis, polpa espessa, saborosa, envolvendo o<br />

caroço grosso e rugoso; a amêndoa ú também <strong>com</strong>estível.<br />

PA JURA — (de Santarém) — C O U E PIA B R A C-<br />

TEOSA Benth. (Rosaceas).<br />

(A. p. ou m.) —Origin. do R. Negro e do R. Branco<br />

(E. do Amazonas ).<br />

SYN. — Pajurd verdadeiro, cultivado.<br />

Loc.— Commum nas mattas de Manáos.— Cultivado em<br />

Belem, Santarém, Manáos.<br />

Mad. —Amarellada, dura, pouco durável.<br />

Alim. — Fructo menor e mais alongado do que o parinari,<br />

ovoide, 7 a 12 cm. de diam. maior, caroço unilocular,<br />

menos rugoso, coberto de pequenas verrugas e de fibras.<br />

PA JURA do Rio Branco de Óbidos — LUCUMA SPE-<br />

CIOSA Ducke (Sapotaceas).<br />

(A. g.) — HAB.- Abundante na matta virgem, em solo<br />

fértil e argilloso, na região do Rio Branco de Óbidos.<br />

Alim. — Fructo grande, verde, em parte coberto <strong>com</strong><br />

um velludo purpureo, <strong>com</strong>estível, saboroso e perfumoso —<br />

monosperma— lembra o pajurd verdadeiro, sendo lhe superior<br />

pelo perfume vinoso.<br />

PAJURA-RANA — (M. rio Tapajoz) — v. COPUDA.—<br />

LICANIA PARINARIOIDES Hub. (Rosaceas).<br />

xtt PALILLO — (Amazônia) —CAMPOMANÉSIA COR-<br />

NIFOLIA H. B. K. (Myrtaceas).<br />

SYN. — Araçd-lima—Palilho (Perú).<br />

Alim.— I ructos <strong>com</strong>estíveis, saborosos.


ARVORES E PLANTAS (JTELS 311<br />

PALMA do CAMPO — CASSIA UNIFLORA Spring.<br />

(Legum. caesalp.).<br />

Loc.— Rio Maracá.<br />

PALMA dc S. JOÃO — v. SAMAMBAIA. — LYCOPO-<br />

DIUM CERNÜUM (Fetos).<br />

PALMATÓRIA — OPUNTIA esp. div. (Cactaceas). —<br />

Origin. do México e das Antilhas.<br />

Al int. — Fructos <strong>com</strong>estíveis e agrada veis (fructifica<br />

dificilmente na Amazônia).<br />

Meã. pop. — Com as raquetas piladas fazem-se cataplasmas<br />

sedativos.<br />

PALMEIRAS:<br />

P. ASSAHY — (do Pará) — EUTERPE OLERACEA<br />

Mart.<br />

SVN.— Palmito—Jussara (Alto Amazonas) — P. Pinot<br />

(G. fr.>.<br />

HAB. — Nos terrenos pantanosos do estuário amazonico<br />

e nas margens dos riachos de T. f. no B. Amazonas.<br />

CAR. — Tronco em touceiras.<br />

Itui. — Por cozimento extrahe-se da polpa dos fructos<br />

8-10 "/0 de oleo amargo, de cor verde-escuro (100 kgm. de<br />

fructos dão 1 kg. de oleo).<br />

Alim. — Fructos da grossura de uma cereja, violáceos,<br />

quasi negros. — Com elles prepara-se uma bebida<br />

chamada vinho de assahy, de grande consumo no Pará e<br />

que é uma emulsão naguã da polpa gordurenta addicionada<br />

de assucar. — Esta palmeira dá fructos todo o anno, mas<br />

principalmente em Maio e durante a estação secca.<br />

Dá bom palmito (o palmito é o renovo terminal desembaraçado<br />

das folhas verdes que o envolvem e reduzido ás<br />

folhas brancas do centro).<br />

P. ASSAIIY CHUMBO — (Manáos) — EUTERPE<br />

CATINGA Wall.<br />

SYN. — Assahy-catinga<br />

HAB. — Na T. f. •<br />

CAR. — Troncos isolados, delgados.<br />

'Alim. — Palmito <strong>com</strong>estível.


P. ASSAHY-CATINGA - v. P. ASSAHY CHUMBO. -<br />

P. ASSAHY-MIRIM — (Alto Amazonas) — EUTERPE<br />

PRECÁTORIA Mart. ,<br />

SYN.—Palmito molle — Yuyu chouta (Peru) — Palma<br />

de rosário (Bolívia).<br />

Car. --Troncos isolados de 12m. de alt. <strong>com</strong> Om.lo de<br />

diam.—Fructos preto-arroxeado, de lõm.rn. de diam.<br />

Ind. — Com as sementes fazem-se collares.<br />

Al im.— Bom palmito.<br />

p. ASSAHY-MIRIM - EUTERPE JATAPUENSIS<br />

Barb. Rodr.<br />

P. ASSAHY da T. f. — (Sul do Pará) — EUTERPE<br />

LONGISPATH ACE A Barb. Rodr. .<br />

No M. rio Tapajoz—Pequeno e gracioso.<br />

P. ASSAHY-RANA — (Amazonas) — v. P. JURITI-<br />

UBIM. —<br />

P. BACABA — (Marajó) — OENOCARPUS DISTI-<br />

CHUS Mart.<br />

Svx.— Pa caba de azeite — P. Cornou (G. fr.).<br />

Loc.—Marajó — E. de F. de Br.—Estuário — B. Amazonas<br />

até Óbidos.<br />

CAR. —Tronco de 10 a 12 m. de alt., 0m20 a 0m25 de<br />

diam. — Folhas dispostas em leque, crispadas.<br />

Mad.— A madeira do tronco é dura e rigida, utilisada<br />

pelos índios para fabricar armas; presta-se para fazer bengalas.<br />

Ind. — Da polpa dos fructos extrahe se um azeite amarello<br />

claro, de bom gosto (9 a 10°/o) que pode ser utilisado<br />

na alimentação <strong>com</strong>o succedaneo inferior do azeite doce.—<br />

A safra é de janeiro a maio (perto de Beiern).<br />

Alim.--Fructos maiores e mais carnudos do que os de<br />

assahy, de cor purpureo-violaceo; prepara-se <strong>com</strong> elles<br />

uma bebida (emulsão) leitosa, nutritiva, de gosto agradavel.<br />

Excellente palmito.<br />

P. BACABA-ASSÚ — (Parte W. da Amazônia, descendo<br />

até o B. Trombetas) — OENOCARPUS BACABA -Mart.


313<br />

Svx.— Bacaba verdadeira— Bacaba (Manáos) — Ungurauy<br />

( Peru ).<br />

CAR.— Tronco de 12 a 16 m. de alto e 0m.20 de diam.<br />

— Folhas crispadas.<br />

Ma d.— Para bengalas, ripas.<br />

Alim.— O azeite da polpa dos fructos


314 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

p. CAHÙAIA — (E. do Amazonas) —MAUR1TIA SUB-<br />

INERMIS Spr. , . . .<br />

CAR.—(Jaule delgado <strong>com</strong> om. de altura, marcado de<br />

anneis de espinhos abundantes.<br />

P. CAIATÊ — (Alto Amazonas) — ATTALEA HUM-<br />

BOLDTIANA Spr.<br />

SYN. — P. Iagud.<br />

P. CAIAUÈ — ELAEIS MELANOCOCCA Gaertn.<br />

SYN— Dendê do Pard—Cayaiiè.<br />

Loc.—Frequente na parte central da Amazonia; parece<br />

faltar no Estado do Pará.<br />

CAR. —Tronco muitas vezes recurvado no pé, a parte<br />

horisontal emittindo raizes adventícias delgadas. — Vizinho<br />

do dendê (Elaeis guineensis L.) cujos fructos (a polpa) dào<br />

o oleo de palma ou de dendê.<br />

Ali ni— A polpa dos fructos do caiaué dá 47 0 /o de oleo<br />

espesso vermelho • dourado, <strong>com</strong>estível, igual ao oleo ou<br />

azeite de dendê.—Da amêndoa extrahe-se 36°/0 de gordura<br />

também <strong>com</strong>estível.<br />

P. CAICUMANÁ — (E. do Amazonas) — ASTROCA-<br />

RYUM YAUAPIRYENSIS Barb. Rodr.<br />

SYN. — Murumurú (Amazonas).<br />

P. CAMUÀ — (E. do Amazonas) — DESMONCUS NE-<br />

MOROSUS Barb. Rodr.<br />

Ind. —A haste pode substituir o "rotang" (Calamus<br />

rotang L.).<br />

P. CARANÀ — (Amazonas) — MAURITIA CARANA<br />

Wall.<br />

SYN .—Palmeira leque, do R. Negro — Car an d grande<br />

(Manáos).<br />

Loc. — Rio Negro.<br />

CAR.—Tronco sein espinhos, de 8 a 12m. de ait. —<br />

Mores <strong>com</strong> forte perfume de trevo (Trifolium arvense L.)<br />

P. CARANA - MAURITIA MARTI AN A Spruce.<br />

SYN. — Carana• i—Buritysinho.


ARVORES F. PLANTAS ÚTEIS<br />

HAB.— Nos igapós da T. f.—Tronco de 10 a 15 m. de<br />

alt.— e 10 cm. de diam.<br />

Loc.— Amazonas — Óbidos — Gurupá — I. de Marajó.<br />

Ind.— Com as folhas cobrem-se as casas e preparamse<br />

fibras para cordas e redes. - Os espinhos do tronco servem<br />

de alfinetes.— Com o caule fazem-se ripas.— Os talos<br />

servem de rolhas.<br />

P. CARANÁ-Y — MAURITIA ACULEATA H. B. K.<br />

Svx. — Buritx-rana — Carand-i.<br />

Loc.— No R. Negro, de Barcellos para cima.<br />

CAR.— Caule de 6 a 10 m. de alt. <strong>com</strong> 5 a 10 cm. de<br />

diam.— Fortes espinhos de 2 a 3 cm.<br />

Ind.—As folhas dào fibras, quando novas (cordas, redes).—<br />

Servem para cobrir casas.<br />

Alim. — Os fructos são <strong>com</strong>estíveis; a polpa é amargaacida<br />

e <strong>com</strong> ella os indígenas preparam um refresco.<br />

P. CARANÁ-Y do matto — LEPIDOCARYUM TE-<br />

NUE Mart. (e outras especies do mesmo genero).<br />

HAB.—Nos terrenos altos do B. Amazonas.<br />

Loc.— R. Jamundá — R. Mapuera<br />

CAR —Caule de 2 a 3. m. de alt. <strong>com</strong> 1,5 a 2 cm. de<br />

diam. E' uma palmeirinha graciosa que vive em sociedades<br />

á sombra da floresta virgem.— Fructos escamosos <strong>com</strong>o os<br />

de 44 mirity" (2cm./lcm).<br />

Ind.— O caule é utilisado para fazer bengalas e pontas<br />

de frechas.<br />

P. CARNAÚBA-(Meio-norte). — COPERNICIA CE-<br />

RIFERA Mart.<br />

Cultivada na Amazônia.<br />

CAR.—Caule de 10 a 15 m.<br />

Ind."Dá material para cobertura de casas, fibras para<br />

espanaria e cordoaria. — Das folhas tira-se uma pellicuia<br />

de cera vegetal, fusivel somente a 85° c.<br />

Med. pop. — Raiz alterante e diurética.<br />

P. CARYOTA — CARYOTA URENS L. —Origin. das<br />

Molucas. — Cultivado..<br />

TF AR. — Tronco de 12 a 18m. de alt. <strong>com</strong> lm. a lm50,<br />

de circ. — A polpa dos fructos é acre e corrosiva (Agua<br />

infernal, das Molucas).<br />

Ma d. — Dura; para pilares de pontes.<br />

277


316 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Ind. — Do peciolo das folhas tira-se fibras fortes, escuras<br />

muito resistentes, para cordoalha e escovas.<br />

Alim. — O amago do tronco fornece uma fécula analoga<br />

ao sagtí da palmeira Metroxylon sagú (na Malasia),<br />

mas um pouco inferior.<br />

p. CAXIRAMA - (Peru) - BACTRIS CHLORA-<br />

CANTHA Poepp. •<br />

SYN. — P. Caá - charama — P. Chachd - rama.<br />

Loc.— Região fronteira Brasil-Peru.<br />

CAR.— Pequena palmeira espinhenta, de 2 m. de alt. e<br />

3 cm. de diam.<br />

Mad.— Para bengalas.<br />

Ind.— Dá bonitas fibras.<br />

Os caroços são usados <strong>com</strong>o enfeites pelos indígenas.<br />

P. CHICA-CHICA — (Perú) — MARTJNEZIA INTER-<br />

RUPTA P. e P.<br />

HAB.—Na matta, na fronteira <strong>com</strong> o Perú.<br />

CAR.— Pequena — acaule — aculeada.<br />

Orn.— Cultivada na Europa <strong>com</strong>o planta ornamental.<br />

P. CHONTA — GUILIELMA INS1GNIS Mart.<br />

SYN.— Palnia-real (Bolívia).<br />

Loc.— Alta bacia do R. Madeira (Matto Grosso-Bolivia).<br />

CAR.— Tronco de 10 a 15 m. de alt. <strong>com</strong> 10 cm. de<br />

diam, armado de espinhos curtos dispostos em anneis.<br />

Mad.— Preta, muito dura, preferida pelos índios para<br />

pontas de frechas e para pregar os páos das balsas.— Serve<br />

para fabricar bengalas.<br />

Alim.— Fructos <strong>com</strong>estíveis, saborosos.<br />

P. COCO da BAHIA - COCOS NUCIFERA L.— Origin.<br />

do archipelago indico.—Importado na Bahia em 1553.-<br />

Cultivado na Amazônia.<br />

SYN. — Coqueiro.<br />

CAR. Tronco até 20 a 25 m. de alt. <strong>com</strong> 20 a J0 cm.<br />

de diam.<br />

Mad. O tronco é usado para ripas, encanamentos<br />

d agua.<br />

1


ARVORES E PLANTAS (JTELS 317<br />

Ind.— A amêndoa secea é conhecida no <strong>com</strong>mercio<br />

pelo nome de copva; fornece de 40 a 60°/o de oleo, proprio<br />

para a alimentação e a saboaria.<br />

A casca dá fibras fortes para cordoalha, escovas.<br />

A parte óssea, de cor quasi preta quando polida, serve para<br />

o fabrico de diversos objectos de uso domestico.<br />

Alim.— Um coqueiro dá fructos <strong>com</strong> 6 annos; cada pé<br />

pode dar até 240 cocos por anno. Cada coco tem uma casca<br />

espessa, fibrosa, adherente a um endocarpo osseo cuja face<br />

interna é coberta por uma amêndoa branca, de 5 a 8 mm.<br />

de grossura, oca e cheia de um liquido ligeiramente turvo,<br />

de sabor adocicado e agradavel ( agua de coco) quando<br />

fresco e o fructo <strong>com</strong>pletamente desenvolvido mas não maduro.<br />

Bom palmito.<br />

Med. pop.— A agua do coco é refrigerante e diurética;<br />

usada para <strong>com</strong>bater os vomitos rebeldes.<br />

P. COCO de C AT ARRUO — v. P. MUCAJA. —<br />

P. CIRUA RRANCO — ATT ALE A MOXOSPERMA<br />

Barb. Rodr. = AITA LEA SPECTAB1LIS Mart., variedade<br />

MONOSPERMA Barb. Rodr.<br />

SYN.— Curudtinga — Ma ai pi.<br />

CAR.— Acaule, ou <strong>com</strong> tronco até 60 cm. de alt.— Rachis<br />

das folhas, branco, tomentoso.— Fructo de 7 cm./5.5<br />

cm. <strong>com</strong> uma única amêndoa, parecendo um pequeno coco<br />

da Bahia.<br />

Ind.— Dá palha para cobrir casas, de duração regular.<br />

O fructo quebra-se facilmente para extrahir a amêndoa que<br />

dá 63 o/o de oleo <strong>com</strong>estível e proprio para fabricação de<br />

margarina. Safra de fevereiro a junho, no B. Amazonas.<br />

P. CU RUA PIRANGA — ATTALEA SPECTABILIS<br />

Mart. var. typica Drud.<br />

HAB.—Nas terras firmes silicosas do B. Amazonas.<br />

CAR.— Acaule ou quasi (caule até lm.30 de alt.); peciolo<br />

e rachis tomentosos, avermelhados; fructo de 5 a 6 cm./<br />

3 a l cm. <strong>com</strong> 1 a 3 amêndoas.<br />

Ind.— Das amêndoas extrahe-se 65% de sebo.— As<br />

folhas servem para cobrir casas mas são de pouca duração.<br />

Alim. — Amêndoas <strong>com</strong>estíveis.


318 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

p CURUA PIXUNA — ATTALE A PIXUNA = AT-<br />

TAI E\ SPECTABÍLIS Mart. var. POLVANDRA Drud.<br />

= ORBIGNIA PIXUNA Barb. Rodr.<br />

SVN.— Curuá prelo - Curiiá-i.<br />

CAR.—Acaule.— Folhas de 4 a / m.. rachis tomentoso,<br />

cinzento escuro.— Fructo de 8,5 cm /5 cm., <strong>com</strong> 3 a 5 amen-<br />

1 * Ind.-Das amêndoas extrahe-se 50°/o de matéria gorda,<br />

solida, branca. .<br />

As folhas servem para cobrir casas.<br />

Mim.— Amêndoa <strong>com</strong>estível.<br />

P. CURUÁ PRETO — v. P. CURUÁ PIXUNA. —<br />

P. CURUÁ-RANA — v. P. INAJÁ-Y. —<br />

P. CURUÁ TINGA — v. P. CURUÁ BRANCO. —<br />

P. CURUÁ-Y — (Faro) — ATT A LEA AGRESTIS<br />

Barb. Rodr. = ATTALEA MICROCARPA Mart.<br />

HAB.— Nos campos arenosos da T. f.<br />

CAR.—Acaule e pequena; fructo de 4 cm./2,8 cm.; <strong>com</strong><br />

2 a 3 amêndoas.<br />

P. DENDÊ — (Africa) — ELAEIS GUINEENSIS L.<br />

Cultivado na Amazônia.<br />

Mim.— O azeite de dendê, avermelhado ou amarello<br />

alaranjado, é extrahido da polpa do coco ( Huile de palme,<br />

em Fr.); a amêndoa dá um oleo claro, branco (Huile de<br />

palmiste, em Fr.).<br />

P. ESPINHO do DIABO — v. JACITÁRA. —DESMO.V<br />

CHUS HORRIDUS Sp. e Mart.<br />

P. IARÁ — v. P. JARÀ-ASSU.<br />

P. IATÁ — v. P. JATÁ. — #<br />

p. INAJÁ-MAXIMILIANA REGIA Mart.<br />

SVN.- Man pá (G. fr.) - Anajá-.


ARVORES E PLANTAS (JTELS 319<br />

HAB.— Na matta de T. f. — Marajó — R. Capim — B.<br />

Amazonas.<br />

CAR.— Caule de 5 a 7 m. de alt. <strong>com</strong> 30 a 50 cm. de<br />

diam. (mais grosso na base e na parte superior do que na<br />

parte mediana.<br />

Ind. — Grandes cachos de fructos ovoides, da grossura<br />

de um limão, contendo uma amêndoa branca, oleaginosa<br />

(60% de oleo); safra de fevereiro a julho.— Foliolos partidos<br />

servem para fazer chapéus; as laminas delgadas do<br />

epiderme dos talos são utilizadas para tecer paneiros, esteiras.<br />

Alim.— Hxcellente e volumoso palmito, um pouco adocicado,<br />

lembrando o alcachofre.<br />

P. INAJA-Y — (Med. Amazonas) —COCOS INAJÁ-Y<br />

(Wall.) Trail. = MAXIMILIANA INAJÁ-Y Spr.<br />

SYN.— Curud-rana - Jurei (Marajó).<br />

HAB. —Na beira de campos altos, em terrenos seccos,<br />

pedregosos.<br />

Loc.— Encontra-se em toda a Amazônia.<br />

CAR.— Palmeira pequena; tronco até 5 a 6 m. de alt.<br />

<strong>com</strong> 8 a 10 cm. de diam.<br />

Alim. — Amêndoa relativamente grande, <strong>com</strong>estível,<br />

oleaginosa.<br />

P. Iü — (Amazonas) — ASTROCARYUM ACAULE<br />

Mart.<br />

SYN.— P. ConmanaUy ou P. Conaná (G. fr.) — Tucumá-y<br />

(Faro).<br />

CAR.—Folhas de 3 m. cobertas de espinhos pequenos<br />

e finos que produzem irritação no epiderme.— lú = espinho<br />

(em L. g.)<br />

Ind.— As folhas fornecem fibras texteis.<br />

Alim — Fructos <strong>com</strong>estíveis, de sabor adocicado e um<br />

pouco styptico.<br />

P. IU — (Amazonas) — ASTROCARYUM HUMILE<br />

Wall.<br />

CAR.—Tronco curto (0m.50 a lm.); Folhas de 2 m.—<br />

rachis armado de fortes espinhos.<br />

Ind.— Das folhas extrahem-se fibras texteis.<br />

p. iu-i _ BACTRIS ARUND1NACEA Trail.<br />

Loc.—E. do Amazonas (R. Purús, R. Javary).


320 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

CAR.—Tronco de 1 a 2 m. de alt., sem espinhos; bainha<br />

das folhas coberta de espinhos.<br />

Ind- Dá boas libras. .<br />

Alint.— Fructo drupaceo, <strong>com</strong>estível.<br />

P. JACITÀRA — Este nome é attribuido a todas as especies<br />

do genero DESMONCUS.— São palmeiras escandentes,<br />

aculeadas, dos terrenos pantanosos.<br />

P. JACITÀRA — (Marajó) — DESMONCUS aff.<br />

HO R RI D US Sp. e Mart.<br />

SYN.— fassitdra — P. oitará mon père% ou avoirá mon<br />

père (G. frÁ<br />

Ind —O caule substitue o junco para fabricar diversos<br />

artefactos; macerado no tijuco, este caule torna-se preto e<br />

de polimento fácil; <strong>com</strong> elle fazem bengalas leves.<br />

P. JACITÀRA — (Pará e Amazonas) — DESMONCUS<br />

ORTHOACANTHOS Mart.<br />

SYN.— COCO de cigana.<br />

CAR.— Espinhos direitos e <strong>com</strong>pridos.<br />

Ind.— Substitue o rotang da índia (palhinha para cadeiras<br />

).<br />

P. JACITÀRA TIPITI —DESMONCUS MACROA-<br />

CANTHOS Mart.<br />

SYN.— Titara — Palmeira cipó (Pará) — Avoirá savanne<br />

(G. fr.).<br />

Ind.— O caule 6 empregado na confecção de tipitis,<br />

balaios, cestos; é muito resistente. •<br />

Alim.— Fructo <strong>com</strong>estível (côr alaranjada).<br />

P. JACITÀRA — DESMONCUS POLYACANTHOS<br />

Mart.<br />

SYN.— Unibamba.<br />

Loc.— Par á e Amazonas.<br />

Ind.— O caule, reptante, de 4 a 5 cm. de diam., <strong>com</strong><br />

espinhos muito agudos, é menos resistente e duradouro que<br />

o precedente, mas mais grosso; ó usado para fabricar cadeiras.<br />

substituindo o vime.— A raiz. grossa, nodosa, arnarella,<br />

serve para bengalas.<br />

Med. pop.— O cosimento da raiz 6 depurativo.


ARVORES E PLANTAS (JTELS 321<br />

P. JACITÁRA — DESMONCUS PHENGOPHYLLUS<br />

Dr.—<br />

P. JACITÁRA — DESMONCUS LEPTOSPADIX<br />

Mart. (Acima de Manáos).<br />

CAR. - Não trepa alto; é elemento de "sous-bois", na<br />

matta de T. f.<br />

P. JACITÁRA — DESMONCUS RIPA RIUS Spruce.<br />

HAB.— Na margem dos rios, no Pará e Amazonas.<br />

bui.— O caule, <strong>com</strong>prido, delgado, serve para fabricar<br />

pequenos cestos.<br />

P. JACITÁRA — DESMONCUS MITIS Mart.<br />

Loc.— R. Juruá — R. Solimões — R. Negro.<br />

bui — O caule, <strong>com</strong> 3 a 5 mm. de diam. é utilisado<br />

para confecção de cestinhos.<br />

P. .IACY — (R. Purús) — ATTALEA WALLISII Hub.<br />

P. JARA — (Marajó) — v. P. INAJÁ-Y. —<br />

P. JARA, ou IARA — (Do R. Negro até Óbidos) — LEO-<br />

POLDINIA PULCHRA Mart.<br />

Svn.— Mticury (a leste de Santarém ).<br />

CAR.—-Caule de 2 a 4 m. de ait. <strong>com</strong> 10 cm. de diam.<br />

Folhas arqueadas de lm.50 a 2m.<br />

Ind.— Das folhas tira-se bonitas fibras para cordas.—<br />

O tronco e o peciolo das folhas fendidos em pequenas laminas<br />

servem para fabricar cestos.—O tronco dá ripas e estacadas.<br />

Alini.— Dos fructos extrahe-se uma tapioca <strong>com</strong>estível.<br />

P. JARÁ-ASSÚ — LEOPOLDINIA MAIOR Wallace.<br />

SVN.— lardassú ( R. Negro).<br />

CAR. — Troncos de 5 a 7 m. de ait. <strong>com</strong> 7 a 10 cm. de<br />

diam.gem touceiras de 10 a 20.<br />

bui.— O caroço, duro, pode servir para fabricar botões,<br />

brincos. A cinza dos cocos contem forte proporção de<br />

sal <strong>com</strong>mum e é empregada pelos indígenas <strong>com</strong>o condi-


322 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

mento e <strong>com</strong>o antídoto do curare. em applicaçflo sobre a<br />

ferida produzida pela frecha envenenada.<br />

Rodr.<br />

P.JAREUA-COCOS AEQUATORIALIS Barb.<br />

P. JARINA — v. JARINA. —<br />

P. JATÀ — (Mte Alegre) — C O C O S S Y A G R U S<br />

Drude.<br />

SYN.— latá — Piri ri ma (Óbidos).<br />

Loc.— Serra do Ereré — Almeirim — Commum nos<br />

arredores de Óbidos.<br />

CAR.—Palmeira elegante; caule de 2m.50 a 3m. <strong>com</strong><br />

5 a 7 cm. de diam.; folhas de 2 m. a 2,50. - Fructo ovoide<br />

de 5 cm./3 cm. — de diam.<br />

Ind.— As amêndoas dílo 32 °/o de oleo <strong>com</strong>estível.<br />

Alim.— Amêndoa <strong>com</strong>estível. — Bom palmito.<br />

P. JAUARY — ASTROCARYUM JAUARY Mart<br />

HAB.— Commum nas varzeas baixas das margens dos<br />

rios amazonicos.— Falta no estuário.<br />

CAR. —Caule de 10 a 15 m. de alt., armado de espinhos<br />

pretos de 3 a 5 cm.; folhas de 3 m.— O tronco se subdivide,<br />

ás vezes, em 2, 3 ou 4 ramificações — Fructos de 2,5<br />

cm./3 cm., amarellos.<br />

Ind — Dos foliolos tiram-se fibras muito fortes; <strong>com</strong> os<br />

foliolos partidos fabricam-se chapéus leves; o epiderme do<br />

peciolo, fendido, serve para tecer esteiras, tupés, peneiras,<br />

tipitis.— A polpa dos fructos dá um oleo <strong>com</strong>estível.— A<br />

amêndoa é dura e contem 21 % de matéria gorda.<br />

Safra de fevereiro a maio.<br />

P. JIJPATY — (E. do Pará) — RA PH IA VI NI FERA<br />

P. de D. var. taedigera Dr. = RAPHIA TAEDIGERA<br />

Mart.<br />

HAB.—Commum nas mattas alagadas e baixadas lodosas<br />

do estuário.<br />

CAR.— Acaule ou <strong>com</strong> tronco muito curto e grosso;<br />

folhas erectas, enormes.—Fructo ovoide, de 7 cm. 3-4 cm.-<br />

Cachos de mais de 50 kilos.


ARVORES E PLANTAS UTEÍS<br />

Ind. - Do peciolo das folhas extrahe-se longas e grossas<br />

fibras cylindricas, brancas, leves, próprias para a fabricação<br />

de chapéus, pequenos cestos.— Fructos ( de fevereiro<br />

a maio) da grossura de um ovo, avermelhados, lustrosos,<br />

de aparência escamosa.— A polpa é vermelha, oleosa, adstringente<br />

e amarga; dá um oleo de côr vermelha.<br />

Med. pop.— O oleo de jupatv é usado em fricções na<br />

paralysia, na gotta e no rheumatismo.<br />

P. JUPATY — (R. Negro) — v. P. PAXIUBINHA. —<br />

P. JURITI-UBIM —GEONOMA CAMANA Trail.<br />

Svx.— Assahy-rana ( Amazonas ).<br />

CAR.— Caule de lm. a lm.50 de alt. <strong>com</strong> 2,5 a 4 cm.<br />

de diam., annelado.<br />

Ind.— O lenho do caule é branco e molle; os indígenas<br />

utilisam no para fazer fogo pelo attrito <strong>com</strong> outra madeira<br />

dura.<br />

P. JUSSARA — v. P. ASSAHY. —<br />

P. MAC U PI — v. CU RUA BRANCO. —<br />

P. MARAJÁ — (Marajó) — BACTRIS MAIOR Jacq.<br />

HAB.— A margem dos terrenos inundados.<br />

CAR.—Palmeira aculeada; tronco fino, de 1 a 3 m.<br />

de alt.<br />

Ind.— Com o succo da polpa dos fructos prepara-se<br />

um vinagre.<br />

Alini.— Fructo preto arroxeado, de polpa succulenta,<br />

avermelhada e sabor agri-doce.<br />

P. MARAJÀ-ASSÚ — (Marajó) - BACTRIS MAR AJA<br />

Mart.<br />

SYX.— Tucum bravo.<br />

HAB.— Commurn nas varzeas alagadiças.<br />

CAR.— Palmeira aculeada, de tronco delgado.<br />

•Mad.— A madeira muito dura e rígida, quando madura,<br />

serve para bengalas e armas de índios.<br />

Ind.— As folhas fornecem boas fibras.<br />

Alim.— Fructos da grossura de uvas, de côr preta


324 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

arroxeada, polpa branca e mucilaginosa, <strong>com</strong>estíveis.-Com<br />

estes fructos prepara-se uma bebida apreciada ( vinho).<br />

P. MARAJÁ - (Marajó) - B ACTRIS CONCINNA<br />

Mart.<br />

Svx.— Nie/e, ou Inchauy (Peru).<br />

HAB.— NOS terrenos alagadiços, até o Alto-Amazonas.<br />

Ind.—Os indios fazem as suas lanças <strong>com</strong> os troncos<br />

destas palmeiras.<br />

P. MARAJÁ-PIRANGA — (Amazonas) — BACTRIS<br />

PIRANGA Trail.<br />

CAR.— Quasi acaule; folhas de lm. a lm.oO.<br />

Ind — Das folhas extrahe se libras.<br />

Alim.— Fructos (em Fevereiro) <strong>com</strong>estíveis, doces e<br />

acidulados.<br />

P. MARAJÁ-1 — (Amazónia)— BACTRIS CUSPI-<br />

DATA Mart. var. Marajá-i Barb. Rodr.<br />

CAR.— Caule fino. lanuginoso, sem espinhos, de 2 m.<br />

de alt.; bainha das folhas coberta de espinhos.<br />

Ind.— As fibras tiradas das folhas são muito fortes,<br />

semelhantes ao canhamo.<br />

P. MARIPÁ — (Amazonas) — M A X1M ILIA N A M A-<br />

RIPA Dr.<br />

S\s.—Inajd (Mandos).<br />

Loc.— R. Counani.<br />

CAR.—Grande palmeira, de 12 a 18 m. de alt., <strong>com</strong><br />

folhas erectas de 5 a 7 m.<br />

Ind.— Das folhas extrahe-se fibras textis.<br />

Alim.— Fructo de 8 cm./3 cm., <strong>com</strong> amêndoas <strong>com</strong>estíveis<br />

e oleaginosas.<br />

P. MIRITY - MAURITIA FLEXUOSA L. f.<br />

Sm - Muriti - Agua/e í Perú ) - P. bâche (G. fr.).<br />

til j AB ~ lí? a Pós da r. 1., campos húmidos, margens das<br />

Ilhas do estuário. •<br />

CAR.- Bonita palmeira de tronco liso, de 15 a 20 m.<br />

de alt. e 40 a 60 cm. de diam., acinzentado, <strong>com</strong> grande<br />

• bouquet de folhas em feitio de leques.


ARVORES E PLANTAS (JTELS 325<br />

Ind — Das folhas novas extrahe-se fibras para fabricar<br />

redes, cordas.<br />

Com os talos fazem-se rolhas e tecem-se esteiras.<br />

A polpa dos fructos dá 8 a 9% de oleo vermelho, <strong>com</strong>estivel.<br />

Do tronco e dos espadices ainda novos extrahe-se um<br />

liquido assucarado.— Nos troncos derrubados encontram-se<br />

as larvas de " Calandra palmarum'*, de 10 a 12 cm. de<br />

<strong>com</strong>pr., brancas, que, cozidas ou assadas nas brazas, servem<br />

de alimento para os indígenas.<br />

Al im — A medula do tronco dá um sagiU o "Ipurana"<br />

dos indígenas.<br />

Enormes cachos de fructos redondos (de fevereiro a<br />

julho), de 4 a 6 cm. de diam., côr castanho-avermelhado,<br />

lustrosos, parecendo cobertos de escamas; a polpa é <strong>com</strong>estível<br />

e serve para fazer doces (Monte Alegre).—Os papagaios<br />

gostam muito destes fructos.<br />

1>. MOTACÚ— (Bolivia) — ATTALEA PRINCEPS<br />

Mart.<br />

SVN.— Acury\ ou uaudcury < E. de Matto Grosso).<br />

CAR.— Tronco de 5 a 8 m. de alt. <strong>com</strong> .'X) a 35 cm. de<br />

diam. e folhas de 4 a 5 m. de <strong>com</strong>pr.<br />

bui.— As amêndoas sáo oleaginosas.—As folhas fornecem<br />

fibras.<br />

Os índios peruanos e bolivianos misturam um pouco<br />

de cinza do espadice da P. Motacú ás folhas de "coca"<br />

que mascam o dia inteiro para nào sentir a fome.<br />

Alint — Fructo de 7 cm./3,5 cm. <strong>com</strong> 2 ou 3 amêndoas<br />

<strong>com</strong>estíveis.<br />

Bom palmito, adocicado.<br />

P. MUCAJÀ — (Amazônia) — ACROCOMIA SCLE-<br />

ROCARPA Mart.<br />

SYN.— COCO de cat/iarro — Macaúba.<br />

HAB.— Frequente nos terrenos abandonados (na T. f.).<br />

CAR.—Tronco de 10 a 15 m. de alt. <strong>com</strong> 30 a 40 cm.<br />

de diam., sem espinhos na parte inferior, mas tendo espinhos<br />

grandes e fortes na base persistente das folhas.<br />

•Mad — A madeira do tronco serve para fazer ripas e<br />

calhas.<br />

Ind.— As amêndoas contem 65 % de um oleo transparente,<br />

incolor, <strong>com</strong>estível e proprio para saboaria.


326 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Das folhas novas extrahe-se fibras brancas, finas, se-<br />

cl osns A/i in. — Fructos arredondados, de 4 a 5 cm. de diam.,<br />

de côr verde claro; a polpa é amarello-paliido, mucilaginosa,<br />

<strong>com</strong>estível; delle extrahe-se uma gordura branca <strong>com</strong>estível.<br />

I\ MUCURY — (Almeirim) — v. JARA —<br />

p. MUMBACA, da V. - ASTROCARYUM HUM1LE<br />

Wall. var. Microcarpa Dammer.<br />

P. MUMBACA verdadeiro — (E. de F. de Br.) — AS-<br />

TROCARYUM MUMBACA Mart.<br />

IIAB.— Encontra-se na T. f. e na<br />

CAR.—Tronco de 3 a 4 m. de alt., aculeado (esp. fortes<br />

de 2 a 4 cm.).<br />

Mad.— A madeira é muito forte e utilisada pelos indígenas.<br />

Alim.— O frueto, alaranjado quando maduro, é parecido<br />

<strong>com</strong> uma azeitona e contem uma amêndoa <strong>com</strong>estível,<br />

dura e oleosa.<br />

P. MURÚMURÚ — (B. Amazonas) — ASTROCA-<br />

RYUM MURÚMURÚ Mart<br />

HAB.—Na sombra da matta. em terrenos argillosos da<br />

varzea e, ás vezes, da T. f. fértil, em toda a Amazônia.—<br />

Muito abundante no Alto-Amazonas (o Huiciingti do Peru).<br />

CAR.—Tronco de 2 a 6 m. de alt., <strong>com</strong> 25 a 30 cm.<br />

de diam., coberto de espinhos agudos, pretos, de <strong>com</strong>primento<br />

variavel, até 12 cm.—Fructos em forma de pêra de<br />

5 a 6 cm. 4 cm., eriçados d'espinhos curtos e linos, de côr<br />

avermelhada quando maduros, da grossura de um ovo.<br />

Ind.— O caroço contem uma amêndoa grossa e dura<br />

que dá 44 %> de uma matéria gorda branca, <strong>com</strong>estível,<br />

própria para a fabricação de margarina (Ponto de fusão:<br />

36° C.).<br />

Safra, de fevereiro a setembro.<br />

As folhas dá o boas fibras textis.<br />

Ahm.— A polpa que envolve o caroço é <strong>com</strong>estível,<br />

doce e aromatica; passa por ligeiramente aphrodisiaca.<br />

p. MURÚMURÜ - (B. Amazonas) — v. MARAJÁ-ASSU.


ARVORES E PLANTAS (JTELS 327<br />

P. MURUMURU —(B. Amazonas) — v. MARAJÁ—(Bactris<br />

concinna).<br />

P. PALHA PRETA — v. P. CURUÁ PRETO. —<br />

PALMA REAL — (Bolívia) — v. P. CHONTA. —<br />

PALMEIRA REAL — OREODOXA OLERACEA *<br />

Mart.— Origin. das Antilhas.<br />

Alim.— Excellente palmito (o melhor, de gosto delicado,<br />

lembrando a avelã fresca e o alcachofre).—A medulla<br />

do tronco dá sagií.<br />

Ont — Cultivada <strong>com</strong>o arvore de ornamento.— 20 a 30<br />

m. de altura<br />

P. PATAUÁ — OENOCARPUS BATAUÁ Mart.<br />

SVNU)igurauy (Perú) — Bataiva (G. fr.).<br />

HAB.— Na matta grande pantanosa, mas pouco inundada,<br />

muito frequente na região do Aramá e do Anajás.<br />

CAR. - Tronco de 12 a 15 m. de ait. <strong>com</strong> 20 cm. de<br />

diam., folhas de 5 a 8 m. de <strong>com</strong>pr.— Fructos da grossura<br />

de uma pequena ameixa, de côr violacea purpurea escura.<br />

Alad.— Quasi preta, muito dura, quando madura, para<br />

bengalas, cabos de chapéus de sol e armas de índios.<br />

bld.— Da polpa dos fructos extrahe-se, por cozimento,<br />

10°/w de oleo amarello claro, <strong>com</strong>estível.<br />

Alim.— Com a polpa dos fructos faz-se uma bebida<br />

(Yuressé) bastante apreciada.<br />

Em vez de sal, os índios empregam, ás vezes, o residuo<br />

da evaporação da lixívia das cinzas da infiorescencia cortada<br />

antes de desabrochar.<br />

P. PAXIUBA — IRIARTE A EXORRHIZA Mart.<br />

Svx. — Pavipou diable ( G. fr. ). — Castiçal ( Matto-<br />

Grosso ).<br />

HAB.—Nos igapós marginaes de riachos de agua limpa.<br />

CAR.— Palmeira elegante, tronco de 10 a 15 m. de ait.<br />

<strong>com</strong> JÓ a 35 cm. de diam., sustentado por um pedestal<br />

conico de raízes aereas de lm.50 a 2m. de <strong>com</strong>pr. cobertas<br />

de pequenos espinhos.<br />

Mad. - A do tronco 6 preta, fibrosa, muito resistente,


328 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

fácil de lascar; é utilisada, fendida, para soalhos e paredes<br />

de casas; <strong>com</strong> ellas os índios fazem arcos e lanças; serve<br />

para bengalas.<br />

O puciolo das folhas e preferido pelos índios para as<br />

frechas de sarabatana. .<br />

Ind.— As raizes aereas, rígidas e asperas servem de<br />

ralador.<br />

Ali m. a ni m — A polpa dos cocos é apreciada pelas<br />

• aves ( principalm. jacutingas ).<br />

P. PAXIUBA BARRIGUDA — IRIA RTE A VENTRI-<br />

COSA Mart.<br />

SVN. - Tarapoto, ou Iluacrapona ( no Perú ).<br />

HAB.—Nos terrenos humosos e húmidos das margens<br />

dos riachos correntes entre os morros.<br />

Loc.— No Alto Amazonas e no Alto R. Negro; no E.<br />

do Pará, somente no M. R. Tapajoz.<br />

CAR.— Palmeira de bello aspecto ; tronco de 15 a 20<br />

m. de ait. <strong>com</strong> 30 a 35 cm. de diam. formando, no meio,<br />

um bojo de lm. a lm.20 de diam.—Como a precedente,<br />

sustentada por um pedestal de raizes aereas.<br />

Mud.— Muito resistente; fendida facilmente, é utilisada<br />

para soalhos e paredes de casas; <strong>com</strong> a parte bojuda fazem-se<br />

canoas; serve ainda para hastes de harpôes.<br />

Ind. — Com o peciolo das folhas, os índios fazem pequenas<br />

frechas que envenenam <strong>com</strong> curare e atiram <strong>com</strong><br />

sarabatana.<br />

Ali/n.— As flores queimadas dão uma cinza que substitue<br />

o sal <strong>com</strong>mum.<br />

Bom palmito.<br />

P. PAXIUBINH A — I R I A R T E L L A S E T I G E R A<br />

Mart.<br />

SVN.- P. Jupaly\ no R. Negro.<br />

HAB.—R. Trombetas — R. Jamundá — R. Negro - R.<br />

bolimões — R. Japurá.<br />

CAR.-Caule de 3 a 5 m. de <strong>com</strong>pr. <strong>com</strong> 4 a 5 cm.<br />

de diam.<br />

Ind.— Os índios partem o tronco desta palmeira, raspam<br />

a medulla, unem outra vez as duas metades, t*itaniçando-as<br />

<strong>com</strong> envira, de modo a formar um longo tubo que<br />

constitue a sarabatana <strong>com</strong> que atiram frechas envenenadas<br />

<strong>com</strong> curare.


329<br />

p. PIASSAVA — (R. Negro) — LEOPOLDINIA PIAS-<br />

SABA Wallace.<br />

Svx.— Piaçaba.<br />

CAR.— Tronco de 6 a 10 m. de alt. <strong>com</strong> folhas de 4<br />

a 5 m. de <strong>com</strong>pr.<br />

bui.— Na base dos peciolos das folhas, encontra-se<br />

um verdadeiro tecido de fibras grossas, trançadas, formando<br />

bainha em volta do tronco; estas fibras tem Om.50 a lm.50<br />

de <strong>com</strong>prim. e 1 a 2 mm. de diam., sào de côr castanhoescuro,<br />

consistência córnea, resistentes, flexíveis; utilisam se<br />

na fabricação de vassouras, escovas, amarras que resistem<br />

bem a agua salgada e fluetuam.<br />

A piassava da Bahia é fornecida pela palmeira AT-<br />

TALEA FUNIFERA Mart.<br />

Alim.— Com a polpa dos fruetos os indígenas preparam<br />

um alimento, o C/iiquexiqui (Venezuela ).<br />

P. PIASSABA-RANA — (Rio Negro) — B A R C E L L A<br />

ODORA Trail.<br />

HAB. — Palmeirinha de areaes seccos.<br />

P. PINDOBA — ATT A LEA sp.<br />

Ind.— As folhas fornecem bôas fibras, para chapéus,<br />

redes, cordas.— Amêndoas oleaginosas.<br />

P. PIRIRIMA — (Óbidos) — v. JATA. —<br />

P. PUPUNIIA — GUILIELMA SPECIOSA Mart.<br />

Svx.— Puripou ( G. fr.) — Pijuaio ( Perú).<br />

CAR.—Tronco de 12 a 18 m. de alt. <strong>com</strong> 10 a 20 cm.<br />

de diam., armado de espinhos dispostos em anneis regularmente<br />

espaçados; folhas de 2m. a 2m.50 de <strong>com</strong>pr.; fruetos<br />

ovaes ou arredondados, de 2,5 cm. a 4,5 cm. de diam., vermelhos<br />

ou amarellos quando maduros, tendo o sarcocarpo<br />

formado de uma massa amarellada, amylacea, ligeiramente<br />

gordurosa.<br />

Mad.— Muito dura, preta, riscada de amarello; os indígenas<br />

fazem <strong>com</strong> ella arcos e pontas de frechas; dá bonitas<br />

bengalas.<br />

Alim. — O frueto, cozido, é <strong>com</strong>estível, de gosto agrada<br />

vel e muito nutritivo.


