10.05.2013 Views

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

nós não t<strong>em</strong>os que pedir (…) acho que isso era uma coisa que <strong>de</strong>via `tar naturalmente<br />

incutida tanto num hom<strong>em</strong>, como numa mulher.” (pág.11).<br />

Repare-se na consciência <strong>de</strong> O. ao falar na igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>veria existir quer para<br />

homens, quer para mulheres, <strong>de</strong> ambos realizar<strong>em</strong> as tarefas domésticas, s<strong>em</strong> qualquer<br />

condição <strong>de</strong> género associada. Neste sentido, é <strong>de</strong> todo pertinente perceber como é que O.<br />

<strong>de</strong>fine a mulher Doméstica.<br />

3.2. O que é ser Doméstica<br />

Ao reflectir sobre o trabalho da mulher doméstica, O. consi<strong>de</strong>ra que as domésticas<br />

são, s<strong>em</strong> dúvida, gran<strong>de</strong>s mulheres: “ (…) nós somos umas super mulheres, todas, eu acho<br />

que todas (…).” (pág.11).<br />

Ao falar-nos sobre a avaliação que a família atribui ao trabalho da mulher doméstica,<br />

O. consi<strong>de</strong>ra que no seu caso, a sua família s<strong>em</strong>pre o avaliou positivamente. Ao enten<strong>de</strong>r que<br />

é uma aprendizag<strong>em</strong> crucial a qualquer pessoa, mais nos adianta: “ (…) s<strong>em</strong>pre viram como<br />

uma parte importante da nossa vida e uma coisa que t<strong>em</strong> que ser feito e p`a qual nós<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os estar preparados.” (pág.17). Para O. os pais enten<strong>de</strong>m a responsabilização pela<br />

realização das tarefas domésticas como algo fundamental, assim sendo: “ (…) se não<br />

sentiss<strong>em</strong> que era importante (…) não nos tinham incentivado, n<strong>em</strong> nos posto a fazer as<br />

coisas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequenas e nos responsabilizar pelas nossas coisas (…) coisas que nós sujamos<br />

e t<strong>em</strong>os que manter limpas e <strong>em</strong> condições. (…) Portanto, eu acho que valorizam, valorizam<br />

muito.” (pág.17).<br />

Para O. ser doméstica é: “ (…) tentar gerir o melhor que se sabe e que se po<strong>de</strong>, tudo o<br />

que se confina com a nossa casa (…) com o espaço on<strong>de</strong> nós viv<strong>em</strong>os. Tentar tornar a nossa<br />

casa o mais acolhedora possível.” (pág.28). Mediante o seu discurso, enten<strong>de</strong>-se claramente<br />

que, para a narradora, <strong>de</strong>finir doméstica está inteiramente associado a alguém que preten<strong>de</strong><br />

fazer da sua casa o espaço mais acolhedor e agradável possível, diz-nos mesmo: “ (…) ter<br />

uma casa funcional (…) que tenha tudo (…) o que seja necessário p`o b<strong>em</strong>-estar <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> cá<br />

vive (…) p`ra pu<strong>de</strong>r receber outras pessoas <strong>em</strong> casa (…) tentar fazer o melhor que nós<br />

sab<strong>em</strong>os (…) saber gerir o nosso espaço, p`ra viver pelo melhor.” (pág.28). De facto, o<br />

cuidado com a casa e a organização são essenciais para O., esta consi<strong>de</strong>ra mesmo que,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente do t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que nos encontr<strong>em</strong>os, passado, presente ou futuro, ser<br />

88

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!