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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

<strong>de</strong>dicar-se <strong>em</strong> pleno à filha e, quando assim não é, aproveita para tratar da casa; daí que<br />

afirme que o único t<strong>em</strong>po disponível para si, é: “sinceramente é quando `tou a tomar<br />

banho.” (pág.7), pois, “ (…) quando não estou com o bebe, se o meu marido `tá <strong>em</strong> casa e<br />

fica com ela, eu nesse t<strong>em</strong>po livre, vou aproveitar p`a dar um jeito à casa (…). Ou passar<br />

uma roupa a ferro, ou limpar qualquer coisa (…), arrumar, e então, eu acabo por ficar p`a<br />

quarto, quinto, sexto plano. E, é mesmo assim, e neste momento, p`ra mim, é só quando `tou<br />

a tomar banho, ou dormir.” (pág.8). Ela própria reconhece que, neste momento, gere o seu<br />

t<strong>em</strong>po conforme a filha lhe permite, porque tudo é pensado <strong>em</strong> função da bebe (pág.8); e<br />

ex<strong>em</strong>plifica com o facto <strong>de</strong> os locais públicos frequentados pelo casal, também já ser<strong>em</strong><br />

pensados <strong>em</strong> função da filha: “ (…) procuro cafés que não se fume, não é verda<strong>de</strong>? Por<br />

causa <strong>de</strong>la.” (pág.9). E é também a narradora que nos diz que, não obstante o t<strong>em</strong>po para<br />

cuidar <strong>de</strong> si, neste momento ser escasso, a maternida<strong>de</strong> é compensadora <strong>de</strong> todas essas<br />

exigências e alterações no estilo <strong>de</strong> vida, “a alegria <strong>de</strong> ter a bebe compensa a falta <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po<br />

p`ra mim.” (pág.9). Será compreensível que, nesta fase se assista a alterações ao nível do<br />

território sócio-i<strong>de</strong>ntitário do estilo <strong>de</strong> vida: a narradora teve <strong>de</strong> mudar os seus hábitos e<br />

rotinas <strong>em</strong> função <strong>de</strong>sta fase da maternida<strong>de</strong>, como nos relatou tudo é pensado e planeado <strong>em</strong><br />

função da bebe. O t<strong>em</strong>po que dispõe para tomar banho, é o único que consi<strong>de</strong>ra ter só para si,<br />

pois com uma criança pequena ao seu cuidado é impossível conseguir t<strong>em</strong>po para estar<br />

sozinha. Mediante o seu relato, percebeu-se também que Bety gosta muito <strong>de</strong> trabalhar e<br />

como tal, está com muita vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar a sair <strong>de</strong> casa para trabalhar, por outras palavras,<br />

preten<strong>de</strong> rapidamente voltar ao seu ritmo diário e estilo <strong>de</strong> vida a que estava habituada.<br />

3. AUTO-AVALIAÇÃO E AVALIAÇÃO SOCIAL COMO DOMÉSTICA<br />

3.1. Mãe, Esposa, Doméstica e Profissional: a realização e a felicida<strong>de</strong><br />

Apesar <strong>de</strong> adorar esta fase da maternida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> gostar muito <strong>de</strong> estar <strong>em</strong> casa com a sua<br />

filha, Bety já sente falta do seu ritmo <strong>de</strong> trabalho e estilo <strong>de</strong> vida diário, sente mesmo<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> casa, “ (…) eu `tou há quatro meses <strong>em</strong> casa, e adoro ser mãe, adoro<br />

`tar com a minha filha, mas já sinto falta <strong>de</strong>, <strong>de</strong> `tar no trabalho, <strong>de</strong> conversar com as<br />

minhas colegas <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> trabalhar <strong>em</strong> si e <strong>de</strong> ter aquela agitação.” (pág.15). A<br />

narradora sublinha mesmo que prefere conciliar um trabalho fora <strong>de</strong> casa, a ter que ser<br />

doméstico a t<strong>em</strong>po inteiro, pois tal como explica: “ (…) nós, t<strong>em</strong>os o nosso trabalho, das<br />

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