330 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

p PUPUNHA — GUILIELMA SPECIOSA Mart.var.<br />

ÓCHRACEA Barb. Rodr.<br />

CAR.—Fructos de cor amarello-ocre.<br />

P PUPUNHA MARAJÁ — GUILIELMA SPECIOSA<br />

Mart. var. FLAVA Barb. Rodr.<br />

SYN.— Quillú-pijuaio (Peru).<br />

CAR.—Fructos de côr verde-amarello claro, pequenos.<br />

P. PUPUNHA PIRANGA - GUILIELMA SPECIOSA<br />

Mart. var. COCCONEA Barb. Rodr.<br />

SYN. — Puca-pijuaio (Peru).<br />

CAR.—Fructos de côr vermelho-vivo, <strong>com</strong> ponta verde.<br />

P. PUPUNHA sem espinhos — GUILIELMA SPE-<br />

CIOSA Mart. var. MITIS Barb. Rodr.<br />

SYN.— Pijuaio ( Perú).<br />

P. PUPUNHA BRAVA — (A. Furús e A. Juruá) — GUI-<br />

LIELMA MICROCARPA Hub.<br />

SYN. — Pucacunga pijuaio ( Perú ).<br />

CAR. — Troncos cobertos de espinhos pretos.—Fructos<br />

pequenos, redondos, encarnados.<br />

P. PUPUNHARANA — (E. de F. de Br.) — COCOS SPE-<br />

CIOSA Barb. Rodr.<br />

CAR.—Tronco de 15 a 20 m. de alt.<br />

In d. — Com as folhas fazem-se esteiras, balaios<br />

Alim — Fructos do tamanho de um ovo, <strong>com</strong>estíveis.<br />

P. TITARA — DESMONCUS AEREUS Dr.<br />

SYN.— Ja citara-assii.<br />

Loc.— Amazonas.<br />

CAR.— Caule trepador de 5 mm. de diam.— Fructos do<br />

tamanho de uma baga de uva.<br />

Jnd.— Com o caule fazem-se balaios, cestinhas...<br />

n ^ l ' C U M À ~ (Marajó) - ASTROCARYUM VUL-<br />

GARE Mart. •<br />

SYN — Tucuniá piranga — Tucuin bravo— Cumari<br />

- Aouard ( G. fr.).


Palm. Caraiiá (Mauritia martiana)


ARVORES E PLANTAS (JTELS<br />

HAB.— AS diversas especies de P. Tueumá encontramse<br />

em terrenos relativamente seccos. não cobertos pelas<br />

enchentes annuaes.<br />

CAR.— Tronco de 10 a 15 m. de alt. <strong>com</strong> 15 a 20 cm.<br />

de diam., armado, na parte superior, de espinhos de 10 cm.<br />

dispostos em anneis; folhas de 2 in. de <strong>com</strong>pr. cheias de espinhos<br />

<strong>com</strong>pridos e agudos; troncos em touceiras; fructos<br />

ellipsoides, alaranjados, de 5 cm./3,5 cm , <strong>com</strong> cheiro de damascos,<br />

quando maduros.<br />

Ind. - Das folhas extrahe-sc, por maceração, fibras de<br />

primeira qualidade, finas e resistentes para confecção de<br />

cordas para arcos, rêdes de pescar e rêdes de dormir.<br />

A polpa dos fructos dá 37,5 f /o de oleo <strong>com</strong>estível amarello;<br />

as amêndoas dão de 30 a O0° 0 de gordura branca,<br />

excellentc para a alimentação (Manteiga de aouará, da<br />

G. fr.).<br />

Com os foliolos fabricam-se chapéus, tu pés, paneiros;<br />

os peciolos lascados são aproveitados em espartaria.<br />

Alim.— Fructos maduros de fevereiro a julho.—-A ptflpa<br />

dos fructos é butyrosa. de côr amarello-vermelho, <strong>com</strong>estível;<br />

serve para preparar uma bebida: o vinho de tueumá;<br />

a espatha cortada antes da eclosão das flores dá um liquido<br />

que, depois de fermentado, é analogo ao vinho de palma do<br />

coco da Bahia.<br />

P. TUCUMÃ — (Alto Amazonas) — ASTROCARVUM<br />

TUCUMA Mart.<br />

Svx.— Tucumá-y — Tiicum verdadeiro (?) — Chambira<br />

(Perü).<br />

CAR. - Tronco de 10 a 15 m. de alt. <strong>com</strong> 25 a 30 cm.<br />

de diam., armado de espinhos longos, finos e agudos.—<br />

Fructos esphericos, verde-amarello quando maduros.—Troncos<br />

isolados.<br />

Ind.— As fibras tiradas das folhas depois de maceração<br />

constituem o " tucumellas dão umas cordas e um lio<br />

muito resistentes, para tecer rêdes de pescar solidas e de<br />

grande duração, ou bonitas rêdes de dormir, ás vezes caprichosamente<br />

enfeitadas.<br />

As folhas servem ainda para fazer abanos, chapéus.<br />

/!//;;/.—Fructos maduros em fevereiro; polpa amarellada,<br />

<strong>com</strong>estível, servindo para preparar um vinho de tueumá<br />

bastante apreciado.<br />

331<br />

P. TUCUiMÁ-ASSU — (R. Tapajoz — Óbidos — Faro —


332 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Alto Amazonas) - ASTROCAR YUM PRINCEPS Barb.<br />

1 ° dr CAR. — Tronco de 15 a 20 m. de alt. <strong>com</strong> 30 cm. de<br />

diam. armado de espinhos pretos duros e agudos, dispostos<br />

em anneis, caducos, o caule ficando liso na parte inferior e<br />

media. — Folhas de 4 a 5 m. de <strong>com</strong>pr.- Os fructos, de 5<br />

cm. de diam., silo verdes quando maduros, redondos.<br />

Mim.— A polpa dos fructos é <strong>com</strong>estível (Março -<br />

Abril).<br />

P. TUCUMÁ-ASSÚ — (Alto Amazonas) — A S T R 0-<br />

CARYUM MACROCARPUM Hub.<br />

CAR.— Fructos amarellos quando maduros.<br />

In d. — Da polpa extrahe-se um oleo <strong>com</strong>estível.<br />

Alim.— A polpa dos fructos é <strong>com</strong>estível; os fructos<br />

são mais carnudos que os de tucumá <strong>com</strong>mum, mas as amêndoas<br />

são mais duras, de consistência quasi córnea, menos<br />

oleaginosos.<br />

P. TUCUMÁ-Y — v. P. IIJ — (Astrocaryum acaule Mart.).<br />

P. TURURY —- v. P. UBUSSl). —<br />

P. UA-UASSU — ORBIGNIA SPECIOSA Barb. Rodr.,<br />

= ATTALEA SPECIOSA Mart.<br />

SYN.— Habassií ( Meionorte ).<br />

HAB.— Principalmente nas terras argillosas ferteis, em<br />

1. f*<br />

Loc.— Salgado — Litoral de Marajó — Médio R. Tocantins<br />

- Médio R. Anapú - Médio R. Pacajá — R. Tapajoz -<br />

R. Branco de Óbidos — Parte sul do E. do Amazonas.<br />

CAR.— A maior palmeira da bacia amazônica: tronco<br />

de IS a 20 m. de alt.; folhas enormes; Cachos podendo<br />

<strong>com</strong>portar mais de 400 fructos, ou cocos, de 10cm./5 cm.<br />

Ind - A safra dos fructos é de julho a novembro; o<br />

caroço é extremamente duro, resistente, difíicil de quebrar<br />

e encerra de 3 a 5 amêndoas pesando de 4 a 6 gr. cada<br />

uma, que representam cerca de 9°'0 do peso do fructo inteiro<br />

; estas amêndoas dão


ARVORES E PI.AXTAS ÚTEIS 333<br />

. Vim. - O palmito, volumoso, é um dos mais apreciados.<br />

I». UBIM mcmbéca — (Amaztnia) — GEONOMA PA-<br />

NICULIGERA Mart.<br />

Svx. - Ubim de cotiuiba — P. vouay (G. fr.).<br />

CAR.— Caule até 5 m. de alt. <strong>com</strong> 4 cm. de diam. de<br />

côr amarellada lustrosa.<br />

Ind.— As folhas dão fibras para cordoaria e servem<br />

para cobrir casas, durando mais que qualquer outra.<br />

O caule serve para fazer bengalas.<br />

p. UBIM — (Amazônia) — GEONOMA TRIJUGATA<br />

Barb. Rodr.<br />

P. UBIM — GEONOMA DAMMERI Hub.<br />

CAR — A caule.<br />

P. UBIM — (R. Mapuera — R. Jamundá)— GEONOMA<br />

PALUSTRIS Barb. Rodr.<br />

P. UBIM — (Faro) — GEONOMA SPECIOSA Barb.<br />

Rodr.<br />

P. UBIM — GEONOMA MULTIFLORA Mart.<br />

Svx.- Palmilla ( Perú).<br />

HAB.—Commum na T. f. em toda a Amazônia.<br />

CAR.—Caule de mais de 2 m. de alt.<br />

P. UBIM-ASSÚ — (E. de F. de Br.) — GEONOMA<br />

MAX1MA Kth.<br />

Svx.— Coqiieiro-junco.<br />

Loc.—Pará e Amazonas.<br />

CAR.—Caule delgado; folhas cobertas de felpo.<br />

Ind.—O caule substitue o junco.—Das folhas extrahem-se<br />

fibras. O cotanilho que cobre as folhas pode servir<br />

<strong>com</strong>o isca para accender fogo.<br />

J\ UBIM-MIRIM — GEONOMA ACAULIS Mart.<br />

Svx.- Palmilla (Perú).<br />

Loc.— No Alto-Amazonas.<br />

Ind.— As folhas servem para cobrir as casas.


334 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

P. UBIM-RANA — (E. de F. de Br.) — HYOSPATH \<br />

ELEGANS Mart.<br />

P. UBUSSÚ — MANICARIA SACCIFERA Gaertn.<br />

SYN.—P. Turury — P. Bitssú — Tourlouri (G. fr.).<br />

CAR.— Bella palmeira <strong>com</strong> tronco de 3 a 6 m. de alt.<br />

e 30 a 40 cm. de diam., folhas quasi inteiras, semelhantes<br />

ás da bananeira, de 4 a 8 m. de <strong>com</strong>pr. e lm. a lm.50 dc<br />

larg.<br />

Ind.— A espatha é constituída por um sacco formado<br />

de um tecido fibroso, flexível, resistente, o turury, <strong>com</strong> o<br />

qual fazem-se chapéus.— Este tecido é de côr castanhoescuro,<br />

mas pode ser branqueado e tingido de cores claras.<br />

— As folhas são muito estimadas para cobertura de casas.<br />

A M. SACC. var. MEDITERRÂNEA Trail., (por<br />

alguns considerada <strong>com</strong>o especie differente) tem folhas partidas;<br />

encontra-se no E. do Pará, em alguns logares dos<br />

Rios Trombetas e Jamundá, e, em alguns pontos do E. do<br />

Amazonas, em igapós de riachos, na matta.<br />

P. UiMBAMBA — v. P. JACITARA. —<br />

P. URUCURY — (Marajó — R. Amazonas) — ATTA-<br />

LE A EXCELSA Mart.<br />

SYN.— Uricury.<br />

HAB.—Nas várzeas altas (B. Amazonas — R. Purús —<br />

A. Amazonas ).<br />

CAR.— Palmeira de folhas grandes, erectas, numerosas<br />

— tronco relativamente curto e grosso, de aspecto escamoso<br />

pela persistência da base do peciolo das folhas cahidas.<br />

Ind — Fructo <strong>com</strong> 3 amêndoas oleaginosas (45°/o cie<br />

oleo <strong>com</strong>estível).<br />

PAMPA — (Marajó) — ANDROPOGON sp. (Gramíneas<br />

).<br />

(PI. h.-0m.2õ).<br />

Alirn. anim.— Forragem regular.


ARVORES E PLANTAS (JTELS<br />

PANAPANA — PHASEOLUS PEDUNCULARIS<br />

H. B. K. (Legum. pap. phas.).<br />

HAB.— Nos campos altos.<br />

CAR.— Flor côr de rosa. — Planta trepadeira.<br />

PANAPANA PIRANGA — (Marajó) — PHASEOL US<br />

LONGIPEDUNCULATUS Mart. (Legum. pap. phas.).<br />

SYN.-/


336 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

PANFILA — KAEMPFERIA íZingibe<br />

raccas).<br />

(PI. h.)—De origem exótica; cultivada nos jardins.<br />

Orn.— Planta acaule.— Grandes flores roxo claro que<br />

sahem junto ao chílo quando» durante o tempo secco, a<br />

planta é privada de folhas; cheiro delicado e penetrante,<br />

de manhã.<br />

Med. pop.— O rhizoma tem propriedades estimulantes.<br />

PANI — v. PAHNI.—<br />

PANI — v. PARREIRA BRAVA — ( Cissampelos tomentoso<br />

Vell.).<br />

PÃO d'A LI IO — (R. Acre) — GALLESIA<br />

(Phytolacaceas).<br />

(A. g.) — CAR.- Enormes sapopemas; cheira o alho<br />

em todas suas partes.<br />

v<br />

, PAO crALIIO do CAMPO — (Piauhy — Ceará) — v.<br />

PAO MARFIM verdadeiro.<br />

PÁO AMARELLO — (Gurupá) — v. CACHACEIRO -<br />

(I lortia excelsa).<br />

PÁO AMARELLO— EUXYLOPHORA PARAENSIS<br />

Hub. (Rutaceas).<br />

(A. G.).<br />

Svx.— Pdo setim (no <strong>com</strong>mercio de Belém) — Itox<br />

Wood (Ingl.).<br />

HAB. - Na matta virgem da T. f. silicosa e fortemente<br />

humosa<br />

Loc.— Entre o B. rio Tocantins e o Atlântico —Ilhas<br />

altas de Breves - Muito abundante no R. Anapú.<br />

Ma d.— Bella madeira, homogenea, de dureza media,<br />

grão regular, trabalhando-se bem, côr amarello-vivo, asseti<br />

nado. —- Muito estimada para a marcenaria e para soalhos,<br />

ebamsteria, segeria. — D = 0.82.<br />

Arvore notável pela sua belleza, sua folhagem<br />

e suas flores de perfume muito agradavel.<br />

%<br />

PAO AMARELLO — (Manáos) —v. PIQULÀ-MARFlM.—


ARVORES E PLANTAS (JTELS 337<br />

PAO de ARARA — (B. Amazcnas) — SAL VER TI A<br />

CONVA LARIAEODORA St. Mil. (Vochysiaccas).'<br />

(A. m.).<br />

S F o l h a larga verdadeira (Minas) — Colher de<br />

vaqueiro — Gonçalo Alves (Marajó) — Mafurá (Campos<br />

i!c Almeirim e Santarém), ou Ma fuá.<br />

HAB. - Frequente em todos os campos firmes.<br />

Loc. - Macapá — Marajó — Santarém — Óbidos — Mariapixv<br />

— Ariramba.<br />

Mad.— Muito frágil, castanho-avermelhado claro, <strong>com</strong><br />

fibras grossas ondeadas, tecido grosseiro, dureza media.<br />

Orn.— Muito ornamental: flôres bonitas (agosto a novembro),<br />

brancas, cheirosas; bonitas folhas.<br />

PÃO de ARARA — (B. Amazonas) — SICKINGIA TIN-<br />

CTORIA Schum. (Rubiaceas).<br />

(A. p.). f t<br />

Svx.— Araruta — Aranha rosa — Ar ar ena.<br />

HAB— Varzeas do Amazonas e seus affluentes.<br />

Loc.— Bragança — Óbidos — R. Tocantins — R. Xingu.<br />

CAR.— As flôres exhalam cheiro muito agradavcl de<br />

Balsamo do Perü.<br />

Mad.— Branca, virando ao carmim junto á casca que<br />

contem uma matéria tinctorial, grão fino, dureza media.<br />

PÃO de ARARA — (Rio Tocantins) — ASPIDOSPER-<br />

MA sp (Apocynaceas).<br />

( A. p.).<br />

Mad.— Vermelha depois de exposta ao ar.—Fornece<br />

varas rijas para o trabalho dos canoeiros nas cachoeiras.<br />

PÀO de ARARA — (R. Trombetas) — v. VISGUEIRO.<br />

PÃO dWRCO — (R. Tapajoz) — TABEBUIA sp.<br />

(Bignoniaceas).<br />

PÀO d'ARCO branco — (Óbidos) — v. CAPITARI.—<br />

COURALIA TOXOPHORA Benth. e Ilook. (Bignoniaceas).<br />

PAO d'ARCO de flores amarellas — T E C O M A aff.<br />

CONSPÍCUA DC (Bignoniaceas).<br />

TA. g.).<br />

Svx.— Ebène verte(G. fr.).<br />

HAB.-Matta da T. f.


338 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Mad — Castanho-pardo ou castanho-ruivo, dura, gr fio<br />

regular e fino, elastica, trabalhando-se bem, <strong>com</strong> os poros<br />

cheios de um pó amarello-esverdeado irritante.— Boa para<br />

o torno, para construcção civil e naval, marcenaria, ebanisteria,<br />

dormentes, eixos e raios de rodas, incorruptível.—<br />

D = 1.10.<br />

[iid.— O liber da casca dá um "tauari" excellente<br />

para substituir o papel de cigarros.<br />

Med. pop — O liber da casca é utilisado, <strong>com</strong>o adstringente,<br />

contra a stomatite e as ulceras da garganta de origem<br />

syphilitica.<br />

PAO d*ARCO de flores roxas — TECOMA VIOLACEA<br />

Hub. (Bignoniaceas).<br />

(A. G.)— HAB.- Na matta de T. f.<br />

Loc. —E. de F. de Br. — Belcm— R. Capim — R.<br />

Xingu ( Volta grande ) — R. Branco de Óbidos.<br />

CAR.— Flores róseas que parecem roxas, de longe, na<br />

arvore florifera.<br />

Mad.— Madeira semelhante á do páo d'arco de flôr<br />

amarella, muito dura, virando ao preto <strong>com</strong> o tempo.<br />

PÃO de BALSA — (S. do Amazonas) — O CHROMA<br />

L A G O P U S Swartz ( Bombaceas ).<br />

(A. m.— até lm. de diam ).<br />

SYN.— Páo de jangada —Pata de lebre — Topa ( Peru)<br />

— Palo de balsa (Bolívia ) — Oaattier ( G. fr. ) — Bob-wood<br />

(Ingl.).<br />

Loc. — Commum na metade occidental do E. do Amazonas.—<br />

Cultivado no R. Huallaga ( Perü ).<br />

CAR.— Casca lisa, mosqueada de branco e pardo —<br />

fructo parecido <strong>com</strong> o da sumahuma, mas mais <strong>com</strong>prido.<br />

Mad.— Madeira muito leve e elastica usada na construcção<br />

de pequenas jangadas ( balsas ) para a navegação<br />

nos altos rios da bacia amazônica.— Pode substituir a cortiça<br />

em diversas applicações — Especial para apoio de diaphragmas<br />

de alto-falantes e phonographos electricos e <strong>com</strong>o<br />

isolador thermico. — D = 0,17.<br />

Ind.— Os fructos dão uma paina analoga ao kapok.<br />

$<br />

PAO de BICHO — v. MURUPITA.— c<br />

%<br />

PAO de BO IA — v. BOIEIRA.—


ARVORES E PLANTAS (JTELS 339<br />

PAO de BOTO — (Óbidos) — LOXCHOCARPUS DE-<br />

NUDATUS Benth. íLeg. pap.).<br />

( A. p.) — HAB.- Na margem dos campos de varzea.<br />

Loc.—Em todo o B. Amazonas (Almeirim — Prainha<br />

- Mte. Alegre — Óbidos) — R. Tapajoz.<br />

Mac/.- Amarello-pardacenta, fibras grosseiras, direitas,<br />

dureza media — Exala um cheiro particular, desagradavel.<br />

PAO BRAZIL AMARELLO - v. LIMÃO-RANA - (Chio<br />

rophora tinctoria ).<br />

PAO CABOCLO — CROTON<br />

(Euphorbiaceas).<br />

(A. m ).<br />

SYX.— Casca cheirosa — Coré mirim-Coré mira (Faro).<br />

Mad.— Madeira branca. — D = 0,54.<br />

PÀO de CANDEIA — v. CATAUARY.—<br />

PÃO de CANDEIA — (Óbidos) - P L A T H V M E NIA<br />

RETICULATA Benth. (Leg. mim.).<br />

SVN.— Oit eira (Mte. Alegre) — Vinhatico do campo,<br />

ou pdo amare/lo (Brasil central).— Parica zinho (Macapá).<br />

(A. p.) — HAB.- NOS campos altos.<br />

Loc.—Mte. Alegre — Almeirim — Cicatanduba (Óbidos)<br />

— Cametá — R. Ariramba — Mariapixy — Macapá — Marajó.<br />

Mad. — Castanho-amarellado escuro, gráo grosseiro,<br />

dureza media, facilmente inflammavel.<br />

PAO de CHICLE — v. TAMANQUEIRA de LEITE.—<br />

PÁO de COLHER— v. LEITEIRA (Sapium sp.).<br />

PÃO de COLHER — (Amazônia) — TABERNAEMON-<br />

TANA sp ( Apocynaceas).<br />

(A. p. ou a.).<br />

SYX — Leiteira — Arvore de Leite.<br />

Mad. - Branca ou branca-amarellada, para forros, caixas,<br />

papel.<br />

Med. pop.- A seiva leitosa contra as ulceras mdolen-


340 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

tes' folhas e casca, em tintura e decocto, moderam e retardam<br />

os batimentos do coração.<br />

PÀO de COLHER — (Gurupá — Almeirim) — v. MO-<br />

LONGO (Zschokkea arborescens).<br />

PÀO de CUBIU — (Belem — Gurupá — Ilhas) —<br />

CLAVA PETA LUM ELATÜM Ducke (Icacinaceas).<br />

SVN.— Cubiú.<br />

(A. m.) — HAB.- Na T. f.<br />

CAR.— O cheiro da parte interna da casca fresca lembra<br />

o do fructo de cubiú (Solanaceas).<br />

Mad — Madeira boa, pardocastanho.<br />

PÁO CRAVO— DICVPELLIUM CARYOPHYLLA-<br />

TUM Nees (Lauraceas).<br />

SVN.— Muiraquyia — /mira qaynha —Ibirapelai — Candia<br />

falsa — Louro cravo — Cravo' do mal to — Cravo de<br />

Maranhão — Bois cr abe (G. fr.).<br />

(A. p.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

Loc.— M. rio Tapajoz — M. rio Xingu - R. Trombetas.<br />

Mad.— Amarello queimado, passando ao castanho pardo.<br />

- D = 0,78.<br />

Ind.— Extrahe-se da casca, por distillação, um oleo<br />

utilisado na perfumaria.<br />

Alim.— A casca tem cheiro do cravo da índia; é empregada<br />

<strong>com</strong>o tempero.<br />

Me d.— A casca e as folhas sào tônicas e servem de<br />

estimulante gastro-intestinal.<br />

PÀO DOCE — (Faro) —GLVCOXVLON 1NOPHVL-<br />

LUM (Miq.) Ducke (Sapotaceas).<br />

SVN. — Abihy ( Manáos).<br />

(A. p.) - HAB.- Nas campinas de T. f. arenosas da parte<br />

W. do E. do Pará e no E. do Amazonas.<br />

Loc. - Faro — R. Mapuera — Manáos.<br />

Mad. - A madeira e o entrecasca tem sabor adocicada.<br />

Alim. Fructos ( de janeiro a março ) <strong>com</strong>estíveis. ~<br />

Látex abundante e doce.<br />

PÀO DOCE - GLVCOXVLON<br />

(Sapotaceas).


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 375<br />

SVN.— Merecem — Muiracehima — Casca doce.<br />

(A. g.)—HAB.- Na T. f. secca.<br />

Me d. pop.—A casca tem gosto adocicado; 6 hemostatica;<br />

usada contra diarrheas, dysenteria e leucorrhea—Tonico<br />

adstringente, não irritante.<br />

PÁO DOCE — (Breves) — GLYCOXYLON HUBHRI<br />

Ducke (Sapotaceas).<br />

SVN.— Paracuhitba doce — Paracuhuba de leite.<br />

(A. g.) — HAB.- Nas mattas inundadas das Ilhas de Breves<br />

e igapós do estuário.<br />

CAR.— Tronco branco-pardacento, parecido <strong>com</strong> o da<br />

"paracuhuba" (Mora paraensis).— Fructos ovoides.<br />

Alim.— Fructos doces e <strong>com</strong>estíveis.—Madeira e entrecasca<br />

de sabor adocicado.<br />

PAO DOCE — (Belém) — GLYCOXYLON PRAE-<br />

ALTUM Ducke (Sapotaceas).<br />

SVN.— Casca doce.<br />

(A. G.)—HAB.- Na matta de T. f., perto de Belem.<br />

Loc.— Belem.<br />

CAR. - Enormes sapupemas, de 3-4 m. de alt.<br />

Ind.— A casca tem gosto adocicado adstringente; contem<br />

çlvcvrr/iiziiia ( P. Le Cointe-- 1923na proporção<br />

de 2, 5"% (G. Bret.-M. C. P.-1929).<br />

A casca secca dá 7. 8°/o de tanninos (E. Serfatv—<br />

M. C. P.—1929).<br />

PÀO cVESPETO — MATAYBA sp<br />

(Sapindaceas).<br />

PÀO FEDORENTO — v. GENIPARANA.—<br />

PÀO FERRO— v. PANACOCO — (G. fr.) —<br />

PÀO FERRO — (Óbidos) — v. COATÀ-QUIÇAUA —<br />

ide Óbidos) —<br />

E' assim chamada pelos Cearenses porque a casca se<br />

parece <strong>com</strong> a do "páo ferro" ou "jucá" do centro e<br />

meio-norte (Caesalpinia ferrea Mart. var. cearensis llub.).


342 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

PAO dc GAZOLINA — v. LOURO INHAMUHY-<br />

PÀO GI BOI A — ?<br />

Loc.-Ig. do Mamahurú e L. do Frechai (Mun. de<br />

Óbidos)— Rio Trombetas — Manáos.<br />

Mad — Bella madeira castanho- escuro - avermelhado,<br />

manchado de preto pardacento; dura, <strong>com</strong>pacta.— Para<br />

ebanisteria. — D = 1,28.<br />

PAO de HERVA DOCE — ?<br />

(Myrtaceas).<br />

( A. p. ou m. ).<br />

Loc.— R. Cuminá — L. Salgado.<br />

CAR.— As folhas tem o cheiro e o gosto de anis.<br />

PÀO de JANGADA falso — v. PENTE de MACACO.—<br />

APEIBA TI BO UR BOU Aubl.<br />

PÀO de JANGADA — (no Ceará) — v. PARAPARA-<br />

( Cordia tetrandra ).<br />

PÀO de JANGADA verdadeiro — v. PAO de BALSA.—<br />

PÀO JOFFREY — v. CINZEIRO. —<br />

PÀO de LACRE — VISMIA LATIFOLIA Chois. ( Guttiferaceas<br />

).<br />

Svx. Pdo dc febre ou de sangue (das Guyanas).<br />

( A. p. ) — HAB.- NO E. do Amazonas.<br />

Ind.— Dá uma gomma resina, a gomma-gutla americana.<br />

que serve para pintura.<br />

Med. pop — A resina é drastica; a casca é tónica e<br />

febrífuga.<br />

9<br />

PAO de LACRE— v. LACRE ( Vismia guianensis).<br />

n PÀO MARFIM verdadeiro- AGONANDRA BÇASI-<br />

LIENSIS Miers. (Olacaceas). r<br />

SYX.— Pdo d alho do campo 1 v<br />

(meio norte) — latú (Minas).


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 343<br />

( A. p. ou m.) — HAB.- Na matta de T. f. secca e baixa<br />

ou em certos campos de solo argilloso ou silico-argilloso.<br />

Loc.—Terras altas de Marajó — Monte Alegre—Óbidos<br />

— Ilhas de T. f. ao sul de Faro.<br />

CAR.— Casca espessa suberosa; fructos: bagas esphericas,<br />

de um verde azulado, parecidos <strong>com</strong> ameixas rainha-<br />

Claudia.<br />

Mad.— Branca, de grAo fino, <strong>com</strong>pacta, dureza media,<br />

fendendo-se pouco, tomando bello polimento, própria para<br />

ebanisteria e obras de torno. — D = 0,88.<br />

Ind.— O caroço encerra uma amêndoa oleaginosa que<br />

dá 53°/o de oleo amarei lo claro, grosso, muito viscoso que<br />

não fica ainda congelado a ( — 20^ C. ).<br />

Alini. anini.— Os fructos, doces e cheirosos, nAo sAo<br />

<strong>com</strong>estíveis, mas a caça os procura muito.<br />

Med. pop. —As folhas, em banhos, contra rheumatismos.<br />

PÀO MARFIM (do <strong>com</strong>mercio de Beiern)— v. PÀO MU-<br />

LATO da VARZEA —<br />

A madeira de ll páo mulato" é, erradamente, denominada<br />

u páo marfim " nas fabricas de moveis de Belem.<br />

PÀO MARFIM falso - v. MUIRAJUSSARA falsa—(Rauwolfia<br />

pentaphylla).<br />

PÀO de MASTRO - (Marajó)— v. QUARLBA AZUL.—<br />

QUALEA CAERULEA Aubl. (Vochysiaceas).<br />

PÀO de MOQUEM — (Aveiros) — AEGIPHILA<br />

(Verbenaceas).<br />

Med. pop.— Contra as moléstias dos bronchios.— Yomitorio.<br />

PÀO de MOQUEM — (Bôa Vista, no R. Tapajoz) —<br />

VERNOXIA SCABRA Persoon (Compostas),<br />

(a.).<br />

PÀO MULATO — (M. R. Tapr.joz) — v. MUIRAJUBA—<br />

(Apuleia molaris).<br />

PÀO MULATO da T. f.— CAPIRONA HUBERIANA<br />

Ducke (Rubiaceas).


344 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

( \ m.) —Loc.- R. Cuminá - R. Ariramba — R. Branco<br />

de Óbidos. . . ,<br />

CAR.-Tronco liso cuja casca esverdeada se desprende<br />

em grandes laminas, <strong>com</strong>o no Páo mulato da varzea.<br />

'Flores grandes, purpureas.<br />

Mad.— Quando verde, exhala um cheiro forte, muito<br />

desagradavel, de gaz de illuminação impuro — Branca, tenra.<br />

PÁO MULATO da T. f. — v. QUARUBA AZUL.—<br />

PÃO MULATO da T. f. — CAPIRONA DECORTI-<br />

CANS Benth. (Rubiaceas).<br />

Loc.—lurutv velho —Porto velho ( R. Madeira).<br />

PÀO MULATO da V. — CALYCOPHYLLUM SPRU-<br />

CEANUM Benth. (Rubiaceas).<br />

SVN".— Capivona ( Peru ).<br />

(A. g.) — HAB.- Matta da varzea.<br />

Loc.— Todo o Amazonas; no Alto Amazonas encontram-se,<br />

nas margens, mattas inteiras de páo mulato (capironaes).<br />

CAR.— Casca lisa, verde, passando ao pardo, caduca,<br />

deixando ver a camada interna, avermelhada.<br />

Mad.— Branco-pardacento, <strong>com</strong>pacta, de grão bastante<br />

fino; boa para marcenaria (páo marfim, de Belém).—Lenha<br />

excellente para usos domésticos. — D = 0,83.<br />

Para papel: rendimento em cellulose, 3S, 2%> (A. Bastos<br />

- M. C. P.).<br />

PÀO de OLARIA —CASEARIA STIPULARIS Vent<br />

Flacourtiaceas).<br />

(A. p.) - HAB.- Na T. f.<br />

Loc.— Óbidos.<br />

Mad.— Amarello-avermelhado, fibras direitas, homogênea,<br />

dureza media, não atacada pelo cupins — Procurada<br />

para caibros,<br />

f<br />

PAO PARA TUDO — SIMABA CEDROX Planch. (Simarubaceas).<br />

SYN.— Cedron (G. fr.).<br />

HAB.— Nas capoeiras de T. f. em Belem e em todo o<br />

Amazonas.


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 345<br />

(A. p.) — CAR.- Em forma de pequena palmeira, <strong>com</strong><br />

grande inflorescencia em pé no meio do bouquet de folhas<br />

terminaes.<br />

Me d. pop.— Toxico (?).— Fructos contendo duas amêndoas<br />

grandes, amargas, consideradas na G. fr. <strong>com</strong>o remedio<br />

infallivel contra mordeduras de cobras.— Estas amêndoas<br />

si\o também reputadas contra a dysenteria, a chlorose, as<br />

escrófulas e as febres intermittentes (substituindo a quinina<br />

sem produzir zumbido nos ouvidos).— Tonico de primeira<br />

ordem.<br />

A decocçüo da madeira é usada em banhos contra as<br />

irritações da pelle.<br />

O principio activo dos fructos seria um glucoside (Cedrina,<br />

de Levy); das folhas e da casca do tronco extrahiuse<br />

um glucoside (Simarubina, de Cl. Martins — M. C. P.—<br />

1929) que, provavelmente, é idêntico.<br />

PÃO POMBO—TAPI RIR A GUIANÉNSIS Aubl.<br />

(Anacardiaceas)<br />

SYX. — Fructa de pombo — Tapiriri — Tapiririca —<br />

Bois ti pi ré (G. fr.) — Cedro-y ( R. Tapajoz).<br />

(A. p. ou m.) — HAB.- Üma das arvores mais <strong>com</strong>muns<br />

no Estado, na matta secca ou inundada e nas capoeiras<br />

velhas de T. f. ( Belem).<br />

Mad*— Pardo'-roseo claro; bom para forros, marcenaria,<br />

caixas, carpintaria. — D = 0.70.<br />

Ind.— A casca contem tanninos: 9, 2 0 o ( E. Serfaty—<br />

M. C. P.).<br />

PÁO de POMBAS — v. COQÜILIIEIRO.—<br />

PAO PRETO — (E. de F. de Br.) — v. MLIR.Y-PAXIUBA.<br />

PÀO PRETO da T. f. — (Óbidos) — v. ARAPARY da<br />

T. f. — (Óbidos) .—<br />

PAO PRETO da V.— (? ) SWARTZIA sp<br />

(Leg. caesalp.).<br />

Mad.— Preta pardacenta, muito dura, mas grilo grosseiro.<br />

• »<br />

PAO RAINHA — (R. Branco, no E. do Amazonas) —<br />

CENTROLOBIUM PARAENSE Tui. (Leg. dalb.).<br />

SVN.— Cartanié.


346 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Mad.— Magnifica madeira, listrada de vermelho, amarei<br />

lo e preto.<br />

pÀO RAINHA — (Manáos) - v. MUIRA-PIRANGA —<br />

(Brosimum paraense).<br />

PÀO de RATO - ANDRIPET A LU M RUBESCENS<br />

Schott. (Proteaceas).<br />

PÀO REGO — (Mazagão) — ?<br />

CAR.— Tronco dividido longitudinalmente em lamellas<br />

cavadas quasi até o centro.<br />

PÀO de REMO — v. CARAPANÀUBA.—<br />

PÀO de REMO— v. MUIRA-XIMBE.<br />

PÀO de REMO — (S. Izabel) — PS EU DOC 111M A R R H IS<br />

TURBINATA (DC) Ducke (Rubiaceas).<br />

(A. g.).—HAB- Terra firme húmida.<br />

Loc.— E. de F. de Br. — Gurupá — R. Xingu.<br />

PÀO ROSA — PHYSOCALYMNA SC A BE R RIM UM<br />

Pohl. (Lythraceas).<br />

Chamado, ás vezes, por engano, "Sebastião de Arruda".<br />

(A. m.)— Mad.- Madeira bonita, branco roseo, fibras<br />

entrançadas formando fiôres. — D = 0.89.<br />

O 44 Páo rosa" do Sul ( Bois de rose, em Fr.) é uma<br />

Dalberg ia ( Leg. pap.).<br />

PAO ROSA — (Estuário) — v. LOURO ROSA - (Aniba<br />

terminalis Ducke).<br />

PÀO ROSA — (Santarém—Faro) — v. LOURO ROSA<br />

(Aniba parvifiora).<br />

PÀO ROSA — (R. Trombetas —Breves) — v. LOURO<br />

CAMPIIORA. #<br />

PAO ROSA verdadeiro - ANIBA ROSAEODORA<br />

Ducke (Lauraceas), na bacia do Oyapock.


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 347<br />

e AXIBA ROSAEODORA var. AMAZÔNICA Ducke<br />

( Lauraceas), no B. Amazonas.<br />

(A. g. ) — HAB.- Matta de T. f.<br />

Loc.- R. Oyapock — Juruty-velho — Mauhés— R. Jamundá.<br />

Mad.— Amarello-castanho claro; fácil de se trabalhar;<br />

empregada, ás vezes, pelos índios para fazer canoas.<br />

Iiui.— A madeira tem cheiro agradavel de rosa; pela<br />

distillaçáo extrahe-se um oleo essential : a essencia de Páo<br />

rosa, ou de sassafras (linalol); o rendimento é de 8 a 14<br />

kilos d'essencia por tonelada de madeira, <strong>com</strong> 70%> de linalol<br />

( maxim. ).<br />

PAO de RIPAS — ?<br />

SYN.— Bruto.<br />

PAO ROXO do CAMPO -- PELTOGYNE CAMPES-<br />

TRIS Hub. ( Leg. caesalp. ).<br />

(a) —HAB.- Campos arenosos de terra firme no R.<br />

Trombetas e no R. Jamundá.<br />

PÃO ROXO da T. f. — PELTOGYNE LE COINTEI<br />

Ducke ( Leg. caesalp.).<br />

SYN.—King wood (Ingl.).<br />

(A. g.)-'HAB.- Matta de T. f.<br />

Loc.— Óbidos — R. Tapajoz.<br />

J/cu/.— Pouco alburno, cerne desenvolvido (taboas até<br />

0m.80 deJargo ) —Madeira bastante dura, fibrosa, ondulada,<br />

grão fino, fácil de trabalhar, mesmo para esculptura, de cor<br />

pardo-castanho claro passando rapidamente ao roxo magnifico<br />

que vae escurecendo <strong>com</strong> o tempo — para ebanisteria.<br />

marcenaria fina, segeria, construcçáo naval, dormentes. —<br />

D = 0,86 a 1,00.<br />

PÃO ROXO da V. — PELTOGYNE DENSIFLORA<br />

Spruce (Leg. caesalp.).<br />

SYN.— ipê roxo ( Gurupá ) — Páo violeta ( Santarém ).<br />

( A. p. e tortuosa ) — HAB.- Varzeas arenosas inundadas.<br />

Mad.— Côr castanho no momento do corte, virando ao<br />

ro.\o ( *escuro até roxo preto - gráo muito fino, fibras direitas,<br />

dura, <strong>com</strong>pacta, para segeria, ebanisteria.— Dá raras vezes<br />

peças de grandes dimensões. — D = 1,05.


382<br />

. A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

PÁO de SALSA — (R. Tapajoz) — C A L LIA N D R A<br />

SU RINA M EN SIS Benth. (Leg. mim.).<br />

HAB.—Frequente nas capoeiras de t. f. ( Ideiem).<br />

(Â. p.)— CAR.- AS etaminas formam lindos penachos<br />

carmesim.<br />

Mad.— Amarellada, de fibras direitas, resistente, utilisada<br />

para bengalas.<br />

PÁO de SANTA MARIA — V. CANDEIA.—<br />

PÁO SANTO — (Belem — B. R. Tocantins) — ZOL-<br />

LERNIA PARAENS1S Hub. (Legum. caesalp.).<br />

SYN.— Muirapinima preta.<br />

( A. g.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

Loc.— E. de F. de Bragança — Alcobaça — Bôa Vista<br />

( R. Tapajoz)<br />

CAR — Casca escamosa.<br />

Mad.—Bella madeira de cor quasi preta, <strong>com</strong> grandes<br />

manchas amarello esverdeado escuro, virando pouco a pouco<br />

ao preto, muito dura, tomando polimento perfeito; para<br />

marcenaria de luxo e ebanisteria.— Nilo dá peças grandes.<br />

- D = 1,33.<br />

PÁO SANTO — (Gurupá) — TRICHANTHERA GI-<br />

GANTEA H. B. K. (Acanthaceas).<br />

(A. p.) — Loc.- Estuário do Amazonas— (iurupá —<br />

L. Salgado — R. Trombetas.<br />

Mad.— Madeira fofa.<br />

PÁO DE SEDA — v. CALABURA.—<br />

PÁO de SERRA— (Marajó) v. FARINHA SECCA.-<br />

OURATEA CASTA N EA E FO LI A Engl. (Ochnaceas).<br />

PÁO SETIM — v. PÁO AMARELLO.—<br />

PÁO SETIM - (R. Acre) - v. MUIRAJUBA. - •<br />

PÁO VIOLETE — (Santarém) v. PÁO ROXO da T. f.-


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 349<br />

PAO VIOLETE — (Ceará)- DALBERGIA CEA-<br />

RENSIS Ducke (Leg. dalb.).<br />

Sv.w— Brazilian Kingwood (Ingl.).<br />

Mad.— Linda madeira para marcenaria, torno, ebanisteria;<br />

é parda <strong>com</strong> listas regulares de um roxo claro.<br />

Em Belem importam esta madeira do Ceará para confeccionar<br />

pequenos objectos torneados.<br />

PAO de VIOLA — (Amazona.?—Pará) — CYTHARE-<br />

XYLOX CINEREUM L. (Verbenaceas).<br />

(A. p.).<br />

Svx.— Pdo de guitarra — Bombeira.<br />

On/.—De lindo aspecto quando carregado de cachos<br />

de fructos vermelhos.<br />

Mad.— Para marcenaria, caixoteria e fabricação de<br />

instrumentos de cordas.<br />

PAPA-TERRA — v. DOURADINHA. — VANDELLIA<br />

DIFFUSA L. (Scrophulariaceas).<br />

PAPA-TERRA — (Marajó) - BAS AN ACA NTH A SPI-<br />

NOSA (Jacq.) Schum. (Rubiaceas).<br />

PAPA-TERRA — (Marajó) — CHOMELIA ANISO-<br />

MERIS Mull. Arg. (Rubiaceas).<br />

PAPA-TERRA — (Marajó) — v. ESTRELLA.—<br />

PAPA-TERRA — (Furos) — POSOQUERIA LATI-<br />

FOLIA (Lam.) Roem. e Schulth. (Rubiaceas).<br />

Svx.— Açucena do matto.<br />

Mad— Madeira para bengalas, cabos de ferramentas,<br />

marcenaria, torno.<br />

PAPO de PERU —ARISTOLOCHIA div. esp<br />

(Aristolochiaceas).<br />

CAR.—Chamam URUBU-CÀA as especies cujas flores<br />

tem um cheiro fétido.<br />

PAPO de MUTUM — (Belem) — ?<br />

Mad.— Vermelha, forte.— Para vigamentos, dormentes.


