10.05.2013 Views

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

transporte, mais nos adianta, “não continuei, porque os meus pais `tavam no campo, não<br />

havia possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transportes, `tava longe (…).” (pág.1).<br />

2.1.2. ETAPA 2 do Momento 1 (1971-1974): Realização das tarefas<br />

domésticas e início do namoro<br />

Tal como nos relata, foi <strong>em</strong> 1971 que <strong>de</strong>ixou a escola e <strong>de</strong>sta feita, começou a<br />

participar nas tarefas domésticas: “ (…) comecei logo a ajudar os meus pais <strong>em</strong> casa (…).”<br />

(pág.1). Natércia diz-nos que ajudava a mãe nos trabalhos domésticos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a alimentação<br />

(pág.15), até a limpeza, colaborava <strong>em</strong> qualquer que fosse a tarefa: “ (…) ajudava a minha<br />

mãe a fazer a refeição (…) a alimentação, a limpeza <strong>de</strong> casa, a lavar que se lavava à mão,<br />

estendia, passava a ferro (…).” (pág.2).<br />

Mediante o seu relato, percebe-se também que <strong>em</strong> 1974 Natércia começou o namoro<br />

com o seu marido pois, tal como refere: “ namorei seis anos e tal.” (pág.25). Um namoro<br />

marcado pelo controlo dos pais – “ (…) ele ia lá a casa, mas a minha mãe `tava lá ao pé <strong>de</strong><br />

mim, a minha mãe e o meu pai (…).” (pág.25) – como <strong>de</strong> resto, era frequente nessa época.<br />

A narradora fez-nos ainda saber que, na sua juventu<strong>de</strong> os seus t<strong>em</strong>pos livres eram<br />

passados a bordar e a costurar, um ensinamento que apren<strong>de</strong>u com sua mãe e que, lhe<br />

permitiria costurar a sua própria roupa (pág.5-6) e, para além disso, foi ela própria qu<strong>em</strong><br />

bordou o seu enxoval, do mesmo modo que, bordava ainda peças que vendia (pág.6), como<br />

afirma: “ fiz s<strong>em</strong>pre os meus naperons, as minhas colchas <strong>de</strong> renda, as minhas toalhas, fazia<br />

p`ra fora, ganhava alguma coisinha.” (pág.6). Apesar <strong>de</strong> ter s<strong>em</strong>pre muito que fazer,<br />

Natércia também ia aos bailes (pág.25) e festas da sua terra, s<strong>em</strong>pre acompanhada <strong>de</strong> sua<br />

mãe: “ (…) havia bai les, tamêm gostava d`ir (…) com as minhas amigas (…) era só nas<br />

festas, carnaval, páscoa, a Santa Maria que é a festa <strong>de</strong> lá (…).” (pág.6). Ao recordar-se da<br />

sua juventu<strong>de</strong>, dá-nos conta da mudança que consi<strong>de</strong>ra ter vindo a <strong>de</strong>senvolver-se até hoje ao<br />

nível das saídas dos jovens: “ (…) hoje há mais liberda<strong>de</strong> (…) naquele t<strong>em</strong>po, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

tinha que pedir aos meus pais, se eles me <strong>de</strong>ixavam ir e ao princípio eu ia, mas a minha mãe<br />

também ia aos bailes comigo (…) agora é tudo diferente, eu nunca fui com a minha filha a<br />

um baile (…).” (pág.7). Outra mudança assinalada pela narradora diz respeito às férias, pois<br />

tal como refere: “ (…) antigamente (…) nunca tínhamos férias (…) hoje, já há férias, (…)<br />

91

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!