Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...
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Trabalho Doméstico:<br />
Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />
sua infância, centrando-se mais na sua trajectória <strong>de</strong> vida, a partir do momento <strong>em</strong> que entra<br />
na universida<strong>de</strong>.<br />
Com efeito, da infância, salientam-se os dois conteúdos mais significativos para a<br />
nossa pesquisa: a avaliação positiva e a ausência <strong>de</strong> tarefas domésticas. De facto, Bety<br />
caracteriza-nos a sua infância como uma época normal: “a minha infância foi uma infância<br />
normal.” (pág.1). Quanto às tarefas domésticas nesse período, l<strong>em</strong>bra-se a narradora <strong>de</strong> ter<br />
começado a participar nas tarefas domésticas <strong>em</strong> casa dos pais, por volta dos seus: “treze,<br />
catorze anos.” (pág.1), o que nos permite retroce<strong>de</strong>r a 1991, sensivelmente.<br />
Saltando quatro anos, foi <strong>em</strong> 1995 que a narradora entrou para a universida<strong>de</strong>,<br />
mediante o relato da mesma compreen<strong>de</strong>-se que, estudou <strong>em</strong> Beja durante dois anos,<br />
portanto, até 1997 e que, nessa altura <strong>de</strong>cidiu-se mudar para Lisboa, para po<strong>de</strong>r terminar o<br />
curso noutra universida<strong>de</strong>. Como então a avó materna estava a residir <strong>em</strong> Lisboa, Bety foi<br />
morar com ela: “ (…) fui p´a Lisboa no terceiro ano e fui viver com a minha avó.” (pág.2). É<br />
a própria a admitir que, estando a residir com a avó, as tarefas domésticas eram serviços com<br />
que não tinha <strong>de</strong> se preocupar, visto que, a avó tratava <strong>de</strong> tudo, “ (…) eu aí não fazia<br />
rigorosamente nada <strong>de</strong> tarefas domésticas. (…). A minha avó fazia-me tudo, fazia-me o<br />
comer, tratava da roupa e isso tudo. (…), eu aí participava pouquíssimo nas, nas tarefas<br />
domésticas.” (pág.2). Estando a morar <strong>em</strong> Lisboa e sendo natural <strong>de</strong> Beja, Bety voltava a<br />
casa aos fins-<strong>de</strong>-s<strong>em</strong>ana; no entanto, como relatou, acabava por também não ajudar muito <strong>em</strong><br />
casa, porque o t<strong>em</strong>po era reduzido (pág.2).<br />
Concluído o ensino superior e, também, esta etapa da vida da narradora, assiste-se à<br />
transição para a etapa seguinte, quando teve oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colocar <strong>em</strong> prática os<br />
conhecimentos adquiridos, através da entrada no mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />
2.1.2. ETAPA 2 do Momento 1 (1999-2010): Entrada no Mercado <strong>de</strong><br />
Trabalho<br />
Sabe-se que a narradora termina o curso <strong>de</strong> psicologia <strong>em</strong> 1999 e ingressa, no<br />
mercado <strong>de</strong> trabalho <strong>em</strong> Lisboa, o que lhe permite continuar a morar na casa da avó (pág.2).<br />
Bety estava nesta altura, a exercer a sua activida<strong>de</strong> profissional, até que, <strong>em</strong> 2005 regressa à<br />
sua terra natal, para morar novamente na casa dos pais, relatando inclusive ser essa uma fase<br />
<strong>em</strong> que retomou com maior frequência a realização das tarefas domésticas, <strong>em</strong>bora houvesse<br />
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