350<br />

. A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

PAPOULA - HIBISCUS ROSA SINENSIS L. (Maivaceas).-Origin<br />

da China.<br />

( a. ) - Grande numero de variedades.<br />

Orn.- Cultivada nos jardins; tlores grandes, de formas<br />

e de cores variadas.<br />

PAQUERETE - TABERNA EMONT AN A MACRO-<br />

PHVLLA Muell. arg. ( Apocynaceas).<br />

( a. ) - Loc.- R. Tapajoz ( Bua \ ista ).<br />

CAR.—Latex branco; flores brancas.<br />

PARA = PRA :<br />

PARACARI — (Monte Alegre) — PELTODON RADl-<br />

CANS Pohl. (Labiadas).<br />

Svx — Hortelã brava — Boi a cad — Ment rasto (Alagoas<br />

) — Mel adiu ha (Pernambuco) — Iferva de S. João ( R.<br />

de Jan.).<br />

( PI. h. rasteira) — HAB.- Na areia secca.<br />

CAR — Flores arroxeadas.— Cheiro de hortelã e de<br />

herva cidreira.<br />

Ind.— Secca, tem um aroma agradavel e colloca-se<br />

entre a roupa para preservar das traças.<br />

Alim — Serve para tempero.<br />

Med. pof).— Carminativa e peitoral.—A tintura e o cozimento<br />

são empregados contra a asthma, a tosse coqueluchoide<br />

e contra as mordeduras venenosas; para acalmaias<br />

<strong>com</strong>ichões nas erupções cutaneas.<br />

PARACAXY — PENTACLETHRA FILAMENTOSA<br />

Benth. (Legum. mim.).<br />

SYX.—Pracachy — Paranácachê.<br />

(A. m.) — HAB.- Commum nos igapós e na terra firme<br />

humosa do estuário e do litoral; falta 110 B. Amazonas paraense<br />

mas encontra-se de Itacoatiára para cima.<br />

Mad.—Avermelhada, para marcenaria.-E' lenha muito<br />

usada para navegação a vapor.<br />

Ind.— Os fructos são enormes favas de 35 a 40 cm.<br />

de <strong>com</strong>prido.<br />

As sementes contem amêndoas oleaginosas dando 5l°/o<br />

de oleo amarello claro, <strong>com</strong>estível e proprio para lubrificação<br />

e fabricação de sabões.-Safra de janeiro a junfto.<br />

Med. pop.- A casca é rica em tanninos, adstringente;<br />

o po applica-se nas ulceras e feridas.


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS<br />

Orn- Notável pelas suas folhas finamente de<strong>com</strong>postas,<br />

escuras e brilhantes e pelos seus cachos cylindricos de flores<br />

brancas.<br />

PARACUIIUBA BRANCA do Estuário — MORA PARA-<br />

ENSIS Ducke (Leg. caesalp.).<br />

( A. G.> HA 13.- Matta da varzea.<br />

CAR. — Tronco sustentado por poderosos sapopemas.—<br />

Flores brancas, cheirosas, de janeiro a março.— Uma das<br />

arvores maiores cia região.<br />

Mad.— Cor de canella, dureza media, própria para<br />

construcçào, carpintaria, marcenaria, mas um pouco pesada.<br />

- D = 0,96.<br />

PARACUIIUBA VERMELHA do Estuário — São os indivíduos<br />

velhos de MORA PARAENSIS Ducke que attingem<br />

dimensões enormes.<br />

Mad.— Côr castanho pardo — dureza media, para marcenaria,<br />

carpintaria e dormentes.— D = 0,83.<br />

A especie visinha: Mora guianènsis Schomb.. da G. fr.,<br />

é assignalada <strong>com</strong>o "íire resisting" (Ponto de inflammação<br />

elevada e <strong>com</strong>bustão lenta ).<br />

PARACUIIUBA de T. f. — (Óbidos) — TRICHILIA LE<br />

COINTEI Ducke (Meliaceas).<br />

(A. m.) — HAB.- Em matta de T. f. silico-argillosa e<br />

bastante secca.<br />

Mad. — Vermelho-castanho claro, virando ao escuro,<br />

grào muito fino, dura e <strong>com</strong>pacta, <strong>com</strong> leve cheiro de rosa<br />

quando se corta.<br />

Usada para hastes de harpões.— Construcçáo civil.—<br />

D = 1,14.<br />

PARACUIIUBA CHEIROSA da V. — (Óbidos — Gurupá)<br />

-LE COINTEA AMAZÔNICA Ducke (Legum. caesalp.).<br />

(A. m.) —HAB.- Frequente na varzea argillosa do B.<br />

Amazonas e do Solimões sujeita ás inundações annuaes.<br />

CAR.—O tronco É sulcado profundamente no sentido<br />

longitudinal<br />

Mad.- O cerne é uma madeira bonita, castanho-a vermelhado<br />

escuro, homogêneo, <strong>com</strong>pacto, de gráo fino, r.áo<br />

rachando facilmente, trabalhando-se bem no torno; para<br />

ebanisteria fina, mas somente em peças pequenas.— Cheiro<br />

de rosa quando se corta ou queima - Dá um carvAo de<br />

351


352 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

grande poder calorífico.— O alburno serve para cabos de<br />

machados e o cerne é preferido para a suumbci das frechas<br />

de frechar tartarugas. — D = 1.25.<br />

Alim. animOs fructos silo procurados pela caça.<br />

PARACUHUBA DOCE — (Breves) — v. PAO DOCE,<br />

de Breves.—GLYCOXYLON HUBERI Ducke (Sapotaceas).<br />

PARACUHUBA de LEITE — v. PAO DOCE — (Breves)<br />

PARACUHUBARANA — (Rio Branco, de Óbidos) —<br />

TRICH1LIA (Meliaceas).<br />

PARACUTACA — (B. Amazonas) — v. MUIRACUTACA<br />

PARACUTACA — (Alto Trombetas) — S W A R T ZIA<br />

DUCK EI Hub. (Leg. caesalp.).<br />

(A. m.) —HAB.- Nas margens do R. Mapuera.<br />

PARAJUBA — v. POROROCA.—<br />

PARAMARIOBA — ( Monte Alegre) — v. FEDEGOSO—<br />

(Beiern).—<br />

PARAMARIOBA — (Rio Capim) — C ASS IA HIR-<br />

SUTA L. (Leg. caesalp.).<br />

( a. p.) — HAB.- Em terrenos abandonados.<br />

Loc.— R. Capim — Alcobaça — Monte Alegre.<br />

Med. pop. Antisyphilitica e febrífuga.<br />

PARANARY— v. PARINARY, no Alto Amazonas.—No<br />

Pará é synonymo de Pajurá da matta (Parinarium montanum)<br />

e do Parinarium Rodolphi Hub.<br />

%<br />

PARAPARA — (Amazonas) — v. CARAUBA.—<br />

PARAPARÀ - SC HEFFL E RA PA R A ENSIS Hub.<br />

(Arahaceas).<br />

Loc.— E. de F. de Bragança.<br />

9<br />

PARAPARA — v. MOROTOT(').—<br />

PARAPARA — v. ARVORE de UMBELLA — (Cordia<br />

umbracuhfera DC.).


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 353<br />

PARAPARA — (Marajó) —CORDIA TETRANDA<br />

Aubl. (Borraginaceas).<br />

SVN.— Urud, ou iiruasciro (Faro) — Pão de jangada<br />

i dos Cearenses ).<br />

(A. p.).—HAB.- NO estuário, no litoral e no B. Amazonas,<br />

em terrenos periodicamente inundados.<br />

CAR.—Copa em forma de chapéu de sol.<br />

J\/ad. — Alvacenta, pouco <strong>com</strong>pacta, leve.<br />

PARASITAS:<br />

PARASITAS — Nome vulgar dado erradamente «ás<br />

ORCHIDEAS que são plantas epiphytas e não parasitas.<br />

Grande numero de especies, a maior parte sem nome<br />

vulgar.<br />

ACACALIS CYANEA Schlecht.<br />

CAR.— Magnilicos cachos de ílores roxo claro e purpureo<br />

escuro, conservando se dois mezes.—Em Juruty Velho,<br />

K. Jamundá, R. Negro, Alto R. Tapajoz.<br />

ANGRAECUM TENUE Lindl.<br />

Epiphyta das arvores fructiferas cultivadas.—No B.<br />

Amazonas.<br />

BAUNILHA — v. BAUNILHA.—<br />

BAUNILHA de CACADOR — SOBR ALI A LILIAS-<br />

TRUM Lindl.<br />

CAR.—Bellas flores brancas muito delicadas, pouco duráveis<br />

(2 dias), mas succedendo-se durante quasi um mez<br />

na extremidade da mesma haste. — Commum nas margens do<br />

R. Jaramacarú (Campos do Ariramba), junto ás cachoeiras.<br />

BAUNILHA de CACADOR — SELENIPEDIUM ISA BE-<br />

LI A NUM Barb. Rodr. "<br />

CAR. — PI. h. de quasi 1 m. de altura que se encontra<br />

cerca, de Beiern e nas mattas da E. de F. de Br. — O fructo<br />

cheira a baunilha. — Flores amarello claro.


354 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

BAUNILHASINHA - (Pará) - SOBRALIA PUBES-<br />

:ENS Cogn.<br />

çAK. _ Flores amarello pallidas, aromaticas.<br />

BAUNILHASINHA — (Pará) — v. BAUNILHA de<br />

CAÇADOR (Selenipedium Isabelianuni B. R.).<br />

B1FRENARIA S ABU LOSA Barb. Rodr.<br />

HA 13. — No R. Jamundá — Flores em Janeiro.<br />

BOCCA de DRAGÃO — Genero Epidendron :<br />

(?) EPIDENDRON ANCEPS Jacq. -<br />

EPIDENDRON CAESPITOSUM Bar. Robr. —<br />

Terrestre, nos terrenos arenosos. — Commum<br />

no R. Trombetas. Campos do Ariramba, Campos<br />

de Faro, no B. Amazonas.<br />

(?) EPIDENDRON ELONGATUM Jacq.—<br />

Terrestre.<br />

EPIDENDRON FRAGRANS Sw. —<br />

Terrestre ou epiphyta — Flores em março.<br />

EPIDENDRON ONCIDIOIDES Lindl. —<br />

Epiphyta — Flores de julho a outubro (muito odoríferas).<br />

EPIDENDRON SCHOMBURGKII Lindl.<br />

EPIDENDRON MAPUERAE Hub.<br />

Terrrestre — Flores amarelladas. — Nas campinas<br />

do R. Mapuera.<br />

EPIDENDRON IMATOPHYLLUM Lindl.<br />

Cresce nos ninhos de formigas, sobre os ramos<br />

ou os troncos das arvores. — Flores rosegs.<br />

(?) EPIDENDRON NOCTURNUM Jacq. -


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS<br />

355<br />

Epiphyta — Flores amarelladas e verde-claro,<br />

aromaticas.<br />

EPIDENDRON RANDIANUM Lindl.—<br />

Cachos de flores elegantes, de perfume delicado<br />

(de noite). — No L. de Curumú, de Óbidos.<br />

EPIDENDRON VARIEGATUM Hook.—<br />

Epiphyta ou terrestre (em cima de rochedos) —<br />

Flores em setembro, verde-amarelladas, <strong>com</strong><br />

maculas castanho-escuras.<br />

BR ASSA VOLA MARTI AN A Lindl. -<br />

Epiphyta — Numerosos cachos de flores brancas muito<br />

perfumadas (de noite). — Flores de janeiro a março. —No<br />

B. Amazonas. — R. Maracá.<br />

BRASSI A CAUDATA. — Flores curiosas, <strong>com</strong> longo<br />

filamento pendurado da pétala inferior.<br />

CABEÇA de BOI — STANHOPEA INSIGNES Fr. —<br />

Epiphyta.<br />

CATALEA —Gen. CATTLEVA:<br />

Flores bellas e duráveis.<br />

CATTLEYA SUPERBA Lindl. —<br />

Flôres grandes, roxas, conservando-se um mez<br />

— Perfume penetrante. — Epiphyta, nos igapós<br />

(R. Jamundá— R. Mapuéra— R. Trombetas).<br />

CATTLEYA ELDORADO Lindl. —<br />

Flôres. grandes, magnificas, roseo pallido, branco<br />

e centro amarello ( Uma das mais lindas orchideas<br />

). — No R. Negro.<br />

CATTLEYA LUTEOLA Lindl. —<br />

Flôres de côr amarello esverdeado e amarello<br />

alaranjado, <strong>com</strong> maculas e estrias purpureas.—<br />

• Na Ilha de Marajó.<br />

CATASETUM — Grande numero de especies de<br />

flôres curiosas, muitas vezes perfumadas:


356 A AMAZONIA BRASILEIRA.<br />

CATASETUM SACCATÜM Lindl.<br />

Flores grandes, aromaticas, de formas exquesitas.<br />

CATASETUM ALBUM VIRIDIS Bar. Rodr.<br />

( Na Ilha de Marajó.)<br />

CATASETUM CILIATUM Barb. Rodr.<br />

Epiphyta; flores pequenas, amarelladas e brancas<br />

<strong>com</strong> listras transversaes.<br />

CATASETUM DISCOLOR Lindl.—<br />

Flores verde-pallido e castanho escuro.<br />

CATASETUM GNOMUS Lindl. —<br />

Epiphyta. — Flôres verde-pallido <strong>com</strong> punctuações<br />

purpureas.<br />

CATASETUM LEMOSII Rolfe.<br />

Terrestre.<br />

CATASETUM CHRISTYANUM Rchb. f. —<br />

Flôres verde-amarelladas; muito ornamental.<br />

CATASETUM FIMBRIATUM Lindl.<br />

Ornamental — nome vulgar : Colla de sapateiro.<br />

CATASETUM MACROCARPUM Rieh. -<br />

CVRTOPODIUM CRISTATUM Lindl.-Especie menor,<br />

terrestre, dos planaltos seccos (Serra de Itauajury) e<br />

nos campos (Almeirim) — Flôres amarellas <strong>com</strong> pétalas<br />

crespas, conservando-se mais de um mez.<br />

CYRTOPODIUM<br />

Grandes folhas c forte espiga de flôres de mais 1 m.<br />

de alto.<br />

CHITAS — (no sul) — .... Genero ONCIDIUM:<br />

ONCIDIUM BAUER 1 Lindl., = ONCIDIUM AL-


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS<br />

357<br />

Flores amarellas muito numerosas, formando<br />

grandes ramalhetes em hastes <strong>com</strong>pridas de 1<br />

m. até 2 m.<br />

Epiphyta. mas vive bem r.a terra.<br />

ONCID1UM CEBOLETA Swartz. — Em Marajó.<br />

Rabo de tatá, no Ceará — Flores em agosto.<br />

ONCIDIUM IRIDIFOLIUM H. B. K. - Bonitas<br />

flores amarellas.<br />

ONCIDIUM LANCEANUM Lindl.<br />

Vulg. Orelha de burro. — Epiphyta, na matta<br />

grande de T. f. — Espigas grossas de lindas<br />

flores roxas, pintadinhas de castanho, conscrvando-se<br />

de 20 a 25 dias — Perfume delicado.<br />

Loc. — R. Branco de Óbidos. — Bragança —<br />

Rio Tapajóz.<br />

ONCIDIUM PHYMATOCHILUM Lindl.<br />

GALEANDRA :<br />

GALEANDRA DEVONIANA Schomb.—<br />

Flores tubulares, côr rósea, riscadas, pouco vistosas,<br />

mas de um perfume penetrante. — Epiphyta.<br />

Loc." — R. Jamundá — R. Negro. —<br />

GALEANDRA JUNCEA Lindl.<br />

Terrestre. — Loc. — Campos de Almeirim.<br />

GOGO de GUARIBA — Gen. CORYANTHES.(Estuario).<br />

HA BEN A RIA PAUCIFLORA Reichb. f. —<br />

Terrestre. — Loc. — Nos campos de Almeirim e de Arolos.<br />

JONOPSIS PANICULATA Lindl. -<br />

Graciosas paniculas de flores pequenas, leves, elegantes,<br />

côr roxo, até roxo lilaz. — Epiphyta.<br />

Loc. — Abundante no R. Cuminá-mirim.


358 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

MAXILLARIA RUFESCENS Lind.<br />

Epiphvta — As raizes são munidas de longos espinhos.<br />

POGOXIA RÓSEA Reichb. —<br />

Loc. — Nos campos do Jaramacarú ( R. Ariramba.)<br />

RODRIGUESIA SECUNDA.-<br />

De pequenas dimensões; cachos de pequenas flores côr<br />

de rosa. '<br />

Loc.— Apparece <strong>com</strong> frequência nas arvores dos jardins;<br />

<strong>com</strong>mum nas mangueiras de Belem.<br />

SAPATO de VÉNUS— STANHOPEA EBÚRNEA<br />

Lindl.<br />

Flores grandes, branco de marfim, esplendidas, conservando-se<br />

somente até a fecundação.<br />

SCHOMBURGKIA CRISPA Lindl. —<br />

Numerosas paniculas de flores amarellas, crespas.<br />

SOBRALIA ROXA —<br />

Grandes e bonitas flores roxas, não se conservando<br />

mais de um dia e nascendo isoladas.<br />

SPIRANTHES ACAULIS Cogn. —<br />

HAB.— Terrestre.<br />

Loc.— Mazagão.<br />

SUMARÉ — CYRTOPODIUM ANDERSONII R. Br.e<br />

CYRTOPODIUM PUNCTATUM Lindl. -<br />

Com os pseudo-bolbos prepara-se uma colla.<br />

TRICHOCENTRUM TIGRINUM Lindl. -<br />

Loc. — No R. Maracá.<br />

PARATURÀ- (?) REMIREA MARÍTIMA Aubl. (Cvperaceas).<br />

•<br />

(PI. h. rasteira). —<br />

Svx. - Barba de boi.<br />

Med. pop. — Raizes aromaticas que dão sobre a língua


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS<br />

359<br />

uma impressão picante e agradavel. — A infusão da raiz é<br />

sudorífica e diurética — O cozimento da raiz cura as gonorrheas.<br />

PAR ATURA— v. CAPIM da PRAIA. — SPART1NA<br />

BRASILIENSE Raddi (Gramíneas).<br />

PARICA — (Rio Trombetas) — SCHIZOLOBIUM<br />

AMAZONICUM (Hub ) Ducke (Lcgum. caesalp.).<br />

(A. g.). — Vizinho do "Bacurubú" de Rio de Janeiro<br />

(Schizolobium excelsum Vogel.).<br />

HAB. — Na T. f.<br />

Loc. — Alcobaça — Altamira — Itaituba — Monte-<br />

Alegre — R. Branco de Óbidos — L. Salgado (do Cuminá ).<br />

CAR. — Tronco direito, alto ; folhas enormes.<br />

Mad. — Molle, leve, branca, para canoas, forros, phosphoros<br />

e papel.<br />

PARICÀ BRANCO — ACACIA POLYPHYLLA DC.<br />

(Leg. mim ).<br />

SVN. — Paricárana de espinhos — Espinheiro preto<br />

i Monte Alegre).<br />

(A. m.) —IIAB.- Commum nas varzeas argillosas das<br />

margens do Amazonas e de alguns aflluentes — Encontra-se<br />

também na T. f. argillosa.<br />

Loc. — B. Amazonas — B. R. Trombetas — Santarém<br />

— M. R. Tapajoz — M. R. Xingú — M. R. Tocantins<br />

— Rio Negro.<br />

Mad.— Pardo-amarellado, grão fino; cheiro nauseabundo<br />

de bacalhau, quando húmido. — D =0,24.<br />

Para obras internas e marcenaria.<br />

Ind. — Para papel: rendimento cm cellulose, 39 %<br />

(A. Bastos —xM. C. P.).<br />

A casca contem tanninos: 8,9 °/o (E. Serfaty — M. C. P.).<br />

PARICÀ BRANCO — (Santarém) — v. PARICA da<br />

T. f. (Piptadenia suaveolens ).<br />

PARICA de CORTUME — v. PARICA da T. f. (Piptadenia<br />

peregrina.)<br />

PARICÀ de ESPONJAS — (Óbidos—Belem) — PAR-<br />

KIA ULEI (Harms) Kuhlm. (Leg. mim.).<br />

SYN. — Esponjeira (Almeirim).


360 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

g.) HAB.- Frequente em matta não inundada<br />

<strong>com</strong> solo arenoso. .<br />

CAR. — Flores brancas virando ao amarello, cheirosas<br />

— Vagens avermelhadas.<br />

Mad. — Quasi que não tem alburno; o cerne é amarello-castanho<br />

claro, duro, de fibras grossas.<br />

PARICÀ GRANDE da T. f. — ( Óbidos — M. R. Trombetas)—FARKIA<br />

MULTIJUGA Benth. (Leg. mim ).<br />

( A. g.) — HAB. — Matta grande da T. f. e da V.. no<br />

estuário e parte occidental da bacia ( muito frequente no Solimões);<br />

somente na T. f. ao norte de Óbidos.<br />

CAR. — Folhas muito grandes — Flores brancas.<br />

Mad. — Dureza media.<br />

PARICÀ GRANDE da T. f. — (Óbidos) — PIPTADE-<br />

NIA SUAVEOLENS Miq. (Leg. mim.).<br />

SYX. — Paricd branco (Santarém) — Paricachy (Santarém)<br />

— Timbô da matta — limbô-uba — Timborana<br />

(Belem).<br />

. (A. G.) — HAB.- Na T. f.<br />

Mad. — Vermelha e forte.<br />

Ind. — A casca contem tannino e é pouco colorada.<br />

PARICÀ GRANDE da V. — (B. Amazonas)—PITHECO-<br />

LOBIUM NIOPOIDES Benth. (Leg. mim.).<br />

SYX. — Pari car ana ( B. Amazonas — Óbidos ) — Mapaxiquy<br />

(Monte Alegre).<br />

(A. G.) — HAB.- Muito frequente nas varzeas da parte<br />

occidental do B. Amazonas paraense, nos cacauaes.<br />

CAR. — Casca lisa, côr ferruginosa ou esbranquiçada<br />

(quando velha) — Tronco relativamente curto, mas galhos<br />

muito <strong>com</strong>pridos, dispostos quasi verticalmente. — Flores em<br />

janeiro-fevereiro.<br />

Mad. — Branco-amarellado; grão grosseiro; fibrosa.<br />

"" (X / / •<br />

— Para papel: <strong>com</strong>pr. das fibras, 1,43 - diam.,<br />

0,018. (A. Bastos — M. C. P.).<br />

^OTKT P WÍ C 4í! a T ; f - - (Óbidos)— PIPTADENIA PERE-<br />

GRINA (L.) Benth. ( Leg mim.).<br />

y Par Í C(i dc cor/ume — Angico (dos Cearenses)<br />

— Aiopó (Alto Amazonas).


ARVORES E PLANTAS (JTELS 361<br />

(A. m. ). - HAU.- Em regiões de campos não inundados.<br />

Loc. — Cametá - Almeirim — Monte Alegre — Santarém<br />

— Ciçatanduba (Óbidos) — Ilhas no campo de Macapá.<br />

Mad. — Castánho-vermelho, fibrosa, grfto grosseiro. —<br />

D. = 0,95.<br />

frui. — Da cíisca exsuda uma gomma parecida <strong>com</strong> a<br />

gomma arabica. A casca é rica em tanninos, bôa para a<br />

industria do cortume — tanninos na casca, 16, 4 o/0 nas<br />

folhas 11, 7 o/o (E. Serfaty — M. C. P.).<br />

Me d. f)Of>. — A gomma é um poderoso bechico ( contra<br />

resfriamentos, bronchites, pneumonias. ). — As cascas são<br />

usadas nas dysenterias e contra as hemorrhagias uterinas. —<br />

Com as sementes, os índios fabricam uma sorte de rapé, o<br />

niopô: as sementes são seccas ao sol e trituradas; o pó<br />

soprado nas ventas produz uma excitação muito grande, loquacidade,<br />

cantos, gritos, saltos.<br />

PARICACHY — (Serra de Santarém) — v. PARICÀ da<br />

T. f. (Piptadenia suaveolens).<br />

PARICÀ-RANA — (B. Amazonas)— v. PA RICA GR AN -<br />

DE da V.—<br />

PARICÀ-RANA — (Tonantins — Solimões) — PIPTA-<br />

DENIA OP ACI FOLIA Ducke ( Leg. mim.).<br />

PARICÀ-RANA de ESPINHOS — (B. Amazonas) —<br />

v. PARICA* BRANCO.—<br />

PARICÀ-RANA — (Pará) — v. BARBATIMÃO.<br />

PARICAZINHO — (Óbidos) — A ESCH V N OME N E<br />

S E N SITI V* A S\v. ( Leg. pap. hedysar.).<br />

(a. p.—até 3 m de alt. e 30 cm. de circumf. na base<br />

do tronco).<br />

Svx.— Cortiça— Corticeira do campo (Marajó—Beiern).<br />

HAB.—Nos terrenos pantanosos abertos e nas margens<br />

dos lagos.<br />

Ind.— As hastes, debaixo de um epiderme delgado, de<br />

côr parda, tem uma contextura suberosa, analoga a da medulla<br />

de sabugueiro, mas mais fina e mais rigida; a massa


362 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

cellulosica é de um branco puro. — Podem ser utilisadas<br />

para as preparações entomologicas, para bóias, salva-vidas,<br />

<strong>com</strong>o isolador thermico, em razão da sua pouca conductibilidade.<br />

No B. Amaz. a época mais favoravel para a colheita<br />

é em março.<br />

Na China, a Aesch. paludosa serve para preparar<br />

o papel chamado 11 de arroz<br />

Na índia, a AcscJi. aspera 6 utilisada para material<br />

de pescaria, <strong>com</strong>o isolante e para a fabricação de<br />

brinquedos.<br />

Na Indo-China, as Aesch. aspera e Aesc/i. indica<br />

servem para a fabricação de chapéus coloniaes.<br />

PARICAZINHO — (Macapá) — v. PAO de CANDEIA<br />

— PLATHYMENIA RETICÜLATA Benth. (Leg. mim.).<br />

PATIIXARI. — PARINARIUM BRACHYSTACHYÜM<br />

Benth (Rosaceas).<br />

(A. m.) —HAB.- Frequente nas margens de lagos e<br />

rios.<br />

PARINARI — (Gurupá e Almeirim) — v. PAJURA da<br />

MATTA —<br />

PARINARI — (Belem) — PARINARIUM RODOLPHI<br />

Hub. (Rosaceas).<br />

SVN. - Paranaw — Farinha secca.<br />

(A. G.) - HAB.- Na T. f. de Belem e E. de F. de Br.<br />

— R. Tocantins ( Alcobaça).<br />

CAR.—Fructos menores do que o pajard da inatta<br />

(6-7 cm./3-4 cm.); caroço áspero mas não sulcado.—Fructos<br />

muito duros e <strong>com</strong>pactos.— Não <strong>com</strong>estíveis.<br />

Ind.— A casca exterior desta arvore é utilisada pelas<br />

formigas tracads para fazer ninhos que se parecem <strong>com</strong><br />

isca; estes ninhos são muito abundantes no Solimõcs e são<br />

procurados pelos índios.<br />

PARINARI — (E. do Amazonas) — COUEP1A CRY-<br />

SOCALYX Benth. (Rosaceas).<br />

Svx. - Parinary - Paracari — Paranary<br />

( A. m.). — HAB.- No Alto Amazonas.<br />

Ahni— Fructos <strong>com</strong>estíveis, do tamanho dos de umarv.


ARVORES E PLANTAS (JTELS 363<br />

PARIPAROBA — V. CAAPEUA.—<br />

PARIRI — (Pará e Amazonas; — LUCUMA «PARIRY<br />

Ducke (Sapotaceas).<br />

SYN. — Fructão ( Rio Tocantins ).<br />

(A. g.) — HAB.- Matta grande da T. f. argillosa e<br />

fértil — Cultivado nas restingas argillosas das varzeas do<br />

Baixo Amazonas.<br />

Loc.—R. Tocantins—R. Xingú — R. Branco de Óbidos<br />

— R. Madeira - R. Punis — R. .luruá.<br />

Alim. — Fructo <strong>com</strong>estível — ovoide, verde, da grossura<br />

de uma bella laranja, carnudo; a polpa, quasi branca,<br />

vira ao violáceo na luz — é muito acida, mas, addicionada<br />

de assucar, torna-se saborosa.<br />

Em Óbidos, os fructos são maduros de fevereiro até<br />

abril. — Dizem que o " pariri" leva cerca de 60 annos para<br />

fructificar (>).<br />

PARIRYSINHO — (R. Tapajoz) — ISCHNOSIPHON<br />

SURINAMENSTS (Miquel) Koernicke (Marantaceas).<br />

PARIRY — (Belem) — v. CARAJURlí.— .<br />

PARIRY — (Amazonas) — CALATHEA sp. (Marantaceas<br />

).<br />

CAR. — Especie de 41 arumá<br />

PARREIRA BRAVA — (Marajó) — CHONDRODEN-<br />

DRON 'FOMENTOSUM R. e P. (Menispermaceas).<br />

(Cipó). -<br />

Meà. — ( raiz e caule) —Diurético, emmenagogo e febrífugo.—Internamente,<br />

na hydropisia e nas areias; externamente,<br />

<strong>com</strong>o resolutivo nas orchites chronicas e nas contusões<br />

-Contem um acaloide: a Beberina (Fluckiger ),<br />

<strong>com</strong>o a abutua.<br />

PARREIRA BRAVA — (Marajó) — CISSAMPELOS<br />

A R R EIR A L. (Menispermaceas).<br />

rcipó).-<br />

Svx. — Abutua — Butua — Caápcba<br />

Loc. — Dunas de Marajó.


398 A AMAZONIA BRASILEIRA.<br />

Jiled. — Raiz tônica, amarga, febrífuga, diurético poderoso<br />

(cálculos renacs, gotta) — Util na hydropisia, na falta<br />

de menstryos.—Contem um alcalóide: a Pelosina (Wiggers<br />

— 1840), idêntica a Bcberina ou Nrctandrina (Maclagan—<br />

1845) do Louro bibirú, <strong>com</strong> propriedades analogas ás da<br />

quinina.<br />

PARREIRA BRAVA — v. ABÜTUA (Abutua concolor<br />

Poepp.—<br />

PARREIRA BRAVA branca —(?) CISSAMPELOS TO-<br />

NI ENTOSA Vell (Menispermacêas).<br />

(Cipó). —<br />

SYN. — Fani.<br />

Med. — Toxica; affirmam que entra na <strong>com</strong>posição do<br />

curare (haste e raiz).<br />

PARREIRA VERDADEIRA —VITIS VIXIFERA L.<br />

( Ampelideas). — Origin. da Asia meridional.<br />

Cultivada nos jardins. — Dá em qualquer época do<br />

anno; cachos maduros tres mezes depois da poda — Fructos<br />

muito azedos em tempo de chuvas, doces e perfumados na<br />

estação secca. —<br />

PARTASANA — (Marajó) —TYPHA DOMINGENSIS<br />

Pers. (Tvphaceas).<br />

PI. h. até 3 m.). — Nas baixas atolentas.<br />

SYN. — Tabita ( no Sul ) — Buli rush (íngl.).<br />

Ind.— Fornece material para esteiras, obras trançadas<br />

diversas — cellulose para papel. O pollen é succedaneo do<br />

lycopodio.<br />

Al int. — Rhizoma alimentar.<br />

PAR URU - v. ACHUÀ (Saccoglottis guyanensis Benth.).<br />

PATAQUÊRA — (Macapá)—HYPTIS a ff. SÜAVEO-<br />

LENS (L.) Poit. (Labiadas).<br />

(PI. h.).—H AB.- Em logares abertos e muito seccos.<br />

Jc X T> AQ V ÊRA - (Marajó) - CONOBEA SCOPARI-<br />

OIDhS Benth. (Scrophulariaceas).<br />

SYN. — Vassourinha do brejo.


Palm. Mi ri (y ( Mauritia flexuosa)


ARVORES E PLANTAS (JTELS 365<br />

(PI. h. — 0m60 ).— HAB - Hcrva aromatica que se encontra<br />

nas aguas dos riachos.<br />

CAR. — Cheiro penetrante.<br />

Mcd pop. — Ke<strong>com</strong>mendada contra o beri-beri.<br />

PATAQUERA — (Marajó) — CONOBEA AQUATIÇA<br />

Aubl. (Scrophulariaceas ).<br />

Svx.— Vassourinha d'agua.<br />

(PI. h.) — HAB.- Nas aguas dos riachos.<br />

Med. pop.— Excitante, aromatica (em banhos).<br />

PATCHOLI — (Marajó) — ANDROPOGON SOUAR-<br />

ROSUS L. f. (Gramíneas) = ANDROPOGON MURICA-<br />

TUS Retz.<br />

(PI. h. de 1 m. a lm.50).— Origin. da índia.—Cultivado.<br />

Svx.— Vetiver.<br />

Ind. — A raiz. fortemente aromatica, colloca-se nas gavetas<br />

para perfumar a roupa e afugentar os insectos.—<br />

As folhas podem servir para cobrir as casas.—Com a raiz<br />

fazem-se escovas e tapetes perfumados.— Com as folhas fabricam<br />

também solidos chapéus.<br />

Mcd. pop.— Infusão contra hysteria, enxaqueca — carminativo<br />

energico.<br />

PATUQUIRY — (Santarém) — v. LOURO FAIA.—<br />

PAXIUBA-RANA — v. ANANY da T. f.—<br />

PAXIUBA-RANA — TOVOMITA TRIFLORA Hub.<br />

(Guttiferaceas).<br />

Loc.— Gurupá.<br />

Mad.— Madeira para obras internas— carvão, lenha.<br />

PAXIUBA-RANA miúda — v. MANGUERANA.—<br />

PÊ de BOI - (Óbidos) — BAUHINIA MACROSTA-<br />

LH\A Benth. (Legum. caes.).<br />

JA. p.) —Capoeiras de T. f. e margem de campos da<br />

1. f. — Frequente em todo o E. do Pará — Invade, ás<br />

v ezcs. os campos artificiaes, prejudicando a pastagem.<br />

Svx. — Mo ró ró ( Ceará).


366 A A.MAZOXIA BRASILEIRA<br />

Loc — Caopos do Matapi e do Mariapixy — Alcobaça<br />

— Porto de Moz — Almeirim - Monte Alegre— Santarém<br />

— Óbidos - Faro - M. R. Xingu - M. R. 1 apajós.<br />

Mad. _ Excellente madeira para bengalas flexíveis e<br />

muito resistentes. — Madeira amarello-castanho, dura. grilo<br />

fino, fibras flexíveis e resistentes, tanto no alburno <strong>com</strong>o no<br />

cerne pouco desenvolvido. — D = 1,03.<br />

Casca fibrosa.<br />

PE de BOI - (Oriximiná) -BAUHIXIA BICUSPIDA-<br />

TA Benth. (Legum. caes.).<br />

( a ). — Raro.<br />

PÊ de CABRA — v. SALSA da PRAIA.—<br />

PÊ de GALLINHA — (Marajó) — v. CAPIM PE de<br />

GALLI NHA.<br />

PEDERNEIRA — (Belem) — ?<br />

Mad. — Amarei la—para moveis, construcçòes, dormentes.<br />

PEDRA-HUME-CAÀ — MYRCIA SPHAEROCARPA<br />

DC. (Myrtaccas).<br />

(a. p.) — HAB.- Campos seccos e capoeiras na areia<br />

secca.<br />

Loc.— Monte Alegre — Óbidos — Marajó.<br />

CAR. — Toda a planta é fortemente adstringente.<br />

J/ed.— Raiz c folhas — A decocçào das folhas é soberana<br />

contra o diabetes (10 folhas num 1/2 1. d'agua, tomado<br />

em 3 vezes por dia) — O principio activo é um alcalóide:<br />

a Myrcina (D. Cl. Martins, 1929 — M. C. P.). - Util<br />

também nas diarrheas, enterites, hemorrhagias, cholerina,<br />

aphtas.<br />

PEDREIRA — :><br />

•<br />

PEGA PINTO -BOERHAYIA PAXICÜLATA Rich.<br />

— V. SOLIDONIA.—<br />

PENNACHO - (Marajó) - PAXICUM CA1EXXEN-<br />

Lam. (Gramíneas)


ARVORES E PLANTAS (JTELS 357<br />

(PI- h. de 1 m30). — Hab.- Nos montículos dos campos<br />

altos.<br />

PENTE DE MACACO — APEIBA TIBOURBOU Aubl.<br />

(Tiliaceas).<br />

Svx. -Pão de jangadas—Bois de mèche (G. fr.)~<br />

Cortiça.<br />

(A. m. ou p.)—HAB.- Commum nas capoeiras de T. f.<br />

CAR.— Fructo: capsula coriacea, larga <strong>com</strong>o a palma<br />

da mão, redonda, achatada, erriçada de pontas molles, esverdeadas,<br />

sendo mais <strong>com</strong>pridas as da circumferencia.'<br />

Mad.— Branco-pardo, muito leve, utilisada para ianíradas.<br />

_ D = 0,18 a 0,26. J *<br />

Para papel: Comprim. das fibras, 1,32 —diam. 0,018.<br />

(Benj. Cordeiro — M. C. P.).<br />

PENTE DE MACACO — APEIBA PETOUMOU Aubl.<br />

(Tiliaceas).<br />

< A. g. \<br />

Loc.— Rio Mapuera e alto R. Negro.<br />

CAR.— Fructo: capsula coriacea, redonda, <strong>com</strong>primida,<br />

erriçada de pontas densas, delgadas, flexíveis, lenhosas, recurvadas,<br />

de 4 a 5 cm. de <strong>com</strong>pr.<br />

Mad.— Leve e branca.<br />

PENTE DE MACACO— APEIBA MACROPETALA<br />

Ducke (Tiliaceas).<br />

Svx.— Pente de macaco preto (R. Tapajoz).<br />

(A. g.) — HAB.- Na matta grande não inundavel.— Especie<br />

vizinha da precedente, bastante frequente no E. do<br />

Pará.<br />

CAR.— Fructos e folhas parecidos <strong>com</strong> a Ap. petomou.<br />

PENTE DE MACACO — APEIBA ASPERA Aubl. (Tiliaceas<br />

).<br />

(A. g ) — Loc.- Frequente no alto Amazonas.<br />

CAR.—Fructo: Capsula da largura da mão, castanhoescuro,<br />

coriacea, coberta de pequenas pontas rombas.<br />

Mad.— Madeira branca e leve.<br />

Ind.— A casca dá bôa envira.<br />

PEPALANTIIO—(Marajó)— PAEPALANTHUS e<br />

SYNGONANTHUS, esp. div. (Eriocaulaceas ).


368 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

H \B> — Nos terrenos consistentes encharcados. — O<br />

nome pepalanthotirado do nome scientihco foi, á falta<br />

de outro, adoptado por alguns fazendeiros. de .1. Huber».<br />

( PI. h. peq.). — CAR.- Flores graciosas.<br />

PEPINO — CUCUMIS SATIVUS L. ( Cucurbitaceas).<br />

— Origin. do N. W. da índia.<br />

(PI. h. rasteira).—Cultivado.<br />

Alim. — O fructo é um legume sem valor nutritivo,<br />

<strong>com</strong>e-se crú, em salada; quando muito novo, nfto. desenvolvido,<br />

ú utilisado para preparar conserva no vinagre.<br />

PEPINO do MATTO — AM BELA NI A TENUIFLORA<br />

Mui). Arg. (Apocynaceas).<br />

Svx. — Molongô (Gurupá — Breves).<br />

(a. ou A. p. i — HAB.- Na matta grande de T. f., em<br />

todo o E. do Pará.<br />

Loc. — Belem — Breves — Bragança — Óbidos.<br />

Alim. — Fructo da forma e do tamanho de um pepino,<br />

amarello, carnudo; toda a massa contem um succo leitoso<br />

e viscoso; a polpa é doce e um pouco acida — Comestível<br />

— Deve se tirar a pelle e deixar o fructo macerar um momento<br />

n'agua antes de <strong>com</strong>el o; também costuma-se batel-o<br />

<strong>com</strong> um páosinho para fazer sahir o leite.<br />

Meã. pop. — O fructo passa por ser aproveitável contra<br />

a tosse.<br />

PEREIORA — v. CASCA PRECIOSA.—<br />

PEREIRA — (Gurup* ) — v. AC AR I RAN A.—<br />

PERILLA — PERILLA OCIMOIDE (Labiadas) - Origin.<br />

da China.<br />

( PI. h.). —Cultivada.<br />

Oni. — Bonitas folhas avelludadas, de côr castanhoavermelhado<br />

<strong>com</strong> reHexos arroxeados, manchadas de verde,<br />

na face superior; vermelho violáceo claro na face inferior.<br />

PERIPAROBA — v. CAAPEUA.—<br />

PERIPOMONGO — v. CAPIM CENEUAUA.— #<br />

r-x,>M E v R l Qt : lTEmA(loIGAPO -BUCHENAYIA OXY-<br />

CAKPA.Eichl {Combretaceas).


ARVORES E PLANTAS (JTELS 369<br />

( A. m. - Nas varzeas da beira dos rios e dos igapós.<br />

Loc. — Prainha — Almeirim - R. Jamundá.<br />

CAR. — Copa larga.<br />

PERIQUITEIRA do CAMPO — COCHLOSPERMUM<br />

INSIGNE S. Hil. ( Bixaceas).<br />

SYN.— Algodão do campo.<br />

( A m. ou a.) — HAB.- NOS campos altos.<br />

CAR.— Flores grandes, amarellas.<br />

Mcd. pop.— \ casca ú reputada maturativa (contusões,<br />

abcessos \<br />

PERIQUITEIRA grande da T. f. — COCHLOSPER-<br />

MUM ORINOCENSE (H. B. K.) Steud. (Bixaceas).<br />

SYX. - Algodão bravo — Botuto — Pacoté ( R. Tapajoz >.<br />

(A. m.) —HAB.- Nas capoeiras velhas, em T. f.<br />

Loc. — Óbidos — Faro — Bragança — Gurupá — Manáos<br />

— Solimões.<br />

CAR.—Sementes em forma de helices cabelludas.—Flores<br />

grandes, amarellas. parecidas <strong>com</strong> as flores do algodoeiro.<br />

Mad.— Branca — D = 0,78.<br />

Mcd. pop.— A casca é usada contra as contusões.<br />

PERPETUA do CAMPO — (Marajó) — TELANTHERA<br />

DENTATA Miq. (Amarantaceas).<br />

PERPETUA do CAMPO — (Marajó) — BORRE R IA<br />

SCABIOSOIDES Ch. e Schl. < Rubiaceas >.<br />

PERPETUA do CAMPO — (Marajó) — KOLANDR A<br />

ARGENTE A Rottb. (Compostas).<br />

PERPETUA - (L. do Cuminá) - ALTERNANTHERA<br />

PARONYCHIOIDES S. Hil. (Amarantaceas).<br />

HAB.— Herva cobrindo largos trechos nas praias de<br />

lamas descobertas no verão.<br />

*<br />

PERPETUA da MATTA — (R. Tapajoz) — ALTER-<br />

NANTHERA BRASILIANA (L.) Kuntze (Amarantaceas).


370 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

PERPETUA ROXA da MATTA — (R. Tapajoz) — CE-<br />

PHAELIS COLORATA Willd (Rubiaceas).<br />

SYN .—Couve do matto.<br />

PETUNIA — PETUNIA esp. div. (Solanaceas—<br />

Origin, da America do Sul.<br />

Orn.— PI. h cultivadas nos jardins; numerosas variedades<br />

<strong>com</strong> grandes flôres solitarias, brancas, roxas, etc.<br />

PEUA —( Marajó) —ANDROPOGON BREVIFOLIUS<br />

Sw. {Gramineas).<br />

(PI. h. 0m.80 a lm.60) —HAB.- NOS tesos e campos<br />

altos.<br />

Alim. anim.— Forragem regular.<br />

PHASEOLO — (Marajó) — PHASEOLUS SEMIE-<br />

RECTUS L. (Leg. phas.).<br />

CAR.-Flor roxo-avermelhado, em racimos de 10 a 14<br />

flôres.<br />

Alim. anim — Foragem má.—O nome de "phaseolo"<br />

foi adoptado por alguns fazendeiros, á falta de nome vulgar,<br />

para designar esta planta (Inform, de .1. Huber).<br />

PIÃO —.IATROPHA CURCAS L. (Euphorbiaceas).<br />

a. de 3m 50 a 4m.).<br />

SYN.— Pinhão de purga — Mandubiguaçú.<br />

Ind.— No E. do Amazonas, a seiva substitue o cumaté<br />

para preparar as cuias pretas.<br />

As amêndoas são oleaginosas: 26 a 40 °'o de oleo proprio<br />

para a fabricação de sabões duros.<br />

O oleo é preconisado para a destruição das baratas.<br />

Med. pop.— O latex é um bom hemostatico e ajuda a<br />

fechar e curar golpes.— O oleo é purgativo em dose fraca,<br />

drástico e venenoso em dose um pouco elevada; ú usado<br />

contra a hydropisia.<br />

PIÃO ROXO — JATROPHA GOSSYPIIFOLIA L. (Euphorbiaceas).<br />

.<br />

(a.).<br />

Med. pop.— Purgativo drástico e derivativo, contra as<br />

obstrucçôes abdommaes, a hydropisia e o rheumatismo.


