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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

2.1. MOMENTO 2 (2010-2012): CASAMENTO – a mulher e esposa<br />

Bety casa <strong>em</strong> 2010 e, por isso, sai da casa dos pais. Como tal, também nos refere que<br />

as tarefas domésticas aumentaram: “ (…), casei e aí então, (…), mais ainda t<strong>em</strong> que se, t<strong>em</strong><br />

que se fazer.” (pág.2). No entanto, diz-nos não ter sentido dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> adaptar-se à vida<br />

<strong>de</strong> casada, porque já costumava realizar as tarefas domésticas <strong>em</strong> casa dos pais, já estava<br />

habituada (pág.3). Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um pouco paradoxal que a mesma narradora nos diga<br />

que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> casada, a responsabilida<strong>de</strong> com a casa e com as tarefas domésticas é acrescida,<br />

<strong>em</strong>bora compl<strong>em</strong>ente esta constatação com o facto <strong>de</strong>, nessa nova vida, ela contar com a<br />

ajuda do marido. A b<strong>em</strong> ver, Bety confirma esta mudança na sua vida, pois, <strong>em</strong>bora na casa<br />

dos pais já ajudasse, no entanto, “ (…) não fazia com um carácter ´tão regular, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

(…) a preocupação <strong>de</strong> fazer os comeres todos os dias, é uma coisa que eu fazia<br />

pontualmente, não, não cozinhava diariamente. Hum… o organizar a casa, acaba por ser<br />

uma responsabilida<strong>de</strong>, <strong>em</strong>bora o meu marido me aju<strong>de</strong>.” (pág.3). É claro o <strong>de</strong>staque que a<br />

narradora atribui à sobrecarga da mulher aquando do casamento; isto porque admite que<br />

muitas das tarefas que via a mãe executar, têm hoje <strong>de</strong> ser realizadas por ela, na sua casa:<br />

“acaba por ser uma responsabilida<strong>de</strong> maior p`ra mim. E, eu na casa dos meus pais, qu<strong>em</strong><br />

orientava era a minha mãe, (…). (…) Aqui, qu<strong>em</strong> orienta t<strong>em</strong> que ser eu, é uma carga maior<br />

(…).” (pág.3). Advertindo, ainda, para a organização que <strong>de</strong>ve existir por parte da mulher,<br />

enquanto doméstica, profissional e também enquanto mãe: “ (…) t<strong>em</strong>os que ser organizados,<br />

porque trabalhamos e t<strong>em</strong>os o trabalho, t<strong>em</strong>os que ir às compras. (…) no t<strong>em</strong>po disponível<br />

t<strong>em</strong> que se arrumar, limpar, passar a ferro, e t<strong>em</strong> que se gerir muito melhor o t<strong>em</strong>po. (…).”<br />

(pág.3-4).<br />

Sendo a organização uma prática adoptada pela narradora, é extr<strong>em</strong>amente relevante<br />

perceber como é que a mesma proce<strong>de</strong> ainda à gestão do dinheiro auferido pelo casal, tanto<br />

mais que ela inaugura uma nova etapa da trajectória i<strong>de</strong>ntitária <strong>de</strong> Bety.<br />

2.1.1. ETAPA 1 do Momento 2 (2010-2012): Gestão/Organização do<br />

dinheiro do casal<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organização do quotidiano e da vida doméstica <strong>de</strong>ste casal está<br />

muito presente no relato <strong>de</strong> Bety. De fato, quando conhec<strong>em</strong>os a forma como são geridos os<br />

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