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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

or<strong>de</strong>nados <strong>de</strong> ambos sabe-se, através da narradora que é feita uma gestão <strong>em</strong> conjunto dos<br />

recursos indiferenciados, “ (…) os dois or<strong>de</strong>nados vão p`a uma conta. (…) vai tudo p`ra<br />

mesma conta e, e vamos gerindo o orçamento dali.” (pág.10). Segundo Bety, não existe por<br />

parte do casal qualquer divisão <strong>de</strong> valores, n<strong>em</strong> rigor quanto ao dinheiro ganho por um, ou<br />

por outro, no momento <strong>em</strong> que “cai” na conta, passa a ser dos dois e para os dois: “ (…) não<br />

t<strong>em</strong>os aquele procedimento <strong>de</strong>, tu pagas umas coisas, eu pago outras, há muitos casais que<br />

têm.” (pág.10). A narradora reforça a i<strong>de</strong>ia ao dizer que “ (…) dali paga-se as contas<br />

mensais, paga-se o supermercado, e paga-se tudo (…). (…) é uma gestão <strong>em</strong> conjunto, se vai<br />

ele ao supermercado paga dali, se vou eu pago dali, as compras sa<strong>em</strong> dali (…).” (pág.10).<br />

Havendo ainda lugar para alguns gastos extra, consi<strong>de</strong>rados pela narradora como “miminhos”<br />

(pág.11), o casal estipula um valor mensal que cada um <strong>de</strong>les po<strong>de</strong> gastar <strong>em</strong> <strong>de</strong>spesas<br />

pessoais, como nos clarifica a narradora: “ (…) nós tínhamos um procedimento que era, cada<br />

um tirava um x para as <strong>de</strong>spesas normais, p`raquelas <strong>de</strong>spesas que nós gostamos, no meu<br />

caso, roupa, calçado, ele, coisas que ele gostasse.” (pág.10).<br />

O casamento associado a uma relação feliz entre o casal, <strong>de</strong>u lugar a um factor <strong>de</strong><br />

mudança para ambos, a gravi<strong>de</strong>z tão <strong>de</strong>sejada e o nascimento <strong>de</strong> uma menina.<br />

2.1.2. FACTOR DE MUDANÇA (2011): Gravi<strong>de</strong>z e a vida <strong>de</strong> casada<br />

Passado pouco mais <strong>de</strong> um ano após o casamento, Bety é mãe <strong>de</strong> uma menina, que<br />

nasce <strong>em</strong> Dez<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2011 (pág.3). No momento da entrevista, <strong>em</strong> Abril <strong>de</strong> 2012, a mesma<br />

encontra-se <strong>em</strong> casa <strong>de</strong> licença <strong>de</strong> maternida<strong>de</strong> a cuidar da sua bebe. Pelo seu discurso<br />

percebe-se que os seus dias se centram no cuidado da filha: “ (…) a priorida<strong>de</strong> é ela.”<br />

(pág.4). Como a própria afirma: “ (…) as tarefas domésticas p`a terceiro, quarto plano, (…)<br />

faz-se quando se t<strong>em</strong> t<strong>em</strong>po, faz-se o indispensável (…).” (pág.4). Mais uma vez nos adianta<br />

a narradora que a organização é fundamental e que a consegue também com a ajuda do<br />

marido: “ (…) vou organizando como po<strong>de</strong> ser com a ajuda do meu marido (…). (…) Somos<br />

nós que faz<strong>em</strong>os tudo cá <strong>em</strong> casa, e portanto, vai-se organizando como se po<strong>de</strong> (…).”<br />

(pág.4). Percebe-se, por isso, a partilha muito b<strong>em</strong> organizada por parte do casal, não só das<br />

tarefas domésticas, como no cuidado com a filha: “Se é necessário aspirar a casa, ele aspira,<br />

pronto, ele participa (…). (…) há uma partilha, mesmo com o bebe ele ajuda bastante, é um<br />

pai preocupado e… ajuda muito, s<strong>em</strong> dúvida.” (pág.5). Actualmente, não dispõe <strong>de</strong> t<strong>em</strong>pos<br />

livres para cuidar <strong>de</strong> si, n<strong>em</strong> para estar sozinha. O fato <strong>de</strong> ter sido mãe recent<strong>em</strong>ente leva-a a<br />

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