ARVORES E PLANTAS (JTELS<br />

PICHUNA — v. PIXUNA.—<br />

PIGAFETA — (Marajó) — SOE M M ER INGIA SEM<br />

PERFLORENS Mart. (Leg. pap. hedvs).<br />

(PI. h.- Om.ôO).<br />

Orn.— Planta vistosa dos campos altos húmidos.<br />

PIMENTA dc CACHORRO — v. HERVA MOURA —<br />

PIMENTA de GENTIO— v. ENVI RA — (Xylopia frutescens<br />

).<br />

PIMENTA MALAGUETA —CAPSICUM PENDULUM<br />

Yell. (Solanaceas).<br />

(a. p.).<br />

SVN\— Piment enragé ( G. fr. ).<br />

CAR.— Fructo fusiforme, de 1, 5 cm. de <strong>com</strong>prido, vermelho<br />

vivo quando maduro; succo muito acre.<br />

Alim.—\ï a pimenta mais empregada <strong>com</strong>o condimento.<br />

371<br />

PIMENTA do MATTO — v. CAAPEBA CHEIROSA.—<br />

PIMENTA dos NEGROS — XYLOPIA A ROM ATIÇA<br />

Baill. ( Anonaceas ).<br />

Loc. — Amazónia ( ? ).<br />

Ind. — A casca dá fibras e estopa.<br />

Meei. pop. — Sementes excitantes, diffusivas e carminativas.<br />

PIMENTA de RATO — V. HERVA MOURA.—<br />

PIMENTA do SERTÃO — V. ENVI RA BRANCA —<br />

PIMENTÃO —CAPSICUM ANNUUM L. (Solanaceas).<br />

(a. p.). — Diversas variedades; vulgarmente dividemse<br />

em doces e picantes.— O fructo é vermelho vivo quando<br />

madura; tem de 6-10 cm. de <strong>com</strong>primento e 4-6 de diam.<br />

SYN. — Qnvid - assú ( Em L. g.). ,<br />

-Alini.— Condimento e legume; <strong>com</strong>e-se verde, cru<br />

(em salada) ou frito, <strong>com</strong> a carna assada. — Excellente em<br />

conserva no vinagre.


372 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

PIMENTEIRAS — Numerosas variedades do CAPSI-<br />

CUM BRAZILIANUM Clus. ( Solanaceas ).<br />

( a. p. ).<br />

SYN. — Quyiá ( na L. g.). „<br />

Aliítt. — Condimento.—Excitante do apparelho digestivo.<br />

Med. pop. — Estimulante ; usado contra a dyspepsia<br />

flatulenta — externamente <strong>com</strong>o revulsivo ( clysteres e sinapismos)<br />

nas congestões cerebraes, nas apoplexias, nas meningites.<br />

Principaes variedades :<br />

PIMENTA MALAGUÊTA.— Fructo pequeno, <strong>com</strong>prido<br />

( 1 cm. 5 ), côr vermelho vivo, muito forte.<br />

PIMENTA OLHO de PEIXE - de fructo pequeno,<br />

globuloso, vermelho, lustroso.<br />

PIMENTA de CHEIRO — um pouco alongado<br />

<strong>com</strong>o um pião, amarello, muito aromatica.<br />

PIMENTA JOSEPHA — roxa e, depois, vermelha,<br />

quando <strong>com</strong>pletamente madura, mais alongada<br />

ainda do que a pimenta de cheiro.<br />

PIMENTA MURUPV—<strong>com</strong>prida de 4 a 5 cm.,<br />

engilhada, amarella.<br />

PIMENTA MATA-FRADE — pequena, arredondada,<br />

violacea.<br />

PIMENTA CAMAPÚ — globosa, um pouco achatada,<br />

amarella.<br />

PIMENTA CAJÚRANA.<br />

PIMENTA CAÇARY.<br />

PIMENTA MURUCY.<br />

PIMENTA OLHO de POMBO.<br />

PIMENTA PACOVA.<br />

PIMENTA COMARIM (Capsicwn baccatum D.


ARVORES E PLANTAS (JTELS<br />

PINDAHIBA — v. ENVIRA — (Xylopia frutescens ).<br />

PINDAHIBA preta — v. ENVIRA PRETA.—<br />

373<br />

PINDAHIBA de folha pequena — v. ENVIRA — ( Xylopia<br />

brasiliensis).<br />

PINDAHUBA. ou PINDA-UBA — v. ENVIRA — (Xylopia<br />

frutescens).<br />

PINHÃO de PURGA — v. PIÃO.—<br />

PINHA— v. ATA.—<br />

PINTADINHO — LICANIA, esp. div.<br />

(Rosaceas).<br />

(A. m. ou g.).<br />

Loc.—Belem — E. de F. de Br.<br />

Mad — Boa madeira — vermelha — para dormentes e<br />

construcções.— Para passagem de cachoeiras, os varejões<br />

de pintadinho são apreciados pela sua grande resistencia.<br />

PIPEROCA —CYPERUS SANGUINEO-FUSCUS<br />

Lindl. (Cyperaceas).<br />

( PI. h.) — Loc.- Amazônia (?).<br />

Med. pop.— A tintura do rhizoma 6 anti-febril (internamente<br />

e em fricções).<br />

PIPI — V. MUCURA-CAÁ.—<br />

PIQUlÁ — CARYOCAR VILLOSUM (Aubl.) Pers.<br />

(Caryocaraceas).<br />

SVX. — Pequed — Peked — Siiari — Bats souari (Ingl.)<br />

— Arbre à bcurre ( G. fr.).<br />

(A. G.). — HAB.- Em todo o E. do Pará e no E. do<br />

Amazonas, na matta virgem grande da terra firme.<br />

CAR. — È arvore cujo tronco attinge, ás vezes, enormes<br />

dimensões. — Flores amarello-claro, <strong>com</strong> longos estames<br />

d'um vermelho muito vivo.<br />

Mad. — Branco-pardacento clara, grão bastante grosseiro<br />

i»as <strong>com</strong>pacta e fibras entrelaçadas dando-lhe grande<br />

resistencia, dureza media — Muito estimada para segeria,<br />

construcçáo civil e naval (buchas de helices) dormentes.<br />

D = 0,82.


374 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Al int.— O fructo, da grossura de uma laranja grande,<br />

tem uma casca acinzentada, espessa e carnuda, analoga á<br />

casca verde da noz; esta casca envolve 1 a 4 bagas em<br />

forma de rim, <strong>com</strong>postas de uma polpa butyrosa amarella,<br />

de 3 a 10 mm. de espessura, adherente a um caroço lenhoso,<br />

muito duro, que contem uma amêndoa <strong>com</strong>estível excellentc.<br />

— A polpa, depois de cozida, é também <strong>com</strong>estível, bastante<br />

apreciada, ás vezes um pouco amarga. — A massa lenhosa<br />

do caroço é formada peia agglomeração de innumcros espinhos<br />

delgados e agudos, malmente soldados entre elles,<br />

<strong>com</strong> as pontas viradas para o centro, que o choque desaggrega<br />

e cujo contacto deve ser evitado quando quebra-se o<br />

fructo para extrahir a amêndoa.<br />

Da polpa extrahe-se 76 % de uma manteiga aproveitada<br />

na alimentação.<br />

htd. — As amêndoas contem 70 °/0 de uma banha branca,<br />

fina. — A casca da arvore contem 1,6 de tanninos ( E. Serfaty<br />

— M. C. P.). — A casca do fructo é rica em tanninos<br />

gaílicos e catechicos; 36 °/o do peso da casca fresca secca;<br />

pode substituir a noz de galha na preparação da tinta de<br />

escrever.<br />

PIQUIA-MARFIM — (Manáos)— ASPIDOSPERMA<br />

sp. (Apocynaceas ).<br />

(A. m. ou g.). — SVN.- Pão amarello (Manáos).<br />

PIQUIÁ-RANA da T í. — CARYOCAR GLABRUM<br />

( Aubl.) Pers. ( Caryocaraceas).<br />

SVN.— Saouari ( G. fr.).<br />

(A. g.). — HAB.- Na T. f. ou na V. alta.<br />

CAR. — Flores amarello-vivo <strong>com</strong> estames vermelhos.<br />

Do fructo, só a amêndoa é <strong>com</strong>estível.<br />

Mad — Castanho-amarellado, de fibras grossas, apparentes,<br />

onduladas — rígida, dureza media, rachando ditlicilmente;<br />

para marcenaria, dormentes, estacas.<br />

htd. — As amêndoas dão uma gordura branca.<br />

^ x i> P iíWí^"5 AI í A da varzea —CARYOCAR MICRO-<br />

ÇAR PLM Ducke (Caryocaraceas). .<br />

(A. m. ou p.). •<br />

HAB. — Muito frequente nas beiras inundadas dos riachos<br />

e rios menores. •<br />

\ r £ AR ' 7 Fructos Pequenos — Flores de cor desmaiada.<br />

AS tolhas tazem espuma quando esfregadas n'agua.


ARVORES E PLANTAS (JTELS<br />

375<br />

Ind. — As folhas e o pericarpo dos fructos contem<br />

saponina; servem para "tinguijar" peixe e para lavar<br />

roupa.<br />

PIRANGA— v. CARAJURU.—<br />

PIRANHEIRA — PIRANHEA TRIFOLIATA Baill.<br />

(Euphorbiaceas).<br />

(A. g.).<br />

HAB. — Muito frequente cm toda a Amazônia ( B. Amazonas<br />

até o R. Acre ), em mattas de varzeas inundadas argillosas.<br />

Mad. — Duas variedades: a preta e a branca; a madeira<br />

da primeira é pardo-escuro; a da segunda é pardoamarellado<br />

claro. A preta é a mais estimada. — Imputrescivel;<br />

excellente para estacas e dormentes. — D. = 0,94.<br />

Na agua, a madeira da piranheira endurece e torna-se<br />

perigosa para a navegação, os troncos encalhados no fundo<br />

do rio perfurando facilmente o casco das embarcações.<br />

PIRÁ-UCHY — (R. Tapajoz) — COUEPIA PARAEN-<br />

SIS Benth. (Rosaceas).<br />

PIRIMEMBECA — (Pará) — v. CANARANA RASTEIRA.<br />

PIRIPIRIOCA —KILLINGIA ( Cvperaceas).<br />

(PI. h.).<br />

In d. — Raiz aromatica empregada pelas lavadeiras para<br />

perfumar a roupa. — O pó para perfumar o cabello.<br />

Mcd. pop.— O cozimento da raiz é febrífugo (em<br />

banhos).<br />

PIRIRI — 7. CANUDO de PITO.—<br />

PIRY— (Marajó) — v. TABUA.—<br />

PIRY — (Marajó) — v. CAPIM de BOLOTA.—<br />

PITAICA do CAMPO — v. MUIRACUTACA —<br />

PITAICA da T. f. — SWARTZIA PLATYGYNE<br />

Ducke ( Leg. mim.).<br />

(A. G.) — HAB.- Na T. f.


376 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Loc.- Gurupá - Ilhas altas de Breves — M. R. I apajoz.<br />

CAR.—Tronco profundamente sulcado.<br />

Mad.- Branca, de dureza media.<br />

PITAICA da V.—(Estuário)— v. MUIRACUTACA.—<br />

PITANGA — STENOCALYX MICHELII Berg. (Myrtaceas),<br />

= EUGENIA MICHELII Aubl.<br />

( a. g. ou A. p. ) — Cultivada.<br />

SYN.— Cerise carrée ou Cerise de Layenne (G. tr. ).<br />

CAR — Flores brancas, muito cheirosas. — Fructo : baga<br />

espherica achatada, <strong>com</strong> 3 a 10 quinas salientes, de um vermelho<br />

vivo. -<br />

Alim.— Fructo <strong>com</strong>estível, assucarado e acidulo, aromatico,<br />

muito agradavel, proprio para doce de calda, gelea,<br />

xaropes, sorvetes.<br />

Med. pop.— Folhas adstringentes, aromaticas, balsamicas<br />

e antirheumaticas; a infusão dá bons resultados contra<br />

as febres terçás da infancia.<br />

PITANGA da MATTA — (Obtóos) — STENOCALYX<br />

(Myrtaceas).<br />

( A. p. ou m. ) — HAB. — Na matta de logares altos.<br />

Loc.— Óbidos — Cuminá-mirim — R. Branco de Óbidos.<br />

Alim.— Fructos amarellos, mais doces do que os da<br />

Pitanga vermelha.<br />

PITEIRA - FOURCROYA GIGANTEA Vent. ( Amarvllidaceas<br />

).<br />

( PI. h. ) — Origin. do Mexico ou das Antilhas; cultivada.<br />

Svx. — Piteira fedorenta — Piteira da terra — Caro ata<br />

— Caragoatd — Crauatd — Aloés vert (Fr. > — Bois chandelle<br />

ou B. de mèche ( G. fr. ) — Green aloe ( Ingl. ).<br />

CAR.—Quasi acaule.—Folhas coriaceas, convexas, terminadas<br />

por uma ponta e margens m. ou m. aculeadas.<br />

bld.— O pedunculo floral secco, de 4 a 8 m. de <strong>com</strong>prido,<br />

substitue a cortiça para collecções de insectos e dá<br />

bons afiadores de navalhas.<br />

As folhas longas de 1 a 2 m. fornecem fibras fortes<br />

para cordas (resistem a acçào da agua do mar), pincéis,<br />

escovas ( Chanvre de Maurice ).<br />

As folhas verdes contem saponina e, contusas. servem<br />

para tinguijar peixe. - Usam também para lavagem de<br />

roupa. 1 °


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 377<br />

M —.i<br />

Mcd. pop. — As folhas silo toxicas —- O cozimento emprega-se<br />

em banhos, <strong>com</strong>o insecticida, para os animaes.<br />

Externamente, as folhas (decocto.) são utilisadas contra<br />

o rheumatismo gotoso e as paralysias. — O extracto alcoolico<br />

das folhas é re<strong>com</strong>mendado <strong>com</strong>o diurético nas hvdropisias.<br />

— O succo da planta limpa as feridas purulentas,<br />

dá brilho aos cabellos e evita a sua queda.<br />

PITOMBA — (Marajó) — SIMARUBA VERSICOLOR<br />

S. Hil. ( Simarubaceas)<br />

( A. p. ).<br />

Svx. — Pdo parahyba.<br />

Mcd. pop. — Casca e fructos amargos, tonicos e febrífugos.<br />

PITOMBA— (Marajó) — TALÍSIA CERASINA Rad.<br />

(Sapindaceas ).<br />

(A. p ) — HAB.- Na varzea.<br />

Ma d. — Branca, rachando facilmente mas flexível, procurada<br />

especialmente para fabricar palitos de dentes.<br />

PITOMBA — v. CAJU-RANA ( Simaba guianensis).<br />

P1TOMBARANA — PSEUDIMA FRUTESCENS (Aublj<br />

Radlkofer (Sapindaceas).<br />

Loc. — R. Tapajoz.<br />

PITOMBEIRA — TALISIA ESCULENTA Rad. (Sapindaceas<br />

).<br />

(A. p.).<br />

SYN. — Olho de boi.<br />

HAB.— No meio norte— Cultivada no E. do Pará<br />

( Bragança).<br />

Aliai. — O arillo das sementes é doce e abundante,<br />

muito apreciado.<br />

Med. pop. — O caroço é muito adstrigente e utilisado<br />

contra a diarrhea chronica.<br />

WXUNA — (Marajó) - EUGENIA GLOMER ATA<br />

Spring. (Myrtaceas).<br />

( A» P- )•<br />

Mad.— Para pequenas obras, moiròes.-Carvào e lenha.


378 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

PIXUNA- (Óbidos) -COCCOLOBA PIXUNA Hub.<br />

(Polygonaceas ).<br />

SYN.— Apixuna. .<br />

( A. p.)—HAB.- Frequente nas mattas da varzea do<br />

Amazonas. ..<br />

Alim — Fruetos pequenos, vermelho-escuro, quasi pretos,<br />

azedos mas saborosos. — (Maduros em Dezembro).<br />

PIXUNEIRARANA — (R. Tapajoz) — v. MEMBY.—<br />

PIXIRICA — CLIDEMIA HIRTA Don. ( Melastoma-<br />

CCCIS ).<br />

Alim.— Fruetos doces e <strong>com</strong>estíveis.<br />

P() de MICO— v. OLHO de BOI — ( Mucuna urens)<br />

POAYA — v. IPECA VERDADEIRA.—<br />

POAYA BRANCA - v. IPECACONHA de FLOR BRAN-<br />

CA.—<br />

POAYA da PRAIA, ou do RIO — v. LIMÃORANASINHO<br />

POJÒ— v. MUTAMBA.—<br />

POROROCA — (Óbidos) — DIALIUM DIVARICATUM<br />

Vahl. ( Leg. caesalp. ).<br />

SYN. — Jutahy peba — Itú — Parajuba— Jutahy-mirim<br />

( M. R. Tocantins — Cururú ( Faro ).<br />

( A. m. ou g. ). — HAB.- Frequente em todo o E. do<br />

Pará, nas margens de alguns rios e nos capoeirões de T. f.<br />

ou de V. alta.<br />

Loc. — Óbidos — Santarém — Faro.<br />

Mad. — Castanho-avermelhado, <strong>com</strong> reflexos dourados,<br />

mas poros muito apparentes, de cor castanho-escuro ; muito<br />

dura. — Utilisada para construcção civil, esteios, peças de<br />

resistencia, obras hydraulicas.<br />

Alim. — Os fruetos são pequenos; a polpa que givolve<br />

as sementes é <strong>com</strong>estível, agri-doce.<br />

PRACACHY — v. PARACACHY.—


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

PREGUICEIRA — B A R Y LU C U M A DE C US S AT A<br />

Ducke (Sapotaceas ).<br />

( A. m.). — HAB.- Nas campinas de T. f. e nas serras.<br />

Loc. — lg. Jutahy, de Almeirim — Prainha.<br />

Mad. — Pesada e dura, parecida <strong>com</strong> a de massaranduba.<br />

PREGUICEIRA — SYDEROX YLON<br />

(Sapotaceas).<br />

PUCHY — (Marajó) — ?<br />

(Gramineas).<br />

(PI. h. — 0m(30).<br />

PUNÀN — IRYANTHERA TRICORNIS Ducke (Myristicaceas).<br />

(A. m. ou g.) — HAB.- Matta da T. f.<br />

Loc.— R. Solimoes.<br />

CAR. - Pructa tricorne.<br />

Mad.— De bôa qualidade; cerne pardo.<br />

PUPUNHA-RANA — (Amazonas-Mauhés) — DUCKEO-<br />

DENDRON C ESTRO IDES Kuhlm. (Borraginaceas).<br />

(A. g.).<br />

Mad.— Madeira bôa.<br />

PURGA do CAMPO — v. IPECACONHA de FLOR BRAN-<br />

CA.—<br />

PURGA de GENTIO — (Marajó) — CAYAPONIA<br />

(T RI A NOSPER MU M ) TRIANGULA RIS Cogn. (Cucurbitaceas).<br />

Med. pop.— Fructos e raizes, purgativos energicos.<br />

PURPURINA — (Marajó) - RHYNCHANTHERA<br />

SERRULATA Neud. (Melastomaceas).<br />

HAB. — NOS campos encharcados.<br />

CAR. — Flores de um vermelho intenso.<br />

PURUHY GRANDE da MATTA—(R. Tapajóz)—AMA-<br />

IOUA MONTEI ROl Standl. ( Rubiaceas).<br />

IA. p.)—HAB.- Matta das terras altas.<br />

Loc. — Aramanahy ( no planalto ).<br />

CAR.— Notável pela sua folhagem enorme.


380 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

PURUHY GRANDE—(Solimões) — I Hl ELE O D O X A<br />

VERTICILLATA Ducke e THIELEODOXA S 11-<br />

PULARIS Ducke. (Rubiaceas).<br />

(A. p.). _ .<br />

Alim.— Fructos <strong>com</strong>estíveis.— Cultiva-se.<br />

PURUHY GRANDE—(Purús) — THIELEODOXA<br />

SOR BÍLIS (Hub.) Ducke (Rubiaceas), = A LI BERTIA<br />

SOR BÍLIS Hub. „<br />

( A. p.)— HAB.- Matta não inundada (R. Purús).<br />

Alim.— Fructo grande, globoso, <strong>com</strong>estível.— Cultiva-se.<br />

PURUHY GRANDE — (Óbidos) — DUROIA MACRO-<br />

PHYLLA Hub. (Rubiaceas).<br />

(A. p. ou m.).<br />

HAB. — Frequente nas mattas das terras altas da parte<br />

\Y. do Pará.<br />

Alim.— Fructo: baga da grossura de uma laranja, de<br />

côr castanho escuro, contendo uma polpa escura, acidulada,<br />

<strong>com</strong>estível, bastante agradavel, lembrando o tamarindo.<br />

PURUHY PEQUENO —AUBERTIA EDULIS A. Rich.<br />

(Rubiaceas).<br />

SYX.— Apuruhy — Punthysinho (R. Tapajoz) — Goya<br />

w noire < G. fr. >.<br />

(a.) — HAB.- Em campos e capoeiras.<br />

Alim.— Fructos <strong>com</strong>estíveis, de polpa parda, saborosa.<br />

PURUNGA— LAGENARIA VULGARIS Serr. (Cucurbitaceas).<br />

Alim. — A polpa dos fructos é <strong>com</strong>estível.<br />

Mcd. pop. Polpa dos fructos maturativa e emolliente.<br />

As sementes (decocção) são úteis contra as nephrites.<br />

PUXURY — v. LOURO PUXURY, ou PUCHURY.—


382 . A AMAZONIA BRASILEIRA


ARVORES E PLANTAS (JTELS<br />

383


A AMAZON'IA BRASILEIRA


QÜADRIFOLIO — ( Marajó ) — ZORNIA TENUIFO-<br />

LIA Moric. ( Leg. pap. hedys.).<br />

QUARUBA AZUL — Q U A L E A C/E RU LEA Aubl.<br />

(Yochysiaceas).<br />

SYX.— Páo de mastro — Qualé azul ou Grignon fou<br />


386 A AMAZÔNIA BRASILEIRA<br />

Loc — R Tocantins—Altamira (R. Xingu) Santarém.<br />

CAR — Uma das arvores maiores do Brasil em altura<br />

e grossura.—Casca sulcada verticalmente <strong>com</strong>o a da castanheira<br />

e do cedro. . . . ,<br />

Mad.— Para carpintaria, caixotaria, construcçao de<br />

pequenas embarcações.<br />

QUARUBA— VOCHYSIA EXIMIA Ducke (Vochysiaceas).<br />

(A. g.) - HAB.- Em matta pantanosa das margens de<br />

riachos nos campos arenosos de Faro.<br />

CAR.—A mais bella de todas as "vpchysia"; intlorescencias<br />

enormes; flores amarellas magnificas e folhas amarello<br />

de cobre, na face inferior.<br />

Mad. — Roseo-castanho claro, fibras grosseiras, dureza<br />

media, sem valor. — D = 0,95.<br />

QUARUBA—VOCHYSIA FERRUGINEA Mart.<br />

(Vochysiaceas).<br />

SYN\— Ccdvo-rana (Santarém ).<br />

(A. p. ou m.) - HAB.- Nas regiões de campos, nas rnattas<br />

que a<strong>com</strong>panham os riachos.<br />

Loc.—Serras de Prainha e Almeirim — E. de F. de<br />

Madeira-Mamoré—Campos do Ariramba — Santarém.<br />

CAR.—A casca e a madeira parecem-se <strong>com</strong> as de<br />

" cedrelinga".<br />

Mad.— Para caixas.<br />

QUARUBA — (Óbidos) —VOC H Y SIA O BID E X SIS<br />

Ducke (\ ochysiaceas).<br />

( A. g.) -IIAB.- Nas terra altas, seccas.<br />

Mad. — Parecida <strong>com</strong> o cedro, mas inferior.<br />

QUARUBA-v. CUTIUBA -(Qualea paraensis Ducke).<br />

V I T R R , J * BOTY da T. f._ ERISMA UNCI-<br />

• A1 U M \\ arm. (\ ochysiaceas).<br />

QUARUBA AZUL— QUALEA DINIZII Ducke (Vochysiaceas).<br />

SYN.— Páo mulato da T. f *<br />

(A. g.) — HAB.- Na T. f.<br />

Loc.- Óbidos — Faro.


387<br />

CAR. - Casca avermelhada e quasi lisa.— Abundantes<br />

flores azul violáceo claro.<br />

Mini.— Parda escura, grão grosseiro, dureza media,<br />

para marcenaria. — D = 0,71.<br />

QUARUBA BRANCA — V O C H V SIA M E L IN ONI I<br />

Beckm. (Vochysiaceas).<br />

(A. g. ).-HAB.- Matta da T. f. nilo muito secca, ou de<br />

varzea alta, não inundada. — Commum no Pará.<br />

Loc. — Belém — Gurupá — Anajaz.<br />

Mad. — Castanho-roseo claro, tenra, leve. — D = 0,58.<br />

Pasta para papel: Rendimento em cellulose 42,5 0 o —<br />

Comprim. das fibras lmm.3 — Diam. 0,019 (B. Cordeiro —<br />

M. C. P.).<br />

QUARUBA de FLOR PEQUENA — VOCHYSIA OBS-<br />

CURA Warm. (Vochysiaceas).<br />

(A. m ). — HAB.- Frequente nas mattas náo inundadas<br />

da parte W. de Marajó, nas Ilhas altas de Breves e na T. f.<br />

junto dos campos.<br />

Loc. — Belem — R. Tocantins — Campos do Ariramba<br />

— Faro— Manáos — Gurupá— Almeirim — Prainha.<br />

CAR. — Flores amarellas que cobrem a copa da arvore.<br />

Mad. — Castanho-roseo claro, parecida <strong>com</strong> o cedro,<br />

mas de tecido mais <strong>com</strong>pacto. — Para marcenaria. — D = 0,95.<br />

QUARUBA VERMELHA — VOCHYSIA VISMIAEFO-<br />

LIA Warm. (Vochysiaceas).<br />

(A. m.) —<br />

HAB. —Na vizinhança dos campos — Commum no Pará.<br />

Loc. — Muito <strong>com</strong>mum perto de Gurupá, em terrenos<br />

arenosos. —Parte \Y. de Marajó —Campos do Ariramba —<br />

Manáos.<br />

Mad. — Vermelho claro, de grão grosseiro, para caixoteria.<br />

marcenaria. — D = 0,62.<br />

Pasta para papel: Rendimento em cellulose 41 %> —<br />

Compr. das fibras 1 mm. 13 — Diam. 0,015 (B. Cordeiro —<br />

M. C. P.<br />

QUASSIA-QUASSIA AMARA L. f. (Simarubaceas).<br />

( A. p. — 3 a 5 m.). — Indigena (R. Acará) e cultivada.<br />

Svx. - Qaina — Pão de Sar inani — Bois cayan (G. fr.).<br />

CAR. — Flores em cacho, escarlates.


388<br />

. A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

/mf. — O extracto é toxico para os insectos (papel<br />

mata-moscas). . a . ,<br />

Empregado, ás vezes, <strong>com</strong>o succedaneo do lupulo nas<br />

fabricas de cerveja. . . . •<br />

\[ed — A madeira é amarga, tonico energico, febrífugo,<br />

excellente digestivo (dyspepsias) — O principio activo é um<br />

alcalóide: a quassina (Vinckler).<br />

QUASSIA do PARÁ — v. CA FE-RAN A. — 1 A CHIA<br />

GUIANENSIS Aubl. (Gentianaceas).<br />

QUEBRA PEDRA — V. ARRANCA PEDRA.—<br />

QUEIMADEIRA— V. LOUCO.—<br />

QUIABO — HIBISÇUS ESCULENTUS L. (Malvaceas).<br />

— Origin. da Africa ( Egvpto ).<br />

( PI. h.) — Cultivado.<br />

Svx.— Gonibô — Ouigombô — Ca/alou ((1. fr.).<br />

Ind.— Das hastes pode-se extrahir fibras muito fortes.<br />

Alini.— Os fructos silo capsulas alongadas e pontudas;<br />

quando ainda verdes, <strong>com</strong>em-se cozidos <strong>com</strong> a carne.— O<br />

gosto é agradavel. mas silo muito mucilaginosos.<br />

As sementes silo um succedaneo do café.— A pasta e o<br />

xarope de "nafé" sào preparadas <strong>com</strong> a mucilagem do<br />

quiabo.<br />

QU1ABORANA liso do campo —(R. Tapajoz) — HIBIS-<br />

ÇUS ? (Malvaceas).<br />

(PI. h.)- Loc.- Mandos — R. Tapajoz.<br />

CAR.—Folhas cordiformes; fiôr grande violacea, parecida<br />

<strong>com</strong> a do " Fanfan<br />

Ind.- Dá boas fibras.<br />

QUIABORANA liso — M A L A C H R A RU DE RA LIS<br />

Gurke (Malvaceas).<br />

(PI. h. ou a. até 2 m.) - CAR.- Folhas grandes, digitadas.<br />

— Hores amarello-claro (diam. 15 m.m.).<br />

Ind. — Da boas fibras.<br />

QUIABORANA de espinhos - MALACHRA FASCI-<br />

AIA Jaq. (Malvaceas).


ARVORES E PLANTAS (JTELS 389<br />

(II. h. ou a. até Im.õO)—CAR.- Hastes cobertas de<br />

pellos rígidos, verdes <strong>com</strong> manchas vermelhas.— Flores brancas<br />

(diam. 12 — 18 m. m.).<br />

Iuri.— Dá boas fibras.<br />

QUIGOMBO de CI1EIKO — v. AIVIBRETA.<br />

QUINA — v. QUASSIA.—<br />

QUINA — (R. Madeira) — O G C O D EI A AM A R A<br />

Ducke ( Moraceas).<br />

Sv.w— Balsan io.<br />

(A. p.) —HAB.- Em matta humosa não inundada.<br />

Loc.— M. R. Tapajoz — B. R. Madeira — Mauhés.<br />

QUINA—(R. Madeira) — OGCODEIA VENOSA<br />

Ducke (Moraceas).<br />

(A. p.) —HAB.- Em matta não inundada.<br />

Loc.—Porto Velho ( R. Madeira) — Manáos.<br />

QUINA - (dos Cearenses) — COUT A R E A H EX A X-<br />

DRA (Jacq.) Schum. (Rubiaceas).<br />

(A. p.).<br />

Sv.w— Quina-quina..<br />

Loc. —Monte Alegre.<br />

CAR.— Bellissimas flores róseas.<br />

Med. pop.— Succedaneo da quina verdadeira.<br />

QUINA verdadeira — CINCHONA<br />

esp. div. (Rubiaceas). Origin. dos Andes.<br />

QUINA-RANA— (Gurupá) — v. ACARY-RANA.—<br />

QUINQUlÓ — APTANDRA SPRUCEANA Miers (Olacaceas).<br />

SYX. — SapacainJia — Castanha de cotia. —<br />

JA. p. semi escandente.) —HAB.- Na varzea: região<br />

das Ilhas — Tesos de Marajó.<br />

Ind. — Fructos quasi esphericos, de 2 a 2,5 cm. de<br />

diam., contendo uma amêndoa branca, oleaginosa dando


390 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

50 o/o de oleo amarello claro, muito viscoso, cujo ponto de<br />

solidificação é inferior a (—20.° C.). — Safra: de abril a maio.<br />

QUITÔCO — v. TABACO-RANA.—<br />

QÜYIA — v. PIMENTA.—<br />

QUYIA-ASSU — v. PIMENTÃO.—<br />

QUYIA-QUI — V. PIMENTA MALAGUETA.—


R<br />

RABANETE—RAPHANUS SATIVUS L. (Cruciferas).<br />

Origin. da Asia.<br />

(PI. h.). - Cultivado.<br />

Alim. — Excellente legume, de crescimento rápido. —<br />

E' preciso importar as sementes. Dá bem em tempo de verão<br />

quando não falta agua para regar. Alem da raiz que se<br />

<strong>com</strong>e crua quando ainda imperfeitamente desenvolvida, aproveitam-se<br />

as folhas <strong>com</strong>o succedaneo da couve.<br />

RABO de ARARA — CACOUCIA COCCINEA Aubl.<br />

(Combretaceas).<br />

SYN. — Ioi o ca — Yoyoca.<br />

(Cipó). — HAB.- NOS igapós da região do estuário e<br />

do litoral, muito frequente nas beiras dos Furos.<br />

CAR. — Flores encarnadas em espigos de 60 cm. de<br />

<strong>com</strong>prido. Fructo: baga ovoide, amarella, pontuda <strong>com</strong> 5<br />

gomos, contendo uma polpa que envolve uma amêndoa oleaginosa.<br />

Meei. pop. — A amêndoa é venenosa.<br />

Na G. fr. os indígenas esfregam o focinho dos cães<br />

<strong>com</strong> este fructo antes de ir caçar, pensando que, assim, os<br />

animaes farejam melhor.<br />

^ABO de ARARA — (Belem) — W A RSZE VVICZIA<br />

COCCINEA (Vahl.) Klotzsch (Rubiaceas).<br />

SYN. — Curacy (Manáos) — Curacy-mirá—Amor dobrado,<br />

ou Pica-pão (A veiros) — Quinilta (Peru).


392 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

( \ p.). — CAR.- Magnificas bracteas vermelhas. -<br />

Raizes aromaticas. . ,<br />

Qnlm _ Planta muito ornamental; floresce na estaçao<br />

chuvosa.<br />

RABO de ARARA — (B. Amazonas) — N O R A N T E A<br />

' GUI AN EN SIS Aubl. ( Marcgraviaceas ).<br />

(JAR. — Arbusto epiphyta e trepador de grandes dimensões<br />

que estende suas inllorescencias ornadas de vistosas<br />

bracteas vermelhas nas copas das arvores da floresta, e<br />

vive algumas vezes também sobre rochedos.<br />

RABO de ARARA — (Marajó) — v. MENDOCA.—<br />

RABO de CAMELEÃO — MIMOSA P A NIC ü L A T A<br />

Benth (Legum. mim.).<br />

Loc. — R. Mapuera.<br />

RABO de CAMELEÃO — (B. R Xingú — B. R. Tapajoz<br />

— Adauacá) — MIMOSA SAGÓTIANA Benth. ( Legum.<br />

mim.<br />

Arbusto escandente e aculeado.<br />

RABO de CAMELEÃO —(Maigens do Amazonas) — MI-<br />

MOSA MYRIADENA Benth. (Legum. mim.).<br />

Arbusto escandente e aculeado, nas capoeiras da varzea.<br />

RABO de CAMELEÃO - MIMOSA RUFESCENS Benth.<br />

( Leg. mim.).<br />

Arbusto escandente, grande, nas capoeiras de T. f. arenosa<br />

ou argillosa. — E 1 a especie mais frequente.<br />

Loc. — Alcobaça — Gurupá — R. Xingú — Óbidos.<br />

RABO de CAMELEÃO — BUET I XERI \<br />

dlv - e , s P-- ,.Y (Sterculiaceas).<br />

• / ? IliKA (.»L l.\trii\olo<br />

•p, U LU ;V ,)kIC , A (Agaveas .<br />


ARVORES F. PLANTAS ÚTEIS<br />

— A primeira tem folhas chatas, a segunda tem folhas cvlindro-conicas,<br />

terminadas em ponta; estas folhas são longas<br />

verdes, anneladas de riscos ondulados pretos. —<br />

Jnd. —Planta fibrosa de primeira ordem; 12 a 14 o,0<br />

de fibras que resistem á agua salgada e são das mais fortes<br />

que existem; no Sul chamam "linho africano".<br />

RABO de CUXIU — SETARIA sp<br />

(Gramíneas).<br />

Capim de campos de varzea alta.<br />

Loc. — Matapy — Óbidos — Faro.<br />

RABO cie FOGUETE — v. PACO-PACO.—<br />

RABO de FOGUETE — v. UACIMA ROXA.—<br />

RABO de LONTRA — ? — ( Podostemaceas ).<br />

(PI. h.). — HAB.- nas pedras das cachoeiras. (R. Erepecurú)<br />

CAR. — Flores miúdas e róseas.<br />

RABO de MUCURA — (Marajó) — PENNISETUM SE-<br />

TOSU.M L. C. Rich. (Gramíneas).<br />

( PI. h. — lm30). — HAB.- Campos altos arenosos.<br />

Alini. anini. — Pastagem rara e ruim.<br />

RABO de RAPOSA—(Marajó) — ANDROPOGON BI-<br />

CORNE L. (Gramíneas).<br />

SYX. — Rabo de veado (Faro )<br />

(PI h. — 1 m.) — HAB.- Campos altos de terra firme<br />

argillosa.<br />

Alini. aiiim. — Péssima forragem.<br />

RABO de RAPOSA — (B. Amazonas) — v. CANARANA<br />

de folha miúda.— (Marajó).—<br />

RABO de RATO—(Marajó) —PANICÜM VILFOIDES<br />

l rin. ( Gramíneas).<br />

(PI. h. - 0 m 30 a 0m65). — HAB.- Campos altos e tesos.<br />

Aliin. anini. — Bôa forragem.<br />

277


430 A AMAZONIA BRASILEIRA.<br />

RABO de TATU-(Beiern) — ANTHURIUM CYMATO-<br />

PHYLLUM Regei (Araeeas).<br />

PI. cultivada.<br />

RABO de VEADO — V. RABO de RAPOSA.—<br />

RAINHA dos LAGOS — v. AGUAPÉ (Eichornia azurea).<br />

RAINHA dos LAGOS — PONTEDERIA aff. CORDATA<br />

L. ( Pontederiaceas).<br />

Loc. — Campos de Arumanduba.<br />

RAINHA MARGARIDA— ASTER CHINENSIS L.<br />

(Compostas). — Origin. da China.<br />

Qyu% __ Cultivada nos jardins — Muitas variedades.<br />

RAIZ PRETA — v. CIPO CRUZ.—<br />

RAIZ de SOL — ?<br />

RAPARIGUEIRO — v. ARAPARI da VARZEA. —<br />

IcELOGIO de VAQUEIRO — (dos Cearenses'» - v. MAL-<br />

VA RELOGIO.—<br />

RESEDA GRANDE — LAWSONIA INERMIS L. (Lythraceas<br />

).<br />

(a.) —Origin. da índia.<br />

Ind. — Dá uma tinta amarello avermelhado, — Com as<br />

folhas, no Oriente, as mulheres tingem o cabello e as unhas<br />

de vermelho; para este fim as folhas são seccas ao sol, pulverisadas<br />

e appl içadas em cataplasmas.<br />

Orn. — Cultivado nos jardins; as flores pequenas,<br />

branco-esverdeado, <strong>com</strong> cheiro fraco, lembram as do resedá.<br />

RÍCINO—RICINUS COMMUNIS L. (Euphorbiaceas).<br />

—• Origin. da Abyssinia.<br />

(a. ou A. p. ) — Subespontaneo no Brasil - Cultivado.<br />

SYN. — Carrapateira - Mamoneira — Ricin ( Fr. ) —<br />

Castor beau ( Ingl. ).<br />

Ind. — Das sementes extrahe-se um oleo empregado<br />

na lubrificação dos motores d'aviaçào. *'<br />

Med. - O oleo é um purgativo muito empregado. — As<br />

sementes são toxicas.


ARVORES E PLANTAS (JTELS 395<br />

RINCHÃO — (Marajó) — STACHYTARPHETA CA-<br />

IENNENSIS (Rich.). Vahl. (Verbenaceas).<br />

SVN. — Gervão.<br />

(a. p.) — HAB.- Em tesos e terrenos altos.<br />

Alun. anini. — Forragem somente para os carneiros.<br />

Med. pop. — Detersivo (ulceras) e cicatriciante.<br />

RINCHÃO das boticas — SISYMBRIUM OFFICINALE<br />

Scop. (Cruciferas).<br />

( PI. h.). — HAB.- Origin, da Europa, mas naturalisado<br />

e subespontaneo.<br />

Med. — Antiscorbutico — re<strong>com</strong>mendado contra os catarrhos<br />

da bexiga e pulmonares.<br />

RIPEIRO—(R. Machado) — ESCH WEI LERA POLY-<br />

ANTHA A. C. Smith. (Lecythidaceas).<br />

(A. g.) - HAB.- Terra firme.<br />

RITEIRA — BURDACHIA PRISMATOCARPA Mart.<br />

(Malpighiaceas).<br />

(A. p.) — HAB.- Igapós e praias de lagos na região<br />

W. do Estado do Pará.<br />

e BURDACHIA SPHAEROCARPA Mart.<br />

(Malpighiaceas ). —id id<br />

ROMEIRA — PÚNICA GRANATUM L. ( Myrtaceas ).<br />

— Origin, do Egypto ou da Persia.<br />

( A. p.) — Cultivada.<br />

SYX. — Grenadier (Fr.)<br />

Alim. — Dá fructos menores e menos succulentos do<br />

que no clima temperado.<br />

ROSAS<br />

ROSA— ROSA, esp. div. (Rosaceas).<br />

Orn. — Cultivada nos jardins.— Em geral menos perfumada<br />

do que nos climas temperados.<br />

Vuitas variedades :<br />

ROSA de HAMBURGO (planta robusta, muito<br />

espinhenta. — Flor roseo-claro, cheiro fraco.


