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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

a colaboração <strong>de</strong> todos <strong>em</strong> casa. Como nos diz a narradora: “quando vim p´a Moura viver<br />

com os meus pais novamente, aí já ajudava mais a minha mãe (…). (…) todos<br />

colaborávamos e fazíamos as tarefas domésticas. (…).” (pág.2). Sabe-se, mediante<br />

observação feita ao longo do processo investigativo que, este regresso da narradora à casa dos<br />

pais, esteve relacionado com o início do namoro com o seu actual marido. Repare-se que a<br />

colaboração era mesmo feita por todos os m<strong>em</strong>bros do agregado, uma vez que Bety também<br />

nos diz que o pai s<strong>em</strong>pre ajudou a mãe <strong>em</strong> casa, “ (…), o meu pai s<strong>em</strong>pre (…) s<strong>em</strong>pre ajudou<br />

a minha mãe.” (pág.5).<br />

Nesta fase da trajectória <strong>de</strong> vida da narradora são visíveis algumas alterações a que<br />

esteve sujeita, neste sentido, po<strong>de</strong>m enumerar alguns dos territórios que, naturalmente,<br />

acabaram por ser afectados: o habitacional e geográfico, este território po<strong>de</strong> ser analisado,<br />

através <strong>de</strong> três alterações significativas: i) quando a narradora <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a casa dos pais,<br />

indo estudar para Lisboa. Apesar <strong>de</strong> voltar a casa ao fim-<strong>de</strong>-s<strong>em</strong>ana, como relata, teve <strong>de</strong> se<br />

adaptar a outra cida<strong>de</strong> e afastar-se assim da família; ii) regressa para a casa dos pais<br />

novamente, rel<strong>em</strong>bre-se que, <strong>em</strong> Lisboa vivia somente com a avó, essa alteração assume<br />

outros contornos, pois teve <strong>de</strong> haver uma nova adaptação ao contexto familiar; iii) o<br />

momento <strong>em</strong> que sai da casa dos pais para partilhar casa com o seu marido, logo após o seu<br />

casamento; o familiar, este território foi naturalmente afectado, porque a menina <strong>de</strong>ixava<br />

assim a casa dos pais. No entanto, Bety foi viver com a avó, o que lhe garantiu algum<br />

conforto, até porque como refere, a avó tratava-lhe <strong>de</strong> tudo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a roupa, à comida: “a<br />

minha avó fazia-me tudo, fazia-me o comer, tratava da roupa e isso tudo.” (pág.2); o escolar,<br />

<strong>de</strong>ve ser tido também <strong>em</strong> conta, uma vez que, a jov<strong>em</strong> transitou do liceu para a universida<strong>de</strong>,<br />

e mais tar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scontente com o ensino que estava a frequentar, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> mudar <strong>de</strong><br />

universida<strong>de</strong> e concluir o seu curso superior <strong>em</strong> Lisboa; o laboral, é afectado pelo facto da<br />

narradora ter vindo a experienciar diversos locais <strong>de</strong> trabalho, tendo inclusive, trabalhado <strong>em</strong><br />

Lisboa, e posteriormente, no Alentejo, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Moura; o do estilo <strong>de</strong> vida e<br />

sociabilida<strong>de</strong>s, é visível a sua alteração, nomeadamente, quando Betty foi mãe, muitos dos<br />

seus hábitos e rotinas diárias tiveram <strong>de</strong> ser alteradas <strong>em</strong> função da filha, b<strong>em</strong> como, ao nível<br />

da sociabilida<strong>de</strong>, isto porque, começou a sair menos, quer para espaços divertir-se à noite,<br />

quer mesmo para cuidar <strong>de</strong> si, no sentido <strong>de</strong> espaços públicos, lazer (cabeleireiro…).<br />

Sublinhadas todas estas alterações territoriais, chegamos ao Momento 2 da vida <strong>de</strong><br />

Bety, quando a mesma <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> casar.<br />

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