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Dissertação de Mestrado em Serviço Social.pdf - Instituto Superior ...

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Trabalho Doméstico:<br />

Narrativas ex<strong>em</strong>plares <strong>de</strong> mulheres “Domésticas”<br />

tar<strong>de</strong>, as crianças regressam a casa e mais algumas tarefas se acresc<strong>em</strong> ao seu dia, como<br />

sejam, preparar o lanche das crianças, dar-lhes banho, preparar o jantar, jantar<strong>em</strong>, após o que,<br />

“por volta das nove da noite, (…) vão p`ro quarto dormir.” (pág.10). Contudo, convém<br />

salientar que o dia da narradora ainda continua, pois, ao <strong>de</strong>itar as crianças ainda t<strong>em</strong> algumas<br />

horas <strong>de</strong> trabalho pela frente, com a realização <strong>de</strong> tarefas domésticas, como seja, passar a<br />

ferro (pág.10).<br />

Ao falar na partilha das tarefas domésticas, Ana diz-nos que o marido colabora nas<br />

tarefas, principalmente no cuidado da filha mais pequena do casal, “ (…) ajuda-me muito a<br />

ficar com a mais pequena p`ra eu fazer as coisas.” (pág.10). Acrescentando que, até ao<br />

nascimento da filha mais pequena, quando os dois filhos mais velhos já estavam a dormir, o<br />

marido também ajudava Ana na realização das tarefas domésticas (pág.11). Contudo, é a<br />

mesma a assumir: “ (…) não posso exigir muito ao meu marido, porque ele não t<strong>em</strong> horários.<br />

(…) n<strong>em</strong> para entrar, n<strong>em</strong> para sair.” (pág.10).<br />

A sobrecarga <strong>de</strong> trabalho é assumida pela narradora, sendo a própria a reconhecer que,<br />

quando trabalhava fora <strong>de</strong> casa e, para isso, conciliava a dupla tarefa, contava com o apoio <strong>de</strong><br />

uma senhora que a ajudava na realização das tarefas domésticas, “ (…) eu já trabalhei fora<br />

<strong>de</strong> casa, e tinha que ter uma pessoa a ajudar-me <strong>de</strong> quinze <strong>em</strong> quinze dias, a ajudar-me <strong>em</strong><br />

casa.” (pág.5). No entanto, afirma preferir ser ela a tomar conta <strong>de</strong> tudo sozinha, “hoje <strong>em</strong><br />

dia gosto, porque faço eu à minha maneira, à minha vonta<strong>de</strong>, nã tenho que `tar a dizer a<br />

ninguém, faça assim, ou <strong>de</strong>sta maneira ou da outra.” (pág.6).<br />

Com este conjunto <strong>de</strong> mudanças ocorridas na vida <strong>de</strong> Ana, não seria <strong>de</strong> estranhar que<br />

o seu estilo <strong>de</strong> vida também tivesse <strong>de</strong> se alterar e adaptar à vida que escolheu, por isso, o<br />

momento seguinte esclarece-nos quais os hábitos que teve <strong>de</strong> alterar.<br />

2.2.2.1. FACTOR DE MUDANÇA (2012): Ruptura do Estilo <strong>de</strong><br />

Vida – Saídas, espaços, t<strong>em</strong>pos livres, corpo<br />

Relativamente aos t<strong>em</strong>pos livres, t<strong>em</strong>po para si é algo que a narradora t<strong>em</strong> tido muito<br />

pouco, tal como refere “ (…) t<strong>em</strong>po p`ra mim foi coisa que eu nunca mais tive.” (pág.16).<br />

Ana diz mesmo, “t<strong>em</strong>po p`ra mim não tenho” (pág.26), percebe-se pelo seu discurso que os<br />

filhos lhe retiram muito t<strong>em</strong>po, sendo a própria a esclarecer, “ (…) a última vez que tive<br />

t<strong>em</strong>po p`ra mim, a A. tinha quinze dias, portanto, isto foi há quinze dias atrás, levei-a p`ra,<br />

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