432 A AMAZONIA BRASILEIRA.<br />

ROSA MONTE-CHRISTO (Linda Hôr, vermelhoescuro,<br />

perfumada).<br />

ROSA PAUL N É R O N - vulg. "Palmeirao"<br />

(grande, vermelha, pouco cheiro - arbusto sem<br />

espinhos).<br />

ROSA LA FRANÇA (grande, roseo prateado,<br />

cheiro suave).<br />

ROSA PEDRA (pequena, vermelha, sem perfume).<br />

ROSA CHÁ (amarella, sem perfume).<br />

ROSA JACITARA (grande, vermelho-violáceo,<br />

trepadeira, sem cheiro).<br />

ROSA MULATA (pequena, rosco-pallido, crespa,<br />

sem cheiro).<br />

ROSA DE TODO O ANNO (roseo-claro, pequena,<br />

sem cheiro ).<br />

ROSA CELINA (pequena, vermelho-vivo, pouco<br />

cheirosa).<br />

ROSA GUANABARA (pequena, côr salmão, sem<br />

cheiro).<br />

ROSA PRINCIPE-ALBERTO (grande, carmesim,<br />

pouco cheirosa).<br />

ROSA CAMBRAIA (branca, pouco cheirosa).<br />

ROSA AMARELLA (Bola de ouro, perfumada -<br />

trepadeira ).<br />

ROSA em u BOUQUETS" (pequena, roseo-pallido.<br />

pouco cheirosa — trepadeira.<br />

ROSADINHA — v. BALATA ROSADA.—<br />

ROSEIRO — ( Rio Camahipy )


397<br />

ROl-HAMON, (G. fr.) ou RUAMON — STRYCHNOS<br />

ROUH AMON Benth. (Loganiaceas).<br />

(Cipó).<br />

Med. — Toxico. ( Citado <strong>com</strong>o entrando na <strong>com</strong>posição<br />

do curare).<br />

ROUPALA, ou RHOPALA — ROUPALA esp. div.<br />

(Protcaceas).<br />

Mad. — Madeira analoga á do Louro faia, ou Cedrorana<br />

(Andripetalum). mas muito mais fina e dura, de côr<br />

castanho avermelhado, finamente mosqueado de pequenas<br />

manchas mais claras, ondeadas.<br />

Xo Sul dào os nomes vulgares de Cutu-cahcn (Coc/iicahen)<br />

e de Carne de vacca a diversas w Protcaceas<br />

RUBIM— BORRERIA TENELLA Cham. e Schl.<br />

Rubiaceas).<br />

Mcd. — Emético — Succedaneo do ipeca.<br />

RUIVO— (Marajó) — ARISTI DA CAPILLACEA<br />

Lam. ( Gramíneas).<br />

(PI. h. — 0,25).<br />

Alini. anim. — Pastagem pouco procurada pelo gado.


s<br />

SABIA— Abiurana (?). na E. de F. de Bragança.<br />

SYX. — Sabiaseiro (Camahipy).<br />

SABOEIRANA, ou SABORANA — S \ V A RJ'ZIA, esp.<br />

div. — (Leg. caesalp.)<br />

Loc. — No R. Negro e no alto R. Branco.<br />

Mad.— Linda madeira, para marcenaria de luxo: parda,<br />

ligeiramente avermelhada, <strong>com</strong> finas listras castanho escuro<br />

arroxeado, ou manchas irregulares desta mesma côr.<br />

SABONETEIRO — SAPINDUS SAPONARIA L. (Sapindaceas).<br />

SYX. — Saboeiro — Guity<br />

(A. m.) — HAB.- Na varzea argillosa do B. Amazonas,<br />

ou na argilla fértil das terras altas ( R. Branco de Óbidos,<br />

Alemquer).<br />

Mad. — Branco-amarellado, para marcenaria.<br />

Ind. —A casca e a polpa dos fructos contem saponinas<br />

e sito ichtyotoxicas. — A proporção das saponinas contidas<br />

nos fructos é de 66, 25 °/o do peso da polpa secca. ou 31,13° o<br />

do peso do fructo secco inteiro (G. Bret — M. C. P.).<br />

As amêndoas são oleaginosas: 23 a 30°/o de oleo<br />

proprio para a saponificação.<br />

$fed. f)of). — A casca (fructo, haste, raiz), em infusões<br />

contra as leucorrheas e uretrites.<br />

SACACA — v. CASCA SACACA.—


400 . A AMAZoNIA BRASILEIRA<br />

Mad. - Branco amarellado — grão fino.<br />

SACA-TRAPO- HELICTERES PENTANDRA (Sterculiaceas)<br />

. „ ,.<br />

Svx. — Malva Cadjitssara - Cadjitssara.<br />

Loc. — Manáos - R. Tapajoz. .<br />

CAR.—Cresce alto, sem galhos; flor vermelho violáceo;<br />

folhas espessas, cobertas de pellos, castanho esverdeado por<br />

cima e verde pardo claro por baixo — fructo em forma<br />

helicoide. . .<br />

bui. — A casca dá forte proporção (/ ,8 o o) de libras<br />

fortes. ( R. do Monteiro da Costa ).<br />

SABUGUEIRO— SAMBUCUS NIGRA L. (Lonicereas).<br />

(A. p.)— Origin. da Europa — Cultivado nos jardins.<br />

Svx. — Siireau (Fr.) — Élder (Ingl.).<br />

Med. — As ílôres seccas sào excitantes sudoríficas.<br />

SAGU — (das Molucas) — v. Cl CAS CIRCINALIS —<br />

SAGUSEIRO— (indígena)— v. ZAMIA LECOIXTEI<br />

SAINT-PAULIA - SAINT-PAULIA IONANTHA (Gesneriaceas)<br />

— Origin. da Africa.<br />

Orn. — Flôres graciosas, abundantes, azul-violaceo,<br />

para jardins.<br />

SALSA <strong>com</strong>mum — APIUM PETROSELINUAI L. (Ornbel<br />

li feras).<br />

( PI. h.) Origin da Europa — Cultivada nos jardins.<br />

Alim. - Condimento; cresce bem, mas nào dá sementes,<br />

ou raras vezes.<br />

C


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS<br />

SVN*.— Pé de cabra — Patata da praia.<br />

Loc.— Dunas de Marajó.<br />

CAR.— Flores roxas.<br />

Meei. pop.— Folhas emollientes, suppurativas, úteis nos<br />

Hieumatismos; as raízes dão fécula levemente laxativa.<br />

A decocçílo das folhas branqueia a roupa.<br />

SALSAPARRILHA verdadeira do Pará — SMILAX PA-<br />

PVRACEA Poir. (Liliaceas).<br />

SYX.— Salsa — Cipó em.<br />

(Cipó) — HAB.- Nas terras altas, no curso superior dos<br />

affluentes do B. Amazonas.<br />

CAR.— Cipó quadrangular, <strong>com</strong> aculeos fortes e curvos.<br />

muito cerrados, dispostos em forma de pentes ao longo<br />

dos 4 cantos da parte inferior do caule.<br />

Mc d.— A meihor variedade de "salsa".— As raizes<br />

são vermelhas, utilisadas <strong>com</strong>o depurativo poderoso nas<br />

moléstias syphiliticas, nas moléstias cutaneas e nos rheumatismos.—<br />

O sabor é forte e nauseoso.<br />

No Sul e no Nordeste, as plantas do genero Smilax<br />

são chamadas '' Japecanga<br />

SALVA — (Marajó) — HYPTIS aff. CRENATA Pohl.<br />

í Labiadas).<br />

(a. p.) —HAB.- Campos não inundados;<br />

Loc.— Marajó— Campos do Cupijó (Cametá) — Campinhas<br />

perto da Vigia.<br />

Mcd. pot>.— Aromatica; as infusões (folhas e summidades<br />

floridas) são sudoríficas e antispasmodicas.<br />

SALVA de MARAJÓ —(?) HYPTIS INCANA (Labiadas;.—<br />

(Talvez idêntica á precedente).<br />

(a. p.).<br />

SYX.— Salva do Pará— Salva do campo.<br />

Med.— Aromatica.—O chá é sudorífico (constipações),<br />

emmenagogo, tonico, excitante.— A infusão é usado em lavatórios<br />

contra as ophtalmias.— Em banhos, <strong>com</strong>o excitante<br />

aromático.<br />

SALVINA—(Marajó)-HYPTIS RECURVATA Pohl.<br />

í Labiadas).<br />

SAMAMBAIA — HVMENOPHYLLUM POLIANTHUS<br />

(Hymenophyllaceas).<br />

401


402 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

SAMAMBAIA — PTERIS CAUDATA L. (Polypodiaceas).<br />

„ x<br />

(PI. h.— até 2 m.).<br />

SAMAMBAIA-(Marajó) - LYCOPODIUM CER-<br />

NUUM L. (Lyçopodiaceas).<br />

SYN — Enxofre vegetal — Palma de S. João.<br />

Loc.— Utinga (Belem) —I. de Marajó —B. Amazonas<br />

(PÍ. h.) — CA R.- Hastes delgadas <strong>com</strong> múltiplas ramificações<br />

symétricas e cobertas de pequeninas folhas <strong>com</strong> apparcncia<br />

de pellos de côr verde claro.<br />

Ind.— Os espóros muito abundantes servem, nas pharmacias,<br />

para envolver as pílulas; podem também ser utilizados<br />

para polvilhar as excoriações.<br />

SAMAMBAIA grande — v. FETO ARBORESCENTE.—<br />

ALSOPHILA FEROX Presl. (Cyatheaceas).<br />

e HEM1TEL1A MULTIFLORA R. Br.<br />

SAMAMBAIA do LAGO —<br />

(Cyperaceas).<br />

Capim fiuctuante, procurado pelo peixe-boi.<br />

SAMAMBAIA — (Pará) — POLYPODIUM PILOSEL-<br />

LOIDES L. (Fetos).<br />

SAMAMBAIA—(Marajó)—SELAGINELLA PAR-<br />

KER 1 (Selaginellaceas).<br />

SAMBÀIBA— v. CAIMBE.—<br />

SAMBAI BA — v. CIPO d AGUA.—<br />

SAMBAIBIXIIA — v. CIPO CABOCLO.—<br />

Qt ATIARA- SUGUEIRA ~~ (B - R Trombetas ) MUIRA-<br />

SANTA-MARIA — ( Gurupá ) v. ALLAMANDA —<br />

I APIQ A ? J M Ã O "~ ( D O S , Cearenses) — CASSIA BlC/fPSU-<br />

LAKLB L. (Leg. caesalp.).<br />

(a) — HAB.- Capoeiras húmidas e beira d'agua.


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS<br />

403<br />

Loc. — Belem — Alcobaça — B. R. Trombetas. — R.<br />

Cuminá-mirim.<br />

SAPATARINIIA — (R. Cunani) —MICONIA Cl LI AT A<br />

DC. (Melastomaceas ).<br />

SAPATEIRO — MICONIA esp (Melastomaceas<br />

).<br />

( A. ). - .<br />

Ind. — Dá tinta preta — As folhas servem para curtir<br />

couros tornando-os avermelhados.<br />

Me d. — Adstringente.<br />

SAPATINHO — PEDILANTHUS RETUSUS Benth.<br />

(Euphorbiaceas).<br />

Med. pop. —Antisyphilitico.<br />

SAPOTA—(doPerú)—MATISIA CORDATA H.B.K.<br />

(Bombaceas).<br />

(A. p.) — HAB.- Muito conhecida no Perú; indígena<br />

também na bocca do Javary ( Esperança), em territorio brasileiro.<br />

(Ad. Ducke).<br />

Ali tu. — Fructo <strong>com</strong>estível e saboroso; elliptico, <strong>com</strong><br />

10 cm. de <strong>com</strong>prido, verde-castanho, pelle coriacea, espessa;<br />

contem 2 ou 3 sementes envolvidas numa polpa amarelio<br />

alaranjado, de gosto assucarado, agradavel.<br />

SAPOTAIA— CAPP A RIS CVNOPHALLOPHORA<br />

Marcg. (Capparidaceas).<br />

HAB. —Nas capoeiras.<br />

Loc. —Alemquer.<br />

Med. pop. — Casca da raiz hydragoga, diurética e<br />

aperitiva.<br />

SAPOTI — ACURAS SAPOTA L. (Sapotaceas).<br />

(A. p. ou m.)—Origin. do Panamá. — Cultivada.<br />

SYN. — Sapotilha.<br />

Alitn. — Fructo redondo ou ovoide, pardo, da grossura<br />

de um limáo, até de uma maçã; polpa succulenta. perfumada<br />

á baunilha, <strong>com</strong>estível, de sabor agradavel, deliciosa mesmo<br />

quandQ o fructo foi colhido bastante maduro e <strong>com</strong> cuidados.<br />

Ind. — O látex da casca dá, por evaporação, uma<br />

gomma conhecida sob o nome de "chicle" e usada <strong>com</strong>o<br />

masticatorio ( Gxim chicle ou Chewing-gum). — Ultima-


404<br />

. A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

"chicle" verdadeiro. c ..<br />

Mcd pop. — Casca febrífuga e tónica - Sementes diu-<br />

reticas<br />

cas, úteis contra as areias, mas toxicas em dose elevada.<br />

SAPUCAHY —<br />

SAPUCAIA — v. CASTANHA SAPUCAIA.—<br />

SAPUCAIA da MORTF •<br />

Amêndoas venenosas.<br />

SAPUCAINHA — v. QUINQUIO.—<br />

SAPUPEMA — v. CARAPANA-UBA.—<br />

SAPUPIRA, = SUCUPIRA (nos Estados do N. E.) —<br />

SAPUPIRA AMARELLA—(Belem ) ?<br />

(A. m.).<br />

Ma d.— Exccllente madeira para construcção civil e<br />

marcenaria.<br />

Mesmo aspecto do que as outras sapupiras, mas coloração<br />

amarello-a vermelhado.— D. = 0,97.<br />

SAPUPIRA AMARELLA — (Manáos) — v. ANGELIM .<br />

— (Hymenolobium puicherrimum Ducke ).<br />

SAPUPIRA do CAMPO - BOWDICH1A V1RGILIOI-<br />

DES H. B. K. (Leg. pap.).<br />

SYN*. — Cutiuba ( Monte - Alegre).<br />

(A. p. ou m.) —HAB.- NOS campos altos.<br />

Loc. — Óbidos — Monte - Alegre.<br />

J/w/. —Madeira de construcção. de côr castanho escuro<br />

Med. pop. — Na raiz encontram-se r.odulos (batatas)<br />

ricos em sucitpntna (B. de Andrade).<br />

A casca é antisyphilitica (casca de alcornoque^.<br />

As batatas sfto preconisadas contra as affecções gottosas.<br />

?


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS<br />

SAPUPIRA da MATTA — BO W DICHIA NITID \<br />

Spruce (Leg. pap.).<br />

(A. g.) — HAB. • Na 1. f.<br />

Loc.— Frequente cm Belem — Manáos.<br />

CAR — Flores lilaz azulado dando magnifico aspecto ÁS<br />

arvores despidas de folhagem (maio a julho ).<br />

Mad.— Castanho-escuro, ou claro, pesada, resistente,<br />

de fibras grossas, entrelaçadas; não fende facilmente. —<br />

Parece-se <strong>com</strong> o acapú.— Propria para construcçAo civil e<br />

naval.<br />

Esta espeeie constitue a maior parte da madeira "sapupira"<br />

do <strong>com</strong>mercio de Belem.— Bôa para dormentes.—<br />

D = 0.95.<br />

Ind.— Sementes oleaginosas (janeiro — fevereiro ).<br />

Mc d. pop.— Casca antisyphilitica, amarga e adstringente.<br />

405<br />

SAPUPIRA da MATTA — (Gurupá) — BO W DICHIA<br />

RACEMOSA Hoehne (Leg. pap.).<br />

(A. m. ou g.) — HAB - Na T. f. arenosa.<br />

Loc. - Gurupá — Manáos.<br />

Mn d.— Castanho-pardacento; para construcçílo civil e<br />

naval, marcenaria, dormentes.<br />

Med. pop.— Casca anti-syphilitica; cozimento em banhos<br />

contra moléstias de pelle; macerato de gosto acerbo<br />

e adstringente, tonico e diaphoretico.<br />

SAPUPIRA da MATTA — (Belem) — BOWDICHIA<br />

BRASILIENSIS (Benth.) Ducke (Leg. pap. soph.).<br />

(A. M.)- HAB.- Na matta de T. f.- Não rara perto<br />

de Belem, frequente cm Manáos, mas principalmente nos<br />

campos do Ariramba e de Faro.<br />

Mad.- Castanho-vermelho escuro; a mais dura das<br />

sapupiras; para construcçào civil e naval, mercenaria, dormentes.<br />

— D = 1,06.<br />

SAPUPIRA da VARZEA — (Estuário)-DIPLOTROPIS<br />

MARTIUSIl Benth. (Leg. pap. soph.) = BOWDICHIA<br />

MARTIUSII (Benth.) Ducke.<br />

( A. m. ou g.).<br />

SYN.— Sa pu pira do igapô - Sa pupira preta.<br />

HAB.—Nos igapós e margens inundadas de certos rios.<br />

Mad.— Preta, de fibras grossas.


406 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

SAPUPIRA VERMELHA — BOWDICHIA<br />

SARABATUCU — (R. Mauhés) — HETEROPTERIS<br />

SUBEROSA Griseb. (Malpighiaceas).<br />

(Cipó) — HAB.- NO igapó.<br />

CAR.—Semente esphenca (diam lJm.m.). alada (18 a<br />

20m.m.).<br />

In d. — As sementes silo oleaginosas.<br />

Med. pop. — A infusão é um anti-diarrheico energico.<br />

SARABATUCU — (R. Tapajoz) — HETEROPTERIS<br />

HELICINA Griseb. (Malpighiaceas).<br />

cipó.<br />

SARACURA-MUIRÀ — (Mauhés) — ?<br />

(Menispermaceas).<br />

(Cip.) — HAB.- Nas capoeiras.<br />

CAR. — Haste erecta, gracil e prismatica. mais tarde<br />

Med. pop. — Raiz depurativa; pó das folhas detersivo<br />

e cáustico.<br />

A seiva é rica em oxalato de potássio ( A. Matta.).<br />

SARDINHEIRA — (B. Amazonas) —BOTHRIOSPORA<br />

CORYMBOSO Hook. f. (Rubiaceas).<br />

(A. p.)<br />

CAR. — A arvore parece <strong>com</strong> um pequeno páo mulato<br />

da varsea.<br />

Flores brancas cheirosas<br />

A madeira passa, sem razão, por venenosa.<br />

SARDINHEIRA — (R. Solimões) — ?<br />

(Flacourtiaceas).<br />

TOICSAKWAN-(R. Tapajoz) - CASEARIA SYLVES-<br />

IKlb bwartz (Macourtiaceas ).<br />

SASSAFRAZ — v. LOURO SASSAFRAZ.—<br />

SAUDADE SCABIOSA ATROPURPUREA Desf.<br />

Dipsacaceas). — Origin. do sul da Europa.<br />

Orn. — Flor para jardins.


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 407<br />

SEBASTIÃO de ARRUDA — v. PA O ROSA (Physoca-<br />

Ivmna sp.).<br />

O verdadeiro Sebastião de Arruda, do Sul, é do genero<br />

Dalbergia.<br />

SEDA VEGETAL — v. OFFICIAL da SALA.—<br />

SEMPRE VIVA — XERANTHEMUM ANNUUM L.<br />

(Compostas ). — Origin. da Europa,<br />

í PI. h.)— Cultivada.<br />

Orn. — Flores para jardins (coroas tumulares ).<br />

SENTINELLA — (Marajó) — PASPALUM PAR VI-<br />

FLORUM Rhodes (Gramíneas).<br />

(PI. h. — 0m 25).<br />

Alim. anim. — Forragem.<br />

SENSITIVA — v. MALÍCIA das MULHERES.<br />

SERINGARANA — SAPIUM MARMIERI Hub. (Euphorbiaceas).<br />

A. m.).<br />

Svx.— Tapiiní.<br />

bid.— O látex dá borracha de bôa qualidade.<br />

SERINGUEIRA BARRIGUDA — HEVEA SPRUCEA-<br />

NA Muell. Arg. (Euphorbiaceas ).<br />

(A. p. ou m.) — HAB.- NOS igapós e margens de rios<br />

e lagos <strong>com</strong> solo arenoso, no B. Amazonas e no Solimões.<br />

CAR.— Face inferior das folhas ligeiramente pelluda<br />

— flores violaceas odoríferas; sementes alongadas (mais de<br />

3 cm.), achatados na face ventral, quasi prismáticos.—Troncos<br />

de forma cónica.<br />

0 látex é resinoso e não dá borracha.<br />

Mad.— Branco-avermelhado, leve, tenra, para caixas.<br />

D = 0,36.<br />

SERINGUEIRA CHICOTE — (R. Negro) — HEVEA<br />

BENTHAMIANA Muell. Arg. (Euphorbiaceas).<br />

1 A. m.). _ .<br />

SYX.— Seringueira torrada (R. Negro) — Seringueira<br />

branca (Alto Trombetas e Jamundá).


408 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

HAB.- AO norte do Amazonas (R. R. IVOMbetas)<br />

- e curso inferior dos affl. merid. do R Sol.moes<br />

CAR — Face inferior das folhas ruiva e pelluda. — be-<br />

fina-fraca).<br />

U Fornece°borracha de boa qualidade (borracha<br />

SERINGUEIRA ITAUBA —(Rio Negro) — HEVEA<br />

LUTE A (Benth ) Muell.-Arg. (Euphorbiaceas).<br />

SYx.—Seringueira vermelha. . , ,<br />

(A g.) — HAB.- Margens do R. I apajoz — Mauhés.<br />

CAR.— Face inferior das folhas violaceas; flores amarelias;<br />

sementes pequenas.<br />

Ind.— O látex dá borracha fraca.<br />

SERINGUEIRA ITAUBA — (Alto R. Negro — R. Solimões)<br />

— HEVEA CUNEATA Hub. (Euphorbiaceas) = H.<br />

GUIANENSIS var. CUNEATA (Hub.) Ducke.<br />

SYN.— Shiringa amarilla (Perú ).<br />

(A. g.) —HAB.- Nas terras nfto inundáveis do alto R.<br />

Negro e do R. Solimòes — R. Tapajoz — R. Madeira.<br />

CAR.— Casca ruiva, esfolhando-se em escamas irregulares.<br />

In d.— Látex amarellado, pouco abundante, dando borracha<br />

regular.<br />

SERINGUEIRA VERMELHA —HEVEA GUIANENSIS<br />

Aubl. ( Euphorbiaceas ).<br />

SYN. — Seringueira amarella — Seringa-rana (Breves)<br />

— Ser. itauba ( B. Amaz. ) — Ser. mangue ( Breves).<br />

(A. g.) - HAB.- Frequente no Estuário e no B.<br />

Amazonas paraense, na margem dos riachos e em logares<br />

humosos e pantanosos da matta de T. f. —Encontra-se<br />

também no E. do Amazonas.<br />

CAR. — Folhas coriaceas, verde escuro, erguidas para<br />

0 ar quando novas; sementes pequenas (menos de 20 mm. )<br />

achatadas pelos lados. — Látex amarellado.<br />

Ind. — O látex dá borracha de qualidade inferior ( Borracha<br />

fraca).<br />

ctc SERINGUEIRA VERDADEIRA— HEVEA BRAStfJENbib<br />

Muell. Arg. (Euphorbiaceas).<br />

,P ?YN. — Seringueira roxa ou Seringueira rosada (R.<br />

1 apajoz, em Boa \ ista\-Jebe (Perú) — a variedade H.


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 447<br />

brasiliensis var. randiana (Huber) Ducke é chamada Sering.<br />

roxa maniva. no R. Tapajoz ( Boa Vista).<br />

(A. g.)— HAB.- Estuário do Amazonas e Rios Araguary<br />

e Amapá — B. Jary — R. Tocantins e rios vizinhos<br />

até o" pé das primeiras cachoeiras — Região florestal meridional<br />

do Amazonas, (do alto Xingu ao alto Juruá e alto<br />

Javary)— Falta na margem esquerda do Amazonas, do R.<br />

Parú para cima. — Encontra-se nas mattas inundadas e nas<br />

terras altas <strong>com</strong> solo de argilla fértil.<br />

2 variedades (ao que parece, instáveis):<br />

Seringueira branca — na margem dos rios, <strong>com</strong><br />

casca branca e folhas largas.<br />

Seringueira preta — no interior das terras, casca<br />

preta e grossa, folhas mais estreitas. — Considerada<br />

de qualidade superior.<br />

CAR.— Folhas <strong>com</strong> parte superior verde escuro e tace<br />

inferior cinzenta. — No peciolo, 3 glandulas (de 1 a 5) salientes;<br />

folioles novos cahidos, <strong>com</strong>o murchos—Sementes<br />

de 2 a 3 cm. de <strong>com</strong>prim., <strong>com</strong> a parte dorsal arredondada<br />

e levemente achatadas de cada lado da parte ventral.<br />

Mad. — Madeira branca, leve, para caixas.<br />

Ind. — O látex dá, por coagulação, a 44 borracha fina<br />

do Pará", de primeira qualidade.<br />

As sementes contem uma amêndoa oleaginosa que dá<br />

45 a 49 °/o de oleo amarello, grosso, de cheiro analogo ao<br />

da linhaça, seccativo, proprio para a fabricação de tintas,<br />

vernizes.<br />

SERUAIA— (Monte Alegre) — v. MARIMARY da VAR-<br />

ZEA—<br />

SÉSAMO — v. GERGELIM.—<br />

SIPÒ — v. CIPÓ.—<br />

SIPO-UBA— v. MANOPÈ da PRAIA.—<br />

SJRIUBA — v. CIRIUBA.—<br />

SOBRO— MYRSINE LACTA A. DC. ( Myrsinaceas).<br />

(A. p. ) — Loc.- R. Erepecurú.


448 A AMAZÔNIA BRASILEIRA T<br />

SOCORÓ - (Prainha) - MOURIRIA ULEI Pilg. (Melastomaceas<br />

).<br />

SYN *-'Socoroseiro - Apiranga ( Óbidos)- Murteiro.<br />

Mad. — Muito dura.<br />

SOHNREVIA EXCELSA Krause ( Rutaceas ).<br />

Loc. — Margem do campo, no R. Tapajoz — Oriximiná<br />

— Juruty velho — Mauhés. — Manáos. #<br />

( A. de 15 —20 m. ) — CAR.- Apparencia de uma palmeira<br />

_ Floresce uma única vez, morrendo depois de ter<br />

fructificado (?).<br />

Orn. —Muito ornamental.<br />

SOLANDRA GRANDIFLORA Sw. (Solanaceas).<br />

Arbusto epiphvta.<br />

HAB.— Floresta da T. f. (E. de F. de Bragança )<br />

CAR. — Flores amarellas, enormes (tubo da corolla:<br />

28 a 34 cm. de <strong>com</strong>pr.).<br />

SOLANUM PENSILE ( Solanaceas).<br />

(Cipó ).<br />

Orn.— Cachos pendentes de tlôres roxas e de pequenos<br />

fructos encarnados.<br />

SOLDANELLA da agua — LINNANTHEMUM HUM-<br />

BOLDTIANUM Griseb. (Gencianaceas).<br />

(PI. h.).<br />

Med. pop— Tónica, amarga, antidyspeptica e febrífuga.<br />

SOLIDONIA— BOERHAVIA PANICULATA Rich.<br />

(Nyctaginaceas).<br />

Svx.— Celidônia — Pega-pinto.<br />

(PI. h. p.) —HAB.- NOS terrenos abandonados.<br />

CAR.—As sementes agarram-se na roupa e na pelle<br />

dos animaes (carrapichos), <strong>com</strong>o as da herva testüo, ou<br />

pega-pinto de Belem.<br />

Med. pop.— Diurética.— Empregada nas moléstias do<br />

ligado e vesícula biliar (Infusilo da raiz).<br />

SORCHO — v. MILHO de ANGOLA.-<br />

SOROROCA — (Marajó) — v. PACOVA SOROROCA.—


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 411<br />

SOROROCA-MIRIM — (Maraió) — HELICONIA PÊN-<br />

DULA Wawra (Musaceas).<br />

SOROROQUINHA — v. PACOVA CAATINGA.—<br />

SORVA — CO UM A GUIANENSIS Aubl. (Apocynaceas).<br />

(A. m. ou g.).<br />

HAB. — T. f. húmida e humosa, na região-litoral e estuário.<br />

Loc. — Belem — Cunani — Almeirim — Prainha.<br />

Alim.— Látex amargo, não potável; fructos <strong>com</strong>estíveis,<br />

pequenos e medianos ( sorva de Belem ).<br />

SORVA GRANDE— COUMA MACROCARPA Barb.<br />

Rodr. (Apocynaceas).<br />

(A. g. ).<br />

SYX. — Cttmâ-uassú — Leche caspi ( Peru ).<br />

HAB.— T. f. húmida e humosa, no R. Tapajoz e de<br />

Óbidos até o Alto Amazonas. — Commum ao norte de<br />

Manaos.<br />

Ma d.— Branca, para marcenaria. — D = 0,54.<br />

Ind. — O látex coagulado constitue um breu de primeira<br />

qualidade para a calafetagem de embarcações.<br />

Alim. — Fructo da grossura de um limão, <strong>com</strong>estível;<br />

o succo é pegajoso, mas a polpa é doce e agradavel.<br />

O látex é muito abundante, branco, potável e doce;<br />

bebe-se principalmente misturado <strong>com</strong> agua e fervido, <strong>com</strong><br />

café ou em mingáo <strong>com</strong> farinha de bananas ou de mandioca.<br />

SORVA PEQUENA —COUMA UTILIS (Mart.) Muell.<br />

Arg. (Apocynaceas).<br />

SYX. —Cumâ ou cu mau — Sorva do l J ará.<br />

(Ap ). — HAB.- Em terrenos arenosos. — Frequentemente<br />

cultivada.<br />

Loc. — Óbidos— Faro — Manáos<br />

Alim.— O fructo é <strong>com</strong>estível, saboroso, do tamanho<br />

de uma cereja, de côr castanho quando maduro; a pelle<br />

tem uni succo viscoso.— O látex é potável, doce.<br />

SORVA do PERU-CHRYSOPHYLLUM EXCELSUM<br />

Hub. ] Sapotaceas ).<br />

! A. g.) — Algumas vezes cultivada.<br />

SYX. — Guajará, ou ajará ( Faro).


412 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Alim.— Os fructos cozidos silo saborosos ; criís, elles<br />

são muito pegajosos por causa do látex.<br />

SORYINHA - (Paraná de Urariá) — v. MOLONGO<br />

( Zschokkea arborescens).<br />

SUASSU-REÇÀ — (Faro — Parintins — Mauhés)<br />

Alim.—' Fructo de côr roxa, <strong>com</strong>estível, de sabor delicado.<br />

SUCUPIRA—(Meio-norte) — v. SAPUPIRA (Amazônia).—<br />

SUCURIJL' — (Belem) — M I K A N I A<br />

(Compostas). — Cultiv. no Pará.<br />

Meei. pop. — Para banhos aromaticos.<br />

SUCURIUBA— v. COQUILHEIRO.—<br />

SUCURUBEIRO — v COQUILHEIRO.—<br />

SUCUUBA—(Marajó)—PLUMIERA aff. FALLAX<br />

Muell. Arg. ( Apocynaceas ).<br />

(A. p.)— HAB.- Na T. f.<br />

CAR.— Látex branco.<br />

SUCUUBA de flores grandes — PLUMIERA ATTENU-<br />

ATA Benth. (Apocynaceas).<br />

SYN.— Siituuba pequeno (B. Trombetas) — Molongó<br />

(Faro ).<br />

CAR.-—Látex branco.<br />

SUCUUBA verdadeiro —PLUMIERA S U C U U B A<br />

Spruce (Apocynaceas).<br />

Parente do "frangipanier" da G. fr. (Plumiera alba).<br />

(A. m.) - HAB.- Na T. f.<br />

^ ~~ Branca ' bastante <strong>com</strong>pacta e homogênea. —<br />

D. = O./o.<br />

Com latex prepara-se um bom visgo.<br />

Med. pop.-— Succo leitoso detersivo e vermífugo; veneno<br />

em alta dose.-A infusão da casca usa-se contra os<br />

embaraços gástricos; em dose forte é um vomitorio.<br />

«


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 451<br />

SUCUUBARANA — ><br />

Med. pop.—O cozimento das folhas é empregada contra<br />

a sarna e contra a lepra.<br />

SUINÁ — v. ASSACU-RANA.—<br />

SUMAHUMA — (Alto Amazor.as) — CEIBA SUMA-<br />

HUMA Schum. (Bombaceas). = ERIODENDRON SUM V<br />

HUMA Mart.<br />

SYN.— Huimba ( Perú ).<br />

(A. g.) —HAB.- Na T. f. (Alto Amazonas).<br />

CAR.— Flores de mais de 10 cm. de <strong>com</strong>primento.<br />

SUMAHUMA (la T. f. - BOMB AX GLOBOSUM Aubl.<br />

( Bombaceas )<br />

SYN.— Fromager, h fruits ronds (G. fr.).<br />

(A. p. ou m.) —HAB.- Na T. f., em campos cerrados<br />

ou em matta baixa <strong>com</strong> solo arenoso.<br />

Loc.— Faro.<br />

CAR.— Fructos: capsulas esphericas. — Kapok ruivo.<br />

SUMAHUMA da Varzea — (B. Amazonas) — CEIBA<br />

PENT AND R A (L.) Gaertn. (Bombaceas), = ERIODEN-<br />

DRON ANFRACTUOSUM. DC.<br />

SYN.— Fromager, ou Kapokier ( G. fr. e Africa tropical<br />

fr. ) — Kapok-tree (Ingl. ).<br />

( A G. ) — HAB.- Nas florestas inundadas ou pantanosas<br />

da varzea e. também, na terra firme alta <strong>com</strong> solo argilloso<br />

fértil. — Em toda a bacia.<br />

CAR.—Arvore gigantesca, <strong>com</strong> enormes sapupemas.<br />

Mad.— Branca, muito leve, para jangadas, bóias.—<br />

D = 0,50— Para pasta de cellulose, o rendimento é de 26°/o.<br />

a humidade media attingindo 54 %>; o <strong>com</strong>pr. das fibras 6<br />

de 2,9 e o diâmetro 0,018 ( Benj. Cordeiro—M. C. P.).<br />

Ind. —As sementes são envoltas em paina alva ou<br />

pardacento, muito leve e elastica que constitue o "kapok"<br />

(K. de Java), cujas propriedades hydrofugas são utilisadas<br />

na confecção de salva-vidas ( Aguenta 30 a 35 vezes seu<br />

peso nagua ).—Com o kapok se enchem colchões, travesseiro§...<br />

As sementes são pequenas, oleaginosas ; podem dar de<br />

18 a 30 o/o de oleo amarello-claro, de cheiro e gosto agradaveis,<br />

proprio para a saponificação e <strong>com</strong>estível


414 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

Mim. —Os toros da raiz descoberta na margem dos<br />

riachos seccos, cm tempo de verão, dao agua potável exccllente.<br />

Meã. pop. — A seiva é empregada contra a conjunctivite.<br />

SURURU — (R. Tapajoz, em Bòa Vista) —MOLLIA LE-<br />

PIDOTA Spruce (Tiliaceas).<br />

(A. g.). ,<br />

Loc. — R. Tapajoz (pouco frequente).<br />

CAR. — Flores brancas.<br />

SUSSUAIA— V. HERVA GROSSA.—<br />

SWARTZIA POLYCARPA Ducke. — íLegum. cae-<br />

salp.). Loc.— Mauhés.<br />

Mad.— O cerne dos troncos velhos 6 de um bello<br />

pardo arroxeado.<br />

SWARTZIA STIPULIFERA Harms. (Legum. cae-<br />

salp.).<br />

(A. m.)— Loc.- R. Branco de Óbidos—Alto R. Trombetas<br />

— Alto R. Ariramba.<br />

Mad.— Castanho <strong>com</strong> veias pretas, virando ao preto<br />

de ébano; grào fino, tomando polimento perfeito; nfto sujeita<br />

a rachar.<br />

• SWARTZIA aff. STIPULIFERA Harms. (Legum. caesalp.).<br />

Loc. — M. R. Tapajoz.<br />

Mad. —Linda, castanho escuro <strong>com</strong> finas veias pretas,<br />

virando ao preto; muito dura, grilo muito fino, tomando um<br />

polimento perfeito mas rachando <strong>com</strong> facilidade.—D = 1,31.<br />

SWARTZIA TOMENTOSA (Willd.) DC. (Legum.<br />

caesalp.). v. CANDEIA.—<br />

SYN.- Grand panacoco (G. fr.). c


TABACARANA — PLUCHEA QUITOC D. Cand.<br />

(Compostas).<br />

(PI. h.).<br />

SY.V— Quitoco.<br />

Loc.— R. Mara cá.<br />

Med. pop.— Interna c externamente <strong>com</strong>o carminativo,<br />

resolutivo, digestivo e antihysterico.<br />

TABACARANA — POLYGONUM HISPIDUM H.BK.<br />

(Polygonaceas).<br />

Iiid.— Fornece matéria corante para a tinturaria.<br />

TABACO — NICOTIANA TABACUM L. (Solanaceas).<br />

(PI. h.) — De origem sul-americana.— Cultivado.<br />

lnd.— Com as folhas seccas prepara-se o fumo.<br />

Med.— Toxico. — O principio activo é um alcalóide, a<br />

Nicotina, um dos mais violentos venenos cardíacos.<br />

Usado <strong>com</strong>o parasiticida (Infusão das folhas) contra<br />

o acams da sarna, os piolhos, os carrapatos, os mucuins.<br />

TABACO de JUDEU — v. ESPONJA do MATTO.—<br />

TABOCA — GUADUA LATÍFOLIA<br />

(Gramíneas).<br />

Loc.— R. Cunani.


418 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

TABOCA — GUADUA ANGUSTIFOLIA Kunth. (Gra-<br />

míneas ).<br />

SYN.— Taquara.<br />

Loc.— Maguary (Ilha de Marajó).<br />

CAR.-Colmo de 10 a 12 metros. . .<br />

Alim — Os rebentos novos do rhizoma sâo <strong>com</strong>estíveis.<br />

TABOCA.— í Marajó) - GUADUA GLOMERATA<br />

Munro. aff. MACROSTACHYA Rupr. (Gramíneas).<br />

SYN.— Bambusinho — Guadiiamorim.<br />

Ind.— O colmo é usado para pontas de frechas e para<br />

enripar casas.<br />

Alim. anim.— Forragem.<br />

TABOCA de folha larga — (Alto Purús) — N A S T U S<br />

AMAZONICUS Hub. (Gramíneas).<br />

TABOCA GRANDE—(Alto Amazonas) — G U A D U A<br />

SUPERBA Hub. (Gramíneas).<br />

SYN.— Taboca giganta — Taquarussú (V. este nome).<br />

Loc.— Territorio do Acre— Bocca do Javary.<br />

TABOQUÍNHA — PANICUM LATIFOLIUM (Gramíneas<br />

).<br />

Capim meio escandente.<br />

TABUA — CYPERUS GIGANTEUS Vahl. (Cyperaceas).<br />

( PI. h.- hastes até 3 metros).<br />

SYN.— Piry (Marajó).<br />

HAB.—Em pantanos descobertos; constituem sociedades<br />

que cobrem grandes extensões (piryzal).<br />

Alim. anim — O gado <strong>com</strong>e somente as folhas terminaes<br />

novas.<br />

Ind.— Junco grande cujas hastes servem para tecer<br />

esteiras.— Pode dar cellulose para papel.<br />

TABLA — (no Sul) — v. PARTASANA.— •<br />

TACACAZEIRO - v. CAPOTE (Sterculia speciosa).<br />

/


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 419<br />

TACACAZEIRO — (Óbidos) — STERCULIA PRU-<br />

RIENS (Aubl.) Schum. (Sterculiaceas).<br />

(A. g. da T. f.).<br />

Svx.—Envireira (na região do estuário) — Chi chá brava<br />

(R. Tapajoz)— Capote— Touroiilier, ou Mahot-cochon<br />

(G. fr.)<br />

Loc.— Belem — Óbidos.<br />

CAR —O frueto É uma grande vagem semi-circular, de<br />

casca grossa, dehiscente, que encerra de 3 a 5 sementes<br />

ovóides negras, da grossura de um feijão, envolvidas em<br />

finos pellos ruivos, curtos e agudos, muito irritantes.<br />

Ind — As sementes são oleaginosas e dão 16°/o do seu<br />

peso de oleo amarello claro, inodoro (safra em outubro).<br />

TACACAZEIRO da T. f. — STERCULIA PILOSA<br />

Ducke (Sterculiaceas).<br />

(A. g.).<br />

Svx.— Envireira (na região do estuário).<br />

Loc.— Estrada de Ferro de Bragança — Santarém —<br />

Rio Branco de Óbidos.<br />

Mad.— Avermelhada, mais dura do que a da varzea.<br />

D = 0,43.<br />

TACACAZEIRO da V.— (B. Amazonas)-STERCULIA<br />

ELATA Ducke (Sterculiaceas).<br />

(A. G.).<br />

Svx.— Taxiipá, ou Taxi pá (Almeirim).<br />

Loc.—A especie mais <strong>com</strong>mum do B. Amazonas—Almeirim<br />

— Óbidos — Adauacá — SolimOes.<br />

CAR.—Tronco direito, delgado, alto, de cor esbranquiçada.—<br />

Copa pequena.<br />

Mad.— Pardo-claro, tenra e esponjosa, leve. de grão<br />

grosseiro.— O cerne das arvores velhas é vermelho.<br />

TACHY— SCLEROLOBIUM GOELDIANUM Hub.<br />

(Legum. caesalp.<br />

(A. m.) — Loc.- Frequente nas margens do R. Capim.<br />

TACHY— TRIPLARIS SCHOM BURGKIA NA Benth.<br />

(Pol^onaceas).<br />

[A. M.)— HAB.- Varzeas altas <strong>com</strong> solo de argilla<br />

fértil do Alto Amazonas.<br />

CAR.— Folhas largas.


420 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

TACHY BRANCO da MATTA —TACHIGALIA ALBA<br />

Ducke ( Leg. caesalp. ).<br />

(A. g. ) — HAB.- Na T. f.<br />

Loc.— Óbidos — Gurupá — Rio I apajoz — \ olta do<br />

Xingú. .<br />

CAR.— Não myrmecophila ; casca branca e ínllorescencias<br />

muito grandes, de lindo aspecto.<br />

TACHY BRANCO da T. f. — SCLEROLOBIUM PARA-<br />

ENSE Hub. (Leg. caesalp.).<br />

( A. g. ou G. J — HAB.- Na I. f.<br />

Loc.—Estrada de Ferro de Bragança—Óbidos —M.<br />

R. Xingú — M. R. Tapajoz.<br />

CAR.— Fructo muito maior que do S. paniculatum<br />

(vagem de 10 cm./3 — 3,5 cm.—Não myrmecophila.<br />

TACHY BRANCO da T. í. — SCLEROLOBIUM PANI-<br />

CULATUM Vog. ( Leg. caes. ).<br />

SYX.— Carvão de ferreiro.<br />

(A. p. ou m.) — HAB.- Campos altos e seccos e matta<br />

vizinha destes.<br />

Loc. —Almeirim — Cametá — R. Tapajoz— Santarém<br />

— Monte Alegre—Faro—Campos do Ariramba —Mandos.<br />

CAR. — Não myrmecophila.<br />

Jnd. — A madeira constitue excellente lenha e fornece<br />

carvão de alto poder calorífico<br />

TACHY BRANCO da V. — TACHIGALIA PANICULA-<br />

TA Aubl. ( Leg. caesalp. ).<br />

SYX.— Tachigali. ( G. fr. ).<br />

( A. p. ou m. ). HAB. — Nos igapós e margens de rios.<br />

CAR.—Muito <strong>com</strong>mum cm quasi toda a Amazónia.—<br />

Flores amarellopallido.— Os peciolos Ocos sao geralmente<br />

habitados por formigas "tachy" ( Pseudomyrma ).<br />

t mÍ V vv Y ,> 1c F lôr amarella —PTEROCARPUS ANCY-<br />

T-IRR TT Bcnth - (Leg. pap. dalb.) = PTEROCARPUS<br />

LLLI Harms.<br />

P m Nas mar<br />

' £ens inundadas.<br />

• « 7" : lôres ^ ranc, es amarellas — Habitado por formigas<br />

"tachy".<br />

1


ARVORF.S E PLANTAS ÚTEIS 421<br />

TACHY PRETO da matta — TACHIGALIA MYRME-<br />

COPHILA Ducke (Leg. caes.).<br />

(A. g. ou G.) — HAB.- Na matta de T. f.<br />

CAR. — Casca quasi preta. — Peciolos habitados por<br />

formigas do genero " Pseudomyrma " (tachy) ou, <strong>com</strong> mais<br />

frequência, do genero "Azteca".<br />

Ind. — A casca, rica em tanninos (3,6°/0—E. Serfaty—<br />

M. C. P.) é utilisada no cortume.<br />

Mad. — Alvacenta, dura. de cheiro fétido.<br />

TACIIY PRETO da V. —TRIPLA RIS SURINAMENSIS<br />

Cham. (Polygonaceas). ^<br />

(A. m. ) —HAB.- Uma das arvores mais typicas das<br />

margens do Amazonas.<br />

CAR. — Casca lisa e clara — ramos erectos — folhas<br />

grandes, escuras — flores amarellas e côr de rosa í cm setembro).<br />

Nas cavidades dos ramos alojam-se as formigas "tachy"<br />

( Pseudomyrma).<br />

Mad. — Cerne roseo claro, alburno-amarellado, leve e<br />

tenro, fibras direitas, fácil de se trabalhar.<br />

Med. pop. — O cozimento da casca é usado contra as<br />

hemorrhoides.<br />

TACHY da T. f. — (Beiern) — SCLEROLOBIUM TIN-<br />

CTORIUM Benth. (Leg. caes.).<br />

( A. p. ou m.).<br />

TACHYPvANA — (R. Tapajoz) — SCLEROLOBIUM<br />

CHRYSOPHYLLUM Poepp. e Endi. ( Leg. Caesalp. ).<br />

TAIASSUBA — (R. Tapajoz) - DUGUETIA sp. (Ano<br />

naceas).<br />

TAIOBA — X ANTHOSOM A VIOLACEUM Schott.<br />

(Araceas).<br />

(PI. h.).<br />

Aliai. — Rhizoma <strong>com</strong>estível.<br />

TAIOBA-XANTOSOMA SAGITTIFOLIUM Schott<br />

(Araceas).


422 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

/pi h )— Origin. das Antilhas.—Pouco cultivada.<br />

SYN\— Taw - Matigarilo — Choux caraïbe, das An-<br />

t,lhaS ^WÍ-Thizoraa <strong>com</strong>estível depois de cozido; as folhas<br />

novas substituem as couves.- Inferior ao verdadeiro taro<br />

(Inhame branco).<br />

T A J Â S - Principalmente: CALADIUM BICOLOR<br />

Vent. (Aroideas), div. variedades.<br />

SYX. — Tinhorão (no Sul).<br />

CAR — Folhas grandes manchadas ou mosqueadas de<br />

branco e de vermelho ; ás vezes quasi <strong>com</strong>pletamente brancas<br />

ou cor de rosa pallida.<br />

As especies ornamcntaes dos tajás são cultivadas nos<br />

jardins. , , ,,<br />

A BRASILEIRA —Tajá pequeno, de folhas graciosas,<br />

verde-claro mosqueado de branco puro.<br />

RIO BRANCO — Um dos maiores tajás ; folhas<br />

longas de quasi 2 metros ; o lobo é metade verde,<br />

metade branco, ou verde <strong>com</strong> grandes manchas<br />

brancas irregulares, chegando a ter Om 75 de<br />

<strong>com</strong>prido <strong>com</strong> Om 60 de largo.<br />

Med. pop.— Em geral, os tubérculos frescos dos tajás<br />

tem propriedades emeticas e purgativas.<br />

TAÍÁ de COBRA — (Furos) - DRACONTIUM ASPE-<br />

RUM C. Koch. (Araceas).<br />

S Y s.—Ja rara ca.<br />

(PI. h. )— CAR.- Haste de Om.õO a 2m., <strong>com</strong> 2-4cm.<br />

de diam., manchada de preto e de branco esverdeado.<br />

Ali m.— A raiz tuberosa assada é <strong>com</strong>estível.<br />

Med. pop.—O succo da raiz é utilisado interna e externamente<br />

contra as mordeduras de cobras.— O pó da raiz<br />

secca é re<strong>com</strong>mendado contra a asthma, a chlorose, a amenorrhea<br />

e a coqueluche.<br />

DC LEITE-ZSCHOKKEA LACTES-<br />

CbNb Kuhlmann ( Apocynaceas ). *<br />

Sm— Páo de chicle — Coudurú de espinho.<br />

v A. m.) — IÍAB.- Nas mattas das margens do Rio Abuná


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 423<br />

— No territorio do Acre — Iquitos — Esperança (R. Javary).<br />

CAR.— Tronco coberto de espinhos.<br />

Ifid. — Dá um látex branco que, depois de coagulado,<br />

pode ser utilisado <strong>com</strong>o gomma para mascar, ou ,4 chicle ";<br />

tem um cheiro natural de baunilha.<br />

TAMANQUEIRA de LEITE — (Rio Tapajoz) — M A-<br />

LOUETIA DUCKEI Markgraf (Apocynaceas).<br />

TA MANQUEIRA da T. f. — FA G AR A RHOIFOLIA<br />

Lam. (Rutaccas).<br />

(A. p.).<br />

SYX.— lembetarú.<br />

CAR.—A casca é armada de espinhos grossos.<br />

Mad.— Pardacenta sedosa; para carroçaria, marcenaria,<br />

cabos de ferramentas, tamancos.<br />

Ind. — Para papel: rendimento em cellulose, 45, l °/o—<br />

<strong>com</strong>pr. das fibras 1,03.—Diam. 0,031 (A. Bastos — M. C. P).<br />

- D. = 0,40 a 0,57.<br />

Me d. pop.— A casca do tronco é estimulante, estornachica<br />

e digestiva.—A raiz 6 amarga e tônica (dyspepsia<br />

flatulenta).<br />

TAMANQUEIRA da T. f. — FAGARA CAUDATA<br />

Hub. (Rutaceas).<br />

Loc.— Oriximiná — Faro.<br />

CAR.— Tronco aculeado.<br />

TAMANQUEIRA da V. —FAGARA sp<br />

[ Rutaceas).<br />

í A. m.).<br />

CAR.— Tronco aculeado.<br />

Mad. — Branco amarellado, de grão regular, fácil a<br />

trabalhar.— D = 0,71.<br />

TAMAQUARÈ — (Ilhas) — CARAIPA PSIDI1FOLIA<br />

Ducke (Guttiferaceas).<br />

(A. p.).<br />

SYN.— Tamacoaré. .<br />

JHAB.— Nas terras inundadas do litoral, em agua doce.<br />

CAR.— AS flores de todas as especies de " tamaquare<br />

são brancas e muito perfumadas.<br />

Mad. — Para carpintaria e marcenaria.


424 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

TAMAQUARÈ grande — (Ilhas e E. de F. de Br.) - CA-<br />

RAIPA GRAND1FOLIA Mart. (Guttiferaceas), - CAKAlt A<br />

PARAENSIS Hub. . ,<br />

i A. m. ). — A especie mais <strong>com</strong>mum na região do estuário.<br />

_ • .<br />

Mad.— Pardoviolaceo, para construcções, cai pintaria,<br />

marcenaria. — D. =0,63.<br />

Ind. — As amêndoas das sementes contem O.) %, de<br />

sebo castanho avermelhado, de cheiro particular, desagradavel:<br />

Para safra papel de fevereiro ; <strong>com</strong>pr. das a abril. libras 1,18 — diam. 0,011 ( A.<br />

Bastos.—M. C. P.).<br />

Med. pop.—A<br />

ceiras.<br />

seiva é util contra herpes, sarnas, co-<br />

TAMAQf• IRE — (R. Negro e A. Amazonas) — CA-<br />

RAIPA FASCICÜLATA ( Guttiferaceas ).<br />

( A. g. ).<br />

Mad. — Pardacenta.<br />

Med. pop. — Do tronco extrahe se, por incisões, pequena<br />

quantidade de um balsamo-resina, vermelho-escuro.—<br />

Externamente, o balsamo e o cozimento das cascas dào excellentes<br />

resultados nas doenças da pelle. (A. Matta):<br />

darthro, eczema, herpes, empigens, sarnas. pytiriases.<br />

TAMAQUARÈ — (Rio Tapajoz) — CARAÍ PA EXCEL-<br />

SA Ducke (Guttiferaceas )<br />

ÍA. g ).<br />

Med. pop. — Dá balsamo anti-darthroso e anti-herpetico.<br />

TAMAQUARÈ miúdo — (Igapós dos furos) — CARAÍPA<br />

MINOR Hub. (Guttiferaceas).<br />

(A. p.).<br />

Med. pop. — Dcá balsamo anti-darthroso e anti-herpetico.<br />

também usado contra os rheumatismos. - A casca é<br />

depurativa.<br />

TAMAQUARÈ — I — IPOMAEA SUPERSTITIOSA<br />

Barb. Rodr. (Convolvulaceas).<br />

(Cipó).<br />

CAR.—Corolla rósea e tubo carmesim.<br />

TAMARINDO - TAMARINDUS INDICA L. (Legum.<br />

caesalp.). — Origin. da Africa tropical.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 425<br />

( A. g. ) — Naturalisado, subespontaneo e cultivado.<br />

Mad— Branco-amarellado. dura, torte; boa para segeria<br />

e cavername de embarcações.<br />

Ali tu.— A polpa que envolve as sementes é <strong>com</strong>estível,<br />

propria para fazer bebidas refrigerantes e sorvetes.<br />

Med — A polpa dos fruetos é adstringente, refrigerante<br />

e laxativa, excellente contra as gastrites dos impaludados.<br />

TAMBORIL — (Óbidos) — ENTEROLOBIUM MAXI-<br />

MUM Ducke ( Legum. mim.).<br />

SYN. — Tamburt 7 ivo ( 1'ciro ) — Tambormva (Li. do Amazonas<br />

) _ Faveira grande.<br />

(A. G.)— HAB.- Na matta virgem da T. f.<br />

Loc.— Alcobaça — Óbidos— Oriximiná — Santarém —<br />

Ilhas da T. f.. ao sul de Faro — Frequente no R. Tapajoz.<br />

CAR.— Arvore de copa muito larga.<br />

Mad. - Castanho-pardo, de consistência do cedro, mas<br />

de grilo um pouco grosseiro; trabalhando-se bem, para marcenaria.—<br />

D = 0,60.<br />

Ind — Para papel : <strong>com</strong>pr. das fibras 1.00— diam. 0,028<br />

(A. Bastos — M. C. P.).<br />

Ali m. a ni m.— A polpa dos fruetos é branca, molle,<br />

adocicada ; avidamente procurada pela caça.<br />

TAMBORIL— v. TIMBOUVA.—<br />

TAMBORIUVA — (Estado do Amazonas) — v. TAMBO-<br />

RIL—<br />

TAMURÀ TUIRA— (R. Taoajoz) - TABEBUIA SER-<br />

RATIFOLIA (Vahl. ) Nichols. ( Bignoniaceas ).<br />

TANAZEIRO— ?<br />

(A. M.) — HAB.- Região das Ilhas de Breves.<br />

Mad.— Pouco <strong>com</strong>pacta, leve.—O alburno 6 branco;<br />

D = 0,32. — O cerne 6 branco pardacento <strong>com</strong> zonas amarelas<br />

virando ao pardo violáceo claro; D = 0,-14.— Bôa para<br />

caixas.<br />

TANCHAGEM — PLANTAGO MAJOR L. (Plantaginacea!><br />

).— Origin. da Europa.<br />

( PI. h.) — Sub espontanea na Amazônia.<br />

Med. pop.-\ agua distillada das folhas é usada <strong>com</strong>o


426 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

collyrio.— As folhas e as raizcs são febrífugas, tônicas c<br />

adstringentes, úteis contra anginas e parotidites.<br />

TANGARACA — v. HERVA de RATO.-<br />

TANGARACA-ASSÚ — v. COTO-COTO.-<br />

TANGERINA-CITRUS NOBILIS Lour. (Rutaceas).—<br />

Orig. da China. . »<br />

( A. p.) —Cultivada. — E' uma variedade da "mandarina<br />

Alim. — Fructos perfumados, muito apreciados — Conservam<br />

a cor verde manchada de amarello quando maduros.<br />

— Safra no <strong>com</strong>eço da estação secca.<br />

TANIBOUCA — (B. Amazonas)-— v. CINZEIRO.—<br />

TAPAI UNA — (Almeirim) — DICORYNIA INGENS<br />

Ducke (Leg. cacsalp.).<br />

(A. G.) — HAB.- Frequente na matta de T. f. baixa, entre<br />

a varzea do Amazonas e as Serras de Almeirim.<br />

Loc. — A' oeste da Serra da Velha Pobre, Almeirim,<br />

Gurupá, Oriximiná.<br />

Moei. — Pardo-avermelhado escuro, cerne pequeno<br />

(1/3 do tronco) côr castanho-escuro-violaceo, para construcção<br />

civil, segeria, estacas, dormentes; especial para<br />

tanoaria. — D = 0,90.<br />

TAP AO A — ?<br />

Loc. — Santarém.<br />

TAPERIBÀ - SPONDIAS LUTE A L. (Anacardiaceas).<br />

SYX — Cajá, ou Cajazeiro Í Ceará) — Prunier mombin<br />

(G. fr. ) — Ilog p/um (Ingl.)<br />

r~ HAB.- Na varzea e na terra firme argillosa.<br />

Mad. — Branca, tenra, sem applicações.<br />

Ahm.— Fructo ovoide, da grossura de uma pequena<br />

ameixa, amarello, perfumado, acido, de sabor agrajdavel,<br />

proprio para limonadas, sorvetes; pela fermentação e distiIlação,<br />

dá um álcool de bom gosto, aromatizado, <strong>com</strong> o qual<br />

fabrica-se um excellente licor


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 427<br />

Med. pop.— O cozimento da casca e dos grêlos cura<br />

a inchação erysipelatosa dos pés. — O decocto das flores é<br />

util nas ophtalmias e laringites. — Internamente, a casca é<br />

emética e adstringente; emprega-se o cozimento <strong>com</strong>o tonico<br />

e estimulante contra as diarrheas, vomitos espasmoticos,<br />

cólicas, dysen terias, blennorrhagias. - O decocto das flores<br />

é aromatico, tonico do coraçào (contra as palpitações) e<br />

fortifica o organismo enfraquecido.<br />

TAPERÍBÁ-CEDRO — POUPARTIA AMAZÔNICA<br />

Ducke (Anacardiaceas).<br />

(A. g.).<br />

SY.W— Cedro bronco — Cedro-rana — Tapcribd-assií —<br />

Yacrí- Yacá.<br />

HAB.— Xa matta virgem, <strong>com</strong> solo argilloso fértil.<br />

Loc.— R. Trombetas — R. Branco de Óbidos.<br />

CAR.— Tronco parecido <strong>com</strong> o do cedro.<br />

Mad. ~ Sem valor.<br />

Alini.— Fructo pentágono <strong>com</strong>estível, acido, lembrando<br />

o taperibá <strong>com</strong>mum pela côr, o cheiro e o sabor.<br />

TAPERIBÁ do SERTÃO—SPONDIAS DULCIS Forst.<br />

( Anacardiaceas).—Origin. das Ilhas da Sociedade.<br />

(A. g.)— Cultivado.<br />

SY.V— Cajá manga (R. de .!.) — Pomme de Cythère<br />

(de Tahiti).<br />

Alim.— Fruetos em cachos, da grossura de um limão,<br />

amarellos; polpa acidulada, aromatica.—Comem-se crus ou<br />

em <strong>com</strong>potas.<br />

TAPERIBASINHO — CODIAEUM VA RIFO ATUM L.<br />

(Euphorbiaceas).<br />

(a.) —Variedade de "croton".<br />

Om — Arbusto elegante, pyramidal, de folhas recortadas,<br />

verde claro, orladas de branco.<br />

TA PI RI RI — V PÁO P03IB0— (Belem).—<br />

TAP URU— v. BURRA LEITEIRA.—<br />

áTAPURU — (Estado do Amazonas) — v. MURUPITA.-<br />

TAPLRÚ — v. SERINGARANA.—


428 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

TAQUARA — BAMBUSA VULGARIS Schrad. (Gramíneas).<br />

„ , .<br />

CAR.— Hastes de 5 a 16 m. de altura.<br />

Orn.— Cultivada nos parques.<br />

Ind.— Empregada para bengalas, cercas, latadas, gaio-<br />

las.<br />

Alim.— Os rebentos novos são <strong>com</strong>estíveis e, também,<br />

as sementes.<br />

TAQUARA— v. TABOCA — GUADUA ANGUSTI-<br />

FOLIA Kunth. (Gramíneas).<br />

TAQUARISINHO — ANDROPOGON SPATHIFLO-<br />

RUS Kunth. (Gramíneas).<br />

(PI. h.).<br />

TAQUARUSSU — (A. Amazonas) — GUADUA SU-<br />

PER BA Hub. (Gramíneas).<br />

SYN. — Taboca grande.<br />

HAB.— Nas T. f. elevadas.<br />

CAR.—Colmos de 6 a 12 metros de altura, attingindo<br />

20 m. <strong>com</strong> 15 a 20 cm. de diam.<br />

Ind.— As hastes são empregadas para esteios de casas,<br />

escadas, canos.— Material para cestos, gaiolas, ripas.— Cellulose<br />

para papel.<br />

Alim.— As sementes são feculentas e nutritivas — No<br />

interior das hastes novas, mas bem desenvolvidas, encontrase<br />

uma agua potável, ás vezes um pouco mucilaginosa.<br />

TAQUARY — MABEA ANGUSTIFOLIA Benth. (Euphorbiaccas).<br />

e MA BE A TAQUARY Aubl. (Euphorbiaceas).<br />

(A. p. ou m.).<br />

SYN.— Canudo de pito — Mabier (G. fr.).<br />

Loc.—Nas capoeiras seccas de Óbidos.<br />

Mad.— Amarellada, molle, leve.<br />

Ind.— Os renovos são ocos e tem os nós muito espaçados;<br />

são utilisados para fabricar canudos de cachimbos.<br />

As sementes são oleaginosas; o oleo extrahido é amarello,<br />

inodoro, muito seccativo. «<br />

TAQUARY d'AGUA — v. CAPIM TAQUARY.—


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

TAQUERA — v. CABAÇA AMARGOSA.—<br />

TARO — v. TAIOBA.—<br />

TARO — v. INHAME BRANCO.—<br />

429<br />

TARTARUGUINHA — (Bocca do R. Trombetas) - SA-<br />

PIUM. (Euphorbiaceas).<br />

TARUMÃ do CAMPO — VITEX DUCKEI Hub. (Verbenaceas).<br />

(a. ou A. p.)-<br />

HAB.—Na T. f., nas campinas de areia <strong>com</strong> humus.<br />

Loc.— R. Tapajoz — Faro — R. Trombetas.<br />

TARUMÃ CHEIROSO — VITEX ODOR ATA Hub.<br />

(Verbenaceas).<br />

(a. ou A. p.).<br />

HAB. — Nos campos de Marajó, nos logares altos.<br />

TARUMÃ FRONDOSO — (Marajó) — VITEX ORINO-<br />

CENSIS Kth. var. AMAZÔNICA Hub. (Verbenaceas).<br />

( A. g.) — HAB.- Nos terrenos argillosos das margens<br />

dos rios e riachos.<br />

Loc.— R. Tapajoz — R. Branco de 0'oidos — Tesos da<br />

contra-costa de Marajó.<br />

Mad. — Própria para logares húmidos, esteios, moirôes,<br />

dormentes, segeria.<br />

TARUMÃ GRANDE do campo — (Marajó e B. Amazonas)<br />

- VITEX FLAVENS Kunth. (Verbenaceas).<br />

SY.W— Mammeira (Macapá) — Tarumã tuira.<br />

(A. p. ou m.) —HÀB.- Nos campos de T. f.<br />

Loc.—C. de S. José (Óbidos) — Marajó — Monte Alegre<br />

— Santarém.<br />

Mad.— Resistente, para segeria, moirões, esteios, dormentes.<br />

.TARUMÃ do igapó —VITEX CYMOSA Bert. (Verbenaceas<br />

).<br />

SY.W— Tarumd do alagado — Jaramanlaia (R. IApajoz).


430 A AMAZÔNIA BRASILEIRA T<br />

/ P.). _ HAB.- Margens inundadas dos lagos e rios.<br />

toe.- Amazonas - R. Tapajoz - R. I rombetas, etc.<br />

CAR. — Floresce despido de folhagem, logo que os ramos<br />

emergem da agua depois da enchente annual.<br />

Mad.— Amarello-pardacenta.<br />

TARUMÃ da MATTA - VITEX TRIFLORA Vahl.<br />

(Verbenaceas).<br />

SVN.— Tarumã silvestre.<br />

(A. ou A. p.). - HAB.- Nas capoeiras E matta secundaria.<br />

— E' a especie mais vulgar da Amazônia.<br />

Med. pop.— O frueto é emmenagogo e diurético; as<br />

folhas empregam-se contra as cystites e uretnrites; a raiz<br />

é tônica e febrífuga.<br />

TARUMÃ SILVESTRE — v. TARUMÃ da MATTA.—<br />

TARUMÃ TUIRA — v. TARUMÃ GRANDE do campo.—<br />

TATÃ-CAÃ — (R. Tapajoz) —PERA GLABRATA<br />

Baill. (Euphorbiaceas).<br />

TATAJUBA — (B. Amazonas^ — v. LIMÃO-RANA.—<br />

TATAJUBA — (Belem) — BAG ASSA GUIANENSIS<br />

Aubl. (Moraceas).<br />

í A. g. ou G.).<br />

SYX.— Bagaceira — Amapd-ratta (B. Amazonas).<br />

Loc.— Belem — Norte de Óbidos.<br />

Mad.— Amarella. bastante dura. <strong>com</strong>pacta, mas poros<br />

muito apparentes — Boa para construcçáo civil e naval,<br />

dormentes. — D = 0,76.<br />

lud.— A entre casca é fibrosa, formando um tecido natural<br />

espesso e resistente — O látex dá uma resina.<br />

Alim.— Fructos da grossura de uma laranja, <strong>com</strong>estíveis,<br />

adstringentes, mas de sabor agradavel.<br />

TATAPIRIRICA — (Óbidos) - v. PÃO POMBO —<br />

( lapirira guianensis).<br />

.TAUARY — (Belem) — v. CHURU.—<br />

p n i Machado)-COÜRATARI MACROS-<br />

PERMA A. C. Smith. (Lecythidaceas).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 431<br />

(A. G.)—CAR.- O fructo (pyxidio) é cylindro-conico;<br />

tem 15-23 cm. de <strong>com</strong>pr., <strong>com</strong> operculo de 7—9 cm. de diam.<br />

TAUARY — (Amazônia) — COURATARI TAUARY<br />

Berg. (Lecythidaceas) e COURATARI GUIANENSIS<br />

Mart.<br />

SVNMaho cigarre (G. fr.).<br />

(A. G.) — HAB.- Na T. f.<br />

Mad.— Quasi branca no alburno, indo avermelhando<br />

para o centro — bôa para marcenaria. — D = 0,51.<br />

hid.— Com o liber da casca, os indígenas preparam<br />

folhas delgadas que substituem o papel para cigarros.<br />

TAUA RY — (Rio Machado) - C O U R A T A RI K R U-<br />

KOVII A.C. Smith. ( Lecythidaceas).<br />

SYN\— Tavary.<br />

(A. G.) —CAR - O fructo (pyxidio) é ovoide, alongado,<br />

<strong>com</strong> 11 — 14 cm. de <strong>com</strong>pr.; o operculo tem 3 a 3,5 cm.<br />

de diam.<br />

TAUARY — (Monte Alegre) — TECOMA aff. OCHRA-<br />

CEA St. Hil. (Bignoniaceas).<br />

(A. p.).<br />

CAR.— Especie de páo darco dos campos — Flores<br />

amarellas.<br />

TAUARY — (Mauhés e Solimces) — CA RIM AN A MI-<br />

CRANTHA Ducke ( Lecythidaceas).<br />

(A. G.) - HAB.- Na T. f.<br />

Loc.—R. Tapajoz — Belem — Mauhés — Juruty Velho<br />

— R. Madeira — R. Purús.<br />

Ma d.— Dura.<br />

TAUARY— (Rio Acre) - CARINI AN A RUBRA Miers.<br />

(Lecythidaceas).<br />

(A. G.)—HAB.- Nos logares pantanosos nas mattas<br />

nilo attingidas pelas enchentes.<br />

Loc.—M. R. Tapajoz-R. Acre — Riberalta (R. Bém).<br />

TAUARY— CARINIANA EXCELSA Casar. (Lecythidaceas<br />

).<br />

ÍA. G.).<br />

SYN.—Jequitiba (R. de Janeiro).<br />

Loc.—Rio Acre.


432 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

TAU AR Y — (Matto Grosso) — C A RIXIA X A K U H L-<br />

MANNII Ducke (Lecythidaceas).<br />

TAX1PÀ, ou TAXUPÂ — v. TACACAZEIRO — (Sterculia<br />

clata).<br />

TAYUYA — TRIANOSPERMA TAYUYÁ Mart. (Cucurbitaceas)<br />

— c TRIANOSPERMA GLANDULOSA Mart.<br />

(Cucurbitaceas).<br />

(Cipó).<br />

SYX.— Abobrinha do matto — Cabeça de negro.<br />

Med. pop.— Raiz tuberosa, amarella, purgativa, empregada<br />

na hydropisia. opiiação, obstrucção intestinal, falta<br />

de menstruação, epilepsia, morphea — As folhas são usadas<br />

em cataplasmas <strong>com</strong>o detersivas das ulceras — Depurativo<br />

efficaz (fructos e raiz) na syphilis e nas dermatoses — Antiscorbutica.<br />

O principio activo da raiz é a layuyna (Soullié).<br />

TEIU — v. CAÀPIÀ.—<br />

TEMBETARU — v. TAMANQUEIRA da T. f. — ( Pagara<br />

rhoifolia).<br />

TENTEIRO grande— v. BOIUSSU.—ORMOSIA COU-<br />

T1NHOI Ducke (Leg. pap.).<br />

TENTEIRO — v. ACAPU-RANA — ( Batesia floribunda ).<br />

TENTO AMARELLO - ORMOSIA EXCELSA Benth.<br />

( Leg. pap. soph.).<br />

(A. m. ou g.)—HAH.- Nas mattas inundadas das margens.<br />

Loc.— R. Trombetas — R. Jamundá— R. Tapajoz—<br />

M. R. Xingu — Manáos.<br />

CAR.— Flôres lilaz claro. — Sementes unicolores, amarello-alaranjado<br />

pallido, <strong>com</strong> pouco brilho, <strong>com</strong>primidas,<br />

longas de 1,5 cm.<br />

Mad.— Bonita, de côr castanho-vermelho claro, forte,<br />

dureza mediana. — D ~ 0,70.<br />

mi o ZU ÍRT-R PITHECOLOBIUM TRAPEZIPOLI-<br />

UM (Vahl.) Benth. (Legum. mim ).<br />

(A. m.).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

SYN.— Contas, ou lagrimas, de Nossa Senhora (Belem).<br />

HAB.— Na beira da matta, ou em capoeirões húmidos"<br />

raro na matta virgem.<br />

Loc.— Belem — E. de F. de Bragança.— Cametá —Breves<br />

— Gurupá — Santarém — E. do Amazonas.<br />

CAR.—Sementes brancas <strong>com</strong> arillo azul.<br />

Mad.— Pouco <strong>com</strong>pacta, tenra, sedosa; o cerne é<br />

branco rosado, um pouco amarellado.<br />

bld.— Para papel: <strong>com</strong>pr. das fibras 1,19—diam. 0,019<br />

(A. Bastos — M. C. P.).<br />

TENTO das CAMPINAS — ORMOSIA TRIFOLIATA<br />

Hub. ( Leg. pap. ).<br />

( A. p. ou a. g. )— HAB.- Nas campinas.<br />

Loc.— Faro — R. Mapuera—Marajó.<br />

CAR.— Sementes vermelho vivo, <strong>com</strong> mancha preta.<br />

TENTO de FOLHAS GRANDES — ORMOSIA NOBI-<br />

LIS Tui. í Leg. pap. ).<br />

A. m. ).<br />

^oc.— Belem — Bragança — Gurupá.<br />

CAR — Sementes quasi circulares. 1 cm. de diam., escarlates<br />

<strong>com</strong> mancha grande, preta. — Folhas ás vezes enormes.<br />

Mad. — Branco-avermelhado claro, tenra.<br />

Orn.— Arvore copada, muito ornamental.<br />

TENTO GRANDE da V. — ORMOSIA AMAZÔNICA<br />

Ducke í Leg. pap. ).<br />

(A. g. )— HAB.- NOS cacauaes do B. Amazonas.<br />

CAR.— Fructos: vermelho e preto, duros, lustrosos, de<br />

1. mm. de diam. — Servem para marcar jogo.<br />

Mad.— Vermelha; sem applicações.<br />

TENTO PEQUENO — ABRUS PRECATORIUS L.<br />

Leg. pap. )<br />

(Cipó delgado).<br />

SYN. — Tequirily ( Monte Alegre ) — Jeriqniti.<br />

CAR.— Sementes pequenas, vermelho-vivo <strong>com</strong> mancha<br />

preta.<br />

bld.— As sementes silo usadas, ás vezes, para fabricar<br />

rosarias.<br />

Med. pop.— As sementes são toxicas; nella encontrase<br />

uma toxalbumina, a Abrina. A maceração aquosa das<br />

433


434 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

sementes provoca uma inflammaçAo violenta quando introduzida<br />

no olho; emprega-se nas conjunctivites granulosas.<br />

— As folhas e, principalmente, as raízes têm propriedades<br />

analogas ao alcaçuz.<br />

TENTO PEQUENO— ABRUS TENUIFLORUS Benth.<br />

(Leg. pap.).<br />

;Cipó delgado).<br />

SYN.— Tcntosinho.<br />

CAR.— Sementes vermelho e preto (na maior parte) —<br />

Folhas miúdas, <strong>com</strong>postas.— Flôr pequena, roxa.<br />

TENTO PRETO — ORMOSIOPSIS FLAVA Ducke.<br />

(Leg. pap ).<br />

(A. m. ou g.) — IIAB.- Em terreno argilloso.<br />

CAR.— Sementes duras, redondas, pretas <strong>com</strong> um pequeno<br />

hilo branco.— Flores amarellas.<br />

Loc.— E. de F. de Br. — M. R. Tapajoz —R. Branco<br />

de Óbidos.<br />

Mad. — Brancoavermelhado.<br />

TENTO RAJADO — (S. Caetano de Odivellas) —<br />

(Sapindaccas).<br />

TENTO da T.f.— ORMOS1A PARAENSIS Ducke<br />

(Leg. pap.).<br />

(A. m.) —O mais frequente dos "tentos".<br />

Loc.— Belcm — Bragança — Almeirim — Monte Alegre<br />

— Santarém — R. Branco de Óbidos — Manáos.<br />

CAR.—Semente bicolor, de 12 a 13 mm. de <strong>com</strong>prido.<br />

TIIOÀ — v. ÍTUÀ.—<br />

TIASSUBA- DUGUETIA sp (Anonaceas).<br />

(A. g.).<br />

Loc.— R. Tapajoz (Bôa Vista >.<br />

%<br />

TI MB AU BA — (Belem) — v. TIMBORANA — (Piptadenia<br />

psilostachya).<br />

TIMBAUBA — (Belem) — v. PARICA GRANDE da T. f.<br />

— (riptadema suaveolens).


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

435<br />

TIMBAIJBA — v. FAVEIRA de ROSCA— (Enterolobium<br />

Schumburgkii).<br />

TIMBAIJBA — ST R VPHNODEN D RON GUIANENSE<br />

Aubl.) Benth. (Leg. mim.).<br />

( A. m.) — HAB.- Na terra firme.<br />

Mad.— Branca e molle.<br />

TIMBO — E' nome dado a grande numero de plantas<br />

que tem propriedades ichtyotoxicas e são empregadas para<br />

"tinguijar" o peixe.— As classificações são ainda incertas;<br />

citamos as que são admittidas até hoje, mas precisam de<br />

uma revisão.— Ver também CONABI ou CONAMI ou BAR-<br />

BASCO.—<br />

SYX.— Co n abi —Conambi —Cottami — Tingi ti — Cofia pi,<br />

pacai ou barbasco (Perií) —Nicou (G. fr.)— Jlaiari (G. ingl.).<br />

TIMBÒ— PAULLINIA IMBERBIS Radlk. (Sapindaceas).<br />

(Cipó grande).<br />

SYN. — Cipó timbô.<br />

Loc.— Belem.<br />

CAR.— Parece-se <strong>com</strong> o guaraná. — Fructo: capsula<br />

de 3 cm., pyriforme.<br />

Med. pop.— Ichtyotoxico (?).—<br />

TIMBÒ— PAULLINIA GRANDIFLORA St. Hil.<br />

(Sapindaceas).<br />

(Cipó grande).<br />

SYN. — Iurari.<br />

Med. pop. — Ichtyotoxico.<br />

TIMBÒ-ASSÚ — CARLUDOVICA<br />

(Cyclanthaceas).<br />

SYN.— Cipó timbô.<br />

(Cipó)— HAB.- Na T. f.<br />

Loc.— R. Jamundá.<br />

CAR.-Especie epiphyta cujas raizes aereas servem<br />

<strong>com</strong>o cordas.<br />

Med. pop.— Não venenoso.<br />

TIMBÒ-ASSÚ — DER RIS GUIANENSIS Benth. (Leg.<br />

dalb.). — E' o genero "Deguelia", de Aublet.<br />

(Cipó grande).


436 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

SYN.— Timbô cipó — Timbô da matt a — Timbora/ia<br />

— T. jacaré (Mandos).<br />

HAB.—Nas margens dos rios e nos içapos.<br />

Loc.— Beiern -Breves - E. de K de Br. — B. K. Xingu<br />

— M. R. Tapajoz — R Trombetas.<br />

CAR.—Folhas <strong>com</strong>postas (5 foi.).— Hôres em espigas<br />

axillares e terminaes, branco-esverdeado.—Fava globosa,<br />

ferruginea, unilocular.<br />

Med. pop.— Venenoso.— Contem um <strong>com</strong>posto resinoide,<br />

nào azotado, toxico, a Derrina.<br />

TIMBÓ—(?) SER J ANI A FUSCI FOLIA Radlk. (Sapindaceas).<br />

(a).<br />

SYN.— Cipó timbô.<br />

CAR.—Flores brancas, tomentosas, cm racimos; fructo:<br />

Samara de 2 cm./1,5 cm.<br />

Med. pop.— Acre, narcotico e venenoso.-Ichtyotoxico.<br />

— Contem Timbôina.<br />

TIMBÔ BRANCO — v. CAAPI.<br />

TIMBÓ BRANCO — v. TIMBO MACAQUINHO e TIMBO<br />

GRANDE.—<br />

TIMBÓ-CAÀ — (B. Amazonas)-TEPHROSIA NITENS<br />

Benth. ( Leg. pap.).<br />

SYN.— Ajaré.<br />

(PI. herbacea ou a. p.) — 1 IAB.- Na beira dos lagos e<br />

baixas de campo.<br />

Loc.— R. Capim — Óbidos — Prainha — Parintins —<br />

Mauhés.<br />

CAR.—Folhas duras, pinnadas; foliolos glabros na face<br />

superior e cobertos, na face inferior, de pellos prateados<br />

brilhantes.— Vistosas llôres vermelho-carmesim ou róseas<br />

cm racimos axillares ou terminaes. — O fructo ú uma vagem<br />

sedosa de 10 cm.<br />

Med. pop.— Ichtyotoxico.<br />

Om.— Planta muito ornamental.<br />

do Campo—(Marajó) - TEPHROSIA* BRE-<br />

\ 11 LS Benth. ( Leg. pap. gal.<br />

SYN.— Timbó boticário.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 477<br />

fa. p.)— Loc.- Campos nâo inundáveis de Marajó.<br />

CAR.— Flores amarello-cscuro; foliolos sedosos na face<br />

inferior e caules arruivados.<br />

Med. pop — Ichtyotoxico.<br />

TIMBÒ de CAYENNA — TEPHROSIA TOXICARIA<br />

Sw. (Leg. gal ).<br />

(a. p. erecto ). — A especie mais frequentemente cultivada.<br />

SYN.— Anil bravo — Tingui de Cayenna.<br />

CAR.— Foliolos sedosos na face inferior; flores branco<br />

ou amarellas em racimos axillares ou terminaes; frueto:<br />

vagem coberta de pelles.<br />

Med. pop.— A raiz tuberosa é narcótica, ichtyotoxica<br />

muito activo — As folhas tem as propriedades da digital.<br />

— Grcshoff isolou dois glucosides: a Timbôina e a Tephrosina.<br />

TIMBÒ da MATTA— v. TlMBO-ASSU — (Derris guianensis).<br />

TIMBÒ de peixe — PAULLINIA PINNATA L. ^Sapindaceas).<br />

SYX.— Cipó crua pé vermelho —Timbô cipó— Cururúa<br />

pé — Liane carrée (G. fr.)<br />

(Cipó grande)— Loc.- Muito <strong>com</strong>mum nas beiras dos<br />

cursos d'agua do B. Amazonas.<br />

CAR.— Hastes quadrangulares. — Folhas grandes, até<br />

15 cm. de <strong>com</strong>pr. (<strong>com</strong> 5 foliolos coriaceos, de peciolos alados).<br />

Flores brancas em racimos.<br />

Ind.— A casca do caule dá fibras; o lenho é muito<br />

flexível, proprios para arcos de barris.<br />

Med. pop.— Sedativo e narcotico, caimante do systema<br />

nervoso (extracto e tintura), usado contra as affecções do<br />

fígado e do baço, nas gastralgias — Folhas emollientes.— E'<br />

ichtyotoxico; contém o glueoside Timbôina ( Martin -1877).<br />

A casca, principalmente da cepa, e as sementes, sào<br />

acres, narcóticas e venenosas.<br />

O TIMBÒ-PÀO — (Rio Solimões) — CLATHROTROPIS<br />

MACROCARPA Ducke ( Leg. ). , , , 0 _<br />

SYX.- Cabary (A. R. Negro)- Timbó rana ( R. Solimões<br />

).


438 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

( \ m ) — HAB.- Na matta húmida mas não inundada.<br />

Loc.— Alto R. Negro — R. Solimões.<br />

CAR.— Casca fétida.<br />

Mad.— Esbranquiçado sujo.<br />

TIMBO MACAQUINHO — (R. Tapajoz) — LONCHO-<br />

CARPUS NICOU (Aubl.) Benth. (Leg. pap. dalberg.)<br />

= ROBINIA NICOU Aubl.<br />

SVN. — Timbô legitimo ( R. lapajoz )— 7 imbó branco<br />

páo (R. Acará). . .<br />

HAB.—Somente encontrado em capoeiras ou cultivado;<br />

pouco abundante.<br />

Loc. — R. Tapajoz— Gurupá — R. Acará.<br />

(Cipó grande) —CAR.- Arbusto que se torna escandente<br />

somente aos dois annos de idade. — Folhas <strong>com</strong>postas<br />

(5, 7 ou 9 foliolos).—A face inferior das folhas novas é<br />

coberta de pellos dourados brilhantes. — Flores purpurinas<br />

em espigas axillares ( floresce raramente).<br />

Ind.— E 1 o mais activo dos timbós; empregam se as<br />

raizes e os sarmentos. — Nas raizes existe, em forte proporção<br />

(6 a 11 o/o), um principio venenoso, a rotenona, cujas<br />

propriedades especiaes <strong>com</strong>o insecticida agrícola estão sendo<br />

aproveitadas, principalmente nos Estados-Unidos. O primeiro<br />

nome da "rotenona" foi %i tubaloxina", de toeba<br />

(Derris elliptica Benth.), a planta do Extremo-Oriente em<br />

cujas raizes foi descoberta. — Os americanos chamam também<br />

cubô a raiz dos timbós do genero Lonchocarpus.<br />

TIMBÒ URUCU — (Gurupá) — LONCHOCARPUS<br />

URUCU Killip e Smith. (Leg. pap. dalberg.).<br />

SVN.— Timbô vermelho ( Manaus e Furos de Breves )<br />

— Timbô carajarú ( R. Tapajoz) — T. grande ( R. Negro )<br />

— T. assa ( Parintins ).<br />

HAB.—Encontrado somente em capoeiras ou cultivada;<br />

ú a especie deste genero mais espalhada em toda a Amazônia.<br />

(Cipó)— CAR.- Flores em espigas purpurinas; frueto<br />

em vagem <strong>com</strong>prida, não alada, contendo 3 ou 4 sementes<br />

de cor ferruginea, globosas, um pouco achatadas. — Raiz<br />

avermelhada no corte.<br />

Ind.— Muito activo. — Empregado para pescarias e<br />

para matar as formigas "saúvas".— Parece ter variedades;<br />

das suas raízes extrahe-se de 3 a 5.5 de rotenona;<br />

Geottroy tinha encontrado nellas um alcalóide que denomi-


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

nou nikoulina < 1895). — Neste timbó, <strong>com</strong>o nas outras especies<br />

activas deste gênero, existem aliás, junto á rotenona<br />

diversos outros princípios venenosos : deguelina, tephrosina\<br />

toxicarol< e derivados, cuja acção insecticida é tombem notável<br />

em certos casos.<br />

TIMBÓ VENENOSO cio PAItÁ — LONCHOC \RPUS<br />

FLORIBUNDUS Benth. < Leg. pap. dalberg.).<br />

(a. sarmentoso rasteiro no descampado; cipó grande<br />

na matta).<br />

SYX.— Timborana.<br />

HAB.— Frequente em toda a Amazônia, na T f.<br />

Loc.— Belem — Gurupá — Prainha — Monte Alegre —<br />

Santarém — Óbidos — L. do Sapucuá — L. do Mariapixy.<br />

Med. pop.— YL 1 ichtvotoxico, mas muito menos activo<br />

tio que os dois precedentes.—No Baixo-Amazonas, 6 considerado<br />

<strong>com</strong>o perigoso para o gado.— Passa por conter um<br />

glucoside: a timboina.<br />

PUS<br />

439<br />

TIMBÓ GRANDE — ( R. Tapajoz ) — LONCHOCAR-<br />

SYX.— Timbó assít — Timbó branco — Timbó <strong>com</strong>inam.<br />

(a. sarmentoso ) — CAR.- Arbusto de copa densa, arredondada,<br />

que se torna escandente aos 4 annos; raiz dura<br />

quando secca, virando, no corte, ao amarello claro.— Nas<br />

folhas novas, os pellos da face inferior parecem dourados,<br />

mas menos brilhantes que no T. macaquinho.<br />

Ind.— A raiz contem de 3 a 3, 5 %> de rotenona.<br />

TIMBÓ — LONCHOCARPUS<br />

Í Cipó grande) — CAR.- AS folhas novas tem a face<br />

superior violacea, a inferior coberta de pellos curtos, deitados,<br />

prateados. — As raízes sào cylindricas, amarello claro<br />

brilhante, muito <strong>com</strong>pridas, mostrando, no corte, os vasos<br />

largamente abertos.<br />

Ind. — Das raízes extrahe-se 2 % de rotenona.<br />

TIMBO PAO—(Vigia) —LONCHOCARPUS<br />

^ SYX.— Timbó de massa.<br />

( Cipó) — CAR.- Raiz dura, <strong>com</strong>pacta, branca nq cort<br />

Ind.— As raizes contem cerca de 2 °/o de rotenona.


440 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

TIMBÓ MASSA — (R. Tocantins) - LON CHOCAR-<br />

PUS<br />

* ( Cipó) C\R.- À face inferior das folhas, <strong>com</strong>o a superior,<br />

é glabra - O peciolo dos foliolos é alongado, rugoso<br />

na parte visinha do limbo, liso na outra metade.<br />

Jnd. — Ichtyotoxico, mas contendo somente U.o<br />

rolenona.<br />

o ue<br />

TIMBÓ TITICA — v. CIPO TITICA.—<br />

TIMBÓ VERMELHO — v. TIMBO URUCU—<br />

TIMBÓ LEGITIMO — v. TIMBO MACAQUINHO.<br />

TIMBÓ GRANDE —v. TIMBO URUCU — (Gurupá) — e<br />

TIMBÓ GRANDE — (R. Tapajoz).<br />

. TIMBO ASSÚ — (Parintins) — v. TIMBO URUCU e TIM-<br />

BO GRANDE.<br />

TIMBÓ COMMUM — v. TIMBO GRANDE.<br />

TIMBÓ CARAJURÚ — v. TIMBO URUCU.<br />

TIMBÓ BRANCO PAO — V. TIMBO MACAQUINHO.<br />

TIMBÓ dc MASSA— v. TIMBO de MASSA — (Rio To-<br />

cantins) c TIMBO PÃO — VVigia) —<br />

TIMBÓ BOTICÁRIO — v. TIMBO do CAMPO.—<br />

TIMBÓ-RANA — (Gurupá —Manáos, etc.) — DERRIS<br />

NEGRENSIS Benth. (Leg. dalb.).<br />

(Cipó grande) — HAB.- Na terra firme.<br />

Loc. — Podo o E. do Pará.<br />

Med. pop.— Ichtyotoxico (Greshoff.).<br />

Nas plantas do genero Den is, o principio activo seria<br />

também a rotenonu (tubatoxina), que se encontraria nas<br />

raízes. »<br />

TIMBO-RANA — v. TIMBO VENENOSO do PARA.—


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 441<br />

TIMBÓ-RANA — v. TIMBQ-ASSÚ.—<br />

TIMBO-RANA — (Beiern) — v. PARICÀ GRANDE da<br />

T. f.— (Óbidos).—<br />

TIMBÓ-RANA — (Beiern) — PIPTADENIA PSILOS-<br />

TACHYA (DC.) Benth. (Leg. mim.),<br />

í A. g.).<br />

SVN.— Ti moo da malta— Timbaiiba (Beiern).<br />

Loc.— Muito frequente — Beiern — E. de F. de Br.<br />

TIMBÓ-RANA — v. FA VEIRA de ROSCA.—<br />

TIMBÓ-RANA — v. PARICÀ GRANDE (la T. í — ( Piptadenia<br />

suaveolens).<br />

TIMBÓ-RANA — v. TIMBAUBA — ( Stryphnodendron<br />

guianense).<br />

TIMBÓUVA — (Santarém) — ENTEROLOBIUM TIM-<br />

BÓUVA Mart. ( Leg. mim.).<br />

SYN.— Tamboril—Orelha de prelo.<br />

(A. g.) — HAB.- Na T. f.<br />

Loc.— Monte Alegre— Santarém.<br />

CAR.— Tronco grosso e copa larga — Fructo em forma<br />

de orelha.<br />

Mad.— Leve e esponjosa mas bastante resistente, para<br />

forros, gameilas.<br />

TIMBÓ-Y — (Gurupá) — ?<br />

(Cipó). — Ind.- As hastes delgadas, partidas e raspadas,<br />

podem substituir o rotang para empalhar cadeiras.<br />

TIMüTÚ—(G. fr.) —POLYGALA TIMOUTOU Aubl.<br />

(Polygalaceas).<br />

Loc.— R. Maracá.<br />

Med. pop.- Raiz vomitiva e diurética.<br />

TINGARANA — ?<br />

Loc.— R. Jacundá.<br />

Mad.— Branco amarellado claro, tenra. — D = ü,;x>.<br />

TINGUI — v. TIMBÓ de CAYENNA.—


442 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

TINHORÀO- (do sul) - CALA DIU M P1CTURA-<br />

TUM C. Koch. ( Aroidcas ). — O nome de tinhorao é<br />

applicado, no sul, a todos os tajás.<br />

(PI. h. ).<br />

C\R — Folhas longamente pecioladas, sagittadas, face<br />

superior manchada e inferior de côr esbranquiçada.<br />

TINTEIRA — COCCOLOBA EXCELSA Benth. ( Polygonaceas).<br />

Loc.— Nos furos de Breves.<br />

/rui. — Dá matéria corante.<br />

TINTEIRA — (Belem) — v. CORTICEIRA— ( Pterocarpus<br />

draco ).<br />

TINTEIRA do CAMPO — (Marajó) — JUSSIAEA LI-<br />

THOSPERMIFOLIA Mich. (Oenotheraceas).<br />

Imi.— A planta e os fructos macerados dão matéria<br />

corante.<br />

TINTEIRA dos MANGAES — (Marajó) — v. MANGUE<br />

BRANCO. —<br />

TINTUREIRA—(Óbidos) —MICONIA PR ASIN A DC.<br />

(Melastomaceas).<br />

Ind.— Dá matéria corante preta.<br />

TI PU AN A — v. FAVEIRA —(Vatairea erythrocarpa).<br />

TIRIRICA <strong>com</strong>mum-SCLERIA TENACÍSSIMA<br />

Xees. (Cyperaceas).<br />

CAR.— I odas as tiriricas tem folhas cortantes.<br />

TIRIRICA de FOLHA ESTREITA — (Marajó) — SCLE-<br />

RIA PTEROTA Presl. e SCLERIA MICROCARPA Nees.<br />

(Cyperaceas).<br />

TIRIRICA de FOLHA LARGA— (Marajó) —SCLFRI \<br />

PALUDOSA Kunth. e SCLERIA REFLEXA H V. K.<br />

(Cyperaceas).<br />

CAR.— A maior cyperacea da America.


443<br />

TIRIRICA GRANDE-SCLERIa CYPERIXA Kunth.<br />

(Cyperaceas).<br />

(PI. h. )-Loc.- lugares húmidos nas campinas de<br />

Cou n anv.<br />

TIRIRICA RASTEIRA — (Marajó )—SCLERI A BRAC-<br />

TEATA Cav. ( Cyperaceas ).<br />

TIÚ— v. CAÀPIÀ.—<br />

TOE — (Perú e Alto Amazonas) -DATURA INSIGNIS<br />

Barb. Rodr. — v. MARICAUA.—<br />

TOMATE — LYCOPERSICUM ESCULENTUM Miller<br />

(Solanaccas ).<br />

De origem americana ( Perú ou Antilhas ).<br />

(PI. h. ) — Cultivada.<br />

Ali m.— Excellente condimento e legume.<br />

Meei.— Util contra o arthritismo. a lithiase e a gotta.<br />

TOMATE do AMAZONAS — LYCOPERSICUM HUM-<br />

BOLDTII Dun. (Solanaceas ).<br />

Alim — O fructo é pequeno ; pode substituir o tomate<br />

<strong>com</strong>mum.<br />

TORA —CASSIA TORA L. (Legum. caesalp.).<br />

Med. pop.— Purgativa.<br />

TH ACUA — v. CIPO TRACUÃ —<br />

TRAPIÁ — (dos Cearenses) — v. CATAUARY.-<br />

TRAPIARANA — (R. Tapajoz) — LEONI A GLYCI-<br />

CARPA Ruiz e Pav. (Violaceas).<br />

Alim.— Fructo doce, <strong>com</strong>estível.<br />

TRAPOERABA verdadeira —(nome dado no sul)—TRA-<br />

DESCANTIA DIURÉTICA Mart. (Conimelinaceas).<br />

(A. p. ).<br />

S YX. — Tracoeraba.<br />

CAR.— Flores azues.<br />

Me d. pop.— Emolliente (em banhos nas aifecçóes herpeticas).<br />

Diurético e antirheumatic© (em decoc^ão) L til


444<br />

. A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

contra a hydropisia e as anginas, contra a retenção espasmódica<br />

das urinas. - Excellente antihemorrhoidal.<br />

TRAPOERABA — (nome dadc no sul) —<br />

DICORISANDRA AFFINIS M. (Commelinaceas) —<br />

e DICORISANDRA VILLOSULA M. (Commelinaceas).<br />

Loc.— Prainha — Mandos.<br />

Med. pop.—O cozimento é emolhente e diurético, antirheumatico<br />

(em banhos); util contra a hydropisia (em chá)<br />

e as anginas; o succo fresco aplaca as coceiras dos dartros.<br />

TRAPOERABA — (nome dado no sul) — ANEILEMA<br />

BRACTEOLATUM Mart. (Commelinaceas), na Amazonia<br />

Óbidos, R. Solimões) — e ANEILEMA POAEOIDES<br />

Seub. (Commelinaceas), no litoral (Campos de Mexiana).<br />

TRAPOERABARANA— (nome dado no sul) — PUA ES-<br />

PHAERIUM PÉRSICA RI AEFOLIUM (DC.) Clarke (Commelinaceas<br />

).<br />

Med. pop. — Mesmas propriedades do que as outras<br />

trapoerabas.<br />

TREPADEIRA COR de ROSA - ANTIGOXON LEPTO-<br />

PUS (Polygonaceas).<br />

(Cipó) — Origin, do Mexico; cultivada.<br />

Orn. — Planta elegante, de crescimento rápido, propria<br />

para cercas, caramanchões, carregando-se quasi todo o anno<br />

de numerosos cachos de flôres côr de rosa.<br />

TRI FOLIO <strong>com</strong>mum — (Marajó) — STYLOSAXTHES<br />

ANGUSTIFOL1ÜS Vog. (Leg. pap. hed.).<br />

(PI. h.-lm. a lm20).<br />

SYX. — Mangericão do campo.<br />

HAB. — Nos campos altos e tesos arenosos.<br />

Alim. aiiim.— Pastagem procurada pelos cavallos.<br />

x r - v , ^ 0 ^ - ^ ^ 0 ) - STYLOSAXTHES GUIA-<br />

\h.\SlS S\v. (Leg. pap. hedys.).<br />

Como o precedente.<br />

Yn., T RfI;IO HIRSUTO - (Marajó) - ERIOSEMA* CRI-<br />

AI 1 LM h. Mey. (Leg. pap. phas).<br />

Alim. a aim. — Pastagem regular.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

TROMBETA CHEIROSA — D ATURA SUAVEOLENS<br />

H. Bomp. (Solanaceas).— Origin. do Perú.<br />

(a.) — Subspontanea.<br />

Meã.— As folhas fumadas em cachimbo ou em cigarros<br />

silo antiasthmaiicas — Toda a planta é narcótica; produz<br />

somnolencia, dilatação da pupilla, perturbação da vista,<br />

ardor e constricção da garganta — cm dose mais elevada é<br />

toxica — Contem um alcalóide: Scopolauiina (Schmidt —<br />

1892).<br />

Os indios do Alto Amazonas preparam, <strong>com</strong> o succo<br />

da casca, uma bebida (Maikoa, ou Huantuc) que provoca<br />

violenta exaltação e excitação muscular seguida de allucinações<br />

da vista e do ouvido, de natureza angustiosa.<br />

Oi ii. — Planta de ornamento. Flores brancas, cheirosas<br />

á noite.<br />

TROMBETA ROXA — DATURA FASTUOSA L. (Solanaceas).<br />

— Origin. do Egypto.<br />

(a) — Cultivada nos jardins.<br />

Mcd.— Como as outras "trombeteiras".<br />

Om. — Grandes flores, em forma de funil, muitas vezes<br />

a dupla corolla, brancas por dentro e violaceas por fora,<br />

muito cheirosas durante a noite.<br />

TUCÁ, ou TUCARY— (Matto Grosso)—v. CASTANHEI-<br />

RA do PARA*.<br />

TUCIIAUA — LAETIA PROCERA (Poepp.) Eichl.<br />

(Flacourtiaceas).<br />

TÜCÜJÀ— (Óbidos) — v. MOLONGO — (Zschokkea<br />

arborescens).<br />

(A. g.) — Loc.- Frequente em Belem e na E. de F.<br />

de Br. — Óbidos.<br />

TUCUNARE-MEREÇÁ — (Bieves) — v. CAMUTIM, de<br />

Gurupá.—<br />

TÜCUNARÊ ENVIRA — (R. Tapajoz) — DREPANO-<br />

CARPUS PALUDICOLA Standl. (Leg. dalb.).<br />

» (a.) —HAB.- Terrenos inundados.<br />

Loc.- Aramanahy ( R. Tapajoz).<br />

CAR.— Notável pêlos foliolos muito pequenos e numerosos.<br />

445


446 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

TUCURIBA, ou UCHIRANA —<br />

COUEPIA DUCKEI Hub. (Rosaceas).— Rara.—<br />

(a.).<br />

COUEPIA RACEMOSA Benth. ( Rosaceas >. —<br />

Commum em campinas arenosas. ( a.).<br />

COUEPIA PARAENSIS Benth. (Rosaceas).—<br />

(Amazônia — Óbidos ). — De fructos pequenos.—<br />

Na margem dos lagos —(A. m. da T. f.}.<br />

TUPEIÇAVA— (L. g.) — v. VASSOURINHA — ( Scoparia<br />

dulcis).<br />

TUPIXÀ, cu TUPICHA — (L. g.) — v. MALVA RELO-<br />

GINIIO.— (Sida acuta).<br />

TURIZEIRO — LICANIA spec<br />

(Rosaceas).<br />

TURIUVA— v. CARAIPÊ-RANA. — LICANIA (MO-<br />

QUILEA) TURIUVA Ch. e Schl. (Rosaceas).<br />

TURURI — STERCULIA ?<br />

(Sterculiaceas).<br />

(A. g.).<br />

lud.— O liber da casca, <strong>com</strong>posto de fibras entrelaçadas,<br />

é utilisada pelos índios para fazer vestuários; também<br />

é usado para calafetar embarcações.<br />

TURURI — (R. Solimões) — ><br />

(Moraceas).


450 . A AMAZONIA BRASILEIRA


u<br />

UÁCHUA — v. ACHUA.—<br />

UACIMA, ou UÁlSSIMA — (de Uá, planta —e Xáma,<br />

tecido —Na L. g.); Nome dado pelos indígenas ás plantas<br />

fibrosas.<br />

UACIMA do BREJO — v. FAXFAN.—<br />

UACIMA do CAMPO — LUHE A PANICULATA S. Ilil.<br />

(Tiliaceas).<br />

(A. p.) — Loc.- Campos de Monte Alegre e Mazagão<br />

Ind. — Casca fibrosa.<br />

UACIMA GRANDE — (R. Trombetas — R. Branco de<br />

Óbidos)— v. CABEÇA dc PREGUIÇA. — A PEIß A ALBI-<br />

FLOKA Ducke (Tiliaceas).<br />

UACIMA — (R. Tapajoz) — v. MALVA ROSADA-(Pavonia<br />

malacophylla). (Malvaceas).<br />

UACIMA da PRAIA — (Marajó) — HIBISCUS TILI A-<br />

CEUS St. Hil. ( Malvaceas).<br />

Qrigin. da índia; subespontanea no Brasil.<br />

SYX.— Uaissima — Algodoeiro da praia - Oaaxnao<br />

do mangue — Maou ( G. fr.), ou Grand Mahot.


452 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

(A. m. ou p.) —HAB.-KOS mangaes. — Cultivada.<br />

Mad — Leve e fraca; o cerne é côr cie rosa quando<br />

velho; para marcenaria.<br />

IND.— A casca macerada dá bôas fibras; batendo-se a<br />

casca, obtem-se um tecido natural; a madeira dá bom carvão<br />

para polvora.<br />

Mim.— Folhas e renovos <strong>com</strong>estíveis.<br />

Med. pop.— As folhas são emollientes.<br />

Orn. - A copa é muito densa; as flores são grandes,<br />

amarellas, <strong>com</strong> macula carmim na base das pétalas.<br />

UACIMA da PRAIA— (Belem) - v. MALVA RELOGIO<br />

UACIMA côr de ROSA —URENA SINUATA L. (Malvaceas),<br />

simples variedade da Urena lobata L.<br />

(a. de 1 a 2 m.).<br />

SVN.— Carapicú.<br />

CAR.—Flores róseas — Fructo carrapicho.<br />

Ind. - Dá fibras textis, consideradas superiores ás da<br />

Uacima roxa.<br />

UACIMA ROXA— (Marajó)— URENA LOBATA L.<br />

(Malvaceas). — U. lobata typo e variedades trilobata e<br />

reticulata.<br />

(PI. h. arbustiva—de 1 a 3 metros).<br />

SYX.— Uaissima roxa — Guaxima roxa í Sul) — Aramina<br />

(S. Paulo) — Rabo de foguetes — Ybaxama (em L.g.).<br />

Loc.— Belem — Marajó — Mauhés.<br />

CAR — Flôres roxas ou roseo violáceo; fruetos carrapichos.—<br />

Folhas alternas, de forma e tamanho muito variaveis.<br />

Ind — As hastes maceradas dão fibras de mais de 1 m.,<br />

flexíveis, resistentes, brancas, sedosas (9 °/0) do peso da haste<br />

verde, para cordas, barbantes e tecidos para saccos, <strong>com</strong>o<br />

succedaneo da juta, apresentando maior resistencia (15 %>).<br />

Med. pop.— As folhas são emollientes; o decocto da<br />

raiz é antiblennorrhagico.<br />

UACU— MONOPTERYX UACÚ Spruce (Leg. pap.).<br />

(A. g.).<br />

Loc.—Alto Rio Negro. •<br />

CAR.—Sapopemas muito altas.<br />

Ind.— As sementes são oleaginosas.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

453<br />

Al int. — O oleo das sementes é <strong>com</strong>estível; as sementes<br />

podem ser <strong>com</strong>idas assadas ou cozidas (A. Ducke).<br />

UÀlTA — V.AITA.—<br />

UAJARA BRANCO, PRETO ou VERMELHO — v GU \-<br />

JARA'<br />

UAJURÜ— v. GUAJURU.—<br />

UAMÀ — v. CAPIM UAMÀ.—<br />

UANANY — v. ANANI.—<br />

UAPA — v. APÀ.—<br />

UAPE — VICTORIA REGIA Lindl. ( Nympheaceas).<br />

Planta aquatica.<br />

SYX. — Uaiipé jaçanã —Abati-nau pc — Iapuná-cad (de:<br />

ia puna, forno — e caá. folha) — Forno d'agua —Mururú.<br />

CAR. — Planta annual: quando secca o lago, as sementes<br />

conservam-se no lodo; cresce <strong>com</strong> a enchente, o peciolo<br />

alongando-se conforme o nivel das aguas.<br />

Mim.— As sementes dão uma fécula <strong>com</strong>estível; <strong>com</strong>em-se<br />

assadas.—A batata é apreciada pelos indígenas.<br />

Orn.— Flores enormes ( até 30 cm. de diam.) que só<br />

desabrocham de noite; brancas, <strong>com</strong> o centro rosado.— Folhas<br />

fluctuantes, de 1 m. a lm.80 de diam., em forma de<br />

pratos ou taboleiros, de bordas levantadas, semelhantes á<br />

fornos de torrar farinha.<br />

UAPE —<br />

XYMPHAEA RUDGEANA G.FAV. Meyer (Nympheaceas).<br />

e NYMPHAEA AMAZONUM M. e Xucc. (Nympheaceas).<br />

Plantas aquaticas.<br />

SVN.— Apé (Marajó) — Mururé — Murem - Aguapé<br />

da meia-noite.<br />

HAB.— Commum nas aguas paradas.<br />

CAR.— Flores branco-esverdeado.<br />

Ind.— As flores do N. amazonum desabrocham somente<br />

de noite e são muito aromaticas; podem dar oleo essencial<br />

para a perfumaria.<br />

Med. pop.— Folhas emollientcs contra ulceras.


454 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

UAPÈ de CACHOEIRA - MOURERA FLUVIATILIS<br />

Aubl. (Podostemaceas). .<br />

Planta das pedras immersas das cachoeiras.<br />

SYN.— Mourerou (G. fr.) — Carlini das cachoeiras<br />

• ( R. Negro). .<br />

Alini.— A cinza é rica em sal <strong>com</strong>mum misturado <strong>com</strong><br />

chlorureto de potássio; substitue o sal <strong>com</strong>o condimento.<br />

UAPUIM, ou UAPUHY — v. APUI.—<br />

UAPUIM-ASSU — v. CAXINGUBA.—<br />

UARUMA — v. ARUMA.—<br />

UASSACÚ — v. ASSACl).—<br />

UBA — (Sul) — v. CANNA BRAVA—(Norte).<br />

UBÁCAIA — (Amazonas) — v. CANNA de MACACO.—<br />

UCHY-CURÜA — SACCOGLOTTIS VERRUCOSO<br />

Ducke (Humiriaceas).<br />

SYN.— Uxy canta — Uchy coroa.<br />

(A. g.) — HAB.- Na T. f.<br />

Loc. — Óbidos — M. R. Tapajoz — Manáos.<br />

Mad — Castanho pardo violáceo, dura.— D= 1,00.<br />

Aliai.— Fructo redondo, irregular, da grossura de uma<br />

tangerina, verde escuro — Polpa onctuosa, de sabor agradavel,<br />

algumas vezes um pouco amarga, cheia de granulações<br />

duras.<br />

UCHY-PUCU — SACCOGLOTTIS UCHI (Humiriaceas<br />

).<br />

SYN. — Uxy-pucú.<br />

(A. g.) — HAB.- Na matta de T. f.<br />

Loc.— E. de F. de Bragança — R. Trombetas — R.<br />

Jamundá — R. Xingií — Gurupá — Almeirim — Med. R.<br />

1 apajoz — Manáos — Alto Punis.<br />

Mad.— Castanho-pardo violáceo; para marcenaria, dormentes.<br />

— D = 0,94.<br />

Aliai.— Fructo ovoide, verde amarellado, pouco carnudo,<br />

<strong>com</strong> caroço volumoso — A polpa é muito aromatfca.<br />

doce, oleosa, de gosto agradavel. Dimensões do fructo: 6 a<br />

/ cm./4 cm.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS 495<br />

Da polpa extrahe-se 8 % (]e oleo amarello, excellente<br />

para a cozinha. — Safra de março a julho.<br />

UCÍIY-R\NA — v. TUCL RIBÀ-<br />

UCIIY-RANA — (Faro — Marajó) — v. ANDIRA-UCHY<br />

— (Andirá retusa).<br />

UCHY-RANA — ( Belem - Ilhas - Manáos ) - S ACCO-<br />

GLOTT1S AMAZÔNICA Mart. (Humiriaceas). *<br />

(A. m.) —HAB.- Na matta de V.<br />

Loc.— Estuário — Cametá — R. Guamá — Teffé.<br />

CAR.—Fructos globulosos, de 5 cm. de diam., não <strong>com</strong>estíveis.<br />

UCHY-RANA — v. ACHUA-RANA.—<br />

UCHY-RANA GRANDE— (L. do Jeretépauá, em Obidos)<br />

- COUEPIA div. esp<br />

( Rosaceas ).<br />

UCHY-RANA— (R. Tapajoz) — COUEPIA GLAU-<br />

CESCENS Spruce (Rosaceas).<br />

UCUIIUBA BRANCA — VIROLA SURIXAMEXSIS<br />

(Rol.) Warb. (Myristicaceas).<br />

SYN.— Moussigot (G. fr.).<br />

(A. m.) —HAB.- XOS igapós (muito abundante).<br />

CAR.— Ramificação regular, verticillada, quasi horizontal.—<br />

Folhas estreitas.<br />

Mad.— Branca, fácil de se trabalhar; para marcenaria.<br />

lnd.— Fructos numerosos : capsulas esphericas <strong>com</strong><br />

uma semente de cor escura, de 8 a 12 mm. de diam., muito<br />

oleaginosa.—A semente dá 60 a 68°/o de uma gordura amarello-claro,<br />

de consistência e cheiro de cera.— Safra de fevereiro<br />

a julho.— A madeira dá bôa pasta de cellulose para<br />

papel: <strong>com</strong>prim. das libras, 1,02 —diam. 0,027 (A. Bastos —<br />

M. C. P. ).— A cinza da madeira é rica em potassa.<br />

* Med. pop.— O chá das folhas contra as cólicas e as<br />

dyspepsias. O liquido avermelhado que exsuda da casca contra<br />

as erysipelas ; o cozimento da casca para limpar e cicatnsar<br />

as feridas.


456 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

A seiva misturada <strong>com</strong> cozimento de camapú applicase<br />

nas hemorrhoides, em chumaços de algodão.<br />

UCUHUBA PRETA— v. UCUHUBA VERMELHA.--<br />

UCUHUBA VERMELHA — VIROLA SEB1FERA Aubl.<br />

(Myristicaceas).<br />

SVN.— Ucuhttba preta — Yaxamadoa (G. fr.) — Mascadier<br />

(G. fr.) — Arbre à saif ( G. fr.).<br />

(A. m.)— HAB.- Na T. f. (Capoeiras).<br />

Loc.— Capoeiras velhas da T. f. de Beiern — B. Amazonas.<br />

CAR.— Folhas grandes.<br />

Mad.— Amarei lad a, passando ao castanho-vermclho escuro<br />

depois de exposta ao ar; grão regular, trabalhando-se<br />

bem.— D = 0,65.<br />

Ind.— A semente dá gordura semelhante a da Virola<br />

sariaaaiensis.<br />

UCUHUBARANA — IRYANTHERA SAGOTIANA<br />

(Benth.) Warb. (Myristicaceas).<br />

(A. p. ou m.)—HAB.- Nas mattas firmes ou inundadas<br />

em toda a Amazônia, mas não na varzea do R. Amazonas.<br />

CAR.—O frueto é maior do que o das especies precedentes,<br />

parecendo formado pela juxtaposição de duas destes.<br />

Ind.— A cera extrahida das amêndoas de ucuhubarana<br />

é analoga á de ucuhuba, mas perfeitamente branca.<br />

UCUHUBARANA — (M. R. Tapajoz)-OSTEOPHLOE-<br />

. UM PL AT YS PE R .\ l UM (A. DC) Warb. (Myristicaceas).<br />

(A. g.)—Commum no R. Solimões. —Beiern —Breves<br />

— Manáos.<br />

UCUHUBARANA — (Manáos)— IRYANTHERA MA-<br />

CROPHYLLA Spruce (Myristicaceas).<br />

(A. p.).<br />

T., UCUHUBARANA - (R. Madeira) - IR Y A N T H li R A<br />

LLEI Warb. (Myriticaceas).<br />

A semente tem cerca de 2,3/1,2 cm., <strong>com</strong> secção transversal<br />

elliptica.


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

UCUQUIEANA— (Mandos) — v. COQUIRANA.—<br />

UCUQUY — (Sapotaccas).<br />

(A. g.).<br />

Loc.— Alto R. Xcgro e Solimòes.<br />

Alim.— Fructo do tamanho e forma de um abacate,<br />

<strong>com</strong> polpa <strong>com</strong>estível depois de fervida ou em mingáo, mas<br />

que corta os lábios quando crúa.<br />

Me d. pop.— Vermífugo.<br />

UDVNGA — (Marajó) - ERAGROSTIS INTER-<br />

RUPTA Lam. (Gramíneas).<br />

í PI. h. — 1 m.).<br />

SYN.— Capim bengala.<br />

Alim. anini.— Pastagem.<br />

UIRARI-UVA — (R. Japurá e Amazonas) — STRYCH-<br />

NOS CASTELNAEI Wedd. (Loganiaceas), S. Toxifera<br />

Schomb. e varias outras especies.<br />

(Cipós). %<br />

Med.— Toxicos.— As cascas do caule e das raízes servem<br />

para preparar o celebre "uirari" ou "curare", veneno<br />

dos índios.<br />

ULEANTUS ERYTHRINOIDES Harms. < Leg. papil.).<br />

Loc.— Frequente na região das primeiras cachoeiras<br />

do R. Tapajoz.<br />

(A. m.}—CAR.- Notável pelas suas flores grandes,<br />

umas azues, outras encarnadas.<br />

Mad— Pouco alburno, cerne pardo escuro, de grão<br />

fino, <strong>com</strong>pacto, duro, mas trabalhando-se bem.<br />

UiMARY <strong>com</strong>mum — ( Breves — Belem — Gurupá) —<br />

PORAQUEIBA PARAENSIS Ducke (Icacinaceas).<br />

SYX.— Marx —Marv gordo.<br />

(A. g.) — HAB.- Na floresta húmida. — As vezes cultivado.<br />

Loc.— Belem — Breves.<br />

Ind.— A polpa dá na prensa quente 12% do seu peso<br />

de um°oleo castanho-amarello escuro.<br />

Alim.— Fructo oblongo, do tamanho de um ovo pequeno,<br />

<strong>com</strong>estível.<br />

457


458 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

UMARY — (Manáos — Teffé) - PORAQUEIBA SE-<br />

. RICEA Tui. (Icacinaceas).<br />

SYN.— Mary. . . .<br />

(A. m. ou. p.)— Indígena e cultivado, principalmente<br />

no E. do Amazonas.<br />

Mad.— Pardoavermelhado, leve e rija, para marcenaria,<br />

tamancos, lenha. , ~ .<br />

Alita.— Fructo <strong>com</strong>estível <strong>com</strong>o do umary cio 15. Amazonas,<br />

mas maior, da grossura de um ovo regular; o caroço<br />

grande é envolvido de uma camada delgada de polpa<br />

oleosa, adocicada.<br />

UMARY bravo — (E. de F. de Bragança)—PORAQUEI-<br />

BA GUIANENSIS Aubl. (Icacinaceas).<br />

t A. p. ou m.) — HAB.- Floresta não inundavel e solo<br />

humoso.<br />

Loc. — Estrada de Ferro de Bragança — Estuário —<br />

Litoral.<br />

CAR.— Fructo pequeno, verde, não <strong>com</strong>estível.<br />

Mad.— Pardo ou pardo avermelhado escuro, dura e<br />

<strong>com</strong>pacta. •<br />

UMARY-RANA— COUEPIA SUBCORDATA (Benth.)<br />

Hook (Rosaceas).<br />

(A. m.).<br />

SYN.— Mary-rana — Mariniary ( Breves).<br />

Loc.— Belem — Óbidos — Manáos — R. Solimões.<br />

Mad.— Para carpintaria, lenha, carvão.<br />

Ora.— Arvore copada, servindo para alamedas; <strong>com</strong>mum<br />

em Manáos, muitas vezes cultivada.<br />

UMIRY — HUMIRIA BALSAMIFERA Aubl. (Humiriaceas>.<br />

SYN. — Bois roiigc tisane (G. fr.).<br />

í A. m.). —HAB.- Terrenos altos e arenosos.<br />

Loc.— Alto Amazonas.<br />

CAR.— Da casca cortada exsuda um liquido balsamico<br />

vermelho, de cheiro muito agradavel, parecido <strong>com</strong> o do<br />

estoraque; seccando, torna-se duro, quebradiço.<br />

Mad.— Vermelho castanho, dura.<br />

Med. pof>.— O látex pode substituir o balsamo do<br />

1 cru; e excitante, balsamico e expectorante, aconselhado<br />

<strong>com</strong>o tcniíuga e contra a blennorrhagia


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

UMIRY.— HUMIRIA FLORIBUNDA Mart. (Humiriaceas).<br />

— (Talvez não seja differente da H. Balsamifera<br />

Aubl.). j<br />

(Desde arbusto até arvore grande) — HAB.- Nas campinas<br />

pedregosas ou de areia, nas praias ou na matta.<br />

Loc.— Belem — Marajó — B. Amazonas<br />

CAR. — A casca é impregnada de balsamo resinoso<br />

aromático de cheiro agradavel; <strong>com</strong> ella fazem-se fachos<br />

que queimam facilmente <strong>com</strong> perfume penetrante.<br />

Mad.— Y r ermelho-castanho escuro, dura, <strong>com</strong>pacta;<br />

para construcção civil e naval, dormentes. — D = 0,S9.<br />

Alun — Fructos pequenos, pretos, resinosos, adocicados,<br />

<strong>com</strong>estíveis; os melhores são das arvores pequenas das<br />

campinas de areia.<br />

Med. pop. — A tintura da casca é tenifuga, diurética<br />

e balsamica.<br />

UMIRY-RANA — (Faro) - QUALEA RETUSA Warm.<br />

(Vochysiaceas).<br />

(A. m.)—HAB.- Em terrenos arenosos na margem dos<br />

lagos e dos rios de aguas límpidas ou pretas.<br />

Loc.— Margens dos affluentes da parte norte da bacia<br />

do médio Amazonas — Commum em Faro —B. R. Negro.<br />

Mad.— Castanhoclaro; fibras grosseiras, trançadas;<br />

dura, para marcenaria grossa. — D = 0,84.<br />

459<br />

UMIRY-RANA —(Monte Alegre) — v. MANDIOQUEIRA.<br />

UMIRYRANACAA — (R. Tapajoz) — E U G E N 1A sp.<br />

(Myrtaceas).<br />

UNHA de GATO— BIGNONIA UXGUISCATI L.<br />

(Bignoniaceas).<br />

(Cipó grande).<br />

CAR.—Gavinhas terminadas por tres ganchos recurvados.<br />

Med. pop. — Diurético. A tintura das folhas substitue<br />

o iodureto de potássio nos rheumatismos chronicos — Adstringente.<br />

O/-/*.— Planta ornamental; Flores grandes, numerosas,<br />

amarelloclaro.<br />

ÜNIIA de MORCEGO — v. ANDIRÁ POAMPE.—


460 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

(JRARI, ou UIRARI— STRYCHNOS div. (Logania-<br />

COÍLS ).<br />

(Cipós)—Mais ou menos toxicos — Alguns são utilisados<br />

pelos índios das margens do R. Maranhão (A. Amazonas)<br />

e dos seus affluentes para preparar o 14 curareum dos<br />

venenos para frechas mais energicos que se conhece,<br />

também chamado "ticüna". — O tratamento das feridas envenadas<br />

pelo "curare", consiste em ligaduras, lavagens<br />

<strong>com</strong> solução de acido phenico a 5 %>, ou de sal <strong>com</strong>mum;<br />

quando a intoxicação é adiantada, pratica-se a respiração<br />

artificial até eliminação do veneno.<br />

A base do "curare" é, em geral, o STRYCHNOS<br />

CASTELNAEI Wedd. do rio Japurá.<br />

Utilisam também: (Classificações sujeitas a revisão).<br />

STRYCHNOS CREVAUXIANA Baill, nos R. Paru<br />

e Jary.<br />

STRYCHNOS TOXIFERA Benth. no A. Amazonas.<br />

STRYCHNOS COGENS Schomb. nas Guyanas.<br />

STRYCHNOS PEDUNCULATA Benth. id.<br />

STRYCHNOS ROUHAMON Benth. id.<br />

STRYCHNOS HIRSUTA Spr. no A. Amazonas.<br />

STRYCHNOS RUBIGINOSA A. DC id.<br />

STRYCHNOS LETHALIS Barb. Rodr., em Tonantins<br />

(índios Cauichanás).<br />

Addiciona-se ao succo da casca de Strvchnos o de diversas<br />

outras plantas, conforme a região. As principaes são<br />

as seguintes:<br />

Casca de Imene ( Abuta imene).<br />

Raiz de Pahni (Piper geniculatum), no A. Amazonas.<br />

Casca de Tacmag (Ficus atrox). *<br />

Casca de Taraira-moira (Lonchocarpus rariflorus).<br />

Pructos de kiyahaavi, ou Quyiá-qui, ou Malagueta<br />

(Lapsicum pendulum).


461<br />

Leite de Assactí (Hura crepitans).<br />

Leite de Euphorbia (Euphorbia cotinifolia).<br />

Fructos de Pindahiba (Guatteria venef\ciorum).<br />

Raiz de Nhandi (Ottonia vvaracabacoura).<br />

Casca de Tamaquaré (Caraipa angustifolia).<br />

Raiz de Cipó amargoso (Abuta candicans).<br />

Succo de folhas de j/ucnra-caá (Petiveria aliacea).<br />

Succo de folhas de An ingá-para ( Dieffembachia<br />

seguine).<br />

URATACIÚ — v. ARATACIli.—<br />

URTIGA — (Marajó) — JATROPHA URENS L. var.<br />

Jatr. genuína Muell. Arg. ( Euphorbiaceas).<br />

SYX.— Cansanção de leite (na Bahia).<br />

( a.) — Loc.- Nas capoeiras de Óbidos.<br />

Med. pop.— Produz na pelle uma urticaçâo <strong>com</strong> sensação<br />

de queimadura; Os índios esfregam-se <strong>com</strong> esta planta<br />

antes de atravessar os rios á nado para afugentar as<br />

piranhas e os puraqués.<br />

URTIGA— v. ORTIGA.—<br />

URUÂ, ou URUAZEIRO —(Faro) — v. PAR AP ARA —<br />

(Cordia tetrandra).<br />

URDA, ou URUAZEIRO — (R. Tapajoz) — CO R DI A<br />

ALLIODOR A (R. e P.) Chamisso (Borraginaceas).<br />

URUÀ-RANA— (R. Trombetas) — AEGIPHILA<br />

( Verbenaceas).<br />

(A. p.) — Mad.- branco pardacento, fibrosa, tenra e<br />

muito leve.<br />

URÜASINHO— (R. Tapajoz) — CORDIA NODOSA<br />

Lam. (Borraginaceas).<br />

URUBÚ-CAÀ — (Marajó) — ARISTOLOCHIA TRI-<br />

LOBATA L. (Aristolochiaceas).<br />

'Cipó). .... .<br />

SYX.— Calunga - Capa homem —J ar rinha - MU /iomeus<br />

—Papo de perú — Angelicó (Pernambuco).


462 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

CAR.—Toda a planta tem um cheiro forte aliaceo-camphorado,<br />

sabor amargo e nauseabundo.<br />

Med. pop.— A raiz é amarga, tônica, febrífuga, excitante,<br />

emmenagoga, anti-diarrheica e abortivo energico —<br />

Em dose elevada causa nauscas, dejecções, perturbações cerebraes.<br />

—Externamente, em pó, nas ulceras chronicas e no<br />

lupus.<br />

LRLBUZEIRO—(Faro) — v. ANGELIM RAJADO.—<br />

URUCU — BIX A ORELLANA, L. (Bixaceas).—Origin.<br />

da America meridional.<br />

(A. p.) — Cultivado.— Fructifica <strong>com</strong> 2 annos.<br />

SYN.— Achiote (Perú).<br />

hid.— Da polpa que envolve as sementes tira-se uma<br />

tinta vermelha que pode servir para dar côr a certos <strong>com</strong>estiveis.<br />

O urucú contem dous princípios colorantes: a bixina<br />

( vermelho vivo ) e a Orellina (amarello ).<br />

Med. pop.— A tinta do urucú passa por antídoto do<br />

acido prussico, veneno da mandioca. — Raiz digestiva —<br />

Sementes expectorantes.<br />

URUCU BRAVO — BIXA ORELLANA, var. URUCU<br />

RANA Wild. (Bixaceas).— Indígena.<br />

(A. p.)— HAB.- Nas varzeas do Amazonas.<br />

Loc.— No caranazal ( Óbidos)<br />

Ma d.— Branca.<br />

Iad.— Dá matéria corante <strong>com</strong>o o urucú.<br />

URUCÚ da MATTA —BIXA ARBÓREA<br />

ceas).<br />

Hub. ( Bixa-<br />

(A. g.) — SYN.- Urucurana da aiatta (R. Tapajoz).<br />

URUCU-RANA — v. MUIRA-GONÇALO.—<br />

TATA L. ('Filia<br />

(A. p.).<br />

Med. pop.— A seiva é usada<br />

catarrhal.<br />

contra a conjunctivae


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

URUMBEBA — v. JARAMACARU.—<br />

URfJPÈ—TRAMETES<br />

Svx.— Orelha de pão.<br />

U VILLA — (Ferú) — v. MAPATY.—


V<br />

VACCA-PRETA — (Belem) — v. MARA-SACACA.—<br />

VASSOURA — BACCARIS DRACUNCULIFOLIA<br />

DC. (Compostas).<br />

M ed. pop.— Tônica, eupeptica e febrífuga.<br />

VASSOURA VERMELHA — DODONEA VISCOSA L.<br />

( Sapindaceas ).<br />

Loc.— Litoral marítimo (até Soure).<br />

VASSOURINHA — ( Marajó )-SCOPARIA DULCIS<br />

L. (Scrophulariaceas).<br />

SYX. - Tupeiçava ( L. g. ).<br />

(PI. h. ) — HAB.- NOS terrenos abertos.<br />

bld.— Fazem-se vassouras <strong>com</strong> os caules.<br />

Med. pop.— Emolliente. bechica (para as bronchites)<br />

— Clysteres; contra hemorrhoides.— No Pará, o chá é usado<br />

contra as febres.<br />

VASSOURINHA ou VASSOURA — v. MALVA BRANCA<br />

— i Sida carpinifolia ).<br />

VASSOURINHA ou VASSOURA — v. MALVA —(Sida<br />

rhombifolia e Sida acuta Burm.).<br />

O<br />

xv VASSOURINHA do BREJO — v. PATAQUERA — CO-<br />

^OBEA SCOPA RIO IDES Benth. (Scrophulariaceas).


466 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

VASSOURINHA d'AGUA — v. PATAQUERA — (Cono<br />

bea aquatica).<br />

VENTOSA — (Furos) — HERNANDIA GUIANENSIS<br />

Aubl. (Hernandiaceas).<br />

SYN.— Hernandier (G. fr.).<br />

(A. p. ou m.)— HAB.- Nas várzeas inundadas <strong>com</strong> solo<br />

argilloso. .<br />

Loc.— Ilhas de Bgeves — R. Anajás — R. Guamá —<br />

Belem — Gurupá.<br />

CAR.— O apparelho de fluetuaçáo da semente é curioso:<br />

o frueto parece uma pequena noz, grande <strong>com</strong>o uma<br />

avellã, contida num involucro em forma de bexiga furada<br />

na ponta.<br />

VERGA dc JABOTY — v. JABOTY.—<br />

VERÔNICA—(Bragança) — DALBERGIA SUBCY-<br />

MOSA Ducke í Leg. pap. dalb.).<br />

(Cipó)—HAB.- Na T. f.<br />

Loc.— Bragança — R. Mojú — R. Xingu— R. Tapajoz.<br />

Med. pop.— Chá da entrecasca contra as bronchites;<br />

em banhos <strong>com</strong>o tonico.<br />

VERÔNICA do Igapó—(Estuário) — DALBERGIA<br />

MONETA RIA L. f. (Leg. pap. dalb.).<br />

(Cipó da V.)— HAB.- Muito <strong>com</strong>mum nas margens<br />

inundadas.<br />

Loc.— Estuário— Marajó — Litoral — No B. Amazonas<br />

até acima da Serra da Velha Pobre — R. Mapuera —<br />

R. Tapajoz<br />

Med. pop.— Chá da entrecasca contra as bronchites;<br />

em banhos <strong>com</strong>o tonico.<br />

VETILLA — IPOMAEA CAPPAROIDES Chois. ( Convoi<br />

vulaceas).<br />

(Cipó;.<br />

VETIVER — v. PATCHOLI.— #<br />

VICTORIA REGIA — v. UAPE.—


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

VINAGREIRA-HIBISCUS SABDARIFFA L. (Malvaceas).—<br />

Origin. da índia.<br />

(a.) — Cultivada.<br />

SVN. — Azeda de Gainê — Carurú azedo — Quiabeiro<br />

azedo.<br />

Aliai.— Folhas de sabor muito acido, mas pouco carnudas;<br />

substitue a azeda.—O cálice carnoso ainda verde<br />

15 dias depois da florescência) serve para fabricar geleas<br />

i Jamaica e índia) e bebidas refrigerantes cujo sabor imita<br />

o da groselha.<br />

Jad.— Dá fibras superiores ao canhamo.<br />

Med. pop.— Raizes amargas e estomachicas, emollientes<br />

e resolutivas.<br />

VINDECAÁ— ALPINIA JAPONICA Micq (Zingiberaceas)<br />

Origin. do Japão.<br />

VINDECAÁ— ALPINIA NUTANS .(Zingibaraceas).—<br />

Origin. da índia.<br />

Ora. — Planta ornamental <strong>com</strong> cachos de flores bonitas<br />

e aromaticas.<br />

Med. pop.— A tintura dos rhizomas á estomachica e<br />

carminativa.<br />

VINDECAÁ—PANICUM BREVIFÒLIUM L. (Gramíneas<br />

).<br />

SYN.— Andacd.<br />

Med. pop. — Raiz diurética.<br />

VINHA — VITIS VI NI FE RA L. (Ampelidaceas). —<br />

Origin. da Asia occidental.<br />

( Cipó ) — Cultivada.<br />

Cresce bem e tem fruetos maduros 3 mezes depois da<br />

poda, o que tornava possível obter 4 colheitas por anno,<br />

mas, para ter cachos de tamanho regular, deve limitar a<br />

duas colheitas, uma na estação chuvosa e outra na estação<br />

secca; os fruetos da primeira são muito azedos, os da segunda<br />

são doces e aromaticos. Os cachos de uva são relativamente<br />

pequenos e pouco abundantes.<br />

VINHATICO — (Sul) — v. FA VEIRA de rosca — (Obidos).—<br />

ENTE RO LO BI UM SCHOMBURGKII Benth.<br />

< Legum. mim. ).<br />

467


468 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

VINKATICO do CAMPO — (no sul) — v. PAO dc CAN-<br />

DEIA.—<br />

VIOLETA — VIOLA ODORATA L. ( Violaceas).<br />

Om.— Cultivada. — Cresce bem. mas a maior parte<br />

das flores aborta; as que se desenvolvem silo pequenas e de<br />

cheiro fraco.<br />

VIOLETA d'AGUA — (Marajó) — EICHHORNIA NA-<br />

TANS (Beaux.) var. PAUCIFLORA Solm. (Pontederiaceas).<br />

Alim. anini — Pastagem de inverno para o gado bovino.<br />

VIOLETA d'AGUA — v. AGUAPÉ.—<br />

VISGO — (Marajó) — CASSIA HISPIDULA Vahl.<br />

(Legum. caesaip.).<br />

VISGUEIRO — (Bragança) — P A R KI A IN G E X S<br />

Ducke (Leg mim.).<br />

(A. g.)— Na T. f.<br />

SYN.~ Faveira branca e Arapary branco ( R. 1 apajoz).<br />

Loc.— Breves —R. Xingu — M. R. 1 apajoz.<br />

CAR.— Copa muito larga.<br />

Alad.— Quasi branca.<br />

VISGUEIRO — (Bragança) - PAR Kl A VELüTIXA<br />

R. Benoist. (Leg. mim. ).<br />

( A. g.) — HAB.- Matta húmida mas não inundada.<br />

Loc.—Estrada de Ferro de Bragança—W. de Marajó<br />

— B. R. Trombetas ( L. do Salgado).<br />

Om — Arvore de magnifico aspecto — Folhas <strong>com</strong>postas<br />

muito grandes e ir.florescencias erectas; flores vermelhoescuro.<br />

VISGUEIRO — (Belem — Óbidos) — PARKIA PEN-<br />

DULA Benth. (Leg. mim.).<br />

(A. g. ou G.) — Frequente na matta grande de T. f.<br />

arenosa, por todo o Estado do Pará, mais rara no Amazonas,<br />

de Manáos para cima.<br />

SYX — Bolotciro — Rabo dc arara — Jupunba ( Breves)<br />

- l-avcira ( R. Tocantins ) - Pdo de arara ( R. Tronv


ARVORES E PLANTAS ÚTEIS<br />

betas) — Arára-pctiú — Acacia anile (G. fr.) — Grignon<br />

fou í G. fr.).<br />

CAR.— Copa larga cm forma cie chapéu de sol muito<br />

plano. vendo->e por baixo pendurados os fios <strong>com</strong>pridos<br />

(lm. 50 ) dos pedunculos das flores dispostas em capítulos<br />

esphericos, escuros, de cheiro muito desagradavel.<br />

Mad — Pardo-amarellado, fibras grossas, dureza media,<br />

trabalhando-se bem; para construcção civil, marcenaria<br />

D = 0.85.<br />

lad.— As vagens maduras exsudam uma gomma-resina<br />

pegajosa, utilisada para preparar um visgo.<br />

Casca para cor tu me.<br />

Med. pop.— O cozimento concentrado das cascas emprega-se<br />

em caso de hemorrhagias occasionadas por golpes.<br />

Ora.— Uma das arvores mais bellas do Brasil.<br />

VISGUEIRO — (Beiern) — PARKIA GIGANTOCAR-<br />

PA Ducke (Leg. mim.).<br />

(A. G.).— HAB.- Na T. f.<br />

Loc.— 12. de Ferro de Bragança — Ilhas altas de<br />

Breves — R. Guamá — Gurupá — Oriximiná.<br />

CAR.— Copa larira, menos que a precedente e menos<br />

chata — pedunculos íloraes relativamente curtos, mas em<br />

raminhos <strong>com</strong>pridos pendentes, capítulos grandes, brancos,<br />

fétidos —Vagens enormes: 0m70de<strong>com</strong>pr. e 5-6 cm. de larg.<br />

VISGUEIRO-PARKIA MULTIJUGA Benth. (Legum.<br />

mim.).<br />

(A. g.) —HAB.- Matta grande da T. f. e da V. alta,<br />

em sólo argilloso <strong>com</strong>pacto.<br />

Loc. —Toda a planície.<br />

CAR.—Folhas muito grandes, flores brancas; frueto:<br />

vagem de 27 cm./9 cm. indehiscente.<br />

Mad.— Brancacenta— dureza mediana.<br />

VISGUEIRO — (Beiern) — PARKIA PARAENSIS<br />

Ducke (Leg. mim.).<br />

(A. m.) —HAB.- NOS igapós de aguas pretas.<br />

Loc.— Beiern — Gurupá — Bragança — Região do estuário.<br />

• CAR.— Parecido <strong>com</strong> a P. pendula, mas menor.<br />

VISGUEIRO RAJADO — (Amazonas) —<br />

469


470 A AMAZÔNIA BRASILEIRA T<br />

Mad. — Branco amarellado claro, manchado de castanho;<br />

bastante tenra.<br />

VIUVINHA — (R. Mapuera) — PETRAEA IXSIGXIS<br />

Schauer. (Verbenaceas).<br />

(Cipó). Indígena.<br />

SVN.— Flôr de S Miguel.<br />

CAR.— Cachos abundantes de flores côr de lilaz.<br />

VIUVINHA - PETRAEA MARTI AN A Schauer. (Verbenaceas).<br />

(Cipó). — Indígena.<br />

HAB.— Na matta de terra firme argillosa.<br />

E' a especie mais frequente no Estado do Pará.<br />

CAR.— Flores lindas, roxo-escuro.<br />

VIUVINHA — PETRAEA VOLUBILIS Jacq. (Verbenaceas<br />

).<br />

(Cipó)— Cultivada<br />

Orn.— Flores abundantes, de côr lilaz-escuro (Cálice<br />

e corolla), muito bonitas.<br />

VOUAPÁ — v. APÁ.—


Siimaliuma (Ceiba pentandra)


YACAYACA — v. CEDRO BRANCO — ( Poupai tia amazônica).<br />

— No R. Negro este nome applica-se também ás<br />

arvores dos generos Cedrola e Cedrelinga (CEDREL1NGA<br />

CATENAERFORMIS Ducke.).<br />

YAGE— v. CAAPI.— Alguns autores estimam que o<br />

nome de "Yagé" ó dado ao cipó Haemadictyon amazonicum<br />

{Apocynaceas); a tintura da haste de "Yagé" produz<br />

grande excitação nervosa e, depois, somno <strong>com</strong> phenomenos<br />

de dupla vista, visão a distancia, telepathia. — Perrot e R.<br />

Hamet consideram o " Yagé " <strong>com</strong>o idêntico ao Ayahuasca<br />

e ao Caapi.<br />

YARATACIÚ — SAGOTIA RACEMOSA Baillon ( Euphorbiaceas<br />

).<br />

CAR.— Toxica.<br />

Y AU AC ANO — EPERUA LEUCANTHA Benth. (Leg.<br />

caesalp.).<br />

Loc.— Alto R. Negro.<br />

J fad.— Boa madeira avermelhada.<br />

YÈBARO — EPERUA PURPUREA Benth. ( Legum.<br />

caèsalp. ).<br />

SYN.— Algumas vezes: Copahiba-raaa — Zebaro.<br />

Loc.— Alto R. Negro.


472 . A AMAZONIA BRASILEIRA<br />

CAR.— Flores rosco-purpureas, esplendidas.<br />

Ma d.— Bôa madeira avermelhada.<br />

YOYOCA — v. RABO de ARARA — ( Cacoucia coccinea<br />

Aubl.).<br />

YPADÚ — v. COCA—<br />

YUCA — v. FLOR de CAMPA.—


z<br />

ZACATECA — (Marajó) —<br />

(Gramíneas).<br />

(Pl. h. — 1 m. ) — HAB.- NOS terrenos altos, arenosos.<br />

Alim. anim.— Bôa forragem.<br />

ZAMIA LE COINTEI Ducke (Cycadaceas).<br />

Loc.—Cach. do Inferno (R. Erepecurú) — collinas do<br />

R. Branco de Obidos.<br />

Orn — Cycas pequeno e de porte elegante.<br />

ZARANZA — (Marajó) — LEPTOCORYPHIUM LA-<br />

XATUM Nees. (Gramíneas).<br />

(Pl. h.)—HAB.- NOS campos seccos.<br />

Alim. uni m.— Pastagem soffrivel.<br />

ZINNIA—ZINNIA ELEGANS — (Compostas) -Origin.<br />

do Mexico.<br />

(Pl. h.) — Cultivada nos jardins.<br />

Ovn.—Bonita flor <strong>com</strong> numerosas variedades; dase<br />

muito bem.<br />

•0


INDICE ALPHABETICO<br />

dos generös botânicos citados<br />

A PAGS.<br />

ABRUS 433-434<br />

ABUTA 4-122<br />

ABUTILON 252-253<br />

ACACALIS 353<br />

ACACIA 140-158<br />

250-359<br />

ACANTIIOSPERMUM 157<br />

ACHRAS 403<br />

ACHYROCLINE 247<br />

ACROCOMIA 325<br />

ACRODICLIDIUM 83-170<br />

240<br />

ACROSTICHUM 167<br />

ACTINOSTEMON 87<br />

ADENOCALYMNA 122-125<br />

ADIANTUM 44-167<br />

AEGIPHILA 83-125<br />

131-343<br />

461<br />

AESCHYNOMENE 234-361<br />

AGERATUM 192-277<br />

AG ON AN DR A 342<br />

AIOUEA 12 - 16<br />

27<br />

ALCHORNEA 303<br />

ALDINA 248<br />

ALIBERTIA 380<br />

ALLAMANDA 16<br />

ALLANTOIVIA 121<br />

ALLIUM 115<br />

ALPINIA 467<br />

ALSODEIA 213<br />

ALSOPHILA 44-167<br />

402<br />

ALSTROEMERIA 151-263<br />

ALTERNANTHERA 369<br />

ALTHAEA 254<br />

AMAIOUA 181-379<br />

AMANOA 16<br />

AMARANTUS 107-108<br />

AMAZONIA 77<br />

AMBELANIA 279-368<br />

AMBROSIA 39<br />

AMPHJODOX 143<br />

ANACARDIUM 80 - 81<br />

ANANAS 1-20<br />

146<br />

** PAGS.<br />

ANAXAGOREA 153<br />

AND1RA 22.455<br />

ANDRIPETALUM 117-239<br />

346<br />

ANDROPOGON .. 55 - 91<br />

93-95<br />

96-98<br />

334-365<br />

370-393<br />

428<br />

ANEILEMA 444<br />

ANETUM 173<br />

ANGRAECUM 353<br />

AN IBA 108-237<br />

240-246<br />

346-347<br />

A NONA 36 - 37<br />

42-134<br />

171-212<br />

ANTHURIUM 169-394<br />

ANTIGONUM 444<br />

ANTIRRHINUM 60<br />

APEIBA 73-342<br />

367-451<br />

A PI UM 11-400<br />

APTANDRA 389<br />

APULEIA 284-343<br />

ARACHIS 19-276<br />

277<br />

ARDISIA 195<br />

ARISTIDA 397<br />

ARISTOLOCHIA 349-461<br />

ARRABIDEA 102<br />

ARTHANTE 87-215<br />

ARTOCARPUS 172-212<br />

ARUNCUS 54<br />

ASCLEPIAS 20O-303<br />

ASPIDIUM 166<br />

ASPIDOSPERMA 35-103<br />

264-ÄO*<br />

337-374<br />

ASTROCARYUM 314-319<br />

330-331<br />

332


476<br />

ASTRONIUM<br />

ATTALEA<br />

AULOMYRCIA<br />

AVERRHOA<br />

AVICENNIA<br />

AYDENDRON<br />

AZOLLA<br />

BACCARIS<br />

BACOPA ....<br />

BACTRIS ..<br />

B.'\(IASSA •••• •••• ••••<br />

BAILLIERA<br />

BAMBUSA<br />

BANARA<br />

BANISTERIA<br />

BARCELLA<br />

BARYLUCUMA<br />

BASANACANTHA<br />

BASELLA<br />

BATESIA<br />

BAUIIINIA<br />

BELLUCIA<br />

BERTHOLLETIA<br />

BIDKNS<br />

BIFRENARIA<br />

BIGNONIA<br />

BIXA I«<br />

BOERRHAVIA<br />

BOMB.'W<br />

BORRERIA<br />

BOTRIOSPORA<br />

BOTRYTIS<br />

BOUGAINVILLEA<br />

BOWDICHIA<br />

BRASSAVOLA !<br />

BRASSIA<br />

C, •••• •••• •••• •••• ••<br />

BRITOA<br />

BROMELIA<br />

INDICE ALPHABETICO<br />

180-288<br />

314-317<br />

318-321<br />

325-329<br />

332-334<br />

170<br />

60-102<br />

127<br />

11-140<br />

295<br />

465<br />

47<br />

316-319<br />

323-324<br />

430<br />

130<br />

428<br />

232<br />

70<br />

329<br />

379<br />

235-349<br />

59<br />

5<br />

156-2S0<br />

365-366<br />

32-33<br />

180-282<br />

111<br />

191<br />

354<br />

22-56<br />

459<br />

462<br />

205-206<br />

366-410<br />

61-257<br />

290-413<br />

369-397<br />

406<br />

158<br />

63<br />

404-405<br />

406<br />

355<br />

355<br />

137-301<br />

32<br />

101-182<br />

246<br />

BROSIMOPSIS<br />

BROSIMUM<br />

BRUNFELSIA<br />

BRYOPHYLLUM<br />

BUCHENAVIA<br />

BUETTNERIA<br />

BUNCHOSIA<br />

BURDACHIA<br />

BYRSONIMA<br />

CABOMBA<br />

CACOUCIA<br />

CACTUS<br />

CAESALPINIA<br />

CAJANUS<br />

CALADIUM<br />

CALATHEA<br />

CALLIANDRA<br />

CALOPOGONIUM<br />

CALOPHYLLUM<br />

CALYCOPHYLLUM<br />

CALYPTROCARYA<br />

CAMPOMANESIA<br />

CAMPSIANDRA<br />

CANA VALIA<br />

CANNA<br />

CANNABIS<br />

C A PI RONA<br />

CAPPARIS<br />

CAPRARIA<br />

CAPSICUM<br />

CARAIPA<br />

CARAPA<br />

CARICA<br />

CARINIANA<br />

CARLUDOVICA<br />

CARPOTROCIIA<br />

CARYOCAR<br />

CARYOTA<br />

CASEARIA<br />

294<br />

11 - 17<br />

113-285<br />

286-309<br />

258<br />

169<br />

279-368<br />

66-392<br />

127<br />

395<br />

292-293<br />

295<br />

391-472<br />

77<br />

51-113<br />

221-286<br />

184<br />

32-2S0<br />

422-442<br />

72-77<br />

214-363<br />

348-400<br />

163<br />

214<br />

314<br />

37<br />

310<br />

5<br />

166<br />

88-133<br />

189-291<br />

234<br />

343-344<br />

123-173<br />

403<br />

119<br />

250-371<br />

372<br />

53-423<br />

424<br />

23<br />

255-256<br />

431-432<br />

61-220<br />

435<br />

75-171<br />

373-374<br />

f?15<br />

22-77<br />

344-406


CASSIA<br />

CASSIPOUREA<br />

CASSYTIIA<br />

CASTILLOA ....<br />

CATASETUM<br />

CATOSTEMMA<br />

CATTLEYA<br />

CAYAPONIA ....<br />

CECROPIA ....<br />

CEDRELA<br />

•• •••• •••<br />

CEDRELINGA<br />

CEIBA<br />

CELOSIA<br />

CENCIIRUS<br />

CENOSTIGMA<br />

CENTROLOBIUM<br />

CENTROSEMA<br />

CEPHAELIS<br />

CEREUS<br />

CESTRUM<br />

CHENOPODIUM<br />

CHIOCOCCA<br />

CIILOROPHORA<br />

CHOMELIA<br />

CHRYSANTHEMUM .. ..<br />

CHRYSOBALANUS .. ..<br />

CHRYSOPIIYLLUM .. ..<br />

CHYTROMA<br />

CICHORUM<br />

CINCHONA<br />

CINNAMOMUM<br />

CISSAMPELOS<br />

CISSUS<br />

CITRIOSMA<br />

CITRUS<br />

CITRULLUS<br />

CLARISIA<br />

CLATRTROTROPIS<br />

CLAVAPETALUM<br />

CLEOME<br />

INDICE ALPHABETICO<br />

51-89<br />

100-131<br />

163-165<br />

269-270<br />

274-276<br />

277-279<br />

2*5-309<br />

352-402<br />

443-468<br />

87-233<br />

187<br />

13<br />

355-356<br />

104<br />

355<br />

379<br />

195-196<br />

197-198<br />

115-116<br />

117-118<br />

117-470<br />

413<br />

138<br />

106<br />

6<br />

345<br />

166-305<br />

20S-370<br />

77-217<br />

. 128<br />

. 192-273<br />

. 124<br />

. 235<br />

„ 236-349<br />

. 129<br />

12-183<br />

79-183<br />

273-411<br />

.. 217<br />

.. 119<br />

.. 389<br />

87<br />

4-305<br />

363-361<br />

.. 125<br />

.. 188<br />

... 232-233<br />

235-426<br />

.. 275<br />

... 185<br />

.. 437<br />

.. 340<br />

.. 223-295<br />

CLIBADIUM<br />

CLIDEMIA<br />

CLIXOSTEMON<br />

CLITORIA<br />

CLUSIA<br />

COCCOLOBA<br />

corcn.rs<br />

COCIILOSPERMUM<br />

COCOS<br />

CODIAEUM<br />

COFFEA<br />

COIX<br />

COLA<br />

COLOCASIA<br />

COMBRETUM<br />

COMMEL1NA<br />

COXDRODENDROX<br />

COXXARUS<br />

COXOBEA<br />

COPAIFERA .,<br />

COPERXICIA<br />

CORDIA<br />

COREOPSIS ....<br />

CORYAXTIIES<br />

COSMOS<br />

COSTUS<br />

COUEPIA<br />

COUMAROUXA<br />

COURALIA<br />

COURATARI<br />

COUROUPITA<br />

COUTARFA<br />

COUTOUBEA<br />

COUSSAPOA<br />

CRATAEVA<br />

CREPIDOSPERMUM<br />

CRESCEXTIA<br />

CRIXUM<br />

CROTALARIA<br />

4SI<br />

55-130<br />

378<br />

249<br />

156-161<br />

161-165<br />

31<br />

74-113<br />

378-442<br />

66<br />

369<br />

316-319<br />

322-330<br />

139-427<br />

77<br />

232<br />

129<br />

202-203<br />

156<br />

269<br />

363<br />

49-233<br />

255<br />

361-365<br />

465-463<br />

131<br />

315<br />

41 -78<br />

106-119<br />

171-312<br />

353-161<br />

. 136<br />

. 357<br />

. 137<br />

. 89 - 90<br />

137<br />

.. 147-218<br />

310-362<br />

375-446<br />

455-458<br />

.. 142<br />

99-337<br />

.. 431<br />

... no<br />

389<br />

151-176<br />

31-79<br />

... 112<br />

61<br />

,'.. no<br />

9<br />

28 - 8G<br />

119


478<br />

CLIOTON<br />

CRUDIA<br />

CRYPTOCARI A<br />

CLCLMIS ••<br />

CUCURBITA<br />

CUNURIA<br />

CURATELLA<br />

CURCUMA<br />

CUSCUTA :....<br />

CUSPARIA<br />

CYBISTAX<br />

CYCAS<br />

CYCLANTHUS<br />

CYDISTA<br />

CYLINDROSPERMA .. ..<br />

CYNOMETRA W^I<br />

CYNODON 93<br />

CYPERUS 54-92<br />

93-94<br />

98-1C0<br />

222-223<br />

373-418<br />

CYTHAREXYLON 349<br />

CYRTOPODIUM 35G-358<br />

D<br />

DACTYLOCTENIUM 82<br />

DAHLIA 151<br />

DALBERGIA 126-213<br />

349-466<br />

DATURA 158-269<br />

443-445<br />

DAUCUS 118<br />

DAVILLA 123<br />

DESMODIUM 19 - 55<br />

105<br />

DESMONCUS 314-318<br />

320-321<br />

330<br />

DERRIS 435-437<br />

440<br />

DIALIUM 378<br />

DIANTHUS 138<br />

DICHROMENA 94<br />

DICORISANDRA 411<br />

DICORYNIA 25-426<br />

DICYPELLIUM 343<br />

INDICE ALPHABETICO<br />

82-108<br />

109-139<br />

175-339<br />

164-204<br />

205-228<br />

73<br />

275-276<br />

368<br />

3-225<br />

145<br />

78<br />

146<br />

123<br />

27<br />

105<br />

149<br />

265<br />

122<br />

147<br />

DIDYMOPANAX<br />

DIEFFENBACHIA<br />

DIMORPH ANDRA<br />

DINIZIA<br />

DIOCLEA<br />

DIOSCOREA<br />

DIPLOTROPIS<br />

DODONEA<br />

DOLICHOS<br />

DOLIOCARPUS<br />

DORSTENIA<br />

DRACONTIUM<br />

DREPANOCARPUS<br />

DUCKEODENDRON<br />

DUGUETIA<br />

DUROIA<br />

E<br />

281<br />

28-29<br />

42<br />

27<br />

281-282<br />

100-232<br />

405<br />

465<br />

111-231<br />

122<br />

71<br />

217-422<br />

43-223<br />

224-115<br />

379<br />

60 - 88<br />

155-275<br />

421-135<br />

69-380<br />

ECCLINUSIA 133<br />

ECIIITES 124<br />

EGLETES 217<br />

EICHHORNIA 10-468<br />

ELAEIS 314-318<br />

ELAEOPHORA 130<br />

ELCOMARHYZA 111<br />

ELEPHANTOPUS 188<br />

ELEUSINE 97<br />

ELEUTHERINA 271<br />

ELISSARRIIENA 125<br />

ELIZABETHA 34<br />

ELVASIA 30<br />

EMMOTUM 239<br />

ENTADA 122-178<br />

ENTEROLOBIUM 165-425<br />

441-467<br />

EPERUA 29-132<br />

156-157<br />

203-214<br />

225-471<br />

EPIDENDRON 351-355<br />

EPISCIA 231<br />

ERAGROSTIS 51-277<br />

457<br />

ERIODENDRON 113<br />

ERIOSEMA FCLL<br />

ERISMA 211-212<br />

386<br />

ERYNGIUM 129<br />

t


ERYTHRINA<br />

ERYTHROXYLON ....<br />

FSCHWEILERA<br />

ETABALLIA<br />

EICALYPTUS<br />

F.ITCHARÏS ....<br />

BUGENIA<br />

ETTATORIL'M<br />

EUPIIORBIA ...<br />

EITERPE<br />

EIXYLOPHORA ....<br />

FAGARA<br />

FARAMEA<br />

FERDINANDUSIA<br />

FE VILLE A<br />

FICUS<br />

FOURCROYA<br />

FUNASTRUM<br />

G<br />

GAILLARDA<br />

GALEANDRA<br />

GALIPEA<br />

GALLESIA<br />

GARDENIA<br />

GEISSOSPERMUM<br />

GENIPA<br />

CEONOMA<br />

GLYCOXYLON<br />

GLYCYDENDRON<br />

GNETU.M<br />

GONIODISCUS<br />

GOSSYPIUM<br />

GOUPIA<br />

I<br />

479 INDICE ALPIIABETICO<br />

42-289<br />

290<br />

172-203<br />

43-177<br />

217-216<br />

274-281<br />

395<br />

296<br />

159<br />

159<br />

84-172<br />

178-203<br />

291-377<br />

459<br />

41-139<br />

216<br />

40 - 42<br />

69-159<br />

187-192<br />

250<br />

311-312<br />

336<br />

423-432<br />

78<br />

7<br />

307<br />

31 -59<br />

78-114<br />

167-175<br />

376<br />

123<br />

175<br />

357<br />

6<br />

336<br />

176<br />

7<br />

176<br />

323-333<br />

11-310<br />

311-342<br />

279<br />

208<br />

21<br />

13<br />

145<br />

GUADUA 417-418<br />

428<br />

GUAREA 84-116<br />

118-127<br />

219-220<br />

GUATTERIA 127-154<br />

155-233<br />

GUAZUMA 61-295<br />

GUETTARDIA 24<br />

GUILIELMA 316-329<br />

330<br />

GUSTAVIA 120-177<br />

GYMNOGRAMMA 43<br />

GYNERIUM 89-170<br />

171<br />

HABENARIA<br />

HANCORNIA<br />

HEDYCIIIUM<br />

HELEOCHARIS<br />

HELIANTHUS<br />

HELICONIA<br />

HELICTERES<br />

HELIOTROPIUM<br />

IIELOSIS<br />

IIEMIARTHRIA<br />

HEMITELIA<br />

H<br />

IIENRIQUEZIA<br />

HERNANDIA<br />

I1ETEROPSIS<br />

IIETEROPTERIS<br />

HETEROSTEMON<br />

IIEVEA<br />

HEYMASSOLI<br />

HIBISCUS<br />

HIERONYMA<br />

HIRTELLA<br />

HIPP<strong>OCR</strong>ATF.A<br />

HOLOPYXIDIUM ...<br />

IIORTIA<br />

HOYA<br />

HUMIRIA<br />

IIUMIRIANTHERA<br />

•••• ••••<br />

357<br />

16-260<br />

61<br />

222<br />

179<br />

53-308<br />

411<br />

252-400<br />

62<br />

157<br />

181<br />

44-167<br />

402<br />

246<br />

466<br />

126<br />

40G<br />

192<br />

407-408<br />

18<br />

15-18<br />

19-161<br />

167-350<br />

388-451<br />

467<br />

268<br />

102-130<br />

248-249<br />

162<br />

217<br />

76<br />

169<br />

458-459<br />

249-259


480<br />

HURA 41<br />

I1YBANTHUS 205<br />

HYDROLEA 105<br />

HYMENAEA 226-227<br />

HYMENOLOBIUM 25 - 23<br />

404<br />

HYMENOPIIYLLUM 401<br />

HYOSPATHA 334<br />

HYPOLYTRUM 268<br />

HYPTIS 193-364<br />

401<br />

I<br />

ICACOREA 195<br />

ICHTHYOTHERA 144<br />

ICICA 38 - 63<br />

ILEX 131-248<br />

IMPATIENS 49<br />

IMPER ATA 272<br />

INDIGOFERA 28<br />

INGA 199-200<br />

201<br />

IONIDIUM 205<br />

IONOPSIS 357<br />

IPOMAEA 14 - 57<br />

60 - 84<br />

85-168<br />

214-400<br />

424-466<br />

IRIARTEA 327-328<br />

IRIARTELLA 328<br />

IRYANTIIERA 379-456<br />

1SCIINOSIPIION 39-40<br />

363<br />

ISERTIA 135<br />

ISOTOMA 218<br />

IXORA 63-219<br />

J<br />

JACARANDA 56-103<br />

JACARATIA 2=5-256<br />

JAMBOSA 215<br />

JASMINUM 218-219<br />

JATROPHA 370-461<br />

JOANNESIA 109<br />

JUGASTRUM 140<br />

JUSSIAEA 139-442<br />

INDICE ALPIIABETICO<br />

KAEMPFERIA<br />

KYLLINGIA<br />

K<br />

L<br />

336<br />

93-95<br />

375<br />

LABLAD<br />

141<br />

LACTUCA<br />

LACUNARIA<br />

LAETIA<br />

13<br />

279<br />

109-287<br />

445<br />

LAFOENSIA<br />

308<br />

LAGENARIA<br />

73-380<br />

LAGERSTROEMIA<br />

237<br />

L AG UNCULA RIA<br />

LANTANA<br />

261<br />

83-84<br />

187<br />

LAWSONIA<br />

394<br />

LE COINTEA<br />

LECYTHIS<br />

LEERCIA<br />

351<br />

111<br />

94<br />

LEONIA<br />

443<br />

LEONOTIS<br />

LEOPOLDINIA<br />

135<br />

321-329<br />

LEPIDOCARDIA<br />

103<br />

LEPIDOCARYUM<br />

315<br />

LEPTOCORYPHIUM 473<br />

LEUCAS<br />

LICANIA<br />

113<br />

12-22<br />

101-102<br />

133-148<br />

234-247<br />

248-304<br />

310-373<br />

446<br />

LIMNANTIIEMUM<br />

30-410<br />

LINDERNIA<br />

152<br />

I.IPPIA<br />

188-291<br />

LIRIOSMA 287<br />

LONCHOCARPUS<br />

161-339<br />

438-439<br />

440<br />

LONICERA 219<br />

LOPEOSTOMA<br />

54-141<br />

LUCUMA ... 2-148<br />

LUEHEA<br />

LS3-286<br />

310-363<br />

8-451<br />

LUEHEOPSIS<br />

8-33<br />

^ 1 F A •••• •••• •••• •••• •••• 65<br />

I


LUZIOLA<br />

LYCOPERSICUM<br />

LYCOPODIUM<br />

LYGODIUM ....<br />

MABEA ....<br />

•••• ••••<br />

M<br />

•••• •••• •••<br />

MACAIREA<br />

MACHAERIUM ••••<br />

MACIIAONÏA<br />

MACOUBEA<br />

MACROLOBIUM ... • •• •• ••<br />

MALACHRA<br />

MALOUETIA<br />

MALPIGHIA<br />

MAMMEA<br />

MANGIFERA<br />

MANICARIA<br />

MANIHOT<br />

MANILKARA<br />

MARANTA<br />

MARCGRAVIA<br />

MARIPA<br />

MARSDENIA<br />

MARTINELLA<br />

MARTÏNESIA<br />

MARTIUSIA<br />

MATAYBA<br />

MAT I SI A<br />

MAURITIA<br />

MAXILLARÏA<br />

MAX1MILIANA<br />

MAYTENUS<br />

MELIÀ •••• •••<br />

MELISSA<br />

MELOCACTUS<br />

MELOCHIA<br />

MENTIIA<br />

MERREMIA<br />

MLCONRA<br />

MICROTEA<br />

INDICE ALPHABETICO 4SI<br />

99<br />

443<br />

311-402<br />

44<br />

2-91<br />

428<br />

143-144<br />

43-213<br />

223-224<br />

236<br />

17<br />

33-34<br />

204-205<br />

388<br />

280-423<br />

118<br />

3<br />

262<br />

334<br />

247-259<br />

263<br />

49-264<br />

272<br />

35-264<br />

264<br />

63<br />

216<br />

176<br />

316<br />

270<br />

341<br />

146-198<br />

403<br />

313-314<br />

315-324<br />

358<br />

318-324<br />

30-120<br />

236<br />

188<br />

136<br />

278<br />

193<br />

84<br />

87-214<br />

268-403<br />

442<br />

. 189<br />

MIKANIA 123-412<br />

MIMOSA 224-225<br />

250-251<br />

392<br />

MIMUSOPS 49-261<br />

272<br />

MIXQUARTIA 6<br />

MIRABILIS 268.<br />

MOLLIA 414<br />

MOMORDICA 191<br />

MONNIERA 13<br />

MONOPTEKYX 452<br />

MONOTAGMA 91<br />

MOXTRICHARDIA 28<br />

MOQL'ILEA 248<br />

MORA 351<br />

MORONOBEA 22 - 48<br />

MORUS 20<br />

MOURERA 107-454<br />

MOURIRIA 30 - 85<br />

180-289<br />

291-410<br />

MOUTABEA 79-179<br />

MUCUNA 36-301<br />

305-378<br />

MUNTINGIA 117<br />

MLRRAYA 219<br />

MUSA S:S<br />

MYRCIA<br />

MYRCIARIA 211<br />

MYOSOTIS 29-<br />

MYROCARPUS 301<br />

MYROXYLON<br />

MYRSINE<br />

,50<br />

409<br />

N<br />

NASTURTIUM I<br />

NASTUS<br />

W<br />

NECTANDRA<br />

239-210<br />

241-242<br />

NEEA 269<br />

NEOGLAZIOVIA 104<br />

NEPSERA 55<br />

NEPTUNA 224<br />

NKK1U.M 241<br />

NICOTIAXA<br />

NORANTEA<br />

NOYERA<br />

417<br />

392<br />

288


482<br />

INDICE ALPHABETICO<br />

NYMPIIAEA •••• •••• 10-179<br />

453<br />

O<br />

OCHROMA<br />

OCIMUM ...<br />

OCOTEA ....<br />

OENOCARPUS<br />

OCCODEIA<br />

OLMEDIA<br />

OLMEDIOPEREBEA<br />

OMPHALEA<br />

ONCIDIUM<br />

ONCOSTYLIS<br />

OPERCULÏNA<br />

OPUNTIA<br />

ORBIGNIA<br />

OREODAPHNE<br />

OREODOXA<br />

ORIGANUM<br />

OKI/A<br />

ORMOSIA<br />

•••• •••• •••<br />

ORMOSIOPSIS<br />

ORYCTANTIIUS<br />

OSTEOPHLOEUM<br />

OURATEA<br />

OUROUPARIA<br />

OXALIS<br />

338<br />

13-261<br />

59-170<br />

237-238<br />

239-241<br />

212<br />

312-313<br />

327<br />

50-289<br />

389<br />

2«9<br />

288<br />

129<br />

356-357<br />

54<br />

56-57<br />

267<br />

77-311<br />

332<br />

207<br />

327<br />

261<br />

2-38<br />

65-432<br />

433-434<br />

431<br />

190<br />

456<br />

162-348<br />

157<br />

108<br />

PARAIIANCORNIA<br />

PARINARIUM<br />

PARK IA<br />

PARMENTIERA ....<br />

PASPALUM<br />

PACHIRA<br />

PACOURINA<br />

PALICOUREA<br />

PAEPALANTHUS<br />

PANCRATIUM<br />

PANICUM<br />

257<br />

309<br />

63-137<br />

177-191<br />

93-367<br />

9-115<br />

85-86<br />

92 - 94<br />

95-96<br />

98-99<br />

278-366<br />

393-418<br />

467<br />

PASSIFLORA<br />

PATRISIA<br />

PAULLINIA<br />

PAVONIA<br />

PAYPAYROLA<br />

PECTIS<br />

PEDILANTIIUS<br />

PELTODON<br />

PELTOGYNE<br />

PENNISETUM<br />

PENTACLETHRA<br />

PEPEROMIA<br />

PERA<br />

PEREBEA<br />

PERIANDRA<br />

PERILLA<br />

PERSEA<br />

PETIVERIA<br />

PEXRAEA •••• •••• ••••<br />

PETUNIA<br />

PUAESPIIAERIUM<br />

PHASEOLUS<br />

PHILODENDRON<br />

PHORADENDRON<br />

PHTHIRUSA<br />

PIIYLLANTHUS<br />

PHYSALIS<br />

PHYSOCALYMNA<br />

PHYTELEPIIAS<br />

PHYTOLACCA<br />

16<br />

101-248<br />

310-362<br />

162-216<br />

263-359<br />

360-468<br />

469<br />

41<br />

86-92<br />

93-95<br />

96-97<br />

98-99<br />

114-168<br />

170-335<br />

407<br />

265-266<br />

267<br />

91-273<br />

274<br />

184-435<br />

437<br />

15-251<br />

252-254<br />

451<br />

258<br />

144<br />

103<br />

350<br />

128-347<br />

94-393<br />

350<br />

189<br />

130<br />

114<br />

12<br />

368<br />

282<br />

169-470<br />

370<br />

444<br />

166-335<br />

370<br />

126-170<br />

198<br />

190<br />

190<br />

38-130<br />

, 178-182<br />

83-221<br />

346-407<br />

217<br />

107-157<br />

{


PICROLEMMA 78<br />

PIMPINELLA 188<br />

" PEK 87-192<br />

215-275<br />

301<br />

ÍNDICE ALPHABKTICO<br />

411<br />

PIRANHEA 375<br />

PIRATINERA -8.,<br />

PISTIA 168-294<br />

PITIIECOLOBILM 62-158<br />

163-164<br />

201-202<br />

363-432<br />

PLANTAG O 425<br />

PLATHYMENIA 339-362<br />

PLATONIA 48<br />

PLATYMISCFIJM 245<br />

PLEUROTHRYUM 437<br />

PLUCHEA 417<br />

PLUMBAGO<br />

: > 8 " ' '<br />

PLUMIERA 218-412<br />

POGONIA 358<br />

FOGONOPHORA 4<br />

POINCIANA 168<br />

POLYANTHES 25<br />

POLYGALA 69-87<br />

441<br />

POLYGONUM 187-117<br />

POLYPODIUM 402<br />

POLYPOMPHOLYX 9<br />

PONTEDERIA 290-306<br />

334<br />

PORAQUEIBA 457-458<br />

POR1TLACA 19-58<br />

POSOQUERIA 9-349<br />

POTALIA 20<br />

POIPARTIA 116-427<br />

471<br />

POUROUMA 195-265<br />

PROTILM 38 - 63<br />

61 - 74<br />

133<br />

PSEi:DIMA 82-171<br />

377<br />

PSI'UDOABL'TIT.ON 308<br />

PSEUD QCH '* M AH K H IS .. 346<br />

*SIDIl5l 32 - 33<br />

_ 189-181<br />

PSITTACANTHUS 193<br />

f<br />

PSYCHOTRIA 138-191<br />

206-216<br />

PTERIS 102<br />

PTE ROC A R P U S 136-296<br />

420-442<br />

PTYCHOPETALUM 287<br />

PÚNICA 395<br />

PYívOSTEGIA 169<br />

Q<br />

QUALEA 37-149<br />

259-260<br />

343-385<br />

386-459<br />

QUARARIBEA 185-199<br />

QUASSIA 387<br />

R<br />

RANDIA 8-159<br />

235<br />

RAPHANUS 391<br />

RAPHIA 322<br />

RAPUTIA 35<br />

RAUWOLFIA 2*54-343<br />

RAVENALA 309<br />

REMI REA 358<br />

RENEALMEA 100-309<br />

RHABDODENDRON 77-283<br />

RHEEDIA 47 - 48<br />

RHIZOPHORA 261-262<br />

RHYNCHANTHERA 379<br />

RHYNCHOSPORA 92- 98<br />

259<br />

RICINUS 394<br />

RIENCOURTIA 1-9<br />

RINOREA oiî<br />

Í IO<br />

RODRIGUESIA 358<br />

ROLANDRA 3b9<br />

ROLLINI A 36-60<br />

154<br />

KOS A 3^5<br />

ROUHAMON •••• 31<br />

ROUPALA 397<br />

RUDGEA IV-' 2 * 9<br />

RUELLIA<br />

RUMEX


484<br />

RUTA 3<br />

2 :O.274<br />

RYANIA<br />

2TS " A<br />

SABICEA<br />

SACCHARÜM<br />

•• •••• ••••<br />

SACCOGLOTTIS ....<br />

SAGITTARIA<br />

SAGOTIA<br />

SAHAGUNIA<br />

SAINT-PAULIA<br />

SALACIA 47 - 61<br />

218-233<br />

246<br />

IX DICK ALPHABKTICO<br />

88<br />

7-451<br />

455<br />

155<br />

36-471<br />

216<br />

400<br />

SALIX<br />

SALVERTIA<br />

303<br />

SALVINIA<br />

SAMBUCUS<br />

291<br />

100<br />

SANSEVIERA 392<br />

SIDEROXYLON<br />

SILVIA .<br />

SIMABA<br />

SIN AP IS ....<br />

SIPARUNA<br />

SISYMBRIUM<br />

SLOANEA<br />

S.MILAX<br />

SOBRALIA<br />

SOEMMERINGIA<br />

SOHNREYIA<br />

SOLANDRA<br />

SOLANUM<br />

SORGHUM ....<br />

SPARTINA ....<br />

SPHENOCLEA<br />

SAPINDUS 399 SPIGELIA<br />

SAPIUM 66-23.5<br />

293-407<br />

429<br />

SAUVAGESIA 192<br />

SCABIOSA 406<br />

SCHEFFLERA 352<br />

SCHIZOLOBIUM 48-359<br />

SCOMBURGKIA 358<br />

SCIIRANCKIA 224<br />

SCHULTESIA 138<br />

SCIRPUS 78<br />

SCLERIA 15-442<br />

413<br />

SCLEROLOBIUM 419-420<br />

421<br />

SCOPARIA 446-465<br />

SECHIUM 120<br />

SECURIDACA 141<br />

SELAGINELLA 402<br />

SELENIPEDIUM 353-354<br />

SERJANIA 436<br />

SESAMUM 177<br />

S ETA RIA 393<br />

SICKINGIA 337<br />

SIDA 236-252<br />

253-254<br />

255-446<br />

465<br />

SPILANTHES<br />

SPIRANTHES<br />

SPONDIAS<br />

SPOROBOLUS<br />

STACHYTARPHA<br />

STACH YTARPIIETA<br />

STANHOPEA<br />

STENOCALYX<br />

STEPHANOTIS<br />

STERCULIA<br />

STIGMAPHYLLON<br />

STRUTANTHUS<br />

STRYCIINOS<br />

STRYPHNODENDRON ..<br />

STYLOSANTHES<br />

SWARTZIA<br />

30 - 49<br />

179-260<br />

379<br />

206-207<br />

82-344<br />

377<br />

281<br />

71-99<br />

188<br />

395<br />

462<br />

136-401<br />

353-351<br />

371<br />

410<br />

410<br />

59-61<br />

139-189<br />

221-225<br />

228-410<br />

278<br />

97-359<br />

250<br />

33<br />

9-215<br />

358<br />

426-427<br />

91<br />

178<br />

178-395<br />

355-358<br />

182-376<br />

24<br />

1C0-418<br />

419-432<br />

446<br />

56 - 82 .<br />

190<br />

29-31<br />

38-247<br />

397-457<br />

460<br />

55 - 56<br />

435-441<br />

414<br />

34 - 86<br />

133-134<br />

135-213<br />

• 283-307<br />

335-345<br />

352-375<br />

399-414<br />

»


INDICE ALPHABETICO<br />

7«<br />

SYMMERIA 6-263<br />

SSSSSS^:rr- £<br />

T<br />

TAREBUIA 337-425<br />

ÏaBKRNAEMONTANA .. .. 182-219<br />

TACHÎGAÙÀ:;::::::::<br />

TAGETES 138<br />

TALIGALIA 276<br />

TALINUM<br />

TALISIA 377<br />

TAMARINDUS 424<br />

TANACETUM 112-113<br />

TANAECIUM l;î<br />

TAPIRINA 315<br />

TARALEA J«<br />

TECOMA 12Î'5OL<br />

338-431<br />

TELANTHERA 369<br />

TEPHROSIA 436-437<br />

TERMINALIA 19-121<br />

THALIA 37-49<br />

THEOBROMA 74 - 75<br />

76-145<br />

THEVETIA 221-241<br />

THIELEODOXA 380<br />

THUMBERGIA 16<br />

TIBOUCHINA 251-269<br />

TILLANDSIA 55<br />

TIPUANA 18-163<br />

TOCOYENA 177<br />

TORENIA 19<br />

TORRESIA 142<br />

TOURNEFORTIA 189<br />

TOVOMITA 21-262<br />

365<br />

TRACHYPOGON 39<br />

TRADESCANTIA 443<br />

TRAMETES 463<br />

TRIANOSPERMA 432<br />

TRICHANTHERA 59-87<br />

348<br />

TRIfHILIA 84-219<br />

351-352<br />

TRICIIOCENTRUM 358<br />

TRICHOMANES 105-236<br />

TRICIIOSPIRA 13<br />

TRIPLARIS 419-421<br />

'J RIPSAC'L'M .... 95<br />

TRIUMFETTA 105-106<br />

TROPAEOLUM 100<br />

TURNERA 12-151<br />

TYPHA 364<br />

u<br />

ULEANTUS 457<br />

UNONOPSIS 155<br />

URAGOGA 206<br />

URENA 452<br />

URERA 90<br />

UROSPATHA 30<br />

VALLESIA<br />

VANDELIA<br />

VANILLA<br />

\ ANTI\NEA •••• •••• •••• ••••<br />

VATAIREA<br />

VERNONIA<br />

VICTORIA<br />

VIGNA<br />

VIOLA<br />

VIROLA<br />

V<br />

V IS^I^A •••• •••• •••• •••• ••••<br />

VITEX<br />

VITIS<br />

VOCHYSIA<br />

VOUACAPOUA<br />

w<br />

WALTHERIA<br />

WARSZEWICZIA ....<br />

WISSADULA ....<br />

WULFFIA<br />

••• ••••<br />

... ••••<br />

121<br />

152-349<br />

57<br />

8<br />

56-163<br />

164-442<br />

42-313<br />

453<br />

57<br />

468<br />

59-455<br />

456<br />

70-91<br />

331-342<br />

13-269<br />

429-430<br />

28-361<br />

467<br />

116-117<br />

385-386<br />

387<br />

4<br />

251<br />

391<br />

253-255<br />

308<br />

83-215


4S6<br />

XANTHOSOMA<br />

XERANTIIEMUM<br />

XI LOS MA<br />

XIMEMA ••••<br />

\ I !(IS •••• •••• •••• •••• •••• ••<br />

XYLOPIA<br />

YUCCA 168<br />

INDICE ALPHABETICO<br />

421<br />

407<br />

43<br />

18<br />

63-223<br />

153-151<br />

155-161<br />

371-373<br />

ZAMIA<br />

ZEA<br />

ZECMENIA ....<br />

ZINGIBER<br />

/INNI*\ .<br />

ZOLLERNIA ....<br />

ZORNIA<br />

ZSCHOKKEA.


PAGINA LINHA_<br />

B RRATA<br />

42 30 em vez de Custard apple,<br />

LER • • • • SMSY^ «/>/>/.<br />

50 15 em vez de OGEODEIA<br />

1er OGCODEIA<br />

59 9 em vez de TRICHAN-<br />

TE RA 1er TRICHANTHERA<br />

10 accrescentar v. Páo Santo (Guru<br />

pá)<br />

87 16 " Páo Santo<br />

134 16 accrescentar Custard apple (Ingl)<br />

152 5 e6 em vez de CRUSTÁ-<br />

CEAS 1er CRUSTACEA<br />

159 15 em vez de 36 1er 3-6<br />

168 16 accrescentar v. Mururé pagé<br />

217 33 em vez de PHYTHELE-<br />

PH AS 1er.... : PHYTELEPHAS.<br />

240 17 em vez de ANIBA 1er... ACRODICLIDIUM<br />

348 26 accrescentar SYN.— Deque— Cariei!<br />

a de garça.<br />

353 1 em vez de TETRANDA,<br />

1er TETRANDRA<br />

379 7 em vez de SYDERO-<br />

XYLON 1er SIDEROXYLON.<br />

394 19 accrescentar (henné).<br />

453 31 depois de esverdeado, accrescentar<br />

(N. Amazonum) ou<br />

vermelhas (N. nudgeana).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!